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Planejamento e Controle da
Manutenção – Avançado
Módulo 4
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Núcleo de Educação a Distância
Caro aluno,
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Como abordado no primeiro módulo, é possível afirmar que no Brasil, atualmente, a maioria das
manutenções tem características de 3° mundo. Isso porquê só intervimos após a quebra do
equipamento.
Para quem tem somente um martelo como ferramenta, todo problema parece um
prego!
A filosofia "Lean Thinking" (ou “pensamento enxuto") nasceu em meados dos anos 90 com o
lançamento do best seller "The Machine That Changed the World: The Story of Lean Production".
Os princípios de demanda puxada (pull systems), just-in-time, qualidade total, teoria das
restrições, melhoria contínua e flexibilidade aplicados na indústria japonesa (mais precisamente
na Toyota e conhecidos como Toyota Way) inspiraram também a indústria de software e fez
surgir a abordagem do Lean Software Development.
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O Lean Manufacturing é “uma filosofia que quando implementada reduz o tempo desde o pedido
até à entrega ao cliente eliminando fontes de desperdício no fluxo de produção” (Liker, J. (1996).
Becoming Lean. New York: Free Press).
Todos os princípios apresentados no item anterior, foram definidos para ampliação da capacidade
de produção de uma empresa aumentando sua competitividade em um mercado globalizado.
Zero defeitos;
Tempo zero de preparação (setup);
Estoque zero de produtos e peças de reposição dos equipamentos;
Movimentação zero;
Quebra zero de lote unitário (uma peça);
Lead time zero.
O WCM (World Class Manufacturing). É a reunião das melhores práticas do setor produtivo para
ter uma produção de classe mundial. O WCM é composto de 10 pilares e é um processo longo
para sua implantação.
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Saiba mais sobre Seis Sigma acessando o texto “Mas, o que é Seis Sigma”. O
texto está disponível em nossa Biblioteca de Mídias na sala virtual.
No primeiro módulo do curso, já fizemos uma breve conceituação do que é o Ciclo PDCA. Mas, para
melhor embasamento dos assuntos que discutiremos a seguir, vamos retomar o assunto.
Em 1951, executivos japoneses fizeram uma correlação da Roda de Deming com quatro passos
básicos: planejar, fazer, checar e agir. Desta forma, foi criado o ciclo PDCA, cujo nome representa
as iniciais de cada etapa (Cristiano Bertulucci Silveira – PDCA: um método de melhoria contínua).
Vale à pena acessar a revista virtual e conferir nossos outros artigos e matérias
www.techoje.com.br.
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Plan (planejar): definamos as metas e objetivos, bem como os métodos que serão utilizados
para que sejam realizados;
Do (executar, fazer): executamos os Planos de Ação de acordo com o que foi estabelecido
no planejamento;
Check (verificar, checar): analisamos os dados, medimos e verificamos o cumprimento dos
objetivos e metas. Avaliamos se foram alcançados da forma como desejado;
Act (agir): tomamos as ações corretivas necessárias para garantir a melhoria contínua do
projeto.
Vamos verificar na prática através de um “Estudo de Caso”. Para isso, utilizaremos uma ferramenta
muito usada na gestão de qualidade: MASP (Metodologia de Análise e Solução de Problemas).
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Estudo de Caso - Aumento de paradas por manutenção na linha de pintura na indústria XYZ:
Para resolver esse problema foi criado um grupo de análise de falhas com o objetivo de investigar as
origens. Foi implementado uma rotina de reuniões de investigação e analises.
Confira esse estudo de caso em nossa Biblioteca de Mídias. Não se esqueça: essa
leitura é fundamental para o entendimento deste tópico!
“A Metodologia Kaizen é uma abordagem estruturada e sistêmica que visa assegurar que os
processos da empresa satisfaçam as necessidades e expectativas dos seus clientes, não apenas
no momento atual, mas de forma continuamente melhor ao longo do tempo. Considerando que, o
ambiente no qual o processo opera é dinâmico, o enfoque não consiste em buscar a melhor
solução para um momento específico, mas sim desenvolver sistemáticas – não soluções – que
garantam a manutenção e aperfeiçoamento das soluções encontradas.”
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De certa forma, podemos definir o Kaizen como a aplicação continua do PDCA, pois, através do giro
do PDCA é possível obter melhoria continua e sistematizada.
Ele é um capítulo do livro “Produtividade”, que reúne grande autores para falar sobre
gestão da qualidade.
Se você quer ter um conhecimento aprofundado sobre Kaizen, uma boa indicação
de leitura é o livro “Qualidade de excelência através da metodologia KAIZEN”.
Confira a referência completa ao final do módulo.
Vamos iniciar esse tópico com a seguinte frase de Ésquilo (458 a.C):
Um milhão de pessoas sofrem algum tipo de dano devido a erros em tratamentos em hospitais
americanos, 120.000 pessoas morrem por ano em consequência desses erros. Esse número é 3
vezes maior que o número de mortes por veículos a motor nos EUA e 1000 vezes maior que o
número de mortes por desastres aéreos.
Vamos refletir:
Qual será esse número no Brasil?
E em atividades de manutenção?
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17 de julho de 2007, São Paulo: 199 pessoas morrem no choque de um Airbus A-320 da TAM
que não conseguiu parar ao aterrissar no Aeroporto de Congonhas. Havia 187 pessoas a
bordo. Doze pessoas em solo foram vitimadas.
29 de setembro de 2006, Mato Grosso: 154 pessoas a bordo do Boeing da Gol, entre
tripulantes e passageiros, morreram no acidente com o jato Legacy .
Outubro de 1996, São Paulo: 99 pessoas morrem quando um Fokker-100 da TAM cai sobre o
bairro do Jabaquara, Zona Sul de São Paulo.
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Em centrais térmicas americanas, cerca de 56% das paradas forçadas ocorrem dentro de uma
semana após uma parada para manutenção. Dados combinados das indústrias nucleares
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americanas e japonesas indicam que mais da metade dos problemas de desempenho estavam
relacionados com atividades de manutenção (reparo, calibração, testes, etc.). Estudos da Boeing
mostraram que falhas em atividades de manutenção contribuíram com mais de 80% dos
desligamentos de motores em vôo (cada um custa mais de US$500.000).
Confira no hexágono do erro humano, exposto a seguir, as principais causas do erro humano:
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Olhar é uma coisa. Ver o que se olha é outra. Entender o que você vê é outra.
Aprender do que você entendeu é alguma coisa a mais. Mas agir sobre o que você
aprendeu é o que realmente importa. Winston Churchill
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Mas, chega de erros, não é mesmo?! No próximo tópico, vamos falar sobre análise de
falhas. O objetivo da análise de falha é trabalhar na prevenção, determinando o que pode
dar errado, o que fazer para antecipar. Vamos lá!
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O que é uma falha? "A falha é o término da capacidade de um item desempenhar a função
requerida. É a diminuição total ou parcial da capacidade de uma peça, componente ou
máquina de desempenhar a sua função durante um período de tempo, quando o item deverá
ser reparado ou substituído. A falha leva o item a um estado de indisponibilidade”. (NBR 5462-
1994)
Quebra/ falha: perda da função definida do equipamento. Existem dois tipos de quebra/ falha:
o Quebra/falha do tipo “Parada de Função”: este tipo refere-se à parada total das
funções do equipamento;
o Quebra/falha do tipo “Queda de Função”: trata-se de problemas que não impedem o
funcionamento da máquina, mas que causam defeitos nos produtos: paradas
temporárias (chokotei), queda da velocidade operacional, queda do rendimento.
Se todas as pessoas relacionadas com determinado equipamento não mudarem seu raciocínio e
comportamento não será possível eliminar a quebra/falha. Logo, o ponto de partida para se atingir
a quebra/falha zero é mudar:
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2. Não considerar as condições suficientes para o desenvolvimento correto das funções das
peças que compõem o equipamento;
3. Não tomar providências diante da deterioração do equipamento e já querer implementar
melhorias;
4. Adotar medidas de combate mesmo com análise insuficiente do fenômeno de
QUEBRA/FALHA;
5. Não pesquisar o aspecto do comportamento humano.
Perdas:
Perda por operação em vazio e quando a máquina ou equipamento está ligado, porém, não
produzindo, exemplo: um britador ligado, mas sem material para britar devido ao atraso do
operador pegar o material na pilha e levar até o equipamento.
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Perda por pequenas paradas são perdas ocorridas por ajuste de acionamentos, dispositivos que
levam a parada por 1, 2 minutos porém no final do dia somam mais de 1 hora.
Queda da velocidade de trabalho: uma correia transportadora foi projetada para trabalhar a uma
velocidade de 5 m/s, devido à desgastes nos roletes e risco de desalinhamento toma-se a decisão
de funcionar essa correia transportador com uma velocidade 2,5 m/s temos uma perda de
produção na ordem de 50%. Com isto teremos que trabalhar o dobro para produzir a capacidade
desejada, aumentando o custo de consumo de energia, mão de obra, desgaste do equipamento,
etc..
A dificuldade da operação com: gastos com ajustes frequentes, devido a desgaste nos
equipamentos, o operador tem que executar como medida paliativas contra a ocorrência de
produtos defeituosos.
Defeito no processo:
Defeitos resultantes da má organização da linha/equipamentos ou da situação de uma única
pessoa manipulando mais de um equipamento ao mesmo tempo.
Prevenção da reincidência
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Como mostramos durante o curso, temos várias ferramentas para a implantação dos itens acima.
É importante identificar qual se ajusta perfeitamente à sua empresa.
Análise de falha é uma ferramenta destinada a descobrir e eliminar a causa raiz das falhas. É uma
tarefa complexa que envolve várias etapas, pesquisa e metodologias, envolvendo os diversos
profissionais das áreas de operação, manutenção, fornecedores e engenharias.
A maioria das falhas de componentes e partes de máquinas / equipamentos são repetitivas e suas
causas são resultados de mecanismos bem conhecidos. A identificação desses mecanismos e sua
frequência e quantificação são a matéria prima principal para uma análise de falha. Uma vez
conhecidos devemos eliminar completamente as causas básicas e por consequência bloquear
falhas futuras, minimizá-las ou conhecer a velocidade de evolução de forma a definir, programar e
executar manutenções preventivas.
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Frequentemente são causados por desalinhamento dos eixos entre o motor e o equipamento
acionado. Os desalinhamentos surgem devido aos seguintes fatores: fundação sujeita à
vibrações, sobrecargas, trincas, corrosão, falta momentânea ou constante de lubrificação, falta
de reaperto, falhas de controle de vibrações.
Sujeira;
Falta momentânea ou constante de lubrificação;
Lubrificação imprópria que resulta em ruptura do filme ou em sua decomposição;
Superaquecimento por causa do excesso ou insuficiência da viscosidade do lubrificante;
Falta de reapertos;
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No diagrama abaixo, temos as várias fases que devemos percorrer durante a análise de falhas.
Metodologia:
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Pareto - O1
15
10
0
Ele Mec Instrumentação Outros
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FMEA - A metodologia de Análise do Tipo e Efeito de Falha, conhecida como FMEA (do inglês
Failure Modeand Effect Analysis), é uma ferramenta que busca, em princípio, evitar, por meio da
análise das falhas potenciais e propostas de ações de melhoria, que ocorram falhas no projeto do
produto ou do processo. Este é o objetivo básico desta ferramenta e, portanto, pode-se dizer que
se está, com sua utilização, diminuindo as chances do produto ou processo falhar durante sua
operação, ou seja, estamos buscando aumentar a confiabilidade, que é a probabilidade de falha
do produto/processo.
5 Porquês - O “5 Porquês” é uma técnica para encontrar a causa raiz de um defeito ou problema.
Esta ferramenta é muito usada na área de qualidade, mas na prática se aplica em qualquer área,
e inclusive pode ser muito útil em seu dia a dia. Foi desenvolvida por Sakichi Toyoda (fundador
da Toyota) e foi usada na no Sistema de Toyota de Produção durante a evolução de suas
metodologias de manufatura.
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Perdas industriais:
Produtos de má qualidade;
Atrasos comprometedores;
Consumo energético;
Descontrole do fator de potência;
Perdas por má isolação;
Vapor, ar refrigerado, vazamentos;
Uso racional da mão de obra;
Ferramental mal conservado;
Treinamentos mal direcionados;
Serviços repetitivos feitos sem padrão;
Montagem de rolamentos, pintura, transportes;
Reuniões vazias e improdutivas.
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Existem fatores que podem levar a uma péssima gestão da manutenção em nossas empresas:
Saúde ocupacional dos novos colaboradores pode levar uma perda de competitividade,
pois, um alto índice de absenteísmo pode levar à uma descontinuidade das atividades e
ações.
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Funcionários despreparados gastam muito tempo para executar o serviço. Além disso, o resultado
imediato é prejudicado e há o aumento de retrabalho, falhas prematuras causadas por montagens
incorretas. Pode ocorrer também danos ou quebras resultado da falta de capacidade/
conhecimento para desmontagem e reparo de componentes e/ou equipamentos.
Temos como resultado da capacitação a qualidade dos serviços prestados, a redução do tempo
de execução do serviço e as oportunidades de melhorias nos equipamentos e instalações.
“... o papel do gerente é de mantenedor da ideologia da empresa. Ideologia essa que para
conseguir maior e melhor produção com menor custo político possível, procura incorporar
valores universais ao ideário organizacional.” CASTRO J.M. (1989).
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LITERATURA INDICADA
HONDA, Auro Key. VIVEIRO, Carlos Tadeu. Qualidade e Excelência através da metodologia
Kaizen – Um roteiro prático para consultores internos na implantação da Qualidade Total.
São Paulo: Editora Érica Ltda, 1993.
WERKEMA, Maria Cristina Catarino. Criando a Cultura Seis Sigma. Rio de Janeiro: Qualitymark
Ed., 2002.
Womack J., Jones D. and Roos D., “The machine that changed the world: the story of lean
production”. Harper Perennial, 1991.
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Neste módulo, vimos algumas ferramentas de melhoria da manutenção e estudamos sobre erros
humanos e falhas que podem levar à perda de produção.
Agora, retorne à sala virtual do curso e realize as atividades propostas para este módulo.
Bons estudos!
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