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e Aplicações
Publicações Matemáticas
Para Daniele
A. J. C .F
Para Érika
M. P. A. C.
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Sumário
Prefácio 7
1 Preliminares 9
1.1 Funções Riemann integráveis . . . . . . . . . . . . . . 9
1.2 Funções periódicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.3 Aproximação por funções contı́nuas . . . . . . . . . . . 21
1.4 Identidades Aproximadas . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.5 Um pouco sobre convoluções . . . . . . . . . . . . . . 27
1.6 As notações de O grande e o pequeno . . . . . . . . . 29
1.7 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
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6 SUMÁRIO
4 Aplicações 91
4.1 Somando Séries Numéricas . . . . . . . . . . . . . . . 91
4.2 A Série Theta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
4.3 O Teorema da Amostragem de Shannon . . . . . . . . 93
4.4 A Equação de Laplace no Semiplano . . . . . . . . . . 95
4.5 A Desigualdade Isoperimétrica . . . . . . . . . . . . . 97
4.6 Função Contı́nua que não tem Derivada em Nenhum
Ponto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
4.7 O Teorema de Weyl . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
4.8 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
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Prefácio
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8 SUMÁRIO
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Capı́tulo 1
Preliminares
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10 [CAP. 1: PRELIMINARES
e Z Z
+∞ M
v(x)dx = lim v(x)dx,
a M →+∞ a
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12 [CAP. 1: PRELIMINARES
e
Z b
−N (b − a) ≤ v(x)dx ≤ N (b − a),
a
h·, ·i : E × E → C
satisfazendo
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o que é impossı́vel.
De maneira análoga também encontramos uma contradição se x0
é um dos extremos de I.
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14 [CAP. 1: PRELIMINARES
Assim, se ℜhu, vi =
6 0 podemos escolher um t suficientemente grande
(positivo ou negativo) tal que essa desigualdade não vale.
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16 [CAP. 1: PRELIMINARES
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-3 -2 -1 1 2 3 x
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18 y [CAP. 1: PRELIMINARES
sen t
t
cos t x
Veremos agora que qualquer função periódica pode ser vista como
uma função definida num cı́rculo e vice versa. Para que isso fique mais
natural tomemos f : R → C uma função periódica de perı́odo 2π e
denotemos por S1 ⊂ R2 o cı́rculo centrado na origem e de raio 1 (e
portanto de comprimento 2π).
Definimos ϕ : S1 → C pondo ϕ(p) = f (x), onde x é o único
elemento (ângulo) do intervalo [0, 2π) tal que (cos x, sen x) = p.
Reciprocamente, dada γ : S1 → C definimos g : R → C pondo
g(x) = γ(cos x, senx). Por construção, g é periódica de perı́odo 2π.
Mais ainda, se tomarmos γ = ϕ encontramos g = f . Dessa forma,
temos uma correspondência biunı́voca entre as funções periódicas (de
perı́odo 2π) e as funções definidas no cı́rculo S1 .
Naturalmente o argumento acima vale para funções periódicas de
qualquer perı́odo. Por exemplo, no caso de funções periódicas de
perı́odo 1, devemos definir ϕ(p) = f (x), onde x é o único elemento
do intervalo [0, 1) tal que (cos 2πx, sen 2πx) = p. Neste caso diremos
que f e ϕ são correspondentes.
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20 [CAP. 1: PRELIMINARES
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para todos a, b, c ∈ R.
e Z 1
|f (x) − f0 (x)|dx < ε.
0
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22 [CAP. 1: PRELIMINARES
para cada i = 1, . . . , n.
Em particular, U (x) ≥ u(x) para todo x, e se u(x) ≤ M , então
também teremos U (x) ≤ M .
Notemos também que, por (1.4),
Z 1 Z 1
|U (x) − u(x)|dx = (U (x) − u(x))dx < ε.
0 0
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x1 x
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24 [CAP. 1: PRELIMINARES
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Za
lim Ψn (x)f (x)dx = f (0).
n→∞
−a
Za
Jn := Ψn (x)f (x)dx − f (0).
−a
Za
Jn = Ψn (x)[f (x) − f (0)]dx.
−a
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26 [CAP. 1: PRELIMINARES
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(a) f ∗ (g + h) = f ∗ g + f ∗ h;
(b) f ∗ g = g ∗ f
(d) f ∗ (g ∗ h) = f ∗ (g ∗ h);
(e) f ∗ g é contı́nua.
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28 [CAP. 1: PRELIMINARES
Z 1
(f ∗ g)(x1 ) − f (f ∗ g)(x2 ) = f (y)[g(x1 − y) − g(x2 − y)] dy.
0
Portanto, se |x1 − x2 | < δ, então |(x1 − y) − (x2 − y)| < δ, para todo
y. Daı́,
Z 1
|(f ∗ g)(x1 ) − f (f ∗ g)(x2 )| ≤ | f (y)[g(x1 − y) − g(x2 − y)] dy|
0
Z 1
≤ |f (y)||g(x1 − y) − g(x2 − y)|] dy
0
Z 1
≤ ε| |f (y)| dy|
0
≤ εM,
onde M > 0 é tal que |f (x)| ≤ M , para todo x. Isto mostra que
(f ∗ g) é uma função contı́nua.
Agora suponhamos que f e g sejam apenas integráveis. Neste
caso, dado k ∈ N,R temos pelo Teorema 1.12 R 1 que existem fk e g1k
1 1
contı́nuas tais que 0 |f (x) − f0 (x)| dx < k e 0 |g(x) − g0 (x)| dx < k .
Notemos que
f ∗ g − fk ∗ gk = (f − fk ) ∗ g + fk ∗ (g − gk ).
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qualquer que seja x. Isto significa que a sequência (f −fk )∗g converge
uniformemente para zero, quando k → ∞, e o mesmo vale para a
sequência fk ∗ (g − gk ).
Concluı́mos que fk ∗ gk converge uniformemente para f ∗ g. Como
o limite uniforme de funções contı́nuas é uma função contı́nua, o item
(e) está provado.
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30 [CAP. 1: PRELIMINARES
f = O(g) quando x → x0
|f (x)| ≤ C|g(x)|
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f = o(g) quando x → x0
se
|f (x)|
lim = 0.
x→x0 |g(x)|
Neste caso, esta notação significa que a função f é muito menor
que a função g, numa vizinhança de x0 .
Exemplos simples são 6x = o(x2 ) e 1/x = o(1), quando x → ∞,
enquanto x2 6= O(x2 ) quando x → x0 , qualquer que seja x0 .
Observe que se f (x) = o(g(x)) quando x → x0 , então f (x) =
O(g(x)) quando x → x0 .
1.7 Exercı́cios
eix − e−ix eix + e−ix
1. Mostre que sen(x) = e que cos(x) = .
2i 2
R∞ R ∞ senx
2. Mostre que senx
dx < ∞, mas dx diverge.
0 x 0 x
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32 [CAP. 1: PRELIMINARES
eix − e−ix
5. Mostre que sen(x) = .
2i
R∞ R ∞ senx
6. Mostre que senx
dx < ∞, mas dx diverge.
0 x 0 x
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Capı́tulo 2
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visto que (
Z 1
1 se κ = 0,
e2πκix dx =
0 0 se κ 6= 0.
Motivados por estes cálculos informais apresentamos duas definições.
Definição 2.1. Seja f ∈ R(T). Os números
Z 1
b
f (n) = f (x)e−2πinx dx, n ∈ Z, (2.3)
0
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Vejamos um exemplo.
- 23 -1 - 21 1
2 1 3
2
x
Z 1 Z 1
2 2 1
fb(0) = |x|dx = 2 x dx = .
− 21 0 4
Z 1
2
fb(n) = |x|e−2πinx dx
− 21
Z 0 Z 1
2
−2πinx
= (−x)e dx + xe−2πinx dx.
− 12 0
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1
Demonstração. Fazendo a mudança de variáveis u = x − na inte-
2n
gral (2.3) e usando o Lema 1.11, temos
Z 1
1+ 2n Z 1
1 −2πinu πi 1 −πinu
fˆ(n) = f u+ e e du = − f u+ e du.
1 2n 0 2n
2n
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para todo n ∈ Z.
A propriedade (b) é conhecida na literatura como Lema de Riemann-
Lebesgue. Para provarmos essa propriedade combinamos a definição
inicial de fˆ(n) com a fórmula dada no Lemma 2.3:
Z
ˆ 1 1
f (n) = 1
(f (x) − f (x + 2n ))e−2πinx dx. (2.6)
2 0
Agora separamos a demonstração em dois casos.
Caso 1: f ∈ C0 (T). Neste caso f é uniformemente contı́nua em [0, 1];
logo, dado ǫ > 0 existe δ > 0 tal que
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P
onde DN (x) = e2πinx é chamado de Núcleo de Dirichlet.
|n|≤N
w−N − 1 wN +1 − 1 w−N − wN +1
DN (x) = + = .
1−w w−1 1−w
w−1/2
Agora, multiplicando numerador e denominador por 2i , concluı́mos
que
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D5 (x)
D3 (x)
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Z δ Z η
[f (x + y) − f (x+
)]D (y) dy = [f (x+
) − f (x+
)] DN (y)dy
0 0 N 0 0
0 0
Z δ
−
+ [f (x0 + δ ) − f (x0 )] +
DN (y)dy
η
Z δ
− +
= [f (x0 + δ ) − f (x0 )] DN (y)dy
η
Z δ
≤ ε DN (y)dy ,
η
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Z Z δ
δ sen[(2N + 1)πy)]
DN (y)dy = dy
sen(πy)
η η
Z δ
sen[(2N + 1)πy)]
≤ dy
η πy
Z δ
1 1
+ sen[(2N + 1)πy)] − dy
η sen(πy) πy
Z Z δ
sen(πy) 1 1
≤ dy +
− dy
R πy η sen(πy) πy
Z δ
πy − sen(πy)
≤ C+
πy sen πy dy
η
Z δ
o(πy 2 )
= C+ dy
η πy sen πy
Z δ
πy
≤ C+
sen πy dy
η
πδ
≤ C+ (δ − η) ≤ C + 1,
sen πδ
Rδ
ou seja, a integral 0 [f (x0 + y) − f (x+
0 )]DN (y) dy converge a zero
quando N → ∞.
Finalmente vamos estimar a integral
Z 1
2
[f (x0 + y) − f (x+
0 )]DN (y) dy.
δ
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Não é difı́cil provar que se uma sequência {an }n≥0 converge para
a no sentido usual também converge no sentido de Cesàro para o
mesmo valor a.
O contrário não é verdade. De fato, a sequência {1, 0, 1, 0, 1, 0, . . . }
obviamente não converge, porém as médias aritméticas de seus ter-
mos convergem para 1/2.
No exercı́cio 8 o leitor encontrará mais informações sobre a soma
de Cesàro, além de algumas generalizações.
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w−n − wn+1
Demonstração. Sabemos que Dn (x) = , onde w = e2πix .
1−w
Assim,
N
X −1 N −1
1 X −n
N FN (x) = Dn (x) = (w − wn+1 )
1−w
n=0 n=0
1 w−N − 1 wN +1 − w
= −
1 − w w−1 − 1 w−1
w−N − 2 + wN
=
(w−1/2 − w1/2 )2
(w−N/2 − wN/2 )2 sen2 (N πx)
= = ,
(w−1/2 − w1/2 )2 sen2 (πx)
S
se x ∈ − 21 , 0 0, 12 . Para finalizar, notemos que
1 + 3 + · · · + (2N − 1) N2
FN (0) = = = N.
N N
FN (x)
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Lema 2.10. A sequência FN N ≥0
, dos núcleos de Fejér, é uma
identidade aproximada.
Demonstração. Primeiro observamos que FN ≥ 0 para todo N ≥ 0.
Além disso, por 2.8 obtemos que
Z N −1 Z
1/2
1 X 1/2
FN (x)dx = Dn (x)dx = 1.
−1/2 N −1/2
n=0
Por último, se 0 < δ < 1/2 então para todo δ ≤ |x| ≤ 1/2 temos
Z Z
dx 1 − 2δ
0< FN (x)dx ≤ 2
= −→ 0,
N sen (πδ) N sen2 (πδ)
δ≤|x|≤1/2 δ≤|x|≤1/2
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S0 f (x) + · · · + SN −1 f (x)
σN f (x) =
N
é um polinômio trigonométrico.
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que
N
X
SN f (x) = fˆ(n)e2πinx
n=−N
P ˆ
sempre que a série |f (n)| convergir.
Portanto, é natural investigar
ˆ
o comportamento da sequência f (n) n∈Z no infinito.
Nos próximos resultados utilizaremos mais uma vez as notações
de O grande e o peneno vistas na seção 1.6
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e a convergência é uniforme.
P ˆ P
Demonstração. Pelo Teorema 2.18 temos |f (n)| ≤ c 1/|n|κ ,
n6=0 n6=0
sendo esta série convergente para κ ≥ 2. Portanto, o resultado é
consequência imediata do Teorema 2.16.
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p Z 1 1/2
kf k2 = hf, f i = |f (x)|2 dx ,
0
• é definida positiva: kf k2 ≥ 0 e kf k2 = 0 ⇔ f = 0,
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(a) hf − SN f, vi = 0;
P
(b) kf − vk22 = kf − SN f k22 + |fˆ(n) − bn |2 .
|n|≤N
= hf, em i − fb(m)
= 0.
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P
Logo, se v = bn en ∈ VN então
|n|≤N
X
hf − SN f, vi = b̄n hf − SN f, en i = 0,
|n|≤N
Corolário
P 2.22 (Melhor Aproximação). Sejam f ∈ R(T), N ∈ N e
v= bn en ∈ VN . Então,
|n|≤N
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VN
e−N
eN SN f
.. e0
.
e1
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e Z 1
ε2
|f (x) − g(x)|dx < .
0 8A
Assim, tem-se
Z 1 1/2
kf − gk2 = |f (x) − g(x)||f (x) − g(x)|dx
0
√ Z 1 1/2
(2.20)
≤ 2A |f (x) − g(x)|dx
0
ε
≤ .
2
Por outro lado, de (2.18) concluı́mos que existe um polinômio
trigonométrico pm (x), de grau m, tal que
kf − SN f kL2 ≤ kf − pm kL2 ≤ ǫ, ∀ N ≥ m.
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N
X
kf k22 = kf − SN f k22 + |fb(n)|2 .
n=−N
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P
Demonstração. Basta provar que |fb(n)| converge absolutamente.
|n|≥1
Inicialmente, pela propriedade 2.13, fb′ (n) = 2πinfb(n). donde
1 b′
fb(n) = f (n), n 6= 0.
2πin
Aplicando a desigualdade triangular e a desigualdade de Cauchy-
Schartz para séries temos,
X X 1
|fb(n)| ≤ |fb′ (n)|
|2πin|
|n|≥1 |n|≥1
v sX
uX
u 1
≤t |fb′ (n)|2
4π 2 n2
|n|≥1 |n|≥1
v s
u Z 1
1 uX 1
= 2t |f ′ (x)|2 dx.
4π n2 0
|n|≥1
P 1
R1
O resultado segue do fato que a série é n2
e a integral 0 |f ′ (x)|2 dx
|n|≥1
são convergentes.
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2.7 Exercı́cios
1. Mostre que se f, g ∈ R(T) e λ ∈ C então
(a) (f\
+ g)(n) = fˆ(n) + gb(n);
d)(n) = λfb(n).
(b) (λf
2. Mostre que se f ∈ R(T) é uma função par, então fˆ(n) = 0,
quando n é par diferente de zero.
3. Dê um exemplo de duas funções distintas em R1 (T) com coefi-
cientes de Fourier idênticos.
4. Prove que se f ∈ C0 (T) satisfaz a condição de Hölder com α > 1,
então f é constante.
5. Uma sequência {an }n∈Z é dita rapidamente decrescente se para
todo m ∈ N existe uma constante positiva cm tal que |an | ≤
cm /|n|m para todo n 6= 0. Prove que, se se f ∈ C∞ (T) então
{fˆ(n)}n∈Z é rapidamente decrescente. Reciprocamente, prove
que se {an }n∈Z é rapidamente decrescente, então existe f ∈
C∞ (T) tal que an = fˆ(n) para todo n ∈ N.
Z 1/2
6. Defina os números de Lebesgue LN = |DN (x)|dx.
−1/2
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4
(c) Use (b) para cncluir que LN = ln(N ) + O(1).
π2
∞
X
7. Prove que se uma série an converge para s no sentido usual,
n=0
então também converge para s no sentido Cesàro.
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P
Indutivamente, dizemos que uma série ∞ i=0 an é converge
para S no sentido (H, k) se a sequência de suas somas
parciais converge para S no sentido (H, k − 1), k ≥ 1.
Esta notação é feita em homentagem a Otto Hölder que
deu grandes contribuições a teoria das séries divergentes.
P
Mostre que se ni=0 an converge para S no sentido (H, k),
então também converge para S no sentido (H, j) para todo
1 ≤ j ≤ k.
10. Mostre que se f : I → C é uma função real tal que a sua série
de Fourier converge, então que fˆ(n) = fˆ(−n).
11. Prove que não existe nenhuma função f ∈ C 0 (T) tal que
n o √ 1 , n ≥ 1,
fb(n) = n log n
0, n ≤ 0.
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Capı́tulo 3
A Transformada de
Fourier na Reta
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y y
f fL
−L L x −L L x
+∞
X nπ
fL (x) ∼ fbL (n)e L ix dx,
n=−∞
com
Z L
1 nπ
fbL (n) = f (x)e− L ix dx.
2L −L
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e
Z ∞
lim fL (x) = f (x) ∼ g(ξ)e2πixξ dξ. (3.4)
L→+∞ −∞
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• kλf k1 = |λ|kλf k1 ,
• kf k1 = 0 ⇔ f = 0,
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• kf + gk1 ≤ kf k1 + kgk1 .
A última destas três propriedades é a desigualdade triangular e nos
garante que se f e g estão no espaço R1c (R), então a soma delas
também está em R1c (R).
Definição 3.4 (Transformada de Fourier). Seja f ∈ R1 (R). A Trans-
formada de Fourier de f é a função definida por
Z +∞
fb(ξ) = f (x)e−2πiξx dx,
−∞
para todo ξ ∈ R.
Exemplo 3.5. Seja f (x) = χ[−1,1] (x), isto é:
(
1 se x ∈ [−1, 1],
χ[−1,1] (x) =
0 se x ∈ R \ [−1, 1].
Então, para todo ξ 6= 0 temos que
Z 1 −2πξix 1
−2πξix e
b[−1,1] (ξ) =
χ e dx =
−1 −2πξi −1
e2πiξ − e−2πiξ sen (2πξ)
= =
2πξi πξ
b[−1,1] (0) = 2.
e para ξ = 0 temos χ
Resumindo,
( sen (2πξ)
πξ , se ξ 6= 0,
b[−1,1] (ξ) =
χ
2, se ξ = 0.
No exemplo acima podemos constatar que χ b[−1,1] (ξ) é contı́nua e,
além disso, lim χb[−1,1] (ξ) = 0. De fato, o resultado a seguir nos
|ξ|→+∞
garante que estas propriedades sempre serão satisfeitas pela trans-
formada fˆ(ξ) de qualquer função f ∈ R1 (R), inclusive, mais do que
a continuidade da transformada teremos a continuidade uniforme da
mesma.
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Notemos que
Z
+∞
fb(ξ + ξ ′ ) − fb(ξ) ≤ ′
|f (x)||e2πi(ξ+ξ )x − e2πiξx |dx
−∞
Z+∞
(3.7)
2πiξ ′ x
= |f (x)||e − 1|dx.
−∞
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onde usamos (3.8), (3.9) e (3.10) para estimar as duas últimas inte-
grais.
Procedemos agora com a prova de (c). Primeiro suponhamos que
f ∈ R1c (R) e observemos que para todo ξ 6= 0 vale
Z ∞
fb(ξ) = f (x)e−2πiξx dx
−∞
Z ∞
1
−2πiξ x+ 2ξ
=− f (x)e dx (3.12)
Z−∞
∞
=− f x− 1
2ξ e−2πiξx dx.
−∞
Logo,
Z ∞h i
1
fb(ξ) = f (x) − f x − 1
2ξ e−2πiξx dx.
2 −∞
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Agora definimos
e−2πihx − 1
fh (x) := f (x)e−2πi(ξ−h)x
h
e aplicando o Teorema do Valor Médio vemos que fh satisfaz
|fh (x)| ≤ 2π|xf (x)| ∈ R1c (R) para todo h 6= 0.
Além disso,
lim fh (x) = f (x)e−2πiξx (−2πix)
h→0
localmente uniforme em x. Passando o limite quando h → 0 em (3.13)
o resultado desejado segue do teorema da convergência dominada.
Provaremos a seguir que faz sentido calcular a transformada de
Fourier da convolução de duas funções em R1 (R), dado que a con-
volução é uma operação interna nesse espaço. Além disso, estabele-
ceremos a conexão existente entre as transformadas de f , g e f ∗ g.
Teorema 3.8 (Teorema da Convolução). Sejam f, g ∈ R1 (R). Então
(a) f ∗ g ∈ R1 (R) e vale kf ∗ gk1 ≤ kf k1 kgk1 ;
\
(b) (f ∗ g)(ξ) = fb(ξ) gb(ξ).
Demonstração. Usando a desigualdade triangular,
Z ∞
|(f ∗ g)(x)| ≤ |f (x − y)g(y)|dy.
−∞
Logo, aplicando o teorema o Teorema de Fubini e a mudança de
variável x → y + z, obtemos
Z ∞ Z ∞
kf ∗ gk1 ≤ |f (x − y)g(y)|dy dx
−∞ −∞
Z ∞ Z ∞
= |g(y)| |f (x − y)|dx dy
−∞
Z ∞ Z−∞∞
= |g(y)| |f (z)|dz dy
−∞ −∞
= kf k1 kgk1 ,
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para todo n ∈ N.
[
φ( · b
n )(ξ) = nφ(nξ) = nφ(nξ) = φn (ξ).
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b
Além disso, vale a relação fb(x) = f (−x).
b −→ R1 (R),
Fc : R1c (R) b
c
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dado por Fc (f )(ξ) = fb(ξ), o qual está bem definido dado que para
b temos
toda f ∈ R1c (R)
b
fb(x) ∈ R1c (R) e fb(x) = f (−x) ∈ R1c (R).
b Então,
Corolário 3.12. Seja f ∈ R1c (R).
Fc4 (f ) = Fc ◦ Fc ◦ Fc ◦ Fc (f ) = f.
Exemplo 3.13. A transformada inversa da função g(ξ) = e−a|ξ| com
a > 0 é a função
2a
Pa (x) = 2 2 .
4π x + a2
Com efeito, pela fórmula de inversão
Z ∞
Pa (x) = e−a|ξ| e2πixξ dξ
−∞
Z 0 Z ∞
aξ 2πixξ
= e e dξ + e−aξ e2πixξ dξ
−∞ 0
ξ=0 −aξ 2πixξ ξ=+∞
eaξ e2πixξ e e
= +
2πix + a ξ=−∞ 2πix − a ξ=0
1 1 2a
= − = 2 2 .
2πix + a 2πix − a 4π x + a2
b nos permite resolver o problema da inversão da
O espaço R1c (R)
transformada de Fourier, porém não temos uma descrição muito clara
dos seus elementos. Na proxima seção apresentaremos um subespaço
b de funções muito bem comportadas no infinito onde toda a
de R1c (R)
teoria feita até agora se adapta de maneira muito simétrica.
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visto que as funções contı́nuas fm,n (x) = |xm f (n) (x)| definidas no
intervalo fechado [−a, a] são limitadas e atingem seu máximo pelo
teorema de Weierstrass.
Um exemplo clássico de função em S(R), que não está em C∞0 (R),
2
é a função gaussiana f (x) = e−x , verificação que deixamos a cargo
do leitor.
y
2
e−x
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fd
(m) (ξ) = (2πiξ)m fb(ξ)
e
fb(n) (ξ) = [(−2πix)n f ]b(ξ),
para quaisquer m, n ∈ N0 . Conseqüentemente, para quaisquer m, n ∈
N0 temos que
1
ξ m fb(n) (ξ) = m
(2πiξ)m [(−2πix)n f ]b(ξ)
(2πi)
1 h (m) ib
n
= (−2πix) f (ξ).
(2πi)m
Usando a regra de Leibniz para derivação de produto de funções temos
(m)
que g(x) = (−2πix)n f (x) ∈ S(R) ⊂ R1c (R). Logo, ξ m fb(n) (ξ) é
limitada, mostrando isto que fb ∈ S(R).
O fato de Fc ser uma bijeção em S(R) é conseqüência imediata
da fórmula de inversão.
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No caso da reta, também temos que R1c (R) ⊂ R2c (R). Entretanto,
o fato de estarmos trabalhando com um domı́nio infinito de integração
no nos garante a inclusão contrária. Por exemplo, a função
(
e−1 ex , se x ≤ 1
f (x) = 1
x, se x ≥ 1
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está em R2c (R), porém não pertence a R1c (R). Para isto, basta observar
que Z +∞ Z ∞
dx ∞
|f (x)|dx ≥ = ln x = ∞.
−∞ 1 x 1
Portanto, g(0) = kf k22 . Por outro lado, pelo Lema 3.10, temos que
Z +∞
2 2
g(0) = lim (g ∗ φn )(0) = lim e−πy /n gb(y)dy.
n→∞ n→∞ −∞
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C
Demonstração. Como f (x + n) ≤ , pelo teste M de
P (1 + |x + n|)1+δ
Weierstrass a série f (x + n) converge uniformemente para uma
n∈Z P ′
função contı́nua g. Pelo mesmo argumento, a série f (x+m) con-
m∈Z
verge uniformemente para uma função contı́nua h. Agora observamos
que, pela convergência uniforme, valem as igualdades
Z x Z xX
h(x)dx = f ′ (t + m)dt
0 0 m∈Z
XZ x
= f ′ (t + m)dt
m∈Z 0 (3.19)
XZ m+x Xh i
= f ′ (s)ds = f (x + m) − f (m) ds
m∈Z m m∈Z
= g(x) − g(0).
Derivando (3.19) temos que h(x) = g ′ (x), o que implica que que
g ∈ C1 (T), ou seja, g é continuamente diferenciável de perı́odo 1.
Ora, pelo Teorema 2.26 do capı́tulo 2 a série de Fourier de g converge
uniformemente para g e, portanto, todos os passos formais feitos em
(3.16) e (3.17) valem de forma rigorosa sob as hipóteses assumidas.
Isto conclui a prova do Teorema.
3.9 Exercı́cios
1. Sejam f, g ∈ R1c (R) e λ ∈ C. Prove que
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Calcule f ′ (0).
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12. Seja f ∈ R1c (R) tal que f (x) é positiva para todo x ∈ R. Prove
que |fb(ξ)| < |fb(0)| para todo ξ 6= 0.
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Capı́tulo 4
Aplicações
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92 [CAP. 4: APLICAÇÕES
donde,
∞
X 1 π2
= .
(2n + 1)2 4
n=0
X X∞
1 1
+ = |fb(n)|2
16 π 4 (2n + 1)4 n=−∞
|n|≥1
Z 1/2
= |f (x)|2 dx
−1/2
Z 1/2
1
= x2 dx =
−1/2 12
e assim,
X 1 π4
=
π 4 (2n + 1)4 48
|n|≥1
para todo s > 0. Notamos que ϑ está bem definida dado que a série
converge
P 1 absolutamente se comparamos, por exemplo, com a série
, uma vez que lim n 2 e−πn2 s = 0 por ser s > 0.
n2 n→∞
n∈Z∗
Usando a Fórmula de Soma de Poisson provaremos que ϑ satisfaz
uma importante equação funcional, a saber:
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96 [CAP. 4: APLICAÇÕES
y
H+
u(·, y0 ) y y0
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b(ξ, y) = fb(ξ)P
u cy (ξ)
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L2
A≤ . (4.10)
4π
Além disso, vale a igualdade se, e somente se, C é um cı́rculo.
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e
y(s) = ŷ(−1)e−2πis + ŷ(0) + ŷ(1)e2πis
Agora, lembramos que x e y são funções reais, ou seja x = x
e y = y, e isto implica que x̂(n) = x̂(−n) e ŷ(n) = ŷ(−n) (veja
exercı́cio 10 no capı́tulo 2). Usando este fato na identidade (4.11)
concluı́mos que 2(|x̂(1)|2 + |ŷ(1)|2 ) = 1; e como vale a igualdade em
(4.12) devemos ter |x̂(1)| = |ŷ(1)| = 1/2. Assim, podemos escrever
1 1
x̂(1) = e2πiα e ŷ(1) = e2πiβ .
2 2
Dessa forma, pondo x̂(0) = a e ŷ(0) = b, temos que
1 −2πi(s+α)
x(s) = a + e + e−2πi(s+α) = a + cos(s + α),
2
e analogamente
y(s) = b + cos(s + β).
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ou
x(s) = a + cos(s + α) e y(s) = b − sen (s + α),
dependendo da paridade de k. Em todo caso, temos que a curva γ é
a parametrização de um cı́rculo. Isto conclui a prova.
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[SEC. 4.6: FUNÇÃO CONTÍNUA QUE NÃO TEM DERIVADA EM NENHUM PONTO105
possı́vel gerar funções contı́nuas com um número finito (ou até enu-
merável) de pontos onde a derivada não existe.
Usando o Teorema de Baire é possı́vel mostrar que, fixado um
intervalo [a, b] ⊂ R, o conjunto das funções contı́nuas que possuem
derivada em algum ponto de (a, b) é magro no conjunto das funções
contı́nuas que não possuem derivada em ponto algum (veja [10], p.
195). A grosso modo, isto significa que a “maioria”das funções contı́-
nuas (definidas num dado intervalo) não possui de derivada em nen-
hum ponto.
Como ocorre com vários outros entes patológicos da matemática,
os exemplos concretos geralmente requerem argumentos mais elabo-
rados.
Para o deleite dos curiosos, vamos apresentar aqui uma famı́lia
de funções contı́nuas, onde cada uma delas não possui derivada em
nenhum ponto, e faremos isso usando as Séries de Fourier.
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R1 R 1
Como FN é periódica, 0 FN′ (y)dy = 2
− 21
FN′ (y)dy = 0. Assim pode-
mos escrever
Z 1
2
′
σN (g) (x0 ) = FN′ (y)[f (x0 − y) − f (x0 )]dy.
− 21
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[SEC. 4.6: FUNÇÃO CONTÍNUA QUE NÃO TEM DERIVADA EM NENHUM PONTO107
1. |FN′ (y)| ≤ CN 2 .
De fato, como FN é uma combinação linear das funções e2πinx ,
com −N ≤ n ≤ N , cujos coeficientes são limitados por 1, então
FN′ também é uma combinação linear das mesmas funções,
porém com os coeficientes ≤ N . Assim,|FN′ | ≤ (2N + 1)N ≤
CN 2 , onde C é uma (outra) constante positiva.
C
2. |FN′ (y)| ≤ |y 2 |
.
sen2 (N πy)
Neste caso lembramos que FN (y) = N sen2 (πy)
. Derivando esta
expressão obtemos,
∆N (f ) = 2σ2N (f ) − σN (f ).
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x = n + αn = m + αm ,
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|AN |
= b − a,
lim
N →∞ N
onde AN = 1 ≤ n ≤ N ; αn ∈ (a, b) e |AN | é o número de
elementos de AN .
1 1 2 1 2 3
0, , 0 , , , 0, , , , 0, . . .
2 3 3 4 4 4
é equidistribuı́da em [0, 1). Além disso, ela é densa em [0, 1), pois
contém os racionais deste intervalo.
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Exemplo 4.17. Sendo {rn }n∈N uma enumeração de Q ∩ [0, 1), defin-
imos a sequência {αn }n∈N por
(
r n2 , se n = 2k,
αn =
0, se n = 2k − 1,
não é equidistribuı́da em [0, 1), pois se tomamos (a, b) = (0, 1), para
todo N ∈ N metade da sequência estará fora de (0,1). Logo,
|AN | 1
lim = 6= 1.
N →∞ N 2
Noentanto, a sequência {αn }n∈N é densa em [0, 1).
Os exemplos acima mostram que o conceito de equidistribuição é
mais fino que o de densidade e que para uma sequência ser equidis-
tribuı́da deverá ter um bom ordenamento dos seus termos.
Proposição 4.18. Seja {αn }n∈N equidistribuı́da em [0, 1). Então,
{αn }n∈N é densa em [0, 1).
Demonstração. Seja x0 ∈ [0, 1) e δ > 0 tal que (x0 −δ, x0 +δ) ⊂ [0, 1).
Assim,
|AN |
lim = 2δ > 0,
N →∞ N
o que implica que existe algum termo da sequência no interior do
intervalo (x0 −δ, x0 +δ). Como δ é arbitrário a densidade está provada.
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Portanto,
Z 1
1 X N 1 X
N
f (nα) − f (x)dx ≤ |f (nα) − p(nα)|
N 0 N
n=1 n=1
Z 1
1 X N
+ p(nα) − p(x)dx
N 0
n=1
Z 1
ε ε ε
+ |p(x) − f (x)|dx < + + = ε,
0 3 3 3
para todo N ≥ N0 .
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e satisfazendo
Z 1 Z 1
b − a − 2ǫ ≤ fǫ− (x)dx e fǫ+ (x)dx ≤ b − a + 2ǫ.
0 0
Assim,
N N N
1 X − 1 X 1 X +
fǫ (nα) ≤ χ(a,b) (nα) ≤ fǫ (nα),
N N N
n=1 n=1 n=1
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e
N
1 X
lim sup χ(a,b) (nα) ≤ b − a + 2ǫ.
N →∞ N
n=1
1 P
N
Como ǫ é arbitrário, temos lim χ(a,b) (nα) = b − a.
N →∞ N n=1
4.8 Exercı́cios
1. Mostre que o Problema Isoperimétrico 1 é equivalente ao Prob-
lema Isoperimétrico 2.
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Referências Bibliográficas
[3] Dyn, H. & McKean, H. P., Fourier Series and Integrals. amer-
ican Mathematical Society. GSM, vol. 29 (1972).
[6] Landau, E., Handbuch der Lehre von der Verteilung der
Primzahlen. 2 vols.Leipzig: B. G. Teubner, 1909.
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Índice Remissivo
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Problema Isoperimétrico, 97
Produto interno, 12
produto interno, 84
quadrado integrável, 84
Série de Fourier, 37
Somas parciais, 38
Teorema
da aproximação de Weier-
strass , 51
da Concentração da Massa,
25
da existência de uma aprox-
imação contı́nua, 21
de Fejér, 50
Teorema da Amostragem de Shan-
non, 93
Teorema da Convolução, 76
Teorema de Weyl, 113
Toro, 19
Transformada de Fourier, 72
transformada de Fourier, 75
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