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O art. 29 da Lei dos Crimes Ambientais estabelece como atos típicos, entre
outros, matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos
ou em rota migratória. Dessa forma, os exames de identificação das espécies e
conseqüente determinação se pertencem à fauna silvestre são perícias passíveis
de serem solicitadas pela autoridade policial para a materialização do crime. Para essa
identificação, o perito criminal, não sendo da área da biologia, deve buscar apoio com
profissionais desta área, bem como em consultas bibliográficas. No caso de espécies
incomuns, de identificação mais difícil, deve-se buscar o apoio de um zoólogo
especializado. O inciso I - §1º deste artigo traz a possibilidade de realização de perícia
para constatação de modificação, dano ou destruição de ninho ou criadouro de
aves silvestres onde devem ser descritos os ninhos e as alterações verificadas de
suas características originais e, quando possível, associar à espécie que os utilizava.
Para materialização do crime disposto no inciso III - § 1º é necessário o exame de
produtos e objetos provenientes da fauna silvestre com a respectiva determinação
da espécie à qual pertencem. Neste caso, seria interessante o desenvolvimento de
técnicas de biologia molecular específicas para os animais da fauna silvestre,
priorizando aqueles integrantes da lista de espécies da fauna ameaçadas de extinção.
Cabe lembrar que o §4º deste artigo estabelece os agravantes dentre os quais o
fato da espécie ser rara ou ameaçada de extinção, portanto, o Laudo Pericial não pode
deixar de mencionar se a espécie identificada é considerada ameaçada de
extinção, conforme portaria do IBAMA vigente. Outros agravantes são o fato do crime
ter sido praticado em unidade de conservação ou com instrumentos de
destruição em massa. Assim, essas informações também devem constar na perícia.
Para identificação de peles de anfíbios e répteis, conforme tipificação prevista
no Art. 30 deve-se proceder ao exame dos objetos questionados por comparação
com bibliografia ou com materiais previamente identificados (padrões). Neste
caso também se aplica a necessidade de desenvolvimento de técnicas de biologia
molecular específicas para as espécies da fauna silvestre.
No caso do Art. 32, o exame de constatação de maus tratos deve ser efetuado
por meio de descrição das lesões verificadas, do comportamento do animal, e demais
vestígios observados que possam comprovar o ato criminoso, para isso, muitas vezes,
pode ser necessário, além do exame do local, a avaliação clínica de um médico
veterinário, principalmente se for preciso promover a contenção química do animal
(espécime vivo) ou realizar exame necroscópico (espécime morto).
O Art. 33 estabelece como crime provocar a morte de espécimes da fauna
aquática por lançamento de efluentes. A perícia de determinação da ocorrência de
lançamento de efluentes em corpos hídricos e de avaliação de sua composição e
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conseqüente toxicidade para espécies da fauna aquática, neste caso, deve ser
realizada o mais rapidamente possível a fim de não serem perdidos os vestígios. Deve
ser efetuada coleta da água do corpo hídrico onde ocorreram as mortes bem como a
caracterização da fonte emissora dos efluentes, quando necessário através de exames
comparativos dos efluentes com os encontrados no corpo hídrico. Pode ser necessário
um levantamento topográfico, mesmo que expedito, para comprovação da
possibilidade de escoamento do efluente suspeito para o local onde tenha ocorrido a
mortandade dos peixes.
No Art. 35 para detecção de vestígios de explosivos ou substâncias tóxicas
a prova pericial, poderia ser buscada através da análise da água e/ou sedimentos do
corpo hídrico em questão bem como outros vestígios que possam ter sido deixados no
local pelo infrator como embalagens nas quais estariam contidos as substâncias
utilizadas, ou fragmentos destas.
Para os exames periciais envolvendo crimes contra o meio ambiente pode ser
necessária a aplicação das seguintes técnicas e/ou metodologias:
- técnicas de amostragem e levantamento (p.ex. transeções e
quadrantes) de espécies animais e vegetais em determinada área;
- técnicas de coleta de amostras para análises de poluentes;
- medições de parâmetros ambientais com aparelhos portáteis tais como
oxímetro e condutivímetro;
- medições de áreas;
- levantamento planialtimétrico;
- levantamento de posição geográfica com aparelho GPS;
- utilização de bases cartográficas oficiais (cartas do Exército escala
1:50.000) para obtenção de informações sobre a área periciada;
- utilização de técnicas de geoprocessamento para classificação e
utilização de imagens de satélite;
- utilização de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) existentes para
estudo da área periciada;
- elaboração de croqui detalhado da área periciada utilizando programas
como: Autocad, Microsoft Visio, Corel Draw;
- análise histológica comparativa para identificação da espécie da qual é
proveniente determinado fragmento de madeira;
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.,
6.1 Ementa
Discriminar a data e o local em que for elaborado o laudo pericial, o nome do Instituto
e Órgãos superiores aos quais está subordinado, tipo de laudo, a data da requisição
e/ou solicitação, nome da autoridade que requisitou e/ou solicitou a perícia, nome do
diretor e dos peritos signatários do laudo, bem como o objetivo geral dos exames
periciais.
6.2 Introdução
6.5 Conclusões
6.7 Anexos
Incluir e citar todos os anexos que foram produzidos e que devam acompanhar o
laudo para fins de melhor compreensão do mesmo, tais como, resultado de exames
complementares, fotografias, gráficos, relatórios de outros peritos/profissionais, etc.
As figuras, tabelas e quadros inseridos no corpo do texto devem ser numerados
seqüencialmente e legendados conforme regras de formatação contidas na
normatização vigente. Também as fotografias, quando digitais ou digitalizadas, podem
seguir esse mesmo critério, sendo consideradas figuras.
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