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EXAMES PERICIAIS

RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA A PADRONIZAÇÃO DE


PROCEDIMENTOS E METODOLOGIAS

PERÍCIAS CRIMINAIS AMBIENTAIS

I PRINCIPAIS TIPOS DE PERÍCIAS CRIMINAIS AMBIENTAIS

CRIMES PREVISTOS NA LEI Nº 9.605/98 Lei dos Crimes Ambientais

1.1 Crimes contra a fauna (Capítulo V- Seção I da Lei nº 9.605/98)

O art. 29 da Lei dos Crimes Ambientais estabelece como atos típicos, entre
outros, matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos
ou em rota migratória. Dessa forma, os exames de identificação das espécies e
conseqüente determinação se pertencem à fauna silvestre são perícias passíveis
de serem solicitadas pela autoridade policial para a materialização do crime. Para essa
identificação, o perito criminal, não sendo da área da biologia, deve buscar apoio com
profissionais desta área, bem como em consultas bibliográficas. No caso de espécies
incomuns, de identificação mais difícil, deve-se buscar o apoio de um zoólogo
especializado. O inciso I - §1º deste artigo traz a possibilidade de realização de perícia
para constatação de modificação, dano ou destruição de ninho ou criadouro de
aves silvestres onde devem ser descritos os ninhos e as alterações verificadas de
suas características originais e, quando possível, associar à espécie que os utilizava.
Para materialização do crime disposto no inciso III - § 1º é necessário o exame de
produtos e objetos provenientes da fauna silvestre com a respectiva determinação
da espécie à qual pertencem. Neste caso, seria interessante o desenvolvimento de
técnicas de biologia molecular específicas para os animais da fauna silvestre,
priorizando aqueles integrantes da lista de espécies da fauna ameaçadas de extinção.
Cabe lembrar que o §4º deste artigo estabelece os agravantes dentre os quais o
fato da espécie ser rara ou ameaçada de extinção, portanto, o Laudo Pericial não pode
deixar de mencionar se a espécie identificada é considerada ameaçada de
extinção, conforme portaria do IBAMA vigente. Outros agravantes são o fato do crime
ter sido praticado em unidade de conservação ou com instrumentos de
destruição em massa. Assim, essas informações também devem constar na perícia.
Para identificação de peles de anfíbios e répteis, conforme tipificação prevista
no Art. 30 deve-se proceder ao exame dos objetos questionados por comparação
com bibliografia ou com materiais previamente identificados (padrões). Neste
caso também se aplica a necessidade de desenvolvimento de técnicas de biologia
molecular específicas para as espécies da fauna silvestre.
No caso do Art. 32, o exame de constatação de maus tratos deve ser efetuado
por meio de descrição das lesões verificadas, do comportamento do animal, e demais
vestígios observados que possam comprovar o ato criminoso, para isso, muitas vezes,
pode ser necessário, além do exame do local, a avaliação clínica de um médico
veterinário, principalmente se for preciso promover a contenção química do animal
(espécime vivo) ou realizar exame necroscópico (espécime morto).
O Art. 33 estabelece como crime provocar a morte de espécimes da fauna
aquática por lançamento de efluentes. A perícia de determinação da ocorrência de
lançamento de efluentes em corpos hídricos e de avaliação de sua composição e
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conseqüente toxicidade para espécies da fauna aquática, neste caso, deve ser
realizada o mais rapidamente possível a fim de não serem perdidos os vestígios. Deve
ser efetuada coleta da água do corpo hídrico onde ocorreram as mortes bem como a
caracterização da fonte emissora dos efluentes, quando necessário através de exames
comparativos dos efluentes com os encontrados no corpo hídrico. Pode ser necessário
um levantamento topográfico, mesmo que expedito, para comprovação da
possibilidade de escoamento do efluente suspeito para o local onde tenha ocorrido a
mortandade dos peixes.
No Art. 35 para detecção de vestígios de explosivos ou substâncias tóxicas
a prova pericial, poderia ser buscada através da análise da água e/ou sedimentos do
corpo hídrico em questão bem como outros vestígios que possam ter sido deixados no
local pelo infrator como embalagens nas quais estariam contidos as substâncias
utilizadas, ou fragmentos destas.

1.2 Crimes contra a flora (Capítulo V- Seção II da Lei nº 9.605/98)

O art. 38 tipifica a destruição e danos a florestas e o art. 39, os cortes de


árvores em florestas consideradas de preservação permanente, assim cabe,
inicialmente, esclarecer se a floresta em questão pode ser considerada de preservação
permanente com base no disposto no Art. 2º do Código Florestal (Lei nº 4.771/65) e
Resoluções CONAMA nos 302 e 303/2002 através de verificação da declividade da
área questionada, altitude, distância de corpos hídricos naturais ou reservatórios
artificiais, presença de nascentes ou olhos d’água. Descrever, então, o tipo de
dano, se foi corte raso ou seletivo, bem como buscar elementos que possam auxiliar na
identificação da autoria, caso esta não seja conhecida. O art. 40 estabelece como
crimes os danos em Unidades de Conservação. Assim, a perícia faz-se necessária
para definir o dano causado à unidade de conservação ou às espécies cujo
objetivo da unidade de conservação era preservar. A perícia de crimes contra a
flora visa constatar e comprovar a ocorrência dos seguintes fatos:
a) Incêndio em mata ou floresta: caracterizar o tipo de floresta incendiada e
buscar vestígios para definir a autoria, informando a presença de espécies
ameaçadas de extinção que possam ter sido afetadas e fauna em geral.
b) Extração de produto mineral em área de preservação permanente: deve ser
caracterizado se a área é de preservação permanente, assim como se o
produto mineral extraído exige autorização.
c) Corte de madeira de lei (Ex. araucária, imbuia, jacarandá, mogno, cedro): é
necessária perícia para identificar a espécie da qual provém a madeira
questionada.
d) Impedimento à regeneração natural de floresta ou outras formas de
vegetação: é necessária a caracterização do tipo de floresta e da forma com
que foi dificultada ou impedida a sua regeneração natural.
e) Danos ou destruição em plantas de ornamentação de logradouros públicos ou
propriedade privada alheia.
f) Utilização de motosserra sem registro ou autorização em florestas e demais
formas de vegetação.
Cabe ressaltar que constituem agravantes as seguintes situações: se o crime foi
cometido em período de queda de sementes; no período de formação de
vegetações, contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, em época de seca
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ou inundação, durante a noite, domingo ou feriado. Assim, sempre que possível,


estas informações devem constar no laudo pericial.

1.3 Crimes de poluição e outros crimes ambientais(Capítulo V- Seção III da Lei nº


9.605/98)

A perícia nos crimes de poluição requer análises e medições dos níveis


especificados na lei. Trata-se de uma das modalidades mais complexas de perícia
ambiental, tendo em vista que para caracterizar a poluição e definir a fonte da mesma
são necessárias análises direcionadas aos possíveis poluentes nos compartimentos
ambientais atingidos. De acordo com o meio no qual os poluentes são lançados a
poluição pode ser classificada como:
Poluição atmosférica: (também mencionada no art. 252 do Código Penal),
causada por emissões de poluentes vapores ou particulados que ficam em suspensão
no ar.
Poluição hídrica: (mencionada no art. 270 do Código Penal) é causada por
lançamento de efluentes com potencial poluidor, ou seja, acima dos padrões
estabelecidos em regulamentos, em corpos hídricos superficiais ou subterrâneos. Este
tipo de poluição pode ter reflexos imediatos na coleta e abastecimento público de água.
Poluição do solo: causada por disposição inadequada de resíduos perigosos
no solo ou por vazamentos de tanques ou tubulações subterrâneos. Geralmente está
associada com a contaminação de aqüíferos subterrâneos (lençol freático).
Poluição sonora: É o conjunto de todos os ruídos (emissões sonoras
indesejadas) provenientes de uma ou mais fontes sonoras, manifestadas ao mesmo
tempo num ambiente qualquer potencialmente causadora de efeitos negativos sobre a
saúde. Resolução CONAMA nº 1/90 Estabelece critérios, padrões, diretrizes e normas
reguladoras da poluição sonora. Resolução CONAMA nº 2/90 Estabelece normas,
métodos e ações para controlar o ruído excessivo que possa interferir na saúde e bem-
estar da população.
A perícia deve atestar a existência de perigo ou dano à saúde humana e a
destruição significativa da fauna e da flora, o que é necessário para a caracterização do
crime.
Conforme agravantes mencionados nos incisos I a V do § 2º art.54 a perícia
relativa a crimes de poluição deve levar em consideração:
a) se a área afetada tornou-se imprópria para ocupação humana – nos casos
de poluição do solo, por exemplo, onde áreas utilizadas como depósito de
resíduos industriais perigosos são contaminadas com substâncias poluentes
impossibilitando a ocupação destas áreas sem riscos à saúde.
b) Se a poluição atmosférica causou danos diretos à saúde da população.
Neste caso, relatos de enfermidades associadas a intoxicações com o
poluente questionado devem ser citados no Laudo Pericial para
estabelecimento do nexo causal.
c) Se a poluição hídrica tornar necessária a interrupção do abastecimento
público de água de uma comunidade ou se impedir a dessedentação de
animais.
d) Se a poluição causada dificultar ou impedir o uso público das praias- por
exemplo, por lançamento de esgotos sanitários sem tratamento em corpos
hídricos junto à sua foz no mar ou diretamente nas praias.
e) Se a poluição for causada por lançamento de resíduos em desacordo com as
exigências estabelecidas em leis ou regulamentos (Resoluções do CONAMA
ou outras normas reguladoras estaduais ou municipais, por exemplo).
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Também deve ser mencionado se foram tomadas medidas de precaução com


relação a potencial poluição causada pelo empreendimento e se o dano à fauna, flora e
meio ambiente for irreversível, como por exemplo morte de animais cujas populações
estejam reduzidas.
Com relação aos tipos penais previstos no Art. 60 pode ser necessária perícia
para atestar o potencial poluidor do empreendimento ou serviço devendo ser
caracterizados os insumos utilizados e processos realizados para este fim.

1.4 Crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural (Capítulo V-


Seção IV da Lei nº 9.605/98, art.s 62 a 65)

A Constituição Federal de 1988 referiu-se aos atos lesivos ao patrimônio


histórico e cultural, em seu art. 5o, LXXIII, enumerando os bens que constituem o
patrimônio cultural bens culturais imateriais e materiais), em seu art. 216.
A Convenção Relativa à Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, aprovada
pelo Decreto Legislativo n. 74, de 30.06.1977, e promulgada pelo Decreto n. 80.978, de
12.12.1977, considerou como patrimônio cultural os bens relacionados no art. 1o e,
como bens do patrimônio natural, os relacionados no art. 2o.
A perícia nestes casos deve caracterizar o bem, edificação ou local, citando
referenciais que possam atribuir importância ao mesmo e descrever o tipo de alteração
sofrida pelo mesmo.

1.5 Crimes contra a administração ambiental (Capítulo V- Seção V da Lei nº


9.605/98, art. 66 a 68)
Estes crimes, por não deixarem vestígios e por não serem praticados
diretamente sobre o meio ambiente não implicam necessidade de perícia criminal
ambiental.

2 OUTROS CRIMES AMBIENTAIS (novas demandas)

2.1 Criadouros de animais domésticos

Novas demandas de perícias ambientais no RS têm incluído avaliação em canil


e aviário. Outras possibilidades: gatil, granja suinícola, granja coturnícola, pesque-
pague, criadouros de animais exóticos (crocodilos, avestruzes,...), outras criações por
confinamento, etc. Em tais perícias estão envolvidos questionamentos quanto ao
impacto ambiental geral da atividade (água, solo, ruído), sanidade da criação (relação
com a saúde pública quanto a possibilidade de zoonoses e à contaminação de animais
de outros criadouros), impacto da introdução de novas espécies exóticas de caráter
comercial (relação com a sanidade dos nativos e congêneres já explorados
comercialmente, possibilidade de “ameaça” de “invasão” do nicho ecológico dos
espécimes nativos, etc.).

2.2 Loteamentos irregulares

II - EXAMES MÍNIMOS INDISPENSÁVEIS

Nas perícias criminais ambientais os exames periciais podem ser divididos em


exames de locais que são aqueles realizados em campo e outros exames como por
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exemplo identificação de espécies, exame de artefatos ou de maus tratos em animais


que podem ser realizados em laboratórios ou outras dependências.

2.1 Exames de local

• Localização da área periciada com auxílio de aparelho receptor de sinais GPS,


preferencialmente plotando os pontos sobre imagem de Carta do Exército escala
1:50.000.
• Descrição e caracterização da área periciada em nível local e em nível regional
quanto aos aspectos ambientais relevantes para a contextualização da
importância e magnitude do ato criminoso praticado.
• Descrição do corpo de delito:
a)Crimes contra a fauna: Identificação e caracterização das espécies atingidas e de
sua importância ecológica e seu status;
b)Crimes contra a flora: Identificação das espécies atingidas e classificação
fitofisionômica da região na qual estavam inseridas;
c)Crimes de poluição:Caracterização dos poluentes na fonte e no meio através de
análises específicas para cada grupo (p.ex. absorção atômica para determinação de
metais, cromatografia para determinação de compostos orgânicos).

2.2 Outros exames

• caracterização de maus tratos a animais: descrição da espécie do animal e das


lesões por ele sofridas;
• identificação de fragmentos de madeira: análise histológica comparativa;
• exames em petrechos para caça e/ou pesca: descrição dos petrechos e de seu
funcionamento atentando para legislação e normas relacionadas tais como
Portarias do IBAMA

III - TÉCNICAS E METODOS EMPREGADOS NOS EXAMES

Para os exames periciais envolvendo crimes contra o meio ambiente pode ser
necessária a aplicação das seguintes técnicas e/ou metodologias:
- técnicas de amostragem e levantamento (p.ex. transeções e
quadrantes) de espécies animais e vegetais em determinada área;
- técnicas de coleta de amostras para análises de poluentes;
- medições de parâmetros ambientais com aparelhos portáteis tais como
oxímetro e condutivímetro;
- medições de áreas;
- levantamento planialtimétrico;
- levantamento de posição geográfica com aparelho GPS;
- utilização de bases cartográficas oficiais (cartas do Exército escala
1:50.000) para obtenção de informações sobre a área periciada;
- utilização de técnicas de geoprocessamento para classificação e
utilização de imagens de satélite;
- utilização de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) existentes para
estudo da área periciada;
- elaboração de croqui detalhado da área periciada utilizando programas
como: Autocad, Microsoft Visio, Corel Draw;
- análise histológica comparativa para identificação da espécie da qual é
proveniente determinado fragmento de madeira;
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- desenvolvimento de técnicas de biologia molecular para identificação de


espécies animais e utilização de técnicas para identificação de
organismos geneticamente modificados;
- medições sonoras;
- levantamento fotográfico;

IV - EQUIPAMENTOS E RECURSOS INDISPENSÁVEIS NAS PERÍCIAS


CRIMINAIS AMBIENTAIS

4.1) Aparelho receptor de sinais GPS de navegação e/ou de levantamento com


altímetro;
4.2) Trena;
4.3) Frascos de vidro âmbar, frascos de polietileno para transporte de amostras para
análises
4.4) Oxímetro e condutivímetro portáteis;
4.5) Bússola;
4.6) Clinômetro;
4.7) Decibelímetro;
4.8) Molinete para medição de velocidade de fluxo d’água
4.9) Trado para coleta de amostra de solo, amostradores tipo draga de Eckman para
coleta de sedimento e amostradores para coleta de água;
4.10) Binóculos;
4.11) Lupa estereoscópica com câmara fotográfica digital acoplada;
4.12) Equipamentos de Proteção Individual como botas, luvas e máscaras para locais
de contaminação química e/ou biológica;
4.13) Microcomputador com velocidade de processamento e memória suficientes para
trabalhar com imagens;
4.14) scanner;
4.15) impressora colorida de resolução fotográfica;
4.16) Programas:
• Editor de texto (Microsoft Word);
• Planilha eletrônica (Microsoft Excel);
• Editor de imagens (Microsoft Photoeditor, Adobe Photoshop);
• Programas para desenho (Autocad, Corel Draw, Microsoft Visio);
• Programa de interface com aparelho GPS e edição de trilhas rotas e pontos
GTMPRO® ou GPSTRACKMAKER®;
• Programas para SIG (SPRING, IDRISI, CARTALINX);
• Adobe Acrobat;
• Acesso rápido à internet (www).

V- QUALIFICAÇÃO DOS PERITOS PARA REALIZAREM PERÍCIAS CRIMINAIS


AMBIENTAIS

a) Formação acadêmica nas áreas científicas tais como: biologia, engenharia


agronômica, cartográfica, de minas, florestal e química, geologia, geografia,
química, medicina veterinária e arquitetura. Pós-graduação em ecologia,
engenharia ambiental, entre outras, relacionadas à ecologia e meio ambiente
devem ser consideradas na seleção dos candidatos;
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b) Especialização em perícia criminal ambiental, compreendendo:

b.1) Curso de formação, quando do ingresso na carreira de perito criminal,


com um mínimo de 40 h/a para a disciplina de perícia criminal ambiental;
b.2) Curso de extensão, pós-graduação, mestrado ou doutorado em meio
ambiente.

.,

6.1 Ementa

Discriminar a data e o local em que for elaborado o laudo pericial, o nome do Instituto
e Órgãos superiores aos quais está subordinado, tipo de laudo, a data da requisição
e/ou solicitação, nome da autoridade que requisitou e/ou solicitou a perícia, nome do
diretor e dos peritos signatários do laudo, bem como o objetivo geral dos exames
periciais.

6.2 Introdução

Fazer neste tópico um pequeno relato da requisição e respectivo endereço, se


for o caso, bem como uma síntese do fato que originou a requisição da perícia e
histórico de providências tomadas referentes ao fato, data da ocorrência. Informações
fornecidas por autoridades, funcionários, proprietários e moradores das adjacências
devem ser relatados neste item

6.3 Exames Periciais

6.3.1 Objetivos Periciais


Descrever, conforme consta na requisição, qual(is) o(s) objetivo(s) a ser(em)
buscado(s) na perícia, os quais deverão estar contidos na requisição da perícia ou nos
quesitos formulados. Não sendo especificado, na requisição, o(s) objetivo(s) da perícia,
os peritos devem descrever quais são os objetivos periciais daqueles exames.

6.3.2 Materiais e métodos

Descrever os materiais e equipamentos utilizados na realização dos exames e


suas especificações e as metodologias de trabalho empregadas tais como
levantamentos de campo, transeções, análises, entre outros.
Quando forem colhidas amostras, a forma de sua coleta ou obtenção, deve
sempre ser referida e, de preferência, fotografada. A coleta de amostras deve
obrigatoriamente ser efetuada em frascos apropriados para o elemento ou composto a
ser determinado e as condições de preservação devem ser rigorosamente observadas
e descritas no laudo pericial.

6.3.3 Localização da área ou descrição do material

a)Localizar e descrever a área e entorno no que for relevante à contextualização


ambiental do local de crime.
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b)Descrever o material com relação às suas características constitutivas e, no


caso de espécimes animais ou vegetais, identificação da espécie ou gênero ao
qual pertence descrevendo características particulares.

6.3.4 Descrição analítica dos vestígios e indícios do crime

Descrever todos os vestígios relacionados ao crime sempre buscandoelementos


que visem a comprovação e/ou determinação da autoria.

6.4 Considerações técnicas

Fazer as análises e interpretações das evidências constatadas e respectivos


exames, de maneira a facilitar a compreensão e entendimento por parte dos usuários
do laudo pericial. Neste item podem ser buscadas informações sobre o tema em
bibliografia, cujas referências devem ser citadas conforme normatização vigente,
visando fornecer mais subsídios para o entendimento da questão.

6.5 Conclusões

A conclusão pericial inserida no laudo, deve ser – obrigatoriamente – uma


conseqüência natural do que já fora argumentado e exposto nos tópicos anteriores do
respectivo laudo. Neste item devem ser sintetizados os achados mais relevantes que
possam esclarecer o fato, visando o enquadramento nos devidos tipos penais, e definir
a autoria. Cabe salientar que não devem ser citadas leis e sim proporcionar, com base
na lei, subsídios técnicos para o enquadramento do crime. Na conclusão deve ser
evitada a utilização de termos estritamente técnicos com o objetivo de ser facilmente
compreensível para os usuários do laudo pericial.

6.6 Respostas aos quesitos

Se na perícia solicitada, constar quesitos, deve o perito se ater à resposta dos


mesmos, transcrevendo-os textualmente e respondendo-os na seqüência formulada
(art. 160 do Código de Processo Penal). A resposta aos quesitos deve ser o mais
simplificada e resumida possível remetendo maiores detalhes técnicos ao corpo do
Laudo. Caso exista mais alguma informação e/ou conclusão importante, não abrangida
na resposta aos quesitos, deverá ser colocada em parágrafo independente, neste
mesmo tópico.

6.7 Anexos

Incluir e citar todos os anexos que foram produzidos e que devam acompanhar o
laudo para fins de melhor compreensão do mesmo, tais como, resultado de exames
complementares, fotografias, gráficos, relatórios de outros peritos/profissionais, etc.
As figuras, tabelas e quadros inseridos no corpo do texto devem ser numerados
seqüencialmente e legendados conforme regras de formatação contidas na
normatização vigente. Também as fotografias, quando digitais ou digitalizadas, podem
seguir esse mesmo critério, sendo consideradas figuras.
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VIII – BIBLIOGRAFIA BÁSICA

• Projeto RADAMBRASIL, volume adequado à região na qual está inserida a área


periciada;
• ODUM, Eugene. Ecologia. Editora Guanabara;
• Manuais de fauna e flora regionais;
• Legislação ambiental completa e atualizada.

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