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Os ácaros eriofídeos em ecossistemas agrícolas e florestais em Portugal

Maria dos Anjos Ferreira

(UEIS-SAFSV, INIAV, Oeiras)

Resumo

Os eriofídeos são ácaros fitófagos com características morfológicas e biológicas particulares, que os
distinguem dos restantes ácaros, compreendendo um grande número de espécies, pretendendo-se apresentar
uma síntese da diversidade específica deste grupo taxonómico no país e alertar para as espécies de maior
importância.
De dimensões reduzidas, os adultos raramente ultrapassam 0,2 mm de comprimento. De corpo alongado e
delgado, vermiforme ou fusiforme, em geral de cor clara, com tegumento anelado transversalmente e apenas
dois pares de patas, localizadas na região anterior, durante todo o ciclo de vida, são quase sempre
monófagos, com marcada especificidade em relação ao hospedeiro. Têm peças bucais adaptadas para a
perfuração de tecidos vegetais, compreendendo estiletes quelicerais que, na maioria das espécies, são curtos,
capazes de perfurar, somente, as células epidérmicas.
De difícil observação, com comportamentos muito diferentes, podendo ser ácaros livres, de refúgio, de
gomo, erinogéneos ou cecidogéneos, originam sintomatologia que, dependendo muito da espécie e do
hospedeiro, é, muitas vezes, a primeira indicação da sua presença.
Em Portugal Continental e Insular, estão identificadas, até ao momento, 89 espécies de ácaros da
superfamília Eriophyoidea, em ecossistemas agrícolas e florestais, algumas constituindo pragas: 11 espécies
da família Diptilomiopidae, 76 da família Eriophyidae e duas da família Phytoptidae.
Será feita, também, uma chamada de atenção para os ácaros predadores que, por vezes, coabitam com estes
fitófagos e que podem ser úteis na sua limitação.

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