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CIENCIA&VIDA psiqu Pr esTy Tee clima e estado psiquico Ta G St) imeem CH) ese Ciel eM sic sy esquecer 0 passado nos casos de ey ansiedade e trauma eed of ) OMA Ua eA a Cece (CMe eo DYMO eM IUCN srcle (Mel Meine eee Tor Lte lt (0) Aad aa Psicoterapia Breve ¢ eficiente para 0s transtornos de ansiedade, pois possibilita ao paciente reaver 0 controle de suas varidveis individuals ‘7 psiaue ida hoje, muitos conceitos psica- naliticos sao de extrema valia, sendo inimaginivel a compreensio do ho- mem, em toda a sua amplitude, sem aquilo que Freud nos deixou de legado, assim como € insuporcivel a idéia de um set humano to- talmente bioldgico, resumido a um conjunto de frias © andnimas reacies fisicoquimicas. Hi, porém, com a mudanga dos tempos ‘6 avango do conhecimento, que se procurar uma forma, se néo nova, pelo menos mais adequada para ajudar uma pessoa que sofre ‘em seus momentos de crise e depressio. Nio é de agora que muitos estudiosos, psi- uiatras¢ psioélogos, principalmente nos Estados Unidos ¢ Inglaterra, tém pesquisado uma forma de amparar este contingente cada vez maior de Pessoas que procuram ajuda psicolégica. Por motivos ideologicamente diferentes ~ a Ingla- terra com sua medicina socializada e os Estados Unidos tendo a satide promovida por grandes companhias de seguro - ambos os paises se es- forcaram, 20 longo da segunda metade do século XX, em desenvolver métodos psicoterapéuticos cficazes, ripidos e pouico onerosos. Foi com base nesses principios que surgiu a ‘chamada Psicoterapia Breve ou Psicoterapia Fo- «al ou, ainda, Psicoterapia de tempo e objetivos determinados, Das primeiras idéias de Franz Alexander, em 1942, aos estudos do inglés Ma- Jan edo norte-americano Sifneos, a Psicoterapia Breve chegou a0 Brasil pelas mios dos argen- tinos Hector Fiorini ¢ do professor Mauricio Knobel, radicado na Unicamp. Como 0 préprio nome elucida, as chamadas Psicoterapias Breves sao tratamentos de nature- za psicoldgica cuja duracéo € intrinsecamente inferior & de uma psicoterapia clissiea. No en- Por Epvarno Ferreira-Santos 40, como algumas pessoas chegam a afirmar, ‘mas apenas a conseqiiéncia de um rodo, queen- volve sistematizagio propria, constituindo um processo de Psicorerapia, com um determinado tempo de duragio, mas que também apresenta objetivas definidos e precisos, centrados na evo- lugzo de um “foco”. Existem, atualmente, numerosos centros de arendimento psicolégico nos Estados Unidos, na Europa ¢ na Argentina que tém se preocu- pado em desenvolver “formas alternativas” de Psicoterapia, procurando evitar os processos prolongados e, em alguns casos, ineficientes. Assim, virios “métodos” tém surgido nos «le timos anos ¢ cada um deles possui orientagio metodol6gica propria. Entre eles, a ia Cognitivo-Comportamental (TCC) ¢a Dessensibilizagio e Reprocessamento através de movimentos oculares (EMDR, em inglés) tém se colocado como formas eficientes ¢ mais ripi das para trabalhar, principalmente, com trans- tomnos de ansiedade. Embora alguns autores tenham proposto Paicoterapia de curta duracio para os mais di- versos problemas psicolégicas e/ou psiquidesi- os, minha prépria experiéncia demonstra que a cficécia deste modelo restringe-se a siruagbes de tise ¢ do, hoje chamado, transtorno do estres- se pés-traumético e nas reagbes de ajustamento ‘em pessoas que possufam um relative equilibrio ppsiquico antes de haver ocorrido uma mudanga sibita efou traumética em sua vida PRATICA CLINICA A influéncia dos conceitos. psicanaliticos converteu-se em um processo clinico cada ver mais longo, mais amplo e hiperdime do que inicialmente idealizara o proprio Freud a0 iniciar seu trabalho de “cura pela palavra”. wado sigue cea 73 Bo Experiéncias demonstram que a Psicoterapia de curta duragao é eficaz nas situagées de crise e no transtorno do estresse pés-traumatico ~ A Psicorerapia, de mancira geral, deve ter como meta a cura €a possibilidade de atingir 0 rerorno do paciente as suas condigées psiquicas anteriores & doenga, num tempo minimo. Para tanto, & necessirio que esse paciente consiga aceirar a realidade de seu ser no mundo, isco é, como ele & e quais sio as suas reais possi- bilidades de ser ¢ agit. Ao longo do tratamento, ele iré penetrar no seu psiquismo, ajudando na realizagio de si mesmo e seguindo o caminho de vida interrompido pelo estabelecimento de uma situago especial de “doenga” (uma crise, por exemplo). Desa mancira faz-se com que 0 paciente volte a ter.o controle de suas préprias varidveis individuals, para, no final, conseguir se reintegrar & cultura a que pertence, manifes- ‘ando seu potencial em todos os campos da ati- vidade criadora, mas, obviamente, levando em conca as suas limitagbes nacurais. Assim, © processo de Psicorerapia Breve envolve a criagio de um vinculo transitério ‘entre terapeuta e paciente, baseado na relagio A aceltagio de realiade, cena ou no, ‘vabahada cant de reals possbdades de ago dialégica escruturado na empatia, com um nivel minimo de consolidagio; a intengéo € que possa desenvolver-se, tanto no contexto da propria experiéncia traumética vivida quan- to no relacional terapéutico, certa experiéncia ‘emocional de corregdo (experiéncia emocional corretiva), aqui empregada num sentido que possibilite a emergéncia de aspectos incons- cientes transferencialmente agregados & situa- 640 vivida no presente pelo paciente. Tal situa- G4o permite 0 reconhecimento desses aspectos profundos (insight) © a liberagio de cargas ‘emocionais bloqueadas a eles ligadas (catarse) Outro elemento que se apresenta para 2 conceituagao de Psicoterapia Breve é a questio da determinagio dos objetivos a serem aleai gados pelo processo. Primordialmente, 0 ob- jetivo nao € outro sendo o de se atingir aquele equilibtio existente anteriormente a crise, atra- vés da resolugio desses aspectos transferen- ciais agregados. Isso trax & tona 0 aspecto da focalizagio, ou seja, a manutengio constante 74 paique i do tema nas sessbes terapéuticas, em torno da ‘questio central que originow a situasao de dis- funcio ou desajuste emocional Em relagio 20 termo ‘breve’, que indica um fator especifico nessa modalidade de Psicotera- pia, traca-seefetivamente da limitagao do tempo de durasio do tratamento, determinado desde o inicio do trabalho, fundamentando nso somen- te as questdes socioecondmicasinstiucionais ou particulares, mas também a observasio de que tuma situacio de crise ¢limitada no seu tempo de duragao. Ha também em sua argumentagéo a proposigdo colocada por Malan (1971) de que o petiodo predeterminado para a duragio do pro- cesso desencadeia uma “ansiedade posiiv’, algo parecido com o principio exstencialista de que 0 reconhecimento da morte posibilita a vida. Sendo assim, os meios de alcangar 0 ob- jetivo terapéutico envolvem virios niveis de agdo, que vio desde mostrar a0 paciente 0 que esté realmente acontecendo e de que for- ima ele esté reagindo (clareamento), passando por tuma etapa pedagégica, na qual Ihe seréo ‘oferecidas algumas alternarivas de solugéo (csclarecimento), até atingir a fase mais im- portante do processo, 2 abordagem direta dos contetides do mundo interno, que impedem ‘seu livre desempenho (resolugio). ‘Nesse sentido, a Psicoterapia Breve tem por finalidade uma experiéncia emocional corret va, em que se oferece ao paciente a oportuni- dade de vivenciar uma situagio especial num contexto relacional de aceitagéo € seguran rno qual ele possa chegar a uma formulagio interna do conflito e reestruturar sua vivéncia de ansiedade frente a uma situagéo emocional antes insuportivel. PAPEL DO TERAPEUTA Para atuar na Psicorerapia Brevé é preciso que o terapeuta se despoje de algumas posturas que tomam corpo em seu trabalho, devido aos vicios de se realizar um tratamento prolonga- do, no qual sempre existe tempo para deixar que o préprio paciente dirija 0 processo rera- putico para uma exaustiva ¢ ampla compre- ensio e elaboracio de sua vida. Tipos de Psicoterapia Breve 's82_ nova abordagem terapéutica visa claramente um nico objetivo: a tratamento da situaglo atual vida pelo paciente. No ‘entanto, podemos entender a Psicoterepia Breve sob ti8s vértces diterentes: a) Psicoterapia Breve mobilzadara: tata-se de um processo ‘que tem como objetivo a clareza a respeto da ansiedade contida em rocessos mérbidos apresentados pelo pacionte, mas que, devido & diversos fatores, principaimente devido @ mecanismos repressivos, fle ainda ndo se encontra apto (ou mobizado) a submeter 20 processo psicoterdpico, ) Psicoterapia Breve de apoio: trata-se, por sua ver, de um rocesso de agdo terapeutica que tem como objetivo diminuir 2 ansledade do paciente que sofre de cificuldades emocionais, sejam elas de quaisquer origens. Terapia notadamente efciente no acompanhamento de paciontes da drea hospitalar cuja principal ificuldade esté em lidar adequadamente com algum clstirbio somético que levou a0 hospital, seja clinico ou cirirgeo. Tal trabalho vem ganhiando, da a dia, mals espago nos grandes cents hospitalares modernos, ©) Psieoterapia Breve resoluiva: destine-se a procurar a origem Intrapsiquica que orignou a situacéo de crise viva pelo paciente com 0 objetivo de, efetvamente, salucionar o quadro apresentado, Eotino de Psicoterapia Breve que tem por determinacao o principal ‘objetivo de uma psicoterapia (dbvio, a meu ver: 0 ser trapéuticn, isto 6, ela tom em vista efetivamente trata Pique trcaoits 75 cE Entretanto, no procedimento breve, 0 papel do terapeuta € muito mais amplo, livre ¢, por iss0 mesmo, muito mais responsivel. Exige-se Imais experiéncia € muita disposigao para exer- cer ativamente essa fungao. Enquanto na terapia prolongada, o terapeu- ta é “aquele que apenas carrega uma lanterna ao lado do paciente para jluminar 0s seus pr prios passos” (como nos ensina a experiéncia dos mais antigos), na Psicoterapia Breve o de- ver é, ainda que por breve periodo de tempo, iluminar codo 0 momento de vida do paciente. Assim, o profissional recebe o individuo imer- so em uma situagio de caos psiquico, no qual ‘seus mecanismos habituais de adapracio € de- fesafaliram, abrindo uma “ferida” em seu SER, deixando-o bastante limitado em suas agies do cotidiano, Portanto, cabe 20 terapeuta assumir a fungio de ego auiliar (em seu sentido mais amplo), favorecendo a momentinea formagio de um sélido vinculo e, através das técnicas de trcinamento da espontaneidade © reconheci- ‘mento do EU, reconduzir o individuo para seu caminho, live ¢ pessoal. (Veja quadro Terapen- 1a: um ego ausiliar) Todo esse processo exige muito do profis- sional, pois, além de simplesmente observar 0 paciene em sua “viagem através de si mesmo", Terapeuta: um ego auxiliar 0 psctapeva passa Becta 2 contento essa funcdo de ego atin, & inecessério ter Gesemvolvide, em si propio, tana sé ce res coma 1) Humanidade: € inegivel que, para execer uma ‘fungao de ajuda, 0 terapeuta devera em primeira lugar identificar a quem esté quetendo ajar. Pare tanto, ¢ funda- ‘mental ter @ capacidade empatica bem desenvolvida para, de fato, poder perce- ber quem & 0 outro reconhect-o em todos as seus vértces, caréncias, angis- tis, em seus fmites, polencialidedes, efi, pereeb4o como pessoa, Dui qualticatvos. 2) Potencia essa forma concretza-se 0 lema do existencialismo que 6 “a exstencie precede a esséncia”, ou seja,énecessé- slo percebero paciente antes dee at Esse € o elemento al que justia 42 conatagso dos senvidores de uma pessoa por outa, ou seja,é a condigao fundamental que ampara todo o conne- cimento técnica, tesco e vivencial do terapeuta. Pode ser identicado sob 0 ‘nome de conhecimento, 0 qual se ba: seiaino real desenvolvimento do dominio ‘do processo terapéutico em si recone deve viajar junto com ele, cedendo-the a sua “parte sadia”, Alfredo Moffatt diz. que “com nossos niicleos histéricos, nos introduzimos no mundo do paciente representando e trans- mitindo emogées ¢, com 0s nossos niicleos es ‘quizéides, evitamos que no final do processo scjamos dois no fundo do pogo em lugar de um $6”, através da dissolugao instrumental que permire que uma parte do terapeuta acompa- the o paciente em sua viagem, enquanto que outra permanece testemunhando 0 que esti acontecendo para poder levar o processo tera péutico ao cérmino. Disponibilidade © experiéncia sio, por- tanto, dois pré-requisitos fundamentals para 6 psicorerapeuta que se proponha a realizar a Psicoterapia Breve. Por outro lado, deve-se exi gir do paciente que ele também tenha muita vontade de se tratar e que essa situagio em que se encontra seja apenas um quadro reativo, sem grandes comprometimentos da personalidade. ATENDIMENTO EM GRUPO Pacientes vitimas de seqiiestro que desen- volveram transtorno de estresse pés-traums- tico realizaram tratamento por meio da Psico- terapia Breve integrada grupal, tematizada na ha cognitiva e no modelo psicodinamico. ‘cendo suas metas, objetvos,varagses, as especializagdes, @ supervisdo e 0 Interesse pessoal do terapeuta const- tuem alicerces fundamentais no de- semolvimento de sua pottncla que, ‘obviamente, nunca se conclu, dade a ‘enorme complexidade do conhecimen- to da natureza humana. E preciso ressaltar ainda que nao se trata de uma discussdo sobre a im- ‘poténcia ou a onipoténcia do terapeu- ta, mas, sim, do exerccio efetivo de sa capacidade de se utlizaro conhe- To psique incon cimeste adquirido em benefclo do pa ciente, ou sea, sua real poténcia, 3) Controle lem de grande polémica no meio ps conramstico, pas implica a acetagdo da hieraruizagdo da relagdo terapeuta-pa Giente, pelo menos quando do efetvo exercco da trap, ‘A horzontalizagao dessa relaga, bastante detensével parse tratar do re: lacionamento entre duas pessoas, tem um componente especial nesta situa 0, pois cada uma delasesté em un papel defnido em relacdo & outa; o te rapetta no de “ajudanto” e 0 paciente ‘no de “ajudado”. Esta condigao implica diretamente na responsabilidade do te rapeuta pelo exorsicio deste papel de forma a efetivamente ajudar 0 outro 4) Comprometimento Como atimo pré:requisto @ ser men clonado tem-se © comprometimento que nada mais é do que 9 continuo envolv- mento e a aceltaggo de responsabilida- ides assumidas que dao sentido & esco- tha do papel de terapeuts, Isso implica realmente, na aceltagdo do desatio ens: tencial de lutar pela vida © por sua qua: lidade acreditando, fimmemente, que as: sim 6 possivel, também, exercer uma fungao mareante nesse sentido. 0 comprometimento € 0 sentimento mals profunde que motivou (ou deveria ter motivado) a escolha de tio ardua tarefa que € acompanhar outro ser hu- ‘mano, em melo as suas afligdes. Sem vida, 0 elemento fundamental que deve alloerear esse papel 6 0 continuo fascinio pelo outto, 0 que exige uma frande disponibilidade interna, pols sem sso nenhuma habilidade, nenhum conhecimento, nenhum poder, enfim, nada é suficiente para conduzit a bom termo um processo terapéutico, sola ele breve ou protongado, pee cc 77 Ee © grupo era formado por oito pessoas, com queitas fisieas e emocionais com: nia, dor de eabesa, falta de meméri lade, inseguranca. apatia, medo e com mania de perseguigio, sendo que sete delasfcaram presas em cativeiro por meses; € uma mulher sofieu roubo se- guido de seqiestroe estupro. A influéncia dos conceitos psicanaliticos converteu-se em um proceso clinico mais longo do que inicialmente idealizara o proprio Freud, ao iniciar seu trabalho de “cura pela palavra” Cet ee erent A avaliagéo © tratamento foram feitos a partir da verificagio dos sintomas fisicos € piquicos; assim, todos passaram por uma entrevista com um psiquiatra ¢ realizaram testes cognitivos com as psicélogas,verfican- do a preservagio da meméria ¢ concentragio sendo eneaminhados para terapia geupal ou individual, conforme a indicagao. Durante as sess6es, que duravam uma hora e meia, foram avaliados os traumas que cessas pessoas haviam softido na vida, para identificar possiveis co-morbidades ¢ riscos de suicidio, A Psicoterapia Breve focal tra- balha a revivéncia de experiéncias primitivas traumatieas, farendo ressurgir danos pas- sados, que se encontravam arranjados. Com © objetivo de tirar 0 paciente da erise, para {que ele passe do papel de vitima para o de sobrevivente, a terapia de grupo proporci nna interagao € identificagéo dos sentin tos, promovendo a reestruturacdo cognitiva emocional para que cada individuo obte- tnha esclarecimento através do insight. No grupo em questio foi obscrvado que 0 trauma regride ¢ trax conflitos de abandono atual misturado com 0 passado; assim, a estratégia adotada foi integrar a desestrutura psiquiea da pessoa proporcio- nando melhor qualidade de vida, rornando © sofrimento menor, porque jamais serd es- quecido, O trauma é forte e fica a cicatriz para o resto da vida, Todos os pacientes se mostraram bastan- te fragilizados e sensibilizados com a dor alhcia. A vitima de seqiestro passa a ser prisioneira dela mesma, nao encontra forcas para sobreviver e lutar contra os sentime tos que Ihe acorrentam, impedindo-a de sair sozinha, trabalhar, dormir etc. As lembran- ‘gas si revividas com intensa dor ¢ isso cat sa um ponto maximo de estresse. © processo terapéutico proporcionou ao grupo a quebra de um tabu: a proibi¢io de falar sobre 0 assunto. Todos se queixa- vam de que as pessoas em stia volta nio gostavam de falar © evi quando a vontade das vi mas era justa- Tepsgue siete Retrospectiva Gan Freud pode ser considerado 0 apagar um incéndio em casa provocado de ligad: por uma lamparina de petréleo que en- ‘terapia de curta duragdo, principalmente _tornara, se limita a retirar a lamparing em seus primeiras casos, Fol assim com 9 do quarto, nao atacando o fogo gene- ‘maestro Bruno Walter que, apés seis ses-ralizado. Nao foi, no entanta, acompa- ‘sdes em 1906, considerou-se curado, ¢ nhado nesta postura por dois de seus também com 0 compositor Gustav Mabler, principals seguidores, Séndor Ferencz) fem 1908, a quem, apés quato sessbes, @ Otte Rank que chegaram a publicar Freud j havie sido capaz de curar, eli- 0 livio Desenvolvimento da Psicandli- idando a origem psicodinamica de sua se, no qual afirmam que “espléndidas curas foram conseguidas algumas ve- Entretanto, embora Freud tenha zes em poucos dias ou semanas”, Franz Alexander, do Instituto de abordagens de curta duragdo, n3o as Psicandlise de Chicago, realizou por ‘estruturou como forma técnica, chegan- sete anos um extenso trabalho sobre 0 do por fim @ afirmar que a ‘Psicanglise tema, no qual propés uma série de mo- 4 sompre um proceso terapéutico que dificaces na técnica psicanalitica que equer longos periodos de tempo”, re- vinha se desenvolvendo até entao. Uma udiando por completo uma terapia de das modificagdes consiste, fundamen- Curta duragao, Freud comparava o tra- talmente, na intengao do terapeuta em balno da Psicoterapia Breve a0 de um agir de modo completamente diferente bombeiro que, ao ser chamado para do que o paciente espera da autorida- pioneiro em aplicar processo de Psico. Impoténcia seletna com a esposa, alcangado alguns sucessos com tais mente expor scus sentimentos. A fami- lia, principalmente, trata 0 assunto como algo proibido, e enquanto isso as vitimas ficam com a dor de se sentirem cada vez mais oprimidas. A terapia proporcionou a liberdade de expressacem seus senti- mentos ¢ de reconhecerem, por identifi- ‘casio projetiva, que nao estio sozinhos; € possivel se igualar aos outros € no se sentir tio excluido, A medida que 0 paciente conta virias vezes a. mesma histéria, mas de modo dife- rente, faz com que o terapeuta mantenha a atengio flutuante, facilitando o caminho de ‘eestruturagio cognitiva e emocional através de insight. No caso desse grupo especifica- mente, logo nas primeiras sessées, estabe- Jeceu-se um bom vineulo, com os conflitos atuais mesclando-se aos do passado. Ao final do tratamento, foi possivel observar que a terapia foi resolutiva para um deles, mobilizadora para dois, e de apoio para o rescante do grupo. Espera- vva-se que fosse resolutiva para todos. O que se compreende é que a terapia breve focal fica restrita ao tratamento da vio- lencia e deve-se considerar que cada qual tem uma estrutura de personalidade de acordo com suas caracteristicas, fazendo ‘com que cada qual lide com suas parti- cullaridades defendendo, a sua maneira, a ‘que melhor se arranjar. No trabalho de Psicoterapia Breve, permitir-se grau maior de liberdade im- plica também em ressaltar, mais uma vez, a importancia de no “atropclat” 0 pa- iente com sugestées ¢ orientasdes des- cabidas, pois que todo o processo poderd ruir. O objetivo final € que, tendo recu- perado seu papel social comprometido, esse paciente saiba como desempenhé-lo em proveito préprio. . ‘sua imagem parenteral, Se- fia essa a mais importante arma, com a ‘qual 0s psicanalistas lutariam eontea 0 Drincipalinimigo na Psicoterapia Brove: a transferéncia, Outra modificagao da tecnica foi a alteragao no nimero e na frequéncia das sessées, a fim de lidar com 0s aspectos de denendéncia, ‘Outre importante abordagem formu- lade por Alexander diz respeito& preocu- ago com 0 passado, Para o psicana- lista esse sentimento deve ser superado pelo estudo do presente ¢ das condigdes reundantes da vida atual. Alem disso, le também propés a combinacao da te- rapéutica psicanaiitica com 0 uso de me- dicagao e outras formas altemativas de terapia. Todas essas colocagbes eviden- iam uma mudanca de atitude, no senti- do de transformar 0 nicleo da questio; ‘ao a teovia preestabelecida, mas, sim, a ‘pessoa e suas nevessidades. sigue seta 79

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