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Marcel Martin A Linguagem Cinematografica ‘Tradugao Lauro Anténio ‘Maria Bdvarda Colares Bratoro ‘Dial 205 Le ton Ca 1985, 185 « 200) ‘iol rigna: Le Lang Cininataraphiue ‘inked Lingegen emarrae ‘hur ane Mar ‘Trg Lar tne Maria ara Clae op: Cri Desien apna Mra Fi Aree Ges ism srs 54k Dept bea 2355805 Dads Der 2005 apoio atest Ieee “ao itor enced preguntas por ‘anon Oto Ramos 1 Tone Lisboa PORTUGAL ‘tan 20a 1874 na nena UMA LINGUAGEM CINEMATOGRAFICA 0 mo pip tras Hat dCs mito aie de prance.) Too preamp oar ea Prima ia dum ott digg a oso rsederexeplat leona cnr clinton de inmates Foi em 1971 que apareces em Portugal a primeira edigio tradurida para portugus de Linguagem Cinematogrifea, de Marcel Martin. Bea uma ed {0 da Prelo,com teadupio conjunt, minha e do meu querido amigo Vasco Granja ness altura teabalhévamos muito em equpa, sbretud na organize ‘0 dos Cielo Cinematgrafcns da Casa da Imprens, que acnteiam anv ‘mente na salas dos cinemas Alvalae e So Luis, psteriormente, no Impéro, ‘Aprimeia ego francesa desta obra sorgira em 1955, esgotara com rpide, ‘ consttuira obviamente um éxito editorial, ma fora sobretudo um grande triunfo junto de umn pilin einflojovem, qv ferompi com a frea de um ‘leo um poueo por todo o mundo, soretudona Europe patiularmente em Franga, com o eparecimento da nowele vague (que iia ter repecusses im ‘portantisimas por todas os continentes, om o eeladir e movimento de -nov0 ‘nema do Brasil as Repiblicasditas Demorétcas de Leste, do Canad e dos BUA Asia Esta obra tranformen-se um pouco na Biblia: dessa juventude ‘vida de compreender cinema e do o eonceber crativamente Por essa altura ndo abundavam as ecolas de cinema ainda que o IDHEC, em Paris, fosoe uma referéncia internacional, como ora igualente a Cine: ‘mateea Francesa, livres como ete de Maroc! Martin tinham e dom de en ‘Sins eros flmes, que ea por ess altura (ainda hj) a melhor forma " Antimneah aprcie am sta pertgsn,pi sl 196, de se aprender» a gostar de cinema e, por arrastamento, de fazer cinemas uitas grades de ovens apronera a amar o cinema lndo obras como esta vendo os filmes que ea esta refere Durante muitos anos edo portuguesa estoveengtada era impossivel ‘ncontéla, nem sequer em elfarrabistas. Quem tinha umn exemplar guards ‘ao cnsament (eu nem por sso, dado que emprestl hi mito ome aalguém ‘que a reclven guardar ciosamente ~ que Ihe tenha feito bom proveit, ¢ 0 ‘que desea. Foam surgindo muita egos em Franga, até ser publiada, em 1955, ume edigto revista e aumentada, eom a claboraga de Olivier Barro, ainda eserapre pela Eitions du Cart E esta edigdo que agora dada Aestamy ‘a pela Dinalivr, numa nova tradugo revista e aumentade, novamente em calaborapo, desta feta entre mim ea Maria Bduarda Caares ‘Marcel Martin foi um dos grandes eric, ensaistase hstriadoes de ‘inema de Franca, ombnesndo com nomes como os de George Sadoul, Henry ‘Ago etantos outros seus contmporineos. Este seu lv, tl om todas ‘bras referents aexclasesttiasenarrativas, tendo a desoctualiar-e, mas no a ser ultapassada.Desacturliza-e porque vo surgindo novos movitnen- tos, correntes autres. Ea li da vida. Mas o que fia ecrita sobre tudo 0 que ocorreu at & eclosto da nowslle vague nto perde a sua rario de ser, or ‘muitos ingulos novos sub os quais possa ver vst. Ness aspecto, a lige de Marcel Martin mantém toda a su actusldade vigor Osea trabalho de ‘anélise de muitas obras da épaca do cinoma mudo énotéel e mantérn toda a forga da sua argumentaioe intlgéncn. Camo é sade, durante esta epoca langaram-se os alieres de uma linguagem cinematogrifia que ainda hoje base deta a linguagem audiovisual, artcularmente de todo o cinema. Por isso, acompanar as ligds do Mareel Marin &acompankar 0 labornso ‘aminbo da cisco cinematogréica, da instivuionalizapio do regras eda sua ‘ultrapassagem crativaerevluionria * ra Sorin i sated ri ra ed 3c ot ul dar ‘ua Ohare Opin Vin Le Cine Pree, Le Cn Sue de ‘ircht¢Oarche Pris anne sg peta ora on in Sec nim narnia Ft ‘ean rset Pa [Agora que apareceram tantas escola de cinema e ainvisual, agora que 1h tants formas de prosseguir uma earreira lgada ao cinema e ao audio visual agra que o interesse pelo cinema eos nawes mis de eomunicasdo audiovisual suscita tanto entusasno, quanto mais nose entre o publica ‘que e quer eada vez mais informado eric, uma obra como esta tr toda a ‘ano para ser para se reditada dae rela, eatudadae dieu inclusive alguns aspects que podem ser polémicos nae nossa das hi, por exemslo ‘uma excessva tendnca para valorzaro cinema de Late, da URSS e Estados satdites que os tempos se encarregaram de reporno seu devo Inga LAURO ANTONIO PREFACIO [Nao so certamente muito mumerosas as obras sabre cinema que meio sé cul depois da sua primeira publiog, continua ager reeitadas Eo eato de ‘A Linguagem Cinematogrfic, de Mares! Martin, que se tranformou, eam © decurso dos anos, numa eepécie de gramitiea da 7 arte, na qual se aprendem ‘as proprias bases da sua excita, Para dizer a verdade,explorar je esta obra ‘conaitair, quer para eter prparado, quer para aqule que vai desabrir pila primeira vex eee texto, um mergulbo refescane no amor love pelo cine- ‘ma, Quando o livro saa, Marcel Martin no inka sindatrnta anos eo olhar ‘moderno, 0 noes, sobre os mes, mal completara os dex anos de exstncia Data do pis guerra, na epoca ainda recente, @epargdo em Franga do camen ‘rio simultaneamente estticn etcnivo de umm Andeé Besin sabe a pofun dlidade de campo, por exempla- a dein de uma abordagem quase moral 8s ‘ras de Roger Lenhart, orelee de um estilo de Alexandre Astruc(acaméra slo om 0 eboge imperfeito de uma metoelagi histvien de Georges Sadoul ‘edean Mitr. Mas em breve iro surgir as posiges demareads, injustas © tstimulantes dos olaboradores dos Cahiers du Cinéma, futorosanimadores da Nova Vaga. ‘Marcel Martin situa-se & margem desta referencias. Divoriad do mate- ialismo em flea, apaixona-se pels mes ants de os diseear esfrya-se por expicar a lio a sua estrutua, composi elinhas defrgaesttcas. ‘Mais prximo de Pierre Franeastel do que de Elie Faure, ele repraxima, ds se, reerda, mais emo ein do que coma erudit, spesar de «sua curio ‘dade no conhooer limites, Ao ls, apreendemas a medida da infinita com " plexidade da eserita einematogréfca, que se sprende ler, de uma forma til ‘coma wen Tinguagen descodifeada. E Marel Martin soube parr a tompo no ‘decive perigoso que conduzia na andlise ds flmes &tentaio do centismo, ‘esbogado na Sorbonne a partir dos anos cinquenta e formalizado depois de 1988 po Christian Metz eos seu epigonos ‘Dos Irmoe Lumiere a Wim Weaders, um séeulo de cinema € percrvido estas pginas,O seu autor viveu uma sede instil de imagens, um desejo amas satiseito de deserts, De bloo de natas na mio eal nafronte, ‘ssou a vontae ts quatro doinis da sue vida dentro das aala ecuras, rangois Traut em -Fahrenbeit 45, inspirado por Ray Bradbury, imaging- ‘a chomens-livros, Marl Martin um shomem filmes Ougamoo Olivier BARROT ADVERTENCIA DO AUTOR Desde a sue primeira edigo, em 1955, est Livro conbeceu um sucesso conetante porque correspond ix necssiades daqules para quem fai cone ido, os einéfilas todos os amantes do cinema que pretendem fundamentar 0 ‘sea inereseo aprofundar of seus cnhecimentos, Fi tradusid em dezasete Tnguase servi de manual em varias esclas de einema. Constitui ohalango do mais d trinta anos de frequénca asidua da Cinemateca Francess, dos ‘inches, das alae publicase da tclevsio eo prodato de indmerasnotas reciidas no dovorer das projepes: tendo saprendido- cinema unicamente ‘endo flies, quis fazer deste livo sintese de uma experinea paties de ‘inlo eum instrumenta de trabalho para dos ox que se queem insiae na tsticn do cinema e simultaneamente na sua histria. ‘Axlicando © principio sensato de Piere Larousse, para quem sum dizi rio sem exemplos ¢ um eagle, Haste @ discurs -pedagégio~ com ‘numerosas cities de mes desriasrigoosamente de modo a evidencar sen signin, na sequécia de ots eres, dentro de uma peapestiva ‘estética que ft, nomeadamente, a de André Basin, que eu eonsidero um dos ous meses eepirtuis, tl com Georges Sadol no que se refere ao mtodo historic. Nao cansidere relevante repeir aqui as conlusbes perks mente formuladas pelo semilogs, porque tentativa de aplicer uma disc plinacentifea,alinguisties, a uma actividade de eragdo artistic revelou sor ‘uma taefasedutora mas arrseads, na medida em que a farmulario das es a produ eda transmissao do sentido nao elimina omistéro eo milage da «riago individual o pipro Christian Metz reeonheceu os imites da investi go semioligia neste domina por isso que me limita afornecer wo ior, fm anexo, uma breve aordagem de questio. 8 Vericando o sbandono progressive de um bom mimero de procestos da linguagem cinemstogréfca, somos de inicio tntados a pensar que osu inven tari consttiri 0 diggnistin de uma espéeie de deny nfl eorrespon dente aos balbacios da Sétima Arte, ants que esta se conseguiss libertar ‘de alguns dos meioe de expressto que podem, com efit, parecer um pooco ‘etcoleresna sua vontadedeaplisar an cinema ets de linguagem que no «io mutes vers mais do que equivalentes misou menos apreximados dos proces- tos ais oa esritos, Maso desprendimento progressive da especfidade da Tinguagem filmic fi obviamente aeserado pela influéncia da televsio, que represent aquilo que me snto tentado a designar,parafraseando Roland Bar- thes, por ogra reo da ecrita filmica. Esta contaminacio tra conigo uma ‘banalizagio e uma uniformizagio que traduzem mais a negapio da linguagem do que a su eligi: cinema comercial égeralmente uma simples Ftodpia ta realidad, em vex da eriogio original de um univers especfin. ‘a liberlizagindeelichs esilitnse dramatirgicos que traduz a grande expos ds inci dos noe 6, a de virias nals wags e do cna diet, Imovimentoscenstivtioe de um novo cinema earactorzado po abandoaa da naira dos arcs tradcionis desert. Assim, a linguager cinematgré fea moderna, alimentada pela contrituio do relism em orl edo neo realisno em particle, tingia um etl detitudo de todas as imitapes que pderiam ‘onstituir os componente do arsenal expressivo da inguagom trafic. ' yor sso que QEUSRIBTABors lem do su objectv nical de elencar {odes 2 pracessas do esritur mies. Sina do elit 6,0 Sounds determnians itr elon dos qusis os fles soo espelho ou o motu. portanin, ete enquadraments ntelectaal quo mu trabao se Stun, tra- ‘lh ese qe temo objctie, antes de tad de fernecer ns cinfilos uma anise sitemiticaenrmtiva ds processns de expresso da lnguagem cinematogrifca “ Nota dos editores franceses nie RAS ER AA RTE IBEbceve um exit songe’- row esgtou-se rapidamente,¢ mesmo scatecendo com as traduses pubic das em espanol, ponds, rasa e portugués” ‘Tendo em vsia 0 pblico que se destina essencalmente, ode amadares ¢ de cariosos de einem, os inéfilas, autor no quis reimprimir, exactamente ‘gal, um lvro que no pretendera aparecer como defini e que queria ser, primero do qe bdo, um instumento de trabalho ( presente volume ndo ¢, portant, uma simples rimpresso, mas uma nova eign, inleramente remedelada em fangaode cinco anos de expriécias ‘aquisigns ndditas que reforam ainda mais ocaricter do informagio cone ‘we de sintee orginal aque obra fou dvendoo sou éxito. "Ants ig ng prague ete he Se a deve Lia ia ‘ura Pee we ao ep au ti Apres et os ‘Revs rar ead ara inion ctl oie 87 1s Nota dos tradutores portugueses (O critrio adoptao par a tradago ds tus de filmes aber 0s 6 guintes prints: ~Procurimos dar o tu orginal do filme entre aspass titulo portugus sem axpasl significa quo fle teveexibigoem Por- toga como tuo refed, m0 ilo portuguts (entre aspas) epreenta a tradveo literal do titulo original, quando lingua de arigem ndo 6 fcilmentecompreensive pel itor portugués casos de rato, japonds inguas nirdcas, ete: Na maior parte dos ‘aan tats de filmes no exbidos em Portugal eontad, nesta dassifcasio ‘contra tituls exibidoscomercalmente ene ns, ou na elev, mas (qe ignortsmaso ilo da vero portugues. ‘Ar omitotese o¢ casos que no conaeguimas resolver, apsar dos nossos sfirgoe, eam em stapensn, até uma eventual nova edo da presente obra & ‘para a qual saiitemosaelaborago benéol do tor no sentido demo in ‘as inexactdescometias. Acaaoscouesros "A Pedro Barzos, que facitow & Dinalivr a primeira edigto de A Lingua gem Cinemategrifica, um objeto rar e precios, esonhou desde srmpre com ‘reed deste Tero 6 INTRODUGAO, _ No pi csr dir air i a vel amar, eriaent, or 0 Gena io una are Ser ene posto etna qu nati do cic, de sngt lice a recs coe sds, Pitto, «Capa Stn, «Gra ns Nora Sc traiemp mi atin i evecare humanidde? Sim, ale, pre atl argo parece Sac ages gue perience cnn one nae ‘ena de its Geng shane fl pend a guys cra ont sepa cena, treo aun ks ean satin, éabacitamest racnal ter per dope unmet ae 6 ‘ene land aint infested an Morir rp es sn re sa ‘mamente delicado e que aeaba por se estragar com o ust; porque so hs mato Snermet sanins do cacaa eran denn nesen Sete Se vLablancie "=a Marta Adtran a ei amie oa ‘Tetons e's pain emt one rs pss Ge Non Croan ne Thess Bostic 181 puco tempo é que se enconta proteido pelo dept gale porque odreito ‘bora dos eidores quace no 6 recnhecid,perqoMMD, artes cE. © porsqse 0 posuidr temo direta de deste es lines come muito bem entender; porque ets submetio aos impeativos dos coma “irre jo jm penuma das outa artes as contngéneias materiis téen tanta infldncia sobre a liberdde dos riadores (One filldadiyorqse 2 mais jovern de todas as artes, nascida de uma vulgar tenica de epredusio mecinica da realidad, SI “derado pla igwensa malaria do pico como um simples dvertimento on: ‘val sem eerinniay py 1 @ censua, os produtres, os distribuidore cvibidares cortam os filmes 8 sua vontade; porque a eondiges do expect. ‘Ho to lamentveis que no sistema de sessescontinuas ae pode ver of an tes do comes, proectado numa tela que no eorrespande a formato do fle porque em nenhuma aura arte a concordinca critica ¢ tho dif deatngir prgue todas as pessoas se julgam suterzadse,tratando-s de cinema, ase consdererem jules. OTSA GJSRMIAUUENP) axe se aproscnta,» maiora das vere, sob as sporerias 9 mladrama, jerome euida'lenta: pre consog, om srande porte da sua produpio,otrunf da mbeciade; porque é, nas moe das potincias econimicas que o dominam, uinstrumento de enbrutecime- cade sonbo> (Iya Bhrenburs, ro fuga desbobinendo& fara auildmetres d pia optics (Audibert Deste modo, vcie profundas contrariam o desenvlvimento etio d cinema; e, para alm so um pecado original vergonhoco pes sobre o UMA INDUSTRIA E UMA ARTE, FE conhecida a oiebre frm inl de -Eaqusse dune Peychal ima, de André mux: -De resto cinema 6 uma indistria.»O que 6 para Malraux, aparentemente verifcag de um evidincia,torna-s,noesprto de alguns afimagao do um vii redititri a ee consteugio das ctedeas fs quase tambem, materialmente flan uma i ‘lstrin pela vos os meine tn tal facto nao impedia a ascensdn destes menuments no sentido da beler Mais do que o seu carécer industrial éo carter comercial que constitu um se inconvenient para o cinema, pois a importinca dos investmentas de ‘que necesita torn-otributrio dos forges econdmicas para as qua @ in regra de acy to do pbc, em virtue de ums hipottca lide oferta e procur, cu ‘a rentabilidade e que areditam poder falar em nome falseado na medida em que «ora inflenca a procura a seu belo praer de ser uma indistrin psa gravemente sabe o cinema, FRR conceit de industri, miedo que as materia, ‘ou ss responsei por Resumindo, xe 0 Felizmente que tl facto nio impede rua instauragio etticae que na avid ainda curt, o cinema prods suficientes obra-primas para que se tim arte, ma arte que conguisou s eeus me fos de expresso, e que ests completamente ive de infuénciae das para desenvlver as suas posbldadespréprias artes lem especial dott UMA ARTE E UMA LINGUAGEM Vinson nS AA BAS AR 0 ko ‘ir de Malis para quem one fo: ome, de recursos prodigoment i mitaos, de prssegui as sus expersncas de isnismo ede prestiitagio teatro Robert Hun: este arve desde que exit ciao original mesmo insinea)aportird lrents primicioe nt pets, RD EE spectacle inematgde i ir ul de rar RARE "No caso de Lumire, oat pio orginal do cine, «evidnca 6 meno nda mas alee mais damonstrativa. Ao fara “Entrée dun Train en Gare de La Coat: QCERAROTOGBI on Ls Sortie des Usines (A Saida da onto, cses poses isis eso Sepemndertenets onc O cariierquse mi dagen fimice ‘perecrcom persitadesee cara rs una cosa io Gren de a ‘Topo pid eta, Arian oes nas rige a manage ts bens que evecutaram as gavarsrupsires de Altamira eLasraux no {iaham conan do fner cra dare ou mee partmente wit averse de eter una epic de din main seo ni Tats alvgens que conti sua stb, Tova a a ines Bam hj pte do ptriminn rico a pew a marine Porant sare ete, no nn no cri da magia dn lio, anes dese orm un ctv enetca corse ler, niente epee su ne eecurie el, SaaS no 6 um perce codtrr un narrate de Yoslat isso dc GSWAARn woo prinspi arcs desea ev Ign qu te pol decberta progres de procs exes mia us exinais elaboradon shed, peo perpnmentn mais esetico eons) analisando o inumeros pracessns de expresso que so uilizados po ele com ‘uma maleablidade e uma ein compurveiss da inguagem fads. Noen- tant, esta afirmago io foge&controvési. Clare que, ab diversas formas, ‘iris ators contribuiram para isso. Assim, para Jean Cocteau, cum filme {uma eserta em imagens, enquanto que Alexandre Arnoux eonsiera que “ocnema & uma linguagem de imagens com o seu voabulérn priprin, sua *>(quumieniommmmmmmiaemandg® fo cn ones n 2 ‘gua universal, Louis Dll firma que sm bom ime é ur bom teorema> Por outro lado, viras obras fram consagradas, om titulos expos ono, ‘Tinguager imi Mas poer-se- verdadeiamente considera que o cinema seja uma ingua- ‘em dctada da malesilidde edo simbolsmo questa ng imple? Chen Seat lo parece aereditar nisso quando exrove: Desde qu e trate de reencontear 0 rasto da dsiplinas da inguagem convecional na agit transbordante das imagens flmiese,sbretudo, se 4 tenta procurar qualquer mei de secundar ‘estas disiplnas de secundar o su estabelecimento, &necessirio admit, pri ero do que tudo, videntemente, qu a ogra nda ao ltapascou uma ‘ra de harmonias imitativas Os nose fmespertenceram, por assim dizer, dade das nomstopeas visualise vnoras, das primitivas evveagies directs, sae sigoosingémooe seam chamadoe para uma oganizagio mais labora 4, por eonsoquincia, ara echo institirneles précis uma espécie de ‘aovenconalismo.. convenient aeresentar, claro, que ocarieterprimitvo quer der, no fndado na ments im, a passagem da afetvidde & dela € muito menos cert e muito menos evident Quantosespectadores no permaneceram neste nl sensorial e en ‘imental perante o cinema? O cinema, repto-o, 6 ums linguagem ques tora nocesari deifar muitos espectadres, glues dticnse passives, nunca conseguem digeri sentido das imagens Por outro lad, esta attude sensorial epassiva no é uma atitade exit, pesardeeu jt te defini este segundo nivel de vealidade da imagem come sendoo gra esti da sua apo, Porque ainstauracioestéie supe a cone ‘linen clara do poder de persuasioafetiv da imagem. Para qu exist ati tade estétin 6 ncessrio que aespectador mantenha uma certa distancing, ‘que no areditena reaidade material eobjectva daguilo que aparece na tel, ‘ue saibaconsientomente que ests diane de uma imagen, de um reflex, do 36 ‘um espectculo®. No se deve deixar conduzir &passvidde total perante 0 fascinio sensorial exerido pea imagem, nem deve allenar a consiéeia que tem deve enentrar diante de uma reaidadeem segundo grax: com esta nica ndiio, «de salvaguarda da literdads na partipagd, a imagem 6 verda ‘diramente aprceida com uma reslidade esttiae o cinema surge na su sfirmagio de arte e no de io® * oni qu enn tm tn et ‘Seaham ns tl arp & prema as nt ~Shanae esa cine ae rina agar ssn © tempeh rem a is pt ns SRENNaa tart te Cds owns apna pp 91182 6 2. O PAPEL CRIADOR DA CAMARA eps dete defini oe caractresgeris da imagem, ¢ agora necesério tstudar as mndaldades da sua eriago, sto ¢, papel da cimara na soa fan- 4 de agente activo dorogiet da realidade material ede eragio da realidade fica. Alexandre Astruc eccroveue este respeita: «A histirin da denice cine- ‘matogrfica poe ser cnsierada no seu conunto como a hstria da iberta- soda cimaras.”B, com efeito, exact qu eemancpasio da cimara teve ume ‘importénei extrema na histria do cinema. O nascimento do cinema cma arte data do dia em que os realizadorestveram aideia de desloaro parelha de filmar no decurso de uma ena: as mudanges de panos, dos quae oe mov ‘mentos do aparelb nio costtuem sendo um easo particular (notemne qe 1a base de qualquer mudanga de plano ha sempre um movimento de eimara, tfectivo ou mantdo virtualmente) estavam iventadase, por consequénca, 2 ‘montagem, fundamento da arte cnematogafc, Baseiosme em Georges Sodoul pera dar algumas informegies ténicas «que permitam esborar uma histéra sumdria desta ibertato, Durante muita temo manteve-se cémara fix, ima imobildade que crrespondia ao ponto evista doespectador da plate que asite a uma representa eatral. Eis ‘raga subentendida, ada unidade de onto de vista, que guiou Melis, erie doe ecundoe genial, long da su carreira. "Lan Pen n° 1,3 Jah e186 a [Nii obstante, desde 1896 que ofr tum operador de Lumitre ao cloear a elimara numa gindola em Venes fm 1905, em sLa Passion: (A Paixio de Cristo, de Zeea, uma panorimica ‘guia © movimento dos Reis Magos chgando ao estabulo de Bolém. Mas 6a um ings, G.A. Smith, reprsentante daguilo que Sadoul denomina a Escala ‘de Brightom, qu abe o mrt de ter, em 1909, bert a car do se imo- Diismo, modeando © port devsta na mesma cena ao pasar de um plano para ost Num certo mero dees relists desta paca, Smith passa ‘muito lvremente do plano gral eo primeiro plano, sndo ese ultimo, de rst, apresentado timidament, como se fsse umn trugue, vst através de uma lente tu de un mondeula, Smith, esereveu Sado, -ompleton uma evel de: ‘va o einem, Superoa a dptin de Edison, que 6a do tatripi o do teatro de marionetas, de Lire, que 6 do graf amadcr snimando uma das ‘suns provas,a de Malt, que ado eepetadar da plata. Achmara tornow-st ‘mével como ole humano, como o ola do eepectador ou como o obo do her do filme. Amara 6 entao uma eitura em movimento, etiva, uma persona ‘gm do drama, O realizado impte os diverospontot de vista ao espoctado Abandons-o0 paleo tela de Melis, -O espectador da plata sabe num tapete vader." 1 fora inventad espontaneamente ‘Daim dante a cimaratransfarmou se no aparaho fexivel de rgisto que ‘onhovemos hae rimeiramente i cloead wo servgo de um estod cbjetve da acy odo conor reordamo-nos dos travelling qu explora os pales do -Cabiria- (Cabra), ox do eee traveling de Intolerance ntlerancil, onde a cimara do Grifith, edaeada num bal, percorriaogigantst cenrio de Babin. Mas em seguida exprimiu patos de vista cada vez mais -subje tivos através de movimento cada vet mais sudaioos, Assim,em-DerLette Mann Ultimo ds omens, cimara.irompendo ram vertiginono traning para frente, materalizn no espa a trajetria das palovrns de uma eriada que cone ama viiniha as novidades do prio, Alguns anos mais tarde, em La Chute dela Maison Usher-(A Queda da Casa Usher a cdmara de Jean Epstein parece arastad, untamente cm oa fthas alas ao sabor de um vent Frise, enquanto Risenstein, com wr feroso ng paras frente, conferia ao seu aparebo o pont de vista de um touro ‘recipitando-se para uma vaea Staruye i Nowayes~ «A Lina Geral). Quanto ‘Abel Gance, nfo eontente em utilizar para a fmagens de -Napoons (Ns ‘edo mara miniatura encerradas em bos de futebol eprojctadas no ar ‘oma a fssem balas de canhi,e pretendendo conseguir o porto de vista de ‘uma bla de neve, orden, pelo que diem, que se lagassem cimaras parts tei através destin, Ox comarairins,ingietos, pretenderam amortacer 0 choguewestenderam redes, bel Gance pretest: ~ Farrapo Hu mano, acrdado do zu sno aloo pela campainhe do teleone ou a boa do her de «Och Efter Skymming Kommer Markcr-— Depris do Cepiseul vem ‘Noite, no auge de ma das suas crises, murmorand palavrasincerenes) Aon Pr iain uk Sea ici Pts om ‘Stuer ir ve oes pans ara mare oo ms een roe a hits hn ea erie %” OS ANGULOS DE FILMAGEM ‘Quando nfo so directamentejustifcados por uma stagio liga & sop, nu lagen nepali co particular, Olano cotrapicado (o assunto&itgrafado de baixo para cima, cloean- ¢hrse a objectivaabnizo do nivel normal do olka) dem geal urna impresso de superiordade, do exaltagao ede triunf, porque engrardece os indvidvos tende a magnifies, reortandos no edu até a envolver numa aurtala de nebina. ‘Em-Putyovkav Zhizn-(0 Caminho da Vida aflmagemem conrepiado ds rapazesatransprtar crea simboliz «eu alegria no trabalho ea vita aque conseguiram sobre els prprios. Um Angulo semelhante materialza © oder do eapitalista Lebedev de -Konyetz Sankt Peterburga> («0 Fim de Sao Petersburg) a superioridade morale ogni militar de ~Alexander Nevsky ~ Alexander Nevsky, a nobrea dos tréscamponeses mexicans injustamente ‘ondenados & morte Que Viva Mericl-~ Que Via Mie), Finalmente mn Der Lette Manne (0 Ultimo dos Homens),o protagonist, oporteiro de um trande ote, orgulhos do sou rtilente uniforme, éfotografade num dseeto lano cotrapicad até eo momento em que sua decadénca¢ mais acentaada elo inguloinverso ‘ plano picado Slmagem de cima pera bina) tem tendéncia para tormar 0 indivi ainda mais pequeno, esmagando-o moralmente ao colle no nivel {oslo fazendo dele um object levad por um eepécie de determinism im posivel de utrapassar, um bringuedo do destino ‘Encontracse um bom exemple deste eto em «Shadow ofa Doubt (Men- tira) no momento em que ajovem descobre a prova de que oi 6 um assassin, ‘\cimarainiabroscamente um traveling para ei, depois leva, 0 ponto de vista assim obtio i perftament aimpressio de horror ede desencors- Jamento que se apoera da herona. Melhor exempl, pr ser mais natural, fi conseguldo em «Roma, Citta Apertae (Rams, Cidade Aberta: a sequéncia da morte de Maria ¢ mada, do um poto de vita norms, mas plano durante ‘qual ela é morta polos alemae fi flmado do limo andar de um prédio ea ove, ao corer pela ru, parece um frig minisculo animal lutando contra ‘um destin inexorvel. Repare-se na eguinte combina de dos ngulos de -Le Baron de Ecluses (0 Senor Bart) «que evidencia uma aproximarao significative: Jean Gabi, om um ar muito seguro des, telefona a um amigo para pedir dino em ‘presado (fa enguadrado mim plano contrapicado ligeiramente acento), ‘nlizmente, o amigo enconirase ausente, ea sue aparincin de veguranga <é subitamente lagar an desencorsjamento (am curto travelling vertieal para ‘ima encadsia om um plano picado muito evoeador,o movimento da eimara teviencia de mado bastante senave a derescada moral da personagem). 'Bnacessrionesinala alguns exempls raves de flmagens verticals. im “Argent: (0 Dinheiro, Marcel LHerbicrclooou a eimara no nénite da eal principal da Boleaeobtve um panto de vista bastante orginal abr oformi- fardos omens de negiios, é-um plano vertical semelhante, embora muito ‘mais expressive em -The Paradine Case (0 Caso Paradin), no momento em ‘que o advogndo da acuada, aniquilao pla conisso da sua cliente, acaba de reoonhecr @ sua incompeténcia ¢ abandon a sala do tribunal num silencio ‘de morte. Em setid contro, René Clair dgpés a cdmara num plano con ‘rapicado vertical tufintemente melcoso para nos permitir conemplar 8 ‘oupa de bao de um dangarina de 1925 em -Entr cts; onto de vist mais interesante 6 odo heri de "Vampyr, transpertado (em sonho) num esixio cj tampa contém uma pequena janels, ou ainda o do protagonista de (Outubro um grupo de soldados dspara um eanko num plano flmado om uma lew insinag (pa recem encontrar-se numa estrada etendente) em contraicado. O panto de vista conseguido desta maneira di uma impressiovigoosa de esi fico © de fia ‘Um enguadramentoincinado pode também provaesr um ete mic. Tal ‘feito vende a fazer ver ao espertaor que Chara soko uma laders muito nai nada. empurrando um carvinko excessvamentecarregado (Works ~ Chariot Aprendia, Por fim, eo caso € 0 mais interessant para refrgo do que airmarmos, 0 enquadramento inlinado pode querer materalirar, aos als do espectader, ‘uma imposigio sfria por uma personage. Por exemple: uma perturbao um desequlbro mora Pode distinguir-se um pono de vita eubjctiv atribuido sua persona- fem da aio) um ponta de vst objetivo atribado ao expectador Ponto de vista subjectia: no momento em que o astassino deride matar ‘8 subrnha, um enquadramentoinelinadoexprime a confusd do homem que tem de cometer um novo crime para fzerdesiparecer uma testemunha ine moda Shadow of« Doub ~ Menirl quando a herein pensasucidar-se, a imagem osilae mente vulta posgdo horizontal quand, depuis de vena 1 crise, 06 reflexes do combsio, ab qual se ira deta, extingue no seu resto alucinado (Brief Bnesunter» ~ Breve Encontro); eto semelhante fo utiliza para exprimir a inguictago de um homem que te sr acusado do inio da sua mulher (Strangers on s Traine ~O Desconhcido do Norte- * CnCin pur a ner 9, May de 192 ha ate ie egrets, bund al to uta riba geo pnar uae pee -Bxpresto) ea da traperita, no momento de se langar no vazo Lala Monts = Tela Montes. Ponto de vista objetivo: um enquadramento inelinado(atilizdo perms rnentemente)tende a tornar sensivel ao espectador 0 malestar que nase do stridoepiséi do médico que provoa abortos Carnet de Bal ~ Carnet de Bile) ou da inqultante presenga dem fetcero que no recua perante 0 crime Sortilge Assnalemosfinalment o que se poderdchamarenquadramento desode nado, devo 0 facto da eamara ser sncudid em todos os enti. ‘Ponto de vista subjective: 2 agitao da emara a o ponto de vista sub- jectivo dot personagensatingidas poo trotso(-BronenosetzPotyomkin»~ 0 Couragado Potemkin dos homens feds pr Blas vaelam e eacm, de cos: tas, vendo paisagem rodopar La Rose et Te Rata; o mesmo efito suse eas impretedes de um jovem soldado mortalmente ferid Letyat Jura (quando Passam as Cegonhas) Ponte de vista objective: num antigo filme burleseo americana cimara de Alar ¢vilentamentesacudida para simular wn tremor de terra Hay in Mission querendo mastrar a Convengio Frances ayitada pla tmpestade das pines politics, Gance balaaga a cimara como se ela fossearrasada a0 ‘hor das onda alteroeas CNapoane ~ Napoled)e Clouzotsublinh, recor ‘endo a um balango lateral or sgueragueearicas de Jo so velante do camo ‘antes da queda fatal numa ravina Le Salaire dele Peur- ~ 0 Saléri do ‘Medol E igualmenteblougando a cimara que sesugereo movimento agitado dum navio ‘Para acabar: es um exerplo em quem pont de vista subjetivy se toma ‘bjectiv. Un plana que representa homens transportando com dieuHade um ‘ato pesado ¢ agitado por movimentasdesrdenados. Tudo so passa com se ‘sts movimento, que exprimem o pont de vista das homens sofrendo em a ‘arg, tivesem sido transferidos para o ponto de vista do espoctador, deixando ‘plano de representa a paisigem ue estes homens vEem sob o seus lbs ‘ara nor mostrar a sua prpri imagem: 2 -objectivagosrelizaa deste modo ecuplia a artcipagso sense do espactador no conti da imagem (La ‘Chute del Maison Usher» ~ A Queda da Casa Usher cmara agitada pelo poet da explosto, que tradaz simultansamente o pico de multidd © @ impress subjective do espectador (Metropolis. 0S MOVIMENTOS DA CAMARA ‘Sem comesarmes par distinguir on diferentes tigas de movinentos dec ara, tenemos done as sua diversas fangs dopant de vista da expresso [A ~ Acompanhamento de wna personagem ou de um objeto em movimen: (ora cimara segue a diligncia lagada a galope Stageenach» = A CCavalgada Heres) ovo combeioatravessando a nite (Vivre pour Vivres Vier por Vive. B ~ Gringo da iusto de movimento deur objeto exc: um traveling para a frente daa sensupta de que «Fortaleza Voedora se move sobre pista de vo (The Best Years of Our Livee-~ Os Melhores Anos da Nose Vida, Descrigdo de um espago ou de wna acgo passuindo um conte ma terial ou dramateodnicoe unten: wm traveling para tes mostra rogressivamenteo beile ao a live QuatorzeJullet-~ Quatorze 4 Julho; um raceldng lateral revela os cambates furioss na brea detractors (oStalingradshaya Bitva ~ A Bata de Esta Tinegradon, D ~ Defnigdo de relagde eapacais entre dois elementos da ago (entre das persnagens ou ene uma personage eum cbjeto pe exis tir uma relagio simples de oexstncia espacial, mas tambern pode ‘onstituiraintrodueta de ums ameaga ode tum perigo através de um ‘movimento de edmara que va de uma pertonagem ameagadora a per- fonagem ameagad ~ mas geralmente esto movimento mostra uma personagem impotente ou desarmada, ocando seguidamente una ersonagem que se eneonra num estado de superiordadetctea, que 6 vi som ser visto, te, (a rapariga revel @ Charlot qu ele revela ‘o do espectcul,depis a ekmara mostra o empreirio a expres Hos The Cirus+ ~O Creo ou um object que &origem ou simbolo de peri dois jovens casos com ar flix encostam-sona amurada ‘dem navi: cara roeua, fend entrar no campo de visto um talva-idas com o name Titanic - «Cavalade-") on para etabelecer tum elo topogrifco entre dois elementos da acto: os ois fogitivos jnleam que eso perdidos na vegetaso aqutis, mas um travelling ‘erica nostranos que esto perto da gua livre African Queen AA Raina Afsana 1B — Acentuar dramaticamente uma personagem ou um object destina- dos a representar uma funglo importante no desenrolar da acrio liracelling efectuado de modo 8 enquadear, em primviro plano, 0 rosto de Harry Lime, que se julga ter morrdo ~ “The Third Man 0 Terceiro Homem; o mesmo movimento realizado sobre uma ‘ela que vai sera causa do incindio na cabana do cego~ Genbaku [No Ko- ~ As Criangat de Hirosima) ov onstituindo uma ims- ‘gem choque (ravelling eurte répdo para mostrar uma eabera de ‘norte embalsamada - -The Most Dangerous Game» ~ 0 Malvado Tarot, — Espreseo subjection do pont de vista de uma personagem em moi ‘mento (a entrada no miserdve campo de passagem visto do camo dos ‘emigrantes - (Canal) eimara aeompanha longamente (durante tr minutos ¢ meio) ot insurreets que se dirigem, através das ruinas, para a sua nova posio. Mas eis o mai subjectivo: em (Ela 5 Dangou um Vert) im desesperco pela morte da raparigh que amv oa Finalmente, 6 necessério estudaro travelling para a frente, que é um movimento muito mais interessante, sem davida porque & mais natural. Corresponde, com efit, ao pnto de vista de um personagem que avangs ow ent correspond & direcgto do olhar no sentido de um centro de inte ‘elembrems, em primair lgar, otavllng para a frente justieado por ‘uma wilizagdosubjectiva da maquina de lar dy in the Lako-— A Dama do Lago, Tamm se pode da, excepeinalmente,o punto de vista de um ai mal (um touro em (Di- famacto de Hitchcock: eimara,patind de um plano de cogunto em icedo, rmostrando um vestibuo, dese, dando irvatas, terminando num grande plano de uma poquena chave que aerina segura na mio e cya enorme importin- ‘ana ayo €sublinhada pelo movimento da cimar, -Le Crime de Monsieur [Lange contém uma trajctria que fer senso na epee: «cdmars, elo ‘no interior da casa, mostre-mos Lange a pegar num revive, pas Segueo en ‘quanto ele stravess ofcna de impress, desc w esada esi para opto do lif para se juntare mataroigndbilHatala, .essusitadorunizamente pare 50 apoprar dos boneficios da cooerativa; aqui, longo momento do aparelio ‘exprimevigoocament a marcha iresitivel dos acontecimentos, a vntad i sia resolta de Lange de aver jstiga plas suas mics. ‘horora, sla Passion de Jeanne Are: (A Pao de Joana dre, -Le Not Bianchi (As Notes Brancas, Barty Lyndon, La Vie est un Roman~equnse tox of fimes de Clair, Carn, Strobeim, Sternberg, ete. 8 + pose defini um detrminedo nimero de concep eras do ceria: 1 Realsta: 0 uilizado, por exemple, por Reni, pela maior parte dos realizadores italiano, wvtieos e americans. Nesta peripetiva 0 enrio ndo tem ovteaimpliagao a nto sera sua ipa material dado, signifcando apenas aqui qe 6 2 ~ Impressionist: ocenrio a paisager) 6 esealhido em Fungo da domi ante psiagien da seg eondiciona e reflect, ao mest tempo, drama das personagens; 6 pisagem estado de alma, areca pelos romntcos. Bis, pr exemple algumsutilragiesparticularmente e- lize de cenrios naturais; um deserto permanentemente varvio por lempestades de area ‘The Wind» ~ O Vento, osebagem ¢ térrido Vale da Morte (Greed> ~ Aves de Raping), « montanha impassve ‘e morta Die Weise Holle vn Piz Palu- ~O Inferno de Piz Pal, (0 mar sempre recomerad The Long Voyage Hames — Tormenta a Bordo, 0 dédalo dos péntenos do Ps Paiste ~ Libertgio, a riqueza a naturezasmae (Zemliae ~ Terra, Nonvrechtchenie Vasil Bort nikov»— «0 Regresso de VasliBortnikow) a ehuva ineessante Une Si Jolie Petite Plage a neve glacial esufoante(-Hakuehi-~ 0 Wi ta) a naturezaimpassivel eslenciosa ournal dun Curé de Cam pgne:— Ditrio de um Piroco de Alda a Nlorestaimpenetrvel ea sussna La Morten ee Jardine - Labirinto Infernal as margens do Ps submersas na bruma Il Grid ~ 0 Grito) uma praia veluptuosa ‘Remorques Roques; La Red ~-A Rede) triste ( Vitlloni~ Os Tne) ou dloosa (La Strada - A etrade. “Bde de um intl pan te tar a eqn abe an ince n enigma pale ene een salt aa (eas, marta, svt despre rn mel cnet ‘Eee lt, npn hs rie re pe ra, i exe “ise nom ns us prnapm que pa or a rie. Ore us The anton par nara cre nafs on ps it dre see “ato a sumone an Pde, no entant, diatinguir-se aqui uma tendéncia sensualista (Donskei, Drjenko, Bute, Fellini, por exemple uma tendncia ‘mais intelectual bjctivst Bresson, Antonin, Visconti {8 Exprssonista: enquant 0 cendrio impressionist 6, em gral, nati: ral, ocenério expressionist 6 criado quase sempre artifialmente pra sugerir wma impress pistica cnvergente com a dominaate sccigca de apn. ‘0 expressanismo basea-se numa visto subjectva do mundo, ex pressa pla deformagto« estlizaio simbdicas. His a propésto um texto bastante interesante sob ponto de vista da histiriae dae tetica. Apareceu nos principio de 192, no primeiro mime de Cinéo (revista dirigida por Loais Delle telata 8 resceio gue provocos fem Franja 6 primero filme expressinita chegado da Aleman Bete film, inttalado Non Morgens bis Miternacht (Da Manhi { Meia Note), conta historia de um empregado baneério,tentado elo demino, que fage com a contetdo do cafe para i za a ids. ‘Tudo isto, eaereve Ivan Goll, desenels-e numa atmostera fbi «eis o momento em que surge um grande ejovem relizador, Karl Heine Martin, que 6 contra egr no Deutsches Theater de Reinhardt, spoderase do tema eeria, a partir del, redesdo pelos melhores pin tores da cade, 0 primeir filme expressonstae eubista sto, 28 paisagens e 8 obeetoe sungem desmedidamente aumentads 0a = ‘durids, segundo o significado da cen. O coniunto€ vst através dos ‘los do alucinado eixsir, mostrando os postigos vacilantes, as russ fenviesadas, os homens que gritam, como se fessem loos, © pense mento do her repetidoetranspste para os objectos, para as formas ara atmosfrs interior do lms ‘erificase como, dentro desta perspectiva ocenrio tem de ser scold (e cnstrsdo, desta ve) de mancira a dsempenhar 0 papel ‘de cantraonta! smb do drama das almas, “hanno pasha, oprelton ee i prt es ‘vec ma sneer uted reste rei: (0 expressonimo ¢ 0 mais belo titulo degra d cinema alemio, (0 conceit € de origem pictarel efi azide parao cinema estencial- mente por pntoese deeoradores, Podem-e-Jhe spontar dvas tendéncias principis. Antes de tudo, um expressionismo pietural ou teatral, euja obraprima & Das Kahinett des Doktor Caligrie (0 Gabinete do Doutor Cali {aris um cenéro totalmente artificial onde a lei de perspectiva Aeixaram de exstr, onde as construgies so vistas obliquamente e se pintam as sombras eas Tuzes (uj excentricidade ¢justificada pelo facto do filme exprimieo ponto de vista de um louo), 6 pela tua presonga, alucinant, tal como no nfo menos notavel-Raskol nikors, do mesmo realizado, onde o exmissério aparece no centro de rais de linhas pintadas, eomo uma aranha no meio da tei, cspreitando apres. Quanto eo expresionismo arqitetural, cjo mais belo exemple 6 Siogfreds Tod(A Morte de Siegfried, caracteria-se por eendrios srandiosos emajesteo,destinado a exaltar a aco épiea que males decore, ou, nesta obra-prima que ¢ -Metropoit (Metropali, por ‘um extreordindrio dlirio inventivo em que abundam o fantéstico& gigantesco, ou ainda em -Nosferat: Eine Symphonie des Grauens» (Nosferatu, © Vampirol, que utiliza cendrios sinistros onde 0 ter ror © 0 pinio ee libertam com naturalidade. O barroc pode, neste dominio, ser eonsiderado como muito primo do expressonismo e ‘waduz-se por uma abundincia quase surreaista e de que

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