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CONTRIBUINDO PARA O REINO DE DEUS

Os abusos quanto ao levantamento de recursos financeiros praticados por igrejas neopentecostais acabaram por tornar
bastante delicada a questão da contribuição financeira nas igrejas evangélicas em geral. O abuso, porém, não invalida a
realidade de que as igrejas genuinamente evangélicas precisam de recursos para manter seus trabalhos regulares. A Bíblia
nos ensina várias coisas acerca do dinheiro.

1) De quem é o dinheiro?
Todas as riquezas que existem no mundo pertencem a Deus, por direito de criação (Sl 24.1) e por direito de capacitação,
isto é, é Deus quem nos dá saúde, forças e oportunidades para ganharmos dinheiro (Dt 8.18). O cristão deve se conscientizar
de que ele é apenas gerente, e não dono dos recursos de que dispõe.

2) Deus tem um plano para o dinheiro que nos confia.


Devemos suprir as nossas necessidades e da nossa família. Deus sabe que temos necessidades (Mt 6.31-32) e que o
dinheiro é usado para supri-las (At 20.34). Deus deseja também abençoar outros por nosso intermédio. Devemos usar
nossos recursos para ajudar os irmãos que estão passando por necessidade (Rm 12.3), aqueles que são pobres (Dt 15.7-
8). Um grande exemplo disto são os crentes de Corinto (leia 2Co 8 e 9).
Devemos ainda usar o dinheiro para sustentar a obra de Deus neste mundo, através das contribuições regulares e
proporcionais que fazemos para a Igreja e organizações evangélicas envolvidas com a evangelização do mundo e as obras
sociais. Os legítimos obreiros cristãos são dignos de receber seu sustento das igrejas, como Jesus e Paulo ensinaram (Lc
10.7; 1Co 9.1-12). Para alguns, a contribuição por meio de dízimos é a correta (Ml 3.10). Todavia, o que importa é que
nossa contribuição seja regular, proporcional ao que recebemos de Deus e dada de coração.
Assim, através do dinheiro, Deus quer mostrar seu poder e bênção, suprindo as nossas necessidades (Mt 6.33),
despertando assim gratidão em nosso coração (Dt 8.18) e recompensando fielmente os que contribuem de forma voluntária
e regular para sua obra (2Co 9.1-11). Todo cristão sincero deveria refletir sobre o uso que faz do dinheiro, lembrando que
prestará contas a Deus, como um gerente presta contas ao proprietário.

3) Princípios gerais para o uso do dinheiro.


A Bíblia nos ensina muitas coisas sobre como devemos gastar o dinheiro que Deus nos permite ganhar. Quando
observamos estes princípios, podemos evitar mais facilmente a escravidão financeira. Eis aqui alguns deles:
 Aprender a gastar sabiamente. Devemos planejar nossos gastos (Lc 14.28-30; Pv 19.2) e parar com
despesas desnecessárias (Is 55.1-2).
 Não presumir da graça de Deus. Conheci um casal cristão que comprou um bem valioso e pagou com cheque
pré-datado, orando para Deus mandar o dinheiro. O dinheiro não veio, e a coisa acabou na justiça, com péssimo
testemunho contra o Evangelho. Não devemos tentar a Deus querendo ter um padrão de vida que é acima dos
nossos recursos.
 Praticar a respiração financeira. O Senhor Jesus nos ensina em Lucas 6.37-38 que recebemos na mesma
proporção em que damos. É verdade que Deus nos abençoa financeiramente apesar de nossa falta de amor para
com outros, mas ele tem prometido abençoar de forma especial os que dão abundantemente para os necessitados.
 Evitar estas coisas o máximo que puder: tomar emprestado para comprar algo que se desvaloriza facilmente
(Dt 15.6; Pv 22.7); ficar por fiador de estranhos (Pv 11.15; 17.18), participar de campanhas e sacrifícios
promovidos por líderes inescrupulosos, em nome de Deus, que prometem o que Deus nunca prometeu nas
Escrituras e que usam a religião como meio de ganhar dinheiro e ficar ricos (1Tm 6.1-10).

O dinheiro tem escravizado muitos cristãos. Mas quando aprendemos a usá-lo segundo os ensinos da Bíblia, o dinheiro
torna-se instrumento do bem aqui neste mundo.

Rev. Augustus Nicodemus Gomes Lopes


Pastor da 1º IP de Goiânia

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