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RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo apresentar a evolução da geotecnia no mundo bem como
abordar a história geotécnica no Brasil, o conjunto de estudos e procedimentos tecnológicos para classificação
de solos visando uma futura utilização em projetos de construção civil. Inicialmente é feito um panorama
histórico da aplicação de métodos científicos e princípios de engenharia para interpretação e uso do solo. Em
seguida, descreve-se as principais técnicas de prospecção de solo, suas aplicações e as tecnologias empregadas
em cada método. Finalmente, é exposto os principais ensaios para determinaçãos das propriedades físicas e
mecânicas dos solos.
1. INTRODUÇÃO
O estudo da geotecnia vem evoluindo concomitantemente ao desenvolvimento humano. Sendo
o solo a base de qualquer construção, sua importância e reconhecimento é datada desde os
primórdios da civilização. Por meio de erros e acertos, desastres e gloriosas obras da engenharia o
ser humano gradativamente aperfeiçoa suas técnicas de manejo do solo. Neste trabalho será
abordado a história da geotecnia no mundo, métodos de investigação de solo os quais são
importantes para uma primeira abordagem e por fim, os ensaios, através dos quais é possível
estudar de maneira mais aprofundada as propriedades do solo em questão. Todos esses processos
são de suma importância para uma obra adequada de engenharia, visando assim a otimização de
todo o processo, reduzindo custos e tempo, além de sofisticar a segurança dos projetos de fundação,
contenção de encostas, aterros, escavações entre tantas outras aplicações na engenharia.
1 – Graduanda em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
2 – Graduanda em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
3 – Graduando em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
4 – Graduando em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
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Na era clássica, os gregos passaram a utilizar elementos como mármore e pedra calcária,
preocupando-se mais com o aspecto arquitetônico, mas foram os romanos que se destacaram pela
inovação das técnicas construtivas e de fundações.
O legado romano em termos de técnicas construtivas pode ser verificado na obra do
engenheiro militar e arquiteto Marco Vitrúvio Pollio (Séc. I a.C.). A obra de Vitrúvio contém uma
série de considerações interessantes a respeito das fundações das construções romanas, como por
exemplo, dimensões, profundidades de assentamento, distribuição das cargas transmitidas ao solo e
sobre a características de resistência do mesmo. Vitrúvio foi o precursor da técnica de compactação
de terrenos fracos pela cravação de estacas e da utilização de ensecadeiras para a execução de
fundações subaquáticas, além de reconhecer, assim como Plínio (Séc. I a.C.), a existência de atrito
nas areias, principalmente naquelas de grãos angulosos.
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desde as grandes estradas sobre as quais dirigimos rotineiramente, para as grandes paisagens
urbanas das áreas metropolitanas de hoje.
3. PROSPECÇÃO DE SOLO
Qualquer projeto de engenharia, por mais modesto que seja, requer o conhecimento adequado
das características e propriedades dos solos onde a obra irá ser implantada. As investigações de
campo e de laboratório requeridas para obter os dados necessários para responder a essas questões
são chamadas de exploração do subsolo ou investigação do subsolo. Os principais objetivos de
uma exploração do subsolo são: determinação da profundidade e espessura de cada camada do
solo e a sua extensão na direção horizontal; determinação da natureza do solo: compacidade dos
solos grossos e consistência dos solos finos; profundidade da rocha e suas características;
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3.1.1.2 Amostragem
Quando o material perfurado for homogêneo, as amostras deverão ser coletadas a cada
metro, salvo outras exigências. Se houver mudança no decorrer do metro perfurado, deverão ser
coletadas tantas amostras quantos forem os diferentes tipos de materiais e cada material distinto
deve ser agrupado separadamente, com a informação do início e término da sua profundidade. As
amostras devem ser mantidas com sua umidade natural, acondicionadas em recipientes de
amostragem e etiquetadas.
Com relação do nível d’água, devem-se observar as condições de umidade do solo, uma
vez que, elas podem ser o indicativo da proximidade do furo com o nível d’água. Caso ele seja
atingido, é preciso que a perfuração seja paralisada. Então, a profundidade é anotada e passa-se a
observar o avanço do nível d’água no furo, anotando as informações a cada 5 minutos, durante
meia hora.
3.1.2.2 Amostragem
As amostras deformadas são aquelas extraídas por raspagem ou escavação, o que implica
no amolgamento das estruturas da amostra, ou seja, ocorre alteração das condições de compacidade
ou consistência naturais destas. Estas amostras devem ser coletadas a cada metro perfurado em
material homogêneo, salvo outras exigências. Se ocorrer mudança no transcorrer do metro
perfurado deverão ser coletadas tantas amostras quantos forem os diferentes tipos de materiais.
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de golpes necessários para cravar os últimos 30 cm. Após a retirada do barrilete, utiliza-se
novamente o trado para avançar o furo até a profundidade do próximo ensaio de percussão. E
então, repetem-se esses procedimentos até o final da sondagem.
O martelo para cravação do amostrador deverá ser erguido manualmente, com o auxílio de
uma corda e polia fixa no tripé. A queda do martelo deverá ocorrer verticalmente sobre a
composição, com a menor dissipação de energia possível. O martelo deverá possuir uma haste guia
onde deverá estar claramente assinalada a altura de 75 cm.
A cravação do barrilete será interrompida quando se obtiver penetração inferior a 5 cm
durante 10 golpes consecutivos, não se computando os cinco primeiros golpes do teste, ou quando
o valor do 𝑁𝑆𝑃𝑇 ultrapassar 50, em um mesmo ensaio. Nestas condições o terreno será considerado
impenetrável ao SPT e deve-se anotar o número de golpes e a penetração respectiva.
Ao encontrar o nível do lençol freático, a norma permite utilizar o trépano de lavagem, ao
invés do trado, para agilizar o processo. O ensaio utilizando o trépano de lavagem permite coletar
o material escavado pela circulação da água, através do auxílio de uma bomba motorizada.
3.1.3.2 Amostragem
A sondagem de simples reconhecimento permite determinar a espessura das diferentes
camadas do subsolo, além de fornecer a profundidade em que atinge o nível d’água e a camada
impenetrável. Permite ainda, a identificação do material após a medida da resistência através da
visualização e manuseio do solo coletado, obtendo-se uma indicação preliminar da consistência
dos solos argilosos, bem como do estado de compacidade dos solos arenosos. A amostra deve ser
levada para análise laboratorial, onde é possível identificar o teor de umidade do solo e sua
granulometria.
Após a realização do ensaio em cada metro, o amostrador é retirado do furo e a amostra é coletada
para posterior classificação que pode ser tátil-visual ou laboratorial. Deve ser coletada, no mínimo,
uma amostra para cada metro perfurado. Deverão ser coletadas tantas amostras quantos forem os
diferentes tipos de materiais.
Figura 4 – Esquema dos equipamentos usados no ensaio SPT e amostra de solo obtido
Fonte: http://obrar-engenharia.webnode.com/servi%C3%A7os/ (julho/2017)
3.1.4.2 Amostragem
As operações de retirada das amostras do barrilete e de seu acondicionamento nas caixas
deverão ser feitas cuidadosamente, de maneira a serem mantidas as posições relativas dos
testemunhos coletados.
Pela análise dos testemunhos, é possível classificar a rocha quanto ao tipo, grau de alteração
e grau de faturamento. Além disso, é possível detectar descontinuidades do maciço rochoso, seu
estado de alteração e preenchimento.
inserção do tubo provoca o amolgamento do solo, por isso deve-se executar o ensaio a uma
profundidade mínima de cinco vezes o diâmetro do tubo.
interfaces onde a densidade ou velocidade sísmicas sofrem mudanças, as ondas sísmicas sofrem
os fenômenos de refração e reflexão. Essas ondas, após percorrerem o solo, são captadas em
sensores denominados geofones, que enviam os sinais para serem transformados em registros
sísmicos (sismogramas). Pela análise do tempo de percurso das ondas entre o momento de sua
geração e o registro do sinal sísmico, podem ser calculadas a velocidade de onda dos meios
investigados e as profundidades das camadas nas quais as ondas são refletidas ou refratadas.
Este ensaio determina uma relação entre o teor de umidade e a massa específica aparente
seca, quando compactados. Quando se determina a massa específica aparente seca máxima,
podemos encontrar a umidade ótima. Desse modo, pode-se aumentar o contato entre os grãos,
reduzir volume de vazios, gerar materiais mais homogêneos, aumentar a resistência e reduzir a
permeabilidade, compressibilidade e a absorção d’água. Esse ensaio, atualmente é conhecido como
ensaio normal de Proctor, e é padronizado pela ABNT.
limitante de plasticidade, que é tido como o teor de umidade em que o solo deixa de ser plástico,
tornando-se quebradiço, ou seja, é a umidade de transição entre os estados plástico e semi-sólido
do solo.
dimensões das partículas do solo e das proporções relativas em que elas se encontram. O principal
objetivo desse método é conhecer a distribuição granulométrica do agregado e representá-la
através de uma curva, possibilitando assim a determinação de suas características físicas. Os
principais equipamentos utilizados neste ensaio são: balança, estufa, jogo de peneiras, agitador de
peneiras, proveta graduada de 1000 ml, dispersor elétrico e densímetro graduado.
O procedimento experimental para o ensaio de granulometria divide-se em três partes:
peneiramento grosso, peneiramento fino e ensaio de sedimentação. No ensaio de peneiramento, as
peneiras de aberturas maiores e igual a peneira de número 10 (de 2,0mm) são colocadas uma sobre
as outra com as aberturas das malhas crescendo de baixo para cima. Embaixo da peneira de menor
abertura será colocado o prato que recolherá os grãos que por ela passarão. Em cima da peneira de
maior abertura será colocada a tampa para que se evite a perda de partículas no início do processo
de vibração. O conjunto de peneiras assim montado poderá ser agitado manualmente ou conduzido
a um peneirador capaz de produzir um movimento horizontal e um vertical às peneiras,
simultaneamente.
O peneiramento grosso é realizado utilizando-se a quantidade de solo que fica retida na
peneira de número 10 (de 2,0mm). Pesa-se a fração de solo retirada em cada peneira até chegar à
de número 10. O peneiramento fino é realizado utilizando-se cerca de 120g do solo que passou na
peneira de número 10, fazendo essa amostra passar nas peneiras menores. Já o processo de
sedimentação consiste em colocar a amostra em imersão por 6 a 24h após agitar a mistura no
dispersor elétrico.
5. CONCLUSÃO
Desde os primórdios da sociedade os humanos buscam melhorias para suas vidas e
comunidades. Para isso, é preciso estudiosos que proporcionem invenções, porém tão importante
quanto criar ideias, é propor soluções para as dificuldades e problemas que venham a surgir no
caminho. Ao observarmos o desenvolvimento tecnológico tanto em outras áreas como na geotecnia
percebe-se que existe uma busca permanente pela simplicidade dos procedimentos e acurácia dos
resultados.
Todo o estudo geotécnico não demorou muito para ser desenvolvido. Isso porque os
projetos de engenharia civil sempre estão apoiados ou escorados no terreno, salva algumas poucas
exceções (como estruturas offshore, por exemplo). Como se trata de um meio bastante heterogêneo
e peculiar, para a identificação das propriedades do subsolo foi necessário adotar uma série de
procedimentos que permitiam uma caracterização adequada. Esse conjunto de procedimentos dá-
se o nome de investigação geotécnica, que tem como objetivo definir os estratos do terreno, sua
geometria, propriedades, posição do lençol freático e previsão do comportamento do solo. E
olhando de maneira mais abrangente, a investigação geotécnica visa ainda identificar situações de
risco para o empreendimento como: presença de taludes instáveis, falhas geológicas ativas, zonas
alagadiças. Fornecendo assim elementos necessários para um projeto seguro e econômico.
O êxito de uma obra de terra ou fundação exige o conhecimento da totalidade das
propriedades técnicas dos solos com o qual se trabalha. Entretanto, tal conhecimento é difícil,
oneroso e demorado. Procura-se, então, inferir essas propriedades a partir de outras mais simples,
mais gerais e mais facilmente determináveis. São as chamadas propriedades índices. A ciência
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Mecânica dos Solos adotou como propriedades índices do solo, algumas de suas propriedades
físicas mais imediatas tais como: sua granulometria, sua plasticidade e a atividade da fração fina
dos solos.
Através dos conhecimentos desenvolvidos e das técnicas associados a execução deles, é
possível superar diversos obstáculos. É importante ressaltar que para se ter uma solução realmente
boa, ela deve minimizar: os custos, impactos ambientais, os riscos e o tempo de execução. Sendo
assim de extrema importância a manutenção e progresso dessa ciência através de novos estudos.
Para que, com base nos conhecimentos adquiridos em conjunto com novas descobertas, novas
soluções sejam propostas para futuro.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[3] CAMPOS, Arquiteto Iberê M. Tipos de solo e investigação do subsolo. Disponível em:
<http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=9&Cod=126>. Acesso em: 24 de junho
de 2017.
[4] CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC,
1988. v. 1 p1 - 234
[8] FARO, Professor Victor Pereira. Ensaio de Adensamento. Laboratório de Mecânica dos solos
– Universidade Federal do Paraná, 2016. Disponível em:
<http://www.dcc.ufpr.br/mediawiki/images/c/c5/Aula_12_Ensaio_de_Adensamento.pdf>.
Acesso em: 24 de junho de 2017.
[13] MARIANE, Aline. Veja os detalhes de execução da sondagem SPT-T. Disponível em:
<http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/148/sondagem-de-
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[14] MARIANE, Aline. Veja os detalhes de execução do ensaio CPT. Disponível em:
<http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/148/artigo300999-
1.aspx>. Acesso em: 15 de junho de 2017.
[15] O PORTAL DA OFICINA DE TEXTOS. Ensaios CPT e CPTU: história. Disponível em:
<http://www.comunitexto.com.br/ensaios-cpt-e-cptu-um-pouco-de-historia/#.WU88JGjytPZ>.
Acesso em: 15 de junho de 2017.
1 – Graduanda em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
2 – Graduanda em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
3 – Graduando em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
4 – Graduando em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
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1 – Graduanda em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
2 – Graduanda em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
3 – Graduando em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
4 – Graduando em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro