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PESQUISA NACIONAL DE
TECNOLOGIA ASSISTIVA
Instituto de Tecnologia Social
Organizador
São Paulo SP
ITS BRASIL
2012
Inclui bibliografia
ISBN: 978-85-64537-04-0
CDD 362.4
1. Introdução 7
5. Conclusões 57
6. Referências 63
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soas com deficiência e pessoas idosas,
s estudos e análises refe- que são o principal alvo da TA.
rentes aos processos de Essa realidade já se reflete na quan-
pesquisa e desenvolvi- tidade e amplitude de novas políti-
mento na área da Tecno- cas públicas e programas oficiais que
logia Assistiva no Brasil abrem caminhos diferentes e geram
ainda são bastante escassos. Raros mes- novas necessidades, inclusive de re-
mo. A escassez desses estudos acarreta, cursos de TA. Para citar apenas dois
como uma de suas consequências mais exemplos dessas políticas que têm ge-
importantes, grandes dificuldades para rado demandas de TA em larga escala,
a definição e formatação de políticas vale mencionar tanto as novas orien-
8 públicas nessa área e para a configura- tações e normas estabelecidas para a
ção adequada de iniciativas de apoio e inclusão educacional de alunos com
fomento a projetos com esse foco. deficiência na escola regular, quanto
Que iniciativas apoiar? Com que os programas nacionais para inclusão
volume de recursos? Quais as subáre- sociodigital da população brasileira.
as prioritárias? Quais são as maiores O primeiro movimento, capitanea-
demandas? Onde elas ocorrem? Que do, no âmbito federal, pela Secretaria
resultados têm sido alcançados? de Educação Especial do Ministério da
A necessidade de responder a estas Educação (SEESP/MEC), tem traçado
e a outras perguntas desse tipo tem se diretrizes e apontado metas para a in-
tornado cada vez mais urgente. clusão de todas as pessoas com defici-
Além disso, nos dias de hoje, qual- ência na escola regular, tendo delinea-
quer estudo sobre o conjunto de pro- do as características de uma estrutura
jetos de Tecnologia Assistiva (TA) em de Atendimento Educacional Especia-
desenvolvimento no país torna-se ne- lizado (AEE), que organiza, sistemati-
cessariamente parcial e provisório; e za e busca viabilizar, na prática, essa
deve ser constantemente renovado e inclusão (BRASIL, 2010). Cada escola
atualizado, principalmente em função do país, pública ou privada, necessita
da alta mobilidade dos dados disponí- buscar, no suporte que deve ser ofere-
veis, causada pela crescente demanda cido pelo AEE, os meios para efetivar
e interesse nessa área, e também pelos o ingresso, o aprendizado e o sucesso
constantes e acelerados avanços tec- dos alunos com deficiência que come-
nológicos que ocorrem na atualidade. çam a frequentar, obrigatoriamente,
É possível detectar um crescimen- segundo a legislação vigente, os seus
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ara que se possa efetuar despercebidos. Para exemplificar,
uma análise fundamentada, podemos chamar de tecnologia
transparente e útil em rela- assistiva uma bengala, utilizada
ção aos dados revelados pela por nossos avôs para proporcio-
Pesquisa Nacional de Tecno- nar conforto e segurança no mo-
logia Assistiva, torna-se fundamental mento de caminhar, bem como
refletir e entender como o conceito de um aparelho de amplificação uti-
12 Tecnologia Assistiva (TA) vem sen- lizado por uma pessoa com sur-
do percebido e aplicado, ao longo do dez moderada ou mesmo veículo
tempo, tanto em nível nacional quanto adaptado para uma pessoa com
internacionalmente. E também anali- deficiência. (MANZINI, 2005: 82)
sar as diferentes formas e sistemas de
classificação que têm sido utilizadas. Existe um número incontável de
Tecnologia Assistiva é uma expres- possibilidades, de recursos simples e
são nova, que se refere a um conceito de baixo custo, que podem e devem
ainda em pleno processo de constru- ser disponibilizados nas salas de aula
ção e sistematização. A utilização de inclusivas, conforme as necessidades
recursos de Tecnologia Assistiva, en- específicas de cada aluno com necessi-
tretanto, remonta aos primórdios da dades educacionais especiais presente
história da humanidade ou até mesmo nessas salas, tais como: suportes para
da pré-história. Qualquer pedaço de visualização de textos ou livros; fixa-
pau utilizado como uma bengala im- ção do papel ou caderno na mesa com
provisada, por exemplo, caracteriza o fitas adesivas; engrossadores de lápis
uso de um recurso de Tecnologia As- ou caneta confeccionados com espon-
sistiva. Como faz notar Manzini: jas enroladas e amarradas, ou com
punho de bicicleta ou tubos de PVC
Os recursos de tecnologia assisti- “recheados” com epóxi; substituição
va estão muito próximos do nos- da mesa por pranchas de madeira ou
so dia a dia. Ora eles nos causam acrílico fixadas na cadeira de rodas;
impacto devido à tecnologia que órteses diversas, além de inúmeras ou-
apresentam, ora passam quase tras possibilidades.
(1) Qualquer produto (incluindo dispositivos, equipamentos, instrumentos, tecnologia e software), fabricado especial-
mente ou geralmente disponível no mercado, para prevenir, compensar, controlar, atenuar ou neutralizar deficiências,
limitações na atividade e restrições na participação. (Tradução nossa)
(2) “Qualquer tecnologia da qual possam derivar-se as ajudas técnicas, entendidas como qualquer produto, instrumen-
to, equipamento ou sistema técnico utilizado por uma pessoa com deficiência, fabricado especialmente ou disponível
no mercado, para prevenir, compensar, atenuar ou neutralizar a deficiência, a limitação da atividade ou as dificuldades
para a participação”. (Tradução nossa)
concepções mais amplas, com já foi vel às pessoas com habilidades dife-
visto anteriormente, e que favorecem renciadas;
melhor uma abordagem interdiscipli- 2) Flexibilidade no uso: o design aten-
nar do estudo, pesquisa e desenvolvi- de a uma ampla gama de indivídu-
mento, nessa área do conhecimento. os, preferências e habilidades;
O Decreto 5.296/2004 também regis- 3) Uso simples e intuitivo: o uso do de-
tra o conceito de Desenho Universal, sign é de fácil compreensão;
um conceito importante para a cons- 4) Captação da informação: o design
trução de uma sociedade mais inclu- comunica eficazmente, ao usuário,
siva, principalmente relacionando-o à as informações necessárias;
Acessibilidade e à Tecnologia Assisti- 5) Tolerância ao erro: o design minimi-
va. Nesse Decreto, Desenho Universal é za o risco e as consequências adver-
considerado como uma sas de ações involuntárias ou impre-
vistas;
concepção de espaços, artefatos 6) Mínimo esforço físico: o design
e produtos que visam atender si- pode ser utilizado de forma eficien-
multaneamente todas as pesso- te e confortável;
as, com diferentes características 7) Dimensão e espaço para uso e in-
antropométricas e sensoriais, de teração: o design oferece espaços e
forma autônoma, segura e confor- dimensões apropriados para inte-
tável, constituindo-se nos elemen- ração, alcance, manipulação e uso.
tos ou soluções que compõem a (SERPRO, 2007)
acessibilidade. (BRASIL, 2004) 21
Conforme a “Carta do Rio”, elabora-
Também no Decreto 5.296/2004, da na Conferência Internacional sobre
define-se Acessibilidade como Desenho Universal “Projetando para
o Século XXI”, que aconteceu em de-
as condições para utilização, com zembro de 2004:
segurança e autonomia, total ou
assistida, dos espaços, mobiliá- O propósito do Desenho Universal
rios e equipamentos urbanos, das é atender às necessidades e viabili-
edificações, dos serviços de trans- zar a participação social e o acesso
porte e dos dispositivos, sistemas aos bens e serviços a maior gama
e meios de comunicação e infor- possível de usuários, contribuindo
mação, por pessoa com deficiên- para a inclusão das pessoas que
cia ou com mobilidade reduzida. estão impedidas de interagir na
(BRASIL, 2004) sociedade e para o seu desenvol-
vimento. Exemplos desses grupos
O conceito de Desenho Universal excluídos são: as pessoas pobres,
(Universal Design), ou, também cha- as pessoas marginalizadas por
mado, “Desenho para todos”, é es- uma condição cultural, social, éti-
tudado a partir de 7 (sete) princípios ca; pessoas com diferentes tipos
fundamentais: de deficiência, pessoas muito
obesas e mulheres grávidas, pes-
1) Equiparação nas possibilidades de soas muito altas ou muito baixas,
uso: o design é útil e comercializá- inclusive crianças, e outros, que
(3) www.assistiva.org.br
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A
PNTA é uma pesquisa incluindo as atividades de pesquisa,
28 viabilizada pela Secreta- o desenvolvimento tecnológico de
ria de Ciência e Tecnolo- produtos novos (bens e serviços) ou
gia para a Inclusão Social significativamente aperfeiçoados, e a
(SECIS), do Ministério inovação de processo, assim como a
de Ciência, Tecnologia e Inovação introdução no mercado desses novos
(MCTI), em parceria com o Instituto produtos, na área da Tecnologia Assis-
de Tecnologia Social (ITS BRASIL). tiva. Não inclui mudanças estéticas,
Trata-se da Identificação e Caracteri- nem pequenas mudanças nos proces-
zação das Instituições que Produzem sos produtivos.
Tecnologia Assistiva (Ajudas Técni-
cas ou Produtos de Apoio) para a In- Os principais objetivos da
clusão Social de Pessoas com Defici- PNTA foram os seguintes:
ência e/ou Idosos. • Realizar levantamento sobre a
A PNTA é voltada às Instituições inovação na área da Tecnologia
(ensino superior, empresas e entida- Assistiva no Brasil;
des do terceiro setor) que realizaram • Mapear e caracterizar institui-
projetos de inovação tecnológica (pes- ções no Brasil que produziram
quisas, produtos e serviços) no campo pesquisas, serviços e produtos na
da Tecnologia Assistiva e desenvolve- área da Tecnologia Assistiva;
ram competências, durante o período • Conhecer as competências no
compreendido entre os anos de 2005- Brasil na área da Tecnologia As-
2006, 2007-2008. sistiva;
Nesta Pesquisa, a Inovação Tecno- • Favorecer intercâmbio de infor-
lógica é abrangida de forma ampla, mações entre instituições, empre-
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E
ste estudo e estes pressu- Paulo, com 31 projetos (28,4%) e Rio
postos acima apresenta- de Janeiro, com 17 projetos (15,6%).
dos, relativos ao conceito Portanto, considerando-se o conjun-
e a classificação de TA, to de 13 estados com projetos de TA
dão suporte e fundamen- cadastrados na pesquisa, 77% dos
tam a análise sobre os dados obtidos 109 projetos estavam sendo desen-
pela Pesquisa Nacional de Tecnologia volvidos no âmbito de apenas três
Assistiva, na sua versão 2007-2008. estados do país. O que faz supor e
Quanto à Unidade da Federação antever que, nos demais estados, há
(Gráfico 1), é possível observar que muito maior desatenção, o que au-
há uma acentuada concentração de menta as dificuldades em relação ao
projetos cadastrados em apenas 3 acesso aos recursos de TA, das pesso-
(três) estados brasileiros: Rio Grande as com deficiência e idosas que deles
do Sul, com 36 projetos (33%); São necessitam.
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20
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10
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0
AC AM BA DF ES MS MG PR PE RJ RS SC SP
Fonte: PNTA, 2007-2008.
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Número de questionários
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Pública Pública Pública Privada com Privada sem
Municipal Estadual Federal fins lucrativos fins lucrativos
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Número de questionários
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Pública Pública Pública Privada com Privada sem
Municipal Estadual Federal fins lucrativos fins lucrativos
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0
Acadêmica Empresa Terceiro Setor
tiva; apenas 2,8% informaram não de- é uma realidade bastante recente no
senvolver pesquisa focada em produto, Brasil e mesmo no mundo, é compre-
processo ou serviço inovador, e 19,2% ensível e desejável, na atualidade, que
desenvolvia indiretamente. os projetos e pesquisas desenvolvidos
Dado que o desenvolvimento de nessa área tenham um caráter inova-
pesquisas específicas na área da TA dor, em sua maioria.
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Número de questionários
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Sim, diretamente Sim, indiretamente Não
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Número de questionários
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Número de questionários
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0
Pesquisa Serrviço Produto (bens)
Quanto ao seu Tipo de desenvolvi- 43,1% dos casos, seguido das pes-
mento em TA (Gráfico 6), considerando soas com deficiência visual, que da
que os projetos de TA foram cadastra- mesma forma que as pessoas idosas,
dos no estudo como referentes a uma aparecem como alvo em 35,8% dos
das três categorias, Pesquisa, Serviço ou projetos. Logo após, aparecem, em
Produto (bens), os resultados revelaram números decrescentes, as pessoas
que mais da metade desses projetos, com deficiência auditiva, com 28,4%,
52,2% deles, especificaram serem re- deficiência múltipla, com 24,8%, e
ferentes à categoria Pesquisa, enquanto pessoas com deficiência intelectual,
as categorias Serviços e Produtos divi- com 22%.
diram, em proporções semelhantes, os Esses resultados se diferenciam da
demais projetos considerados. proporção de pessoas com os diferen-
Analisando os dados relativos ao tes tipos de deficiência, conforme da-
Público alvo dos projetos (Gráfico 7), dos registrados pelo Censo 2000, do
a partir de uma questão de múltipla IBGE, o qual detectou, por exemplo,
escolha proposta pelo formulário, que 67,7% das pessoas com deficiên-
verificou-se que o maior número dos cia no país possuem uma deficiência
projetos avaliados tinha como alvo as visual, e que apenas 5,8% possuem
pessoas com deficiência física, com uma deficiência física.
Fonte: www.ibge.gov.br
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Número de questionários
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40 20
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101 102 103 104 105 106
101 - Pessoas com deficiência auditiva 104 - Pessoas com deficiência física
102 - Pessoas com deficiência mental 105 - Pessoas com deficiência múltipla
(intelectual) 106 – Idosos
103 - Pessoas com deficiência visual
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Número de questionários
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GRÁFICO 9 - Comercialização da TA
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Número de questionários
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Número de questionários
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Próprio Público Privado
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Número de questionários
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Número de questionários
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Hoje, por meio delas, pessoas até com xar de ser percebido como algo apenas
graves comprometimentos começam a opcional ou secundário.
poder realizar atividades ou desempe- Para a pessoa com deficiência, mui-
nhar tarefas que, até bem recentemente, tas vezes trata-se de um direito fun-
lhes eram inalcançáveis. Atualmente, damental que possibilita o exercício
controlar o computador por meio de pleno da cidadania e o acesso a outros
sopros ou mesmo com o movimento direitos básicos como aprender, comu-
voluntário de apenas um músculo do nicar-se, trabalhar, divertir-se etc. As-
corpo, por exemplo, já é fato e trata-se sim como já existem políticas públicas
de uma possibilidade real para pessoas de concessão gratuita de próteses, por
com comprometimentos até bastante se- exemplo, essas políticas devem ser
veros. Por isso, o acesso dessas pessoas a progressivamente estendidas também
recursos tecnológicos, como o computa- a esses outros tipos de recursos de Tec-
dor e a Internet, cada vez mais deve dei- nologia Assistiva.
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Número de questionários
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0
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48 1 - Circulatória/Hematológica 9 - Voz/Fala
2 - Muscular 10 - Audição
3 - Metabólica/Endócrina 11 - Esquelética
4 - Neurológica 12 - Mental (Consciência/Orientação/
5 - Digestiva Sono/Afeto/Memória/Percepção)
6 - Respiratória 13 - Genitouriária/Reprodutiva
7 - Dor (Excreção/Reprodução/Genital)
8 - Visão
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Número de questionários
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1 - Coração/Artéria/Veia 7 - Ouvido
2 - Medula Óssea 8 - Ossos
3 - Estômago/Intestino/Esôfago/ 9 - Cérebro/Medula Espinal/Meninge
Fígado/Pâncreas 10 - Pele/Unha/Pelo
4 - Traqueia/Pulmão 11 - Rim/Bexiga/Uretra
5 - Olho 12 - Nariz
6 - Boca 13 - Músculos
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Número de questionários
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Número de questionários
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AM BA ES MG PR RJ RS SC
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Número de questionários
12 11
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AC BA DF MS MG RJ RS SC SP
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Número de questionários
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0
Acadêmica Empresa Terceiro Setor
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Número de questionários
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Pública Pública Pública Privada com Privada sem
Municipal Estadual Federal fins lucrativos fins lucrativos
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C
onforme mencionado ante- de forma mais uniforme, principal-
riormente, este estudo de mente porque as demandas de TA,
forma alguma pode ser en- estas sim, são distribuídas e capi-
carado como investigação larizadas. Como forma possível de
científica, exaustivamente solucionar o problema, estruturar
completa e acabada, principalmente e disponibilizar novos incentivos
por referir-se a uma área em constan- nessa área, principalmente às redes
te e recente expansão, como é a área de formação e pesquisa já nacional-
da Tecnologia Assistiva. Entretanto, mente estabelecidas e distribuídas,
tem o mérito de oferecer significativo como as Universidades Federais,
mapa da inovação em Tecnologia As- os Institutos Federais de Educação
sistiva no Brasil. Tecnológica e outras redes, poderia
Novas políticas públicas, como as concretizar-se como opção mais fá-
políticas educacionais de inclusão, e cil e acessível de gerar, de imediato,
também as políticas para a democrati- distribuição mais equilibrada das
zação do acesso às novas tecnologias, iniciativas. Esse problema de con-
têm gerado, e devem gerar ainda mais, centração de iniciativas em poucos
um crescimento exponencial nas de- lugares e instituições também apa-
mandas de TA. As ações e os dados rece em outros cruzamentos de da-
nessa área de pesquisa estão em cons- dos realizados neste estudo.
tante movimento — passando por per-
manentes e aceleradas transformações 2) Dentre as instituições participan-
58 — o que também gera a necessidade tes da pesquisa, são as instituições
de periódica, e sempre renovada, atu- públicas municipais e estaduais as
alização dos estudos e levantamentos que aparecem como as que mais
como este. Evidentemente, com a fina- necessitariam de um foco prioritá-
lidade de iluminar e direcionar corre- rio de incentivos para o desenvol-
tamente as ações e políticas públicas vimento de projetos de TA (Gráfico
que envolvem a pesquisa, desenvolvi- 2). Da mesma forma que em rela-
mento e disponibilização de recursos ção à concentração geográfica dos
e serviços de TA. projetos, também relativo a essas
Da análise dos dados obtidos na instituições públicas municipais e
Pesquisa Nacional de Tecnologia As- estaduais torna-se necessário estu-
sistiva destacam-se algumas conside- dar a viabilização de incentivos, de
rações, desafios e perspectivas, que acesso à informação e de reconhe-
são apresentados aqui, a título de cimento público, talvez por meio
conclusões: de premiações ou outras formas de
divulgação nacional, relacionados
1) A grande concentração de projetos a iniciativas na área de TA.
de TA (Gráfico 1), desenvolvidos em
apenas três Estados da União (77% 3) Mais da metade dos projetos ca-
deles apenas no RS, SP e RJ), suge- dastrados (52,2%) afirmou que se
re a necessidade de que se estudem tratava de projetos de desenvol-
formas de aumentar a capilaridade vimento de pesquisa de TA (Grá-
e distribuição das ações e pesqui- fico 6). Parcela bem superior do
sas por todo o território nacional, que os identificados como Serviço
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66 _____. 1996. Por que o termo “Tecnologia Assistiva”? Disponível em: http://
www.assistiva.com.br/. Acesso em 22 nov. 2007.