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Adisa, o presidente eleito de Gana em 2.

563, não faria comércio e fecharia suas fronteiras para que


os americanos não pudessem mais usufruir das riquezas de Agbogbloshie. Mesmo com a crise do
setor de eletrônicos que estava causando grandes conflitos nos EUA e Europa, o presidente achou
melhor manter o embargo até que os americanos elegessem um presidente democraticamente. Adisa
vinha de uma família de refugiado do Congo e sabia da história de seus parentes e antepassados
que sofreram com estupros e mortes nas minas de tântalo para abastecer os celulares e
computadores dos países ricos do Ocidente. A então potência não fez nada, nem mesmo tentou
desenvolver tecnologias para reciclagem dos minerais usados que todos sabiam que eram finitos,
assim como a vida dos milhares de congoleses que como a família de Adisa haviam morrido para os
países ricos poderem acessar suas redes sociais. Com muito custo e investimento, depois de anos, os
cientistas de Gana e do Congo conseguiram desenvolver métodos para reciclar 100% de todo o lixo
eletrônico que os países da Europa e EUA jogaram no lixão de Agbogbloshie.
Agora muitos americanos queriam entrar ilegalmente no país por condições de vida melhores e para
ter acesso às tecnologias que hoje só são possíveis devido à tecnologia africana e às riquezas que o
antigo lixão fornece, depois que todas as minas, não só de tântalo, se esgotaram.
Estados Unidos e vários países da Europa tentaram reverter a decisão na enfraquecida ONU, mas
não chegaram nem a se reunir por causa da crise do setor eletrônico que impede inclusive a
comunicação entre os países. Adisa, apesar de acusado de revanchismo, se mantém firme em sua
decisão afirmando que os países tiveram todas as chances de procurar alternativas e que na época
ninguém se importava em escravizar crianças ou mandar lixo tóxico para seu continente. Os países
disseram que vão recorrer e afirmaram que se o lixo vinha de seus países, eles têm direito a esse
lixo também.

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