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24/08/2015 SÓ NO BRASIL SE PUNE A QUEM GERA EMPREGO COMO SE ASSASSINO FOSSE

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SÓ NO BRASIL SE PUNE A QUEM GERA EMPREGO COMO SE ASSASSINO FOSSE

Dr. Édison Freitas de Siqueira*

Fonte: www.direitosdocontribuinte.com.br

Se  uma  importadora  estrangeira,  com  sede  nas  Ilhas  Virgens,  comprar  bolsas  Louis  Vitton  na  China,
com a autorização da Louis Vitton de Paris, por US$ 200 dólares e depois revender ­ com prejuízo – a
mesma  bolsa  por  US$  5,00  a  uma  empresa  no  Brasil  ISTO  NÃO  CARACTERIZA  CRIME  FISCAL,
mas sim uma estratégia comercial da companhia para minimizar os efeitos da cobrança antecipada dos
impostos.  Esta  estratégia  não  é  crime,  por  que  não  há  prejuízo  ao  fisco.  Ao  contrário,  só  vantagens!
Vejamos:  

O fato é que qualquer empresa brasileira que comprar um produto seguindo o raciocínio antes citado, e
assim contabilizar baixo valor de aquisição,contra alto valor de venda, em verdade estará aumentado a
base  de  cálculo  do  ICMS,  do  COFINS,  do  IRPJ  e  do  CSLL,  e  assim,  não  prejudicando  ao  fisco.  Isto
ocorre  por  que  se  o  empresário  comprar  a  preço  baixo  estará,  inclusive,  aumentando  sua  margem  de
lucro tributável, a qual é sempre maior quanto menor for o preço de aquisição é maior o preço de venda.
Este fato acaba por favorecer ao fisco brasileiro, seja em esfera Estadual, ou Federal. 

O que justifica este aparente contra­senso do contribuinte, que aumenta sua carga tributária, é o fato de
que se assim não o fizer, terá que pagar impostos antes de vender a mercadoria, ou seja, antes mesmo do
seu negócio gerar receita e muitas vezes quando seu produto ainda está preso a alfândega – as vezes –
por meses. 

O que o empresário realiza,  portanto,  é  a  desantecipação  dos  impostos,  para  pagá­los,  mesmo  que  em


valor  maior,  quando  receber  o  dinheiro  da  venda.  O  sacrifício  do  contribuinte  é  tanto,  que  chega  a
renunciar aos créditos tributários da importação, pois a compra  do  produto  importado  por  baixo  preço
retira­lhe o benefício. Contudo, pagar impostos antes de ter vendido, ainda assim, é mais violento, por
que não tem como se fazer dinheiro sem ocorrem vendas.  

Ao contrário deste entendimento,  é  sistemático  o  procedimento  ilegítimo  da  Receita  Federal  do  Brasil


que tipifica esta prática desesperada como Crime Tributário. A violência é tão desproporcional que já se
conhece condenações contra empresários(as) cujas penas são próximas a 100 anos, condenando­se réus
que  tem  como  maior  crime  gerar  empregos  e  manter  um  negócio  que  paga  milhões  de  Reais  em
impostos. Tais decisões  são  ilegítimas  por  que  esquecem  que  para  existir  crime  tributário  deve  haver,
pela lógica, prejuízo a arrecadação. No caso que citamos acontece o inverso, há aumento da arrecadação
e há aumento de empregos. 

Além disto, é importante lembrar que operações realizadas no exterior não estão sob a jurisdição ou sob
a  incidência  das  burras  leis  Brasileiras.  Não  se  pode  querer  aplicar  a  legislação  Brasileira  quanto  a
negócios e vendas realizadas no exterior. Qualquer estudante de Direito do segundo semestre sabe disso.
Ainda mais  se  a  intenção  do  fisco  é  ilegítima  e  injusta.  Não  se  pode  incriminar  alguém  no Brasil por
negócios feitos legalmente no exterior. 

O que a Daslu fez, assim como muitas outras empresas brasileiras são forçadas a realizar para manter
suas portas abertas, foi lutar para pagar seus impostos depois de receber o valor da venda que faz a seus
clientes. 

Impostos  cobrados  antes  de  ter  sido  realizada  a  venda  ou  o  pagamento  pelo  consumidor  final
inviabilizam o crescimento econômico propugnado no artigo 3º da Constituição Federal.  
http://www.portaltributario.com.br/artigos/tributario13042009.htm 1/3
24/08/2015 SÓ NO BRASIL SE PUNE A QUEM GERA EMPREGO COMO SE ASSASSINO FOSSE

Para  nenhum  comerciante  ou  industrial  não  é  saudável  manter  estoques,  sejam  eletrônicos,  artigos  de
luxo,  perfumes,  iguarias  e  outros  importados  quando  não  consegue  enxergar  a  certeza  de  venda.  Isto
ocorre no Brasil por que impostos são cobrados sobre os estoques e não sobre as vendas. Por isso você
não  vê  Play  Station  em  prateleira  alguma  de  shopping  algum  do  Brasil.  Se  quiser  um,  assim  como  a
outros produtos, tem que encomendar.  

O Play Station vendido no Brasil é o mais caro do planeta, assim como a Bolsa Louis Vitton vendida na
Daslu  é  a  mais  cara  do  mundo.Existindo  ou  não  o  referencial  caso  “Daslu”é  certo  afirmar  que  a
legislação brasileira conseguiu jogar na informalidade (leia­se ilegalidade) todo o comércio de uma série
de artigos que não são fabricados no Brasil.  

A  Daslu  é  só  um  dos  exemplos  de  uma  empresa  comandada  por  uma  mulher  que  teve  a  coragem  de
mostrar seu rosto e de querer buscar seu sonho pessoal de gerar centenas de empregos e de ter uma loja
de  artigos  de  luxo  sem  se  esconder  em  alguma  galeria  obscura  da  25  de  Março  em  São  Paulo  ou  de
alguma  loja  de  acesso  controlado  nos  mezaninos  da  feira  do  Paraguai  em  Brasília.  São  locais
freqüentados por todos nós.  

A  emaranhada  legislação  tributária  vigente  no  Brasil,  cheia  de  armadilhas  que  tornam  impossíveis
operações  de  alguns  setores  da  economia,  faz  com  que  nosso  país  seja  o  campeão  mundial  de
informalidade,  bem  como  o  campeão  mundial  de  juros.  Por  esta  razão  os  empresários,  de  maneira
legítima, tentam achar alternativas para continuarem operando mesmo que sob a ameaça de prisão por
alguma  condenação  inconseqüente  que  os  considere  mais  perigosos  que  estupradores,  assassinos  ou
mensaleiros de plantão. 

Todos os empresários deveriam poder pagar seus impostos após receberem o valor do preço de venda de
seus produtos ou serviços.  

Pagar impostos  antes  da  venda  obriga  a  todos  os  empresários  a  tomarem  empréstimos  em  bancos  que
cobram os juros mais altos do mundo. Como o empresário vai pagar impostos sobre o que não vendeu?
E não tem reunião do COPOM que possa mudar isso, SELIC em 11% no ano e juros bancários de 9% ao
mês. 

Temos  que  mudar  urgentemente  a  legislação  tributária,  afastando  a  burra  e  anti­desinvolvimentista


obrigação de ter que pagar impostos antes da venda ou geração de riqueza. Devemos parar de tributar o
esforço  empreendedor  e  passar  a  tributar  a  riqueza  dele  gerada.  Nem  no  tempo  do  mais  truculento
colonialismo português acontecia isso, o Rei cobrava impostos sobre ouro que já havia sido extraído, e
não sobre a expectativa de extração dele.  

É  absurdo  pensar  que  é  este  raciocínio  burro  e  anti­desenvolvimentista  que  condenou  –  ao  menos  em
primeira  instância  ­  a  empresária  Eliana  Tranchesi  pelo  crime  de  ter  agido  como  uma  empresária  dos
Estados  Unidos  ou  Inglaterra,  países  que  não  cobram  impostos  sobre  produtos  importados  de  outros
países, exceto quando houver uma venda ao consumidor final dentro de seus territórios. Gerar empregos,
receita e impostos num país que desrespeita o que está escrito no Artigo 3º de sua própria constituição, e
ainda preconiza leis que criam protecionismos, condenado pela OMC, só pode ser crime!  

Criminosos como Eliana Tranchesi são todos os empresários italianos, ingleses, norte­americanos e de
países desenvolvidos que não praticam a cobrança de impostos protecionistas sobre produtos que entram
nos  seus  portos.  Se  a  Daslu  fosse  na  Inglaterra  ou  Itália  não  precisaria  comprar  produtos  de  outra
empresa com prejuízo para assim conseguir cumprir com as obrigações tributárias abusivas.  

Participe  do  abaixo  assinado  contra  a  ANTECIPAÇÃO  TRIBUTÁRIA,  que  é  justamente  esta  prática
que  inclusive  rompe  com  as  garantias  fundamentais  de  nossa  constituição,  acesse
www.direitosdocontribuinte.com.br e saiba como participar.  
http://www.portaltributario.com.br/artigos/tributario13042009.htm 2/3
24/08/2015 SÓ NO BRASIL SE PUNE A QUEM GERA EMPREGO COMO SE ASSASSINO FOSSE

*Dr. Édison Freitas de Siqueira é tributarista de renome internacional, professor de direito e Cônsul da
República da Sérvia.

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