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METODOLOGIA

A metodologia é o meio utilizado pelo pesquisador, na busca de respostas aos


questionamentos sobre o objeto de estudo. Nela estão incluídas a “teoria da abordagem (o
método), os instrumentos de operacionalização do conhecimento (as técnicas) e a criatividade
do pesquisador (sua experiência, sua capacidade pessoal e sua sensibilidade)” (MINAYO,
1993, p.14).
A escolha de seus instrumentos é dependente das particularidades da pesquisa (objeto,
problema, natureza, recursos financeiros e humanos, dentre outros). Contudo, há uma
constante articulação empírica da realidade e até mesmo com os pensamentos sobre a mesma.

3.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, uma vez que considera que há
uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o
mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. (GIL,
1999).
Para Minayo (1993, p.21), a pesquisa qualitativa “trabalha com o universo de
significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes”. O objeto da
pesquisa é o universo da “produção humana”, repleto de representações e intencionalidades,
que não pode ser explicado através da objetividade de números e indicadores, característicos
da pesquisa quantitativa. Desta forma, este estudo se classifica qualitativo uma vez que o
pesquisador se insere no contexto da pesquisa.
Mediante a especificidade do tema, o estudo apresenta cunho descritivo, com objetivo
de “descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento
de relações entre variáveis” (COSTA; COSTA, 2001, p.62). Nesse sentido, o estudo tende
descrever de que forma é prestada a assistência à mulher com problema de infertilidade no
âmbito da atenção básica.
Em relação a este tipo de estudo Triviños (1987, p. 110), descreve que “o foco
essencial destes estudos reside no desejo de conhecer a comunidade, seus traços
característicos, suas gentes, seus problemas [...] exigem do pesquisador uma série de
informações sobre o que deseja pesquisar”.
Possui ainda característica exploratória, possibilitando o pesquisador desenvolver,
explicar e transtornar idéias, com o objetivo de proporcionar uma visão ampliada sobre
determinado problema. Segundo Triviños (1987, p. 109), neste tipo de pesquisa, “o
pesquisador parte de uma hipótese e aprofunda seu estudo nos limites de uma realidade
específica, buscando antecedentes, maior conhecimentos, para em seguida, planejar uma
pesquisa descritiva ou do tipo experimental”.

3.2 LOCAL DO ESTUDO

O estudo será realizado com os profissionais de saúde das Unidades Básicas de Saúde
(UBS) do município de Feira de Santana-BA.
Feira de Santana é um município brasileiro, do estado da Bahia, localizado na zona de
planície, entre o Recôncavo e os tabuleiros semi-áridos do nordeste, mais precisamente a 108
km da capital do estado (Salvador). É a segunda maior cidade do estado, atrás apenas de
Salvador, com extensão de 1363 km2. Caracteriza-se pelo clima tropical semi-árido e por ser
um dos principais entroncamentos rodoviários do nordeste brasileiro, onde as Brs 101,116 e
324 se encontram. Segundo IBGE de 2008, possui uma população de 584.497 habitantes. É
constituído por 7 distritos: Bonfim de Feira, Governador João Durval Carneiro, Humildes,
Jaguara, Jaíba, Maria Quitéria e Tiquaruçu.
O município de Feira de Santana se encontra habilitado na Gestão Plena da Atenção
Básica, exercendo autonomia administrativa e financeira para a programação, controle,
avaliação e pagamento de prestadores de serviços públicos e privados localizados no seu
território (BRASIL, 2008).
Dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Feira de SantanaNo
município existem 16 UBS, referente aos serviços de atenção básica: Posto de Saúde Dr.°
Milésio L. Vargas; Centro de Saúde Dr° Herval Monteiro Oliveira; Associação dos
Moradores CASEB I; Centro de Saúde Maria do Nascimento Souza; Centro de Saúde Dr.°
Eduardo Nogueira Filho; Unidade do Parque Getúlio Vargas; Centro de Assistência Social
Santo Antônio; Unidade Emília Freitas Cruz; Centro de Saúde Dr° Almir Moraes; Centro de
Saúde Todos os Santos; Centro de Saúde Carlos Alberto Kruschewsky; Centro de Saúde Drª
Helena Barbosa; Centro de Saúde Irmã Dulce; Centro de Saúde Francisco Martins da Silva;
Unidade da Serraria Brasil e Unidade de Santana.
A escolha pelas UBS se justifica pela sua equipe multiprofissional, além de fornecer
pelo menos, três programas de atenção à mulher como: planejamento, pré-natal e ginecologia.

3.3 SUJEITOS DA PESQUISA

A população escolhida se trata de profissionais dos serviços de saúde pública de Feira


de Santana (médicos ginecologistas e enfermeiros), envolvidos em ações de Saúde
Reprodutiva, preconizadas pelo Ministério da Saúde.

3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Para coleta de dados, será utilizada a entrevista semi-estruturada, onde são combinadas
perguntas fechadas e abertas, onde o entrevistado tem a oportunidade de discorrer sobre o
tema em questão sem que este esteja restrito apenas à pergunta formulada (MINAYO, 1993).
Segundo Triviños (1987, p.146):

“Entrevista semi-estruturada é aquela que parte de certos questionamentos básicos,


apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa e que, em seguida,
oferecem amplo campo de interrogativas, junto de novas hipóteses que vão surgindo
à medida que recebem as respostas do informante. Desta maneira o informante,
seguindo espontaneamente a linha de seu pensamento e de suas experiências dentro
do foco principal colocado pelo investigador, começa a participar na elaboração do
conteúdo da pesquisa”.

Este instrumento (Apêndice A) possibilita que algumas expressões sejam


consideradas. Por ter caráter de conversa, é flexível às adaptações necessárias, seja pelas
circunstâncias do momento, seja pelo diferente perfil dos entrevistados. Desta forma, novos
questionamentos podem ser feitos, a fim de aprofundar ou confirmar o que já foi dito.
Os dados serão sucessivamente registrados, sendo passíveis de mudanças. Será feito o
uso de uma caderneta e/ou do computador, no qual serão escritas todas as informações que
“não fazem parte do material formal da entrevista em suas várias modalidades”
(MINAYO,1993, p. 71). As entrevistas serão gravadas a fim de manter a integridade da fala
dos participantes, com objetivo de não correr risco de qualquer distorção. A todo o momento
o anonimato será preservado.
Vale ressaltar a importância do embasamento teórico-científico para a formulação das
questões norteadoras da entrevista. Nessa perspectiva, Minayo (1993), recomenda o exercício
do olhar dinâmico e atento que passe da confrontação da proposta cientificamente formulada
para descobertas empíricas e vice-versa.

3.4 ANÁLISE DE DADOS

Posteriormente à coleta, será feita a análise e interpretação dos dados. Consistirá em


uma análise de conteúdo, que para Bardin (1979) apud MINAYO (2007, p.303) é definida
como:

[...] conjunto de técnicas de análise de comunicação visando obter, por


procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens,
indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimento
relativo às condições de produção/recepção destas mensagens.

Segundo Gomes (1994, p.91-92), a análise de conteúdo é composta por três etapas:
pré-análise, onde o pesquisador realiza uma leitura compreensiva do material, a fim de ter
uma visão de conjunto, apreendendo suas particularidades, para elaboração de pressupostos e
escolha de formas de classificação, fundamentais na determinação dos conceitos teóricos que
orientarão a análise; exploração do material, que é a análise propriamente dita; e, por fim, o
tratamento dos resultados/inferência/ interpretação, com a elaboração de uma síntese
interpretativa.

3.5 ASPECTOS ÉTICOS

A Resolução196/96, do Conselho Nacional de Saúde, visa assegurar os direitos e


deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado. Esta
pesquisa por envolver seres humanos, deve estar de acordo com as exigências presentes nas
Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas envolvidas com Seres Humanos,
presentes nesta Resolução (BRASIL, 2008).
Ainda segundo esta Resolução 196/96 (BRASIL, 2006, p.2):
A eticidade da pesquisa implica em: consentimento livre e esclarecido dos
indivíduos-alvo e a proteção a grupos vulneráveis e aos legalmente incapazes
(autonomia). Neste sentido, a pesquisa envolvendo seres humanos deverá sempre
tratál-os em sua dignidade, respeitá-los em sua autonomia e defendê-los em sua
vulnerabilidade.

Embora exista um desconforto mínimo em estar falando sobre esta problemática ,este
estudo tem como benefício a possibilidade de analisar a atenção prestada ao indivíduo infértil
na rede básica de saúde, descrevendo as ações realizadas diante do problema da infertilidade,
assim como as facilidades e dificuldades enfrentadas pelos profissionais responsáveis em
prestar essa assistência.
Nesse sentido, esse estudo será avaliado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
Universidade Estadual de Feira de Santana, cuja aprovação irá garantir o caráter do estudo,
possibilitando a continuidade do mesmo. Desta forma, será apresentado um termo de
consentimento livre e esclarecido (apêndice B) para a realização da entrevista com alguns
profissionais de saúde, necessária à construção deste estudo.
Neste termo de consentimento livre e esclarecido, estão incorporados os pilares
básicos da bioética: os princípios da autonomia; não maleficência; beneficência e justiça.
Desta forma, o participante será esclarecido sobre os objetivos do estudo, de forma clara;
assim como seu direito de liberdade, tanto em relação à participação, quanto a desistência,
sem qualquer dano; os benefícios e riscos da pesquisa; a garantia de sigilo e a ausência de
custos e a não compensação de benefícios adicionais.

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