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Ode ao caos

Eu deveria sentir saudades, um triste pesar


Sim, deveria sentir estas coisas e até outras
Penso que sou meio frio
Penso, peno, repenso, propenso à catástrofe
Abraço o indizível, abraço indizível

Espero que entendam que não entendem


Nem eu a vocês, nem vocês a mim
Abolindo a cultura, eu a liberto para que vá embora
Quero destruir igrejas, templos, bibliotecas

Precisamos renascer com novas mentes


Temos necessidade de mais necessidade
O desejo do vazio absoluto
Reconstruir o sujeito como se cada um fosse uma obra de arte
Sermos arte!
Serdes arte!

Destruir o sujeito como se ele nunca houvesse existido


Liberte-se de seu pai e de sua mãe. Liberte-se da posição de coitado
Foi o acaso que definiu esta posição
Assim como definiu as palavras, eu e o mundo

Liberte-se da ética e da moral antiquadas, renova-as com o teu sangue


Seja fluido e abrace-se enquanto transa consigo mesmo
Dê a luz uma nova vida que será retirada da sua cabeça
Seja Zeus, Deus e o diabo!
Sermos arte!
Serdes arte!

Mate os eufemismos e liberem por um segundo os seus desejos


Enfie uma faca até que o cabo encontre as costelas de Deus
Sinta pulsar o sangue divino
Libere a realidade para fluir como o mais belo caos.

Wenceslau Teodoro Coral

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