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Romanos 12

12.1—15.13 — A transformação feita por Deus no espírito do cristão deve ser demonstrada na
vida diária. As instruções práticas presentes em Romanos 12.1— 15.13 estão baseadas no
ensinamento doutrinário de Paulo (Rm 1.18— 11.36). A doutrina cristã deve conduzir à
observância da ética cristã. Em Romanos 12.1 e 2 está o compromisso básico requerido do
cristão, o qual deve levar em conta tudo aquilo que Deus fez. O resto desta seção descreve como
esse compromisso é levado a cabo nas diversas situações da vida diária.

12.1 — A partir da misericórdia de divina (Rm 9.11,15,16,18,23; 11.30-32), Paulo pede aos
cristãos que apresentem os seus corpos como um sacrifício vivo, ou seja, eles deveriam usar os
seus corpos para servir e obedecer a Deus (Rm 6.13). Entregar de tal maneira o corpo a Deus é
mais do que um contraste estabelecido por Paulo entre o corpo vivo do cristão e o sacrifício de
um animal morto; é o apelo à novidade de vida (Rm 6.4). Santo é uma alusão ao lugar reservado
exclusivamente para o serviço ou uso de Deus. Agradável é uma referência àquilo que é
aceitável, aquilo que o agrada. Racional indica que ofertar é a única reação possível de ser
pensada diante de todas as boas dádivas que Deus nos deu.

12.2 — Conformeis significa formar ou moldar. Mundo é a palavra normalmente utilizada para era.
Em vez de ser moldado pelos valores do mundo, aos cristão é dito transformai-vos, ou seja, eles
devem mudar pela renovação do entendimento. A transformação espiritual começa na mente e no
coração. Uma mente dedicada às coisas do mundo e às suas preocupações produzirá uma vida
lançada de um lado para o outro pelas tendências da cultura. Mas uma mente dedicada à
verdade de Deus produzirá uma vida que não se limitará ao tempo. Nós podemos resistir às
tentações da nossa cultura meditando na verdade de Deus e deixando que o Espírito Santo guie
e molde nossos pensamentos e comportamentos.

12.3-13 — O texto traz instruções em relação à forma como se deve viver na comunidade cristã.
Nós, os cristãos, estamos fortemente unidos porque todos somos membros do Corpo de Cristo (v.
3'8). Nós podemos usar com toda a humildade os dons espirituais recebidos de Deus para
fortalecermos uns aos outros. A conduta que devemos ter uns com os outros tem de expressar de
forma perfeita o amor (v. 9-13).

12.3 — Cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber. O cristão dotado de uma
mente renovada (v. 2) pensa com sobriedade a respeito de si mesmo. O primeiro passo para uma
mudança de comportamento é a auto-observação (1 Co 11.28-32). A cada um. Deus deu para
cada cristão um ou mais dons espirituais que podem ser usados ao seu serviço.

Mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé. A medida é uma alusão à soberania
de Deus, que determina os dons já mencionados nos versículos 6 a 8. Esses dons não são o
resultado de uma oração ou espiritualidade intensa. Pelo contrário, Deus simplesmente dá a cada
um os dons espirituais necessários para que cada cristão possa fazer a sua parte no Reino e a
Igreja seja fortalecida (1 Co 12.11,18,28).

12.4, 5 — Da mesma forma que o corpo humano é uma unidade com muitos membros, tendo
cada um deles uma função específica, assim é o corpo de Cristo. A igreja é um corpo unido, que
vive sob a autoridade de Cristo, o cabeça, mas os membros têm diferentes funções (1 Co 12.12-
31).

12.6 — Dons. A palavra grega (chárisma) é uma referência às habilidades determinadas por
Deus, as quais deveriam ser utilizadas para edificar os membros do corpo de Cristo. Embora os
dons de Deus não possam ser cancelados ou mudados (Rm 11.29), eles podem ser
administrados e podem ser desenvolvidos (1 Pe 4-10). Profecia. Esta palavra é usada aqui como
uma referência geral a todos os dons espirituais que envolvem o anúncio da Palavra de Deus. Por
exemplo, em 1 Co 14-3, o termo exortação é um dom relacionado à profecia. Em um sentido mais
estrito, profecia significa a revelação da vontade de Deus em uma situação particular (At 13.1-3).

12.7,8 — Ministério. Ou seja, serviço. Esse é um dom que está em contraste com os dons
relacionados ao falar, ou anunciar, algo (1 Pe 4.11). A Bíblia lista cinco dons relacionados com a
pregação: profecia, ensino, encorajamento, palavra de sabedoria e palavra de conhecimento.
Além disso, são nomeados sete dons de serviço: socorro, misericórdia, fé, discernimento de
espíritos, liderança, administração e mordomia.

12.9 — O amor cristão não é de forma alguma mera emoção, mas ação. Aborrecei o mal. O
cristão evita toda aparência do mal (1 Ts 5.22).

12.10 — Há pelo menos quatro palavras gregas que podem ser traduzidas por amor, mas nem
todas elas são utilizadas no Novo Testamento. (1) A forma mais elevada de amor é representada
pelo termo grego ágape. Esse termo denota um amor sacrificial. Diz respeito a um ato da vontade
por meio do qual uma pessoa busca o melhor para a outra. Ágape é o termo utilizado no versículo
9 deste capítulo de Romanos. (2) A palavra grega phílos significa consideração afetuosa, e a
forma derivada philadelphía é traduzida por amai-vos cordialmente neste versículo.
(3) Philóstorgos quer dizer afeto familiar, sendo traduzido no versículo por amor fraternal. (4) Eros
é a palavra utilizada para se fazer referência ao amor físico. Tal palavra não ocorre no Novo
Testamento. Preferindo-vos em honra uns aos outros. A maior prova da verdade da
mensagem do evangelho e da realidade do amor de Jesus é que os cristãos demonstrem amor
uns pelos outros. Cristo é o maior modelo de amor sacrificial (F1 2.3-8).

12.11 — Vagarosos no cuidado. Os cristãos não devem oferecer o seu serviço com indiferença
ou de forma preguiçosa. Em vez disso, Paulo encoraja os cristãos romanos para que sirvam
avidamente e com seriedade.

12.12 — O cristão que ora sem cessar (1 Ts 5.17) certamente se alegra na esperança e exerce a
paciência (do grego hypoménõ), ou seja, tem condições de suportar provas quando passar por
tribulação.

12.13 — Hospitalidade implica amar os estrangeiros. A referência primária é ao ato de acolher


os viajantes, mas todas as formas de acolhimento estão inclusas no campo semântico dessa
palavra. A progressão nesse versículo é significante. Na medida em que nós nos dedicamos a
satisfazer as necessidades dos outros irmãos em Cristo, devemos aproveitar as oportunidades
para servir aos estranhos e assim testemunhar a eles sobre o amor de Deus.

12.14-21 — Já que nós nos relacionamos com não-cristãos, devemos responder em amor aos
nossos perseguidores (v. 14), e procurar viver em paz com incrédulos.

12.14 — Abençoai. Isto é, falar bem a respeito de alguém, ou elogiai.

12.15 — Alegrai-vos [...] chorai. Quando uma parte do corpo de Cristo sofre, todas as demais
também sofrem, porque os cristãos são membros uns dos outros. Quando um dos membros do
corpo se alegra, todos podem se alegrar. Os cristãos não podem permanecer indiferentes ao
sofrimento ou à alegria uns dos outros, aqueles com os quais compartilham da mesma fé (1 Co
12.25,26).

12.16 — Sede unânimes entre vós: É uma orientação aos cristãos para que mantenham a
harmonia que existe entre eles. O cristão não deve ser arrogante, convencido, nem somente se
associar com pessoas aparentemente mais importantes.

12.17 — A palavra honestas neste versículo significa moralmente boa, nobre, ou louvável. Esse é
o lado positivo do mandamento em forma de negação — no caso, de que ninguém deve tornar o
mal por mal (1Pe 3.9).Um cristão não deveria se concentrar no mal praticado pelos outros,
buscando uma forma de vingar-se; ao contrário, deveria focalizar sua atenção naquilo que é bom.
Agindo assim, nós encorajamos os outros em nosso redor a aspirarem à prática do bem.

12.18 — A aspiração do cristão deveria ser a de viver uma vida em paz- Mas, às vezes, a paz
não depende unicamente de nós; é por isso que Paulo limita assim o mandamento: Se for
possível.

12.19 — Os cristãos não devem buscar a vingança pessoal, mas devem deixar que Deus
promova a punição devida à iniquidade.

12.20,21 — Liberto da necessidade de vingar-se, o cristão pode exercer misericórdia, até mesmo
em favor dos seus inimigos. Por meio de atos de bondade, os cristãos podem amontoar brasas
de fogo sobre a cabeça dos seus inimigos, ou seja, levar vergonha e talvez arrependimento a
eles. É possível que um inimigo se torne um amigo. Esse é o fenomenal poder do amor de Deus,
a quem os cristãos estão conectados por Cristo.

Vida de Servo – Romanos 12

O Apóstolo Paulo, nesta carta aos Romanos, como costuma fazer em alguns de seus escritos, apresenta
primeiro uma parte doutrinária – a colocação dos fundamentos da fé – após passa à uma parte prática –
expressões da vida cristã. A doutrina gera a prática. A prática é fruto da doutrina ministrada. No capítulo
12 se inicia a parte prática da carta que contém três significativos assuntos: a conduta pessoal do cristão,
a atitude do cristão diante dos não cristãos e o convívio entre os cristãos. Queremos, entretanto, fazer
algumas reflexões sobre o conteúdo dos dois primeiros versículos desse capítulo.

É impressionante como Paulo pode, em apenas dois versículos, concentrar tantos ensinos. Ele inicia o
capítulo com um verbo apelativo: rogar. Esse termo nos faz sentir que havia um grande anseio no coração
de Paulo em transmitir, àqueles que designa como: “chamados para serdes de Jesus Cristo” (Romanos
1.6), princípios importantes para a vida cristã vitoriosa. Paulo sabia, muito bem, que os discípulos que
compunham a comunidade em Roma, viviam em uma sociedade tremendamente pecaminosa e, agora,
convertidos à fé cristã, nela deveriam viver, integralmente, como novas criaturas em Cristo Jesus.

O mesmo acontece conosco hoje. Nós, discípulos do Senhor Jesus, vivemos, também, em uma sociedade
corrupta e é nela que devemos testemunhar a vida cristã autêntica. A ciência e outros aspectos da
sociedade humana evoluíram, enquanto a vida moral, a ética e a conduta continuam sob as mesmas
falhas, erros, pecados e maldades de todas as épocas anteriores. É nessa sociedade impiedosa que,
como cristãos, precisamos expressar os valores da vida do Senhor que reside em nós.

O anseio de que os cristãos vivam a nova vida que possuem em Cristo ativamente – vida completamente
diferente da forma que o mundo apresenta – levou Paulo a fazer essa veemente súplica: “Rogo, pois,
irmãos”. É um caloroso chamado que seu zelo apostólico faz àqueles que nasceram de novo em Cristo
Jesus. Escrevendo aos Gálatas, Paulo demonstrou o mesmo cuidado para aqueles que estavam sob seu
pastoreio: “meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós”
(Gálatas 4.19). A diligência pelos filhos espirituais o levava a desmedidos sacrifícios!

O que, agora, Paulo roga aos romanos é, justamente, em outras palavras, o mesmo que requereu dos
Filipenses: “Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos ou
estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, com uma só alma,
lutando juntos pela fé evangélica” (Filipenses 1.27). Os que já nasceram de novo, apesar de estarem
unidos a Cristo por uma aliança eterna, precisam, entretanto, moldar ainda mais as suas vidas segundo
aquilo que o Senhor quer encontrar neles: obediência total à sua vontade que é boa, agradável e perfeita.

Nós não alcançamos automaticamente o caráter perfeito e santo que vemos em Cristo Jesus, quando
nascemos de novo. Alcançá-lo depende de uma disposição do nosso coração de efetivar aquilo que Deus
reservou para fazermos. Há, conseqüentemente, uma carreira a correr e uma vitória a alcançar. Bem-
aventurado é aquele que se propõem, consigo mesmo, chegar ao clímax que Paulo chegou ao dizer:
“estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2.19,20).

Notemos que o rogar de Paulo é motivado por um fato muito forte e nobre. É “pelas misericórdias de
Deus”. Nós sabemos que tudo que Deus fez, faz e fará por nós, provêm de sua misericórdia. Paulo coloca
o termo no plural – “misericórdias” -, pois, elas são incontáveis e indizíveis. São inúmeras as misericórdias
que recebemos de Deus, sendo que a maior delas é a nossa salvação eterna na pessoa de seu Filho. O
sacrifício vivo, único e perfeito, realizado em nosso lugar, substituindo-nos, é o maior apelo que possamos
ter, conclamando-nos a oferecer a Deus, também, um sacrifício vivo, santo e agradável dos nossos
corpos, fazendo-lhe, perfeitamente, o que lhe agrada.

Se nós somos filhos de Deus, o somos pela sua compaixão para conosco. Dessa forma, devemos tomar
para nós a exortação apostólica: “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis
anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos
santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque está escrito: Sede santos, porque eu
sou santo” (I Pedro 1.14,15). Eis o perfeito sacrifício vivo que devemos fazer em resposta às “misericórdias
de Deus”. Não há motivação maior para que vivamos a vida de santidade do que a gratidão que temos
pelas misericórdias de Deus, que, diariamente vem ao nosso viver!

Paulo roga, entretanto, que, “pelas misericórdias de Deus”, apresentemos nossos corpos “em sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus”. Certamente o Apóstolo está lembrando que na cruz foi feita a perfeita
oferenda “Viva, santa e agradável a Deus” por todos nós. E Deus a aceitou pois foi feita pelo seu Filho.
Assim como Jesus fez esse sacrifício por nós, devemos nós, também fazê-lo a Deus em gratidão ao que
dele recebemos.

Que é apresentar o nosso corpo por sacrifício vivo? Primeiro, afirmamos que Deus não deseja rituais,
sacrifícios abstratos, místicos, sentimentais. O que ele quer é algo bem prático. Ele espera que
apresentemos a nós mesmos diante dele, com atos concretos, práticas diárias e contínuo viver segundo a
sua vontade. Sacrifício vivo é a oferta que se expressa com a vida -. Nessa mesma carta, Paulo já
ensinou: “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte, mas se, pelo Espírito,
mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis” (Romanos 8.13).

Aqui está o sacrifício vivo que nos é pedido: “mortificar os feitos do corpo”. Isso significa que os atos que
fazemos impulsionados por nossa carne e que não correspondem à vontade de Deus, devem ser
dizimados e queimados no altar, diante dele. E, as cinzas que restarem, devem ser jogadas fora do arraial,
como os israelitas faziam com as sobras sem valor dos animais sacrificados (Êxodo 29.14), ou seja,
devemos retirar de nós todos os resíduos da velha vida que permanecem em nós e que nada mais
significa para nós que vivemos, plenamente, a nova vida em Cristo.

Recordemos que toda a depravação da raça humana se expressa através do corpo. Vejamos como age o
homem estranho a Deus: o seu cérebro – parte essencial do corpo – programa o mal que ele deseja
executar; seus olhos vêem somente o que é impróprio; sua língua profere a mentira, o engano, a
maledicência; os pés são rápidos em correr pelo mau caminho e as mãos apressam-se em ferir, agredir,
apossar-se do que dos outros. Comandados pelo cérebro desvirtuado seus sentimentos e atitudes são,
verdadeiramente, pecaminosos.

A santidade cristã, da mesma forma, se efetivar através dos membros do corpo em um sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus. Isso começa com a mortificação dos atos que, em nós, são da natureza carnal,
fazendo com que cada membro do corpo opere de acordo com os comandos do cérebro que se rege pela
vontade de Deus.

Assim, a mente pensará com a sabedoria que lhe vem do Alto; a língua falará a verdade eterna e entoará
louvores ao Senhor; os olhos estarão voltados para Jesus assimilando sua pureza e integridade; os pés se
apressarão a andar pelos caminhos justos; as mãos irão abençoar e o coração se derramará em amor, até
mesmo, para com os que maltratam, perseguem e fazem todo o mal.

È isso que significa “sacrifício vivo” – oferenda que expressa a vida de Cisto em nós! Também, jogar fora
tudo o que não vem de Deus e valorizar tudo que dele vem a nós. Nessa mesma carta aos Romanos,
6.13, Paulo escreveu: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais
às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de
iniqüidade, mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus,
como instrumentos de justiça”. Isso é culto racional a Deus!

A seguir, Paulo faz outro apelo necessário: “não vos conformeis com este século”. Saibamos que o século
– o mundo – negligencia a vontade e o propósito que Deus tem para ele, buscando atender somente a
seus próprios interesses humanos. É fácil, muito fácil, acomodar-se com o século – o mundo e seu
sistema pecaminoso. Não é difícil acomodar a vida aos padrões do mundo. Quantos cristãos estão
fazendo isso e tendo prazer em conformar-se com a vida dúbia que levam.

Há uma palavra de ordem que vem de Jesus: “Não vos assemelheis, pois, a eles” (Mateus 6.8). Não
podemos nos acomodar à cultura predominante do mundo dos homens insubmissos a Deus e que o
aborrece. Escutemos o que Paulo nos diz em Colossenses 3.1: “Portanto, se fostes ressuscitados
juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai
nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta
juntamente com Cristo, em Deus”.

“Transformai-vos”, é a chave que o texto apresenta para que possamos apresentar nossos corpos em
sacrifício vivo a Deus. E essa transformação começa com a nossa mente. A transformação da mente é o
ponto básico para que seja visível em nós a vida que Deus planejou para os que são seus, e que é visível
na pessoa de seu Filho. Nossa mente precisa ser esvaziada de tudo que não provém de Deus e ser
impregnada com tudo que dele procede. Essa é uma transformação que nos compete fazer.

O texto indica o que deve predominar em uma mente regenerada: “a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus”. Só uma mente restaurada pode discernir, obedecer e expressar a mente de Cristo. Os filhos de
Deus precisam ter mentes totalmente conformadas aos padrões divinos, pois, um dia, quando menos
esperarmos estaremos diante do Senhor que declarou ser “aquele que sonda mente e corações”
(Apocalipse 2.23). Nossas mentes serão perscrutadas em seus mínimos detalhes, pois, é na nossa mente
que elaboramos todo o bem ou todo o mal que praticamos.

Outra importante expressão do texto é: “para que experimenteis […] qual seja [… a] vontade de Deus”. É
uma riqueza espiritual valiosa, quando, por experiência própria, podemos provar a excelentemente boa, a
extremamente agradável e a tão perfeita vontade de Deus para a nossa vida, pois, ela expressa o seu
desejo de que sejamos exatamente como seu Filho é.

Nós temos recursos valiosos e acessíveis que nos ajudam a renovar nossa mente:

1. A Palavra de Deus. Uma mente cheia da Palavra direcionará toda a nossa vida mental,
conseqüentemente, todo o nosso ser e o nosso fazer será moldado por ela. A palavra é a espada do
Espírito que Efésios 6.17 indica como a arma preciosa em nossas lutas espirituais. Aconselhamos a todos
lerem o salmo 119 e encontrarem nele a demonstração do que a Palavra é, e os inúmeros valores que ela
possui, para a renovação da mente.

2. O Espírito Santo. Ele é a pessoa mais interessada em renovar nossa mente, pois, ele quer moldar em
nós a mente do Senhor Jesus Cristo. A nossa mente, sob a graça e unção do Espírito, presidirá nossa vida
interior pautando-a com a sabedoria do Alto. É o Espírito que leva a nossa mente a possuir, de forma
ampla e nova, a visão de todas as realidades espirituais de Deus.

Ele nos faz, verdadeiramente, ser e agir dentro do que é esperado de nós como novas criaturas. Ele nos
fortalece para que, realmente, estejamos vivendo como nascidos de novo em Cristo Jesus. É através dele
que Deus cumpre a promessa de imprimir em nossas mentes as suas leis, conforme fala Jeremias 31.33.
É ele quem guarda o nosso coração e mente em Cristo Jesus (Filipenses 4.7).

3. A oração. Ela sempre nos levará bem junto a Deus e, assim, dele recebermos força, auxílio e graça
para uma total restauração mental. Quando oramos Deus edifica nossa mente e fortalece nosso espírito.
Que a nossa súplica sempre seja: Renova, Senhor, a nossa mente para que te conheçamos mais e mais.
Quão tremendo é esse expressivo apelo que Paulo soube sintetizar em apenas dois versículos. Apelo que
deve nos levar à experiência que precisamos, hoje, alcançar, ou seja, conhecer a grandeza da vontade de
Deus para conosco. Deus não nos quer pequenos, pobres, inferiores. Ele nos quer levar “à perfeita
varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4.13). Sua vontade, realmente, é de
que sejamos seus filhos como seu Filho, Jesus Cristo é. Para isso ouçamos o apelo: “seguindo a verdade
em amor cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4.15). Amém.

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