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03/07/2019 IOF tem alíquota zero em câmbio sobre receitas de importação

INTERPRETAÇÃO LEGAL

Parecer aponta alíquota zero de IOF em câmbio sobre


receitas de exportação
Entendimento da PGFN é que medida vale caso sejam respeitados padrões do BC e CMN

GUILHERME MENDES

02/07/2019 16:30
Atualizado em 02/07/2019 às 17:37 SÃO PAULO

(Crédito: pxhere)

Um parecer da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), publicado nesta


segunda-feira (01/07) indica que operações de liquidações de operações de câmbio,
decorrentes de receitas de exportação, têm alíquota zero de Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF), independente se liquidação pronta ou futura, ou se a

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03/07/2019 IOF tem alíquota zero em câmbio sobre receitas de importação

operação ocorrer prévia ou posteriormente ao embarque da mercadoria ou da


prestação do serviço.

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O ofício apresentado pelo órgão analisou a legislação sobre o tema por conta de
duas publicações da Receita Federal, a solução de consulta nº 246/2018 e o
parecer Cosit nº 13/2019, que esclarece pontos levantados sobre a solução de
consulta. Ambos tratam do ingresso de receitas de exportação mantidas no exterior
e foram, depois de publicados, enviados à Procuradoria para análise.

Na solução de consulta, a Receita a rmou que a manutenção de recursos em


moeda estrangeira em instituição nanceira fora do país, fruto de exportação de
bens ou serviços de empresa brasileiras, não é fato gerador do IOF. O texto a rmou
também que, se os recursos inicialmente mantidos em conta no exterior forem, em
data posterior à conclusão do processo de exportação, remetidos ao Brasil, haverá
incidência de IOF à alíquota de 0,38%.

Após a publicação da solução de consulta, a Federação Brasileira dos Bancos


(Febraban) e o Fórum da Competitividade das Exportações (FCE) da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), contestaram o entendimento. O argumento utilizado
para críticas era que, ao contrário do que previa o texto, o pagamento poder não
ocorrer no momento nal da exportação – tratando-se, por exemplo, de uma
antecipação em uma venda. Em parecer publicado em abril deste ano, o Fisco
manteve seu entendimento, por considerar que os valores caram mantidos no
exterior por uma opção dos contribuintes, devendo ser tributados quando da sua
liquidação.

O texto da PGFN, porém, conclui que, por mais que a legislação de na que o IOF
incidente sobre operações de câmbio seja determinado por lei, a mesma redação
autoriza o poder Executivo de estabelecer alíquotas menores em casos especí cos.
É o caso das operações de câmbio no ingresso de receitas de exportação de bens e
serviços, que está com alíquota zero por força do decreto nº 8.325/2014.

Para tal, a Procuradoria-Geral argumenta que o prazo máximo entre a contratação e


a efetiva liquidação, prevista na legislação, é de 750 dias contados a partir da
prestação do serviço ou do embarque da mercadoria. A previsão está em dois textos
infra-legais analisados pela parecer: o artigo 16 da Resolução nº 3.567/2008, do
Conselho Monetário Nacional (CMN), e o artigo 99 da Circular nº 3.691/2013 do
Banco Central.

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O parecer conclui que “aplica-se a alíquota zero prevista no inciso I do artigo 15-B
do Decreto n.º 6.306/2007 sempre que houver liquidação de contrato de câmbio de
exportação que tenha observado a forma e os prazos estabelecidos pelo CMN e o
BCB, independentemente de os recursos terem sido inicialmente recebidos em
conta mantida no exterior, conforme autorizado pela legislação nacional”.

GUILHERME MENDES – Repórter

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