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ROSIANITA BALENA

ESTUDO ANALÍTICO-NUMÉRICO DAS VIBRAÇÕES INDUZIDAS POR

VÓRTICES EM TRECHO VERTICAL DE RISER RÍGIDO, SUJEITO À

VARIAÇÃO DE TRAÇÃO, E SUA INFLUÊNCIA NA FADIGA

Tese apresentada à Escola Politécnica da


Universidade de São Paulo para a obtenção
do título de Doutor em Engenharia.

São Paulo

2010
ROSIANITA BALENA

ESTUDO ANALÍTICO-NUMÉRICO DAS VIBRAÇÕES INDUZIDAS POR

VÓRTICES EM TRECHO VERTICAL DE RISER RÍGIDO, SUJEITO À

VARIAÇÃO DE TRAÇÃO, E SUA INFLUÊNCIA NA FADIGA

Tese apresentada à Escola Politécnica da


Universidade de São Paulo para a obtenção
do título de Doutor em Engenharia.

Área de Concentração:
Engenharia Naval e Oceânica

Orientador:
Prof. Dr. André Luís Condino Fujarra

São Paulo

2010
À Solange, Darlei e Marcelo.
AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. André Luís Condino Fujarra pelo paciente trabalho de orientação e pelo
constante incentivo.

Aos professores e funcionários da Universidade de São Paulo pelo suporte técnico e


científico fundamentais a este trabalho.

Aos colegas: Guilherme Feitosa, Fernanda Takafuji, Rafael Tanaka, Lauro da


Silveira, Guilherme Franzini, Adriano Axel e Karen Siewert pelas discussões técnicas
e suporte.

Aos colegas da Oceaneering pela disponibilização de tempo e recursos para


realização desta pesquisa.

Aos meus familiares pelo amor, dedicação e compreensão incondicionais.

À FAPESP; pelo suporte financeiro ao Programa de Doutorado 03/14112-3.

E, finalmente, a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para este trabalho.
RESUMO

A produção de petróleo em ambiente marítimo é feita através de plataformas, em


geral flutuantes, conectadas aos reservatórios através de dutos, os chamados risers,
responsáveis pelo transporte de petróleo bruto, gás ou água.

Do ponto de vista estrutural, estes risers podem ser rígidos ou flexíveis, porém,
independente do tipo empregado, com o aumento da profundidade, aumentam-se os
esforços de tração sobre essas estruturas. Em águas profundas, essa desvantagem
pode ser diminuída com a utilização de configurações mais complexas, dentre as
quais se destaca a riser tower, que é foco do presente estudo. Este sistema é
composto por vários dutos unidos ao longo de um tubo vertical único, sustentado por
uma bóia de subsuperfície. Um grande atrativo desta configuração é a redução da
fadiga devido às ondas, uma vez que a bóia e parte significativa dos risers rígidos
verticais não sofrem efeitos relevantes das ondas de superfície.

No entanto, dois problemas de interação fluido-estrutural persistem: um associado


ao fenômeno de VIV – Vibração Induzida pela Emissão de Vórtices no riser vertical e
outro relativo ao VIM - Movimento Induzido pela Emissão de Vórtices na bóia.
Devido ao fato da correnteza ser quase permanente, bem como das altas
frequências passíveis de excitação, tem-se um número de ciclos de tensão bastante
elevado, associados à flexão, o que pode ser importante no estudo de fadiga do
material que compõe as referidas estruturas.

De maneira mais completa, no que compete à fenomenologia das interações fluido-


estruturais mencionadas, o presente trabalho propõe-se a estudar numérica e
analiticamente a dinâmica transversal e longitudinal do conjunto formado pelo riser
rígido e pela bóia de subsuperfície, particularmente focado nos efeitos da dinâmica
sobre a vida útil do riser vertical.

Palavras-chave: Vibração induzida pela emissão de vórtices – VIV. Riser rígido


vertical. Variação de tração. Fadiga.
ABSTRACT

The offshore oil production is performed with platforms, floating in most cases, which
are connected to the well through pipes. These pipes are called risers and are
responsible for the transport of crude oil, gas and water from seabed to the platform
and vice-versa.

From the structural standpoint, these risers can be rigid or flexible. However,
independently of the type, the topside tension of these structures increases with the
water depth. In deep water this disadvantage can be reduced by using more complex
configurations, for example the riser tower, which is the focus of the current study.
The riser tower is a system composed by pipes bundled around a central steel tube
supported by a subsurface buoyancy tank. This configuration is attractive due to the
reduction on waves fatigue since the buoy and most of the vertical risers’ length is
not impacted by the effects of the surface waves.

Nevertheless, two issues from the fluid-structural interaction still persist: one related
to the VIV phenomena – vortex-induced vibration on the vertical riser and the other
associated to the VIM – vortex induced motion on the buoyancy tank. Considering
the almost permanent nature of the offshore currents associated to the high
frequencies that can be excited, during the operational life, the riser is subjected to a
large amount of stress cycles which are important for the evaluation of the structural
integrity in terms of fatigue.

In a more complete sense, considering the phenomenology of the fluid-structure


interactions, the purpose of the present work is studying numerical and analytically
the inline and cross-flow dynamics of the riser tower system especially focused on
the impact of the dynamics on the vertical riser operational life.

Keywords: Vortex-induced vibrations - VIV. Vertical rigid riser. Tension fluctuation.


Fatigue.
SUMÁRIO

1.  INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 23 

1.1  CONTEXTO DA PRODUÇÃO OCEÂNICA DE PETRÓLEO ATUAL ...................................................... 23 


1.2  DESAFIOS E SOLUÇÕES PARA A PRODUÇÃO OCEÂNICA DE PETRÓLEO ....................................... 24 
1.3  IMPACTO DOS AGENTES AMBIENTAIS NA VIDA ÚTIL DO RISER .................................................... 27 
1.4  ESTRATÉGIAS PARA A SOLUÇÃO DO PROBLEMA....................................................................... 28 

2.  OBJETIVOS............................................................................................................................... 31 

3.  REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................................... 32 

3.1  O SISTEMA RISER TOWER .................................................................................................... 32 


3.2  VIBRAÇÕES INDUZIDAS PELA EMISSÃO DE VÓRTICES (VIV)....................................................... 35 
3.2.1  Cilindros rígidos ............................................................................................................. 40 
3.2.2  Cilindros flexíveis .......................................................................................................... 44 
3.2.3  Abordagem Analítica ..................................................................................................... 45 
3.3  SUBSÍDIOS TEÓRICOS PARA AS ANÁLISES DE FADIGA ............................................................... 46 
3.3.1  Comparativo entre as metodologias SN e da/dN ........................................................... 48 
3.3.2  Vida à fadiga de risers rígidos ....................................................................................... 55 

4.  FORMULAÇÃO MATEMÁTICA ................................................................................................ 60 

4.1.1  O Modelo de VIV ........................................................................................................... 60 


4.1.2  O Modelo Estrutural....................................................................................................... 65 
4.1.3  Análises nos domínios do tempo e da frequência ......................................................... 67 

5.  PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO ....................................... 70 

5.1  O EXPERIMENTO DE VIV UTILIZADO COMO ELEMENTO DE COMPARAÇÃO ................................... 70 


5.2  DESCRIÇÃO DA BASE DE DADOS PARA AS ANÁLISES NUMÉRICAS ............................................... 74 
5.3  COMPARAÇÕES EM TERMOS DE VIBRAÇÕES LIVRES................................................................. 75 
5.3.1  Frequências naturais ..................................................................................................... 75 
5.3.2  Modos naturais .............................................................................................................. 76 
5.4  COMPARAÇÃO MEDIANTE EXCITAÇÃO DE VIV ......................................................................... 78 
5.4.1  Modos excitados ........................................................................................................... 78 
5.4.2  Coexistência de oscilações Inline e Cross-flow ............................................................. 85 
5.4.3  Tração no topo .............................................................................................................. 87 
5.5  CONSIDERAÇÕES FINAIS COM BASE NOS PRÉ-TESTES ............................................................. 91 

6.  APLICAÇÃO À RISER TOWER ................................................................................................ 93 

6.1  METODOLOGIA ADOTADA ...................................................................................................... 93 


6.1.1  O modelo fenomenológico do OrcaFlex ........................................................................ 93 
6.2  DETALHAMENTO DO PROBLEMA E ENCAMINHAMENTO VIA DOOLINES ......................................... 95 
6.3  FREQUÊNCIAS NATURAIS ...................................................................................................... 98 
6.3.1  Modos naturais .............................................................................................................. 99 
6.4  COMPARAÇÃO MEDIANTE EXCITAÇÃO DE VIV ....................................................................... 101 

7.  ANÁLISES DE FADIGA .......................................................................................................... 110 

7.1  DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA ............................................................................................ 110 


7.2  MODELO ADOTADO PARA AS ANÁLISES DA PESQUISA ............................................................. 110 
7.3  MODELO ADOTADO NO ORCAFLEX....................................................................................... 112 
7.4  RESULTADOS PARA A RISER TOWER..................................................................................... 113 

8.  CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 118 

9.  PERSPECTIVAS ..................................................................................................................... 121 

10.  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 122 

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES ........................................... 130 

A.1  RESULTADOS DO CASO 1 ................................................................................................... 131 


A.2  RESULTADOS DO CASO 4 ................................................................................................... 139 
A.3  RESULTADOS DO CASO 9 ................................................................................................... 147 
A.4  RESULTADOS DO CASO 9 COM MOLA NA EXTREMIDADE SUPERIOR.......................................... 155 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1.1: Riser Tower (Fonte: Adaptada de Stolt Offshore, 2006). .........................26 
Figura 2.1: Riser Tower sujeita aos carregamentos ambientais. ...............................31 
Figura 3.1: Detalhe do arranjo submarino do campo de Girassol (Fonte: WU et al.,
2008). ..........................................................................................................................33 
Figura 3.2: Detalhes das conexões e da cobertura do riser tower (Fonte: Dixon;
Bursaux, 2005). ...........................................................................................................34 
Figura 3.3: Esquema das VIV em um trecho de riser, (a) vista em perspectiva e (b)
vista de topo (Fonte: Adaptada de Le Cunff et al., 2002 e Facchinetti; De Langre;
Biolley, 2003). ..............................................................................................................38 
Figura 3.4: Frequência de resposta adimensional x velocidade adimensional (Fonte:
Adaptada de Khalak e Williamson, 1997). ..................................................................41 
Figura 3.5: Variação da Amplitude com o Coeficiente de Massa-Amortecimento
Reduzido (Fonte: Adaptada de Williamson e Govardhan, 2004). ..............................42 
Figura 3.6: Curva SN padrão (Fonte: Lemos, 2005). .................................................49 
Figura 3.7: Esquema típico da curva de propagação de trincas (Fonte: Castro e
Meggiolaro, 1999). ......................................................................................................51 
Figura 4.1: Esquema do sistema de coordenadas do duto (Fonte: Adaptada de
Furnes e Sorensen, 2007). .........................................................................................60 
Figura 4.2: Esquema das classes para consideração dos carregamentos ambientais.
.....................................................................................................................................66 
Figura 5.1: Arranjo experimental (Fonte: Adaptada de Chaplin et al., 2005a). ..........71 
Figura 5.2: Envoltória de deslocamento adimensionalizado para a simulação de
vibração livre no primeiro modo inline, direção do escoamento. ................................77 
Figura 5.3: Envoltória de deslocamento adimensionalizado para simulação de
vibração livre no terceiro modo, direção do escoamento. ..........................................77 
Figura 5.4: Envoltórias de deslocamento transversal – Caso 1 ou 0,16 m/s. (a)
Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais. ..............................................79 
Figura 5.5: Envoltórias de deslocamento longitudinal ao redor da posição média –
Caso 1 ou 0,16 m/s. (a) Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais. .......79 
Figura 5.6: Deslocamento médio na direção longitudinal – Caso 1 ou 0,16 m/s. (a)
Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais. ..............................................80 
Figura 5.7: Envoltórias de deslocamento transversal – Caso 4 ou 0,40 m/s. (a)
Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais. ..............................................81 
Figura 5.8: Envoltórias de deslocamento longitudinal ao redor da posição média –
Caso 4 ou 0,40 m/s. (a) Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais. .......81 
Figura 5.9: Deslocamento médio na direção longitudinal – Caso 4 ou 0,40 m/s. (a)
Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais. ..............................................82 
Figura 5.10: Espectros de potência referentes aos deslocamentos longitudinais em
posições diferentes do riser: (a) 2% do comprimento a partir do topo; (b) 75%; (c)
98% do topo. ...............................................................................................................83 
Figura 5.11: Espectros de potência a partir dos registros de deslocamento na
posição a 75% do comprimento do riser, medida a partir da parte superior – Caso 1
ou 0,16 m/s. (a) Direção longitudinal. (b) Direção transversal....................................85 
Figura 5.12: Trajetória de um ponto a 75% do comprimento do riser, medido a partir
de sua extremidade superior.......................................................................................86 
Figura 5.13: Séries temporais de um ponto a 75% do comprimento do riser, medido a
partir de sua extremidade superior. ............................................................................86 
Figura 5.14: Deslocamento médio na direção longitudinal – Caso 9 ou 0,95 m/s. (a)
Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais. ..............................................89 
Figura 5.15: Envoltórias de deslocamento transversal – Caso 9 ou 0,95 m/s e a
presença do elemento de menor rigidez. (a) Resultados numéricos. (b) Resultados
experimentais. .............................................................................................................90 
Figura 5.16: Envoltórias de deslocamento longitudinal ao redor da posição média –
Caso 9 ou 0,95 m/s e a presença do elemento de menor rigidez. (a) Resultados
numéricos. (b) Resultados experimentais. ..................................................................90 
Figura 5.17: Deslocamento médio na direção longitudinal – Caso 9 ou 0,95 m/s e a
presença do elemento de menor rigidez.(a) Resultados numéricos. (b) Resultados
experimentais. .............................................................................................................91 
Figura 6.1: Esquema da riser tower com extremidade inferior articulada e superior
livre. .............................................................................................................................95 
Figura 6.2: Cinco primeiros modos de vibrar. Pré-tração de 457 N – OrcaFlex. .....100 
Figura 6.3: Envoltória dos cinco primeiros modos de vibrar. Pré-tração de 457 N –
Doolines.....................................................................................................................101 
Figura 6.4: Envoltória dos deslocamentos na direção longitudinal e transversal
adimensionalizado pelo diâmetro do riser. Correnteza uniforme de 0,60 m/s. ........102 
Figura 6.5: (a) Deslocamento médio na direção inline adimensionalizado. (b)
Envoltória do deslocamento na direção transversal adimensionalizado. Resultados
do OrcaFlex com correnteza uniforme de 0,60 m/s. .................................................103 
Figura 6.6: (a) Deslocamento médio na direção longitudinal adimensionalizado pelo
diâmetro do riser. (b) Trajetória para o nó a 10% do comprimento a partir do topo.
Correnteza de 0,60 m/s .............................................................................................103 
Figura 6.7: Trajetórias ao longo do comprimento da riser tower. Correnteza de
0,60 m/s .....................................................................................................................104 
Figura 6.8: Série temporal das forças de sustentação e arrasto para cinco nós ao
longo do sistema riser tower. Correnteza de 0,60 m/s .............................................105 
Figura 6.9: Envoltória de tração efetiva ao longo do modelo: (a) Doolines, (b)
OrcaFlex. Correnteza de 0,60 m/s ............................................................................105 
Figura 6.10: Curvatura ao longo do modelo: (a) Doolines, (b) OrcaFlex. Correnteza
de 0,60 m/s ................................................................................................................106 
Figura 6.11: Forças de Sustentação e Arrasto para o caso com correnteza de
0,25 m/s .....................................................................................................................107 
Figura 6.12: Forças de Sustentação e Arrasto para o caso com correnteza de
0,5 m/s .......................................................................................................................108 
Figura 6.13: Forças de Sustentação e Arrasto para o caso com correnteza de
1,0 m/s .......................................................................................................................108 
Figura 6.14: Forças de Sustentação e Arrasto para o caso com correnteza de
1,5 m/s .......................................................................................................................108 
Figura 6.15: Forças de Tração para cada um dos casos de velocidade da correnteza:
(a) 0,25 m/s, (b) 0,5 m/s, (c) 1,0 m/s e (d) 1,5 m/s ...................................................109 
Figura 7.1: Sequência da análise de fadiga..............................................................110 
Figura 7.2: Curvas SN em ar para estruturas oceânicas (Fonte: Adaptada de DNV,
2008). ........................................................................................................................111 
Figura 7.3: Esquema do duto para cálculo de tensões (Fonte: adaptada de Orcina,
2009). ........................................................................................................................112 
Figura 7.4: Séries temporais das tensões para 4 nós ao longo do riser: 25, 33, 52 e
98% do comprimento a partir do topo. Correnteza de 0,60 m/s. ..............................114 
Figura 7.5: Série temporal e envoltória da tensão sobre o riser. Correnteza de
0,60 m/s. ....................................................................................................................114 
Figura 7.6: Vida à fadiga ao longo do comprimento do riser. Correnteza de 0,60 m/s.
...................................................................................................................................115 
Figura 7.7: Séries temporais da tensão: (a) devida à tração, (b) devida à flexão e (c)
resultante. Nó a .........................................................................................................116 
Figura 7.8: Vida à fadiga ao longo do comprimento do riser - OrcaFlex. Correnteza
de 0,60 m/s. ...............................................................................................................117 
Figura A.1: Séries temporais do nó a 75% do topo. .................................................131 
Figura A.2: Trajetória do nó a 75% do topo. .............................................................131 
Figura A.3: Espectro de movimentos inline no nó a 75% do topo. ...........................132 
Figura A.4: Espectro de movimentos transversal no nó a 75% do topo...................132 
Figura A.5: Espectro de movimentos vertical no nó a 75% do topo. ........................133 
Figura A.6: Séries temporais de forças no nó a 75% do topo. .................................133 
Figura A.7: Espectro de tração no nó a 75% do topo. ..............................................134 
Figura A.8: Espectro da força de sustentação no nó a 75% do topo. ......................134 
Figura A.9: Espectro da força de arrasto no nó a 75% do topo. ..............................135 
Figura A.10: Envoltória de movimento inline. ...........................................................135 
Figura A.11: Posição inline média.............................................................................136 
Figura A.12: Envoltória de movimento transversal. ..................................................136 
Figura A.13: Séries temporais de força de sustentação em diferentes pontos do riser.
...................................................................................................................................137 
Figura A.14: Séries temporais de força de arrasto em diferentes pontos do riser. ..137 
Figura A.15: Séries temporais de tração em diferentes pontos do riser. .................138 
Figura A.16: Envoltória de tração..............................................................................138 
Figura A.17: Séries temporais do nó a 75% do topo. ...............................................139 
Figura A.18: Trajetória do nó a 75% do topo. ...........................................................139 
Figura A.19: Espectro de movimentos inline no nó a 75% do topo. .........................140 
Figura A.20: Espectro de movimentos transversal no nó a 75% do topo.................140 
Figura A.21: Espectro de movimentos vertical no nó a 75% do topo. ......................141 
Figura A.22: Séries temporais de forças no nó a 75% do topo. ...............................141 
Figura A.23: Espectro de tração no nó a 75% do topo. ............................................142 
Figura A.24: Espectro da força de sustentação no nó a 75% do topo. ....................142 
Figura A.25: Espectro da força de arrasto no nó a 75% do topo. ............................143 
Figura A.26: Envoltória de movimento inline. ...........................................................143 
Figura A.27: Posição inline média.............................................................................144 
Figura A.28: Envoltória de movimento transversal. ..................................................144 
Figura A.29: Séries temporais de força de sustentação em diferentes pontos do riser.
...................................................................................................................................145 
Figura A.30: Séries temporais de força de arrasto em diferentes pontos do riser. ..145 
Figura A.31: Séries temporais de tração em diferentes pontos do riser. .................146 
Figura A.32: Envoltória de tração..............................................................................146 
Figura A.33: Séries temporais do nó a 75% do topo. ...............................................147 
Figura A.34: Trajetória do nó a 75% do topo. ...........................................................147 
Figura A.35: Espectro de movimentos inline no nó a 75% do topo. .........................148 
Figura A.36: Espectro de movimentos transversal no nó a 75% do topo.................148 
Figura A.37: Espectro de movimentos vertical no nó a 75% do topo. ......................149 
Figura A.38: Séries temporais de forças no nó a 75% do topo. ...............................149 
Figura A.39: Espectro de tração no nó a 75% do topo. ............................................150 
Figura A.40: Espectro da força de sustentação no nó a 75% do topo. ....................150 
Figura A.41: Espectro da força de arrasto no nó a 75% do topo. ............................151 
Figura A.42: Envoltória de movimento inline. ...........................................................151 
Figura A.43: Posição inline média.............................................................................152 
Figura A.44: Envoltória de movimento transversal. ..................................................152 
Figura A.45: Séries temporais de força de sustentação em diferentes pontos do riser.
...................................................................................................................................153 
Figura A.46: Séries temporais de força de arrasto em diferentes pontos do riser. ..153 
Figura A.47: Séries temporais de tração em diferentes pontos do riser. .................154 
Figura A.48: Envoltória de tração..............................................................................154 
Figura A.49: Séries temporais do nó a 75% do topo. ...............................................155 
Figura A.50: Trajetória do nó a 75% do topo. ...........................................................155 
Figura A.51: Espectro de movimentos inline no nó a 75% do topo. .........................156 
Figura A.52: Espectro de movimentos transversal no nó a 75% do topo.................156 
Figura A.53: Espectro de movimentos vertical no nó a 75% do topo. ......................157 
Figura A.54: Séries temporais de forças no nó a 75% do topo. ...............................157 
Figura A.55: Espectro de tração no nó a 75% do topo. ............................................158 
Figura A.56: Espectro da força de sustentação no nó a 75% do topo. ....................158 
Figura A.57: Espectro da força de arrasto no nó a 75% do topo. ............................159 
Figura A.58: Envoltória de movimento inline. ...........................................................159 
Figura A.59: Posição inline média.............................................................................160 
Figura A.60: Envoltória de movimento transversal. ..................................................160 
Figura A.61: Séries temporais de força de sustentação em diferentes pontos do riser.
...................................................................................................................................161 
Figura A.62: Séries temporais de força de arrasto em diferentes pontos do riser. ..161 
Figura A.63: Séries temporais de tração em diferentes pontos do riser. .................162 
Figura A.64: Envoltória de tração..............................................................................162 
LISTA DE TABELAS

Tabela 5.1: Características do riser vertical, modelo flexível ensaiado......................71 


Tabela 5.2: Coeficientes hidrodinâmicos utilizados de acordo com Chaplin et al.,
2005a...........................................................................................................................72 
Tabela 5.3: Coeficientes adaptados para as simulações numéricas de VIV. ............73 
Tabela 5.4: Valores de velocidade utilizados nos experimentos. ...............................73 
Tabela 5.5: Perfil de correnteza adotado nos ensaios. Exemplo para o caso de
velocidade máxima igual a 0,31 m/s. ..........................................................................74 
Tabela 5.6: Comparação entre frequências naturais para o riser biarticulado obtidas
com o OrcaFlex e com o Doolines. .............................................................................76 
Tabela 5.7: Resumo dos modos predominantes segundo observação das envoltórias
de movimento. .............................................................................................................84 
Tabela 5.8: Comparação dos valores de tração no topo. ...........................................87 
Tabela 5.9: Comparação entre valores de tração, focada na influência do sistema
experimental de alívio. ................................................................................................88 
Tabela 6.1: Parâmetros do oscilador de Iwan e Blevins utilizados nas simulações. .94 
Tabela 6.2: Características do modelo do sistema riser tower. ..................................97 
Tabela 6.3: Comparação das frequências naturais para a riser tower obtidas com o
OrcaFlex e com o Doolines. ........................................................................................99 
Tabela 7.1: Parâmetros da curva SN em ar (Fonte: DNV, 2008). ............................111 
LISTA DE SÍMBOLOS

Alfabeto Romano

A Seção de parede

Amp Amplitude de oscilação

Ay Constante utilizada para determinar o deslocamento na


direção inline, a ser determinada experimentalmente

Az Constante utilizada para determinar o deslocamento na


direção cross-flow, a ser determinada
experimentalmente

a Tamanho da trinca

az Amplitude das vibrações

B Inverso da inclinação da curva SN

ccrit Amortecimento crítico

csis Amortecimento do sistema

Cd Coeficiente de arrasto

Ci Coeficiente de arrasto induzido pela emissão de vórtices

Ci0 Coeficiente de arrasto para estrutura fixa

CL0 Coeficiente de sustentação para estrutura fixa

C0 Coeficiente de arrasto em repouso

Coeficiente de sustentação induzido pela emissão de


CL
vórtices

D Diâmetro

da/dN Taxa de propagação da trinca

F Frequência de onda

f* Razão de frequências fs/fn


fn Frequência natural em água

fs Frequência de Strouhal

k Rigidez do sistema

K Fator intensificador de tensões

Constante proposta para correção do coeficiente de


Ki
arrasto, a ser calibrada através de experimentos

H Forças exercidas pela correnteza e pela gravidade

log a Interseção com o eixo logN

M Massa por unidade de comprimento

m* Razão de massa

md Massa de fluido deslocado

ms Massa do sistema

N Número de ciclos até a falha

qy Variável generalizada longitudinal

qz Variável generalizada transversal

Re Número de Reynolds

Rf Coeficiente de amortecimento hidrodinâmico

Rs Coeficiente de amortecimento estrutural

Deslocamento longitudinal (em inglês denominado


ry
inline)

Deslocamento transversal (em inglês denominado cross-


rz
flow)

St Número de Strouhal

U Velocidade do escoamento

U* Velocidade reduzida

wn Frequência angular natural da estrutura em água


estacionária

wn 0 Frequência angular natural no ar

wnv Frequência angular natural no vácuo


Alfabeto Grego

εy Coeficiente de amortecimento na direção inline

εz Coeficiente de amortecimento na direção cross-flow

ρ Massa específica

ΔK th Limiar de propagação da trinca

ν Viscosidade cinemática do fluido

e Tensão equivalente

 ea Tensão equivalente alternada

 em Tensão equivalente média

f Tensão limite de fadiga

m Tensão média

u Tensão limite de resistência

y Tensão de escoamento

 1 , 2 , 3 Tensões principais

ζ Coeficiente de amortecimento
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Programa de propriedade da Petrobras para análise global


ANFLEX
não linear de linhas submersas

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e


ANP
Biocombustíveis

API American Petroleum Institute

DNV Det Norske Veritas

FPSO Floating Production, Storage and Offloading

JIP Joint Industry Project

LRFD Load and Resistance Factor Design

PETROBRAS Petróleo Brasileiro S.A.

Response Amplitude Operator ou operador de resposta


RAO
em amplitude

RHAS Riser Híbrido Auto-sustentado

RMS Root Mean Square ou raiz quadrática média

Stress Amplification Factor ou fator de amplificação de


SAF
tensão

SCR Steel Catenary Riser ou riser rígido em catenária

SLWR Steel Lazy Wave Riser

STRIDE Steel Risers for Deepwater Environments

TDP Touch Down Point ou ponto de contato com o solo

Tension-leg Platform ou plataforma de pernas


TLP
atirantadas

Tanque de Provas Numérico da Universidade de São


TPN
Paulo
Vortex-Induced Motion ou movimento induzido pela
VIM
emissão de vórtices

Vortex-Induced Vibrations ou vibrações induzidas pela


VIV
emissão de vórtices

Ferramenta computacional para cálculo de VIV de


estruturas marítimas esbeltas, desenvolvida pelo
VIVANA
Marintek (Norwegian Marine Technology Research
Institute)
23

1. INTRODUÇÃO

1.1 Contexto da produção oceânica de petróleo atual

A auto-suficiência na produção de petróleo, estrategicamente vital para o


desenvolvimento econômico do Brasil, se fez através de uma maciça exploração das
reservas situadas no mar, 90% contra apenas 10% da produção proveniente de
reservas terrestres (ANP, 2009). Visto que 65% da área dos blocos exploratórios
offshore da Petrobras se encontram em águas profundas e ultraprofundas (acima de
400m), o Brasil tem sido compelido ao desenvolvimento de tecnologias próprias e
inovadoras, as quais o colocam em posição de destaque neste segmento
(PETROBRAS, 2009).

A produção em ambiente marítimo é feita através de plataformas, em geral


flutuantes, dispostas segundo diferentes configurações. Apesar da diversidade, em
quase todas as configurações existe sempre a necessidade de se transportar
fluidos, como petróleo bruto, gás ou mesmo água, do poço submarino até a
unidade flutuante e vice-versa. Esse transporte é feito por meio de dutos,
comumente chamados risers, que com respeito à concepção estrutural podem ser
tanto rígidos, quanto flexíveis. Os risers rígidos, objeto do presente estudo,
caracterizam-se como tubos de aço fortemente tracionados, enquanto os risers
flexíveis são estruturas mais complexas, compostas pela sobreposição concêntrica
de uma série de camadas com finalidades distintas.

Risers flexíveis têm sido largamente empregados com resultados satisfatórios,


apresentando como principais vantagens sua maior tolerância ao movimento da
plataforma flutuante e sua maior simplicidade de instalação. No entanto, como
desvantagem, essas estruturas apresentam comportamento mecânico interno ainda
não completamente conhecido, principalmente no que diz respeito à interação entre
suas camadas e à fadiga das mesmas. Adicionalmente, os risers flexíveis
caracterizam-se por um alto custo e por maiores dificuldades tecnológicas no que
INTRODUÇÃO

diz respeito à fabricação e armazenamento. Outro ponto desfavorável a ser


destacado, diz respeito às dificuldades de seu emprego com maiores diâmetros e
em grandes profundidades, devido por exemplo, a problemas de instabilidade
interna das camadas de armadura de tração na região próxima ao TDP – Touch
24

Down Point, quando são aplicados em profundidades superiores a 1500m (PESCE


et al., 2003).

Risers rígidos, em contrapartida, contabilizam como vantagens: a elevada


resistência à ação da pressão externa; o elevado grau de conhecimento de sua
tecnologia de construção e o baixo custo de fabricação. No entanto, como
desvantagens destacam-se: seu complicado processo de instalação devido ao
elevado nível de tração envolvido; sua baixa tolerância ao movimento da unidade
flutuante; a pouca experiência acumulada no seu emprego e, principalmente, o
colapso por fadiga a que estão sujeitos sobretudo na região do topo e do TDP.

1.2 Desafios e soluções para a produção oceânica de petróleo

O desafio mundial da indústria do petróleo é utilizar o sistema mais simples e


barato para fazer a conexão entre poço e plataforma.

No início dos anos 90, o conhecimento e capacidade industriais eram altamente


baseados em risers flexíveis dinâmicos e dutos de aço estáticos, o que demandou
parcerias para garantir e evidenciar o sucesso de dutos rígidos aplicados como
risers (PESCE et al., 2003). Um exemplo dessas parcerias foi o STRIDE JIP (Steel
Risers for Deepwater Environments Joint Industry Project), iniciado em 1997, com o
objetivo de aumentar os níveis de confiança nos métodos de projeto e definir
procedimentos de instalação práticos e cabíveis para ambientes severos (HATTON;
WILLIS, 1998).

Para regiões com profundidades maiores do que 1000m o conceito de risers rígidos
em catenária (SCR) mostrou-se uma alternativa viável quando empregado em
TLP’s – Tension-leg Platform, ou em plataformas semi-submersíveis, com
economia significativa quando comparado aos custos de risers flexíveis (SERTÃ et
al., 1996).

No Brasil, em 1998, um riser rígido em catenária foi instalado de forma pioneira na


plataforma P-18, com função de importação de gás da P-26, com o intuito de
INTRODUÇÃO

demonstrar a viabilidade técnica dessa alternativa de baixo custo para exportação


de óleo e gás, bem como para linhas de injeção de água em campos de águas
profundas, onde risers flexíveis de grande diâmetro apresentavam limitações
técnicas e econômicas (SERTÃ et al., 1996).
25

Independente do tipo de riser empregado, com o aumento da profundidade,


aumenta-se o carregamento atuante na estrutura. No caso específico de poços
situados em águas profundas, as desvantagens do riser rígido podem ser diminuídas
com a utilização de configurações mais complexas, visando o alívio da carga
transmitida à plataforma. De maneira favorável, no entanto, há que se destacar que
a importância do movimento horizontal é significativamente reduzida com o aumento
da lâmina d’água, contribuindo favoravelmente para a viabilidade dos risers rígidos
como linhas de produção.

Como exemplo de sistema inovador para produção em águas profundas e


ultraprofundas pode-se citar o sistema de exportação de óleo da P-52, instalado a
1800 m de profundidade, no qual a Petrobras utiliza o sistema conhecido como
RHAS – Riser Híbrido Auto-sustentável, onde um riser rígido é conectado a um
flutuador localizado a aproximadamente 100m da superfície. Este conceito exigiu a
superação de desafios para a instalação no campo de Roncador, que é até o
momento um dos mais profundos da Bacia de Campos (de 1500 a 1900m de
lâmina d’água).

Sistemas bastante semelhantes têm sido considerados para o desenvolvimento da


região do pré-sal, na Bacia de Santos, tais como: a bóia de sustentação de risers e
a riser tower.

Dentre estas duas configurações, destaca-se a riser tower, foco do presente


estudo, que se caracteriza por envolver um sistema de coleta composto por vários
dutos unidos ao longo de um tubo vertical e estrutural único, sustentado por uma
bóia.

A Figura 1.1 ilustra esquematicamente uma instalação em águas profundas na qual


um feixe de risers rígidos estende-se do fundo do mar até uma bóia de
subsuperfície (a aproximadamente 100m da linha d’água) de onde linhas flexíveis
partem interligando o sistema à unidade flutuante. Um grande atrativo técnico e
operacional desta configuração é a redução do risco de ruptura por fadiga do
INTRODUÇÃO

componente rígido, uma vez que a bóia e parte significativa dos risers rígidos
verticais não sofrem efeitos relevantes das ondas próximas à superfície (FARFÁN,
2005).
26

No entanto, apesar das melhorias, dois problemas de interação fluido-estrutural


persistem e merecem ser avaliados em profundidade: um associado ao fenômeno de
VIV – Vibração Induzida pela Emissão de Vórtices no riser rígido vertical e outro
relativo ao VIM - Movimento Induzido pela Emissão de Vórtices na bóia de
subsuperfície. Devido ao fato da correnteza ser quase permanente, bem como das
altas frequências passíveis de excitação, tem-se um número de ciclos de tensão
bastante elevado, associados à flexão.

Unidade
Bóia
de

Produção
Flexíveis

Riser Tower

Figura 1.1: Riser Tower (Fonte: Adaptada de Stolt Offshore, 2006).

Outro problema que persiste na solução riser tower está associado ao aumento do
coeficiente de arrasto no sentido da correnteza, devido à amplificação dinâmica
resultante das VIV como verificado por Vandiver et al. (2005), o que implica em um
aumento da força estática sobre a estrutura, refletindo-se também no acréscimo do
movimento do corpo flutuante e no aumento da tração imposta ao riser rígido
vertical, efeitos acentuados com o aumento da profundidade de operação. Nestes
casos, eventualmente, existe a necessidade de se incluir ao longo do riser, e da
INTRODUÇÃO

própria bóia de subsuperfície, dispositivos que buscam reduzir as amplitudes de


movimento advindos das VIV e do VIM. Estes dispositivos supressores, sendo os
mais aplicados conhecidos como strakes, podem ser introduzidos em toda a
estrutura ou, o que é mais comum, somente nos trechos identificados como críticos.
27

1.3 Impacto dos agentes ambientais na vida útil do riser

Ao longo de suas vidas operacionais, os risers estão sujeitos às solicitações


impostas diretamente pela correnteza e, indiretamente, pelas ondas e ventos. Estas
solicitações causam esforços que podem ser divididos em dois grupos:

a) Estáticos ou quase estáticos, que são devidos ao movimento de segunda ordem


(portanto, lento) da unidade flutuante que promove a verticalização, ao passeio da
unidade flutuante (offset), à correnteza, ao peso próprio do riser e à força de tração
imposta quando na instalação;

b) Dinâmicos, que são induzidos pelo movimento de primeira ordem da unidade


flutuante que promove a verticalização (quando na superfície livre) e pela ação
direta das ondas sobre o próprio riser em sua porção próxima à superfície.

Além desses, os risers podem experimentar vibrações induzidas pela emissão de


vórtices, as quais constituem um problema de múltiplos graus de liberdade com
acoplamento entre movimentos transversais e longitudinais ao escoamento
incidente (GREALISH; DELAHUNT, 2003).

Este complexo conjunto de solicitações atuantes sobre a estrutura, aliado às


próprias imperfeições introduzidas durante seu processo de fabricação, podem
induzir a ocorrência do colapso do riser rígido sob formas bastante diferenciadas.

Sob o aspecto do comportamento estrutural pode-se afirmar que o riser rígido


poderá apresentar colapso por flambagem, escoamento e fratura frágil, similar a
qualquer outra tubulação submarina. No entanto, quando submetido às suas
condições normais de operação sua estrutura é dimensionada de forma a evitar a
ocorrência destes processos de colapso.

Além disso, um metal submetido a carregamentos alternados romperá pelo


processo de fadiga devido à ação de uma tensão muito inferior àquela necessária
para ocasionar fratura devido à carga estática. Portanto, dado que um sistema de
exploração de petróleo tem sua vida útil estimada entre 20 e 30 anos, este
INTRODUÇÃO

fenômeno se manifestará em longo prazo, havendo necessidade de aplicação de


critérios de dimensionamento estrutural que garantam a integridade do riser durante
a vida prevista para o sistema.
28

Quando se trata de produção de petróleo em ambiente marítimo, fica ainda mais


clara a importância de se prever o colapso da estrutura do riser, pois a sua falha
resulta em consequências desastrosas, quer sob o ponto de vista econômico, devido
à paralisação de operações de produção, quer sob o ponto de vista ambiental, pois o
vazamento de óleo pode causar um desastre ecológico de grandes proporções, caso
atinja regiões com grande atividade biológica a serem preservadas.

Sendo assim, a utilização de simulações numéricas para prever o comportamento do


sistema nas condições reais de operação torna-se uma ferramenta fundamental para
obtenção de soluções seguras e economicamente viáveis.

No que se refere às VIV, a complexidade torna-se ainda maior quando os risers


estão sujeitos a correntezas com perfis significativamente variáveis, que implicam
em variações da frequência de emissão de vórtices; pouco se sabendo sobre os
efeitos de múltiplas componentes de frequência nas amplitudes de oscilação, o que
deve afetar diretamente a estimativa das taxas de dano à fadiga.

1.4 Estratégias para a solução do problema

Conforme mencionado, o que impulsionou o desenvolvimento de uma tecnologia


para risers rígidos aplicados em águas profundas e ultraprofundas foi a crença de
que tais sistemas, ao invés dos risers flexíveis, ofereceriam uma melhor solução
técnica e comercial para a produção de petróleo e gás.

Desta forma, o conhecimento da tecnologia de risers rígidos avançou


consideravelmente no projeto relatado por Hatton e Willis (1998), bem como por
meio dos estudos sobre sua viabilidade e a aplicação de métodos de análise no
domínio da frequência, tais como os abordados por: Sertã et al. (1996), Pesce et al.
(1999), Martins (2000), Castro; Meggiolaro (2002), Pesce et al. (2003), Franciss;
Ribeiro (2004), Netto; Lourenço; Botto (2004 e 2005), Sagrilo et al. (2005), entre
outros.
INTRODUÇÃO

Principalmente com base nos trabalhos de Hatton e Willis (1998), Pesce et al.
(2003), é possível destacar que restam desafios significativos a serem vencidos,
em particular, aqueles relacionados com a consideração correta do fenômeno de
VIV e a fadiga associada à sua atuação.
29

Neste contexto, exige-se que o conjunto de carregamentos usados nas análises seja
completo o suficiente para representar as situações possíveis de ocorrência durante
toda a vida útil do riser e o uso de uma metodologia de análise estrutural que
forneça resultados de tensão confiáveis para a mesma. Para tanto, podem ser
adotados métodos de análise no domínio do tempo ou no domínio da frequência.

A análise não-linear no domínio do tempo é considerada uma ferramenta atrativa e


confiável para a análise de fadiga, uma vez que as não-linearidades são
apropriadamente modeladas e o comportamento aleatório dos carregamentos
ambientais é considerado. Entretanto, como a análise no domínio do tempo
consome muito tempo computacional, por vezes a análise no domínio da frequência
tem sido considerada como uma ferramenta alternativa para as fases iniciais do
projeto do riser, principalmente para a verificação do dano de fadiga.

Além disso, é comum a utilização de uma abordagem analítica que, por se


caracterizar de maneira mais simples, permite o tratamento dos problemas não só
do ponto de vista de análise, mas também do projeto orientado.

Seguindo esta filosofia e com o foco na análise de risers em catenária, Martins


(2000) desenvolveu um código computacional capaz de realizar análises eficientes
de viabilidade no domínio da frequência, com casos combinados de correnteza e
onda relativos às condições ambientais de projeto. Não apenas condições extremas
podem ser consideradas, como também a análise de fadiga pode ser incorporada
nas fases preliminares do projeto, considerando movimentos de primeira ordem e
de deriva lenta da embarcação. Os efeitos de VIV também são considerados e,
para tanto, se utiliza um modelo do tipo de van der Pol com um grau de liberdade,
construído com base em evidências experimentais e na utilização de ferramentas
numéricas para a predição da interação fluido-estrutural na estimativa da vida útil.

Ainda utilizando modelos do tipo van der Pol, um estudo mais detalhado foi
realizado por Silveira et al. (2007) com o intuito de investigar fenômenos como
coexistência e mudança modais em risers sujeitos à variação de tração axial. Um
INTRODUÇÃO

modelo numérico-fenomenológico foi então construído para simulação no domínio


do tempo, tratando a dinâmica estrutural via uma discretização em elementos
finitos, acoplada a um oscilador fluido do tipo van der Pol. Como exemplos de
estudo, dois casos com correnteza constante foram considerados: um com baixa
30

pré-tração e outro com alto valor para este mesmo carregamento. No caso de baixa
pré-tração não houve excitação multimodal, sendo que modos individuais foram
excitados e a resposta estrutural mostrou-se claramente modulada em amplitude e
frequência de acordo com a flutuação da tração. Por outro lado, nos casos de alta
pré-tração o modelo foi capaz de capturar a mudança modal. Os resultados obtidos
foram satisfatoriamente comparados aos de um código comercial dedicado à análise
de risers.

Abordagens desta natureza, buscando modelos fenomenológicos cada vez mais


robustos, em particular pela consideração de movimentos combinados nas direções
transversal e longitudinal ao escoamento incidente, impulsionam os estudos mais
recentes acerca das VIV e, portanto, também são o foco do presente trabalho.

INTRODUÇÃO
31

2. OBJETIVOS

O objetivo do presente trabalho é o estudo numérico-fenomenológico da dinâmica


global de um trecho vertical de riser rígido que compõe um sistema do tipo riser
tower.

De maneira mais completa, principalmente no que compete à fenomenologia das


VIV, serão utilizadas simulações no domínio do tempo, considerando
simultaneamente a dinâmica transversal e longitudinal do conjunto formado pelo
riser rígido e pela bóia de subsuperfície, ver ilustração na Figura 2.1.

Ao longo desse trabalho, a direção longitudinal refere-se àquela formada pelo plano
que contém a riser tower e os jumpers flexíveis enquanto a direção transversal
encontra-se em um plano perpendicular a este.

Assim, o trabalho estará focado em uma análise particularmente preocupada com


os efeitos da dinâmica deste conjunto sobre a vida útil do riser rígido vertical.

Os risers flexíveis que ligam a bóia à unidade flutuante não fazem parte do escopo
deste trabalho.

OBJETIVOS

Figura 2.1: Riser Tower sujeita aos carregamentos ambientais.


32

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A cooperação indústria-universidade é peça importante para desenvolvimentos


consistentes em qualquer área e, em particular, uma necessidade para a engenharia
oceânica.

Tal esforço conjunto, aplicado ao desenvolvimento de risers para a produção de


petróleo e gás em lâminas d’água profundas e ultraprofundas, possibilitou que
engenheiros atuando neste segmento enfrentassem novos desafios, o que resultou
em uma vasta gama de publicações.

Alguns destes textos, os mais importantes para o presente trabalho, são abordados
nesse capítulo, buscando contextualizar os assuntos envolvidos, quais sejam: o
sistema riser tower, as vibrações induzidas pela emissão de vórtices e a estimativa
de fadiga de estruturas desta natureza.

3.1 O Sistema Riser Tower

A patente de Stolt Offshore1 (2006) apresenta uma torre de linhas marítimas, riser
tower, composta por um feixe de tubos responsáveis por trazer petróleo cru até a
superfície, levar produtos químicos usados no sistema submarino e injetar água ou
gás no reservatório.

A extremidade superior dos risers é sustentada por uma bóia, enquanto sua base é
conectada a cabeças de poço, ou de injeção, por meio de dutos horizontais. A
unidade flutuante, por exemplo um FPSO – Floating Production, Storage and
Offloading, é conectada à bóia de subsuperfície por meio de linhas flexíveis, os
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
jumpers, e consequentemente aos risers rígidos verticais partindo da mesma.

Essa configuração foi utilizada pela primeira vez em 1988, no Golfo do México, pela
Placid Oil. O conceito sofreu algumas modificações para ser instalado no campo de
Girassol, 2001, devido às peculiaridades de produção em Angola, marcada

1
A Stolt Offshore é uma empresa fundada na Noruega no início da década de 70, que em 2006
tornou-se a Acergy, empresa especializada em instalação e projetos offshore.
33

principalmente pela inexistência de dutos ligando o campo de produção à costa, bem


como pelas altas profundidades. Tais características exigiram o desenvolvimento de
um esquema de alta produtividade com o uso de um número reduzido de poços. A
solução escolhida, neste caso, foi baseada na idéia de agrupar múltiplos risers em
três feixes de 1,5m de diâmetro por 1250m de altura2.

Figura 3.1: Detalhe do arranjo submarino do campo de Girassol (Fonte: WU et al., 2008).

Esta configuração de risers constituiu o maior desafio do projeto, particularmente


porque muitos elementos precisaram ser incluídos.

Cada torre precisou conter: quatro linhas de produção, duas de injeção, quatro de
elevação de gás e dois umbilicais. Todas essas linhas foram agrupadas em torno
de um tubo de aço de parede espessa, funcionando como elemento estrutural
contra as forças agindo sobre as mesmas. No topo de cada torre foi disposta uma
bóia de 40m de comprimento por 8m de diâmetro com um empuxo de 450
toneladas, responsável por manter os risers verticais e permitir seu pivotamento em
torno da ancoragem, semelhante a um pêndulo invertido. Cada bóia foi, então, REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
conectada ao FPSO por meio de jumpers. A Figura 3.1 apresenta detalhes do
arranjo submarino do campo de Girassol.

Como exemplo de sistemas de produção que utilizam o conceito da riser tower


pode-se citar, além do campo de Girassol, o campo de Rosa (2006), também em

2
Aproximadamente 4 vezes a altura da torre Eiffel.
34

Angola, e mais recentemente o campo de Cascade Chinook, a ser operado pela


Petrobras America no Golfo do México, com início de produção estimado para
meados de 2010.

A Figura 3.2 apresenta um esquema da riser tower com os detalhes das conexões
superior e inferior, bem como de sua composição. Pode-se observar que
externamente a torre comporta-se como um cilindro uniforme, ou seja, sem
reentrâncias devido aos dutos intenos o que é importante para as considerações de
coeficientes de arrasto e consequentemente para o estudo das VIV.

Figura 3.2: Detalhes das conexões e da cobertura do riser tower (Fonte: Dixon; Bursaux, 2005).
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Com objetivos similares aos do presente trabalho, Morooka, et al. (2005)
apresentam estudos do comportamento dinâmico de riser verticais tracionados com
o uso de simulações no domínio do tempo de seus deslocamentos e respectivos
momento fletores e tensões. A influência das VIV e das condições ambientais na
redução da vida à fadiga é analisada. Envoltórias dos deslocamentos e tensões ao
longo do riser também são mostradas. Foram realizadas análises de sensibilidade
com relação ao diâmetro do riser e do coeficiente de arrasto, bem como a presença
de flutuadores e de fluido interno. Além disso, considerações a respeito das
35

condições de contorno também foram feitas. O método considera apenas respostas


de VIV na direção do escoamento e transversal a ele e as variações das trações não
são consideradas no cálculo da vida à fadiga. O foco do estudo estava na análise
qualitativa da importância das VIV na redução da vida à fadiga. Suas principais
conclusões foram de que é importante considerar as VIV no cálculo da vida à fadiga
do riser, pois estas representam aumento dos valores das tensões de flexão e,
consequentemente, uma redução no número de ciclos admissíveis até a falha do
riser. Ainda segundo os autores, a presença de ondas amplifica o efeito das VIV e a
região próxima à superfície passa a ser a mais crítica em termos de tensões.

3.2 Vibrações induzidas pela emissão de vórtices (VIV)

Todo o corpo imerso em um escoamento fluido apresenta efeitos sensíveis


decorrentes da viscosidade de uma camada que apresenta dimensões reduzidas
quando comparadas à dimensão característica do corpo, chamada de camada
limite, e que interage com a própria superfície do mesmo. As relações entre as
forças de inércia e de viscosidade são proporcionais a um parâmetro conhecido por
número de Reynolds que, por sua vez, é função da velocidade do escoamento, da
densidade do fluido e das dimensões características do corpo imerso no
escoamento.

UD
Re = (3.1)
ν

onde:  é a viscosidade cinemática do fluido, D é o diâmetro do cilindro e U a


velocidade do escoamento.

Para um fluido ideal e sem viscosidade, o escoamento se apresenta perfeitamente


simétrico, com a mesma forma à montante e à jusante do cilindro e, portanto, as REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
pressões possuem resultante nula.

No entanto, para fluidos reais há que se considerar a influência da viscosidade, que


garante a não existência de movimento relativo entre a fronteira do corpo e o fluido,
conhecido como princípio da aderência completa.

No caso de cilindros lisos, o ponto de separação, e consequentemente a superfície


imersa na região de baixa pressão (à jusante do cilindro), é fortemente dependente
do número de Reynolds. Esta dependência deve-se ao fato da turbulência e o
36

consequente aparecimento de tensões aumentarem a energia cinética da camada


limite, postergando o ponto de separação do escoamento.

Para números de Reynolds abaixo da unidade, a forma do campo hidrodinâmico é


quase que exclusivamente devida à influência direta da viscosidade. À medida que o
número de Reynolds aumenta em torno da unidade, a camada limite torna-se mais
espessa, sem que haja separação. Neste caso, a forma do fluxo é muito próxima da
correspondente a um fluido ideal, porém as velocidades e pressões são muito
diferentes das correspondentes originárias da teoria potencial.

No chamado regime subcrítico de geração de vórtices (350 < Re < 2 ~ 5 x 105),


ondas de instabilidade começam a aparecer nas camadas cisalhantes formadas a
partir dos pontos de separação. Mesmo aqueles vórtices próximos à região da base
do cilindro são turbulentos. A principal característica do escoamento neste regime é
o deslocamento para montante do ponto de transição para turbulência na camada
cisalhante à medida que o número de Reynolds é aumentado. Nesta faixa de
Reynolds a camada limite é laminar quando ocorre a separação, o ponto de
transição para turbulência ocorre apenas na camada cisalhante na região de
formação dos vórtices. Esta transição, por ocorrer próxima ao corpo, faz com que a
maior parte da camada cisalhante seja turbulenta (MENEGHINI, 2002).

À medida que o número de Reynolds é elevado, entra-se no regime crítico


(2 x 105 < Re < 7 x 105) e o escoamento sofre uma alteração dramática de suas
características. O ponto de separação está muito próximo do ponto de transição,
mas ainda o precede. Existe uma tendência da camada cisalhante colar novamente
na superfície do corpo. Neste pequeno intervalo de Re o escoamento é muito
sensível a perturbações externas como, por exemplo, rugosidade da parede ou
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
nível de turbulência do escoamento ao longe (MENEGHINI, 2002).

Elevando ainda mais o número de Reynolds, o ponto de transição move-se para


montante até que ele alcança o ponto de separação. A transição para turbulência
na camada limite ocorre imediatamente antes da separação. À medida que o
número de Reynolds é aumentado, entra-se no regime pós-crítico e então as
camadas cisalhantes voltam a fazer com que haja geração de vórtices de maneira
regular.
37

Estes diferentes regimes de geração e desprendimento de vórtices causam


pronunciadas alterações nos valores do coeficiente de arrasto e do número de
Strouhal em função do número de Reynolds. Em resumo, pode-se dizer que no
regime laminar, Cd decresce linearmente à medida que Re aumenta. No regime pré-
crítico, Cd varia muito pouco até que o regime crítico é alcançado quando, então,
existe uma queda acentuada deste coeficiente. Para valores maiores de Re, Cd
inicialmente aumenta e a seguir torna-se aproximadamente constante. Segundo
Meneghini (2002) este comportamento deve-se ao fato de a base do cilindro ficar
imersa em uma região menor com baixa pressão. O efeito integral deste fato é um
arrasto menor.

Segundo esta fenomenologia, suponha-se, agora, que o cilindro em questão seja a


seção transversal de um riser com frequências naturais f n . Caso uma das

frequências naturais do cilindro seja próxima à frequência de desprendimento de


vórtices, f s  f n observam-se vibrações do sistema elástico na direção transversal

ao escoamento, denominadas vibrações induzidas pela emissão de vórtices (VIV).

As vibrações induzidas pela emissão de vórtices são um fenômeno ressonante e,


portanto, não dependem de instabilidades estruturais, que dizem respeito às
oscilações espontâneas verificadas em corpos esbeltos e de seção transversal
rombuda3, quando imersos em escoamento fluido com velocidade acima de
determinado valor crítico.

Além de ressonantes e espontâneas, estas vibrações são autolimitadas, ou seja, a


velocidade transversal induzida pelo movimento da estrutura é da ordem de f n Amp ,

onde Amp é a amplitude de oscilação, não podendo ser muito maior que a
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
velocidade do escoamento, pois, caso contrário, o movimento da estrutura destrói a
esteira de vórtices que o originou (PARRA; ARANHA, 1996). Desta forma,
aumentando-se a velocidade do escoamento incidente, a frequência de emissão
cresce até o instante em que se sincronize com uma das frequências naturais da

3
Seções que apresentam grande parcela de separação ao longo da superfície exposta ao
escoamento.
38

estrutura, permanecendo aproximadamente nesta condição por uma faixa de


velocidades.

Esta faixa de sincronização é conhecida como faixa de lock-in, apresentada em


U
U* =
termos da velocidade reduzida, f n D , geralmente caracterizada por valores

entre 5 e 12,5.

O fenômeno de lock-in ocorre quando f s e f n estão próximas de modo que


U * ≈ 1 / S t . A vibração da estrutura é então máxima e a correlação entre as forças de

excitação ao longo do riser aumenta significativamente. De qualquer forma, a


amplitude da oscilação é da ordem do diâmetro da estrutura (LE CUNFF et al.,
2002).

(a) (b)

Figura 3.3: Esquema das VIV em um trecho de riser, (a) vista em perspectiva e (b) vista de topo
(Fonte: Adaptada de Le Cunff et al., 2002 e Facchinetti; De Langre; Biolley, 2003).
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Desta forma, o problema associado às VIV não desempenha papel relevante no
que se refere às tensões limites do riser, mas pode ser importante no estudo da
fadiga do material devido ao seu caráter cíclico e perene (PARRA; ARANHA, 1996).

Na maioria dos casos reais, isto é, perfis com correnteza não uniforme ao longo do
comprimento, o problema complica-se bastante, pois diferentes modos de vibração
da estrutura podem ser excitados em diferentes trechos do riser, sendo que para
cada modo podem, ainda, coexistir regiões de excitação e de amortecimento.
39

A busca pela completude da compreensão tem levado os grupos de pesquisa em


fluido-dinâmica a investigarem este fenômeno segundo três frentes paralelas: a
analítica, a numérica e a experimental.

Destaca-se que essa classificação tem objetivo meramente funcional, visto que, os
três tipos de abordagem se interrelacionam diretamente, buscando agregar o maior
conhecimento possível a respeito deste fenômeno complexo.

Neste cenário, portanto, pesquisas têm apresentado diferentes métodos com o


intuito de predizer a vida à fadiga em cabos submersos devido às VIV. Estes
métodos vão desde cálculos modais simples, a análises completamente acopladas
da interação fluido-estrutural, incluindo-se também a resolução de equações de
Navier-Stokes.

O trabalho de Le Cunff et al. (2002) apresenta uma breve revisão de três


abordagens para o cálculo da interação fluido-estrutural com vistas à obtenção
confiável da vida à fadiga de risers. A primeira abordagem é baseada na resposta
modal da estrutura, assumindo que os deslocamentos transversais ao fluxo (cross-
flow) são os mais danosos, e, portanto, ditam as análises. Tal método é
amplamente utilizado na indústria por ser rápido e simples na tarefa de produzir
uma estimativa de vida à fadiga. A segunda abordagem consiste no cálculo da
força fluida em um dado modelo independentemente, ou seja, desprezando as
interações entre as forças transversais e longitudinais. Esta, por sua vez, é mais
detalhada e requer a resolução de uma equação estrutural no tempo, concomitante
à solução da equação que modele o fluido. A terceira e última abordagem envolve a
resolução das equações completas de Navier-Stokes, ao invés de uma equação
simplificada do modelo fluido. Esta última abordagem também foi aplicada por Le
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Cunff; Averbuch e Biolley (2004) no estudo do comportamento de um riser rígido,
considerando a direção da correnteza incidente e comparando sua vida à fadiga.

De qualquer forma, independente da abordagem teórica adotada, ao menos até o


presente momento, há que se comentar a inexistência de uma solução fechada
para o problema das vibrações induzidas pela emissão de vórtices. No entanto, nos
últimos tempos os progressos têm sido grandes.
40

3.2.1 Cilindros rígidos

O caso de um cilindro circular rígido e elasticamente suportado, restrito a oscilações


transversais, é um dos casos conceituais mais básicos do fenômeno de VIV. O
cilindro age como um corpo rígido, transladando no fluido, enquanto seu suporte
elástico se deforma para acomodar tal movimento.

Neste sistema, a resposta do cilindro depende basicamente de dois parâmetros: a


razão de massa, m * , e a razão de amortecimento, ζ , definidos como:

ms
m* = (3.2)
md

csis csis
ζ   (3.3)
ccrit 2 kms

onde ms é a massa do sistema, md é a massa de fluido deslocado, csis é o


amortecimento do sistema e ccrit é o amortecimento crítico, relacionado com a
rigidez k e a massa do sistema.

Para esses cilindros, a frequência de emissão de vórtices pode ser alterada pelo
fenômeno de sincronização (lock-in), onde o movimento ressonante do cilindro
controla a frequência de emissão de vórtices.

A relação entre a resposta das VIV e a frequência natural do sistema reflete-se na


velocidade reduzida U*. A complicação que surge no uso deste parâmetro é que a
frequência natural não se apresenta constante, mas depende da massa adicional
fluida do cilindro.

A este respeito, um experimento relatado por Vikestad; Vandiver e Larsen (2000)


teve por objetivo investigar essa variação da massa adicional em um ambiente de REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
múltiplas frequências. Para tanto, foi utilizado um cilindro rígido montado
elasticamente, com baixo amortecimento e sujeito a um escoamento de velocidade
constante. Com o objetivo de representar risers reais, o número de Reynolds variou
de 104 a 6x104 e a razão de massa foi de 1,3. Os resultados experimentais
mostraram que, mesmo sob condições de escoamento uniforme, e na ausência de
movimentação da base, a variação da massa adicional pode se mostrar
significativa.
41

Figura 3.4: Frequência de resposta adimensional x velocidade adimensional (Fonte: Adaptada de


Khalak e Williamson, 1997).

Também com o intuito de verificar os efeitos do parâmetro de massa sob a


resposta, Khalak e Williamson (1997) realizaram um estudo experimental das VIV
com um cilindro circular em um aparato especialmente projetado para apresentar REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
baixos parâmetros de massa e amortecimento, cujos resultados estão na Figura
3.4. Um total de 12 respostas diferentes como função de U* foram avaliadas
considerando-se três razões de massa, 2,4; 10,3 e 20,6; e um parâmetro massa-
amortecimento m*ζ de 0,006 a 0,030.

Na Figura 3.4 a linha horizontal em f* = 1,0 é a frequência natural na água e a linha


diagonal corresponde à frequência de emissão de vórtices para um cilindro
estacionário usando um número de Strouhal de 0,22. Observa-se que para m* = 2,4
a frequência de oscilação torna-se maior que a frequência natural na água para
42

valores crescentes de U*, enquanto as frequências para os casos de maior razão de


massa permaneceram próximas à frequência natural. Durante todo o ramo superior
a frequência adimensional afastou-se lentamente de 1, alcançando seu valor final
próximo a 1,5 no ramo inferior de resposta. Em suma, a faixa de excitação e a forma
da resposta puderam ser bem caracterizadas pela razão de massa m*, enquanto a
máxima excitação no limite inferior foi caracterizada pelo parâmetro combinado
massa-amortecimento, m*ζ (KHALAK; WILLIAMSON, 1997).

Abaixo se apresenta a clássica figura que evidencia a dependência de A/D com m*ζ.

Figura 3.5: Variação da Amplitude com o Coeficiente de Massa-Amortecimento Reduzido (Fonte:


Adaptada de Williamson e Govardhan, 2004).

A maioria dos estudos de VIV de um cilindro restrito a oscilar transversalmente é


experimental e referente a um número de Reynolds onde o escoamento é
inerentemente tridimensional. Neste contexto, Willden e Graham (2001), Leontini;
Thompson e Hourigan (2006) empregaram métodos numéricos bidimensionais e REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
quasi-tridimensionais para simular as vibrações de um cilindro circular.

O trabalho apresentado por Willden e Graham (2001) foca as vibrações


transversais ao escoamento de um cilindro rígido bidimensional de baixa massa,
elasticamente montado com amortecimento nulo, de modo a excitar uma larga faixa
de resposta nas vibrações de um cilindro flexível longo em escoamento cisalhante.
Um código bidimensional híbrido Euleriano/Lagrangiano-Navier-Stokes foi usado
para simular o escoamento em torno de diversas seções ao longo do riser. Essas
seções foram ligadas hidrodinamicamente por uma representação tridimensional de
43

larga escala de sua esteira e um modelo estrutural tridimensional foi acoplado à


solução fluida de modo a predizer a resposta do sistema.

Observaram-se contribuições muito altas da tensão cisalhante para a força de


sustentação, que, sem dúvida, têm papel importante na dinâmica de cilindros
excitados por vórtices em baixos números de Reynolds. Além da tensão cisalhante,
as vibrações transversais do cilindro correlacionaram-se com a emissão de vórtices
sobre uma porção substancial do comprimento do corpo, enquanto que na direção
de suas extremidades pouca sincronização foi observada. As simulações também
exibiram a habilidade do fluido em baixas razões de massa em dominar a estrutura
quando o corpo oscila longe de sua frequência natural, o que foi facilitado por
mudanças consideráveis na massa adicional (WILDEN; GRAHAM, 2001).

Leontini; Thompson e Hourigan (2006) também realizaram simulações


bidimensionais, porém com foco nos ramos de resposta presentes em
escoamentos tridimensionais, mas que não foram anteriormente investigados em
regimes de baixo número de Reynolds (Re = 200). A razão de massa escolhida foi
m* = 10 e a razão de amortecimento ζ = 0,01; resultando em m*ζ = 0,1. Neste caso,
observou-se que mesmo para baixos Re, portanto escoamentos bidimensionais,
dois regimes de resposta sincronizada existiram durante as VIV.

A existência desses regimes não se mostrou aparente na amplitude do pico da


resposta, e sim na variação da amplitude ao longo do tempo. Também foi
observada na magnitude da força de sustentação, na variação da frequência de
oscilação primária e na variação da fase entre a força de sustentação e o
deslocamento, todos com o aumento de U* (LEONTINI; THOMPSON; HOURIGAN,
2006).
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Baarholm; Larsen e Lie (2006) reexaminaram os resultados de testes de larga
escala em risers rígidos, realizados em Hanøytangen, 1997, com o intuito de
melhorar a compreensão do fenômeno de VIV para casos de modos de resposta de
alta ordem. Os resultados experimentais foram comparados com os obtidos pelo
programa de computador VIVANA, o qual utiliza um método semi-empírico, limitado
ao estudo de casos de vibrações transversais ao escoamento. A aderência foi
satisfatória, porém algumas discrepâncias foram observadas para casos de alta
velocidade de correnteza, onde a resposta real possuía modos de alta ordem
44

tendendo a uma natureza estocástica, enquanto o modelo assumia que a resposta


acontecia em um número limitado de frequências discretas.

3.2.2 Cilindros flexíveis

No contexto das estruturas elásticas, destaca-se o esforço para desenvolver códigos


computacionais capazes de obter a resposta de risers, sujeitos às oscilações
induzidas pelo escoamento. O trabalho de Fujarra (2002) concentra-se nas
investigações experimentais e analíticas acerca do fenômeno de VIV de cilindros
circulares imersos em água, com o propósito de aumentar a compreensão sobre o
mecanismo de acoplamento das oscilações transversais e longitudinais ao
escoamento, bem como o de investigar a fluido-dinâmica envolvida no patamar pós
pico de resposta ressonante. Destacam-se os resultados obtidos para o cilindro
flexível, visto serem mais próximos dos desenvolvimentos tecnológicos reais,
especialmente aqueles referentes à operação oceânica onde corpos muito esbeltos
e de considerável flexibilidade são comuns.

No modelo proposto por Facchinetti et al. (2004), em que o problema de um grau


de liberdade é considerado, um oscilador fluido do tipo van der Pol foi usado para
modelar a dinâmica na esteira próxima e, portanto, a natureza flutuante da emissão
de vórtices. Estudos similares usando equações de van der Pol também foram
recentemente conduzidos por Mathelin e De Langre (2005), com foco no estudo da
interação entre estruturas esbeltas e um escoamento transversal não uniforme.

Com vistas à aplicação oceânica real, Furnes e Berntsen (2003) desenvolveram


uma formulação matemática no domínio do tempo baseada na solução pelo método
espectral da equação de viga e a aplicaram para descrever os movimentos de um
cabo submerso sujeito às correntezas marítimas. Desta forma, examinaram o REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
acoplamento entre os movimentos transversais e longitudinais através da tração
axial variável no tempo e de não linearidades no modelo.

Independente da forma como vem sendo estudada, a interação fluido-estrutural no


fenômeno de VIV é de grande complexidade, caracterizada por uma natureza não-
linear, permanecendo como um campo de estudos intensos, uma vez que até o
momento nenhum modelo se mostrou capaz de reproduzir todas as peculiaridades
da dinâmica de uma estrutura sujeita a tais vibrações.
45

Além disso, alguns tópicos ainda se mostram como desafios na compreensão do


fenômeno, tais como: a influência dos altos números de Reynolds, a influência da
variação de tração sobre a estrutura, a coexistência modal e os efeitos da curvatura
na dinâmica de uma estrutura real.

3.2.3 Abordagem Analítica

Buscando contribuir com a maior compreensão do fenômeno, a abordagem analítica


procura elaborar modelos matemáticos que representem o comportamento global do
fenômeno da maneira mais expedita e fiel possível. Investigações analíticas,
baseadas em equações diferenciais não lineares, representando a influência das
flutuações na força de sustentação sobre um cilindro sujeito às VIV, são
apresentadas nos trabalhos de Iwan e Blevins (1974) e Parra e Aranha (1996).
Esses autores se baseiam mais na similitude do processo de emissão de vórtices
com o comportamento de osciladores clássicos não-lineares, do tipo van der Pol,
do que na própria física fluido-dinâmica.

Em sua simplicidade, estudado segundo uma releitura desenvolvida por Parra e


Aranha (1996), o modelo de Iwan e Blevins é baseado em um oscilador fluido-
elástico, cuja dinâmica fluida é descrita pela equação clássica de van der Pol,
assumindo uma sincronização completa da emissão de vórtices ao longo do
cilindro, ou seja, desconsiderando qualquer efeito tridimensional.

Trata-se de um modelo bastante representativo, porém, sem nenhuma adequação


que permita a recuperação do patamar de resposta após o pico ressonante. De
certa forma, este patamar se assemelha à dinâmica de osciladores com parâmetros
variáveis com a frequência, o que talvez explique a inabilidade dos modelos
analíticos em reproduzir esse patamar de resposta, já que em sua grande maioria REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
se baseiam em osciladores não-lineares a parâmetros constantes.

No sentido de melhorar tal abordagem analítica, o modelo aqui adaptado para o


cálculo das VIV em um sistema do tipo riser tower é uma formulação tridimensional
no domínio do tempo, no qual os deslocamentos nas direções do escoamento e
perpendicular a ele estão acoplados através da tração axial, calculada através do
alongamento do riser. Um par de osciladores fluidos, não-lineares e localizados ao
longo da direção axial, é utilizado para simular os coeficientes de sustentação e
46

arrasto devido ao desprendimento de vórtices. O método é suficientemente flexível


para considerar correntezas arbitrárias que variem continuamente na profundidade e
no tempo. Mediante simulações, os movimentos relativos entre o riser e a correnteza
são convertidos em forças, usando-se equações simplificadas, o que leva a um
amortecimento linear e a um arrasto proporcional ao quadrado da velocidade da
correnteza.

Essa formulação foi originalmente apresentada por Furnes e Sorensen (2007) e tem
se mostrado promissora para o cálculo das VIV de estruturas cilíndricas,
reproduzindo razoavelmente bem as características observadas em experimentos
com dutos flexíveis, tanto com relação à direção transversal, como para aquela
longitudinal ao escoamento incidente. Por esta razão, este será o modelo adaptado
para as atividades de pesquisa desenvolvidas no presente texto. no próximo
capítulo apresenta-se com mais detalhes a formulação utilizada e as hipóteses
associadas ao modelo proposto por Furnes e Sorensen.

3.3 Subsídios teóricos para as análises de fadiga

Fadiga vem do latim fatigare, que significa cansar-se, embora este termo tenha
surgido associado ao cansaço físico e mental das pessoas é largamente utilizado
na engenharia para o dano e falha de materiais sob carregamentos cíclicos
(FUCHS, 1980; SURESH, 1998). Dentre as definições mais comuns cita-se a de
Castro e Meggiolaro (1999): “fadiga é o tipo de falha estrutural causada
primariamente pela aplicação repetida de carregamentos variáveis, caracterizada
pela geração e/ou propagação paulatina de uma trinca, até a eventual fratura da
peça”. Pode-se ainda defini-la como a falha de uma estrutura quando sujeita a
ações de cargas cíclicas que aplicadas estaticamente não levariam à sua ruptura REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
(KUSSMAUL; MCDIARMID, 1991).

A partir destas definições pode-se observar que o processo de fadiga ocorre ao


longo de um período de uso da estrutura, embora a fratura do componente ocorra
sem qualquer indicação prévia.

Além disso, o processo de fadiga ocorre em pontos localizados da estrutura,


geralmente onde: a magnitude das tensões cíclicas é elevada; em pontos de
mudança de geometria; em locais onde ocorrem tensões residuais; ou onde se
47

observem imperfeições do material base. Deve-se ressaltar que o processo de


fadiga se caracteriza pela propagação de uma trinca até que esta atinja um
comprimento tal que a estrutura não suporte o carregamento externo e colapse por
fratura frágil (CASTRO; MEGGIOLARO, 2002).

Segundo Suresh (1998), o progresso do dano de fadiga pode ser classificado nos
seguintes estágios:

a) Mudanças subestruturais e microestruturais que causam nucleação e dano


permanente;

b) Criação de trincas microscópicas;

c) Crescimento e coalescência de falhas microscópicas para formar trincas


dominantes, que podem eventualmente levar à falha catastrófica;

d) Propagação estável da macrotrinca dominante;

e) Instabilidade estrutural ou fratura completa.

A análise de fadiga multiaxial, aplicada a risers, é mais complexa que a uniaxial,


pois apresenta estágios de nucleação e propagação da trinca, os quais podem não
ser adequadamente representados pelo mesmo modelo, ou seja, um critério que
apresente uma boa representação da fase de iniciação da trinca, pode não
representar bem a fase de propagação. Entretanto, de uma forma geral, quando os
carregamentos multiaxiais apresentam tensão média igual a zero, e quando as
tensões alternadas não mudam de direção, pode-se aplicar o conceito de tensão
equivalente, apresentado abaixo (LEMOS, 2005),

Tresca  e  Máx 1   2 ,  1   3 ,  2   3  (3.4)


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1
von Mises e  ( 1   2 ) 2  ( 2   3 ) 2  ( 3   1 ) 2 (3.5)
2

Onde:  e é a tensão equivalente e  1 ,  2 ,  3 são as tensões principais.

Quando se trata do caso de carregamentos multiaxiais com tensão média diferente


de zero, não existe um método geral aceito. Nessa situação, por exemplo, o critério
de tensões equivalentes de von Mises pode resultar em previsões não realistas,
48

como a inexistência de diferença nos casos de tensões de tração ou compressão


(KUSSMAUL; MCDIARMID, 1991).

Um critério comumente utilizado alternativamente é o que considera a soma das


tensões médias principais como a tensão média equivalente e a proposição de
Soderberg ou Goodman usando tensões equivalentes alternadas. Segundo este
critério, pode-se escrever então que:

1
 ea  ( 1a   2 a ) 2  ( 2 a   3a ) 2  ( 3a   1a ) 2 (3.6)
2

 em   1m   2 m   3m (3.7)

3.3.1 Comparativo entre as metodologias SN e da/dN

O método da tensão nominal, ou da curva SN foi o primeiro método desenvolvido


tentando entender o fenômeno de fadiga e é ainda hoje largamente aplicado em
casos onde as tensões estão dentro do limite elástico do material e o número de
ciclos até a falha é grande. Para obtenção de uma curva SN são feitos testes
experimentais em que se aplica um carregamento cíclico de amplitude constante a
um corpo de prova de dimensões normalizadas, até que ocorra a falha por fratura
do mesmo. A execução destes testes permite a definição do número de ciclos até a
falha para cada condição ensaiada, sendo que a vida resultante incorpora o número
de ciclos para iniciar a trinca dominante (que pode ser de até 90% do valor da vida
total) e a propagação até que a falha ocorra (SURESH, 1998; LEMOS, 2005).

Quando a curva SN é representada em escalas log-log, a relação entre a tensão


alternada e o número de ciclos até a falha, pode ser representada por uma linha REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
reta. Portanto, sabendo-se a inclinação e qualquer outro ponto da reta para uma
determinada amplitude de tensão pode-se calcular a vida diretamente.

Considerando um carregamento de amplitude constante o número de ciclos até a


falha para uma determinada variação de tensões,  é determinado na curva SN
ou pode ser calculado pela expressão analítica abaixo:

log N  log a  b. log  (3.8)


49

onde:

b inverso da inclinação da curva SN;

log a interseção com o eixo log N.

Figura 3.6: Curva SN padrão (Fonte: Lemos, 2005).

Várias técnicas, tais como as apresentadas pela DNV RP C203 (2008), estão
disponíveis para considerar os efeitos das tensões médias, concentração de
tensões, tensões multiaxiais e flutuações de amplitude de tensões. Dentre estas
relações ressaltam-se, as relações mais comuns para correção das curvas SN em
função da tensão média (ALMAR-NESS, 1985; SOUZA, 1994; SURESH, 1998;
LEMOS, 2005):

   2 
Gerber  a   f 1   m   (3.9)
   u  

 m 
Goodman  a   f 1   (3.10)
  u 

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
  m 
Soderberg  a   f 1  (3.11)
  y 

onde:

 f tensão limite de fadiga para um dado número de ciclos, com  m =0;

 u tensão limite de resistência do material;

 y tensão de escoamento do material.


50

Alguns autores, tal como Almar-Ness (1985) e Souza (1994) propõem críticas às
relações acima, afirmando que as tensões de escoamento e limite de resistência do
material se alteram em função do carregamento cíclico. Tal fato é verdadeiro nas
situações em que ocorre a plastificação do material em função da ação do
carregamento cíclico. Entretanto, para estruturas oceânicas, em que o carregamento
não causa tensões que atinjam o valor da tensão de escoamento do material, pode-
se dizer que não há o efeito de encruamento sobre as tensões de escoamento e
limite de resistência. Desse modo as relações empíricas para correção do diagrama
SN podem ser aplicadas com confiança para o cálculo da vida útil à fadiga destas
estruturas, sendo inclusive recomendadas por práticas de projeto como a API RP
2RD (1998).

As técnicas tradicionais baseada em curvas SN usam resultados de corpos de


prova não entalhados e sem trinca inicial, que não distinguem o período de
iniciação do de propagação da trinca. Consequentemente, a partir destas teorias
não é possível obter informações sobre o efeito de trincas pré-existentes, na vida
da estrutura. Como a hipótese de existência de trincas ou defeitos é realista, a
adoção das teorias clássicas que não levam isto em conta pode resultar em uma
vida útil super estimada.

Entretanto, a propagação das trincas por fadiga pode ser tratada eficientemente
pelos conceitos tradicionais da Mecânica da Fratura, que demonstram que a taxa
de propagação da/dN, depende primariamente da variação do fator de intensidade
da
de tensões K aplicado sobre a peça. Sendo assim, a curva K é utilizada
dN
para prever o crescimento de uma trinca presente em um corpo quando este é
submetido à ação de um carregamento cíclico. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este método de análise de trincas teve início no começo da década de 60 com a
proposição da chamada regra de Paris (ALMAR-NESS, 1985; MEGGIOLARO;
CASTRO, 1997; API, 1998; SURESH, 1998; SCHIJVE, 2003; LEMOS, 2005):

da
 C (K ) d (3.12)
dN

onde:
51

K  K max  K min ;

N número de ciclos até a falha;

a tamanho da trinca;

C, d parâmetros do material.

A mecânica da fratura procura estabelecer relações quantificadas entre dimensões


de defeitos, solicitações aplicadas e propriedades dos materiais, com vistas à
caracterização de ocorrência de trincas.

São essencialmente duas as aplicações da Mecânica da Fratura (LEMOS, 2005):

a) Avaliação da importância e significado de defeitos, que pode estar relacionada


com critérios de aceitação de defeitos em estruturas, definindo assim o nível de
qualidade que se deseja para cada aplicação;

b) Comparação da tenacidade de diferentes materiais (capacidade de resistir à


propagação de trincas).

Mecanismo
Mecanismo
Contínuo
Não-contínuo
Pequena influência de:
Grande influência o microestrutura
de: o tensão média
o microestrutura o meio-ambiente
o tensão média o espessura

“Modo Estático”

Grande influência de: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA


o Microestrutura
o tensão média
o espessura

Figura 3.7: Esquema típico da curva de propagação de trincas (Fonte: Castro e Meggiolaro, 1999).
52

As curvas típicas de propagação de trincas por fadiga, quando apresentadas na


forma gráfica de log(da/dN) vs. log( K ), possuem uma forma sigmoidal
característica com três fases bem definidas conforme apresentado na Figura 3.7.

A fase I é caracterizada por mecanismos descontínuos de crescimento e pela


existência de um limiar de propagação K th , abaixo do qual os carregamentos não

causam dano à peça e a trinca não se propaga.

Na fase II o crescimento das trincas é controlado por mecanismos contínuos e a


regra de Paris representa bem esta fase porque K é passível de correlação direta
com as deformações cíclicas.

A fase III reflete a proximidade da fratura da peça, que ocorre quando o valor de
Kmax atinge a sua tenacidade à fratura.

Para o cálculo de vida à fadiga, a fase I é a mais importante pois é nela que a trinca
se propaga mais lentamente. A fase III, por sua vez, é importante para caracterizar
a falha final da peça, mas pouco contribui para a sua vida à fadiga (CASTRO;
MEGGIOLARO, 1999).

Assim sendo, a regra de Paris, que devido à sua simplicidade matemática é a mais
usada na prática, tem como desvantagens o fato de não reconhecer os efeitos da
carga média, de K th nem de Kc na taxa de propagação o que implica em

resultados muito conservativos para trincas iniciais pequenas e não conservativos


para altos valores de K e de cargas médias.

Desta forma, na prática pode ser muito importante usar modelos de propagação de
trincas mais precisos do que a regra de Paris tanto para o projeto quanto para
avaliar a integridade estrutural do componente. Como os modelos mais difundidos REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
descrevem apenas parcialmente o comportamento da curva da/dN, Meggiolaro e
Castro (1997) desenvolveram modelos simples que representam sua forma
sigmoidal completa e também consideram o efeito da carga média. Segundo esses
autores, não é difícil propor outras variações, mas todos estes modelos são
empíricos e requerem a obtenção experimental de constantes que dependem do
material e são numericamente diferentes nas diversas regras. A escolha dentre os
modelos depende da quantidade e da qualidade dos dados experimentais que se
53

queira ajustar, da precisão que se deseja obter e do tempo computacional


disponível, sendo que muitas vezes elas podem ser igualmente satisfatórias.

Quando o carregamento for complexo, contando com variações de carga


significativas ou com efeitos de retardo importantes, ou mesmo quando as trincas
iniciais induzirem intensidades de tensão perto de K th , é indispensável trabalhar

com regras que ajustem de forma mais precisa os resultados experimentais de


propagação de trincas. Um modelo com essa finalidade foi proposto por Chand e
Pandey (2004), baseado em comparações com dados experimentais da literatura.

A diferença fundamental entre as duas abordagens, SN e da/dN, encontra-se no


nível de incorporação da iniciação e propagação da trinca no cálculo da vida útil à
fadiga. Por exemplo, em muitas ligas estruturais a resistência ao crescimento de
longas trincas geralmente aumenta com um aumento do tamanho de grão (ou uma
diminuição na resistência de escoamento para valores baixo de ΔK onde uma
porção significativa da vida de crescimento da trinca é gasta. Por outro lado, a vida
total estimada na base SN geralmente exibe o limite oposto; materiais com maior
resistência e microestruturas com grãos mais finos usualmente levam a vidas mais
longas. A aparente contradição pode se reconciliada visto que o primeiro caso trata
da resistência ao crescimento da trinca e o segundo é baseado na resistência à
iniciação da trinca de espécimes de laboratório sem defeitos.

Os conceitos da mecânica da fratura fornecem métodos para caracterizar a


resistência do material à iniciação e propagação da trinca sob carregamentos
cíclicos porém estes conceitos sozinhos não oferecem uma descrição quantitativa
de resistência intrínseca do material à fadiga. Uma porção significativa da vida de
crescimento de trinca é gasta para níveis baixos de ΔK onde o máximo REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
deslocamento de abertura de trinca é tipicamente menor que um micrômetro para a
maioria dos componentes estruturais. Além disso, quando o componente é
projetado conservadoramente a falha pode ocorrer por mudanças inesperadas nas
condições de serviço (SURESH, 1998).

Em estruturas soldadas, filosofias para projeto de acordo com o serviço podem ser
aplicadas de muitas maneiras. A primeira e mais amplamente utilizada é a de
desenvolver um critério de aceitação de falha, tipicamente obtido assumindo um
nível de resistência mínima que é incorporada em um processo de qualificação de
54

solda. No entanto, conceitos de acordo com o serviço podem também ser usados
para desenvolver critérios de inspeção incluindo sensibilidade e probabilidade de
detecção. Além disso, estes conceitos podem ser usados para demonstrar que
defeitos, que podem não ser percebidos na detecção, não prejudicarão toda a
integridade estrutural ainda que em condições acidentais ou de sobrecarga (API,
1998).

No caso de componentes sem solda, o período de iniciação de trinca representa a


maior parte da vida total à fadiga. Isso é particularmente notável em altas vidas à
fadiga onde o período de iniciação de trinca pode exceder 95% da vida à fadiga
(API, 1998). Sendo assim, para componentes usinados uma vez que a trinca de
fadiga tenha crescido a um tamanho detectável, o componente está virtualmente no
fim de sua vida útil e normalmente será retirado de serviço.

No caso de estruturas soldadas, como o riser rígido submetidas à ação de


carregamentos cíclicos, praticamente não existe período de iniciação de trinca
devido ao próprio processo de soldagem que introduz defeitos capazes de
favorecer a ocorrência deste fenômeno, tais como: a presença de tensões
residuais, a introdução de poros e trincas na região do cordão de solda e a
fragilização do material base. Como resultado a maior parte de sua vida à fadiga
pode ser atribuída à propagação da trinca (CASTRO; MEGGIOLARO, 2002).

A diferença no comportamento de fadiga do material base e juntas soldadas tem


efeito significativo no desempenho total da fadiga e consequentemente no projeto
do riser. Em geral, a resistência à fadiga de componentes não soldados aumenta
com a resistência do material devido ao aumento da vida de iniciação associada
aos materiais de maior resistência. No entanto, para juntas soldadas a resistência à
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
fadiga não é relativamente afetada pela resistência do material porque a maior
parte de sua vida à fadiga é gasta na fase de propagação, e embora as taxas de
propagação de trinca possam mudar de um material para outro não há uma
mudança consistente com respeito à resistência (API, 1998).

Além disso, quando utilizado um dos métodos mais eficientes de instalação de


risers metálicos,o processo com roda de lançamento (reel-lay), os segmentos do
tubo são soldados no continente e subsequentemente enrolados sobre uma
superfície cilíndrica rígida em um navio de lançamento. Durante a instalação o cabo
55

é desenrolado, endireitado e então colocado no mar sob tração. Nesse processo as


propriedades do material são alteradas e a vida à fadiga dessas juntas pode ser
impactada.

Dessa forma as juntas soldadas devem ser manufaturadas baseadas em critérios


rigorosos de aceitação que devem garantir padrões confiáveis com relação à vida à
fadiga sem prejudicar a viabilidade da solda (alto custo). Para guiar o projeto de
risers rígidos sujeitos a esse método de lançamento Netto; Lourenço e Botto (2004,
2005) simularam esse procedimento por meio de um modelo de elementos finitos
não-linear que incorpora defeitos na solda. Os resultados são então utilizados como
guia para parâmetros da mecânica da fratura obtidos experimentalmente de soldas
típicas sob condições de pré-tensão. A vida à fadiga de juntas soldadas e enroladas
com diferentes defeitos como falta de penetração e falta de fusão são
subsequentemente estimadas pelo modelo de elementos finitos.

3.3.2 Vida à fadiga de risers rígidos

A determinação da vida à fadiga de risers rígidos é particularmente difícil devido às


não-linearidades envolvidas, tanto globalmente quanto localmente. Fontes de não-
linearidades globais incluem efeitos direcionais, carregamentos ambientais e offsets
associados, respostas de segunda ordem da embarcação e interações com o solo
ou com equipamentos auxiliares instalados nas conexões como, por exemplo, o
enrijecedor de superfície.

Devido à economicidade, muitos estudos de viabilidade do uso de risers rígidos de


grande diâmetro em catenária para altas profundidades têm sido realizados. Para
esses projetos utiliza-se tradicionalmente análises baseadas na API RP 2RD em
que um fator de segurança é aplicado na tensão de von Mises. Nesse caso, o maior REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
limitante é a vida à fadiga, principalmente quando considerado o fenômeno de VIV.

Jacob et al. (1999) investigaram configurações alternativas risers rígidos em


catenária (SCR) conectados a FPSO’s considerando diferentes posições do turret
no FPSO. O comportamento dessas configurações é comparado em termos de sua
resposta às condições ambientais extremas e vida à fadiga. Os resultados das
análises mostraram que a configuração em catenária com o turret próximo à proa
apresenta o pior comportamento devido aos severos movimentos de heave
56

gerados, além disso, os resultados para todas as configurações que apresentavam


flutuadores foram mais amenos que os observados para a catenária simples.

Ressalta-se que a configuração em catenária simples, que tem consideravelmente


menores custos de instalação que as configurações com flutuadores, não pode ser
definitivamente descartada uma vez que a análise feita por Jacob et al. (1999)
corresponde à fase preliminar do projeto de um SCR, cujo objetivo primário consiste
na comparação entre o comportamento de diferentes configurações. A metodologia
de análise empregada considerou simplificações e hipóteses conservadoras, assim,
o comportamento de SCR’s pode ser melhor investigado considerando métodos de
análise mais elaborados e uma rigorosa definição de condições ambientais como
abordado mais adiante.

O artigo de Franciss e Ribeiro (2004) apresenta a análise de um riser rígido para


exportação de óleo de grande diâmetro (18 polegadas) em lazy wave instalado em
águas ultraprofundas (1255 m) na Bacia de Campos. A necessidade de
desenvolvimento de novas tecnologias conforme os campos de petróleo são
encontrados em águas mais profundas é abordada mostrando-se que para o
referido campo uma configuração em catenária livre não obedecia às
recomendações da API RP 2RD no referente às cargas de fadiga. Sendo assim,
decidiu-se adotar uma configuração do tipo lazy wave para reduzir os
carregamentos no topo e aumentar a vida à fadiga. No entanto algumas
configurações, inicialmente propostas, não eram factíveis do ponto de vista de
instalação sendo que problemas como altos ângulos no topo ou altas tensões nos
segmentos flutuados tiveram de ser resolvidos. Uma análise detalhada,
compreendendo cinco ciclos da espiral de projeto, foi realizada para obtenção de
uma configuração factível para esse campo considerando-se parâmetros de
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
instalação em paralelo com as análises estática, dinâmica e de fadiga de acordo
com a API RP 2RD.

O pior resultado de vida à fadiga (já considerando a análise de VIV) foi obtido no
meio do trecho flutuado e observou-se que apesar de diminuir os movimentos
dinâmicos do riser, a existência de flutuadores limita sua vida à fadiga por causa do
dano devido às VIV (FRANCISS; RIBEIRO, 2004).
57

Observando-se toda a dificuldade associada ao uso da norma da API, uma nova


norma de projeto, DNV OS F201, foi proposta para risers metálicos, a qual é
baseada nas equações de estado limite permitindo diferentes alternativas na
consideração das condições ambientais.

Sagrilo et al. (2005) analisaram um riser rígido de 18 polegadas em lazy wave a uma
profundidade de 1800m para uma condição extrema de projeto considerando ambos
os critérios. Os resultados foram comparados e mostrou-se que o critério da DNV
permite o uso de configurações de risers que não são aceitas pelo critério da API.

Foi verificado que para a análise de um SLWR (Steel Lazy Wave Riser) o código da
API é mais conservador que o formato da DNV. Existem duas razões principais
para isso. A primeira é o diferente fator de segurança aplicado para os
carregamentos funcionais e ambientais usado pela DNV em contraste com apenas
um fator que é usado pela API. O segundo ponto é que as equações de estado
limite da DNV são baseadas no momento plástico completo da seção do cabo
(SAGRILO et al., 2005).

Em ambos os casos apresentados, o dano pareceu estar mais relacionado ao pico


de maior energia no estado de mar, o que poderia trazer a vantagem de se utilizar
programas computacionais simplificados (e também mais rápidos) que consideram
a sobreposição de efeitos advindos de contribuições unimodais.

Para confirmar a aplicabilidade desta hipótese, Torres et al. (2004) realizaram um


estudo em que as mesmas condições de carregamento utilizadas para o cálculo
dos movimentos da plataforma foram aplicadas na análise do riser. Os movimentos
de primeira e segunda ordem foram combinados (ambos assumidos como funções
harmônicas), resultando no espectro de movimentos a ser imposto no topo do riser. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A contribuição de cada pico energético foi considerada independente e somada
sem qualquer tratamento para considerar possíveis superposições de espectro em
qualquer faixa de frequências. Um algoritmo de rainflow foi usado para identificar e
contar cada ciclo de tensão e o dano total foi obtido da soma de danos de cada
caso de carregamento com a respectiva probabilidade de ocorrência. A contribuição
do segundo pico para o dano de fadiga embora menos importante que o primeiro
pico influencia os movimentos da plataforma e contribui para o dano total
58

demonstrando a importância de se considerar ambos os picos do espectro na


análise de fadiga (TORRES et al., 2004).

Para um riser, ambos os métodos da curva SN e mecânica da fratura, requerem


conhecimento da magnitude e probabilidade de ocorrência das cargas aplicadas
esperadas durante a vida do riser ou o intervalo recomendado de inspeção. Estas
cargas esperadas são geralmente resultantes da análise global de risers. As cargas
usadas para estimar o dano à fadiga gerado pelas frequências de onda são obtidos
da análise dinâmica global do riser para os estados de mar esperados durante a vida
do riser ou o intervalo de inspeção.

É importante lembrar que todas as cargas que contribuem para o dano à fadiga do
riser são de natureza crítica. Um número de ciclos ou probabilidade de ocorrência
para cada tipo de carga deve ser conhecido para estimar o dano esperado. Esta
informação é usualmente dada em termos de número de ciclos de onda para uma
análise determinística e número de tempestades para uma análise espectral
(estocástica).

No método SN, variações de pico de tensão são calculadas para cada ponto do
diagrama de dispersão (formado pelos estados de mar esperados juntamente com
sua probabilidade de ocorrência). Estas variações de pico são iguais ao produto
das tensões de parede do tubo dinâmico obtidas da análise global do riser, que são
calculadas dos momentos fletores dinâmicos e das variações de tração dinâmica.

O dano à fadiga de um riser compreende contribuições do movimento da


plataforma, carregamento da onda e excitação de VIV. O dano devido ao
movimento da plataforma pode ser dividido em dano devido a movimentos de
mesma frequência que a onda e devido a movimentos fracamente variados. O REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
último se traduz em ciclos de tensão potencialmente grandes, mas menos
frequentes na região de flexão. A comparação entre essas contribuições ao dano é
claramente dependente do local.

O cálculo do dano deve ser feito para ambas as excitações, da ordem da onda e de
baixa frequência, e então combiná-los com os resultantes da análise de VIV. Fazer
esta combinação permanece problemático, pois simplesmente adicionar
separadamente os danos calculados baseado em hipóteses de espectros de banda
estreita parece ser não conservador assim como basear-se na tensão RMS total é
59

muito conservador. Uma proposta bi-modal tem sido utilizada e tem se apresentado
menos conservadora (TORRES et al., 2004).

O comportamento dinâmico e de fadiga de um riser rígido em catenária devido ao


desprendimento de vórtices é numericamente investigado no artigo de Lima et al.,
(2007). A linha é dividida em seções bidimensionais ao longo de seu comprimento e
o metódo dos vórtices discretos é empregado para a obtenção das forças
hidrodinâmicas atuando nessas seções bidimensionais. Os trechos hidrodinâmicos
são resolvidos independentemente e o acoplamento entre as seções é considerado
pela solução da estrutura no domínio do tempo utilizando o método dos elementos
finitos programado na ferramenta computacional ANFLEX. Processamento paralelo
é aplicado para melhorar o desempenho do método. As seções de riser foram
igualmente divididas entre os nós do cluster e cada nó resolve a seção recebida e
passa as forças atuantes para o processador mestre que é responsável pelo
cálculo do deslocamento de toda a estrutura. As séries temporais das tensões são
empregadas para avaliar o dano e a vida estimada da estrutura pelo método
rainflow de contagem de ciclos da resposta dinâmica.

O algoritmo rainflow para contagem de ciclos é utilizado para obtenção da vida à


fadiga de componentes ou estruturas sujeitos a carregamentos de amplitude
variável. Usualmente o algoritmo extrai ciclos de séries temporais de cargas,
tensões ou deformações obtidas de simulações numéricas ou experimentos. Como
resultado da contagem, ciclos e meio ciclos com diferentes amplitudes e valores
médios são obtidos. Com a vantagem da hipótese do dano acumulado, tal como a
regra de Palmgren-Miner, o algoritmo possibilita o cálculo da vida à fadiga sob
condições de carregamento aleatório.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O algoritmo aqui utilizado foi preparado para uso em ambiente Matlab e está
detalhado em Niesłony (2009).

Nos próximos capítulos são apresentados testes, e posteriormente resultados


focados no atendimento dos objetivos estabelecidos para a presente pesquisa.
Estes capítulos foram desenvolvidos com base nos subsídios teórico-experimentais
até aqui apresentados.
60

4. FORMULAÇÃO MATEMÁTICA

4.1.1 O Modelo de VIV

Considerando-se um duto de comprimento L, com propriedades uniformes, diâmetro


constante D e alinhado com o eixo x, um sistema cartesiano de coordenadas como o
da Figura 4.1 é definido.

A equação usada para descrever as deflexões desse duto, r(x,t), devido às forças de
correnteza e gravidade para um instante t > 0 e uma posição ao longo do duto, pode
ser apresentada como:

Figura 4.1: Esquema do sistema de coordenadas do duto (Fonte: Adaptada de Furnes e Sorensen,
2007).

FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
 r r  4r  r
( M )  ( R f  Rs )  EI 4  (T )  F  Gi (4.1)
t t t x x x

Da esquerda para a direita, estes termos representam: mudança na quantidade de


movimento, amortecimento devido às forças hidrodinâmicas e estruturais, rigidez
flexional do duto, variação na sua tração axial e forças devido à ação da correnteza
e gravidade. Importante destacar que, neste equacionamento, M é a soma da
massa da estrutura (incluindo o fluido interno) com a massa adicional por unidade
de comprimento, dada por
61


M  ms  C a D 2 (4.2)
4

Onde Ca é o coeficiente de massa adicional e  é a massa específica da água do


mar.

Os coeficientes de amortecimento devido às forças hidrodinâmicas e estruturais,


respectivamente Rf e Rs , podem ser parametrizados como se segue:

R f = γρD 2 wn
(4.3)

Rs  2Mwn (4.4)

Onde  é um parâmetro determinado experimentalmente,  é o coeficiente de


amortecimento, wn é a frequência angular natural da estrutura em água dada por:

wn20
wn  (4.5)
 Ca 
1  * 
 m 

Sendo m* a razão de massa, já discutida, e wn20 a frequência angular natural no ar.

Além disso, E é o módulo de elasticidade do material e I o módulo de inércia de


área, enquanto T é a tração axial, com valor T0 quando S = L (S é a coordenada
que dita a posição ao longo do duto), ou seja:

SL
T  T0  EA
L . (4.6)

Onde A diz respeito à seção de parede e a elongação do duto S – L é dada por sua
deflexão. FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
Conforme mencionado, G refere-se à contribuição da gravidade e, neste caso, é
apresentada em uma forma reduzida (flutuação menos força da gravidade),
enquanto F é a excitação hidrodinâmica devido às correntezas oceânicas,
usualmente apresentada como:

1
F CT D U U
2 . (4.7)
62

Dados de correnteza podem ser considerados em pontos discretos ao longo do duto


ou por medidas diretas de um modelo numérico. Os efeitos de forças de correnteza
paralelas ao eixo do duto são desprezíveis e apenas as componentes da força
agindo normal ao eixo x serão consideradas. Desta forma, CT é o coeficiente
adimensional dado pela composição das contribuições de arrasto e sustentação,
dado por:

CT  CD  iCL (4.8)

Onde a parte real é o coeficiente de arrasto (inline) e a imaginária o coeficiente de


sustentação (cross-flow).

Sabe-se que para cilindros estacionários estes coeficientes são razoavelmente bem
documentados e apresentados como funções do número de Reynolds. No entanto,
quando o um duto começa a oscilar, deflexões estruturais afetam o fluido e,
portanto, os coeficientes de arrasto e de sustentação deixam de exibir uma
dependência facilmente compreensível com a variação do número de Reynolds.

A necessidade de descobrir uma forma de simular a variação desses coeficientes


torna-se, portanto, imperativa, principalmente com relação ao arrasto. Neste
 a 
sentido, Furnes e Sorensen (2007) propõem a inclusão de um fator 1  K i z  ,
 D
dependente dos parâmetros: az que é a amplitude das vibrações e Ki que é uma
constante a ser calibrada através de experimentos. Segundo esta proposição, o
coeficiente de arrasto é, então, definido por:

aZ
CD  C0 (1  K i )  Ci
FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
D (4.9)

Onde C0 é o coeficiente de arrasto para um cilindro em repouso e Ci é o termo de


amortecimento induzido pela emissão de vórtices.

Por outro lado, o coeficiente de sustentação é modelado por osciladores não-


lineares, que satisfazem a equação de van der Pol, assim como adotado em
Facchinetti et al. (2004), Mathelin e De Langre (2005), entre outros.

Para modelar Ci e CL, variáveis adimensionais dependentes da fenomenologia das


VIV, qy e qz, são introduzidas de acordo com as seguintes equações do tipo van der
Pol:
63

 2qy q y Ay  2 ry
  y f s (q - 1)
2
y  4 f qy 
s
2
(4.10)
t 2 t D t 2

 2qz q z Az  2 rz
  f
z s ( q 2
z - 1)  f s
2
q z  (4.11)
t 2 t D t 2

Onde qy é a variável longitudinal, qz a transversal, εy o coeficiente de amortecimento


na direção inline e εz na direção cross-flow e fs é a frequência de Strouhal.

A parte direita das equações (4.10) e (4.11) modelam o comportamento na esteira


próxima, onde Ay e Az são constantes determinadas experimentalmente. Além disso,
acoplamentos via acelerações advindas do oscilador estrutural, termos à direita das
igualdades, são escolhidos por recomendação de Facchinetti et al. (2004), o que
significa que para o sistema em repouso, as equações se tornam homogêneas,
resultando em oscilações estáveis quasi-harmônicas com amplitude finita.

Ainda com relação à consideração da correnteza variável no tempo e no espaço, o


duto é dividido em N intervalos que podem ter comprimentos variáveis. Estes
intervalos são conectados por coordenadas  0 , 1 ,...,  N , onde:  0 refere-se a   0 e

N a   1.

Com esta variação axial da correnteza, os coeficientes de arrasto e sustentação


também podem apresentar comportamento semelhante, o que é feito por um
conjunto de osciladores fluidos para cada segmento. Desta forma, como as
equações (4.10) e (4.11) dependem da frequência angular de emissão de vórtices,
essa frequência também variará ao longo dos N segmentos adotados.

Para resolução da equação (4.1) são requeridas duas condições iniciais e quatro
condições de contorno, as quais para um duto de extremidades articuladas, FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
inicialmente em repouso, podem ser expressas por:

r ( x,0)  r0 (4.12)

r ( x,0)
0 (4.13)
t

r (0, t ) = r ( L, t ) = 0 (4.14)

 2 r (0, t )  2 r ( L, t )
 0 (4.15)
x 2 x 2
64

Onde r0 é a posição inicial prescrita ao duto.

Cumpre destacar que, na forma apresentada, a equação (4.1) não tem solução
direta, fazendo-se necessárias algumas modificações que envolvem adoção de
escalas múltiplas, transformada de Fourier, representação matricial e integração
numérica.

Independente disto pode-se apresentá-la mediante a adoção das condições iniciais


e de contorno propostas, ou seja, duto com ambas as extremidades articuladas,
obtendo-se, então:
1
rˆn2 rˆ 1 Gi
t 2
 2 n n  f nv2 rˆn 
t 
M 0
Fsen(n )d 
Mn
[1  (1) n ] (4.16)

Onde:

Rf + Rs
2αn =
M (4.17)

T 2 2 EI 
f nv2  2
n  1  2 n 2 2  (4.18)
ML  TL 

Utilizando a forma vetorial para representar a equação (4.1) pode-se reescrevê-la


como:

 2 rˆ rˆ
 2  f 2 (t )rˆ  H (t ) (4.19)
t 2
t

Onde o vetor H contém as forças exercidas pela correnteza e pela gravidade.

Observando-se as equações descritas, é possível reafirmar a utilidade deste


modelo para o trabalho pretendido, uma vez que o mesmo permite avaliar FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
movimentos, velocidades, acelerações, trajetórias e tração simultaneamente nas
direções transversal e longitudinal ao escoamento incidente, o que
fundamentalmente o difere de outros modelos apresentados na indústria.

Na próxima seção são apresentados os principais aspectos dos osciladores


estruturais adotados em conjunto com o modelo fenomenológico adaptado de
Furnes e Sorensen (2007).
65

4.1.2 O Modelo Estrutural

Mediante adaptações principalmente relacionadas com os parâmetros fluido-


dinâmicos do modelo fenomenológico originalmente proposto por Furnes e Sorensen
(2007), estes foram integrados ao modelo estrutural descrito nesta seção.

Como modelo estrutural, foi utilizado o algoritmo Doolines, apresentado em Silveira


et al. (2009), atualmente empregado em quatro sistemas de análise da dinâmica de
linhas, dentre eles o do Tanque de Provas Numérico (TPN).

Em linhas gerais, este algoritmo possui estrutura orientada a objetos, o que facilita o
rápido desenvolvimento de sistemas para análises estáticas e dinâmicas não-
lineares de cabos submarinos esbeltos, tais como linhas flexíveis, umbilicais, risers
rígidos em catenária (SCR), entre outros. As análises são realizadas no domínio do
tempo4 e quantificam a dinâmica das estruturas sob a influência direta da
correnteza, indireta das ondas regulares e irregulares de superfície, bem como
forças de contato com o solo e de flutuadores ou pesos concentrados ao longo do
comprimento da linha.

Diferentemente de algoritmos comerciais como o OrcaFlex, por exemplo, o


Doolines tem a intenção de fornecer aos usuários meios para desenvolvimento de
soluções para problemas específicos. Sendo assim, permite o desenvolvimento de
códigos especialmente programados para um determinado uso, de forma a criar
módulos reutilizáveis e extensíveis a sistemas de grande escala, além de permitir
que funções sejam adicionadas a sistemas de análise já existentes.

O Doolines foi desenvolvido usando a metodologia de modelos iterativos com uma

FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
abordagem espiral programada em linguagem C++, através de classes concretas e
abstratas baseadas no método dos elementos finitos.

Desta forma, risers e linhas de amarração são descritos por meio de uma malha
unidimensional de elementos finitos, cuja seleção de tipo (treliça ou viga) estará
relacionada à estrutura a ser modelada, por exemplo, elementos de treliça para
linhas de amarração uma vez que sua rigidez é essencialmente axial, enquanto

4
Mais adiante, em uma seção específica, serão tecidas algumas considerações a este respeito.
66

risers serão descritos por elementos de viga, que respondem à forças de torção,
flexão, cisalhantes e normais.

Figura 4.2: Esquema das classes para consideração dos carregamentos ambientais.

O algoritmo executa análises globais e retorna forças macroscópicas ao longo de


seções transversais da linha, sendo que seções com diferentes propriedades
físicas podem ser facilmente modeladas. Essa característica foi especialmente útil
para a modelagem da riser tower, foco deste trabalho, utilizando dois tipos de
elemento distintos, um correspondendo à bóia de subsuperfície e o outro ao riser
vertical conectado à mesma.

A Figura 4.2 apresenta o grupo de classes responsáveis por descrever a interação


ambiente-estrutura. A classe mais importante utilizada para o presente
desenvolvimento foi a Fluid, discutida na seção anterior, responsável pela interação
fluido-estrutura. Nela são consideradas as propriedades hidrodinâmicas e de
flutuação das forças devidas aos fenômenos de VIV (e/ou VIM mediante

FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
adaptações), através de classes homônimas que são compulsoriamente criadas
junto com o modelo. Ainda no esquema da Figura 4.2, verifica-se a existência da
classe Wave a qual é responsável pela consideração dos esforços resultantes das
ondas de superfície, consequentemente não utilizada no presente estudo.

A análise do modelo é realizada no domínio do tempo usando um algoritmo de


integração explícita. Estes algoritmos são condicionalmente estáveis requerendo,
portanto, uma escolha cuidadosa da discretização, eventualmente com a solução
de sistemas de equações desacopladas, também prevista.
67

A título de revisão, cumpre mencionar que uma das principais vantagens dos
algoritmos de integração implícita é sua estabilidade incondicional, porém esta é
apenas aplicável em problemas lineares. O Doolines, por sua vez, considera
problemas altamente não-lineares e, portanto, vale-se da integração explícita,
sempre associada a sistemas de equações acopladas.

A discretização temporal (time step), que é uma função do comprimento do elemento


e da velocidade de propagação da onda axial de flexão, foi um fator crítico para a
convergência numérica dos resultados mais adiante apresentados. Por ora, cumpre
relatar que sua determinação se fez de tal forma que fosse capaz de permitir a
convergência numérica com o menor tempo possível de simulação. Um desafio e
tanto para viabilizar as inúmeras análises necessárias em precisão e tempo.

Conforme mencionado, na próxima seção são tecidas considerações adicionais


sobre análises nos domínios do tempo e da frequência.

4.1.3 Análises nos domínios do tempo e da frequência

A análise no domínio da frequência é apropriada quando os efeitos do acoplamento


de tensões são pequenos e não existem outras não-linearidades que afetem
significativamente as respostas. Este método é frequentemente usado para análise
de fadiga com o objetivo de obter estimativas dos valores RMS das tensões axial e
flexional. Sua principal vantagem é a redução do esforço computacional para
sistemas lineares acoplados com saídas muito simples e não ambíguas. A análise
de sistemas lineares é bem compreendida e a aplicação dos resultados no domínio
da frequência aos critérios de projeto é direta (MARTINS et al., 1999; MARTINS,

FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
2000).

Além da apropriada linearização da força de arrasto, a seleção cuidadosa das


frequências de análise é essencial para modelar adequadamente a resposta do
riser. As frequências usadas na análise devem resultar na definição adequada do
espectro de energia da onda, das características da resposta da embarcação (estas
duas somente quanto pertinente) e das frequências naturais do riser.

A análise no domínio do tempo, por outro lado, é tipicamente usada quando a


representação acurada do comportamento não-linear é importante para o objetivo
da análise. Efeitos não-lineares encontrados para algumas análises de risers, tais
68

como: acoplamento de tração, grandes rotações, carregamento não-linear ou rigidez


do solo, podem ser diretamente modelados no domínio do tempo. Além disso, a
análise no domínio do tempo é usada para analisar eventos transientes. Este tipo de
análise pode ser usado para se obter maior precisão, permitindo a calibração de
análises no domínio da frequência, que, então, podem ser utilizadas no
desenvolvimento de projetos de uma maneira mais rápida.

Confome mencionado quando na descrição do modelo estrutural adotado no


presente trabalho, com o objetivo de satisfazer o equilíbrio dinâmico em tempos
discretos as equações podem ser resolvidas utilizando-se métodos diretos de
integração, os quais podem ser explícitos ou implícitos. Métodos explícitos
tipicamente requerem menos cálculos por intervalo de tempo, mas frequentemente
requerem intervalos de tempo menores para obter uma solução precisa. Métodos
implícitos frequentemente requerem substancial esforço numérico em cada
intervalo de tempo, mas podem utilizar intervalos de tempo maiores.

Além disso, a maioria dos métodos são condicionalmente estáveis, significando que
o tamanho do intervalo de tempo deve estar abaixo de certo limite para a análise
gerar resultados significativos, o que não é o caso desta pesquisa. Para estes
casos, um dos métodos mais populares é o de aceleração média constante de
Newmark, que é estável para qualquer intervalo de tempo (ou seja,
incondicionalmente estável). No entanto, todos os métodos exigem que o intervalo
de tempo seja pequeno o suficiente para precisamente refletir frequências
importantes na carga ou resposta. Isso é análogo à apropriada discretização
espacial do modelo e seleção cuidadosa de frequências no método do domínio da

FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
frequência.

Voltando um pouco às análises no domínio da frequência e reestabelecendo uma


relação com as análise de fadiga descritas na seção anterior, Dantas et al. (2004)
apresentam uma metodologia desenvolvida para executar uma análise linearizada
objetivando a verificação do dano de fadiga. O modelo de um riser rígido em lazy
wave foi analisado tanto no domínio do tempo quanto no da frequência para
comparar os resultados de fadiga. Um conjunto de 22 condições ambientais de
carregamento unimodais foi adotado considerando a ação de corrente, vento e
onda. O modelo de análise de fadiga usado foi baseado na regra de Palmgren-
69

Miner para a obtenção do dano acumulado e na curva SN para obtenção do número


de ciclos.

Os resultados obtidos com a metodologia no domínio da frequência ficaram de


acordo com os obtidos com a metodologia no domínio do tempo, sendo que uma
tendência ao conservadorismo foi observada. A análise no domínio da frequência
apresentou-se como uma ferramenta possível para ser usada no projeto de risers
rígidos em catenária sendo que houve acordo com a metodologia no domínio do
tempo também no que diz respeito à identificação de posições e casos de
carregamento críticos (DANTAS et al., 2004).

FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
70

5. PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO

Com o intuito de verificar a consistência do modelo fenomenológico adaptado de


Furnes e Sorensen (2007), acoplado ao modelo estrutural baseado no algoritmo
Doolines apresentado por Silveira, et al. (2009), foram realizadas simulações para
um riser flexível com ambas as extremidades articuladas. A metodologia de
verificação baseou-se na comparação dos resultados do modelo desenvolvido com o
experimento realizado por Chaplin et al. (2005a, 2005b) concomitantemente com a
análise numérica via OrcaFlex5. Este programa foi escolhido para as comparações e
discussões por haver familiaridade da autora com tal programa e também pelos
resultados satisfatórios das comparações numérico-experimentais realizadas por

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


Chaplin et al. (2005).

Para evidenciar tal atividade, os principais resultados em termos de modos e


frequência naturais, bem como de amplitudes dos deslocamentos nas direções
longitudinal e transversal à correnteza são apresentados nos itens que se seguem.

5.1 O experimento de VIV utilizado como elemento de comparação

Como citado anteriormente, o experimento cuidadosamente realizado por Chaplin


et al. (2005a) foi utilizado para comparação dos resultados obtidos a partir das
análises numéricas disponíveis à comunidade técnico-científica. Desta forma,
Chaplin e seus co-autores desenvolveram um experimento com o objetivo de
melhorar o conhecimento da fenomenologia envolvida nas VIV e, ao mesmo tempo,
fornecer dados detalhados e confiáveis, em apoio aos modelos preditivos.

Sendo assim, tal experimento é aqui sucintamente descrito.

Os experimentos foram realizados em um canal de 230 m de comprimento por 5 m


de largura e lâmina d’água de 6,5 m, utilizado como tanque de reboque. A máxima

5
Programa comercial que permite a análise dinâmica no domínio do tempo de elementos de um
sistema offshore, tais como risers, embarcações e bóias. A cada instante de tempo gera
automaticamente carregamentos ambientais (de vento, correnteza e onda), calculados em cada
ponto no espaço.
71

velocidade do equipamento utilizado para reboque foi de 1,0 m/s. O arranjo


experimental pode ser observado na Figura 5.1.

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


Figura 5.1: Arranjo experimental (Fonte: Adaptada de Chaplin et al., 2005a).

O aparato apresenta um “tanque de vácuo” que pode ser, assim, preenchido de


água em repouso durante o reboque do aparato. Desta forma, de acordo com o
arranjo geral, o riser pode ser exposto a perfil de escoamento estratificado.

Tabela 5.1: Características do riser vertical, modelo flexível ensaiado.

Propriedade Riser

Diâmetro externo (m) 0,028

Comprimento (m) 13,12

Massa no ar (kg/m) 1,85

Rigidez Flexional (N.m2) 29,9

Rigidez Axial (kN) 5880


72

O modelo do riser, cilindro flexível com grande razão de aspecto, caracterizou-se por
um esqueleto de fósforo e bronze inserido em um tubo fluoroplástico de 0,5mm de
espessura e diâmetro externo de 28mm. A Tabela 5.1 traz as dimensões e
propriedades físico-mecânicas do riser, modelo ensaiado.

A instrumentação desse modelo, por sua vez, foi constituída por 32 extensômetros
(strain gauges), 03 acelerômetros, 01 célula de carga no topo e outra no fundo de
modo a permitir o monitoramento dos esforços e movimentos do riser durante o
experimento.

Esse conjunto, estrutura mais instrumentação, foi instalado entre juntas universais
que caracterizam as condições de contorno como articuladas. Além disso, na parte

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


superior, foi instalado um sistema de molas para previnir a ocorrência de tração
maior que a de colapso do riser. Mais adiante são tecidos comentários a respeito
deste sistema e seus impactos nos resultados apurados.

Tabela 5.2: Coeficientes hidrodinâmicos utilizados de acordo com Chaplin et al., 2005a.

Coeficiente de arrasto na direção normal (x e y) 1,2

Coeficiente de arrasto na direção axial (z) 0,1

Coeficiente de sustentação 0,3

Coeficiente de massa adicional (na direção normal) 1,0

Coeficiente de massa adicional (na direção axial) 0,0

É válido lembrar que o experimento aqui utilizado foi concebido e executado


exatamente com a função de apresentar benchmarking para as atividades de
desenvolvimento numérico, e mesmo experimental, em cilindros flexíveis sujeitos
ao fenômeno de VIV. Desta forma, os coeficientes hidrodinâmicos apresentados na
Tabela 5.2 também obedecem às caracterizações apresentadas por Chaplin et al.
(2005a). Ressalta-se também que, em semelhança aos risers em escala real, com
razões de aspecto da ordem de 103, o modelo ensaiado previu a possibilidade de
73

coexistência modal, principalmente face à pouca diferença entre as frequências


naturais em modos mais altos.

Para as simulações apresentadas mais adiante, cumpre mencionar, no entanto, que


os coeficientes trazidos na Tabela 5.3 são fruto de uma interpretação das discussões
realizadas por Furnes e Sorensen (2007) à luz do experimento ora em estudo com o
objetivo de validar a consistência do modelo numérico-fenomenológico acoplado ao
modelo estrutural Doolines.

Tabela 5.3: Coeficientes adaptados para as simulações numéricas de VIV.

Número de Strouhal 0,2

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


Az 12

Ay 12

Ki 0,444

εz 0,3

εy 0,3

Cl0 0,3

Ci0 0,1

Especificamente com relação aos casos de análise, os dados utilizados para as


comparações adiante são relativos ao modelo de riser pré-tracionado (457, 670 e
1002 N), sujeito a 09 velocidades diferentes de correnteza. A seguir, a Tabela 5.4
apresenta as velocidades utilizadas. Lembra-se que a correnteza incidente age em
apenas 45% da extensão da linha, sendo que o restante de seu comprimento está
imerso em água em repouso (ação do “tanque de vácuo”).

Tabela 5.4: Valores de velocidade utilizados nos experimentos.

Casos 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Vel. (m/s) 0,16 0,21 0,31 0,40 0,54 0,60 0,70 0,85 0,95
74

5.2 Descrição da base de dados para as análises numéricas

A estratégia de comparação dos resultados aqui descritos é baseada em duas


comparações em situações diferentes. Primeiramente, algumas condições de
vibrações livres serão simuladas com o algoritmo Doolines e os resultados
comparados ao software OrcaFlex. Desta maneira, pretende-se demonstrar a
capacidade que o Doolines apresenta em recuperar o comportamento estrutural da
linha, ao menos em termos de suas frequências naturais.

Posteriormente, abandona-se o uso do OrcaFlex utilizando-se exclusivamente o


conjunto de resultados experimentais de Chaplin et al. (2005a) para as
comparações com os casos mostrados na Tabela 5.4.

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


Para facilitar o entendimento dos perfis de correnteza estudados, um exemplo com
máxima velocidade igual a 0,31 m/s é mostrado na Tabela 5.5. A profundidade da
água assumida para o modelo foi de 13,12 m.

De acordo com essa tabela, é possível verificar que o perfil estratificado em


questão é caracterizado por uma velocidade nula entre a superfície e a cota vertical
igual a 8,24 m; assumindo o valor máximo (constante) entre 8,25 m e o fundo. Não
há grandes considerações quanto à interface entre os dois estratos. Acredita-se
que os efeitos advindos da interação entre os mesmo sejam confinados a uma
região pequena, da ordem de grandeza do diâmetro do riser.

Tabela 5.5: Perfil de correnteza adotado nos ensaios. Exemplo para o caso de velocidade máxima
igual a 0,31 m/s.

Perfil de Correnteza Estratificado

Profundidade (m) Velocidade (m/s)

0,00 (superfície) 0,00

8,24 0,00

8,25 0,31

13,12 (fundo) 0,31


75

5.3 Comparações em termos de vibrações livres

A seguir são apresentadas textualmente e através de figuras e tabelas as


comparações advindas das vibrações livres. Para estas comparações, assim como
para as mostradas nos demais itens deste capítlo, foram utilizados time-steps com
10% do valor crítico para a convergência, da ordem de 10-5. Além disso, buscando
garantir tempos de simulação adequados, sem comprometer a qualidade dos valores
auferidos, foram adotados apenas 50 nós, ou seja, 49 elementos de discretização
espacial para a estrutura em estudo. Quando conveniente face à discussão
realizada, discretizações mais finas foram adotadas.

5.3.1 Frequências naturais

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


Inicialmente foram realizadas análises de decaimento para verificação do modelo
estrutural. As dez primeiras frequências naturais para cada um dos três casos de
pré-tração foram obtidas com o Doolines e comparadas com as obtidas por meio da
análise modal no OrcaFlex.

Tomando como base os valores fornecidos pelo programa OrcaFlex, a Tabela 5.6
também apresenta os desvios percentuais entre o Doolines e aquele programa.
Nota-se que, de acordo com aquela tabela, em termos das frequências naturais o
maior desvio encontrado foi de aproximadamente 1,8%.

Ressalta-se que os valores dessas frequências dependem dos algoritmos


numéricos adotados em cada um dos programas.

É importante notar que, mesmo sendo algoritmos com modelos estruturais


diferentes – o OrcaFlex apresentando um método baseado em massas
concentradas e o Doolines um modelo baseado no método de elementos finitos –
os resultados se mostram consistentes entre si.

Percebe-se, portanto, que o modelo estrutural adotado no Doolines, e base para as


análises acopladas mais adiante mostradas, tem uma boa capacidade de recuperar
o comportamento estrutural livre, ao menos em termos de frequências.

A próxima seção apresenta alguns exemplos de envoltórias de deslocamentos que


deram origem aos resultados apresentados.
76

Tabela 5.6: Comparação entre frequências naturais para o riser biarticulado obtidas com o OrcaFlex e
com o Doolines.
Modo Natural

Pré-tração de 457 N Pré-tração de 670 N Pré-tração de 1002 N

Freq. Freq. Máx. Freq. Freq. Máx. Freq. Freq. Máx.


OrcaFlex Doolines Erro OrcaFlex Doolines Erro OrcaFlex Doolines Erro
(Hz) (Hz) (%) (Hz) (Hz) (%) (Hz) (Hz) (%)

1 0,467 0,469 0,15 0,589 0,599 1,74 0,736 0,736 0,02

2 0,938 0,947 0,90 1,183 1,198 1,27 1,477 1,472 0,32

3 1,436 1,435 0,09 1,787 1,797 0,54 2,225 2,242 0,76

4 1,943 1,945 0,08 2,406 2,403 0,14 2,985 2,978 0,25

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


5 2,479 2,477 0,06 3,045 3,029 0,54 3,761 3,747 0,39

6 3,015 3,039 0,82 3,708 3,661 1,29 4,557 4,550 0,15

7 3,618 3,635 0,48 4,399 4,327 1,66 5,374 5,353 0,41

8 4,222 4,269 1,10 5,121 5,091 0,58 6,219 6,156 1,02

9 4,892 4,943 1,04 5,878 5,958 1,37 7,091 7,026 0,93

10 5,562 5,660 1,77 6,672 6,629 0,65 7,996 7,896 1,26

5.3.2 Modos naturais

A título de verificação complementar quanto à consistência do Doolines, analisou-


se a relação entre frequências naturais e respectivos modos de vibrar.

Assim, a Figura 5.2 apresenta a elástica para o primeiro modo de vibrar na direção
inline, ou seja, a direção do escoamento. Note-se que os gráficos dizem respeito à
envoltória de oscilações, caracterizado pelos deslocamentos máximos e mínimos
durante os testes de decaimento.

Resultado de igual valor é apresentado na Figura 5.3, porém referindo-se ao


terceiro modo de vibrar.

Resultados semelhantes, embora em oscilação forçada, permitirão mais


comparações na seção que se segue referente às oscilações forçadas pelo
fenômeno de VIV.
77

0.9

0.8

0.7

Coordenada Axial [-]


0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
Deslocamento Inline ao Redor da Média[-]

Figura 5.2: Envoltória de deslocamento adimensionalizado para a simulação de vibração livre no


primeiro modo inline, direção do escoamento.

0.9

0.8

0.7
Coordenada Axial [-]

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
Deslocamento Inline ao Redor da Média[-]

Figura 5.3: Envoltória de deslocamento adimensionalizado para simulação de vibração livre no


terceiro modo, direção do escoamento.
78

5.4 Comparação mediante excitação de VIV

A presente seção realiza comparações numérico-experimentais, Doolines versus


Experimento. Vale notar que tal estratégia tem o objetivo de mostrar a capacidade
preditiva do modelo fenomenológico-estrutural de capturar a essência da interação
fluido-estrutural sem, contudo, buscar uma representação exata dos resultados
experimentais.

5.4.1 Modos excitados

Inicialmente, realizou-se uma análise em termos de modos predominantes nas


simulações contendo a excitação devido às VIV.

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


Em todos os resultados percebeu-se que algumas características presentes nos
experimentos foram perfeitamente capturadas pelo modelo numérico-
fenomenológico. Uma dessas características demonstrada pelos gráficos mais
adiante apresentados diz respeito ao fato de tanto os experimentos, quanto as
simulações, não apresentarem deslocamentos na parte superior do riser maiores
que aqueles identificados em sua porção inferior, em uma clara consequência do
perfil estratificado da correnteza incidente.

Os gráficos da Figura 5.4 e da Figura 5.5 mostram que nas direções transversal e
longitudinal os modos predominantes são, respectivamente, o segundo e o quarto
modos, apesar de existirem pequenas evidências de uma provável contribuição
advinda de outros modos. Esta relação de duplicidade, 2º e 4º, de certa forma
também está relacionada com um aspecto muito importante do fenômeno de VIV,
segundo o qual as frequências de oscilação na direção da correnteza incidente
guardam uma relação de dois com as frequências na direção transversal. Se o
leitor consultar a Tabela 5.6, página 76, perceberá que para a tração de 457 N, o 2º
e 4º modos apresentam frequências naturais muito próximas de uma relação igual a
2, daí uma justificativa para o resultado encontrado experimentalmente e
reproduzido numericamente.

Um fato, no entanto, chama a atenção. Trata-se dos valores das envoltórias


numéricas adimensionalizadas, quando comparadas com aquelas obtidas
experimentalmente.
79

1
1.0
0.9
0.9
0.8
0.8
0.7
0.7
C o o rd e n a d a A x ia l [ -]

0.6
0.6
0.5 0.5
0.4 0.4
0.3 0.3
0.2 0.2
0.1 0.1
0 0.0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4
‐1.0 ‐0.5 0.0 0.5 1.0

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


Deslocamento Cross-flow [-]

(a) (b)

Figura 5.4: Envoltórias de deslocamento transversal – Caso 1 ou 0,16 m/s. (a) Resultados
numéricos. (b) Resultados experimentais.

1 1.0
0.9 0.9
0.8 0.8
Coordenada Axial  [‐]

0.7 0.7
C o o rd e n a d a A x ia l [ -]

0.6 0.6

0.5 0.5

0.4
0.4

0.3
0.3
0.2
0.2
0.1
0.1
0.0
0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 ‐0.4 ‐0.2 0.0 0.2 0.4
Deslocamento Inline ao Redor da Média[-]
Coordenada Inline [‐]

(a) (b)

Figura 5.5: Envoltórias de deslocamento longitudinal ao redor da posição média – Caso 1 ou


0,16 m/s. (a) Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais.
80

Acredita-se que esta diferença tenha relação direta com um aspecto experimental
impossível de ser modelado numericamente com exatidão e que será discutido mais
adiante.

Antes disso, porém, é interessante também comparar as elásticas médias na direção


da correnteza, ou seja, aquelas provenientes da ação do arrasto médio. De acordo
com a Figura 5.6 também é possível notar a boa relação entre simulação numérica e
experimento. Estes gráficos, evidenciam os efeitos da menor tração junto ao fundo,
bem como da maior velocidade nesta mesma região.

Apesar disso, a Figura 5.6 continua mostrando uma diferença quantitativa quanto
aos delocamentos adimensionais.

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


1
1.0
0.9 0.9
0.8 Coordenada Axial  [‐] 0.8
0.7 0.7
Coordenada A x ial [-]

0.6 0.6
0.5
0.5
0.4
0.4
0.3
0.3
0.2
0.2
0.1
0.1
0.0
0 0.0 0.5 1.0 1.5
0 0.5 1 1.5
Deslocamento Inline Médio [‐]
Deslocamento Inline Médio[-]

(a) (b)

Figura 5.6: Deslocamento médio na direção longitudinal – Caso 1 ou 0,16 m/s. (a) Resultados
numéricos. (b) Resultados experimentais.

As diferenças identificadas quanto às envoltórias de deslocamento mostram-se


ainda maiores se a velocidade for aumentada. As figuras que se seguem (Figura
5.7, Figura 5.8 e Figura 5.9) dizem respeito às mesmas comparações processadas
para o Caso 4, onde a velocidade é de 0,4 m/s.
81

1 1.0
0.9 0.9
0.8 0.8

Coordenada Axial  [‐]
0.7 0.7
C o o rd e n a d a A x ia l [-]

0.6 0.6
0.5 0.5

0.4 0.4

0.3
0.3
0.2
0.2
0.1
0.1
0.0
0
-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 ‐1.0 ‐0.5 0.0 0.5 1.0

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


Deslocamento Cross-flow [-]
Deslocamento Cross‐flow [‐]

(a) (b)

Figura 5.7: Envoltórias de deslocamento transversal – Caso 4 ou 0,40 m/s. (a) Resultados
numéricos. (b) Resultados experimentais.

1
1.0
0.9 0.9
0.8 0.8
Coordenada Axial  [‐]

0.7 0.7
C o o rd e n a d a A x ia l [-]

0.6 0.6
0.5 0.5

0.4 0.4

0.3
0.3
0.2
0.2
0.1
0.1
0.0
0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 ‐0.4 ‐0.2 0.0 0.2 0.4
Deslocamento Inline ao Redor da Média[-]
Coordenada Inline [‐]

(a) (b)

Figura 5.8: Envoltórias de deslocamento longitudinal ao redor da posição média – Caso 4 ou


0,40 m/s. (a) Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais.
82

1
1.0
0.9 0.9
0.8 0.8

Coordenada Axial  [‐]
0.7 0.7
C o o rd e n a d a A x ia l [-]

0.6
0.6
0.5
0.5
0.4
0.4
0.3
0.3
0.2
0.2
0.1
0.1 0.0
0 0.0 2.0 4.0 6.0
0 1 2 3 4 5 6 Deslocamento Inline Médio [‐]

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


Deslocamento Inline Médio[-]

(a) (b)

Figura 5.9: Deslocamento médio na direção longitudinal – Caso 4 ou 0,40 m/s. (a) Resultados
numéricos. (b) Resultados experimentais.

Uma das justificativas para as diferenças identificadas baseia-se nos espectros de


potência obtidos dos registros temporais de deslocamento em três posições
distintas ao longo do riser submetido ao Caso 4. A outra é apresentada na seção
5.4.3, relacionada diretamente com os níveis de tração ao longo do riser.

De acordo com a Figura 5.10, pode-se notar que na medida em que se caminha em
direção à extremidade superior do riser, duas contribuições em frequência
diminuem em termos de energia, podendo-se especular que esta constatação
esteja relacionada a um processo de dissipação ao longo do riser. Assim, na parte
inferior, onde essas frequências apresentam maior energia quando comparada com
aquela evidenciada na porção superior do riser, pode estar havendo algum tipo de
interferência entre ondas progressivas e estacionárias.

Por outro lado, considera-se que no experimento não se pode notar tal
comportamento também devido à presença do sistema de molas, que alivia a
tração na linha dissipando a energia das ondas de flexão junto do fundo. Conforme
mencioanado, esta característica talvez fique mais clara com a discussão tecida na
seção 5.4.3.
83

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


(a) (b)

(c)

Figura 5.10: Espectros de potência referentes aos deslocamentos longitudinais em posições


diferentes do riser: (a) 2% do comprimento a partir do topo; (b) 75%; (c) 98% do topo.
84

Por fim, a tabela a seguir mostra um resumo em termos dos modos predominantes
nas respostas dos Casos de 1 a 9. Observa-se que na medida em que a velocidade
de correnteza é aumentada, modificam-se os modos identificados a partir do
experimento e do modelo numérico-fenomenológico, porém sempre muito próximos.

Tabela 5.7: Resumo dos modos predominantes segundo observação das envoltórias de movimento.

Modos Excitados
Caso Fonte Direção Direção
Longitudinal Transversal

Doolines 4 2
1

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


Experimento 4 2

Doolines 6 3
2
Experimento Não divulgado 3

Doolines 7 4
3
Experimento 7 4

Doolines 7 4
4
Experimento 9 5

Doolines 9 5
5
Experimento 10 6

Doolines 10 5
6
Experimento 11 6

Doolines 10 5
7
Experimento 12 7

Doolines 11 6
8
Experimento 12 7

Doolines 11 6
9
Experimento 13 8
85

5.4.2 Coexistência de oscilações Inline e Cross-flow

Um aspecto já mencionado, porém não sob a ótica de uma análise no domínio da


frequência diz respeito à coexistência de oscilações inline e cross-flow, ou seja,
longitudinais e transversais à correnteza incidente.

Uma característica importante do fenômeno de VIV e que o modelo numérico é


capaz de reproduzir diz respeito à chamada relação de “dupla-frequência” entre a
frequência de movimentos longitudinais e transversais. Esta relação é evidenciada
na Figura 5.11.

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


(a) (b)

Figura 5.11: Espectros de potência a partir dos registros de deslocamento na posição a 75% do
comprimento do riser, medida a partir da parte superior – Caso 1 ou 0,16 m/s. (a) Direção
longitudinal. (b) Direção transversal.

Além de recuperar essa característica importante, nota-se que a existência de


osciladores fluidos nas duas direções (transversal e longitudinal em relação ao
escoamento) é essencial para capturar tal fenomenologia. Nesse sentido, a
modelagem realizada é bastante interessante, já que apresenta capacidade de
acoplar os graus de liberdade, via modelo fenomenológico e estrutural

Vale observar a chamada figura em “formato de oito”, Figura 5.12, característica da


trajetória de um ponto da linha projetada em um plano transversal à mesma.
86

0.25

0.2

0.15

0.1

0.05

Y /D
0

-0.05

-0.1

-0.15

-0.2

-0.25
0.7 0.75 0.8 0.85 0.9 0.95 1

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


X/D

Figura 5.12: Trajetória de um ponto a 75% do comprimento do riser, medido a partir de sua
extremidade superior.

0.9
X/D

0.8

0.7
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.5
Y/D

-0.5
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
-9.907
Z/D

-9.907

-9.9071
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)

Figura 5.13: Séries temporais de um ponto a 75% do comprimento do riser, medido a partir de sua
extremidade superior.

A observação deste comportamento permite concluir que os movimentos nas


direções transversais e longitudinais realmente apresentam a relação de
duplicidade entre frequências (frequência inline com o dobro da frequência cross-
87

flow), decorrendo em comprimentos de onda com a mesma relação de duplicidade.


Esse comportamento é característico do fenômeno de lock-in, discutido na Revisão
Bibliográfica deste texto.

A Figura 5.13 diz respeito às séries temporais de deslocamento longitudinal e


transversal que deram origem ao gráfico da Figura 5.12. Nota-se o regime regular
das oscilações em todas as direções, cada qual com sua periodicidade
característica.

5.4.3 Tração no topo

Outro resultado importante de se mostrar é a tração no topo do modelo de riser,


obtida nas simulações numéricas em comparação com os resultados

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


experimentais.

Conforme mencionado, talvez essa comparação elucide parte das diferenças


encontradas nos resultados anteriores. A Tabela 5.8 apresenta os valores médios
de tração no topo obtidos em cada um dos casos simulados.

Pode-se notar uma grande diferença entre os valores de tração obtidos para os
diferentes casos, a qual é aumentada para os casos com maior velocidade.

Tabela 5.8: Comparação dos valores de tração no topo.

Casos 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Tração Doolines (N) 458 538 743 1025 1343 1552 1927 2380 2800

Tração Experimento (N) 405 407 457 506 598 670 743 923 1002

É de suma importância, no entanto, comentar que esse resultado pode ter uma
justificativa bastante forte, uma vez que, no experimento havia um sistema de
molas que aliviava a tração no riser, como esclarece o seguinte trecho retirado de
Chaplin et al. (2005a). “The riser was installed with universal joints at each end and
at the top it was suspended from a tensioning system. This consisted of a parallel
array of extension springs connected between the universal joint and an upper
beam whose elevation could be adjusted from outside the vacuum tank. The springs
88

also ensured that the riser’s tensile limit was never exceeded by the increase in
loading associated with drag”.

Assim sendo, era de se esperar que os valores de tração mais baixos divulgados
pelo trabalho experimental (associado a menores valores de deslocamento da
elástica na direção da correnteza incidente) estivessem relacionados à presença do
sistema de alívio da tração no riser. Em decorrência disso, aventa-se que a
amplificação dinâmica claramente manifestada nas simulações numéricas, dada a
construção do modelo fenomenológico, tenha sua ocorrência experimental
mascarada pela própria construção do aparato de ensaio. Na comparação entre os
deslocamentos longitudinais dos resultados experimentais observa-se que estes
são sempre menores que os respectivamente obtidos a partir das simulações com

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


o modelo numérico-fenomenológico.

A seguir, algumas simulações são mostradas para comprovar os argumentos


expostos. Primeiramente, simulou-se o Caso 9 sem a presença das VIV, i.e., o
módulo de VIV no Doolines foi desabilitado, sendo que somente a força de arrasto
usual deveria se manifestar. Vale lembrar que a tração média no topo do riser
obtida no experimento foi de 1002 N, ao passo que a simulação resultou numa
tração média de 2800 N.

Tabela 5.9: Comparação entre valores de tração, focada na influência do sistema experimental de
alívio.

Experimento 1002 N

Doolines sem VIV 1154 N

Doolines com VIV 2800 N

A Tabela 5.9 mostra que a simples consideração deste aspecto é capaz de permitir
uma maior proximidade entre os resultados experimentais e numéricos em termos
de tração.
89

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


Figura 5.14: Deslocamento médio na direção longitudinal – Caso 9 ou 0,95 m/s. (a) Resultados
numéricos. (b) Resultados experimentais.

Adicionalmente, o aumento de tração na comparação entre o Doolines sem e com


VIV deve-se ao modelo utilizado para respresentar a amplificação dinâmica, ou
seja, o aumento de arrasto no riser devido ao aumento na vibração transversal.

Isto significa que a amplificação dinâmica está presente em ambos os resultados.


Entretanto, no experimento se manifesta predominantemente no aumento do
deslocamento longitudinal, face à presença do sistema de alívio da tração; ao
passo que, na simulação numérica, a tração aumenta substancialmente devido à
restrição imposta pelo vínculo, conforme apresentado na Figura 5.14.

Embora os autores do trabalho experimental não divulguem o valor da rigidez


utilizada no sistema de alívio, uma tentativa de emulá-lo foi realizada considerando-
se um elemento com menor rigidez axial (aproximadamente 20 kN/m) no topo do
riser estudado numericamente.

As envoltórias de deslocamentos são mostradas a seguir (Figura 5.15, Figura 5.16


e Figura 5.17), evidenciando um resultado coerente com os argumentos anteriores.
90

1.0
0.9
0.8

Coordenada Axial  [‐]
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0.0
‐2.0 ‐1.0 0.0 1.0 2.0

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


Deslocamento Cross‐flow [‐]

(a) (b)

Figura 5.15: Envoltórias de deslocamento transversal – Caso 9 ou 0,95 m/s e a presença do


elemento de menor rigidez. (a) Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais.

1.0
0.9
0.8
Coordenada Axial  [‐]

0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0.0
‐0.4 ‐0.2 0.0 0.2 0.4
Deslocamento Inline [‐]

(a) (b)

Figura 5.16: Envoltórias de deslocamento longitudinal ao redor da posição média – Caso 9 ou


0,95 m/s e a presença do elemento de menor rigidez. (a) Resultados numéricos. (b) Resultados
experimentais.
91

1.0
0.9
0.8

Coordenada Axial  [‐]
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0.0
0.0 5.0 10.0 15.0 20.0
Deslocamento Inline Médio [‐]

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


(a) (b)

Figura 5.17: Deslocamento médio na direção longitudinal – Caso 9 ou 0,95 m/s e a presença do
elemento de menor rigidez.(a) Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais.

Vale ainda notar que a tração média no topo utilizando-se o “elemento-mola”


diminuiu para 1048 N, um valor muito mais próximo do experimental, mesmo com a
incidência de correnteza.

Note também que as envoltórias de deslocamento se mostraram qualitativamente


mais consistentes, inclusive para o Caso 9 com altíssima velocidade de correnteza
incidente, comparada a escala do modelo com a escala real.

5.5 Considerações finais com base nos pré-testes

Utilizando-se os resultados acima apresentados como subsídio, acredita-se poder


afirmar que o modelo numérico-fenomenológico em proposição e estudo possua
boa capacidade de recuperar o comportamento do riser quando submetido ao
fenômeno de VIV.

Resultados complementares aos até aqui discutidos são trazidos no Anexo A deste
texto.

Apesar de apresentar algumas diferenças impossíveis de serem contornadas sem a


correta definição da condição de contorno no topo do riser experimental, vale notar
que não houve ajuste dos parâmetros fluido-dinâmicos com relação a este aspecto,
92

ou seja, os parâmetros referentes ao modelo fenomenológico foram utilizados assim


como descritos na literatura em que o modelo se baseou.

Desta forma, imagina-se que o presente modelo apresente-se qualificado para


aplicação à dinâmica da riser tower, objetivo do próximo capítulo.

PRÉ-TESTES COM O MODELO NUMÉRICO-FENOMENOLÓGICO


93

6. APLICAÇÃO À RISER TOWER

6.1 Metodologia adotada

Para a verificação da consistência do modelo fenomenológico das VIV acoplado ao


modelo estrutural, e aplicado ao caso da riser tower, foram realizadas análises
numéricas comparativas aos resultados fornecidos pelo programa OrcaFlex.

Para tal verificação seguiu-se a mesma sequência da seção anterior, ou seja,


inicialmente foram realizadas análises de decaimento com o algoritmo do modelo
estrutural, posteriormente, comparados com a análise modal em OrcaFlex. Na
sequência, realizaram-se simulações para avaliação do efeito da correnteza sobre
o comportamento dinâmico do riser como detalhado no item 5.2.

Resultados em termos de modos e frequência naturais, bem como de amplitudes


dos deslocamentos devido ao fenômeno de VIV nas direções longitudinal e
transversal à correnteza são apresentados nos itens que se seguem.

6.1.1 O modelo fenomenológico do OrcaFlex

O programa OrcaFlex é baseado no método dos elementos finitos com grandes


deslocamentos, sendo que as linhas são elementos unidimensionais (elementos de
barra) com massa discretizada nos nós. No caso dos efeitos associados à
correnteza, o caráter tridimensional do programa possibilita que as velocidades
sejam consideradas variáveis, não apenas em direção e intensidade ao longo da
linha, mas também ao longo do tempo. Este último aspecto não foi utilizado nas

APLICAÇÃO À RISER TOWER


simulações contempladas pela presente pesquisa.

Além disso, a ferramenta para análise das VIV contida no OrcaFlex oferece a
alternativa de escolha dentre quatro modelos no domínio do tempo. Entre os
modelos disponíveis, utilizou-se aquele baseado nos trabalhos de Iwan e Blevins
(1974), com os parâmetros apresentados na Tabela 6.1, recomendados pelos
desenvolvedores do programa e, calibrados a partir de experimentos com cilindros
suportados por molas (ORCINA, 2009).

Esse modelo pertence à categoria de osciladores fenomenológicos, para os quais


são utilizadas equações diferenciais ajustadas por parâmetros que buscam a
94

reprodução dos efeitos das VIV. Como mencionado anteriormente, esses


osciladores não tentam reproduzir o fenômeno físico por completo, mas sim aplicar
uma equação de solução conhecida, cujo comportamento apresente apenas as
características principais do fenômeno de VIV.

Tabela 6.1: Parâmetros do oscilador de Iwan e Blevins utilizados nas simulações.

Strouhal a0 a1 a2 a3 a4

0,20 0,48 0,44 0,2 0,0 0,38

Em linhas gerais, modelos desta natureza partem das seguintes premissas:

 A formulação do escoamento potencial representa adequadamente o


comportamento fluido, exceto na região da esteira de vórtices;

 A esteira é bidimensional, bem formada e com frequência de desprendimento


de vórtices bem definida;

 A força exercida na estrutura depende da velocidade e da aceleração do


fluido, consideradas de maneira relativa à mesma (ORCINA, 2009).

No OrcaFlex, os modelos de esteira de vórtices são modelos de um grau de


liberdade, ou seja, apenas modelam a direção transversal. Como a oscilação da
esteira afeta diretamente a força de sustentação, a intensidade desta é dada como
função do grau de liberdade transversal.

Adicionalmente, para todos os modelos disponíveis neste programa a força de APLICAÇÃO À RISER TOWER
vorticidade aplicada na análise estática é a força de arrasto de Morison e durante o
estágio inicial da simulação (build-up) uma função rampa é usada para imposição
suave das forças de vorticidade dadas pelo modelo de VIV.

Os cálculos do oscilador são realizados a cada incremento de tempo e a


recomendação da desenvolvedora é que sejam utilizados valores inferiores a 1/100
do período de Strouhal obtido na condição estática (ORCINA, 2009).
95

O algoritmo do OrcaFlex permite que sejam incluídos fatores de força de vorticidade


de modo a relacionar suas componentes longitudinal e transversal. O valor inicial
adotado é unitário significando que não é considerada a amplificação das forças
longitudinais (arrasto) como função do acoplamento entre graus de liberdade
(transversal e longitudinal). O oscilador empregado permite modelar apenas a força
transversal de tal forma que a força longitudinal resulta da formulação convencional
do arrasto, usando os coeficientes especificados.

6.2 Detalhamento do problema e encaminhamento via Doolines

Conforme mencionado, o sistema em estudo nesta pesquisa é composto por um


riser rígido vertical, acoplado em sua extremidade superior a uma bóia de
dimensões consideráveis (diâmetro de aproximadamente 10 vezes o diâmetro do
riser) que, apesar de imune aos efeitos de superfície livre, impõe variações de
tração à estrutura vertical esbelta devido à presença concomitante do fenômeno de
VIM. A Figura 6.1 representa esquematicamente os tipos de elementos utilizados
para descrever a riser tower.

APLICAÇÃO À RISER TOWER

Figura 6.1: Esquema da riser tower com extremidade inferior articulada e superior livre.

Em linhas gerais, cumpre detalhar que no Doolines o sistema é representado


através de uma formulação de elementos finitos do tipo viga, onde o número de
96

elementos está diretamente ligado ao número de equações a serem resolvidas.


Desta forma, a discretização espacial imposta é um dado de entrada do problema.

Cada elemento, subdivisão do riser ou mesmo a bóia, pode ser exposto a uma
intensidade de correnteza, esta obedecendo a um perfil pré-estabelecido. Cada um
dos elementos tem liberdade para oscilar paralela e transversalmente ao
escoamento incidente e está acoplado a um par de osciladores fluidos do tipo van
der Pol, como descrito na apresentação do modelo fenomenológico utilizado nesta
pesquisa. Estes osciladores simulam a emissão de vórtices e, consequentemente, a
natureza cíclica dos coeficientes de arrasto e sustentação durante a ocorrência dos
fenômenos de VIV no riser e VIM na bóia.

Além disso, o modelo considera o grau de liberdade axial, que é de grande


importância para obtenção dos efeitos de modulação das frequências; efeito este
esperado como resultado do VIM na bóia, capaz de afetar a dinâmica dos demais
elementos que compõem o riser vertical.

No presente texto são apresentadas as simulações de dois tipos de sistema.

O primeiro composto por um riser acoplado a uma bóia de subsuperfície, de tal


forma que apenas os comprimentos da linha e da bóia foram ajustados para impor
a tração desejada, 457 N, na extremidade superior do riser. Esse caso foi
elaborado com o intuito de comparar o comportamento dinâmico do riser no caso
do sistema com a bóia de subsuperfície e aquele da condição de extremidades
articuladas apresentado no artigo de Chaplin et al. (2005b), explorado no capítulo
anterior.

APLICAÇÃO À RISER TOWER


O segundo caso teve como base as características de um sistema riser tower,
porém utilizando um riser de comprimento reduzido para possibilitar a simulação
em um tempo compatível com o presente trabalho. Procurou-se manter, por
exemplo, uma razão de diâmetros, riser-bóia, similar à empregada no projeto
Girassol (WU et al., 2008).

As características dos modelos de riser são as mesmas apresentadas na Tabela


5.6, exceto pelos comprimentos. Os coeficientes hidrodinâmicos e os parâmetros
do modelo fenomenológico foram mantidos conforme Tabela 5.2 e Tabela 5.3.
97

A malha utilizada caracterizou-se por elementos com comprimentos distintos na bóia


e no riser, seguindo-se as quantidades mostradas na Tabela 6.2. Essa malha foi
escolhida baseada na obtenção de casos eficientes, ou seja, que fornecessem
resultados acurados no menor tempo de simulação possível.

Para verificação do impacto da correnteza sobre o comportamento dinâmico do


sistema riser tower, utilizou-se o modelo com características mais próximas do caso
real (Tabela 6.2) e aplicaram-se perfis uniformemente distribuídos para quatro níveis
de velocidade: 0,25; 0,5; 1,0 e 1,5 m/s.

Tabela 6.2: Características do modelo do sistema riser tower.

Propriedade Pré-tração de 457 N Pré-tração de 110 kN

Comprimento da bóia (m) 1 10

Diâmetro externo da bóia (m) 0,28 1,2

Massa linear da bóia (kg/m) 16,45 50

Rigidez flexional da bóia (N.m²) 150 6 x 107

Rigidez axial da bóia (kN) 1820 5 x 106

Comprimento do riser (m) 12,12 100

Diâmetro externo do riser (m) 0,028 0,2

Massa linear do riser (kg/m) 1,85 130

Rigidez flexional do riser (N.m²) 29,9 6 x 106

Rigidez axial do riser (kN) 5880 5 x 105

Número de elementos na bóia 10 10

APLICAÇÃO À RISER TOWER


Número de elementos no riser 50 50

Passo temporal (Time step) (s) 5 x 10-5 5 x 10-5

Para a determinação das discretizações temporal e espacial apresentadas na


Tabela 6.2 foram realizadas análises de sensibilidade para esses dois parâmetros.
No caso da discretização espacial foram avaliados 30, 60 e 120 elementos no total,
sendo 1/6 dos elementos distribuídos igualmente ao longo do comprimento da bóia.
Nesses três casos os resultados foram similares e optou-se pelo valor intermediário
por ser o que apresentou um tempo de simulação e qualidade gráfica
98

(principalmente para os resultados em termos de elástica) compatíveis com o


objetivo deste estudo.

Já para a discretização temporal essa tarefa foi mais dispendiosa, principalmente


para o caso com maiores níveis de tração (110 kN), pois este parâmetro impacta
diretamente o tempo necessário para a simulação e a convergência do modelo. A
análise de sensibilidade foi realizada para os valores 1 x 10-3, 1 x 10-4, 5 x 10-5 e
1 x 10-5 s. Esta mesma discretização, temporal e espacial, foi a utilizada para os
casos de obtenção de vida à fadiga.

6.3 Frequências naturais

Assim como feito para o riser duplamente articulado do Capítulo 5, foram realizadas
análises de decaimento para a riser tower, com o objetivo inicial de comparar o
modelo estrutural do Doolines com aquele utilizado pelo OrcaFlex. As dez primeiras
frequências naturais para o caso de pré-tração igual a 457 N são apresentadas na
Tabela 6.3.

Tomando como base os valores fornecidos pelo programa OrcaFlex, a Tabela 6.3
também apresenta os desvios percentuais entre o Doolines e este programa.

Em termos das frequências naturais, nota-se que o maior desvio encontrado foi de
aproximadamente 4,85%. Percebe-se também que houve um aumento da diferença
em relação ao riser duplamente articulado do Capítulo 5, onde o máximo erro
percentual foi de 1,8%.

APLICAÇÃO À RISER TOWER


Quanto a essas diferenças, é importante relembrar que os algoritmos estruturais
são absolutamente distintos. O OrcaFlex utiliza um método baseado em massas
concentradas, enquanto o Doolines um modelo baseado no método de elementos
finitos. Além disso, a forma como frequências e modos naturais são obtidos
também difere, sendo que o OrcaFlex conta com um módulo de processamento
para análise modal, enquanto no Doolines foram realmente simulados ensaios de
decaimento para esta finalidade.

Mesmo com essas diferenças notam-se resultados bastante consistentes entre si.
99

A próxima seção apresenta alguns exemplos de envoltórias de deslocamentos que


deram origem aos resultados apresentados mais adiante.

Tabela 6.3: Comparação das frequências naturais para a riser tower obtidas com o OrcaFlex e com o
Doolines.

Pré-tração de 457 N
Natural
Modo

Freq. OrcaFlex (Hz) Freq. Doolines (Hz) Máx. Erro (%)

1 0,092 0,095 3,26

2 0,508 0,484 4,72

3 0,904 0,875 3,21

4 1,182 1,132 3,38

5 1,639 1,633 0,37

6 2,179 2,217 1,74

7 2,756 2,802 1,67

8 3,363 3,385 0,65

9 3,996 4,190 4,85

10 4,627 4,410 4,69

6.3.1 Modos naturais

Analogamente ao capítulo anterior, com o objetivo de extender as verificações


quanto à consistência do algoritmo, relações entre frequências naturais e seus APLICAÇÃO À RISER TOWER
respectivos modos de vibrar são testadas.

A Figura 6.2 apresenta a elástica para os cinco primeiros modos de vibrar na


direção do escoamento obtidos com o OrcaFlex. Na Figura 6.3 são apresentados
esses mesmos resultados, porém obtidos com o Doolines. Nota-se que estes
últimos gráficos dizem respeito à envoltória de oscilações, caracterizado pelos
deslocamentos máximos e mínimos durante os referidos testes de decaimento
simulados numericamente.
100

Figura 6.2: Cinco primeiros modos de vibrar. Pré-tração de 457 N – OrcaFlex.

De acordo com estas figuras, percebe-se uma boa correspondência entre os modos
naturais. Além disso, os resultados obtidos a partir do Doolines parecem
representar melhor os efeitos causados pela bóia na extremidade superior do riser,
identificados pela alteração nos valores adimensionais das envoltórias próximas
dessa região. O OrcaFlex, por outro lado, parece não apresentar indício deste
efeito.
APLICAÇÃO À RISER TOWER
De qualquer forma, em termos de comparações devido ao dano por flexão essas
diferenças não devem comprometer as análises do próximo capítulo, visto que
deverão ser desenvolvidas a partir de valores máximos de curvatura.

Além disso, não se pode esquecer que os resultados apresentados nesta seção
dizem respeito a oscilações livres e que, mediante imposição dos efeitos forçantes
das VIV, outras diferenças podem se caracterizar como mais importantes.
101

Figura 6.3: Envoltória dos cinco primeiros modos de vibrar. Pré-tração de 457 N – Doolines.

6.4 Comparação mediante excitação de VIV

A presente seção realiza comparações entre os modelos numéricos considerando

APLICAÇÃO À RISER TOWER


um perfil de correnteza uniformemente distribuído de velocidade 0,60 m/s. Os dois
modelos de simulação numérica, Doolines e OrcaFlex, com seus respectivos
modelos fenomenológicos, foram elaborados com mesma tração no topo para a
condição neutra, ou seja, na condição sem correnteza incidente.

Vale notar que tal estratégia tem o objetivo de mostrar a capacidade preditiva do
modelo fenomenológico-estrutural em capturar a essência da interação fluido-
estrutural, mesmo quando elementos de características significativamente
diferentes são adicionados, no caso a bóia de subsuperfície da riser tower.
102

Além disso, pretende-se verificar outros resultados sensíveis às diferenças de


concepção dos algoritmos, já ressaltadas, especialmente aqueles que devem ter
impacto nos valores de tração e curvatura, fundamentais para o cálculo da vida à
fadiga apresentado no próximo capítulo.

Figura 6.4: Envoltória dos deslocamentos na direção longitudinal e transversal adimensionalizado


pelo diâmetro do riser. Correnteza uniforme de 0,60 m/s.

Neste sentido, a Figura 6.4 apresenta a variação dos deslocamentos nas direções
longitudinal (em torno da média) e transversal, adimensionalizados pelo diâmetro
do riser, em função da coordenada axial, ou seja, z.

Comparando-se os resultados da Figura 6.4 em termos de deslocamento na


direção transversal (valores de envoltória de Y/D) com o OrcaFlex (Figura 6.5)
percebe-se que há similaridade entre as formas dos modos, o que também reflete a
coerência entre frequências (Tabela 6.3). Em termos quantitativos observa-se uma

APLICAÇÃO À RISER TOWER


diferença de aproximadamente um diâmetro em cada extremidade da envoltória, o
valor máximo de Y/D da Figura 6.4 é de aproximadamente 3 enquanto na Figura
6.5 (b) é de aproximadamente 4. Vale lembrar que o modelo do OrcaFlex não
considera vibrações na direção longitudinal, portanto sem a correta consideração
de eventuais correções necessárias às componentes na direção da correnteza
incidente.
103

(a) (b)

Figura 6.5: (a) Deslocamento médio na direção inline adimensionalizado. (b) Envoltória do
deslocamento na direção transversal adimensionalizado. Resultados do OrcaFlex com correnteza
uniforme de 0,60 m/s.

(a) (b)

Figura 6.6: (a) Deslocamento médio na direção longitudinal adimensionalizado pelo diâmetro do
riser. (b) Trajetória para o nó a 10% do comprimento a partir do topo. Correnteza de 0,60 m/s

Comparando-se a Figura 6.5 (a) com a Figura 6.6 observa-se que também há

APLICAÇÃO À RISER TOWER


diferença, agora mais significativa, entre os valores médios do deslocamento na
direção longitudinal. Entende-se que tais diferenças se devem às diferenças dos
modelos estruturais do Doolines e do OrcaFlex e também à diferença nos valores
de tração, conforme mostrado na Figura 6.9, mais adiante, onde o riser no OrcaFlex
é ligeiramente mais tracionado que aquele simulado no Doolines.

Com relação à Figura 6.6 (b) observa-se a trajetória em “formato de oito”,


característica do fenômeno de VIV com acoplamento entre os movimentos
longitudinais e transversais à correnteza. A trajetória ilustrada foi obtida para o nó a
10% do comprimento, medido a partir do topo, correspondente ao primeiro
104

elemento do riser. Percebem-se pequenas oscilações na trajetória, provavelmente


associadas às modulações impostas pelo VIM agindo na bóia. Note que tal figura
corresponde à trajetória em x e y para a coordenada axial z = 1 m, incluindo-se o
valor médio do deslocamento na direção longitudinal (x).

APLICAÇÃO À RISER TOWER


Figura 6.7: Trajetórias ao longo do comprimento da riser tower. Correnteza de 0,60 m/s

Pela Figura 6.7 observa-se que esta mesma “figura em oito” típica de trajetórias de
VIV é obtida ao longo de toda a linha, inclusive na região da bóia que está sujeita
ao fenômeno de VIM. Nesta figura os deslocamentos foram adimensionalizados
pelo diâmetro do riser, assim evidenciando a diferença de ordem de grandeza dos
movimentos no riser e na bóia.

A Figura 6.8 apresenta séries temporais das forças de arrasto e sustentação para
cinco nós ao longo do modelo. O primeiro é o nó intermediário da bóia, a 3% do
comprimento a partir do topo. Os demais nós são distribuídos ao longo do riser
105

respectivamente a 15, 33, 52 e 98% do comprimento a partir do topo. Como


esperado, devido às diferenças de características, observa-se a variação
considerável tanto em amplitude quanto em período nos resultados para o nó
referente à bóia.

Figura 6.8: Série temporal das forças de sustentação e arrasto para cinco nós ao longo do sistema
riser tower. Correnteza de 0,60 m/s

APLICAÇÃO À RISER TOWER

(a) (b)

Figura 6.9: Envoltória de tração efetiva ao longo do modelo: (a) Doolines, (b) OrcaFlex. Correnteza
de 0,60 m/s

A Figura 6.9 apresenta as envoltórias de tração efetiva ao longo do riser,


resultantes da simulação com o Doolines e com o OrcaFlex. Observa-se que há
semelhança no comportamento qualitativo e quantitativo, porém, conforme
106

mencionado, os resultados do OrcaFlex são ligeiramente superiores àqueles obtidos


com o Doolines.

A Figura 6.10 apresenta o comparativo em termos de curvatura ao longo do modelo.


Da mesma forma que observado nos gráficos anteriores, percebem-se semelhanças
no comportamento, porém quantitativamente existem divergências entre os
algortimos numéricos, obviamente associadas aos modelos fenomenológicos
distintos.

Figura 6.10: Curvatura ao longo do modelo: (a) Doolines, (b) OrcaFlex. Correnteza de 0,60 m/s

Com relação à curvatura os valores máximos são similares, porém a posição de


ocorrência desses máximos difere. Vale ressaltar que, mesmo considerando um
esforço abrangente como o realizado por Chaplin et al. (2005b), em que 11

APLICAÇÃO À RISER TOWER


modelos numéricos foram comparados, a média das diferenças em termos de
curvatura ficou entre 25 e 115%.

Nas figuras que seguem são apresentados os resultados para os casos simulados,
considerando-se as características de um sistema riser tower mais próximo do real,
apresentadas na Tabela 6.2. Estes resultados mostram a diversidade de aspectos
passíveis de identificação a partir da simples variação da velocidade de correnteza
incidente. Na Figura 6.11 são apresentadas série temporais das forças de
sustentação e arrasto na bóia (nó 5) e ao longo do riser (nós 15, 25, 35 e 60),
referentes à velocidade de 0,25 m/s.
107

A Figura 6.12 apresenta resultados análogos para a velocidade de 0,5 m/s; a Figura
6.13 para 1,0 m/s e a Figura 6.14 para 1,5 m/s.

De acordo com estas figuras, percebem-se os seguintes aspectos:

 Dupla frequência caracterizando as oscilações do arrasto em relação às


oscilações da sustentação no riser. Resultado perfeitamente em concordância
com a teoria;

 Periodicidades distintas entre a bóia (nó 5) e o riser (demais nós). Distinção


acentuada com o aumento da velocidade, em uma clara diferença entre as
escalas de tempo envolvidas nos fenômenos de VIM (períodos mais lentos
na bóia) e VIV (períodos mais rápidos no riser);

 Em velocidades mais altas, ver Figura 6.14, modulação das forças de arrasto
e sustentação junto ao fundo, provavelmente associadas ao movimento
devido ao VIM na bóia. Lembra-se que nesta região próxima ao fundo a
contribuição devido ao peso próprio da linha é mínima, daí a provável maior
suscetibilidade aos efeitos das oscilações de topo;

Finalmente, para concluir as investigações deste capítulo, a Figura 6.15 mostra


como as trações ao longo da riser tower podem ser variáveis, o que certamente se
reflete nas respostas identificadas em termos de deslocamentos.

O próximo capítulo aborda a questão da fadiga.

APLICAÇÃO À RISER TOWER

Figura 6.11: Forças de Sustentação e Arrasto para o caso com correnteza de 0,25 m/s
108

Figura 6.12: Forças de Sustentação e Arrasto para o caso com correnteza de 0,5 m/s

Figura 6.13: Forças de Sustentação e Arrasto para o caso com correnteza de 1,0 m/s

APLICAÇÃO À RISER TOWER

Figura 6.14: Forças de Sustentação e Arrasto para o caso com correnteza de 1,5 m/s
109

Figura 6.15: Forças de Tração para cada um dos casos de velocidade da correnteza: (a) 0,25 m/s,
(b) 0,5 m/s, (c) 1,0 m/s e (d) 1,5 m/s

APLICAÇÃO À RISER TOWER


110

7. ANÁLISES DE FADIGA

7.1 Descrição da metodologia

Com os resultados de tração e curvatura ao longo do tempo para cada nó do modelo


da riser tower, é possível calcular o dano estrutural quando exposta a tal
carregamento advindo da atuação dos fenômenos de VIV e VIM, e
consequentemente estimar sua vida útil ou vida à fadiga.

No próximo item são apresentados gráficos das tensões devido à tração e flexão,
bem como da vida à fadiga da estrutura. Esses gráficos são comparados com os do
OrcaFlex, semelhante ao que foi realizado nas seções anteriores.

7.2 Modelo adotado para as análises da pesquisa

Para as análises desenvolvidas ao longo desta pesquisa utilizou-se o cálculo de


tensões resultantes das séries temporais dos esforços de tração e de flexão
considerando-se o diâmetro externo como a região crítica para o momento fletor.

Na sequência, para obtenção do número de ciclos e dos níveis de variação de


tensão, utilizou-se o método rainflow por meio de uma ferramenta programada em
Matlab, de acordo com o trabalho de Niesłony (2009).

De posse destas informações e utilizando a regra de dano acumulado linear de


Palmgren-Miner, foi possível obter o dano e consequentemente vida à fadiga da
estrutura para os casos em estudo. O diagrama da Figura 7.1 procura esclarecer a
sequência adotada para as análises.
ANÁLISES DE FADIGA

Figura 7.1: Sequência da análise de fadiga


111

Embora a Figura 7.1 considere os danos advindos da ação de ondas, é importante


deixar claro que, para o problema da riser tower aqui estudado, tal efeito foi
desconsiderado, visto se tratar de um sistema absolutamento submerso em
profundidade onde os efeitos de superfície livre podem ser desprezados. Além disso,
ressalta-se que o efeito da existência e consequentemente movimento dos jumpers
flexíveis não é considerado neste modelo.

A curva SN utilizada é descrita na forma apresentada de acordo com a equação


(3.8). Para as análises aqui apresentadas utilizou-se a curva SN em ar do tipo B1
(DNV, 2008), considerando-se apenas um coeficiente de inclinação ao longo de todo
o período de exposição, segundo os parâmetros mostrados na Tabela 7.1.

Tabela 7.1: Parâmetros da curva SN em ar (Fonte: DNV, 2008).

Tipo da curva SN b log a

B1 4 15,117

ANÁLISES DE FADIGA

Figura 7.2: Curvas SN em ar para estruturas oceânicas (Fonte: Adaptada de DNV, 2008).

A curva SN escolhida (Figura 7.2) influencia diretamente a vida à fadiga resultante


e pode ser facilmente modificada de acordo com o material e condições do riser em
estudo. Para o exemplo estudado nesse capítulo o fator de concentração de
112

tensões foi considerado igual a 1,0, porém ressalta-se que esta não é uma limitação
do modelo sendo que o projetista pode fornecer valores superiores, de acordo com o
sistema em análise.

7.3 Modelo adotado no OrcaFlex

Segundo Orcina (2009), o modelo do OrcaFlex para cálculo de tensões considera


apenas dutos simples. Mais precisamente, seu cálculo assume que carregamentos
na linha (riser) são obtidos por um cilindro de material uniforme, cujos diâmetros
interno e externo são parâmetros de entrada do modelo, bem como a posição
angular (Theta) em que se deseja obter a tensão, conforme Figura 7.3.

Naturalmente, este método de cálculo restringe a aplicação direta do modelo a


linhas flexíveis, que são estruturas compostas por camadas de diferentes materiais.
Para tais aplicações, devem ser aplicados fatores de concentração de tensão com
o intuito de simular o comportamento de cada camada.

Figura 7.3: Esquema do duto para cálculo de tensões (Fonte: adaptada de Orcina, 2009). ANÁLISES DE FADIGA

A análise de fadiga realizada pelo OrcaFlex é baseada em uma série de simulações


de cada caso de carregamento, anteriormente realizadas. Por exemplo no caso de
carregamentos advindo da ação das ondas, estas simulações podem utilizar tanto
ondas regulares, quanto irregulares, de forma que isso define o método de
contagem de ciclos dentre três alternativas de análise: (a) determinística regular; (b)
determinística irregular utilizando o método rainflow; (c) estocástica irregular
utilizando métodos espectrais.
113

Para a análise regular, as simulações, que representam os diversos casos de


carregamento que ocorrerão ao longo da vida operacional do riser, devem
considerar ondas regulares. Em cada um dos casos, os valores máximo e mínimo do
último período da série temporal de tensão são usados para calcular a variação da
tensão () e na sequência, com os dados da curva SN e a frequência de
ocorrência, obter o valor do dano. Estes danos individuais são, então, somados para
obtenção do dano total da estrutura, seguindo-se a regra de Palmgren-Miner.

A contagem de ciclos para a análise de fadiga do sistema sob condição de ondas


irregulares pode ser baseada tanto no método rainflow (domínio do tempo) quanto
no espectral (domínio da frequência). No primeiro, a metodologia é a mesma
descrita na seção anterior e foi esta a utilizada na presente pesquisa para obtenção
da vida à fadiga do riser quando sujetio aos fenômenos de VIV e VIM. Neste
método, as simulações são divididas em uma série de “meios-ciclos” associados às
faixas de tensões, cujos danos resultantes são acumulados utilizando-se a mesma
metodologia da análise com excitação regular. No segundo, o dano é calculado no
domínio da frequência, usando métodos estatísticos. O método requer a obtenção
de uma função densidade espectral da tensão a qual é calculada de uma simulação
baseada em resposta que combina RAO’s – Response Amplitude Operators com o
espectro de excitação do caso de carregamento. O dano individual de cada caso é
então calculado utilizando-se a formulação de Dirlik ou a distribuição de Rayleigh e
para o dano total a mesma metodologia de razão entre número de ciclos e soma de
danos, discutida para o método rainflow, é aplicada.

O cálculo de fadiga é realizado em um módulo de pós-processamento que permite


a definição do tipo de análise (regular, rainflow ou espectral), dos casos de
carregamento, da curva SN e das posições ao longo da linha e do diâmetro para
cálculo do dano acumulado. Como resultado, são apresentadas as tensões
ANÁLISES DE FADIGA

máximas de cada caso de carregamento e a vida à fadiga.

7.4 Resultados para a riser tower

As tensões devidas à flexão e tração, bem como a tensão resultante ao longo da


linha são apresentadas na Figura 7.4 e Figura 7.5 para o caso de carregamento
114

apresentado no capítulo anterior, obtido para um sistema riser tower de dimensões


reduzidas, sujeito à um perfil de correnteza uniformemente distribuído de velocidade
igual a 0,60 m/s. Especificamente para apresentação neste texto foi considerado que
o mesmo caso de carregamento ocorre durante toda a vida útil do sistema, ou seja,
apenas um perfil de correnteza ocorrendo durante toda a vida operacional. Isso não
é uma restrição do modelo, pois o mesmo permite que diferentes casos sejam
adicionados. Vale ressaltar que, por se aplicar o método de dano acumulado linear,
a ordem em que os casos de carregamento são aplicados à estrutura não afeta o
resultado em termos de vida à fadiga. A Figura 7.6 apresenta a vida à fadiga
resultante para o caso descrito.

Figura 7.4: Séries temporais das tensões para 4 nós ao longo do riser: 25, 33, 52 e 98% do
comprimento a partir do topo. Correnteza de 0,60 m/s.

ANÁLISES DE FADIGA

Figura 7.5: Série temporal e envoltória da tensão sobre o riser. Correnteza de 0,60 m/s.
115

Como resultado das diferenças dos algoritmos, discutidas no capítulo anterior, pode-
se observar variação nos valores de tensão obtidos, o que certamente influencia de
maneira direta o cálculo da vida à fadiga, conforme apresentado na Figura 7.6. O
resultado de vida à fadiga apresentado na Figura 7.6 considera os efeitos tanto de
VIV quanto de VIM, somente sob a ótica do riser vertical, ou seja, coordenada axial
(z) a partir de 1m.

Avaliando-se os resultados apresentados na Figura 7.4, Figura 7.5 e Figura 7.6


observa-se que os maiores danos ocorrem entre as coordenadas 6 e 8 m a partir do
topo do riser, ou seja, aproximadamente na seção intermediária do riser. Tal região é
a que apresenta as maiores variações de tensão, principalmente associada aos
esforços de flexão como pode ser visto pelos resultados do nó 35 na Figura 7.4.
Ainda na Figura 7.4 pode-se observar o efeito das diferenças de escalas temporais,
VIV e VIM, na tensão devida à flexão nítida principalmente no nó 15.

11
10

10
10
Vida à fadiga (anos)

9
10

8
10

7
10

6
10
2 4 6 8 10 12 14
Coordenada Axial (m)

Figura 7.6: Vida à fadiga ao longo do comprimento do riser. Correnteza de 0,60 m/s.
ANÁLISES DE FADIGA

25% de comprimento a partir do topo - OrcaFlex. Correnteza de 0,60 m/s.

Pela comparação da Figura 7.7 com a Figura 7.4 observa-se que, apesar das
diferenças discutidas na seção anterior, com relação aos valores de tração e
curvatura, estas se tornam pouco significativas em termos de tensão extremas,
porém, consideráveis em termos de períodos o que afeta diretamente a fadiga,
como pode ser visto pela comparação da Figura 7.6 com a Figura 7.8.
116

Ressalta-se que a vida à fadiga não deve ser compreendida apenas por seu valor
quantitativo, pois, devido aos expoentes associados a esse fenômeno, pequenas
variações no número de ciclos ou nas tensões ocasionam diferenças significativas
em termos de vida à fadiga.

Figura 7.7: Séries temporais da tensão: (a) devida à tração, (b) devida à flexão e (c) resultante. Nó a

Além disso, como observado também por Chaplin et al. (2005b) os resultados do
OrcaFlex mostraram-se até 100% mais conservadores em termos de curvatura o
ANÁLISES DE FADIGA

que pode acarretar diferenças significativas em vida à fadiga.

Observa-se que o programa utilizado para as comparações numéricas, o OrcaFlex,


não possui o grau de liberdade longitudinal quando utilizam-se seus modelos
fenomenológicos para representação das VIV. Esse programa só considera a
direção longitudinal em seus modelos de vórtices discretos. No entanto, além de
ser um modelo que demanda muito tempo computacional para ser executado, o
próprio manual do software salienta que estes são modelos ainda em
117

desenvolvimento. As comparações apresentadas por Chaplin et al. (2005b) também


citam que tratam-se de modelos com resultados muito conservadores.

Figura 7.8: Vida à fadiga ao longo do comprimento do riser - OrcaFlex. Correnteza de 0,60 m/s.

ANÁLISES DE FADIGA
118

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente texto discorre sobre o estudo numérico-fenomenológico da dinâmica


global de um trecho vertical de riser rígido que compõe um sistema do tipo riser
tower. Para tanto, apresenta a física relacionada aos fenômenos de VIV e VIM, a
partir da qual, trabalha no sentido de compor um simulador no domínio do tempo,
capaz de emular simultaneamente a dinâmica transversal e longitudinal do conjunto
formado pelo riser rígido associado a uma bóia de subsuperfície. Com base nesta
composição entre modelo fenomenológico, baseado nos trabalhos de Furnes e
Sorensen (2007) e o modelo estrutural, baseado no algoritmo Doolines apresentado
por Silveira et al. (2009), busca analisar os efeitos da dinâmica deste conjunto
sobre a vida útil do riser rígido vertical.

Com vistas a este objetivo, o texto mostra através de comparações numérico-


experimentais que o simulador proposto é capaz de recuperar bastante bem grande
parte do comportamento estrutural associado aos referidos fenômentos.

Por meio da comparação entre frequências naturais, percebe-se que o modelo


estrutural adotado, o Doolines, tem uma boa capacidade de recuperar o
comportamento estrutural livre, uma vez que apresenta resultados consistentes
com o OrcaFlex, apesar das diferenças de modelagem intrínsecas a cada modelo.

Em todos os resultados do riser duplamente articulado percebeu-se que algumas


características presentes nos experimentos conduzidos por Chaplin et al. (2005a)
foram perfeitamente capturadas pelo modelo numérico-fenomenológico. No caso
das simulações com o perfil de correnteza estratificado, uma dessas características
diz respeito ao fato de tanto os experimentos, quanto as simulações, não CONSIDERAÇÕES FINAIS
apresentarem para a parte superior do riser deslocamentos maiores que aqueles
identificados em sua porção inferior, em uma clara consequência do perfil incidente.

Entretanto, quanto aos valores das envoltórias numéricas de deslocamentos


adimensionalizados, resultados experimentais e numéricos via simulador proposto
apresentam diferenças consideráveis. Acredita-se que tal diferença tenha relação
direta com a presença do sistema de molas no aparato experimental, impossível de
ser modelado com exatidão face à ausência de dados, e responsável pelo alívio da
tração na linha, o que acaba dissipando a energia das ondas de flexão junto ao
119

fundo. Em decorrência disso, aventa-se que a amplificação dinâmica, claramente


manifestada nas simulações numéricas em virtude da construção do modelo
fenomenológico adaptado, tenha sua ocorrência experimental mascarada pela
própria construção do aparato experimental.

Especula-se, ainda, que a diminuição das contribuições em frequência, na medida


em que se caminha na direção da extremidade superior do riser, esteja relacionada
a um processo de dissipação estrutural. Assim, na parte inferior, onde essas
frequências apresentam maior energia quando comparadas àquelas evidenciadas
na porção superior do riser, pode estar havendo algum tipo de interferência entre
ondas progressivas e estacionárias.

Uma característica importante do fenômeno de VIV e que o modelo numérico é


capaz de reproduzir perfeitamente diz respeito à chamada relação de “dupla-
frequência” entre movimentos longitudinais e transversais. Além de recuperar essa
característica importante, nota-se que a existência de osciladores fluidos nas
direções transversal e longitudinal ao escoamento é efetiva na captura de tal
fenomenologia. Nesse sentido, a modelagem realizada é bastante interessante, já
que apresenta capacidade de acoplar os graus de liberdade via modelo
fenomenológico e também estrutural. Além disso, vale observar as trajetórias em
“fomato de oito”, muito discutidas na literatura e características de um acoplamento
entre movimentos transversais e longitudinais à correnteza incidente.

Apesar de apresentar algumas diferenças impossíveis de serem contornadas, sem


a correta definição da condição de contorno no topo do riser experimental, vale
notar que não houve ajuste dos parâmetros fluido-dinâmicos com relação a este
aspecto, ou seja, os parâmetros referentes ao modelo fenomenológico foram
CONSIDERAÇÕES FINAIS
utilizados como descritos na literatura em que o modelo se baseou.

Os resultados obtidos a partir das comparações com os experimentos de Chaplin et


al. (2005a), proporcionaram subsídios fortes para se reafirmar que o modelo
numérico-fenomenológico em proposição e estudo possui boa capacidade de
recuperar o comportamento do riser quando submetido ao fenômeno de VIV.

Com relação às análises do sistema riser tower as diferenças encontradas foram


ligeiramente maiores. Em primeira análise, entende-se que estas diferenças se
devam aos diferentes modelos numéricos contidos em cada um dos programas,
120

que acabam sendo amplificadas pela própria complexidade do problema, ainda que
se leve em consideração aspectos importantes com as variações consideráveis nas
características físico-mecânicas da estrutura (rigidez, peso e mesmo diâmetro).

Ainda assim, novamente percebe-se o potencial do modelo numérico-


fenomenológico adotado, resultando em valores consistentes de deslocamentos e
forças nas direções transversais e longitudinais de cada elemento do conjunto riser
tower, assim como nas trações e curvaturas ao longo do riser. Tal consistência foi
fundamental para o desenvolvimento da metodologia de fadiga para avaliação do
riser vertical.

Como a análise de fadiga é muito sensível a pequenas variações de tensão, seus


resultados devem ser observados do ponto de vista qualitativo, uma vez que as
diferenças entre os modelos e a falta de capacidade de o OrcaFlex em representar
o grau de liberdade longitudinal podem ser suficientes para justificar as variações
quantitativas observadas. Tais argumentos são reforçados pelo trabalho cuidadoso
realizado por Chaplin et al. (2005b), o qual apresenta variações significativas entre
resultados experimentais e valores calculados por onze modelos numéricos
distintos. Vale ressaltar que nesse comparativo, até onde se sabe, não foram
utilizados modelos com a formulação aqui apresentada.

É importante enfatizar que a originalidade da pesquisa se deposita sobre sua


capacidade em adaptar um modelo fenomenológico à aplicação simultânea em VIV
e VIM (este último absolutamente novo), buscando resolver parte importante das
análises envolvidas no projeto e desenvolvimento de um sistema absolutamente
novo, a riser tower, cujas poucas aplicações reais ainda apresentam desafios a
serem superados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Finalmente, apesar de ainda estar configurado de uma maneira isolada, o modelo
numérico-fenomenológico deste trabalho apresenta uma versão prévia de
metodologia de obtenção de VIV e VIM, incluindo pós-processamento para cálculo
de fadiga, que pode ser acoplada a outras interfaces numéricas, vislumbrando-se
particularmente sua aplicação nas análises via TPN – Tanque de Provas Numérico.
121

9. PERSPECTIVAS

Apesar dos resultados satisfatórios principalmente com relação aos experimentos


aqui discutidos destaca-se a necessidade de mais testes na medida em que a
comunidade científica for gerando conhecimento quanto aos fundamentos da
dinâmica de linhas flexíveis, principalmente com relação à coexistência modal e às
interações entre modos de vibrar destas estruturas.

Com relação ao modelo estrutural observa-se que há oportunidade de


aperfeiçoamento no que compete à consideração da dinâmica dos jumpers flexíveis
conectados à bóia, permitindo então que seja avaliada de uma maneira direta a
influência destes na dinâmica dos risers verticais.

No que compete ao modelo numérico-fenomenológico, ressaltam-se oportunidades


de melhoria com relação à automatização do problema, permitindo que diversos
casos sejam simulados simultaneamente, e a otimização do código de modo a
realizar um processamento mais eficiente com maior número de elementos em
menor tempo.

Além disso, há a necessidade de desenvolvimento de uma metodologia consistente


para definição da discretização temporal, crítica para obtenção de resultados
acurados, sem a necessidade de realizar simulações adicionais e muitas análises
de sensibilidade.

PERSPECTIVAS
122

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
130

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES

Nos gráficos que se seguem, resultados complementares dos pré-testes realizados


com o modelo numérico-fenomenológico são apresentados.

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


131

A.1 Resultados do Caso 1

Nó 38 - CurrentRisCase1
1

0.9

X/D 0.8

0.7
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.5
Y/D

-0.5
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


-9.907
Z/D

-9.907

-9.9071
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)

Figura A.1: Séries temporais do nó a 75% do topo.

Nó 38 - CurrentRisCase1
0.25

0.2

0.15

0.1

0.05
Y/D

-0.05

-0.1

-0.15

-0.2

-0.25
0.7 0.75 0.8 0.85 0.9 0.95 1
X/D

Figura A.2: Trajetória do nó a 75% do topo.


132

Nó 38 - CurrentRisCase1
3.5

Espectro de deslocamento em X (m2s) 2.5

1.5

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


0.5

0
0 5 10 15
Frequência (Hz)

Figura A.3: Espectro de movimentos inline no nó a 75% do topo.

Nó 38 - CurrentRisCase1
8

7
Espectro de deslocamento em Y (m2s)

0
0 5 10 15
Frequencia (Hz)

Figura A.4: Espectro de movimentos transversal no nó a 75% do topo.


133

Nó 38 - CurrentRisCase1
0.012

0.01

Espectro de deslocamento em Z (m2s)


0.008

0.006

0.004

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


0.002

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Figura A.5: Espectro de movimentos vertical no nó a 75% do topo.

Nó 38 - CurrentRisCase1
360
Tração (N)

340

320
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.2
Sustentação (N)

-0.2
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
2
Arrasto (N)

-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)

Figura A.6: Séries temporais de forças no nó a 75% do topo.


134

Nó 38 - CurrentRisCase1
18000

16000

14000
Espectro de Tração (N2s)
12000

10000

8000

6000

4000

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


2000

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Figura A.7: Espectro de tração no nó a 75% do topo.

Nó 38 - CurrentRisCase1
250
Espectro da Força de Sustentação (N2s)

200

150

100

50

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Figura A.8: Espectro da força de sustentação no nó a 75% do topo.


135

Nó 38 - CurrentRisCase1
900

800

700

Espectro da Força de Arrasto (N2s)


600

500

400

300

200

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


100

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Figura A.9: Espectro da força de arrasto no nó a 75% do topo.

CurrentRisCase1
1

0.9

0.8

0.7
Coordenada Axial [-]

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4
Deslocamento Inline ao Redor da Média[-]

Figura A.10: Envoltória de movimento inline.


136

CurrentRisCase1
1

0.9

0.8

Coordenada Axial [-] 0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


0.1

0
0 0.5 1 1.5
Deslocamento Inline Médio[-]

Figura A.11: Posição inline média.

CurrentRisCase1
1

0.9

0.8

0.7
Coordenada Axial [-]

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4
Deslocamento Cross-flow [-]

Figura A.12: Envoltória de movimento transversal.


137

Força de Sustentação - CurrentRisCase1


1

Nó 10(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1

Nó 15(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 25(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.05
Nó 27(N)

0
-0.05
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


0.2
Nó 29(N)

0
-0.2
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)

Figura A.13: Séries temporais de força de sustentação em diferentes pontos do riser.

Força de Arrasto - CurrentRisCase1


1
Nó 10(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 15(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 25(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.2
Nó 27(N)

0
-0.2
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 29(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)

Figura A.14: Séries temporais de força de arrasto em diferentes pontos do riser.


138

Tração - CurrentRisCase1
450

Nó 10(N)
400
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
450
Nó 15(N) 400
350
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
400
Nó 25(N)

380
360
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
400
Nó 27(N)

380
360
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


400
Nó 29(N)

380
360
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)

Figura A.15: Séries temporais de tração em diferentes pontos do riser.

CurrentRisCase1
480

460

440

420
Envelope de Tração (N)

400

380

360

340

320

300

280
0 2 4 6 8 10 12
Coordenada Axial (m)

Figura A.16: Envoltória de tração.


139

A.2 Resultados do Caso 4

Nó 38 - CurrentRisCase4
2.55

2.5

X/D 2.45

40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.05
Y/D

-0.05
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


-9.9074
Z/D

-9.9075

-9.9075
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)

Figura A.17: Séries temporais do nó a 75% do topo.

Nó 38 - CurrentRisCase4
0.05

0.04

0.03

0.02

0.01
Y/D

-0.01

-0.02

-0.03

-0.04

-0.05
2.435 2.44 2.445 2.45 2.455 2.46 2.465 2.47 2.475 2.48 2.485
X/D

Figura A.18: Trajetória do nó a 75% do topo.


140

Nó 38 - CurrentRisCase4
0.8

0.7

Espectro de deslocamento em X (m2s)


0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


0.1

0
0 5 10 15
Frequência (Hz)

Figura A.19: Espectro de movimentos inline no nó a 75% do topo.

Nó 38 - CurrentRisCase4
1.8

1.6
Espectro de deslocamento em Y (m2s)

1.4

1.2

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 5 10 15
Frequencia (Hz)

Figura A.20: Espectro de movimentos transversal no nó a 75% do topo.


141

Nó 38 - CurrentRisCase4
0.025

Espectro de deslocamento em Z (m2s)


0.02

0.015

0.01

0.005

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Figura A.21: Espectro de movimentos vertical no nó a 75% do topo.

Nó 38 - CurrentRisCase4
1000
Tração (N)

900

800
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Sustentação (N)

-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
10
Arrasto (N)

-5
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)

Figura A.22: Séries temporais de forças no nó a 75% do topo.


142

4
x 10 Nó 38 - CurrentRisCase4
12

10

Espectro de Tração (N2s)


8

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


2

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Figura A.23: Espectro de tração no nó a 75% do topo.

Nó 38 - CurrentRisCase4
1400

1200
Espectro da Força de Sustentação (N2s)

1000

800

600

400

200

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Figura A.24: Espectro da força de sustentação no nó a 75% do topo.


143

Nó 38 - CurrentRisCase4
4000

3500

Espectro da Força de Arrasto (N2s)


3000

2500

2000

1500

1000

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


500

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Figura A.25: Espectro da força de arrasto no nó a 75% do topo.

CurrentRisCase4
1

0.9

0.8

0.7
Coordenada Axial [-]

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4
Deslocamento Inline ao Redor da Média[-]

Figura A.26: Envoltória de movimento inline.


144

CurrentRisCase4
1

0.9

0.8

Coordenada Axial [-] 0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


0.1

0
0 1 2 3 4 5 6
Deslocamento Inline Médio[-]

Figura A.27: Posição inline média.

CurrentRisCase4
1

0.9

0.8

0.7
Coordenada Axial [-]

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Deslocamento Cross-flow [-]

Figura A.28: Envoltória de movimento transversal.


145

Força de Sustentação - CurrentRisCase4


1

Nó 10(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1

Nó 15(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 25(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.2
Nó 27(N)

0
-0.2
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


2
Nó 29(N)

0
-2
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)

Figura A.29: Séries temporais de força de sustentação em diferentes pontos do riser.

Força de Arrasto - CurrentRisCase4


1
Nó 10(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 15(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 25(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 27(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
10
Nó 29(N)

0
-10
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)

Figura A.30: Séries temporais de força de arrasto em diferentes pontos do riser.


146

Tração - CurrentRisCase4
1100

Nó 10(N)
1000
900
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1200

Nó 15(N)
1000
800
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1200
Nó 25(N)

1000
800
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1200
Nó 27(N)

1000
800
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1200

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


Nó 29(N)

1000
800
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)

Figura A.31: Séries temporais de tração em diferentes pontos do riser.

CurrentRisCase4
1150

1100

1050
Envelope de Tração (N)

1000

950

900

850

800

750
0 2 4 6 8 10 12
Coordenada Axial (m)

Figura A.32: Envoltória de tração.


147

A.3 Resultados do Caso 9

Nó 38 - CurrentRisCase9
5.1

X/D 4.9

40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.5
Y/D

-0.5
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


-9.9088

-9.9089
Z/D

-9.909

-9.9091
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)

Figura A.33: Séries temporais do nó a 75% do topo.

Nó 38 - CurrentRisCase9
0.4

0.3

0.2

0.1
Y/D

-0.1

-0.2

-0.3

-0.4
4.75 4.8 4.85 4.9 4.95 5
X/D

Figura A.34: Trajetória do nó a 75% do topo.


148

Nó 38 - CurrentRisCase9
3

2.5

Espectro de deslocamento em X (m2s)


2

1.5

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


0.5

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Frequência (Hz)

Figura A.35: Espectro de movimentos inline no nó a 75% do topo.

Nó 38 - CurrentRisCase9
14

12
Espectro de deslocamento em Y (m2s)

10

0
0 5 10 15
Frequencia (Hz)

Figura A.36: Espectro de movimentos transversal no nó a 75% do topo.


149

Nó 38 - CurrentRisCase9
0.08

0.07

Espectro de deslocamento em Z (m2s)


0.06

0.05

0.04

0.03

0.02

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


0.01

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Figura A.37: Espectro de movimentos vertical no nó a 75% do topo.

Nó 38 - CurrentRisCase9
3000
Tração (N)

2800

2600

2400
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
10
Sustentação (N)

-10
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
100
Arrasto (N)

50

0
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)

Figura A.38: Séries temporais de forças no nó a 75% do topo.


150

5
x 10 Nó 38 - CurrentRisCase9
2

1.8

1.6

Espectro de Tração (N2s) 1.4

1.2

0.8

0.6

0.4

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


0.2

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Figura A.39: Espectro de tração no nó a 75% do topo.

Nó 38 - CurrentRisCase9
12000

10000
Espectro da Força de Sustentação (N2s)

8000

6000

4000

2000

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Figura A.40: Espectro da força de sustentação no nó a 75% do topo.


151

4
x 10 Nó 38 - CurrentRisCase9
3.5

Espectro da Força de Arrasto (N2s) 2.5

1.5

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


0.5

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Figura A.41: Espectro da força de arrasto no nó a 75% do topo.

CurrentRisCase9
1

0.9

0.8

0.7
Coordenada Axial [-]

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4
Deslocamento Inline ao Redor da Média[-]

Figura A.42: Envoltória de movimento inline.


152

CurrentRisCase9
1

0.9

0.8

Coordenada Axial [-] 0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


0.1

0
0 5 10 15
Deslocamento Inline Médio[-]

Figura A.43: Posição inline média.

CurrentRisCase9
1

0.9

0.8

0.7
Coordenada Axial [-]

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Deslocamento Cross-flow [-]

Figura A.44: Envoltória de movimento transversal.


153

Força de Sustentação - CurrentRisCase9


1

Nó 10(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1

Nó 15(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 25(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
2
Nó 27(N)

0
-2
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


10
Nó 29(N)

0
-10
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)

Figura A.45: Séries temporais de força de sustentação em diferentes pontos do riser.

Força de Arrasto - CurrentRisCase9


1
Nó 10(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 15(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 25(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
10
Nó 27(N)

0
-10
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
100
Nó 29(N)

0
-100
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)

Figura A.46: Séries temporais de força de arrasto em diferentes pontos do riser.


154

Tração - CurrentRisCase9
3000

Nó 10(N)
2800
2600
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
3000

Nó 15(N)
2800
2600
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
3000
Nó 25(N)

2500
2000
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
3000
Nó 27(N)

2500
2000
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
3000

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


Nó 29(N)

2500
2000
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)

Figura A.47: Séries temporais de tração em diferentes pontos do riser.

CurrentRisCase9
3100

3000

2900
Envelope de Tração (N)

2800

2700

2600

2500

2400

2300
0 2 4 6 8 10 12
Coordenada Axial (m)

Figura A.48: Envoltória de tração.


155

A.4 Resultados do Caso 9 com mola na extremidade superior

Nó 38 - CurrentRisMola
17

X/D
16.5

16
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.2
Y/D

-0.2
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


-9.942
Z/D

-9.944

-9.946
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)

Figura A.49: Séries temporais do nó a 75% do topo.

Nó 38 - CurrentRisMola
0.2

0.15

0.1

0.05
Y/D

-0.05

-0.1

-0.15

-0.2
16.3 16.4 16.5 16.6 16.7 16.8 16.9 17
X/D

Figura A.50: Trajetória do nó a 75% do topo.


156

Nó 38 - CurrentRisMola
9

Espectro de deslocamento em X (m2s)


7

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


1

0
0 5 10 15
Frequência (Hz)

Figura A.51: Espectro de movimentos inline no nó a 75% do topo.

Nó 38 - CurrentRisMola
6

5
Espectro de deslocamento em Y (m2s)

0
0 5 10 15
Frequencia (Hz)

Figura A.52: Espectro de movimentos transversal no nó a 75% do topo.


157

Nó 38 - CurrentRisMola
0.8

0.7

Espectro de deslocamento em Z (m2s)


0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


0.1

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Figura A.53: Espectro de movimentos vertical no nó a 75% do topo.

Nó 38 - CurrentRisMola
1500
Tração (N)

1000

500

0
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
10
Sustentação (N)

-10
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
60
Arrasto (N)

40

20

0
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)

Figura A.54: Séries temporais de forças no nó a 75% do topo.


158

5
x 10 Nó 38 - CurrentRisMola
3.5

Espectro de Tração (N2s) 2.5

1.5

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


0.5

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Figura A.55: Espectro de tração no nó a 75% do topo.

Nó 38 - CurrentRisMola
9000

8000
Espectro da Força de Sustentação (N2s)

7000

6000

5000

4000

3000

2000

1000

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Figura A.56: Espectro da força de sustentação no nó a 75% do topo.


159

4
x 10 Nó 38 - CurrentRisMola
2.5

Espectro da Força de Arrasto (N2s)


1.5

0.5

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)

Figura A.57: Espectro da força de arrasto no nó a 75% do topo.

CurrentRisMola
1

0.9

0.8

0.7
Coordenada Axial [-]

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4
Deslocamento Inline ao Redor da Média[-]

Figura A.58: Envoltória de movimento inline.


160

CurrentRisMola
1

0.9

0.8

Coordenada Axial [-] 0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


0.1

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Deslocamento Inline Médio[-]

Figura A.59: Posição inline média.

CurrentRisMola
1

0.9

0.8

0.7
Coordenada Axial [-]

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
Deslocamento Cross-flow [-]

Figura A.60: Envoltória de movimento transversal.


161

Força de Sustentação - CurrentRisMola


1

Nó 10(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1

Nó 15(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 25(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
5
Nó 27(N)

0
-5
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
10

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


Nó 29(N)

0
-10
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)

Figura A.61: Séries temporais de força de sustentação em diferentes pontos do riser.

Força de Arrasto - CurrentRisMola


1
Nó 10(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 15(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 25(N)

0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
50
Nó 27(N)

0
-50
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
100
Nó 29(N)

0
-100
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)

Figura A.62: Séries temporais de força de arrasto em diferentes pontos do riser.


162

ç
1200

Nó 10(N)
1000
800
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1500

Nó 15(N)
1000
500
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1500
Nó 25(N)

1000
500
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1500
Nó 27(N)

1000
500
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1500

ANEXO A: RESULTADOS COMPLEMENTARES DOS PRÉ-TESTES


Nó 29(N)

1000
500
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)

Figura A.63: Séries temporais de tração em diferentes pontos do riser.

CurrentRisMola
1400

1300

1200

1100
Envelope de Tração (N)

1000

900

800

700

600

500

400
0 2 4 6 8 10 12
Coordenada Axial (m)

Figura A.64: Envoltória de tração.

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