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São Paulo
2010
ROSIANITA BALENA
Área de Concentração:
Engenharia Naval e Oceânica
Orientador:
Prof. Dr. André Luís Condino Fujarra
São Paulo
2010
À Solange, Darlei e Marcelo.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. André Luís Condino Fujarra pelo paciente trabalho de orientação e pelo
constante incentivo.
E, finalmente, a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para este trabalho.
RESUMO
Do ponto de vista estrutural, estes risers podem ser rígidos ou flexíveis, porém,
independente do tipo empregado, com o aumento da profundidade, aumentam-se os
esforços de tração sobre essas estruturas. Em águas profundas, essa desvantagem
pode ser diminuída com a utilização de configurações mais complexas, dentre as
quais se destaca a riser tower, que é foco do presente estudo. Este sistema é
composto por vários dutos unidos ao longo de um tubo vertical único, sustentado por
uma bóia de subsuperfície. Um grande atrativo desta configuração é a redução da
fadiga devido às ondas, uma vez que a bóia e parte significativa dos risers rígidos
verticais não sofrem efeitos relevantes das ondas de superfície.
The offshore oil production is performed with platforms, floating in most cases, which
are connected to the well through pipes. These pipes are called risers and are
responsible for the transport of crude oil, gas and water from seabed to the platform
and vice-versa.
From the structural standpoint, these risers can be rigid or flexible. However,
independently of the type, the topside tension of these structures increases with the
water depth. In deep water this disadvantage can be reduced by using more complex
configurations, for example the riser tower, which is the focus of the current study.
The riser tower is a system composed by pipes bundled around a central steel tube
supported by a subsurface buoyancy tank. This configuration is attractive due to the
reduction on waves fatigue since the buoy and most of the vertical risers’ length is
not impacted by the effects of the surface waves.
Nevertheless, two issues from the fluid-structural interaction still persist: one related
to the VIV phenomena – vortex-induced vibration on the vertical riser and the other
associated to the VIM – vortex induced motion on the buoyancy tank. Considering
the almost permanent nature of the offshore currents associated to the high
frequencies that can be excited, during the operational life, the riser is subjected to a
large amount of stress cycles which are important for the evaluation of the structural
integrity in terms of fatigue.
Figura 1.1: Riser Tower (Fonte: Adaptada de Stolt Offshore, 2006). .........................26
Figura 2.1: Riser Tower sujeita aos carregamentos ambientais. ...............................31
Figura 3.1: Detalhe do arranjo submarino do campo de Girassol (Fonte: WU et al.,
2008). ..........................................................................................................................33
Figura 3.2: Detalhes das conexões e da cobertura do riser tower (Fonte: Dixon;
Bursaux, 2005). ...........................................................................................................34
Figura 3.3: Esquema das VIV em um trecho de riser, (a) vista em perspectiva e (b)
vista de topo (Fonte: Adaptada de Le Cunff et al., 2002 e Facchinetti; De Langre;
Biolley, 2003). ..............................................................................................................38
Figura 3.4: Frequência de resposta adimensional x velocidade adimensional (Fonte:
Adaptada de Khalak e Williamson, 1997). ..................................................................41
Figura 3.5: Variação da Amplitude com o Coeficiente de Massa-Amortecimento
Reduzido (Fonte: Adaptada de Williamson e Govardhan, 2004). ..............................42
Figura 3.6: Curva SN padrão (Fonte: Lemos, 2005). .................................................49
Figura 3.7: Esquema típico da curva de propagação de trincas (Fonte: Castro e
Meggiolaro, 1999). ......................................................................................................51
Figura 4.1: Esquema do sistema de coordenadas do duto (Fonte: Adaptada de
Furnes e Sorensen, 2007). .........................................................................................60
Figura 4.2: Esquema das classes para consideração dos carregamentos ambientais.
.....................................................................................................................................66
Figura 5.1: Arranjo experimental (Fonte: Adaptada de Chaplin et al., 2005a). ..........71
Figura 5.2: Envoltória de deslocamento adimensionalizado para a simulação de
vibração livre no primeiro modo inline, direção do escoamento. ................................77
Figura 5.3: Envoltória de deslocamento adimensionalizado para simulação de
vibração livre no terceiro modo, direção do escoamento. ..........................................77
Figura 5.4: Envoltórias de deslocamento transversal – Caso 1 ou 0,16 m/s. (a)
Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais. ..............................................79
Figura 5.5: Envoltórias de deslocamento longitudinal ao redor da posição média –
Caso 1 ou 0,16 m/s. (a) Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais. .......79
Figura 5.6: Deslocamento médio na direção longitudinal – Caso 1 ou 0,16 m/s. (a)
Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais. ..............................................80
Figura 5.7: Envoltórias de deslocamento transversal – Caso 4 ou 0,40 m/s. (a)
Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais. ..............................................81
Figura 5.8: Envoltórias de deslocamento longitudinal ao redor da posição média –
Caso 4 ou 0,40 m/s. (a) Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais. .......81
Figura 5.9: Deslocamento médio na direção longitudinal – Caso 4 ou 0,40 m/s. (a)
Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais. ..............................................82
Figura 5.10: Espectros de potência referentes aos deslocamentos longitudinais em
posições diferentes do riser: (a) 2% do comprimento a partir do topo; (b) 75%; (c)
98% do topo. ...............................................................................................................83
Figura 5.11: Espectros de potência a partir dos registros de deslocamento na
posição a 75% do comprimento do riser, medida a partir da parte superior – Caso 1
ou 0,16 m/s. (a) Direção longitudinal. (b) Direção transversal....................................85
Figura 5.12: Trajetória de um ponto a 75% do comprimento do riser, medido a partir
de sua extremidade superior.......................................................................................86
Figura 5.13: Séries temporais de um ponto a 75% do comprimento do riser, medido a
partir de sua extremidade superior. ............................................................................86
Figura 5.14: Deslocamento médio na direção longitudinal – Caso 9 ou 0,95 m/s. (a)
Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais. ..............................................89
Figura 5.15: Envoltórias de deslocamento transversal – Caso 9 ou 0,95 m/s e a
presença do elemento de menor rigidez. (a) Resultados numéricos. (b) Resultados
experimentais. .............................................................................................................90
Figura 5.16: Envoltórias de deslocamento longitudinal ao redor da posição média –
Caso 9 ou 0,95 m/s e a presença do elemento de menor rigidez. (a) Resultados
numéricos. (b) Resultados experimentais. ..................................................................90
Figura 5.17: Deslocamento médio na direção longitudinal – Caso 9 ou 0,95 m/s e a
presença do elemento de menor rigidez.(a) Resultados numéricos. (b) Resultados
experimentais. .............................................................................................................91
Figura 6.1: Esquema da riser tower com extremidade inferior articulada e superior
livre. .............................................................................................................................95
Figura 6.2: Cinco primeiros modos de vibrar. Pré-tração de 457 N – OrcaFlex. .....100
Figura 6.3: Envoltória dos cinco primeiros modos de vibrar. Pré-tração de 457 N –
Doolines.....................................................................................................................101
Figura 6.4: Envoltória dos deslocamentos na direção longitudinal e transversal
adimensionalizado pelo diâmetro do riser. Correnteza uniforme de 0,60 m/s. ........102
Figura 6.5: (a) Deslocamento médio na direção inline adimensionalizado. (b)
Envoltória do deslocamento na direção transversal adimensionalizado. Resultados
do OrcaFlex com correnteza uniforme de 0,60 m/s. .................................................103
Figura 6.6: (a) Deslocamento médio na direção longitudinal adimensionalizado pelo
diâmetro do riser. (b) Trajetória para o nó a 10% do comprimento a partir do topo.
Correnteza de 0,60 m/s .............................................................................................103
Figura 6.7: Trajetórias ao longo do comprimento da riser tower. Correnteza de
0,60 m/s .....................................................................................................................104
Figura 6.8: Série temporal das forças de sustentação e arrasto para cinco nós ao
longo do sistema riser tower. Correnteza de 0,60 m/s .............................................105
Figura 6.9: Envoltória de tração efetiva ao longo do modelo: (a) Doolines, (b)
OrcaFlex. Correnteza de 0,60 m/s ............................................................................105
Figura 6.10: Curvatura ao longo do modelo: (a) Doolines, (b) OrcaFlex. Correnteza
de 0,60 m/s ................................................................................................................106
Figura 6.11: Forças de Sustentação e Arrasto para o caso com correnteza de
0,25 m/s .....................................................................................................................107
Figura 6.12: Forças de Sustentação e Arrasto para o caso com correnteza de
0,5 m/s .......................................................................................................................108
Figura 6.13: Forças de Sustentação e Arrasto para o caso com correnteza de
1,0 m/s .......................................................................................................................108
Figura 6.14: Forças de Sustentação e Arrasto para o caso com correnteza de
1,5 m/s .......................................................................................................................108
Figura 6.15: Forças de Tração para cada um dos casos de velocidade da correnteza:
(a) 0,25 m/s, (b) 0,5 m/s, (c) 1,0 m/s e (d) 1,5 m/s ...................................................109
Figura 7.1: Sequência da análise de fadiga..............................................................110
Figura 7.2: Curvas SN em ar para estruturas oceânicas (Fonte: Adaptada de DNV,
2008). ........................................................................................................................111
Figura 7.3: Esquema do duto para cálculo de tensões (Fonte: adaptada de Orcina,
2009). ........................................................................................................................112
Figura 7.4: Séries temporais das tensões para 4 nós ao longo do riser: 25, 33, 52 e
98% do comprimento a partir do topo. Correnteza de 0,60 m/s. ..............................114
Figura 7.5: Série temporal e envoltória da tensão sobre o riser. Correnteza de
0,60 m/s. ....................................................................................................................114
Figura 7.6: Vida à fadiga ao longo do comprimento do riser. Correnteza de 0,60 m/s.
...................................................................................................................................115
Figura 7.7: Séries temporais da tensão: (a) devida à tração, (b) devida à flexão e (c)
resultante. Nó a .........................................................................................................116
Figura 7.8: Vida à fadiga ao longo do comprimento do riser - OrcaFlex. Correnteza
de 0,60 m/s. ...............................................................................................................117
Figura A.1: Séries temporais do nó a 75% do topo. .................................................131
Figura A.2: Trajetória do nó a 75% do topo. .............................................................131
Figura A.3: Espectro de movimentos inline no nó a 75% do topo. ...........................132
Figura A.4: Espectro de movimentos transversal no nó a 75% do topo...................132
Figura A.5: Espectro de movimentos vertical no nó a 75% do topo. ........................133
Figura A.6: Séries temporais de forças no nó a 75% do topo. .................................133
Figura A.7: Espectro de tração no nó a 75% do topo. ..............................................134
Figura A.8: Espectro da força de sustentação no nó a 75% do topo. ......................134
Figura A.9: Espectro da força de arrasto no nó a 75% do topo. ..............................135
Figura A.10: Envoltória de movimento inline. ...........................................................135
Figura A.11: Posição inline média.............................................................................136
Figura A.12: Envoltória de movimento transversal. ..................................................136
Figura A.13: Séries temporais de força de sustentação em diferentes pontos do riser.
...................................................................................................................................137
Figura A.14: Séries temporais de força de arrasto em diferentes pontos do riser. ..137
Figura A.15: Séries temporais de tração em diferentes pontos do riser. .................138
Figura A.16: Envoltória de tração..............................................................................138
Figura A.17: Séries temporais do nó a 75% do topo. ...............................................139
Figura A.18: Trajetória do nó a 75% do topo. ...........................................................139
Figura A.19: Espectro de movimentos inline no nó a 75% do topo. .........................140
Figura A.20: Espectro de movimentos transversal no nó a 75% do topo.................140
Figura A.21: Espectro de movimentos vertical no nó a 75% do topo. ......................141
Figura A.22: Séries temporais de forças no nó a 75% do topo. ...............................141
Figura A.23: Espectro de tração no nó a 75% do topo. ............................................142
Figura A.24: Espectro da força de sustentação no nó a 75% do topo. ....................142
Figura A.25: Espectro da força de arrasto no nó a 75% do topo. ............................143
Figura A.26: Envoltória de movimento inline. ...........................................................143
Figura A.27: Posição inline média.............................................................................144
Figura A.28: Envoltória de movimento transversal. ..................................................144
Figura A.29: Séries temporais de força de sustentação em diferentes pontos do riser.
...................................................................................................................................145
Figura A.30: Séries temporais de força de arrasto em diferentes pontos do riser. ..145
Figura A.31: Séries temporais de tração em diferentes pontos do riser. .................146
Figura A.32: Envoltória de tração..............................................................................146
Figura A.33: Séries temporais do nó a 75% do topo. ...............................................147
Figura A.34: Trajetória do nó a 75% do topo. ...........................................................147
Figura A.35: Espectro de movimentos inline no nó a 75% do topo. .........................148
Figura A.36: Espectro de movimentos transversal no nó a 75% do topo.................148
Figura A.37: Espectro de movimentos vertical no nó a 75% do topo. ......................149
Figura A.38: Séries temporais de forças no nó a 75% do topo. ...............................149
Figura A.39: Espectro de tração no nó a 75% do topo. ............................................150
Figura A.40: Espectro da força de sustentação no nó a 75% do topo. ....................150
Figura A.41: Espectro da força de arrasto no nó a 75% do topo. ............................151
Figura A.42: Envoltória de movimento inline. ...........................................................151
Figura A.43: Posição inline média.............................................................................152
Figura A.44: Envoltória de movimento transversal. ..................................................152
Figura A.45: Séries temporais de força de sustentação em diferentes pontos do riser.
...................................................................................................................................153
Figura A.46: Séries temporais de força de arrasto em diferentes pontos do riser. ..153
Figura A.47: Séries temporais de tração em diferentes pontos do riser. .................154
Figura A.48: Envoltória de tração..............................................................................154
Figura A.49: Séries temporais do nó a 75% do topo. ...............................................155
Figura A.50: Trajetória do nó a 75% do topo. ...........................................................155
Figura A.51: Espectro de movimentos inline no nó a 75% do topo. .........................156
Figura A.52: Espectro de movimentos transversal no nó a 75% do topo.................156
Figura A.53: Espectro de movimentos vertical no nó a 75% do topo. ......................157
Figura A.54: Séries temporais de forças no nó a 75% do topo. ...............................157
Figura A.55: Espectro de tração no nó a 75% do topo. ............................................158
Figura A.56: Espectro da força de sustentação no nó a 75% do topo. ....................158
Figura A.57: Espectro da força de arrasto no nó a 75% do topo. ............................159
Figura A.58: Envoltória de movimento inline. ...........................................................159
Figura A.59: Posição inline média.............................................................................160
Figura A.60: Envoltória de movimento transversal. ..................................................160
Figura A.61: Séries temporais de força de sustentação em diferentes pontos do riser.
...................................................................................................................................161
Figura A.62: Séries temporais de força de arrasto em diferentes pontos do riser. ..161
Figura A.63: Séries temporais de tração em diferentes pontos do riser. .................162
Figura A.64: Envoltória de tração..............................................................................162
LISTA DE TABELAS
Alfabeto Romano
A Seção de parede
a Tamanho da trinca
Cd Coeficiente de arrasto
D Diâmetro
F Frequência de onda
fs Frequência de Strouhal
k Rigidez do sistema
m* Razão de massa
ms Massa do sistema
Re Número de Reynolds
St Número de Strouhal
U Velocidade do escoamento
U* Velocidade reduzida
ρ Massa específica
e Tensão equivalente
m Tensão média
y Tensão de escoamento
1 , 2 , 3 Tensões principais
ζ Coeficiente de amortecimento
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1. INTRODUÇÃO
Para regiões com profundidades maiores do que 1000m o conceito de risers rígidos
em catenária (SCR) mostrou-se uma alternativa viável quando empregado em
TLP’s – Tension-leg Platform, ou em plataformas semi-submersíveis, com
economia significativa quando comparado aos custos de risers flexíveis (SERTÃ et
al., 1996).
componente rígido, uma vez que a bóia e parte significativa dos risers rígidos
verticais não sofrem efeitos relevantes das ondas próximas à superfície (FARFÁN,
2005).
26
Unidade
Bóia
de
Produção
Flexíveis
Riser Tower
Outro problema que persiste na solução riser tower está associado ao aumento do
coeficiente de arrasto no sentido da correnteza, devido à amplificação dinâmica
resultante das VIV como verificado por Vandiver et al. (2005), o que implica em um
aumento da força estática sobre a estrutura, refletindo-se também no acréscimo do
movimento do corpo flutuante e no aumento da tração imposta ao riser rígido
vertical, efeitos acentuados com o aumento da profundidade de operação. Nestes
casos, eventualmente, existe a necessidade de se incluir ao longo do riser, e da
INTRODUÇÃO
Principalmente com base nos trabalhos de Hatton e Willis (1998), Pesce et al.
(2003), é possível destacar que restam desafios significativos a serem vencidos,
em particular, aqueles relacionados com a consideração correta do fenômeno de
VIV e a fadiga associada à sua atuação.
29
Neste contexto, exige-se que o conjunto de carregamentos usados nas análises seja
completo o suficiente para representar as situações possíveis de ocorrência durante
toda a vida útil do riser e o uso de uma metodologia de análise estrutural que
forneça resultados de tensão confiáveis para a mesma. Para tanto, podem ser
adotados métodos de análise no domínio do tempo ou no domínio da frequência.
Ainda utilizando modelos do tipo van der Pol, um estudo mais detalhado foi
realizado por Silveira et al. (2007) com o intuito de investigar fenômenos como
coexistência e mudança modais em risers sujeitos à variação de tração axial. Um
INTRODUÇÃO
pré-tração e outro com alto valor para este mesmo carregamento. No caso de baixa
pré-tração não houve excitação multimodal, sendo que modos individuais foram
excitados e a resposta estrutural mostrou-se claramente modulada em amplitude e
frequência de acordo com a flutuação da tração. Por outro lado, nos casos de alta
pré-tração o modelo foi capaz de capturar a mudança modal. Os resultados obtidos
foram satisfatoriamente comparados aos de um código comercial dedicado à análise
de risers.
INTRODUÇÃO
31
2. OBJETIVOS
Ao longo desse trabalho, a direção longitudinal refere-se àquela formada pelo plano
que contém a riser tower e os jumpers flexíveis enquanto a direção transversal
encontra-se em um plano perpendicular a este.
Os risers flexíveis que ligam a bóia à unidade flutuante não fazem parte do escopo
deste trabalho.
OBJETIVOS
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Alguns destes textos, os mais importantes para o presente trabalho, são abordados
nesse capítulo, buscando contextualizar os assuntos envolvidos, quais sejam: o
sistema riser tower, as vibrações induzidas pela emissão de vórtices e a estimativa
de fadiga de estruturas desta natureza.
A patente de Stolt Offshore1 (2006) apresenta uma torre de linhas marítimas, riser
tower, composta por um feixe de tubos responsáveis por trazer petróleo cru até a
superfície, levar produtos químicos usados no sistema submarino e injetar água ou
gás no reservatório.
A extremidade superior dos risers é sustentada por uma bóia, enquanto sua base é
conectada a cabeças de poço, ou de injeção, por meio de dutos horizontais. A
unidade flutuante, por exemplo um FPSO – Floating Production, Storage and
Offloading, é conectada à bóia de subsuperfície por meio de linhas flexíveis, os
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
jumpers, e consequentemente aos risers rígidos verticais partindo da mesma.
Essa configuração foi utilizada pela primeira vez em 1988, no Golfo do México, pela
Placid Oil. O conceito sofreu algumas modificações para ser instalado no campo de
Girassol, 2001, devido às peculiaridades de produção em Angola, marcada
1
A Stolt Offshore é uma empresa fundada na Noruega no início da década de 70, que em 2006
tornou-se a Acergy, empresa especializada em instalação e projetos offshore.
33
Figura 3.1: Detalhe do arranjo submarino do campo de Girassol (Fonte: WU et al., 2008).
Cada torre precisou conter: quatro linhas de produção, duas de injeção, quatro de
elevação de gás e dois umbilicais. Todas essas linhas foram agrupadas em torno
de um tubo de aço de parede espessa, funcionando como elemento estrutural
contra as forças agindo sobre as mesmas. No topo de cada torre foi disposta uma
bóia de 40m de comprimento por 8m de diâmetro com um empuxo de 450
toneladas, responsável por manter os risers verticais e permitir seu pivotamento em
torno da ancoragem, semelhante a um pêndulo invertido. Cada bóia foi, então, REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
conectada ao FPSO por meio de jumpers. A Figura 3.1 apresenta detalhes do
arranjo submarino do campo de Girassol.
2
Aproximadamente 4 vezes a altura da torre Eiffel.
34
A Figura 3.2 apresenta um esquema da riser tower com os detalhes das conexões
superior e inferior, bem como de sua composição. Pode-se observar que
externamente a torre comporta-se como um cilindro uniforme, ou seja, sem
reentrâncias devido aos dutos intenos o que é importante para as considerações de
coeficientes de arrasto e consequentemente para o estudo das VIV.
Figura 3.2: Detalhes das conexões e da cobertura do riser tower (Fonte: Dixon; Bursaux, 2005).
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Com objetivos similares aos do presente trabalho, Morooka, et al. (2005)
apresentam estudos do comportamento dinâmico de riser verticais tracionados com
o uso de simulações no domínio do tempo de seus deslocamentos e respectivos
momento fletores e tensões. A influência das VIV e das condições ambientais na
redução da vida à fadiga é analisada. Envoltórias dos deslocamentos e tensões ao
longo do riser também são mostradas. Foram realizadas análises de sensibilidade
com relação ao diâmetro do riser e do coeficiente de arrasto, bem como a presença
de flutuadores e de fluido interno. Além disso, considerações a respeito das
35
UD
Re = (3.1)
ν
onde Amp é a amplitude de oscilação, não podendo ser muito maior que a
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
velocidade do escoamento, pois, caso contrário, o movimento da estrutura destrói a
esteira de vórtices que o originou (PARRA; ARANHA, 1996). Desta forma,
aumentando-se a velocidade do escoamento incidente, a frequência de emissão
cresce até o instante em que se sincronize com uma das frequências naturais da
3
Seções que apresentam grande parcela de separação ao longo da superfície exposta ao
escoamento.
38
entre 5 e 12,5.
(a) (b)
Figura 3.3: Esquema das VIV em um trecho de riser, (a) vista em perspectiva e (b) vista de topo
(Fonte: Adaptada de Le Cunff et al., 2002 e Facchinetti; De Langre; Biolley, 2003).
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Desta forma, o problema associado às VIV não desempenha papel relevante no
que se refere às tensões limites do riser, mas pode ser importante no estudo da
fadiga do material devido ao seu caráter cíclico e perene (PARRA; ARANHA, 1996).
Na maioria dos casos reais, isto é, perfis com correnteza não uniforme ao longo do
comprimento, o problema complica-se bastante, pois diferentes modos de vibração
da estrutura podem ser excitados em diferentes trechos do riser, sendo que para
cada modo podem, ainda, coexistir regiões de excitação e de amortecimento.
39
Destaca-se que essa classificação tem objetivo meramente funcional, visto que, os
três tipos de abordagem se interrelacionam diretamente, buscando agregar o maior
conhecimento possível a respeito deste fenômeno complexo.
ms
m* = (3.2)
md
csis csis
ζ (3.3)
ccrit 2 kms
Para esses cilindros, a frequência de emissão de vórtices pode ser alterada pelo
fenômeno de sincronização (lock-in), onde o movimento ressonante do cilindro
controla a frequência de emissão de vórtices.
Abaixo se apresenta a clássica figura que evidencia a dependência de A/D com m*ζ.
Essa formulação foi originalmente apresentada por Furnes e Sorensen (2007) e tem
se mostrado promissora para o cálculo das VIV de estruturas cilíndricas,
reproduzindo razoavelmente bem as características observadas em experimentos
com dutos flexíveis, tanto com relação à direção transversal, como para aquela
longitudinal ao escoamento incidente. Por esta razão, este será o modelo adaptado
para as atividades de pesquisa desenvolvidas no presente texto. no próximo
capítulo apresenta-se com mais detalhes a formulação utilizada e as hipóteses
associadas ao modelo proposto por Furnes e Sorensen.
Fadiga vem do latim fatigare, que significa cansar-se, embora este termo tenha
surgido associado ao cansaço físico e mental das pessoas é largamente utilizado
na engenharia para o dano e falha de materiais sob carregamentos cíclicos
(FUCHS, 1980; SURESH, 1998). Dentre as definições mais comuns cita-se a de
Castro e Meggiolaro (1999): “fadiga é o tipo de falha estrutural causada
primariamente pela aplicação repetida de carregamentos variáveis, caracterizada
pela geração e/ou propagação paulatina de uma trinca, até a eventual fratura da
peça”. Pode-se ainda defini-la como a falha de uma estrutura quando sujeita a
ações de cargas cíclicas que aplicadas estaticamente não levariam à sua ruptura REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
(KUSSMAUL; MCDIARMID, 1991).
Segundo Suresh (1998), o progresso do dano de fadiga pode ser classificado nos
seguintes estágios:
1
ea ( 1a 2 a ) 2 ( 2 a 3a ) 2 ( 3a 1a ) 2 (3.6)
2
em 1m 2 m 3m (3.7)
onde:
Várias técnicas, tais como as apresentadas pela DNV RP C203 (2008), estão
disponíveis para considerar os efeitos das tensões médias, concentração de
tensões, tensões multiaxiais e flutuações de amplitude de tensões. Dentre estas
relações ressaltam-se, as relações mais comuns para correção das curvas SN em
função da tensão média (ALMAR-NESS, 1985; SOUZA, 1994; SURESH, 1998;
LEMOS, 2005):
2
Gerber a f 1 m (3.9)
u
m
Goodman a f 1 (3.10)
u
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
m
Soderberg a f 1 (3.11)
y
onde:
Alguns autores, tal como Almar-Ness (1985) e Souza (1994) propõem críticas às
relações acima, afirmando que as tensões de escoamento e limite de resistência do
material se alteram em função do carregamento cíclico. Tal fato é verdadeiro nas
situações em que ocorre a plastificação do material em função da ação do
carregamento cíclico. Entretanto, para estruturas oceânicas, em que o carregamento
não causa tensões que atinjam o valor da tensão de escoamento do material, pode-
se dizer que não há o efeito de encruamento sobre as tensões de escoamento e
limite de resistência. Desse modo as relações empíricas para correção do diagrama
SN podem ser aplicadas com confiança para o cálculo da vida útil à fadiga destas
estruturas, sendo inclusive recomendadas por práticas de projeto como a API RP
2RD (1998).
Entretanto, a propagação das trincas por fadiga pode ser tratada eficientemente
pelos conceitos tradicionais da Mecânica da Fratura, que demonstram que a taxa
de propagação da/dN, depende primariamente da variação do fator de intensidade
da
de tensões K aplicado sobre a peça. Sendo assim, a curva K é utilizada
dN
para prever o crescimento de uma trinca presente em um corpo quando este é
submetido à ação de um carregamento cíclico. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este método de análise de trincas teve início no começo da década de 60 com a
proposição da chamada regra de Paris (ALMAR-NESS, 1985; MEGGIOLARO;
CASTRO, 1997; API, 1998; SURESH, 1998; SCHIJVE, 2003; LEMOS, 2005):
da
C (K ) d (3.12)
dN
onde:
51
K K max K min ;
a tamanho da trinca;
C, d parâmetros do material.
Mecanismo
Mecanismo
Contínuo
Não-contínuo
Pequena influência de:
Grande influência o microestrutura
de: o tensão média
o microestrutura o meio-ambiente
o tensão média o espessura
“Modo Estático”
Figura 3.7: Esquema típico da curva de propagação de trincas (Fonte: Castro e Meggiolaro, 1999).
52
A fase III reflete a proximidade da fratura da peça, que ocorre quando o valor de
Kmax atinge a sua tenacidade à fratura.
Para o cálculo de vida à fadiga, a fase I é a mais importante pois é nela que a trinca
se propaga mais lentamente. A fase III, por sua vez, é importante para caracterizar
a falha final da peça, mas pouco contribui para a sua vida à fadiga (CASTRO;
MEGGIOLARO, 1999).
Assim sendo, a regra de Paris, que devido à sua simplicidade matemática é a mais
usada na prática, tem como desvantagens o fato de não reconhecer os efeitos da
carga média, de K th nem de Kc na taxa de propagação o que implica em
Desta forma, na prática pode ser muito importante usar modelos de propagação de
trincas mais precisos do que a regra de Paris tanto para o projeto quanto para
avaliar a integridade estrutural do componente. Como os modelos mais difundidos REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
descrevem apenas parcialmente o comportamento da curva da/dN, Meggiolaro e
Castro (1997) desenvolveram modelos simples que representam sua forma
sigmoidal completa e também consideram o efeito da carga média. Segundo esses
autores, não é difícil propor outras variações, mas todos estes modelos são
empíricos e requerem a obtenção experimental de constantes que dependem do
material e são numericamente diferentes nas diversas regras. A escolha dentre os
modelos depende da quantidade e da qualidade dos dados experimentais que se
53
Em estruturas soldadas, filosofias para projeto de acordo com o serviço podem ser
aplicadas de muitas maneiras. A primeira e mais amplamente utilizada é a de
desenvolver um critério de aceitação de falha, tipicamente obtido assumindo um
nível de resistência mínima que é incorporada em um processo de qualificação de
54
solda. No entanto, conceitos de acordo com o serviço podem também ser usados
para desenvolver critérios de inspeção incluindo sensibilidade e probabilidade de
detecção. Além disso, estes conceitos podem ser usados para demonstrar que
defeitos, que podem não ser percebidos na detecção, não prejudicarão toda a
integridade estrutural ainda que em condições acidentais ou de sobrecarga (API,
1998).
O pior resultado de vida à fadiga (já considerando a análise de VIV) foi obtido no
meio do trecho flutuado e observou-se que apesar de diminuir os movimentos
dinâmicos do riser, a existência de flutuadores limita sua vida à fadiga por causa do
dano devido às VIV (FRANCISS; RIBEIRO, 2004).
57
Sagrilo et al. (2005) analisaram um riser rígido de 18 polegadas em lazy wave a uma
profundidade de 1800m para uma condição extrema de projeto considerando ambos
os critérios. Os resultados foram comparados e mostrou-se que o critério da DNV
permite o uso de configurações de risers que não são aceitas pelo critério da API.
Foi verificado que para a análise de um SLWR (Steel Lazy Wave Riser) o código da
API é mais conservador que o formato da DNV. Existem duas razões principais
para isso. A primeira é o diferente fator de segurança aplicado para os
carregamentos funcionais e ambientais usado pela DNV em contraste com apenas
um fator que é usado pela API. O segundo ponto é que as equações de estado
limite da DNV são baseadas no momento plástico completo da seção do cabo
(SAGRILO et al., 2005).
É importante lembrar que todas as cargas que contribuem para o dano à fadiga do
riser são de natureza crítica. Um número de ciclos ou probabilidade de ocorrência
para cada tipo de carga deve ser conhecido para estimar o dano esperado. Esta
informação é usualmente dada em termos de número de ciclos de onda para uma
análise determinística e número de tempestades para uma análise espectral
(estocástica).
No método SN, variações de pico de tensão são calculadas para cada ponto do
diagrama de dispersão (formado pelos estados de mar esperados juntamente com
sua probabilidade de ocorrência). Estas variações de pico são iguais ao produto
das tensões de parede do tubo dinâmico obtidas da análise global do riser, que são
calculadas dos momentos fletores dinâmicos e das variações de tração dinâmica.
O cálculo do dano deve ser feito para ambas as excitações, da ordem da onda e de
baixa frequência, e então combiná-los com os resultantes da análise de VIV. Fazer
esta combinação permanece problemático, pois simplesmente adicionar
separadamente os danos calculados baseado em hipóteses de espectros de banda
estreita parece ser não conservador assim como basear-se na tensão RMS total é
59
muito conservador. Uma proposta bi-modal tem sido utilizada e tem se apresentado
menos conservadora (TORRES et al., 2004).
4. FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
A equação usada para descrever as deflexões desse duto, r(x,t), devido às forças de
correnteza e gravidade para um instante t > 0 e uma posição ao longo do duto, pode
ser apresentada como:
Figura 4.1: Esquema do sistema de coordenadas do duto (Fonte: Adaptada de Furnes e Sorensen,
2007).
FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
r r 4r r
( M ) ( R f Rs ) EI 4 (T ) F Gi (4.1)
t t t x x x
M ms C a D 2 (4.2)
4
R f = γρD 2 wn
(4.3)
Rs 2Mwn (4.4)
wn20
wn (4.5)
Ca
1 *
m
SL
T T0 EA
L . (4.6)
Onde A diz respeito à seção de parede e a elongação do duto S – L é dada por sua
deflexão. FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
Conforme mencionado, G refere-se à contribuição da gravidade e, neste caso, é
apresentada em uma forma reduzida (flutuação menos força da gravidade),
enquanto F é a excitação hidrodinâmica devido às correntezas oceânicas,
usualmente apresentada como:
1
F CT D U U
2 . (4.7)
62
CT CD iCL (4.8)
Sabe-se que para cilindros estacionários estes coeficientes são razoavelmente bem
documentados e apresentados como funções do número de Reynolds. No entanto,
quando o um duto começa a oscilar, deflexões estruturais afetam o fluido e,
portanto, os coeficientes de arrasto e de sustentação deixam de exibir uma
dependência facilmente compreensível com a variação do número de Reynolds.
aZ
CD C0 (1 K i ) Ci
FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
D (4.9)
2qy q y Ay 2 ry
y f s (q - 1)
2
y 4 f qy
s
2
(4.10)
t 2 t D t 2
2qz q z Az 2 rz
f
z s ( q 2
z - 1) f s
2
q z (4.11)
t 2 t D t 2
N a 1.
Para resolução da equação (4.1) são requeridas duas condições iniciais e quatro
condições de contorno, as quais para um duto de extremidades articuladas, FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
inicialmente em repouso, podem ser expressas por:
r ( x,0) r0 (4.12)
r ( x,0)
0 (4.13)
t
r (0, t ) = r ( L, t ) = 0 (4.14)
2 r (0, t ) 2 r ( L, t )
0 (4.15)
x 2 x 2
64
Cumpre destacar que, na forma apresentada, a equação (4.1) não tem solução
direta, fazendo-se necessárias algumas modificações que envolvem adoção de
escalas múltiplas, transformada de Fourier, representação matricial e integração
numérica.
Onde:
Rf + Rs
2αn =
M (4.17)
T 2 2 EI
f nv2 2
n 1 2 n 2 2 (4.18)
ML TL
2 rˆ rˆ
2 f 2 (t )rˆ H (t ) (4.19)
t 2
t
Em linhas gerais, este algoritmo possui estrutura orientada a objetos, o que facilita o
rápido desenvolvimento de sistemas para análises estáticas e dinâmicas não-
lineares de cabos submarinos esbeltos, tais como linhas flexíveis, umbilicais, risers
rígidos em catenária (SCR), entre outros. As análises são realizadas no domínio do
tempo4 e quantificam a dinâmica das estruturas sob a influência direta da
correnteza, indireta das ondas regulares e irregulares de superfície, bem como
forças de contato com o solo e de flutuadores ou pesos concentrados ao longo do
comprimento da linha.
FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
abordagem espiral programada em linguagem C++, através de classes concretas e
abstratas baseadas no método dos elementos finitos.
Desta forma, risers e linhas de amarração são descritos por meio de uma malha
unidimensional de elementos finitos, cuja seleção de tipo (treliça ou viga) estará
relacionada à estrutura a ser modelada, por exemplo, elementos de treliça para
linhas de amarração uma vez que sua rigidez é essencialmente axial, enquanto
4
Mais adiante, em uma seção específica, serão tecidas algumas considerações a este respeito.
66
risers serão descritos por elementos de viga, que respondem à forças de torção,
flexão, cisalhantes e normais.
Figura 4.2: Esquema das classes para consideração dos carregamentos ambientais.
FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
adaptações), através de classes homônimas que são compulsoriamente criadas
junto com o modelo. Ainda no esquema da Figura 4.2, verifica-se a existência da
classe Wave a qual é responsável pela consideração dos esforços resultantes das
ondas de superfície, consequentemente não utilizada no presente estudo.
A título de revisão, cumpre mencionar que uma das principais vantagens dos
algoritmos de integração implícita é sua estabilidade incondicional, porém esta é
apenas aplicável em problemas lineares. O Doolines, por sua vez, considera
problemas altamente não-lineares e, portanto, vale-se da integração explícita,
sempre associada a sistemas de equações acopladas.
FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
2000).
Além disso, a maioria dos métodos são condicionalmente estáveis, significando que
o tamanho do intervalo de tempo deve estar abaixo de certo limite para a análise
gerar resultados significativos, o que não é o caso desta pesquisa. Para estes
casos, um dos métodos mais populares é o de aceleração média constante de
Newmark, que é estável para qualquer intervalo de tempo (ou seja,
incondicionalmente estável). No entanto, todos os métodos exigem que o intervalo
de tempo seja pequeno o suficiente para precisamente refletir frequências
importantes na carga ou resposta. Isso é análogo à apropriada discretização
espacial do modelo e seleção cuidadosa de frequências no método do domínio da
FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
frequência.
FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
70
5
Programa comercial que permite a análise dinâmica no domínio do tempo de elementos de um
sistema offshore, tais como risers, embarcações e bóias. A cada instante de tempo gera
automaticamente carregamentos ambientais (de vento, correnteza e onda), calculados em cada
ponto no espaço.
71
Propriedade Riser
O modelo do riser, cilindro flexível com grande razão de aspecto, caracterizou-se por
um esqueleto de fósforo e bronze inserido em um tubo fluoroplástico de 0,5mm de
espessura e diâmetro externo de 28mm. A Tabela 5.1 traz as dimensões e
propriedades físico-mecânicas do riser, modelo ensaiado.
A instrumentação desse modelo, por sua vez, foi constituída por 32 extensômetros
(strain gauges), 03 acelerômetros, 01 célula de carga no topo e outra no fundo de
modo a permitir o monitoramento dos esforços e movimentos do riser durante o
experimento.
Esse conjunto, estrutura mais instrumentação, foi instalado entre juntas universais
que caracterizam as condições de contorno como articuladas. Além disso, na parte
Tabela 5.2: Coeficientes hidrodinâmicos utilizados de acordo com Chaplin et al., 2005a.
Ay 12
Ki 0,444
εz 0,3
εy 0,3
Cl0 0,3
Ci0 0,1
Casos 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Vel. (m/s) 0,16 0,21 0,31 0,40 0,54 0,60 0,70 0,85 0,95
74
Tabela 5.5: Perfil de correnteza adotado nos ensaios. Exemplo para o caso de velocidade máxima
igual a 0,31 m/s.
8,24 0,00
8,25 0,31
Tomando como base os valores fornecidos pelo programa OrcaFlex, a Tabela 5.6
também apresenta os desvios percentuais entre o Doolines e aquele programa.
Nota-se que, de acordo com aquela tabela, em termos das frequências naturais o
maior desvio encontrado foi de aproximadamente 1,8%.
Tabela 5.6: Comparação entre frequências naturais para o riser biarticulado obtidas com o OrcaFlex e
com o Doolines.
Modo Natural
Assim, a Figura 5.2 apresenta a elástica para o primeiro modo de vibrar na direção
inline, ou seja, a direção do escoamento. Note-se que os gráficos dizem respeito à
envoltória de oscilações, caracterizado pelos deslocamentos máximos e mínimos
durante os testes de decaimento.
0.9
0.8
0.7
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0.9
0.8
0.7
Coordenada Axial [-]
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
-0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
Deslocamento Inline ao Redor da Média[-]
Os gráficos da Figura 5.4 e da Figura 5.5 mostram que nas direções transversal e
longitudinal os modos predominantes são, respectivamente, o segundo e o quarto
modos, apesar de existirem pequenas evidências de uma provável contribuição
advinda de outros modos. Esta relação de duplicidade, 2º e 4º, de certa forma
também está relacionada com um aspecto muito importante do fenômeno de VIV,
segundo o qual as frequências de oscilação na direção da correnteza incidente
guardam uma relação de dois com as frequências na direção transversal. Se o
leitor consultar a Tabela 5.6, página 76, perceberá que para a tração de 457 N, o 2º
e 4º modos apresentam frequências naturais muito próximas de uma relação igual a
2, daí uma justificativa para o resultado encontrado experimentalmente e
reproduzido numericamente.
1
1.0
0.9
0.9
0.8
0.8
0.7
0.7
C o o rd e n a d a A x ia l [ -]
0.6
0.6
0.5 0.5
0.4 0.4
0.3 0.3
0.2 0.2
0.1 0.1
0 0.0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4
‐1.0 ‐0.5 0.0 0.5 1.0
(a) (b)
Figura 5.4: Envoltórias de deslocamento transversal – Caso 1 ou 0,16 m/s. (a) Resultados
numéricos. (b) Resultados experimentais.
1 1.0
0.9 0.9
0.8 0.8
Coordenada Axial [‐]
0.7 0.7
C o o rd e n a d a A x ia l [ -]
0.6 0.6
0.5 0.5
0.4
0.4
0.3
0.3
0.2
0.2
0.1
0.1
0.0
0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 ‐0.4 ‐0.2 0.0 0.2 0.4
Deslocamento Inline ao Redor da Média[-]
Coordenada Inline [‐]
(a) (b)
Acredita-se que esta diferença tenha relação direta com um aspecto experimental
impossível de ser modelado numericamente com exatidão e que será discutido mais
adiante.
Apesar disso, a Figura 5.6 continua mostrando uma diferença quantitativa quanto
aos delocamentos adimensionais.
0.6 0.6
0.5
0.5
0.4
0.4
0.3
0.3
0.2
0.2
0.1
0.1
0.0
0 0.0 0.5 1.0 1.5
0 0.5 1 1.5
Deslocamento Inline Médio [‐]
Deslocamento Inline Médio[-]
(a) (b)
Figura 5.6: Deslocamento médio na direção longitudinal – Caso 1 ou 0,16 m/s. (a) Resultados
numéricos. (b) Resultados experimentais.
1 1.0
0.9 0.9
0.8 0.8
Coordenada Axial [‐]
0.7 0.7
C o o rd e n a d a A x ia l [-]
0.6 0.6
0.5 0.5
0.4 0.4
0.3
0.3
0.2
0.2
0.1
0.1
0.0
0
-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 ‐1.0 ‐0.5 0.0 0.5 1.0
(a) (b)
Figura 5.7: Envoltórias de deslocamento transversal – Caso 4 ou 0,40 m/s. (a) Resultados
numéricos. (b) Resultados experimentais.
1
1.0
0.9 0.9
0.8 0.8
Coordenada Axial [‐]
0.7 0.7
C o o rd e n a d a A x ia l [-]
0.6 0.6
0.5 0.5
0.4 0.4
0.3
0.3
0.2
0.2
0.1
0.1
0.0
0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 ‐0.4 ‐0.2 0.0 0.2 0.4
Deslocamento Inline ao Redor da Média[-]
Coordenada Inline [‐]
(a) (b)
1
1.0
0.9 0.9
0.8 0.8
Coordenada Axial [‐]
0.7 0.7
C o o rd e n a d a A x ia l [-]
0.6
0.6
0.5
0.5
0.4
0.4
0.3
0.3
0.2
0.2
0.1
0.1 0.0
0 0.0 2.0 4.0 6.0
0 1 2 3 4 5 6 Deslocamento Inline Médio [‐]
(a) (b)
Figura 5.9: Deslocamento médio na direção longitudinal – Caso 4 ou 0,40 m/s. (a) Resultados
numéricos. (b) Resultados experimentais.
De acordo com a Figura 5.10, pode-se notar que na medida em que se caminha em
direção à extremidade superior do riser, duas contribuições em frequência
diminuem em termos de energia, podendo-se especular que esta constatação
esteja relacionada a um processo de dissipação ao longo do riser. Assim, na parte
inferior, onde essas frequências apresentam maior energia quando comparada com
aquela evidenciada na porção superior do riser, pode estar havendo algum tipo de
interferência entre ondas progressivas e estacionárias.
Por outro lado, considera-se que no experimento não se pode notar tal
comportamento também devido à presença do sistema de molas, que alivia a
tração na linha dissipando a energia das ondas de flexão junto do fundo. Conforme
mencioanado, esta característica talvez fique mais clara com a discussão tecida na
seção 5.4.3.
83
(c)
Por fim, a tabela a seguir mostra um resumo em termos dos modos predominantes
nas respostas dos Casos de 1 a 9. Observa-se que na medida em que a velocidade
de correnteza é aumentada, modificam-se os modos identificados a partir do
experimento e do modelo numérico-fenomenológico, porém sempre muito próximos.
Tabela 5.7: Resumo dos modos predominantes segundo observação das envoltórias de movimento.
Modos Excitados
Caso Fonte Direção Direção
Longitudinal Transversal
Doolines 4 2
1
Doolines 6 3
2
Experimento Não divulgado 3
Doolines 7 4
3
Experimento 7 4
Doolines 7 4
4
Experimento 9 5
Doolines 9 5
5
Experimento 10 6
Doolines 10 5
6
Experimento 11 6
Doolines 10 5
7
Experimento 12 7
Doolines 11 6
8
Experimento 12 7
Doolines 11 6
9
Experimento 13 8
85
Figura 5.11: Espectros de potência a partir dos registros de deslocamento na posição a 75% do
comprimento do riser, medida a partir da parte superior – Caso 1 ou 0,16 m/s. (a) Direção
longitudinal. (b) Direção transversal.
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
Y /D
0
-0.05
-0.1
-0.15
-0.2
-0.25
0.7 0.75 0.8 0.85 0.9 0.95 1
Figura 5.12: Trajetória de um ponto a 75% do comprimento do riser, medido a partir de sua
extremidade superior.
0.9
X/D
0.8
0.7
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.5
Y/D
-0.5
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
-9.907
Z/D
-9.907
-9.9071
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)
Figura 5.13: Séries temporais de um ponto a 75% do comprimento do riser, medido a partir de sua
extremidade superior.
Pode-se notar uma grande diferença entre os valores de tração obtidos para os
diferentes casos, a qual é aumentada para os casos com maior velocidade.
Casos 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Tração Doolines (N) 458 538 743 1025 1343 1552 1927 2380 2800
Tração Experimento (N) 405 407 457 506 598 670 743 923 1002
É de suma importância, no entanto, comentar que esse resultado pode ter uma
justificativa bastante forte, uma vez que, no experimento havia um sistema de
molas que aliviava a tração no riser, como esclarece o seguinte trecho retirado de
Chaplin et al. (2005a). “The riser was installed with universal joints at each end and
at the top it was suspended from a tensioning system. This consisted of a parallel
array of extension springs connected between the universal joint and an upper
beam whose elevation could be adjusted from outside the vacuum tank. The springs
88
also ensured that the riser’s tensile limit was never exceeded by the increase in
loading associated with drag”.
Assim sendo, era de se esperar que os valores de tração mais baixos divulgados
pelo trabalho experimental (associado a menores valores de deslocamento da
elástica na direção da correnteza incidente) estivessem relacionados à presença do
sistema de alívio da tração no riser. Em decorrência disso, aventa-se que a
amplificação dinâmica claramente manifestada nas simulações numéricas, dada a
construção do modelo fenomenológico, tenha sua ocorrência experimental
mascarada pela própria construção do aparato de ensaio. Na comparação entre os
deslocamentos longitudinais dos resultados experimentais observa-se que estes
são sempre menores que os respectivamente obtidos a partir das simulações com
Tabela 5.9: Comparação entre valores de tração, focada na influência do sistema experimental de
alívio.
Experimento 1002 N
A Tabela 5.9 mostra que a simples consideração deste aspecto é capaz de permitir
uma maior proximidade entre os resultados experimentais e numéricos em termos
de tração.
89
1.0
0.9
0.8
Coordenada Axial [‐]
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0.0
‐2.0 ‐1.0 0.0 1.0 2.0
(a) (b)
1.0
0.9
0.8
Coordenada Axial [‐]
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0.0
‐0.4 ‐0.2 0.0 0.2 0.4
Deslocamento Inline [‐]
(a) (b)
1.0
0.9
0.8
Coordenada Axial [‐]
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0.0
0.0 5.0 10.0 15.0 20.0
Deslocamento Inline Médio [‐]
Figura 5.17: Deslocamento médio na direção longitudinal – Caso 9 ou 0,95 m/s e a presença do
elemento de menor rigidez.(a) Resultados numéricos. (b) Resultados experimentais.
Resultados complementares aos até aqui discutidos são trazidos no Anexo A deste
texto.
Além disso, a ferramenta para análise das VIV contida no OrcaFlex oferece a
alternativa de escolha dentre quatro modelos no domínio do tempo. Entre os
modelos disponíveis, utilizou-se aquele baseado nos trabalhos de Iwan e Blevins
(1974), com os parâmetros apresentados na Tabela 6.1, recomendados pelos
desenvolvedores do programa e, calibrados a partir de experimentos com cilindros
suportados por molas (ORCINA, 2009).
Strouhal a0 a1 a2 a3 a4
Adicionalmente, para todos os modelos disponíveis neste programa a força de APLICAÇÃO À RISER TOWER
vorticidade aplicada na análise estática é a força de arrasto de Morison e durante o
estágio inicial da simulação (build-up) uma função rampa é usada para imposição
suave das forças de vorticidade dadas pelo modelo de VIV.
Figura 6.1: Esquema da riser tower com extremidade inferior articulada e superior livre.
Cada elemento, subdivisão do riser ou mesmo a bóia, pode ser exposto a uma
intensidade de correnteza, esta obedecendo a um perfil pré-estabelecido. Cada um
dos elementos tem liberdade para oscilar paralela e transversalmente ao
escoamento incidente e está acoplado a um par de osciladores fluidos do tipo van
der Pol, como descrito na apresentação do modelo fenomenológico utilizado nesta
pesquisa. Estes osciladores simulam a emissão de vórtices e, consequentemente, a
natureza cíclica dos coeficientes de arrasto e sustentação durante a ocorrência dos
fenômenos de VIV no riser e VIM na bóia.
Assim como feito para o riser duplamente articulado do Capítulo 5, foram realizadas
análises de decaimento para a riser tower, com o objetivo inicial de comparar o
modelo estrutural do Doolines com aquele utilizado pelo OrcaFlex. As dez primeiras
frequências naturais para o caso de pré-tração igual a 457 N são apresentadas na
Tabela 6.3.
Tomando como base os valores fornecidos pelo programa OrcaFlex, a Tabela 6.3
também apresenta os desvios percentuais entre o Doolines e este programa.
Em termos das frequências naturais, nota-se que o maior desvio encontrado foi de
aproximadamente 4,85%. Percebe-se também que houve um aumento da diferença
em relação ao riser duplamente articulado do Capítulo 5, onde o máximo erro
percentual foi de 1,8%.
Mesmo com essas diferenças notam-se resultados bastante consistentes entre si.
99
Tabela 6.3: Comparação das frequências naturais para a riser tower obtidas com o OrcaFlex e com o
Doolines.
Pré-tração de 457 N
Natural
Modo
De acordo com estas figuras, percebe-se uma boa correspondência entre os modos
naturais. Além disso, os resultados obtidos a partir do Doolines parecem
representar melhor os efeitos causados pela bóia na extremidade superior do riser,
identificados pela alteração nos valores adimensionais das envoltórias próximas
dessa região. O OrcaFlex, por outro lado, parece não apresentar indício deste
efeito.
APLICAÇÃO À RISER TOWER
De qualquer forma, em termos de comparações devido ao dano por flexão essas
diferenças não devem comprometer as análises do próximo capítulo, visto que
deverão ser desenvolvidas a partir de valores máximos de curvatura.
Além disso, não se pode esquecer que os resultados apresentados nesta seção
dizem respeito a oscilações livres e que, mediante imposição dos efeitos forçantes
das VIV, outras diferenças podem se caracterizar como mais importantes.
101
Figura 6.3: Envoltória dos cinco primeiros modos de vibrar. Pré-tração de 457 N – Doolines.
Vale notar que tal estratégia tem o objetivo de mostrar a capacidade preditiva do
modelo fenomenológico-estrutural em capturar a essência da interação fluido-
estrutural, mesmo quando elementos de características significativamente
diferentes são adicionados, no caso a bóia de subsuperfície da riser tower.
102
Neste sentido, a Figura 6.4 apresenta a variação dos deslocamentos nas direções
longitudinal (em torno da média) e transversal, adimensionalizados pelo diâmetro
do riser, em função da coordenada axial, ou seja, z.
(a) (b)
Figura 6.5: (a) Deslocamento médio na direção inline adimensionalizado. (b) Envoltória do
deslocamento na direção transversal adimensionalizado. Resultados do OrcaFlex com correnteza
uniforme de 0,60 m/s.
(a) (b)
Figura 6.6: (a) Deslocamento médio na direção longitudinal adimensionalizado pelo diâmetro do
riser. (b) Trajetória para o nó a 10% do comprimento a partir do topo. Correnteza de 0,60 m/s
Comparando-se a Figura 6.5 (a) com a Figura 6.6 observa-se que também há
Pela Figura 6.7 observa-se que esta mesma “figura em oito” típica de trajetórias de
VIV é obtida ao longo de toda a linha, inclusive na região da bóia que está sujeita
ao fenômeno de VIM. Nesta figura os deslocamentos foram adimensionalizados
pelo diâmetro do riser, assim evidenciando a diferença de ordem de grandeza dos
movimentos no riser e na bóia.
A Figura 6.8 apresenta séries temporais das forças de arrasto e sustentação para
cinco nós ao longo do modelo. O primeiro é o nó intermediário da bóia, a 3% do
comprimento a partir do topo. Os demais nós são distribuídos ao longo do riser
105
Figura 6.8: Série temporal das forças de sustentação e arrasto para cinco nós ao longo do sistema
riser tower. Correnteza de 0,60 m/s
(a) (b)
Figura 6.9: Envoltória de tração efetiva ao longo do modelo: (a) Doolines, (b) OrcaFlex. Correnteza
de 0,60 m/s
Figura 6.10: Curvatura ao longo do modelo: (a) Doolines, (b) OrcaFlex. Correnteza de 0,60 m/s
Nas figuras que seguem são apresentados os resultados para os casos simulados,
considerando-se as características de um sistema riser tower mais próximo do real,
apresentadas na Tabela 6.2. Estes resultados mostram a diversidade de aspectos
passíveis de identificação a partir da simples variação da velocidade de correnteza
incidente. Na Figura 6.11 são apresentadas série temporais das forças de
sustentação e arrasto na bóia (nó 5) e ao longo do riser (nós 15, 25, 35 e 60),
referentes à velocidade de 0,25 m/s.
107
A Figura 6.12 apresenta resultados análogos para a velocidade de 0,5 m/s; a Figura
6.13 para 1,0 m/s e a Figura 6.14 para 1,5 m/s.
Em velocidades mais altas, ver Figura 6.14, modulação das forças de arrasto
e sustentação junto ao fundo, provavelmente associadas ao movimento
devido ao VIM na bóia. Lembra-se que nesta região próxima ao fundo a
contribuição devido ao peso próprio da linha é mínima, daí a provável maior
suscetibilidade aos efeitos das oscilações de topo;
Figura 6.11: Forças de Sustentação e Arrasto para o caso com correnteza de 0,25 m/s
108
Figura 6.12: Forças de Sustentação e Arrasto para o caso com correnteza de 0,5 m/s
Figura 6.13: Forças de Sustentação e Arrasto para o caso com correnteza de 1,0 m/s
Figura 6.14: Forças de Sustentação e Arrasto para o caso com correnteza de 1,5 m/s
109
Figura 6.15: Forças de Tração para cada um dos casos de velocidade da correnteza: (a) 0,25 m/s,
(b) 0,5 m/s, (c) 1,0 m/s e (d) 1,5 m/s
7. ANÁLISES DE FADIGA
No próximo item são apresentados gráficos das tensões devido à tração e flexão,
bem como da vida à fadiga da estrutura. Esses gráficos são comparados com os do
OrcaFlex, semelhante ao que foi realizado nas seções anteriores.
B1 4 15,117
ANÁLISES DE FADIGA
Figura 7.2: Curvas SN em ar para estruturas oceânicas (Fonte: Adaptada de DNV, 2008).
tensões foi considerado igual a 1,0, porém ressalta-se que esta não é uma limitação
do modelo sendo que o projetista pode fornecer valores superiores, de acordo com o
sistema em análise.
Figura 7.3: Esquema do duto para cálculo de tensões (Fonte: adaptada de Orcina, 2009). ANÁLISES DE FADIGA
Figura 7.4: Séries temporais das tensões para 4 nós ao longo do riser: 25, 33, 52 e 98% do
comprimento a partir do topo. Correnteza de 0,60 m/s.
ANÁLISES DE FADIGA
Figura 7.5: Série temporal e envoltória da tensão sobre o riser. Correnteza de 0,60 m/s.
115
Como resultado das diferenças dos algoritmos, discutidas no capítulo anterior, pode-
se observar variação nos valores de tensão obtidos, o que certamente influencia de
maneira direta o cálculo da vida à fadiga, conforme apresentado na Figura 7.6. O
resultado de vida à fadiga apresentado na Figura 7.6 considera os efeitos tanto de
VIV quanto de VIM, somente sob a ótica do riser vertical, ou seja, coordenada axial
(z) a partir de 1m.
11
10
10
10
Vida à fadiga (anos)
9
10
8
10
7
10
6
10
2 4 6 8 10 12 14
Coordenada Axial (m)
Figura 7.6: Vida à fadiga ao longo do comprimento do riser. Correnteza de 0,60 m/s.
ANÁLISES DE FADIGA
Pela comparação da Figura 7.7 com a Figura 7.4 observa-se que, apesar das
diferenças discutidas na seção anterior, com relação aos valores de tração e
curvatura, estas se tornam pouco significativas em termos de tensão extremas,
porém, consideráveis em termos de períodos o que afeta diretamente a fadiga,
como pode ser visto pela comparação da Figura 7.6 com a Figura 7.8.
116
Ressalta-se que a vida à fadiga não deve ser compreendida apenas por seu valor
quantitativo, pois, devido aos expoentes associados a esse fenômeno, pequenas
variações no número de ciclos ou nas tensões ocasionam diferenças significativas
em termos de vida à fadiga.
Figura 7.7: Séries temporais da tensão: (a) devida à tração, (b) devida à flexão e (c) resultante. Nó a
Além disso, como observado também por Chaplin et al. (2005b) os resultados do
OrcaFlex mostraram-se até 100% mais conservadores em termos de curvatura o
ANÁLISES DE FADIGA
Figura 7.8: Vida à fadiga ao longo do comprimento do riser - OrcaFlex. Correnteza de 0,60 m/s.
ANÁLISES DE FADIGA
118
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
que acabam sendo amplificadas pela própria complexidade do problema, ainda que
se leve em consideração aspectos importantes com as variações consideráveis nas
características físico-mecânicas da estrutura (rigidez, peso e mesmo diâmetro).
9. PERSPECTIVAS
PERSPECTIVAS
122
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
130
Nó 38 - CurrentRisCase1
1
0.9
X/D 0.8
0.7
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.5
Y/D
-0.5
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
-9.907
-9.9071
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)
Nó 38 - CurrentRisCase1
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
Y/D
-0.05
-0.1
-0.15
-0.2
-0.25
0.7 0.75 0.8 0.85 0.9 0.95 1
X/D
Nó 38 - CurrentRisCase1
3.5
1.5
0
0 5 10 15
Frequência (Hz)
Nó 38 - CurrentRisCase1
8
7
Espectro de deslocamento em Y (m2s)
0
0 5 10 15
Frequencia (Hz)
Nó 38 - CurrentRisCase1
0.012
0.01
0.006
0.004
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)
Nó 38 - CurrentRisCase1
360
Tração (N)
340
320
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.2
Sustentação (N)
-0.2
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
2
Arrasto (N)
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)
Nó 38 - CurrentRisCase1
18000
16000
14000
Espectro de Tração (N2s)
12000
10000
8000
6000
4000
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)
Nó 38 - CurrentRisCase1
250
Espectro da Força de Sustentação (N2s)
200
150
100
50
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)
Nó 38 - CurrentRisCase1
900
800
700
500
400
300
200
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)
CurrentRisCase1
1
0.9
0.8
0.7
Coordenada Axial [-]
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4
Deslocamento Inline ao Redor da Média[-]
CurrentRisCase1
1
0.9
0.8
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0
0 0.5 1 1.5
Deslocamento Inline Médio[-]
CurrentRisCase1
1
0.9
0.8
0.7
Coordenada Axial [-]
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4
Deslocamento Cross-flow [-]
Nó 10(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 15(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 25(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.05
Nó 27(N)
0
-0.05
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0
-0.2
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 15(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 25(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.2
Nó 27(N)
0
-0.2
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 29(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)
Tração - CurrentRisCase1
450
Nó 10(N)
400
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
450
Nó 15(N) 400
350
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
400
Nó 25(N)
380
360
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
400
Nó 27(N)
380
360
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
380
360
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)
CurrentRisCase1
480
460
440
420
Envelope de Tração (N)
400
380
360
340
320
300
280
0 2 4 6 8 10 12
Coordenada Axial (m)
Nó 38 - CurrentRisCase4
2.55
2.5
X/D 2.45
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.05
Y/D
-0.05
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
-9.9075
-9.9075
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)
Nó 38 - CurrentRisCase4
0.05
0.04
0.03
0.02
0.01
Y/D
-0.01
-0.02
-0.03
-0.04
-0.05
2.435 2.44 2.445 2.45 2.455 2.46 2.465 2.47 2.475 2.48 2.485
X/D
Nó 38 - CurrentRisCase4
0.8
0.7
0.5
0.4
0.3
0.2
0
0 5 10 15
Frequência (Hz)
Nó 38 - CurrentRisCase4
1.8
1.6
Espectro de deslocamento em Y (m2s)
1.4
1.2
0.8
0.6
0.4
0.2
0
0 5 10 15
Frequencia (Hz)
Nó 38 - CurrentRisCase4
0.025
0.015
0.01
0.005
Nó 38 - CurrentRisCase4
1000
Tração (N)
900
800
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Sustentação (N)
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
10
Arrasto (N)
-5
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)
4
x 10 Nó 38 - CurrentRisCase4
12
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)
Nó 38 - CurrentRisCase4
1400
1200
Espectro da Força de Sustentação (N2s)
1000
800
600
400
200
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)
Nó 38 - CurrentRisCase4
4000
3500
2500
2000
1500
1000
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)
CurrentRisCase4
1
0.9
0.8
0.7
Coordenada Axial [-]
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4
Deslocamento Inline ao Redor da Média[-]
CurrentRisCase4
1
0.9
0.8
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0
0 1 2 3 4 5 6
Deslocamento Inline Médio[-]
CurrentRisCase4
1
0.9
0.8
0.7
Coordenada Axial [-]
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Deslocamento Cross-flow [-]
Nó 10(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 15(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 25(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.2
Nó 27(N)
0
-0.2
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0
-2
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 15(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 25(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 27(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
10
Nó 29(N)
0
-10
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)
Tração - CurrentRisCase4
1100
Nó 10(N)
1000
900
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1200
Nó 15(N)
1000
800
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1200
Nó 25(N)
1000
800
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1200
Nó 27(N)
1000
800
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1200
1000
800
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)
CurrentRisCase4
1150
1100
1050
Envelope de Tração (N)
1000
950
900
850
800
750
0 2 4 6 8 10 12
Coordenada Axial (m)
Nó 38 - CurrentRisCase9
5.1
X/D 4.9
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.5
Y/D
-0.5
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
-9.9089
Z/D
-9.909
-9.9091
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)
Nó 38 - CurrentRisCase9
0.4
0.3
0.2
0.1
Y/D
-0.1
-0.2
-0.3
-0.4
4.75 4.8 4.85 4.9 4.95 5
X/D
Nó 38 - CurrentRisCase9
3
2.5
1.5
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Frequência (Hz)
Nó 38 - CurrentRisCase9
14
12
Espectro de deslocamento em Y (m2s)
10
0
0 5 10 15
Frequencia (Hz)
Nó 38 - CurrentRisCase9
0.08
0.07
0.05
0.04
0.03
0.02
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)
Nó 38 - CurrentRisCase9
3000
Tração (N)
2800
2600
2400
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
10
Sustentação (N)
-10
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
100
Arrasto (N)
50
0
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)
5
x 10 Nó 38 - CurrentRisCase9
2
1.8
1.6
1.2
0.8
0.6
0.4
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)
Nó 38 - CurrentRisCase9
12000
10000
Espectro da Força de Sustentação (N2s)
8000
6000
4000
2000
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)
4
x 10 Nó 38 - CurrentRisCase9
3.5
1.5
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)
CurrentRisCase9
1
0.9
0.8
0.7
Coordenada Axial [-]
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4
Deslocamento Inline ao Redor da Média[-]
CurrentRisCase9
1
0.9
0.8
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0
0 5 10 15
Deslocamento Inline Médio[-]
CurrentRisCase9
1
0.9
0.8
0.7
Coordenada Axial [-]
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
-1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Deslocamento Cross-flow [-]
Nó 10(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 15(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 25(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
2
Nó 27(N)
0
-2
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0
-10
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 15(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 25(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
10
Nó 27(N)
0
-10
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
100
Nó 29(N)
0
-100
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)
Tração - CurrentRisCase9
3000
Nó 10(N)
2800
2600
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
3000
Nó 15(N)
2800
2600
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
3000
Nó 25(N)
2500
2000
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
3000
Nó 27(N)
2500
2000
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
3000
2500
2000
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)
CurrentRisCase9
3100
3000
2900
Envelope de Tração (N)
2800
2700
2600
2500
2400
2300
0 2 4 6 8 10 12
Coordenada Axial (m)
Nó 38 - CurrentRisMola
17
X/D
16.5
16
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
0.2
Y/D
-0.2
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
-9.944
-9.946
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)
Nó 38 - CurrentRisMola
0.2
0.15
0.1
0.05
Y/D
-0.05
-0.1
-0.15
-0.2
16.3 16.4 16.5 16.6 16.7 16.8 16.9 17
X/D
Nó 38 - CurrentRisMola
9
0
0 5 10 15
Frequência (Hz)
Nó 38 - CurrentRisMola
6
5
Espectro de deslocamento em Y (m2s)
0
0 5 10 15
Frequencia (Hz)
Nó 38 - CurrentRisMola
0.8
0.7
0.5
0.4
0.3
0.2
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)
Nó 38 - CurrentRisMola
1500
Tração (N)
1000
500
0
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
10
Sustentação (N)
-10
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
60
Arrasto (N)
40
20
0
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo (s)
5
x 10 Nó 38 - CurrentRisMola
3.5
1.5
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)
Nó 38 - CurrentRisMola
9000
8000
Espectro da Força de Sustentação (N2s)
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Frequência (Hz)
4
x 10 Nó 38 - CurrentRisMola
2.5
0.5
CurrentRisMola
1
0.9
0.8
0.7
Coordenada Axial [-]
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
-0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4
Deslocamento Inline ao Redor da Média[-]
CurrentRisMola
1
0.9
0.8
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Deslocamento Inline Médio[-]
CurrentRisMola
1
0.9
0.8
0.7
Coordenada Axial [-]
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
Deslocamento Cross-flow [-]
Nó 10(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 15(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 25(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
5
Nó 27(N)
0
-5
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
10
0
-10
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 15(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1
Nó 25(N)
0
-1
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
50
Nó 27(N)
0
-50
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
100
Nó 29(N)
0
-100
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)
ç
1200
Nó 10(N)
1000
800
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1500
Nó 15(N)
1000
500
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1500
Nó 25(N)
1000
500
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1500
Nó 27(N)
1000
500
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
1500
1000
500
40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Tempo(s)
CurrentRisMola
1400
1300
1200
1100
Envelope de Tração (N)
1000
900
800
700
600
500
400
0 2 4 6 8 10 12
Coordenada Axial (m)