Você está na página 1de 4

ATOS ADMINISTRATIVOS:

 Bloco 1 / bloco 2 / bloco 3 / bloco 4:

O ato administrativo é uma manifestação unilateral do estado ou de seus


delegatários ou bilateral por meio de contratos, no desempenho da função pública. Ato
jurídico é regido por normas de direito público, visando atender a finalidade do
interesse público, devendo estar de acordo com a lei e para que produza efeitos deve
ser publicado. Não se deve confundir com fato administrativo (acontecimento que
ocorre no mundo jurídico que interessa a administração).

Princípio da separação dos poderes – funções típicas e atípica: não é só o


executivo que executa as funções, tem-se, também, o judiciário e o legislativo.

Atributos (características) dos atos administrativos: a) presunção de


legitimidade / veracidade (verdadeiro) / legalidade (lei) / validade (lei): de acordo com
o ordenamento jurídico como um todo. É relativa porque admite prova em contrário;
b) imperatividade: é a possibilidade que a administração tem de impor obrigações
positivas / negativas para particulares, independentemente da concordância do
destinatário / particular do ato. Um parecer não tem imperatividade, porque só
apresenta valoração do conteúdo. Não estará presente em todos os atos administrativos
(atos negociais = licenças + autorização e enunciativos = pareceres – porque não tem
imposição de obrigação da administração); c) auto-executoriedade: permite a
administração a praticar / editar seus atos independente da manifestação prévia do
poder judiciário. Ex: poder de polícia – aplicação de multa, interdição de
estabelecimento, retirar pessoas do imóvel construído em local irregular. Salvaguardar
com rapidez e eficiência o interesse público. A cobrança de multa, o efeito pecuniário
da multa, a satisfação pecuniária da multa, não tem auto-executoriedade, porque não
tem como se usar de meio coercitivos para se pagar a multa, e sim, exigibilidade dos
meios coercitivos indiretos; d) tipicidade: Maria Silva Di Pietro – trabalha com esse
atributo – ideia de que o ato seja praticado de acordo com a especificidade da lei,
porém, pode os atos serem discricionários.
Requisitos de validade ou elementos de formação, art. 2º, lei nº 4.717/65: i)
competência = delimitação legal de atribuições, portanto um elemento vinculado – a
lei habilita e limita a atuação do administrador, são intransferíveis e imodificáveis,
salvo exceções da legislação. Formas de modificação da competência = delegação e
avocação, art. 12 e 15 da lei nº 9.784/99 – impedimento legal – delegação – art. 13, lei
9.784/99, súm. 510, STF, arts. 11 ao 16, lei nº 9.784/99; ii) forma: elemento
vinculado, é o meio de exteriorização do ato, maneira específica, determinada em lei,
para qual um ato administrativo deve ser praticado para que seja válido. Ex: decreto
expropriatório; iii) motivo - (ora discricionário, ora vinculado): diferente de
motivação e de móvel (vontade do agente, elemento psíquico, o que move o agente
praticar o ato). Situação de fato ou de direito que enseja ou impõe a pratica do ato.
Motivo de fato = escolha do administrador. O motivo de direito = escolha do
legislador. Motivação = exteriorização dos motivos que justificam a prática do ato
(motivação “Aliunde” e contextual), art. 50, caput e incisos da lei nº 9.784/99; iv)
objeto: deve ser lícito e moralmente aceito, realizável no mundo dos fatos. Também
denominados por alguns autores como conteúdo. Na verdade, é o efeito que o ato
produz no mundo jurídico. Representa o fim imediato, ou seja, o resultado prático a
ser alcançado pela vontade administrativa. Trata-se, portanto, do conteúdo do ato,
através do qual a administração manifesta seu poder e sua vontade. O ato pode ter mais
do que um objeto – objeto indeterminado = discricionariedade para delimitar o
conteúdo, e objeto determinado = vinculado - a lei delimita o conteúdo do ato –
licenças (ato administrativo vinculado que vai legitimar o particular a exercer uma
atividade) – autorizações e permissões são atos discricionários e precários; v)
finalidade: elemento vinculado, atuação do agente público deve estar sempre pautado
no interesse público.

Teoria dos motivos determinantes: de acordo com essa teoria, a validade


do ato depende da correspondência entre motivos nele expressos e a existência
dos fatos concretos que ensejaram a sua edição do ato. Mesmo nos atos
discricionários, onde a lei não exige motivação, caso o agente exponha os motivos
do ato, a validade da medida dependerá da citada correspondência com a
realidade. Assim, caso o motivo não seja verdadeiro ou seja inexistente, será nulo com
vícios no elemento motivo.
Delegação, arts. 11, 12, 13, lei nº 9.784/99 + art. 84, caput e p. ú. CF,
transferência de parcela de atribuição de um agente para outro. Não é obrigado a ter
hierarquia entre as autoridades, não é imprescindível a hierarquia para delegação.
A Impetração de mandado de segurança, súm. 510, STF – autoridade coatora é a
delegada, porque ela decide o juízo competente.

Avocação, art. 15, lei nº 9.784/99, puxar para si, precisa de hierarquia,
autoridade superior avoca competências dos seus subordinados. Tem que ter
excepcional interesse público, é temporária, precisa de justificativa.

Extinção dos atos administrativos:

1) Anulação ou invalidação: Motivo – ilegalidade originária. Ex:


praticado pelo agente incompetente. Quem pode anular? R= administração pública –
autotutela administrativa, art. 53, lei nº 9.784/99, súm. 346 e 473, STF e poder
judiciário, art. 5º, XXXV, CF – princípio da inafastabilidade do judiciário, (controle
exógeno, eventual e provocado) – controle de legalidade, art. 2º, CPC. Tipos de atos
que pode ser anulado = vinculados e discricionários. Efeito da anulação: retroativo =
ex tunc. Limite temporal para a administração anular seus atos ilegais, art. 54, lei nº
9.784/99 (prazo decadencial) – 5 anos, salvo má fé, se houver esse precedente do
destinatário do ato, a administração não fica presa a esse prazo de 5 anos.
2) Revogação: Motivo – mérito administrativo e não ilegalidade, ou seja,
o ato é ilegal, válido, mas se tornou inconveniente e inoportuno. Sendo um controle
de mérito, só a própria administração poderá revogá-lo, por um juízo de conveniência
e oportunidade (autotutela administrativa), art. 53, lei nº 9.784/99. PODER
JUDICIÁRIO NÃO REVOGA ATO PRATICADO PELA ADMINISTRAÇÃO,
PORQUE ELE NÃO CONTROLA MÉRITO ADMINISTRATIVO. O efeito da
revogação é ex tunc. Atenção! Atos administrativos irrevogáveis – atos que exauriram
os seus efeitos, os que geraram direitos adquiridos, atos vinculados (competência,
forma, finalidade, mérito e objeto) – não tem mérito administrativo.
3) Cassação: Motivo – ilegalidade superveniente. Natureza de ato
punitivo praticado pela administração em relação ao destinatário do ato. É a extinção
do ato por descumprimento das condições fixadas pela administração ou ilegalidade
superveniente imputada ao beneficiário do ato. Como é uma verdadeira sanção deve
ser observado ampla defesa e contraditório e deve ser aplicada por prazo determinado,
gerando efeito ex nunc.
4) Caducidade: como extinção = quando uma nova lei surge e vai
impedir o ato de continuar a sobreviver no mundo jurídico. É a extinção do ato
quando a situação nele contemplada não é mais tolerada pela nova legislação. O
ato é editado regularmente, mas se torna ilegal em virtude da alteração legislativa.
Incide só sobre atos discricionários e precários que não geram direito adquirido, sob
pena de violar o art. 5ª, XXXVI, CF – princípio da segurança jurídica.

Sanatória dos atos administrativos = convalidação dos atos administrativos –


vício sanável – teoria dualista = vícios sanáveis e insanáveis. Vício insanáveis não
admitem sanatória / convalidação, são os relativos ao motivo, objeto único e finalidade
(nulo). Vícios sanáveis são os relacionados à competência (ratificação), à forma
(ratificação / reforma) e ao objeto (ato plúrimo = mais de um objeto) – nem todos
podem estar viciados. A distinção entre vícios sanáveis ou não, art. 55, lei nº 9.784/99
– não pode haver lesão ao interesse público e nem de terceiros. A má fé impede a
convalidação.

Você também pode gostar