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Quarta-feira, 26. de Setembro de 1990 * | SERIE— Numero 39 BOLETIM DA REPUBLICA PUBLICAGAO OFICIAL DA REPOBLICA POPULAR DE MOCAMBIQUE t - SUMARIO Assemblela Popular: Let ns 9/90: © Aprova a Lei das Peseas. Let ns 4/90: stabelece normas de conduta, deveres'e direitos dos dirigen- ‘tes superiores do Estado. Lat ns 5/00: ‘Atinente & afectasfo de militantes ¢ outros cidadtis nas cate- ‘porian dee carreires profissionals do aparelho de Estado. ‘ASSEMBLEIA POPULAR Lei ne 3/90 de 25 do Setembro r Constituindo o sector de Pescas da Repiblica Popular de Mocambique uma importincia manifesta para o desen- nto econémico ¢ social do pats, impde-se, como condigio necesséria para o seu ordenamento, que um ploma legal adapiado ts novas realidades do pais defina © quadro juridico relativo ao planeamento € & gestio pes- queiras, a implementagao do regime de licengas, & adopgao de medidas de conservago dos recursos, & fiscalizacio da qualidade dos produtos de pesca destinados & exportagio © ao dominio da fiscalizacéo das actividades da pesca. Neste contexto, se procede agora & aprovacao da Lei das Pescas. Este diploma tem o carécter de tum texto-quadro definindo os parimetros da acco da administracdo pes- queira e das actividades dos agentes econémicos. Algumas das suas normas, em particular as que se referem 2 fisca- lizagio, sd0 imediatamente aplicdveis. Outras carecem de medidas regulamentares de execugio @ cuja adopgio pro- gressiva 0 Governo de Mosambique procederd sob impul- so da Secretaria de Estado das Pescas que vé, assim, clarificadas e confirmadas as responsabilidades que tem vindo a assumir. Nestes termos, a0 abrigo da alinea a) do artigo 44 da do da Repiblica, a Assembleia Popular deter- TITULO 1 Disposigdes preliminares Aanwo 1 (otinigbes) 1, Para os efeitos da presente lei e demais regolamentos, as expresses que se seguem significam: 1.1. Mguas maritimas: O mar tertitorial © a zona eco- némica exclusiva, tais como tefinidos no Decreto-Lei 2 31/76, de 19 de Agosto, e as dguas maritimas interiores, para aquém das linhas de base ¢ sujeitas & influéncia das ‘marés, 1.2. Aguas interiores: as aguas qué se encontram fora da acgio das marés, nomeadamente 0s rios, os lagos ¢ Ia- ‘goas sem ligago com o mar com comunicagio somente nas marés vivas, os canais ¢ outras massas aquiferas e, de um modo geral, os deptsitos de Agua susceptiveis de'criagio de-espécies aquéticas. 13. Aguas jurisdicionais: @s dguas maritimas ‘e as ‘4guas interiores acima referidas 1.4, Artes de pesca: qualquer artefacto ou instrumento destinado & pesca. 15. Pesca: @) As actividades de captura ou apanha de espécies aquiticas; 6) A procura, @ tentativa de captura ou de apanha de espécies aquiticas;: ©) Qualqiier operagio em relagéo com ou de prepa- ragdo para a captura ou apanha de espécies + aquéticas compreendendo nomeadamente a ins- talagéo ou a recolha de dispositivos para as atrair ou para a sua procura. 1.6. Pescaria: As operagdes de pesca e uma ou vérias populagdes de espécies aqudticas sobre as quais si0 ba- seadas as referidas operagdes que, tendo mta as caractoristicas geogréficas, econémicas, sociais, cientificas, técnices ou recreativas, podem ser consideradas como cons tituindo uma unidade pate fins de aproveitamento, gestio © desenvolvimento. 250-(6) z 1.7. Operacoes conexas de pesca: As operagdes que se realizam com embarcagdes no decurso do processo produ- tivo de pesca e que concorrem para a concretizagao ou rentabilizagao da actividade de pesca propriamente dita, nomeadamente: @) © transbordd de pescado ou de produtos da pesca de uma embarcagdo para outra; 6) © armazenamento, processamento ¢ transporte maritimo de quaisquer espécies aquéticas cap- turadas em guas jurisdicionais a bordo de em- barcagdes até a0 primeiro tesembarque; ©) © abastecimento ou fornecimento de embarcagdes de pesca ou quaisquer outras actividades de apoio logistico & embarcacio de pesca, quando realizadas no mar; d) Tentativa de preparagéo para qualquer uma das ‘operagoes previstas acima, quando realizedas no mat; ©) © transporte maritimo de pescadores de © para os Jugares de pesca 1.8. Aguacultura marinha: as actividades que tm por fim a reproducao, e ou o crescimento, a engorda, a manu- tengo € o melhoramento de espécies aquéticas para fins de producio sendo estas operagdes efectuadas em instala- $63 alimentadas por dguas marftimas. 1.9. Aquacultura de dgua doce: as actividades que tém por fim a reproducdo, e ou o erescimento, a engorda, a ma- uten¢ao, € 0 melhoramento de espécies aquéticas para ins de produgio sendo estas operagées efectuadas em instalagdes alimentadas por éguas interiores. 1.10. Pessou colectiva nacional: pessoa colectiva com sede social em Mocambique, tendo a maior parte das suas actividades baseadas neste pais ¢ na qual @) A patticipagéo no capital social esteja -inteira mente nas mos de cidadaos nacionais ou outras pessoas colectivas nacionais; ou +) A participagao de nacionais no capital social seja significativa e os beneficios que resultam para © pafs das suas actividades conduzam 0 Secre- tério de Estado das Pescas, através de despacho devidamente fundamentado e publicado, a con- Cerirlhe 0 estatuto de pessoa colectiva nacional para fins da aplicago da presente lei, de acordo com critérios a definir por via regulamentar; ©) Apesat de nio serem satisfeitos os requisitos das alineas anteriores, tenha desenvolvido em Mo- gambique, de maneira continua, actividades de exploragio pesqueira desde antes da data da independéncia; ou d) Nio obstante nao serem satisfeitos os critérios das ‘lineas anteriores, venham a exercer actividades de explorasio ¢ de. desenvolvimento pesqueiro € 0 Secretdrio de Estado das Pescas thes tenha conferido mediante despacho devidamente fun- damentado ¢ publicado, 0 estatuto de pessoa colectiva nacional, de sacordo com critérios definir por via regulamentar. LIL, Embarcagio de pesca: toda aquela que esteja equi- pada ou seja utilizada para a pesca ou actividades conexas de pesca ou pesca de investigagao cientifica ou experi- mental 1.12. Embarcagio de pesca mogambicana: uma embar- cagio de pesca que seja : 1a) Propriedade do Estado de Mosambique ou afte: tada pelo Estado mogambicano; ou 1 SERIE — NUMERO 39 b) Propriedade de uma ou vérias pessoas singulares nacionais ou fretada por uma ou varias pessoas singulares nacionais, apés autorizagiio da Secre- taria de Estado das’ Pescas, com a condigdo de ter sido registada em Mocambique; ou ©) Propriedade de uma pessoa colectiva nacional ‘ou fretada por uma pessoa colectiva nacional. apis autorizagio da Secretaria de Estado das Pescas ¢ com a condicao de ter sido registada em Mogambique: ) Propriedade de cstrangciros com domicitio em Mogambique. 1.15. Embarcacéo de pesca estrangeira: uquela que nao seja uma embarcacio de pesca mogambicana. 1.14, Armador: pessoa colectiva ou pessoa singular proprietéria da embarcacdo de pesca, ou a entidade ope radora da embarcagdo de pesca. 1.15. Recursos pesqueiros: espécies aquiticas, animais ou vegetais, cujo meio de vida normal ou mais frequente 6 a Agua, € que sf0.objecto de actividade da pesca ou de aquacultura 1.16. Pesca de subsisténcia: u que € praticada com ou sem embarca¢3o com meios artesanais elementares, cons — titui_ uma actividade secundaria para as pessoas que a praticam, fornece bens alimentures para o consumo prdprio © nfo produz excedentes significativos comercializdveis. 1.17. Pesca de pequenu esculd: a que abrange a pesoe artesanal e a semiindustrial 1.18, Sistema de pesca: conjunto constituido pelas artes de pesca, outros instrumentos, embarcagSes © métodos utilizados na actividade de pesca. 1.19. Estabelecimento de processamento de produtos da pesca: qualquer local ou instalagfo na qual produtos dda pesca sao enlatados, secos, fumados, postos em sal- moura, postos em gelo, congelados ou tratados de qual- quer outra forma para serem vendidos @ grosso ou a retalho. ‘Annie 2 (Ambito de aplicagto) disposigées da presente lei sio oplicdveis as éguas jurisdicionais de Mogambique, nos termos e condigSes nele definidos. 2. As embarcagdes de pesca mogambicanas pescando em ~ 4guas internacionais ou de terceiros pafses, embora sujei- tas as respectivas leis, estio igualmente sujeites 3s dispo- sigdes da presente lei, relativamente a infracgoes em que incorram, sejam estas do conhecimento ou néo do tereeiro pais. ‘Agno 3 (Tipos de pesca) sel Gemsoante a sua finalidade e meios empregues pesca 4) Pesca de subsisténcia; 6) Pesca artesanal; ©) Pesca semi-industrial: d) Pesca industrial; @) Pesca de investigacio cientifies © experimental; f) Pesca recreativa e desportive. 2. A definigio dos diferentes tipos de pesca menciona- dos no presente artigo, exeeptuada a pesca de subsisténcia, serd feita por via regulamentar. A distinglo entre @ pesca 26 DE SETEMBRO DE 1990 250-(7) artesanal, semi-industrial e industrial seré efectuada to- mando em consideracao, nomeadamente, as zonas de pesca, a complexidade das embarcagGes utilizadas, a-sua autonomia, o tipo de artes de pesca empregues, assim como a evolugao previsivel das diferentes frotas de pesca. TITULO 11 Gestio e ordenamento das pescas CAPITULO 1 Principios gerais ‘Axnoo 4 (Dominio pablico dos recurscs peequelros) Os recursos pesqueiros das éguas jurisdicionais de Mo- gambique séo do dominio piiblico, cabendo ao Estado regu- Tamentar as condigdes do seu’ uso aproveitamento. A-pesca, assim como as actividades conexas de pesca, care- com de autorizagao nos termos da presente Iei e demais regulamentos. Agno 5 (Administragio © desenvolvimento das poscas) Compete 20 Conselho de Ministros assegurar a adminis- tragdo € promover o desenvolvimento do sector pesqueiro, tendo em vista a utilizagio dptima e racional dos recursos pesqueiros. Compete-Ihe, em particular, fazer’ aplicar a presente lei e demais regulamentos. ‘Agnoo 6 (Organizagio da administraglo local des poscas) 1. © Conselho de Ministros definiré orientagdes de politica geral para o desenvolvimento do sector pesqueiro nivel provincial. 2. O Conselho de Ministros estabelecerd, no respeito das normas relativas a organizagio da administragéo local do Estado, érgios de administragio local das pescas ©, se for caso disso, promoyeré a adopgo de medidas de cooperagio com outros érgaos da administracio local com vista a uma administragio apropriada do sector pesqueiro. ‘Axio 7 S ‘(Acordos Interacionals de cooperagio) © Conselho de Ministros promoverd a negociagio € a conclusio de acordos internacionais de cooperagao, nomea- damente regionais, tendo em vista a: @) Harmonizagio: dos sistemas de ordenamento © + gestio das pescarias, recolha e troca de estatis- ticas e dos procedimentos ¢ condigées de atri- buigdo de licengas a. embarcagdes de pesca nomeadamente estrangeiras, em particular no que diz respeito ace siocks compartilhados, e incluindo a adopgio de ‘medidas provisérias em relagéo a determinadas zonas; b) Adopcdo de medidas coordenadas de fiscalizagéo das actividades de embarcagdes de pesca estran- geiras ©) Execugao de outras acgdes de interesse comum. Annee 8 (Planos de desenvolvimento). 1. © Conselho de Ministros promoverd a preparacio ¢ a actualizagio de planos,de desenvolvimento, e adoptaré as medidas necessérias & sua aplicacdo. Estes planos toma em considerago numa medida apropriada a situacdo € os objectivos de desenvolvimento das principais pescarias. 2. Em toda a medida do possivel os planos de desen- volvimento sero elaborados nos termos dum processo que assegure a participado de organismos sociais, profis- sionais e econémicos ligados & actividade da pesca. ‘Axmico 9 (Promopio da pesca de pequenia escala) ‘Tendo em conta a importincia econémica e social deste tipo de actividade, a Secretaria de Estado das Pescas teré ‘como objectivo, inclufdo na politica sectorial, empreender as necessdrias acgdes para ptomover 0 desenvolvimento da pesca de pequena escala- Para o efeito, procederé & adopeao de medidas apropriadas, se for caso disso, em cooperagio com outros organismos competentes do Estado. ‘Anm00 10 (Fundos para o fomento pesqueiro) Poderdo ser criados fundos com 0 objectivo de fomentar 4 actividade pesqueira ¢ de apoiar financeiramente as ac- es que visem.o incremento e valorizagio da produgio pesqueira nacional, com particular incidéncia nas formas de producao de pequena escala. ‘Agtico 11 (Confittos de pesca) A Sectetatia de Estado das Pescas promoveré a adop¢ao de medidas necessérias para prevenir ¢ resolver os con- flitos entre pescadores no uso de artes ou sistemas de pesca diferentes. Estas medidas podem, nomeadamente, @) A definigéo de zonas reservadas para diferentes tipos de pesca; 5) A sinalizagio das artes de peso; ©) A subscrigdo de seguros destinados a garantir a repartiggo dos danos eventualmente causados 1a pescadores; 4) estabelecimento de comissdes de inquérito © ou de conciliaco ¢ a adopcio de medidas de epli- cago das recomendacdes adoptadas; 2) © estabelecimento de ajustes apropriados entre grupos de pescadores, nomeadamente indus- {riais, semi-industriais ¢ artesanais. ‘Anniéo 12 (Aquecuttura marinha a de égua doce) 1. A Steretaria de Estado das Pescas ¢ a autoridade competente para definir orientagdes gerais para a politica de gestio e desenvolvimento da aquacultura merinha e de gua doce. . 2. A criagio e a exploracio de estabelecimento' de aqua- cultura marinha ficaréo sujeitas a autorizagio prévia do Secretério de Estado das Pescas nos termos que vierem a ser definidos por via regulamentar. 3. A Secretaria de Estado das Pescas adoptard, em coordenago com o Ministério da Agricultura, as medidas que forem necessérias, para o desenvolvimento e enquadra- mento de aquacultura de dgua doce, nomeadamente: @) Preparagdo de programas de investigagio cientific 5) As normas e preceitos a respeitar na introdugao de novas espécies: ©) As normas e preccitos a respeitar para 0 controlo das doenas das espécies; 250-(8) d) As condigées a que devem sujeitarse a criagdo © explorago de estabelecimentos de aquacul- tura de égua doce, Agrico 13, (Pesca nas Aguas interiores) 1. A Secretaria de Estado das Pescas é a autoridade competenie para a administragio das pescas ¢ a gestio das pescarias nas dguas interiotes. 2. A competéncia referida no némero anterior poderé vir a ser delegada no Ministério da Agricultura, de acordo com orientagoes de politica geral de desenvolvimento a definir conjuntamente com a Secretaria de Estado das Pescas. 3. A pesca nas dguas interiores fica sujeita a0 regime contido no Capitulo II deste Titulo © as condigdes este- belecidas no ambito de regulamentacao espectfica Anno 14 (Pesca recreativa © desportiva) ‘A. pesca recreativa deverd ser objecto de regulamen- tagio propria, ‘Anrioo 15 eessamento de produtos da pesca ‘complamontares das. pescas) (Estebolecimontos de ‘0 do outras activ 1, Compete & Secretaria de Estado das Pescas, autorizar constituicao, instalagio e licenciamento de estabeleci- mentos de processamento de produtos da pesca cujas con- digdes © caracterfsticas serdo definidas em regulamento cespecifico. 2. A autorizagdo para a consttuiglo, instalagdo e Yicen- mento de actividades produtivas ou de servigos comple- mentares & actividade de pesca ou de actividades conexas de pesca do Ambito da responsabilidade da Secretaria de Estado das Pescas regerse-d pela lei geral aplicdvel as actividades industriais e comercial CAPITULO ft Regime de licencas de pesca srcgko # Goneralidedes ‘Antigo 16 (eenclamento) 1, A pesca e as operagies conexas de pesca ficam sujet tas & obtenglo prévia de uma licenge de pesca concedida nos termos da presente lei ¢ demais regulamentos, Esta € emitida a favor do armador da embarcagdo ou do pro- prietério de artes de pesca sem embarcagaéo prépria. 2, Serdo criados vérios tipos de ficengas de pesca cuja denominagao, condigses, caracteristicas © obtigacées espe- cifieas serdo definidas por via regulamentar. 3. A pesca de subsistencia esté isenta de licenciamento, excepto nos casos em que a Secretaria: de Estado das Pescas entender condicioné-la para efeitos de gestio de tuma ou mais pescatias, ‘Axmiao 17 (ntransmissiblidede das Heoncas) 1, As licengas de pesca so intransmissiveis de uma embarcagio de pesca para outra, sulvo o caso de especi ficagio contréria, em regulamentagdo destinada a imple- mentar esquemas de acesso fimitado a certas pescarias, 1 SERIE — NUMERO 39 2. Qualquer modificagio afectando a estrutura e a pro- priedade do capital de uma pessoa colectiva titular de uma liconga, que tenha por efeito alterar o seu estatuto de em- barcagio de pesca mocambicana, dard lugar & revogagao da_respectiva licenga. 3. A mudanga de propriedade ou de armador de uma embarcagio de pesca ou de arte de pesea sem embarcagio dard lugar & revogacdo da respectiva licenga. O novo Proprietério ou armador deverd requerer a atribuigio de uma nova licenga. Annigo 18 (Competéncias para a atribulgso Ieengas) 1, Compete exclusivamente i Secretaria de Estado das Pescas emitir as licengas de pesca. 2, Esta competéncia poderd vir a ser delegada pela Secretaria de Estado das Pescas para outras autoridades do Estado, sempre que tal seja considerado aconsethével para uma mais eficez administragdo das pescarias Axnico 19 (Pagamentos pelas licences) A emissio de uma licenga de pesca dé lugar aos paga- mentos que forem definidos por despacho conjunto do_ Secretério de Estado das Pescas ¢ do Ministro das Finan- 628 ou fixados nos acordos internécionais ou nos contratos tes, Axrico. 20 (Condig6es das licongas) 1. As ligengas de pesca serio estabelecidas nas formas prescritas em regulamento préprio ¢ ficaro sujeitas: @) As condigdes gerais previstas pela presente Ici; ) As condigdes especiais que poderdo ser definidas ‘em virtude do pardgrafo 2 do presente artigo 2. Nas Ticengas poderéo ser inscritas condigdes espe- cits cujo respeito seja julgado oportuno, relativas, entre outras: 4) Ao tipo, nimeroe caracteristicas vas artes de Pesca ou a qualquer outra actividade de pesca autorizada; 5) A zona no interior da qual @ pesca ou operagdes conexas de pesca autorizadas poderdo ser exer cidas; ©) As diferentes espécies de pescado e as quantidades cuja captura é autorizada, incluindo, se for caso disso, condigGes relativas as capturas acessOrias A modificagio ou a supressio de toda ou parte destas condigdes serio notificadas ao titular da Ticenga, Annico 21 (Validade des ticengas) ‘As licengas de pesca ~Ao villidas por um period até um ano a contar da data constante na licenca e poderao ser renovadas mediante requerimento dos seus titulares segundo condigdes definidas por via regulamentar. Anno 22 (Pesca experimental de Investigacio cientiflea) 1. A Secretara de Estado das Pescas ouvido o Instituto de Investigagio Pesqueira, poder autorizar operagoes de pesca experimental ¢ de investigacdo cientifica nas gu jurisdicionais de Mogambique, mediante a apresentagio de um plano circunstanciado das operagdes a empreender. 26 DE SETEMBRO DE 1990 2. As operagies ficardo sujeitas as cohdigdes que a Se- cretaria de Estado das Pescas determinr, ¢, em particular, as seguintes: 4) Obsetvadores cientificos poderéo permanecer a bordo das.referidas embarcacées, a encargo da entidade responsével pelas operacdes, durante sua extadla nas dguas junadiciondis de. Mo- sambique: by A fotalidade dos dados recolhidos durante as ope- ragoes de pesca, bem como os resultados obtidos. apis 0 processamento serdo entregues & Secre- taria de Estado das Pescas, dentro dos, prazos especificados. Annioo 25 (Marcagso de embarcarées © sinalizardo de artes! de pesca} Os ‘titulares de ticengas de pesca ficam obrigados a proveder & marcagio das embarcagBes nos termos e condi- Ges que forem definidos por via regulamenter. As artes de pesca ficario igualimente sujeitas as medidas de sinal ago em. vigor. Arico 24 (Técnicos de investigagso @ agentes de tiecallzacio) © armador e 0 comandante das embarcagdes de pesca so obrigados a aceitar técnicos de investigagao e agentes de fiscalizacdo a bordo das mesmas, designados pela admi- nistragio- das pescas e a fomecer-thes 0 tratamento que for determinado pela Secretaria de Estado das Pescas, no- meadamente em termos de facilidades para subir a bordo, de trabalho, alojamento ¢ de alimentagio. an ‘Anro 25 (Fomecimento de dados estatistlcos @ de amostres de pescado) 10s comandantes das embarcagbes de pesca estio obri- fados a preencher os formulérosexatisticos ou a fornecer sobre as capturas realizadas © desembarques tfcctundcn, de forma ceesta ¢ verdad, nos tree condiges que forem prescritos. 2. Os formulérios deverio ser preenchidos nos prazos solictados enfregues as autoridades competentes que fo- rem designadas, sendo 0 conteido dos mesmos de cardcter confiden 53. Deverdo igualmente os comandantes fornecer amostras ‘te pescado, sempre que forem solicitados pelas autoridades ‘competentes. ‘Annioo 26 (Uitlizagso do ombarcapto de poses para investigagio clentifica) 1. A Secretaria de Estado das Pescas poderé determinar ‘que uma percentagem do tempo operacional de embarca- Ges de pesca seja concedida 2 trabalhos de investigaco cientffica, por um armiador e por ano. 2. As condigges de utilizagéo da embarcagio de pesca sero objecto de acordo entre o armador ¢ as entidades que venham a ser, indicadas pela Secretaria de Estado das, Pescas, sendo o pescado capturado propriedade do arma- dor sem prejiizo das operacées programadas. sagrico 27 (Comunicagso de posto das captures) ‘Nos, termos e condigdes que forem pescritos pela Secre- taria de Estado das Pescas, as embarcagées de pesca pode- ro ser obrigadas a comunicar, através de rédio ou de ‘outros meios de comunicagio, a sua posicio e/ou as capturas realizadas 250~(9) ‘Aanoo 28 (Revogerio ou suspensio das licengas de pesca) A Secretaria de Estado das Pescas ou as entidades a ‘quem tiver sido delegada competéncia para a atribuicdo das licengas’ poderdo suspender ou revogar a licenga con- cedida por nio cumprimento das obrigagdes decorrentes do licenciamento, ou pela sua no utilizacao durante seis me- ses consecutivos sem justificagio ou por motives cuja jus- tificagdo nfo seja aceite. * spocko 1 congas de pesce para embarcagses mogambicanas ‘Axnioo 29. (Enquadramento da expansio da frota nacional) 1, Para o enquadramento ¢ orientagdo da expansio da frota de pesca mogambicana, a construgio, importacdo, modificagéo ou transacgdo de pesca ficardo sujeitas & autorizagio prévia da Secretaria de Estado das Pescas, ‘nos termos definidos por via regulamentar. 2. O disposto no niimero anterior aplicar-se-é igualmente & modificago de embarcagSes que nfo sejam de pesca para as destinar a este fim. 3. A autorizagio requerida nos termos dos ntimeros anteriores € distinta e sem prejuizo da licenca de pesca, que deverd ser solicitada simultaneamente e que seré con- . codida a titulo provisério. Axrico 30 (Registo das embarcagses) ‘As embarcagSes de pesca devem estar registadas de geordo,com a lepsagio em vigor sobre o regio de em 8 © seguranca maritima. Agrico 31 (Requisitos para stribuleSo e renovscso do ume licenca de pesca) 1. Sio requisitos gerais para # concesso € renovagio de uma licenga de pesca: * 4) Bstar a embarcagio de pesca devidamente regis- tada na autotizagio maritima; 8) Saberse existirem disponibilidades ‘dos recursos " posqueiros que se pretendem capturar, tomando em conta a informacao cientifica disponivel. 2. A Secretaria de Estado das Pescas poder recusar, conceder ou renovar uma licenga de pesca: 4@) Se tal for necessério para garantir uma gestio ra- ional do recurso; b) Se o requerente tiver sido judicialmente reconhe- ccido responsével por duas ou mais infraceées & presente lei no decurso de um periodo de, dois anos precedendo a data do pedido da licenca; ©) Se o armador nfo tiver utilizado a licenca durante perfodo de seis meses consecutivos sem jus- ficacdo ou por motives cuja justificagéo no seja aceite; J) Por qualquer outros motivos especificados na pro- sente lei ¢ demais regulamentos. ssocko im LUcenges de pesca para embaroagses Axnco 52 (Acordos ralativos a0 aceaso de embarcarées estrangelras) 1. A Secretaria de Estado das Pescas, representando 0 Estado, poder negoear¢ exlebrar com Estados ou orgs: nizagtes internacionais de cooperagio que tenham rece: trangoiras 250-(10) ido competéncia dos Estados membros em matéria de * ‘gest das pescas, acordos concedendo licengas do pesca nas éguas jurisdicionais de Mocambique, relativamente a embareagdes arvorando a bandeira destes Estados ou re- presentadas por estas organizagdes, A celebragio destes acordos teré em conta as disponibilidades dos recursos pesqueiros a capturar e as disposigdes dos planos de desen- volvimento das pescas 2, Estes acordos incluiro uma disposigio nos termos da qual 0 Estado do pavilhdo, off a organizagdo competente, adoptaré todas as medidas necessérias destinadas a asse- gurar que as embarcagées respeitaréo os termos © condi- 0es dos acordos, da legislagio e das liceneas de pesca. 3, S6 excepcionalmente scrdo concedidas licencas de ‘pesca a embarcages estrangeiras que no operem 0 abrigo de um acordo. Annico 35 (Contratos) 1. A Secretaria de Estado das Pescas poderé celebrar contratos com sociedades estrangeiras de pesca concedendo tos de pesca a embarcagdes para operarem nas éguas, jurisdicionais de Mocambique. 2. Os contratos devem nomeadamento determinar o mimero de embarcagdes autorizadas a operar, as zonas € 0 sistema de pesca, o volume das capturas, assim como ‘as condigées gerais de realizacdo das operacdes de pesca ou conexas de pesca. ‘Antigo 34 (Licences para ambarcacdas estrangeiras) 1. A concessio de licenga de pesca a uma embarcagio estrangeira ser feita nos termos dos artigos 32 © 33 da concedidas licencas dé pesca para embarca- ‘gbes estrangeiras operarem fora das 12 milhas do mar territorial, 3. Excepcionalmente, a Sceretaria de Estado das Pescas, poder licenciar determinadas embarcagdes estrangeiras para operarem dentro das 12 mithas do mar territorial, nas seguintes circunstancias: 4a) Para operagdes de pesca especifica: 6) Para fins experimentais © de investigaséo. 4. A Secretaria de Estado das Pescas é a tinica entidade que poderé proceder ao licenciamento de embarcagées es- trangeiras para operarem em 4guas interiores nos termos da_presento secedo. 5. As licencas de pesca para embarcagdes de pesca cestrangeiras serao validas por um periodo méximo de um ano. 6. A pesca e as operagées conexas de pesca por embar- cages estrangeiras em aguas jurisdicionais de Moambique ficam sempre sujeitas & legislagio mogambicana, 7. A coneessao de licengas de pesca a embarcagses estrangeiras seré informada & autoridade maritima © @ outras autoridades julgedas convenientes. TITULO 1 de conservacio ‘Amico 35 (Medidas de conservagto) Compete a Secretaria de Estado das Pescas, definir me- didas de conservagio dos recursos pesqueircs, nomeada- ‘mente: a) Prescrever medidas de conservagio © de gestio compreendendo entre outras, dimens6es e, ou Medids 1 SERIE — NUMERO 39 pesos mfnimos das espécies, perlodos de veda, freas de acesso proibido ou limitado, dimen: s6es minimas das malhas, regulamentagéo das artes de pesca, limites méximos de capturas autorizadas por embareagdo ou pur pessoa em determinada pescaria ou zona, métodos de pesca proibidos © esquemas para a limitagio do avesso e do esforgo de pesca; ) Proibir ou regulamentar o exercicio da pesca de mam(feros matinhos ¢ outras espécies interna cionalmente proteyidas assim como proteger espécies raras ou em perigo de extingéo: ©) Adoptar quaisquer outras medidas de conservagio necessérias & preservagio dos recursos pesquel- 10s. ‘ARni00 36 (Prolbigéo do uso de explosives ou de substincias téxlcas ou do posea por electrocugéo) F expressamente proibido: a) Empreger ou tentar empregar no exercicio da ‘pesca, matérias explosivas ou substincias t6xi- cas susceptiveis de enfraqucver, atordoar, exci tar ou matar as espécies ou por qualquer outro modo as tornar mais féceis de capturar ou ainda ‘qualquer outro instrumento de pesca por elec- trocugio; ») Deter ou transportar a bordo das embarcagdes de ‘pesca, matérias, substéncias © instrumentos re- feridos na alinea anterior. TITULO IV Qualidade dos produtos pesqueiros CAPITULO 1 Principlos gerais ‘Axmoo 57 (Rosponsebilidede gerel da Secretaria de Estedo das Pesces) E da competéncia da Secretaria de Estado das Pescas adoptar regulamentos ¢ instituir mecanismos celativos 90 controlo da. qualidade dos produtos pesqueiros. Anno 18 (egulamentos) ~ Com vista a0 cumprimento do disposto no artigo ante- tlor, a Secretaria de Fstado das Pescas promovers a adop- ode regulamentos relativos aos padres de qualidade e 0 controlo da sua execucio, assim como a cédigos de préticas e normas para avaliagio da qualidade que deveréo set estabelecidas pelas unidades produtivas. CAPITULO 11 Inspecefo de pescado ‘Antico 39 (Agentes competentes) 1. Se nevessério, a Secretaria de Estado das Pescas criaré estruturas a quem competiré proceder & inspecgao do pescado destinado & exportagio ¢ & emissio do respectivo certificado de qualidade. 2. © preceituado no presente artigo é sem prejutzo do respeito das normas relativas & comercializacio interna do pescado em vigor no pafs ou que poderdo ser definidas pelo Ministério da Sadde.

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