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Direito Processual III

Processo de Execução
O direito a uma prestação é o poder jurídico conferido a alguém, para
exigir de outrem o cumprimento de uma prestação (conduta), que pode ser:
um fazer, um não-fazer, ou um dar (dinheiro ou coisa distinta). Este direito a
uma prestação precisa ser concretizado no mundo físico através da
realização da prestação devida.
Tutela jurisdicional executiva (execução) significa realizar o direito
material almejado pelo jurisdicionado, satisfazer o seu direito, entregar a
prestação jurisdicional em sua plenitude. Executar é fazer com que o
Estado, e somente ele, através da provocação da jurisdição, decida e
aplique ao caso concreto a realização do direito. O Estado juiz, através de
vários atos processuais, irá invadir a esfera patrimonial do devedor, para
compeli-lo a cumprir a prestação do título judicial ou extrajudicial.
Cabe ressaltar que na prestação do título extrajudicial não há
processo de conhecimento, o início da prestação jurisdicional é a própria
execução do título extrajudicial (a execução surgirá de forma autônoma). A
princípio, não há nem o contraditório.
A primeira codificação processual no Brasil ocorreu em 1939, o nosso
primeiro CPC. Antes disso, havia um decreto que era pouco abrangente. No
século XIX, iniciou-se um movimento de separação entre o processo civil e o
direito civil. Distinguiu-se assim o direito material do direito processual,
dando autonomia a esse último. Com o passar do tempo e com grande
influência da escola italiana, desenvolveu-se o processo de conhecimento
(Chiovenda), o processo de execução, e o processo cautelar. Alfredo dos
Aires, que elaborou o CPC de 1973, se pautou nessa influência italiana.
Apesar de serem autônomos, o direito material e o direito processual não
podem ser estudados separadamente.
Cabe lembrar que o processo de execução iniciou-se pensando
somente na obrigação de ressarcir, pagar (obrigação pecuniária). Com o
tempo, o processo de execução foi aprimorado, tendo como auge a Lei
11.232/05, que operou uma sensível reforma para o título executivo
extrajudicial, e a Lei 11.382/06, que também inovou nesse tema.
Atualmente, há o Princípio da “Atipicidade dos Meios Executivos”, criando
uma grande modificação, pois, antes dessa reforma, o magistrado só estava
autorizado a praticar atos executivos previamente expressos na lei, por
conta até da segurança jurídica. Depois das reformas, vigorou a atipicidade,
como grande exemplo há o art. 461, §5º, CPC que fala de “medidas
necessárias”, exibindo um rol exemplificativo. Assim, atualmente, a tutela
jurisdicional é efetiva.
Há duas formas de se executar, uma fundada em título executivo
judicial e outra fundada em título executivo extrajudicial. Para o título
judicial, há uma pré-fase, o processo de conhecimento, para liquidar a
obrigação antes de a executar. Para o título extrajudicial, não existe esta
pré-fase, não estando sujeito à liquidação (em regra), por ser líquido, certo
e exeqüível. Somente em caráter de exceção há a liquidação da obrigação
para executar um título extrajudicial.
Após a liquidação, em ambas as formas, se inicia o processo de
execução. O clássico exemplo de execução é a penhora, onde há invasão do
patrimônio do devedor. Como regra, o devedor responde com todos os seus
bens para cumprir a execução da obrigação. Em exceção há os bens
absolutamente impenhoráveis e o bem de família. Após a penhora, leva-se o
bem à hasta pública, ao leilão, para que seja vendido e o valor da venda
seja revertido para cumprir a obrigação de pagar. Com o pagamento,
extingue-se a execução.
Executar é satisfazer uma pretensão declarada, reconhecida em um
título executivo. O Estado-juiz promove a execução mediante atos ou
técnicas processuais, capazes de invadir a esfera patrimonial do devedor,
para satisfação de um direito.
A execução pode ser espontânea (voluntária ou direta), quando o
devedor cumpre voluntariamente a prestação (não há invasão ao
patrimônio do devedor), ou forçada (ou direta), quando o cumprimento da
prestação é obtido por meio da prática de atos executivos pelo Estado (há
invasão no patrimônio do devedor).
A execução surge ou pode surgir de forma autônoma ou ser apenas
uma fase de um procedimento. Na primeira, significa dizer que não há um
processo em curso. Na segunda, já existe um processo em curso,
tramitando em juízo, sendo a execução apenas uma fase posterior à fase de
conhecimento, havendo o juiz já conhecido da questão e declarado um
direito.
Cabe ressaltar que ainda remanesce o processo autônomo de
execução (art. 475-N CPC), em caráter de exceção, de sentença penal
condenatória transitada em julgado, de sentença arbitral (que não é
jurisdicional), de sentença estrangeira homologada pelo STJ e do acórdão
que julgar procedente revisão criminal. Também subsiste o processo
autônomo de execução de sentença proferida contra o Poder Público.

- Classificação da Execução:

1. Comum ou Especial:
A execução comum é uma obrigação de pagar, de fazer, de não fazer,
de entrega de coisa ou emissão de declaração de vontade, que servem a
uma generalidade de créditos.
Execução especial, significa dizer que existe um procedimento
próprio a ser observado, que ele não se dará nas formas de execução
comum, tendo como exemplo a execução contra a Fazenda Pública, que
possui um procedimento próprio, com a peculiaridade de que a Fazenda
Pública não é citada e pode opor embargos à execução. Outro tipo é a
execução de alimentos, que possui um rito especial próprio, inserido na Lei
de Alimentos.

2. Direta ou Indireta:
A execução pode ser direta ou indireta. Relaciona-se aos meios
coercitivos. A execução direta (execução por sub-rogação) é sinônima de
execução forçada, onde o Estado invade a esfera patrimonial do devedor,
em substituição à conduta deste (ex.: transformação, busca e apreensão,
expropriação, etc). O Poder Judiciário prescinde de colaboração do
executado para efetivação da prestação devida.

Na execução indireta, por hora, o Estado não invade o patrimônio do


devedor, pois se utiliza de meios coercitivos indiretos, que atuam sobre o
psicológico do devedor, visando compeli-lo a cumprir a ordem judicial. Esta
coerção pode dar-se pelo medo (temor), como é o caso da prisão civil e da
multa coercitiva, como também pelo incentivo, no caso da sanção premial
(ex: isenção de custas e honorários advocatícios - art. 652, a, parágrafo
único, CPC). Assim, a execução indireta poderá ser patrimonial ou pessoal.

3. Definitiva ou Provisória:
A execução de título judicial pode ser definitiva ou provisória (art.
475-I §1º). A execução provisória ocorrerá quando se tratar de decisão
judicial ainda passível de alteração, em razão de pendência de recurso
contra ela interposto (art. 475-O), a não ser que o recurso seja recebido em
seu duplo efeito (suspensivo e devolutivo). Já a execução definitiva,
ocorrerá quando não houver mais recurso cabível, quando a decisão tiver
transitado em julgado (salvo na hipótese de nulidade), não havendo
exigências adicionais para o credor-exequente (art. 475, I, §1º).
Para o título executivo extrajudicial, em regra, a execução é
definitiva. Porém, o devedor poderá não pagar a dívida e apresentar
embargos à execução. Se a sentença julgar os embargos improcedentes,
poderá haver apelação, fazendo assim com que a execução se torne
provisória (art. 587 CPC, alterado pela Lei 11.382/2006, em dissonância com
jurisprudência sumulada do STJ).

- Quanto ao Título em que é fundada:


A execução pode se fundar em um título judicial ou em um título
extrajudicial. Os títulos executivos judiciais estão no art. 475-N CPC, e os
extrajudiciais estão no art. 585 CPC. Em regra, o titulo judicial, ao qual a lei
atribui eficácia executiva, está fundamentado em uma decisão jurisdicional
e aplicam-se a ele as regras do cumprimento de sentença (arts. 475-J a 475-
R). Sendo extrajudicial o título, a execução é disciplinada pelas normas a
partir do art. 652.

Cognição, Mérito e Coisa Julgada

Em princípio não há cognição na execução, pois já houve certificação


do direito. Porém, pode se dizer que há cognição (conhecimento),
inicialmente, no momento em que são verificados o preenchimento das
condições da ação e pressupostos processuais.
Além disso, há inúmeros incidentes cognitivos nos quais haverá
atividade intelectual do órgão julgador para resolução de questões. Por
exemplo, quando o juiz analisa a impugnação oferecida pelo devedor, ou
quando há um pedido de desconsideração da personalidade jurídica. Há
também cognição em questões de mérito (que é o pedido, a satisfação do
pedido do autor), quando o juiz julga, por exemplo, os embargos à
execução.

Obs: Cognição Exauriente → quando o juiz conhece de forma profunda os


fatos e as provas, para que posteriormente possa sentenciar. Cognição
Sumária → quando o juiz conhece de forma superficial (ex.: quando o juiz
concede uma tutela antecipada).

Princípios Norteadores da Execução

1. Princípio da Primazia da Tutela Específica:


Todo o nosso ordenamento jurídico foi desenhado, institucionalizado a
partir da idéia de dano, de proteção ao crédito, de pecúnia, tudo se
convertia em perdas e danos, em pagamento de dinheiro, em indenização.
Com o advento da Lei 8078/90 (CDC) passamos a ter a Primazia da Tutela
Específica, ou seja, o cumprimento da obrigação na forma especificada no
título que não se volte para o pagamento de pecúnia. Logo tal princípio diz
que todos os atos executivos devem ser voltados ao cumprimento da
obrigação na forma especificada no título, ou seja, o Estado-juiz deve se
utilizar dos meios específicos para que a obrigação seja cumprida na forma
especificada no título (ex.: obrigação de fazer → cumprimento de obrigação
de fazer obrigada pelo Estado-juiz). A obrigação só será convertida em
perdas e danos se o autor requer, ou se impossível o cumprimento na forma
específica.
2. Princípio da Atipicidade dos Meios Executivos:
Antigamente vigorava o Princípio da Tipicidade, ou seja, havia uma
moldura em que o Estado-juiz poderia agir, podendo atuar apenas nos
limites estabelecidos pela Lei. Agora vigora o Princípio da Atipicidade, onde
o juiz não está recluso aos limites da lei, podendo utilizar de quaisquer
meios executivos para compelir, obrigar o devedor a realizar o direito
material, a obrigação inserida no título (art. 461, § 5º, CPC – rol
exemplificativo), como exemplo a imposição de multa por tempo de atraso,
busca e apreensão, etc.

3. Princípio do Contraditório (Art. 5º, LV, CF):


É sinônimo de possibilidade de participação: tendo o autor se
manifestado, o réu também poderá se manifestar. Este princípio
constitucional é relativizado, atualmente, na execução. Por exemplo, na
execução de título extrajudicial o devedor é citado apenas para o
pagamento, não havendo previsão (não há proibição) de defesa.

4. Princípio da Boa-fé Processual (Art. 14, II c/c art. 600, IV, CPC):
A boa-fé processual deve nortear todo o trâmite processual, inclusive
na execução. Como exemplo, quando o juiz determina que o réu indique
bens à penhora e esse se nega ou dá informação incorreta, sofre uma
sanção (art. 601, CPC).

5. Princípio da Efetividade Processual (Art.5º, LXXXVIII):


A execução deve ocorrer de forma efetiva, os meios empregados pelo
Estado-juiz devem ser efetivos, para que o devedor cumpra a obrigação, no
menor tempo possível.

6. Princípio da Menor Onerosidade (ou Gravosidade) para o Devedor (Art.


620, CPC):
Deve-se escolher o meio menos sacrificante à pessoa do executado
(devedor).

7. Princípio do Resultado ou do Desfecho Único (Art. 612 e 646 CPC):


Só há um único desfecho na execução, o cumprimento integral da
obrigação, a plena realização do direito material violado. Súmulas STJ nº
417 e 419.

8. Princípio da Responsabilidade Patrimonial (Art. 591 CPC):


Em regra, o devedor responde com todos os seus bens para o
cumprimento da obrigação. Como exceção, há os bens relativamente
impenhoráveis e os bens de família.
OBS: O STJ limitou a Súmula 453 (referente aos honorários de
sucumbência).

Título Executivo

O título executivo é o “bilhete de ingresso” para a propositura da


ação executiva. É no título executivo, que estará inserida a obrigação a ser
cumprida, seja ela uma obrigação de pagar, de fazer ou de não fazer.
Para executar, o credor deve portar um título executivo. O título será
eficaz quando possuir liquidez, certeza e exigibilidade, que são os três
pressupostos (art. 586) que devem estar obrigatoriamente inseridos no
título, para que este seja formado e tenha natureza executiva.
Faltando um desses pressupostos, não se consegue executar, iniciar
uma execução:
1. Liquidez: Individualização da obrigação, torná-la certa (ex.: definir
o valor de uma prestação – R$ 100,00; definir a coisa que deve ser
entregue). A obrigação deve ser líquida, só podendo ser iniciada a execução
após a liquidação da obrigação.
2. Certeza: é o atributo da obrigação. No título deve constar a
obrigação que a parte contrária deve cumprir, devendo haver a qualidade, e
não apenas a quantidade e gênero.
3. Exigibilidade: se refere ao momento em que se pode exigir o
cumprimento da obrigação. Antes de tal momento o título é inexigível. A
parte autora deve estar adimplente com sua obrigação para poder exigir,
sob pena da exceção do contrato não cumprido.
OBS: art. 585/586 CPC.

 Liquidação da Sentença:
A sentença (lato sensu) é um título executivo judicial. Trataremos
aqui da liquidação da sentença, do julgado. A obrigação pode estar inserida
tanto na sentença quanto no acórdão e não ser líquida. Cabe lembrar que o
título executivo extrajudicial, em regra, não poderá ser liquidado, somente
quando houver conversão da obrigação em perdas e danos.

A) Modelos de Liquidação:
1. A liquidação pode surgir através de processo autônomo (inc. IV, V, VI, art.
475-N);
2. Pode surgir como uma fase do processo (fase executória);
3. Ou pode surgir através de um incidente.
A liquidação como processo autônomo é uma exceção (ex: sentença
arbitral). A liquidação como fase do processo é a regra, o meio mais comum,
o juiz irá sentenciar e após iniciar-se-á a fase de execução. A liquidação
incidental é aquela que surge através de um incidente processual, por
exemplo, quando o juiz determina a obrigação de entrega de coisa
(automóvel, por exemplo) e não se faz possível o cumprimento na forma
determinada, o cumprimento ocorrerá através de perdas e danos.

B) Legitimidade para requerer a liquidação:


O credor (autor) é legítimo para requerer a liquidação, assim como o
devedor (réu). O devedor pode requerer a prévia liquidação para cumprir o
mais rápido possível a obrigação. O juiz também pode iniciar a liquidação.
Porém, o juiz não irá fazer o cálculo, nomeando outra pessoa para fazê-lo.
Portanto são legítimos: o autor, o réu e o juiz.
OBS: art. 475-A, § 1º - necessidade de requerimento para iniciar a execução.

C) Competência para conhecer e julgar a liquidação:


Aplica-se, por analogia, o art. 475-B, CPC (que trata da competência
para processar a execução), uma vez que o legislador foi omisso. A
liquidação se dará na instância em que estiver sendo julgado o processo. A
instância que estiver julgando o processo, também será competente para
liquidá-lo.

D) Momento para requerer a liquidação:


Está no art. 475 - A, § 2º, CPC. Quando o recurso de apelação não é
recebido em duplo efeito é possível a liquidação provisória. Ainda que seja
recebido em duplo efeito, pode-se liquidar provisoriamente, com os
seguintes fundamentos: celeridade e efetividade do processo e também por
não gerar nenhum prejuízo ao réu. A liquidação provisória, antigamente, se
fazia por carta de sentença. O código revogou tal nome (“carta de
sentença”), porém ainda é comum usar esta nomenclatura. Atualmente
deve ser chamada de liquidação provisória.

Não é necessário esperar o trânsito em julgado para dar início à


liquidação. Para fazê-lo basta apenas reunir as peças principais e iniciar a
liquidação.

 Cognição na liquidação:
Pode haver cognição na liquidação. O réu poderá oferecer algumas
“defesas” em sede de liquidação, apesar de não haver previsão legal nesse
sentido. Entretanto, há um entendimento majoritário dizendo que se pode
aplicar analogicamente a defesa nos casos do art. 475-L, sob forma de
impugnação. Qualquer fato que cause a inexigibilidade do título, que seja
superveniente à sentença do processo de conhecimento, deve ser suscitado
no momento da execução. A defesa oferecida (por exemplo, a exceção de
pré-executividade), ensejará o exercício da cognição pelo magistrado.

 Espécies de liquidação:
Haverá liquidação todas as vezes que a sentença não determinar o
valor devido da prestação, não individualizar a obrigação.
a) Liquidação por cálculos (art. 475-B): é a mais tradicional, a mais
simples. Há doutrinadores que afirmam que não é espécie de liquidação,
pois implica necessariamente a aplicação de simples regra matemática,
seria para essa corrente uma simples operação aritmética.
Existem quatro hipóteses que podem incorrer nessa espécie de
liquidação:
- 1ª Hipótese (art. 475-B, caput): o autor apresenta a planilha de
cálculos, o réu concorda com a planilha, com os cálculos, e passa-se à
execução.
- 2ª Hipótese (art. 475-B, §3º): o juiz verifica ex officio a
incorreção dos cálculos e remete ao contador judicial. Pode ocorrer em caso
de benefício de gratuidade de justiça ou quando o juiz verificar que os
cálculos do autor estiverem equivocados.
- 3ª Hipótese (art. 475-B, § 4º): se o contador apresentar planilha
diferente da apresentada pelo autor, o devedor será intimado para pagar o
valor apresentado pelo autor, porém a penhora, constrição, será baseada
necessariamente nos cálculos do contador judicial.
- 4ª Hipótese (art. 475-B, §§ 1º, 2º e art. 362): caso o autor
precise de documentos que estão em poder do réu ou de terceiros, para que
possa apresentar os cálculos, o juiz intimará o réu ou terceiro, para
apresentação de tais documentos. Caso o terceiro não apresente os
documentos, o juiz utilizar-se-á da busca e apreensão. Se o documento
estiver em poder do réu, reputar-se-á a presunção de legalidade do cálculo
apresentado pelo autor. Caso não se logre êxito em localizar os
documentos, faz-se a execução por estimativa. É importante diferenciar do
caso em que há necessidade de nomeação de contador judicial, que será
caso de liquidação por arbitramento.

b) Liquidação por artigos (art. 475-E): quando, para determinar o valor


da condenação, houver necessidade de alegar e provar fato novo ou quando
a sentença assim o determinar. Normalmente, o credor apresenta um
planilha de cálculos, sendo intimado o devedor (não havendo
irregularidades na planilha) para pagamento.

c) Liquidação por arbitramento (art. 475-C e 475-D): ocorrerá quando


determinado pela sentença ou acordado pelas partes (inc. I); ou quando a
matéria for complexa (inc. II). Assim, há necessidade de arbitrar-se um
expert, um perito judicial, pessoa que possui conhecimento técnico. Será
determinado pela sentença quando o juiz verificar, no momento da
sentença, que a matéria é complexa.
- Princípio da Fidelidade ao Título (art. 475-G): é vedado às
partes inovar na liquidação, deve haver estrita observância da sentença.
- Art. 475-H: ocorrerá, salvo se o juiz extinguir a execução. Tal
decisão é recorrível por apelação, aplicando-se o art. 475-M, § 3º,
analogicamente. Para todo tipo de liquidação será possível a interposição de
agravo de instrumento, conforme analogia ao artigo citado.

 Títulos Executivos Judiciais (art. 475-N)


.Inciso I: a sentença (lato sensu – decisão judicial - acórdão) é o
título por excelência, é a condenação para realizar uma obrigação de pagar,
de fazer, de não fazer, de entrega de coisa (de dar).
.Inciso II: sentença penal condenatória transitado em julgado,
ocorrerá de forma autônoma.
.Inciso III: um terceiro tipo é a sentença homologatória de
conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo.
Havendo descumprimento do acordo, haverá execução.
.Inciso IV: a sentença arbitral é mais um exemplo, que surge
também de forma autônoma, pois é proferida no juízo arbitral e não através
de processo de conhecimento.
.Inciso V: outra forma é o acordo extrajudicial homologado
judicialmente, que a partir da homologação torna-se título executivo, indo
direto para execução caso seja descumprido.
.Inciso VI: a sentença estrangeira homologada pelo STJ. Mais uma
vez, a execução surge de forma autônoma, pois é competência originária do
STJ. A sentença é executada pela Justiça Federal.
.Inciso VII: O formal e a certidão de partilha, exclusivamente em
relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou
universal. O juiz decide quem deve ficar com o quê, onde a informação está
contida na certidão de partilha ou formal de partilha que são títulos
executivos judiciais.
 EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO JUDICIAL

1ª Modalidade: Obrigação de Pagar (art. 475-J, CPC).


Ocorre quando a liquidação já está feita, quando já se sabe o valor
exato. Assim, o devedor será intimado a cumprir a obrigação, no prazo de
15 dias, sob pena de ser acrescida à condenação uma multa de 10% (visa
constranger o devedor a cumprir a obrigação de forma espontânea).
Esse dispositivo (art. 475-J) foi instituído pela Lei 11.232/05, que
trouxe a figura do sincretismo processual, ou seja, a execução se dará como
mera fase do procedimento. Como regra, não há nesse caso o processo
autônomo de execução. Antigamente havia a necessidade de citar o
devedor para cumprir a obrigação, no prazo de 24 horas. Hoje, o devedor é
apenas intimado, para pagar em 15 dias. Tal intimação se dará na pessoa
do advogado do réu, do executado.
A primeira peculiaridade dessa modalidade, o legislador
infraconstitucional possibilitou o cumprimento voluntário da obrigação.
Nesse caso, num primeiro momento, não teremos ainda a execução na
forma propriamente dita. Haverá execução indireta, pois nesse caso
específico há um meio coercitivo indireto, a multa de 10%. Não haverá
invasão da esfera patrimonial do devedor nesse prazo. O réu colaborará
com o Estado ou pagar a obrigação, pois não haverá necessidade de o
Estado iniciar a constrição.
Segundo o STJ, tal prazo de 15 dias se iniciará com a baixa do
processo e o “cumpra-se” do juiz. Estando liquidada a obrigação, o devedor
será intimado. Para cobrar os 10% da multa deve-se esperar a decisão
transitar em julgado, pois não se pode cobrar a multa em sede de execução
provisória, pelo fato de não haver trânsito em julgado.
Após o prazo de cumprimento voluntário, inicia-se a execução
forçada. O credor deve requerer o início da execução forçada (art. 475-J,
§5º). Expedido o mandado de penhora, o devedor pode impugnar, devendo
apresentar garantia em juízo. OBS: para título executivo extrajudicial, a
forma de defesa é o Embargo, que não necessita de garantia.

2ª Modalidade: Obrigação de Fazer e de Não fazer (art. 461, CPC).


É uma tutela específica, denominada “inibitória”, pois visa inibir a
prática de determinado ato contrário ao direito ou, quando já praticado,
impedir a sua reiteração ou continuação. Logo, a tutela inibitória volta-se
contra o ilícito e não contra dano (ao contrário de tutela cautelar, que serve
para evitar o dano), tendo natureza satisfativa, encontrando respaldo
constitucional na garantia de acesso à justiça em razão de ameaça de
violação a direito (art. 5º, XXXV, CF).
Também há a tutela reintegratória, que se volta contra o ilícito já
praticado, visando removê-lo, retornando ao estado de licitude antes
vigente. Deverá ser cumprida na exata forma que foi requerida.
Princípio da Atipicidade dos Meios Executivos: o juiz poderá se utilizar
de quaisquer medidas necessárias a fim de que a obrigação seja cumprida
na forma específica constante do título executivo. O art. 461 §5º nos
apresenta um rol exemplificativo de medidas executivas. Até bem pouco
tempo só havia o “princípio da tipicidade”, limitação imposta ao poder do
juiz pelo legislador infraconstitucional, pois toda obrigação deveria ser
revertida em pecúnia.
Exceção ao princípio da correlação ou congruência (art. 461 §5º): o
juiz não está adstrito à medida coercitiva requerida pelo autor, podendo
determinar outra medida que não a solicitada pela parte, visando dar
efetividade ao comando decisório relativo ao pedido mediato, alcançando
resultado prático equivalente ao do adimplemento. Por exemplo, ele pode
antes de determinar a busca e apreensão de um bem, poderá determinar a
entrega do mesmo em juízo, sob pena de multa.
A obrigação de não-fazer é uma obrigação negativa, para que o
devedor se abstenha de praticar determinada conduta ou ato em relação ao
credor. Trata-se de uma tutela não específica.
É fixado o prazo de 15 dias para que o devedor cumpra
voluntariamente a obrigação. Somente em último caso, haverá a conversão
em perdas e danos, uma vez que o objetivo do credor é o “fazer” ou “não-
fazer”. Sendo uma obrigação fungível, terceiro poderá fazê-la, acarretando
a conversão em perdas e danos. Se a obrigação for impossível, deverá
haver a liquidação da obrigação na forma do art. 475-J, CPC.

3ª Modalidade: Obrigação para a Entrega de Coisa ou Obrigação de


Dar (art. 461-A, CPC).
Os §§ 1º a 6º do art. 461 são aplicados subsidiariamente. A pretensão
do credor é a de que o devedor lhe entregue determinado bem ou coisa. O
juiz fixará na sentença um prazo (deverá ser razoável), para que ocorra a
entrega do bem. O devedor tem a possibilidade de cumprir voluntariamente
no prazo determinado pelo magistrado (extinguindo a execução), após o
qual será iniciada a execução forçada, na qual o juiz utilizará as técnicas
processuais cabíveis para compelir o devedor a cumprir a obrigação (ex:
mandado de busca e apreensão, para bens móveis ou mandado de imissão
na posse, para bens imóveis).
Antes da execução forçada poderá ser fixada uma multa coercitiva
(execução indireta). Tratando-se de coisa certa, já teremos a especificação
completa do bem, com todos os seus atributos (gênero, quantidade e
qualidade). No caso de execução para a entrega de coisa incerta, não temos
todos os atributos para identificá-la. A escolha poderá caber ao credor, que
deverá identificar na petição inicial o bem a ser entregue. Se a escolha não
couber ao credor, caberá ao devedor que, no prazo fixado pelo juiz, deverá
entregar a coisa individualizada.
Se um negócio jurídico for feito antes da citação, não estando mais o
bem na posse do réu, este negócio é de boa-fé. Ocorrendo depois da
citação, o negócio jurídico é nulo (não produz efeitos). Havendo boa-fé, o
credor poderá, em ação autônoma, alegar fraude contra credores.
Se a coisa não existe mais, por deterioração, deve-se analisar se
houve ou não culpa do devedor. Não havendo culpa do devedor, ocorre a
conversão em pecúnia, com prévia liquidação. Existindo culpa, haverá
perdas e danos, além da conversão em pecúnia (também com liquidação).

4ª Modalidade: Obrigação para Emissão de Declaração de Vontade


(art. 466-A, CPC).
Trata-se de uma execução de obrigação diferenciada, para que o
devedor emita uma Declaração de Vontade que se obrigara fazer e não o
fez. Neste caso específico, não poderá haver a conversão em perdas e
danos. A própria sentença, uma vez transitada em julgado, substitui a
declaração de vontade do devedor, produzindo todos os efeitos da
declaração não emitida. Alguns não consideram como execução
propriamente dita.
Por exemplo, quando uma parte se compromete a concluir um
contrato (normalmente quando há um pré-contrato) e assim não o faz, a
outra parte pode pleitear que a sua vontade seja substituída por uma
decisão judicial. Outro exemplo: em uma promessa de compra e venda,
após o pagamento, o vendedor se nega a dar o registro (o autor deve estar
adimplente, pois se não o estiver, o réu poderá alegar exceção de contrato
não cumprido).

 EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL


Os títulos extrajudiciais estão tipificados no rol exemplificativo do art.
585 (há outros títulos que a lei atribui força executiva). Por se tratar de
execuções fundadas em título executivo extrajudicial, a atividade executiva,
neste caso, exige a deflagração de um processo autônomo de execução,
que seguirá o rito sumário (art. 275).
A petição inicial deve ser instruída com o título extrajudicial. A dívida
deve ser líquida, certa e exigível. Assim, não há a liquidação, pois a dívida já
deve estar liquidada.
Para fins didáticos, é possível dividir este procedimento executivo em
duas partes: a fase inicial (cumprimento voluntário) e a segunda fase
(execução forçada). Havendo o cumprimento voluntário, a segunda fazer
sequer é instaurada (arts. 282 e 614).

1ª Modalidade: Obrigação de Pagar


A execução fundada em título extrajudicial vai surgir de forma
autônoma, pois não existe processo em curso. A petição inicial deverá estar
na forma dos artigos 282 e 614 do CPC. A obrigação deverá ser líquida,
certa e exigível, senão, não se poderá ativar o judiciário para a cobrança do
crédito, pois a obrigação não seria executável.
Também deve se juntar à Petição Inicial um Demonstrativo de Débito,
uma conta atualizada da dívida (art. 614). O exequente deverá indicar,
desde já, o bem que deseja ver penhorado.
Na fase inicial (cumprimento voluntário), após o juízo de
admissibilidade, o devedor é citado a compor a relação jurídica processual,
a tomar conhecimento da demanda e a efetuar o pagamento da obrigação
exigida, no prazo de 3 dias (art. 652 c/c art. 614), contados a partir do dia
seguinte ao da citação, desde que o mesmo seja dia útil.
Ao despachar a inicial, o juiz fixará os honorários advocatícios a
serem pagos pelo executado. Pagando dentro do prazo de 3 dias, o
executado poderá ter reduzida pela metade a verba honorária devida
(sanção premial, art. 652-A), sendo este um meio coercitivo indireto. Por
outro lado, mantendo-se inerte o executado, o oficial de justiça, munido da
2ª via do mandado, procederá de imediato à penhora de bens e a sua
avaliação.
O art. 615-A diz que o exequente poderá obter certidão sobre o
processo instaurado, para apresentá-la nos órgãos detentores do registro
dos bens que poderão vir a ser penhorados.
Embargos à Execução: a partir da juntada do mandado de citação
(logo, tendo sido citado o devedor) abre-se prazo de 15 dias para a
apresentação de embargos à execução (art. 738 CPC), que é o meio de
defesa do devedor. Com o advento da Lei 11.382/06, não há mais
necessidade de garantir em juízo a obrigação (apresentando bens para
penhora ou o pagamento) para impetrar os embargos.
O juiz possui a faculdade de atribuir efeito suspensivo aos embargos
à execução, porém, tal faculdade somente será conferida se houver a
garantia do juízo. Ou seja, tal garantia só é importante atualmente para que
se obtenha o efeito suspensivo.
Os embargos do executado, em regra, não terão efeito suspensivo
dos atos executivos (art. 739-A). Somente haverá suspensão se houver o
preenchimento de alguns requisitos, conforme descrito em lei (art. 739-A, §
1º).
OBS:
- Embargos à execução → Título Executivo Extrajudicial → Sem prévia
garantia do juízo.
- Impugnação → Título Executivo Judicial → Com prévia garantia do juízo.
O devedor pode reconhecer a dívida, depositando 30% do valor
exequendo e pode requerer o parcelamento do saldo remanescente,
podendo parcelar em até 06 vezes, por parcelas sucessivas (art. 745-A).
Isso sendo no prazo de 15 dias, estipulado para opor embargos à execução.
Trata-se de uma facilidade para se pagar a execução. Como é um
requerimento do devedor, o magistrado terá a faculdade de aceitar ou não o
requerimento, porém tendo pago 30%, o juiz não tem porque indeferir o
pedido de parcelamento. Não cumprindo o pagamento de uma das parcelas,
ocorrerá o pagamento antecipado de todo o resto da dívida.
Nessa hipótese de reconhecimento da dívida por parte do devedor, e
o requerimento do parcelamento, esse não poderá embargar a execução.
Com o reconhecimento da dívida há a preclusão lógica do direito de
embargar.
Perdendo o prazo de 15 dias para os embargos, o devedor ainda
poderá apresentar Exceção de pré-Executividade (não está na lei, apenas
na doutrina).
Há também a hipótese do devedor não ter sido localizado, não ter
sido citado para a execução. Assim, vai ocorrer uma situação extremamente
atípica, pois o Estado poderá adentrar no patrimônio do devedor mesmo
sem a sua citação, mesmo sem o reconhecimento por parte do devedor
daquela demanda.
Nessa hipótese não há o contraditório e nem mesmo há a citação. O
oficial de justiça, através de mandado de citação para execução, fica
autorizado a arrestar os bens do devedor (art. 653, CPC). A natureza jurídica
desse arresto não é de medida cautelar, sua natureza é executiva, tanto
que se costuma denominar esse arresto de “arresto executivo pré-
penhora”, anterior à penhora. Cabe ressaltar que tais bens não podem ser
penhorados. Mas tal arresto não deixa de ser uma constrição judicial. Esse
arresto recairá sobre todos os bens do devedor (Princípio da
Responsabilidade Patrimonial Plena – art. 591, CPC). O arresto se dará até
atingir o valor do débito.
OBS: Na execução de título executivo judicial não haverá tal arresto, tal pré-
penhora, pois o devedor é conhecido, será intimado e não citado para pagar
a dívida.
Posteriormente ao arresto, o oficial de justiça tentará citar o devedor
em três oportunidades, no prazo de 10 dias (parágrafo único, art. 653, CPC).
Não localizando o devedor nessas três oportunidades, o oficial de justiça irá
certificar o fato e devolverá o mandado de citação cumprido, com os bens
arrestados. Após, o credor deverá promover a citação por edital, no prazo
de 10 dias (art. 654, CPC), trata-se de obrigação e não faculdade
processual. Findo o prazo do edital, o arresto executivo converte-se em
penhora.
OBS: Diferença do arresto do art. 813, CPC para o do art. 653, CPC. No art.
653, o devedor não foi localizado, estando o oficial de justiça autorizado a
proceder com a constrição. No art. 813, o arresto possui natureza cautelar,
assecuratória.

2ª Modalidade: Obrigação de Fazer e Não Fazer (arts. 632 a 644)


No cumprimento voluntário (art. 632), o devedor é citado a satisfazer
a obrigação, no prazo que a partes convencionaram no título executivo ou,
em caso de omissão, a critério do juiz. Dificilmente haverá previsão no título
executivo de um prazo para cumprimento voluntário da obrigação (quando
as partes pactuam um prazo, este prazo é para o cumprimento normal da
obrigação, antes do ajuizamento da demanda executiva).

3ª Modalidade: Obrigação para a Entrega ou para Dar Coisa Certa


ou Incerta (art. 621 a 631)
Estando em ordem a petição inicial, o juiz determinará a citação do
devedor, fixando desde já um meio coercitivo indireto (o meio coercitivo
mais idôneo é a multa, chamada de astreintes), para que o devedor cumpra
voluntariamente a obrigação no prazo de 10 dias. Como o prazo para
apresentação de embargos à execução (art. 736 a 738) é de 15 dias, houve
uma revogação parcial do caput do art. 621, aumentando o prazo de
cumprimento voluntário também para 15 dias.
Na hipótese do devedor depositar judicialmente a coisa, para oferecer
embargos (art. 623), e este não tiver efeito suspensivo, pode-se haver a
execução provisória (art. 475-O). Se os embargos forem recebidos no efeito
suspensivo, mesmo assim o credor poderá depositar uma caução para
prosseguir com a execução provisória (levantando-se a coisa depositada).
Caso o devedor foi citado, mas não entregou a coisa, permanecendo
inerte ou optando em apresentar defesa, abre-se a possibilidade de
execução forçada (art. 625) através de: mandado de busca e apreensão
(bem móvel) ou mandado de imissão na posse (bem imóvel).
Se o executado alienou a coisa a terceiro após a citação, o credor
poderá optar entre: pleitear que se expeça mandado para que o terceiro
entregue a coisa (art. 626) ou pleitear a conversão da prestação em perdas
e danos (art. 627). Para discutir o ato executivo de que foi vítima, através
de embargos de terceiro, este precisa, antes, depositar a coisa (art. 626).
Quanto à conversão em perdas e danos, esta somente será possível nas
seguintes hipóteses:
a) quando o devedor foi exortado a entregá-la e não a entregou,
recusando o cumprimento à ordem judicial;
b) se a coisa se deteriorou;
c) quando não for reclamada do poder de terceiro adquirente.
É possível que o devedor tenha realizado benfeitorias na coisa
litigiosa, devendo estas ser indenizadas pelo exequente, conforme o art.
237, segundo o qual a coisa pertence ao devedor (com seus melhoramentos
e acrescidos) até que ocorra a tradição. Havendo benfeitorias indenizáveis,
a liquidação prévia é obrigatória (art. 628).

EXECUÇÃO ESPECIAL EM FACE DA FAZENDA PÚBLICA

EXECUÇÃO ESPECIAL DE ALIMENTOS


Também é uma execução diferenciada, com procedimento especial
(por conta da natureza alimentar, da execução), havendo uma execução
provisória (alimentos provisórios – lei 5.478/68 – e alimentos provisionais –
art. 852 CPC) e outra definitiva.
Os alimentos podem ser voluntários (obrigação decorrente de um
ato jurídico, por exemplo, uma escritura pública, testamento),
indenizativos (decorrem de um ato ilícito) ou legítimos (decorrem do
parentesco, como filiação, casamento, etc).
Formas de Execução:
1) Desconto em Folha de Pagamento (Lei 5.478/68 – art. 16 c/c art.
74): retenção de determinado percentual do salário, revertido em
benefício do credor. O juiz deverá fixar percentual proporcional à
situação sócio-econômica vivida naquele ambiente familiar.
2) Desconto de Rendimentos (art. 17, Lei 5.478/68): aqui, se trata de
qualquer rendimento daquele que deva prestar alimentos. Será feita
a execução desta forma, somente se esta não for possível na
modalidade anterior (gradação legal).
3) Prisão Civil do Devedor de Alimentos (art. 18, Lei 5.478/68 e art.
733, §1º CPC): é uma forma mais gravosa. A grande controvérsia
aqui, se refere ao prazo de prisão civil, pois o CPC (1973) e a Lei de
Alimentos (Lei 5.478/68) são conflitantes. O entendimento majoritário
da jurisprudência é de que o prazo deva ser de 1 a 3 meses (no
máximo 90 dias).
4) Expropriação de Bens do Devedor: em último caso, o devedor
pode responder com seu patrimônio, através da penhora (meio hábil
para apreender os bens do devedor na execução). Antes de haver a
penhora, o devedor será intimado para efetuar o pagamento daquela
prestação (alimentos), na forma do art. 475-J do CPC.
a. Constituição de Capital: o devedor oferece uma garantia
(caução), a fim de viabilizar a execução.

PENHORA

SUSPENSÃO (arts. 791 a 793) e EXTINÇÃO (arts. 793 e 794) DA EXECUÇÃO

Suspende-se a execução quando:


i) recebidos com efeito suspensivo os embargos à execução,
ii) nas hipóteses do art. 265, I a III (morte ou perda de capacidade da
parte, convenção ou quando oposta exceção de incompetência do
juízo) e
iii) quando o devedor não possuir bens penhoráveis. Há divergência
quanto a possibilidade de ocorrer a prescrição intercorrente (Lei
6.830/80, art. 40 §4º)  1ª corrente: não aplicabilidade por não
haver previsão no CPC. 2ª corrente: aplica-se subsidiariamente a
lei 6.830/80. 3ª corrente: poderá haver interrupção da prescrição
intercorrente se o credor peticionar nos autos requerendo uma
providência executiva.
Suspenso o processo, não é possível praticar quaisquer atos
processuais.
Extingue-se a execução quando:
i) o devedor satisfaz a obrigação
ii) o devedor obtém remissão total da dívida
iii) o credor renunciar ao débito
A extinção só produz efeito quando declarada por sentença.

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