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30/12/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados.

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 Direito Tributário (https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/209)

Impostos

1. Conceito

Os impostos encontram-se previstos no inc. I do art. 145 e nos artigos 153, 155 e 156, todos da CF/1988, bem como no
art. 16 do CTN.

Conforme definição contida no art. 16 do CTN, imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa à vida do contribuinte, à sua atividade ou a seu
patrimônio.

Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Portanto, podemos afirmar que os impostos são, por definição, tributos não vinculados à atividade estatal. Essa é a
sua principal característica. Significa dizer: o imposto não necessita de nenhuma atividade estatal para que possa ser
cobrado. Aqui, dizer que o imposto é “não vinculado” tem a ver com a desnecessidade de existência de uma atividade
estatal específica, ou seja, o Estado não precisa fazer nada para poder cobrar o imposto. É diferente de uma taxa
(tributo vinculado), que exige do Estado a prestação prévia de serviço ou o exercício regular do poder de polícia.

Daí a assertiva de que o “imposto é um tributo que não goza de referibilidade”. Guarde essa frase! É muito utilizada
pela doutrina e muito cobrada em provas de concursos.

Além de serem tributos não vinculados, os impostos são tributos de arrecadação não vinculada. Aliás, como regra, a
vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa é proibida diretamente pela Constituição Federal (inc. IV
do art. 167):

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Art. 167, IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a


repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a
destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e
desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como
determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às
operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o
disposto no § 4º deste artigo;

Isso quer dizer que sua receita presta-se ao financiamento das atividades gerais do Estado, remunerando os serviços
universais (prestados “uti universi”) que, por não gozarem de referibilidade (especificidade e divisibilidade) não podem
ser custeados por intermédio de taxas.

Em geral, quando estamos diante de um serviço público indivisível, isto é, que beneficie toda a coletividade, esse
serviço como regra é remunerado por receita de imposto. Por exemplo, o serviço de segurança pública beneficia a
todos indistintamente e é remunerado pela receita de impostos. Da mesma forma, os serviços de saúde e de
educação.

Por fim, os impostos incidem sobre um comportamento do sujeito passivo (exemplo: transferir bens imóveis) ou
situação jurídica na qual ele se encontra (exemplo: ser proprietário de imóvel).

2. Classificação de acordo com a competência

A Constituição Federal atribui competência para instituir impostos, de maneira enumerada e privativa, a cada ente
federado.

Dessa maneira, prevê que a União pode instituir os sete impostos previstos no art. 153, quais sejam: Imposto sobre
Importação (II), Imposto sobre Exportação (IE), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações
de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas aTítulos ou Valores Mobiliários (IOF), Imposto sobre a Renda e Proventos de
qualquer natureza (IR), Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR) e Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF).

Já os Estados (e o DF) podem instituir os três impostos previstos no art. 155: Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e
Doações (ITCMD), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual
e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

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Por sua vez, os Municípios (e o DF) podem instituir os três impostos previstos no art. 156: Imposto sobre Propriedade
Predial e Territorial Urbana (IPTU), Imposto sobre Transmissão (onerosa) Inter Vivos de Bens Imóveis (ITBI) e Imposto
sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

A princípio, essa listagem é exaustiva (numerus clausus).

Ocorre que a própria Constituição Federal, em seu art. 154, I, prevê que a União poderá instituir, por meio de lei
complementar, novos impostos - competência tributária residual -, desde que:

a) sejam não cumulativos e

b) não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição Federal.

Além disso, a União também detém a competência extraordinária, contida no art. 154, II, da CF/1988, que confere a
possibilidade de criar impostos extraordinários, na iminência ou o caso de guerra externa - Imposto Extraordinário de
Guerra (IEG).

Destaque-se que, no uso dessa competência extraordinária, poderá a União delinear como fato gerador do IEG
qualquer base econômica, ainda que outro ente tributante também cobre tributo sobre esse mesmo fato gerador.

Por esse motivo, afirma-se que esse é o único caso de bitributação – cobrança do mesmo tributo sobre o mesmo fato
gerador, por dois entes tributantes diversos – constitucionalmente autorizada. 

IMPOSTOS FEDERAIS – COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA DA UNIÃO

Art. 153 da CF/88 Art. 154 da CF/88

Imposto sobre Importação (II) Imposto Residual (competência residual)

Imposto sobre Exportação (IE) Imposto Extraordinário de Guerra


(competência extraordinária)

Imposto sobre Renda (IR)  

Imposto sobre Produtos Industrializados  


(IPI)

Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)  

Imposto Territorial Rural (ITR)  

Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF)  

IMPOSTOS ESTADUAIS – COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA DOS ESTADOS E DO DISTRITO


FEDERAL (ART. 155 DA CF/88)

Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD)

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Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte


Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS)

Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)

IMPOSTOS MUNICIPAIS – COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO


FEDERAL (ART. 156 DA CF/88)

Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)

Imposto sobre Transmissão (onerosa) Inter Vivos de Bens Imóveis (ITBI)

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)

3. Criação de impostos

Como esclarece a doutrina, a Constituição Federal não cria tributos, tão somente atribui competência para que os entes
políticos o façam.

No que se refere aos impostos, visando a assegurar a uniformidade da incidência tributária em todo o território
nacional, a CF/1988 exige que lei complementar, de caráter nacional,defina os respectivos fatos geradores, bases de
cálculos e contribuintes. Eis a redação constitucional:

Art. 146. Cabe à lei complementar:

(...)

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

4. Outras classificações

Por fim, temos que saber, ainda, as classificações de impostos, que são relevantes e cobradas em provas.

A primeira classificação é a que diferencia os impostos reais dos impostos pessoais.

Imposto real é aquele que leva em consideração as características do objeto tributado. É o caso do IPTU,
IPVA, ICMS, ISS, etc. Todos os impostos, com exceção do IR, são considerados reais.

Imposto pessoal é aquele que leva em consideração alguma característica do contribuinte para fins de
tributação. O único imposto inegavelmente pessoal é o imposto de renda. Os demais são impostos reais.

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A segunda classificação que nos interessa é a que diferencia os impostos em diretos e indiretos.
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Impostos diretos são aqueles em que o encargo financeiro é suportado efetivamente por quem pratica o
fato gerador. São exemplos de imposto direto o IPTU e o IPVA.

Por outro lado, imposto indireto é aquele que admite, pela sua natureza, a transferência do encargo
financeiro a terceiro. É o que a doutrina chama de “repercussão financeira”.

Nos impostos indiretos, temos a figura do contribuinte de direito, que é aquele que está indicado na lei
como contribuinte, ou seja, como sujeito passivo e que deverá recolher o tributo ao fisco. Temos, também,
a figura do contribuinte de fato, que é quem suportará o encargo financeiro do tributo, mas não é quem
recolhe o tributo. São exemplos de impostos indiretos: ICMS, ISS e IPI.

Assim, nota-se que, nos impostos indiretos, a pessoa que pratica o fato gerador (vende a mercadoria ou
presta o serviço) não é quem efetivamente suporta economicamente o tributo, já que ocorre o repasse do
montante do imposto incidente sobre a operação para o denominado “contribuinte de fato”.

Resumo do capítulo

Impostos
 
Conceito
 
- É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica,
relativa à vida do contribuinte, à sua atividade ou a seu patrimônio.
 
- São, por definição, tributos não vinculados à atividade estatal.
 
- São tributos de arrecadação não vinculada.
 
(Constituição Federal) Art. 167, IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a
repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos
para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de

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atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e
a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem
como o disposto no § 4º deste artigo;
 
- Incidem sobre um comportamento do sujeito passivo (exemplo: transferir bens imóveis) ou situação jurídica na qual
ele se encontra (exemplo: ser proprietário de imóvel).

Classificação de acordo com a Competência


 
 
Competência para instituir impostos:
 
União:
 
- Imposto sobre Importação (II),
 
- Imposto sobre Exportação (IE),
 
- Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI),
 
- Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas aTítulos ou Valores Mobiliários (IOF),
 
- Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer natureza (IR),
 
- Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR) e Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF).
 

Estados (e o DF):

- Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD),

- Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e


Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e 

- Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

Municípios (e o DF):

- Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU),

- Imposto sobre Transmissão (onerosa) Inter Vivos de Bens Imóveis (ITBI) e

- Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

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- A União poderá instituir, por meio de lei complementar, novos impostos - competência tributária residual -, desde
que:

a) sejam não cumulativos, e

b) não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição Federal.

 
- A União também detém a competência extraordinária, contida no art. 154, II, da CF/1988, que confere a possibilidade
de criar impostos extraordinários, na iminência ou o caso de guerra externa - Imposto Extraordinário de Guerra (IEG).
 
Único caso de bitributação:
 
- No uso dessa competência extraordinária, poderá a União delinear como fato gerador do IEG qualquer base
econômica, ainda que outro ente tributante também cobre tributo sobre esse mesmo fato gerador.
 

Criação de Impostos
 
- A CF/1988 exige que lei complementar, de caráter nacional, defina os respectivos fatos geradores, bases de
cálculos e contribuintes.
 
Art. 146. Cabe à lei complementar:
(...)

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

Outras Classificações
 

Imposto real: aquele que leva em consideração as características do objeto tributado. É o caso


do IPTU, IPVA, ICMS, ISS, etc. Todos os impostos, com exceção do IR, são considerados reais.

Imposto pessoal: aquele que leva em consideração alguma característica do contribuinte para fins de tributação. O
único imposto inegavelmente pessoal é o imposto de renda. Os demais são impostos reais.

Impostos diretos: aqueles em que o encargo financeiro é suportado efetivamente por quem pratica o fato gerador. São
exemplos de imposto direto o IPTU e o IPVA.

Imposto indireto: aquele que admite, pela sua natureza, a transferência do encargo financeiro a terceiro. É o que a
doutrina chama de “repercussão financeira”.

Contribuinte de direito:

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Aquele que está indicado na lei como contribuinte, ou seja, como sujeito passivo e que deverá recolher o tributo
ao fisco. Temos, também, a figura do contribuinte de fato, que é quem suportará o encargo financeiro do tributo,
mas não é quem recolhe o tributo. São exemplos de impostos indiretos: ICMS, ISS e IPI.

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