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Impostos
1. Conceito
Os impostos encontram-se previstos no inc. I do art. 145 e nos artigos 153, 155 e 156, todos da CF/1988, bem como no
art. 16 do CTN.
Conforme definição contida no art. 16 do CTN, imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa à vida do contribuinte, à sua atividade ou a seu
patrimônio.
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Portanto, podemos afirmar que os impostos são, por definição, tributos não vinculados à atividade estatal. Essa é a
sua principal característica. Significa dizer: o imposto não necessita de nenhuma atividade estatal para que possa ser
cobrado. Aqui, dizer que o imposto é “não vinculado” tem a ver com a desnecessidade de existência de uma atividade
estatal específica, ou seja, o Estado não precisa fazer nada para poder cobrar o imposto. É diferente de uma taxa
(tributo vinculado), que exige do Estado a prestação prévia de serviço ou o exercício regular do poder de polícia.
Daí a assertiva de que o “imposto é um tributo que não goza de referibilidade”. Guarde essa frase! É muito utilizada
pela doutrina e muito cobrada em provas de concursos.
Além de serem tributos não vinculados, os impostos são tributos de arrecadação não vinculada. Aliás, como regra, a
vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa é proibida diretamente pela Constituição Federal (inc. IV
do art. 167):
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Isso quer dizer que sua receita presta-se ao financiamento das atividades gerais do Estado, remunerando os serviços
universais (prestados “uti universi”) que, por não gozarem de referibilidade (especificidade e divisibilidade) não podem
ser custeados por intermédio de taxas.
Em geral, quando estamos diante de um serviço público indivisível, isto é, que beneficie toda a coletividade, esse
serviço como regra é remunerado por receita de imposto. Por exemplo, o serviço de segurança pública beneficia a
todos indistintamente e é remunerado pela receita de impostos. Da mesma forma, os serviços de saúde e de
educação.
Por fim, os impostos incidem sobre um comportamento do sujeito passivo (exemplo: transferir bens imóveis) ou
situação jurídica na qual ele se encontra (exemplo: ser proprietário de imóvel).
A Constituição Federal atribui competência para instituir impostos, de maneira enumerada e privativa, a cada ente
federado.
Dessa maneira, prevê que a União pode instituir os sete impostos previstos no art. 153, quais sejam: Imposto sobre
Importação (II), Imposto sobre Exportação (IE), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações
de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas aTítulos ou Valores Mobiliários (IOF), Imposto sobre a Renda e Proventos de
qualquer natureza (IR), Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR) e Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF).
Já os Estados (e o DF) podem instituir os três impostos previstos no art. 155: Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e
Doações (ITCMD), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual
e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
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Por sua vez, os Municípios (e o DF) podem instituir os três impostos previstos no art. 156: Imposto sobre Propriedade
Predial e Territorial Urbana (IPTU), Imposto sobre Transmissão (onerosa) Inter Vivos de Bens Imóveis (ITBI) e Imposto
sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
Ocorre que a própria Constituição Federal, em seu art. 154, I, prevê que a União poderá instituir, por meio de lei
complementar, novos impostos - competência tributária residual -, desde que:
b) não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição Federal.
Além disso, a União também detém a competência extraordinária, contida no art. 154, II, da CF/1988, que confere a
possibilidade de criar impostos extraordinários, na iminência ou o caso de guerra externa - Imposto Extraordinário de
Guerra (IEG).
Destaque-se que, no uso dessa competência extraordinária, poderá a União delinear como fato gerador do IEG
qualquer base econômica, ainda que outro ente tributante também cobre tributo sobre esse mesmo fato gerador.
Por esse motivo, afirma-se que esse é o único caso de bitributação – cobrança do mesmo tributo sobre o mesmo fato
gerador, por dois entes tributantes diversos – constitucionalmente autorizada.
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3. Criação de impostos
Como esclarece a doutrina, a Constituição Federal não cria tributos, tão somente atribui competência para que os entes
políticos o façam.
No que se refere aos impostos, visando a assegurar a uniformidade da incidência tributária em todo o território
nacional, a CF/1988 exige que lei complementar, de caráter nacional,defina os respectivos fatos geradores, bases de
cálculos e contribuintes. Eis a redação constitucional:
(...)
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
4. Outras classificações
Por fim, temos que saber, ainda, as classificações de impostos, que são relevantes e cobradas em provas.
Imposto real é aquele que leva em consideração as características do objeto tributado. É o caso do IPTU,
IPVA, ICMS, ISS, etc. Todos os impostos, com exceção do IR, são considerados reais.
Imposto pessoal é aquele que leva em consideração alguma característica do contribuinte para fins de
tributação. O único imposto inegavelmente pessoal é o imposto de renda. Os demais são impostos reais.
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A segunda classificação que nos interessa é a que diferencia os impostos em diretos e indiretos.
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Impostos diretos são aqueles em que o encargo financeiro é suportado efetivamente por quem pratica o
fato gerador. São exemplos de imposto direto o IPTU e o IPVA.
Por outro lado, imposto indireto é aquele que admite, pela sua natureza, a transferência do encargo
financeiro a terceiro. É o que a doutrina chama de “repercussão financeira”.
Nos impostos indiretos, temos a figura do contribuinte de direito, que é aquele que está indicado na lei
como contribuinte, ou seja, como sujeito passivo e que deverá recolher o tributo ao fisco. Temos, também,
a figura do contribuinte de fato, que é quem suportará o encargo financeiro do tributo, mas não é quem
recolhe o tributo. São exemplos de impostos indiretos: ICMS, ISS e IPI.
Assim, nota-se que, nos impostos indiretos, a pessoa que pratica o fato gerador (vende a mercadoria ou
presta o serviço) não é quem efetivamente suporta economicamente o tributo, já que ocorre o repasse do
montante do imposto incidente sobre a operação para o denominado “contribuinte de fato”.
Resumo do capítulo
Impostos
Conceito
- É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica,
relativa à vida do contribuinte, à sua atividade ou a seu patrimônio.
- São, por definição, tributos não vinculados à atividade estatal.
- São tributos de arrecadação não vinculada.
(Constituição Federal) Art. 167, IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a
repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos
para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de
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atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e
a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem
como o disposto no § 4º deste artigo;
- Incidem sobre um comportamento do sujeito passivo (exemplo: transferir bens imóveis) ou situação jurídica na qual
ele se encontra (exemplo: ser proprietário de imóvel).
Estados (e o DF):
Municípios (e o DF):
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- A União poderá instituir, por meio de lei complementar, novos impostos - competência tributária residual -, desde
que:
b) não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição Federal.
- A União também detém a competência extraordinária, contida no art. 154, II, da CF/1988, que confere a possibilidade
de criar impostos extraordinários, na iminência ou o caso de guerra externa - Imposto Extraordinário de Guerra (IEG).
Único caso de bitributação:
- No uso dessa competência extraordinária, poderá a União delinear como fato gerador do IEG qualquer base
econômica, ainda que outro ente tributante também cobre tributo sobre esse mesmo fato gerador.
Criação de Impostos
- A CF/1988 exige que lei complementar, de caráter nacional, defina os respectivos fatos geradores, bases de
cálculos e contribuintes.
Art. 146. Cabe à lei complementar:
(...)
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
Outras Classificações
Imposto pessoal: aquele que leva em consideração alguma característica do contribuinte para fins de tributação. O
único imposto inegavelmente pessoal é o imposto de renda. Os demais são impostos reais.
Impostos diretos: aqueles em que o encargo financeiro é suportado efetivamente por quem pratica o fato gerador. São
exemplos de imposto direto o IPTU e o IPVA.
Imposto indireto: aquele que admite, pela sua natureza, a transferência do encargo financeiro a terceiro. É o que a
doutrina chama de “repercussão financeira”.
Contribuinte de direito:
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Aquele que está indicado na lei como contribuinte, ou seja, como sujeito passivo e que deverá recolher o tributo
ao fisco. Temos, também, a figura do contribuinte de fato, que é quem suportará o encargo financeiro do tributo,
mas não é quem recolhe o tributo. São exemplos de impostos indiretos: ICMS, ISS e IPI.
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