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TECTÔNICA DE PLACAS E

ESTRUTURA DAS ROCHAS


PROCESSOS GEODINÂMICOS
 Origem e Transferência de calor
 Fluxo de calor – principal fonte de energia interna (2x1010 calorias
por ano atingem a superfície e representa 10 vezes toda a energia
usada pelo homem)
 Fontes de calor
▪ radiotividade (principal fonte de calor)
▪ A energia liberada pela radiatividade é responsável pela
geração de correntes de convecção que provocam o movimento
das placas litosféricas e erguem as cordilheiras e formam fossas
oceânica
▪ O núcleo é a principal fonte de calor do Planeta Terra (6000 0C)
– é responsável por transmitir para a litosfera sob a forma de
plumas térmicas e células convectivas o calor através do manto
▪ conversão de energia gravitacional em térmica
▪ energia derivada dos processos iniciais de formação da Terra
(acresção planetária)
Prof. em Denominação Constituição litológica Dens. Temp. Velocidade das
km das camadas ondas P (km/s)

25-90 Crosta superior SIAL (granitos a intermediários) 2,7 800 0 5,6 – 7


continental

5-10 Crosta inferior SIMA (basalto) 3,0 1000 0 6,5


oceânica
Descontinuidade de Mohorovicic – indica mudança de composição da crosta com
400 relação ao manto - Zona de transição mais fluida, ou astenosfera (100-150 km)
1.050 Manto superior Peridotito contendo minerais de 3,3 2000 0 8,2
2.900 alta pressão (granada)
Manto inferior Peridotito com ferro e sulfeto 5,5 13,6
(similar a alguns meteoritos)
Descontinuidade de Wiechert-Gutenberg
5.155
Núcleo externo Fe-S-Ni 9-11 3000 0 8,1
6.370
Líquido (suposta fonte do campo
magnético terrestre)
Núcleo interno Fe-Ni (similar aos sideritos) 12-14 5000 0 11,2
 Litosfera?
 Astenosfera?

 http://www.obsis.unb.br/index.php?option=com_co
ntent&view=article&id=55&Itemid=66
 Dinâmica da litosfera
▪ Ocorre a transferência de calor e matéria do manto e do
núcleo, provocam esforços tensionais e de arraste
▪ Estes fenômenos são responsáveis pela movimentação das
placas litosféricas provocando a formação das cadeias de
montanhas, fossas continentais, atividades magmáticas,
falhamentos e dobramentos
▪ Em zonas com esforços distensivos da crosta oceânica (zona
de subida de magma) – crosta oceânica é formada nas
dorsais meso-oceânicas ou cordilheiras meso-oceânicas
▪ Em zonas com esforços compressivos na crosta (zona de
convergência de correntes de convecção) – cordilheiras são
formadas, surgem cinturões orogenéticos, zonas de
subducção, arcos de ilhas e fossas oceânicas
FENÔMENOS ASSOCIADOS A
DINÂMICA INTERNA
 Fenômenos magmáticos
 Relacionados a gênese, evolução e solidificação do
magma
 Dá origem as rochas magmáticas – plutônicas e
vulcânicas
 Tipos de magmas
▪ Ácidos – granitos e riolitos
▪ Intermediários – sienitos e traquitos / diorito e andesito
▪ Básicos – gabro e basalto
 Magma – composição e temperatura
▪ Como os corpos intrusivos afloram na superfície
▪ Podem deformar as rochas
 Fenômenos metamórficos
 Formadas a partir da recristalização de rochas
sedimentares, ígneas e metamórficas quando
submetidas a pressão e temperatura diferentes das
sua formação
 Ocorrem reações químicas no estado sólido –
mudança mineralógicas e texturais
 Tipos de metamorfismo: contato e regional.
 Ardósia, filito, xisto e gnaisse – Quanto maior o
grau metamórfico maior a resistência aos processos
morfodinâmicos
 Fenômenos Tectônicos
 Fenômenos associados à tectônica
▪ Falhamentos
▪ Dobramentos
▪ Orogênese - processo tectônico que afeta vasta região da
crosta (Andes, Himalaia) – este termo hoje está associado a
fenômenos de falhamento, dobramento, magmatismo,
terremotos e metamorfismo
▪ Epirogênese – movimentação vertical de extensas áreas
continentais, pode ser responsável pela formação das bacias
sedimentares no interior das placas tectônicas, bem como pela
formação de pequenas elevações. A sua origem é controversa,
promovida por variações térmicas ou de volume do manto. Às
vezes é correlacionado a reajustes isostáticos
 Ordem de escala
 Orogênese – Regional e Mundial
 Falhamentos e Dobramentos – Local ou Regional

 Porque a rocha dobra ou falha


 A idade da rocha e da deformação nela contida
difere da idade da forma esculpida

 Fenômenos geológicos - escala de tempo


(orogenia x vulcanismos e terremotos)
TECTÔNICA GLOBAL
 EVOLUÇÃO DA TEORIA
 Francis Bacon (1620) apontou o perfeito encaixe entre as
costas da América do Sul e África – indicou que estes
continentes estivessem unidos no passado
 Deriva Continental (XX)
 Wegner
 Teoria baseada na observação da forma dos continentes e presença de fósseis
 Imaginou que os continentes um dia estiveram unidos em um supercontinente
denominado PANGEA (220 MA). Este supercontinente teria se fragmentado em
dois supercontinentes, LAURÁSIA e GONDWANA.
 Os continentes se moviam sobre a superfície da Terra, contudo não definiu as
placas litosféricas.

 Pesquisou evidências para comprovar esta Teoria


 Presença de flora Glossopteris
 Evidência de glaciações
 Paleogeográfica – continuidade de montanhas, por exemplo, Serra do Cabo
(África do Sul) e Sierra de la Ventana (Argentina)
 Teoria da Tectônica de Placas
 Chave da resposta de Wegner estaria no fundo oceânico
 1940 – submarinos e sonares permitiram traçar mapas do fundo
oceânico – com montanhas, fendas e fossas. Observou-se
 Dorsal meso-oceânica (oceano Atlântico) tem 84.000 km de
largura e 1-3 km de altura
 Fluxo térmico
 Separação dos continentes
 1960 – determinação da idade do fundo oceânico (200 MA)
 simetria da idade ao longo da cordilheira meso-oceânica
 magnetismo (eixo magnético coincidente dom o eixo rotacional) –
pólo magnético mudou ao longo do tempo
 Hess (1962) afirmou que estruturas do fundo oceânico estariam
relacionadas a processos de convecção no interior da Terra. O
magma ao atingir a superfície se movimentaria lateralmente
afastando-se da dorsal e a continuidade deste processo formaria
o fundo oceânico
 Tectônica de Placas
 A expansão do fundo oceânico e a deriva seriam produtos da corrente de
convecção.
 Com a continuidade do processo de geração de crosta oceânica, em um local é
gerado e outro destruído
 Baseado nas novas informações desenvolveu-se a teoria do
espalhamento do fundo oceânico que serviu de base para a
tectônica de placas
 A litosfera rígida e fria flutua sobre a astenosfera plástica e
quente. A litosfera é fragmentada (fraturas) em sete placas
principais (Africana, Eurasiana, Pacífica, Indo-Australiana,
Antártica e Nazca) que se movimentam horizontal e
transversalmente
 Placa oceânica é gerada na dorsal meso oceânicas e destruída
nas zonas de subducção
 PLACAS TECTÔNICAS
 Litosfera (crosta + parte superior do manto superior)
 Crosta continental SiAl (25-50 km)
 Superior - Composta por rochas ígneas, sedimentares e
metamórficas de médio a baixo grau
 Inferior – ígnea e metamórfica de alto grau (básica a
intermediária)
 Crosta oceânica SiMa (5 – 10 km)
 Rochas ígneas de composição basáltica e sedimentos de fundo
oceânico

 Placas tectônicas
 Porções de crosta oceânica e crosta continental (Sul Americana)
 Porções de crosta oceânica (Pacífica e Nazca)
 Sete placas principais
 Limites de Placas
 Construtiva ou divergente – formação de fundo oceânico
 Convergente
▪ Destrutiva – zona de colisão de placas, com a formação de
zona de subducção, onde a placa mais densa e fria mergulha
(em direção ao manto) sob a mais leve e quente
▪ Colisional ou sutura – regiões de convergência, sem consumo
de placa (Himalaia)
 Conservativa – formada ao longo de falha
transformante, o movimento relativo da placa é
horizontal e paralelo
 Margem Continental
 Regiãoonde a crosta continental e oceânica se
encontram
 Passiva ou tipo Atlântico – firme conexão entre crosta
continental e oceânica. Pequena atividade tectônica (sismos
de baixa intensidade).
 Ativa ou tipo Pacífica – caracterizada pela presença de
subducção (intensa sismicidade, atividade ígnea,
metamorfismo, orogênese, entre outros fenômenos).
 Formas observadas nas margens continentais
 Arcos de ilha – formadas pela colisão de duas placas
oceânicas. É uma cadeia de ilhas paralela a fossa.
Exemplo Ilhas Japonesas.
 Cordilheiras meso-oceânicas – cadeia de montanhas que
rodeiam o globo extensão de 80.000 km e largura
superior a 1.5000 km (elevam somente 3 km sobre o
assoalho oceânico)
 Cadeias de montanhas
 Fossas
 Dorsais meso-oceânicas
TIPOS DE
TIPO DE EVENTOS
PLACAS FISIOGRAFIA EXEMPLOS
LIMITE GEOLÓGICOS
ENVOLVIDAS
Expansão do
assoalho
oceânico,
Cordilheira Meso- ascensão de Cadeia do Meio
Oceano/Oceano oceânica com Rift- magma básico, Atlântico
Valley central vulcões,
Divergente terremotos rasos.

Fragmentação de
Continente/ continentes,
Grande Rift
Rift-Valley central ascensão de
Continente Africano
magma, vulcões
e terremotos
Subducção,
ascensão de
magma, vulcões
Arco de Ilhas e
Convergente Oceano/Oceano andesíticos, Aleutas, Oeste
fossas
terremotos,
deformação
crustal
TIPO DE
TIPO DE EVENTOS EXEMPLOS
PLACAS FISIOGRAFIA
LIMITE GEOLÓGICOS ATUAIS
ENVOLVIDAS
Subducção,
ascensão de
magma, vulcões
Oceano/ Costa oeste sul-
Montanhas e fossas andesíticos,
americana
Continente oceânicas deformação
(Andes)
crustal,
Convergente terremotos
profundos
Deformação
Continente/ crustal,
Montanhas metamorfismo, Himalaia, Alpes
Continente terremotos
profundos

Oceano/ Deslocamento do eixo


das cordilheiras Terremotos Fratura Kane
Oceano oceânicas
Transformante
Continente/ Deslocamento ao Deformação de
Falha de Santo
longo da falha, rochas,
Continente André
pequenas montanhas terremotos
 http://www.youtube.com/watch?v=8Pnd4iMeIII
 http://www.youtube.com/watch?v=LWxGYpLWFJs
DOBRAS E FALHAS
 Esforços na crosta:
 Superfície- falhamento
 Profundidade - dobramento
 Plasticidade das rochas:
 Plásticas – calcárias, argilito, siltito, filito, xisto ou
ardósia;
 Não plásticas – arenitos, quartzitos, rochas ígneas,
gnaisses.

 Fratura – plano de descontinuidade da rocha


 sem deslocamento – diáclase ou junta;
 com deslocamento (centímetros até quilômetros) –
falha;
FALHAS
 Elementos da falhas:
 plano de falha – superfície decorrente do falhamento
e na qual os blocos se deslocam. O plano de falha
pode se apresentar polido (espelho de falha), estriado
ou em degraus, e indicam a direção do movimento;
 linha de falha ou traço de falha – linha que resulta da
interseção do plano de falha com a superfície do
terreno;
 rejeito de falha – medida do deslocamento linear de dois pontos
originalmente contíguos:
 rejeito vertical ou normal– é o afastamento vertical de dois pontos
contíguos, medido em um plano perpendicular (D-C);
 rejeito horizontal - é o afastamento horizontal de dois pontos contíguos,
medido em um plano perpendicular (A-D);
 rejeito total – afastamento de pontos originalmente contíguos, medido
no plano de falha (A-A’);
 Classificação das falhas segundo o movimento
relativo dos blocos:
 falha normal ou de gravidade – o bloco desliza (desce) no
plano de falha, esforço de tração;
 falha inversa ou reversa ou de empurrão – o bloco desliza
(sobe) no plano de falha, esforço de compressão, inclinação
do plano de falha inferior a 450;
 falha transcorrente – movimento horizontal no plano de
falha;
 falha oblíqua – deslocamento horizontal e vertical ao longo
do plano de falha.

 Sistemas de falhas:
 graben ou fossa tectônica – depressão estrutural alongada
ocasionada por falhamento. O graben de grande
comprimento é designado de rift-valley;
 horst ou muralha – é a elevação estrutural alongada
ocasionada por falhamento.
 Efeitos das falhas na topografia:
 escarpa de falha – escarpa produzida pela falha;
 escarpa de linha de falha – escarpa afastada do local do falhamento
pela ação erosiva. Mais comum do que a escarpa de falha;
 facetas triangulares;
 facetas trapezoidais;
DOBRAS
DOBRAS
 plano axial – é o
plano que divide a
dobra simetricamente,
pode ser vertical
(dobra normal),
horizontal (dobra
recumbente) ou
inclinada (dobra
inversa ou inclinada);
 eixo – resulta da
interseção do plano
axial com a camada,
representada por uma
linha. Pode ser
horizontal (dobra
horizontal), vertical
(dobra vertical) ou
inclinada (dobra
inclinada);
 flanco – dois lados de
uma dobra (ângulo
entre os flancos);
 1800 - 1200 – dobra
suave
 1200 - 700 – dobra
aberta
 700 - 300 – dobra
fechada
 300 - 10 – dobra suave
 00 – dobra isoclinal
(flancos paralelos)
 crista – porção mais
elevada da dobra
(pode ser o mesmo
que o eixo)
 CLASSIFICAÇÃO DAS DOBRAS
 a) idade camada e flancos
 Anticlinal – os flancos divergem a partir do eixo formando uma
elevação (antiformal), e possui a camada mais velha na porção interior;
 Sinclinal – os flancos convergem a partir do eixo formando uma
depressão (sinformal), e possui a camada mais jovem na parte interior;

 b) ângulo entre os flancos


 Dobra simétrica – plano axial vertical e flancos mergulhando com o
mesmo ângulo;
 Suave, aberta, fechada apertada e isoclinal
 Dobra assimétrica – plano axial vertical e flancos mergulhado com
ângulos diferentes;
 c) plano axial (normal, inversa, recumbente)

 d) eixo (vertical, inclinado, horizontal)


 Grotzinger, J., Press, F., Siever, R., Jordan, T.
Para Entender aTerra. Editora Bookman, 4°
edição, Porto Alegre, 2006.

 Taioli, F., Toledo, M. C. M., Fairchild, T. R.,


Teixeira, W. Decifrando a Terra. Editora
Oficina de textos, 1ª edição, 2000.

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