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DIREITO PENAL

Crimes Contra a Fé Pública


Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online

CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

O edital para o TJ/SP traz dois blocos de títulos do Direito Penal: o X, que traz
os crimes contra a fé pública, e o XI, dos crimes contra a Administração Pública.
Nesses títulos do Código Penal, o edital explicita os seguintes artigos:

1. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

Arts. 293 a 305; 307; 308 e 311-A.

2. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Arts. 312 a 317; 319 a 333; 335 a 337; 339 a 347; 350; 357 e 359.
Nem todos os artigos serão objeto de estudo. Destacaremos os mais recor-
rentes. Em relação aos demais, basta uma leitura atenta para a sua compreen-
são.

Crimes contra a fé pública

Falsificação de documento público

Art. 297. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documen


to público verdadeiro:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

A falsificação do documento pode ser parcial ou total, e a alteração de um


documento público verdadeiro pode ocorrer por rasura.
Aumento de pena:
Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
O simples fato de ser um funcionário público não acarreta o aumento da pena
em 1/6. Isso acontece quando, sendo funcionário público, ocorre o aproveita-
mento do cargo para praticar a falsidade.
ANOTAÇÕES

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Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público:

a) o emanado de entidade paraestatal;


b) o título ao portador ou transmissível por endosso;
Falsificar um cheque equipara-se a falsificação de documento.
c) as ações de sociedade comercial;
d) os livros mercantis;
e) o testamento particular.

Condutas equiparadas

Nas mesmas penas (2 a 6 anos de reclusão), incorre quem insere ou faz inserir:
a) na folha de pagamento ou em documento de informações que seja
destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua
a qualidade de segurado obrigatório;
b) na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em
documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declara-
ção falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;
c) em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado
com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração
falsa ou diversa da que deveria ter constado.
Esses crimes têm o objetivo de prejudicar a Previdência Social mediante a
falsificação de folha de pagamento, Carteira de Trabalho e Previdência Social e
documento contábil. A declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita
na Carteira de Trabalho e Previdência Social não constitui crime de falsidade
ideológica, mas, sim, crime de falsificação de documento.

Atenção!
Também responde pelas mesmas penas (2 a 6 anos de reclusão) quem
OMITE, nos documentos mencionados nas alíneas acima, nome do segurado
e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou
de prestação de serviços.
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Falsificação de documento particular

Art. 298. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar docu-


mento particular verdadeiro:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Atenção!
Equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.

Falsidade ideológica

Art. 299. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia
ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade
sobre fato juridicamente relevante:
Pena:
a) Reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público.
b) Reclusão, de um a três anos, e multa, se o documento é particular.

O caso de omissão, em folha de pagamento, Carteira de Trabalho e Previdên-


cia Social ou documento contábil, do nome do segurado e seus dados pessoais,
além da remuneração e vigência do contrato, não configura falsidade ideológica,
mas falsificação de documento público.

Causas de aumento de pena

Aumenta-se a pena de SEXTA PARTE (1/6):


a) se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do
cargo;
b) se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil;
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Falsidade de atestado médico

Art. 302. Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:


Pena – detenção, de um mês a um ano.

Atenção!
Se esse crime é cometido COM O FIM DE LUCRO, aplica-se também MULTA.
A pena não é aumentada, mas é acrescida de multa no caso de o médico ter
lucrado com esse atestado falso, por exemplo.

Falsa identidade

Art. 307. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em
proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemen-
to de crime mais grave.

Esse crime será punido de acordo com o artigo 307, salvo se não constituir
elemento de crime mais grave, caracterizando um crime subsidiário.

Art. 308. Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista
ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se
utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:
Pena – detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui
elemento de crime mais grave.

Esse crime será punido de acordo com artigo 308, salvo se não constituir ele-
mento de crime mais grave, caracterizando um crime subsidiário.

Fraudes em certames de interesse público

Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a


outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:
I – concurso público;
II – avaliação ou exame públicos;
III – processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou
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IV – exame ou processo seletivo previstos em lei:


Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Desde 2011, é crime fraudar concurso público, como a compra e venda de


gabaritos.

Conduta equiparada

Nas mesmas penas (2 a 4 anos de reclusão) incorre quem permite ou facilita,


por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações men-
cionadas no caput.

Figura qualificada – dano para a Administração Pública

Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública:


Pena – reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos e multa.

Causa de aumento de pena

Aumenta-se a pena de 1/3 (UM TERÇO) se o fato é COMETIDO POR FUN-


CIONÁRIO PÚBLICO.
Nesse caso, o funcionário público não precisa se valer do cargo.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Paulo Igor.
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