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Universidade Federal do Rio de Janeiro

DCC - Departamento de Construção Civil


Disciplina: Arquitetura

ARQUITETURA

FORMA, ESPAÇO E ORDEM

Professora: Elaine Garrido Vazquez


e-mail: elaine@poli.ufrj.br

Monitora: Luciana de Oliveira Amancio


e-mail: luciana_oliveira@poli.ufrj.br

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Universidade Federal do Rio de Janeiro
DCC - Departamento de Construção Civil
Disciplina: Arquitetura

Glossário
1.1. FORMA ESPAÇO E ORDEM .................................................................................................................... 4
1.2. FORMA E ESPAÇO ................................................................................................................................... 4
1.3. ANÁLISE GRÁFICA................................................................................................................................... 4
1.4. OBJETO ARQUITETÔNICO E QUALIDADES FORMAIS........................................................................ 4
1.5.1. CONTEXTO – CONCEPÇÃO ............................................................................................................. 5
1.6. ELEMENTOS PRIMÁRIOS ........................................................................................................................ 6
1.6.1. PONTO ................................................................................................................................................ 6
1.6.2. RETA................................................................................................................................................... 6
1.6.3. PLANO ................................................................................................................................................ 7
1.6.3.1. PLANO DE BASE ....................................................................................................................... 7
1.6.3.2. PLANO DAS PAREDES ............................................................................................................. 8
1.6.3.3. PLANO DE TETO........................................................................................................................ 8
1.6.4. VOLUME ............................................................................................................................................. 9
1.7. FORMA....................................................................................................................................................... 9
1.8. FORMATO................................................................................................................................................ 10
1.9. FIGURAS PRIMÁRIAS ............................................................................................................................ 10
1.9.2. SÓLIDOS PRIMÁRIAS ..................................................................................................................... 11
1.10. FORMAS REGULARES E IRREGULARES.......................................................................................... 12
1.10.1. TRANSFORMAÇÃO DA FORMA................................................................................................... 12
1.10.2. TRANSFORMAÇÃO ....................................................................................................................... 13
1.10.3. COMENTÁRIOS DE LE CORBUSIER A RESPEITO DA FORMA ................................................. 13
1.10.4. COLISÕES FORMAIS DE GEOMETRIA........................................................................................ 13
1.11. FORMA E ESPAÇO ............................................................................................................................... 14
1.11.1. FUNDO E FIGURA .......................................................................................................................... 14
1.11.2. ARQUITETURA .............................................................................................................................. 15
1.11.2.1. FORMA E ESPAÇO CIRCUNDANTE – FIGURA (+) E FUNDO (-) ....................................... 15
1.11.3. ELEMENTOS HORIZONTAIS DEFININDO O ESPAÇO ................................................................ 16
1.11.3.1. PLANO DE BASE ................................................................................................................... 16
1.11.3.2. PLANO DE BASE ELEVADO ................................................................................................. 16
1.11.3.3. PLANO DE BASE REBAIXADO............................................................................................. 17
1.11.3.4. PLANO SUPERIOR................................................................................................................. 18
1.11.3. ELEMENTOS VERTICAIS DEFININDO O ESPAÇO...................................................................... 18
1.11.3.1. ELEMENTOS RETILÍNEOS VERTICAIS................................................................................ 19
1.11.3.2. PLANO VERTICAL ÚNICO..................................................................................................... 19
1.11.3.3. PLANO EM FORMA DE L....................................................................................................... 20
1.11.3.4. PLANOS PARALELOS........................................................................................................... 20
1.11.3.5. PLANO EM FORMA DE U ...................................................................................................... 20
1.11.3.6. QUATRO PLANOS FECHAMENTO....................................................................................... 21
1.12. ABERTURAS EM ELEMENTOS DEFINIDORES DE ESPAÇO ........................................................... 21
1.12.1. POSSIBILIDADES DE ABERTURA ............................................................................................... 21
1.12.2. QUALIDADE DO ESPAÇO ARQUITETÔNICO.............................................................................. 22
1.12.3. GRAU DE DELIMITAÇÃO .............................................................................................................. 22
1.12.4. LUZ.................................................................................................................................................. 23
1.12.5. VISTA .............................................................................................................................................. 23
1.13. ORGANIZAÇÃO DA FORMA E DO ESPAÇO ...................................................................................... 24

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1.13.1. ORGANIZAÇÃO ............................................................................................................................. 24


1.13.2. ORGANIZAÇÃO DA FORMA E DO ESPAÇO................................................................................ 24
1.13.2.1. ABSORÇÃO - ESPAÇO DENTRO DE UM ESPAÇO ............................................................ 24
1.13.2.2. INTERPENETRAÇÃO - ESPAÇOS INTERSECCIONAIS...................................................... 24
1.13.2.3. JUSTAPOSIÇÃO - ESPAÇOS ADJACENTES ...................................................................... 25
1.13.2.4. CONEXÃO - ESPAÇOS LIGADOS POR UM ESPAÇO COMUM.......................................... 25
1.13.3. TIPOS DE ORGANIZAÇÃO ............................................................................................................ 26
1.13.3.1. ORGANIZAÇÃO CENTRALIZADA ........................................................................................ 26
1.13.3.2. ORGANIZAÇÃO LINEAR ....................................................................................................... 26
1.13.3.3. ORGANIZAÇÃO RADIAL ....................................................................................................... 27
1.13.3.4. ORGANIZAÇÃO AGLOMERADA .......................................................................................... 27
1.13.3.5. ORGANIZAÇÃO MALHA........................................................................................................ 27
1.13.3.6. ORGANIZAÇÃO ESPACIAL................................................................................................... 28
1.13.4. GÊNESE DA FORMA ARQUITETÔNICA....................................................................................... 28
1.13.5. DEMARCAÇÃO DO ESPAÇO:....................................................................................................... 29
1.13.5.1. METRO PADRÃO ................................................................................................................... 29
1.13.5.1.1. OUTROS SISTEMAS DE REFERÊNCIA ......................................................................................... 29
1.13.6. PRINCÍPIOS DA ORDEM................................................................................................................ 29
1.13.6.1. EIXO......................................................................................................................................... 30
1.13.6.2. SIMETRIA................................................................................................................................ 30
1.13.6.3. HIERARQUIA .......................................................................................................................... 30
1.13.6.4. RITMO...................................................................................................................................... 31
1.13.6.5. DADO....................................................................................................................................... 31
1.13.6.6. TRANSFORMAÇÃO ............................................................................................................... 31
1.13.7. TRAÇADOS REGULARES............................................................................................................. 32
1.13.8. ESCALA E PROPORÇÃO .............................................................................................................. 32
1.13.8.1. TEORIAS DA PROPORÇÃO .................................................................................................. 32
1.13.8.1.1. SEÇÃO ÁUREA ............................................................................................................................... 33
1.13.8.1.1.1. SEÇÃO ÁUREA E SÉRIE DE FIBONACCI .............................................................................. 34
1.13.8.1.2. ORDENS CLÁSSICAS ..................................................................................................................... 34
1.13.8.1.3. TEORIAS RENASCENTISTAS ........................................................................................................ 34
1.13.8.1.4. MODULO .......................................................................................................................................... 35
1.13.8.1.5. KEN .................................................................................................................................................. 36
1.13.8.1.6. ANTROPOMETRIA .......................................................................................................................... 37
1.13.8.1.7. ESCALA ........................................................................................................................................... 37

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1.1. FORMA ESPAÇO E ORDEM

Projeto de Arquitetura: Concepção em resposta a um conjunto de condições existentes.

• Natureza funcional;
• Condicionante social política e econômica;

Estudo dos elementos e princípios essenciais. A forma e o espaço não são apresentados
como fins, mais como meio para solucionar um problema em resposta às condições funcionais da
arquitetura.

1.2. FORMA E ESPAÇO

É possível estabelecer uma analogia com a maneira como precisamos conhecer, e


compreender o alfabeto antes que possamos formar palavras e desenvolver um vocabulário. De
maneira semelhante temos que conhecer os elementos básicos da forma e do espaço e
entendermos como podem ser manipulados no desenvolvimento de um projeto arquitetônico.

1.3. ANÁLISE GRÁFICA

Visão geral dos elementos, sistemas e organizações básicas que compõe uma obra
arquitetônica. Os elementos se inter-relacionam para formarem um todo integrado.

ASPECTOS FUNDAMENTAIS DE UMA EDIFICAÇÃO:

• Sistema Espacial:
Integração tridimensional dos elementos e espaços acomoda funções múltiplas da casa.

• Sistema Estrutural:
As vigas e as lajes se apóiam numa malha de colunas.

• Sistema de Delimitação:
Quatro planos de paredes externas definem um volume retangular.

• Sistema de Circulação:
A escada e a rampa ligam os três níveis.

1.4. OBJETO ARQUITETÔNICO E QUALIDADES FORMAIS

Utilizados na forma de analise gráfica, estes desenhos visam decompor exemplos


significativos de objetos arquitetônicos tendo como interesse principal a compreensão de suas
qualidades formais;

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A análise gráfica visa decompor objetos arquitetônicos,


tendo como interesse principal a compreensão de suas qualidades
formais. Aspectos fundamentais de uma edificação.

1.5.1. CONTEXTO – CONCEPÇÃO

1 - Forma externa simples.

2 - Organização interna complexa (formas e


espaços).

3 - Elevação do pavimento principal (vista


melhor e evita umidade do solo).

4 - Terraço jardim – distribui a luz do sol aos


espaços ao seu redor.

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1.6. ELEMENTOS PRIMÁRIOS

“Toda forma pictórica começa com o ponto que se coloca em movimento... O ponto se
move... e a reta nasce – a primeira dimensão. Se a reta se desloca para forma um plano,
obtemos um elemento bidimensional. No movimento do plano para espaços, o encontro de
planos dá surgimento ao corpo (tridimensional)...”

Elementos primários da forma na ordem de seu desenvolvimento desde o ponto até uma
reta unidimensional, e de um plano a um volume tridimensional.
Cada elemento é primeiramente considerado como um elemento conceitual e, a seguir,
como um elemento visual no vocabulário do projeto arquitetônico.

1.6.1. PONTO

Indica uma posição no espaço. Conceitualmente, não em comprimento, largura ou


profundidade, e é, portanto estático, centralizado e sem direção.

Embora um ponto teoricamente não tenha formato, ele começa a se fazer sentir quando
situado dentro de um campo visual.
Um ponto não tem dimensão. Qualquer elemento colunar é visto no plano como um ponto e,
portanto, conserva a característica visual de um ponto.

1.6.2. RETA

Transladando-se um ponto obtém-se a reta com propriedades: comprimento, direção e


sentido, porém não tem largura. Expressa direção, movimento e desenvolvimento.

Podemos observar elementos retilíneos verticais, como as colunas, os obeliscos e as torres.

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1.6.3. PLANO

Transladando-se uma reta obtém-se um plano com propriedades: comprimento, largura,


formato, superfície, orientação e posição. Porém não tem profundidade.

Propriedades suplementares: cor, padrão e textura;


Três tipos genéricos de planos – plano de base, plano das paredes e plano superior;

1.6.3.1. PLANO DE BASE

Plano de Base – Plano de Solo, Fundação Física

O edifício pode fundir-se como plano de solo, assentar-se firmemente sobre ele ou elevar-se
acima dele.
Exemplos: Machu Picchu, templos e igreja.
Um plano de solo pode ser manipulado para se estabelecer uma base para a edificação.
• Elevado a fim de um significado (proteção e sagrado).
• Escavado a fim de proporcionar uma plataforma apropriada sobre a qual construir.
• Escalonado para permitir que mudanças na elevação sejam facilmente atravessadas.

PLANO DE BASE
ASSENTADO SOB O SOLO PLANO DE BASE
ASSENTADO SOBRE O
SOLO

PLANO DE BASE ELEVADO

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1.6.3.2. PLANO DAS PAREDES

• Paredes externas: isolam uma porção do espaço para criar um ambiente interior
controlado. Privacidade e proteção. Dão contorno ao espaço exterior e descrevem forma, massa
e imagem de um edifício no espaço. Exemplos: frente, lateral, fundos de edifícios.
• Paredes internas: governam o tamanho e formato dos espaços internos ou cômodos dentro
de um edifício. Privacidade e barreira ao nosso movimento.

PAREDES
EXTERNAS

PAREDES INTERNAS

1.6.3.3. PLANO DE TETO

Enquanto caminhamos sobre o piso e temos contato físico com as paredes, o plano de teto
se encontra normalmente fora do nosso alcance (elemento visual).
Pode ser o lado inferior de um piso superior ou plano de cobertura.
Plano de cobertura = elemento de abrigo essencial que protege o edifício dos efeitos
climáticos.

PLANO DE COBERTURA

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1.6.4. VOLUME

Volume - transladando-se um plano obtém-se um volume com propriedades: comprimento,


largura, profundidade, forma, espaço, superfície, orientação e posição.

Como elemento tridimensional no vocabulário do projeto


arquitetônico, um volume pode ser tanto um sólido (espaço
ocupado por massa - edifício) ou vazio (espaço contido por
planos – planos das paredes, teto e base).
Todos os volumes podem ser analisados como: pontos
(vértice), linhas (arestas), e planos (superfície) .

1.7. FORMA

A forma arquitetônica é o ponto de contato entre massa e espaço.

Características.
• Formato - contorno característico.
• Tamanho - dimensão física de comprimento, largura e profundidade.
• Cor - fenômeno de luz e percepção visual.
• Textura - qualidade visual e tátil.
• Formato - perfil característico de uma figura plana ou a configuração da superfície de uma
forma volumétrica. É o principal meio pelo qual reconhecemos, identificamos e classificamos
figuras e formas.

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FORMATO

TAMANHO

COR

TEXTURA

1.8. FORMATO

Perfil característico de uma figura plana ou a configuração da superfície de uma forma


volumétrica. É o principal meio pelo qual reconhecemos, identificamos e classificamos figuras e
formas.

1.9. FIGURAS PRIMÁRIAS

Da geometria sabemos que as figuras regulares são: o círculo é a série infinita de polígonos
inscritos nele. Desses polígonos os mais significativos são o círculo, o triângulo e o quadrado.
•Círculo – centralizado em seu meio, rotação. Ex anfiteatro.
•Triângulo – estabilidade, quando repousa em um dos seus lados ou instabilidade sobre um
dos seus vértices.
•Quadrado – puro e racional, figura estática e neutra, não tendo nenhuma direção
dominante.

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Podemos observar claramente a influência do triângulo na concepção deste projeto de


Wright.

1.9.2. SÓLIDOS PRIMÁRIAS

As figuras primárias podem ser ampliadas de modo a gerarem formas volumétricas.


Formas regulares: esfera, cilindro, cone, pirâmide e cubo.

O famoso museu Guggenheim, projetado por Wright foi criado através da base de um cone.

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1.10. FORMAS REGULARES E IRREGULARES

Formas Regulares.
Formas Irregulares.
Composição Irregular de Formas Regulares.
Composição Regular de Formas Regulares.
Formas Irregulares dentro de um Campo Regular.
Formas Regulares dentro de um Campo Irregular.

1.10.1. TRANSFORMAÇÃO DA FORMA

Todas as outras formas podem ser entendidas como transformação de sólidos primários.

Transformação dimensional – uma forma pode ser transformada ao se alterar uma ou mais
de suas dimensões e ainda conservar sua identidade como membro de uma família de formas.

Transformação subtrativa – uma forma pode ser transformada ao se subtrair uma porção de
seu volume.

Transformação aditiva – adição de elementos ao seu volume;

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1.10.2. TRANSFORMAÇÃO

Formas regulares podem ser transformadas em formas prismáticas semelhantes sendo


encurtadas ou alongadas em sua altura, largura ou profundidade. Também podemos observar
projetos com uma composição regular a partir de formas regulares.

1.10.3. COMENTÁRIOS DE LE CORBUSIER A RESPEITO DA FORMA

Composição Cumulativa.
Forma aditiva.
Um tipo relativamente fácil.
Pitoresca, cheia de movimento.
Disciplinada pela classificação e hierarquia
Composição Cúbica (Prismas Puros).
Muito difíceis de satisfazerem o espírito.

Muito fáceis de combinação conveniente.

Forma subtrativa.
Muito generosa.
Na parte externa simplicidade.
Na parte interna, todas as necessidades
funcionais são satisfeitas.

1.10.4. COLISÕES FORMAIS DE GEOMETRIA

• Duas formas podem subverter suas identidades individuais, fundir-se a fim de criar uma
nova forma composta.

• Duas formas podem receber totalmente uma dentro de seu volume.

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• As duas formas podem conservar suas


identidades individuais e compartilhar a porção
interseccional de seus volumes.

• As duas formas podem estar ligadas por um


terceiro elemento.

1.11. FORMA E ESPAÇO

Modo como várias configurações de forma podem ser manipuladas na definição de um


espaço isolado e como os padrões afetam a qualidade do espaço definido.

UNIDADE DE OPOSTOS
Nosso campo visual normalmente consiste em elementos heterogêneos que diferem em
formato, tamanho, cor ou orientação.
A fim de compreender melhor a estrutura do campo visual, tendemos a organizar seus
elementos em dois grupos opostos:
• Elementos positivos - percebidos como figura.
• Elementos negativos - que atuam como um fundo para as figuras.

1.11.1. FUNDO E FIGURA

Às vezes, a relação entre a figura e seu


fundo é tão ambígua que transferimos
visualmente suas identidades para trás e para
frente quase simultaneamente.
No entanto, as figuras (elementos positivos)
que atraem nossa atenção, não poderiam existir
sem um fundo contrastante.

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1.11.2. ARQUITETURA

Elementos de forma e espaço formam a realidade da arquitetura

Depende daquilo que percebemos como sendo elementos positivos, as relações figura-
fundo das formas de massa e espaço podem ser invertidas. Os edifícios podem constituir formas
positivas que definem espaços de rua. Em outras, praças urbanas, pátios parecem elementos
positivos vistos contra o fundo da massa arquitetônica circundante.

1.11.2.1. FORMA E ESPAÇO CIRCUNDANTE – FIGURA (+) E FUNDO (-)

A. formar uma parede ao longo de uma aresta de


seu terreno e definir um espaço externo positivo.
B. circundar e delimitar o espaço de um pátio ou
átrio dentro de seu volume.
C. fundir seu espaço interno com o espaço
particular exterior de um terreno murado.
D. encerrar uma porção de seu terreno como um
recinto externo.
E. situar-se como um uma forma distinta no espaço
e dominar seu terreno.
F. estender-se e exibir uma ampla fachada a um
elemento de seu terreno.
G. situar-se solto dentro de seu terreno, porém
fazer com que espaços exteriores constituam uma
extensão de seus espaços interiores.
H. situar-se como uma forma positiva em um
espaço negativo.

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1.11.3. ELEMENTOS HORIZONTAIS DEFININDO O ESPAÇO

PLANO DE BASE

PLANO DE BASE ELEVADO

PLANO DE BASE REBAIXADO

PLANO
SUPERIOR

1.11.3.1. PLANO DE BASE

Para que um plano horizontal seja visto como uma figura, deve haver uma mudança
perceptível na cor, tonalidade ou textura entre a superfície e a área circundante.

1.11.3.2. PLANO DE BASE ELEVADO

Plano de base elevado – acima do plano do solo


circundante.
A elevação de um plano de base cria um domínio
específico dentro de um contexto espacial mais amplo.
Condição pré-existente do terreno ou artificialmente
construído.

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Plano de base assentado sob, sobre e elevado em


relação ao solo.

O grau até o qual a continuidade espacial e visual é mantida entre um plano elevado seus
arredores depende da escala da mudança de nível.

1 – continuidade visual e espacial


mantida.

2 – continuidade visual mantida e


espacial interrompida.

3 – continuidade visual e espacial


interrompida.

1.11.3.3. PLANO DE BASE REBAIXADO

Plano de base rebaixado - depressão do plano


do solo circundante.
O rebaixamento de uma porção do plano de
base, isola um campo de espaço de um contexto mais
amplo. As superfícies verticais da depressão
estabelecem os limites do campo.
Depressão topográfica ou artificialmente
construído.

O grau até o qual a continuidade espacial e visual é mantida entre um plano rebaixado e
seus arredores depende da escala da mudança de nível.

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1 – a área rebaixada pode constituir um


interrupção do plano de solo e permanecer
como parte integrante do espaço circundante.
2 – o aumento da profundidade do campo
rebaixado enfraquece sua relação visual com
o espaço circundante e fortalece sua
definição como um volume de espaço
distinto.
3 – uma vez que o plano de base original
esteja acima de nossa linha de visão, o
campo rebaixado se torna em si um recinto
separado e distinto.

1.11.3.4. PLANO SUPERIOR

O principal elemento superior de um edifício é o seu plano de cobertura. Abriga espaços


interiores e exerce grande impacto sobre a forma geral do edifício.

1.11.3. ELEMENTOS VERTICAIS DEFININDO O ESPAÇO

Elementos verticais estabelecem os limites visuais de um campo espacial. Tem uma


presença maior no nosso campo visual e são, portanto, mais eficazes para definir um volume
isolado de espaço e proporcionar um sentido de encerramento e privacidade para seus usuários.
Servem para separar um espaço do outro e para estabelecer um limite comum entre os ambientes
interno e externo.
Os elementos verticais da forma também desempenham papéis importantes na construção
de formas e espaços arquitetônicos. Servem como suportes estruturais para planos de piso e
coberturas. Proporcionam abrigo e proteção contra elementos climáticos e auxiliam a controlar o
fluxo de ar, calor, e som que atingem e percorrem os espaços internos de um edifício.

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ELEMENTOS RETILÍNEOS VERTICAIS

PLANO VERTICAL ÚNICO

PLANOS EM FORMA DE L

PLANOS PARALELOS

PLANO EM FORMA DE U

QUATRO PLANOS

1.11.3.1. ELEMENTOS RETILÍNEOS VERTICAIS

Nenhum volume de espaço pode ser estabelecido


sem a definição de suas arestas e cantos. Os elementos
retilíneos verticais servem a este propósito ao demarcar os
limites de espaço.

1.11.3.2. PLANO VERTICAL ÚNICO

Plano vertical único característica frontal. Fachada principal, pórtico.

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1.11.3.3. PLANO EM FORMA DE L

Seção aberta e possuem elementos flexível de definição de espaço arquitetura residencial


cômodo em L. com parte coberta e parte descoberta pátio privativo, abrigo e delimitação. Espaço
interno sofá em L.

1.11.3.4. PLANOS PARALELOS

Definem um campo de espaço entre si com forte qualidade direcional (corredor), espaço rua
com fachadas, natural da paisagem. Qualidade direcional e fluxo de espaço ruas, alamedas de
vilas.

1.11.3.5. PLANO EM FORMA DE U

Define um campo de espaço com um foco direcionado para dentro.

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1.11.3.6. QUATRO PLANOS FECHAMENTO

Quatro planos verticais delimitando um campo de


espaço, tipo de definição espacial mais típico na
arquitetura. Espaço fechado.

1.12. ABERTURAS EM ELEMENTOS DEFINIDORES DE ESPAÇO

Qualidade do espaço determinada pela natureza das aberturas dos espaços.


Aberturas propiciam uma continuidade visual ou espacial.
Espaços adjacentes com aberturas nos planos que delimitam um campo visual.
Portas - entrada padrão de movimento e uso.
Janelas - luminosidade , vista externa e ventilação natural.

Dentro de Panos
Em Cantos.
Entre Planos.

1.12.1. POSSIBILIDADES DE ABERTURA

A forma do espaço é
determinada pela configuração
de seus elementos definidores.
O padrão de suas aberturas
tem um impacto importante em
nossa percepção.

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1.12.2. QUALIDADE DO ESPAÇO ARQUITETÔNICO

O modo como o tamanho, o formato e a localização das aberturas ou vazios dentro das
formas que delimitam um espaço influenciam as seguintes qualidades de um recinto:
Grau de delimitação – a forma do espaço.
Vista – o foco do espaço.
Luz – a iluminação de suas superfícies e formas.

1.12.3. GRAU DE DELIMITAÇÃO

Aberturas que se situam totalmente dentro de planos de delimitação de um espaço não


enfraquecem a definição de aresta nem o sentido de fechamento de um espaço. A forma do
espaço permanece intacta.

Aberturas localizadas ao longo das arestas dos planos de delimitação de um espaço


enfraquecem visualmente os limites das arestas de um volume. Ao mesmo tempo em que estas
aberturas obscurecem a forma global de um espaço, também promovem sua continuidade visual.
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Aberturas entre planos de delimitação de um espaço isolam visualmente os planos e


articulam sua individualidade. À medida que essas aberturas aumentam em número e tamanho, o
espaço perde seu sentido de encerramento.

1.12.4. LUZ

Sol – luz natural para iluminação de formas e


espaços na arquitetura. Qualidade de luz varia de acordo
com a hora do dia, estação do ano e lugar. A localização e
orientação das aberturas definem a qualidade da luz.

1.12.5. VISTA

Foco e orientação - vista externa e interna.


Relação visual entre o recinto e seus arredores.
O tamanho e a localização destas aberturas
determinam à natureza da aparência e o grau de
privacidade visual para um espaço interior.

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1.13. ORGANIZAÇÃO DA FORMA E DO ESPAÇO

Espaço: extensão do campo tridimensional que abrange tudo que nos cerca.
Forma: estrutura, organização e disposição das partes ou elementos de um corpo.

Maneiras básicas pelas quais os espaços de um edifício podem ser relacionados uns
aos outros e organizados em padrões coerentes de forma e espaço

1.13.1. ORGANIZAÇÃO

Papel funcional ou simbólico na organização de um edifício.


Exigência do programa arquitetônico.
Proximidades funcionais.
Necessidades dimensionais.
Acesso.
Iluminação.
Vista.
Condições externas do terreno que possam limitar a forma.

1.13.2. ORGANIZAÇÃO DA FORMA E DO ESPAÇO

1.13.2.1. ABSORÇÃO - ESPAÇO DENTRO DE UM ESPAÇO

Espaço grande pode conter um de menor volume.

1.13.2.2. INTERPENETRAÇÃO - ESPAÇOS INTERSECCIONAIS

Superposição de dois campos espaciais e aparecimento de uma área em comum.

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1.13.2.3. JUSTAPOSIÇÃO - ESPAÇOS ADJACENTES

Espaços definidos, exigências funcionais ou simbólicas próprias.

1.13.2.4. CONEXÃO - ESPAÇOS LIGADOS POR UM ESPAÇO COMUM

Conexão através de outro elemento: três espaços com um vínculo comum (ligação).

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1.13.3. TIPOS DE ORGANIZAÇÃO

Cada tipo de organização espacial será apresentado por uma seção que discute as
características formais.

1.13.3.1. ORGANIZAÇÃO CENTRALIZADA

Introvertida, voltada para um espaço central.


Espaço central dominante ao redor do qual uma série
de espaços secundários são agrupados.

1.13.3.2. ORGANIZAÇÃO LINEAR

Seqüência linear de espaços repetitivos,


semelhantes em termos de tamanho, forma e função.
Expressa uma direção devido ao seu comprimento.

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Disciplina: Arquitetura

1.13.3.3. ORGANIZAÇÃO RADIAL

Um espaço central, a partir do qual organizações


lineares de espaços se estendem de maneira radial.

1.13.3.4. ORGANIZAÇÃO AGLOMERADA

Forma flexível, espaços agrupados pela proximidade


ou pelo fato de compartilharem uma característica visual ou
função semelhante.

1.13.3.5. ORGANIZAÇÃO MALHA

Espaços organizados dentro de um campo de uma malha estrutural (colunas e vigas).

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Disciplina: Arquitetura

1.13.3.6. ORGANIZAÇÃO ESPACIAL

Composição de nove quadrados estudo da Bauhaus.

1.13.4. GÊNESE DA FORMA ARQUITETÔNICA

Quatro maneiras básicas de gerar a forma arquitetônica

Pragmática – arquitetura primitiva o processo construtivo se


dá de maneira empírica, tentativa e erro.

Icônica – arquitetura vernacular o processo


construtivo é dominado e o padrão formal se torna uma
constante e adquire um valor icônico (imagem).

Analógica – a concepção arquitetônica precede a obra construída.


No desenvolvimento estabelece referências analógicas, descobrindo
princípios de semelhança entre elementos distintos.

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Disciplina: Arquitetura

Canônica – a concepção arquitetônica precede a obra


construída. Arquiteto passa a desenvolver um especial interesse por
padrões, modulação, ordenação, regularidade e equilíbrio.

1.13.5. DEMARCAÇÃO DO ESPAÇO:

Conceito de medida
Variável independente que se relaciona com alguma referência abstrata inventada pelos
homens. Grandeza física mensurável de uma extensão (comprimento, altura, largura, etc.) ou de
um corpo.
As primeiras unidades de medida foram concebidas a partir de intervalos de espaço
baseados no corpo humano: passadas, braços estendidos, pés, palmos e polegares.
Com o tempo foi necessário estabelecer padrões definidos de medidas que fossem
comuns a todos. Os padrões obedeciam às dimensões do corpo de um rei ou imperador, que
eram depois reproduzidas em réguas a serem utilizadas por todos.

1.13.5.1. METRO PADRÃO

Em 1799, os revolucionários franceses estabeleceram o


metro padrão. Convencionou-se que seria igual a um décimo
- milionésimo da distância do Pólo Norte ao equador.
Corresponde aproximadamente ao comprimento do braço
esticado e ombro. Devido sua ampla utilização o metro é
normatizado como unidade mundial, padrão do sistema
internacional de medidas.

1.13.5.1.1. OUTROS SISTEMAS DE REFERÊNCIA

Acre: superfície de terra que pode ceifar em um dia de trabalho. O acre inglês e americano
equivale a 40,47 ares.
Are: unidade de medida agrária equivalente a 100m².
Braça: unidade de medida de comprimento equivalente a 10 palmos, ou 2,2 metros.
Cúbito: comprimento do braço, medido da articulação do cotovelo até o final do dedo médio
da mão correspondente. Unidade de medida de comprimento equivalente a aproximadamente 524
mm.
Légua: originalmente, comprimento itinerário que se pode caminhar “normalmente” em 1
hora, continuamente. Unidade itinerária de percurso equivalente a 3.000 braças, ou 6.600 metros.
Palmo: originalmente, comprimento aproximado do palmo do nobre (rei, imperador etc.) em
gestão. Unidade de medida de comprimento equivalente a 8 polegadas, ou 22 cm.
Pé: originalmente, comprimento aproximado do pé do nobre (rei, imperador etc.) em gestão.
Polegada: originalmente, comprimento aproximado da 2ª falange do polegar do nobre (rei
imperador etc.) em gestão. Unidade de medida de comprimento equivalente a 2,75cm.

1.13.6. PRINCÍPIOS DA ORDEM

Os princípios de ordem são considerados como recursos visuais que permitem que as
formas e espaços variados e diversos de um edifício coexistam dentro de um todo ordenado,
unificado e harmonioso.
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1.13.6.1. EIXO

Uma reta estabelecida por dois pontos no espaço, em


relação à qual é possível dispor formas e espaços de uma
maneira simétrica ou equilibrada. Imaginário, não visível.

1.13.6.2. SIMETRIA

A distribuição e disposição equilibradas


de formas e espaços equivalentes em lados
opostos de uma linha ou plano divisores, ou
em relação a um centro ou eixo (tamanho,
formato ou localização). Simetria bilateral ou
radial.

1.13.6.3. HIERARQUIA

A articulação da importância ou do significado de uma forma ou espaço através de seu


tamanho, formato ou localização, relativamente a outras formas e espaços de organização. Grau
de importância das formas e espaços. Papéis funcionais, formais e simbólicos que desempenham
na organização.

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Disciplina: Arquitetura

1.13.6.4. RITMO

Um movimento unificador caracterizado por uma


repetição ou alternação padronizada de elementos ou
motivos formais, na mesma forma ou em uma forma
modificada.
Padrões rítmicos: Tamanho, forma ou
características dos detalhes.

1.13.6.5. DADO

Uma reta, um plano ou um volume que, por sua


continuidade e regularidade, servem para reunir, medir
e organizar o padrão de formas e espaços.

1.13.6.6. TRANSFORMAÇÃO

O princípio de que um conceito, uma estrutura ou uma organização arquitetônica pode ser
alterado através de uma série de manipulações e sujeitas a condições específicas, sem a perda
da identidade.

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1.13.7. TRAÇADOS REGULARES

Conceito – recurso utilizado desde a antiguidade, para ordenar os espaços, evitando o


estabelecimento arbitrário e desregrado de medidas e proporções.
Corresponde a uma busca do homem pela ordem

ANTIGUIDADE RENASCIMENTO SÉCULO XX


PITÁGORAS BRAMANTE LE CORBUSIER
VITRÚVIO E
LEONARDO DA VINCI MIES VAN DER ROHE
ARQUIMEDES

1.13.8. ESCALA E PROPORÇÃO

Diferença entre escala e proporção:

Proporção: no sentido matemático, é uma relação de igualdade entre razões. Uma razão é o
resultado de uma divisão, de uma distribuição fracionária (ratio = rateio).
Escala: para o arquiteto escala tem sentido de relação. Implica numa relação entre as
medidas de uma edificação relacionadas a uma referência dimensional exterior a edificação.

Exemplo:

Uma janela tem de altura, 2/3 da altura de uma porta. Estamos estabelecendo uma
proporção.
No entanto, as relações de uma edificação não nos permitem conhecer as medidas de tal
edificação. Para medi-la é necessário a utilização de uma referência dimensional externa a esse
conjunto fechado, como por exemplo o metro.
Se agora dissermos que a altura de uma porta é 2,10 m e aplicarmos a relação de
proporção, teremos a altura da janela igual a 1,40 m.

1.13.8.1. TEORIAS DA PROPORÇÃO

Diversas teorias de proporções foram desenvolvidas no decorrer da história. O intuito de


todas as teorias de proporções é criar um sentido de ordem e harmonia entre os elementos de
uma composição visual.
• Seção Áurea
• Ordens Clássicas
• Teorias Renascentistas
• Modulor
• Ken
• Antropometria
• Escala

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1.13.8.1.1. SEÇÃO ÁUREA

Relação utilizada desde a antiguidade por


gregos, renascentistas e Le Corbusier.
Seção áurea – “um segmento de reta está
dividido de acordo com a seção áurea quando é
composto de duas partes desiguais, das quais a
maior está para a menor assim como o todo está
para o maior”.

Uso da seção áurea na proporcionalidade


da fachada do Partenon, Atenas.

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1.13.8.1.1.1. SEÇÃO ÁUREA E SÉRIE DE FIBONACCI

Série de fibonacci: é uma série de números reais positivos, que crescem em proporção
contínua, onde cada número é resultado da adição de seus dois antecedentes. Tem como
peculiaridade o fato de cada número guardar com seu antecedente uma razão próxima do número
de ouro (0,6180339...). A série de fibonacci é um recurso para se conseguirem proporções
próximas à áurea, sem necessidade de se lidar com fracionários.

1.13.8.1.2. ORDENS CLÁSSICAS

Para os gregos e romanos da Antiguidade


Clássica, as ordens dórica, jônica e coríntia
representavam, em
sua proporcionalidade
dos elementos, a
expressão perfeita da
beleza e harmonia. A
unidade básica era o
diâmetro da coluna.
Desse módulo
derivavam as
dimensões do fuste, do
capitel, embasamento
e entablamento.

1.13.8.1.3. TEORIAS RENASCENTISTAS

7 formas ideais de plantas de recintos

Com o Renascimento houve um novo interesse pelos conhecimentos da antiguidade.


Arquitetos retomam o sistema matemático grego das proporções (Leonardo da Vinci)
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Disciplina: Arquitetura

1.13.8.1.4. MODULO

“Le Corbusier desenvolveu seu sistema de proporcionalidade, O Modulor para organizar as


dimensões daquilo que contém e daquilo que é contido”. O Modulor foi baseado na matemática
(dimensões estéticas da seção áurea e a série de fibonacci) e nas proporções do corpo humano
(dimensões funcionais)
Iniciou seus estudos em 1942 e publicou o Modulor: uma medida harmoniosa para escala
humana aplicável universalmente à Arquitetura e Mecânica em 1948. Um segundo volume foi
publicado em 1954.
Le Corbusier via o Modulor não apenas como uma série de números com uma harmonia
inerente, mas como um sistema de
medidas que poderiam governar
comprimentos, superfícies e volumes.
A malha básica consiste em 3
medidas 113, 70 e 43 proporcionais de
acordo.
Com a seção áurea
43 + 70 = 113
113 + 70 = 183
113 + 70 + 43 = 226 (2 x 113)
113, 183 e 226 definem o espaço ocupado
pela figura humana.

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“servir de uma infinidade de combinações, assegurando a unidade com diversidade... O milagre


dos números”

1.13.8.1.5. KEN

Padronizado para a arquitetura japonesa


residencial. Módulo estético organizava a estrutura,
os materiais e o espaço da arquitetura japonesa.
Esteira padrão de piso e o pé direito também em
função deste valor. A malha do KEN organiza a
estrutura, assim como a seqüência dos espaços e
dos cômodos.

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1.13.8.1.6. ANTROPOMETRIA

Medição do tamanho e das proporções do corpo humano.


As formas e os espaços arquitetônicos constituem uma
extensão do corpo humano. Haverá variações devido às
diferenças entre o homem e a mulher, entre vários grupos
etários e raciais e mesmo de um indivíduo para o outro.

As dimensões e proporções do corpo humano afetam:


Proporção dos objetos que manuseamos.
Altura e distância dos objetos que tentamos alcançar.
Dimensões dos mobiliários que utilizamos.
Volume do espaço que necessitamos para o movimento,
atividade e repouso.

1.13.8.1.7. ESCALA

A maneira como percebemos o tamanho de algo em comparação a outro referencial (um


padrão de medida).
Em desenho, utilizamos uma escala para especificar a razão que determina a relação entre
uma ilustração e aquilo que ela representa.
A escala de um desenho arquitetônico indica o tamanho de um edifício representado em
comparação ao real.

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