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IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA - ISS

O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito


Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa à Lei
Complementar 116/2003, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do
prestador.

O ISS até 31.07.2003 foi regido pelo DL 406/1968 e alterações posteriores. A partir de
01.08.2003, o ISS é regido pela Lei Complementar 116/2003.

CONTRIBUINTE
Contribuinte é o prestador do serviço.

LOCAL DOS SERVIÇOS


O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou,
na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas
nos itens I a XXII do art. 3 da Lei Complementar 116/2003. (art. 3º da LC 116/2003).
“Art. 3o O serviço considera-se prestado, e o imposto, devido, no local do estabelecimento
prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador ...”
Art. 4o Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a
atividade de prestar serviços ...”

Anteriormente a edição da LC 116/2003, o STJ manifestou entendimento jurisprudencial que o


local de recolhimento do ISS é onde são prestados os serviços. Leia a jurisprudência do Acórdão
STJ REsp 252.114-PR.

O ISS é devido no local em que ocorreu o fato gerador do tributo.

EMENTA: “TRIBUTÁRIO - ISS - SERVIÇOS DE COMPOSIÇÃO GRÁFICA - MUNICÍPIO COMPETENTE


PARA EXIGIR - LOCAL DA REALIZAÇÃO DO FATO GERADOR - INTERPRETAÇÃO DO ART. 12 DO
DECRETO-LEI 406/68 - PRECEDENTES - Consoante iterativa jurisprudência desta eg. Corte, o
Município competente para a cobrança do ISS é aquele em cujo território se realizou o fato
gerador, em atendimento ao princípio constitucional implícito que atribui àquele Município, o
poder de tributar os serviços ocorridos em seu território. Executados os serviços de composição
gráfica em estabelecimentos localizados em outros municípios, não tem a Municipalidade de
Curitiba competência para exigir ISS referente a esses fatos geradores. Recurso especial não
conhecido.”

ALÍQUOTA MÍNIMA

A Emenda Constitucional 37/2002, em seu artigo 3, incluiu o artigo 88 ao Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, fixando a alíquota mínima do ISS em 2% (dois por cento), a partir
da data da publicação da Emenda (13.06.2002).

A alíquota mínima poderá ser reduzida para os serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da
Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968.

ALÍQUOTA MÁXIMA

A alíquota máxima de incidência do ISS foi fixada em 5% pelo art. 8, II, da Lei Complementar
116/2003.

Legislação de São Carlos - SP


LEI Nº 18.270, DE 4 DE OUTUBRO DE 2017.
Altera a legislação do ISSQN - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza.

Art. 8º-A Sem prejuízo do que dispõe o art. 5º, desta Lei, fica atribuída a responsabilidade na
qualidade do contribuinte substituto, pela retenção e pelo recolhimento do Imposto Sobre
Serviços de Qualquer Natureza ISSQN, as pessoas jurídicas de direito público e direito privado,
estabelecidas neste Município, a serem elencadas em regulamento pelo Poder Executivo, que
contratarem e se utilizarem de qualquer serviço constante da lista de serviços sujeita ao
imposto.

§ 1º Nas hipóteses deste artigo, cabe ao substituto reter na fonte o valor correspondente ao
imposto devido e recolhê-lo no prazo regulamentar.

§ 2º A retenção a que se refere o caput deste artigo, abrange todos os serviços constantes da
lista de serviços tributáveis, desde que o ISSQN seja devido ao Município.

§ 3º Os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados ao recolhimento integral do


imposto devido, multa e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua
retenção na fonte.

§ 4º Para efeitos desta lei, os responsáveis por substituição tributária equiparam-se aos
contribuintes do imposto no que tange às obrigações principal e acessória.

§ 5º A responsabilidade de que trata este artigo será considerada satisfeita mediante o


pagamento integral do imposto calculado sobre o preço do serviço prestado, aplicada à alíquota
correspondente à atividade exercida pelo prestador do serviço.

§ 6º Os prestadores de serviços alcançados pela retenção do ISSQN não estão dispensados do


cumprimento das obrigações acessórias prevista na legislação tributária, devendo manter
controle, em separado, das operações sujeitas a esse regime, na conformidade do
regulamento.".

http://www.portaltributario.com.br/artigos/tomadoriss.htm

art. 128, do Código Tributário Nacional, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade
pelo crédito tributário a terceira pessoa, o que exclui a responsabilidade do contribuinte quanto
à respectiva obrigação. Vejamos:

“Art. 128 – Sem prejuízo do disposto neste Capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em
caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.”

“Art. 123 – Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à


responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para
modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.”

https://focotributario.com.br/retencao-iss-optante-simples-nacional-aliquota/

https://www.jornalcontabil.com.br/retencao-de-iss-no-simples-nacional/

ISSQN - Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza A partir do exercício de 1997, lançamentos
efetuados conforme o disposto da Lei Municipal nº 11.438/1997.
“Art. 4º - Os contratantes de serviços executados no âmbito do Município são responsáveis
tributários , conforme previsto pelos artigos 121, parágrafo único, II, e 128, ambos do Código
Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966) mediante retenção na fonte , pelo
recolhimento do Imposto Sobre Serviços - ISS gerado pelo prestador. (art. com redação dada
pela Lei 13.263/03).
Parágrafo único - O recolhimento do imposto independe do prestador estar regularmente
estabelecido no Município e/ou inscrito no Cadastro Fiscal.

“Todas as legislações municipais confundem a figura do responsável, em que se opera a


substituição do sujeito passivo, por expressa disposição legal, observado o disposto no art. 128
do CTN, com o regime de retenção na fonte, que nada tem a ver com a substituição tributária.
Nesta, a obrigação do prestador do serviço desaparece, substituída que fica pela do tomador do
serviço, o qual passa a pagar o imposto próprio, apesar de não ter praticado o fato jurídico
tributável. No regime de retenção, o tomador promove o pagamento de imposto alheio, tanto é
que o não recolhimento do tributo retido configura crime de apropriação indébita.” Harada,
Kiyoshi Direito financeiro e tributário – 27. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2018.

” A Lei Complementar n. 116/2003, em seu art. 3º, mantém a regra pela qual o serviço considera-
se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento do prestador. No entanto, de acordo
com o art. 4º do mesmo diploma legal, considera-se estabelecimento prestador o local onde o
contribuinte desenvolva a atividade de prestar o serviço. As normas, somadas aos incisos I a XXII
do art. 3º da Lei Complementar n. 116/2003 (que explicitam inúmeras hipóteses, além da
construção civil, nas quais o ISS é devido ao Município em cujo território se realiza o fato gerador),
levam à conclusão de que em regra o Município competente para exigir o ISS é aquele no qual o
serviço é realizado.” Chimenti, Ricardo Cunha e Pierri, Andréa de Toledo. Teoria e prática do
direito tributário, - 3. ed. rev. e atual. - São Paulo: Saraiva, 2012.

“14.1.12. Retenção
A retenção dos tributos não possui exatamente a natureza de substituição tributária regressiva
ou para trás, apesar de às vezes ser confundida com ela. Trata--se de uma das formas de
cumprimento das obrigações acessórias, no caso mediante a conduta da fonte retentora em
recolher o tributo em referência a fato jurídico praticado por terceiro. O tertius, nesse caso, ao
assumir a posição de sujeito passivo em substituição ao contribuinte originário deve praticar
diversos deveres formais: apurar o tributo, declará-lo, retê-lo, escriturá-lo em sua contabilidade,
manter os livros correspondentes, pagar ou repassar o tributo ao fisco, dentre tantos outros. A
retenção como obrigação formal na substituição tributária não modifica o fato de o retentor não
possuir nenhum vínculo com o fato gerador ou com a obrigação de pagar o tributo.”

No ISS, a matéria está regulada na LC n. 116/2003, que determina as normas gerais sobre a
atribuição dos casos de substituição e de responsabilidade por transferência da seguinte forma:
Art. 6º
§ 1º Os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados ao recolhimento integral do
imposto devido, multa e acréscimos legais, independentemente de ter sido efetuada sua
retenção na fonte.” Caliendo, Paulo. Curso de direito tributário. – 2. ed. – São Paulo: Saraiva
Educação, 2019.

“Responsável: é a pessoa que, sem se revestir da condição de contribuinte, tem sua obrigação
decorrente de disposição expressa de lei.
(...)
A obrigação do pagamento do tributo lhe é cometida pelo legislador, visando facilitar a
fiscalização e arrecadação dos tributos.
(...)
... sem dúvida, nos casos de substituição tributária não figuram simultaneamente, em posições
equiparadas, em face do Estado o sujeito passivo verdadeiro e próprio e o substituto tributário.
Com exclusividade, só este último é encarregado, pela lei, de efetuar o pagamento do tributo ao
Fisco”

REsp 502739 / PE
RECURSO ESPECIAL
2003/0019197-4
Relator(a)
Ministro LUIZ FUX (1122)
Órgão Julgador
T1 - PRIMEIRA TURMA
Data do Julgamento
21/10/2003
Data da Publicação/Fonte
DJ 17/11/2003 p. 212 = “responsável tributário é aquele que, sem ter relação direta com o fato
gerador, deve efetuar o pagamento do tributo por atribuição legal”.

RESPONSABIL IDADE SUBS IDIÁR IA


NA S H I P Ó T E S E S D E NÃ O R E T E NÇ Ã O O U D E R E T E N Ç Ã O A M E N O R D O I M P O S T
O D E V I D O, C A B E A R E S P O NS A B I L I D A D E S UB S I D IÁ R IA D O P R E S T A D O R D O S
E RV IÇO P E L O R E C O L H I M E N T O D O IS S. IS T O Q U E R D IZ E R Q U E O P R E S T A D O R
D E V E R E C O L H E R O I M P O S T O Q U A N DO O Ó R G Ã O NÃ O F IZ E R A R E T E NÇ Ã O .

Segundo lição de Eduardo Sabagg[1] “em princípio, o tributo deve ser cobrado da pessoa que
pratica o fato gerador. Nessas condições, surge o sujeito passivo direto (contribuinte). Em certos
casos, no entanto, o Estado pode ter necessidade de cobrar o tributo de uma terceira pessoa, que
não o contribuinte, que será o sujeito passivo indireto (“responsável tributário”). SABBAG,
Eduardo. Manual de Direito Tributário. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 635.

Por sua vez, a responsabilidade é subsidiária ou supletiva quando a exigência deve ser feita
prioritariamente sobre o contribuinte, sendo possível exigir-se do responsável apenas na hipótese
de a execução sobre o primeiro restar frustrada pela insuficiência de patrimônio. Estabelece-se,
pois, uma ordem de exigência: primeiro, cobra-se do contribuinte, somente depois cobra-se do
responsável. É o caso do CTN, art. 133, II
Roberval Rocha, Direito Tributário, Ed.
Juspodiym 2014

“Se atribuída a ‘responsabilidade’ supletiva ao contribuinte, ele se mantém na relação tributária,


em posição subsidiária, de modo que, na hipótese de o terceiro responsável não adimplir a
obrigação ou fazê-lo com insuficiência, o contribuinte pode ser chamado para suprir ou
complementar o pagamento.” AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. – 16. ed. – São Paulo:
Saraiva, 2010, p. 339.

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