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Dezembro de 2015
Autor alega que o DNIT não possui competência para tanto, mas sim a Polícia Rodoviária
Federal.
Especial Federal, deve ser alegada a sua incompetência absoluta com fulcro no art. 3º, § 1º,
PRELIMINAR
lançamento fiscal”.
DATA:19/05/2014, P. 43).
consequente extinção do processo sem julgamento do mérito (Lei nº 10.259/2001, art. 1º, c/c
DA PRESCRIÇÃO
União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a
Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescreve em cinco anos
Como leciona JOÃO CARLOS SOUTO na sua obra A União Federal em juízo
Superior Tribunal de Justiça também tem sido no sentido de que se aplica o prazo
prescricional de 5 (cinco) anos para ações que visem desconstituir multas de trânsito:
DJe 08/02/2011)
que a pretensão de anulação da multa aplicada, portanto, foi alcançada pela prescrição
quinquenal, devendo o processo ser extinção com resolução de mérito, conforme inteligência
Aduz a parte autora que o auto lavrado é nulo, pois a competência para
Rodoviária Federal (DPRF). Porém, não é isso que se verifica através da leitura do disposto na
legislação pátria.
de atuação, qual seja, rodovias federais que não estejam concedidas à iniciativa privada ou
rodovia federal sob administração do DNIT, não poderia ser outra a autoridade competente
Trânsito Brasileiro acima citado, cabe ao DNIT “implantar, manter e operar o sistema de
Observe-se que a única restrição estabelecida pelo art. 82, §3º, da Lei n.
multas por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos (art. 24, XVII, da Lei n.
10.233/01).
Nesse sentido, está claro que o citado art. art. 82, §3º, da Lei n. 10.233/01,
Com efeito, a expressão "em sua esfera de atuação" visa, em verdade, distinguir as esferas de
não a expressamente prevista por lei (relacionada à atribuição da ANTT), com a finalidade de
XIII, do CTB, implica concluir que o inciso VI do mesmo artigo contém previsão inútil ao
Federal também tem competência para aplicar multas de trânsito nas rodovias e estradas
federais. Existe, assim, competência concorrente entre o DNIT e o DPRF para aplicação de
A fim de que não restem dúvidas quanto ao ponto, convém registrar que a
competência concorrente entre o DNIT e o DPRF para aplicar multas de trânsito por excesso
de velocidade foi reconhecida pelo próprio Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, órgão
CTB), ao qual compete, dentre outras coisas, estabelecer normas e regulamentos a serem
pela Engenharia de Tráfego, assim como os padrões a serem praticados por todos os órgãos
e entidades do Sistema Nacional de Trânsito (art. 91 do CTB), além de dirimir conflitos sobre
(art. 12, XVI, do CTB). Nesse sentido, aquele órgão editou a Resolução CONTRAN nº 289, de
29 de agosto de 2008, que dispõe sobre normas de atuação a serem adotadas pelo DNIT e
pelo DPRF na fiscalização do trânsito nas rodovias federais, a qual prevê que:
federais, utilizando instrumento ou redutor eletrônico de velocidade tipo fixo, ao passo que,
ao DPRF, coube exercer a fiscalização eletrônica de velocidade nas rodovias federais com a
esta última, a utilização de redutor de velocidade. Porém, a norma salienta que o DPRF precisa
solicitar autorização ao DNIT para realizar intervenção física na via para instalação de
velocidade, como aqueles colocados em rodovias que cruzam área urbana e com grande
Por outro lado, a norma editada pelo CONTRAN estabelece que não pode o
DNIT realizar a fiscalização eletrônica de velocidade através de dispositivo móvel, mas apenas
o DPRF.
polícia nas rodovias administradas por ele, como também pode, a exemplo do presente caso
NÃO PROVIDA.
1 - A Lei nº 10.233/01 que criou o DNIT, em seu artigo
82, § 3º, lhe cometeu competência para executar a
fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as penalidades de
advertência, por escrito, e ainda as multas e medidas
administrativas cabíveis, notificando os infratores e
publicação do acórdão.
(TRF 1ª, AC 0001374-23.2004.4.01.3500 / GO, Rel.
DESEMBARGADOR FEDERAL LUCIANO TOLENTINO
AMARAL, Rel.Conv. JUIZ FEDERAL RAFAEL PAULO SOARES
PINTO (CONV.), SÉTIMA TURMA, e-DJF1 p.301 de
11/04/2008).
Brasileiro.
2. Inicialmente, assenta se a legitimidade da União para
figurar no pólo passivo da demanda relativamente às
penalidades aplicadas pela Polícia Rodoviária Federal,
órgão que integra o Ministério da Justiça.
3. Quanto às de nºs 6831751504745, 6831093451681,
competência do DNIT.
[...]”
(TRF 1ª, REO 00005203520084013000, QUINTA TURMA,
Desembargador Federal Selene Maria de Almeida, Dj e de
23/1/14).
administração.
Não bastasse todo o arcabouço legal citado, que ampara a atuação do DNIT,
tem-se que, do ponto de vista do direito coletivo à segurança no trânsito, declarar o DNIT
como incompetente para aplicar multas por excesso de velocidade significa prejudicar a
quilômetros por hora, portanto, XX% acima da velocidade máxima permitida naquele trecho,
via e, muitas vezes, são vítimas de motoristas imprudentes que dirigem com excesso de
velocidade.
10.233/2001:
a destinar recursos de grande monta para aquisição, manutenção e operação dos aparelhos
de fiscalização eletrônica de velocidade, bem como para criação e operação dos sistemas
operacionais de cobrança das multas aplicadas. Com isso, a pretensão do autor, além de
ilegal, representaria mais um prejuízo aos cofres da Autarquia e, ao fim e ao cabo, a todo o
Erário público.
Por fim, deve-se ressaltar que se considerarmos que o DNIT não é competente
para impor tais multas, por simetria, também não serão competentes as entidades executivas
estaduais, já que estes, assim como o DNIT, possuem sua competência na fiscalização de
Rodoviárias Federal e Estadual, onde houver, poderiam aplicar multas por excesso de
atuação dos órgãos executivos de trânsito, passaria a dispender mais recursos materiais e
Desta forma, por todo o exposto, fica afastada a alegada nulidade do auto de
infração, já que lavrado em consonância com os arts. 21 do Código de Trânsito Brasileiro, 82,
pátria.
DO PREQUESTIONAMENTO
do auto de infração, o que se admite apenas a título de argumentação, tendo em vista que
prescrição quinquenal); arts. 7º e 21 da Lei n. 9.503/97; art. 82, § 3º da Lei nº 10.233/01; e art.
2º da Constituição. Por tal razão, fica, desde já, PREQUESTIONADA a matéria para fins
referidos.
CONCLUSÃO
extinção do processo sem julgamento do mérito (Lei nº 10.259/2001, art. 1º, c/c Lei nº 9.099,
formulados pela parte autora, vez que o auto de infração foi lavrado em observância às
prescrições legais, por agente competente, não havendo se falar em sua nulidade;