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24/02/2020 "Boer" é "Boer", no Atlântico, no Índico ou no Pacífico | Ardina

4th March 2012 "Boer" é "Boer", no Atlântico, no Índico ou no Pacífico


"LIBERTATUM - Pela vida, pela liberdade e pela propriedade" [http://libertatum.blogspot.com/]

ou na net, como na vida, "nada se perde, nada se cria"...


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Este Blog é curioso. A divisa começa por ser preocupante: "pela vida, pela liberdade, pela propriedade". Não é
"liberdade, igualdade, fraternidade", não é "liberdade, igualdade, economia social", é "(...) propriedade". No melhor
registo que se é verdade que nas duas ou três últimas décadas vem chegando a todo o lado, também é verdade
que nos países da América do Sul pós colonial estão presentes desde sempre e com particular incidência desde o
fim do séc. XIX. NO Chile de 1907 (Santa Maria de Iquique, sobre cujos acontecimentos, nos anos 70 os
Quillapayun compuseram e publicaram uma belíssima cantata [http://www.youtube.com/watch?v=El-PYclXM6w] )ou de
1973, foram os "filhos" dos colonizadores espanhóis, agora independentes, que promoveram as chacinas sob esta
divisa, vida e propriedade (para os novos-ricos), cristianidade (terrena e preservativa) e propriedade (a mais
possível, senão toda, mas para muito poucos, e todos descendentes de colonizadores). O Brasil não é excepção e
este Blog é disso um bom exemplo, mau grado um séc. XIX brasileiro pejado de humanismo e iluminismo, porque
andavam entre Portugal e o Brasil os pensadores positivistas e humanistas da época. Leia-se sobre a viagem do II
Imperador do Brasil a Portugal em 1872 e saiba-se quem ele fez questão de conhecer pessoalmente à margem do
protocolo: Alexandre Herculano e António Augusto Aguiar (entre outros). Saiba-se da criação da Sociedade do
Registo Civil (1876) e da implantação da República (1878) e quem eram e de onde eram os nomes envolvidos, de
quem eram "família" cá e lá, que ideais defendiam (cá e lá) e perceba-se porque foi mais fácil implementá-los mais
cedo no Brasil. Mas o Serzedello Correa político e republicano nasceu no constitucionalismo português de 22, tal
como Randolpho, Ruy Barbosa e muitos outros e o "ventre" cultural destes homens defendia uma matriz de
distribuição da riqueza (latu sensu) social e não neo-liberal.

[http://3.bp.blogspot.com/-
Tl01lA5PiA8/T1NXGoFOu0I/AAAAAAAAAU8/g9C6UPFX5wM/s1600/gaysatpo.jpeg]

…este blog é curioso: o título afasta, repele; uma passagem de olhos pelos primeiros "posts" deixa-nos hesitantes
(a luta contra a homofobia e contra a gaystapo - bem apanhado!!! - a lembrança do genocídeo da ucrânia
[http://libertatum.blogspot.com/2012/02/o-holocausto-ucraniano-e-historia-que.html] , etc.), mas depois “perlida” mais uma
quantidade de títulos e primeiras linhas, desvanecem-se todas as as dúvidas, o blog é de direita, reaccionário,
discricionário e preconceituoso como tudo o que é de direita. É contra a homofobia, mas é xenófobo.
Alerta para a discriminação Gay (insisto, brilhante apodo este, "Gaystapo"), mas são muçulmanos ou marroquinos
os emigrantes. Ou seja, é-se contra a homofobia porque se trata de defender os gays “brancos” e ricos ou filhos de
ricos (e proprietários "livres") mas que ainda não há muitas ´decadas eram emigrantes esfaimados atravessando o
Atlântico nos porões(!) dos veleiros. Mas já não importa se o marroquino é gay, nem se chega lá, antes disso já foi
"tratado" pela xenofobia. Porque é o ex-emigrante ucraniano e arménio do Brasil que determina quem pode entrar,

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quando abre (ou abriu) e fecha (ou fechou) a emigração. Dos mais escuros, emigrantes, mestiços ou crioullos,
aproveita-se a gastronomia, nem que seja a empanada... [http://libertatum.blogspot.com/2012/02/o-holocausto-ucraniano-
e-historia-que.html]
Chegados aqui percebemos que este blog não tem valores., tem uma "agenda" o que é profundamente diferente.
Lida a “apóstase”, conclui-se que não é plural, dialéctico, não vive no e do confronto de ideias diferentes. É o que
se designa vulgarmente por “pasquim”.
Na África do Sul, seria Boer, na América do Sul "branca" pretende dar estatuto “originário” aos emigrantes “menos
escuros” de há dois séculos, mormente os da Ucrânia (e daí lembrar o genocídio, não por razões humanistas e de
sensibilidade social como a princípio parecia), da arménia, de muitos outros países da Europa central e de leste,
da própria Espanha e mormente da Itália. Tal como acontece com os “Velhos” colonos da Venezuela, Chile ou
Peru. Tal como aconteceu com os Boers holandeses, os “afrikanders” na África do Sul.
Igualmente quanto a este artigo sobre a psicóloga “crente”,o mesmo blog (e blogger) que faz abundar posts
jurídicos ou de doutrina jurídica mas sobre “direito positivo”, depois vem defender que pode continuar apertencer a
um determinado colégio e arrogar-se a um determinado estatutotécnico-científico alguém que exerce a ciência em
misturada com as confissões ou religiosas e não reflecte que a psicóloga meter Deus no seu trabalho cientifico,ou
pretender médico técnica e cientificamente preparado para o ser que, tendo optado por deixar a medicina e
converter-se em orixá, quisesse, ainda assim,permanecer membro do colégio de médicos, é o mesmo que um
jurista pretender operar nos tribunais usando direito canónico e impondo ao um sistema judicial como brasileiro,
por exemplo, uma “sincresia normativa” de matriz criacionista e baseada na “verdade revelada”.
[http://libertatum.blogspot.com/2012/02/conselho-federal-de-psicologia-persegue.html]
A Senhora criou uma nova corrente no âmbito das parapsicologias. Óptimo, mas deverá ir certificar-se e associar-
se junto de uma escola cristã (a Nova Humanitas, a Velha Humanitas, a Humanitas adolescente...), não é verdade,
e não na laica?!...
Reflectindo sobre o essência da questão, os padres não precisam de tirar cursos de psicologia, são "psicólogos-
cristãos" logo após a ordenação, constituem-se "conselheiros espirituais" e dão verdadeiras consultas de
terapia, independentemente daquilo que lhe chamam. Seria mais lógico - e mais serio, desde logo - que a
psiquiatra-cristã em causa lutasse contra o sexismo e a misoginia que estrutura a Igreja Católica desde S. Pedro.
De facto, a menina tem vocação de padre (freira não é o feminino de padre, pelo contrário, as freiras, incansáveis
formigas do trabalho social e voluntário, são historicamente as criadas de servir da igreja católica). A menina
queria ser padre, portanto, ser ordenada e ficar conselheira espiritual. A Igreja (e não se confunda a igreja com
a religião ou a fé!!!) de que gosta e em que se revê, não lho consente, fecha-lhe as portas há dois milénios.
Mas a menina continua a querer ser padre e quer, á revelia de tudo e até do elementar bom-senso, que seja
uma entidade laica a "ordená-la". O blogger, entra no jogo, sempre dá jeito. E o Sr Padre, sexista e cripto-
misógino, faz de acólito (monaguilho) na matéria!...
No meio disto tudo, onde ficam, respectivamente, a lucidez, a clarividência, a reflexão, o raciocínio, a honestidade
intelectual???
...
Partindo para a conclusão, são poucas e muito breves as razões já identificadas, mas as suficientes para que eu
(mais uma vez) clame não só contra o imobilismo sectário, arbitrário e discricionário das "direitas" mas também, e
sobretudo, contra essa falácia que é dizer dizer dos brasileiros que descendem dos portugueses. Em
verdade, em verdade, vos digo, são pouquíssimos os que descendem de portugueses quando comparados com
outras “descendências” europeias (vejam-se as listas históricas de emigração, as listas de desembarque nos
portos do Rio, Santos, etc.) são apenas alguns mais os afro-portugueses. Mas são muitos, inumeramente muitos
mais os tais de outras origens europeias, seja a corrente mais mediterrânica, seja a mais flamenca, germânica e
ou germanófila (não confundir germânico com Alemão, mas antes com o antigo império austro-húngaro).
Não sei se um Brasil descendente só (e estritamente) de portugueses seria melhor país, melhor economia, melhor
sociedade. Não teria por que o ser. Mas não seria tão sectário nem classista!
Conheça-se (e reflicta-se sobre) o pensamento dos portugueses que fizeram tanta coisa no Brasil do séc. XVIII,
XIX e início do XX e que eram os mesmos – literalmente os mesmos - em Portugal. Os fundadores da Sociedade
do Registo Civil foram-no em Portugal e no Brasil, os criadores de escolas nocturnas foram-no no Rio de Janeiro
como no Porto (Portugal) como é o caso do pai do escritor Ramalho de Ortigão, por exemplo; Heitor Villa-Lobos
descende dessas mesmas pessoas “físicas”. Procure-se nas hemerotecas (que no Brasil, por sinal, estão bem
desenvolvidas, acima de grande parte dos países da Europa!!!) leiam-se os relatórios do ministro do império João
Corrêa e digam-me se o espírito de filantropia e de abertura e partilha daqueles homens [http://www.ica-
atom.org/associacoescariocas/vJ86;isaar] (grande parte, portugueses e ou filhos de portugueses perpetuados na
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história) e digam-se se aqueles ideais são compagináveis com a ideologia sectária, neo-liberal e classista deste
blog. digam-me, por favor, que fico á espera.
Sobre a propriedade dizia Jonh Lock (Inglês a viver na Holanda do séc. XVII) que se admite a propriedade e a
acumulação de riqueza desde que para todos fique uma parte igualmente boa e igualmente bastante. A
filosofia política não terminou em Hobbes ou Maquiavel e sequer se resume em Stuart Mill. Nozieck (neo-liberal)
falou como falou porque "falava" para Rowls (social-democrata equalitário). Mas nunca teria feito daquilo que lhe
serviu para dialogar com Rowls um programa de governo de uma sociedade. É verdade, nem mesmo Nozieck. E
por falar em Nozieck, ultra-neo liberal, o próprio sentiria nojo e vergonha da "liberdade e propriedade X" que em
São João da Barra (Porto de Açu) está a usurpar e expropriar legítimos e ancestrais proprietários, porque liberal
embora, Nozieck baseava o direito á propriedade no "justo título":

Narradores do Açu

Concluindo, nós, os portugueses, nós os luso-descendentes (um povo que resulta de uma tão fascinante quanto
interminável miscigenação multimilenar), não fomos nem somos “isso”. Navegadores ancestrais, colonizadores
desde os sec- XV/XVI (seguidos rapidamente por espanhóis, franceses, holandeses e ingleses) matamos menos,
“miscigenamos” mais. Quem mata, mata para não “repartir”. Quem não mata, reparte. E quem não só não mata
mas ainda se se “miscigena”, parte e reparte. E isto sim, fomos e somos nós, no Brasil, na África, em Macau ou em
Timor. Em menos de um século, na índia tinhamos uma cor mais castanho-azulada, o rosto mais redondo, na
África fomos adquirindo uma deliciosa cor de chocolate, em Macau ficamos com os olhos em bico, no Brasil
misturamos o profundo e fascinante mistério dos olhos ameríndios com o sabor do chocolate e esse um doce
"falejar" de Minas que é português em ponto de açucar.
Debruçando-se (ao que parece) o blogger frequentemente sobre leis e matéria jurídica, perca um pouco de tempo
com aquilo a que agora se chama “comparação de direitos”, estude e perceba porque chamamos ao nosso
sistema jurídico "romano-germânico" (os Reis visigodos ou “católicos”) e como se estuda e se chama em História
do Direito aquilo que popularmente define os portugueses como o tal “povo de brandos costumes” .

[http://4.bp.blogspot.com/-RYEn3--y9Js/T1NuEd5XF4I/AAAAAAAAAVE/lntoIZlEiUE/s1600/vida+liberdade+propriedade.jpg]
est
e é o lema dos neo-liberais, liberdade (i.é., menos estado/estado mínimo), propriedade (isto é, a "livre" acumulação e concentração da riqueza e subsequente
financeirização da economia). Para os Neo-liberais, a propriedade que será tão maior quanto pior ou menor for a redistribuição, é sua, só sua e exclusivamente
para si. Mas quando são hospitalizados, por exemplo, esperam que o plasma acumulado nos bancos de sangue (e cujos dadores raramente ou nunca são
os próprios) lhe seja igualmente franqueado. Assim como esperam concorrer em condições de igualdade - senão de privilégio! - aos órgãos para transplante
provenientes de um dador, mesmo que este seja caixeiro, pedreiro ou camionista. Aqui chegados, impõe-se perguntar afinal, o que é que é propriedade?...

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[http://4.bp.blogspot.com/-RYEn3--
y9Js/T1NuEd5XF4I/AAAAAAAAAVE/lntoIZlEiUE/s1600/vida+liberdade+propriedade.jpg]

Óbvio!.... por isso mesmo, Emannuel Kant, com manifesta inspiração cristã (e que Cristo, sabe-se agora, já bebera dos próprios fariseus) dizia categoricamente
"age de forma tal que a máxima da tua acção possa ser lei universal". Portanto, senhores e senhoras neo-liberais, vamos a isso, fica cada um com o que é
seu?...

Ardina
Publicado 4th March 2012 por Ardina - Jornalismo Transversal

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