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O Brasil ja esta

plenamente
preparado para a sua
derradeira
transformacao!
E voce?

Emile Niccolo Principe


Prefacio
O povo brasileiro mostra a cada dia uma

consciência - ainda que em seu aspecto mais simples -


mais profunda da necessidade de uma profunda
mudança nas estruturas sociais.

Essa conscientização se manifestou - nos últimos anos


- principalmente com a eleição de Lula, como
expressão da conscientização da necessidade de
mudanças profundas no sistema político brasileiro.
Além disso, a revolta do povo brasileiro contra o PT
manifesta um prisma dessa consciência: tendo sido a
revolta de um povo que se sentiu traído por um partido
que propunha promover mudanças e acabou sendo
"fagucizado" pela máfia e pela institucionalidade
corrupta que gerencia os pais.
Até a eleição de Bolsonaro manifesta a mesma fome de
mudança que o povo brasileiro, pois Bolsonaro se
apresenta como um político anti-sistema.

Já está claro que o povo brasileiro anseia por mudanças


profundas em toda a estrutura política brasileira, e esse
anseio também pode ser visto na total e absoluta falta
de crença do povo brasileiro em geral - do homem e
mulher comuns do Brasil - na instituição política.

É preciso, então, nada mais do que guiar as pessoas em


direção ao seu verdadeiro desejo, mostrando ao povo
brasileiro qual é o único caminho possível, que
realmente questiona o Status-Quo social, para
transformar abruptamente a sociedade.
Tecnologia,
Ciência e
industrialização
C om o fracasso dos projetos Liberais (da era Color

a era F.H.C.), Social Democratas/ Social Liberais (de


Lula a Dilma), assim como o fracasso das sucessivas
tentativas do Nacional Deselvolvimentismo (de
Getulioa J.K.) –sem falar das várias desastrosas acoes
do Exército (com seu marco durante a ditadura militar)
–o Brasil tem passado nos últimos anos (não
exclusivamente, mas de forma mais retunda e concisa)
sob o auto-questionamento sobre seu desenvolvimento
histórico. Esse questionamento se delineia das mais
diversas formas –algumas mais claras e conscientes do
que outras -, tais como:
Comopromover o desenvolvimento do Brasil? Como
fazer o Brasil sair de sua situação de dependência?
Como melhorar a qualidade de vida do Brasileiro?
Como acabar com a criminalidade? Como dar fim a
corrupção? Como promover uma nação forte? , Etc.

O subsumir desses questionamentos, pode facilmente


ser traduzido por uma tomada de consciência –ainda
que em sua forma mais abstrata e afastada da realidade
–do brasileiro comum sobre a questão nacional/ a
consciência da necessidade de criar-se uma nação forte
e poderosa como condição para vencer essas
contradições/ a consciência de que tao somente uma
nação forte e poderosa sera capaz de definitivamente
dar fim a criminalidade, a corrupção e a todas as
mazelas sociais criando caminho para uma sociedade
próspera/ a consciência de que tao somente uma nação
forte e poderosa sera capaz de conduzir a economia
social para a sua prosperidade.

A pergunta subsumida, então, se reedifica sob a


questão: Como conduzir a nação brasileira a tornar-se
uma nação forte e poderosa? A Historia e uma auxiliar
maravilhosa para responder a esse tipo de
questionamento, uma vez que nos ensina por
exemplosconcretos (pela ciência da história), como
outras nações o fizeram. E sempre valido tomar o
exemplo de nações vizinhas que foram fundadas sob
circunstancias muito similares as circunstância as que
o Brasil foi fundado, e que, no entanto, diferente do
Brasil, foram vitoriosas ao dirigir-se rumo a sua
emancipação. Dentre todos os países do continente
americano (no qual o Brasil se situa), o mais exitoso em
seu processo de emancipação, e da criação de uma
nação forte e poderosa, foi obviamente os Estados
Unidos. O que ha ocorrido nos Estados Unidos, que
não ha ocorrido no Brasil, de forma a marcar tao
profunda diferença?

Vejamos: alguns dirão que o fator preponderante para


o desenvolvimento dos Estados Unidos como nação
forte e poderosa foi o seu processo de independência de
iniciado em 1775 e concluído em 1783. As recíprocas
diferenças entre o processo de independência do Brasil
e dos Estados Unidos seriam as grandes responsável
pelos resultados finais, em que os Estados Unidos se
tornou uma nação forte e poderosa, enquanto o Brasil
teria mantido a sua condição de nação fraca e
dependente. A despeito da guerra de independência
dos Estado Unidos, e de suas recíprocas diferenças com
o processo de independência do Brasil, o fato e que não
se observa nenhum salto, nem quantitativo, nem
qualitativo nas relações de produção dos Estados
Unidos ate meados de 1870, quando os Estados Unidos
como nação, finalmente vai começar a passar por um
processo de industrialização que o lavara a se tornar
uma das nações mais prósperas e ricas do mundo.

O que ha ocorrido? Quais foram, então, as razoes dessa


decolada econômica dos Estados Unidos, se não foi o
processo de independência? Vejamos: não se trata aqui
de dizer que o processo de independência dos Estados
Unidos não foram um fator extremamente importante
para o seu desenvolvimento. Mas trata-se de dizer que
seu desenvolvimento real, se deu as custas de algo
mais.

O processo de independência dos Estados Unidos se


deu porque a burguesia nacional dos Estados Unidos
(uma burguesia constituída totalmente por donos de
terras – fazendeiros), eram obrigados a exortar parte
significativa de sua produção para a Inglaterra
(colonizadora dos Estados Unidos), para que a
Inglaterra pudesse usar essa produção agrícola para
comercializar com as nações europeias e asiáticas. A
burguesia nacional dos Estados Unidos de então, se
deu conta de que, exortando todo o exortado para a
Europa, eles perdiam parte significativa de sua
capacidade produtiva, já que se eles não ficassem com
a produção inteira, não poderiam comprar mais terras
na América, expandir suas terras pela América, nem
mesmo financiar sua mao de obra escrava para
produzir mais. Era evidente para a burguesia ruralista
estadunidense que o desenvolvimento das forcas
produtivas nacionais dependia inteiramente de sua
ruptura com a Inglaterra: somente assim os donos de
terras teriam condições econômicas de -comprando
mais escravos, negociando suas terras, e expandindo
suas plantações –expandir a produção.

Como se ve, a expansão da produção era uma


necessidade histórica objetiva, capaz não apenas de
desenvolver as forcas produtivas do pais, mas também
capaz de fundar uma nação independente e autônoma.
Ainda assim, por mais quase 100 anos, apos a
independência dos E.U., a produção se via ainda
controlada pela Europa, uma vez que, mesmo que os
estadunidenses não tivessem que exertar sua produção
para a Inglaterra, o desenvolvimento das capacidades
produtivas do pais (ainda completamente rurais e
agrícolas de exportação primaria – tais como soja, e
milho), dependiam de um maquinário especializado
produzido apenas na Europa.

O Pais se via então na situação em que, ainda que


formalmente independente, mantinha a sua
dependência econômica que passava pelo fato de que,
os Estados Unidos vendiam mercadorias agrícolas
primarias como milho para a Europa, para comprar
das indústrias europeias o seu maquinário
extremamente desenvolvido pela sua indústria: o que
basicamente significava, vender coisas baratas para
comprar coisas caras. Mais do que isso: essa relação de
dependência se dava também com relação ao modo (a
forma) de como as trocas eram feitas: como a Europa
dominava o mercado mundial de produção fabril (de
fábricas), eles tinham o monopólio de para quem iriam
vender, e a que preço, enquanto os Estados Unidos
comercializavam um produto que também era
comercializado em todos os 5 continentes, e por tanto
não tinham nenhum controle sobre as taxas de cambio
e valores de troca. A mesma porcão de milho que 1 ano
atras fora vendido pelo equivalente a 1000 libras, 1 ano
mais tarde, pela superprodução de milho no oriente,
seria vendido pelo equivalente a 150 libras. Não
suficiente, essa troca era absolutamente necessária
para os Estados Unidos, uma vez que o maquinário
usado para a colheita do mesmo milho, vinha todo da
Europa já que os Estados Unidos não tinha uma
indústria capaz de produzi-los.

Como ja se ve claramente, assim como perante a guerra


de independência, era uma necessidade histórica
objetiva a independência dos Estados Unidos – para
desenvolver as forcas produtivas do pais, e para criar
soberania nacional – quase 100 anos mais tarde
também era uma necessidade histórica objetiva – para
desenvolver as forcas produtivas e para criar soberania
nacional – que os Estados Unidos se industrializasse/
fosse capaz de produzir industrialmente aqueles
produtos necessários para sua produção agrícola: do
contrário, os Estados Unidos permaneceriam sendo
semi-colonia das potencias europeias.

E foi exatamente esse o motor essencial daquilo que


conhecemos como Guerra Civil, ou Guerra de Secessao
de 1861 a 1865. A guerra se deu porque Abraham
Lincoln se deu conta de que, mantendo a relação do
mercado internacional tal como essa estava
estabelecida quando ele chegou ao poder, os Estados
Unidos permaneceriam em uma situação de semi-
colonia das nações Europeias. Era necessário criar
impostos pesados sobre os produtos industriais
europeus para que a pequenina indústria
estadunidense – ainda em sua fase mais primaria –
tivesse condições de concorrer dentro do mercado
estadunidense com os produtos Europeus. Isso era
obviamente desvantagem para a indústria agrícola, ja
que, com impostos mais altos sobre os produtos
europeus, os produtos chegariam mais caros as
fazendas, diminuindo a capacidade de compra dos
ruralistas, diminuindo consequentemente sua
capacidade de produção. Isso era desvantagem para os
ruralistas também porque, uma vez que os Estados
Unidos aumentassem os impostos sobre os produtos
europeus, as nações europeias aumentariam também
os impostos sobre os produtos estadunidenses
provocando assim a inflação dos produtos
estadunidenses no mercado europeu, obrigando o
comprador europeu a comprar de outros países com
preços mais baratos (uma vez que o aumento do
imposto não insidiam sobre seus produtos). Os
produtos industriais da Europa (devido ao fato de que
a Europa já havia passado por um processo de
industrialização profundo), eram não somente de
qualidade superior, mas também mais baratos, já que
as forcas produtivas das potências europeias já haviam
se desenvolvido razoavelmente. Isso tudo aparecia não
como razoes contra Lincoln, mas como razoes a favor,
uma vez que, se os produtos Europeus eram tao
superiores aos estadunidenses, tanto em qualidade
quanto em preço, a indústria dos Estados Unidos não
tinha nenhuma condição de competir com a indústria
das potências europeias.

Era necessário entao, criar um mercado nacional


primeiro para a produção industrial dos Estados
Unidos, fortalecendo a indústria, desenvolvendo sua
capacidade produtiva, para so entao os Estados Unidos
ter condições de disputar mercado com a Europa. E
nao seria absolutamente possível criar um mercado
nacional para a indústria nacional dos Estados Unidos,
sem que fosse estabelecido um aumento significativo
dos impostos sobre os produtos Europeus (uma vez
que os agricultores obviamente prefeririam comprar
produtos mais baratos e de melhor tecnologia,
optimizando seus ganhos). E foi assim que os ruralistas
iniciaram uma guerra de separação, visando a criação
dos Estados Unidos do Sul, evitando assim a
diminuição de seus ganhos consequente do projeto de
desenvolvimento nacional lançado por Lincoln. Foi tao
somente ao final da guerra, com a subjugação das
forcas reacionarias representadas pelos agricultores do
sul, que os Estados Unidos foi capaz de desenvolver
suas forcas produtivas industriais, e de
consequentemente libertar-se de sua condição de
semi-colonia das potencias Europeias, levando-os a
construção de uma nação não apenas forte e poderosa,
mas sobre tudo realmente independente.

Aqui entao ja vemos que o fator preponderante que


divide os Estados Unidos de qualquer outra nação
americana reside no fato de que

1) os Estados Unidos não teve medo de enfrentar as


forcas reacionarias (contrarias ao desenvolvimento) de
seu pais,

2) os Estados Unidos passaram por um processo de


independência a diferença de todas as outras nações
americanas, não se limitou a uma independência
forma, mas se moveu para uma independência real; e
finalmente por que
3) os Estados Unidos promoveram um processo
nacional de quebra com o imperialismo econômico
(representado pelas potências Europeias),
promovendo o desenvolvimento de sua Tecnologia,
Ciência e de sua Indústria.

Hoje (2020), os Estados Unidos Ja e capaz de


concorrer com igualdade de condições com todas as
potências europeias e paises desenvolvidos do mundo
na maioria dos setores, sendo um dos maiores
exportadores de produtos industriais e de produtos de
exportação secundaria (nao apenas pretoleo cru, mas
de pretoleo ja convertido em combustíveis dos mais
diversos). Devemos voltar entao a nossa questão
subsumida: Como conduzir a nação brasileira a tornar-
se uma nação forte e poderosa? Como o exemplo dos
Estados Unidos – nação americana fundada sob
circunstancia muito similares as circunstância que
fundaram a nação brasileira – nos mostra, o caminho
para a construção de uma nação forte e poderosa não e
outro senão que o caminho do desenvolvimento de
uma tecnologia, ciência e industria brasileira.

Cabe agora perguntar-nos: em qual estagio do


desenvolvimento de uma tecnologia, ciência e
industria brasileira o Brasil se encontra? Para formular
adequadamente a resposta para essa pergunta, faz-se
necessário que localizemos a conjuntura brasileira/
faz-se necessário que saibamos compreender o
contexto atual do Brasil.

Apos o fracasso dos citados projetos economicos, o


Brasil tem visto o Florecer de uma figura como
representante da mais legitima causa nacional:
Bolsonaro. Com um discurso que adota por diversas
vezes a palavra “Patria”, “Nacao”, e que coloca o nome
“Brasil” como um baluarte a ser sustentado, Bolsonaro
aparece, e apareceu nos Brasil como uma especie da
salvador da patria e da nação brasileira, capaz de
liderar o Brasil para o seu tao esperado alvorecer/ para
o seu tao esperado desenvolvimento. Mas qual e na
prática o projeto economico (e por tanto o projeto de
nação) de Bolsonaro?

Na prática, com pouco mais do que um ano desde que


Bolsonaro assumiu a presidência da república seu
governo pode ser – de modo geral – resumido em:

1) programas de privatizações;

2) desmonte dos setores públicos (especialmente


aqueles relativos a educação);

3) alianças internacionais com nações desenvolvidas.

O que tudo isso quer dizer na prática, quanto ao


processo de desenvolvimento nacional?

Vejamos: uma vez privatizadas as empresas nacionais


– que a proposito nao sao muitas – a economia
nacional do Brasil perde total e completamente a sua
capacidade de re-investimento publico, já que o Estado
Nacional passa a fazer menos dinheiro com a venda dos
produtos, se tornando um Estado dependente tao
somente de impostos e taxas tributarias gerais. Sem
capacidade de re-investimento publico, o Brasil se ve
despido de capacidade econômica para fomentar a
Tecnologia e Ciência, promovendo subsequentemente
a industrialização do pais. O re-investimento publico se
mostrou – a traves de exemplos concretos da história –
um processo altamente eficaz na industrialização da
sociedade em geral, tal como os exemplos da Suécia,
Noruega, Finlândia e Dinamarca, que passaram
rapidamente de países altamente dependentes e
subdesenvolvidos, para entre os países mais
desenvolvidos do mundo gracas a um processo
profundo de re-investimento publico nas áreas de
ciência e tecnologia.

Em 2012, se especulava que mais de 60% do PIB desses


paises (alguns dos Paises com os PIBs mais altos do
mundo)era destinado ao re-investimento publico em
ciência e tecnologia. A privatização de empresas
Brasileiras promove, por tanto, um desmonte nao
apenas da economia nacional, mas também da
capacidade econômica nacional, deixando o pais
economicamente desnudo (em relação ao Estado
Nacional), incapaz de investir em setores estratégicos
da economia. O desmonte dos setores públicos
(especialmente aqueles relativos a educação), termina
de executar o processo. Os ativos da educação – ainda
que historicamente nao tenham sido usados
propriamente – sao a estrutura básica da qual o pais
dispunha, para eventualmente com re-investimentos
públicos mais profundos e mais direcionados nos
setores de tecnologia e ciência, o pais se tornasse capaz
de desenvolver sua indústria. E finalmente as alianças
internacionais com nações desenvolvidas,
considerando que a moeda de troca do Brasil e cada vez
mais fraca, não poderia ser feita de outra forma, senão
que fazendo do Brasil um pais subserviente dos
interesses dessas nações. Além do que, assim seguimos
na direção contraria a direção ao desenvolvimento
tomada pelos Estados Unidos.

Ao invés de desenvolvermos as forcas produtivas


nacionais a traves da criação de um mercado nacional,
abrimos nosso mercado já esfacelado a indústria das
nações desenvolvidas, esmagando ate mesmo a
possibilidade do nascer de uma indústria nacional, que
seria facilmente abafada e esmagada pela indústria
altamente desenvolvida dos países desenvolvidos.
Agora já vemos a resposta para nossa questão: em qual
estagio do desenvolvimento de uma tecnologia, ciência
e industria brasileira o Brasil se encontra? Agora
mesmo, o Brasil anda na contra-mão do
desenvolvimento/ agora mesmo, o Brasil destrói todos
os elementos mais básicos criados para seu
desenvolvimento desde a era Vargas.

Lembremos: nao ha exemplos na história de algum


pais que tenha se desenvolvido pegando carona no
desenvolvimento de paisesdesenvolvidos. Pelo
contrario: o que os exemplos histórico concretos nos
mostram e que em casos de relações de dependência –
tal como o caso do Brasil – o que as nacoes
desenvolvidas promovem e um desmonte de toda a
capacidade do pais de se desenvolver, ao mesmo tempo
que drena tudo aquilo que poderia ser usado um favor
do pais. O Brasil atual nao apenas se constitui como um
fazendão do mundo – vendendo mercadoria barata
para comprar mercadoria cara -, sendo um pais total e
completamente subdesenvolvido, mas também nesse
exato momento o Brasil caminha na direção de sua
aniquilação como economia e na direção de sua
aniquilação como Estado Nacional/ Nacao Soberana.

Mas vejamos: ao mesmo tempo que a história nos


mostra que andamos de marcha-re, ela nos ensina
como abandonar nossa condição de pais
subdesenvolvido/ de pais subserviente dos interesses
econômicos de nações desenvolvidas.

E necessário promover a Industrialização imediata do


Brasil, re-investindo em setores públicos dedicados a
fomentação da Ciência e Tecnologia. Somente assim o
Brasil poderá se desenvolver como nação forte e
poderosa, tornando-se capaz de expurgar todas as suas
mazelas internas. Os exemplos dos Estados Unidos, e
das nações nórdicas e claro sobre isso. Agora e preciso
entender que o contexto histórico do Brasil atual não e
o mesmo dos Estados Unidos da época da guerra civil,
nem e o mesmo dos países nórdicos. E necessário então
reconhecer dentro da conjuntura brasileira quais são
as forcas reacionarias que barram nosso
desenvolvimento enquanto nação. A primeira dessas
forcas, e a mais obvia e o liberalismo.

A ideia de que com uma abertura abrupta do mercado


nacional o Brasil se desenvolvera, uma vez que
recebera investimentos externos de setores. Essa
perspectiva nao leva em conta que o uso de tecnologia
importada custa royalties impressionantes aos cofres
públicos, de modo que essas empresas internacionais
que vem ao Brasil, prestam um desserviço ao
desenvolvimento nacional: cobram royalties pelo uso
da marca – que sao pagos aos paisesde onde a
tecnologia originalmente veio (tal como a existência de
uma Volkswagen no Brasil nos obriga a pagar para a
Alemanha pelo uso da marca) –, nao difundem a
tecnologia (de modo que nao torna possível que
usemos a Volkswagen para produzir uma tecnologia de
carros Brasileiros), e ainda usam a mao-de-obra barata
do pais, sucateando o trabalho como um todo
(obviamente, ainda que a tecnologia seja alema, e
muito mais vantajoso para a marca montar uma fábrica
no Brasil, aonde se paga muito pouco/ se paga muito
mal pela mao de obra, do que na Alemanha, aonde os
trabalhadores com todos os seus direitos, são muito
mais custosos para a produção). Hoje em dia já se ve
um fenômeno bastante sintomático disso que e o fato
de que essas fábricas de alta tecnologia europeia, se
estabelecem em países pobres para produzir, e depois
vende esses produtos em países ricos, porque mesmo
com o preço do transporte, a produção fica mais barata
feita na periferia do sistema do que nos países centrais,
aonde os salários por si so ja representam um obstaculo
maior para o ganho dos capitalistas, do que a
importação dos produtos. Assim, como eles não podem
explorar tanto o trabalhador em seus países –
trabalhadores esses que já conquistaram alguns
direitos -, preferem explorar trabalhadores da periferia
do sistema capitalista. Entao vemos claramente como
o liberalismo e uma forca reacionaria que age contra os
interesses nacionais, e atua promovendo o não
desenvolvimento das nações subdesenvolvidas.
O liberalismo so e bom e funciona muito bem para as
nações desenvolvidas que, usando-se dele, ganham
vantagem absoluta no mercado internacional
perpetuando para sempre os seus privilégios. Outra
dessas forcas reacionarias que age no Brasil contra o
desenvolvimento nacional, e age como obstaculo ao
desenvolvimento nacional e a atual burguesia
brasileira que, assim como a dos Estados Unidos de
antes da Guerra Civil, e majoritariamente formada por
ruralistas. E as contradições entre essa classe social e o
desenvolvimento nacional do Brasil ja estao explícitos
pelo exemplo dos Estados Unidos. Os ruralistas, como
classe social, sao completamente dependentes do
capital estrangeiro, e por tanto contrários ao
desenvolvimento de um capital nacional que
necessariamente passa pela ruptura com o capital
estrangeiro como necessidade para se atingir a
industrialização do Brasil. Assim como nos Estados
Unidos de quase 200 anos atrás, nossa burguesia
ruralista vende grãos e carne para todo o mundo, para
comprar a maquinaria necessária tanto para plantar
como para a criação de animais. E dessa forma nos
mantemos em relação ao mundo desenvolvido em uma
condição de semi-colonia, vendendo barato para
comprar caro, e vendendo o mesmo que inúmeros
países vendem, para comprar o que tao somente alguns
produzem.

Dessa forma, esses poucos países que produzem


maquinaria agrícola tem voz de mando e desmando no
mercado mundial, chegando mesmo a ditar o preço
pelo qual a carne e os grãos brasileiros serão vendidos.
Como atualmente a realidade social do Brasil não e
condizente com a dos Estados Unidos da época, não faz
sentido entrar em guerra para tao simplesmente barra-
los politicamente. Se faz necessário retirar sua forca
politica, que tal como qualquer forca politica e forca
econômica. A forca politica dos ruralistas brasileiros se
expressa pela sua posse de terras, e por tanto tao
somente uma reforma agraria, com distribuição das
terras para pequenos produtores, e produtores
familiares permitiria aniquilar o poder economico
dessa classe social (da burguesia ruralista), permitindo
concomitantemente taxar/ aumentar os impostos
sobre certos produtos industriais agrícolas comprados
do exterior, permitindo finalmente o nascimento,
desenvolvimento e prosperar de uma indústria
nacional, através de edificação de um mercado
nacional para essa industria, ate o seu
desenvolvimento, no qual poderemos concorrer no
mercado internacional.

Manter as terras da burguesia agraria significa dar


poder econômico a burguesia agraria. E dar poder
econômico a burguesia agraria significa dar poder
politico a mesma, uma vez que com poder econômico a
burguesia agraria tem recursos para financiar a
candidatura (tal como ja o faz) de candidatos que a
represente a despeito dos interesses nacionais. Daixar
o poder econômico nas maos da burguesia agraria
significa deixar o poder politico em suas maos, uma vez
que a burguesia agraria financia toda forma de
propaganda (através dos aparelhos de mídia existentes
– Globo, SBT, Record, Veja, etc), que lhe seja
conveniente, promovendo todas as formas possíveis de
calúnias contra as tentativas reais de promover a
soberania nacional. Tal como ja foi expresso
indiretamente ao tratarmos da burguesia agraria, outra
das forcas reacionarias que atuam no pais e o capital
estrangeiro, que aliciado a burguesia agraria (ou dito
de outra forma: tendo a burguesia agraria como seu
agente dentro do território nacional), financia
diretamente o desmonte do poder publico, e/ou de
qualquer instituição capaz de promover independência
nacional real. Finalmente a última – não a ultima
existente, mas uma das principais – forcas reacionarias
existentes e atuantes no Brasil, são as Agências de
Estado Americanas. Essas usadas pelos Capital
Estrangeiro como Imediato no Brasil, financiam toda
forma de propaganda e ação politica contraria a
soberania nacional, uma vez que, obviamente, com um
Brasil dependente/ com um Brasil semi-colonia, as
potências estrangeiras faturam muito mais. Todos
essas cinco juntas (Capital Estrangeiro, através das
Agências de Estados Americanos, usando os Ruralistas
para difundir o Liberalismo {Capital Estrangeiro;
Agências de Estados Americanos; Ruralistas;
Liberalismo}), constituem as forcas mais
violentamente retroativas do Brasil/ constituem os
inimigos numero 1 do povo brasileiro, dos interesses
nacionais, do desenvolvimento nacional, do
desenvolvimento de uma nacao forte, soberana e
poderosa, e por tanto estão intrinsecamente ligados a
todas as mazelas sociais das quais os Brasil e o povo
brasileiro em geral (com todas as suas classes) e vítima.
A aniquilação dessas forcas reacionarias e fator sine-
qua-non para o desenvolvimento nacional, e para a
realização de uma independência nacional plena/ para
a realização dos destinos do povo brasileiro.

Sem a aniquilação dessas forcas reacionarias nao sera


possível promover no Brasil um processo de
industrialização e de fomento a ciência e tecnologia. E
sem um Brasil industrializado, com fomento a ciência
e tecnologia, nao ha como o Brasil passar de sua
condição de pais subserviente para nação forte,
soberana e poderosa. Assim vemos que a superação das
forcas reacionarias que atuam no Brasil de hoje, se da
como uma necessidade histórica objetiva para a
superação da situação de coisas em que o Brasil se
encontra.
José Carlos Ary dos Santos

BANDEIRA COMUNISTA

Foi como se não bastasse


tudo quanto nos fizeram
como se não lhes chegasse
todo o sangue que beberam
como se o ódio fartasse
apenas os que sofreram
como se a luta de classe
não fosse dos que a moveram.

Foi como se as mãos partidas


ou as unhas arrancadas
fossem outras tantas vidas
outra vez incendiadas.

À voz de anticomunista
o patrão surgiu de novo
e com a miséria à vista
tentou dividir o povo.

E falou à multidão
tal como estava previsto
usando sem ter razão
a falsa ideia de Cristo.

Pois quando o povo é cristão


também luta a nosso lado
nós repartimos o pão
não temos o pão guardado.

Por isso quando os burgueses


nos quiserem destruir
encontram os portugueses
que souberam resistir.

E a cada novo assalto


cada escalada fascista
subirá sempre mais alto
a bandeira comunista.
Sustentabilidade
Economica
U ma vez entendida a necessidade do

enfrentamento das forcas reacionarias brasileiras com


vistas para a construcao de uma nacao forte e prospera,
a traves de uma industrializacao do pais, focada em
ciencia e tecnologia, se faz necessario dar um passo
mais profundo em nossa analise, com vistas para
compreender a sustentabilidade de tal projeto.

E preciso analizar dentro do contexto historico


brasileiro, como viabilizar um projeto de
industrializacao do pais (industrializacao focada e
possibilitada pelo desenvolvimento de ciencia e
tecnologia nacional) que seja sustentavel (o que em
outras palavras consiste em dizer: e preciso analizar a
sociedade brasileira a fim de encontrar dentro de nossa
sociedade, nao apenas como iniciar um processo de
industrializacao nacional, via a aniquilacao politica da
burguesia agraria, mas tambem a fim de encontrar
dentro de nossa sociedade as condicoes materiais
objetivas de como manter um processo de
industrializacao nacional que mais do que encontrar
espaco para nascer/ mais do que encontrar espaco para
ser iniciado, encontre espaco para ser continuado e
para se desenvolver plenamente).

Vejamos: haviamos mencionado a taxacao de produtos


fabris estrangeiros (especialmente aqueles relativos a
maquinaria usada para a producao agricola e pecuaria)
com o objetivo de criar espaco dentro do mercado
nacional para o surgimento e desenvolvimento de uma
industria nacional capaz de dar conta das demandas do
campo. Devemos considerar – tal ja o fizemos – que a
burguesia ruralista, representando uma forca
reacionaria no pais, e estando total e completamente
dependente do capital estrangeiro, no caso da taxacao
de produtos fabris agricolas estrangeiros, oporia todos
os obstaculos possiveis para esse tipo de projeto
nacional, uma vez que tal projeto afetaria mais
imediatamente os seus ganhos e lucros. Ademais, a tao
mera taxacao de produtos fabris agricolas estrangeiros
nao promoveria um processo de industrializacao
imediato, tendo em vista que o Brasil, no atual
momento historico, se ve total e completamente
despido de ciencia e tecnologia nacional.

Sem um fomento profundo a ciencia e tecnologia nao


ha processo de industrializacao, uma vez que sem uma
tecnologia propria, a industria nao tem o que produzir.
E dessa forma, ainda que a reforma agraria seja exitosa
em coletivizar a terra, e em aniquilar o poder
politico/economico da burguesia agraria, sera total e
completamente fracassada se nao dispor, nao apenas
de elementos minimos de subsistencia, mas tambem
de uma infra-estrutura capaz de manter e elevar o nivel
da producao agraria do pais: do contrario a queda
abrupta das exportacoes, tal como a queda abrupta da
producao poderia vir a representar um risco profundo
de uma crise de sub-producao colocando o pais sob
serios riscos tanto a nivel nacional quanto a nivel
internacional.

Vemos entao que se delineiam dois problemas:

1) sem coletivisacao da terra nao se aniquila o poder


politico da burguesia agraria. Sem o aniquilamento do
poder politico da burguesia agraria nao se faz possivel
um processo de industrializacao. E sem um processo
de industrializacao o Brasil mantem-se como pais
dependente e subdesenvolvido. Por outro lado, a
simples coletivisacao da terra sem infra-estrutura para
manter e elevar a producao agricola, poe o Brasil diante
de uma crise de sub-producao arriscando ate mesmo a
soberania nacional;

2) a derrubada do poder politico da burguesia agraria


permite a taxacao de produtos fabris agricolas
estrangeiros, abrindo espaco para o surgimento e
desenvolvimento de uma industria nacional de
produtos fabris agricolas. Por outro lado, a simples
taxacao de produtos fabris agricolas estrangeiros nao
promove imediatamente a industrializacao do pais, e
sem a industrializacao do pais, nao ha forma de que o
pais ofereca a infra-estrutura (o que consiste no
maquinario industrial agricola) minima para que as
propriedades rurais familiares mantenham e elevem a
producao.

A pergunta e inevitavel: o que fazer?

Deixar o pais continuar a ser governado pela mesma


mafia rural que o governa a 500 anos, mantendo o pais
com um dos piores Indices de Desenvolvimento
Humano (IDH) do mundo, e mantendo o pais como um
mero servical dos interesses das potencias
imperialistas, ou eliminar o poder politico da burguesia
agraria sem que o pais disponha de suficiente infra-
estrutura para manter a producao agricola, levando o
pais a uma crise economica profunda?

Ao mesmo tempo que o problema e posto, ele oferece


um horizonte.

Vejamos: A derrubada da burguesia rural e nao apenas


necessaria, mas inevitavel para o desenvolvimento do
pais, posta como uma necessidade historica objetiva do
desenvolvimento das forcas produtivas do pais. Mas a
terra nao pode ser simplesmente coletivizada, sem que
os pequenos proprietarios de terra tenham suficiente
infra-estrutura para manter e elevar a producao
agricola. A infra-estrutura necessaria para que se
mantenha e para que se eleve a producao agricola vem
da industrializacao do pais que, uma vez
industrializado, passa a produzir a maquinaria agricola
necessaria para a manutencao e elevacao da producao
agricola. E a industrializacao nao decorre
automaticamente da taxacao de produtos estrangeiros.
Assim vemos claramente que o problema se condensa
ao redor da questao: como promover a industrializacao
do pais? Mais do que isso: como promover um processo
de industrializacao acelerada, que permita que a
industria supra total e completamente as necessidades
da producao agricola, uma vez que essas necessidades
ja nao serao mais atendidas pelo capital estrangeiro?

Como mencionamos antes, e possivel promover a


industrializacao do pais, com altos investimentos
publicos nos setores de tecnologia e ciencia. Sao fartos
os exemplos historicos que apontam para o sucesso de
tal empreitada: a Suecia, a Noruega, a Finlandia e a
Dinamarca sao os exemplos mais taxativos. De
qualquer forma, seria necessario que o pais ja
dispusesse de ativos publicos suficientes para que tais
investimentos fossem possiveis. Com os processos de
privatizacoes profundas, iniciados ja desde o golpe
contra Getulio em 54, aprofundados durante o segundo
periodo da Ditadura Militar (o periodo Medici e
especialmente o periodo Geisel), estratificados durante
os governos liberais do pos-ditadura, nao parados nem
pelo governo Lula, nem muito menos pelo governo
Dilma, e amplificados desde o golpe juridico-formal
contra Dilma, nos governos Temer e Bolsonaro, o
Brasil perdeu vastamente a sua capacidade de re-
investimento publico, tornando praticamente
impossivel a promocao de um processo de
industrializacao nacional na escala necessaria para a
manutencao da producao agricola, e
concomitantemente para a manutencao da ordem
civica e da soberania nacional. Os fundos necessarios
para uma promocao industrial desse nivel so podem
ser encontrados a traves da expropriacao total e
absoluta de todos os meios de producao que servem
para a acumulacao do capital. Mais do que isso:
somente os fundos expropriados das maos de toda
forma de propriedade privada que serve a acumulacao
do capital seriam suficientes e necessarios para
promover no Brasil um processo de industrializacao
rapida, e de aceleracao da industria. E tao somente um
processo de industrializacao rapida e de aceleracao da
industria seria capaz de gerar a infra-estrutura minima
para que a terra coletivizada seja tao produtiva quanto
a terra pertencente a burguesia rural. E uma vez mais,
tao somente dotado dessa infra-estrutura minima para
a terra coletivizada, o Brasil teria condicoes de nao
apenas evitar uma crise de sub-producao, mas de
elevar a producao, e nao apenas a producao agricola,
mas tambem a producao fabril, promovendo o
desenvolvimento das forcas produtivas do pais, e
consequentemente levando o pais ao seu
desenvolvimento pleno/ a sua emancipacao/ a uma
independencia real, mais do que formal/ a fundacao de
uma nacao prospera, forte, poderosa e soberana. E
apenas um Brasil como nacao prospera e soberana sera
capaz de dar fim as mazelas e anomalias sociais das
quais o povo brasileiro em geral (em todas as suas
classes) e vitima.

Vemos entao, que aquela propriedade privada utilizada


para a acumulacao de capital, nao apenas
historicamente permitiu a acumulacao de capital por
parte de uns, as custas de outros (dos nao
proprietarios), sendo ela mesma, na presente
conjuntura brasileira uma anomalia, mas tambem e
preciso atentarnos para o fato de que essas
propriedades privadas, uma vez estatizadas, teem a
capacidade de prestar um papel honroso no
desenvolvimento historico do pais. Uma vez
estatizadas, o seu componente central – que e a
exploracao da mao-de-obra, e exploracao dos nao
proprietarios – se converte em componente de
socializacao da riqueza e dos meios de producao que,
sob um projeto nacional de desenvolvimento
industrial, promovera a industrializacao do pais,
promovendo concomitantemente a sua emancipacao.
Em outras palavras, a propriedade privada, convertida
em propriedade estatal promove a emancipacao do
Brasil/ promove a edificacao de uma nacao brasileira,
realmente independente, forte e soberana.

Assim, ja nos fica claro que a Estatizacao e uma etapa


necessaria do desenvolvimento nacional, de tal forma
que, tal como a superacao das forcas reacionarias que
atuam no Brasil se da como uma necessidade historica
objetiva, tambem a Estatizacao se da como uma
necessidade historica objetiva tanto a nivel
conjuntural, como a nivel estrutural.

Agora e preciso entender que, sem uma gestao da


economia, todos esses recursos preciosos para o
desenvolvimento nacional, criados pela propriedade
privada, podem se perder parcialmente, ou ate mesmo
totalmente. Lembremos que a expropriacao da
propriedade privada utilizada para a acumulacao de
capital, se da enquanto necessidade historica objetiva
para a fomentacao da ciencia e tecnologia, visando a
industrializacao rapida e acelerada do pais. Mas sem a
devida gestao, esses recursos (expropriados da
propriedade privada, convertida em propriedade
estatal) correm o risco de se perder em setores de
menos importancia, implicando na nao
industrializacao do pais, e subsequentemente na
levada da economia nacional a uma crise de sub-
producao.

Se ve entao, mais claramente que tao somente a


Estatizacao, nao da conta de promover a economia
nacional aos niveis almejados. Se faz necessario
tambem que a economia nacional esteja total e
completamente planificada. Vemos assim a
necessidade de se criar uma Planificacao Economia,
capaz de gerir a economia nacional, aplicando os
recursos necessarios, nos setores necessarios, sempre
visando o desenvolvimento economico-industrial do
pais. Nos vemos entao, obrigados a mais uma vez,
mencionar a necessidade historica, que tal como inside
sobre a questao do enfrentamento as forca reacionarias
e a estatizacao, inside tambem sobre a questao da
economia: a Planificacao Economica e uma
necessidade historica objetiva, forjada no seio da
contradicao social entre forcas reacionarias, e forcas
progressistas.
E finalmente ja nos vemos em condicoes de
compreender a necessidade da reformulacao da
estrutura da politica institucional, afim de que a
planificacao da economia nao se torne uma miscelania
de perspectivas politicas antagonicas, levando a
planificacao mais a beira de um desastre, do que de
uma gestao.

Vejamos: entendemos que e necessario enfrentar as


forcas reacionarias do pais, com vistas para poder
promover um processo de industrializacao nacional
(condicao sine-qua-non para o desenvolvimento do
pais, e sua saida da condicao de pais dependente).
Entendemos contudo que, o enfrentamento das forcas
reacionarias (personificadas na classe da burguesia
agraria), nao promove a industrializacao do pais de
forma automatica, mas tao somente elimina o seu mais
violento obstaculo. Entendemos que a industrializacao
do pais e uma necessidade historica objetiva, uma vez
que sem essa, a terra coletivizada nao encontra a infra-
estrutura necessaria para manter e elevar a producao
agricola, e uma vez que sem a industrializacao do pais,
o pais mantem-se em sua condicao de dependencia em
relacao as potencias estrangeiras. Entendemos que a
industrializacao do pais depende de investimento
publico de setor, fomentando a ciencia e tecnologia.
Entendemos que nao ha fundos publicos para investir
em ciencia e tecnologia – na escala exigida para a um
processo de industrializacao acelerada – gracas ao
rentismo da politica institucional brasileira (entre
otros fatores). Entendemos, portanto, que tao somente
a Estatizacao da propriedade privada - que e utilizada
como meio para a acumulacao de capital – proveria os
recursos necessarios para promover a industrializacao
do pais. Entendemos que, concomitante a isso, se faz
necessario que a economia nacional seja planificada a
fim de evitar desperdicios dos fundos publicos em
setores desnecessarios, e para fomentar o investimento
nos setores necessarios para a dinamica da economia
nacional, visando o seu desenvolvimento industrial.
Vemos portanto, que assim como o enfrentamento das
forcas reacionarias do pais se da como uma
necessidade objetiva, tambem a Estatizacao e a
Planificacao Economica se dao como necessidades
objetivas do desenvolvimento das forcas produtivas
nacionais. Agora devemos adimitir que, se a
Planificacao Economica fica sujeita as mudancas da
politica insitucional – tal como essa esta formulada – a
Planificacao Economica nao atinge a capacidade de
criar um projeto de desenvolvimento nacional a largo
prazo, uma vez que as mudancas de corrente de
pensamento politico das instituicoes formais,
arrastariam consigo a planificacao, mudando-a a
depender do politico da vez. Isso quer dizer: a cada vez
que um presidente/ a cada vez que senadores e
deputados diferentes fossem eleitos, a economia
estaria sujeita a ser re-planificada ao gosto da
institucionalidade politica. Se ve entao claramente a
necessidade de uma transformacao da
institucionalidade politica, que permita que, a despeito
dos resultados das eleicoes, o projeto nacional de
desenvolvimento seja respeitado e cumprido ate que
atinja a sua maxima determinacao: a industrializacao
nacional. Se ve portanto, claramente a necessidade de
criar um poder comissional que nao esteja submetido
as variacoes da politica eletiva. Se ve a necessidade da
fundacao de um Centralismo Democratico, isto e: de
uma Comissao horizontal, formada por uma carta
magnanima, que seja capaz de gerir, acima dos outros
poderes, as clausulas petras do projeto nacional de
desenvolvimento. Consequentemente, temos que
adimitir que, sem um Centralismo Democratico,
qualquer projeto nacional esta destinado a sua
pulverizacao nas movimentacoes politico-eletivas, e
por tanto, se entendemos que a industrializacao do pais
e uma necessidade objetiva da historia, devemos
entender tambem – e consequentemente – que a
transformacao da institucionalidade politica nacional
em Centralismo Democratico, e uma necessidade
objetiva, sem a qual nao ha industrializacao que
sobreviva as nuances politicas.

Todos estas juntas, constituem uma e a mesma


necessidade historica objetiva. Como pudemos ver,
sem Centralismo Democratico nao ha Planificacao
Economica. Sem Planificacao Economica, a
Estatizacao da propriedade privada, destinada a
acumulacao de capital, e va. E sem Estatizacao, nao ha
processo de industrializacao. Se a industrializacao
nacional e uma necessidade historica objetiva, a
Estatizacao, a Planificacao Economia e o Centralismo
Democratico tambem o sao. E de fato nao ha processo
historico respectivo a economia nacional, sem
industrializacao: a economia do Brasil segue
estratificada e alienada. So ha processo historico
respectivo a economia nacional, quando a economia
nacional, abandonando a sua estratificacao, seja
impulsionada e movimentada: o que no atual momento
historico so e possivel a traves de um processo de
industrializacao. Portanto, a Industrializacao nacional
e de fato e definitivamente uma necessidade historica
objetiva, assim como a Estatizacao, a Planificacao
Economica e o Centralismo Democratico.
José Carlos Ary dos Santos

Poeta Castrado, Não!

Serei tudo o que disserem


por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!

Os que entendem como eu


as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que se partisse
me alagaria de pena;
e também uma alegria
uma coragem serena
em renegar a poesia
quando ela nos envenena.

Os que entendem como eu


a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o reverso:
Da fome já não se fala
--- é tão vulgar que nos cansa ---
mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?

Do frio não reza a história


--- a morte é branda e letal ---
mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?

E o resto que pode ser


o poema dia a dia?
--- Um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
--- Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia!

Serei tudo o que disserem


por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
A vanguarda
J a pudemos analisar a necessidade historica

objetiva do enfrentamento das forcas reacionarias


brasileiras (personificadas na burguesia agraria) em
vistas da promosao de um processo de industrializacao
rapida. Ja pudemos verificar, concomitantemente que,
a necessidade historica objetiva de uma
industrializacao rapida demanda a Estatizacao da
propriedade privada destinada a acumulacao de capital
– a fim da capitacao de recursos desses setores
privados (expropriacao dos recursos dos setores
privados), para a aplicacao desses recursos em setores
puplicos de fomentacao de tecnologia e ciencia -; a
Planificacao Economica para que os recursos
expropriados da propriedade privada sejam aplicados
no projeto de industrializacao nacional sem
desperdicios em setores de menos importancia; assim
como a transformacao da institucionalidade politica
em Centralismo Democratico – com a formacao de
uma Comissao Horizontal que perpasse todos os
poderes da republica – a fim de que a Planificacao
Economica nao fique vulneravel as nuances da politica
governamental (baseado no entendimento da
Planificacao Economica e de sua determinacao
maxima com a industrializacao do pais, como clausula
petra a ser preservada por essa Comissao).

Se faz, portanto, necessario que agora nos debrucemos


sobre um processo politico capaz de nos levar aos
resultados esperados: Industrializacao, Estatizacao,
Planificacao Economica e Centralismo Democratico. A
questao mais iminente que nos aparece agora e: como
fazer isso possivel? E mais uma vez, a historia se faz um
guia capaz de nos dar essa resposta, de forma cientifica,
e nao meramente especulativa/ cojitativa. E sempre
util usarnos dos exemplos historicos concretos, para
que encontremos cientificamente aqueles exemplos
que contribuam para nossa compreensao e
entendimento daqueles processos necessarios para
fazer isso possivel. Vejamos: quais sao os exemplos
historicos de paises que, tal como o Brasil, sendo paises
de Capitalismo Tardio, tiveram que adotar um
processo de Industrializacao rapida para liberar-se de
sua codicao de pais dependente?
O exemplo Latino-Americano mais proximo foi o do
Chile, quando governado por Salvador Allende de 1970
a 1973. Allende, eleito por maioria de votos como
presidente do Chile, utilizando-se dos poderes
constitucionais da Republica Chilena, iniciou um
processo de emancipacao nacional (primeiramente do
Capital Estrangeiro, e em seguida do Capital Privado),
criando os alicerces fundamentais para um processo de
Industrializacao do pais, e de libertacao nacional com
vistas para um desenvolvimento pleno, com
distribuicao de renda, e com socializacao dos meios de
producao e da riqueza: tudo a traves de reformas
coincidentes com a politica institucional. As reformas
haviam apenas se iniciado – em sentido mais profundo
– quando o exercito Chileno, amparado pela Casa-
Branca, deu um Golpe de Estado, iniciando mais uma
das Ditaduras Militares da America-Latina,
juntamente com o massacre, tortura, estupro e
esquartejamento de incontaveis vitimas. De fato, assim
como o exemplo do Chile de Allende nos mostra, nao
ha sequer um exemplo historico de um processo de
transformacao social que – encabecando as demandas
capitais (de Industrializacao, Estatizacao, Planificacao
Economica e Centralismo Democratico) – haja
triunfado usando-se de reformas, a partir da
institucionalidade da politica burguesa. Todos os
exemplos historicos – sem nenhuma excessao – de
sociedades que triunfaram encabecando essas
demandas capitais (tao caras ao processo de
desenvolvimento brasileiro), apontam para a tomada
do poder politico/ economico por um exercito popular:
tais sao os exemplos da Russia - que em pouco mais de
30 anos, produziu uma aceleracao economica e
industrial, permitindo a Russia passar diretamente de
um pais Feudal para uma das maiores economias do
mundo, rivalizando tanto em tecnologia militar, como
em tecnologia atomica e aero-espacial com as maiores
potencias do mundo (dessa forma, a Russia produziu
em pouco mais de 30 anos, aquilo que aos Estados
Unidos demorou quase 100 anos para conquistar) – da
China – que hoje ja tem uma economia superior a
maioria dos Estados Capitalistas Centrais (Englaterra,
Franca e Alemanha), ultrapassando o P.I.B. dos
Estados Unidos por diversas vezes nos ultimos meses
–, assim como de tantos outros paises.

Nossa pergunta, por tanto, ja se ve mais direcionada.


Nao se trata mais de perguntar “como fazer isso?” uma
vez que ja somos capazes de compreender que a
aplicacao das demandas capitais (de Industrializacao,
Estatizacao, Planificacao Economica e de Centralismo
Democratico) so e possivel a traves da tomada do poder
por um Exercito Popular/ pela Luta Armada. Trata-se
agora de saber e perguntar: de onde vem esse poder
popular capaz de organizar-se em Exercito Popular,
empreendendo a Luta Armada para a tomada do poder
politico/economico? E a propria delineacao do
problema oferece a resposta para a pergunta. Vejamos.

Entendemos que se trata de uma necessidade historica


objetiva que a institucionalidade politica se erga a
partir de um Centralismo Democratico, como meio
unico para garantir o exito do processo de emancipacao
nacional, a traves da coordenacao da Economia
Planificada; entendemos que a economia deve ser
planificada de modo a fomentar a ciencia e tecnologia,
com vistas para um processo de Industrializacao
rapida, utilizando-se dos recursos expropriados da
Propriedade Privada destinada a acumulacao de
capital; entendemos que a expropriacao dos recursos
da Propriedade Privada – com vistas a uma
Planificacao Economica que fomente a
industrializzacao do pais – se da a traves da Estatizacao
da Propriedade Privada.{Aqui mesmo ja se delineia
uma parte do processo. A quem interessa a nao
Estatizacao da Propriedade Privada destinada a
acumulacao de capital? A todos aqueles que, providos
de Propriedade Privada, se usam desta para a
acumulacao de capital. Concomitantemente deve se
delinear tambem o seu oposto: isto e, todos aqueles que
desprovidos de Propriedade Privada, nao apenas sao
denegados da acumulacao de capital, mas sao usados
pelos detentores de Propriedade Privada para que estes
acumulem capital as custas daqueles que nao detem
Propriedade Privada. Esta claro aqui que nos referimos
aos trabalhadores. Os trabalhadores por si so, nao
configiram mais do que uma soma de varias unidades.
Mas os trabalhadores organizados em seus respectivos
Sindicatos, por sua vez sim, representam uma
organizacao politica capaz de compor um Exercito
Popular que, utilizando-se da Luta Armada, exproprie
a Propriedade Privada destinada a acumulacao de
capital, a fim de sua Estatizacao. Vemos que a
contradicao social entre aqueles que acumulam capital
- usando-se da propriedade privada e da forca de
trabalhdo dos trabalhadores – e aqueles que,
desprovidos de propriedade privada, sao usados para a
acumulacao de capital, esta dada pela propria
configuracao social, e vemos por tanto que, a
constituicao dos trabalhadores, (os que sao usados
para a acumulacao de capital) organizados em
Sindicatos, em Exercito Popular, se da como
necessidade historica objetiva/ necessidade social
objetiva: E o destino dos trabalhadores organizados em
Sindicatos, compor um Exercito Popular para a
expropriacao da Propriedade Privada.} Entendemos
que a Estatizacao se faz absolutamente necessaria –
comfigurando-se como necessidade historica objetiva
– para que, os recursos expropriados da Propriedade
Privada sejam destinados a fomentacao da
Industrializacao do pais. Entendemos que as forcas
reacionarias contrarias ao desenvolvimento do pais,
que operam tanto como obstaculo ao desenvolvimento,
quanto promovendo a desendustrializacao do pais, se
personificam na burguesia agraria, e entendemos por
tanto que a Industrializacao do pais, passa
necessariamente pela expropriacao do poder politico
da burguesia agraria. Entendemos que expropriar
politicamente a burguesia agraria significa expropria-
la economicamente, e que por tanto, sua expropriacao
politica depende da expropriacao de sua forte de poder
economico: a terra. Entendemos consequentemente
que um processo de industrializacao do Brasil,
depende da coletivizacao da terra, como forma de
aniquilacao do poder politico/ economico da burguesia
agraria (contraria ao desenvolvimento do pais).
{Vemos entao que se delineia a outra contradicao
social, responsavel pela congregacao de forcas para a
formacao do Exercito Popular: os trabalhadores rurais.
As forcas contrarias a coletivizacao da terra/ a
socializacao da terra, sao obviamente a burguesia
agraria que, assim como a burguesia urbana, dotada da
Propriedade Privada da terra, utiliza-se desta para
acumular capital as custas dos trabalhadores rurais. Os
trabalhadores rurais, por sua vez, que desprovidos da
propriedade da terra, sao usados pela burguesia rural
para a acumulacao de capital a traves de seu trabalho.
Os trabalhadores rurais, individualmente, nao sao
mais do que a soma de varios. Mas organizados nos
Movimentos Sem Terra sao forca politica capaz de
constituir o Exercito Popular que, utilizando-se da Luta
Armada, e capaz de tomar o poder politico,
promovendo a coletivizacao/ socializacao da terra, e
concomitantemente a neutralizacao do poder politico/
economico da burguesia rural.}

Vemos entao o delineamento da resposta de nossa


pergunta: de onde vem esse poder popular capaz de
organizar-se em Exercito Popular, empreendendo a
Luta Armada para a tomada do poder
politico/economico? O poder popular vem do
trabalhadores rurais organizados nos Movimentos
Sem Terra, e dos trabalhadores urbanos organizados
nos Sindicados. Esses dois – os Movimentos Sem Terra
e os Sindicatos – constituem o poder popular que se
organiza em Exercito Popular que, empreendendo a
Luta Armada, se torna capaz de tomar o poder politico/
economico do pais, levando o pais aos seus destinos
superiores: a sua Industrializacao, Independencia,
Emancipacao, e a contrucao de uma nacao forte,
poderosa, soberana e independente.

Devemos nos perguntar agora: como esses dois (os


Movimentos Sem Terra e os Sindicatos – que a bem
dizer, sao muito mais do que tao somente dois) se
articulam para - com a formacao do Exercito Popular,
e com a adocao da Luta Armada – tomar o poder? E a
resposta para este questionamento, se da da mesma
forma que a resposta para o questionamento sobre a
volatilidade da politica eletiva: a traves do Centralismo
Democratico. O Centralismo Democratico deve ser
adotado ja antes mesmo da tomada do poder, a fim de
evitar o desperdicio da capacidade transformadora do
Exercito Popular, em batalhas desnecessaria. E
necessario que haja uma Organizacao Transversal, que,
liderando o Exercito Popular, permita que este atue
com a devida forca e frequencia naqueles campos mais
necessarios, e menos propensos ao desperdicio/ e
necessario que haja uma Organizacao Transversal que
seja capaz de guiar e orientar o Exercito Popular para o
seu destino maior: a tomada do poder. Mais do que
isso: devemos reconhecer que a organizacao
responsavel por guiar o Exercito Popular ao seu triunfo
maximo, deve ser tambem uma organizacao que por si
mesma personifique todas as quatro demandas
capitais: Industrializacao, Estatizacao, Planificacao
Economica e Centralismo Democratico. Somente uma
organizacao que personifique as quatro demandas
capitais - do processo de transformacao social – sera
capaz de orientar os Sindicatos (ja organizados como
Exercito Popular) a derrubada de seu inimigo
“natural” (a Propriedade Privada destinada a
acumulacao de capital); de orientar os Movimentos
Sem Terra (ja organizados como Exercito Popular) a
derrubada de seu inimigo “natural” (a burguesia
agraria); e de nao se limitar a isso, usando a derrubada
da burguesia agraria para a socializacao da terra,
usando a derrubada da Propriedade Privada destinada
a acumulacao de capital para a Estatizacao, usando a
Estatizacao como meio para a expropriacao dos
recursos da Propriedade Privada, promovendo uma
Planificacao Economica que direcione esses recursos
para a fomentacao de ciencia e tecnologia com vistas
para criar a infra-estrutura necessaria para que a terra
socializada mantenha e eleve a producao agricola,
tranformando a estrutura politica nacional em
Centralismo Democratico, como necessidade
imperativa para a manutencao de um projeto nacional
de desenvolvimento Industrial a partir da Planificacao
Economica. Como vemos: esta tudo articulado, de
modo que se faz absolutamente necessario que, a
Organizacao Transversao responsavel por orientar e
guiar o Exercito Popular, seja uma organizacao que
encabece por principio todas as quatro demandas
capitais da necessidade historica objetiva.

E preciso que nos perguntemos: existe alguma


organizacao politica que personifique essas quatro
demandas capitais do desenvolvimento brasileiro? E se
existe uma organizacao desse tipo no Brasil, qual e essa
organizacao?
Vejamos: As unicas organizacoes politicas que
historicamente encabecam essas demandas capitais,
como o elemento central de seu programa politico, sao
os partidos comunistas fundamentados na Terceira
Internacional (a Internacional Comunista), de
orientacao Marxista-Leninista-Maoista. E verdade que
temos partidos comunistas no Brasil. Agora se faz
imensamente necessario que fassamos uma analise
mais pormenorisada da linha politica das organizacoes
de esquerda brasileiras, a fim de que encontremos
aquela organizacao politica capaz de encabecar essas
demandas capitais.

Quais sao as principais organizacoes de esquerda, ou


pelo menos de orientacao Marxista do Brasil? De modo
geral podemos dizer que esse sao: PT, PSOL, PCO,
PCdoB, PCB e URC. Devemos agora nos perguntar:
essas organizacoes politicas sao capazes de encabecar
essas demandas capitais? E se o sao, quais dessas
organizacoes politicas o seriam?

O PT entre essas organizacoes e definitivamente a


maior, a mais desenvolvida, e a organizacao com a
maior adesao popular. Quais sao as bases do PT? Para
responder a essa questao, tendo em vista que o PT ja
possuiu poder politico, tanto institucional como
popular, se faz necessario que analisemos o PT a partir
de suas acoes praticas, e nao a partir de seu
componente teorico geral e de formacao. Assim vemos
que do ponto de vista pratico, a eleicao de Lula em
2002, foi permeada pela chamada Carta ao Povo
Brasileiro. A chamada Carta ao Povo Brasileiro, nunca
foi realmente viesada ao povo, mas sim ao
empresariado brasileiro. O que Lula e o PT definem
como programa politico do PT a partir dessa carta e um
abandono total de seu programa mais Social
Democrata – espelhado nas experiencias Escandinavas
– para um programa meramente Social Liberal. O
conteudo desse documento – que foi o que fez possivel
a eleicao de Lula – basicamente tracava as estrategias
politico-economicas que o PT iria adotar se o Lula fosse
eleito, dentre as quais o nao enfrentamento do
empresariado em vistas da promocao de um processo
nacional de desenvolvimento, era a estrategia central.
O documento basicamente se conctitui de uma carta de
conciliacao entre o programa politico do PT e o
empresariado. Entendamos agora que, nao o pequeno
empresario/ pequeno empreendedor (que a bem da
verdade vive em condicoes tao proletarias quanto o
proletariado fabril), mas o grande empresariado,
donos de construtoras, donos de grandes negocio,
banqueiros e etc, estao constituidos exatamente aquilo
que chamado de Propriedade Privada dos Meios de
Producao/ Propriedade Privada destinada a
acumulacao de capital. Se o PT se caracteriza como
uma organizacao politica de conciliacao com esse
empresariado, portanto o PT se configura como uma
organizacao politica dependente do Capital Privado da
Propriedade Privada destinada a acumulacao de
capital. Dessa forma ja vemos claramente que o PT nao
e nem uma organizacao que visa a Estatizacao dessas
propriedades – a fim da fundacao de um processo de
industrializacao rapida -, nem mesmo e uma
organizacao politica independente dessas
propriedades. De fato, em todas as ultimas eleicoes
exitosas do PT (primeiro e segundo mandato tanto de
Lula quanto de Dilma), o PT foi financiado pelo capital
privado das propriedades privadas destinadas a
acumulcao de capital. Ademais, o PT nunca
desenvolveu uma politica forte contra as privatizacoes,
mantendo o PND (Programa Nacional de
Desestatizacoes), atuando diretamente contra os
interesses da soberania nacional tanto quanto seus
opositores politicos mais imediatos, e movendo o pais
na direcao contraria a de sua Industrializacao. Ainda
mais: vergonhosamente para o PT (que se define como
partido de esquerda), o PT assentou menos terras para
a Reforma Agraria do que o governo Fernando
Henrique, de modo que se ve claramente que o PT
tambem se constitui como uma organizacao politica de
conciliacao tambem com um dos inimigos numero 1 da
nacao brasileira: a burguesia agraria. Vemos entao
claramente que o PT, dependente do capital privado da
propriedade privada destinada a acumulacao de
capital, conciliado com a burguesia rural, e adepto da
politica de privatizacoes, passa longe de ser uma
organizacao politica capaz de encabecar as demandas
capitais necessarias para um processo de emancipacao
da nacao brasileira.

O PSOL ainda que apareca com um discurso


relativamente radical - de promocao da reforma
agraria, em prol moradia popular, defensor das causas
indigenas, negras e LGBT, alem de sustentar uma
bandeira feminista forte –, e tambem, em termos
gerais, um partido que parte da leitura historica tanto
do revisionismo como do Trotskismo, negando assim –
direta ou indiretamente – todo o legado de Lenin e
Mao, assim como todas as experiencias de transicao
socialista desenvolvidas ao largo da historia,
abracando por tanto, e consequentemente muito mais
a propaganda imperialista do que a causa nacional, e
consequentemente estando muito mais vinculado ao
capital estrangeiro – financiador e difusor do
revisionismo historico – do que aos interesses
nacionais.

O PCO, constituido como partido Trotskista classico,


ignora total e completamente o protagonismo do
campesinato no processo de transformacao nacional,
ameacando assim a possibilidade da criacao de uma
alianca entre proletariado e campesinato como o
suporte popular do processo de transformacao
nacional e eventualmente de um Exercito Popular da
Revolucao. Dessa forma o PCO ameaca em si mesma a
possibilidade da coletivizacao da terra, ameacando o
projeto nacional de desenvolvimento como um todo.

O PcdoB, ja mesmo antes de sua coligacao com o PT, se


tornou um partido total e completamente reformista,
caindo, junto com o PT, nos mitos da Social
Democracia de transicao formal, institucional e
paulatina - sem ruptura – para uma sociedade
socialista. Ignora portanto, nao apenas todos os
exemplos historicos da Europa no inicio do Seculo XX,
mas ignora ate mesmo a historia mais contemporanea
da America-Latina (ignorando exemplos como o da
Unidade Popular de Allende no Chile, o dos Peronistas
do Campora na Argentina, o de Evo Morales na Bolivia,
de Chaves e Maduro na Venezuela, e mesmo o do PT no
Brasil, todos terminados ou com golpes militares com
participacao direta dos E.U.A., como no caso do Chile,
ou com golpes de Estado formais/pseudo
institucionais, como no caso do Brasil e da Bolivia, ou
com golpes economico-institucionais promovidos
pelos paises desenvolvidos, como no caso da
Venezuela, ou ate mesmo simplesmente esgotados
dentro do processo do sulfragio politico geral, como no
caso da Argentina). Desta forma se ve claramente que
o programa politico do PcdoB aponta mais para mais
uma tragedia social, do que para um processo de
transformacao nacional capaz de guiar o pais para os
seus destinos superiores/ para a sua industrializacao;
assim como ignora as bases essenciais do Marxismo-
Leninismo-Maoismo, estando portanto muito aquem
de ser um partido capaz de encabecas as demandas
capitais de um projeto de nacao independente.

Tao somente a URC e o PCB (especialmente com a


UJC) encabecam os ditames essenciais do Marxismo-
Leninismo-Maoismo no Brasil de hoje, sendo estas
duas as unicas organizacoes capazes de encabecar as
demandas capitais para um processo de transformacao
nacional. E especialmente a URC que, ja sendo parte do
mais moderno movimento comunista do mundo - anti-
revisionista, anti-reformista e anti-Trotskista ja desde
sua fundacao, com auto-critica, mas sem rebaixar as
experiencias socialistas passadas e existentes,
reconhecendo todo o seu legado - tem uma organizacao
politica mais do que capaz de compor tanto a
Organizacao Transversal (responsavel por guiar e
orientar o Exercito Popular), como a Comissao
Horizontal Nacional (responsavel por presar pelo
plano nacional de desenvolvimento estabelecido pela
Planificacao Economica), recompondo a politica
institucional em Centralismo Democratico, e guiando o
Exercito Popular para seu destino maximo: a tomada
do poder; e guiando a nacao brasileira para seu destino
maximo: o seu desenvolvimento pleno.

Vemos entao claramente que, a partir da historia e de


uma analise concreta tanto da conjuntura, como da
estrutura brasileira, a URC (Uniao da Reconstrucao
Comunista) - e/ou o PCB (Partido Comunista
Brasileiro) – como vanguarda da revolucao, aparece
como uma necessidade historica objetiva do
desenvolvimento das forcas produtivas brasileiras,
guiando e orientando o Exercito Popular (formado
pelos trabalhadores rurais e urbanos organizados nos
Sindicatos e Movimentos Sem Terra) para a tomada do
poder, e presando pelos objetivos petros da revolucao,
definidos e planificados a traves da Planificacao
Economica. Trata-se de uma necessidade historica
objetiva que a URC – e/ou PCB – se configure em
Vanguarda Revolucionaria, guiando e orientando o
Exercito Popular em sua tarefa de expropriacao do
poder politico/ economico tanto da burguesia agraria,
quanto da Propriedade Privada destinada a
acumulacao de capital, assim como trata-se de uma
necessidade historica objetiva que a URC – e/ou PCB
– se configure como Comissao Horizontal Nacional,
promovendo a Estatizacao do Capital Privado, a
Planificacao Economica da economia, e o
desenvolvimento da insitucionalidade politica em
Centralismo Democratico, com todos os poderes da
republica subordinados a Comissao Horizontal
Nacional, a fim da preservacao dos objetivos maximos
da revolucao: a Industrializacao do pais, assim como o
seu desenvolvimento em nacao livre, soberana, forte e
capaz de expurgar todas as suas miserias, anomalias
sociais, e mazelas.
Chico Buarque e Pablo Milanes

Canción Por La Unidad de Latino America

(...)
E quem garante que a História
É carroça abandonada
Numa beira de estrada
Ou numa estação inglória

A História é um carro alegre


Cheio de um povo contente
Que atropela indiferente
Todo aquele que a negue

É um trem riscando trilhos


Abrindo novos espaços
Acenando muitos braços
Balançando nossos filhos
(...)

Quem vai impedir que a chama


Saia iluminando o cenário
Saia incendiando o plenário
Saia inventando outra trama

Quem vai evitar que os ventos


Batam portas mal fechadas
Revirem terras mal socadas
E espalhem nossos lamentos
(...)
Já foi lançada uma estrela
Pra quem souber enxergar
Pra quem quiser alcançar
E andar abraçado nela
Composicao
D evemos agora, e por tanto, focar-nos

definitivamente no processo de composicao do


Exercito Popular, assim como de sua Vanguarda
Revolucionaria, ou em outras palavras: devemos no
focar no processo pelo qual os Sindicatos e os
Movimentos Sem Terra, guiados e orientados pela URC
e/ou PCB como sua Vanguarda Revolucionaria, veem a
compor o Exercito Popular. E a composicao da
Vanguarda Revolucionaria emerge da propria
composicao do Execrito Popular. Nossas perguntas
aqui devem ser, por tanto, “como os Sindicatos e os
Movimentos Sem Terra compoem o Exercito
Popular?”, e “ como, da composicao dos Sindicatos e
Movimentos Sem Terra em Exercito Popular, emerge a
Vanguarda Revolucionaria?

Cada um dos membros de cada um dos Sindicatos,


assim como cada um dos membros de cada um dos
Movimentos Sem Terra, tem a obrigacao de - a cada
Encontro Regional, e principalmente nos Congressos
Nacionais – exigir um plebicito – tanto a nivel regional
(preparando as regioes para o plebicito nacional) como
a nivel nacional (definindo de forma definitiva o
programa politico do movimento/sindicato) – que
coloque o programa da organizacao sob questao,
propondo para a organizacao a composicao do Exercito
Popular, e a adesao a Luta Armada como estrategia
politica. Nao apenas o programa das organizacoes sera
posto em questao, mas tambem a propria formacao e
estrutura da organizacao, apondo para a sua
reedificacao como parte do Exercito Popular, com a
adocao da Luta Armada como unico meio possivel de
atingir os objetivos maximos de cada: no caso do
campesinato, a coletivizacao/ socializacao da terra; no
caso dos trabalhadores urbanos, a expropriacao do
Capital Privado/ Socializacao dos meios de producao e
da riqueza. Assim como e obrigacao da URC e/ou PCB
- assumindo a postura de Vanguarda Revolucionaria:

1) ajudar os membros dos Movimentos Sem Terra, e


dos Sindicatos, a entender a necessidade da adocao da
Luta Armada como meio unico para a superacao de sua
situacao de exploracao (procurando o contato pessoal
com esses membros, auxiliando-os na compreensao da
necessidade historica objetiva);
2) incentivar os membros a exigir de seus Sindicatos e
Movimentos Sem Terra, um plebicito que permita a
alteracao radical da estrutura destas organizacoes,
permitindo que tais organizacoes atuem como Exercito
Popular, utilizando a Luta Armada como estrategia
basica;

3) participar – sempre que permitido – dos encontros


e congressos dessas organizacoes, promovendo o
debate interno sobre a Luta Armada como necessidade
historica objetiva, e sobre a composicao do Exercito
Popular como meio fundamental para que a Luta
Armada promova o triunfo das classes trabalhadoras;
e finalmente

4) uma vez participando dos Encontros Regionais e


Congressos Nacionais destas organizacoes, e uma vez
votada – ja seja a nivel regional ou nacional – a re-
configuracao dessas organizacoes, a partir da Luta
Armada, como Exercito Popular: promover como
Vanguarda Revolucionaria, o direcionamento dessas
organizacoes para o combate armado efetivo.

Vemos assim a resposta para ambas as questoes:

A) Como os Sindicatos e os Movimentos Sem Terra


compoem o Exercito Popular?

A traves da pressao feita por seus membros, para que –


tanto a nivel regional, quanto a nivel nacional – essas
organizacoes promovam internamente seus plebicitos
para a adesao a Luta Armada, a partir da composicao
do Exercito Popular.
B) Como, da composicao dos Sindicatos e Movimentos
Sem Terra em Exercito Popular, emerge a Vanguarda
Revolucionaria?

A partir da participacao ativa da URC e/ou PCB no


processo de transformacao dessas organizacoes
(Sindicatos e Movimentos Sem Terra), a propria re-
configuracao dessas organizacoes faz com que a URC
e/ou PCB se configure como Vanguarda
Revolucionaria, paralelamente com o entendimento de
que a revolucao necessita de direcao para ser exitosa, e
de que e funcao da Vanguarda Revolucionaria dirigir a
revolucao, estando ao lado de fora do conflito armado,
o que permite a Vanguarda Revolucionaria ter uma
visao mais ampla do complexo politico geral, do que
dentro do conflito armado organizado, para o qual a
visao e mais local e menos ampla.

Vemos assim, e por tanto, que e da propria composicao


do Exercito Popular – a partir dos Sindicatos e dos
Movimentos Sem Terra – que – assumindo a
necessidade da Luta Armada – a Vanguarda
Revolucionaria (quele mesmo Partido Politico ou
Organizacao Politica que fomentou a formacao do
Exercito Popular) emerge.

Assim, passa a ser de um lado – do lado das massas


populares de trabalhadores, ja configurados como
Exercito Popular – a responsabilidade da mobilizacao
de seus quadros para a Luta Armada, e do Conflito
Armado propriamente dito, enquanto passa a ser de
outro lado – do lado do Partido ou Organizacao
configurado como Vanguarda Revolucionaria – a
responsabilidade por ler a conjuntura politico-militar
de modo a auxiliar na programacao do conflito armado,
assim como a responsabilidade de coordenar os
ataques armados a partir de um estudo de prioridade e
necessidade conjuntural da luta, ao mesmo tempo que
de linkar as diversas brigadas do Exercito Popular
(formadas pelos diversos Sindicatos e Movimentos
Sem Terra) coordenando a acao guerrilheira.
José Carlos Ary dos Santos

TOMAR PARTIDO

Tomar partido é irmos à raiz


do campo aceso da fraternidade
pois a razão dos pobres não se diz
mas conquista-se a golpes de vontade.

Cantaremos a força de um país


que pode ser a pátria da verdade
e a palavra mais alta que se diz
é a linda palavra liberdade.

Tomar partido é sermos como somos


é tirarmos de tudo quanto fomos
um exemplo um pássaro uma flor.

Tomar partido é ter inteligência


é sabermos em alma e consciência
que o Partido que temos é melhor.
Estrategias
N ossa questao e meditacao neste momento deve

girar em torno de: como o Exercito Popular - uma vez


constituido, aderindo a Luta Armada, e adotando as
taticas de guerrilha e de guerrilha urbana – desenvolve
sua estrategia de acao?

Obviamente, seguindo os canones do Centralismo


Democratico, a medida do possivel, toda e qualquer
decisao e acao de cada uma das brigadas do Exercito
Popular deve passar pelo aval da Vanguarda
Revolucionaria, que sendo a vanguarda da revolucao, e
estando a parte do conflito armado, esta em melhores
condicoes para desenvolver a estrategia de acao como
um todo, assim como esta em melhores condicoes de
analisar e de julgar a conjuntura militar e politica, para
a formcao de uma estrategia mais bem desenvolvida.

Ja vemos assim, e por tanto, que a estrategia de acao


do Exercito Popular, guiado e orientado pela
Vanguarda Revolucionaria, muda e varia de acordo
com as mudancas e variacoes do contexto e conjuntura
politica e militar.

De qualquer forma, como nao e possivel para a


Vanguarda Popular ser unipresente – estando em
contato em tempo real com todas as brigadas do
Exercito Popular -, e considerando que o conflito
armado com muita frequencia demanda uma resposta
rapida e concreta, para um problema imediato, se faz
necessario que as brigadas do Exercito Popular,
operem tambem, com certo nivel de autonomia. E e
sobre essas circunstancias – circunstancias nas quais
situacao pratica do conflito armado demanda uma
resposta rapida e concreta para um problema imediato
– que devemos nos debrucar, a fim de que, mesmo
diante das circunstancias mais inesperadas, as
brigadas do Exercito Popular tenham um guia geral de
acao, nao para definir a acao a ser tomada – ja que esta
dependera do problema imediato -, mas para guiar as
decisoes que irao definir a acao a ser tomada.

Nossa pergunta entao deve ser: em circunstancias


inesperadas, como as brigadas do Exercito Popular
devem agir?

Obviamente nao daremos conta de averiguar todas as


possiveis situacoes inesperadas – do contrario estas
situacoes nao seriam inesperadas -, mas procuraremos
oferecem um manual de acao geral, que permita que as
brigadas do Exercito Popular - quando nao estejam
sendo diretamente orientadas pela Vanguarda
Revolucionaria – possam atuar autonomamente, de
modo que sua acao autonoma nao seja contraria aos
propositos gerais da revolucao, e mais do que isso: de
modo que sua acao, ainda que nao esteja sendo
pormenorizadamente orientada pela vanguarda da
revolucao, promova a evolucao do processo
revolucionario.

A primeira coisa a ter em mente e que, a funcao mais


imediata do Exercito Popular e a de desestabilizar o
governo e as forcas reacionarias para que a sua
rendicao seja sua unica opcao.

A desestabilizacao do governo e das forcas reacionarias


deve ser empreendida em todos os ambitos da vida
publica: economicamente, politicamente,
militarmente, etc.

Como ja mencionamos, o Exercito Popular se divide


em brigadas, e as brigadas do Exercito Popular se
dividem de acordo com a estrategia de acao adotada
para cada uma das brigadas, sendo que, aquelas
brigadas que desenpenharao a guerrilha no campo,
conquistando espaco geografico, expropriando as
terras latifundiarias, e etc, se define como Guerrilha,
enquanto aquelas brigadas que desempenharao a
guerrilha nas cidades, se define como Guerrilha
Urbana. Ambas sao absolutamente necessarias para
dividir as forcas militares do pais, entre campos e
cidades, enfraquecendo-as. E ambas sao
absolutamente desejaveis para os objetivos maximos
da revolucao, uma vez que atuando em conjunto
promovem uma desestabilizacao profunda das forcas
politico-insitucionais do pais, permitindo o
crescimento e desenvolvimento do Exercito Popular,
ate seu objetivo maximo, com a tomada do poder
politico e economico.

Guerrilha Urbana
Nas cidades grandes, a Guerrilha Urbana deve operar
como uma forca semi terrorista, semi secreta.
Desestabilizar as grandes cidades do pais, significa
desestabilizar de forma abrupta e significativa a
economia nacional, como estrategia para obrigar as
forcas reacionarias a se renderem. Aqui entao
descreveremos uma lista de acoes que sao capazes de
promover isso, como, e porque:

1) Explodir da forma mais brutal possivel, todas as


rodovias que dao acesso as cidades: dessa forma, nao
apenas se enfraquece a repressao contra o Exercito
Popular dentro das cidades (ja que as forcas militares
ficam impedidas de acessarem as cidades de forma
simples e rapida), mas tambem se afeta dorsalmente a
economia nacional (ja que a maior parte do transporte
de produtos dentro do Brasil, e feito a traves de
caminhoes que necessitam das rodovias para cruzar o
pais.

A) No caso de Sao Paulo, por exemplo, as principais


rodovias de acesso a cidade sao 10+1:
Regis Bitencourt;
Raposo Tavares;
Castelo Branco;
Anhanguera;
Bandeirantes;
Fernao Dias;
Dutra;
Ayrton Senna;
Anchieta;
Imigrantes +
Rodoanel.

Destruir o accesso a essas 10 rodovias – a traves da


destruicao das mesmas (por materia explosiva) –
implica um ataque a coluna dorsal do sistema
brasileiro, de modo que, nao apenas o Exercito
Nacional se veria em dificuldades para invadir a
cidade, atacando a Guerrilha Urbana, mas tambem
uma parte significativa da economia nacional se veria
afetada, gerando grande desestabilizacao.

B) No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, as


principais rodovias de acesso a cidade sao 4 e meia:

Presidente Dutra;
Washington Luis;
Rio-Teresopolis;
Rio-Santos (ao Sul);
Rio Santos (ao norte).

Como se ve, empregando esta tatica de Guerrilha


Urbana, no maximo de cidades brasileiras possiveis, as
as forcas economicas do pais se enfraqueceriam
devastadoramente, promovendo o processo de
rendicao da politica institucional. Alem do que assim,
se divide radicalmente as forcas militares do pais, de
modo a permitir que o Exercito Popular prospere mais
e mais.

C) No caso de Belo Horizonte, por exemplo, as


principais rodovias de acesso a cidade sao 7:

BR 381 (Leste);
BR 381 (Oeste);
BR 040 (Norte);
BR 040 (Sul);
BR 264;
MG 030;
MG 010.

D) No caso de Brasilia, por exemplo, as principais


rodovias de acesso a cidade sao 17:

BR 080;
BR 251;
BR 070;
GO 225;
BR 060;
GO 520;
BR 040;
GO 436;
BR 251;
DF 285;
BR 479;
BR 30;
GO 430;
GO 458;
GO 430;
BR 10;
GO 534.

E os exemplos da explosao das rodovias que dao acesso


as cidades, deve ser seguido em cada uma, e em todas
as cidades do pais, aonde o Exercito Popular possua
brigadas, dando prioridade para aquelas cidades com o
maior PIB, com vistas para uma desestabilizacao
profunda da economia nacional. Estas cidades com os
maiores PIBs do pais, alem ad ja mencionadas acima,
sao:

E) Curitiba;

F) Porto Alegre;

G) Manaus;

H) Salvador;

I) Fortaleza;

J) Recife;

K) Goiania.

2) Tomar de assalto todos os principais quarteis


militares dentro de cada cidade – preferencialmente
aqueles que guardam um vasto estoque de armas e de
utensilhos militares – expropriando as armas e
utensilios militares desses quarteis para que possam
ser usadas pelo o Exercito Popular na Luta Armada e
na tomada do poder.
Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, ha um
Deposito de Suprimento do Exercito, bastante
desenguarnecido, no bairro Rocha,

R. Dr. Garnier, 390 - Rocha, Rio de Janeiro - RJ,


20975-000, Brasil.

Ali serao encontrados fusis de alto calibre, tanto


quanto metralhadoras pequenas de facil manejo,
granadas, muita municao, e outros artigos de artilharia
e de protecao do corpo (como coletes) e etc. Ha
tambem uma Base de Abastecimento da Marinha no
bairro da Olaria,

Av. Brasil, 10500 - Olaria, Rio de Janeiro - RJ,


Brasil

, aonde varios utensilios uteis e necessarios para a


guerrilha poderao ser encontrados. Alem de que
mesmo nos quarteis basicos tanto da Policia Militar
quanto da Policia Civil, podem ser encontrados os
armamentos necessarios para o Exercito Popular.

3) Atacar predios publicos que estao relacionados a


opressao ao Exercito Popular, como forma de
retaliacao, para demonstrar poder belico e
organizativo, e para desestabilizar a acao opressiva.

Em Sao Paulo, por exemplo, ha um predio enorme

R. Brg. Tobias, 527 - Centro Histórico de São


Paulo, São Paulo - SP, 01032-001, Brazil

da Policia Civil do Estado de Sao Paulo, extremamente


mal guarnecido, aonde as Delegacias e departamentos
de policia estao total e completamente dedicados a
investigacao de organizacoes que sao potencialmente
capazes de ameacar o Status-Quo social. Estas
delegacias, e este predio como um todo, por tanto, e
uma inimigo natural da guerrilha, constituindo-se
como um partimento publico dedicado a opressao. O
predio e vulneravel a ataques de forma geral – devido
a ser extremamente mal guarnecido -, e devido a sua
estrutura, e um alvo razoavelmente facil de ser
explodido, colapsando o predio como um todo. Alem
de que, por sua localizacao, facilita bastante a fuga,
estando cercado por predios residenciais que podem
ser usados de ponto de apoio para a acao.

O ataque a este tipo de particao publica – aquelas


dedicadas a repressao, e sobre tudo aquelas dedicadas
a repressao por meio da investigacao – e extremamente
estrategico para o triunfo da guerrilha de modo geral, e
para o Exercito Popular, uma vez que, destruindo esse
tipo de delegacia, se destroi tambem parte significativa
dos seus documentos de investigacao, retardando
abruptamente a repressao promovida pelas delegacias.
Alem do mais, com ataques bem planejados e bem
sucedidos a esse tipo de particao publica, se provoca –
ainda que parcialmente – o estremecimento da
repressao diante do exercito do povo, fazendo com que
os agentes da repressao repensem sua posicao; e
provoca o levante da moral dos membros do Exercito
Popular, fazendo-os sentirem-se mais fortes e capazes
para a luta.
4) Invadir prefeituras, sub-prefeituras, senados e
camaras (municipais, estaduais e nacionais) como
forma de exigir a rendicao do poder institucional,
parando as atividades politicas daqueles locais.

Todo o descrito antes – tal como a tomada de arsenal


militar e etc – deve ser usado sempre com vistas para a
tomada do poder politico/ economico do pais, e como
estrategia para desestabilizar o tanto o poder politico,
como o poder economico das forcas reacionarias do
pais. Uma das formas mais eficientes para
desestabilizar o governo, juntamente com parte de seu
poder politico, e a tomada por assalto dos predios
publicos do governo, que sao usados para a
administracao do pais. Sem esses predios publicos, o
governo se ve de maos atadas para governar. Por tanto
a invasao permanente – durante todo o tempo em que
a guerrilha dure – desses predios publicos e algo
altamente desejavel para o Exercito Popular. Esses
predios devem ser tomados de assalto (com armas de
fogo); todos os trabalhadores que estiverem nesses
predios devem ser evacuados; as brigadas que tomem
esses predios, devem fechalos e tranca-los, ja com um
plano de provisoes para a subsistencia dentro dos
predios (como comida e agua); as brigadas devem
montar acampamentos dentro dos predios com vigilia
militar constante, obrigando as autoridades a apenas
duas opcoes:

A) ou permitem que os predios sejam e permanecam


ocupados; ou
B) desocupam os predios a custas da total destruicao
do predio (uma vez que as brigadas que os ocuparem,
sob hipotese alguma, devem se render).

5) Invadir emissoras de Radio, e TV, obrigando-os a


exibir conteudos que desmoralizem o governo, e que
chamem a populacao para a Luta.

Bem sabemos que as midias oficiais, na atual


conjuntura, sao inimigas da causa nacional e da causa
popular, uma vez que estao nas maos da atual
burguesia do pais. E por isso devem ser aniquiladas e
substituidas por uma midia popular revolucionaria. De
qualquer forma, essas mesmas midias oficiais, sao
extremamente uteis para a difusao guerrilheira dos
principios da Luta Armada e das causas da luta
armada. Assim, a cada tanto, eventualmente as
brigadas do Exercito Popular que atuam na Guerrilha
Urbana, devem invadir essas midias, exigindo a
transmissao ao vivo de certos conteudos que
convoquem a populacao para participar da luta;
expliquem para a populacao as razoes justas da luta;
desmoralizem o governo mafioso que governa o Brasil;
divulguem as conquistas da Luta Armada para elevar a
moral guerrilheira dos membros do Exercito Popular.

6)Destruir reservatorios de agua, estacoes de energia


eletrica e gas, a fim de criar mobilizacao popular para
pressionar o governo a sua rendicao.

No caso de que, cidades que foram “tomadas” pelas


brigadas, venham a ser tomadas pelas forcas da
repressao, os ataques aos abastecimentos basicos
dessas cidades se torna altamente desejavel, para mais
uma vez, desestabilizar politicamente e
economicamente as autoridades da cidades, de modo a
provocar uma crise entre a populacao civil e as forcas
da repressao (uma vez que a populacao civil, dentros
das cidades tomadas pelas forcas da repressao, se
vejam sem abastecimentos basicos, de agua, luz e etc);
e finalmente de modo a provocar a rendicao
incondicional das forcas da repressao a revolucao.

7) Destruir as principas vias e acessos do transporte


publico dentro de cada cidade, paralizando as
atividades dentro das cidades, paralizando
concomitantemente tambem a economia de forma
geral das cidades.

Mesmo com a destruicao das vias de acesso as cidades


– paralizando ja de forma significativa a economia –
algumas cidades (as maiores e economicamente mais
ativas cidades do pais), pelo seu desenvolvimento
interno, precisarao ter tambem as suas principais vias
de acesso, e transporte publico, destruido, como
estrategia para a mobilizacao total e absoluta da
cidade, e como estrategia para a desestabilizacao final
da economia das cidades, tal como de seu poder
politico.

No caso de Sao Paulo, por exemplo, seria altamente


conveniente a explosao de avenidas como:

Radial Leste (paralisando significativamente o


acesso da Zona Leste ao Centro, e do Centro a
Zona Leste);
Marginal Tiete (paralisando significativamente
o acesso entre todas as regioes de Sao Paulo
[Zona Norte, Zona Sul, Zona Leste, Zona Oeste
e Centro];

Marginal Pinheiros (paralisando


significativamente o acesso a Zona Sul, e da
Zona Sul);

Avenida Tiradentes;

Etc.

Alem da destruicao das malhas ferroviarias e linhas de


metro.

8) destruit antenas de radio e de TV, a fim de inabilitar


a comunicacao de massas da reacao.

No caso de que as midias burguesas nao se rendam aos


valores e ideais da revolucao (o que muito
provavelmente nao acontecera), se faz extremamente
necessario a distruicao total e completa de sua
capacidade de comunicacao, a fim de evitar que essas
midias se usem de seu poder midiatico para colocar a
populacao civil contra a revolucao; para evitar que
essas midias se usem de seu poder para difundir
calunias e/ou mentiras a respeito dos valores e
intensoes mais altas da Luta Armada.

Guerrilha
A Guerrilha (a guerrilha nao urbana) deve ser uma
forca do Exercito Popular que opera nos campos, nas
matas, nos morros, rios, riachos, e em toda forma de
organizacao georgrafica que nao urbana. A guerrilha
tem a importante missao de promover o conflito
armado em movimento. Nao se trata aqui de ganhar
territorio, estabilizando as regioes sob o controle da
guerrilha – esta tatica ja se demonstrou muito pouco
eficiente no processo de tomada do poder (que e o
objetivo final do Exercito Popular). Mas sim, se trata
de usar a acao guerrilheira em certos pontos
estrategicos, para desestabilizar o governo, e o poder
politico/ militar/ economico da burgueria agraria e de
seus agentes.

A Guerrilha deve desaparecer tao rapido como aparece


(de surpresa) executando acoes pontuais. A
manutencao de territorios por parte da guerrilha e algo
indesejavel porque insentiva a guerra aberta, na qual a
guerrilha fica em desvantagem, perdendo todo o seu
aspecto de acao surpresa. Por outro lado, a acao da
guerrilha, executada pontualmente, pode ser
altamente benefica para o processo de tomada do
poder, e por tanto, para a revolucao.

Descreveremos entao, uma lista de acoes capazes de


promover tanto a desestabilizacao da atual politica
institucional, quanto de promover a tomada do poder
por parte do Exercito Popular:

1) Ataques surpresa a caravanas militares da repressao.

Uma vez que as brigadas da Guerrilha Urbana


comecem a operar, destruindo as vias de acesso as
cidades (por exemplo), obviamente as forcas da
repressao serao acionadas para atacar as cidades aonde
a Guerrilha Urbana atua. Com as vias de acesso ja
destruidas, dificultando o acesso das forcas da
repressao as cidades, as forcas da repressao, por
pequenos momentos, se vulnerabilizam
consideravelmente. Este momento (o momento de
vulnerabilidade das forcas da repressao) e precioso
para que a Guerrilha promova ataques surpresas as
forcas da repressao, destruindo as forcas da repressao
que atuariam contra a Guerrilha Urbana,
enfraquecendo a repressao, e alimentando a guerrilha
com os armamentos e equipamentos que sao
expropriados das caravanas.

Dessa forma vemos que e altamente desejavel que


algumas brigadas da Guerrilha se localizem nas zonas
rurais de acesso as cidades ocupadas pela Guerrilha
Urbana, tornando-se capazes de atacar de surpresa as
caravanas militares da repressao, destinadas a
reprimir a acao guerrilheira dentro das cidades.

Tambem, o uso de setores de Inteligencia das brigadas,


sao altamente desejaveis, para que se possam
identificar os trajetos que as forcas militares da
repressao geralmente usam, para que a Guerrilha
possa nao somente destruir tantas quantas caravanas
da repressao possivel, mas tambem para que a
guerrilha possa expropriar tantas armas e
equipamentos quanto possivel, para que os mesmos
possam ser utilizados pelo Exercito Popular.

2) Atacar bases superiores da repressao.


Alguns edificios militares sao altamente significantes
para as forcas da repressao, seja porque estes contem
arsenais militares enormes, seja porque sao Quarteis
Generais das forcas da repressao, de onde todas as
forcas da repressao se organizam para promover o
ataque contra as forcas populares. Assim, a destruicao
desses locais, assim como a expropriacao dos materiais
encontrados nesses locais, e estremamente estrategica
para a revolucao.

Deve-se estudar quais sao os periodos do dia em que


tais locais permanecem menos guarnecidos, e mais
vulneraveis. Quais os meios de entrada mais eficientes
para um ataque surpresa, evitando assim a guerra
aberta. Deve-se estudar, por tanto, todos os pontos
fracos desses locais, para que as brigadas possam agir
da forma mais segura e eficiente possivel.

Em Sao Paulo, por exemplo, esta o AGSP (Arsenal de


Guerra de Sao Paulo),

R. Anhanguera, 200 - Vila Sao Francisco,


Barueri - SP, Brasil.

Esta base do Exercito esta muito bem guarnecida, mas


sua destruicao e expropriacao e absolutamente
estrategica para o Exercito Popular.

3) Ameacar a burguesia rural.

Tambem e importante que a Guerrilha promova a


comunicacao com a burguesia rural, a traves de
enviados secretos, propondo para a burguesia rural sua
total e imediata rendicao, ou a sua aniquilacao.
No caso de que a burguesia rural aceite sua rendicao
imediata, as terras deste burgues devem ser
imediatamente coletivizadas, e no local deve ser
fundada uma Delegacia do Exercito Popular, para
garantir que todo o excedente de alimentos seja
destinado ao Exercito Popular, contanto que os
camponeses trabalhadores da terra (da qual agora sao
donos) tenham todas as suas necessidades alimenticias
supridas.

No caso de que a burguesia rural negue a sua rendicao


imediata, esta deve ser capturada e julgada pela
brigada do Exercito Popular que opera na regiao, e
executada por Traicao a Soberania Nacional e a Causa
Popular. E com suas terras, o mesmo deve ser feito:
coletivizacao, e fundacao da Delegacia.

4) Promover a consciencia de classe entre os


trabalhadores do campo.

A Guerrilha, uma vez que a terra tenha sido


coletivizada, deve promover processos de estudo e
propaganda entre o campesinato, a fim de desenvolver
a consciencia de classes no campesinato, adquirindo o
seu suporte a causa popular.

Estes todos sao apenas alguns exemplos das muitas


formas de acao que devem ser buscadas e executadas
pelo Exercito Popular, em suas brigadas atuantes como
Guerrilha Urbana, e em sua brigadas atuantes como
Guerrilha, no que diz-respeito ao certo nivel de
autonomia que as brigadas devem possuir sempre que
se encontrem isoladas do contato com a Vanguarda
Revolucionaria. De qualquer forma, a inteligencia, a
capacidade intuitiva, a proatividade e o ter iniciativa
sao caracteristicas que devem ser insentivadas em cada
uma e em todas as brigadas do Exercito Popular, para
que estas sejam capazes de agir por conta propria, sem
que ajam contra os interesses da revolucao, e para que
ajam a favor da tomada do poder.
José Carlos Ary dos Santos

E CADA VEZ SOMOS MAIS

Pela espora da opressão


pela carne maltratada
mantendo no coração
a esperança conquistada.

Por tanta sede de pão


que a água ficou vidrada
nos nossos olhos que estão
virados à madrugada.

Por sermos nós o Partido


Comunista e Português
por isso é que faz sentido
sermos mais de cada vez.

Por estarmos sempre onde está


o povo trabalhador
pela diferença que há
entre o ódio e o amor.

Pela certeza que dá


o ferro que malha a dor
pelo aço da palavra
fúria fogo força flor
por este arado que lavra
um campo muito maior.

Por sermos nós a cantar


e a lutar em português
é que podemos gritar:
Somos mais de cada vez.

Por nós trazermos a boca


colada aos lábios do trigo
e por nunca acharmos pouca
a grande palavra amigo
é que a coragem nos toca
mesmo no auge do perigo
até que a voz fique rouca
e destrua o inimigo.

Por sermos nós a diferença


que torna os homens iguais
é que não há quem nos vença
cada vez seremos mais.

Por sermos nós a entrega


a mão que aperta outra mão
a ternura que nos chega
para parir um irmão.

Por sermos nós quem renega


o horror da solidão
por sermos nós quem se apega
ao suor do nosso chão
por sermos nós quem não cega
e vê mais clara a razão
é que somos o Partido
Comunista e Português
aonde só faz sentido
sermos mais de cada vez.

Quantos somos? Como somos?


novos e velhos: iguais.

Sendo o que nós sempre fomos


cada vez seremos mais!
Composicao
de governo
C omo bem sabemos, a classe dominante – com

todos os seus agentes – nao se entregara antes de que


tenha esgotado todos os seus recursos. Isso quer dizer:
assim que o governo civil for destruido, ainda antes de
que o Exercito Popular possa tomar o poder, existe
uma chance altissima de que se instale um governo
militar, nesse estagio na luta, ja completamente
militarizado, e com fortes caracteristicas de Ditadura
Militar, organizado ao redor de um Estado de Sitio que
lhes de aval institucional para usar-se de todos os
meios para cacar as forcas revolucionarias. Essa
possivel Ditadura Militar nao tem longo prazo de vida,
uma vez que, sendo uma Ditadura Militar promovida a
partir do fracasso do governo civil, e uma vez que o
fracasso do governo civil passa por um processo de
tomada – pela Luta Armada – dos meios de producao,
essa Ditadura Militar nao seria capaz de encontrar
meios de subsistencia, nem mesmo de manutencao do
poder. Tambem e possivel que hajam formas de
intervencao militar estrangeira, uma vez que um dos
principios da revolucao passa pela quebra da
dependencia do capital estrangeiro. Este tipo de
intervencao, tampouco teria elementos de
subsistencia, uma vez que a Guerrilha ja tem toda a
terra e a producao agricola expropriada. De modo que
devemos concluir que, se por um lado e certo que a
Vanguarda Revolucionaria deve manter a estrutura do
Exercito Popular por certo tempo apos a queda do
governo civil, como forma de evitar tais fenomenos
(Ditadura Militar e Intervencao Estrangeira),
mantendo concomitantemente uma vigilancia rigorosa
das relacoes e movimentos sociais, a fim de evitar
movimentos contra-revolucionarios, e/ou
conspiratorios; por outro lado, a queda do governo
civil, em certa media, ja indica o triunfo da revolucao.

Devemos concluir, por tanto, que uma vez derrubado o


governo civil, a Vanguarda Revolucionaria deve ocupar
o mais rapido possivel todas as funcoes de Estado,
antes ocupadas pela Burguesia Agraria e por seus
agentes.
Assim que a Vanguarda Revolucionaria assuma as
funcoes de Estado, um governo provisorio deve ser
composto, sub dura vigilancia, com o Exercito Popular
como seu braco armado, por pelo menos 5 anos, de
forma a manter com braco de ferro a primeira e mais
importante conquista da revolucao: o poder popular.

Durante esses 5 anos de governo provisorio, total e


completamente controlado pela Vanguarda
Revolucionaria, todas as demandas capitais da
revolucao devem ser postas em pratica sem perda de
tempo.

Cumpre ao governo provisorio, por tanto, terminar de:

1) Expropriar as terras da buerguesia agraria – aquelas


terras que nao houveram sido expropriadas ainda pelo
Exercito Popular;

2) Coletivizar a terra – entregando as terras


expropriadas para os trabalhadores rurais;

3) Estatizar toda forma de Propriedade Privada


destinada ao acumulo de capital – Expropriando
dessas propriedades privadas todo o seu capital
(propriedades como Bancos, Fabricas, Mineradoras,
Petroleiras, Grandes Empresas, etc);

4) Usar os fundos expropriados da Propriedade


Privada para promover investigacao e persquisa em
Ciencia e Tecnologia, para incentivar setores
estrategicos da economia, e para promover um
processo de industrializacao rapida;
5) Criar um Projeto Nacional de Desenvolvimento,
baseado na Planificacao Economica dos meios de
producao;

6) Usar a Industrializacao rapida do pais para – a


traves da producao industrial de maquinaria agricola –
dar a infra-estrutura necessaria para que a terra
coletivizada mantenha e eleve o nivel da producao
agricola;

7) Estatizar total e completamente todos os setores da


vida publica que sao de primeira necessidade, tal como
Hospitais, Escolas e Universidades, Hidroeletricas, etc;

8) Expropriar os meios de comunicacao das maos dos


agentes da burguesia, re-destinando os meios de
comunicacao para a promocao dos valores da
revolucao, e para a promocao das conquistas da
revolucao;

9) Retirar total e completamente todo o poder, tanto


politico quanto economico de todos aqueles agentes da
burguesia que representem um risco a revolucao
(Generais e Majores militares, Politicos, Donos de
Fortunas, Donos de Latifundios e etc); e finalmente

10) Investir profundamente em tecnologia militar,


investindo concomitantemente em um processo de
industrializacao belica do pais, para fazer o pais capaz
de barrar e de enfrentar qualquer tentativa de
intervensao imperialista: entregando o poder das
armas, obviamente, ao Exercito Popular, ja consituido
como a mais alta instancia militar do pais, a qual toda
e qualquer outra instancia militar se dirige.
Passados os primeiros 5 anos do governo provisorio,
cumpre a Vanguarda Revolucionaria:

11) Organizar-se como Comissao Horizontal Nacional


(formada como um quarto poder da republica,
responsavel por preservar e fiscalizar a promocao de
todos os principios mais altos da revolucao, tal como
zelar pela Planificacao Economica);

12) Organizar a transformacao da institucionalidade


politica em Centralismo Democratico, promovendo a
organizacao dos trabalhadores em Unioes de
Trabalhadores (divididas a partir do setor de trabalho
e regiao do pais), as quais, cada uma individualmente
deve eleger um representante de classe que venha a
compor o Congresso Nacional do Poder Legislativo.

A composicao de governo, como vemos, deve se dar a


partir da divisao tradicional dos poderes – contendo
um Poder Judiciario, um Poder Legislativo e um Poder
Executivo, sendo que todos o membros de cada um dos
tres poderes devem ser eleitos pelas Unioes de
Trabalhadores – com a adicao do Quarto Poder da
Republica, sendo esse a Comissao Horizontal Nacional,
e sendo este o mais alto poder da Republica, ao qual
todos os outros tres poderes devem se submeter, sendo
o poder da Republica formado pela ja extinta
Vanguarda Revolucionaria, responsavel por guiar toda
a revolucao, nao apenas durante o conflito armado
revolucionario, mas tambem no processo de
desenvolvimento dos valores revolucionarios no
ambito nacional.
Esse formato de composicao de governo deve ser
mantido ate que todos os objetivos primarios da
revolucao tenham sido atingidos, promovendo a nacao
brasileira como uma nacao forte e poderosa, mas
tambem soberana, verdadeiramente independente e
principalmente prospera.

Esse processo de promocao destes objetivos primarios


da revolucao podem durar de 50 a 100 anos,
dependendo dos problemas concretos encontrados
durante o seu desenvolvimento, e dependendo de
questoes geopoliticas. De qualquer forma, assim que
estes objetivos sejam alcancados, e assim que seja
seguro para a soberania nacional, a Comissao
Horizontal Nacional – assim como os poderes
tradicionals da Republica – deve ser paulatinamente
substituida e diluida em uma forma de democracia
participativa e direta, na qual as Unioes de
Trabalhadores compoem o governo como um todo,
primeiramente elegendo representantes de classe, e em
um segundo momento com um governo o mais
puramente possivel, baseado em referendos populares,
aonde os trabalhadores decidam os rumos do pais de
forma participativa e direta.
CASTRO ALVES

O SÉCULO

O séc'lo é grande... No espaço


Há um drama de treva e luz.
Como o Cristo — a liberdade
Sangra no poste da cruz.
Um corvo escuro, anegrado,
Obumbra o manto azulado,
Das asas d'águia dos céus...
Arquejam peitos e frontes...
Nos lábios dos horizontes
Há um riso de luz... É Deus.

Às vezes quebra o silêncio


Ronco estrídulo, feroz.
Será o rugir das matas,
Ou da plebe a imensa voz?...
Treme a terra hirta e sombria...
São as vascas da agonia
Da liberdade no chão?...
Ou do povo o braço ousado
Que, sob montes calcado,
Abala-os como um Titão?!...

Ante esse escuro problema


Há muito irônico rir.
P'ra nós o vento da esp'rança
Traz o pólen do porvir.
E enquanto o cepticismo
Mergulha os olhos no abismo,
Que a seus pés raivando tem,
Rasga o moço os nevoeiros,
P'ra dos morros altaneiros
Ver o sol que irrompe além.
(...)

Luz!... sim; que a criança é uma ave,


Cujo porvir tendes vós;
No sol — é uma águia arrojada,
Na sombra — um mocho feroz.
Libertai tribunas, prelos...
São fracos, mesquinhos elos...
Não calqueis o povo-rei!
Que este mar d'almas e peitos,
Com as vagas de seus direitos,
Virá partir-vos a lei.

Quebre-se o cetro do Papa.


Faça-se dele — uma cruz!
A púrpura sirva ao povo
P'ra cobrir os ombros nus.
Que aos gritos do Niagara
— Sem escravos, — Guanabara
Se eleve ao fulgor dos sóis!
Banhem-se em luz os prostíbulos,
E das lascas dos patíbulos
Erga-se a estátua aos heróis!

Basta!... Eu sei que a mocidade


É o Moisés no Sinai;
Das mãos do Eterno recebe
As tábuas da lei! — Marchai!
Quem cai na luta com glória,
Tomba nos braços da História,
No coração do Brasil!
Moços, do topo dos andes,
Pirâmides vastas, grandes,
Vos contemplam séc'los mil!

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