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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE GEOGRAFIA

PAULA CRISTINA ALMEIDA DE OLIVEIRA

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL E ANÁLISE DA FRAGILIDADE DO RELEVO DA


BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO PINDAÍBA, UBERLÃNDIA – MINAS
GERAIS.

Uberlândia
2006.
1

PAULA CRISTINA ALMEIDA DE OLIVEIRA

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL E ANÁLISE DA FRAGILIDADE DO RELEVO DA


BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO PINDAÍBA, UBERLÃNDIA – MINAS
GERAIS.

Monografia apresentada como


requisito obrigatório para obtenção
do título de Bacharel em Geografia,
pelo Instituto de Geografia da
Universidade Federal de
Uberlândia.

Orientador Prof. Dr. Silvio Carlos Rodrigues

Uberlândia
2

2006.
Paula Cristina Almeida de Oliveira

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL E ANÁLISE DA FRAGILIDADE DO RELEVO DA


BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO PINDAÍBA, UBERLÃNDIA – MINAS
GERAIS.

___________________________________________________
Prof. Dr. Silvio Carlos Rodrigues – Orientador
Universidade Federal de Uberlândia

__________________________________________________
Prof. Dr. Roberto Rosa
Universidade Federal de Uberlândia

__________________________________________________

Prof. Dr. Sylvio Luiz Andreozzi


Universidade Federal de Uberlândia

Data: __/__/__

Resultado : _____________
3

“Há duas formas para viver sua vida: uma é acreditar que
não existe milagre. A outra é acreditar que todas as
coisas são um milagre”. (Albert Einstein)
4

Agradecimentos

Agradeço a Deus pelo Dom da Vida e por me dar a chance de conviver ao


lado de pessoas muito especiais, que me ensinam novas lições de vida a cada dia.

Agradeço ao professor Silvio Carlos Rodrigues pela oportunidade de


desenvolver esta pesquisa e muitos outros trabalhos em conjunto. Agradeço também
pelos estímulos, pela paciência, pela amizade e por sempre acreditar em meu
potencial.

Agradeço à minha família pelo carinho, apoio e compreensão, em especial


minha mãe Regina e minha querida irmã Patrícia, pelo amor e por estarem sempre
presentes em minha vida.

Ao meu namorado Celino, meu amor, meu grande amigo e companheiro,


sempre amável, paciente e presente e um grande parceiro nos trabalhos de campo.

À minha amiga, irmã de coração Franciele, que sempre me estimulou e


apoiou minhas escolhas, e que sempre me socorre nos momentos de dúvidas com
sua admirável inteligência.

Agradeço muito aos meus amigos Ricardo e Roberto Reis Alves pela
amizade, pela presença nos momentos mais difíceis de minha vida e por me
fazerem acreditar que as dificuldades existem para serem superadas.

Agradeço aos técnicos Malaquias e Rosangela pela ajuda nas análises de


laboratório e muito mais pelas lições de vida.

Um agradecimento muito especial ao meu querido amigo Fernando, pela


presteza de sempre, pela ajuda nos mapas e pelo carinho.

Aos meus colegas do LAGES, Danielle, Érica, Josenilson, Guilherme, Clarice,


Tatiane, José Fernando, Edson e Pedro,pela companhia nas horas de trabalho, pelo
aprendizado e pelos momentos de boas risadas.

Um agradecimento especial aos colegas da 46º Turma de Geografia, Marcus


Paulo, Rosilene, Roberta, Fabiane, Alessandra, Sandra, Hélio, Cristiane, Flavinha,e
Medina, por estarem presentes em mais uma conquista.

Agradeço a todos que de certa forma tiveram participação no


desenvolvimento dessa pesquisa.
5

Lista de Figuras

Figura 1 – Mapa de Localização da Bacia.................................................................11

Figura 2 – Afloramentos de Basalto...........................................................................24

Figura 3 – Afloramentos de Gnaisses........................................................................25

Figura 4 – Vegetação Ciliar ......................................................................................28

Figura 5 – Nascente Principal do Córrego.................................................................37

Figura 6 – Cultura Temporária ..................................................................................38

Figura 7 – Bananal e Quiabo Irrigado........................................................................39

Figura 8 – Transporte de Sedimentos........................................................................40

Figura 9 – Queda Artificial..........................................................................................41

Figura 10 – Relevo Inclinado......................................................................................42

Figura 11 – Queda Artificial para Captação de Água.................................................43

Figura 12 – Margem Exposta.....................................................................................43

Figura 13 – Cachoeira do Córrego Pindaíba..............................................................44

Figura 14 – Represamento do Curso Desviado.........................................................45

Figura 15 – Represamento do Curso Normal.............................................................46

Figura 16 – Raízes sobre Solo Exposto.....................................................................47

Figura 17 – Afloramentos..........................................................................................48

Figura 18 – Cenários de Degradação na Foz do Córrego.........................................49


6

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Classes de Solo na Bacia do Rio Araguari...............................................33

Tabela 2 - Resultado das Análises Granulométricas.................................................34

Tabela 3 – Classes de Fragilidade.............................................................................51

Tabela 4 - Fragilidade Baixa-Média............................................................................51

Tabela 5 - Fragfilidade Média.....................................................................................53

Tabela 6 – Fragilidade Média – Alta...........................................................................55

Tabela 7 - Fragilidade Alta.........................................................................................57


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Lista de Mapas

Mapa 1 - Mapa Geológico da Bacia do Córrego Pindaíba........................................26

Mapa 2 - Mapa de Uso da Terra ...............................................................................29

Mapa 3 - Mapa Geomorfológico da Bacia do Córrego Pindíba..................................32

Mapa 4 - Pontos de Coleta de Solo............................................................................36

Mapa 5 - Áreas de Fragilidade Baixa-Média..............................................................52

Mapa 6 – Áreas de Fragilidade Média........................................................................54

Mapa 7 - Áreas de Fragilidade Média-Alta.................................................................56

Mapa 8 - Áreas de Fragilidade Alta............................................................................58


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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO..........................................................................................................9

2. JUSTIFICATIVA.....................................................................................................12

3. OBJETIVOS...........................................................................................................14

3.1. Objetivos Gerais .............................................................................................14


3.2. Objetivos Específicos......................................................................................14
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO–METODOLÓGICA.............................................15

4.1. Histórico Ambiental .........................................................................................15


4.2. Bacia Hidrográfica e Planejamento Ambiental................................................16
4.3. O conceito de sistema nas pesquisas ambientais. .........................................18
5. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS ..................................................................21

5.1. Materiais e Métodos........................................................................................22


6. RESULTADOS.......................................................................................................23

6.1. Aspectos Físicos.............................................................................................23


6.1.1. Geologia do Triangulo Mineiro .................................................................23
6.1.2. Geologia da Área de Estudo ....................................................................24
6.1.3. Vegetação do Triangulo Mineiro...............................................................27
6.1.4. Vegetação e Uso da Terra na área de estudo .........................................27
6.1.5. Geomorfologia do Triangulo Mineiro ........................................................30
6.1.6. Geomorfologia da Área de Estudo ...........................................................30
6.1.7. Solos do Triangulo Mineiro.......................................................................33
6.1.8. Solos da Área de Estudo..........................................................................33
6.2. Córrego Pindaíba: Uso e Ocupação da Terra.................................................37
6.3. Fragilidade do Relevo .....................................................................................50
6.4. Propostas........................................................................................................59
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................61

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................62
9

1. INTRODUÇÃO

Desde as primeiras intervenções do homem, o meio natural vem sendo


alterado para atender as necessidades da sociedade.

Segundo Marques (2001, p24)

o homem evoluiu acumulando conhecimentos. Suas necessidades básicas


e curiosidades estimularam o interesse por fazer descobertas, criar novas e
melhor conhecer ele mesmo e o universo que o cerca. Ao longo da história
conferiu diversos níveis de atenção e importância para infinita gama de
assuntos. Até hoje, continua sua busca incessante, procurando aprender
mais, consolidando ou redefinindo seus conhecimentos.
No entanto, essa evolução de conhecimentos e aprendizados não traz apenas
resultados positivos.

No Brasil, os impactos da economia colonial sobre os recursos naturais foram


de grande relevância. Com o advento da Revolução Industrial, houve uma intensa
mecanização e conseqüentemente uma crescente busca por novas fontes de
energia. Nesse sentido, os recursos naturais passaram a ser utilizados em maior
escala. Um outro fator relevante no que se refere ao crescimento da demanda pelos
recursos naturais é o aumento da população mundial.

O resultado dessas modificações é uma crescente degradação ambiental que


se configura na perda da qualidade de vida e do bem estar das populações. (BRITO;
CAMARA, 1998).

Atualmente, o meio ambiente é uma das grandes preocupações da


humanidade, que busca aliar a evolução de suas tecnologias com preservação do
patrimônio natural.

Na região do Triângulo Mineiro, o Cerrado sofreu grandes alterações com a


introdução da agricultura moderna, A vegetação natural foi quase totalmente
substituída por pastagens e culturas agrícolas, modificando assim o uso e a
ocupação da terra

As transformações na dinâmica da paisagem atingiram as bacias


hidrográficas, onde muitos rios são barrados para abastecer as populações, irrigar
terras e produzir energia elétrica.
10

Com suas nascentes na Serra da Canastra, a Bacia do Rio Araguari possui


22.186 Km2 de área, e abrange o território de 20 municípios de Minas Gerais, entre
eles, Uberlândia.

Devido ao elevado índice de antropização e a diversidade de atividades


desenvolvidas ao longo do curso do Rio Araguari e de seus afluentes, despertou-se
o interesse em estudar Bacia Hidrográfica do Córrego Pindaíba.

A Bacia Hidrográfica do Córrego Pindaíba se localiza no município de


Uberlândia, entre as coordenadas UTM 801000 a 805000 mE, e 7912000 a 7915000
mN, zona 22, conforme a figura 1, apresenta a área de 7,76 km2 e foi escolhida por
serem desenvolvidas diferentes atividades ao longo de sua superfície
Bacia Hidrográfica do Córrego Pindaíba, Uberlândia – MG. 11

Figura 1- Localização da Área de Estudo.


12

2. JUSTIFICATIVA

Nas ultimas três décadas na região dos Cerrados, principalmente os


municípios do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba foram beneficiadas com
programas de desenvolvimento para agricultura como o Programa Nipo-Brasileiro de
Desenvolvimento Agrícola da Região dos Cerrados (PRODECER) e o Programa de
Desenvolvimento dos Cerrados (POLOCENTRO) Tais programas tinham como
finalidade principal o desenvolvimento de novas áreas de produção agrícola,
introduzindo técnicas modernas, objetivando o aumento da produção para a
conseqüente exportação.

Por possuírem um relevo com formas pouco dissecadas e suaves, que por
sua vez, facilitam a mecanização, áreas que originalmente eram ocupadas por
vegetação natural foram substituídas por cultivos agrícolas em grande escala,
destacando-se a soja, o milho e o café. Nesse sentido, pode –se dizer que a
agricultura moderna se tornou uma das atividades que causaram os maiores
impactos ambientais no Cerrado, principalmente sobre os recursos hídricos.

De acordo com a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente


(CONAMA, nº 1/1986), em seu artigo 1º (apud Santos, 2004, pág. 110).

Considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades


físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta
ou indiretamente, afetam: (I) a saúde, a segurança e o bem-estar da
população; (II) as atividades sociais e econômicas; (III) a biota; (IV) as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; (V) a qualidade dos
recursos ambientais.
O estudo de impacto consiste na identificação e avaliação das atividades
humanas sobre o meio ambiente, descrevendo os procedimentos que serão
utilizados para minimizar ou evitar as atividades consideradas negativas.

Ross (1998) afirma que o objetivo da pesquisa ambiental é entender as


relações das sociedades humanas com a natureza dentro de uma perspectiva
absolutamente dinâmica nos aspectos culturais, sociais, econômicos e naturais.
13

Marques (2001, p.45) diz que “a visão holística da paisagem e a necessidade


da compreensão das relações entre o homem, a natureza e a sociedade criaram
novas visões e enfoques para as pesquisas ambientais”.

A analise de bacia hidrográfica se torna uma ferramenta necessária para o


entendimento dos processos naturais e suas relações com a as atividades
antrópicas.

Baccaro et al. (2004) afirma que a bacia do Rio Araguari necessita de um


planejamento que vise ao desenvolvimento sustentável das atividades futuras e
também ao monitoramento as atividades em andamento.

A Bacia do Córrego Pindaíba se localiza próximo à área urbana de Uberlândia


e está situado na direção de expansão do município.

Além de ter uma grande diversidade no uso da terra, os recursos hídricos


também são aproveitados por diversas atividades. A Bacia foi afetada pela
construção do lago da Usina Hidrelétrica Capim Branco I.

Dessa forma, torna-se extremamente necessária a realização do diagnostico


ambiental na Bacia do Córrego Pindaíba para caracterizar as atividades que estão
sendo desenvolvidas atualmente e propor medidas mitigadoras às problemáticas
encontradas.
14

3. OBJETIVOS

3.1. Objetivos Gerais

Realizar o Diagnóstico Ambiental da Bacia Hidrográfica do Córrego Pindaíba,


caracterizando sua configuração atual bem como os principais agentes atuantes na
região, propondo alternativas de uso sustentável para os recursos, identificando as
áreas de maior fragilidade do relevo na Bacia Hidrográfica.

3.2. Objetivos Específicos

► Realizar um levantamento do meio físico (solos, geologia, geomorfologia,


uso da terra, vegetação) e elaborar mapas temáticos (geologia,
geomorfologia,) na escala de 1:25.000;
► Identificar as ações naturais e antrópicas que atuam com maior relevância
na bacia;
► Identificar as áreas e as classes de fragilidade existentes na bacia;
► Propor alternativas para um melhor aproveitamento da bacia.
15

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO–METODOLÓGICA

4.1. Histórico Ambiental

No Brasil, a preocupação com a preservação dos recursos naturais já se


mostrava presente nos escritos da Carta Régia de 1797, onde se afirmava a
necessidade de se tomar precauções para a conservação das matas e florestas e
evitar que elas fossem destruídas. Já nas primeiras décadas do século XIX,
documentos de caráter ambientalista e naturalista discutem problemas ligados à
impactos das atividades humanas sobre os recursos naturais.

Os impactos da economia colonial, o modelo de industrialização e


desenvolvimentos criados a partir da Revolução Industrial e o aumento da população
mundial foram fatores primordiais, no que tange à utilização desordenada dos
recursos naturais.A preocupação com a má utilização desses recursos e sua
conseqüente escassez trouxe uma mudança de paradigma, onde a exploração
desordenada dá espaço a utilização moderada com vistas à preservação.Tal
preocupação abriu espaço para discussões em âmbito mundial sobre as questões
ambientais.

Na década de 1960, o marco das preocupações com o meio ambiente se deu


com o Clube de Roma (1968). Posteriormente, outras reuniões acerca da
problemática ambiental aconteceram como a Conferencia das Nações Unidas Sobre
o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, 1972. De acordo com Oliveira e Machado
(2004, p.140)

graças a ela a humanidade deu um grande passo rumo a compreensão de


como e por que o desenvolvimento está indissoluvelmente ligado às
políticas de conservação do meio ambiente e da administração de nossos
recursos ambientais.
Nessa perspectiva, destaca-se também a reunião que deu origem ao
Relatório Brundtland (Roma, 1987) que oficializou tema desenvolvimento sustentável
e também a Eco 92 no Rio de Janeiro e a Rio +10 em Johannesburgo, África.
16

Cunha e Coelho (2003, p.45) afirmam que

foi somente no século XX que a preocupação com o meio ambiente


resultou, no Brasil, na elaboração e implementação de políticas publicas
com caráter marcadamente ambiental, especialmente a partir da década de
1970, quando aumenta a percepção de que a degradação do planeta pode
ter efeitos irreversíveis e catastróficos
Nesse sentido, diversas leis como o Código das Águas de 1934 (Decreto
246/34), o Código Florestal de 1965 (Lei 4771), a Lei da Política Nacional de Meio
Ambiente (PNMA, Lei 6938/81) e órgãos a nível federal, estadual e municipal, como
o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente
(IBAMA), entre outros foram criados para regulamentar, fiscalizar e controlar a
legislação existente acerca dos recursos naturais.

O país passa a contar com um grande arcabouço de leis e a consciência da


sociedade e das instituições começam a mudar.

4.2. Bacia Hidrográfica e Planejamento Ambiental.

Entende-se como bacia hidrográfica ou bacia de drenagem a área da


superfície da Terra drenada por um rio principal e seus tributários sendo limitada
pelos divisores d’água. (BOTELHO, 2004, p. 269)

Guerra e Guerra (1997 p. 76) afirmam que bacia hidrográfica “é o conjunto de


terras drenadas por um rio principal e seus afluentes”.

A bacia hidrográfica foi por muito tempo abordada apenas como um elemento
componente da paisagem, um elemento isolado.

Entre as décadas de 1930 e 1940, a partir dos projetos sobre planejamento


das águas doces, a bacia hidrográfica foi adotada como unidade de análise, porém
estavam restritas aos recursos hídricos, não possibilitando assim uma abordagem
holística do sistema natural.

A criação do Tennessee Valley Authority (TVA) em 1933, nos Estados Unidos


possibilitou os primeiros estudos utilizando a bacia hidrográfica como unidade formal
de planejamento. A partir daí as bacias não são vistas apenas como unidades do
17

sistema natural, são também utilizadas como célula de análise, pois permitem
conhecer e avaliar seus componentes bem como as interações que nela ocorrem. O
modelo de planejamento de bacias foi seguido, posteriormente, por países como
Reino Unido, França e Nigéria. (OYEBAND; AYOADE, 1986; ZINCK 1996 apud
BOTELHO, 1999).

No Brasil, foi apenas a partir da década de 80 que se atenuam os estudos e


trabalhos relacionados com a bacia hidrográfica como unidade de
planejamento.Nessa linha de pensamento atuam Leopold et al (1964), Chorley
(1964), Schumm (1977), Oyeband e Ayoade (1986), Cookie e Doornkamp (1990),
Lombardi Netto et al (1995) Coelho-Neto (1995), Resende et al (1993), Botelho
(1996), Freitas e Kerr (1995) entre outros.

A organização do espaço é uma realidade bem antiga. As aldeias da


mesopotâmia (4000 a.C.) já apresentavam uma forma rústica de ordenamento
territorial. As primeiras cidades eram planejadas buscando atender preceitos
religiosos, estéticos e de conforto.Já o modelo de planejamento voltado à cidade
perdurou da Grécia Antiga até a Revolução Industrial.

Ao longo do tempo foram criados planejamentos setoriais, aonde cada um ia


se desenvolvendo de acordo com as necessidades econômicas e de caráter social.

A partir da década de 1950, se intensificou, principalmente nos EUA a


necessidade de se avaliar os impactos ambientais causados por grandes
empreendimentos. Passou-se a exigir planejamentos mais abrangentes levando-se
em conta os aspectos ambientais.

De acordo com Santos (2004) o planejamento ambiental surgiu da


necessidade da organização do uso da terra em resposta ao aumento da demanda
do uso irracional dos recursos energéticos, biológicos, terras e água. O
planejamento ambiental também atua como uma solução para conflitos entre as
frentes da conservação ambiental e do planejamento tecnológico.

Na perspectiva de Gomez Orea (1978 apud BOTELHO, 1995) define


planejamento ambiental como sendo “um processo de tomada de decisões que
implicam numa reflexão sobre as condições econômicas, sociais e ambientais que
orienta qualquer decisão futura”.
18

Já Gallopin apud Botelho (1981, p. 274) define como uma proposta de


implementação de medidas para melhorar a qualidade de vida presente e futura dos
seres humanos, através da preservação e do melhoramento do meio ambiente, tanto
em seus aspectos localizáveis (espaciais) como não localizáveis.

Dessa forma o planejamento ambiental é entendido como um instrumento


integrador do meio, que considera as ações do Homem como parte do processo de
avaliação.

Segundo Santos (2004, p.28)

o planejamento ambiental fundamenta-se na interação e integração dos


sistemas que compões o ambiente. Tem o papel de estabelecer as relações
entre os sistemas ecológicos e os processos da sociedade, das
necessidades sócio-culturais a atividades e interesses econômicos, a fim de
manter a máxima integridade possível dos seus elementos componentes.
Botelho (2004, p.184) afirma que “é consenso entre os pesquisadores que a
bacia hidrográfica é o espaço de planejamento e gestão das águas onde se procura
compatibilizar as diversidades demográficas, sociais, culturais e econômicas das
regiões”.

Nesse sentido, torna-se extremamente importante o planejamento ambiental


em bacias hidrográficas, pois, o planejamento atua como instrumento para minimizar
a ação de impactos ambientais decorrentes da ação antrópica indiscriminada.

4.3. O conceito de sistema nas pesquisas ambientais.

Muitos foram os estudos que abordaram as interações entre os seres vivos e


o meio ambiente. Na tentativa de uma definição, para essas relações Haeckel (1866)
propôs o termo ecologia.

Em 1935, Tansley propôs o conceito de ecossistema, cujo principal objetivo


foi definir uma unidade resultante da interação entre os seres vivos e as condições
físicas ou ambientais que caracterizam o meio onde habitam. Segundo ele, um
sistema natural complexo não inclui, somente o complexo orgânico, mas também os
fatores físicos que conformam o seu habitat.
19

Nesse sentido, Christofoletti (1999, p.36) afirma que “a abordagem


ecossistêmica apresenta sintonização holística, pois salienta como relevância maior
a interação entre os componentes em vez do tratamento direcionado para cada
aspecto característico individualizado”.

Bertallanffy (1975) trouxe à tona a primeira tentativa de sistematização


filosófica do conceito de sistemas, através de sua obra intitulada Teoria Geral dos
Sistemas.

Já em 1962, Sotchava introduziu o conceito de Geossistemas na literatura


geográfica, através de sua preocupação em estabelecer uma tipologia que
substituísse os aspectos biológicos dos ecossistemas, e se aplicasse aos
fenômenos geográficos, enfocando a integração dos elementos naturais numa
“entidade espacial”,

Bertrand (1968) define geossistema como sendo resultado da combinação de


elementos físicos, biológicos e antrópicos, que fazem da paisagem um conjunto
único e indissociável, em constante evolução, e propõe, a partir disso, um sistema
taxonômico de hierarquização da paisagem.

Nesse sentido, Christofoletti (1999, p35) afirma que

os ecossistemas correspondem aos sistemas ambientais biológicos, isto é,


constituídos em função dos seres vivos sob a perspectiva ecológica,
enquanto os geossistemas correspondem aos sistemas ambientais para as
sociedades humanas, sendo constituídos mormente pelos elementos físicos
e biológicos da natureza e analisados sob a perspectiva geográfica.
O conceito de geossistema lançado por pesquisadores como Sotchava
(1976), Georges Bertrand (1968) e a estruturação da Ecologia da Paisagem
(NAVEH; LIEBERMAN, 1984,1994; LASER 1991) inserem-se no contexto holístico
no que tange os estudo dos sistemas ambientais.

Nessa mesma perspectiva, seguem as contribuições de Chorley (1962),


Christofoletti (1979; 1999), Monteiro (1976), Strahler (1980), Huggett (1985),
Scheidegger (1991) entre outros.

Em 1977, Jean Tricart aplica uma nova metodologia baseada na dinâmica dos
ecótopos, a metodologia das Unidades Ecodinâmicas. Estas
unidades se caracterizam pela dinâmica das relações entre o meio ambiente e as
biocenoses.
20

Segundo Tricart (1977, p.32),


o conceito de unidades ecodinâmicas é integrado ao conceito de
ecossistema. Baseia-se no instrumento lógico de sistema, e enfoca as
relações mutuas entre os diversos componentes da dinâmica e os fluxos de
energia/matéria no meio ambiente.
Tricart (1977) propõe um sistema de classificação do meio ambiente em
meios estáveis, meios intergrades e meios fortemente instáveis, de acordo com
particularidades que o meio apresenta.

Os meios estáveis se caracterizam por uma lenta evolução, se aproximando


do estado de clímax. Esse tipo de meio ocorre em regiões dotadas de uma série de
condições peculiares, como cobertura vegetal suficientemente fechada para frear os
processos de morfogênese; dissecação moderada e ausência de manifestações
vulcânicas.

Os meios intergrades representam a passagem gradual entre meios estáveis


e instáveis. São caracterizados pela concorrência permanente entre morfogênese e
pedogênese, sobre um mesmo espaço.

Já nos meios fortemente instáveis, a morfogênese é o elemento predominante


da dinâmica natural, a qual os outros elementos estão subordinados.

A classificação das unidades ecodinâmicas se baseia no estudo do sistema


morfogenético, no estudo dos processos atuais e nos graus de instabilidade
morfodinâmica.
21

5. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

Os procedimentos operacionais são de suma importância em qualquer


pesquisa. Na maioria das vezes há uma freqüente confusão entre método e técnica.
A metodologia é a base da pesquisa, enquanto os procedimentos operacionais
funcionam como apoio.

A revisão bibliográfica foi um procedimento presente e extremamente


importante durante toda a realização desta pesquisa.

Foram realizados vários trabalhos de campo em toda a extensão da bacia,


com o objetivo de caracterizá-la, bem como identificar as principais ações naturais e
antrópicas.

Para demarcar os pontos de coleta de solo, bem como outros pontos


considerados relevantes, foi utilizado o Global Position System (GPS).

As amostras de solo foram coletadas em quatro pontos diferentes da bacia,


com intervalo de 40 centímetros, até a profundidade máxima de 2 metros. Porém,
em alguns pontos esse intervalo não foi cumprido.

Para a aplicação da metodologia de avaliação de fragilidade do relevo, Ross


(1990), estabeleceu uma ampliação das concepções de Tricart (1977) sobre as
unidades ecodinâmicas, onde os ambientes estáveis estão em equilíbrio dinâmico e
os ambientes instáveis estão em desequilíbrio. Para se aplicar essa metodologia ao
planejamento ambiental, Ross (1990, 1994) classificou os graus de instabilidade e
atribuiu valores a eles.

Após todos estes procedimentos, foi realizado um trabalho de gabinete, onde


todas as informações foram analisadas.
22

5.1. Materiais e Métodos

Para a confecção da base cartográfica foram utilizadas as cartas topográficas


de Taboca (SE 22-Z-B-VI-4 NE) e Pau–Furado (SE 22-Z-B-VI-4 NO) na escala de
1:25.000. Posteriormente, para a elaboração dos mapas temáticos, foram utilizados
os softwares Cartalinx e ArcView 3.2 .

A coleta de amostras de solo foi realizada com o trado holandês, e depois de


identificadas, foram armazenadas em sacos plásticos até a chegada ao laboratório.

Após a coleta as amostras foram secas e preparadas para análises de


granulometria no Laboratório de Geomorfologia e Erosão dos Solos (LAGES-UFU).
Para isso, instrumentos como pratos, destorroador de solo, peneiras de malhas
2mm, cadinhos, pipetas graduadas, funil, agitador mecânico, mufla, entre outros,
foram utilizados.
23

6. RESULTADOS

6.1. Aspectos Físicos

6.1.1. Geologia do Triangulo Mineiro

A região do Triângulo Mineiro está inserida na Bacia Sedimentar do Paraná, e


apresenta litologias do Complexo Goiano, Grupo Araxá, Formação Botucatu,
Formação Serra Geral, Formação Adamantina e Formação Marília. (NISHIYAMA,
1989)

As rochas do Complexo Goiano ocupam uma pequena faixa às margens do


Rio Araguari. As litologias mais evidentes são os migmatitos, gnaisses e granitos.

As rochas do Grupo Araxá se encontram ao longo dos vales dos rios Araguari
e Uberabinha.São representadas pelos xistos, quartzitos e gnaisses. Apresentam
deformações devido à ação da tectônica regional.

Os arenitos da Formação Botucatu são pouco expressivos na região.


Encontram-se assentados sobre o Embasamento cristalino ou metamórficos do
Grupo Araxá e recoberto pelas rochas da Formação Serra Geral.

Os melhores afloramentos da Formação Serra Geral estão nos cursos d’água,


e em Uberlândia afloram ao longo dos vales dos rios Araguari, Uberabinha e Tijuco.
A presença do basalto nas vertentes dos rios favoreceu a formação de Latossolo
Vermelho Férrico.

No município a Formação Adamantina é representada pelos arenitos de


granulação media à grossa, que afloram quase sempre recobertos por camadas de
material detrítico ou sedimentos da Formação Marilia.

A Formação Marilia, no município, é representada pelo membro Serra da


Galga. É caracterizada por espessas camadas de arenitos conglomeráticos com
estratificação cruzada.
24

6.1.2. Geologia da Área de Estudo

A Bacia Hidrográfica do Córrego Pindaíba apresenta basaltos da Formação


Serra Geral, de idade Mesozóica, arenitos da Formação Marília e migmatitos do
Embasamento Cristalino.

As nascentes estão sobre a Formação Marilia. Os basaltos da Formação


Serra Geral afloram principalmente às margens do córrego. Essa formação é
responsável pelas pequenas corredeiras e quedas d’água existentes ao longo do
córrego sendo observado em afloramentos rochosos.(Fig 2).

Figura 2 - Afloramentos de basalto recoberto parcialmente por material intemperizado.


Autor: OLIVEIRA, P.C.A., 29/11/05.

Os gnaisses afloram em forma de matacões no médio curso, (figura 3) em


uma área de contato com o basalto, e os migmatitos afloram no baixo curso do
córrego, em uma área de relevo mais íngreme.
25

Figura 3 - Afloramentos de gnaisses as margens do córrego.


Autor: OLIVEIRA, P.C.A., 04/03/06.

O mapa a seguir ilustra a distribuição da geologia na Bacia Hidrográfica do


Córrego Pindaíba.
26
27

6.1.3. Vegetação do Triangulo Mineiro

O Bioma Cerrado apresenta, em toda sua extensão, diversas fitofisionomias,


que variam desde formas campestres bem abertas, a formas bastante densas, como
o Campo Limpo, o Campo Sujo, o Cerrado strictu sensu, o Cerradão, o Campo
Cerrado. A Mata Mesofítica e as Matas de Galeria.(Ambiente Brasil)

O Campo Limpo apresenta formas herbáceas, com poucos arbustos,


comumente encontrados junto ás veredas e campos hidromórficos. O campo sujo
ocorre em relevos dissecados, apresentando estrato herbáceo com arbustos
espaçados entre si.

O Cerrado strictu sensu ocorre em interflúvios com topografia plana à


suavemente ondulada, apresentando arvores baixas e retorcidas, arbustos e plantas
lenhosas com cascas corticeiras.

O Cerradão é uma formação florestal que apresenta dossel arbóreo continuo,


com caules tortuosos e eretos. Ocorre em vertentes ou interflúvios.

A Mata de Galeria acompanha o curso dos rios, com as copas se encontrando


sobre os cursos d’água. As árvores são eretas, medindo de 20m a 30m de altura,

O Campo Cerrado ocorre em interflúvios com topografia plana, onde


predomina o estrato herbáceo com arbustos freqüentes e árvores esparsas.

A Mata Mesofítica é um tipo de formação florestal que não está associada


com cursos d’água e apresenta diferentes índices de deciduidade durante a estação
seca.

6.1.4. Vegetação e Uso da Terra na área de estudo

A cobertura vegetal da bacia do Córrego Pindaíba apresenta um estado de


avançada degradação. A vegetação típica do Cerrado foi quase totalmente extinta,
dando lugar à pastagem e culturas temporárias de hortifrutigranjeiros.
28

Nas margens do córrego, estão presentes, de forma descontínua, espécies de


médio e grande porte, da Mata de Galeria e Mata Mesofítica, intercaladas com
pastagens e culturas, conforme apresenta a figura 4.

Figura 4 - Vegetação ciliar às margens do córrego com a presença de bananal


nas vertentes vizinhas.
Autor: OLIVEIRA, P.C.A., 04/03/06.

Os trechos com vegetação em regeneração e Mata se encontram sob as


áreas de canyon. Mais expressivamente nas áreas de patamares se concentram a
produção de hortifrutigranjeiros como berinjela, quiabo;culturas anuais como banana
e cana-de-açúcar e pastagem melhorada. O mapa a seguir ilustra a distribuição do
uso da terra na bacia.
29
30

6.1.5. Geomorfologia do Triangulo Mineiro

O relevo da região do Triangulo Mineiro, de acordo com Baccaro (1991), está


classificado em quatro unidades: áreas de relevo intensamente dissecado, áreas de
relevo medianamente dissecado, áreas de relevo residual e áreas elevadas de
cimeira com topos amplos e largos.

As áreas de relevo intensamente dissecado estão presentes no baixo curso


do rio Araguari, apresentam vertentes abruptas com altimetria entre 700m e 800m.

As áreas de relevo medianamente dissecado apresentam formas convexas e


topos nivelados entre 750m e 900m.

As áreas de relevo residual correspondem ás áreas mais elevadas,


apresentando feições singulares e bordas de vertentes escarpadas ou erosivas.

As áreas elevadas de cimeira com topos amplos e largos apresentam topos


amplos possuindo fundos de vales úmidos.

De acordo com Rodrigues (2002) a Bacia Hidrográfica do Rio Araguari


apresenta quatro unidades geomorfológicas: Serra da Canastra, Faixas de
Dobramento, Planalto Vulcano-Sedimentar e Canyon do Araguari.

6.1.6. Geomorfologia da Área de Estudo

A Bacia Hidrográfica do Córrego Pindaíba está inserida na Unidade


Morfoestrutural da Bacia Sedimentar do Paraná, na unidade geomorfológica do
Canyon do Araguari, sendo caracterizada como uma área de relevo intensamente
dissecado, apresentando vertentes abruptas e forte entalhamento dos vales e
relevos bem encaixados.
31

A unidade Canyon do Araguari apresenta um forte entalhamento dos vales e


das vertentes, além de perfis de vertentes com rupturas côncavas, segmentos
convexos, paredões rochosos e terraços fluviais.

O Córrego Pindaíba não possui afluentes, ele nasce em uma área de


patamares planos, num vale amplo, que se torna estreito com presença de
cachoeiras e corredeiras, após entrar na área de canyons. (mapa 3)

Na área de estudo, os terraços são utilizados para produção agrícola,


principalmente a banana e hortifrutigranjeiros, e as áreas mais inclinadas são
utilizadas para pastagens.

Os processos erosivos, principalmente as ravinas, estão presentes ao longo


de toda a bacia. Há também a ocorrência de assoreamento das margens do córrego,
principalmente próximo à sua foz.
32
33

6.1.7. Solos do Triangulo Mineiro

De acordo com os estudos do RadamBrasil (1983) a região do Triangulo


Mineiro apresenta solos argilosos e bem desenvolvidos.Os Latossolos Roxos
aparecem nos afloramentos de basalto, já os Latossolos Vermelho-Escuro estão
presentes nas coberturas terciárias. Nas demais áreas, os solos apresentam textura
media, como o Latossolo Vermelho-Escuro, Latossolo Vermelho-Amarelo e os Solos
Podzólicos Vermelho-Amarelos.

Nessa perspectiva, Ferreira e Nascimento (1999) afirmam que a maioria dos


solos do Triangulo Mineiro são do tipo Latossolo Vermelho-Amarelo, Latossolo
Vermelho-Escuro e Latossolo Roxo.

6.1.8. Solos da Área de Estudo

Rosa et al. (2004) identificou na Bacia Hidrográfica do Rio Araguari sete


classes de solos, apresentadas na tabela a seguir:

Tabela 1-Classes de solos na Bacia do Rio Araguari.

Área Ocupada
Classes de Solos Símbolo Área Ocupada(km2)
(%)
Latossolo Vermelho LVAw
10.873 49.01
Amarelo LVAd
LVd
Latossolo Vermelho 2.127 9.59
LVdf
Nitossolo Vermelho Nvef 1.414 6.37
Argissolo Vermelho
PVAe 812 3.66
Amarelo
CXd1
Cambissolo 5.720 25.77
CXd2
Gleissolo Gxbe 796 3.59
Neossolo RLd 443 2.00
TOTAL 22.186 100.00
Fonte: ROSA et al. (2004).
Adaptação: OLIVEIRA, P.C.A., 2005.
34

Na Bacia Hidrográfica do Córrego Pindaíba são identificados em sua maioria


os Latossolos Vermelhos e em menor escala os Cambissolos e Neossolos.

Os solos são pouco espessos e estão em contato direto com a rocha. Nos
cortes das estradas são comuns os afloramentos de rochas.

A tabela 2 demonstra os resultados das analises de solo realizadas pelo


Laboratório de Geomorfologia e Erosão dos Solos (LAGES- UFU).

Tabela 2- Resultado das analises granulométricas.

Areia Fina Areia Grossa


Amostra Argila % Silte% Areia Total %
% %
P1 – 040cm 58,60 04,00 15,50 21,90 37,40
P1 – 060cm 58,60 11,80 15,20 14,40 29,60
P2 – 040cm 67,30 12,00 10,70 10,00 20,70
P2 – 080cm 61,90 18,00 11,10 09,00 20,10
P2 - 120cm 56,50 08,00 11,70 23,80 35,50
P3 – 040cm 70,00 16,00 07,70 06,30 14,00
P3 – 080cm 76,40 12,00 06,20 05,40 11,60
P3 – 120cm 74,70 08,00 08,90 08,40 17,30
P3 – 160cm 58,70 22,00 09,20 10,10 19,30
P3 – 200cm 47,50 35,40 08,30 08,80 17,10
P4 – 040cm 38,70 12,00 24,50 24,80 49,30
Org: OLIVEIRA, P.C.A.,2006.

No ponto amostral P1 foram colhidas na margem esquerda da nascente, até a


profundidade de 60 cm, por atingir o lençol freático. Nesse ponto os solos
apresentam uma grande porcentagem de argila.

Na área das nascentes secundárias, o córrego apresenta solos hidromórficos,


que são caracterizados pela coloração escura, resultante do acúmulo de matéria
orgânica e umidade.

No ponto amostral P2 os solos apresentam teores de argila superiores a 50%.


Nesse ponto, as amostras foram colhidas até a profundidade de 120 cm,pelo fato de
atingir o embasamento rochoso.

O ponto amostral P3 foi colhido no médio curso, numa área de relevo mais
inclinado.Os solos são oriundos dos basaltos da Formação Serra Geral. Os teores
de silte são, em sua maioria, superiores aos teores de areia fina e areia grossa.
35

As amostras P3 160 cm e P3 200 cm apresentam uma considerável queda


nos teores de argila, e um aumento nos teores de silte.

No ponto amostral P4 foi coletada no baixo curso do córrego, apresenta uma


coloração mais acinzentada. Os teores de areia fina e grossa são superiores ao teor
de argila e silte. Por se tratar de uma área de afloramentos, foi possível coletar as
amostras apenas na profundidade de 40 centímetros.

O mapa 4 mostra a localização dos pontos de coleta de solo realizadas ao


longo da bacia.
36
37

6.2. Córrego Pindaíba: Uso e Ocupação da Terra

A Bacia Hidrográfica do Córrego Pindaíba apresenta níveis de degradação


bastante elevados.

A nascente principal do Córrego está localizada sob as raízes de uma


gameleira,conforme a figura 5. A área se encontra parcialmente cercada e coberta
por telhas para evitar o pisoteio do gado e de animais de pequeno porte.

Figura 5 –Nascente principal do Córrego Pindaíba.


Autor: OLIVEIRA, P.C.A., 04/03/06.

As nascentes secundárias se formam sob um campo hidromórfico, com


vegetação rasteira e resquícios de pastagem e milho, o que significa que a área já
foi cultivada.

No geral, a área das nascentes apresenta um estado de degradação


avançado. A nascente principal apresenta indícios de culturas de pequeno porte, e o
solo apesar de possuir gramíneas nas margens é exposto.A nascente principal foi
parcialmente canalizada para abastecer a sede da Fazenda Pindaíba. O campo
38

hidromórfico que abriga as nascentes secundárias também apresenta vestígios de


culturas e a vegetação circundante às nascentes é pouco expressiva

Logo após as nascentes, o córrego apresenta um longo trecho de vegetação


secundária de médio porte. Ambas as margens são ocupadas por culturas
temporárias , como chuchu, berinjela, quiabo banana e algumas arvores frutíferas,
conforme figuras 6 e 7. Nessa propriedade, existe o sistema de rotação de culturas,
sendo que a banana é produzida em grande escala. A água é bombeada para a
irrigação das plantações e abastecimento da sede da fazenda.

Outra atividade desenvolvida nessa propriedade é a criação de gado.

Figura 6 - Cultura Temporária (quiabo) seguida do bananal e mata ciliar.


Autor: OLIVEIRA, P.C.A., 04/03/06.
39

Figura 7 - Bananal e quiabo irrigado.


Autor: OLIVEIRA, P.C.A., 29/11/05.

Nas terras da Fazenda Tenda e Lajem, o córrego já apresenta um vale


fechado e o relevo mais inclinado. Parte do solo é coberto por uma escassa camada
de serrapilheira e algumas árvores frutíferas. O fato de estar desprotegido favorece a
erosão e o transporte de sedimentos para o córrego, provocando assoreamento.
(figura 8)
40

Figura 8 - Transporte de sedimentos durante evento chuvoso.


Autor: OLIVEIRA, P.C.A., 29/11/05.

Nessa fazenda, o córrego apresenta duas represas artificiais para


abastecimento da fazenda e irrigação da lavoura. Na saída de água da primeira
represa, o curso do córrego foi desviado e posteriormente canalizado, sendo que no
curso desviado existe uma cachoeira artificial. (figura 9)
41

Figura 9- Queda artificial.


Autor: OLIVEIRA, P.C.A., 20/02/06.

A Fazenda Laje apresenta o trecho do córrego mais protegido.As margens


abrigam uma vegetação densa com árvores de médio e grande porte. Os solos são
latossolos vermelhos cobertos por serrapilheira.

O córrego apresenta trechos com afloramentos de basalto, onde aparecem


corredeiras e quedas de pequeno porte, com boa vazão.

Nessa área, o relevo é mais inclinado e o solo é coberto por pastagens, visto
que a atividade principal da fazenda é a criação de gado.

A água é captada por uma bomba d’água para abastecimento da fazenda.

Devido à declividade do terreno e a cobertura vegetal representada por


pastagens, em alguns trechos próximos às margens do córrego aparecem alguns
pontos com ravinas, conforme figura 10.
42

Figura 10 - Área de relevo mais inclinado, com processo erosivo.


Autor: OLIVEIRA, P.C.A., 04/03/06.

Na divisa entre a Fazenda Laje e a fazenda subseqüente, também


denominada Pindaíba, a dinâmica do córrego já foi alterada. Existe um barramento
do córrego, formando uma cachoeira artificial, feito para a retirada de água com
auxilio de uma bomba (figura 11). A margem esquerda apresenta vegetação de
pequeno porte, e indícios de pisoteio de gado,conforme figura 12. A vegetação ciliar
da margem direita foi retirada, dando lugar a pastagem e a plantação de banana.
43

Figura 11- Queda artificial feita para captação de água.


Autor: OLIVEIRA, P.C.A., 04/03/06.

Figura 12- Margem exposta e indícios de pisoteio do gado.


Autor: OLIVEIRA, P.C.A., 04/03/06.
44

Mais a jusante, na Fazenda Nossa Senhora da Abadia, o córrego apresenta


vários afloramentos de basalto, e uma queda natural de aproximadamente seis
metros de altura (figura 13).

Figura 13 - Cachoeira do Córrego Pindaíba.


Autor: OLIVEIRA, P.C.A., 04/03/06.

A vegetação ciliar apresenta dossel superior a 10 metros de altura e o córrego


se apresenta bastante assoreado e suas margens apresentam indícios de pisoteio
de animais.

Após a cachoeira, o curso do córrego foi desviado. O curso artificial abastece


duas represas, uma para abastecimento e outra destinada a criação de peixes
(figura 14). Posteriormente o curso desviado se encontra com o canal normal.
45

O curso normal também abastece duas represas, que por sua vez estão
bastante assoreadas, conforme figura 15.

Suas margens encontram-se bastante degradadas, com solo exposto e


algumas arvores frutíferas na margem esquerda, e vegetação rasteira e solo exposto
na margem direita, de acordo com a figura 16.

Figura 14 Represamentos formados a partir do curso desviado do córrego.


Autor: OLIVEIRA, P.C.A., 04/03/06.
46

Figura 15 - Represamentos formados a partir do curso normal do córrego.


Autor: OLIVEIRA, P.C.A., 04/03/06.
47

Figura 16 - Raízes de mangueira sobre o solo exposto da margem esquerda do córrego .


Autor: OLIVEIRA, P.C.A., 04/03/06.

No médio curso, na fazenda também denominada Pindaíba, o córrego foi


alterado para abastecer duas represas artificiais que são utilizadas para irrigação. A
atividade principal nessa propriedade é o cultivo de banana, além das culturas
temporárias de maracujá e chuchu.

O relevo é bastante inclinado, os solos possuem vegetação rasteira e o


córrego apresenta ainda algumas corredeiras e árvores de médio porte e bambuzais.

Por se tratar de uma área de contato, apresenta vários afloramentos de


basaltos e gnaisses.(figura 17)
48

Figura 17 - Afloramentos de basalto e atividade de pedofauna em primeiro plano,


seguido de pastagem e bananal no segundo plano.
Autor: OLIVEIRA, P.C.A., 04/03/06.

No curso inferior, próximo à sua foz, o córrego apresenta o maior nível de


degradação.

Nesse local, a vegetação natural é bastante escassa, com poucas árvores,


onde predominam as pastagens.

O relevo se apresenta mais dissecado, com formas convexas, aflorando


migmatitos do Embasamento Pré-Cambriano. A formação do lago da usina
hidrelétrica Capim Branco I provocou alterações na dinâmica do córrego. A foz, que
se encontrava em elevado grau de degradação, com a vegetação natural substituída
por pastagem e erosão nas margens, teve alguns metros submersos pela água do
lago.

Porém depois da formação do lago, as margens continuam sem a proteção da


vegetação natural, cobertas apenas por pastagem. Nas margens do córrego é
constante a presença de animais.
49

Figura 18 - Cenários de degradação na foz do Córrego Pindaíba. Autor: OLIVEIRA, P.C.A.


(Fig A-29/11/05; Fig B e C 04/03/06)
50

6.3. Fragilidade do Relevo

O potencial de fragilidade de um ambiente natural varia de acordo com as


características genéticas. As atividades antrópicas podem gerar maior ou menor
impacto dependendo da intensidade da intervenção, fazendo com que esta
fragilidades gere processos de desestabilização do relevo, em especial a erosão.

Para a determinação das classes de fragilidade à erosão e seus respectivos


valores na Bacia do Córrego Pindaíba foram necessários cruzamentos de
informações referentes à geologia, geomorfologia e uso da terra. Quanto maior a
classe de fragilidade, maior é valor atribuído a ela.

Em Relação a geologia, a Formação Serra Geral foi classificada como tendo


uma baixa fragilidade, sendo que o valor atribuído a ela foi 1. A formação Marilia
possui valor 2 por ter fragilidade considerada baixa - média. O Embasamento
Cristalino possui a fragilidade média, com valor 3.

No que se refere às unidades geomorfológicas, os patamares são


identificados como áreas de média fragilidade, com valor 3 e as áreas de canyon são
identificadas como áreas de fragilidade alta, de valor 5. Quanto ao potencial de
fragilidade propiciado pela vegetação, as áreas ocupadas com mata e Cerrado
tiveram a fragilidade classificada como baixa, com valor 1. Já as áreas com
vegetação em regeneração possuem fragilidade baixa-média, com valor 2. As áreas
com cultura anual e pastagem melhorada apresentam fragilidade média com valor 3.
As áreas de pastagem são de fragilidade média alta, valor 4. Já as áreas ocupadas
com hortifrutigranjeiros possuem fragilidade alta com valor 4.

Para se chegar ao resultado final das classes de fragilidade existentes na


bacia foram realizados cruzamentos entre todas as unidades (geológicas,
geomorfológicas e uso da terra) e posteriormente, a somatória dos valores atribuídos
a essas unidades. De acordo com a somatória desses valores, se estabeleceu as
classes de fragilidade, conforme descrito na tabela 3.
51

Tabela 3 -Classes de Fragilidade.

Classe de Fragilidade Valor

Baixa 4-5

Baixa – Média 6-7

Média 8-9

Média – Alta 10-11

Alta 12-13

Org: OLIVEIRA, P.C.A.,2006.

Dessa forma, pode-se identificar quatro classes pertencentes à Bacia do


Córrego Pindaíba.

As áreas com fragilidade Baixa – Média ocorrem em áreas de patamares e


canyons sob as formações Marilia e Serra Geral, sendo ocupadas por vegetação em
regeneração, mata e Cerrado. Esse tipo de cobertura vegetal proporciona ao solo
baixa susceptibilidade aos processos erosivos. (tabela 4).

Tabela 4 -Classes de Fragilidade Baixa-Média.

Unidade Geológica Unidade Geomorfológica Uso da Terra Valor

Formação Marilia Patamares Mata 6

Formação Marilia Patamares Cerrado 6

Vegetação em
Formação Marilia Patamares 7
Regeneração

Formação Serra Geral Canyon Mata 7

Org: OLIVEIRA, P.C.A.,2006.


52
53

As áreas com fragilidade média estão distribuídas em maior numero na área


da bacia. São áreas onde a terra é utilizada para pastagem e culturas anuais, como
a banana, por exemplo, além de alguns pontos com vegetação em regeneração e
mata, de acordo coma a tabela 5.

Tabela 5 -Classes de Fragilidade Média.

Unidade Geológica Unidade Geomorfológica Uso da Terra Valor

Formação Marilia Patamares Pastagem 9

Formação Marilia Patamares Pastagem 8


Melhorada

Formação Marilia Patamares Cultura Anual 8

Formação Marilia Canyon Mata 8

Formação Marilia Canyon Veg. em 9


Regeneração

Embasamento Canyon Mata 9


Cristalino

Form. Serra Geral Canyon Pastagem 9


Melhorada

Form. Serra Geral Canyon Veg. em 8


Regeneração

Org: OLIVEIRA, P.C.A.,2006.


54
55

As áreas com fragilidade Média – Alta ocorrem, em sua maioria, nas áreas de
canyon, recobertas por pastagem, hortifrutigranjeiros, e vegetação em
regeneração(Tabela 6). Áreas de patamares, concomitantes com a Formação Marília
e com o solo ocupado por hortifrutigranjeiros também apresentam fragilidade Média
Alta.(mapa 7)

Tabela 6 -Classes de Fragilidade Média Alta.

Unidade
Unidade Geológica Uso da Terra Valor
Geomorfológica

Formação Marilia Patamares Hortifrutigranjeiros 10

Formação Marilia Canyon Pastagem 11

Formação Marilia Canyon Pastagem Melhorada 10

Embasamento
Canyon Veg. em Regeneração 10
Cristalino

Form. Serra Geral Canyon Pastagem 10

Form. Serra Geral Canyon Hortifrutigranjeiros 11

Org: OLIVEIRA, P.C.A.,2006.


56
57

As áreas com fragilidade alta estão presentes num pequeno trecho da bacia,
nas áreas de canyon sobre a Formação Marilia, recobertos por hortifrutigranjeiros
como quiabo e berinjela.(mapa 8)

Tabela 7 - Classes de Fragilidade Alta.

Unidade
Unidade Geológica Uso da Terra Valor
Geomorfológica

Formação
Canyon Hortifrutigranjeiros 12
Marilia

Org: OLIVEIRA, P.C.A.,2006.


58
59

6.4. Propostas

A Bacia Hidrográfica do Córrego Pindaíba apresenta cenários diferentes de


degradação. Os agentes responsáveis por essa degradação partem de ações
isoladas, que, em conjunto provocam impactos maiores, alterando a configuração
natural do córrego.

A área das nascentes deve se adequar ao parágrafo II do artigo 3º do Código


Florestal Brasileiro, que considera Área de Preservação Permanente o raio mínimo
de 50 metros de largura que circundam as nascentes e olhos d’água, ainda que
intermitentes. Além de serem cercadas para garantir a recuperação, essa área deve
ser reflorestada com espécies nativas para que a cobertura vegetal seja retomada, e
assim atue como um freio natural que impeça a compactação do solo, bem como a
erosão pluvial, e ainda proteja as margens do córrego evitando o assoreamento, e
garantindo a preservação desse curso d’água. As espécies podem ser conseguidas
através do Horto Florestal da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal
de Uberlândia, gratuitamente.

Um outro problema comum em toda a extensão da bacia são os


represamentos e os desvios no curso do córrego para irrigação das lavouras. Esse
fato pode ser considerado o mais relevante causador de degradação na bacia, uma
vez que modifica a vazão natural do córrego. Cada propriedade deve se utilizar da
água de forma sustentável, respeitando o regime natural do córrego. Isso inclui a
retomada do curso normal do córrego, reduzindo o número de barragens ao longo
do canal.

A Bacia Hidrográfica do Córrego Pindaíba deve ser explorada de acordo com


suas potencialidades e sua capacidade de uso, visando um constante equilíbrio do
meio natural em detrimento das atividades antrópicas.

Várias ações devem ser realizadas para que o córrego se mantenha


preservado. Porém tais ações devem ser tomadas e realizadas em conjunto por
todos aqueles que se utilizam da bacia, uma vez que é do interesse de todos
preservá-la.

Conforme previsto no parágrafo IX do artigo 2 º do Comitê da Bacia


Hidrográfica do Rio Araguari sugere-se a criação Comitê da Bacia Hidrográfica do
60

Córrego Pindaíba, que contará com representantes do poder público, usuários da


bacia e interessados, que serão responsáveis pela criação de projetos para a
utilização sustentável da bacia, a fiscalização e aplicação da legislação vigente.
61

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este diagnóstico ambiental procurou compreender a dinâmica da Bacia


Hidrográfica do Córrego Pindaíba através dos processos naturais e das ações
antrópicas.

Salienta-se que as intervenções humanas são responsáveis pelo alto nível de


alteração e degradação do meio natural. Em diferentes pontos da bacia, o uso do
solo e os impactos por ele gerados são os mesmos.

Percebeu-se também que a maioria dos moradores estão cientes dos efeitos
da má utilização do córrego e possuem um grande interesse em preservá-lo. E são,
justamente nessas propriedades que se encontram os trechos mais preservados da
bacia.

A identificação das áreas com maior fragilidade à erosão indica que devem
ser feitas alterações no uso da terra, adequando os tipos de cultura à morfologia da
área.

Assim, a Bacia Hidrográfica do Córrego Pindaíba necessita de um


planejamento que abranja não só os recursos naturais, mas também que inclua as
necessidades de seus moradores.
62

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ambiente Brasil .Caracterização dos Cerrados. Disponível em:


<http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./natural/index.html&conte
udo=./natural/biomas/cerrado.html>. Acesso em: 20/02/2006.

BACCARO, C.A.D. Unidades geomorfológicas do triângulo mineiro: estudo


preliminar. Revista Sociedade e Natureza. Ano 3, nº 5 e 6- Jan/Dez 1991.p.37-42.

BACCARO, C.A. D. Processos erosivos no Domínio do Cerrado. In: GUERRA,


Antônio Jose Teixeira; CUNHA, Sandra Baptista (Orgs.). Erosão e Conservação de
Solos: Conceitos Temas e Aplicações. 1ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
p. 195-227.

BACCARO, C.A.D; MEDEIROS, S. M; FERREIRA, I.L; RODRIGUES, S. C.


Mapeamento Geomorfológico da Bacia do Rio Araguari. In: LIMA, S. C; SANTOS, R.
J. (Org.) Gestão Ambiental da Bacia do Rio Araguari - Rumo ao Desenvolvimento
Sustentável. Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Geografia;
Brasília: CNPq, 2004.p. 1-20.

BERNARDES J. A.; FERREIRA, F. P. de M. Sociedade e Natureza. In: CUNHA,


Sandra Baptista da; GUERRA, Antonio José Teixeira. Questão Ambiental:
Diferentes Abordagens. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. p. 17-42.

BOTELHO R.G.M; SILVA, A. S. da. Bacia Hidrográfica e Qualidade Ambiental.


Rosangela. In: VITTE, Antonio Carlos; GUERRA, Antonio José Teixeira. Reflexões
sobre a Geografia Física no Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. p. 153-
188.

BOTELHO, R. G.M. Planejamento Ambiental em Microbacia Hidrográfica. In:


GUERRA, Antônio José Teixeira; CUNHA, Sandra Baptista.(Orgs.). Erosão e
Conservação de Solos: Conceitos Temas e Aplicações. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 1995. p. 269-293.
63

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