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Restauração

Não vamos nos deter, aqui, na discussão da nomenclatura ideal para a obra proposta
para a Capela de São Pedro, em Monte Alegre, Piracicaba. Reforma, revitalização ou
restauração não definem a verdadeira intenção do projeto. Importante é a idéia de
intervir no espaço construído, apropriar-se dele, adequar e melhorar as condições
de uso, compreender os valores estéticos e históricos como obra de arte que é e
preservá-los para o futuro.

A idéia de preservação é antiga. Contar estórias no entorno da fogueira foi a maneira


de as tribos preservarem sua história e cultura. Mas preservação e restauração de
monumentos surgiram como ciência apenas no século XIX. O arquiteto francês
Eugène Emmanuel Viollet-Le-Duc foi pioneiro na elaboração das teorias modernas
de restauração e a França pós-revolucionária foi o país que primeiro elaborou leis
relativas à preservação e primeiro fez inventários de seu patrimônio monumental.
Viollet-le-Duc considerava o monumento como documento que deve ser
restabelecido a todo custo, mesmo que seja necessário interpretar e refazer pontos
faltantes.

No entanto, na sociedade inglesa da época discutia-se justamente o oposto, ou seja,


discutia-se a teoria de Jonh Ruskin, que preconizava a valoração do processo criativo
do homem e as marcas do tempo em um edifício, que dele fazem não apenas a
memória, mas também referência de tempo e espaço para gerações futuras. A
restauração, ao modo de Viollet-le-Duc levaria, portanto, à destruição do
monumento.

Na Itália do final século XIX Camilo Boito introduz dois itens importantes na história
do restauro: a crítica e a idéia de restauro neutro, o que proporcionou uma nova
postura na área de preservação e restauração, que pode ser entendida como aditiva
ou intermediária das duas anteriores.

O caminhar das teorias de restauro, desde Viollet e Ruskin, passando pela postura
neutra de Boito e, principalmente, pela interpretação e valorização da arte descrita
no “O culto moderno aos monumentos” por Alois Riegl, geraram a “Teoria de
Restauro” de Cesare Brandi. Brandi considerava que o monumento é concebido
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dentro de circunstâncias singulares, que cada obra resulta de um contexto


particular, está inserida em determinado tempo e em determinado lugar e é, por
isso, um resultado único.

Esse raciocínio, presente na teoria brandiana de restauro, diferencia obra de arte de


produção mecânica ou industrial. Portanto, a idéia de restauração de um artesanato
ou produto de design que é, simplesmente, restabelecer a funcionalidade do objeto
é totalmente diferente da idéia de restauração de obra de arte. Fica, então, clara a
importância do reconhecimento do objeto como obra de arte. Na “Teoria de Ainda, segundo Brandi, a obra de arte tem dúplice historicidade, ou seja, o momento de
Restauro”, Brandi afirma: “qualquer comportamento em relação à obra de arte, sua criação e o momento em que é reconhecida como obra de arte por uma consciência,
nisso compreendendo a intervenção de restauro, depende de que ocorra o no presente. A união desses momentos é a dialética da restauração. Podemos então
reconhecimento ou não da obra de arte como obra de arte”. enunciar a segunda conceituação de restauro da teoria de Brandi: “a restauração deve
visar ao restabelecimento da unidade potencial da obra de arte, desde que isso seja
Para Brandi, a obra de arte, desde que reconhecida como tal, tem dois aspectos: possível sem cometer um falso artístico ou um falso histórico, e sem cancelar nenhum
o estético e o histórico. O aspecto estético significa a tomada de consciência de traço da passagem da obra de arte no tempo”.
que a obra de arte é uma obra de arte. O aspecto histórico refere-se à criação da
obra de arte em certo tempo e em certo lugar e o reconhecimento dessa obra em Todo projeto de restauro, ou da construção de um novo espaço para um edifício litúrgico,
outro tempo e outro lugar. Da relação entre o reconhecimento da obra de arte deve atender às necessidades funcionais da atual liturgia e, tão ou mais importante,
como tal, e do fato desse reconhecimento ocorrer em certo tempo e em certo manifestar a beleza intrínseca das coisas de Deus. A restauração da Capela de São Pedro
lugar, tiramos a definição de restauro de Brandi: “a restauração constitui o no Monte Alegre, Piracicaba exige, para ser feita, que sejam compreendidas as intenções
momento metodológico do reconhecimento da obra de arte, na sua consistência de Pedro Morganti e dos homens que edificaram esse importante monumento, exige o
física e na sua dúplice polaridade estético e histórico, com vistas à sua reconhecimento da obra de arte feita por Volpi, e exige a preservação da memória dos
transmissão para o futuro”. católicos e devotos de São Pedro.

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fato arquitetura

Planta de Forro
QUODCUMOUE RINT IN LOCO ISTO ET EXAUDIES IN PER HANC P M
fato arquitetura

Corte AA
NNES LUC

E SIAM MEAM REGUM DOMINATOR ORBIS SE ULI TUI IN COE LO ET CUM EXAUDIERIS PROPITIUS ERIS
fato arquitetura

Corte BB
Fachada Frontal Fachada Lateral Direita
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Fachada Lateral Esquerda Fachada Posterior


Memorial Arquitetônico A infiltração, tanto descendente devido às falhas na cobertura, como ascendente
devido à falta de impermeabilização das fundações e trincas no calçamento externo,
O estado atual da capela é bastante desigual. Há partes deterioradas e partes causaram perda da policromia e eflorescência de sais que deterioraram o aglutinante
preservadas, isso devido a causas diferentes, que ocorreram pontualmente. Algum
das tintas. Medidas inadequadas de preservação, junto com instalações e adaptações
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pouco recalque, conseqüência provavelmente da alteração do volume do solo devido


feitas ao longo do tempo, sem cuidados e qualidades desejáveis, também contribuíram
aos ciclos de molhamento e secagem atuando sobre as fundações rasas, causaram no processo de deterioração da arquitetura e da pintura.
diversas trincas, principalmente nas salas ao fundo da nave e no calçamento
externo. Essas movimentações unidas às intempéries causaram também a perda de As intervenções propostas na Capela de São Pedro em Monte Alegre, Piracicaba
grande parte do recobrimento externo feito em “fulget”. Grande parte também do buscam estar em perfeito acordo com a “Introdução Geral sobre o Missal Romano”
calçamento, tanto da via de acesso e do entorno, como das calçadas para pedestres (IGMR).
apresentam diversos pontos de recalque e trincas.
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As igrejas e os demais lugares devem prestar-se à execução das ações sagradas e à ativa participação dos
fiéis. Além disso, os edifícios sagrados e os objetos destinados ao culto devem ser realmente dignos e belos,
sinais e símbolos das coisas divinas. (IGMR 253).
Todo o terreno onde a Capela esta construída receberá um tratamento paisagístico. A Ensaio 02: Granulometria após ataque ácido (areia)
premissa desse projeto será criar um entorno para o patrimônio construído mantendo a PENEIRAS N.O 16 35 60 100 200 >200
atmosférica nostálgica do ambiente. Ambos os pinheiros em frente a Capela serão retirados
(1,18mm) (0,50mm) (0,25mm) (0,15mm) (0,075mm) (fundo)
para abertura visual do frontispício. Na divisa com os lotes adjacentes poderá ser criado um
% RETIDA 14.7 31.19 25.82 19.83 7.72 0.74
pano de fundo para o monumento.
Obs: Cor dos finos: HUE 10YR 7/3 very pale brown
O perímetro do lote será cercado e protegido com sensores e alarmes. A entrada, testada do
Curva Gra nulom é trica Fulge t Pa re de s
terreno em relação a via Com. Pedro Morganti, será protegida com gradil baixo (1,1m) e um
sistema de contenção de veículos (fura pneus ou postes hidráulicos). Isso irá permitir a 100

% Retida Acumulada
proteção com a mínima deterioração da paisagem. 80
60
O calçamento para veículos, em trama de tijolos, terá as partes recelcadas desmontadas e
40
refeitas com o próprio material. Após a remontagem todo o piso deverá ser limpo e tratado
com a aplicação de consolidante a base de silicato. O calçamento para pedestres, em 20
cimento estampado, em função do seu péssimo estado de preservação e pouco valor, será 0
refeito em mosaico de pedra portuguesa. 0,01 0,1 1 10
Pe ne ir as (m m )
A praça ao lado da Capela será prolongada com uma laje de concreto sobre o declive natural
do terreno. Esse novo espaço terá a possibilidade de receber uma cobertura tencionada. O Fulget sobre os pilares e contornos
anexo com pequenas baias e bilheteria que serve as festas da comunidade será demolido. Ensaio 01: Ensaio Simples de Argamassa
Todos os espaços externos receberão novas luminárias e equipamentos.
AMOSTRA ARGAMASSA
% FINOS (Argila e Silte) 7.58
O alpendre, representado apenas como patamar da escadaria, receberá nova iluminação,
% GROSSOS (Areia) 66.27
incluindo peças embutidas no piso que destaquem o frontispício. Seguindo a mesma lógica,
também serão instalados novos pontos de iluminação nas fachadas laterais. O escada em % LIGANTE (Resíduo Solúvel) 26.15
granilite deverá ser limpa e tratada. O adro terá um projeto de iluminação com pontos baixos TRAÇO MAIS PROVÁVEL (em massa) (Ligante: Argila e/ou Silte: Areia) 1,00 : 0,39 : 3,42
e altos para demarcar o início do percurso de entrada no espaço sagrado da igreja.
Ensaio 02: Granulometria após ataque ácido (areia)
O frontispício, assim como as demais fachadas apresentam patologias aparentemente PENEIRAS N.O 16 35 60 100 200 >200
provocadas por ataque de umidade e consequentemente por liquens, presentes na (1,18mm) (0,50mm) (0,25mm) (0,15mm) (0,075mm) (fundo)
atmosfera. Unidos aos recalques da fundação, esses ataques provocaram a perda de grande % RETIDA 10.28 32.88 30.38 18.37 6.95 1.13
parte do recobrimento de fulget. Devido a impossibilidade de recuperação desse material,
todo o recobrimento antigo será removido e uma nova camada de fulget será aplicada com o Curva Granulométrica Fulget Pilares
mesmo desenho do existente. Essa ação, aparentemente drástica, irá permitir a
impermeabilização de todo o perímetro externo e a instalação de novos dutos de água e 100

% Retida Acumulada
energia, preservando totalmente as faces internas das paredes, recobertas com pinturas,
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80
que sem dúvida, são o patrimônio de maior valor artístico na Capela de São Pedro.
60
Fulget sobre os panos de alvenaria
40
Ensaio 01: Ensaio Simples de Argamassa
AMOSTRA ARGAMASSA 20
% FINOS (Argila e Silte) 6.12 0
% GROSSOS (Areia) 80.92
0,01 0,1 1 10
% LIGANTE (Resíduo Solúvel) 12.96
TRAÇO MAIS PROVÁVEL (em massa) (Ligante: Argila e/ou Silte: Areia) 1,00 : 0.64 : 8,44 Peneiras (mm)
O pequeno átrio, entre a pia batismal e a escada de acesso ao coro, sob a torre do campanário,
deverá ser limpo e tratado. Esse espaço também deverá receber novos pontos de iluminação. A A dignidade da Palavra de Deus requer na igreja um
máquina do sino deverá ser vistoriada por técnicos especializados para a necessária lugar condigno de onde possa ser anunciada e para
manutenção. onde se volte espontaneamente à atenção dos fiéis no
momento da liturgia da Palavra. De modo geral,
O piso do Batistério e a Pia batismal deverão receber o tratamento adequado para limpeza e
convém que esse lugar seja uma estrutura estável e
preservação. As pinturas murais das paredes e teto que compõem o espaço serão restauradas de
acordo com os critérios estabelecidos para toda a capela. O espaço também irá receber novos não uma simples estante móvel. Seja disposto de tal
pontos de iluminação. Os vitrais, em bom estado de conservação, deverão ser vistoriados e modo em relação à forma da igreja que os ministros
cuidados por empresa especializada. possam ser vistos e ouvidos facilmente pelos fiéis. Do
ambão são proferidas as leituras, o salmo responsorial
No presbitério serão mantidos o retábulo e os altares laterais, que serão apenas limpos e e o precônio pascal; também, se for conveniente, a
tratados. Será feita uma nova mesa de altar e um ambão, de mesmo material e seguindo a homilia e a oração universal ou dos fiéis. É menos
mesma linha de desenho. O piso do presbitério e o piso da nave, ambos em bom estado de conveniente que usem o ambão o comentarista, o
conservação, deverão ser apenas limpados e tratados. cantor ou o dirigente do coral. (IGMR 272).
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As salas nas laterais do presbitério terão seus forros refeitos em lambril de madeira,
terão as pinturas restauradas e as trincas tratadas de acordo com as possibilidades e
necessidades dos desenhos encontrados. O piso será apenas limpo e tratado. O
Lavabo da sala onde provavelmente continuará funcionando a sacristia será
totalmente refeito, com a troca das instalações, peças e acabamentos. A sala no
lado oposto poderá servir como apoio para paramentação ou sala de atendimento.

O povo de Deus que se reúne para a Missa constituí


uma assembléia orgânica e hierárquica que se
exprime pela diversidade de funções e ações, conforme
cada parte da celebração. Por isso, convém que a
disposição geral do edifício sagrado seja tal que
ofereça uma imagem da assembléia reunida, permita
uma conveniente disposição de todas as coisas e
permita a cada um exercer corretamente a sua função.
Os fiéis e o grupo dos cantores ocuparão lugares que
lhes favoreça uma participação ativa. (lGMR 257).

As diretrizes do “Código de Direito Canônico” sugerem que as imagens, expostas em


igrejas, devam ser em número moderado e na devida ordem, para conduzir os
membros da igreja no caminho da fé. Sugerem, também, que não haja mais de uma
imagem do mesmo santo. Considerando estas recomendações, será mantida a
imagem de São Pedro no altar mor, e escolhidas duas imagens que reflitam a Todos os eletrodutos e caixas de parede, deverão ser embutidos nas alvenarias, nas
devoção da comunidade e componham o extraordinário da Capela. Essas imagens alturas descritas e profundidade correta. Poderá haver calhas e cabos aparentes
ficarão em nichos na base do arco triunfal. Outras imagens deverão ser removidas conforme a necessidade do projeto de iluminação. Toda a enfiação deverá ser
para o arquivo ou museu da cúria. normatizada e de isolamento antichama, os interruptores e tomadas de material de 1ª
qualidade. A montagem dos quadros de disjuntores deverão seguir os diagramas
O altar, onde se torna presente o sacrifício da cruz sob
multifilares.
os sinais sacramentais, é também a mesa do senhor
Telhas, calhas e rufos, na cobertura, estão em bom estado e têm protegido e conservado
na qual o povo de Deus é convidado a participar por a estrutura de madeira. Caixilhos, grades, dobradiças e trancas de ferro deverão ser
meio da Missa; é ainda o centro da ação de graças que examinados para determinar se houve corrosão ou deterioração. Os pontos atacados
se realiza pela Eucaristia. (IGMR 259 deverão ser removidos por abrasão ou quimicamente. As peças deverão ser, depois,
laqueadas.
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O piso interno, revestido com ladrilho hidráulico ou mármore, não apresenta


fissuras nem grande abrasão nesse material. Esses deverão ser lavados com água e Para a impermeabilização das alvenarias deverá ser feita a remoção do revestimento em
sabão neutro, acrescido de solução química com bicarbonato e carboximetilcelulose “fulget” e do emboço ao longo das paredes até a superfície do tijolo, em uma altura de
e, quando necessário, amoníaco e solventes de gordura para remover produtos e 1,0 metro ao longo do perímetro da Capela. Então será feita a limpeza enérgica das
ceras aplicados. Após a limpeza, os pisos deverão ser tratados com resina incolor de superfícies com rebaixo e calafetação dos rejuntamentos com argamassa de cimento e
base epóxi. Demais acabamentos da Capela serão apenas limpados e tratados, areia emulsionada com promotor de aderência de base acrílica.
dado o bom estado de conservação.
Depois será feita a furação ao longo das paredes, seguido de injeção do produto
Fachada Casa Paroquial

Planta baixa - Casa Paroquial

Cristalizante e a aplicação de argamassa polimérica nas superfícies das paredes. Por Será feito o reforço das fundações com aproximadamente 10 estacas denominadas
ultimo, antes da execução do fulget, conforme o desenho existente, será aplicado um tipo“MEGA”, cravadas no solo através de uma unidade hidráulica autônoma, tendo
chapisco de cimento e areia 1:3 com adição de promotor de aderência de base acrílica como finalidade transmitir cargas ao mesmo, pela combinação da resistência do
seguido da aplicação de argamassa de cimento, cal e areia traço 1:2:10, na espessura 2 atrito lateral e a resistência de ponta. Após o término dos serviços de reforço de
cm, aditivado com hidrofugante e plastificante na proporção 4% do peso do cimento. fundação, deverá ser observado, que os reparos nas trincas, só deverão ser iniciados
em torno de trinta dias.
Todas as tubulações de água fria e prumadas de ventilação serão em PVC embutidas nas
alvenarias, assim como as prumadas de águas pluviais. A rede de esgotos sanitários e de Ainda, será preciso idealizar um projeto de acústica para possibilitar a boa
águas pluviais será embutida no solo. Os reservatórios deverão ser instalados sobre lastro distribuição do som na comunicação da palavra e um projeto de conforto térmico,
de madeira acima do forro. que permita as pessoas se concentrem totalmente na celebração.

Deverá ser verificada a presença de térmitas, fungos ou bactérias em todas as peças feitas
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"Na igreja haja normalmente um altar fixo e dedicado,


em madeira, tanto as estruturais como tesouras da cobertura, como as decorativas como construído afastado da parede, a fim de ser facilmente
moveis e acabamentos. Nos pontos degradados, depois de limpos por abrasão, deverão
circundado e nele se possa celebrar de frente para o
ser aplicados produtos químicos por embebição com pincelamento ou emplastro.
povo. Ocupe um lugar que seja de fato o centro para
O salão de festas e a atual casa paroquial serão reformados, mantendo as fachadas que onde espontaneamente se volte a atenção de toda a
compõem o adro da capela. Seu interior será totalmente modificado, criando uma cozinha assembléia dos fiéis." (lGMR 262).
industrial, um grande salão e novos banheiros masculino e feminino. Esse espaço ira
servir aos fieis, visitantes e as comemorações que ocorram na capela.
1. DIAGNÓSTICO GERAL DAS PINTURAS

1.1. Objetivos e metodologia

Os exames visaram caracterizar o estado de conservação e o grau de


integridade das pinturas murais da capela. Para tanto, foram examinadas todas
as superfícies de paredes, forros e demais elementos arquitetônicos
policromados. Os resultados, contendo análise e identificação de patologias,
interações e estado geral de conservação das pinturas murais, foram obtidos
após a sistematização, conferência e análise comparativa de todos os dados
levantados.

Foram realizados exames organolépticos, prospecções e testes de solubilidade,


cujos resultados são descritos abaixo e registrados graficamente.

Advertimos que os dados e conclusões aqui descritos podem ser


complementados no decorrer da intervenção de restauro, devendo-se atentar
ao surgimento de dados novos, como normalmente ocorre no decorrer de obras.

1.2. Generalidades

A pintura interna da Capela de São Pedro foi concebida por Alfredo Volpi, e
executada por ele com a ajuda de Mário Zanini. É composta de dois tipos de
pintura mural:

A) pintura decorativa, que ocupa a maioria das superfícies das paredes e tetos;
é feita com moldes, réguas e guias, e compõe-se de molduras, fundos
decorados, filetes, faixas, etc.;

B) pintura artística, que ocorre somente em áreas muito importantes, com


temas especiais (por exemplo, todas as figuras humanas) e são feitas à mão livre
pelo pintor

Todas as pinturas murais existentes na Capela de São Pedro são aplicadas


diretamente sobre o revestimento da parede, executadas à tempera, com
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ligeiras variações na composição da tinta. Salientamos que nenhuma é em


técnica de afresco propriamente dita, diferentemente do costume popular de
denominar “afresco” a qualquer pintura mural.

Verificou-se que o material utilizado originalmente nas pinturas decorativas foi a


têmpera de cal, que era o mais comum na época, mas nas pinturas artísticas é
provável que o material pictórico seja a mesma têmpera “gorda” que Volpi usava
nos seus quadros, composta apenas de gema de ovo e pigmentos, adicionada
Planta Lay-out
de óleo de cravos como fungicida e eventualmente um pouco de verniz dammar. A
transparência e a superfície fosca muito delicada são reconhecíveis para quem já
trabalhou em muitas obras do artista, porém as pesadas intervenções posteriores
recobrem a maior parte destas pinturas e a contaminaram com outros materiais,
impossibilitando análises laboratoriais, que de resto não teriam maior utilidade neste
caso.
Atualmente o interior da capela está extremamente depreciado, embora de forma
geral ainda se possa perceber a sua concepção geral, muito adequada à
complementação e valorização da arquitetura, exemplificando muito bem as
concepções e gosto da sua época.

Em todos os processos deterioradores observados nota-se uma íntima relação entre


a edificação e as pinturas, sendo inútil qualquer tentativa de intervir em apenas uma
delas, sem abordar concomitantemente a outra.

Descreveremos inicialmente os processos deterioradores específicos das pinturas e


respectivas consequências, e a seguir os problemas da edificação que causam ou
aceleram a deterioração das pinturas.

1.3. Processos deterioradores das pinturas

O estado atual é ocasionado por problemas de natureza e origem diversas; alguns


cobertura e calhas (infiltração descendente), dissolvendo e transportando tintas e
são inerentes à edificação, outros ao material pictórico e outros ao uso do imóvel.
sujeira, e assim apagando e manchando as pinturas.
Os processos deterioradores observados são de ordem física, química, biológica e
As infiltrações ascendentes são agravadas pela elevação da cota do piso externo,
antrópica (humana), notando-se em todos eles a interação de diferentes processos
prejudicando o escoamento de águas pluviais ao redor das fachadas e aumentando a
deterioradores que atuam conjuntamente e se facilitam mutuamente, o que por sua
infiltração devido ao empoçamento. A calçada externa, sem o caimento adequado,
vez origina novos processos, e assim sucessivamente. Desde logo notam-se
joga água contra as paredes, piorando ainda mais a situação.
deficiências inerentes à própria edificação, algumas das quais originais e outras
surgidas ou agravadas por ações humanas inadequadas.
Uma das mais notáveis causas da infiltração descendente é o deficiente refazimento
da cobertura refeita da cúpula: no contato com a parede não há rufo ou outro
Os principais processos deterioradores das pinturas são os seguintes:
isolamento, permitindo o percolamento das águas pluviais, que infiltram-se nas
paredes desde cima (ver item 1.3.6)
1.3.1 Infiltrações de água
Alguns dos principais danos provocados por este fator são:
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A maior causa de deterioração das pinturas murais nesta capela é a presença de


- destruição da camada pictórica
água no interior das paredes e tetos. Todos eles são feitos de material poroso, que
- destruição de outros estratos, de base ou intermediários (reboco, emboço, etc.), que
absorve água em estado líquido do solo e a conduz para cima por meio de
perdem a coesão e tornam-se pulverulentos
capilaridade, até que ela encontre condições de sair (infiltração ascendente).
- agravamento de fissuras e rachaduras originalmente causadas por acomodação da
Aflorando à superfície esta água evapora, e os diversos minerais que ela dissolvera e
alvenaria
transportava no interior da parede se solidificam, cristalizando-se na saída dos
- proliferação de colônias de microorganismos, como líquens e fungos cromógenos
poros, rompendo-os e destruindo a superfície da parede e da pintura. Também
que mancham as pinturas e paredes, digerem aglutinantes das tintas, etc.
ocorre percolação de água sobre a superfície, proveniente de goteiras e defeitos na
Resumo da evolução do processo de perda da camada pictórica devido à infiltração de
água: iniciando por um processo de salinização e eflorescência que atinge um ponto, a
área afetada se amplia, passando à delaminação da camada pictórica, e depois à perda até
mesmo dos estratos preparatórios (i. é, camadas inferiores à própria pintura), destruindo
totalmente a pintura.

Na cúpula, a infiltração descendente propiciou também a migração de componentes


internos da argamassa, do óxido de ferro resultante da oxidação da tela metálica de
estrutura do estuque, e de produtos da colônia de abelhas instalada entre o forro e a
cobertura.

Pontos da pintura mural da cúpula, fortemente atacados por diversos processos


decorrentes de infiltração descendente.
fato arquitetura

1.3.2. Deterioração do aglutinante pulverulência

Certas tintas deterioram-se devido ao envelhecimento puro e simples, como a têmpera de


cal e a têmpera habitualmente usada por Volpi nas suas obras, cujo aglutinante são
proteínas de origem animal. Diante de um alto grau de umidade ambiental, este processo
acelera-se. Uma vez perdidas as qualidades coesivas do aglutinante, os pigmentos
tornam-se apenas um pó solto sobre a superfície das paredes, que cai espontaneamente,
mediante movimentos de ar ou leves toques físicos. Também tornam-se muito mais
sensíveis ao contato com a água, que transporta os pigmentos facilmente.
1.3.3. Fotodeterioração 1.3.4. Intervenções impróprias nas pinturas murais

A iluminação é bastante deficiente para a apreciação das obras-de-arte e do ambiente Alguns dos maiores prejuízos ao patrimônio cultural são causados pela ação humana,
como um todo; no entanto, a pouca luz que ali existe é bastante agressiva às pinturas, ainda que com as melhores intenções, e esta capela não é exceção.
porque a luz natural que penetra pelas janelas contém um alto percentual de radiação
ultra-violeta. Esta radiação tem um efeito acumulativo que destrói ou modifica os Em consequência dos problemas descritos acima a aparência do interior da capela foi-
pigmentos, alterando irreversivelmente as cores originais, assim como os se comprometendo progressivamente; os responsáveis por ela adotaram, então, as
aglutinantes das tintas. medidas habituais para tentar recuperar o bom aspecto, que eram usuais antes do
surgimento de técnica moderna de restauro no Brasil. Basicamente Isto consistia
sempre em repintar as áreas comprometidas, sem preocupação em preservar as
características únicas e irreprodutíveis de pinturas artísticas, que lhes dão valor e
autenticidade Também não foram adequadas a neutralizar as causas dos problemas,
que voltaram a reincidir.

Os exames feitos em toda a capela e a comparação das observações levantadas com


os dados históricos fornecidos pelo cliente permitiram identificar e individualizar as
seguintes tentativas de restauro até hoje:

1a. Intervenção: segundo a tradição oral, esta intervenção teria sido executada por
Mário Zanini; os exames constataram que consistiu em retoques pontuais nas pinturas
artísticas e repintura das cores de fundo das pinturas decorativas; distingue-se pela
boa execução, com recortes exatos e delicadeza das cores, bastante assemelhadas às
originais; de forma geral pouco alterou a configuração e valores originais;

2a. Intervenção: consistiu numa repintura geral da capela, com exceção de algumas
poucas áreas em que a pintura original foi respeitada; nesta ocasião as pinturas
decorativas foram quase completamente refeitas, com uma cópia a estêncil bem
aplicada; as pinturas artísticas foram refeitas à mão, deturpando significativamente os
traços pessoais do pintor; foi a mais importante deturpação das características e
valores originais da arte de Volpi;

3a. Intervenção: foram repintados vários pontos das pinturas artísticas e das
decorativas, com grande deturpação e descaracterização das artísticas, e significativa
piora qualitativa das decorativas; nestas distinguem-se a modificação da cor do
barrado inferior das paredes e das colunas; representa a maior decadência qualitativa,
fato arquitetura

tanto nas pinturas decorativas como nas artísticas.

Resumidamente, o acúmulo de repinturas tirou a autenticidade das obras de arte e


depreciaram tanto a elas como às decorações, por piorar a qualidade de ambas.

Pintura decorativa localizada embaixo de uma das janelas do presbitério, que Nas fotografias abaixo, tipificamos os danos mais comuns em cada tipo de pintura
deteriorou-se por receber luz constantemente, até tornar-se semi-transparente. mural da capela de São Pedro.
1.3.4.1. Danos mais freqüentes nas pinturas artísticas

Acima, aspecto geral e detalhe de pintura artística com grandes áreas repintadas, Acima detalhe de área em que foi retirada a repintura, expondo a pintura original
escondendo a pintura original de Volpi. Em baixo, detalhe em que se observa a em tom mais claro e delicado, que permite avaliar o grau de descaracterização
deturpação do obra provocada pelas pinceladas azuis e amarelas. ocasionada pelas repinturas. Em baixo exemplo da qualidade medíocre da
repintura parcial, na auréola e asas, e da deturpação que ocasiona ao conjunto.
fato arquitetura
fato arquitetura

Exemplo de áreas repintadas em pontos críticos (rostos e mãos, entre outros), na obra “Batismo de Cristo“.
1.3.4.2. Danos mais freqüentes nas pinturas decorativas Trecho de pintura decorativa refeito; depois, o mesmo motivo decorativo num trecho
não repintado, vendo-se a diferença na qualidade e aplicação do desenho, na
tonalidade e no brilho das cores.

Aspecto típico das paredes da nave, vendo-se uma forte marca escura na parte
inferior, ocasionada pelo uso de tinta a óleo e envernizamento numa repintura
parcial da decoração, efetuada até àquela altura. Trata-se de um bom exemplo de
boa qualidade na execução, com cores e formas corretas, porém com uso de Detalhes de repinturas do fundo e dos motivos decorativos, notando-se em ambos a
material completamente impróprio, que alterou-se espontaneamente da forma deturpação e a má qualidade da repintura.
vista aqui.

1.3.6. Deficiências construtivas e/ou de manutenção da edificação

Conforme demonstrado acima, a maioria das causas de deterioração é ocasionada por


fato arquitetura

deficiências da edificação. Algumas destas deficiências ou impropriedades são “de


origem”, ou seja, devem-se à construção original da capela, enquanto outras
originaram-se devido a intervenções e reformas, ou devido a cuidados inadequados ou
simples falta de cuidados.

Tal como todos os demais problemas, estas deficiências interagem com outros fatores
deterioradores, ampliando e multiplicando mutuamente os efeitos.
Na foto superior, telhas quebradas na cobertura; na foto inferior, a infiltração provocada por aquela deficiência e os graves danos causados à pintura mural.
fato arquitetura

Fissuras e falta de impermeabilização em áreas de cobertura de Exemplo dos efeitos da infiltração causada pela deterioração da
argamassa. impermeabilização externa.
1.3.8. Alterações de planta

Não há registros documentais de alterações da planta da edificação, porém uma


evidência permite supor que os volumes correspondentes à sacristia e à sala lateral
simétrica a ela possam ter sido acrescentados posteriormente. Trata-se de uma
diferença no material e na paginação das imitações de blocos de pedra pelo lado
externo das fachadas. De qualquer forma, estes acréscimos, caso tenham ocorrido,
datam de época muito antiga da história da capela, anterior à execução das pinturas
murais pois, como demonstrado no item 1.3.4.2., a primeira pintura decorativa
também estava presente na sacristia, tendo sido ocultada mais tarde por uma
sobrepintura.

A sala simétrica, por ser menos importante, não tinha a mesma pintura, e nem sequer
uma comunicação com interior da capela, que foi comprovadamente acrescentada
mais tarde. Os resultados são rachaduras na parede devido a alguma deficiência na
abertura do vão; correção na pintura decorativa, feita em uma das intervenções
posteriores; e uma soleira de qualidade inferior neste vão.

Em cima, a porta que comunica a sala posterior, lado da epístola, com o


transepto. Vê-se que foi aberta após a aplicação da decoração, pois a primeira
camada de pintura prolonga-se até o vão, tendo sido corrigida mais tarde.
Posteriormente este vão causou ou agravou as rachaduras ali existentes. Na
foto inferior, detalhe da soleira de cimento queimado, diferente da porta da
sacristia, cuja soleira é de granilite. Notar o piso da sala, em cota diferente do
piso da capela.
fato arquitetura

Fissuras localizadas na lateral direita do presbitério, causadas pela abertura da porta


da sala lateral.
2. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

2.1. Objetivos

Os objetivos básicos da intervenção proposta a seguir consistem em:


a) paralisar os processos de deterioração e estabilizar os materiais
b) resgatar o conjunto cromático geral do interior da capela
c) resgatar o conteúdo e a legibilidade das obras-de-arte, comprometidos pela deterioração
d) prevenir a recorrência das formas de deterioração observadas e prevenir a ocorrência de novas

2.2. Partido de restauro

O partido básico de restauro consistirá em:


a) preservar os trechos ainda intocados ou pouco interferidos das pinturas decorativas, que mantenham o seu material pictórico original ou permitam expô-lo
fato arquitetura

novamente mediante a remoção de repinturas;


b) reconstituir os trechos irrecuperáveis ou excessivamente descaracterizados das pinturas decorativas, rigorosamente conforme as suas formas e cores originais;
c) reverter as repinturas das pinturas artísticas, removendo o material pictórico espúrio na maior medida possível;
d) reintegrar as pinturas artísticas conforme o tratamento e critérios habitualmente empregados para obras-de-arte.

2.3. Especificações

As especificações a seguir foram elaboradas com base nos exames realizados, porém devem ser conferidas mediante testes preliminares quando do início da
execução de cada item.
2.3.1. Instalações de serviço

! Andaimes: torres de andaimes tubulares com 1,50 X 1,50 m. de base, reforçadas com
diagonais, dotadas de guarda-corpo e posicionadas à distância padrão de 40 cm do
elemento a ser restaurado, sem tocá-lo; proteção das faces superiores do elemento
(exceto forros) com camadas de polibolha, feltro e madeirit para evitar acidentes
com quedas de materiais; cordas para amarração, calços para nivelamento, tábuas
3 X 30 cm com travas para piso.
! Iluminação de serviço: sistema derivado de quadros de distribuição protegidos
existentes, em cabo flexível 4 mm, cada um com o máximo de duas luminárias
pendentes e 8 saídas, 4 spots móveis e ajustáveis individuais com capacidade de
100 watts, tensão 220 volts, instalado por eletrotécnico

! Depósito de materiais e ferramentas: depósito instalado em cômodo da própria


capela ou das edificações anexas, isolado, equipado com extintores tipo A e C,
prateleiras e porta segura com chave.

2.3.2. Procedimentos gerais para pinturas decorativas e artísticas

! fixação emergencial da pintura em todas as áreas em que ocorre processo de perda,


por meio de impregnação, com Paraloid B-67, álcool polivinílico ou outro
estabelecido mediante resultado de testes. É feita por pulverização ou pincelagem,
podendo esta ser direta ou mediante interface protetora de papel japonês ou outra
! Consolidação e fixação de policromia pulverulenta mediante aplicação local a pincel,
de Copolímero de etilmetacrilato e metacrilato (Paraloid B-71) por pulverização ou
aplicação a pincel com proteção filtrante
! consolidação do suporte das pinturas (reboco) por meio de injeção de adesivos
específicos entre o revestimento e a alvenaria, com Metacrilato em dispersão -
Primal B 60 A (injeção em vãos finos) ou caseinato de cálcio (injeção em vãos
largos)
! reversão de deformação e readesão de trechos soltos do revestimento em superfícies
pictóricas originais não-repintadas
! dessalinização de superfícies pictóricas originais não-repintadas mediante aplicação de
compressas ou emplastros com sorventes à base de carbonato de amônia ou
outros
fato arquitetura

! limpeza geral de superfícies pictóricas originais não-repintadas, por meios mecânicos,


químicos ou mecano-químicos, removendo os produtos depositados, aderidos
e/ou impregnados na superfície pictórica. Será efetuada por meios mecânicos, tais
como de escovação, pincelagem a seco, remoção com bisturis, instrumentos
odontológicos e outros; por meios químicos tais como solventes, géis e outros
produtos usuais em restauro (a serem determinados mediantes testes) e
posteriormente neutralizados, aplicados mediante pincelagem, swabs ou
aspersão, com ou sem interface de proteção (papel japonês, entretela ou
similares); ou ainda pela utilização conjunta de ambos os sistemas.
! eliminação ou redução de manchas em superfícies pictóricas originais não-
repintadas mediante produtos serem definidos mediante testes (clotrimazol,
etanol, polietileno glicol, etc.)
! eventual aplicação preventiva de fungicidas de efeito residual (nistatina sol. 4% em
etanol, pentaclorofenol sol. aquosa 0,5%, etc.)

2.3.3. Procedimentos específicos para pinturas artísticas

! remoção de repinturas ou retoques espúrios, por meios mecânicos, químicos ou


mistos, com uso de bisturis cirúrgicos e solventes a serem estabelecidos em testes
! obturação de lacunas, rachaduras e demais defeitos de superfície, com massa PVA
acrescida de álcool polivinílico se necessário, massa acrílica ou outras, aplicadas
de forma a reproduzir a textura original perdida
! reintegração cromática, incluindo reconstrução ou neutralização visual de áreas
perdidas conforme possível, visando recuperar a sua legibilidade visual e
eliminando interferências perturbadoras ou faltas notáveis, usando-se materiais
pictóricos quimicamente estáveis e reversíveis no futuro (Pigmentos + polímero
de isobutilmetacrilato (Paraloid B-67) sol. white spirit, têmpera guache
(pigmentos + caseína), tintas acrílicas à base de água Winsor & Newton, Maimeri
ou similar, tintas acrílicas Charbonell linha Restauration); poderão ser usadas a
técnica de reintegração ilusionista, isto é, imperceptível ao observador, ou a de
seleção cromática, isto é, por meio de tracejado ou pontilhismo, de forma que o
observador possa identificá-la mediante um exame mais acurado, a depender das
condições em que se encontre o mural, das condições de observação e
naturalmente dos critérios e partido de restauro arquitetônico ao qual deverá se
adequar.
! eventual aplicação de camada de proteção, a definir conforme testes individuais nos
murais no decorrer da intervenção (Paraloid B72 sol. em xileno, Soluvar (verniz
acrílico E.U.A.), etc.)

2.3.4. Procedimentos específicos para pinturas decorativas

! medição da distribuição dos motivos ornamentais, decalque dos padrões aplicados a


estêncil
! registro de cores originais, com base em trechos limpos das pinturas originais
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! remoção de restos da atual pintura em PVA e outras tintas sintéticas


! reparos na alvenaria e seu revestimento, reproduzindo fielmente a granulosidade e
textura das superfícies
! obturação e nivelamento com massa apropriada para o tipo de tinta especificada
! aplicação de fundo preparador apropriado para o tipo de tinta especificada
! aplicação de demão preparatória
! aplicação de fundos
! aplicação de motivos ornamentais
Obs.: usar tintas à base de silicato de potássio, específica para restauro de edificações
históricas, reproduzindo fielmente todas as cores originais da capela.

2.3.5. Documentação da intervenção

! documentação fotográfica antes, durante e após a intervenção


! relatório técnico de restauro, contendo registro fotográfico, gráfico e escrito do estado
antes da intervenção, procedimentos e materiais empregados, resultados obtidos e
recomendações para conservação futura.

Critérios de Restauro

Em todas as fases da obra serão aplicados os critérios éticos e técnicos de restauro utilizados
internacionalmente na restauração de monumentos históricos e artísticos, respeitando as
características originais e conciliando-as com os elementos incorporados ao longo do tempo,
visando especialmente o total respeito à obra original, evitando qualquer modificação,
adulteração ou acréscimos que a descaracterizem;o embasamento de qualquer reintegração
volumétrica em evidencias fidedignas, evitando reintegrações em caso de dúvida ou ausência
de dados; dar a máxima reversibilidade dos processos empregados, possibilitando a remoção
futura dos materiais adicionados sem danos ao elemento restaurado; possibilitar a futura
identificação e localização das intervenções e procurar a adequação química e física dos
materiais empregados, a fim de evitar alterações decorrentes de deterioração ou interações.

A abordagem dada à pintura de cada área deverá adequar-se a pintura artística ou decorativa,
suas características executivas e seu estado de conservação. O critério básico será o de se
preservar todo e qualquer elemento material original, e somente complementar, de maneira
crítica, os trechos de elementos adjacentes de menor importância que estiverem parcialmente
destruídos. Todos os procedimentos serão documentados por meio de desenhos “as built” e
documentação organizada da intervenção, com recomendações para conservação futura do
elemento restaurado.
Objetivos

O investimento da iniciativa privada no tocante a cultura vem enriquecendo em muito o


arsenal de fontes e referências para o nosso povo. Os monumentos arquitetônicos, palco
da história do homem, são sem dúvida referências de suma importância.

O Monte Alegre que outrora representou uma alavanca da economia, um ponto de


fato arquitetura

ebulição social e cultural, vive hoje um momento de decadência e hibernação. Junto com
o restauro da capela, nasceu a idéia de resgatar toda a cultura do bairro e eleva-lo a um
pólo turístico nacional.

Assim, pretendemos transformar o processo de restauração da Capela de São Pedro em


uma escola e formar, dentro do bairro do Monte Alegre, trabalhadores capacitados a
restaurar outros monumentos da região, cumprindo não só o papel cultural do projeto,
mas um importante papel social tão necessário à Nação.
"O Monte Alegre é a fotografia de um detalhe da imigração italiana".
fato arquitetura

Marco Antonio Guidotti, Proprietário.


fato arquitetura

"O Monte Alegre é a fotografia de um detalhe da imigração italiana".

Marco Antonio Guidotti, Proprietário.


Justificativa Complementarmente, é de se destacar o fato de um artista plástico dos mais
expressivos do século XX como Alfredo Volpi ter tido sua trajetória histórica ligada aos
A observação do mundo, atitude necessária para o exercício da tão propalada afrescos do interior da Capela de São Pedro.
cidadania, implica a capacidade de distinguir, entre outras coisas, o que pertence ao
passado e ao futuro, mas, mais do que isso, de relacionar esses dois elementos para se Isso, aliás, pode ser compreendido como fenômeno social da arte brasileira, na
poder só então compreender o presente. medida em que artistas como o próprio Volpi ou o acadêmico Benedito Calixto, entre
outros, famosos ou desconhecidos, lançaram mão dessa estratégia de sobrevivência.
Esse esboço de conceito de história vai aqui com a intenção de, de alguma maneira, É necessário compreender esses afrescos do conjunto da obra de Volpi e, quiçá, do
basear a idéia de que um patrimônio histórico, enfim o tema que nos interessa, é a modernismo brasileiro.
expressão prática da história, e identificar um monumento (ou conseguir atribuir tal
valor a ele) é conseguir formular perguntas, espontaneamente, sobre suas origens e Isso, aliás, pode ser compreendido como fenômeno social da arte brasileira, na
trajetórias. medida em que artistas como o próprio Volpi ou o acadêmico Benedito Calixto, entre
outros, famosos ou desconhecidos, lançaram mão dessa estratégia de sobrevivência
A Capela de São Pedro de Monte Alegre, construída em 1930 pelo representante do o que hoje chamaríamos de prestação de serviços artísticos e que nada mais é do que
poder local, o usineiro Pietro Morganti, a pedido dos moradores locais, demonstra a realização de trabalhos encomendados e que não seriam frutos de uma inspiração
justamente essa autonomia local que caracteriza aquele mundo de açúcar e de abstrata - sem absolutamente abandonarem seu gênio e amor pela arte.
trabalho.
Desvalorizar essa arte existente no interior da capela significa aceitar a concepção
Em seu verbete Memória, para a Enciclopédia italiana Einaudi, o principal medievalista segundo a qual toda arte-labor jamais poderia ser arte-opus, o que permitiria
francês Jacques lê Goff, ao tratar da amnésia, lembra que “do mesmo modo que a considerar o teto da capela Sistina uma obra menor de Michelangelo. Mais eficaz seria
amnésia é não só uma perturbação no indivíduo (...), mas também a falta ou a perda, compreender e preservar esses afrescos no conjunto da obra de Volpi e, quiçá, do
voluntária ou involuntária, da memória coletiva nos povos e nas nações, o que pode modernismo brasileiro.
determinar perturbações graves da identidade coletiva”. Luís Henrique Guercio, historiador

Uma tal afirmação só seria possível mediante um conceito de memória segundo o qual,
extrapolando os limites físicos do corpo humano, alcançaria a dimensão social seja nos
arquivos e bibliotecas ou na arquitetura.

É necessário, pois, ampliar o conhecimento sobre esse todo que é o Brasil, o estado de
São Paulo, o município de Piracicaba, a imigração italiana, a arte de Volpi, a economia
açucareira.

Restaurar o Monte Alegre é, pois, avançar na aquisição do conhecimento necessário


para se obter a medida exata do que é a civilização, o ser humano em sociedade e o
fruto de suas experiências.
fato arquitetura

O bairro Monte Alegre em Piracicaba, interior de São Paulo, viu desenvolver uma
sociedade que se esgotou no tempo, mas deixou aos que por ali passam pela primeira
vez uma sensação de estranheza, algo que o historiador americano Robert Darnton
chama de opacidade, ou seja, o que se vê ali sugere, mas não explica. Eis a
necessidade do olhar antropológico e histórico para compreender a função dos
elementos que ali denunciam o passado de uma sociedade peculiar, uma vez que ela se
levanta de maneira indefinida em relação às noções de público e privado.
Projeto Quantidade Unidade Custo uni. Custo tot.
2
Levantamento topográfico do terreno 16780.0 m R$ 0.22 R$ 3,688.80
2
Cadastramento arquitetônico do monumento 588.0 m R$ 7.39 R$ 4,346.00
Cadastramento histórico do monumento 1.0 uni. R$ 2,438.00 R$ 2,438.00
Cadastramento fotográfico do monumento 1.0 verba R$ 1,696.00 R$ 1,696.00
Análises e diagnósticos técnicos do monumento 1.0 verba R$ 1,272.00 R$ 1,272.00
2
Projeto de restauro da Capela 330.0 m R$ 70.67 R$ 23,320.00
2
Projeto de restauro de salão e casa paroquial 258.0 m R$ 57.52 R$ 14,840.00
2
Projeto de espaço para festas 640.0 m R$ 13.25 R$ 8,480.00
Projeto de iluminação 1.0 uni. R$ 6,360.00 R$ 6,360.00
Projeto de som e acústica 1.0 uni. R$ 4,240.00 R$ 4,240.00
Projeto de instalações elétricas 1.0 uni. R$ 4,240.00 R$ 4,240.00
Projeto de instalações hidráulicas 1.0 uni. R$ 4,240.00 R$ 4,240.00
Projeto de combate a incêndio 1.0 uni. R$ 2,756.00 R$ 2,756.00
2
Projeto de paisagismo 8540.0 m R$ 0.82 R$ 6,996.00
Projeto de prefeitura 1.0 uni. R$ 948.00 R$ 948.00

Serviços preliminares Quantidade Unidade Custo uni. Custo tot.


Sondagem 1.0 verba R$ 2,438.00 R$ 2,438.00
Instalação de tapumes 34.0 m R$ 143.41 R$ 4,876.00
Instalação de placas 1.0 verba R$ 848.00 R$ 848.00

Demolições iniciais Quantidade Unidade Custo uni. Custo tot.


2
Demolição de paredes do salão de festas 254.8 m R$ 99.85 R$ 25,440.00
2
Demolição do barracão churrasqueira 190.0 m R$ 66.95 R$ 12,720.00
2
Remoção parcial do piso da caixa de rodagem 1140.0 m R$ 13.58 R$ 15,481.20
Remoção de postes de iluminação do canteiro 26.0 uni. R$ 130.46 R$ 3,392.00
2
Remoção das calçadas entorno capela 159.0 m R$ 24.00 R$ 3,816.00
fato arquitetura

2
Remoção das calçadas praça e salão de festas 1236.0 m R$ 15.44 R$ 19,080.00
2
Remoção de piso barracão de festas 225.0 m R$ 30.15 R$ 6,784.00
Remoção de bancos da praça 10.0 uni. R$ 212.00 R$ 2,120.00
Remoção de mureta da praça 96.8 m R$ 26.28 R$ 2,544.00
Corte e poda de arvores 1.0 verba R$ 4,532.30 R$ 4,532.30
Cobertura Quantidade Unidade Custo uni. Custo tot.
Retirada de rufos 42.0 m R$ 10.10 R$ 424.00
Retirada de calhas 82.0 m R$ 7.76 R$ 636.00
Retirada de condutores 90.0 m R$ 10.60 R$ 954.00
2
Limpeza e tratamento das telhas cerâmicas da capela 420.0 m R$ 10.10 R$ 4,240.00
2
Limpeza e tratamento das telhas cerâmicas do salão de festas 350.0 m R$ 9.09 R$ 3,180.00
2
Tratamento e reforço do madeiramento da cobertura 350.0 m R$ 24.23 R$ 8,480.00
Substituição de calhas e condutores 214.0 m R$ 15.85 R$ 3,392.00
2
Instalação de manta impermeável (capela e salão) 770.0 m R$ 11.01 R$ 8,480.00

Remoções Quantidade Unidade Custo uni. Custo tot.


2
Remoção de rebocos externos de toda a Capela 895.7 m R$ 8.52 R$ 7,632.00
Remoção dos sistemas hidráulicos existentes 1.0 verba R$ 2,120.00 R$ 2,120.00
Remoção de fios e eletrodutos existentes 1.0 verba R$ 1,908.00 R$ 1,908.00
Remoção dos rebocos internos sem pintura mural 494.5 m2 R$ 8.79 R$ 4,346.00
2
Remoção de azulejos 219.6 m R$ 13.52 R$ 2,968.00
Remoção de portas e batentes de madeira (excluída a do frontispício) 10.0 uni. R$ 84.80 R$ 848.00
Remoção de louças 8.0 uni. R$ 34.45 R$ 275.60
Remoção de metais 5.0 uni. R$ 50.88 R$ 254.40

Reforma e Construções Quantidade Unidade Custo uni. Custo tot.


Reforma dos postes baixos de iluminação 8.0 uni. R$ 121.90 R$ 975.20
2
Recuperação do calçamento de entorno 1395.0 m R$ 28.87 R$ 40,280.00
2
Impermeabilização da junção calçamento-edifício 105.0 m R$ 84.80 R$ 8,904.00
2
Recuperação de parte do piso das caixas de rodagem 1140.0 m R$ 18.60 R$ 21,200.00
Reforço de fundação 32.0 m R$ 532.30 R$ 17,033.60
3
Escavação de valas de drenagem e controle de vibração 52.8 m R$ 160.61 R$ 8,480.00
Instalação de galeria de águas pluviais 800.0 m R$ 15.90 R$ 12,720.00
fato arquitetura

2
Lavagem e tratamento (biocida) das faces externas 895.7 m R$ 10.53 R$ 9,434.00
2
Consolidação de trincas e fissuras 134.4 m R$ 11.05 R$ 1,484.00
2
Impermeabilização de barrado externo 126.0 m R$ 353.33 R$ 44,520.00
Instalação de sistemas hidráulicos (substitui o existente) 1.0 verba R$ 8,480.00 R$ 8,480.00
Instalação de eletrodutos 1.0 verba R$ 4,876.00 R$ 4,876.00
Instalação de sistema de combate a incêndio 1.0 verba R$ 10,070.00 R$ 10,070.00
Instalação do sistema de iluminação do monumento 1.0 verba R$ 67,840.00 R$ 67,840.00
Instalação do sistema de som 1.0 verba R$ 29,680.00 R$ 29,680.00
Instalação de proteção acústica 1.0 verba R$ 12,720.00 R$ 12,720.00
2
Aplicação de novos rebocos (fulget) 895.7 m R$ 85.21 R$ 76,320.00
Recuperação de caixilhos metálicos (excluídos vitrais) 8.0 uni. R$ 212.00 R$ 1,696.00
Instalação de novos caixilhos metálicos (salão de festas) 22.0 uni. R$ 636.00 R$ 13,992.00
2
Substituição de vidros quebrados ou faltantes (excluídos vitrais) 22.0 m R$ 28.91 R$ 636.00
Instalação de portas e batentes comuns 12.0 uni. R$ 212.00 R$ 2,544.00
Instalação de louças (bacia, pia coluna, mictório) 18.0 uni. R$ 206.11 R$ 3,710.00
Instalação de metais 10.0 uni. R$ 424.00 R$ 4,240.00
2
Instalação de azulejos 594.0 m R$ 96.36 R$ 57,240.00
2
Aplicação de pintura das faces internas (excluídas pinturas murais) 130.0 m R$ 15.49 R$ 2,014.00
2
Aplicação de novo piso nas calçadas (excluindo entorno capela) 1236.0 m R$ 42.45 R$ 52,470.00
Instalação de novos equipamentos na praça 1.0 verba R$ 23,320.00 R$ 23,320.00
Instalação de grades de divisa e portões 48.0 m R$ 684.58 R$ 32,860.00
2
Instalação do projeto de paisagismo 8540.0 m R$ 4.12 R$ 35,184.80
Instalação do sistema de iluminação do paisagismo 1.0 uni. R$ 21,200.00 R$ 21,200.00
Instalação de sistema de proteção patrimonial (sensores e alarmes) 1.0 verba R$ 32,860.00 R$ 32,860.00
2
Construção de espaço para festas (laje e cobertura leve) 640.0 m R$ 311.38 R$ 199,280.00
Construção de muros de arrimo (ao final do salão de festas) 19.0 m R$ 502.11 R$ 9,540.00
2
Reforma de salão e casa paroquial (salão, banheiros e cozinha) 258.0 m R$ 534.11 R$ 137,800.00

Restauro Quantidade Unidade Custo uni. Custo tot.


Diagnóstico e restauração da cúpula 1.0 uni. R$ 16,960.00 R$ 16,960.00
2
Diagnóstico e restauração do forro 153.0 m R$ 83.14 R$ 12,720.00
Diagnóstico e restauração dos vitrais 12.0 uni. R$ 1,236.67 R$ 14,840.00
Diagnóstico e restauração do sino 2.0 uni. R$ 2,226.00 R$ 4,452.00
2
Diagnóstico e restauração do piso interno 274.0 m R$ 19.34 R$ 5,300.00
fato arquitetura

Diagnóstico e restauração do coro e peças de madeira 1.0 verba R$ 12,720.00 R$ 12,720.00


Diagnóstico e restauração das peças de mármore 4.0 uni. R$ 848.00 R$ 3,392.00
Diagnóstico e restauração do frontão e porta de entrada 1.0 uni. R$ 2,438.00 R$ 2,438.00
Diagnóstico e restauração do piso da escadaria 1.0 verba R$ 2,332.00 R$ 2,332.00
Diagnóstico e restauração das pinturas internas 1.0 verba R$ 353,241.67 R$ 353,241.67

Valor total dos serviços R$ 1,678,069.57


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FRADE, Gabriel. Arquitetura Sagrada no Brasil. São Paulo: Edições Loyola, 2007.

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fato arquitetura

Jornal de Piracicaba. Cristina Perroni, 26 de junho de 2001.

Folha de São Paulo, 03 de setembro de 2001.


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