Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Didática Específica
Literatura do Saxofone
INTRODUÇÃO…………………………………………………………………......... 3
PARTE 1
PARTE 2
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................15
CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2
Introdução
Partimos para este trabalho com a consciência de que não será uma tarefa fácil
pois requer muita pesquisa e conhecimentos técnicos das correntes estéticas da música de
câmara aplicada ao saxofone, na performance e no ensino bem como do instrumento em
si. Estamos certos de que juntaremos informação no mínimo suficiente para podermos
trabalhar. Apesar disto, sentimo-nos entusiasmados pois, em primeiro lugar, obteremos
novos conhecimentos na área, bem como uma oportunidade de o mostrar através deste
trabalho.
3
PARTE 1
Contextualização Musical
Por não haver um grande foco do saxofone no mundo musical sinfónico, a criação
e evolução de quartetos é uma das grandes opções no mercado musical atual. Cada vez
mais se vêem novos quartetos e conceitos adjacentes a serem criados, mas tudo isso teve
um início. Na lista que disponibilizámos no próximo tópico abordamos os quartetos que
melhor vingaram e continuam a evoluir, sendo eles, a base de inspiração da grande
maioria de projetos de saxofone que são criados, não só pelas suas sonoridades cada vez
mais únicas mas mais importante ainda, as suas identidades.
4
Lista de Quartetos com Biografia & Exemplos Musicais
Escola Quarteto
Amstel Quartet
Holandesa
Aurelia Quartet
Habanera Quartet
Francesa
Morphing Quartet
Americana Prisms Quartet
Inglesa Apollo Quartet
***
AURELIA QUARTET
André Arends, Arno Bornkamp, Johan van der Linden e Willem van Merwijk
5
repertório camerístico para saxofone, começando por arranjos e adaptações de quartetos
de M. Ravel, C. Debussy, Shostakovich bem como transcrições de A arte da fuga de J. S.
Bach e sonatas de D. Scarlatti. As décadas de 80 e 90 foram dos anos com maior criação,
inovação e evolução do pensamento saxofonístico e por isso vários compositores
escolheram o coletivo Aurelia para estreias mundiais de composições originais. Podem
ser tomados como exemplo J. ter Veldhuis, Goldstein, Keuris e Andriessen.
PRISM QUARTET
6
etc. Além dos álbuns mencionados, o quarteto possui diversos projetos colaborativos, nos
quais se destaca a multiplicidade de formações, estilos e culturas musicais, como é o caso
do projeto Antiphony, em colaboração com o ensemble Music from China, onde é
explorada uma relação dinâmica entre a cultura ocidental e oriental, bem como da cultura
antiga e contemporânea; outro projeto, no qual se destaca a diversidade de estilos, é o
Heritage/Evolution: Celebrating the Saxophone, criado no âmbito do 30º aniversário do
quarteto, onde é celebrada a fusão de estilos musicais, desde o jazz à musica clássica
ocidental, indiana, e à música folclórica da América Latina e Romena, através da
colaboração com saxofonistas que desafiem essas convenções, sendo alguns deles
Rudresh Mahanthappa, Dave Liebman, Chris Potter, Ravi Coltrane, Joe Lovano, entre
outros. Por fim, um último destaque ao projeto Color Theory, inspirado na ciência e artes
visuais: nasce da origem da descoberta da cor, por Isaac Newton, que ao fundir um raio
de luz a um prisma, dividiu o mesmo em cores do arco-íris. Em colaboração com o grupo
So Percussion, este projeto usou a ideia da “cor” para a usar como uma ferramenta de
fragmentação musical, e assim abrir portas para a exploração do espectro sonoro, com a
possibilidade de criar novas formas de orquestração.
2) “Blue Notes and Other Clashes” de Steve Mackey, projeto Color Theory
APOLLO QUARTET
7
música para filmes, e colaborações com poetas, dançarinos, multimédia, e ensembles de
cordas. Uma das colaborações deste quarteto foi feita a partir de um compositor
português, Luís Tinoco, que lhes sugeriu a ideia de gravar um CD que possuísse
unicamente obras recentes de compositores portugueses. Desta ideia nasceu o álbum
Short Cuts, gravado em 2004, que foi estreado em Londres e Lisboa.
HABANERA QUARTET
8
AMSTEL QUARTET
No início do ano 1997, num ensaio da Orquestra Nacional Jovem Holandesa para
“Um Americano em Paris” surgiu a ideia e conceito base dos Amstel Quartet, nesta altura
como trio. Olivier Sliepen integrou o coletivo alguns anos depois, em 2001, completando
o quarteto que hoje conhecemos como Amstel. Todos com base e oriundos da Holanda
tratam-se de um excelente exemplo da escola saxofonista holandesa. O objetivo do
quarteto é transparecer o maior domínio e versatilidade do saxofone ultrapassando todas
as limitações técnicas impostas pelo instrumento, onde, não se ouve um limite sonoro,
criando uma sensação de liberdade. Não só através do saxofone mas também do repertório
por eles escolhido abrangendo um vasto leque de géneros musicais (música antiga, jazz,
pop e erudita). Foram dos quartetos, devido à sua versatilidade, que mais influenciaram
compositores a ter uma visão mais rica do instrumento acabando com a ideia da
impossibilidade de ser tocável.
Este mindset dos Amstel foi a principal causa de tanto sucesso mundial numa
época saxofonista muito concorrida onde o grande forte era e continua a ser: a música de
câmara. Auto-proclamados de “o quarteto mais colorido do mundo” pela imprensa
nacional Amstel tem na sua posse vários prémios internacionais como Concert Artists
Guild Management Award, Kersjes e o Gaudeamus International Interpreters Award.
Estabelecido por Remco Jak, Olivier Sliepen, Bas Apswoude e Ties Mellema desde 2001,
Harry Cherrin veio substituir Ties na parte de barítono em 2017. Contam já com 11 CDs
publicados com um repertório extremamente rico que os levou a viajar pelo mundo a
tocar em grandes salas de concerto como Amsterdam Concertgebouw, The Philharmonie
e Carnegie Hall.
9
MORPHING QUARTET
Após uma década sem se ouvir falar de quartetos de saxofone no mundo musical,
quatro estudantes começaram a desenhar o que em 2010 se tornou num projeto dinâmico,
articulado e inspirador: Morphing Quartet. O nome surgiu do conceito base de
metamorfosear duas (ou mais) cores sonoras numa só (onde se inclui o jazz, pop, rock,
erudito, etc); a fusão de estilos e sonoridades é um dos ideais sempre presente no grupo
(como uma criança que brincar com tintas num projeto escolar). Todos oriundos de
frança, juntaram-se para tocar música de câmara com alto dinamismo que lhes concedeu
um enorme respeito saxofonístico. Baseiam-se no mindset dos Amstel Quartet, com toda
a seriedade na abordagem do instrumento bem como ultrapassar os limites por ele
impostos.
Seis meses após o inicio deste projeto ganharam o 1º Prémio do prestigiado Osaka
International Chamber Music Competition, na sua 7ª edição respetivamente. Foram o
segundo quarteto de saxofones a vingar na história deste prémio. A sua performance
incluiu obras do repertório saxofonístico bem como adaptações de quarteto de cordas,
como foi um exemplo o Capriccio op. 81 de Félix Mendelssohn. Após o tremendo
sucesso deste quarteto começaram a viajar pelo mundo com performances, masterclass e
estágios onde se incluem Pocket Concerts, Festival Pablo Casals, Music of a century,
The Musicales of Wesserling, The Great Hours of St. Emilion, The Poetic and Musical
Eure, The Mélusicales e Val d’Aulna. Rússia, Brasil, República Checa e Andorra são os
grandes momentos no contexto de ensino do saxofone integrantes no espólio curricular
do quarteto. Obtiveram o diploma de Mestrado em Música de Câmara no CNSMDP com
David Walter que ainda mais oportunidades lhes ofereceu.
Estabelecidos desde 2010, contam já com 3 CD’s gravados, incluindo parcerias
com outros instrumentistas bem como editoras.
10
Discografia Individual
(por ordem cronológica)
AURELIA PRISM APOLLO HABANERA AMSTEL MORPHING
Saxophone
The Prism First & D’aujourd’hui Andy Emler -
Two to Tango Straight Lines
Quartet Foremost Hopen Air
(1994) et de demain (2002)
(1990) (1994) (2016)
(1997)
Habanera -
Real Standard Ravel,
Blow! WorksForUs Quartour de Baltica
Time Mendelssohn
(1997) (2001) Saxophones (2002)
(2000) (2017)
(1998)
Talbot:The
Les
Sonatas / Dying Swan, Clarinet
Pitch Black révélations Amstel Tracks
Salve Regina music for 1 - 7 Fantasie
(2008) classiques (2004)
(1998) players (2018)
(2000)
(2002)
Concertos for
Saxophone
Quartet
Mysterious
Irony (William Short Cuts Amstel Peijl
Morning X
(2002) Bolcom & (2004) (2007)
(2000)
Steven
Mackey)
(2009)
Grieg, Live @ De
Thompson:
Tangón Nixon in China Glazunov, Toonzaal
Three Quartets X
(2007) (2009) Dvorak (2011)
(2006)
(2003)
Bach: Fugue Breath Amstel Tracks
Perspectives Propaganda
in C of Dog Beneath Now!
(2014) (2011) X
(2007) (2010) (2012)
Apollo and
Artvark - Two
Piazzolla: Everything Saxophone Songs of
L’Engrenage
Tango Nuevo Must Go Quartets Clatiry X
(2015)
(2007) (2010) Collide and (2012)
Merge
(2019)
French
Antiphony Sax avec Elan!
Saxophones X X X
(2010) (2014)
(2009)
The Aurelia
Saxophone
Ruud van
Quartet plays The Calls of
Eeten: Inner
Debussy, Gravity X X X
Music
Ravel & (2011)
(2014)
Roussel
(2014)
French Music
for Saxophone
Quartet,
Schmitt,
Dedication Amstel Raga
Françaix, X X X
(2011) (2014)
Pierné, Bozza,
Desenclos,
Rivier
(2014)
11
La Volta /
Shalygin:
Stadium / People’s
Todos Los
Solenne / Emergency
X X Fuegos El X
Liederen / Center
Fuego
Metrum (2014)
(2019)
(2014)
Heritage /
Evolution,
X X X X X
Volume 1
(2015)
The Curtis
X Project X X X X
(2016)
Gavin Bryars –
The Fifth
X X X X X
Century
(2016)
Color Theory
X X X X X
(2017)
Wayne
Peterson:
X Transformation X X X X
s
(2017)
Paradigm Lost
X X X X X
(2017)
The Book of
X Days X X X X
(2019)
Ba Yin (The
X Eight Sounds) X X X X
(2019)
Tooka – Ood
X Zasch X X X X
(2019)
VIREO: The
Spiritual
Biography of
X X X X X
Witch’s
Accuser
(2019)
Animal,
Vegetable,
X X X X X
Mineral
(2019)
12
PARTE 2
AURELIA QUARTET
1) J. Singelée - Premiére Quatuor
2) Astor Piazzolla – Fuga y Misterio
3) Glazunov – Saxophone Quartet, op. 109
PRISM QUARTET
1) Álbum “The Art of Transcription”
2) “Blue Notes and Other Clashes” de Steve Mackey, projeto Color Theory
3) “X Marks the Square”, projeto Heritage/Evolution
APOLLO QUARTET
1) Michael Torke - July
2) Carlos Azevedo – Sun Flower
3) Michael Nyman – Songs for Tony
HABANERA QUARTET
1) Thierry Escaich - Tango Virtuoso
2) G. Ligeti – Six Bagatelles
3) Edvard Grieg – Holberg Suite, op. 40
13
AMSTEL QUARTET
MORPHING QUARTET
14
Bibliografia
Airport Quality Service. (2018). Apollo Saxophone Quartet. Acedido a [data]. Retirado
de https://www.apollosaxophonequartet.com/
Olsman, Tom. (2015). Willem van Merwijk. Guillermo Lago. Aurelia Saxophone
Quartet. Acedido a [data]. Retirado de https://willemvanmerwijk.com/aurelia-
saxophone-quartet
15
Quartet, A. (2012). Amstel Tracks Now! The Netherlands: Challenge Records.
https://doi.org/0608917253429
Quartet, A. S. (2001). Works for US. United Kingdom: Apollo Saxophone Quartet.
Retrieved from
https://play.google.com/music/preview/Bh2sivcp4mzglovsicbtpxr5o3q?play=1
Quartet, A. S. (2004). Short Cuts. United Kingdom: Quartz Music. Retrieved from
https://open.spotify.com/album/78vKo24F6NDF3o60u9bdhj?autoplay=true&v=L
Quartet, A. S., & Nyman, M. (1995). Nyman: Songs for Tony. United Kingdom: Decca
Music Group Limited.
Quartet, P. (2017). Color Theory. United States of America: XAS. Retrieved from
https://www.prismquartet.com/recording/color-theory/
Quartour, H. (2004). Music of Grieg Glazunov & Dvorak. France: Alpha Productions.
http://www.arkivmusic.com/classical/album.jsp?album_id=89870
16
Quartour, H. (2004). Mysterious Morning. France: Alpha Productions.
http://www.arkivmusic.com/classical/Namedrill?name_id=11886&name_role=3&r
ewr=1
Schweitzer, Vivien. (2010, Janeiro 29). Helping the Sax Find a Classical Home, The New
York Times. Acedido a [data]. Retirado de
https://www.nytimes.com/2010/01/31/arts/music/31prism.html
17
Conclusão
Após finalizar este trabalho e, refletindo e olhando para trás, fica a satisfação de
dever cumprido. Na nossa concepção, os receios que sentíamos foram ultrapassados e
esperamos obviamente que os tenhamos conseguido demonstrar.
Além disto, este trabalho não só retrata peculiar e originalmente bem o discurso
a que se refere, os quartetos de saxofone bem como nos ajudou a crescer enquanto
músicos e saxofonistas. Adquirimos também novos conhecimentos de repertório bem
como de instrumentistas.
Acrescentamos ainda que, após finalizar-mos este trabalho, confirmamos que este
tema merece a atenção não só da nossa parte mas também da parte de todos,
especialmente dos saxofonistas em geral. Achamos realmente benéfico, de forma a
sermos humanos de pensamento livre e alargado, a posse de conhecimento acerca destes
coletivos.
18