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Prélogo foto de Chema Madoz (1990) encostaa escada no espelho, refletindo-a parcialmente como que para dentro do espelho. Desa maneira, 0 fot grafo convida o observador a subira escada para entio descer do outro lado do espelho. Trata-se de uma metifora visual, € claro mas muito sugestiva. Aproprio-me da sugestao e a passo para o lei tor. © espelho que nos interessa a ambos, suponho, é 0 da ficgao. Como sabemos ha muito, 0 espelho da ficgio nao nos de- volve a realidade reflerida tal e qual: antes a inverte e depois nos leva para outro lugar. Este outro lugar se situa além da realidade de que partimos e além do espelho — além da ficgio. Ora, “além da ficeao” é uma tradusio “ao pé da lecra”, digamos assim, da pa- lavra “merafiegio”, porque © prefixo grego “meta” também pode significar “além de”. © que €a metafiegiio? Trata-se de um fendmeno estético au- torteferente através do qual a ficeao duplica-se por dentro, falan. do de si mesma ou contendo a si mesma. Esse fendmeno aparece em especial naquelas obras artisticas que nos acostumamos a considerar as melhores — como um romance de Machado de As Alfred Hitchcock sis, um quadro de René Magritte, um filme d 30 cx venreoo ‘ou uma foto de Chema Madoz. A metaficgao € a irma mais nova dametalinguagem, mas ambas sto netas da metafisica. Vejamos esses termos. A palavra “metafisica” tem origem curiosa. No século I antes da Era Comum, Andrénico de Rodes editou as obras de Atisté- teles e agrupou os tratados por tema: a fisica, a politica, a érica, ‘© conhecimento. Certo niimero de textos nao cabia nesses temas porque se referia a ciéncia do ser como ser, ou seja, a0 estudo dos rincipios e das causas originais de “tudo 0 que €”. Arist6reles po- deria ter chamado esse estudo de “filosofia primeira’, Andrénico colocow esses textos depois daqueles referentes a fisica: logo, tor- ‘nou-se costume chamé-los pela expressdo que no se encontra em Ariscoteles, “Meta ta physika”. A expresso tanto pode significar “ollivro que vem depois (do livro) da Fisica” quanto “o livro que vai além da fisica” —“meta”, em grego, admite os dois sentidos Com o tempo, impds-se o costume de chamar de “metafisi- 0” cuddo o que vai além do fisico, ou seja, tudo o que transcende a.experiéncia sensivel. Talvez por conta de uma leitura apressada de Immanuel Kane, que criticou a metafisica nos seus tratados, a expresso pode adquirir sentido pejorativo: chamar alguém de “metafisico” implica acusé-Lo de nao provar o que diz. No entan- to, essa seria uma obrigagao apenas da ciéncia. A metafisica faz perguncas onde nao ha respostas ¢ investiga onde nio ha cami- hos: “Praticar a metafisica é pensar mais longe do que se sabe ¢ se pode saber. Logo, é pensar o mais longe que se pode, ese deve” (Comte-Sponville, 2001, p. 386). Quem permanece nos limites estreitos da experiéncia nio pode fazer perguntas onde nao ha como obter respostas: os cam- pos da vida e da morte, do ser e do nada, da identidade de Deus ¢ GUSTAVO BERNARDO do homem. Entretanto, so essas as perguntas que mais nos fa- zzemos no dia a dia. Por isso, enquanto para Schopenhauer “e ho- mem 6 um animal metafisico”, para Leibniz a maior de todas as questies 6: “Por que hi alguma coisa em vez de nada?” © fato de nao sabermos responder a uma pergunta como essa no nos im- pede de formulé-la nem nos dispensa de fazé-lo (Comte-Sponville, 2001, p. 387). ‘A linguagem também é um problema metafisico de mui- tas facetas, a maioria delas irresolvivel e indecidivel. Falo para entender ou comunicar, mas quando 0 fago provoco sucessivos malentendidos. Toda linguagem € simultancamente pletética ¢ insuficiente: falo sempre mais do que queria e menos do que devia. Uso a palavra para ter acesso a coisa, mas a palavra me afasta da coisa em si. Como a linguagem nao me basta por mais que me esforce, preciso ir além dela explicé-la: chegamos 3 me- talinguagem da gramatica, da lingufstica, da légica, da propria filosofia. No entanto, toda metalinguagem nao deixa de ser uma linguagem, ainda que sobre outras linguagens; logo, ela padece dos mesmos males da linguagem que comenta ou explica, tor- nando-se to pletorica e insuficiente quanto. E quando se trata de linguagens que se assumem desde principio equivocas eambiguas, como as do humor eda fiegdo? Uma boa piada costuma ser metalinguistica, jogando com a forma e com o sentido das palavras. Bara demonstré-lo, Sitio Possenti (1998, p. 132) nos conta duas, Na primeira, o Barto de Ieataré assiste a uma aula de medicina. O professor Ihe pergunta: ‘quantos testiculos nés temos? O aluno atento responde: quatto, professor. Espantado, 0 mestre retruca: quatro, como? Calmo, © aluno explica: bom, pelo menos dois eu garanco. ‘A metalinguagem da piada reside no uso diferente do pro- nome “nés”. O professor o usou referindo-se aos homens em ge- ral, enquanto 0 aluno 0 usou referindo-se apenas ao professor ea ele mesmo. O chiste s6 tem graca se o interlocutor percebe os dois, Lusos, portanto, se percebe a metalinguagem. Como na segunda piada, da época da ditadura no Brasil: 0 marechal Costa e Silva era candidato tinico a Presidéncia, quan- do um jornalista Ihe perguntou: se houver adversario, o senhor disputa? Responde o marechal, com a educacao que Ihe era pecu- liar: digo (Possenti: 1998, p. 74) Nesse caso, 0 personagem entrevistado nao entendeu “di puta” como conjugacéo do verbo “disputar” e sim como duas pa-, lavras distintas, um verbo © um objeto: “diz” e “puta”. Por isso respondeu que dizia, isto é, que chamava o suposto adversario de “filho daquela moca”. E, como uma piada puxa outra, recordo-me de mais uma, contada por uma aluna em sala de aula. Entrevistando 0 dono dda mercearia para uma revista feminina, a jornalista pergunta: "1 Manuel, sta esposa faz sexo com o senhor por amor ou por interesse?”, Educadamente, 0 portugués responde: “Deve ser por amor, se ela nao demonstra 0 menor interesse”, De novo piada expoea ambiguidade da palavra “intéresse”; na pergunta, significa “interesse financeiro”, mas coitado do seu Manuel entendeu “interesse sexual”, fechando 0 equivoco. No caso da ficedo em sentido estrito, toda metalinguagem a seu respeito, como a teoria da literatura, escorrega nas cascas de banana que ela mesma derxa pelo caminho, Se toda linguagem € enigmatica mesmo que nao se queira assim, toda metalingua- gem duplica o enigma ao tentar resolvé-lo. Quando a linguagem GUSTAVO BERNARDO se quer propositalmente enigmatica, como a da fic¢io, 0 enigma se dobra e se redobra sobre si mesmo. Um dos mecanismos privilegiados de formulagio ficcional ode enigmas reside no fendmeno estético da metaficgao, que por definigao se dobra e se redobra de fora para dentro. f justamente a metaficso, ou seja, o além da ficgdo, que desejo investigar explorar, Quero “entrar” na ficgao para ir além dela: na diregao simultanea do seu principio e do seu fim. Uin dos lemas do gravurisca holandés Maurits Cornelius Escher era: “Ik wandel steeds in raadselen” — “Bu vago sempre entre enig mas”, Escher de fato criou muitos enigmas visuais, todos se dobran- do para dentro; comento-os mais adiante. Enquanto isso, comego a vagar pelos enigmas relacionados 4 metaficgao — aes momentos.em queaficgio duplica-se por dentro, falando de si mesma ou contendo asi mesma. Por que a ficeao precisa falar tanto da propria ficgdo? ‘Vejo esse enigma como uma variante do enigma da identidade humana, Posso. responder a primeira de todas as perguntas = quem sou eu? Nao, embora nao consiga parar de eenté-lo, Se nao consigo responder a pergunta t2o simples, como responderei as, demais perguntas fundamentais: de onde vim, para onde vou, 0 ‘queestou fazendo aqui? Ainda: quem é 0 outro, como € a realida- de, o que € verdade? B ainda: por que preciso fazer perguntas? Essas questOes mais ou menos “irrespondiveis” ¢ “indecidi- vveis” esto contidas no autorretrato do desenhista argentino Jo- anaes aquin Salvador Lavado, mais conhecido como Quino, ou como 0 autor da Mafalda, Na imagem, Quino caprichosamente encarcera asimesmo no quadrado que desenha como lipis, de modo a ficar preso numa espécie de cela muito apertada. © quadrado pode ser vvisto como um tinico quadrinho de uma hist6ria em quadrinhos, ou como a moldura de um quadro que penduramos na parede O desenho éc6mico, decerto, mas, como todo comico, fala de nossas tragédias cotidianas e da estreita margem de esperanga que podemos acalentar, porque somos nés mesmos que a marcamos & nossa volta, ssa margem estreita também se encontra representada no desenho: o proprio desenhista a desenhou, mas ele ainda nao fe- ‘chow o quadio em corno de si mesmo. Na foro ao lado, por sua vez, uma moca tenta surpreender seu olhar no espelho, viran- do-se de lado e levantando 0 rosto, coquete, para convencer ou seduzir..a si mesma? A foto, com 0 ndo-titulo de “Untitle # 2°, & de Cindy Sherman. A modelo €a propria Cindy Sherman, A foto faz parte de uma longa série de autorretratos da fordgeafa, representando pre- cisamente a dificuldade de se autorretratar, portanto de responder, mesmo visualmente, a pergunta “quem sou eu?” Sherman se esmera em mostrar essa dificuldade, revelando a tenslo entre o ato de se vere se saber ~ “Eu vejo a mim mesmo vendo a mim mesmo” — e ‘© estranhamento psicolbgico consequente — “Eu no sou 0 que eu jmaginavases”. Sherman capcuta assim a lacuna entie 9 Corpo ise ginado € 0 corpo real. Ora, essa lacuna s6 pode ser enunciada por ‘uma metafora. SUSTAVO BERNARDO Nos livros didéticos, a metéfora coscuma ser considerada apenas um recurso retrico da ficgao, quando se concentra a comparagao entre dois termos em apenas um deles. No entanto, coda lingua- gem pode ser percebida como metaférica, se as palavras no sio as coisas que designam. Para Wayne Booth, no apenas toda lin- guagem é metafSrica, como toda a nossa vida no passa de uma metaifora (in Sacks, 1978, p. 55). Para os linguistas, a metéfora estd infiltrada de tal modo na vida cotidiana que acabamos por pensare agira partir de metéforas basicas (Lakoff e Johnson, 1980, p. 45) ‘A mecéfora surge sempre no lugar de outra coisa, precisa: mente daquilo que nao se sabe. Se aceito o carter metaforico de qualquer linguagem, preciso admitir que todo discurso ¢ fiecio- nal. Nao digo, entrecanto, que “tudo & ficgao” nem que tudo seja relativo, Assim como é necesséria uma referéncia absoluta para se estabelecer uma relagio, 0 real continua necessério para que a fiogdo se construa a partir dele ou contra ele, Que o real exista nao é minha questo; logo, nao posso dizer que tudo seja ficcao, ‘Meu argumento é: temos acesso ao real apenas através da media- 80 dos discursos; todo discurso elabora ficgdes aproximativas a realidade, portanto, todo discurso funda-se pela ficgdo; logo, todo discurso é ficcional, On, nos termos de Alain Badiou (2005, p-89): “Nada pode atestar que o real é real, nada senao o sistema de ficgo no qual ele vira desempenhar o papel de teal”. A Gicsio 6 instincia absoliramente necesséria no apenas a0 conhecimento, mas Avida:“A arte éa vida organizada, distribuida em capitulos e episédios. Dependemos de uma sintese, para que (LIVRO DA METAF ic¢AO 195 milhoes de gestos, vores, palavras, sons, tiques, hdbitos e chei- 105 nio caiam no vazio. Onde estariam as milhdes de frases ditas nas manhiis, nas tardes e noites, se no houvesse uma coeréncia invisivel interligando-as, cruzando os fios em longa tapecaria e formando um sentido para a memoria?” (Carpinejar, 2007), Por isso, percebern-se diversas regides de sombra e de interse- so entre os significados que postulamos para as coisas e para os fenémenos. Essas regides nao sio iméveis, a0 contritio, elas se mo- ‘yer constantemente, razio pela qual nfo se consegue agarri-las nem demarcé-las com facilidade. A metfora, poténcia ambigua da linguagem, tanto ilumina um objeto quanto dele deriva sombras. Reconhecendo as sombras na linguagem, Nietzsche pergun ta: “Was ist also Wahrheit?” —“O que é a verdade?”. Ele mesmo responde que a verdade ¢ “uma multiplicidade incessante de me- téforas, de metonimi: soma de relagdes humanas que foram poética e retoricamente , de antropomorfismos, em sintese, uma elevadas, transpostas, ornamentadas, e que, apés um longo uso, parecem a um povo firmes, regulares e constrangedoras”, As ver- dades sao, ele continua, “ilusdes euja origem esta esquecida, me- téforas que foram usadas e que perderam a sua forsa sensivel” (Nietzsche, 1873, p. 69). Em consequéncia, aquilo que chamamos de “verdade” & jé uma espécie de catacrese, isto, de metafora que nao se reconhe- ‘ce mais como tal. O problema nfo reside em tomarmos metéfo- ras por verdades — nao hé como pensar ou falar de outta forma —,mas sim em esquecer que o fazemos. Reconhecer fiego na ver- dade nao a torna menos verdade, a0 contrério — torna-a a nossa verdade, aquela que foi feica por nés. Reconhecer fics na verda- de, portanto, € um movimento responsavel e responsabilizadot. GUSTAVO BERNARDO Bem antes de Nietzsche, Francisco Sanchez, chega a conclu- sdes semelhantes ao publicar o seu brevidrio da incerteza, Quod Nibil Scitur — em porcugués, Que nada se sabe. As primeiras linhas do prologo alertam que 0 autor nao se exime daquilo que ques- tiona: “f natural ao homem querer saber; a poucos foi concedi- do saber querer; a menos, saber, Nao me coube sorte distinca da. ia” (Sénchez, 1581, p. 49 — “Es innato al hombre querer mai saber; a pocos les fue concedico saber querer; a menos, saber. Ya ‘mi no me cupo suerte distinta a la de los demas”), Embora todos 6s seres humanos queiram saber, a poucos teria sido concedido 0 “saber querer”, isto é, 0 saber como saber. Desses poucos, menos ainda puderam efetivamente saber. © filésofo nao se considera diferente nem iluminado: ele também nao sabe e o reconhece. Quanto mais pensa, reconhece Sanchez, “mais duvido, pois nada consigo abarcar com perfeigio, Desespero, mas persisto” (Sanchez, 1581, p. 49 — "Mas dudo, pues nada puedo abarcar per- fectamente, Desespero, pero persisto”). © pensamento consiste ‘no seu movimento, portanto, na ciivida permanente. Ble precisa saber, mas sabe que nao pode saber. Como resolver esta contradi- ¢20? Continuando a querer saber, ou seja, insistindo em formu- lar suas diividas. Sanchez. poe em questao a eélebre afirmativa de Sécrates, “36 sei que nada sei”, asseverando que: “Sequer sei isto: que nao sei nada, Suspeito, nao obstante, que nem eu nem os outros. ‘Seja meu estandarte esta proposicdo, que aparece como se segue: nada se sabe” (Sanchez, 1581, p»55 — “Ni siquiera sé esto: que no sé nada. Sospecho, sin embargo, que ni yo ni los otros, Sea mi estandarte esta proposicién, que aparece como la que debe seguitse: nada se sabe”). $B po a wernccto Quando Sécrates diz saber que nada sabe, faz uma afirma- Ao irénica que revela 0 cardter autocontraditério do conheci- mento ¢ da linguagem. © filésofo espanhol explicita este earater € poe sob suspeita 0 sujeito do saber: como ele pode saber que ele mesmo é um “ele” e ndo um... nada? Nao posso saber sequer que nada sei, assim como todos, porque nao posso saber sequer ‘quem sou ese sou. Dessa maneira a sua proposi¢ao traz.o sujeico indeterminado: que nada se sabe. (O sujeito é antes uma fungao sintatica do que uma coisa em si, O sujeito € antes um nome: “O conhecimento perfeito exige tum conhecedor perfeito ¢ uma coisa devidamente disposta para scr conhecida, duas condigées que nunca vi atendidas” (Sanchez, 1581, p. 165 — “El conocimiento perfecto exige un cognoscente perfecto y una cosa debidamente dispuesta para ser conocida, exigencias ambas que no he visto jamés’). (Os melhores cientistas sempre buscaram a ciéncia e o saber, mas ao mesmo tempo sempre souberam que nunca poderiam atingir a onisciéncia. Ora, se nao se sabe tudo, nunca se sabe se se sabe algo. Se nao se petcorreu todo caminho, nao se pode saber quanto falta para se chegar la. Em consequéncia, toda cién- cia no é mais do que um conjunto de aproximagées a realidade, aproximagies das quais nao se pode decerminar o valor preciso. Cada aproximagio é uma suposicao; cada suposi¢io, uma ficgao necessatia, Por isso Francisco Sancher (1581, p. 82) afirmava cla- ramente: “Toda ciéncia é ficeao” — “Toda ciencia es ficci6n”. Toda a ciéncia é um “como se”, confirma Hans Vaihinger em aua Philosophie des Als Ob Filosofia do “como se”, Ele propSe ‘chamar todas as ficcdes das ciéncias pela designacao simples de “ficgdes”, atribuindo o nome de “figmentos” as demais, como as BUSTAVO BERNARDO icgSes mitolégicas ou estéticas. Por essa nomenclatura, Pégaso é tum figmento, enquanto o atomo € uma ficeao (Vaihinger, 1911, p. 83 — “Ich schlage vor, ktinftighin alle wissenschaftlichen Fi- ktionen — Fiktionen zu nennen, dagegen alle anderen, so die mythologischen, asthetischen usw. Figmente, Also z. B. Pegasus ist ein Figment, Atom ist eine Fiktion”) Para o fildsofo, a ciéncia ja se configura como ficsio cienti- fica, ¢ isso nao a diminui. Nao podemos saber, mas precisamos pensar c agir como se soubéssemos. Entretanto, ¢ dificil nao reifi- caras ficgdes necessirias da ciéncia, tomando-as por verdades de- finicivas e nao por hipéteses provisérias. Para evitar a coisificagio do cou mana de conhe 119, Vaihinger (1911, p. 12) emserga ma busca ur yento um processo essencialmente dramético: Asflccoes sdoformacoes psiquicas.A Die Nkive Taigkst dor Sodle ist one mente constr6iesses meios auxiiares Augctung der asychscen Gunde, be ‘gracas & criatividade da alma; mo- iksonen sind prchiscne Geb. Aus seh vida pela necessidade e estimulada selbst spint die Piyche dose Hirt pelo mundo exterior, ela descobre —hevaus denn dle Seele st exinderich seu proprio tesouro, O organisma se don Schatz an ‘Hite, en the percebe parte de um mundo reple- selist Hest, wndecht sie, gzrwungen won to-de sensagbes contradltérias © ex- der Nox, gern von dor Auer Dee posto aos ataques hostis do mundo organsmnasisthinvingstlin cine Wel vo ‘exterior desse modo ele se obriga, _wilesprechenderfmpindungen, er st den ‘a procu- Angifen else hm fecichen Aupensele area rar todos 0s auxilios possiveis, tanto _blofigstl, und um sch 2u eae, wind Spria preservasy lextema quanto interamente. E pela gezwungen sowotY von aun a nen necessidade e pela dor queo espiito ale mogichen Hilsmitel zu suchen. Ander ascende © evolu é por contradigdoe Not und om Schmere entrandet sich de 20 po on vewrerio por oposicao que a consciéncia des- _gestigeEntwcdung, am Widerspruch und perta, © homem deve a formacéo de GegenstzerwachtdasBewufsen under seuespritoantesaseusinimigos que Merch schuldet seine gcse Efung aseusamigos. met seinen Feden af seen Freunden, Confrontado com as ameagas de fora (do mundo) e de dentro (desi mesmo),0 ser humano reage fabulando: atribui sentido ao que se Ihe apresenta sem sentido, Essa reacao fabuladora é queconstréia

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