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História do Sistema Operacional

No início, na época dos grandes mainframes, você precisava carregar o


computador com toda a programação que iria utilizar. O primeiro sistema
operacional realmente funcional foi o GM-NAA I/O, da General Motors,
criado para funcionar no IBM 704. A ideia era automatizar diversas
atividades sem ter que reenviar constantemente códigos bases para fazer
uma determinada função, além de gerenciar melhor os recursos do
equipamento. Com o tempo, diversas empresas desenvolveram sistemas
operacionais para seus mainframes, algumas se especializaram na criação
de sistemas para terceiros. O problema é que cada um apresentava
características próprias e não possuíam nenhum tipo de comunicação entre
si, criando a necessidade, aos poucos, de um padronização.

Em 1960, a IBM criou um sistema operacional chamado OS/360, para uma


máquina chamada System/360. Várias versões do OS/360 foram
desenvolvidos, conforme versões de sua máquina, algumas mais
avançadas e outras menos eram lançadas. Algumas versões posteriores
desse Sistema Operacional até receberam outros nomes e arquiteturas de
terceiros. O fato é que a IBM não foi a única a lançar Sistemas
Operacionais, outras instituições, principalmente universidades (ou em
acordos com essas), começaram a fazer novos sistemas, como o SCOPE,
MACE, NOS, dentre outros.

Sem dúvida, o mais famoso dos Sistemas Operacionais para mainframes,


na época, foi EXEC, para o UNIVAC (UNIVersal Automatic Computer). Um
computador que fez muito sucesso entre os anos 50 e 60, principalmente
por serem considerados pequenos e mais baratos (chegando até a versões
que tinham o tamanho de apenas algumas geladeiras). Dessa forma, esses
computadores acabaram por ser mais acessíveis a universidades e
pequenas empresas.

Todavia, a história do Sistema Operacional que utilizamos hoje, em


microcomputadores, está ligada totalmente a história da computação
pessoal, em especial, ao que foi considerado o primeiro PC: o Altair 8800.

Criado com uma das primeiras linhas de microprocessadores da Intel,


o Altair 8800, era um microcomputador onde você precisava programar
subindo e descendo chaves. Na prática, ele era um kit, e não realmente um
computador, destinado a hobbystas. Porém, essa máquina era praticamente
inútil, até que Bill Gates e Paul Allen resolveram pegar uma dessas
máquinas e portar o BASIC (linguagem de programação) para essa
máquina, criando o que seria conhecido como Microsoft-BASIC.

Os primeiros microcomputadores não rodavam realmente sistemas


operacionais, mas algo bem próximo a esses, chamados de Interpretador.
Eles rodavam comandos de programação, compilava e executava. Não
demorou muito até que a ideia de Sistemas Operacionais, já usada
em mainframes, chegassem aos microcomputadores. Afinal, carregar
sempre um programa, sem sistema de arquivos, não era algo fácil, e os
disquetes estavam começando a se tornar uma realidade.

Voltando um pouco no tempo, de volta a metade dos anos 60, houve um


grande esforço de uma parceria entre o MIT, General Eletronics e
da AT&T para a criação de um sistema operacional: o Multics. O problema
é que até o final da década, o sistema não ficou pronto. Por conta de
incertezas na busca pelo resultado e nos diferentes desejos de
implementação de seus criadores, o Multics acabou sendo descontinuado.
Porém, em 1969, Ken Thompson, um dos responsáveis pelo projeto, utilizou
o seu conhecimento para uma versão menos ambiciosa, denominada então
de Unics e, posteriormente, rebatizado como Unix.
Em 1973, o Unix foi reescrito em C (antes fora escrito em Assembly), pelo
próprio Ken Thompson e por Dennis Ritchie (criador da linguagem C). Mais
tarde, o Unix começou a ser usado como base para outros sistemas
operacionais, principalmente seu o núcleo (kernel), criando assim uma série
de derivados. Em especial, podemos destacar o Berkeley Software
Distribution, ou BSD. Dessa série de derivados começou-se a criar a família
de Sitemas Operacionais Unix ou ix, dos quais veio
o POSIX, MINIX, FreeBSD, Solaris, dentre outros, mas ainda não foi agora
que o Linux apareceu.

Voltando aos microcomputadores, logo após o Altair, diversos equipamentos


começaram a surgir, com destaque ao Apple II. O Apple II possuía um
interpretador BASIC, mas não apenas isso, foi criada, pela Apple o Apple
DOS. O nome DOS veio do termo Disk Operating System (guardem bem
esse nome), que teve outros derivados, da própria Apple, com o tempo. O
fato é que o mercado da Maçã crescia mais e mais na área de
computadores pessoais, e a IBM, grande detentora da venda
de mainframes, resolveu criar um novo computador. Com uma oferta até
então inédita para a companhia, eles criaram o PC-IBM, usando peças de
terceiros para compor o computador. Porém, eles precisavam de um
Sistema Operacional, e é aí que a história muda.

A IBM precisava de um sistema operacional para poder vender seu novo


computador, porém não tinha tempo para fazer. Afinal, a Apple já estava em
alta, e o mercado estava complicado. Dessa forma, a IBM precisava
comprar um sistema operacional pronto, foi quando William Gates II fez uma
recomendação para os advogados, e outros responsáveis pela IBM, sobre a
empresa de seu filho, a Microsoft, já conhecida por portar o BASIC para o
Altair e desenvolver alguns programas para Apple II.
Porém, a Microsoft não possuía sistema operacional, então Bill Gates
(William Gates III), sócio fundador da Microsoft, ligou para a maior empresa
de Sistemas Operacionais da época, a Digital Researchs, de Gary Kildall,
desenvolvedora do CP/M. Infelizmente, a companhia não deu a atenção
devida aos representantes da IBM, não finalizando nenhum acordo com
a Big Blue (apelido da IBM). Então, a IBM voltou à Microsoft. Desta vez, Bill
Gates não perdeu a oportunidade. Steve Ballmer, um dos três fundadores
da Microsoft, soube de uma empresa que criou um sistema operacional
simples, mas muito funcional. A Seattle Computers havia criado um sistema
chamado QDOS, ou Quick and Dirty Operating System (Rápido e Sujo
Sistema Operacional), baseado na tecnologia x86, dos processadores
da Intel. Estima-se que esse sistema operacional tenha sido comprado por
40 mil dólares, porém isso é incerto, esse sistema foi adaptado e
apresentado a IBM pela alcunha de MS-DOS (Microsoft Disk Operating
System).

Fechando o acordo com a IBM, a única exigência da Microsoft era que os


direitos de revenda do DOS pudesse ser dela. A IBM não se preocupou com
isso, afinal, na época, cada Sistema Operacional era único para um
computador, por questão de arquitetura. Algo que fez a IBM se arrepender,
em 1982, por causa de uma empresa chamada Compaq e de uma coisa
chamada engenharia reversa.

A Compaq contratou vários engenheiros (que afirmaram nunca ter


trabalhado na IBM) que pegaram o computador da Big Blue e, ao ver como
ele funcionava, perceberam que era uma amálgama de peças de outros
fabricantes. Dessa forma, eles desenvolveram um computador Compaq PC,
conhecido como IBM-PC Compatível. Dessa forma, todos os programas
que pegavam no IBM-PC já funcionariam no novo computador da Compaq,
incluindo o MS-DOS. Essa ideia fez surgir uma série de computadores
compatíveis com IBM-PC, e muito mais baratos, criando um mercado forte e
altamente competitivo, o que resultou na queda das vendas do Apple II.

Em 1979, todo mundo esperava alguma novidade da Apple. A IBM estava


ainda longe de lançar o PC-IBM, e Apple praticamente tinha um monopólio
no mercado de computadores pessoais com seu Apple II. Na época,
a Xerox possuía um ambiente focado em pesquisas chamado
de PARC (Palo Alto Research Center). Em troca de poder comprar ações,
a Xerox abriu suas instalações de pesquisas para a Apple. Steve Jobs, CEO
da Apple na época, e outros executivos e engenheiros, foram até o PARC e
lhes foram apresentados algumas tecnologias interessantes, como
a Ethernet e a Linguagem Orientada a Objetos. Porém, o que realmente
impressionou os visitantes foi uma versão bem arcaica de uma interface
gráfica, com um dispositivo chamado Mouse, que estava ligado a um
computador. Isso foi importante para poder criar o primeiro sistema
operacional funcional com interface gráfica, o Lisa OS, para o Apple Lisa.
Com o avanço da IBM no mercado de computadores pessoais e,
posteriormente de clones, a Apple precisava lançar algo novo no mercado.
O IBM era mais barato e completo do que o Apple II. O Lisa estava ficando
muito caro e a diretoria da Apple resolveu que estava na hora de Jobs
procurar outro projeto. Passeando pelas instalações da Apple, ele encontrou
um projeto destinado a computadores de baixo custo, o Macintosh.
Rapidamente, Jobs afastou Jef Raskin (então criador da ideia) e assumiu o
projeto Macintosh, mudando rapidamente seu conceito, porém querendo
manter a parte de interação humano-máquina.

O Macintosh foi criado para ter um sistema operacional revolucionário, com


interface gráfica, chamado de MacOS (hoje conhecido como MacOS
Classic). Durante a produção do MacOS, diversos desenvolvedores foram
chamados para criar programas para ele. Uma das empresas chamadas foi
a Microsoft, que uso o acesso antecipado ao MacOS para criar não um
sistema operacional ainda, mas uma GUI, Interface Gráfica do Utilizador.

Quando foi criado, o Windows ainda não era um Sistema Operacional, mas
sim uma interface gráfica para o MS-DOS. O Windows só veio se tornar
realmente um sistema operacional, com núcleo próprio, com a vinda
do Windows NT. Quem tem mais idade vai lembrar que quando você ligava
o computador ele iniciava no MS-DOS, sendo necessário digitar win, para
usar o Windows.

No começo, o Macintosh foi um fracasso, que só veio se recuperar anos


mais tarde com o advento do PostScript pela Adobe, mas essa já é uma
outra história.

O fato é que pelo Macintosh ser muito caro, os PC-IBM e


compatíveis começaram a ganhar mais e mais mercado, e, com isso,
a Microsoft começou a ter uma liderança absoluta de mercado.
Em 1991, Linus Torvalds lançou a primeira versão de um núcleo de
sistema operacional chamado de Linux. Diferente do que é divulgado por
muitas pessoas, o Linux não é feito em cima do Unix. O Linux foi escrito
do zero, inspirado pelo Minix (esse sim um sistema Unix). Torvalds dizia
querer criar “um Minix melhor que o Minix”. Porém, este tinha o objetivo de
ser simples, mas ainda sim, ser compatível com a grande maioria dos
aplicativos para Unix.

Porém, a ideia de Linus Torvalds era divulgar e abrir o código para que
diversas pessoas pudessem colaborar. Com ajuda de diversos outros
programadores, a versão 0.02 do núcleo finalmente ficou pronta. Pouco
depois, Linux Torvald colocou seu núcleo sobre a licença GNU (GNU Is Not
Unix – é o que realmente quer dizer), que foi um sistema operacional,
desenvolvido para ser compatível com o Unix, porém sem ter o código fonte
do Unix.
O GNU era um projeto de sistema operacional sem núcleo e o Linux era um
núcleo de sistema operacional sem bibliotecas e funções atreladas. Ao
atribuir a licença GNU ao Linux, foi criado o GNU/Linux, sistema
operacional base para diversas distribuições que surgiriam em seguida.

Em resumo, o Linux não é Unix, é um núcleo de sistema operacional, que,


unido ao GNU, criou o GNU/Linux. Tanto o GNU quanto o Linux foi criado
com o objetivo de ser mais simples que o Unix, porém com a
compatibilidade para a maioria dos aplicativos Unix.

Segundo a licença GNU, qualquer software que a utilize não pode ser
fechado. Isto é, tudo deve ter o seu código aberto, disponível para editar o
código e fazer o que quiser com ele. Porém Software livre não quer dizer
software gratuito. É possível até vender o software, todavia o vendedor deve
enviar o código fonte junto e não apenas o executável compilado.

Com o tempo e divulgação do GNU/Linux, diversas distribuições, baseados


neste, foram sendo lançadas. Essas novas versões adicionavam sistemas
de janelas, compatibilidade com outros sistemas de arquivos, bibliotecas
para determinadas funções, pacotes exclusivos, etc. Essas distribuições
eram criadas por terceiros, algumas por governos, outras por empresas que
queriam algo mais personalizado para dar foco em uma determinada tarefa.
Muitas dessas distribuições também foram criadas por grupos que tinham o
interesse de criar sistemas cada vez melhores e mais completos.

As distribuições linux mais conhecidas hoje são:

 Mandriva
 Ubuntu
 CentOS
 Solus
 Arch Linux
 Fedora
 SUSE

Cada uma com um objetivo e conceito diferente. É muito comum, também,


uma distribuição Linux se basear em outra. Por exemplo, o Ubuntu é
baseado no Debian e o CentOS no Redhat. É importante que o usuário
saiba em qual a distribuição que ele usa se baseou, pois alguns comandos
podem mudar de uma distribuição para outra.

https://velhobit.com.br/editorial/sistemas-operacionais-parte-1-historia.html

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