Em 09 de novembro de 2014 estreou em Feira de Santana o
projeto Jam na Cuca que, desde então, traz shows de música instrumental em formato de Jam Sessions para a Arena do Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA/UEFS), visando o fortalecimento da cena instrumental local e formação de platéia para conhecimento e fruição da música instrumental, notadamente a música brasileira e temas clássicos e contemporâneos do jazz ou da música pop em outras roupagens. Desta forma, o projeto colabora para a ocupação artística de um espaço que, apesar de tradicionalmente abrigar uma escola de música e funcionar como espaço para aulas do curso de Licenciatura em Música da Universidade Estadual de Feira de Santana, era pouco utilizado para apresentações de instrumentistas e como espaço de encontro de músicos entre si e o grande público. Na Jam, as apresentações musicais têm como foco a música instrumental, mas também há espaço para participações cantadas. Uma banda base formada por cinco experientes músicos da cidade de Feira de Santana (piano, guitarra, contrabaixo, bateria, acordeon/sopro) apresenta uma série de canções, inclusive autorais e, num dado momento do show, recebe no palco músicos convidados ou presentes no evento para uma sessão de improvisação (Jam Session propriamente dito). Dentro do projeto já se apresentaram grandes nomes da cena instrumental não só de Feira de Santana, mas também em destaque na Bahia e no Brasil, a exemplo do trompetista Joatan Nascimento, o baterista e idealizador da Jam no MAM (Salvador) Ivan Huol, o guitarrista Mou Brasil, o maestro Letieres Leite, o pianista, cantor e compositor pernambucano Zé Manoel e ainda artistas e grupos locais de outras linguagens como o DJ Lerry, Roça Sound, Africania, também cantores eruditos e populares e até artistas de outras áreas como dança, circo, poesia, culminando num espaço democrático de intercâmbio e experimentação artística inédito na cidade. Paralelo aos shows e apresentações artísticas, a Jam também abriga a realização de uma pequena Feira de Artesanato e Culinária denominada Varal da Jam, aberta a expositores e artistas plásticos e artesãos locais, em de atender ao público e ser um espaço de fruição de arte para além da música. O projeto também já realizou 6 workshops com temas como Criação Musical, Introdução à Improvisação, Ritmo, etc, quando da realização de um semestre de atividades sob o patrocínio do Governo do Estado por aprovação do projeto no Edital Agitação, no ano de 2016. Inicialmente gratuita, atualmente a Jam na Cuca acontece com a cobrança de ingressos a preço popular, uma vez por mês, mantendo um público fiel e cada vez mais crescente, comprovando a força de sua atuação para o cenário cultural local.
Principais atividades já desenvolvidas no âmbito do projeto
ou iniciativa:
Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA), Rua Conselheiro Franco,
Centro - Feira de Santana/Bahia. Desde novembro de 2014 foram realizadas 38 edições do projeto, atingindo um público de cerca de 2.300 pessoas por ano. O número de seguidores do projeto nas redes sociais atinge atualmente 4.347 seguidores (2.696 pessoas no Facebook e 1.651 no Instagram) e a cada evento cresce o interesse e também do público, que ‘abraçou’ carinhosamente o projeto em quase quatro anos de atividade. O local de realização do evento é um espaço ao ar livre com palco e arquibancada com capacidade para aproximadamente 100 adultos ou 150 crianças sentadas e cerca de 500 pessoas circulantes que podem ocupar toda área aberta que é formada por jardins e outros locais de convivência. Como espaço para desenvolvimento e fortalecimento da cena instrumental local, o público foco são músicos, estudantes de música e interessados em música instrumental além de atrair jovens que ainda desconhecem o estilo, visando formar futuras gerações de apreciadores do jazz e da música instrumental na cidade, num trabalho de fomento que tem horário e dia de realização (domingos, às 17h) para que viabilizasse a presença de adolescentes e famílias com crianças. A estratégia se mostrou efetiva e desde 2014, em 38 edições realizadas, foram mais de 9.000 pessoas alcançadas, de todas as idades e classes sociais, com destaque para a grande presença de adolescentes (13 a 17 anos), jovens (18 a 24 anos) e adultos (35 a 44 anos), sendo o projeto um espaço democrático para fruição e ampliação do repertório musical dos espectadores. Proposta de Circulação do Projeto – Ações a serem desenvolvidas com o Prêmio Belgo Beckaert Forma e Transforma de desenvolvimento Local
Com o apoio do Prêmio Cultura e Desenvolvimento Local pretende-
se circular o projeto Jam na Cuca em 3 (três) escolas públicas (da rede estadual e/ou municipal de ensino, a serem selecionadas), realizando em cada escola Roda de Conversa (1h) seguida de apresentação musical (40min) para os alunos do Fundamental II e Ensino Médio (faixa etária 12 a 18 anos). A roda de conversa teria como participantes os 5 (cinco) integrantes da banda base da Jam, todos eles músicos e professores de música com larga experiência e atuação em escolas, grupos, bandas, projetos musicais e de ensino da música na cidade. Intermediando a conversa, será convidado para participar um representante da escola, professor de artes ou musicalização. Após a conversa os alunos apreciarão a execução de temas da música brasileira e mundial e poderão interagir com os músicos presentes. O encontro visa apresentar a esses alunos um repertório forrmado na música instrumental, de modo a lhes proporcionar o contato com esse tipo de música, bem como apresentar-lhes um estilo muitas vezes distante de sua realidade de experiência, ampliando o repertório cultural dos mesmos. Aos alunos leigos o encontro será uma excelente oportunidade de ter contato e apreciar a música instrumental, contribuindo para ampliar seu repertório cultural e, para os que já estudam música e pretendem aprimorar seus conhecimentos, o encontro com músicos profissionais que atuam fortemente na cidade favorecerá o entendimento dessa forma de linguagem musical. Paralelo a isso, busca-se formação e ampliação de platéia para a cena instrumental em Feira de Santana, ao levar ao conhecimento desses alunos a existência de um evento contínuo de apreciação musical com é a Jam na Cuca, além de servir como interligação deste projeto com outras iniciativas locais já existentes nas escolas e que focam na iniciação musical dos alunos da rede pública. Considerando o Regulamento Alunos do ensino fundamental II e médio de três escolas públicas (estadual e/ou municipal), participantes ou não do projeto da prefeitura denominado Música nas Escolas ou outro projeto de musicalização para estudantes. Os potenciais envolvidos no projeto, pois, serão estudantes entre 12 e 18 anos, possivelmente interessados em música, porém com pouco ou nenhum contato com a música instrumental. Por serem de escola pública, provavelmente possuem baixo poder econômico, moram na periferia e tem pouco acesso a equipamentos culturais tradicionais, geralmente localizados no centro da cidade. Além disso, possuem uma realidade de apreciação musical limitada a estilos mais massificados na mídia e que, seriam, portanto, beneficiados com a ampliação desse repertório. A estimativa é atender cerca de 1000 alunos de forma direta e suas famílias de forma indireta, com a realização de rodas de conversa e apresentações musicais com duração total de 1 hora e 40 minutos, no contra-turno das aulas da grade curricular ou ocupando duas horas-aula, a negociar com a direção escolar, sendo os eventos abertos a toda comunidade das escolas selecionadas para a realização do projeto. Desde a sua criação o Projeto Jam na Cuca demonstrou sua força ao captar o momento efervescente da música instrumental local, mas ampliando o seu alcance, que até então estava restrito a projetos menores, em bares noturnos, com público restrito a adultos apreciadores do jazz. Ao se inspirar no projeto já consolidado em Salvador, a Jam no Mam, trazendo a música instrumental para um teatro de arena, num horário mais cedo, com estrutura e planejamento, tem demonstrado que a cidade comportava muito bem a idéia e o intento de ampliar público e formar platéia, democratizando o acesso e assim o projeto se consolidou na cidade. E isso se mostrou tanto no primeiro momento, em que o evento era gratuito, quanto depois, ao ser feita a transição para cobrança de ingressos a preço popular, com o objetivo de manter o projeto funcionando. Entendemos que essa força poderá ser sentida e também ampliada nesse contato com o público escolar, o que poderá ser feito com a aprovação no presente edital, levando a experiência da Jam para um público que geralmente não tem acesso ao evento ou à apresentações ao vivo de música instrumental. O Jam na Cuca Circula nas escolas têm, portanto, um caráter de cunho coletivo por se voltar não só para um artista ou banda mas ao incremento de toda uma cena, fortalecendo a todos que produzem música instrumental na cidade. Além disso, o objetivo é chegar a um maior número de pessoas voltando-se para a comunidade escolar, focando numa turma jovem e ávida por conhecimento, naturalmente aberta ao novo, mas que nem sempre possuem oportunidade de fruição para além do que está na grande mídia. A proposta também se mostra como uma ação intersetorial entre música e educação, não sendo demais mencionar que os músicos participantes do projeto foram ou são alunos do curso de licenciatura em música da UEFS, tendo também ampla experiência com ensino de instrumento e Musicalização.