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Resumo: Um método de diferenças finitas de sexta ordem (QOFD) é empregado para resolver a
equação de Helmholtz com números de ondas elevados e condições de contorno de Robin exatas.
Propomos um método de pós-processamento de malhas aninhadas para recuperar a alta ordem
das aproximações do QOFD. Os resultados numéricos são apresentados mostrando taxas de alta
ordem de convergência das aproximações recuperadas e ilustrando as possı́veis aplicações da
metodologia proposta.
Palavras-chave: Elementos Finitos, Diferenças Finitas, Pós-Processamento
1 Problema de Helmholtz
Considere um domı́nio aberto limitado Ω ⊂ Rd (d ≥ 1) com contorno suave por partes e Lipschitz
contı́nuo Γ. Sejam Γg e Γr subconjuntos de Γ, com Γg ∩ Γr = ∅ e Γ = Γg ∪ Γr . Considerando o
problema modelo
−∆u − k 2 u = f em Ω (1)
com condições de contorno
|u − uh |
≤ C1 kh + C2 k 3 h2 (4)
|u|
e na norma L2
ku − uh k
≤ (C3 + C4 k)k 2 h2 (5)
kuk
com C1 , C2 , C3 e C4 independentes de k e h. Com relação as estimativas (4) e (5) o primeiro
termo corresponde ao erro de interpolação, o segundo corresponde à poluição numérica. A
principal causa da poluição numérica é o erro de fase, dado pela diferença entre o número de
ondas aproximado kh e o exato k. Substituindo uma onda plana ui,j = eikh (xi cos θ+yj sin θ) no
stencil do método de Galerkin, o erro de fase relativo da aproximação de Galerkin é dado por:
|k − kh | (kh)2
= + O((kh)4 ) (6)
k 24
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onde w(σ, x) é a onda plana na direção σ: w(σ, x) = eikσ·x . Seja Σ, definido como
n o
Σ := σ ∈ Rd : |σ| = 1 , (9)
onde Z
eikσ·(xm −xn ) dσ = (2π) 2 J d −1 (khmn )(khmn )1− 2 ,
d d
Wmn = (12)
2
Σ
com Js denotando a função de Bessel de primeiro tipo e ordem s. Minimizando (11) com respeito
a Sij , impondo Sii = 1, para cada xi ∈ I, os coeficientes Sij são a solução do sistema linear
W Si = 0 . (13)
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Embora a formulação QOFD possa ser construı́do de forma mais geral, incluindo malhas com
nós irregulares, ou mesmo sem uma malha, vamos considerar apenas stencils de diferenças finitas
sobre conjuntos de nós pertencentes a uma malha regular de elementos finitos. Dada uma malha
de elementos finitos, facilmente identificamos os conjuntos N , B, I e Ai definido anteriormente.
1.5 -2
Interpolante max(u − uh )
QOFD
1
Galerkin -3
0.5
-4
log(error)
log(error)
-0.5 -5
-1
-6
-1.5
-7
-2
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Robin no caso de diferenças finitas há uma dificuldade, pois além do operador, as condições
de contorno também são discretizados, gerando diversas aproximações. Inspirado no esquema
proposto por [6], introduzimos as condições de contorno de Robin exata, preservando assim a
aproximação de sexta ordem do QOFD.
Como mostramos, o método QOFD tem erro de truncamento de sexta ordem na norma do
máximo, para stencils interiores. Na fronteira da malha, os stencils são incompletos, com quatro
e seis nós. Com o objetivo de preservar a sexta ordem dos stencils interiores, introduziremos a
condição de Robin através das seguintes etapas:
Para encontrar o stencil ótimo considere, como exemplo, o stencil como o da Figura 2.
A1 A∗2 A∗∗
s s s
1
A2 A∗0 A∗∗
s s s 2
A1 A∗2 A∗∗
s s s 1
Neste stencil foram adicionados três nós fora da malha, esses nós tem, por simetria, coefici-
entes A∗∗ ∗∗
1 e A2 . Usando como notação: u0 solução homogênea e up solução particular. Podemos
considerar, como hipótese, equação de contorno de Robin unidimensional, pois para cada stencil
da fronteira haverá variação em uma única direção, no caso tomamos como s. Assim,
d
u0 (s) + iku0 (s) = g. (16)
ds
Queremos encontrar a solução u, que é dada por: u = u0 + up . Onde u = u0 , solução da equação
homogênea é u0 = e−iks . Assim, o stencil exato de dois pontos para a equação homogênea é
dado por
A∗2 u0 (0) + A∗∗
1 u0 (h) = 0. (17)
Fixando A∗∗
1 = 1, obtemos o valor do coeficiente
Como solução particular consideramos up = eik(x cos θ+y sin θ) , que para uma borda y = constante,
depende apenas de s = x. Dado que u = u0 + up , escrevemos
Sendo A∗∗
1 = 1, obtemos,
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X1 = eik((x+h) cos θ+y sin θ) − A∗2 X2 + A∗2 eik(x cos θ+y sin θ) . (21)
Considerando, agora, um stencil de dois pontos, de forma que os coeficientes do stencil sejam
os mesmos que um stencil de nove nós, temos;
A2 X2 + A1 X1 = 0. (22)
(A2 − A1 A∗2 )X2 = −A1 A∗2 eik(x cos θ+y sin θ) − A1 eik((x+h) cos θ+y sin θ) . (23)
Fazendo o mesmo procedimento acima, encontramos os valores dos demais nós do stencil:
(A0 − A2 A∗0 )X2 = −A2 A∗0 eik(x cos θ+y sin θ) − A0 eik((x+h) cos θ+y sin θ) . (24)
Exemplo 2.2 Neste exemplo resolvemos o problema de Helmholtz pelo método QOFD, intro-
duzindo condições de contorno de Robin em dois lados de um domı́nio e nos outros dois lados
condições de contorno de Dirichlet. Na Figura 3 (à esquerda) mostra o estudo de convergência
da aproximação do método QOFD em um domı́nio Ω = (−0.5, 0.5) × (−0.5, 0.5), com número
de ondas k = 50 e vianjando em uma direção θ = 30. Na Figura 3 (à direita) mostra o estudo
de convergência na norma do máximo comprovando a taxa de sexta ordem.
-1 -4
ku − uI k max(u − uh )
ku − uh k
-5
-1.5
-6
log(error)
log(error)
-2
-7
-8
-2.5
-9
-3
4.5 5 5.5 6 4.5 5 5.5 6
− log(neq) − log(neq)
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4 Resultados Numéricos
Nesta seção apresentamos resultados numéricos para o uso do método de pós-processamento pro-
posto, aplicado em malhas uniformes e não uniformes. O problema de Helmholtz será resolvido
adotando condições de contorno de Dirichlet e Robin.
Neste estudos nós testamos as taxas de convergência do método QOFD com aproximação Q1
e as taxas de convergência da recuperação de soluções de alta ordem obtidas usando o método
de pós-processamento, considerando uma sequência de malhas de elementos Q1 e sequências de
malhas aninhadas de elementos Ql , para l ≥ 2, adotando para recuperar soluções de alta ordem
do método QOFD. Uma sequência de 60n × 60n, com n = 1, 2, 3, 4, de elementos bilineares
é adotado para resolver o problema usando a formulação QOFD com elementos Q1 . Então
recuperamos aproximações de alta ordem considerando sequências de malhas aninhadas com
(60/l)n × (60/l)n elementos Ql , para l = 1, 2, 3, 4, 5 e n = 1, 2, 3, 4.
Primeiro, considerando condições de contorno de Dirichilet. A Figura 4 mostra taxas ótimas
de convergência para a aproximação QOFD e para toda solução de alta ordem recuperada na
norma L2 e na seminorma H 1 . É notável como as simulações de alta ordem são muito mais
precisas que a aproximação padrão Q1 do QOFD para o mesmo número de grau de liberdade.
Esse fato torna-se mais evidente no gráfico apresentado na Figura 5 onde os resultados sobre
o estudo da l-convergência, são apresentados. Neste estudo, a recuperação de soluções de alta
ordem são obtidas considerando uma sequência de malhas com número fixo de macroelementos e
variando o grau do polinômio, l = 2, 3, 4, 5, da interpolação sobre os macroelementos. Podemos
ver claramente uma maior precisão das soluções recuperadas em comparação com a aproximação
padrão Q1 do QOFD para o mesmo número de grau de liberdade.
2 3
Q1 Q1
Q2 Q2
2
Q3 Q3
0
Q4 Q4
1
Q5 Q5
-2 0
log(error)
log(error)
-1
-4
-2
-3
-6
-4
-8 -5
4.5 5 5.5 6 4.5 5 5.5 6
− log(neq) − log(neq)
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0 2
ku − uh k k∇u − ∇uh k
ku − uSR k k∇u − ∇uSR k
1
-2
0
log(error)
log(error)
-1
-4
-2
-6 -3
-4
-8
-5
4.5 5 5.5 6 4.5 5 5.5 6
− log(neq) − log(neq)
5 Conclusões
A partir do método de diferenças finitas (QOFD) desenvolvido para resolver o problema de
Helmholtz com médios e altos números de ondas k, introduzimos condições de contorno de
Robin exatas, mantendo a sexta ordem do método. Propomos um método de pós-processamento
para recuperar soluções de alta ordem, com baixa custo computacional. Os ótimos resultados
observados no experimento numérico relatado anteriormente dependem da convergência de sexta
ordem da formulação QOFD na norma do máximo. Esta taxa de convergência de sexta ordem
na norma do máximo é observada apenas para malhas uniformes.
Referências
[1] A.A.S. Amad, C.O. Faria, A.F.D. Loula, Recovering Higher-Order QOFD/QOPG Appro-
ximations for the Helmholtz Problem, XXXII CILAMCE 2011.
[2] D.T. Fernandes, A.F.D. Loula, Quasi optimal finite difference method for Helmholtz pro-
blem on unstructured grids, International Journal for Numerical Methods in Engineering,
82 (2010) 1244-1281.
[3] D.T. Fernandes, ”Métodos de elementos finitos e diferenças fintas estabilizados para o pro-
blema de Helmholtz”, Tese de Doutorado, LNCC - Laboratório Nacional de Computação
Cientı́fica, 2009.
[4] F. Ihlenburg, I.M. Babuska, Finite Element Solution of the Helmholtz Equation with High
Wave Number Part I: The h-Version of the FEM, Computers & Mathematics with Appli-
cations, 30 (1995) 9-37.
[5] F. Ihlenburg and I.M. Babuska, Dispersion analysis and error estimation of Galerkin finite
element methods for the Helmholtz equation, International Journal for Numerical Methods
in Engineering, 38 (1995) 3745-3774.
[6] Y.S. Wong, G. Li, Exact Finite Difference Schemes for Solving Helmholtz Equation at any
Wavenumber, International Journal of Numerical Analysis and Modeling, 2 (2011) 91-108.
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