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H A

QUINTA FEIRA, 12 de Setembro.

v 66
HOC TEMPORE

5?
TERENTIUS.
i OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM PARIT

punhando a espada^ e derrotando falanges ini-

se
MACAO.

migas, que o Amor da Patria, o denodo e a-

Th

vendo-nos o Leal Senado incumbido a re-


coragem se manifesta; que elle na paz igual-

fTV

;aõ do prpc^nte periódico, iulgamos ser hu-


menU; so patentea, e que nesta também se co-

princlpcra» obriopacoens de hum redactor,


:r»

expor com verdade e com franquesa os mod-


a fronte dos seus heroes. A paz, a tranquili-

os, que acceleraraô a glorioza façanha succe- dade, e á boa ordein, com que se condusio o

povo Macaense no referido dia será hum monu-


ida em o dia 19 do mez passado, dia memora-

mento eterno, que no por-vir lhe grangeará


el, em que os Macaenses arvoraraõ o Pavilhaô

os maiores ellogios.
Liberdade, e derrocarão o horrendo collosso

A falta de confiança pois, que elle tinha na


do Despostismo, que a tantos annos haviaõ so-

Governança, e o afferro com que esta pertendia


portado. Confessamos todavia, qne esta tarefa

enthronisar-se, valerido-se para este fim de meios


hé superior ás nossas forças; mas nem por isso

naõ só impróprios, mas athé indignos do carac-


deixaremos de mostrar, o quanto desejamos

ter portuguez, foi a causa principal, porque rei-


cooperar da nossa parte para a justificação de
* *

teradas s se representou ão Senado a ne-


hum facto, que pôz termo á arbitrariedade, e

ce
que consolidou os direitos e os deveres do Ci- I ssidade que havia de hum Novo Governo,

dadaÕ, instalando-se, entre as salvas de hum *lue obstasse, e servisse de barreira á torren*%

contentamento publico, e incessantes vivas de impetuosa de males, que ameaçavao o commei -

c
degria, hum Governo Provisorio, segundo a *°> 'lum Novo Governo, que impedisse hum a

Utade geral de todos os Moradores, o qual no j inevitável e próxima Anarchia; pois que tudo

pouco timpo da sua instalaçao, tem dado so- I lhe augurava hum futuro assas desagradável,

bejas pr»vas do seu patriotismo, do seu zcllo, e | e das mais funestas consequências, huma vez

que as cousas continuassem do mesmo modo,


da sua actividade pelos interesses nácionaes.

A Energia oorem deste povo, sempre leal I que athé ali continuado haviaõ: isto he; con-

ao Seu Ama?ló Soberano, e amigo da boa or- j servando-se no lugar huma das Authoridades;

l * 1

dem, manifestou nesta occasiaò com a mavor ! cuja exclusão exigiaó, como fonte e origem don-

evidencia, qué nad hé somente ao som de Lelli- ! de brotava todo o mal ao commercio, e por con-

cos instrumentos entre o fragor das armas, em- ! ' cquencia a C idade inteira. | 1
J uíga^tíos inútil e ocioso referir, que a agri- brantio-se sempre, que jà mais prostituiremos a

cultura manancial da riqueza e prosperidade nossa penna à venalidade ou lisonja; e que de

bom grado nos sujeitamos à crytica judiciosa


das Naçoens, he desconhecida neste Paiz, bem

dos sábios, respondendo com o silencio à satyra


como as artes fabris e mecânicas; por isso sendo

o commercio a única base, em que está cimentada dos ignorantes, ou daquelles que inconsiderada-:

mente nos attacarem.


a estabilidade desta pequena porçaó do Reino

Transmittir pois aos nossos concidadaons a'


Unido, c indo aquelle cada vez á maior deca-

dência pela ingerência, que a ditta Authoridade energia do povo Macaense em sacudir o jugo da

oppressaô, a zello. e a actividade do Sabio Go-


pertendia ter nelle, permittindo ou tolerando,

verna Provisorio, que acabamos de installar;


que Navios Extrangeiros entrassem e sahíssem

instruir o povo a cerca dos seus deveres, e dos


do porto com fazendas de contrabando, em dam-
••

no
no e
e prejuízo
prejuízo da
da Fasenda
Fasenda Nacional,
Nacional, e dos
edos Ne
Ne j *cus direitos j apontar finalmente os melhoriB

gociantes da Praça, que se achavaó com o seu j de que he suceptivel esta Cidade, f tá

todo
negocio estagnado, ao mesrac tempo que os Ex- ° «osso empenho. Naõ deixaremos tod -a

tPQnfM'Ae . i de communicar todas as noticias que ocorn n*


trangeiros davao extracção ao seu negocio, tudo .

ÍStC. ê o mais, que ommittimos, sublevou os ani- *an*° nac


ionaes, como extran0eiras, ècom

mos dos Cidadaons, que mandando a sua ultima Pecialidade sobre


° arti
S° Portu
Sal" Ro
Sa 08

3 meSm temp a tod


representação no dia 17 do mez passado, e de- ° ° ° °S °S am
'S°S da Patm
'*

ri /%n /iAn\miivitr<iiAm CIIOC i 11 O AC nfini HO /111 O i


nos communiquem suas luses, afim de que

pois no dia 18 huma deputaçaó de trese Mora-

a
samos continuar nossa tarefa athe que p<

dores escolhidos entre elles, se resolveo a con-

mais erudita nos allivie delia»

vocação de hum Conselho Geral no dia 19 aon-

de apluralidade de votos se decidio, que se fisesse


o

eleição popular dos membros que haviaó de

SESSÃO Ha 11 A-gfoaiu He 1821.

compor a Governança futura, ficando excluída

^pieseniou o lllustrissimo Governador e C


a monoíouudu AuiU. IdatlC ptJlu VUlU gerai

do povo. I Geral Jozé Osorio de Castro Cabral e i

Ora se notarmos o desagrado, com que foraó buquerque huma carta, que lhe dirigio o Cone

jcebidas as primeiras noticias attinentes á nossa lheiro Manoel Pereira dattada de 8 do corrent!\

feliz regeneração ; se nos lembrarmos da es- Pe^a como


do seu contexto lhe havia com-
%

pionagem que houve sobre os papeis públicos municado, que havia Sua Alteza Real a Priri-

ce
vindos de Lisboa ; se observar-mbs as minato- sa Nossa Senhora Dado à Luz hum Príncipe

no
rias reprehençoens, e continuas ameaças, com ^*a ® (
^e e
9lle Sua Magestade con-

que foraó vexados alguns dos verdadeiros pa- descendendo com os vottos Nacionaes, se havia

triotas ; se disser-mos, que o adherir á Causa declarado em favor das disposiçoens, que a bei

Nacional era irritar os ânimos do Governança; Sera^ houverem de estabelecer as Cortes em

9e refleccionar-mos finalmente em tudo o acon- Portugal para onde pertendia partir em todo >

tecido; sem duvida se concluirá, que a afFectada ^ez de Abril, oque levava ao conhecimento de9-

adhssaõj que por fim mostrou à causa publica, to Leal Senado pela ideia em que estava, do

foi filha das circunstancias, e naõ de huci ver- quanto lhe seria gratta esta noticia por s

dadeiro patriotismo.
dobrado objecto ; E por que este Leal Sen

Naõ entraremos por agora no exame crytico se tem sempre anticipado a fazer publicco ser

de todos os factos, que precederão a installaçaõ do regosijo nas differentes occasioens, ei* que por

actual Goveriiu; basta somente o transcrever- I motivos taõ justos he chamado a demonstraçoens

mos as seguintes Sessoens, que servirão como


próprias de fiel vassalagem, reconhecendo ser

de proemio instructivo aos nossos leitoras; os


hum assignalado beneficio da Maõ Omnipotente^

quaes, depois de lerem e meditarem sobre ellas,

o vêr hum novo esteyo, e por successaõ varonil

poderão fazer justiça as nossas reflecçoens: lem-

a Família Reinante, igualmente como o de ve:


didas, para tornar mais publico taõ plauzivel suceesso, como

Qeal Vontade no seu Adorado Soberano reu-

para dar Graças so Supremo, por haver assim felecitadoa Na-

ja a voz geral da Naçaõ, cuja falta sendo de


çaõ inteira: Oque tinha a satisfaçaõ departicipar aeste Leal

Senado para delibar oque tivesse por conforme, acrescentan-


jrriveis consequências, bem testemunhaõ o

do que posto naõ fossem recebidas, noticias officiaes ou Or-


ilagre devido a decidida protecção, com que

dens, atinentes atai respeito, como cumpre, para accessorias

Divina Providencia tem abençoado o Reyno

declaraçoens relativas anova Ordem das Couzas, dictadas pela-

? Portugal, Brazil, e Algarves: hé por isso,


Sabedoria Nacional, em competente Congresso, aque S. Mag-

estade Houve Prestar a sua inteira approvaçaõ; com tudo aim-


ue esta Governança animada de fieis sentimen-

portançia de huma semelhante noticia, e aposse em que se

que por mais de hnma \ ez lhe tem oado o

acha este Leal Senado de anticipar as suas demonstraçoens

íome de Leal ; cuja consideração naõ quer por


de Leal VassaUagem, entendia elle refferente, ser para isso

um momento arriscar: resolve, apegar de ser mais que suíhciente, o que tem ditto sobre amaneira por que

anoticia deve acredittar-se deixando o demais para occaziaõ


articular a noticia recebida, e apenas guiada pe-

opportuna, como dependente de Superiores, e pozetivas De-


i importância de dois objectos, a saber: o Nas-

terminaçoens de esperar achegada do Navio de Vias da Capital

ímento de hum Principe Herdeiro, e a Condes-


de Goa, para a onde nesta qualidade, teraõ sido expedidas.

endencia da vontade do Nosso Soberano com


Rczolvido, que haja hum triduo de Luminárias nas Estaçoens

s votos da Naèa» para o que possa fazer a sua publicas com hum Te-Deum no fim delle, encarregado o Pro-

ílicidade: Guiada, disse, por taO assignalados curador das dispoziçoens do estillo,, e de hir tratar com S.

-Excelleiíçia Revereuidissima oprecizo arranjo, e sua acceitaçaõ


lotivos de maior interesse a todo o fiel vassallo;

de oíficiar nesse acto, fazendo-se publica esta noticia por

í rendaó as Graças ao Altíssimo em dia remar-

Edital afixado na Porta deste Leal Senado, apezar de que

ivel, e que primeiro seja combinado com o Ex~

como já se contem 5 horas da tarde, naõ caberá no tempo

íllentissimo e Reverendíssimo Diocesano, lem-


ocomeço, em generalidade no dia de hoje ; emais se assentou

rando ser dia proprio o em que a Igreja celebra


escrever-se as Cartas do estillo em semiihantes actos.

Arriaga, Vasconcello», Pereira, Silveira, Gularte, Ler nos,


Mistério da Conceição da Senhora: dia esco-

Coimbra.

ndo como aquelle, em que este Leal Senado

ratica /*ctos de devoção, como Padroeira do

leino, e Conquistas; havendo tempo para os

EDITAL de 5 de Janeiro de 1822.


recisos annuncios e preparos do que conven

t*er prompto para as demonstraçoens confor-

Juizes, Vereadores, e Procuradores do Leal

les a importância e ConsideraÇaõ dos seus So-


Senado da Camara desta Cidade do Nome df

pranos Objectos. Ozorio, Arriaga, Sozua

Deos de Macào na China, por Sua Magestade

^sriera, Lemos, Barros.

Fidellissima que Deos Guarde, &c. Constando

aeste Leal Senado, pelo Bergantim hoje chegado

- de Lisboa, que Sua Magestade Havia ali enteado

SESSÃO de 5 de Janeiro de 1822.

com a Sua lleal Família, no dia 3 de Julho do

ÍDISS7 O Illuissimo Conselheiro Miguel de Arriaga anno passado, Dando à Sua Chegada todas as es-

um da Silveira,, que havendo chegado no dia de hoje, o peradas Provas da Sua Voluntária, e espontânea

;ue Temerário da praça de Lisboa, largando daly no dia 24

Aprovação ao que a Sabedoria Nacional havia

Luiho do anno passado, recebera por elle diversos impren

preparado em competente Congresso para fazer


entre os quaes se incluía o diário do governo, enelle afeliz

cia da chegada de S. Magestade e Sua real Família ao a felecidade da Nação, e do Estado; logo se con-

por o, no dia 3 do mesmo tnez; sendo recebido como era


vocou em Sessão extraordinária, e nella delibe-

Cpe.ar de fidelidade própria da naçao portugueza, com

rarao, que em quanto se nâo davão novas, e com-

7 i aáeqvmdo a satisfaçaõ de vêr outra vez em seo seyo

petentes Demonstraçoens por tào gr*<tta noticia,


I Adorado Soberano; epor que taõ grata noticia que

| to :,»q os títulos deve ser recebida com geral aplauzo, houvesse jà hum Triduo de luminárias nas Esta-

jf fosse occulta aos qeis moradores desta cidade, pela cer-


çoens pblicas, começando neste dia, apezar de

adhoznõ a Reti Coroa, efelecidade nacional, logo

estar mui próxima anoute, fazendo-se ao ter-

^trissimo Governador, e Capitap Geral, se fez o

ceiro huma acçào de Graças na Jgreja Cathedral


MEdente annuncio, por huma salva, dada na fortaleza do

m
qunnto por este Leal Senado, cuja convocação foi desta Cidade as 4 horas da tarde; para cujo

temente rczolvida, naõ so para tomar a? precizas L.e-

acto, espera este mesmo Leal Senado, que ali se


4

derijaò lodos OS Moradores, a quem fica sendo f Coloniae de S. Majestade pelo involvimento de outra N,

V oluntária a illuminaçaô, accordada unicamente lueestà annexa a este Governo.

O J uiz Ordinário Bernardo Gomes de Lemos disse;


pela obrigaçaô em que se deve eonsiderar todas

,cndo
as repartiçoens publicas, de provarem a sua de- "9eja fc,tom,>D
íaú"a Vereaça» de 5 de Janeiro do as,

pto agora reflorido peio Vereador do mez; elle reflêreníe se

vida gratidaõ. E para qne chegue a noticia de

todos se afixou este na Porta deste Leal Senado. monstracocns, por onde, se mostrava sermos conformes CO

Macáo em Sessaô de 5 de Janeiro de 1822. I 9ue ns


cortes fiserem, naó lhe parecendo necessário por a

EU CARLOS PEREIRA, Cavalleiro Professo ma


'S nada
' pois estava
entendido, que com mayor solemnid

M
na Ordem de Christo, Alferes Mor Escrivão da " ha\ ia de faser logo que chegarem as ordens, que de ce

VIr;,
Camara, e Fazenda que a tiz escrever, e sob- « da Capital; naõ tendo duvida também lembrar, que no

ao de (
screvi.

Senado de fa8er chc ali


ANTONIO JOZE DE VASCONCELLO». í" os seos fieis sentimentos, ou s,

P
ANTONIO JOZE GONCALVES PEREIRA. °r meio dcr<
'Pr<'sentacoens. ou por qual quer Deputado c

FRANCISCO A. PEREIRA DA SILVEIRA. °S Moradores de


sta Cidade hajaô de nomear. O Verea

ANTONIO GULARTE DA SILVEIRA. Francisco Antonio Pereira de Silveira; disse, que se refferi

BERNARDO GOMES DE LEMOS. vereacaô de 5 de Janeiro, e ao Edital do mesmo dia, onde m,

tra
FELIS VICENTE COIMBRA. 1ue 0 ,riduo das
'"minarias, eo Te-Deum forao mand

taser, por ordem deste Lo a I Senado, por dous importantes n

tivos, que derao causa a sessaô extraordinária daquelle di

que eraõ a Felis Chegada de Sua Magestade á Lisboa, •


L

8 ESSA O 30 de Janeiro de 1822. Constituição que o Mesmo Soberano J urou, dictada pela

bedoria Nacional, e por tanto naõ temos mais demonstraçoe

DISSE o Vereador do mez Antonio Jozé de Vasconcellos

a dar da nossa adhezao, por serem bastantes as que fizei

que as viridieas noticias, que nos afiançaõ, os Papeis Publi-

nàquelle triduo, deixando tudo mais para occaziao opport

cos de ter EL-REY jurado a Constituição, que as Cortes fi-

como dessendente de Superiores, e pozitivas Determinac

zereni, unindo seos vottos aos da Naçaõ, e fazer mais que

achegada do Navio de vias da Capital de Goa, para onde n<

solido o Magestozo edeficio da nossa felicidade, regenerando


Qualidade teraõ sidn expediJ»".

a antiga Gloria, e Esplendor Luzitano, que serve de baze ao


O Juiz Ordinário Antonio Gularte da dUvciia, u o Veread<

thronu d'A.ugusi* cuza de Kraganca ; etendo jâ esta ««uluí«


Antonio Jouè Goncalves Pereira, forão conformes com os

dado ao DEOS Eterno as Accoens de Graça, primeiro, pela


receres do seus companheiros. Avista do. que ficarão adiai

feliz chegada d'EL-REY á Portugal; apezar de que por falta


as festas propostas pelo Vereador do mez para quando che.

de Regimento ofliciai naõ podemos ser ainda governados pela


rem as Ordens da Capital de Goa.

Constituição; com tudo nos menistra mais que poderozos mo-

Vasconcellos, Silveira, Lemos,

tivos, para que a emitacaõ das mais Camaras, se dém em sepa-


Pereira, Gularte, Coimbra.
, i • v " 1

rado por este titulo igoaes demonstracoens de alegria, naõ só

(Continuar-se-ha.)

p(»r nos ter livrado de huma anarquia, como pela felecidade

que nos agoura anova Regeneração Portugueza ; confirmando

com taes sentimentos aquelle nobre, e honrado titulo de Leal

NOTICIAS MARÍTIMAS. *1

que elta tem por timbre, e que certamente nen huma outra ca-

ENTRADAS.
mara Portugueza lhé teria avantajado, se alonginqua distancia

Aos 6, A Palia Conceição vinda de Timor,Capitam Vicei


da sua Posseçaõ naõ obstasse a verdadira intelligencia das no-

ticias. Avista do que disse o Procurador Felis Vicente Coim- I Francisco Baptista.

Aos 7, O Brigue Assumpção vinda de Batavia, Capiti


bra, que se repofta a sessão de 5 deste mez, sugeitando-se, e es-

' HPr® ® i' '•

Ludivino da Encarn&çaó.
tando por tudo quanto fisessem as Cortes, cujas ordens julga vi-

rão da Capital de Goa, de onde devemos esperar os necessários SAHIDAS.

avizo9 sobre este assumpto, para sabermos aforma que devemos


Aos 9, O Navio Castro para Bombay, Capitam A !,d

seguir, aqui nesta ia, visto esta ser dizigual as das mais Fernandes da Silva.
'3

AVIZO.

Todos os Senhores que quiserem sobscrever neste periódico, faser alguns avisos, e inserir su*§ memorias o poderi

faser em carta fechada ao Redactor, dirigindo-se ao Laboratório Constitucional em casa do Senhor Joaquim José dos Santf

** J ancila» verdes, aonde se achará owestno periódico de venda pelo preço de 100 Reis.

NA IYPOGRAPHIA PO GOVERNO.

•¥
N" A®

QUINTA FEIRA, 19 de Setembro. 1822


NO. II

U
HOC

OBSEQUIUM AMICOS, VERtTAS ODIUM PARIT." TERENTIUS

precauçoens devidas a liuni taó grande attentado,

> MACAO
ê
frustrou do modo mais sahio e energico suas

Quando esta ( idade se achava disfructando I depravadas intençoens; merecendo especial men-

a, mayor tranquilidade, e o contentamento pu- çaò o zello e patriotismo do Vereador Paulino

Mico hia progredindo à proporção, que os dia?r da Silva Barboza, que immediatamente passou

desviavaó daquelle, em que o Novo Governo a avizar o Governador da Barra, que posesse

tinha sido instalado; quando a justiça, por tanto | a sua gente em armas, visto ser desta Fortalesa

tempo exulada dteste paiz, se via de novo resur- j que os revoltosos pertendiaò extrahir as munis-

gir, dando-se as partes o que por direito lhes soens, afim de se fortificarem na de S. Paulo do

competia ; quando intoleráveis abusos na admi- Monte e de realisarem seus dopravados intentos.

nistraçaõ nacional se hiaò pouco apouco extir- | o Juiz Paulo Vicente Bello, e o Veriador Do-

pando; quando finalmente a nova Governança | mingos José Gomes, os quaes todos se dirigirão ao

se achava empenhada em faser sentir aó povo j Quartel General, aonde o Illustrissimo Gover-

desta Cidade os benévolos effeitos da Constitni. n.dor da. Ar, fes instantaneamente expedir

çao politica da naçaò, congrassando os Morado-

. | oai i ttiiuu-SC UCSie

res entre si, lasendo-lhes esquecer o passado, e | Cidade, e seus Moradores das funestas

conse-

anhelando que para o futuro vivessem em per-

quencias que resultariaõ de huma tau horrível

feita uniaò, sendo como huma e única família ;

censpiraçaô.

eis-que de repente se descobre huma conspira-

Todos reconhecem a. ligitimidade, com que

ção de verdadeiros demagogos, que impellidos

este novo Governo fora instalado ; a opinião

P^o espirito de seducçaõ, de vertigem, e am-

publica que a seu favor tem adquirido no breve,

bição de dominar pertenderaô denegrir a Gloria

e limitado período de 27 dias, que tanto tem

Nacional, e 0 Patriotismo Macaense na noite

decorrido desde a sua instalaçaõ, ea confissão

do dia sexta feira 13 do corrente, chamando e

unanime dos principaes Moradores e Cidadaons

indusin io ao seu partido por meio de promessas

na Assemblea Geral convocada no dia Segunda

a vários individuas, e entre elles hum verdadei-

feira 16 do corrente, he hum argumento incon.

1
J «"te!-!, que denunciou apreineditada cons-

tiastavel da sua ligitimidade, e lhe grangea os


» A
111Fii/11) i\ 0

ptraçuô

mayores elogios. Ora quando a opinião publi-

OG
overnó porem tomando, como convinha, as
ca, este severo tribunal, principia a exercer seus
6

poderosos direitos, o que com evidencia se tem


vossas representaçoens; presentai-as, sevos pa

observado nesta Cidade, em abono da actual go-


íccei que em alguma couza se alteraô os vossos

vernança, he huma prova do contentamento uni-


direitos. Lembrais-vos todavia, que nenhum

versal de seus indivíduos, verdadeiros Consti- governo deixa de ser susceptível de erro; po

tuiçionaes. isso mesmo que he composto de homens.

Como porem a justiça, a união, a tranquilida- Quando levardes porem a sua presença algu-

de, e a boa prdem, bases em que se cimenta á ma representação, deve ser com o respeito devi-

do a vossos Superiores, e naó com mofas e in-


prosperidade dos impérios, naó podem agradar

a homens inquietos e perturbadores, por isso nab sultos, como tem feito alguns inimigos da Or-

he para admirar que houvessem algumas pes- dem social. Amai a Ordem, a paz, ea tranquili-

soas que se disgostassem da saudavel reforma, dade ; por que só deste modo podereis gosar doa

que nesta Cidade tinha havido. Mas que deli- deliciosos fructos da Santa Constituiçaô.

- %

rio ! que vergonha, ó Macaenses! ! Desper-

tando-se em vossos coraçoens, os nobres sen-

SESSÃO de 5 de Fevereio de 1822.


timentos da liberdade, que o dispotismo tinha

Disse o Illustrissimo Governador e Capitaò


reconsentrado em vossos peitos leaes e genero-

sos; sendo vos mesmos que adheristes à cauza Geral Jozé Ozorio de Castro Cabral e Albu-

Nacional, escolhendo entre vos os membros que querque, que tendo-se em Sessào do Leal Sena-

haviab de sustentar as redeas do Governo, se- do de 5 de Janeiro do prezente anno, julgado

gundo as bases de huma Constituiçaô, que vos conveniente adiar as declaraçoens ulteriores,

livrou de hum profundo pélago de desgraças e relativas ao systema actual, consistindo esta

de misérias, que vivendo á sombra deste sagrado sem duvida, no precízo acto de Juramento as

Bazes da Constituição politica, feitas pelas


palladio tranquillos e socegados no seio de

Cortes Geraes Extraordinárias, e Constituintes


vossas famílias; e que houvessem pérfidos e

da Monarquia Portugueza, atlié chegarem Or-


prejuros, que prestando, como vós, o sagrado

juramento, procurassem ainda semear de novo dens, que necessarimente devem vir da capital,

a zizania promovendo a revoluçaõ e Anarchia ! afim de salvar toda a responsabilidade; mas

Ah ! naô vos deixeis illudir, naó profaneis o como huma semilhante demora toda via inde-

nome sagrado da Patria, sede verdadeiros Por- terminada, naó esteja de accordo com os seos

tugueses ; o ter nascido neste, ou naquelle He- sentimentos, nem dos mais vogaes, como está

misfério he hum accidente, fugi, fugi de seu hy- certo, quaes saõ os da mais firme uniaó aos

pocrita patriotismo, e se elles vos falarem em princípios Constituicionaes estabelecidos pelo

Soberano Congresso, e sanccionados por Elrey


Constituição, naó os acrediteis; por que apesar

Constituicional, SuaMagestade Fidelíssima,


de a terem na boca, ella lhes foge do coraçaó.

já em Lisboa, para onde partindo hum Navio


Macaenses, o verdadeiro constituicional he

seria conforme a estes sentimentos enviar todos


aquelle, que obedece as authoridades constituí-

os actos, que os justifiquem: tem em conse-


das, e que se conforma com a exacta observai!"

cia das Leis; he aquelle que naô pode deixar quência determinado, que prestemos agora

de estimar a sua felicidade, e que deseja a boa mesmo aquelle Juramento, e que o mesmo

Ordem; he finalmente aquelle que foge da con. façaõ prestar as demais authoridades, e corpo-

fusaó e da Anarchia ; e todo aquelle que obser- raçoens, fazendo-as comparecer na Secretaria

vardes descontente com a nova Ordem de coizas do Governo, ou como for mais comforme, fi-

he o verdadeiro ânti-constitucional, inimigo da cando de aprezentar neste Leal Senado os pre-

humanidade, e asserrimo sectário do carcún- cizos documentos para se levar ao conbecimen-

1
# '

dismo. to do Soberano Congresso, e de Sua Muges-

Confiai pois no vosso Governo; elle zella a


tade Constituiçional.

a vossa felicidade, e está prompto a attender as


Tomando a palavra continuou o ^Ilustríssimo
nselheiro Miguel d' Arriaga Brum da Silvei-
Leal Senado, de moto proprio na Sessaõ pon-

: sentimentos como accabaõ de ser expendi-


derada de 5 de Janeiro, a qual só poém sello o

b pelo 1 Ilustríssimo Senhor Governador do acto do Juramento de que se trata, accompa-

is proprio respeito, amor, e adhezao a cauza


Documentos

rional, sendo os mesmos ja declarados na ou por felicitação, ou qual quer reprezentaÇaò

ferida Sessaó deste Leal Senado, na qual se- accommodada ao Local, possa° ser ácccrdados

e em vista aligitimidade dos actos, ou acto | por este Leal Senado, a bem do Publico que

l{i requerido, entendendo-se por isso entaô reprezenta, tendo elle refferente em carta official de 6

de Janeiro ja levado a Real Prezença as primeiras demos-


^essarias positivas Ordens da Capital da Pro-

ta
jqcia, e jà mais pelos demorar, por outro algum j Ç°ens: ser,a
Por tanl
° (íe
opiniaò, que o refferido Jura-

mento sc fizesse com a solemnidade uzual nestes actos pú-

10tivo qual quer, que algum génio mâo, possa

blicos de sua natureza, e com aquelle decoro


v v
com que este
# I 9 J — - —' —

«fubnr para singularidade de ideyas, alias Leal Senado tem sempre praticado os .eus reconhecimento*

nies a todos os bons Cidadaons, lizongeando de qual quer motivo publico, seja nesta salla da Camera, seja

onde
sorvar os dezejos com que todos qual primei- entenderem conforme, precedendo o competente Ban-

0 í>e presentou nas competentes demonstraÇo- do, ou Editaes, otija por este accordo, ou ouvindo para

el,e os
n j tudo justifica aboa disposiçaO em que deve | Cidadaons que se entenda conveniente, cujo chama-

a. A ^ —

mento
onsiderar os demais vogaes averificaçao agora Conselho pleno, como está determinado por cazo.

exlraord,narios
gtno de hum acto taó eonforme aos vottos 'teria d
e ensinuar como mais acertado, se

, , ,, ^ naò tratasse de hum acto para que vè todos expontânea-

s, que os acompanhao, a que elle refferente .

dispostos, e como ja mandado por ELREY CONSTITUI-

liiongeya de ser igual, prestando-se, se assim

CIONAL. Em consequência, entrou em proposta: Primei-

e^olverem, apraticar da melhor vontade o

ro, se se deve fazer-se jà o Juramento ponderado, ou dar

tarifo Juramento, e por elle obediência à


tempo, e dia para precederem os meyos do estillo: Segui

tk Rei do, quaes devuò ser estes meios j asaber, se devem os a

enhor D. Joaõ VI, ao Soberano Congresso, e vizos ser por Bando na forra a ordinária, ou em corpo de

Lea
bnstituiçaô por elle legalmente organisada. | l Senado: Terceiro, em que lugar deve praticar-se este

acto: Quarto, se todas as Corporaçoens devera ser charaa-


tqmto

Nacional, mostraó OS papeis públicos, haver das : Quinto, se devem anteceder, ou ser subsequente ai-

• <r\ 1 • • a « •«.

g
rey prestado na Sua chegada a Capital do "m acto Relc
?ioso- qm.l, quando, c aonde , Sexto, se de-

vem admittir Procuração bastante aos que naô possaó p?s-

soalmente comparecer: Rezolvido quanto ao Primeiro,

Ineiro havia praticado, e mandando seguir rnmf Prnllwlo • , * . ,

s comturmidade unanime na prestaçad do Juramento, mas

IDecreto de 24 de Fevereiro do anno passa- para a solemnidade, decoro, c publicidade tal como óò

Entretanto como em vista do ponderado proprio deste acto pelos seus fins, e effeitos de esperada

«rece justificada a demora athé agora havida, prosperidade, e já mais por qual quer voluntária demora

jjtie parecia apoiada» no mesmo silencio guar- nem mesmo por se duvidar da Geral adhezao de todos os*

cidadaons e
Ido pelo actual ministério, quando na partida » unicamente para que entrando como partes

d n,esm C
» Brigue Temerário de Lisboa em 24 de Julho, I ° ° °rp°' nem fiquera desconhecendo 38
conformes

ÍntenÇoens de todaesla
»daofficiou separadamente para este estabeíe- Governança, nem ignorem o moti-

vo deste adiamento: se assentou, íuesmo por lhes dar a


pento, constando ao mesmo tempo de haver
ssw.uu IC1I1UU UC IIclVC! . , ,

do dpttio-n-.a t., , - , ^ occaziao de se regozijarem na preciza co-operaçao para


J o - Lmbarcaçao do Estado para en- | taô feslivos

actos, fossem convocados os Ex-Senadores,

lr à Capital da índia as Ordens attinentes

ao como Moradores mais velhos, e experimentados em raate-

rias
° systema para que mostraó os Diários haver da Governança para serem consultados, sobre o raetho

ver|
xcellentissimo Ministro da repartição da Ma- ^o ficar esta
solemnidade, e entaò se rezolvera

08 quezitos acima
Jha pedido os respectivos papeis ministeriaes, Ponderados-

ndo (Assignados)
porem mui justo que na sahida do Navio

4% ■
Ozorio. Arriaga.
Pereira.
diz de\ e regressar para o mesmo Porto de

Vasconcellos. Silveira.
Gularte,

pboa, jti sejaó expedidos os documentos jus-

Lemos. Coimbra.

| tiv°s daouella adhesa°; firmada por este


8

centou mais o Conselheiro Pereira, que houvesse ires dias

SESSÃO de 6 de Fevereiro de 1822.


luminárias, com salva por 3 dias em todas as Fortalezas dt

Em consequência do assento da Sessaõ antecedente, se deõ cidade.

começo apresente com a leitura do anterior termo : pondo-se Depoiz desta Leitura, propôs o morador loaõ Iozé da Sil-

em consulta os artigos ali expendidos, se tomou a seguinte rezo- Souza, em nome dos mais Cidadaons aqui j untos, que visto

esta a melhor época de promover a felicidade do Paiz, da


luçaô: Asaber.

por escripto a sua indicação, que fica para se registar, pro


Quanto ao t. quizito, tiveraò por mui conforme adeliberaçaó

ali tomada, como único testemunho o da prestaçaõ do juramen- njia a neceS9j[dade da Elleiçaó de huma Commiçaó como cc

to, mais accommodado aos seus próprios sentimentos, e adhe- consultivo, ou Iunta preparator;a, para que examinado o

zaó a cauza nascional: tendo por necessário hum adiamento quivo da Contadoria desta Camara, se arranje huma repre.

compativel com os meios descentes, que devem preceder avenfi- taçaõ com relaçaõ as circunstancias peculiares deste Estab

, açaó do acto, esua publicaçaó; opinando naò deve ser em dias mento, seja levada ao Soberano Congresso, por huma Dej

çaõ competente escolhida a geral contento, formando-se aj


de quaresma, próxima ao prezente tempo .

de Pessoas da mayor probidade, e entelligencia, para tac


Quanto ao 9, que se faça por bando deitado pello Leal Senado

portantes trabalhos, verificada a escolha com assistencit

♦ m Corpo com amesma pompa com que se publicou a Aclama

mais Cidadaons, mesmo dos que tem sido Almotaceis' sa

çaó de Sua Magestade o Senhor D. Joaó V I.

r? Quanto ao 3, que .e verifique aquelle acto naa Cazas da Car- de entre todos seis Elleytores, para escolherem os dittos

mara,como se tem praticado em toda aparte, guardando-se afor-

ouvido por este Leal Senado mostrou se de inteiro ac

inalidade de tae6 actos.

como ja lembrada na Vcreraçaõ de 30 do mez passado,

Quanto ao 4. com respeito as Corporaçoens Relegiozas, que

único meyo de attender aos interesses deste Publico, q

se expeçao declaraçoens conrespondentes ao Excelentíssimo Re-


ahonra de reprezentar: accresentando logo os Illustissim

verendíssimo Diecezano, para fazer prestar o refTerido Jura-

ahores Governador Jozè Ozorio e Miguel d' Arriaga,

mento,
H&VllLVS) pelo que lhe disem respeito,
* e recommendallos aos , _ .

... cu 1 formal assenso ao refferido pensamento, para cuja V eri


Prelados das mesmas corporaçoens,de pois de haver Sua Excel-

I X• - • J ^ a •• #v n A a MM « r y-v M A A <1 A A 1»1 ♦ n t*1 O i V /l I 1 !


disseraõ da mais expontânea vontade, se evitariaõ a qui ^

lencia Reverendissima mesmo prestado. Ficando a repartiçaó

ingerência na Administaçaõ Publica, se assim for nessar

Militar ácombinaçaõ, e cargo do Illustrissimo Governador, e o

fazer mais felis o Paiz a que tem motivos de dezejar i

Justiças pelo Expediente do Illustrissimo Conselheiro, bem

* X
prosperas vantagens; continuando o mesmo Conselheiro
B —
como da repartiçaó da Fazenda: esta a opinião do Illustrisimo

hum discurso a tal respeito, que ficou para ser copia dt^

Conselheiro Manoel Pereira, e da mesma foraõ os moradores se-

n i i ua
da ni\-oníu
mesma uuiuiuv
opinião v
o Conselheiror Manoel— ' e
Pereira, «
p or lai

iruintes-Joaõ de Deos de Castro, e Joze Joaquim Barros, de- ^ w t . (

® „ , • adiou a Sessão para manhaâ, sendo convocados os t nau I


.v Ja a». Innrar Hn nrPfltnrAn flO III. I
versificando quanto ao modo, ou lugar da prestaçaõ do ju-
( Assignados )
daons, alem dos preZentes.

ramento de Sua Exceliencia Reverendissima querendo que

Ozorio, Arriaga, Pereira,

o mesmo Excellentissimo Prelado seja convocado para vir aqui,


Silveira, Vasconcellos, Gularte,

em geral aj untamento, prestar o ditto acto, athe para mais o Lemos, Coimbra, Manoel Perei

solemnizar sendo deste parecer os seguintes. Joaõ de Deos de Castro, Antonio Vicente Roza,

Raimundo Nicolao Vieira, Jozè Joaquim Barros,

Antonio Vicente Roza, Francisco Joze de Paiva, Simaó


Rafael Botado d" Alm«
Miguel d' Arauyo Roza,

Vicente Roza, Miguel de Araujo Roza, Joaõ Joze da Silva Joaquim Antonio da Si
Francisco JoZé da Paiva,

Antonio Pereira,
Domingos Pio Marques,
e Souza, Antonio Pereira, Rafael Bottado de Almeida, Joa-

Jozè Baptista de M.e Lima, Vicente Baptista Cort

quim Antonio da Silva, Antonio Joaquim Cortella, Raymundo


Antonio Joaquim Cortella, Joaõ J. da Silva e Sou

Nicolao Vieira, Domingos Pio Marques porem opinou, que


Simaõ Vicente Roza.

Sua Exceliencia prestasse J uramento, fosse vindo Pessoalmente.


(Continuar-se-ha.)
A MA A

fosse por Procuraçaõ; e Joze Baptista de Miranda e Lima que

fosse ouvido o mesmo Prelado.


NECROLOGIA.

Qnanto ao 5: que haja festa de Igreja com toda apompa na

Aos 18 do corrente falleceo o Cidadaõ Hippolito de Sou

Catbedral, consistindo em Missa cantada, rogando-se a Sua


idade de 67 annos, sendo actual membro do Leal Senado

Exceliencia a sua Prezidencia nesse acto, com Expoziçaõ do


Cidade.

Santíssimo depois dc Missa, e Te-Deum detarde, com Sermaõ,


NOTICIAS MARÍTIMAS— SAHIDAS.

logo depois do Juramento, que em hora própria, e combinada Sahio o Brigue Letícia para Bombay a 18, Capitaifl

com o ditto Prelado deve preceder a"este acto. todio Rozario de Araujo, cora hum Passageiro Mr. fl

Navio Espanhol Conceição, Capitam Atanazio Cu<


Equantoao 6; que era precedente a admissaõ do Juramento

sahirà para Manila no dia 23.


por Procuraçaõ, quando st dc legitimo impedimento; e acres-

AVIZO. Todos os Senhores que quiserem sobscrever neste periódico, faser alguns, avisos, e insirir suas memorias o p
M • • A

Jose doi S

faser em carta fechada ao Redactor, dirigindo-se ao Laboratório Costitucional em casa do Senhor Joaqui

Janella» verdes, aonde se achará o w smo periódico de venda pelo preço de 100 Reis.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.

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N°. III. QUINTA FEIRA, 26 de Setembro


1822

U
HOC TEMPORE

tes:
OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM PARIT."——TERENTIUS.

ira'

As corporaçoens Religiozas, o clero, a nobre


MACAO.

za, as principaes patentes militares, e o Bata

Tendo annunciado no nosso numero ante-

entp a morte do Cidadatf Hippolito de Sou- I ^ao Frincipe Regente, comniandado pelo Ma

_, natural desta Cidade, naõ podemos entaò, '*°r omi


*landante Clemente de Noronha, a com

por causa da brevidade do tempo, referir a idea. I ' a i o cadavci athó o ( ollegio de S. Paulo

(
que ha anno9 tínhamos formado do caracter e * 'at'° a se
Pultura, dando-se tres les-

I care»as de fuzilam» n mi» i o

probidade deste honrado Cidadaõ. , ,

tl eza
wj ii li • i aulo do Monte com huma salv*
aiv<
He verdade, que elle nao possuía conhecimen- *
1 I Cie onze firno lei-
de onze tiros de canhaõ.

tos literários por se ter dado a huma carreira

Se refleccionarmos por hum momento sobre <

assas diversa; mas todavia era dotado de huma

h
| alma bem formada. Sentimentos de Religião e ^ ^ °UVe Cidade nt

m
piedade, amor da patria, e huma verdadeira fi- Pre fausto, e gloriozo dia 19 de Agosto, ec

)ntras
lantropia, o distinguirão sempre entre seus con- <armo> com o dia 19 do corrente, em que

meSm 6 aHegTÍa Se tornaraô em fune


cidadaons; e o dia 19 de Agosto, em que elle por ° °

elleiçaó popular fora escolhido para hum dos ^ 'uc*°lK'a 11,1111(1


deste membro da Gover-

a fal
SM (,UVÍda COncluiremos
membros d'Actual Governança, hé huma prova. ' 9ue

de que muitos se conformaô com a nossa opinião. *a de


hum homem de caracter, e probidade ht

Aca, , , . Sobremaneira sensível àquelles,


1 que lhe
líie so
so
as Qtvxionstraçoens de publico sentimento, que ' ^

seus
seus T11 nQtr
íilustras i
colegas -x» x
manifestaraõ a esta i
Cida- brevivem, e que reconheciao seus dotes pes
*

j i a |, ^ soaes.
ae peia talta, que sentiaó deste respeitável mem-

bro, condusindo o seu cadaver à sepultura, e fa-

Pro
zendo-lhe as honras fúnebres, que em semelhan- Posta (l
° Cidadaõ JoaÕJoze da Silva eSouz;

Accusada na Sessão antecedente.


tes cazos costumaô fazer-se aos beneméritos da

Pro
Patria, que terminaõ a carreira de seus dias no Poz Joa
° Jozé da
Silva e SouZa, que antes de determinai

SC <1C jurament0
serviço delia, saò também huma prova naõ equi- ° ** 'para lue este naô
Passe dl

Vocn /!« • j „ 'lllm s


'mP^es ac
*° sem que nos traga jà os effeitos dos bens, qu<
uta
f Ga idea que formava-mos do rarartor p .

iprotfd caracter, e elle nos annuncia, tornando-se anossa alegria por duplicados mo
ade deste benemérito Cidadaó. tivos mais completa, huma por vermosjà adhiridos, e vinculado:
10 A ABELHA DA CHINA.

ao Systema Nascional, com que a nossa naçaó vai a regenerar o saô as verdadeiras intençoens dos Cidadaons, saô muitas vezes

seo antigo esplendor, outra por sentirmos em nos mesmos os objectos de indireito peso aos Povos, ainda quando espontânea

pela influencia com a opiniaô publica, que tudo domina, sa


effeitos da mesma regeneraçaò.

Trata-se da prestaçaô do juramento á Constituição da Mo- finalmente despesas improductivas, unicamente a bem dos Chi-

u * a n„A»Domno ..no nas, e por isso só naó bastaõ para se considerar a felicidade
1
narchia Portuguesa, que as Cortes fizerem, todos nos somos una-
*" I _ — _ _ a •• • * « •

geral, fim ultimo da sociedade civil, e primeiro dever da Go-


nimamente contentes, e estamos promptos aconfirmar com-as

vernança A variaçaô dos tempos que tanto influe em toda I


nossas vidas esta adhezaó.

as cousas humanas, as ideias desenvolvidas pelo a perfeiçoa-


-A Constituição ninguém ignora, que hê huma Collecçaó de *

.. w . . , , mento das Luses, pelo consentimento unanime dos homens;

sabias Leis próprias a conservar o direito do Cidadao, sua pessoa,


• _•_ A. ^ i/x/l /xn /-v o riAiin /\c«4nl\âlái/>l mntl
experiencia que funda, e dirige todos os seus estabelecimento

r qiriedade &a.&a. feitas acontento da Naçaò pelos seus repre-

suscitaò de tempos em tempos a necessidade de algumas refor

Z ntantes em Cortes: ora nos somos também parte da mesma

mas na forma do Governo, e na Constituição, que lhe hé mai

Soberana Naçaò, e vivemos n' huma Cidade, que pelas suas

proveitosa.

circunstancias, particularidade, e diflerentes relaçoens, carece-

A grande importância destes accontecimentos está em qi

mos também de certas Leis apropriadas ao Paiz em que estamos,

de eonservaçaò de certas prerogativas, que sempre gozamos, e

aes, e que naõ se introduzao oflagello da anarchin, que frequen-

de restituição de certos previlegios com que vivemos na maior

# I ICÍ
tes V CZ.CS
vezes liaste
nasce UU
do CCUUU
centro 11IV.OIIIU
mesmo dos mais bem formados dezig-

armonia, e abundancia hà tres séculos, e que por injustos pnnci- . _•


A nova
nios, quando naô saô sabiamente encaminhados.
. -*wo, ~ *—" —"

pios nos tem sido tirados: por tanto para que no-los seiao conce- .. ,

Ordem das couzas, tantos papeis o mostrao; todos sabem, tem


•• • . •. • i i / i« i « *ti i í —
didos, e restituidos hé d* absoluta necessidade haver hum repre-

hum caracter como Divino, que deve fazer pasmar a posterida-

zentante escolhido dos nossos beneméritos Cidadaons a contento

de, isto he, que nosso estabelecimento, nosso progresso, e em

de todos, para que ou como Deputado, ou como procurador ha- .

toda a sua marcha, naõ foi perturbada, nem por hum momento,
• « «• . yi A 211 _ ^
ja de repreZentar, disputar, e remover nas Cortes aquillo que

a Ordem publica. Nem outra couza era de esperar dos Rege-

nos convém; e para prehencher estas medidas com a satisfaçao


neradores da Patria, que taõ solemnemente afiançaraõ a sua

geral, attentas as continuas occupaçoens, que tem esta Camara a

innalteravel disposição, de nada se alterar do systema estabele-

seu cargo a tratar lhe naò fica tempo, para cuidar com a energia
cido. athè formar-se o devido pacto social, em que vae reali-

preciza da reprezentaçaõ que deverá fazer este reprezentante; „ extença» dos Direitos, e dos deveres, * extirpação

compriria elleger-se huma junta de commissaõ composta de 9 dos actos arbitrários, aque os homens sempre tendem, quando

Membros, seguindo-se para esta Elleiçaõ o modo com que se no- saô retidos pelo poder de huma Constituição; fiscalisada em

meaõ os Senhores Senadores, ou aquelle que accordarmos con- gua 0j,servancia por todos os Cidadaons, por que dáhi depende

formes, os quaes teraô nesta CaZa da Camara, hum lugar de- a fejecidade de todos. Insinuar o espirito publico, estas ide

terminado, para em separado faZer as suas Sessoens, aquein se ^ (j a sua prosperidade, e desviar todas as suggestoens, quj

franquearaó os arquivos, todos que julgarem precizos para se I gga^ perturbar, e quietar a terra, abalando-se antigos eixos,

estabelecer os artigos, que devem ser discutidos pelo nosso re- atem mantido em taó grande Gloria Nacional, a pezar

presentante, e o Leal Senado por hum acordaõ em sessão que ^ sabidas, e arriscadas coacçoens, que mais de huma vez «q

deve ser transmitida em copia com todos os assignados a ditta a rcgenta a historia dos nossos últimos tempos. Exa-qui o mej

junta a authorizarà,e se obrigará a sanccionar os artigos que ella


dever na qualidade de Magistrado, e Magistrado que a vosi

tiver deliberado; ficando a cargo da mesma junta para de acor- benevolência quiz entre vos mesmo. E hè em tal qualid^

do com a Camara se tratar do modo de Elleiçaó do reíferido


que teria a recordar incessantemente, que obem geral depeu

Deputado, ou Representante, que mais apropriado julgar ao em todas as circunstancias do estado de tranquilidade public.

estado de Paiz; os membros da junta deverão no dia dojura-


quietaçaò, e obediência a Lei, ante a qual jà sabeis que tod-

mento prestar por mais esta commissaõ hum Juramento de cidadaô hé igual; cuidando cada hum em seos trabalhos, es

cumprir com os seus deveres com toda a imparcialidade a cou- occupaçoens ordinárias, sem soçobro, nem perturl

^ , • ~ eu! niiK PrC& >

perar abem de todos em Geral; pois que a elle entregamos, A


Se eu naô estivesse inteiramente convencido, de q

confiamos, e transmittimos o nosso direito de pro< urarinos «i I ^ ^ v0gs08 dezejos, tal a constante pratica de Morador

s ■ •| M I lllVO DWV V

nossa regeneração, e felicidade. — Joaó Joze da .1 va e ..uza. egtabelecidog; 8Ím cu offendcria as vossas consideraçoens,

>*♦*<
me persuadisse por hum momento, de que outra hè vossa n,

DISCURSO DO
cha. O verdadeiro espirito Constituicional, vos esta bem

Illustrissimo Concelheiro Miguel de Arriaga, nhecido, que naõ consiste, nemno mater.al lamaço,
• • .1 «rin^lPAfi T

refferido na mesma Sessaó antecedente. nem na adopçaó dos meios, que mais inculquem vindicos l

soaes, que obem geral: esta hè a linguagem que vos fal


Senhores
feennores !
• A
a obrigaçaõ
ounga V<u> de
uc t.uix.
hum Senado hé fallar averdade
™ > .

ao cnene
chefie ua
da Naçaõ em - a bem
nome, e de hum ^
Publico, que tem Augusto Congresso, esta a ,
cou Naçaó que nos ama como

ahonra
ailUUItt. de
U« representar: Actos festivos,
7 epomposos
r posto que I contitlicion „al, pt o e c ; '
ftlhllsi

justificados, em quanto patenteiaõ o regosijo proprio de espe- mais do que hum Pa. «, seos

Naõ, Senhores, Elrey Sellou com o seo Solemne Juram.


radas vantagens, saõ sempre exterioridades, que naó carecteri-
ABELHA DA CHINA.

prestado da milhor vontade todas as artes, que seguraraó aos e Paulo Vicente Bello, que daraó por escripto o seu parecer,

Povo» a sua regeneração, e.comellasos vinculos que mutua- os quaes todos depois se explicarão milhor declarando a sua

mente "ligaó Superiores, e súbditos. Nisto nada tenho a duvi- convicção à medida hontem tomada para a publicação do

dar; mas hum dever se naõ taõ valente, como aquelle, que acto do Juramento a Constituição, e sua vereficaçao, acor-

contrahi para ter a ditta de aparecer entre vos com caracter dando todos unanimamente (sendo perguntados cada hum

publico, vinculo reiterado por mais de huma ves, permita-se Je per ) qUe se vereficasse o ditto acto, com a solemni-

que o repita se nao taó valente, ao menos de grande pezo hè, dade, e Pompa accordada, chamando o Clero, Nobreza,

o que agora me faria fallar no meyo deste ajuntamento, se por e povo> na formado Edital aprezentado, e minutado a

ventura eu podesse separar a pessoa de presentaçaô. Mas conlento de t<)dog ()g pregeilU.8> ficando a cste Senado 0 expe.

deixai Senhores, que vos recorde a minha particular situaçaó, .... ... • j j

I dir os Avizos competentes pela maneira accordada, esperan-

vinculos de familia desde 14 annos me ligaõ entre-vos, faria

do-se as ordens superiores para ter lugar qual quer acto

parte da municipalidade se aquella representação me naó

privasse deste direito. Ella com tudo naõ pode destruir os I ulterior, a bem do Paiz, por ser própria convicça» dos a baixo

meus dezejos, de entrar com vosco, como de huma mesma fami- assignados, ser acto illegitimo todo aquelle que asim naó for

ia, no exame do que pode tomar-se util a vossa estabelidade, regulado ; por isso, que havendo sido expontania a declara-

este taô invejado estabelecimento. Naò valhaò as provas que ça5 de toda esta Governança, e a sua adhezaò ao systema

pencavater dado para lhe chamar huma mayor renomeaçaó, Constituicional, naò se dá mo tivo para alterara Lei estabe-

para a fazer gozar das vantagens para que o seu Local o con- lecidn, a qual o Soberano Congresso mandou seguir athè a

vide: a cauza da regeneração se admitte sacreficios individu- Publicação de Constituiçaô, que ainda naó está publicada,

jaes; naó deixará de admettir esquecimento a erros passados, como se entendeu pelo Projecto do mesma Constituição»

que possaò ter vindo da falta de entendimento, ou da frageli- para se discutir ; tendo a penas as Bazes sido mandadas

dade humana. Hum perpetuo silencio ponha termo a todas as cumprir por Decreto da Regencia de 10 de Março de 1821,

dezavenças—Busque-se o que hé mais util, rompa-se o veo da depois Juradas por Sua Magestade a sua chegada a Lisboa,

adulaçaõ; subsiste obem geral de hum Paiz a quem tenho obriga- | £m quanto a commissaõ foraõ nomeadas com 27 votog

çaó de ser gratto— revolvõa-se os arquivos, suscitem-se os an- a Joaò Jozé da Silva e Souza, a Jozè Baptista de Miranda

tigos previlegios, e nada escape avigilancia de bem entenciona- e Lima com 20, a Miguel d* Araujo Roza com 16, a Joaõ de

dos Moradores. Desterrem-se abuzes, estejaò elles a onde


Deos de Castro com 16, e a Paulo Vicente Bello com 12:

estiverem. Por mim comece a reforma, ese porella, ou para


os quaes como corpo consultivo, ficou este Leal Senado de

obem de taõ invejado Paiz, hé necessário que me separe, nada


dar as precizas instrucçoens, e franquear o seu arquivo,

se poupe; por que salva toda a responsabelidade, nada mais

como Ihé for exigido pelos nomeados, sendo as reffèridas

quero nada mais desejo, que obem das familias, de que faço par-

Instrucçoens reguladas em tudo na conformidade da pro_

te. Naõ assustem ao bem intencionado, o estado desacraficio,

posta, e sessaõ accordada.

aque me tem levado a cauZa publica, naõ lembrem filhos, lem-

(Assignados)

brem a regeneração Nacional. Nao secontem os diveros ser-

Ozorio, Arriaga, Pereira, Silveira, Vasconcellos, Gu-

viços que em occazioens arriscadas vo9 fiz, por que estáo bem

larte, Lemos, Coimbra, Manoel Pereira, Joaõ de Deo»

pago com os Documentos que cotiservo da vossa gratidaõ, elles

de Castro, Antonio Vicente Roza, Raymundo Nicolao

mostraraõ a meos innocentes filhos, o que seo Pai lhes alcan-

Vieira, Jozè Joaquim Barros, Miguel dT Araujo Roza,


çou, e que so sentirá naõ ser acompanhado de meyos, que os

Rafael Bottado de Almeida, Simaõ Vicente Roza, Fran-


torne em estado de se bem educarem para vir entre vos fazer-

cisco Jozè de Payva, Joaquim Antonio da Silva, Domin-


vos serviços, fazello a sua Patria. Nada, nada de contempla-

gos Pio Marques, Antonio Pereira, Jozé Baptista de


ção, eu sayo satisfeito, quando me recordo de que assim se pen-

Miranda e Lima, Vicente Baptista Cortella, Antonio Joa-


ce necessário para a vossa felecidade, contentando-me de po-

quim Cortella, Joaô Jozè da Silva e Souza, Paulo Vi-


der dizer com vosco em dia proprio- Viva a Santa Relegiaò,

cente Bello, Faustino Coelho dos Santos, Joaquim Pedro


viva o muito alto, e Poderoso rey o Senhor D. Joaõ VI,

Jozè da Silva, Jozé d* Almeida Carvalho e Silva, Anto-


vivaõ as Cortes, e por ellas a Constituição. Macáo 5 de Fe-

nio Fiancisco Tavares, Francisco Cecitio Braga, Antonio


1822

dos Remedios, Pedro Bottado dr Almeida, Miguel Anto-


MIGUEL DE ARRIAGA BRUM DA SILVEIRA.

nio Cortella, Jozé Rodrigues da Costa,. Manoel Feli*

Pereira, Joaô Jozè Vieira, Constantino Jozé Lopes.

SESSÃO de 7 de Fevereiro de 1822.

Sendo lida a Sessaõ anterior, se houve como rateíicada, Opinião do Cidadaô Francisco Jozé de Payva

cora excepção de Francisco Joze de Pay va, que deo por refferida na sessaõ antecedente.

escrito, huma diversa opinião, declarando nella os motivos,


Supposto que hontem vottei se assentasse chamar o» Se*

que a isso o obrigava y e Joze d' Almeida Carvalho e Silva,


hnores Juizes Alraotaccis para a elleiçaó dc Deputados, com
12 A ABELHA DA CHINA.

tudo hoje estou de outro accordo, e digo, que a elleiçaõ alguma? a Naçaõ toda pelo seu Illustres Deputados, tem

de Deputados me parece he nulla feita antes da elleiçaó do jurado manter a nossa liberdade j em fim tornarmos homès:

novo Governo dà Camara Administrativa, a qual se deve e como duvidamos hum só momento unir anossa cauza'

proceder antes de tudo, e por todo o Cidadaõ, na forma do a couza da liberdade! Eia Cidadaons se entre nos hà al-

Capitulo 22 da Constituição, e de pois se seguirá, o que gum(oque duvido) que naõ dezeje ser livre, separe do

se pertende; por tanto sou de o piniaó, que se siga neste nosso seio do seio da Illustre Naçaõ a quem temos a honra

importante assumpto por ser a mesma formalidade, que se de pertencer* eu naõ duvido, que a opinião publica seja

tem observado na nossa Corte, e em todas as mais Colonias a adhezaõ a cauza da liberdade, mas quem nos constitue

Portuguezas, que a clamaraõ a Constituisaõ nacional, e naõ árbitros dessa opinião? por ventura so nos somos Cidada-

se fasendo desta maneira, entaõ se esperem as ordens de Sua ous? naõ gozaõ geralmente todos agora desse preciozo

Magestadeieste hé o meu votto, e naõ direi mais nada sobre direito? por que naõ saõ ouvidos? e ainda que nos cons-

Francisco Jozè de Payva. tituem árbitros de sua opiniaõ, como, e de que modo de-
o assumpto de que se trata.

vemos prestar este juramento, que há tanto tempo temos


Macao 8 de Fevereiro de 1822.

dado em nossos coraçoens? eu vejo, que nas muito no-

_ . . t „ i ir- x t>~ii~ bres Cidades do Porto e Lisboa, que taõ felismente deraõ

Opiniaõ do Cidadaò Paulo V icente Bello,

1
princípios anossa regeneração politica, o Governo antigo,

accuzada também na sessaõ antecedente.

que naõ tinha a seu favor a opiniaõ publica, dimittindo de

Illustrissimo, e Muito.Respeitavel Auditório. Expõem o

si todos os seus poderes; nomeado hum novoGovemo á von-

Cidadaõ
v IlldUClV Constituicional
v viljtl vil iviviiut Paulo
m. ■ w Vicente
- . Bello,
— #que
£ a nova

„ _ . . „ „i tade do Povo, entaõ nas maons deste hè que se prestaraõ

Constituição, que todo o Povo Portuguez jurou, para por el- mi

os Juramentos.

la ser governado, lliè concede a sagrada Liberdade, delle es-

Supponhamos, que a vontade geral hè, que agora mesmo

colher os Membros, que elle julgar mais aptos para os Go-

se jure a Constituição, e que o juramento dado nas tnaon»

vernarj e a mesma Conslituiçaó, concede a todo o Cidadaõ


do actual Governo seja legal ; eu naõ sei conbinar taes prin.

especialmente a todo aquelle que descobertamente hé Cons- . .


r
cipios,jurar aConstituiçao, enao sergovernado segundo o es-*

tituicional, como elle o jura de assim o ser, de dizer sem . .


J
' pirito da mesma, he para mim hum enigma. Senhores, _

receio algum, e francamente os seus sentimentos, e por ^ ap(jro pacicncla. ,nas vind(> aqui a fim de paten.

tal elle agora os manifesta, sendo estes que tendo elle lido ^ opinia5> eu d;g(() que [)aõ ,lè ()ulra) quc ou

alguns papeis públicos do novo Governo, em todos vio, que />»•#•- • n i i •

1 1 s
' ejurea Constituição, e sejamos Governados por leis Cons-

a sagrada Constituição, foi jurada em todo o Portugal, . . . ^ . _

° ^ . i [ tituicionaes, cu do contrario se esperem novas Ordens, a fim

Brazil.e Ilhas, ellcgendo-se para este fim, primeiro que tu-

de que se jure, e se observe, contando, como conto, que sá-

do, novos Membros ao governo, perante este hè que o Povo,

bios legisladores a quem os nossos Irmaós tem confiado os

a jurou, e por tanto julga devemos aqui também seguir

J r n
' _ * . I seos e nossos destinos, jâ mais se esquecéraó da quelles, que

amesma ordem, para que nao sejamos olhados pelos nossos

., t . nos confins da terra, cheios de prascr levantaò avôs dando

1
mui amados Concidadaons com uidiíterença, logo para que

r ix mil vivas anossa Santa Religião, ao Nosso Rey, e asabia

.sto se faça sem que nos cuiripromettamos, he necessário t» » '


■ " m • a . à. . ■
m
Constituição. Jozè d' Almeida Carvalho eSilva.

assim julga, que todo o Povo Portuguez desta Cidade, seja

Macâo 7 de Fevereiro de 1822.

convocado para elleger os novos Membros no Governo, e

que depois disto assim concluido,elle receba detodas as clas-


NOTICIAS MARÍTIMAS.

ses, e mais Povo o juraraenio soíemne, a nova Constituiçaô.


O Morador Francisco Cecilio Braga faz saber ao publico,
* • è $

Macoa 7 de Feverrerio de 1822. Paulo Vicente Bello.


que o Brigue Assumpção partirá para a Capital dá índia

athe o dia 13 de Otubro, escallando pelos portos do estrei-

to de Mallaca, Columbo, Goa, e Bombay; o que participa

Opiniaõ do Cidadaõ J. d' A. Carvalho e Silva,


a todos os Senhores, que pertenderem carregar nelle al-

também refferida na mesma Sessaõ antecedente. guns effeitos.


•■Vjííil

NECROLOGIA.

Senhores! Sendo convocado a este Tribunal, a quem

Aos 23 falleceo Jozé Antonio Pereira, segundo Piloto


_
dedico todos os meus respeitos, tenho deduzido o fim para

que tinha sido do Navio Aliança vindo para a Costa de

que tratasse segundo vejo de opinar, se se deve ou naõ jurar Malabar, na idade de 34 annos.

a Constituição, que prezentemente organizaõ as Cortes


CAZAMENTOS.
*1 j jM] I- if ••

Geraes, c extraordinárias da Naçaõ de quem temos a honra


Aos 24 do corrente se celebrarão as núpcias de Antonio

Teixera Machado Basto com D. Maria Angelica de Castro.


de ser membros. Admitte por ventura este ponto discuçaõ

AVIZO. Todos os Senhores que quiserem sobscrever neste periódico, faser alguns, avisos, e insirir suas memorias o poderaò

faser em carta fechada ao Redactor, dirigindo-se ao Laboratório Costitucional em caza de Joaquim Jose dos Santos as Janellas

verdes, aonde se achará o mesmo periódico de venda pelo preço de 100 Reis.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO
A

A E A

DA

H N A

QUINTA FEIRA, 3 de Outubro. 1822.


ar. iv.

" HOC TEMPORE

OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM PARI T. TERENTIUS

Governo tomará as medidas, que a Ley lhe pres-

LISBOA.

creve em semelhantes cazos, a fim de punir oe

Sessão das Cortes de 4 de Outubro de 1821.

1 que dilinquirem neste ponto.

O Senhor Fernandes Thomaz aprezentou

duas indicaçoens. Ia. Que achando-se a Naçaô

MACAO.

com
^íuito mal servida nos lugares de cônsules

Sessaõ de 12 de Fevereiro de 1822.

estrangeiros; propoem, que sejaò estes remo-

, . Tl . • I Foi
- w. lida huma reprezentaçaò
iv /iv^lliuyv de
Ui, Joaô
WOUO Nepomocc
A v wpwuiovi

vidos, e substituídos por Fortuguezes, cujas qua- w,

Maher acerca da marcha, que toda esta Governança tem „

lidades aponta, devendo entre ellas terem a re- guid0) na pu51icaça5 do Systema ConstituÇion«l. daodo-a

conhecida adhezao ao sjsteuia Constitucional. por na^ conforme, pelas cauzaes ali expendidas epor que

2a. Sendo certo, e indubitável, que ha Portu- alem de atacantes acada hum dos vogaes desta Administra,

puezes taò degenerados, e perversos, que pro- Ça8, involvem circunstancias naó verificadas igualmente co-

curaô por discursos, e conversaçoens, tanto mo o naó sa5 os exemplos apontados, pois que em nenhuma

publica como particularmente transtornar, e parte foi tida por anti-Constituiçional aquella Governança

, j» • Que como esta, tem adherido a cauza Nascional, e vai,

9
perturbar a nova Ordem das couzas, dissemi- I

ratificar com juramento, obediência as Cortes, epor ellas

nando a desconfiança entre os povos ; propoem,

a Constituição que se estaS organizando, segundo as Baztt

que a commissaó de redacçaó se encarregue de ... . , . _ ,


1
^ ° ja decretadas pelas mesmas Cortes jà Juradas por EL-R —

lazer, e piopoi ao Soberano Congresso, para qUe Da §ua chegada a Lisboa assumio o poder executi-

ser descutido, hum projecto de Ley criminal, vo, por onde tudo deve emmanar. Se assentou, que a

cjue puna como crime de Leza Naçaò, tendo em refferida reprezentaça» depois de registada, fosse levada

ao s
vista a Ordenaça do Reino no que he respec- I °^erano Congresso com explicaçaò relativa aos pon-

tos
tivo a este objecto, todos aquelles que por este Coiistituicioiíac», ou naò Constituicionaes já verifi-

cados, acoropanhando.se das Sessoens havidas para em

meio perturbarem a tranquilidade, e Ordem

vista delias, serem justificadas as intençoens de todos j>§

publica. Aprovados.
vogaes desta Governança, salvo a cada hum o que lhe

~ . , „. . „ , „ for cabente, pelo que separadamente Ihé diga respeito,

Da qui podem colligir os faccionarios de Ma- ...

visto que estabelecido pelas Bazes da Constituição no

cáo o per.go, a que se expõem todos aqelles, que arlig0 u da ^ Primeira> 0 direilo de Peliça8) na_

{■ movem tumultos, ou alvorotos; por que o da bà que possa justificar o contrario procedimento, raz.
14 AABELHADACHINA.

iorrncnte era hura assumpto em que esta Governança dando çaò da Constituição, e reclamar a respectiva responsabili-

o devido cumprimento ao Decreto dè 24 de Fevereiro, e 7 dade dos infractores. Elie por tanto considera ser do seo

de Março do anno passado dattado do Rio de Janeiro, nada dever expor a Vossa Senhoria o seguinte.

mais enteudeo fazer,que insinuar a necessidade de esperar Que havendo nos mezes de Março, Abril, e Mayo do

pelas reformas de melhoramentos, que as Cortes estáõ fazen- anno proximo passado de 1821. apparecido nesta Cidade

do, nem outra foi a recommendaçaô de Sua Magestadè, na por Gazelas Extrangeiras os primeiros annuncios da nossa

Sua Sahida do Rio de Janeiro, como se vé da sua falia dirigi- feliz regeneração, foi geralmente observado o desmayo,

da aos Habitantes do Brazil, na datta de 23 de Abril do anno que esta noticia cauzou aos que eraõ afferrados pelos seus

passado, aqual jà haviaõ precedido por parte da Tropa, pre-


particulares interesses ao systema do antigo Governo.

textos concebidos em iguaes Termos na datta de 11 d' Março


Que á porporçaõ que vinhaô chegando de fora noticias

do mesmo anno, pretextos, e sentimentos, que saõ confor-


mais individuaes, progressivamente, também se via crescer

mes aos mesmos passos sociaes em virtude dos quaes, huma


o descontentamento d* aquellas authoridades declaradas

vez cedidos pelos Povos os Direitos precizos para formar os


anti Constituicionaes, por que sofregamente intentarão per-

vincnlos por que tem de reger-se, nada mais lhe resta para
suadir ao Povo, que esta nova mudança hé firmada em

arbitrarias determinaçoens, como a final se reconheceo por


fracas bazes jà por que prognosticava© huma contra-Revo-

todos os Cidadaons assignados na Sessaõ de 7 do corrente


luçaõ,jà finalmente por que diziaõ que a Corte do Rio de

mez, dando por illegitimos todos os actos, que naõ fossem


Janeiro naô approvaria taes mudanças sem pedir socorro às

prestar o Juramento a Constituição, e suas Bazes, sendo


Naçoens Alliadas para recobrar os seus direitos.

para isso perguntados cada hum de persi como ali se reffe-


Que havendo chegado a esta Cidade huina carta do Rio

re; tornando-se livre, e espontâneo a convicção de todos à

de Janeiro na qual vinha circunstanciada relaçaô de ser a

tal respeito. Declarou a final o Illustrissimo Conselheiro

Constituição recebida, ejurada pela Dinastia Reinante, e a

Miguel de Arriaga Brum da Silveira, que estando no que hé


resolução tomada pelo Senhor D. João VI. de regressar

publico, pelo que se tem expendido, se dava por suspeito


para Portugal, assim mesmo naO perderão os anti-Consti^

para a insinuaçaô de qual quer ontra marcha jà expendida,


tuicionaes as suas esperanças, nem dcsisliruôtio He

com respeito à assumptos particulares, em qne naô pode


illudir ao Povo dando o nome de incendiário aos papeis

convir, como provará a onde compettir. Em virtude da


públicos, cuja leitura esforçavaô prohibir indirectamente.

refferencia acima, se houve de rezolver,que unida arepre-


Que com a recolhida dos Navios de Bengalla havendo

zentaçao aos dos mais votos lançados na Sessa# de 7 do cor-


chegado innumeraveis papeis pnblicos, assim mesmo se
f &• %

rente, a façaõ subir ao Soberano Congresso; naô se lançando


pedra, e se rogava aos que os tinhaS, que naõ facilitassem

o Despacho no alto da mesmn, por naS ser pedido.

a leitura; e a outros que os naõ tinhaõ, sc atterrava com

Ozorio, Arriaga. Pereira,


reflexoens tristes para os persuadir, que os naõ lessem; e

Vasconcellos, Silveira, Gularte,


até aqui nada de signaes de regosijo pela nossa regeneração.

Lemos, Coimbra.
Que foi notorio, qne alguns dos honrados, e afflictos Ci-

dadaons naõ podendo conter os fervorosos impulsos da sua

Segue-se a Representação de Joaò Nepomoceno

lealdade, e adhezaô à causa Nacional exprimirão em publi-

Maher citada na Sessão antecedente.

co os seos sentimentos, por verem a indefferença, com que

Illustrissimo Senhor,, Joaô Neporooeeno Maher, natural


se receberão tantas, e taõ agradaveis noticias com tamanha

desta Cidade, filho de Pais Portuguezes, e por conseguinte


frieza, quando outras que mereciaõ menos attençaõ, foraõ

Cidadaõ Portuguez, com o mais profundo respeito se apre-


recebidas com publicas mostras de jubilo, e regozijo. A

zenta por meio desta perante Este Respeitável Tribunal, e


estes honrados Cidadaons deraõ o execrando nome de amo-

representa, que elle havendo pela nova Ordem das couzas


tinadores, e perturbadores da Republica, c se disse que os

recobrado a mais excelente prerogativa, qual hè o de ma-


seos nomes se achavaõ alistados, naõ sei para que fim.

nifestar a sua opinião a cerca dos negocios públicos quer


Que igoalmente foi notorio, que sendo estes clamores

seja approvando,ou desaprovando os actos dos três poderes,


levados á Presença deste Respeitável Tribunal por hura dos

com tanto que naô Iransenda aquellas balizas postas pela


seos beneméritos, e qualificados Membros, que expôs a ne-

decencia, e pelo Alto respeito, que se deve aquelles a quem


cessidade, que havia de contentar ao Povo com as devidas
%
à * ** 1 * * I'\ ê*

a Naçaõ confiou o seo destino, e bem assim habilitado por


mostras de alegria, que taõ sagrada cauza exige, naõ falta-

huma das bazes da Constituição constante noCaprl6. dos


raõ sofismas, e intrigas para suífocar a esta sua justíssima
• •

deveres de Cidadaõ artigo 17 para poder aprezentar por


requiziçaô, e até finalmente se recorreo à falta de Dinheiro

escripto às Cortes, e ao poder executivo reclamaçoens,


nos Cofres para as despezas da Festa, o que sendo ouvido

queixas, ou petiçoens, e bem assim expor qual quer infrac"


pelo referido qualificado Membro, pontualmente como
A ABELHA DA CHINA 15

v
' * '

verdadeiro Portuguez offereceo todo o dinheiro que fosie I cados no referido dia 6 do Corrente o chamar-sc os Almo-

□eccssarioj offerta que naõ quizeraõ receber; mas convenci- taceis, foraõ estes chamados no mesmo dia, menos o Re-

dos lavraraS hum termo em VereaçaS para se festejar a No- presentante cujo «ome naô estava na Lista (o único tal-

va Constituiçaõ no dia 8 de Dezembro do anno proximo pas- | ves excluído dos naò empregados;) para se acharem no

sado de 1821, oque com tudo naõ sô naô sceffectuou, se naõ Conselho do dia seguinte 7 do Corrente, e sò neste dia, em

que houveras nesse mesmo dia passos tanto em contrario, horas impróprias para as suas circunstancias hé que foi cba-

mado, por se lembrarem delle alguns dos seos compatriotas.


que julga ser do seo dever o callar.

Que hé também sabido, que vários annuncios vindos em Que neste segundo ajuntamento havendo vários Cida-

papcis públicos dera 5 toda a certeza de ter Sua Magestade I daons intrépidos, e honrados qne duvidarão jurara Cons-

chegado aos seos Estados Europcos, e Jurado a Constituiçaõ, tituiçaõ nas maons de hum Governo naõ Constituicional

mas nadadefestevidade. I esta oppiniaõ foi recebida com escândalo; c toda a As-

Quefinalmente chegando no dia 5 de Janeiro do prezente I setublea se alterou! Que confuzaõ! Quesatisfaçoens se naõ,

anno o Brigue Temerário, que sahio de Lisboa aos 24 de Ju- I deraõ! Que protestação de Patriotismo! Alguém dimit-
I •

lho, soube-se pelos papeis públicos tudo o que até a essa epo- tio eifectivameute de si o Governo? Nenhum. Pelo con-

ca se havia passado na Corte, já entaõ naô poderaô apagar trario se disse que o Governo naõ podia ser mudado sem

tantas luses, que fiseraô ? Festejou-se a Constituiçaõ e a | ordem expressa, que o Povo naÕ estava authõrizado para

Nossa Felis Regencraçaõ ? Naô. Festejou-se unicamente a nomear os seos Governantes. Que o Governo actual íoi

clleito
Felis chegada de Sua Magestade à Europa. Pel° Povo
- Que aiiu,a naò
tínhamos Leys ConsG-

Quem hé que espalhou tanto terror, e tanta averçaõ ã tucionaes para por ellas sermos governados. Apegar de

tui
Nossa Felis Regencraçaõ, como demostraô os factos reíiri. *° Ç110111 sus
tcntava, era omesmo que também

dos? Hé hum, e outro, as duas Authoridadcs mais abaliza- confessava ao mesmo tempo o mào Governo, que fez

pelo longo espaço de 20„ annos, e pedia com tudo a sua


das, e saõ esses agora os mesmos que tanto se empenhaõ pq-

conservação ao menos por 2„ ou 3„ mezes.


ry nos reger, e governar.

Que acalmada de alguma forma a força do debate, de-

Que caminhando assim com passos lentos, qual padecente

zenganados os convocados de que seus princípios, e suas


çtfsj vai ao patíbulo OS iustautes desejados da aeclamaçaõ

luzes naõ eraô para discutir com hum Ministro Letrado,

da Nossa Felis Regencraçaõ, succede que hum dos actuaes

sustentado por muitos interessados na sua conservação, se

honrados, e patrióticos Membros deste Tribunal preferindo

passou a deliberar respetivamente a forma de se aclamar

o amor da Patria a outro qual quer respeito, acordando do

a Constituição, se devia, ou naõ ser da maneira, como foi

letargo com que a illuzaô o havia emballado, rompe avoz até

o da feliz Aclamaçaõ do Mais Amável rey senhor D.

entaõ emmudecida, e pede se arvore o estandarte da liberda-

joaõ VI. publicado por hum Bando com assistenda da


de. Qnanto esta deliberaçaõ assustou, e amargurou aquem

Camara. A esta circunstancia duvidaraõ assentir alguns


até aqui rege o Leal Senado, escuso repetir por ser sabido.

Que sendó necessário em taes circunstancias convocar ^os actuaes


Membros, por que expressarão o receio de

conselho, quanto naõ trabalhou a intriga para que somente ■< serem insultados pelo Povo. Esta plena confissão mostra

fossem chamados unicamente os Senadores sidos, e exclui- a pouca satisfaçaõ, que o Governo actnal tem do mesmo

Povo que governa, e esta falta de satisfaçaõ, por conse-


dos os Almotaceis, o Clero S

guinte procede de o mesmo Governo conhecer, que governa


mais condecorados,eo Povo!

Que junto o Conselho no dia 6 do corrente, composto dos contra a vontade do Povo que nas actuaes circunstancias se

referidos Senadores sidos, nada mais se discutio, se naõ so- consideraõ com direito de elleger os seus Governantes,

bre a forma de Juramento, o citio cm que deve ser dado, Que neste seguinte Conselho haTcndo vários votos

quem o deve receber, ea Solemnidade, que se deve faser para para se convocar o Povo naõ foraõ attendidos, e que tudo

a publicaçaõ da Constituiçaõ. Nada mais se discutio, nem quanto athe aqui se disse ter passado de nada se lavrou

se attendeo apesar de que naõ faltaraõ, nessa occasiaõ Cida- assento para se conhecer a pluralidade dos votos, e que

daons Patrióticos, que francamente expuseraõ seos sentimen- Q unjCo assento que se tomou, foi a da nomeaçaõ de vari-

l# •

tos; estas suas exposiçoens naõ foraõ attendidas, e sô serviraõ os Cidadaons, proposta feita por hum dos mesmos, e naõ

para magoar os Coraçoens dos afferradosào Systema anti- pelo Senado, para rever os archivos.

go, que explicaraõ seos seníimcntos já com palavras, e jà Que pelos factos referidos se mostra que até aqui naõ

com lagrimas. Quam diff<t<tuc be c>»a scena, quando se bà nada analogo, e conforme ás bazes da Nossa Santa

compara com o que se passou no* Domínios Portugue- Constituiçaõ por faltar aquella liberdade regulada pela Ley.

zes na Europa, e America! Que os argumentos feitos pelo Conselheiro Ouvidor fi-

Que sendo conforme aos pareceres de aiguns dos convo- caõ destruídos pelas mesmas bazes da Constituiçaõ, por

/
16 A A RE LHA DA CHINA.

dos pelo mais Amável Soberano, se os Aulicos Protecto-


que jurar a Constituiçaô nas maons de hum Governo sem

res do cauzador, que existiaô na Corte do Rio de Janeiro,


ser Constituiçional hé principio, que se naô pode adoptar,

naô tivessem soffocado tantas queixas, que remetteraõ ao


sendo ao mesmo tempo certo que jà o So4>erano Congresso

mesmo Accuzado, como elle mesmo publicou para mostrar


Nacional approvou o projecto da reformadas Camaras, apre-

a sua grande influencia na quella Corte, e para aterrar ge-


zentado pelo Defensor da Liberdade o lllustre Borges Car-

ralmente a todos. Qual tem sido de pois desta época até


neiro, e factos acontecidos em differentes Camaras nos Do-

o prezente a AdministraçaÔ Publica? Digaô os CoíFres


mínios de Portugal na Europa, e America, plenamente

exhauridos, as Viuvas desgraçadas, os Orfaons infelizes, os


prova5 a liberdade que tiveraô aqoelles Povos para reelle-

desesperados Negociantes fallidos, Nacionaes, Extrangei-


srerem os seus Governantes, e que a estes naô faltaraô Leys

ros, e Chinas, os requerentes afflictos, os expatriados in-


para os governar por que a mudança de que se trata, naô

formemente, que lamentaô fora de amada Patria suas des-


hé da Ley, mus sim do Governo, visto que aquella sempre

graças, e dos seus filhos, e finalmente atè do centro das


fica em seo vigor, em quanto naô for revogada pela Autho-

Sepulturas clamaô as victimas desgraçadas. Nem as trevas


ridade competente; e por conseguinte esta Camara, e este

• i » 9
do Egypto podem escurecer estas verdades.

Povo naô podem ser privados d* aquellas prerogativas,

Hum Povo que tanto tem soffrido, este Povo que ad-

que tiveraô as outras Camaras, e os outros Povos athé o

mira o exemplo de modcraçaô da sua May Patria, este

extremo de ser a Salla deste Senado vedada ao Povo, ha-

Povo digo, que conseguio pelo seos serviços, e dos seos

vendosidoem 1812 profanada pelos Chinas, que em tomul-

antepassados aquelles honrozos epithetos, de que tanto se

to entraraô excitados pela intriga, e pedirão a depoziçaõ

gloria, e que estaô estampados nas Portas do Edifício des-

do Dezembargador Joaõ Baptista, dos Guimaraens Peixoto,

te Respeitável Tribunal, sem duvida naô será capaz de

entaô Ouvidor desta Cidade, a qual sem duvida consegui,

commetter acto algum, se naô de lealdade, amor, e adhesaô

raõ, se o que entaõ era Governador, e Prezidente, naô

aos seos Governantes ainda arrastando cadeias. O amor

fosse sujeito de conhecida instrucçaô e talentos.

da Patria, ferve em todos os Coraçoens dos verdadeiros

Que hé sabido que o Povo desta Cidade conhece, que

Cidadaons Portuguezes, elle faz proferir estas verdades, elle

qual quer dos Cidadaons de que se compoem este Tribu-

exige que Vossa Senhoria queira attender seriamente do ne

%
nal, naô está inabilitado para o governar, e reger: e por
« . I ^ ^ ^ »
gocio da Nossa Feliz RegeneraçaÔ para que naô se profane o

isso naô duvida, que o continuem no Governo, mas que

Sagrado do Juramento, e para evitar responsabilidades, que

devem ser reelleitos pelo mesmo Povo para então ser este

podem ser apresentadas ao Soberano Congresso Nacional.

Tribunal, verdadeiramente Constituiçional.

Mas se esta justa representaçaô tiver a desgraça, de naô ser

Que o Povo igualmente conhece, que a liberdade de

attendida; se se julgar por ella criminozo ao Reprezen-

Cidadaô hé huma das mais essenciaes bazes da Constitui-

tante, padeça elle, ou morra muito embora, o tempo o jus-

çaô, ou para melhor dizer hé a mesma Constituiçaô, e que

tificará, e sempre em todas as circunstancias elle reclamara

os Cidadaons iá mais gozaraô desta Liberdade em toda a n â • i «


v J
* pelos Direitos da sua Patria, e dos seus Concidadaons, c a

sua extençaô, se naô conforme a vontade do Ouvidor, esta I t ^


* ' I Naçaô o julgara. Macào 11 de Fevereiro de 1822.

verdade está taô plenamen te provada que ninguém pôde


JOÃO NEPOMOCENO MAHER.

duvidar.

Que finalmente conclue dizendo, que so expõem estes


CORRESPONDENCIA.

factos innegaveis em tempo competente, e por meyo desta


Responderemos ao Senhor Portuguez Constituiçional

e ao Senhor Constituiçional verdadeiro logo que se offerèça


sua humilde reprezentaçaô em rezaô de naô ter sido

occaziaõ opportuna. Declaramos ao mesmo tempo ao Se


prezente no acto do conselho, por cauza que jà fica dieta,

nhor, que de baixo da letra T, nos enviou a sua memoria,

para que Vossa Senhoria como Fiel Testemunha de tocTo


que hé alheio do nosso projecto o tractar sobre matérias da

o acontecido decida da sorte deste mizeravel Paiz, que


Religiaô; agradecendo-lhe todavia a sua correspondência.

O REDACTOR.
tantos males tem soffrido, os quaes já teriaô sido remedia-

AVIZO. O Concelheiro Manoel Pereira faz saber ao publico, que elle pertende vender alguma das suas proprie-

lades de Cazas, menos a da Armaçaò, ou ainda Mobílias de bom gosto. Toda e qual quer pessoa, que as quizer comprar, pode

lirigir-se ao mesmo Conselheiro, que fará a venda por preços modicos. Igualmente f~z saber, que o seo Navio Io. Rey do

teino Unido, fará viagem para a Europa até 15 de Janeiro, seguinte com escallapelo Cabo de Boa Esperança, ou Santa Elena,

tio de Janeiro, Bahia e Ilhas dos Açores; toda e qualquer pessoa que quizer carregar nelie alguns effeitos á fretes, que os fará

la lesma forma que o Negociante Jozè Nun« da Silveira, tem feito nos seus Brigues.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.
A

• y^ 1 ,

A
im

1 .

DA

H N A.

QUINTA FEIRA, 10 de Outubro. 1822


N°. V.

" HOC TEMPORE

OBSEQUIUM AMICOSj VER IT AS OD1UM PARIT TERENTltJS.

das pelas mesmas Cortes, e juradas por Sua Magestadc

MACAO.

na sua chegada a Portugal a onde por Decreto das referi-

das Cortes de 3 de Julho do anno passado assumio o poder


Bando do dia 13 de Fevereiro de 1822.

, „ executivo; tudo em conformidade dos jà citados Decretos

J
Juizes, Vereadores, e Procurador do Leal Senado da Ca-

do 24 de Fevereiro, e 7 de Março, havendo depois desse

mara por Sua Magestade Constituicional, que Deos Gu-

solemne acto hum Pontifical na Igreja Cathedral, Expo-

arde, &a. Fazemos saber, que tendo-se resolvido em Sessaô

ziçaó do S. Santíssimo Sacramento, Sermaô, e Te-Deum,

de 5, 6, e 7 de Fevereiro de ratificar com solemne juramen-

para agradecer a Divina Providencia ta5 decidido testemu-

to a nossa adhezaõ a cauza Nacional, já publicada por Edital

nho da sua protecçaò à Naçaõ Portugueza, de que temos

de 5 de Janeiro em consequência do assento da mesma

a honra de fazer parte. O que fazemos saber a todo o

\
datta, pelo que tendo-se em vista o Decreto de Ea-rey

Clero, Nobreza, e Povo para que venha# satisfazer a o a cor-

publicado no Rio de Janeiro de 24 de Fevereiro confirma-


dado juramento, e nos accompanhem depois nas menciona-

do p.do 9 de Março se entendeo esperar as Ordens attinen- . ...


' v r ^as, e subsequentes actos Religiozos a que temos de assistir,

tes a tal respeito adiamento à que depois se quiz por termo


sabeudo mais que ueste Leal Senado, e em todas as extaço-

por constar do regresso de Navios de Lisboa, pelos quaes

ens publicas haverá illuminaçoens por tres noutes come-

se entendeo conforme aos sentimentos de toda esta Gover-


çando na do mesmo dia 16, as sette horas, pelo annuncio

nança, e mais Considadaons a remessa deste acessório acto


de huma salva na Fortalesa do Monte, e a cabando as dez

ê
da nossa ligaçaò ao Systema Constituicional, que nos segura
com outra salva. A quietaçaò, boa Ordem, e regularidade,

os mais prósperos e felizes rezultados: e na# dezejando por


hé o que Uria este Leal Senado a rccommendar a todo este

hun; acto taò satisfatório, e espontâneo deixasse de ser a


publico, se naõ estivesse certo de que as ventagens, que

comianhado d' aquelias demonstraçoens publicas que saõ


a fiança à nova Ordem das couzas quando adoptada pligiti-

propiias dos fieis sentimentos de cada hum dos mesmos Ci-


midade dos meyos decretados sa# sufficiente estimulo para

dadaoi.s; se deliberou precedendo a consulta dos Moradores


encaminhar a tranquilidade publica, esperada de todos os

os mais «xperimentados nas matérias da Governança, unica-


bons Cidadaons, a quem com tudo o dever da Policia obri-

mente ccnvocados para este acto particular da Camara,


ga a fazer conhecer, que será tido por perturbador na for-

que no d'u Sabbado, que se haõ de contar desasseis do Cor-


ma do Decreto das Cortes de 3 de Julho do anno passado,

rente as oito horas da manhaá se preste, nas casas deste


todo aquelle que levantar outros vivas, e vozes que na#

Leal Ser.ado juramento a Constituiçaò qua esta# organiza»-


seja a Religia#, Cortes, Constituiça#, e suas bazes, Rky

do em Lisboa as Çortes Geraes, extraordinárias, e consti-


Constituicional, e Real Família, Vivas que de toda '

tuintes da monarchia Portugueza, e suas bazes já decreta- vontade ora repetimos, Viva a Religião, Vivaô as Corti
f

18 A ABELHA DA CHINA.

Santa Cauza exige. Macáo 14 de Fevereiro de 1822.

Viva a Constituiçaò, e suas Bazes, Viva o Rey Constituí-

Francisco Jozé de Payva, Bento Jozé Goncalves Serva,

cional, Viva a Real Família, Macáo em Meza de Vereaçaõ

Domingos Jozè Gomes, Antonio Joaquim de Cosia Basto,

IS de Fevereiro de 1822.

EU CARLOS JOZE PEREIRA, Cavalleiro Professo I Agostinho de Sã, Joaõ Virente Ferreira Gordo, Joa5

na Ordem de Christo, Alferes Mor Escrivão da Jozé dos Santos, Paulo Vicente Bello, Antonio Joaquim

Camara, e Fazenda que a fiz escrever e sob- Alves Pereira, Joaõ Jozè Vieira, Christovaõ Jozè de Mo-

screvi. raes e Castro, Jozé d' Almeida Carvalho e Silva, Antonio

ANTONIO JOZE GONSALVJES PEREIRA.


Sebastiaõ Burradas d* Azevedo e Liger, Faustino Coelho dos

FRANCISCO A. PEREIRA DA SILVEIRA.


Santos, Felippe Jo é de Freitas, Boaventura Antonio Peres

ANTONIO JOZE DE VASCONCELLOS.


Francisco Antonio Seabra, Jozé de Souza Placè, Antonio

ANTONIO GULARTE I)A SILVEIRA.


Lourenço de Carvalho, Francisco Soares, Joaõ Vitorino da

BERNARDO GOMES DE LEMOS.

Silva, Felis de Souza Piacé, Thomas d' Aquino da Rocha,

FELIS VICENTE COIMBRA.

Lourenço de Souza, Placé, Jozé Antonio Soares, Francisco

da Cunha Gracés, Gregorio Joaquim Pereira de Campos,


Eessaò de 15 de Fevereiro de 1822.

Foi lida huma representação em nome de diversos Morado- I Justiniano Vieira Ribeiro, Ludivino da Encarnaçaõ, Joa-

res, e mais pessoas ali assignadas, a cerca da Opinião anteri- 1uim Justiniano de Sà Pereira Vasconcello», Luiz Manoel
-0m '«> .*i» i •

ormentc dada por Joaò Nepomoceno Mahcr, e se houve de Cordeiro, Ignacio d' Almeida, Antonio Guedes, Bartholo-

lhes dar em papel subscripto por mim a resposta, que depois .meo Tavares, Joaquim Maria Vidigal d' Almeida, Marciliuo

de acordada, e assignada, se mandou registar para seguir-se | Antonio de Carvalho,

no Original o mesmo expediente na remessa jà acordada ao

Soberano Congresso, o mesmo que em virtude das Bazes da

DESPACHO.

Constituiçaò. ^ 14 da 1. sessaõ, se resolveona sessaõ anterior,

Lizo,t
de 12 do Corrente a respeito da rcffcrida Opinião de Joaò Nepo- I S?ea"d°-sc esta Governança em acolher todas as

reprezentaçoens, quetendaõ a illustralla da opinião nuMirii


moeeno Maher. Devirsificou este assento o Vereador Francis-

■ h ■

P
CO Antonio Pereira da Silveira, que foi de parecer seguinte. I °r Se
"S dcz<
'j,,s' P«».ni*na, e indivi,

ne

e
Seja registada, e remetida ao Soberano Congresso com a repre- I "c,mlrase a e,la
> tí
",,° 1uan,° ,hé sp
ja P"»sivet o ..

timidade doS aCtoS 0U Sohse<


Zentaçaò do ditto Joaõ Nepomoceno Maher, juntamente coma ' l"Cntcs responsabilidades pro-

marcha seguida por este Leal Senado, onde deverão ser exa- P»»» Jasrelaçocns de hum Paiz, em que qual quer alleraçaò

con,
minados em conformidade do antigo 14 das Bazes da Constitui- ^ Prometler a sua
conservação abem da Naçaõ,

qU 3 tU P
Çaó, que por hora servem provisoriamente de Constituiçaò. ® " °° ° "' ^ °SSe' |,C
'a r
^ulari

Asoentou-se, que a forma do Juramento fosse da maneira dadedasuamarcha.no exacto cumprimento de actos, naò

.eguinte- Juro aos Santos Evangelhos, obediência a Santa Re- | PurameDt* ^'"^ativos da Soberania Nacional, mas da,

ligaõ, a Elrht, e a Constituição que se está fazendo em

moiros Habitadoresi teria desde logo exarado o defferi-


Lisboa pelas Cortes, segundo as Bazes já decretadas pelas

9
mento, que acordou da remessa ás Cortes na forma das
mesmas Cortes, que também juro.

Bazes da Constituição, da opiniaõ a que se refíVre esta ins-


Ozorio. Arriaga. Pereira.

Silveira. Gularte. tancia, se naõ entendesse, que dada ella, como fizeraõ outros
Lemos.


Coimbra. Moradores, naõ se pertendia mais qne sogeitalla à maioria dos

* . v
votos livres, e expontâneos, que deraõ lugar a deliberação

Reprezentaçaõ acuzada na Sessaõ anteedente. I lomada> unicaiueilte par, ratificar com o solemne juramen.

IlluSlrissimo Senhor. A Vossa Senhoria reprezentnõ ^,era' a


dhez«iÕ da mesma Governança, e lodo Publico

a cauZa
abaixo assignados, que elles himentaõ a falta de Provi- Nacioual, ficando os actos ulteriores dependentes de.
»

dencia, que tem merecido a justa reprezentaçaõ de Joaõ I ^uPe|"i°res Ordeus; e era quanto assim se conduziu rjsta

Nepomoceno Maher, e a falta de contemplaçaõ de Vossa Covernança deliberando aprestaçaô do reflferido jurarae-nto,

Senhoria para com o Povo desta Cidade, em cuja classe naõ fez mais que regular-se pelo Decreto (a) de Sua M-iges-

entraõ homens de consideraçaõ, e condecorados, que naõ ! tade dattado de 24 de Fevereiro de 1821. E em c^uralo

devem ficar de serem ouvidos no Negocio actual da Nossa convocou os Cidadaons mais esperiraentados para o > ouvir

I *1

Feliz Phegeneraçaõ, e por tanto supplicaraos a Vossa Senho- sobre a escolha do dia, pompa, e decoro,com que perten-

ria, e pedimos em Nome do Soberano Congresso Nacional j dia fazer aquelle acto, naõ pezando sobre o Paiz c*oin despe-

nos queira diferir com a benignidade, que esperamos, e taõ J zas improductivas, que naõ decidem da verdadeira intenção

(a) Correyo Brazilence Numero 156 pagina 518.


r
A ABELHA DA CIIINA.

de sua condecendencia ào que se lhes mostrou conveniente


dos bons Portuguezcs, naõ foi mais, que ouvir neste acto

á este Púbico, que tem a honra de repezentar, cujos senti-


proprio da Camara, o que he conforme ao regimento, e se

mentos enterpretando, na qualidade de seos próprios Con-


entende do contexto do officio(b) do Excellentissimo Manoej

cidadaons, foi que naõ entendeo esperar essas mesmas or.


Fernandes Thomas quando dirigiu as correcçoens do Reino

dens, que aquellcs Decretos Suppoem, e os Diários confir-


as Instrucçoens de 22 de Novembro para as Elleiçoens; em

maò, quando se Iò nellcs haver o Excellentissimo Ministro da


quanto accordou com os Cidadaons convocados nesta mes-

repartição pedido os precisos papeis para enviar a Capital;


ma Camara tivesse lugar a verificaçaõ d' aquelle acto sem
• •

actos todos, que podendo provar coro as suas differentes, e


qual quer alteraçaõ, se separou da Letra C > Decreto de

retei adas Sessoens i!e que facJltarà Copia, deixará sem e


7 de Março de 1821, em que elk::v mane »u, que tod s os

quivoca ageral adhczaò deste Leal Senado, já levada devi'


Governadores, e Cappitaens Generaes, e Authoridades Civi
é

damenteao Soberano, Congresso, imittando assim tantas ou.


Militares, e Eccleziastica, prestassem e fizessem prestará

tas Corporaçoens municipais, que de toda aparte o tem fei-


seos subdittos, e subalternos aquelle juramento; em quanto
f

to, e se no seo primeiro festejo apenas incluio & chegada d'


de Geral, e espontâneo accordo com os Cidadaons convoca-

ELR2Y, e sua adhezaõ, naò foi mais que o praticado pelo

dos, perguntando cada hum de persi, teve por illegai tudo

mesmo Soberano Congresso, que com Te-Deum,e grandes

o que naõ fizesse prestar o juramento, e esperar ulteriores

alegrias festejou aqueila noticia, promettendo este desde lo-

ordens competentes, naò fez mais que guiar-se pelas Ins-

go este Lea! Senado novas, e competentes Dcmonstraçoens»

trucçoens de 22 de Novembro de 18^0, o mes mo Documento

o que naò deo mais adiamento pela declaraçaò de partida de

Letra B, pellos sentimentos que se deduzem de pretextos

Navio para Lisboa, cm que quis enviar aquelle* accessorios

(d) da Tropa do Rio de Janeiro em datta de 11 de Mart,o

actos de sua ligaçaò. E a final quando vio a reprezentaçaò»

de 1821, a onde bem claro segurou aquelle Benemérito

aque esta se refferc, conhecendo por ella que havia quei-

corpo, o que tudo se deve, que naõ admiUia outra medida

xas particulares a respeito dos quaes, quando provadas, ou

que a medittada pela Sabedoria Nacional em Cortes; donde

dedusidas formalmente estaõ nas Bases da Constituição. ^

este Leal Senado penetrado dos sentimentos, que espera

14 os meyos dados, alem de que contra o representante

em todos os bons Portuguezes, todo o assenço a lingoageni

haja; pondo-o em circunstancias de se ter com elle o que

^e) do Chefie da Naçaô aos Habitantes do Brazil, quando

na resposta (h) da Regencia de Portugal dattada de 28 de

/ em 23 de Abril do mesmo anno lhos disso, que era attentar

.... ~ n.ti-j l Mayo do wesiuo anuo ao Soberano Congresso, se ve bem de

contra a sua Authondade, e Governo Estabelecido o perten- °

duzido ensinuado-se ali amarcha, que se teria seguido para

der mudanças, que legalmente se naõ estabelecesse na Cons-

com elle, se naò lembrasse a jà ponderada moderaçaò deste

tituição, que fizessem as Cortes em Lisboa dando-lheos saúda-

Governo, e Authoridade ofiendidas, moderaçaò jà reconhe-

veis Conselhos que ali se podem ler,e se naõ repettem por

cida nos Avisos, que levaò aquelle representante as mesmas


moderaçaõ (verdadeiro Norte dando parte esta Governança)

, . j * 0 •».. x c I circunstancias do mencionado na ditta resposta da Regencia.


&
e tolos tendentes a evitar a perturbação, e esperar as reformas |

Entre tanto Este Leal Senado querendo ver prehenchido


das Cortes, que só as podem dar, e naò os que querendo os

fins da publica regeneras uS, cederaõ «,s meyos, que naõ po- I o acto que vai dar começo à dezejada reSeneraça8, em que

dt-m alterar.se, era quanto com o devido reconhecimento toma toda parte, acto que verificado no altar da liberdade

deo attençaõ à taes dispoziçoens foi depois que vio na Ses- Civil deve sepultar todas os pessoaes vendictos, para naõ ar-

saõ (f) do Congresso de 28 de Abril do anno passado a geral rastar o Publico à sacrifício abem de particulares, quando

t.

satisfação, que ali cauzou a noticia da adhezaõ de Sua Ma- por elle saò os destes exigíveis, naõ duvida de pois, ouvir

gestade, à quem se quiz logo dar o nome de Pay da Patria? devidamente a cada Cidadaõ que o deseja, para ulteriores, i

reconhecendo os Illustres Deputados na Carta (g) de 9 de competentes Deliberaçoens; chamando para isso àcommissaô

Mayo do mesmo anno, que dirigiraõ logo a Real Prezençaj | jà nomeada, afim de calcular com ella o melhor modo de in-

teirar-se de opinião publica, que ora se encarece, e se deve


Sabia Deliboraçaõ d' aquellas Dispoziçoens delegaçaõ,

carta que naó menos prova consideração pela Sagrada Pes- I acolher pelos meyos seguidos em toda aparte Nascional, des

soa de ELRFY CONSII 1UICIONAL, que odecoro da Na- de o feliz dia 24 de Agosto de 1820, sempre remarcavel pe-

çaõ, e seos reprezentantes; em quanto assentiu que houves- los seos felizes effeitos, apoiados na Proclamaçaò (i) da mes-
w \
»« mmr

se huma commissaõ, como corpo consultivo, para encami- ma datta. No que provando este Leal Senado a suacondes-

w
I ;

nhar futuras reprezentaçoens, naõ deo outrà prova, que a cendencia á pertençaõ dos reprezentantes, tem o direito de

* ■' Cl
(f) Correyo Brazilence N. 156 pg. 588.
(b) Correyo Brazilence N. 151 pagina 647

(c) Diário Numero 126 Mayo 1S2I. (g) Diário N. 75 de Mayo 1821 pg.843.

v J
(d) Diário N. 130 Junh de 1821. (h) Diário Numero 126 Mayo de 1821.

(e) Diário N. 156 Julho de 1821. (i) oPregoueiro Luzitano parte Primeira pg. 16.
20 A ABELHA DA CHINA.

se fará também publica a representação, que fiz ao Leal Sena-


esperar que satisfazendo ao que recommenda o Edital de 13

do da Camara desta Cidade no dia 12 de Fevereiro do prezente


do corrente vindo todo aprestar o sco juramento, a face do

anno; tomo por esta razao a deliberação de lhe remeter a car-


83o Prelado Diocezaao, que de melhor vontade se offereceo,

ta, que no dia 11 do mesmo mez escrevi ao lllustrissimo Con-


e das mais corporaçoens Religiozas e Militar, ajudem

celbeiro Arriaga, quando enviei a Copia da ditta representa-


adizer com igual alegria. Viva a RclegiaÒ, Viva o rev,

ção, para ser tainbem publicada no seo Periódico, afim de que


Viva a Constituição. Macào em Meza de Vereaçaò lo cie

o publico fique conhecendo a delicadesa, com que sempre tra-

Fevereiro de 1822. ,

tei a este Ministro, apezar de ter da parte delle recebido im-

EU Carlos Joze Pereira Cavalleiro Professo na

mensos, e clandestinos aggravos.

Ordem de Christo Alferes Môr Escrivã# da Cama-


Espero receber do Senhor Redactor o favor que tupplico,

ra, ©Fazenda que a fiz escrever, e sobscrevi.


e que me permitta a honra de prezar ser seo.

Ozorio, A Silveira,
Constante Admirador.

Pereira, Lemos, Coimbra,


Sua Caza 16 de Setembro de 1822.

JOÃO NEPOMOCENO MAHER.

DF.CLAR ACAO

O Juiz Ordanario, com exercício de Ouvidor Geral desta


CONRESPONDENCIA.

Cidade, Paulo Vicente Bello fas saber ao publico, que na


ILLUSTRISSIMO SENHOR.

Devassa a que se procedera contra os couspiradores da noite


Naõ hé a lizonjn, naõ hé o temor, saõ sim os verdadei-

do dia IS de Septembro, se achara# innocentes o Tenente


ros sentimentos de hum homem de bem, que me obrigaõ

Coronel Antonio Ferreira de Arriaga, o segundo Tenente a por na respeitável Prezença de Vossa Senhoria a copia

da Reprezentaçaõ, que as vozes da verdade, o amor da


Ludgero Joaquim de Faria Neves, eos Cidadaós Benvindo

minha Patria, e dos meos Concidadaons, e naõ outro qual

Manoel Rodrigues, e Joaõ Ricardo Gomes, envolvidos por


7 quer respeito, me obrigaraõ a fazer.

hnni espirito seddicioso, e calumniante como cúmplices Dezejo infinitamente, que fique sem effeito este mco

zello, por qual quer generoza rezoluçaõ, que Vossa Senho-


desta conspiraça#, oquefoi huma atroz caiumuia, como se

ria se dignar de tomar, antes d' ella subir ao Tribuna!

mostrou pelo depoimento das testemulhas, que nada depoze-

competente.

rad contra os mencionados.


Supplico a Vossa Senhoria queira benignamonto pord~nr

me qual quer defeito, que notar neste pàsso por mim


Macào 8 de Outubro de 8221.

dado, e juntamente o atrevimento de dirigir esta, atten-


PAULO VICENTE BELLO-

dendo à Sancta cauza, que assim me obriga.

A lllustrissima Pessoa de Vossa Senhoria Deos Guarde

Senhor Redactor.
por muitos annos. De Vossa Senhoria

Como vejo inserida» na Abelha da China varias Sessoens O mais Attento Venerador e Criado

da Leal Senado, c outros Papeis Púbicos; persuadido de que Fevereiro 11 de 1822. Joaõ Nepomoceno Maher.

NOTICIA.

Matheos Vanoemberg, Cidadaô casado, e morador nesta Cidade, na Freguesia de Sam Lourenco, assistente na rua

do Basarinho, tendo a distincla honra, e felicidade de obter do Illustrissimo e Leal Senado a Liceaca para estabelecer

huma casa de Leilão particular, fas saber ao Publico, que ellevai dar principio no dia Sabbado 12 do corrente nas casas

da aposentadoria do Senhor Fclis Vicente Coimbra, confrontadas com as do Senhor Francisco José de Payva na mesma

Freguesia: por tanto qual quer pessoa que quiser pôi as suas fasendas, trastes &c. pode derigir-se ao sobredicto, ficando

na entelivencia de que concluída avenda, se dedusiraõ para despesas cinco por cento. E para que chegue anoticia de

Macào 7 de Outubro de 1822.


todos será este publicado.

N. B. a Relaça# detudo quanto se achar para vender será apresentado no dia do Leila#, que começará no dia Sabbado,

12 do corrente, as 9.horas da manhà, e acabará pelas 2 da tarde.

AVIZOS. Sexta feira 11 do corrente, pelas 9 horas da manhã nas Cazas do Manoel Jozé dos Remédios na rua FormoZa, a on-

de morava o Major Cavalcanti, haverá Leilaõ de differentes trastes, livros, instrumentos Mathematicos de uzo do mesmo Major.

Segunda feira 14 do corrente pelas 9 horas de manhã em CaZa de Joaquim Jozé dos Santos, se hà-de proceder á Leilaò publico

do» moveis pertencentes a JoaÓ Antonio Morin, Capitaô do Brigue Temerário, falecido aos 7 de Setembro proximo passado.

Pelo JuiZo da Ouvidoria Geral se há-de vender a Ilha verde, havendo a pregoaçoens nos dias quarta feira, sabbado, e

quarta feira, 9, 12, e 16 do corrente, para ser arrematada no ultimo dos dias referidos, a quem maia der.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.
A

A E
A

DA

H N A

QUINTA FEIRA, 17 de Outubro. 1822


N°. VI.

" HOC TEMPORE

55
OBSEQUIUM A MI COSj VERITAS ODIUM PARIT. TERENTIUS.

tonio José Gonsalves Pereira, Antonio Gularte da Silveira,

MACAO.

Bernado Gomes de Lemos, Felix Vicente Coimbra, Mano-

Acto do Juramento.
el Pereira, Januario Agostinho da Silva, Antonio Pereira,

No Anno do Nacimento de N. Senhor Jesus Christo de Carlos José Pereira, Francisco de Mello da Gama e Araujo,

1822, aos 16 dias do mez de Fevereiro do ditto Anno, Brigadeiro e Commandante do Batalhaò de Príncipe Regen-

nesta Cidade do Nome de Deos de Macào na China nas


te. Segue-se os assignados das Corporaçoens, do Ulustrissi-

cazas deste Leal Senado da Camara delia, onde se achavuõ


mo Cabido, Prelados das Religioens, Officiaes Militares, e os

presentes o Excellentissimo e Reverendíssimo Diocesano


mais concorrentes a cima referidos, que ao todo formara5

D. Fr. Francisco de N. Senhora da Luz Chacim, o lllustris- mais de 163 assignaturas. E mais declaro, que depois da

^ simo Governador e Capitaó Geral Joze Ozono de Castro quelle acto descendo o ajuntamento para á Portadas Cazas

Cabral e Albuquerque, o Illustrisimo Conselheiro Miguel çamara> a|, jeo 0 Ulustrissimo Governador os seguintes

de Arriaga Brum da Silveira, os Juizes, Vereadores, Pio- vivas, Viva a Religiaò, Viva Elrey, Viva as Cortes, viva a

curador, e Thezuoreiro, que actualmente servem, a Illustris- Constituição, o que repetirão todos os que se achavaò pre-

sima Corporaçaõ do Cabido, Prelados das Religioens, o sentes juntos com a Tropa, que commandada pelo refferido

Ulustrissimo Conselheiro Manoel Pereira, o lllustrissimo Ulustrissimo Brigadeiro ; salvara5 as Fortalesas, e.repicara#

Brigadeiro e Commandante de Batalhaõ do Príncipe Re- | os Sinos continuando todos os concurrentes a pè para a Igre

gente, e mais Officialidades, Clero, Nobresa, e Povo, que


ja da Sé, aonde houve Pontifical, ExposiçaS, Sermão, Te-

havia sido convocado à esta Casa da Camara pelo Bando,


Deum, tudo em prova da verdadeira satisfaçaò com que

e Editaes afixados na tarde de 13 do corrente mez, para o I es^e publjco receheo o novo svstema Constitucional, ha-

I •

e fiei to ali declarado, qual hé, o de prestar solemnemente | vendo a mayor quietação, decoro, e possível pompa.

Juramento à Constituição, que se esta fazendo em Lisboa


Macáo era ut retro. CARLOS JOZE PEREIRA

pelas Cortes Geraes, Extraordinárias, e Constituintes da

Monarchia Portugueza, o que todos de unanime vontade

Parece porem que a mesma natureza se horrorizou com


satisfizeraô; dando o ditto Juramento sobre os Santos E-

vangelhos (em que foi pondo cada hum a roa 8 direita) pelo «te jnramento o Sol apenas despontou no Orizonte, im-

theor, e forma seguinte» Juro aos Santos, Evangelhos, Obe- mediatamente dezapareceo por naõ querer servir de tes-

temunha da tristeza do povo Macaense, que neste dia sem-


diencia á Santa Religião, a Elrev, e à Constituição, que

pre memorável, prestara hum juramento, sem precederem


estaõ fasendo em Lisboa as Cortes, segundo as Bazes já

decrettadas, que também juro. Oque tendo-se verificado as mudanças, que haver deviaõ na Governança, como opi-

com o uiayor euthuziasmo, prazer e alegria, se finalisou este nado tinhaõ vários ( idadaons, sendo esta a vontade geral do

acto. Eu Carlos José Pereira, Cavallciro Professo na Ordem po\o. A atomosicra se condensou de modos que as noites

de Chrito, Alferes Mòr Escrivão da Camara e Fazeuda o es- dezignadas para a illuminaçaõ da Cidade foraõ cubertas de

crevi e assignei com os ditios Senhores. bum nevoeiro taõ esposso, que mal se podia ver as lumi-

Carlos José Pereira, Fr. Francisco Bispo de Macáo, José narias, ainda era piquena distancia; hum morno silencio se

Ozorio de Castro Cabral de Albuquerque, Miguel de Ar- observava entre seus habitadores, os quaes traziaô estam-

riaga Brum da Silveira, Francisco Pereira da Silveira, An- pado no rosto o desprazer, que tinhaõ sentido pela marcha
A ABELHA DA CHINA.
2?

irregular daquella Governança; prezagio certo do que havia i veira, conjunto com o Escrivão da Camara, para o ditto

de accontecer, ainda depois de se jurar a Constituiçaõ Po- effeito, e para formar a Carta de felicitação,

titica da Naçaõ Portugueza. As absolutas continuarão do Aprezentou o Vereador acima referido Francisco Antonio

mesmo modo; a administração da caixa Nacional era igu- Pereira da Silveira, huma indicaçaõ por escripto, propondo

almente arbitraria, e os verdadeiros Constitucionaes era a ^iaç^ de hum Collegio de educaçaõ de Meninas, para
• I

considerados reos na prezença da Governança. As seguin- cuja despeza offerecia cinco por cento da Legitima, que

tes Sessoens provaraõ com evidencia a nossa asserçaó, e a havia recebido no Inventario, feito pela morte de seo Pay.

anahze, que depois havemos de fazer sobre elias, conlundi- | o que sendo ouvido com geral aggrado, como em objecto

rà aquelles, que pertendem justificar a Governança antiga^ de reconhecida necessidade, se houve de tomar em conci-

deraçaõ a mencionada proposta, e offerta para ser levada a


e será entaô, que á risca se cumprirá a segunda parte do

Real Prezença de Sua Magestade, ede Soberano Congresso,


nosso epigrafe—Veritas odium parit. .

ticando registada a já citada indicaçaõ para conhecimento

das louváveis intençoens do Preopinante, as quaes seria para

dezejar, que tivessem muitos imitadores. E acrescentou o

SessaÕ de 9 de Março de 1822.

lllustrissimo Senhor Governador, que era taõ conforme aos

Disse o Vereador Francisco Antonio Pereira da Silveira | 8eos sentimentos, aindicaçaõ declara, que elle desde já se

que havendo assentado esta Governança dar parte ao So- subscrevia contribuente, se as suas circunstancias naõ pag-

berano Congresso de tudo quanto tem havido nesta (a- \ sass>m de simples Militar. E continuando o lllustrissimo

inara atinente à nova ordem de cousas, principiada a tratar ; çonselheiro, disse que pela justa persuazaõ, que naõ menos

aqui desde a primeira SessaÕ em 5 de Janeiro, que o Leal


infeliz na corelaç iõ dos Povos a educaçaõ dos meninos, que

Senado até adherio á Constituiçiõ até que ratificou


a das meninas, esta porção apreciável do Genero humano

cora juramento em 16 de Fevereiro passado. O RefFereu-


que hum dia tem de reger famílias, de tornar felizes a seos

te chama àtençaõ dos mais Senhores para que hajaõ de


Maridos, e de subminislrar a seos filhos o primeiro leite que

mandar cuidar de hum relatório de todo o acontecido,


os hade tornar Cidadaõs úteis, havia já tido a lembrança de

como tambein o Termo de Juramento, e as festas celebra-


levar ao Real conhecimento na monçaõ passada o abandono,

das pelo mesmo fim para em tempo competente subir a


em que este Ramo aqui se acha, apontando, naõ só o local

presença do Soberano Congresso em Lisboa, pela prova


proprio para esta instituição ; mas os meios precizos para a

da muita prompta uniaò desta Governança, á mais justa


sua manutenção, os quaes, quando admitidos, como exis-

das cousas. Outro sim felicitar ao Soberano Congresso,


tem, naõ se serviriaõ de qualquer pezo aos zellozos Chefei

e à ELREY CONSTITUCIONAL pela regeneraçaõ da Pa-


de familias valendo-se de alguma tal, ou qual coucideraçaô,

tria, e Soberania da Naçaõ Portuguesa. O que sendo


que pode merecer por sua própria ventura da parte de Suas

ouvido, e por ser conforme aojà acordado se houve de


Altezas Reaes, para entrepór, como fez, a poderoza media-

formar o relatório proposto, ficando o que diz respeito a


nia da Serenissima Senhora Leopoldina a quem se annuiou

qualquer reprezentaçaõ a favor do Publico, dependente da a


em nome das Mays de familias, e como interessado pelas

prfzentaçaõ dos trabalhos dacommissaõ nomeada para este


filhas, que tem, e que o emprego de seo Pay, terá cm igual

fim. E por que o refferido relatório deve comperhender as


abandono, que as suas particulares circunstancias, a invocar

diversas occurrencias,que precederaõ ao acto do Juramento,


por protectora de hum Estabelecimento util pela educaçaõ,

com explicaçaõ circuntanciadas, das Sessoens a elle ati-


util pelo dezemparo de algumas mizeraveis, e util em fim
v fy

nentes, analyze das opinioens aprezentadas, e circunstancias


pelo socego dahi rezultante aos bons Pays de familias. He

individuaes dos assignantes, com tudo mais, que naõ dei-


verdade, continuou elle Ministro, que hum estabelecimento

xem em duvida, naô menos adhezaõ de toda esta Gover-


Religiozo poderá parecer oposto as ideias do Século melho-

nança ao Sjstema Constitucional, que a moderação, e con-


rado, quando se entenda obrigar aos educandas a alguma

deccndeucia a tudo, que entendeu concernente a promover,


Profissão Religioza; porem como o de que se tracta, hé

uaõ só alegitimidade das decizoens, mas a publica da preeminência do instituto, que entregue ao cuidado de

tranquilidade, de hum Estabelecimento com relaçoens taes, hum corpo Moral, naõ hé suceptivel das falências próprias

que alteradas podem comprometer a sua existência poli- de cazas particulares a quem sem taes vinculo* Religiozos

tica : se entendeo necessário nomear, e encarregar alguns tal vez mais liguem ideias mercenárias unicamente tenden-

vogaes, ou empregados desta Meza para aformaçaõ do já


tes ao menos as mais das vezes, a preeessnõ das conve-

citado relatório, nos termos refferidos, e por isso por una- niências acordadas, com os Pays de familias, ou com o

nimidade de pareceres foi nomeado o mesmo referente, o Governo, sem fazer mayor cazo do adiantamento dos edu-

mencionado Vereador Francisco Antonio Pereira da Sil- candos : parece justificada a sua ideia em apoio da indica-
A ABELHA DA CHINA. $3

Pay, que no anno de 1805 fez também com outros Moradores


çaõ luotivo desta mossaõ, o que muito se lizongeia, ver que

da quelle tempo hum donativo ao Estado para prova de seu

hé geral a conformidade, e ainda mais que hoje o preopi-

heroico patriotismo; eu também tendo a honra de ser Portu-

nante de ter comessado os seos trabalhos Monicipaes, com

guês, e Cidadaõ Constitucional nesta Cidade, tomo a liberdade

a manifestaçaõ de taõ generozas intenções; ficando de

de offerecer a este Leal Senado hum piqueno donativo de sinco

aprezentar na Sessnõ seguinte, as Copias do quanto t* m »in-


por-cento sobre todos os meus bens, que como consta do In-

ferido, com acressentamento do projecto de hum Monte Fio,


ventario dos Orphaons, á penas excederão os dittos bens em

Religiozo, eequinomico, que na mesma datta,e pelos mes-


moedas, e Propriedades juntas, a vinte mil cruzados, ou deZ

mos princípios havia derigido a Real Prezença de SuaMagi*^- mil patacas; vejo que a Constituição tem em vista úteis escol-

tade. Ficou adiada a concluzaõ desta Cessão para a seguinte.


las de educaçaó publica para matérias religiosas, e politicas,

Ozorio. Arriaga. Vasconcellos. onde deveraó ser educados os novos alumnos da Naçaó, de-

Pereira. Silveira. Coimbra. baixo da inspecção das Camaras; ex-aqui o que com ancia

desejo para a minha Patria, e hè principalmente para o fim


*>0«

que destino o piqueno donativo, que se irá ingrossando com


Indicação do Vereador Francisco Antonio Pe-

as liberalidades dos outros meus colegas, e Considadaons.

reira da Silveira, accuzada na Sessão de 9 de

Quando òlho para os mancebos desta terra, vejo nelles algu-

Março de IS22.
ma educaçaó na escripta, e na falia, e ainda na Religião, quan_

IIlustríssimo Leal Senado.


do estudaò no Collegio, único de9te ramo em Macào, onde tam-

Sendo Vossa Senhoria o Orgaõ por quem falia o Publico


bém fui alumno: mas, quando olho para as mininas, e para

desta Cidade, prementemente jurada a Constituição Politica o Sexo femenino, só vejo huma total ignorância em tudo que

da Monarchin ; e tendo eu, por minha feliz sorte, sido neste respeita á instrucçaô das letras, que naò há mais que lamen-

anno hum dos Membros deste Respeitável Corpo pela primeira tar, naó a sua indolência, mas sim a falta de mestras que as

ves; começando desde a primeira Sessão desta Camara com ensinem. Sendo ellas nossas Espozas, ou filhas, sendo ellas,

a alegre noticia de ser jurada por Sua Magf.stadf, a Consti- como nós, Portuguezas na Constituiçaò, haô de ainda ignorar

a lingoa Portugueza, como athé agora tem sido. Digaõ os


tuição, na sua feliz chegada a Lisboa ; comecei também desde

Moradores desta Cidade desejozos de educar suas filhas, onde,


este remarcavel dia, o 5 de Janeiro, a adherir à cauza Nacio-

e por quem serão educadas? Naõ há ninguém, nem pode


nal; o tive o gosto He rateficar com Juramento a minha adhe-

haver, se de Portugal naõ vierem, e daqui naõ pedirem. Por


zaõ a taõ justa cauza em 16 de Fevereiro passado, dia para

isso que eu hoje rogo a este Leal Senado, haja depresentar


mim, e para esta Cidade de maior alegria, tanto pela que em

ao S berano Congresso em Lisboa este ramo de educaçaó


todos reinou, como pela uniaõ, que entaõ se fez dos Cidadaons

feminil, como huma das de primeira nececidade, para que em


deste canto do mundo aos ínclitos Dellençores da Patria no

Macào se ensine a língua Portugueza ás meninas; conside-

Reino de Portugal. Mas, naõ devendo consistir esta alegria

rando e9te piqneno donativo como primícias de Portuguezes

somente em vozes, quero sim, que ella se faça sencivel pelas

regenerados de Macào, que deverá ter effeito com approva-

obras; e como huina das partes do Cidadaõ bemíasejo hé con-

çaõ das Cortes, quando aqui houver depôr à nova reforma.

tribuir para as despesas do Estado, sinto-me possuído deste

Lonje de mim o pençar, que o Leal Senado haja de pedir para

dezejo, vendo que minha Patria, quando os seos Cidadaons se

Macao, Mestras seculares, que havendo de estabelecer-»e,

achaò ricos, e a bastados em moedas, Propriedades, e Vasos;

ou casar, o cuidado da própria família roube o zello", que de-

o Coífre Nacional com carência de bens para as suas despeZas.


vem ter para com as suas educandas; mas somente rogo hum

Seja qual for o motivo de sua falta, naó me importa lamentar


Estabelecimento aqui de Mestres tiradas da quellas Corpora-

o passado, só sim prosperar o futuro. Eu o mais novo dos


çoens Religiosas, que o Soberano Congresso tem em vista

Cidadaons, há poucos dia9 entrado nesta Governança, naó


conservar, sugeitas ás regras, e ao regimen da quellas Religio-

posso, nem tenho sido ainda culpado na sua pouca economia,

ens que o Soberano Congresso pertende illustrar, como em

como poderão ser os antigos; mas desde o primeiro momento


Macào o pode ser a Congregação da Missaó dos Padres do

da minha entrada aqui, que adheri à Cauza Nacional, athé


Collegio de S. Jozé desta Cidade, por que sendo a educaçaó

que cheguei a ratificar com juramento, me vi possuído da


pertendida naó sò politica, mas também Religiosa, sò hum

mais sincera vontade de contribuir conforme as minhas posses

Corpo religioso a pode dar com vantagem, e regra. Este hé

ao Thesouro Nacional. Economizar as despesas hè hum meio

o meu desejo, e espero que assim a Religião será milhor adora-

de conservar as Receitas, mas a economia junta com donati-

da, a Constituição observada, o Soberano Congresso, e El-Rey

vos gratuitos hè augmentar a Receita do Thesouro. Eix-aqui

obedecidos. Macáo 7 de Março de 1822.

o meu fim. A imitaçaò do que fazem em Portugal na sua


FRANCISCO ANTONIO PEREIRA DA SILVEIRA.

Regeneração Politica, muitos dos verdadeiros filhos da Patria,


(Continuar-se-a.)

á imitaçaò dos primeiros Habitadores deste Paiz, que entre

si se fictàraõ de espontânea vontade para dar huns por-centos, CORRESPONDÊNCIA.

para as despezas publicas, que por que naõ foraõ obrigados, Senhor Redactor. Induza achara a copia do requeri-

foraõ donativos gratuitos; à imitaçaò também do meu proprio mento assignado por vários Cidadaons, o qual devera ser
24 A ABELHA DA CHINA.

énxeriodo na Gazeta da Semana próxima conforme a landa Cavalcanti, prezo na Fortaleza da Barra ;e Joaquim

Justiniano de Vasconcellos, prezo na Cadea publica desta


ordem do Governo, que por esta lhe participo.

Deos Guarde a sua pessoa muitos annos, Cidade, todos comprehendidos na Denuncia, e implicados

Macào 12 d* Outubro d' 1822. Seu Attento Venerador, na Conspiraçaò formada contra o actual Governo: cora

Antonio Vicente do Rozario Aggersborg. declaraçaò porem, que os dous primeiros Reos se constitui-

raò Chefes como provaò suas mesmas confíçoens, e varias

COPIA.
testemunhas da Devassa, o terceiro ainda, que nega o facto,

Illustrissimo Leal Senado. Os abaixo assignados con-


fa sua mesma negativa o convence, que teve nella grande par-

vencidos do prejuízo, que se pôde seguira esta Cidade da de-


te, sendo escolhido pelos outros Socios do delicto, para dar,

mora dos Prezos comprendidos na Devaça da sublevação,


como Capitaò Ajudante das Ordens, o Santo, afim de se

principalmente do Capitaò Alexandre Joaquim Grand-Pre,


abrirem as Portas das Fortalezas, como prova a coartadado

por ser este officiul conhecido como instrumento do Depo-


encontro do soldado, a que recorreo para se disculpar da

tismo, e tyrannia, naò podem deixar de rogar, e pedir a Vossa


intempestiva vizita, feita ao segundo Reo as horas, era que

Senhoria, que os faça embarcar no Brigue destinado para os


fora prezo, visto que a proximidade do sitio, em que elle

conduzir, o qual devem esperar, que largue deste Porto no


estava (no cazo de ser certo o encontro referido) á Caza do

dia aprazado, treze do corrente. Macáo onze de Outubro

Governador das Armas, de quem he Cunhado, e mesmo os

de mil oito cento vinte e dous. (Assignados)


deveres do seu emprego de Ajudante das Ordens o obriga-

Justiniano Vieira Ribeiro, Cypriano Antonio Pacheco,


vaò a retroceder poucos passos para a Guarda principal,

Antonio Francisco Tavares, Jozè Estanilaó Heytor, Feli-

pela gravidade da noticia da prizaò feita naquellas horas a

ciano Narcizo Ozorio, Jozé Vieira Ribeiro, Jozè Joa-

hum Tenente Coronel conduzido por huma Escolta, e naò

quim Gomez, Vicente Vieira Ribeiro, Joaò Felis da Silva,


a alongalos até a caza do referido Reo na distancia da rua

Jozé Antonio Soares, Joaò Vilorino da Silva, Pedro Pau-


de Saò Paulo. Alem disto varias testemunhas de Devassa o

lo Pereira de Campos, Antonio Joaô de Souza Placè,


acuzaò, e elle ficou convencido na Careaçaò de f. af. Oquar-

Felis de Souza Placé, Gregorio Joaquim Pereira de Cam-

to Reo se acha quazi nos mesmos idênticos termos do ter-

pos, Antonio Sebastiaò Barradas, Lourenço de SouzaPla-


ceiro, e igualmente ficou convencido na Careaçaò de f. até

cè, Thomas de Aquino Rocha, Bartholomeu Antonio

f. Porem o quinto Reo, a inda que contra elle nada provaò

Tavares, Luiz Vicente Baptista, Januário Francisco Ro-

as testemunhas da Devassa, com tudo nas suas respostas as

drigues Thetonio da Cunha e Chagas, Simaõ Manoel das

perguntas a f. e f. mostra coincidir nos mesmos sentimen-

Chagas, Francisco Soares, Rafael Arcanjo de Lemos, Jozé

tos, que os dous primeiros Reos, em naò reconhecer a legali-

Rodrigues da Costa, Joaquim Vieira Ribeiro, Adeodato

dade do actual Gorverno, de cuja fé duvidou, exigindo ru-

Vieira Ribeiro, Jozè Simaõ da Costa Brilto, Joaò Ricardo

bricar as folhas nas quaes secontinhaò suas respostas.

Gomes, Joaò Vicente Xavier de Souza, Antonio Louren-

Por tanto devem estes Reos, atendendo a gravidade dos

ço de Carvalho, Jozé Pedro de Lemos, Joaõ Jozè dos


seus crimes, e circunstancias do local do Paiz, livrarem-se

Sautos, Antonio Guedes, Domiugos Policarpo do Rozario,


summariamentedentro de hum termo, ficandodependente das

Venâncio Baptista, Narcizo Manoel de Gouvea, Anacleto


suas vontades o quererem livrar-seem hum mesmo auto, ou

Francisco dos Remedios, Emígdio Joze do Rozario, Bar.


em separado, da forma que entenderem mais conveniente

nabé Antonio de Gouvea, Caetano Vicente Jozè da Silva,


para sua defeza, a cujo beneficio podem escolher quem

Joaquim Pedro Jozé da Silva, Boaventura Antonio Peres,


os defenda, ainda que naò sejaõ Procuradores do auditório

Felix Lourenço de Pina, Severino Vieira Ribeiro.


desta Cidade, que aqui fazem as vezes de Letrados.

Pelo que pertence ao Sexto e ultimo Reo Joaquim Jus-

PRONUNCIA.
tiniano de Vasconcellos, como a sua confissaò naò hé bas-

Obrigaò estes autos de Denuncia, e Devassa a prizaõ, e tante para a sua condemnaçaò, e naò ha na Devassa

livramento aos Reos Jozè Caetano Malho prezo na Cadea ; testemunha, que o acuze, assignará termo na Cadea para

ao Tenente Coronel Emilio Manoel Moreira, prezo na For- se transportar daqui para fora no primeiro Navio, que

taleza de Guia; ao CapitaÒ Alexandre Joaquim Grand-Pré, seguir viagem ; visto ser também este Reo cazado, e esta-

prezo na Fortaleza de Saò Francisco ; ao Alferes Francisco belecido em Bengala. O Escrivaõ passe as notificaçoens

necessárias, e os mais termos judiciaes, que lhe competem.


de Mello da Gama, e Araujo, prezo na Fortaleza de Bom-

BELLO.
parto j ao Sargento Mor Antonio Francisco de Paula Hol- Macao 2 de Outubro de 1822.

NOTICIA. O Illustrissimo Leal Senado; em Sessaõ de 28 de Fevereiro d' este presente anno, houve por bem diferir ao

equerimento, que lhe fisera Thomas Beale, declarando, que este continuaria a gosár, sem algum embaraço, da protecção e

>erdade de commerciar n' esta Cidade, segundo os Reaes Avisos expedidos à favor do mesmo, pelos quaes lhe era concedido

zer livremente o seu giro e quaesquer transacçoens mercantis. « .

AVIZO. O Cidadaò Filippe Jozf. de Freitas fas saber ao publico, que elle pertende vender a sua Feitoria sita na praja de

anduco . Toda, e qualquer pessoa, que quizer compra-la pode dirigir-se as casas do Vendedor.

O Cidadaõ Antonio Jose de Vasconcellos pertende igualmente vender as casas da sua assistência na rua do Hospital.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.
A

A E A

DA

N A

1822.
QUINTA FEIRA, 24 de Outubro.
N°. VII

" HOC TEMPORE

5)

OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM PARIT. TERENTIUS

officio, esperando da bondade de Vossa Excellencia, quererá


MACAO

aprezentallo a Sua Magestade, e ao Soberano Congresso em

Sessão de 9 de Março de 1822.

a prova da sua adhezaò a hum assumpto, que tanto interessa

Proposta do Vereador Silveira.

aos bons, e fieis súbditos do melhor dos Soberanos, que

Illustrissimo e Excellentissimo Senhor. Certo este Leal

huma nova gloria adquirio pela sua prompta, e deciziva

Senado de quanto hé agradavel ao novo Ministério, quan-

4
vontade a ta5 prospero systema, fazendo à este Senado mais

to possa concorrer á formatura de estabelecimentos de

a graça de obter, que o Coronel Jozè d' Aquino Guima

caridade, e educaçaõ publica, como insinuaò as bazes da


raens e Freitas, seja introduzido a felicitar á Sua Mages-

IConstituiçaS Decretadas, naõ podia deixar de acolher a pro-

tade, e ao Soberano Congresso por accontecimento taô feliz

posta de hum dos seus Vogaes, constante da Sessaô da

O que leva este Leal Senado ao conhecimento de Vossa

Copia incluza, ficando o Conselheiro Ouvidor Geral, de

n. n i. , , Excellencia para o fim ponderado, em quanto naõ tem oc-


1
enviar em separado o Plano, que elle ali enunciou dando-o ^

, -r T, ,, ^ . T ic caziaò directa para mais formal communicaçaõ com respci-


1
por ja communicado a V. Exeellencia. O que este Leal Se- v r

. . __ _ „ ... n \ * to á este tao interessante, quanto complicado estabelecimen-


1 1
nado espera, haja V. Excellencia de levar ao Conhecimento '

„ „ , v to. A Illustrissima Pessoa de Vossa Excellencia, Guarde

de El-Rey ; esperando a sua cooperaçaõ por mais este

Deos n,uitos annos Mafàoera


manancial de felicidade publica, e particular desta Cidade, - MeZa deVereaçaõ 10 de

que tanto se tem feito dignada consideração do mesmo Abril de 1822. Eu Carlos Jozè Pereira, Cavlleiro Professo

Augusto Senhor. A Illustrissima e Excellentissiraa Pessoa "a Ordem de Christo, Alferes Mor, Escrivão da Camara, e

Fazenda
de V. Excellencia Guarde Deos muitos annos. Macàoem ' 1ue a fiz escrever
' esobcrevi
- Francisco Autonio

Meza de VereaçaO, 28 de Junho de 1822. Eu Carlos Joze Poeirada Silveira, Antonio Jozè de Vasconcellos, Antonio

Pereira, Cavalleiro Professo na Ordem de Christo, Alferes Jozé Gonçalves Pereira, Antonio Gularte de Silveira, Ber-

Mór, EscrivaS da Camara, e Fazenda, que afiz escrever, nado Gomes de Lemos, Felix Vicente Coimbra,

esobscrevi. Francisco Antonio Pereira da Silveira, Auto- O ditto Relatório naS ficou registado na Secretaria do

nio Jozé Gonçalves Pereira, Antouio Jozé de Vasconcellos, ' ^'ca' Senado.

Antonio Gularte da Silveira, Bernardo Gomes de Lemos, ^ , . Tn i • • j v

Carta do Illustrissimo Governador, e Capitaô

Felix Vicente Coimbra.

Geral Joze Ozorio ao Leal Senado, a cerca da nomea-

Documento que reffere o dilto officio.

çaò, que faz do Coronel Aquino para ir a Corte, &a.

é i

Tendo nomeado oCoronel Jozé de Aquino Guimaraens,

Officio para Lisboa do Leal Senado.

e Freitas, para passar á Lisboa com a CommissaS de felicitar

Illustrissimo e Excellentissiino Senhor. Sendo prezen-


á Sua Magestade, e sua Real Familia pela sua feliz chegada

te pelo Vereador Francisco Antonio Pereira da Silveira,


a seu Paiz Natal, e ao Soberano Congresso pela sua instai-

na Sessão de hoje, o relatório do modo com que se recebeo laçaõ, e progressivo empenho pelo bem Nacional, dando ao

nesta Cidade, e sua Governança a Fausta noticia da nova mesmo tempo conta da maneira satisfactoria, comque nesta

ordem das coizas, e regeneração Politica da Naçaõ Portu_ Cidade se houve de solemnizar, e receber o oovo systema
♦ r.

gueza; este Senado tem a satisfaçaõ de incluitlo no presente Constitucional -t e naõ havendo já esperanças de partida do
26 A ABELHA DA CHINA

Navio Triunfo, que se teve entaõ em vista: tomei delibe- raens e Freitas. Tendo este Leal Senado a certeza, (como

raçaõ de enviar aquelle official por via de Inglaterra, bus- lhe acaba de communicar o Illustrissimo Senhor Governa-

cando-lhe huma passagem ábordo do Navio Scaleby Castle, dor) de que Vossa Senhoria se quiz encarregar de filicitar

Capitaõ Newall, que deve passar pela franquia deste Porto ! a Sua Magestade constitucional, e ao Soberano Congres-

nestes dias. so pela nova Ordem das couzas, por parte deste mesmo Se-
II

0 que participo a V. Senhoria para o que tiver por con- I nado tem a honra de enviar a nomeaçaõ pela qual, o autho-

forme, na certeza de que ater, que fazer ao Ministério riza para aquella felicitação, esperando de mais aquelles bons

quaes quer antecipadas communicaçoens, emquanto naô officios, que os conhecimentos, que saõ proprios de Vossa

verifica da maneira que tem acordado, encarreguei a sua Senhoria^ e dos que tem adquerido pela residência de tantos

entrega ao sobredito Coronel nomeado, á quem V. Senho- | annos nesta Cidade lhe possaò ministrar para bem deste pu-

ria mandará abonar aquella passagem segundo a conta, que | blico. Deos Guarde a Vossa Senhoria muitos annos. Ma-

dero Morador Antonio Pereira, adiantando igualmente os j eáo em Sessaõ de 10 de Abril de 1822. Eu Carlos Jozé Pe-

soldos da sua Patente effectiva, de hum anno somente, com . reira, Cavalleiro Professo na Ordem de Christo, Alferes

a Guia competente, vista a escalla que terá de fazer a meo Mor, Escrivã# da Camara, e Fazenda, que a fiz escrever,

ver, sem prejuízo da Caixa, pelo que mais teria de pagar e sobscrivi. Antonio Jozè Gonçalves Pereira, Francisco

a chegada da nova Patente, e suas annexas daquelle Official Antonio Pereira da Silveira, Bernardo Gomes de Lemos,

superior. Deos Guardes a Vossa Senhoria. Felix Vicente Coimbra.

Joze Ozorio de Castro Cabral de Albuquerque*

Senhores Juizes, Vereadores, e Procurador do Leal Senado Lettra pela qual authoriza ao Coronel Jozé de

da Camara desta Cidade. Aquino para hir em qualidade de deputado do Leal

Senado para Lisboa.


Macáo lOde Abril de 1822.

Juizes, Vereadores, e Procurador do Leal Senado da Ca-

Resposta do Leal Senado a Carta acima. mara desta Cidade do Nome de Deos de Macào na China

por Sua Magestade El Rey Constitucional, que Deos

Illustrissimo Senhor.

Guarde &a.
7

Em prova da conformidade deste Leal Senado a snbia,


Em virtude do assento desta data authorizamos ao Se-

e acertada deliberação de V. Senhoria na Cora missão de

nhor Coronel Jozè de Aquino Guimaraens e Freitas, para

que acaba de dar-lhe parte em officio desta (lacta, naõ so

na sua chegada a Lisboa (aonde hé seu destino em com-

remette adjuncta à Ordem para pagamentos dos soldos do

missaõ do Illustrissmo Governo desta Cidade) felicitar

Coronel Nomeado para a mesma Commissaõ ; mas deze-

em nome deste Senado assim a Sua Magestade, e Sua Real

jando aproveitara conhecida intelligencia daquelle official

Família pela sua feliz chegada à antiga Sede da Monarcbia,

apoiado pela escolha de V. Senhoria; transmitte a copia

como o Soberano Congresso pela sua installaçaô, e progres-

da Sessaõ que houve fazer, pela qual dezcja, que o refferido

sivo empenho pelo melhoramento Nacional: e para isso lhe

Coronel se encarregue de igual felicitação por parte deste


concedemos os poderes precizos; esperando da sua intel-

Leal Senado, cuja acceitaçaõ lhe será muito grata, e tendo


ligencia, e acceitaçaõ a que louvavelmente se prestou, ode-

delia noticia dará os precizos poderes para o fim a que por

zempenho consernente ao fim a que se dirige taò dcstincta

agora se destina com independência do que se acha anterior-

commissaõ: o qual rogamos á Sua Magestade, e Soberano

mente acordado para a deputaçaõ por parte da Cidade em

Congresso das Cortes Extraordinárias, Geraes, e Constituin-

occaziaõ competente, depois de recolhidos os trabalhos, em

tes da Naçaó Portugueza, haja de admittir em testimunho

que se empenha a Commissaõ para as competentes repre-

da nossa fiel adhezaò, e constante empenho por manter o ti-

zentaçoens a bem deste publico. A lllustrissima Pessoa de

tulo de que goza esta Corporaçaõ. Macào em Sessaõ de

V. Senhoria Guarde Deos muitos annos. Macao em Sessaõ

lOde Abril de 1822. Eu Carlos Jozè Pereira, Cavalleiro

de 10 de Abril de 1822.

Professo na Ordem de Christo, Alferes Mor, Escrivão da Ca-

Eu Carlos Joze Pereira, CavaMeiro Professo ua Ordem

mara, e Fazenda, que a fiz escrever, e sobscrevi. Francisco

de Christo, Alferes Mor, Escrivão da Camara, e Fazenda,

Antonio Pereira da Silveira, Antonio Jozé Gonçalves Perei-

que a fiz escrever, e sobscrevi. Francisco Antonio Pereira *

ra, Bernardo Gomes de Lemos, Felix Vicente Coimbra.


da Silveira, Antonio Jozé Gonçalves Pereira, Bernardo

Gomes de Lemos, Felix Vicente Coimbra.

Reposta do Coronel Aquino ao Illustrissimo

Senhor Governador e Capitaõ Geral, a cerca da sua

( arta do Leal Senado ao Coronel Aquino, em que

nomeaçaõ da Commissaõ encarregada por Leal Senado

remette a lettra de sua authorizaçaó para Lisboa.


para Lisboa.

IIlustríssimo Senhor Coronel Jozè de Aquino de Guima-


Illustrissimo Senhor Governador. Seria naõ supor-me
A ABELHA D A C H I N A. 27
%

clusaõ dos Decretos por serem os mesmos, que já aqui se


animado dos sentimentos, que em mim fizeraõ recahir à

levab, e registarão em apoio das deliberaçoens antecipada-


escolha de Vossa Senhoria -t se podesse hezitar-se por hum

momento, que eu deixava de annuir a nova coininissaõ mente tomadas, para o havido juramento da Constituição,

e suas bases. Ozorio, Arriaga, Vasconcellos, Pereira,


de que Vossa Senhoria me aviza, querer encarregar-me o

Leal Senado; à cujas Benéficas Disposiçoens, jade mais Silveira, Lemos, Coimbra.

tempo sinlo penhorada a minha gratidaõ, restando que o

Illustrissimo, e Excellentissimo Senhor. Com incluzaó


meo limitado préstimo possa reduzir à effeito quanto de

do Termo numero l,que se lavrou por occaziaõ da lei-


mim se espera.

tura dos officios ali mencionados, mostra este Leal Senado


NaÔ menos gratos me considero a remessa da Ordem para
o

a V. Excelleneia quanto se acha disposto a seguir as Supe-


pagamento dos meos soldos, que nem aceitaria pelos meos

riores determinaçoens attinentes ao bem estar deste com-


dezejos de ser util à esta Governança, se na qualidade de

plicado estabelecimento, que continua em socego, a pezar»


militar, e militar fora do seu paiz, me naõ visse embara-

que por motivo dos sucessos havidos anteriormente à Pro-

çado de dar mais esta prova de quanto sinceramente de-

clamaçaó de Constituição; foi este Leal Senado obrigado

zejo tornar-me prestavel à cauza publica.

a tomar o acordo constante das Sessoens números 2, 3,e 4,

Tal sendo a minha condecendencia; rogo a Vossa Se-

pelas quaes naõ fica escrúpulo de que sejaó bem conhecidas

nhoria queira pôr de acordo o Leal Senado, ou dizer-me

as intençoens desta Governança, em cujo favor quanto V.

se quer, que o faça immediatamente para assim o cumprir.

Excelleneia haja de fazer ante o Sabio Ministério, que hoje

Deos Guarde a Vossa Senhoria muitos annos, D' Vossa

felizmente nos Guia, pinhorará sobre maneira os seus Vo-

Senhoria, súbdito muito rcspeitozo.

gaes, so dezejozos dc acertar em suas deliheraçoens à bem

Jozé de Aquino Guimaraens, e Freitas. Illustrissimo

geral de hum Publico, que tem a honra de reprezentar-

Senhor Jozé Ozorio de Castro Cabral de Albuquerque.

O que leva este Leal Senado ao Conhecimento de V. Excel-

Macáo 10 de Abril de 1822.

leneia para o fazer saber a Sua Magsstade, e ao Soberano

Congresso, se merecer o seo contexto. A lllustrissima, e

Sessão de 24 de Abril de 1822.

Excellentissima Pessoa de V. Excelleneia Guarde Deos mui-

Aprezentou o Illustrissimo Governador, e Capitaõ Ge-

tos annos. Macao em Meza de Verençaõ 28 de Junho

ral a resposta, que lhe dirigio o Coronel Jozé de Aquino

de 1822. Eu Carlos Joze Pereira, Cavalleiro Protêsso

Guimaraens, e Freitas, quando foi interrogado sobre accei-


na Ordem de Cbrislo, Alferes Mor, Escrivão da Camara, e

taçaõ da C«»mmissaõ ali referida, com a carta do Conselho


Fazenda que a fiz escrever, e sobscrevi. Francisco Anto-

da Feitoria Britannica na China, annuindo a passagem do


nio Pereira de Silveira, Antonio Jozé Gonçalves Pereira,

mesmo official, que partio no dia 14 do corrente à bordo


Antonio Jozé de Vasconcellos, Antonio Gularte ue Silveira,

do navio Scaleby-Castel. E por esta occaziaõ a primeira


Bernardo Gomes de Lemos, Felix Vicente Coimbra.

Sessão depois da partida do ditto Navio: tem de votar

agradecimentos pelo haver habilitado para por em pratica Documentos que acompanhas o ditto Officio.

N°. 1, Sessaõ de . 25 de Mavo de 1822.


taõ distincta Commissaõ. Ozorio, Arriaga, Vasconcel-

2, Ditto de 9 de Março ditto.


los, Pereira, Silveira, Lemos, Coimbra.

3, Ditto de 26 de Junho ditto.

4, Ditto de 28 de Ditto ditto.

Sessão de 25 de Mayo de 1822.

Aprezentou o Illustrissimo Governador e Capitaò Geral

Sessão de 26 de Junho 1822.


José Ozorio de Castro Cabral e Albuquerque, tres officios

Constando da sahida do Brigue Temerário para Lisboa; e


hontem chegados, no Brigue Viajante, por se persuadir pelo

havendo-se assentado na Sessão de 9 de Março deste anno, que


seo contexto, que merecerá conceito a maneira por que

se fonnar-se a bem do Relatório da festividade havida pela pro-


esta Governança se tem condusido à cerca da nova Ordem

clamação da Constituiçaò, huma annalize dos Successos, que lhe

de cousas. O que sendo ouvido, e lidos os officios men-

precederão com as das opinioens, e mais reprezentaçoens, com

cionados, conhecendo-se pelo seo contheudo serem de par-

qua se pertendeo alterara marcha legal, accordada por este Le-

ticipação, e indepredisposiçaò para a marcha futura do

al Senado em Conselho com os seus ancioens, que saõ as guias

Governo: houve declarar-se ficar este Senado inteirado


dos Povos, e que o teriaó verificado aquelles accontecimentos

do que ahi hé mencionado, sempre prompto a cumprir


em prejuizo da Segurança publica, sempre exposta por actos

da sua parte, tanto quanto Ihé seja determinado, pelas re-


perturbativos, e tumultuozos em toda a parte, quanto mais neste

particoens Supperiores, â bem do Estado, e deste Publico,


Local; cujas complicaçoens podem fazer marcar trezentos annos

que tem a honra de representar, ficando registados os


de apurada luta, que outros tantos saõ os da sua existência,

ditos officios, por perraiçaõ do mesmo Senhor, com cx-


que taittô trabalho tem dado à esta mesma forma de Governo,
A ABELHA DA CHINA.
28

para a sua conservação abem da Naçaò, e da mesma Religião, j equivoco, quando taõ legal, e moderado tem sido o manejo

se guiados os seus Vogaes pela mais estudada moderação, e cri- neste, e outros negocios a seu Cargo, em que tem dado mais

zolada Lealdade ao novo Systema, naò buscassem desvaneçer provas do seu patriotismo, e generoZidade promíscua, e indivi-

mal fadadas ideas, com que se pertendeo sobre a Sagrada Egide dualmcnte fallando, do que esses homens, que se fallaò somente,

da opinião publica, que naõ hè, nem pode ser a de hum Curro e que nada tem feito a bem da Cauza Publica; o que tudo

de ociosos, como milhor o explica o Diário da Regençia,N# 135, deve ceder: ficando para occaziaô directa a remessa dos tra-

c anterior, à onde se tivessem bem lido o caracter desta Rainha balhos da Commissaõ, quando esta, que será para isso instada
I

do mundo, sepàrariaò de supor-se com atribuiçoens sõ próprias ainda naõ tiver, que prezentar digno de remessa. Ozorio,

da universalidade dos Cidadaons, de que se compoem a Naçaõ, Arriaga, Vasconcellos, Pereira, Lemos, Coimbra,

na qual hé, que está Decretado rezt dir a Soberania, e naó em | (Continuar-se-a.)

frucçoens populares, pela indivilidade da mesma Soberania: es-

CORRESPONDÊNCIA.

U 1- „ - cpm Ihps finiiem de- Senhor Redactor. Foi erro da minha lembrança, quando naò
renuncia recebe a sua mesma direcção, sem que mes nquem uc- * ? ^ /
se
. , a n ja d° amanuense, que escrevêo a Reprezentaçaô, aue fiz

pois de assignar o Pacto Social outro recurso, que o de Petição

estabelecido para conservar entre os Povos este contentamento,


Sala do Senado pedindo a deposição do Ex-Ouvidor Joaó

com que querem ser Governados; havendo-se pois satisfeito a


Baptista Dosguimaraens Peixoto acontecera em 1812, quando

primeira parte com a Remessa do Relatório à cargo do Coronel


^ realmente
— —— — -- » — succedeo
-• —— — — • — — —- em
— —— — 1810.
— Queira
• a »» pois
v m km o
a» Senhor
lâll \/ A Redactor
A V V< Vtl4 V ^\/ A

Jozé d' Aquino Guimaraens e Freitas, cuja segunda via pre- .


inserir esta na sua Gazeta para desengano-dos que lerem o

zentoa o Veriador Francisco Antonio Pereira da Silveira, se


Numero 4 da Abelha, onde se acha a ditta minha representação.

accordou, que se remetesse esta mesma segunda via, e seus do-


Eu Sou do Senhor Redactor seo constante leitor.

cumentos directamente á Secretaria d' Estado em Officio sepa-


Macáo 12 de Outubro de 1822. Joaõ Nepomoceno Maher.

rado, dando-se conta da aprezentaçaó dos Oflieios recebidos

pelo Illustrissimo Senhor Governador com incluzàò da Sessaò NOTICIA PROVINCIAL.

Cantaô 24 de Setembro de 1822.


Respectiva. E quanto a analize nos termos ponderados se

O Governador das duas províncias de Quang-tong, e Quang-

resolveo outro sim, que presentada ella pelo Vereador encarre-

si, YuEN,Tajin, desde o seo Regresso da corte de Pekim ser-

gado, e por elle assignada se incluísse em Carta fechada, deri-

ve inteiramente de Fu-yuen, athé a chegada do Mandarim Lo?

gida ao mesmo Coronel Jozè d' Aquino, e na sua falta ao Offi-


Tajin, que se acha nomeado para Succeder ao ultimo Fu yuen^ T

cial Major, que servir na Secretaria d' Estado do Ultramar,


Sung, tajin.

servindo aCarta mesiva de instruççaó para a marcha, que deve No 20 do corrente, o Governador, como Fu-yuen interino, en-

segqlr este Encarregado, a qual consiste em que no caso de lhe trou na universidade, onde os graduados no Gráo de Tsiu-tsay

constar como naó deixa aqui de ouvirse, que chegaó ao Minis- saõ examinados, para aquelle de Kiu-jin. Sua Excellencia con-

tério diversas papeladas, forjadas pelo génio mao, que naó forme o estilo, deve residir na mesma athé o dia 30 do corrente,

para os exames. Achaõ-se também com elle dois Commissarios


falta em toda a parte para approveitar os momentos da dis-

Imperiaes de Pekim, estes presidem, e daõ os themas, depois


cordia, poucas vezes percebidos dos ílagellos rezultantes

de estarem os estudantes recolhidos no interior do edifício com


por incautos, ou ignorantes, sempre inclinados a credulidade,

as portas fechadas. De ordinário saó 7000 competidores, dos

por isso que naó sabem responder aos argumentos, que esse

quaes saõ eleitos 70 para receberem o Gráo de Kiu jin.

mesmo génio sabe sempre disfarçar, com plauziveis Cores,


»
• c, • Os Estudantes entraõ no dia 8 da Lua, (Setembro 22.) e

occultando o veneno, que prepara à innocencia: em tal,e único


# vfc sahem a 24 depois de haverem sustentado hum exame, ou para

cazo sem que o re fie rido Encarregado, fazendo uzo da men-


melhor dizer, composto hum Discurso sobre hum Thema tirado

cionada annalize, buscará justificar esta Governança, que extri-


dos livros de Confúcio, elles tornaò a entrar segunda ves, no

bada na legitimidade dos Actos, que tem praticado, naó pode


dia 25, e retiraó-se á 27, re-entraõ por terceira ves a 28, e dis-

recear-se de qualquer passo menos conforme da parte do sábio pedem-se á 30. Depois do qual os Discursos dos Competidores,

Governo, que hoje dirige a Naçaò. Naó querendo manchar que ficaõ approvados, saõ impressos, e se mandaò publicar os

seos nomes em proclamaçaõ.


as primeiras participaçoens de sua fidelidade ao mesmo Go-

verno com as accuzaçoens directas ; nem mesmo se abalançaria NOTICIAS MARÍTIMAS.

Aos 16 do corrente, sahio para Goa o Brigue Assumpção


à esta medida deífensiva por dever desprezar semiehantes in-

Commandante e Segundo Tenente da Marinha de Goa, Manoel

vectivas, se naõ fosse a notoriedade de taò cruéis golpes na sua


da Luz Vieira Sénior, levando a seo bordo os cúmplices da

Conducta Pubfica, aqual naó convém deixar hum momento em conspiração contra o Governo da noite do dia 13 de Setembro»

CORRIGINDA. Achando-se innumeraveis erros naò só de typografia, mas athé mesmo de Grammatica nas nossas

folhas antecedentes, manifestamos ao publico, que huns procedem do typografo, e outros do amanuense do Governo, que

por ignorarem a lingoa Portugueza escrevem, como fallaó. O nosso Numero antecedente naõ foi todo corrigido, e esta a

razaõ porque teve muitos erros consideráveis. Advertimos porem que na noticia, em que se diz que O Illustrissimo e

e Leal Senado, em sessão de 28 de Fevereiro deste prezente anno houvera por bem diíferir ao Requerimento, que lhe fizera

Thomas Beale, deve trr-se 28 de Setembro deste prezente anno.

O LEILÃO do deffunto Morim se ha-de continuar no dia Sesta feira 25 do corrente pelas 8 horas da manhaá.

Pela repartição do Juizo da Ouvidoria Geral se ultimará no dia Sabado 26 do corrente a vendado BrigueS. Pedro e

da Ilha verde; esta sobre 5000 patacas, e aquelle sobre 3000 patacas.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.
A

A
A

DA

N A

QUINTA FEIRA, SI de Outubro.


N°. VIII.
1822.

C6
HOC TEMPORE

OBSEQUIUM AMICOSj % ERIT AS ODIUM PARIT."——TERENTIUS

se os car
]VIACAO ccesse, quem se escuda na verdade; sentindo apenas*

o - j no i t i 1 quenad menos a ideia de El-Rey era o querer aqui recon-


Sessao de 28 de Junho de 1822. , ., ,

duzido, que a desta Governança em unanimidade de senti-

Aprezentou o Vereador Francisco Antonio Pereira da I mentos com railhor dos seus Cpncidadaons era se dar assim

Silveira, á annalise mencionada na Sessaõ antecedente, a por satisfeita; e a final a sua própria condescendência, no
#

qual lida, e aprovada, se rezolveo dar-lhe o séquito ali meio de privaçoens naõ piquenas, em continuar huma com-

acordado j authonzando o mesmo Vereador para a remessa I missão, que á seo pedido, podia ser terminado há 14 annos»

i I

em união com a carta deste Senado, ao Coronel Joze de I encontre agora demonstraçoens, que posto que de taes

Aquino Guimaracns e Preitas, auzente ao otlicial maior da I partes, sempre desdourao, em quanto a verdade ns5 aparece

Secretaria do Ultramar, tudo nos termos accordados. E com as cores, que lhe saõ próprias, encadeando na aclaraçaõ

feita a carta se achou por conforme, e se assignou, assim o Poder, que o Nomeou, a municipalidade, que o pedio, e o

como o officio dirigido a mesma Secretaria, que tem de mesmo Nomeado, que condéscendeo, e executou, cuidando

acompanhar a Sessaõ anterior. Disse porem o Concelheiro fazer hum serviço, que mais se lhé levasse em conta como

Miguel de Arriaga Brum de Silveira, que posto se lizou- |he foi promettido de Ordem Regia, sem lhe ficar escrúpulo

geia pelas boas intençoens demonstradas na analise lida, na de motivar ta8 execrandas declamaçoens, como saõ os

parte, que lhe diz respeito, naõ vendo na fraze ali seguida golpes, que huma alma impia descarrega contra a sua repu-

mais, que huma constante cohereucia da linguagem, que taçaõ, único bera, que lhé restava de suas laboriozas fadigas,

tem sempre fallado os vogaes deste Senado em seu abono, e desses imraensos sacrifícios, que o publico sensato naõ

como provaõ os testemunhos indeleveis, que conserva em pode deixar de reconhecer, sacrifícios, que unicamente

si, e que preza como consoladoura retribuiçaõ de huma sente> como tem dito maig de huraa Tez por nad poder

vintena de annos.de penivel luta, reconhecida por todos, ser mais amplo a bera da Naçaõ, e do Estado, de que lhe

excepto aquelle, que athé desta mesma, naõ uzual demora, .parece haver dado so|)ejaj proTas. E nesta occaziaò mai,

quando se trata de empregados em lugares temporários, do que nunca 0 experimentaria este publico, se podendo

entendeu fazer a desprezivel moffa, que se deviza era sua separar-se da Commissaõ publica, que o liga neste lugar,

especioza opinião ; com todo lamenta elle refferente, que podesse „a qualidade de Cidadaõ entrar com os de mais, e

'11 A. _ • • " . 1 1 • .
huma semilhante opinião, arrastando-o de mistura com esta

como de huma mesma família, na oferta de pessoaesser-

«
Governança o torne suspeito para nem»poder mais ajudar
viços, a qualquer distancia, e sacrifício. Taes os senti-

esta Corporaçaõ na sua justa queixa, nem dezejar, que

mentos, que perdominaõ o gratto coraçaõ do refFerentc,.

taes declaraçoens, como as expendidas na refferida analise,


que ao Leal Senado deixa a escolha do que mais convinha

fossem feitas em seu favor, pois que contando com o exame,


a seus próprios interesses, em abono dos seus Vogaes : En-

que lhe segurai as Bazes da Constituição ; e naõ menos


tretanto, para que naó pareça áface da Naçaõ, que El-Rey

firme na iudefectivel Justiça, único eixo desta grande ma-


se enganou, ou foi enganado, quando benignamente acolnco

quina, espera ter occaziaõ de ser ouvido, e hè para entaS,


as reprezentaçoens de todo este publico, levadas principal-

que pertende justificar-se por escripto, ou pessoalmente,


mente as do Leal Senado à Real Prezença de hum modo.

•m cuja occaziaõ ofereceria seus serviços ao leal Senado,

que faz honra, naõ menos ao requerido, e agraciado, que

%
^0 A ABELHA DA CHINA.

nado de hum Navio, como o bom Cidadaõ, pelo valor de


200 anciões requerentes, que ali foraõ a maior parte ; e athé 1

12 mil patacas de que veio a receber 13, 687 taeis 2,58 cai-
para que o Vereador encarregado da Analise naõ deixç de 1

xas, que daõ patacas 19,019, posto que no fim dos 5 annost
vèr mais provas, das que terá tomado por guia de suas

asserçoens, visto que, como mais moderno, ainda naõ Em lugar, que o refferente (aqui nesta Meza hà vogaes,

que o sabem) para obter numerário com que suprir a Caixa


teria lido quanto facilitas os multiplicados assentos desle |

Leal Senado; perniitta-se-lhe unicamente, que elle decla- Publica teve que tomar generos, principalmente Anfiaõ,

rante chame em apoio de sua justificaçaS algumas recorda- a preço de 1,200 patacas por caixa para realizar a mil, per-

çoens, que tem origem nesses mesmos assentos, aonde dendo 200 patacas por caixa, que na maior parte das men-

podem ser lidas, e copiadas: Mas para naõ se fazer fasti- cionadas 300 mil patacas, prova quaes, foraõ os seus sacri-

diozo pela extençaõ própria de taò dilatado período, que , fícios, que Sua Magestade chama inumeráveis na já citada

carece ser tratado chronologicamente, tomará por norte Carla Regia, alem da falta da exacta contabilidade de ju-

de sua expoziçaõ a marcha, que lhe parece vae levar hum ros. Isto athè aquella época, mas tal vez, contas exarai-

+ - *■ w • m r* * * *. '^53* I
dos tre» opinantes, o Morador Francisco Jozé de Payva,
nadas, naõ se passasse huma invernada, que naõ tivesse,

aproveitando o refferente a cazualidade de haverem passado


que fazer entradas por empréstimo. Os Socorros a Timor

por seu assignado, na qualidade de Juiz de índia, e Mina


desde 1810, naõ somente a bem da Igreja,, em virtude da

differentes documentos, com que he vóz constante, dizer


recommendaçaõ feita em Nome de Sua Magestade no

este Cidadaõ se vai justificar ante o ministério da accuzaçaõ,


Officio do Excellentissimo Conde das Galveas de 12 de Ju-

que lhe fizeraS crer, havia contra elle por parte desta
* nho de 1810, cujo cumprimento nos termos da Carta Offi-

Governança, para o continuarem a ter ligado na reuniaõ


cial delle refferente de 6 de Fevereiro de 18 tl, mereceo a Re-
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formada, pelo author da opiniaõ de 11 Fevereiro deste al Aprovaçaò, na forma da partecipaçaô do mesmo Minis-

anno, na reprezentaçaò a cerca da qual, testemunhas de


tro d* Estado em seo Officio de 9 de Agosto de 1811;.mas

!
i; . ••
caracter lhe ouviraõ antes dizer haver sido sorprendido na
também a favor do milhoramento da quella decadente Co-

I | |l 1^1 <i f t t *1 £ ! la'| , v..*». r , _ f, • • t

quella primeira assignatura, que assustado tem repetido,


lonia, recommendada depois em Officio de 3 de Junho de

fiaô os refferidos documentos do já citado Cidadaõ diversas


1814, e ultimamente em outro de 4 de Janeiro de 1820,
A(| H • Ij / * ç. j í. . *1 | f > I . y
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Certidoens passadas de Ordem desta Governança para pro- de que resultarão as soluçoens annuaes para ali; e gasteis

var, com humas, que tem feito, naõ so empréstimo ao da expedição do anno de 1820 com a de 1821, que foraõ
D | i •)

Tbezouro Publico, com juros, ou sem elles, mas donativos, satisfeitos com a despesa da arribada da Fragatta Temivel,

com outras, que tem pago direitos avultados como Agente;


cuja cooperação por parte delle refferente para obter adi-

• como Proprietário, e entrado na Caza de


antamento, e para fazer menos sensivel aquella grande sa-

• lil • * • IflO J li |: ['n - ! } ' - r t In» nf ,tiv


final, que prestou seos Officios na qualidade de Procurador
hida, consta â este Leal Senado pelos assentos respectivos,

cm hum negocio da morte de hum China, a que se atribue


todos jà levados na correspondência de huma, e outra roon-

eooperaçaõ para naõ haver a entrega do assassinos na forma


çaò à Real Presença, montando acima de 45 mil patacas,

< ui ii1 I
anteriormente praticada.
0 que pagou este Senado finalmente. E neste mesmo anno,

' • fW

Se pois huraa semelhante officiozidade merece a conci-


que vai correndo, vio esta Meza, que o abono do refifente

' '■ ' ■ ■


deraçaõ do Governo, e esta tanto mais quanto aquella for
passou de 20 mil patacas, para cuja nquisiçaÕ pode provar

mais ampla, deve consolar-se o refferente com o que a taes


(e há aqui vogaes, que o sabem,) haver tido o sacrifício de
'

respeitos provaô os Livros deste Senado em seo favor.


2,664 patacas, quasi o seo Ordenado inteiro de hum anno:

Quanto a serviços pecuniários, se aquelle morador a pon-


tudo isto oflferece o refferente a mais imparcial compara-

fliOfif líj i »: MI O K . ') ( ')!/ ) • ■ \r ft ^

ta empréstimos por 10, ou 15 mil patacas, elle refferente


çaÕ, e exame. Quanto a Donativos, se o morador Payva

toma por primeira recordação a Sessaõ de 30 de Dezembro


deo 1000 patacas, tal ves que na porporçaõ de seus teres
1 1
1 I t fl f m m * ti l . I ; ^ i#í . , : t f j 11 /x /\
de 1811, em que a conhecida boura do benemerito mora-
naõ seja mais, que 600 taeis ou a terceira parte do Ordenado

dor falecido Felix Jozé Coimbra naò poude evitar-se a pon-


de hum anno, que déo o refferente para animar esse mesmo

derar a seus Collegas a necessidade de recommendar a ElRei


Donativo, augraentando consideravelmente pela oflferta

os Sacrifícios delle refferente, quando vio, que a 349,807 do seo sogro por 10 mil patacas, e pela de China Te-Iíua

patacas montará a conta ali aprezentada de avanços pro-


com 800 mil Reis, que ainda naò sendo súbdito o Supli-

movidos por sua agencia, que deraõ motivo à honroza


cante atrahio à concorrência, merecendo por effeito da
* « • *• £ k x • é » #* t 11 ^ » | r% i % - . 9f 0 \ m - * . ..

Carta Regia de 23 de Julho de 1814, e officio da mesma sua agencia no manejo deste Donativo, que chegou a perto

de 18 contos de Reis, como do Officio do Excellentissimo


data, que lhé sérvio de direcçaõ; e o mais hé que as certi-

doens, que possue o mesmo Payva, provaõ entrar, na men- Ministro da Fazenda Luis Vasconcellos de Sousa, que chama

cionada abonaçaõ, hum pagamento por 6,906 taeis 3,22 con- em abono da verdade. Quanto ao pagamento dos Direitos

dorioi, com que se concluio o seo tracto da venda a este Se* da qnelle morador, como Proprietário, e Agente, posto que
ABELHA DA CHINA.
31

avista das certidoens obtidas na naó piquena quantia de


o refferente por seo lugar, e classe diversa nau tenha para

221,500 patacas, que tanto tem auxiliado as despegas prin-


apresentar hum titulo semilhante, se persuade offerece

cipalmente da quelles nossos decadentes estabeledimentos,


outro menos desenteressado, qual o de ter promovido araa-

ioria da receita Nacional por mais de hum titulo, em que que outra hora tanto floreceraô; e para o commercio Nacio*

também deve entrar diminuiçaò de huma raayor, màs nal ao titulo de frettes em Navios de Macào, arazaõ de 16

forçosa despesa t em primeiro lugar, começando pelo titulo patacas, sobre 5, 304 picos. 84,864; e em Navios de outras

de Direitos, hà que apontar por parte delle refferente o Praças sobre 1177 picos a quantia de 18,832 patacas aqui

acréscimo das avaliaçoens, que manejou a geral contento unidos o titulo de commissoens a 25 patacas, que dâ 129,620

em Conselho constante da Sessaô de 26 de Mayo de 1804, eao de fretes de hida em 19 Navios huns por outros a 6000

aprovada a nova Pauta pelo Concelho de ultramar de 27 patacas, haveria 114 mil, tudo 377,216 patacas, que com a

refferida somma de 221,500 faz, que as vantagens deste


de Junho de 1807, fasendo a progressão, que vae de 40

para 80 mil taeis, que comparada essa época com a anterior, promovido transido deixem ao Estado eao Commercio a boâ

como fez ver a Secretaria d* Estado era seos Officios N*- sorama de perto de 6000 mil patacas sem constar cora as

43, e 44, de 1813, accusados em Officios da mesma Secreta- ganancias, que tem aproveitado os Indianos Estrangeiros

ria de 20 de Junho, e 25 de Agosto de 1S14, e da Capitaj bem a pezar do refferente, lamentando vêr fugir para o Es-

do Estado em Officio de 2 de Abril do mesmo anno, expe" trangeiro o mais ulil de hum canal por elle obtido, como

dido pelo V. Rei Conde de Sarsedas, e ratificado pelo Con- se raostra Jqj seus araontuados Projectos, cuja leiturarecla-

de do Rio-Pardo em Carta Official de 24 de Abril de 1817 ma^ cert0 de que se fossem attendidos, mayores seriaõ

por novas contas documentadas incluídas em Cartas delle aquellas vantagens, ou ao menos maior o proveito do Esta-

refferente de 24 de Novembro de 1816, assim como àseo do, para reanimar tao maravilhozos estabelecimentes, cuja

Antecessor em 23 de Novembro dc 1813, que tudo chama situaçaó geográfica naò mandou.

(C ontinuar-se-a)
em prova; se poderá concluir, que 6endo a receita calcula-

da huns annos por outros em 40 mil Taeis pela antiga

Extracto do Bomba
Pauta, e a dedução pela nova, ou reformada na aproximada y Courier de Sabado 3 de AS08t0 de

A í. J 1 4 /\ ■* <1» í /VMM J A "O A mm l.


Ao Editor do Correyo de Bombay.

quantia de 80 mil Taeis, ficou a differença em favor da cai-

I Senhor, Tendo lido na vossa folha de 27 do passado a tra-

nara sima de 40 mil annualmente, que em 17 annos -


xa
P ducçao de hum artigo Official da GaZetta de Goa de 29 de Ju-
a A A I

nao baixa de 680 mil taeis. nho, no qual eu era considerado, como hum dos animadores das

Passando agora a novos meyos para fazer, que tenha desordens de Goa, julgo necessário entregar-vos o Manifesto

havido esta mesma receita começo pela renovação do tra. jncluso, publicado finalmente aos 17 de Julho, a respeito do

fico de Maleva, que todos sabem lhe deve começo, e im qUal vòs observareis desafiar eu àqualquer individuo para que

pulso desde 1812, como reprezentou para Goa quando vio verifique huma taò injurioza assersaõ.

que em lugar de alguma consideração da parte do Governo Vosso muito obediente Servidor,

Joaquim Manoel Correa.


de Bengalla aos Navios desta Cidade pelo que mais ali in-

Marechal do de Goa.
teressa na concurrencia ao leilaô de Anfiaõ à Patnà, e Ba-

VERSÃO.
nares, a que houve, foi entrarem os Navios de Macào na

generalidade dos na5 Nacionaes para adeduçaS de mayores Joaquim Manoel Correa havendo publicado aos 17 de Ju-

lho. huma folha i Manifesto do Exercito de Goa, cheio


Direitos, Despezas em falta da promettida reciprocidade

em 1805, sem attençab a reclamaçaõ, que o refferente man- de muitas especies de erros, particularmente nas falsas asser-
_ _
soens dos acontecimentos; a onde o Caracter do Marechal hé

dou fa2er ante aquelle Governo, encarregada ao Barao de

atacado, pintando-o como hum dos cooperadores para a in-

S. Jozé de Porto Alegre, que a fez em seo nome, e de

surreiçaô dos habitantes de Bardèz, e antes disso como hum

outros Moradores desta Praça, recebendo o indefferiraenlo

Usurpador tyrannico do Governamento de Goa; conclue serobri-

constante da carta do Secretario da aquelle Governo datada

gado a contra dizer aquella parte do Manifesto, que o relata.

de 16 de Junho de 1815, W. B. Bayby deixando porem

O Marechal Correa naõ intenta imputar á pessoa alguma a

para outro lugar o precizo detalhe, e J)ocumentos, que a

fabrica d'hum papel taõ cheio de calumnias e falsidades; o

comprovas, aqui a penas aponta, que por aquella renovaçaõ

author lhe he bastantemente conhecido, so o motivo de pru-

detrafico em nossos Locaes na índia tem proviudo desde


dencia o abriga a occultar seu nome: Porem que espanto

1816 athé hoje (pois muitos mais se espera nesta raonçaõ)


naò foi o seu quando observou assignados de muitos offi-
#- t

as seguintes utilidades: a saber para o Tezouro Nacional,


ciaes ilitares propensos á isso mesmo, os quaes ate agora ti-

pela Alfandega de Macáo a quantia de 144 mil sobre 6481


nhaó sido reputados honrados e virtuozos, e que seguramente

Picos, que ali tem dado entrada desde aquella época; pela
foraó seduzidos e surprendidos naõ advertindo o que assigna-

de Damaõ 46,330; e pela de Goa 8,780; tudo importando vaò, nen o ferrete com que elles ficavaó marcados, attestan-
32
A ABELHA DA CHINA.

do com suas próprias assignaturas paradoxos, e falsidades d' do território Luzitano dos Funcionários públicos das primeiras

huma tal especie! Jerarquia de Goa, e as mais respeitáveis por seus officios, e

Oprimciro ponto do sophisma, em que relativamente he men- conhecimentos ; o manifesto despreso das leis da Monarquia

cionado o Marechal Correa, se volta para a revolução de 16 de e das bazes da sua Constituiçaõ; e finalmente que elles reflictaõ

Setembro. Nesta revolução -elle se jacta muito d* haver con- por hum momento em tudo, que se passou aos 14, e nos se-

corrido, e ainda de ter sido hum dos principais authores, por guintes dias de Mayo, em que nao havia nem sombra de obe-

que ella foi a primogénita origem da regeneração politica de diência, nem subordinação alguma nas tropas; Reinando huma

Goa, e da uniaõ desta província a Portugal. Chamar aeste I annarquia militar, na qual as Classes inferiores julgaraô, e

acto usurpação he contradizer novamente todos os princípios arrastaraõ hum General, e aboliraõ tribunaes, e leis; actos

constUucionaes, que a inteira naçaõ Portugueza adoptara eju- estes de huma natureza taó horrível, que preciza julgar-se, que

a
rara; he naó ser hum Cidadão Constitucional elivre, mas ver- Naçaõ perderia antes a província, do que elles existirem.

Bombay 17 de Julho de 1822. JoaquimManoelCorrfa.


dadeiramente hum Escravo, ou hum Sustentador do despotismo.

Oseguúdo ponto, que tespeita ao Marechal Correa, recae na

Noticia Provincial de Cantaõ.


cooperação, oo proteeçaò, que elle {segundo está ditto) pres-

As Gazettas de Pekim contém algumas representaçoens dos


tou aos habitantes de Bardèz na projectada insurreiçaò.

differentes Censores Yuii" no tocante aos abusos prevale-


Esta he huma calumnia taô descarada, que naõ merece

centes nos Tribunaes da Justiça, taes como hum numero crés*


ser respondida. O Marechal Correa desafia a qual quer hum

C e,n
sò Official, habitante dessa terra que arrisque a asseverar ^° I)rt5a^os n e
"e* pelos Mandarins Presidentes, os

huma tal impostura, proponha miúda e circunstanciadamente "J""8 usór


Pa5 » poder dos mesmos tribunaes, e privaõ aos triste.

vexados de obtêrem a sua Justiça emquanto naó exhibirem

amaneira, o tempo, e a pessoa, de quem elle ouvio isso.

certas propinas; ou detem nos Cárceres os innocentes com

Elle está certo que n'hum a pparecerà, e que a principal

grande injustiça, fasendo-lhes sofrer tratos, e misérias, intro-

origem desta aleivosia ae refunde toda na perversidade do

du8Í,,do desta m<meira 0


fabricador do Manisfesto, e d' alguns outros individuo», tjue Contagio nos mesmos Cárceres, ja

_ , . , . \ .... j 10 «ir pelo crescido numero dos infelises, e ja por se naó atalharem
J 1
concertarão e conduzirão a insurreição militar de 16 Mayo,

as mo sí
os quaes naò tenhaó cessado de dessiminar intrigas e calum- J ^ ^as em seu
principio.

Também se achaò algumas noticias leves a cerca das opera-


nias na desgraçada terra, que elles habitaõ. Se a Mare-

çoens militares na fronteira do NO. O Innimigo tentou invadir


chal Correa houvesse ajudado, ou favorecido o levantamento

a província de Sze-chuen; ao mesmo tempo, que huma outra


do pòvo de Bardéz, teria isso tido a consequência, que teve

divizaò de dirigir-se para Thibct; mas atemorizados


na noite de 9 de Mayo? O Marechal Correa portanto no-

* j i _ • „ . _ • Bn\^kwnníx pelo Exercito Imperial, reunirão as suas forças, déraó huma


v r 1 u
vãmente declara, ena maneira a mais solemne, que se pode »

fazer, que elle nunca cooperou em ordem a reassumir o batalha, foraó derrotados, e fugiraó para as montanhas neva-

das da Tart
Governo de Goa, por ter sido depojado delle por huma cri- »"a- A
mortandade dos vagamundos foi grand.

e
minai conspiração de 3 de Dezembro ; nem cooperaria jà mais aterniinaçaô da campanha breve. '

Varios se achaõ condemnados á pena Capital, por haverem


novamente, nem assumiria hum semelhante cargo sem Ordem

cortado madeiros em huma das Matas de S. M. I. chamado


expressa do Rey, ou por virtude d'huma solemne, e legitima

Monte de Tsong-xuy" descubrio-se na Devassa, que os Réos


eleição adaptada ao decreto das Cortes de primeiro de Outu-

bro do anno passado, ou alguma outra expecialmente deter- tinhaó pago huma porçaó de dinheiro ao Canteiro, para alcan-

minada por Goa. £ar a


Bcença de cortar as arvores ; este, por ser hum Tartaro

de
A narrativa dos Crimes cnmmettidos em Goa em 16 de Mayo | distinção, foi degradado, e os outros condemnados á morte,

Quei-huy, Tartaro Manxu, Descendente do Estandarte


he
—— realçada no Manifesto
— — —-y———- ——- ••wMa.v com a assignaçaõ
MmjiunuyuU de
UV. desterro
UVOIVI do
1 1/ VI \J ditto
U1I1V I

Marechal, e seus companheiros; hè esta huma relaçaó bem I vermelho, e occupando hum emprego hereditário, recebêo a

desnecessária para elle, e seria querer consumir ainda mais | Religião Christaã, dos seus Pays, e A vós, por ter huma adhe-

rencia obstinada à quella Religião, foi alguns annos passados


o seu tempo em reputar, e contradizer o tal chamado Manifesto

do Exercito de Goa : Somente elle exhorta aos seus camaradas mandado em degredo á Y-li na Tartaria de O. para lá ser

em armas, com quem viveu em perfeita harmonia por 30 annos, constrangido à hum trabalho penozo. O período do seo degredo,

e
tenhaõ maior cautela, e menor levesa em subscrever infamias, | trabalhos havia de ser interminável; porem elle foi persua-

e calumnias semelhantes à aquellas, que se encontrão no tal dido à renunciar a religião dos seus pays á desdizer-se, e em

Manifesto; Que elles naõ reputaò certamente o Governo de prova da sua senceridade, pizou aos pés o crucificio, guardan-

Goa o mais desprezível, e ridículo obrigando-os (se naverdade do-o de dos seus pês, em acçaõ de desprezo. S. M. 1.

foraõ à isso obrigados) a serem o instrumento, e o executor de


satisfeito da retracção de Quei-huy, concedeo-lhe a liberdade

acçoens às mais horríveis, que se tem visto em os domínios de


de voltar ao seu estandarte, com vigias sobre o seu Comporta-

Portugal; Taes, como a expulsão, sem sentença, ou processo,


mento, e com prohibiçaò de se apartar d'ahi.

AVIZO. Matheus Vandenberg faz saber ao publico, que em todas as Segundas feiras (naó havendo dia Santo) continuará

o leilaò de varias fazendas, trastes, &a. ficando para as terças feiras, no caso se haver impedimento nas Segundas.

Pela repartição do Juizo da Ouvidoria geral, se hade vender em Leilão no dia Segunda feira 4 de Novembro, Tabaco Amos-

trinha em vidros, Chá Siuxom, e Sequim, e mais trem de meza, e cozinha pertencente ao Navio Triumpho, cujo Leilaò se

hade fazer em as Cazas de Francisco Antonio Pereira Thovar, citas na travessa de Santo Agostinho.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.
A

l.j i
\ E

DA

N A

QUINTA FEIRA, 7 de Novembro.


1822.
N°. IX.

" IIOC TEMPORE

OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM PÀRIT. TERENTIUS*

chama considcracaò, o refferente promovido a criaçaò da

MACAO.

mencionada Caza, como Sabe o mesmo morador, e o Con-

Continuação da Scssaõ de 28 de Junho de 1822.

selheiro Manoel Pereira, que ali tem tido a mayor parte,

Se pois hc serviço Publico pagar Direitos, que se tiraò alguma mais deve merecer pelas vantagens publicas d'ahi

da fazenda negociada, promovellos sem pezo dos contiibu- I rczultantes, como se lê no Oflicio da Secretaria d' Estado

inles, e chamando a proveito Nacional o trafico Extrangc- j j jun|10 |8i4) alem dos outros particulares a

iro, parece naò sera tido em menor linha de conta. ja| respoito. E passando das aquiziçoens, à diminuição

E ovala que a experiência dello refle»ente feita, quanto a de despezas forçozas, poderia lembrar, que se a expediçnò

Direitos em Sessão deste Senado de 8 dc Novembro de 1817, (jos p,ratas naò tivesse tido prospero rezultado, naò baixa-

iMnciiiuaa
rrmettida à vapi
Capital em oflici© dc 23 dc Dezembro do ria
. a despeza
, do
, armamento dos
, Navios,
_r para a defençao
, r ,

mesmo anno, cà Corte em 3 de Fevereiro dc 1818, fosse i.. i ^ .. , •« . . , .


" ' publica da quantra de 50 mrl taers annualmcnte, e ja sem

ouvida, ou ao menos a que tem projectado pela exporta- , . * ., * ,.


* i i j i i vantagem com dous vasos; despesa que unida a ordinária

çaò de Opio, por que entaõ haveriaò fundos para fazer . , . . ,.


v 1 1 1 1
' passaria de 90 a 100 mil taers, com que a caixa nao podia.

face as despesas ordiuarias» c eventuaes da Cidade, c sobras g cn^a^ poupar esta quantia também foi vantagem naò

rom que ajudara Ma\ Patria, tirando a l raça as vantagens píquená, c mayor, quando se ponha cm consideração, que

de transportes, e outras, que tem apontado, a bem desta devendo o augmento dos Direitos só ter lugar em quanto

Cidade, que naò mereceria menos, que a Ilha de Madeira, durasse o refFerido armamento, nem por isso deixou de

para utilizar parle das sobras como para ali tem permittido | continuar, apezar da extineçaò dos Piratas, porque clle

o Soberano Congresso. Voltando agora ao titulo d* aquizi-


| refferente fazendo ver que havendo estes acabado, naò tinha»»

çoens voluntárias, poderia recordara convenção celebrada cessado os seus effeitos, quaes as dividas contrahidas, c depois

por elle refferente como Governo Chinês em 23 dc NoVem- pagas, o que calcular-se como aja indicada, com que se tem

bro do anno de 1809, cm (pie este se obrigou acontribuir adquirido de sobejo para qualquer defccit, em que ficasse

com 80 mil tacis, porque ainda que esta quantia, em a caixa por cauza da quella Expedição, na qual tanto se

totalidade naò foi paga por dolo dos Mandarins Subal- buscou dar entre os Chinas huma ideia de nosso Poder, c

ternos, sempre entrou na caixa a cima de 60 mil tacis Valor, como havia recommendado o Excellentissimo Viscon-

cedeudo cm favor do Senado o Navio Mercúrio, vendido ao de d'Anadia de Ordem Regia ao Conde Vice-Rei de Goa

Morador Bernardo Gomes dc Lemos por esta Administra- em data de 9 d' Junho de 1807, incluída na Provizaò do Con-

çaô, do qual havia o Suiitò de Cantaõ feito oíferta a elle selho Ultramarino datado de 27 do mesmo mez, e anno. *

refferente, como prova a correspondência Chineza, que con- Quanto porem ao manejo do Negocio da morte dc China,

serva, c de que deo parte á Corte uessa eptTca. Entretanto, elle refferente aproveita as mesmas Sessocns deste Senado,

continuando o titulo dc aquiziçoens, passa a fallar das ac- que o morador Payva passou por certidaÒ, pois que alise

Çoens com que entrou o Morador Payva na caza de seguros, conhece quem n^quclle assumpto teve a maior parte, em

e recorda o refferente a vantagem, que já tirou este Leal cuja prova de mais offerecc a Leitura dos ofíicios assim da

Senado na primeira sociedade, que pença ser demais de 7 Secretaria d* Estado do Excellentissimo Visconde d Anadia

a 8 mil patacas, e por consequência se o ser Accionista | expedido da Mafra em data dc 13 de Março dc1S07,como

* Oílicio ao Senado de 25 de Junho de 1811.


34 \ A ABELHA DA CHINA.

do Governador da índia, o Tenente General Francicso Anto- do refferente, que julga ser hum dos mayores, que tem feito

à esta Cidade, como reconhecerão os sensatos moradores


nio da Vetea Cabral em data de 9 d' Abril de 1806. E se o
D

manejo de hum só negocio fosse de attender, quanto mais antigos mais versados nos assumptos da Governança, e os

o será a expoziçaõ dos que o refferente poderá apontar, mesmos Extrangeiros, que tanto sofrerão em Cantaô por

assim com respeito á relaçaõ para com os Chinas, como cazos iguaes. Aqui hà nesta Meza quem testimunhou a

para com outros Extrangeiros nau só em ncgocios separa- maneira por que este negocio foi tratado, o qual desde as

11 horas danoute athé a madrugada do dia seguinte termi-


dos, mas em uniaõ de mais Naçoens. Os successos de 1808»

que naõ deixaraõ de aparecer em papeis públicos teriaõ nou, sem haver no Publico qualquer perturbaçaõ, nem a

tudo provado, mas permitta-se que ajunte ao menos a uzual de qualquer barulho popular, e sem ser o facto

Informação * da Secretaria d' Estado de Ultramar, e da oculto aos Mandarins, nem aos mesmos parentes, antes os

Guerra nas datas de 8 de Junho de 1814, communicada em Meyrinhos nisto entraraõ por ordem de seus Superiores, e

a
officio de 4 de Agosto do mesmo anno, por occaziaõ de exi- qucllc recebendo o corpo lhe dera enterro cm Campo l'u-

gencias Extrangeiras neste Local, cheio de rcstricçoens; pois blico, como vio o Concelheiro Manoel Pereira, e o Juiz Or-

que ahi se conhecera quem soltou dificuldade, quem salvou dinario Antonio Gularte da Silveira: E quem dirá, que

Macào: Este Senado, o Publico inteiro o ficou bem sabendo, disto mesmo se (az carga a refferente, como lhe accabaõ de

E naõ menor foi o anterior acontecimento do Navio Ame- contar. Mas isso naõ admira huma ves, que se vio, que so

ricano vindo do Japaõ Monte Verinon, que o CapitaÕ Boss para fazer mal ao reffirido morador se quiz espalhar vozes

no Discovery quiz aprezar, bastando ler os officios de Con- falças, como se qualquer, que fosse o rezultado naò pade-

de d* Anadia a este Senado, e a elle refferente datados de 1? cesse a terra inteira. Ab uno disee omnes.

d'Abril de 1809. E quanto aos Chinas lhe bastaria apontar Nem há só os Negocies de morte de Chinas, que recol-

oque El-Rey da em motivos no Decreto da primeira re- dar, há outros muitos de geral perturbaçaõ em que sem-

conducçaõ do refferente, e toda a correspondência de 1810, pre o refferente buscou conservar no seo manejo, o Decoro

pelo Excellentissimo Conde das Galveas assim ao Senado, Nacional, e a tranquilidade Publica— e a pontaria alem do»

como a elle refferente, que chama em prova, t Continuando factos já indicados, o da prizaõ do Padre Rodrigo no dia

a mesma lingoagem nos annos seguintes os differentes Minis- 5 de Janeiro de 1809, cujas Cartas Originaes ainda con-

tros, que se haviaõ succedendo athé a sahida de Sua Maoes- serva; o da pertençaò dos Mandarins do Destricto para a

extinçaõ d' Aldeia de S. Lazaro; o da prizaõ dos Aníkinis-


tade para Lisboa, a saber os Excellentissimos Conde de Barca,

tas Chinas em 1815, querendo entrar nas Cazas dos Mora-


Marquez d^guiar, em seos impedimentos Thomas Anto-

nio, e Conde dos Arcos, e bem assim os officios da Capital dores; o da pertençaõ do Mandarim da ( aza Branca em

da índia de tres Generaes, Francisco Antonio da Veiga Ca- querer vizitar os Navios a sua chegada em 1816 para ob-

star a
bral, Conde de Sarzedas, e Conde do Rio Pardo. Sendo entrada do Anfiaõ, o do anno passado por igual mo-

ta! a confiança nelle posta, que ainda conserva a carta tivo deste contrabando; que todos assustados buscavaõ

assignada por El-Rey na data de 22 de Mayo de 1813, pôr-se em segurança com a sua propriedade athé querendo

remettida a Sei lo volante em officio da Secretaria, do Io. reembarcalla. As noutes perdidas em conferencias com

de Junho do mesmo anno, cujo contexto pode athé certo os Mandarins; e o manejo havido para ganhar quictaçaõ

ponto ter-se como se fosse o de huma carta branca, n' publica sem de huma vez parâr o giro, em tempo de reali-

aquelle assumpto, ou commissaõ. Mas ainda hà dois cazos zaçoens para novas viagens, e pagamentos por estes Me-

de igual natureza, mui recentes, posto quede classedezastro- radores, digaõ-no elles, os mais imparciaes, e diga a Cidadaó

za, mas, no effeito omesmo para com os Chinas: Hum foi


Joaõ Jozé da Silva e Souza Interpetre da Cidade, que o

procedente de cazualidade de pôr hum Cavallo, em que


acompanhou desveladamente. E ainda apontaria outros

hia montando o criado de Jozé Maria de Siqueira a Pata muitos factos, de que há provas, mas que ora lhe naõ lem-

sobre hum China na rua de Santo Antonio, o qual apenas se brais; merecendo todavia expoziçaõ o da prezado Navio

entregou aos seos por persuazaõ delle refferente, logo fal- Inglez Arrabelles tomado pelo Corsário Americano, pelas

leceo, e nada da'hi rezultou em prejuizo da tranquilidade diversas partes, que entraraõ na disputa, a saber, o Agente,

publica. Outro foi mais sabido da morte accidental de hum e Officiaes de Marinha dos Estados Unidos, o Commandante

China no dia da Procissão de Senhora dos Remedios á Porta da Fragatta Ingleza Dóris, e os Mandarins Militares do Dis-

do morador Domingos Pio Marques, que naõ faltaraõ espí- tricto: hè prova o que se collige de Officio da Secretaria

ritos protervos quizessem recontar diverso modo só para d' Estado a tal respeito, e differentes Assentos deste Senado.

assim encommodar este morador, e negarem os serviços E naõ menos recordaçaõ merece quanto a negocios Extran-

* Memnozine Luzitano. f Gazeta do Rio de Janeiro No. 2 de 25 de Fevereiro de 1811, Meninozine Luzitano.
A ABELHA D A C H I N A. 35

elle dirá, se na8 foi tendo em Propriedade, dinheiros, Pré-


sreiros o tracto coni o Governo de Manilla para obter a

restituiçaõ do valor do Navio Santo Antonio com parte de dios, e valor de Navios, eo mesmo diráb a muitos outros

Moradores. Seria melhor que a Caixa Publica estivesse


sua carga, aprezado pelo Corsário, a ^ ictoria, em que

tab cheya, como se dezeja, mas nab havendo livre arbítrio


houve a vantagem de receber esta Praça mais 100 mil pa-
4l,

da parte dos Administradores Subalternos na sua diminui"


taças com que nao contava, na quclla desgraçada época

çaõ, ou sahida como pode haver imputaçaõ! Entre tanto


de 1808. E se para isto concorreo o rcíferente o sabe a

os pagamentos da Tropa andaõ em dia, e dos filhos da Folha


Terra inteira; e o provaõ os assentos deste Senado, que

Civil, e Eccleziastica, quazi sempre recebem adiantado,


chame era prova com os Officios de 29 de Outubro de 1812,

e quando algum dos filhos fique em debito hé de adiantado


16 de Junho de 1814, e 9 de Abril de 1805 a tal respeito.

por vencido. Nem pode haver qualquer escrúpulo na boa


Nab pararia ainda aqui a serie de recordaçoens, aqueo

Administraçaõ da Fazenda, por que nenhuma despeza hé


assumpto encaminha, mas temendo jà disgosto em dar

feita sem Ordens Supperiores, que authoriza, e estas de-

que ouvir mais aos Vogaes desta Meza, a penas dezeja elle

pendendo na sua execução, dos acordaous deste Senado,

refferente, que se lhe deixar fazer a seguinte reflexão para

que annualmente envia Extractos à Secretaria d* Estado,

conhecer, se estado actual da Praça hé de prosperidade

e à Junta da Capital, donde nada vem dezaprovado, claro

retrograda, como indicaõ esses opinantes, ou se progressiva»


O
fica quanto pode ser injusta a recriminaçaõ contra os mes-

como conhecem todos a fora aquelles. Antigamente o Com-

mos Administradores, em cujo numero entra o refferente

mercio, e navegaçab de Macao nao podia independer dos

quem chama em prova da legalidade das despezas, e sua

mútuos celebrados por este Senado, com as sobras de suas

justeza o que já refferio na SessaÕ de 31 de Dezembro de

despezas annuacs para fazer o seo costeio, e parte de nego-

1817, mas huma nova reflexão provará se há desleixo

ciaçoens. Entaõ os Navios, segundo os arquiamentos,

seja quanto à dividas activas, seja quanto a despezas. Em

e avaliaçaõ, que há no arquivo deste Senado, nab tenha

1797 Sua Magestade Dêo a Macáo hum Perdão por 327

mais valor, que o de 10, 20, 30 mil patacas, nem a sua car-

contos de reis de dividas contrahidas em tempo de outros

ga passava de custo mediano. Agora nada se da a risco

Administradores, de cuja rectidão nab há duvida, e por tan-

por esta Administraçaõ; os Navios fazem as suas viagens,

to quando agora possab apparecer 10 ou 20 mil Taeis de

costiando-se com os dinheiros de seus Proprietários, tem


riscos naõ pagos por moradores, que fizeraõ serviços à

mayor valor, por que sao de custo de 30, a 40, 50, e 80


Naçaõ, e ao Estado, e com quem se guarda a consideraçaó

mil patacas, e nao há hum só deste ultimo preço, como


ordenadas por ProvizaÕ Regia para commodas soluçoens,

saõ, Carmo, Rey, e Conde do Rio-Pardo; hé de maior im-


naõ alheyos do actual systema seguido pelo Soberano Con-

portância a Carga, que elles transportaõ ; por que o Anfiao*


gresso, que assim o facilita: qual divida será mayor, aquel-

que vali ia de 500 a 1000 patacas está hoje a cima de 2,500


la em poucos annos, ou esta no dicurso de 20 em concor-

patacas, logo naõ vai nem o Commercio, nem a navegaçab


rencia com o refferente ? E quanto as despezas, qual pro-

para menos : mais os Prédios ou Cazas nobres muitas ven-


vará mais em favor do estado da Caixa? Ter rendimento

didas no tempo delle refferente em Leilão Publico abaixo annual para fazer huma despeza, que nab baixa de 100 mil

preço, valendo apenas de 6, 8, 10 mil patacas, hoje contem- patacas por anno, coin alguma sobra, que existiria se naõ

se as que existem de novo edeficadas, entrando tres feitas fosse para fora, ou hum rendimento de 40 a 50 mil como

cm seo tempo pelo Morador Payva, do valor de 12, e 20 dantes tinha para fazer alguma maior despeza!

mil patacas, e assim outras muitas todas mobiliadas, como Agora examine-se aqui se perdeo era Navios naufragados,

se vê com tal differença de tempo anterior, como do dia e aprezados, e o que se tem dado em soccorro da Corte,

à noute.—Se tres a quatro iaõ à Beugalla, em seus Navios da Capital da índia, e das Ilhas de Timor.-As percas mos-

fazer ali o Commercio, hoje a vista dos Manifestos de en- tra a Certidaõ do Escrivaõ desta Meza, dada ao Illustrissi-

trada se verá quantos vaõ, ou ao menos quanto dinheiro mo Governo, que anda por Taeis 120,659, e despeza fora

desta Cidade anda neste importante giro, que vale milho- de Macáo desde 1314, por 117,674 Taeis: Ora se naõ aquel-

ens: e entaô deixarab taes circunstancias em duvida de la, ao menos esta quantia, naõ fosse despendida, naò teria

que o estado hé de prosperidade progressiva? Sirva de hoje a Caixa pelo seo uzual giro asima de 200,000 Taeis ?

prova a certidaõ, que tirou o Morador Payva dos Direitos Isto, sem fallar nas despezas da Primeira Deputaçaõ com

por elle pagos à Alfandega, e a hi se encontrará, que pagan- o Navio Ullisses à Corte do Rio de Janeiro levado asima

do no começo do seu estabelecimento Commercial aqui, de 27 contos de Reys, a que unido à despeza annual de 100

apenas da primeira vez 600 taeis, foi progredindo athé pa- mil patacas faz asombrar, como se possa ter verificado, sem

gar de 4 a 6 contos de Rs. pela módica a valiacaõ, em que qualquer tributo, antes com alivio das cizas, que se man-

está o AnfiaÕ, e o mesmo progresso, que foi tendo no pa- davaõ pagar, e de que o refferente alcançou isençaõ (Carta

gamento de Direitos como Proprietário, e como Agente, Regia de 22 de Julho, e OflBcio de 25 de 1814) nem outro
36 A ABELHA I)A CHINA.

imposto que o dos Direitos na Alfandega, e estes só para valor, e o desinteresse dos Iinmortaes Cabreiras, Sepuivcdas,

S
os que fazem o Commcrcio exterior, e ainda hécom de- ' Luiz, Silveiras &a. nos restitui», se erigirão aleivosamente

ducçaõ sobre tad módicaavaliaçaS, que, pela em que está em nossos Tutores? Quem os authorisou para substituir os

posto o AnfiaS, devendo pagar.se 6 por cento do Regimen- | seusClubs aos Concelhos, que por Ordens Regias, ainda em

vigor, devem ser convocados sempre que o Senado tem a tra-

to para todos os géneros, se paga meyo por cento.

tar d* objectos extraordinários, que aflectaõ o todo? Sejaó

Hé nisto que cumpre naó deixar-nos fascinar; pois que

já, e sem perda de tempo, solemnemente declarados nullos

a ideya de reformar sem authorisaçaò, c a de lastimar o

por hum Concelho geral os nullos poderes dados ao Deputado

estado da Caixa pode daixar a duvida se afim será para

do egoísmo, e da cabala.

que as avaliaçoens se naô reformem, e se restitua ao The-


Autant qu'il faut de soins, d' egard et de prudence

souro Nacional, o que injustamente se-lhe está tirando,


Pour ne pas diffamer 1' honneur, et V innocence;

e sobre hum género Extrangeiro, naó gasto por Consum-


Autant il faut d' ardeur d' inílexibilite,

midores Nacionaes, e de comprometimento para com o Gresset


Pour deferer un traitre á la Socièté.

Governo.
Este hé, e será o meu voto. Entre tanto, rogo, que elle

Mas se esta AdministraçaÓ naó tivesse prestado nquellcs


seja inserido na sua folha. Sou Senhor Redactor,

soccorros teria merecido tau honrosas dcclaraçoens da


Muito seu aflectuoso admirador.

parte de hum Soberano, de cuja Paterna! Regência marca O IMPARCIAL.

a sua maior renomeaçaó ? Seria oífender as boas intençoens

Senhor Redactor.

destes vogaes, e dos Cidadaons sensatos, se puzesse em


Nade cantada Sessão de 28 de Junho publicada na sua

duvida a sua considcraçaó pela Cauza Publica; e por isso


44
Abelha N°. 8 a pag. 30 onde dis O Morador Francisco Jozc

tornando a extença referencia, a que hé forçado, teria que


de Paiva,"' Li com bastante disgosto as seguintes palavras —

recordar quanto tem padecido, e feito padecer «a sua Cata


" para o continuarem a ter ligado na reunião formada, pelo

por querer dar às rclaçoens Commerciaes dc Macáo a es-


auctor da opinião de II de Fevereiro deste anuo," isto hè falso

tençaó de que hé susceptível, pelas maravilhozas circuns- I ou 0 rejfefente se informou mal, ou hé a leivozia deile mesmo

tancias do seo Local, c apoiar as ncgociaçoens de oulras rcfTcrente (o que naó custará a crer); " na reprezentaçaô à

Praças, que aqui teriaó accahado, em geral prejuiso: se cerca, da qual, testemunhas de caracter lhe ouviraò antesdizer,

a serie dc taô consideráveis prestaçoens, posto que volunta- haver sido sorprendido na quella primeira assignatura, que

rias da parte dos interessados, naó fosse conhecida dc todos, assustado tem repetido. r

Eu sou hum dos reprezentantes, e ignorei sempre semelhante


e do mesmo Ministério, a quem naó hé ignorado, que desde

coaeçaõ se a ouve, espero todavia, que o dito morador Paiva

aqui naô se tem esquecido o reíferente, poslo que fraco


• . i
respondendo á esta na sua primeira Abelha, que se seguir,

Orgaô, para taô grande Edifício, nem de promover novas

declare quem o sorprendeo, como diz o referente, para naô

relaçoens de commercio Extrangeiro, nem de fomentar o


ficarem manchados 36 homens, que tantos saõ os assignante;

milhoramento de todas as Posscssocns Nacionaes à quem do . _ . <r . . . . -


1
da reprezentaçaô de que o refTercnte trata, em os quaes entrao

Cabo, nab deixando de interessar às Praças, que alem ficai), endeviduos dc rcco„hccida probidade.

promovendo em humas as culturas de plantas vantajozas,


Se o refferente diccssc, que seduzirão este morador para

como para a Ilha dc Corpo Santo ; a papoula para o Aníiaô assignar o contrario, custaria menos a crer : á annos passados

(Officios do primeiro dc Junho dc 1813, de 18 dc Junho hum anciaõ morador, apaniguado do referente, mendigando

de 1811, ede 28, e 29 de Fevereiro de 1816.) como para assignaturas para a recondução deste, naô deixou dc impor-

o Brazil a de Chá, e mais de 300 Chinas trabalhadores tunar a alguns sugeitos, que assignaraõ, naó, por assi.no en-

a sua própria custa, entre os quaes foraó carpinteiros tenderem; mas por que conhecendo a venalidade da antiga

para o Arcenal. (Officios de 3, e de 18 de Junho de 1811) | Oortc, sabiaô que semelhantes requiziçoens naô passavaò de

simpleces formalidade, e que o Uagclo naó só continuaria;


(Continuar-se-ha.)

mas que augmentaria mais e mais: principalmente aos que

CORRESPONDÊNCIA. recuzassem firmar tacs papeis. Só nós que temos prezen-

Senhor Redactor. ciado estas, e outras semelhantes farças o poderemos crer.

Estremecerá o mundo; saltará fóra dos seus eixos, e abis- Rogo pois ao Senhor Redactor que naó só queira admittir

mar-ae-há outra vez no inconccptivcl nada d' onde sahio. esta na sua primeira Abelha; mas que emende qualquer erro

A palavra de Dcos liade verificar-se à risca. Niiiil oper- que encontrar aqui, pois o pouco conhecimento que tenho da

tum quoo non scietur.= Que diraó agora os aocioens, os Lingua Portuguez» mos naó deixai) conhecer: no entanto

Patres conscripti, que cassando temerária, e saerilegamen- Seu effectivo Leitor.


permita-me ser

te a cmancipaçaó politica, a que o patriotismo heroico, o Macáo 2 de Novembro de 1822. Hum dos Reprezentantes.

AVIZO. Sábbado 9 de Corrente se concluirá a venda do Brigue S. Pedro de 2500 picos de Lote, cujo casco hé feito de

Carvalho, e cujo inventario se pode verem ca 2a do Escrivão da Ouvidoria.

NA TYPOUKAEHIA DO GOVERNO.
A

A E H A
L

DA

H N A

QUINTA FEIRA, 14 de Novembro. 1822.


N°. X.

" HOC TÉMPORE

OBSEQUltTM AMICOS, VERITAS ODtUM PAftlT. TERENTIUS.

A final declara que tao longe está de querer per si sò


MACAO.

aquelia Administração, que desde mais tempo tem constan-


(Continuação da mesma Sessão de 28 de Junho de 1822.)

temente pedido ao Ministério* que ella passasse em totalida-


Agora quanto a particulares Administraçoens, quelhé estaS

de para este Senado, a onde ha mais conhecimento das cir-


, Cargo, satisfará á qualquer interessado com documentos»

cunstancias dos tomadores, aquém hè forçozo dar o dinhei-


>or onde mostrará, particularmente fallando do Cofre dos

ro a juro para ter alimentos* que dar aos Orfaons; ali


)rfaons, que desde que tomou a primeira vez posse da

estatf as provas, e ultimamente melhor o incarece, %o piano


)uvidoria em 1803, tem recebido os que ali tem titulos
n

offerecido a este Senado para acompanhar a incicaçaò do


inaSpiquena somma de 108 mil taeis entre alimentos, e

Vereador Silveira à cerca do Estabelecimento para a educa-


egitimas, a que se naõ tem faltado aos que se cazaraS

ção de meninas: qnem assim se conduz parece m; is querer


lesde aquelia época athé agora; sendo o estado do Cofre

o bem publico, que o particular. Mas se tudo naõ basta


io referido anuo de 1803 de 51,446 taeis, havendo hoje

em prova naõ sò de seu dizinteresse, e particular situaçatt


omente titulos por 35 mil de novas entradas tudo em gyro

de fortuna, em que poderia dizer a sua mulher, e filhos o


ora a uzual, e correspondentes seguranças, sem que em

que a sua Mai disse Francisco primeiro, e tal vez sem


odo este intervallo, e para fazer o pagamento por aquelia

total falta de analogia, ao menos pelo momento, posto que


;rande somma tenha sido executado hum so Ȓvedor (con-

11
em diversas circunstancias, Madame, tout est perdu, hors
lucta igual na arrecadaçaõ da faze da) a pezar, que os hà

Fhoneur," mas também de seu disvcllo, e esforços pelo


norosos, e athé do tempo do Conselheiro Lazaro da Silva

Fereira. Esc algum hà, que separado daquella Adminis- [ melhoramento desta Cidade; em Commercio, buscando-lhe

raçaô Ordinária se cuide naõ satisfeito adoptando os meyos novas, e mais extrnças relaçoens Nacionaes, e Estrangeiras*

evaes. será attendido, e se provará, que tem recebido e com favorecimento, c izençoens sò próprias de taô Pater*

quantias correspondentes aparte, que be cabeate, e liqui- nal Soberano (Perdaõ total dos direitos sobre a carga, o Na-

jada, naõ sendo de exl ranhar, antes de louvar, que na vio S. Miguel no Rio de Janeiro; á do Ullisses na Babia; a

sutrega de bens, e principalmente em Macao, a onde tudo da Maria, Luz, Luconia, e outra vez Ullisses, por meios

bé precário, e consistente em bens moveis, ou dinheiros, direitos, a fora o Navio Rei, posto que, nas anteriores

que se somraem, como hà em exemplos em grandes Cazas circunstancias da Carta Regia declaratória de 2 de Junho

ia antiguidade, cujos descendentes apenas hoje saS conhe- de 1810); era navegaçaõ, promovendo-lhe assim a extençaõ

de
eidos; se haja o Juizo cora a preciza attençaS, o que naS | ™8ens a0
» Votio
* do Brazil
' e da Euro
Pa> e Az,a

... . i r ... . Nacional, e Extrangeira, que a terem contiuuado para

hé faltar, hé, e sim querer, que a subsistência das famílias te- saciou*., c h > H r

. , . Lisboa, ou para o Rio ; nos termos de ultimas propostas em

nhaduraça*. E sem »r longe, ha em nossos-dias prova desta r

verdade era dua. Irmãs, das quaes huraa que cazou, e data de 6 de Agosto de J820, naõ teria ali o Pai de fara,lias,

recebeu seo marido a legitima, ficou logo sem nada; e outra que comprar aos de lá, v. gr. hum arraiei de Chà de 6 a 8

a quem pela qualidade de marido, na5 ponde ser feita a tosloens, podendo comprallo aos de cápor 4,e 5, poupando-

entrega, tem recebido por 5 mil, 11 mil patacas, e ainda lhe se a Naçaõ o maior costeio dos Vazos, e o mais alto preço

restai as 5 mil. E quanto mais exemplos se poderia© I das fazendas, consequência da sua appariçaõ aqui, a onde

apontar, mas far-se-ha sendo necessário. só aproveita» os Chinas, em prejuízo estes accrescimos,
38 A ABELHA DA CHINA.

da realizaçaõ posterior em Portugal, ou em Portos Extran- mos colher de graças taõ generozas, e verdadeiramente

geiros, aonde tem a concorrer com especuladores de menor Reaes, sejab sim sinceros os opinantes, e confessem, que l é

costeio, como tantas vezes tem o referente exposto athé menos por eífeito de remedios promptos, e efficazes, que

para diminuir, ou na® fazer ta® sensível a sahida de nume- por omissa®, e por egoísmo, ou negligencia própria. Bonum

rário, buscando á grande auge, contra os interesses do gyro mihi, quia humiliasti me, ut discam justificationes tua*.

interno, mais proveitar j mas cuidando nos me)os de fazer Psalm, cxviíi. 71.

melhores Pilotos, vendo-se ainda que, dous somente (hum E mais accrescentou o dito Conselheiro Miguel de
O

arrastado na assignatura da reprezentaça® de 11 de Feve- Arriaga, que elle deixa de fallar da forma por que tem

reiro deste anno) com exames, e approvaçaõ na Academia administrado Justiça, durante a sua longa rezidencia aqui;

de Lisboa; e em civilizaça®, dantes nab havida, promo- por na® ser para aqui, alem de -sabido quanto ao Civil,

vendo as luzes, e estudos seo verdadeiro metro (là esta® 5


conhecendo a falta de letrados, e odio rezullante da conti-

Alumnos na universidade de Coimbra, a fora os que se nuação de demandas só busca, por officios da hospitalidade

acha® em Collegios particulares em Lisboa) sendo em seo


á sua recommendaça®, como Magistrado, os meios de com-

tempo, que mais tem progredido a educaça®, que aqui de


poziçoens entre as partes, querendo antes, que ellas o tenha®

própria vontade facilitas os zellozos congregados de S.


por moroso, em tanto quanto cabente com o seu dever#

Vicente de Paulo, no Collegio de S. Jozé, aonde se contaò


que fautor de demandas e custas, que nunca recebeo, ser-

mais de 50 educandos, e aonde convinha formar o geral dos


vindo-lhe de consolaça®, que dos aggravos, e appellaçoenc

estudos, em que tanto cuida o Soberano Congresso. Final-


interpostos de seus despachos para a relaçaõ de districto,

mente repete o referente, que se quanto tem recontado, raros tem sido os provimentos contra seu julgado; e quanto

e poderia accrescentar, quando tivesse guardado na referen-


ao crime elle deixa, que o carcereiro da Cadeya desta Ci-

cia huma serie chronologica, na® pode servir a justificar


dade diga, quantos prezos ali tem entrado de sua ordem,

a sua conducta publica ; sirva-lhe ao menos de consolaça®,


e se passaõ annos sem que se verifique huma prizaS; e o

e gloria de ter servido esta Cidade, e de se haver sacrificado


Livro das querelas mostrará, que nem huma se effectuo*

por hum publico, a bera do qual, confirma da melhor von- nesta vintena de annos; e quanto a sua inspecça® nas Ad-

tade quanto já disse neste Leal Senado, quando segurou ministraçoens dos Corpos de maô morta, diga® os confrade*,

á face do Conselho, que o escutava, que se para o bem do


se tem sentido qualquer violencra, nem mesmo outra

Paiz, se fazia necessário a sua separaça®, nada se hesitasse; ingerência nas distribuiçoens, e despezas a seu cargo, que

por que o que somente dezeja hé evitar conflictos sempre as recommendaçoens ordenadas no primeiro cazo ; e no

segundo, ensinuar a vantagem de evitallas em festas sump-


dezagradaveis, e com rezultas, que se naõ conhecem, se

tuozas, que aqui torna® os gastos sò a proveito dos Chinas,


naõ depois do dezarranjo da maquina, que nao volta a seos

0
para chamallos a proveito de mezadas mensaes em favor
eixos com a mesma facilidade com que delia sahe; pedindo

das familias decentes, e pobres dos mesmos confrades; o que


por ultimo à este Senado lhé receba por accessoria decla-

melhor se verá na Mizericordia, por cuja repartiça® assiraa


ração de suas particulares circunstancias, a que fez Chilra

de 300. pessoas recebem mensalmente mezadas de arroz.


apendix da sua falia pela AclamaçaS de Sua Magestade,

Foi quanto disse o refferido Conselheiro Miguel de Arriaga,


a qual, posto que feita em frazeologia própria d'aquelle

e se fechou a Sessa® em que assignara® todos. Ozoric,


tempo, offerece à este Senado, por contar factos em que se

Arriaga, Silveira, Vasconcellos, Pereira, Lemos, Coimbra


mostra, que assim coino os sentimentos de verdadeira leal-

dade saô igualmente de encontrar nas sumptuozas Cortes,

que nos mais remotos, e menos opulentos estabelecimen- 28 de Junho de 1822.

tos, assim também hé do caracter dos Grandes Reys, que


Carta do Leal Senado ao Coronel Aquino em que

somente sabem avaliar o amor dos povos, nab distinguir


o encarrega da nova Commissaõ especificada na dita Carta.

lugares para fazer certo o seo reconhecimento, tornando

lllustrissimo Senhor Jozé d* Aquino Guimaraens e

ali Macào, este remoto canto do Mundo Luzitano, como

Freitas.=»Pelos motivos expendidos nos termos constan-

hum exemplo destas verdades politicas, assim pelo que por


tes da Certidão letra A, levados ao conhecimento do Ex-

esta Governança tem sido feito a favor da Naça®, e do


cellentissimo Ministro d* Estado do Ultramar, terá V. Senho-

Estado, corao de que El-Rey tem prodigalizado a bera


riaem que obrigar a consideração deste Leal Senado, quando

dos habitantes deste grande estabelecimento coraracrcial,


se preste com a intelligencia, que motivou a sua escolha, a

tanto irapreDso na sua Real Memoria, quanto digno de


pór em pratica, o que ali se rcsolveo, eque terá occasiao

o ser. E se incidentes inevitáveis na Ordem do Mundo,


de observar na® ter outro fim, que a justificação da con-

on arbitrários procedimentos da parte de alguns Agentes,


ducta desta Governança, que no único caso, em que elia

nos tem feito perder alguns daquelles fructos, que poderia^


por cauza das cabaias ali indicadas, possa sei manchada,
ABELHA DA CHINA.
39

ou haja de apparecer por hum momento em equivoco a me mostrou o quanto elle era meo inimigo declarado (como

unanimidade de seus sentimentos, e acrisolada fidelidade ao hé publico nesta Cidade) quando devia ser meo amigo: pois

novo System a Constitucional, de que tanto se espera; dese- se se lembràsse de que eu nunca o incommodei, e sempre o

servi em tudo quanto me occupou (o que posso mostrar por


jando taò somente que as particulares circunstancias deste

documentos, huns assignados por seu proprio punho, e outros


Paiz mereçaò accommodadas Providencias, porque sem esta

por alguns seos apaniguados) com bastante prejuiso meo;


combinação, tudo será compromettimento ; como Vossa

estou certo, que deixaria de empecer-me, e de ser o meo


Senhoria naò ignora, e se mostra separadamente em nova>

maior inimigo. ^ ~xíf 'j jíiníis e r; *


e
opportuna occaziaò.

ííé falso porem o dizer, que eu fôra sorprendido para


Na relaçaò de baixo da Letra B, vaô as analyses a que

assignar a dita representação, e que ao depois me arrependèra.

tem de recorrer para melhor cumprir esta nova conimis-

Eu creio, Senhor Redactor, que naõ haverá pessoa alguma

saò, que este Leal Senado lhé encarrega, e era que espera

de Caracter, ou sem elle (à excepção de algum Carcunda)

da sua parte a mais efficaz cooperaçaô, a fim de que sejaò

que possa asseverar isto com verdade, e menos justificar-se,

conhecidos de todaaNaçaô os fieis sentimentos de hum

provando o meo arrependimento neste ponto. Obrar huma

Senado, que tanto se esmera em conservar o titulo, que


acçaó boa, e em utilidade do Publico naò pode ser objecto de

seus assignalados serviços lhe obtiveraõ. Deo9 Guarde a

arrependimento; ora sendo isto huma verdade innegavel, como

Vossa Senhoria muitos annos. Macào em Meza de Vereação


poderá haver quem assevére, que eu me arrependera de ter

28 de Junho de 1822. Eu Carlos Joze Pereira, Caval-


assignado a tal reprezentaçaô? . . . Quem naò sabe, que o ho-

leiro Professo na Ordem de Christo, Alferes Mor, Escrivão


mem, que hé insensível aos males públicos, que occasióna huma

da Camara, e Fazenda, que a fiz escrever e sobscrevi.


má Administração, hé hum máo Cidadaõ?. . . Ora quereria eu

Francisco Antonio Pereira da Silveira, Antonio Joze Gon- este epitheto ?. . . Certamente naò. Logo hé falso odiser-se,

çalves Pereira, Antonio Joze de Vasconcellos, Antonio Gu- que eu me arrependi, e que assustado o tenho repetido.

larte da Silveira, Bernardo Gomes de Lemos, Felix Vicente Continua o mesmo Conselheiro, „ Quanto a Donativos, se o

morador Payva deo mil patacas, tal ves que na proporção de


Coimbra. Documentos referidos nó Officio supra.

seos teres naò seja mais, que seis centos taeis, ou a terceira
Letra, A Sessaõ de 9 de Março

Dita de 25 de Junho de 1822. parte do ordenado, que deo o referente para animar esse

Dita de 26 de Junho
mesmo Donativo."

A copia do Officio de 10 d' Abril de 1822, que o Leal


A isto digo eu, se elle Ministro julga dos moos teres pelo

Senado escreveo ao Excellentissimo Ministro de


negocio, que tenho feito cm Macao; quanto naò deve o Publi-

Repartição de Ultramar.

co também julgar dos teres delle Ministro !!!... O meo gyro


Letra B, Analises das opinioens dos Cidadaons Francisco

commcrcial tem sido de duzentas, e cincoenta, a tresentas mil


Jozé de Payva, Paulo Vicente Bello, Jozè de

Almeida Carvalho e Silva, e Joaó Nepomoceno patacas; ora pode isto comparar-se com a Somma de tres a

Maher, (Naõ ficaraò registadas.)


quatro milhoens de patacas, com que, o Publico dis que elle

Reprezentaçaô dos 36 assignados, e seo Despacho.


Ministro negociava, e em cujo trafico deixará (segundo o mes-

Sessaô de 28 de Junho de 1822.


mo Publico) muitos dos seos Credores em huma total ruina ? . .

Se o referente pois julga do Donativo das mil patacas à pro-

CORRESPONDÊNCIA.

porção do empréstimo, que fis (e elle Ministro sabe àquem)

Senhor Redactor da Abelha de China.

do qual ainda se me devem cinco, ou seis mil patacas, pouco

Lendo a sua Abelha No. 8, observei: que o Conselheiro

máÍ9, ou menos ; neste caso convenho, em que o meo Donativo

Arriaga aproveitando-se da cazualidade de haverem passado

naò foi proporcionado.

por seo assignado, na qualidade de Juiz de índia, e Mina,

Os meos afazeres naò me permittem responder em separado

differentes documentos, proferira na Sessaõ de 28 de Junho

Ji sua Abelha No. 9. Basta repetir-lhe, que hé falso o que o

do prezente anno o seguinte, " Hé vóz constante dizer este

Arriaga disse; por que naó houve coacçaò, nem haverá. As-

morador (Francisco Jozé de Paiva) se vai justificar ante o

signei livremente, e para isso somente me instigou o interesse

ministério da accuzaçaõ, que lhe fizeraõ crer, havia contra elle

do bem publico. Hé o que se me ofierece diser sobre seme-

da parte desta Governança, para o continuarem a ter ligado

lhante assumpto, e somente accressento que.

na reuniaò formada pelo author da opiniaó de 11 de Fevereiro

C' est prendre asses bien ses mesures,


deste anno, na representação a cerca d^ qual, testemunhas

De venir conter ses raisons

de caracter lhe ouvirão antes


haver sido sor prendido
Aprés avoir fait des injures. M.me Deshoulieres.

na'quella primeira assignatura, que assustado tem repetido." FRANCISCO JOZE DE PAYVA.

Hé verdade, que eu mandei tirar certos documentos, naõ


Senhor Redactor.

por me capacitar, que a Governança desta Cidade fizesse a me- Os seus correspondentes naõ contentes de omittir seu nome,

nor accu7açaô contra mim, por que naò tinha causas, nem mo- escrevem de tal modo que naô podem bem entender-se. Naõ

tivos para isso; mas sim por que a experiençia de hua vin- seria melhor que o Senhor Imparcial ou declara-se logo quem

tena de annos, que o Senhor referente esteve no Governo, | hé o Deputado em que fala ou recluzo no seo claustro rezasse
40 á ABELHA DA CHINA

no seu breviário o officio (o que melhor seria) e que cumprindo querermos pas

deixasse sar perante os Leitores sensatos, quer naturaes, quer Estrangei-»

só a de Numero VII, da alguma idea de ser o Coronel Jo2e de | roB cotlj0 periodista de boa boca, «que encaixa na Abelha m

Aquino; mas este foi nomeado pelo Senhor Governador para I troxo, e moxo quanto rabiscaò pennas plagiarias, e mal apara-

ir a Corte felicitar a Sua Magestade e ao Soberano Congresso; I das, e para que os mesmos tirando a esta Cidade o nome de Ma-

c nat) 0
ora o Senhor Governador podia mandar hum Deputado à Corte I ^° de Pedantopoli. Para que chama De-

a custa da caixa Nacional, ainda quando ella naó estivesse Putado ° ScDhor Im
Parcia* a
hum portador de cartas do Sena-

como dizem, taõ alcançada? Omesmo Senado poderia confirmar do, ou de quem quer que seja. que lhas entregou Ignora

cas0 í
esta nomeaçaó sem preceder huma ElleiçaÕ mesmo quando ; llie es
*a C^ade naó está na í athegoria de mm dar

Macao estivesse nas circunstancias de Deputar? Diga-met I Deputado às Cortes (que hè de que se trata) per naó ter o

numero de aJma9
Senhor Redactor, estas deliberaçoens saõ Constitucionaes ? ' 1ue'8e fa
" mister ?
Chamàra-lhe pois Pro-

curador
Que juízo faraó os curiozos, que tiverem lidoas suas Abelhas ' Sollicitador, PorUdor, e o mais que acabar emir;

ma9
naõ as vendo analyzadas? Apare, Senhor, apare a sua penna »aô Ihe dera 0
honorifico epitheto de deputado. O failar

Satisfaça ao que prometteo na sua primeira Abelha, instrua, com propriedade he huma virtude. Outro deffeito mui essen-

este povo pois o preciza mais que nenhum: 6e elle se portou ciai, que achamos na sua carta, he a falta de união entre as

8
com a energia, que vossa merce diz naõ estando inda instruído uas partes, o que Horácio tanto reprehende, bem como a da

acerca dos deveres, e dos seos direitos, que fará este mesmo relaçaõ entre as ideas, que amontoou. Principia o Senhor

povo quando os naô ignore ? Senhor Redactor, acabamos de Imparcial por hum cabeçalho estrondoso, e brilhante de mun-

dos, eixos, abismos, e nadas; que se no9 figurou hum Gassendo,


huma vez; se nao tem prez ente factos para contrariar aquellas

fastidiozas Sessoens, tenha a curiozidade de consultar Beale, I hum Descartes, ou outro Newton, e nos fez estremecer quando

o lemos, tento que dissemos com-nosco; on a maquina do


Barretto, Braga, &a. &a. &a. os agentes da administração do

mundo se esburralha, e dissolve neste anno, ou este homem


tabaco, todos os que tem servido na Governança e finalmente

achou a quadratura do circulo por quem trabalha inutilmente


o Escrivaô da Camara, querendo, pode ministrar-lhe matéria

há ja para sima de dois mil annos a Geometria mais sublime^


vastíssima. Seu Attento Observador»

Mais: remontou-se do mundo ao Céo, foi buscar a authoridade


O Amigo da Verdade.

Divina, o verbum Dei, a Escriptura Santa.

Saiba o Senhor Imparcial, cuja carta lhe copiamos em o


Quid dignnm tanto feret hic promissor hiatu?

nosso No. anterior só para amostrar a nossa Imparcialidade,


A Serra Urrando está para parir

que naõ he bom tornar pelo vêso. Se quer navegar o seu en-
Ratinho nascera, que faça rir.

genho pelo már da Literatura, ou campear de escriptor, puxe


Acaba por hum soldado, que o Governador mandou a Lisboa.

pelos cordoens à bolça, e tire quer em oiro, quer em prata


Acarréta as palavras de Jesus Christo para prova, de que se

q jaes quer 300 patacas, com que sôlva a custagem da prensa; descubrio agora em comprimento do oráculo divino, o que todo

porque assim fás muita gente boa, e assim lho ordena aquelle, j o mundo sabia jà antes delle partir : naõ attentou pelo que or-

que disse- dena hum CONSELHO GERAL, que hè o Tridentino na SessaÕ

Quarta, à cerca das applicaçoês temerárias da escriptura a ma-


Amaro da lage naò sejas marralheiro

térias profanas, nem taô pouco atinou com a expoziçaõ dos


Puxa pela bolça, paga ao barqueiro.

interpretes a este lugar. Item viciou a bellissima Antithese,

Porem como estimará haver em miúdos as rasoens, por que


ou contrapoziçaõ, que se dá nas ideas da sentença, de que

lhe damos este concelho: ex-aquialgumas. A nossa Abelha


uzou o Salvador, como se pode ver em S. Matheos Cap. x.

lié Gazeta do Governo redigida com as únicas vistas de emea-


26; Nihil opertum, quod non revelabitur; et occultum quod

ininhar o espirito publico à felicidade commum, para que nada


non scietur; o mesmo em S. Marcos, iv; em S. Lucas, viu,

concorre, a hosbo entender, a publicaçnõ de semelhantes escri-


e xii. &a.

ptos. E se naò diga da boa fé, Senhor Tmparcial, que utilidade


Outro sim, se tivéssemos a certeza de que o Senhor Imparcial

liá de remexer, e inquietar toda esta Cidade com o Conselho


era filosofo, lhe censurariamo| no rigor logico esta expressão—

Geral, que nos inculca na sua Rapsódia ? Dirá outra ves, que
inconceptivel nada—de que lançou maõ.

hé para declarar nullos, os nullos poderes dados ao Deputado,


Semelhante genero de escrever, Senhor Imparcial, se com-

&a. risum teneatis amici ? Com quejunte-se huma Cidade


para com rasa6 à labareda do fogo na palha, que logo descabe,

inteira para diffinir, que o nada hé nada, que nullos hé nullos.


e para em fumo, que cheira màl. Isto por hora lhe ba9te,

Está boa a peta. De três hé huma, ou o Senhor Imparcial hé


para que saiba, que nos naõ somos daquelles lisongeiros, de

muito ocioso, ou ama a divisaõzinha ou entaó quer faser quem se queixava hum grande génio do tempo de Augusto,

alardo de 6eus discursos affiuentes; sobcarregados de palavras por diserem em pontos de censura=Cur ego amicum oflendam

campanudas, como aquellas, com que amofina os nossos ouvi- in nilgis ? O Redactor.

ADVERTÊNCIA. Hoje mesmo acabamos de receber, noticias circunstanciadas do grande incêndio havido em Quang-

tong, que hum sábio, e curioso amigo nos communicou ; as quaes copiaremos na nossa Abelha seguinte, por que a brevidade

do tempo, nos naõ permitte transcrevelas na presente folha.

AV1ZO. O Vigário nomeado para a Igreja Parrochial de Malaca faz saber ao Publico ,que elle pertende (com Licença do

■eo Prelado) vender vários moveis, trastes, Livros, &a. Toda e qualquer pessoa, que os quizer comprar, pode dirigir-se ao Con-

vet to de S. Domingos, a onde se achaõ de venda.

Brevemente sahirá a Luz, o poema intitulado O Despotismo Ecclesiastico-Civil, ou o Carcundismo Exaltado, em ciuco

cantos. Por hum Auoaixuo* Quem quizer assignar dirija-se ao Laboratório Constitucional às Janellas Verdes; por 800 Reis

cada aMignatura.. NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.


*

A L

DA

H N A

QUINTA FEIRA, 21 de Novembro.


N°. XI. 1822.

" HOC TEMPQBE

OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODITTM PARIÍ." TERENTItJS

triotismo, reffietaò mui seriamenta sobre as referidas ques-


MACAO.

toens, de cuja boa ou má decizaô ficará dependente apros-


PARTICIPACAO DO GOVERNO.

Sendo chegada a occaziaS de expor a Sua Magestade, peridade e segurança desta Cidade,- podendo entretanto todo

o Cidadaó indicar por escripto ao mesmo Senado quaes quer


e ao Soberano Congresso, o verdadeiro estado desta Cidade,

e os melhoramentos, de que hé susceptível; e naô o querendo outras, que julgar dignas de serem descutedas no menciona-

fazer este Leal Senado sem ouvir os pareceres daquellas do Conselho. Macao Secretariado Leal Senado 13 de No-

pessoas, que esta5 em circunstancias de dar a sua opinião vembro de 1822. CARLOS JOZE PEREIRA, Secretario.

sobre taõ importante matéria: tem determinado convocar

Quatro de Julho de 1822.


para esse fim no dia 2 de Dezembro, hum Conselho Geral,

a cuja decizaS serái* submetidas as seguintes questoens. Outra Carta do Leal feenado ao Coronel Aquino

em que acompanha a Sessaõ de 4 de JuIho'de 1822, e a


1. Se deve, ou na5 fazer algumas alteraçoens na forma

reprezentaçaô da Junta Consultiva da primeira parte


actual deste Governo, e quaes devaô ellas ser, no cazo de

de seos trabalhos.
affirmativa.

Illustrissimo Senhor Jozé d1 Aquino Guimaraens e Frei-


2. Qual deva ser o plano da educação para ambos os

tas.—Visto que a junta consultiva ainda hoje ponde apre-


sexos, mais acomraodada ás actuães circunstancias dopaiz, e

zentar a primeira parte de seos trabalhos, repugnando com


quaes os meios mais suaves e seguros, de que possa lançar

a sua importância huma discuçaô correspondente, e im-


mab o Governo para o pôr em execução, e conservalo.

praticável de boje para amanhãa, se tomou o assento da


3. De que numero de homens deve ser composta aguar-

copia junta, o qual Vossa Senhoria tomará como authoriza-


niçaò desta Cidade; e quando esta senaô possa prehencher

çaõ para dar a reprezentaçaS, que aquella acompanha o


com os naturaes delia, qual será o meio mais prompto, e

séquito, que lhe for determinado pelo Excellentissimo


menos dispendiozo, para o completar.

Secretario d' Estado da competente repartição, como se-lhe


4. Se he ou naô necessário, que a Guarda de Policia

seja composta de Sepais, e de que numero delles, no caso roga em carta desta data, na qual se-lhe deo parte desta

d' affirmativa. nova commissaõ, com cuja acceitaçaò Vossa Senhoria con-

5. Se he ou naô indespensavel nesta Cidade o estabele- tinuará a obrigar este Leal Senado. Deos Guarde a

cimento da Escolla Real de Pilotos, e com que melhora- Vossa Senhoria muitos annos. Macáo em Meza de Verea-

mentos, no cazo de affirmativa. çaô 4 de Julho de 1822. Eu Carlos Jozè Pereira, Cavalleiro

6. Se he ou naò conveniente, que se conservem todos Professo na Ordem de Christo, Alferes Mor, Escrivão da

os empregados existentes .nos defferentes ramos desta


Camara, e Fazenda, que a fiz escrever, e sobscrevi. Fran-

administração.
cisco Antonio Pereira da Silveira, Antonio Jozè de Vascon-

7. Se o Commercio desta Cidade admite ou na5 algum


n cellos, Antonio Jozè Gonçalves Pereira, Antonio Gularte

novo regulamento, que possa evitar aprocima mina deste


da Silveira, Bernardo Gomes de Lemos, Felis Vicente

único ramo de eudustria, do qual verdadeiramente se man-


Coimbra. Documentos accuzados no dito officio.

tém este precisoso estabelecimento.


Sessaô de 4 de Julho de 1822.

Espera pois o Leal Senado, que os moradores de maior


ReprezentaçaS da primeira parte da junta consultiva*

experiência, e instrucçaò, penetrados de hum sincero pa-


(NaS foi registada.)
42 A ABELHA DA CHINA

cujos princípios, só busca que se generalizem a menos


Sessão de 4 de Julho de 1822.

despeza, que a inutilmente feita até agora, montando asi-


r
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor. Prezenta á Y ossa

ma de 14 contos de reis, sem haver mais do que exa-


Excellencia este Leal Senado a copia da Sessaò, que acaba

mes práticos; aquelles mesmos anteriormente feitos pelos


de tomar à vista dos primeiros trabalhos, que entregou a

1 ilotos do Paiz, sem aquella grande despeza. Nem quanto


Junta consultiva, pela qual Vossa Excellencia verá, que

ao primeiro, em quanto pareça, que este Senado deixa de


naò cabendo no tempo a competente discuçaò, se houve

continuar a execução, mais de rogativa de El-Rey, que


de adiar para nova occaziaò a remessa das reflexoens deste

de Ordem Mandativa a favor dos Estabelicimentos Nacio-


Senado; mostrando agora apenas a sua adhczaõ pelo modo

nacs, e sim, e taõ somente, que haja huma suspencaõ


ali referido, e que este Senado espera Vossa Excellencia

interina dessa, e outras contribuicoens, a que por naõ ter


haja de levar ao conhecimento de El-Rey, e do Soberano

filtado desde 1814 montado alè hoje a 121 mil, e tantos


Congresso para a rezoluçaó competente; dando Vossa

taeis; rezulta a impossibilidade, que obriga a pedir a refe-


Excellencia ao encarregado da prezentaçaõ d* aquelles

rida suspencaõ dos ponderados soccorros, que alias se es-


trabalhos a permissão de os faser prezentes, como em sepa-

pera haja o Ministério de tomar em concideraçaò para


rado a este se recommenda. A {Ilustríssima e Excellentis-

futuras regulaçoens, em contribuições de semilhante natu-


sima Pessoa de Vossa Excellencia, Guarde Deos muitos

resa pelas mesmas rasoens, que adquirirão á este Corpo


annos. Macao em Meza de Vereaçaò 4 de Julho de 1822.

Eu Cados Jozè Pereira, Cavalleiro Professo na Ordem anteriores prerogativas. Nem quanto ao terceiro, em tanto

de Christo, Alferes Mor, Escrivão da Camara, e Fazcnda> quanto possa entender-se, que sô busca a economia, dei-

xando sem forças o Governo como se deo por cauzal nes-


que a fiz escrever, e sobscrevi. Francisco Antonio Pereira |

da Silveira, Antonio Jozè Gonçalves Pereira, Antonio Jose sas Providencias ora comparadas, e sem guarda decoroza

de Vasconcellos, Antonio Gularte da Silveira, Bernardo j ao Pavilhaô, sem o qual naô teriaô entrada nos Porto#

Gomes de Lemos, Fel is Vicente Coimbra. estranhos os Navios do commercio da Praça; e sim, e taò

somente pela despesa acrescida sem precisão para aquel-


Documento accuzado no citado Officio,

fjH*1
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les fins. Nem quanto ao quarto em quanto se possa enten-

Sessaò de 4 de Julho de 1822. der, que se buscaõ diflerenças odiosas, as quaes jà naô

Foi lida huma reprezentaçaò em nome deste Leal i tinhaõ lugar por Ordem Regia; nem as podiaô ter hoje

^Senado; mas feita, e assignada pela Junta Consultiva | pela igualdade ante a Ley e proprio mérito para a esco-

nesta data; e por ella remettida em carta fechada, que lha dos Empregados como Segurao as Bases da Constitui-

■ também foi lida; contendo a referida reprezentaçaò os çaó; e sim unicamente por que saó os estabelecidos o»

primeiros trabalhos, a que se deo aquella Junta em vir- |I que soflfreni os incommodos dos do Paiz; parecendo finalmen-

tude da authorizaçaò constante de 7 de Fevereiro, para te todo o referido, mui analago para mostrar as circung.

-ser levada ao Supremo .Governo de Lisboa, para onde tancias deste Estabelecimento, e por ellas a necessidade de

no dia de amanhâa vai partir o Brigue Temerário da huma repartição Administractiva, também singular, e ade-

quella Praça. E por que os objectos ali comprehendidos quada. Se assentou faser remessa da mesma representa-

careçaó pela sua importância de discuçaò corresponden ção ao Coronel José d'Aquino Guiraaraens e Freitas para

te, para depois delia, formar este Senado as reflexoens ser apresentada ao Excellentissimo Ministro de Estado do

a que hé chamado pelo seo cargo, e na qualidade de Repre-


Ultramar, com instrucçaó para lhe dar o séquito, que lhe for

zentante deste Publico, o que naó hè compatível com o


ordenado, guardando ali a precisa Copia por falta do tempo

pouco tempo, que medea de hoje para amanhaã: espa-


para o seu extracto por mais de huma via, levando-se a

ço, apenas possível para os Extractos, que devaó remet-


copia deste assento à presença do mesmo Excellentissimo

ter-se, e hajaõ de entregar-se aos vogaes, que os dirigem,


Ministro de Estado em Carta rogativa para obter ante Sua

para o preciso exame, naò dezejando este Senado se per-


Magestade, ou do Soberano Congresso, como forcompe.

ca taõ oportuna occaziaò de antecipar ao conhecimento


tente aquella resolucçaó, que melhor pareça, e for julgada

do Ministério à quelles trabalhos, que a regular-se pelos


correspondente as únicas intençoens havidas da parte desta

seos fins, que desde jâ concidera mui plauziveis, e até


Governança para melhoramento do Paiz, em rasaõ do

certo pouto de adoptar, em tanto quanto naô pareça, que


qual, ratificaraò os lllustrissimos Governador e Capitaò

este Senado tem no segundo pedido se esquece de haver


Geral José Osorio de Castro Cabral e Albuquerque, e Con-

jurado as Bazes da Constituição na parte relativa a edu-


selheiro Ouvidor Geral Miguel d'Arriaga Brum da Silvei-

cação Publica, verdadeiro termómetro nada menos que

ra as suas anteriores declaraçoens constantes da Sessaò de

da civilizaçaõ dos Povos, que da intelligencia do Gover-

| 7 de Fevereiro, em que do modo mais formal, e expon-

no, e seos disvellos adequados a hum Paiz de Navegaçaò;

tâneo pronunciara^ as suas desistências, quando precisas


Cr

A ABELHA DA CHINA.
43

para o bem publico, ou para formar-se qualquer repre- da Companhia ficou totalmente anniquilado. Tres quartos

zentaçaò a elles attinentes, e que se julgue implicada cora se conservaras na feitoria velha, e quatro na nova. A perda

as suas intelligencias nesta Administração, abstendo-se por da Companhia estiraa-se a 4 milhões de patacas. Os Hongs

isso de votar no que possa diser respeito, ao quché da Chinas de Goqua, Chouqua, Mauqua, Ponkequa forao
• ■

consumidos. Oitenta ruas contendo muitas mil boticas, e


própria economia deste Senado. Ozorio, Arriaga, Vas-

cazas íicaraõ «queimadas. Alguns Chinas morreraõ quei-


consellos, Pereira, Silveira, Lemos, Coimbra.

mados, outros esmagados de baixo dos pes da multidão,

Temos o desprazer de manifestar ao publico huma cala- que corria em maça para salvar sua propriedade; outros

mitoza conflagraçaô acontecida em Quang-tong no primeiro foraõ assassinados por bandidos em a sua sede de roubar »

deste mez. Ella começou com grande impetuozidade, e alguns destes fendiaõ os cascos à aquelles, que agarravaõ

dorou tempo considerável, como se pode ver pela carta, sua propriedade, ou fazenda (era esta occaziaS todo o por-

que recebemos. tador de fazendas, ou dinheiro, era obrigado a levar na

QUANG-TONG 7 de Novembro.

maò huma espada nua, ou a ser acompanhado por outros,

Na Sexta feira (1 de Novembro) às 10 horas da noite,

que as tivessem.

corri com a primeira bomba, quazi huma milha para o

O Governador de Quang-tong na noite do incêndio se es-

Norte das Feitorias; e toda aquella noite se passou em

. . . ii .. xr j. í • 1 tacionou sobre os muros da Cidade fazendo nreees no fV»n

ancioza anticipaçaô no terrado de Mr. U-n d'onde se via ®u ^,lldUC» wzenuo preces ao uo

o progressivo abrazamento. Ao romper da manhaã, o fogo Para a


''vrar do horrível abrazamento; c no Domingo pela

nian
se apoderou dos quartos de Mr. Pearson, na feitoria nova, bãa,\cio pelo Rio acima ver as ruinas das feitorias,

CUja mela,,colica
e os de Sir Wm. Fraser, e Mr. Robarts na feitoria velha. aparência, o fez derramar lagrimas-

Nunca se vio em huma


Tudo em Canta5 estava na maior consternaça»; apenas se ^uan-r-tong calamidade taS extensa.

c
podiaS achar embarcaçoens, mesmo pelos preços os mais '1'nas °lbaô para isto como hum castigo Divino

exhorbitantes. I Aduzido sobre elles pela luxuria, e maldade desta Cidade

r
Pelas 9 horas (2 de Novembro) A. M. do Sabbado che- J 'ca> e
commerciante. Pensando assim elles reconhecem

huma Providencia, e descobrem o espirito da Fé. Que as


gáraS alguns marinheiros dos Indiamen, que estaõ em

grandes calamidades devem ser olhadas como Juizos do


"Whampoa, e se fizeraõ todos os esforços para extinguir o

incêndio, e demolir as Cazas, porem em vaõ. O vento ^éo, hé a doutrina da razaõ, e da Escriptura. Porem í ...

soprava com violência. Fomos impedidos pelo fogo, e demasiadas vezes o coxaçao eudurecido do homem, hé

fumo das feitorias abrazadas, para as ruas, e margem do igualmente insencivel, tanto a os juizos, como á misericor-

Rio. Pelo meio dia, o fogo tinha progredido até ao prin- dia do todo o Poderozo. Huma devota referencia a elles hé

cipio de Hog-laney e algumas das feitorias. A salla do algumas vezes ridicularizada como supersticioza, ou des-

jantar da Companhia cabio ás duas, e a capella se abrazou prezada como pueril, e geralmente inattendidas.

Quanto, e quanto naò sois admiráveis ! . • Inscrutaveis


ao mesmo tempo. Os livros da livraria fôraô lançados

pelas janellas. Os quartos de Mr Robinson na feitoria juizos da Providencia!... Se os Chinas se lembrassem da


« ■

nova cahirab. China-street estava em brazas. As cham- Justiça de hum Deos, que mais cedo, ou mais tarde pune

os
mas se extenderaõ para Oèste ao longo do Rio, taõ peccados dos homens, que o ultrajab, e que oífendem,

se e
distante, quanto a vista podia divisar. As habitaçoens das "es tivessem em vista o disprezo, com que esse infeliz

Qui-huy, Tartaro Manxú, persuadido a renunciar a relmaS


prostitutas situadas sobre a margem do Rio, feitas simples-
&

de seus pais, pizàra aos pez aquelle, que pela Luz da Fé


mente de madeira se incendiara^; e toda a atmosphera

reconhecia ser o seu libertador, o seu verdadeiro Deos; cer-


offerecía hum aspecto medonho, e escurecido, occasionado

tamente na5 attribuiriaô o grande incêndio, quede repente


pelo fogo, e fumo. Os clamores dos infelizes, os estalos

c onflagrou aquella Cidade commercial, somente à licença,


das madeiras, que se abrazavaò, e, o estrondo das ruinas

e dezenvoltura; mas sim á todos os ultrages perpetrados


que cahiaõ, encheras os nossos sentidos de horror. As 4 hoias

se perdeu toda a esperança. O Mr. U., e alguns outros fôraS contra a Divindade do Deos dos Portuguezes, daquelle mes-

para Whampoa. Eu fiquei no Rio de fronte das feitorias, mo Deos, que elles reconhecem pelas luzes da razab, e que
• • f # * -i V X |j.l

com terríveis dores de cabeça, occazionadas pela fadiga, e com effeito tem sidotaô ultrajado naquelle rincão do mundo1

jejum; passei anoite sem dormir, ja deitando-me sobre


CORRESPONDÊNCIA.

hum montaõ confuzo de bagagem, e ja levantando-me para


Senhor Redactor. A carta que tenho a honra de enviar-lhe

ver o immenso abrazamento. Ao romper da manhãa do


deve merecer a sua attençab; em consequência rogo-Ihe

dia Domingo, aventurei-me por entre as amaçadas ruinas


queira inseri-la no seu periódico, e depois de inserida, espero

dos quartos de Mr Robinson, e Mr Millet, para a minha


que o 0 Inimigo do Despotismo.

antiga habitaçaõ, e a achei intacta pelo fogo. O armazem


Senhor. .. • Tenho prezente a elegante, e judicioza carta,
44 A ABELHA DA CHINA.

Mas deixar de se cougralular com a May Patria, e com

com que V... me honrou; e posso segurar-lhe, que as suas

. . i-t _ «virta Hà Inn- todas as partes da Monarchia Luzitana : naõ dar o menor
reflexoens me parecem igualmente solidas, e exacta, lia Loa- * T . ,

de
,0 tempo, que eu estudo os homens: e sempre observei, approvaçaS da Cauza Nac.onal, e, acabar por

que aonde ha ostentação, naò ha sinceridade. D'aqui hè sem Arramar lagrimas de arrependimento das suas indiscretas,

duvida consequência a extraordinária reconciliaçaS, em que e illegaes anticipaçoens ; esta conducta lie taS redicula, que

V ... me falia com o picante sal da ironia: facto tanto mais apenas sepode acreditar. Eu naS a afianço; mas he certo

que eu a vi escripta, e a li com os meus próprios olhos.


extranho, quanto parece ser motivado pelo interesse.

Se a minha fortUDa dependesse de hum homem sem pro- Assim como li a pérfida insinuação, que se fez aos Chinas

bidade, sem honra, e sem moral, eu seria toda a vida de que os Portuguezes Constitucionaes naò tinhao Rey:

desgraçado, mas naô me prostituiria nunca ao ponto de calurania, e atrocidade, que fará hum dia derramar aos

implorar o favor, e a protecção de hum semelhante indevi- seus authores, lagrimas de hum arrependimento, mais sin-

duo. D^qui concluirá V .... o conceito, que eu formo cero do que o que mostraõ os Senadores (se hé verdade o

que se lhes attribue) na Sessão de 11 de Agosto de 1821.


da quella extranha conversai, que taõ repugnante aos prin-

caetera desiderantur.
cipios de honra e independência, taô altamente professa-

Continue V. . . . a passar como até agora inoífenso pede

va hum dos convertidos. Cumpre porem fazer justiça a to-

do o mundo, e confessar, que estes exemplos nao sendo ra- entre as Syrtes desse palmo de terra, e naò se exponha a

ros em Macao, devem fazer ahi menos impressa», e esque- malevolencia dos Scellerados, que detesta», e dezejao ver

proscriptos todos os homens honrados, particularmente os


cer combrevidade. Caetera desiderantur.

Naó ba remedio: hé precizo que os déspotas mudem bons> e


Constitucionaes Portuguezes.
i A V

Espero a continuçaõ da sua correspondência, e com ella


y . ..
de conducta. ou sejab victimas do seo despotismo.

d
deve estar já informado da chegada de Soa Magestade ] * * suas ordens. Deos Guarde a V. .. por muitos anno.

. . . 28 de Abril de 1822.

à Lisboa, do seo juramento solemne ás Bazes da Constitui-

De V. ... Amigo affectuozo, e obrigado

ção, e de fidelidade a Naçaò, e finalmente do Decreto das

Cortes prohibindo o desembarque dos Condes de Palmella


Julgamos dever omittir algumas passagens, e os nomes

e Paraty; dos Viscondes de Villa nova da Rainha, e de Magé, I conteu(jos nesta carta, por nos parecer, que a decência

do Barab do Rio Seco, do Ministro de Estado Thomas An- | ^ q e ia p<)r ^ devemo, merecer a descui1)a

tonio, e de outras pessoas de menos monta: às quaesde- ^ genhorcs gnbscriptory. O R

pois se permittio provisoriamente desembarcar, com a con-

diçnò porem de naó residirem a menos de vinte Legoas da Anunciamos ao publico, que temos recebido a resposta ou

Corte, e de dez da costa do mar. E que dizem a isto pretensa impugnação das observaçoens por nos feitas em nosso

numero precedente á Carta do Senhor Imparcial. Desde já


os Rejrulos da Leal Cidade do Nome de Deos na China ? Di-
O

prevenimos a todos os nossos Leitores, que nao pode ser


raò a iuda que hé huina borraxeira? Que sa5 ideas de ho-

inserida na nossa Abelha por muitas razoens, das quaes aqui

mens intrigantes, mal intencionados, e revolucionários? Es-

apontamos algumas. Primeira por que sendo avaliada em

ta linguagem impostora naò serve hoje, se naò para condu-


nossa estima como=rudis indegesta que molis=hé igualmente

zir ao cadafalço aquelles, que a fallaõ por interesse, e naò taõ extensa, e fastidioza como a legoa da Povoa, e por esta

por falta de persuazaò. razaõ, e por que os seos tiros se encaminhaõ directa, e unica-

mente contra a pessoa do Redactor naõ devemos occupar com


Esses mizeraveis tem a cabeça perdida, e tudo quan-

a nossa cauza hum periódico do Governo, publicado com as

to escreverão, forma hum corpo de delicto para os pro-

miras, que dito temos. A segunda hé por que havendo no tal

cessar como inimigos da Patria, e do syslema actual.


cartaz reticencias, e alluzoens sórdidas, grosseiras, e contu-

Pobre gente 1 Esqueceraõ-se ao ponto de fazer hum crime


meliozas pelas ideas, que excitaõ, ou significai) macularíamos

a alguns Senadores do voto, que ennunciaraò para que ahi as paginas do nosso periódico, e offenderiamos o decoro publico

se fizessem asdemonstraçoens publicas de regozijo, que o sc fosse inserida na nossa Abelha, assim como o Senhor Impar-

fausto, e sempre memorável saccesso da regeneração Na- ciai oífende o da nossa pessoa. Saibao porem todos quantot

este publico documento virem, que em separado, e por meio


cional exigia de todos os bons Portuguezes; E ao mesmo

de huma subscripçaò, que se acha aberta no Laboratório


tempo fizeraò honroza menção de dois miseráveis, que

Constituconal, daremos a resposta competente ao tal CARTAZ

tiveraó a criminosa audacia de proferirem ein plano Sena-

NAUSEATIVO-EMETICO, como justo hé ; pois já que veio

do: que naò assentiaò a semilhantes demontraçoens, por


buscar lãa deve ir cardado, e bem cardado a Senhor Imparcial

que concideravaò a Sua Magestade em estado de coacçaò.


tendo, tendo nós razaõ para persudir-nos, que isto será de

Eu nunca fis grande conceito da energia desse Leal Sena- publica satisfaçaõ.

do; mas se tivesse formado esta idea, a conducta, que elle

NOTICIAS MARÍTIMAS.—Entradas. Aos 16 do cor-

teve nesta occaziaS, seria mais que suíficiente para me


rente o Navio Vasco da Gama, sabido de Lisboa com escalla

fazer perder. castera desiderantur.


pelo Rio de Janeiro, e Manila, Capitaõ Joaquim Ramos.

N. B. No Officio vindo de Lisboa, e já impresso nesta Cidade, aonde se lé correspondência official desse Governo, se

acha escripto na primeira via correspondência official dessa Província com o mesmo Senhor. &a. &a. &a.

NA TYP0GRAPH1A DO GOVERNO.
A E L A

DA

H N A

t x i r i * V, \

QUINTA FEIRA, 28 de Novembro»


1822.
N°. XII.

" HOC TEMPORE

OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM PARIT."—TERENT1US.


w

j seotou dar-se, huma resposta evazoria, formada pelo Inter-


MACAO.

prete da Cidade, para depois dè vista por esta Meza, e appro-

Sessaò de 13 de Julho de 1822.

Tada se
Disse o lllustrissimo Conselheiro Miguel d' Arriaga Brum | ' Proceder â remessa
- °*orio' Arria
S a» Pereira
»

Vasconcellos, Silveira, Lemos, Coimbra.


da Silveira, que na justa persuazaô de nao poderem merecer

.<§>

a confiança publica os Bilhetes de credito, passados por esta

Sessão de 14 de Agosto de 1822.

AdministraçaS para suprimento das suas despezas, sem que

Tendo-se no dia de hontem 13 do corrente aberto huma

haja pontualidade de pagamento ao seo vencimento: havia

carta do Tenente Coronel Emilio Manoel Moreira de Figui-

elle referente promovido a conta da importância total dos

reido, entregue pelo mesmo ao Procurador deste Leal Sena-

mesmos bilhetes, a qual aprezentada se vio montar na

do no dia 11, naò coube no tempo tratar do seo importante

quaptia de 24,477 taeis, e 200 caixas, incluza nesta somma

assumpto, na Sessaõ antecedente; e lida a mesma carta

a da soluçaS pagavel ao Conselheiro Manoel Pereira, e

vio-se, que aquelle Offi ciai propunha a mudança do Gover-

nesta intelligencia formando a conta das entradas, e sahidas

„ .. .. . • r .. no á maneira, do que se praticou em Mossambique, e Da-

de ABfiao, como artigo único, e proprio a formar receita, > n i *i >

. - ,, , . M maõ : e sabendo-se, que este Official acabava de chegar da


1 &
que possa fazer face aquella despeza ; encontrou que de

Ca
1,982 caixas, que tem dado entrada nesta monçaõ, tendo Pital de
Goa, no dia 9 para 10 deste mez , c nao estando

lal vez
sahidos, e pagos direitos 491, ficaS 1491, que dad de ao facto, do que se tem tratado neste Leal Senado}

direitos acima de 23,000 taeis; quantia de que tendo a se assentou de encarregarão Escrivaô da Camara de mo-

strar 30 dito 0fficial


deduzir huma parte já gasta no quartel prezente, e outras > 1ue tínhamos jurado a Constituição,

despezas, restaraS a cobrar como 18 mil taeis, somma e adhezad a Portugal, ouvindo, os Cidadaons em Conselho

sufficiente quando devidamente paga para satisfazer a quan- de 6, e 7 de fevereiro, e esperamos as ordens, segundo o

Officio do Excellentissimo Secretario do Estado Joaquim


tia de 12 mil, e tantos taeis, a que podem montar os men-

cionados bilhetes, fora da referida soluçai*, a conta da qual Jozé Monteiro Torres, ao lllustrissimo Governador desta

já foraô pagos quatro mil, e tantos taeis; e por consequen- Cidade. Declarando os vogaes todos desta Governança,

cia intencionára fazer avizo aos importadores, que inda naS terem empenho de estar na mesma; antes dczejaiS o

na5 tem pago, guardando proporção entre todos, ao tempo mais sedo possível conformar-se com a vontade geral .<?*

de vencimento, para que sem lezaS própria dos mesmos querendo sò alegalidade dos actos, a qual conhecem naò

importadores, como sempre se tem praticado na Alfandega, poder haver sem ordem superior, quando aliás compromet-

nem do credito deste Senado vcnhaS a ser pagos, os já cita- teria este complicado estabelecimento, na forma de tudo

dos bilhetes. O que ouvido, rezolvido em conformidade, ponderado em Conselho de 7 de Fevereiro de este anno,

Arriaga, Vasconcellos, Pereira, Silveira, Lemos, Coimbra. ficando a mesma carta no arquivo deste Senado.

Disse o Procurador que em consequência, do que foi

Sessaõ de 13 de Agosto de 1822» tratado na Sessaõ de hontem tendente a resposta da Chapa

Foi lida huma Chapa do Mandarim da Caza Branca, com aos Mandarins do Destricto, passou escreverão Morador

a data de 8 do corrente, bem como outra do de Soi-my JoaÕ JoZè da Silva e Souza Interprete, remettendo-lhe o

da mesma data, sobre os rumores, que diíem ter chegado a assumpto sobre que devia ser formada a Chapa, o qual res-

noticia sobre o estado de Macào. E por que hé este hum pondeo, que naõ se achava cora capacidade de responder sò,

assumpto da mayor importância, pelo que involve:seas | do seo arbítrio, attendendo ao melindrozo assumpto da mes-
A ABELHA DA C H I tf A.
46

am Chapa, e sua consequência, o que sim traduziria qualquer | tal cazo esta Cidade ter seguido os exemplos da Capital,

outra noçab feita por este Leal Senado. E sendo este cazo de Damab, Dio, e Mossambique, nas quaes Cidades governab

Juntas compostas de 5 Membros (esta reforma deve Vossa


de China, ficou adiado para a Sessaõ seguinte assentindo

Senhoria fazer.") Julgo-me com assas sufficientes Direito»


a ella os Illustrissimos Governador, e Conselheiro. Pereira, O

para requerer a Vossa Senhoria a reforma de tantos absur-


Vasconcello», Silveira, Lemos, Coimbra,

dos, pois que por ser Contituciona 1 bastantes Despotismo»

CARTA DE tenho soVrido: Espero que Vossa Senhoria a vista deste

meo officio fará convocar todos os Cidadaonspor suas clas-


Emilio Manoel Moreira, citada na Sessão supra.

ses aonde Vossa Senhoria julgar conveniente a sua reuniab»


Illustrissimo Senhor. Torno aregressar depois de 9

para se proceder à eleição ficando Vossa Senhoria obri"


mezes à esta Cidade de onde cavilozamente me separaraô

gado a reparaçaô de todos os damnos, que o actual Gover-


com huma imaginaria com missal ta8 repentina, que tive

no fizer como cúmplice em todos os seos crimes, quando


apenas 40 horas para a minha promptificaÇaÒ, a qual só Foi

nab queira Vossa Senhoria proceder a dita eleiçaò, que


ideiada por muito a sua vontade, e quando seos próprios

para o socego publico se faz taô necessária. Deos Guarde


interesses assim o permittissem se aflfectarem Constitucio-
* %

a Vossa Senhoria por muitos annos. Macáo 11 de Agosto


naes, e com o mesmo dollo governarem esta Cidade aquel-

de 1822. De Vossa Senhoria mui attento admirador.


les, que taô fervorosamente procuraras opor barreiras aos

progressos dos poucos Constitucionaes existentes nesta Cida- Emilio Manoel Moreira de Figueiredo, Tenente Coronel de

Infantaria Adido ao Estado maior do Exercito. Ulustris-


de, jà mandando municiar a Tropa de Timor, cujo Com-

simos Senhores Juizes, Vereadores, Procurador da Camara


mandante podia operar toda a classe de Despotimos, pois

da Cidade de Macào.
eraô apoiados pelo Governo sò para ter o dito Commandan-

te ao seo partido; jà com rogos, e persuazoens chanrmraô ao

Sessaó de 17 de Agosto de 1822.


seo partido o Commandante da Fragata Temivel, a qual

Foi lida huma carta do Tenente Coronel Emilio Manoel


esteve com toda a sua Artelharia carregada, e o mais hé

que certos indeviduos offcreceraó os seo sepais, e escravos Moreira, da data de hoje, pedindo resposta ao seo Ofii-

ao dito Governo, que por outro lado fazia persuadir ao» cio delido corrente, como constada Vereaçaò antece-

Chinas de que os Portuguezes naò tinhaó já obediência à dente, na qual se tinha resolvido mostrar-se-lhe os ter-

Sua Magestade, o que foi bastante motivo para dezani- mos decoridos à tal respeito; e por até agora lhe naò

marera os Constitucionaes da sua perlençaó, destas mesmas tinha sido prezentes, se assentou de novo remetter-se-lhe

cautelas se achaõ elles convencidos á vista dos seos officios, por copia os referidos Termos, o que terá lugar por
■B
i •

pois em hum diziao que a promulgar.se nesta Cidade a Carta, que lhe dirigirá o Escrivão da Camara era nome

Constituição os Chinas se amotinaria^, e corria risco a pos- d* este Senado.

sessão, e por isso tomaraô as cautellas necessárias, que os Foi lida huma Representação de diversos Cidadaoni

perturbadores eraÒ fulano, e fulano nomeando os Constitu- de Macâo, com 83 assignados, em que segundo o seo

cionaes, e denegrindo-os com aquelles epítetos já tao tri- contexto, está visto; formarem sobre queixas concebi-

das em termos vagos, huma accusaçaó, contra huma


viaes em suas intrigas ofliciaes, que julgo desnecessários

referilos a Vossa Senhoria: Em outro ofiicio tractaraò a Sua Authoridade do Paiz, dando-a por authora da interven-

Magestade por coactoao juramento das Bazes da Consti- ção do Governo China, para se manter no lugar, que

tuiçaô (crime de Leza NaçaÔ.) Hé por todos estes crimes exerça. 0 que observado pelo Illustrissimo Conselheiro

exceptuando os atrazados, que pasmo de admiracaó achan-


Miguel d* Arriaga Brum da Silveira, disse que elle se lizon-

do-os no Governo, e sem companheiros isto me faz conhe- geava de poder ainda pela ultima vez expender em Livro»

cer, que ou o Povo nao foi ouvido, ou que foi constrangido


deste Senado (em que há 20 annos tem feito escrever

a adraittilos no Governo por aquelles imfames meios, de


suas intençoens a bem geral) mais hum Sacrifício sobre

que o Conselheiro Ouvidor se sérvio em 1809 para alcançar


os muitos em que sevé involvido pela cauza Publica, qual

a sua reconducçaò, e quer seja desta, ou da'quella forma


o de separar-se de qualquer ingirencia nesta Administração,

está manifesto o atropellamento da Ley; e por isso torna-


ou de qualquer das outras altribuiçoens do seo Lugar*

se de nenhum vigor a continuaçaò de semelhante Governo,


desejando taõ somente, que se lhe aponte nab sô a pes-

As Soberanas Cortes tem declarado, que os Governos das


soa, que tem de subsistuilo ; mas, o lugar para onde deve

Cidades serab confiados à Juntas, e mencionados tem o


recolher-se, se como acusado de tal maneira assim o mere-

numero de Membros, de que serab compostas nos diversos


er; pois nab encontra na qualidade de Magistrado, dado

Governos, e quando infelismente nao tenha esta declaraçaò


ávida de julgar, que outra couza á elle lhe toque, ou

chegado ao conhecimento de Vossa Senhoria deveria em a essa Authoridade, a quem a rnesraa accusaçaó sederigi;
A ABELHA J A C H I N A. 47

servindo-lhe ao menos de consolação assim os termos accrescentando naõ ter este Senado qualquer motivo da sua
•• • . • i - •

parte para entrar em semelhautes conjecturas, antes todas


vagos, como a falta de prova de que ella hè revestida;

as provas de ser sempre o referido Conselheiro Ouvidor


e naò menos o poder juntar em prova da sua innocen-

o primeiro a trabalhar em assumptos Chinas, para quieta-


te conducta nesta parte, documentos assignados por alguns

ça5 da Cidade, como provais os livros deste Senado. Ea


dos mesmos representantes, falando diversa lingoagem

vista do referido se houve de dar a referida representação,


íPquelles tempos, em que os seos serviços foraò julgados

4na própria maõ do Morador Cidadaõ Jozéd' Almeida Car-


necessários para salvar por mais de huma vez esta mesma

valho e Silva portador da mesma, o despacho seguiute, por


Cidade, que hoje se entende querer comprometter, espe-

mim assignado.—Este Leal Senado, confiado, em que quanto


rando a final, que haja este Senado de acceitar a sua decla-

Ínvia feito desde que proclamou a ConstituiçaÒ: era con-


ração, a qual naõ serve se naô a ratificar a sua desistên-

forme à vontade geral do Paiz, por parte de quem depois


cia, jà dada na Sessão de 7 de Fevereiro, e 4 de Junho,

desse acto legal; ninguém mais se presentou a explicar-se,


sem escapar-lhe a necessidade, em que clle declarante se

como nao podia deixar de ser facilitado por despacho de 15


acha de huma protestação, que o salve de qualquer res-

de Fevereiro: entendeo naò lhe resta mais, que esperaras


ponsahilidade, assim em quanto ao resultado desta acusa-

Ordens Superiores para novas deliberaçoens; e em quanto


çaõ, como da falta de segurança, em que fica; deque dando

assim se conduzio, julgou mereceria aprovaçaò avista do


este passo por satisfazer aos Reprezentantes, possa ainda

avizo da Secretaria do Estado de 21 de Abril de 1821.


ser-Ihe imputada qualquer medida violenta por parte dos

»» •

Chinas, para com osquaesjá elle declarante havia OfFe- Hoje porem que naõ tem chegado qualquer Ordem Supe-

rior, intenciona este Senado, que se proceda as novas


recido a sua intervenção, praticando inseparado aquelles

Eleiçoens, pelo methodo, que torne mais popular, e da con-


officios, que tem julgado necessários, para desvaneçer ideias

fiança publica os novos Eleitos, guardando-se a mesma


ocrasionadas por noticias espalhadas entre os mesmos

forma do Senado, como corporaçaó instalada há 300 annos,


Chinas; como elles mesmos poderão affirmar por pessoas

e que faz honra aos primeiros Habitantes, que assim for-


de Macào sem qualquer rebuço para deixarem de chegar

marão hum Governo representativo, único ém todo o


ao conhecimento dos Mandarins, cuja desintelligencia por

mudanças de uzos, e estillos recéaraõ; elle e os de mais Reino Unido; declarando haver-se dimettido de qualquer

inferência na mesma AdministraçaS, e em qualquer outrat


experimentados do Paiz, em uniaõ com os sentimentos

o Conselheiro Ouvidor Geral como da sua declaraçaõ nesta


da Junta Consultiva, que assim o ponderou na reprezen-

data, podendo os representantes apresentar o seo plano,


taçaõ levada ao Soberano Congresso, e ao menos a neces-

para que com o que vai ordenar-se a junta consultiva,


sidade sempre reconhecida pelo Ministério da concidera-

quanto a Eleiçoens, 0 sua forma, encaminhe este Senadô


çaõ merecida por este Estabelicimento, deixando o que

ao que for de mais geral agrado. E quanto aos Chinas, fica


demais tem a referida representação, para separada ana-

este Senado dc promover os meios, que mais sirvaô a con-


lyze, visto quando os acordaons deste Senado a geral con*

ciliar os seos ânimos, quando indispostos por boatos, qué


tento, naõ deixaõ escrúpulo de se haver faltado ao que

se naó podem dar por imputáveis a terceiro sem qualquer


pediaò as circunstancias desta complicada Cidade, por par-

prova, na justa persuasaò de que os representantes coo*


te de quem, naò consta, que qualquer representação,

peraraó pela sua parte, para que qualquer que seja a nova
depois daquelles acordaons, e juramento Constitucional,

re^ulacao, naõ haja de chocar com o uzo, e estilos, que


de que tudo se havia dado parte ao Soberano Congresso.

tanto caresse concervar-se para manter naò menos a tran-


O que sendo ouvido por este Senado, a qual naó se acha

quilidade publica, que as authoridades, e Cidadaons em


authorisado para acceitar a renuncia sobredita: apenas en-

devida ligaçaô; accrescentando da mesma maneira o Senhor


tende fazela sobre os representantes para seu conhecimen-

Governador, que também se separará de iguaes ingerências

to, com a declaraçaõ da condecendencia dos seos vogaes,

na nova Camara, quando a salvo dos seos deveres, se assim


para^novas Eleiçoens pelo methodo, que melhor conve-

for necessário para bem e quietaçaò publica, por que tem


nha, visto naõ haver chegado até agora qualquer Ordem

sempre dito, que está prompto para fazer os maiores, e


Superior, que endique o novo regimen, e este accommodado

cabentes sacrifícios.
às circunstancias do Paiz, e nova Ordem das cousas, a que

Em virtude da escuza do Interprete a forma a resposta


accrescentando o Vereador Francisco Antonio Pereira da

da Chapa acuzada na Sessaò anterior, como se havia Orde-


Silveira à sua opinião por escripto, para mostrar, que

nado, se houve de fazer nos termos, que fica registada,


estando como vogal, e os mais Companheiros dispostos a

intimando-se ao Interprete, que a bem do serviço assim o


desistir, persi o mesmo naò podiaò fazer das attribuiçoens

pratique. Ozorio, Arriaga, Pereira, Vasconcellos, Silvei-


do Senado, como Corpo Moral, a tanto tempo reconhecido,

ra, Lemos, Coimbra. (Continuar-se-ha.)


com Regimento, que os seos vogaes na8 podem alterar
\

48 A ABELHA DA CHINA.

Redactor nos tem quebrado a cabeça, e apurado a nossa


CORRESPONDÊNCIA.

paciência, principalmente a de 28 de Junho, mais comprida


Senhor Redactor. Valha-me ... acuda-me ... estou

do que a vida de huma sogra rica, para hum genro pobie;


admirado . . . e a minha admiraçaõ jà passa a estupides.

a qual ainda que seja feita em louvor proprio, deveria


Como hé possível, Senhor Redactor, que naõ sendo eu

merecer toda a fé, se os Membros d^quelle Senado naõ


dos mais desconhecidos, nem dos menos curiozos, ignorasse

estivessem como fica dito invencivelmente impossibilitados


hum segredo taõ importante, como o que a sua Abelha

de poderem deixar de ser fieis testemunhas dos factos con.


agora me discobre, dos revelantes talentos de hum dos meos

stantes d'aquella referencia ? De que servirá também agora,


Patricios, o Vereador Silveira? Conheço perfeita-

aquella grande papelada trabalhada pela Junta Consultiva,


mente a este Cidadaõ, tenho fallado com elle, tenho ouvido

para mostrar as mesmas Cortes a origem de Macáo, que


seus discursos i mas sem oífença, nem injuria alguma, antes

dizem ser derivado de Cao, (Cao significa em Lingua


cora verdade, devo dizer, que nem suas comversaçoens

me divertirão, nem seus discursos me encantaraõ; e se por Chinica aquelle animal de bom faro) e athé para maior

elles alguma utilidade recebia naquelles momentos, era o individuação, e miudeza parece, que descreveras os fios

de conciliar o sono. Vejo porem que, nas Sessoens do Leal doscabellos das barbas de cada hum d' aquelles primeiros,

e antigos moradores.
Senado, elle se mostra qual outro Pitt no Parlamento de

Queira pois Senhor Redactor, fazer-me a graça de lançar


Inglaterra, franco, liberal, prudente, cauto, e eloquente.

esta na sua Abelha; para que sirva de meo desafogo, e


Que metarinorphose será esta! .. .As cadeiras do Leal

de plena confissaõ da minha ignorância, que eu me confes-


Senado teráõ alguma virtude MAGICA, que influa sciencia?

sarei ser. Sen respeitozo,e obrigado,


He bem verdade, que naõ noto differença alguma nos

Novembro 8 de 1822. O Macaense.


estilos, quando confronto as Sessoens; mas isto devo pia-

mente atribuir á alguma virtude occulta, inherente á quelles

Senhor Redactor.

assentos, que de annos á esta parte, influe huma tal con-


De todo o meu respeito.

formidade de vontades nos Senadores, que elles naõ podem


V. M. nao pode duvidar de que tendo eu a alinofaça, e a

deixar de quererem aquillo mesmo, que hum delles quer luva sempre promptas, podia em quanto V. M. prepara a sua

carda, continuara lustrar-lhe o pêlo, e a tirar-lhe a careca;


como v. gr. hum, que todos nós conhecemos, taõ afferrado;

porem naõ hé esse o meu intento, e naò teria sido se V. M.


aos uzos, e costumes do Paiz, naõ por sua própria utili-

11110 lhe tendo eu


• j r. . • . n- \ dado o menor motivo para hum taõ incivil
dade, mas sim por amor da Patria, em cuio beneficio
** I PYPOOCA «MA MAX 1X 1 _ n At •
excesso, me naõ provocasse, insultando-ine. Sou Christaó, e

trabalha perto de vinte, e mais annos, naò pode levar a


visto hum Habito Religiozo ; deixar hum combate taó desairo-

paciência, qne se queira entroduzir aquella linda menina,


so, e taõ repugnante a estas qualidades, hé consequentemente

que tem nas raaons hum Livro, no qual estaõ escriptas o meu dever, e a gloria a que devo aspirar.

estas palavrase=>PAZ, E JUSTIÇA COM RECTIDÃO; = Queira por tanto o Senhor Redactor certificar o=publico,=

que V. M. se persuade de que gostará de vér ultrajada por


por que assevera, que os Chinas a botaràõ a pontapés de

do19 a
(aridade, e a urbanidade Christaà, que desde já
aqui fora, e por esta razaõ os outros todos com elle

dou parte de MORTO, relativamente à semelhantes desvarios.

concordas: Vai senaõ qnando certos maganoens de bom

Triunfe embora o Senhor Redactor com a=cardada=que diz

gosto se namoraS d'ella, e a entroduziraõ aqui bem as


medita, ou para me expressar melhor, esforce-se o Senhor Re-

claras: que fizeraõ os Chinas? Nada. Puzeraõ-se todos,


dactor para que a impiedade triunfe da Religião, e dos sagra-

do8 devere
feitos huns papalvos, contemplaraò-na primeiramente com s, que nos impõem . . ., em quanto a mim, o silen-

admiraçaõ, e depois se chegaraõ para ella abraçaraõ-na, cio, e o esquecimento dos insultos, que me fez, hé a obrigação,

que tenho a cumprir; e que ajudando-me Deos; cumprirei


beijaõ-a e estaõ muito satisfeitos com ella; porque conhe-

à risca.
ceras, que por ella lhes viuha mais segurança, e sucego.

Deos Guarde a V. M. por muitos annos como sinceramente


Ora Senhor Redactor, tomara eu perguntar agora ao
#

lhe dezeja. 21, de Novembro de 1822. O IMPARCIAL.


Senhor Silveira, que fructo espera elle tirar daquella

celebre analyze, em que se suppoera teria elle repartido tencionávamos inserir na nossa Abelha a carta, que

c
as carapuças conforme a sua vontade, e naõ com as cabeças °peamos, visto que o Senhor Imparcial tinha dado parte de

e enviou para as Soberanas Cortes, pela qual tantas con- MORTO; constando-nos porem agora que elle ainda grasna, e

rabisca, hé o motivo por que a transcrevemos, e na folha se-


gratulaçoens tem recebido dos seus collegas, como nos

guinte se acazo estiver MORTO lhe cantaremos o=Libera me


certificas as repetidas Sessoens coraque V. Merce Senhor

A Domine=no tom do Amaro da Lage. O REDACTOR.

do Reino Unido, para^emp^regalo ^^'oua^ídaH3 ^ hum


^eS?nd° PiI
°to, habilitado por esta Escola, ou qualquer outra

VÍaja
Jane^o^a^^ír^príme^ro^^e^Dezemlmrr^^oartas^BerÃõ^ entregue"** athé o^dia" "te ^ ° RÍ
° de

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.
DA

H N A

N°. XIII. QUINTA FEIRA, 5 de Dezembro»


1822.

M •/ J

HOC TEMPORE

OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM PARIT." TERENTIUS-

MACAO.
proclamação.

Descoberta a conspiraçaõ do dia 13 de Setembro, da


Habitantes de Macâo. O Governo installado no dia 10

0
qual fizemos menção no nosso N. 2, seos principaes mo-
de Agosto naõ satisfez as nossas espectativas, como era de

tores ficaraõ com effeito amedrentados, e abafando era seo


suppor da sua tumultuaria installaçaõ ; e apenas cuidara#

peito suas ruinozas intençoens, naô deixaraõ todavia de


alguns dos Membros de perturbar a Ordem estabelecida,

fomentar a intriga, e a desunião em alguns indivíduos, iunovando as Leys existentes, e pondo em abatimento o cor-

aggregando ^ atros ao seo partido por meio de homens


po Militar, que cora tanta mansidaõ observou a maneira,

venaes, e interessados nas lizonjeiras esperanças de sonha-


com que o mesmo Governo se installou, e progredio. Esto

das prosperidades. Pensando pois estar chegada a época abuzo chegou ao ponto de fazer a divizaõ de pagas entre

d* realizarem seos planos anteriores, escolherão a noite do


Soldados, que todos igualmente juraraõ as mesmas Bandei-

dia 15 de Novembro, proximo passado, em que perten-


ras, e ffhuma Cidade taó complicada hum delles oVereador

deraò arvorar segunda vez o Pavilhaò do despotismo,


Paulino da Silva Barboza, mandou atirar sobre o povo,

que por tantos annos haviaò visto tremolar nesta Cidade attentado, que naó podia deixar de indispor os ânimos dos

Commerciante.
Çidadaons pacíficos em tornar odiozo o nome Militar, se taõ

Lembrados porem de que o zello, e o patriotismo do


arbitrarias ordens fossem compridas; outro Paulo Viceic-

Vereador Paulino da Silva Barboza, lhes havia fru-


te Bello arrogando-se as altribuiçocns de Juiz sem carta,

strado do modo o mais sábio, e energico estes mesmos


desprezando o foro do Soldado, tratou Patentes Superiores
i ' r

planos na conspiraçaõ de Septembro ; por isso deliberarão


como se aquelle lhe naõ pertencera, sò por pretextos de se-
Dfl ff!í

nos seos Clubs, que este benemerito official fosse prezo, gurança publica, scrvindo-se de hum Assessor fora do direi-

e conduzido à Fortaleza de S. Paulo do Monte. O que


to livre de Cidadaõ, como criminozo, e criminozo, que El-

com effeito se verificou.


Rey mandou sahir de Macáoj fez prizoens sem culpa for-

H f i i,

Nab intentamos expor aos nossos Leitores a barbaridade,


mada, coiza taõ hororoza nesta venturoza época de libera-
1
•". ' ' 1 *; *t y \ f• •

com que no acto da prizaõ foi ferido, e mal tractado este


lismo, e pozitivamente prohibida pelas Bazes da Constitui,

membro da actual Governança; basta o lastiraozo estado,


çaõ, debaixo de cuja Sagrada Egide o Governo foi instau-

em que elle appareceo no dia 17, para se formar huma


rado ; e ainda jáz hum Advogado na Cadeia arbitraria-

completa idéa, do modo com que fora tractado pela escolta,


mente, somente por que mostrou as qualidades deste Asses-

que na noite do dia 15 o conduzira á dita Fortaleza.


sor, e tal vez por ser Natural de Goa; e a final oraesmo

Nesta mesma noite tinhaõ sido igualmente prezos o Juiz


Vereador Paulino intrometendo-se na repartição Mili-

Ordinário Paulo Vicente Bello, e o CidadaÕ Joaò


tar, em que praticou naô poucas arbitrariedades com escân-

Nepomoceno Maher, só afim de que a Tropa podesse dalo de huma Profissão taõ respeitável, chegou ao ponto
■ •

mais a seo salvo, fazer o que lhe tinha sido insinuado pelos de querer depor o lllustrissimo Governador das Armas Jozé
? C)f

Chefes, e Cabeças da mesma conspiração.


Ozorio de Castro Cabral d' Alburquerque, cujas virtudes saõ

Apenas rayou a aurora do dia 16, pegou em armas


taò conspícuas, que lhe grangearaõ ser acclamado no dia 19

o Batalha5 denominado Regenerador, e dirigindo-se ao


de Agosto, pelo Povo desta Cidade mesmo em tumulto ; taes

Quartel General, se encorporou cora elle o Ex-Governador


arhitrariadades saõ insuportáveis no «eculo dezanove. Elias

das Armas Jozé Ozorio de Castro Cabral de Albu-


oflfendem os direitos Sagrados de todos indivíduos, perten-

querque, o qual posto à sua frente se encaminhou ao centes á grande família Portngueza; carecem de prompto

largo do Penado, aonde foi intimada ao Governo a seguinte, remedio ; e era quanto ficaó seguros aquelles trci Perturba
A ABELHA DA CHINA.
50

Séculos tem subsistido de baixo dos auspicios de Sua Ma-


dores do socego publico, á municipalidade cumpre formar

hum Governo, que mais se amolde ao novo systema seja gestade Fidellissima, e igualmente da Naçaô Portngueza;

à clijos sentimentos se unem, e uniráõ sempre os actuaes


clle regulado em tudo pelo Decreto do Io de Outubro de

Membros da prezente Governança, que dezejando unica-


1821, seja como este publico approuver ; com tanto que seja

mente o bem e boa Ordem desta Cidade, sò tendem a dar


conforme á vontade Geral, e haja liberdade de votar ; por

•que faltando esta naõ subsiste aquella. Camaradas, á todos aquelles passos, que provem livres de todos os equívo-

Tropa cumpre obedecer, mas também lhe cumpre naõ dei- cos, que cordialmente, e sem ambiçaò tenderem a segurança

xar, que os direitos dos Cidadaons, que Leys, e Ordens da própria Cidade. E por tanto julgando os actuaes Mera-

existentes sejaõ perturbadas, nem oírendidas. Guardemos bros da Governança ser indispensavelmente necessária acon-

*]uietaçao, e tudo esperemos dos Cidadaons sensatos, que á vocaçaõ d1 aquelle mesmo Povo do dia 19, tem determina-

da que o Governador das Armas desta Cidade haja de fazer


vista da Ley nos dçm hum Governo, que nos ponha em

proceder a toque de caixa, e Bando 110 dia de hoje o Povo,


aocego para o futuro, e com tal satisfaçaó, que todos possad

e Nobreza desta Cidade, legitimamente congregados decidaõ


denominar este Corpo pelo BatalhaS Regenerador. E

vós Cidadaons, sensatos anciaons, cuidai jà nesta grande sobre o interessante objecto de que trata a mesma reprezen-

obra em nome d> EL-REY, e do Soberauo Congresso, que taçaò Militar, e deste modo acabarem todas as intrigas e

iavocamos em auxilio -de ta# boas intençoens. Acaba-se cabalas, com que ó espirito do partido, costuma sempre*

o Despotismo, subsista a liberdade Civil. Pensai sem op- • deslumbrar os espiritos venaes, e inexpertos; pois que

pressaõ, escutando a vontade Geral, e deixai a nosso cargo o fira, e alvo desta Governança he sempre identiíicar-se

cora os sentimentos geraes da Naçaò Portugueza, e do


a tranquilidade publica, 11a certeza de que naò poderemos

Augusto Soberano, que Rege, e Governa para felicidade


retirar-nos, nem esta subsistirá jà mais em quanto hum

novo Governo, hum Governo Constitucional naõ for dado da Grande Família Portugueza, de quem a actual Gover-

nança tem a honra, e o desvanecimento de ser huma parte


aos Macaenses, este povo que apezar de distante faz parte

da grande Naçaõ Portugueza, felizmente regenerada. Ca- delia. Remedios, Gomes, Basto, Payva.

maradas. Viva a Religiaô, Vivaó as Cortes, Viva El-Rey,

CONVOCADO O CONSELHO GERAL, este naó quii dé-


Viva a Constituição. Macáo 16 de Novembro de 1822.

liberar-se era quanto persistisse a força armada. Por cujo


Clemente de Noronha, Major-Commandante. Joab Ma-

motivo o Ex-Goveruador das Armas se retirou com a tropa


chado de Mendonça, Capitai). Joaquim Pedro da Costa,

para o forte de S. Pedro. Constando porem ao Clero, No-


Capitaô. Feliciano Firme Monteiro, Capitaô Aggregado.

bresa, e povo, que se achava reunido na Casa da Camara,


Maximiano Joaquim dos Santos Vital, Capitaô Graduado.

que o BATALHAO se dispunha regressar com peças de

Antonio Gomei. Primeiro Tenente Graduado. D. Joa-

Artilharia, e morroens accezos, se assentou, que O

quim d'Eça Lobo da Almada e Castro, Alferes. Ludgero

CONSELHO GERAL devia terminar, e por esta rasaõ

Joaquim de Faria Neves, Segundo Tenente.

se ausentaraò. Aprudencia e amor da Patria foraô nesta

0 Senado porem, que aspirava concorrer para o socego,

occaziaô as armas, de que se valeraõ os Cidadaons, e o povo

e tranquilidade publica da Cidade, e dezejando dar mais

desta Cidade para repellir a força Militar.

algumas provas da sua adhezaô â cauza Nacional, roan-

dou exarar a Sessaõ seguinte.


Seesaõ da noite do mesmo dia.

Tendo-se dissolvido a Assemblea Geral, convocada nesta

Sessaò de 16 de Novembro de 1822.

tarde a esta Caza da Camara, sem se tratar da Proclama-

Estando o Leal Senado em Meza de Despacho, appareceo

Çaõ Militar, aprezentada pelo Alferes do Batalhaõ D*

nesta Caza da Camara o Alferes D. Joaquim d' Eça Lobo

Joaqvim d' Eça Lodo de Almada b Castro esta manhaã

de Almada e Castro, com huma Proclamaçaó Militar, que

como da Sessaò antecedente; rezultou protestar o Leal


entregou ao dito Vereador do mez, e disse omesmo Verea-
&

Senado ao Governador das Armas Joze Ozorio de Castro

dor que em virtude da mesma reprezentaçao lhe parecia

Cabral de Albuqverque pelo socego Publico; cujo


naõ poder deliberar este Leal Senado, sobre hum Negocio

protesto fica registado em competente Livro. E sendo-lhe


de taõ grande monta, e que para segurança e bem desta Ci-
D • \

enviado por mim Secretario deste Senado, omesmo Illus-


dade lhes parecia que fosse convocado aquelle mesmo Povo,

trissimo Governador, por naó caber no tempo responder


que no dia 19 de Agosto do corrente anno tinha installado

o actual Governo, e que á vista das circunstancias expostas com a brevidade requerida: enviou por seo Deputado ao

na reprezentaçao Militar, houvessem de decidir sobre o Illustrissimo Brigadeiro Francisco de Mello da Gama

que ella contem em abono dos súbditos, e sempre fidellis- Araujo, asseverando à este Senado, que elle tomava toda

timos súbditos de Sua Macestade, tudo quanto for a a responsabelidade, respectivamente a coacçaò do Corpo

bem, e segurança Publica desta Cidade, que há perto de tres Militar, que se deveria manter em socego, para o que o Se-
A ABELHA DA CHINA.
51

nado tomasse a deliheraçaò de convocar hum Conselho Geral I publica, tivestes a animosidade, e o arrôyo de pegar em

para t> dia de amanhãa dezassete do corrente; e ficou açor- arma» contra hum Governo Legitimo, feito à vontade

dado de officiar ao mesmo Senhor Governador, para man- Geral do Povo, contra Cidadaons pacíficos,contra Portu-

dar correr o Bando do costume. O IllustrisMmo Brigadeiro gue4C8i pertendendo derramar o Sangue de vossos Irmaons,

Mello assegurou ao Corpo do Senado, que se podia retirar | e deriigrir a G|oria Nacional> scmpre iem!,rado com

a suas Lazas, poislicou responsável pela segurança das su-

horror, e merecerá a execraçaS dos Séculos futuros.

as Pessoas, e socego publico. Francisco de Mello da Gama


Mas se nesta occasiao vos deixastes seddusir por homens

Araujo, Antonio dos Remédios, Doimingos Jozé Gomes,

mal intencionados; naõ vos deixeis enganar desde hoje em

Antonio Joaquim da Costa Basto, Francisco Jozé de Payva. I . ... . # ...


| diante. Lavai, lavai o ferrete com que denigristes o cs-

.-■E fr *\ » • i 0
O actual Governador das Armas o Illustrissimo Briga-
plendor das Armas Nacionaes. A vossa futura conducta

deiro FRANCISCO DE MELLO DA GAMA ARAUJO


justifique a vossa passada illusaó. Sêde Portuguezes, ou

■e distinguia sobre maneira nesta mesma noite, fadando com 1 deixai de sef Soldado, sêde verdadeiros Constitucionaes,

energia aquelles mesmos Soldados, que havia pouco tempo ou mudai 0 n0me. que t»nto vos. ennobrcce.

commandara: os quaes reconheceras o seo engano ficando c ia i . ^ i r > ....

^ ° Soldados! ... O vosso Chefe espera de vós, que imitteia

reconhecido o patriotismo deste novo Chefe. | ^ heroismo do vossos Irmaóns, e Camaradas do Antigo, e

§ m

Novo Mundo. Confiai nelle, que jà mais deixará de pro-

No dia seguinte convocou-se com effeito o Conselho Geral. curar o vosso bem. Os
Soldos seràó igualados pela

Porem a opinião publica sempre firme, e constante na nova tarifa, e os vossos fardamentos seràS pagos. Eia ca-

expansaõ de seos patrióticos sentimentos, tirou neste dia maradas, tenha o Reino-Unido huma so bandeira, huma so

a mascara á impostura, e manifestou com toda a evidencia, divisa«= AMOR, LEALDADE, E PATRIOTISMO ■=» seja

I
que a Liberdade Civil aborrece as armas, quando estas a notta, que nos distinga. Esta Cidade confia de nos a

sa5 empunhadas pelo Despotismo, e pelo interesse parti- tranquilidade publica. Desenpenhai pois vossos deveres,

cular de seos Chefes. Os authore9 pois da infame cons- amai a boa Ordem, e merecereis o nome de Porugueze»

piraçafl, que iliudidos por esturrados Conselheiros, haviaã Constitucionaes.

forjado no meio de seos Clubs huma Proclamaçaô caviloza, Quartel General deS. Paulo aos $8 de Novembro de 1822

e cheia de palavras scductoras, foraõ desmentidos à face FRANCISCO DE MELLO DA GAMA ARAUJO,

de huma Cidade inteira por aquelles mesmos Cidadaons, Governador da9 Armas.

e sensatos anciaons, a cujo cuidado haviaõ commettido a

grande obra, que pertendia realizar o seo => Batalhaõ

Reprezentaçaõ com 83 assignados,

Regenerador. = Reconheceo-se, que a sua protecçaS era


apresentada na Sessaõ antecedente.

á Franceza: e a sua mesma politica sendo politica de


Illustrissimo Senhor. Dizem os Cidadaons abaixo as-

bayonetas, foi immediatamente desprezada pelos Portu-


signados, que elles lamentaò o estado de commoçaò, em

guezes, verdadeiros Constitucionaes.

que se acha esta Cidade: que elles cheios de angustias, e

O Governo installado no dia 19 de Agosto, foi solem-


sustos esperaõ a cada instante ver huma horroroza Anar-

nemente reconhecido, e acclamado por legitimo, e verdadei-


chia; que cousideraò ser da sua obrigaçaS reprezentar

ramente Constitucional, e posto que seos Membros, se


pateticamente isto mesmo a Vossa Senhoria: que Vossa

esforçassem em demittir de si espontaneamente os seos


Senhoria na5 ignora ter sido a cauza deste geral descon-

encargos; todavia a sua dimissaS na5 foi acceita pelo


tentamento por naó ter querido em tempo competente

Conselho Geral, e menos pelo povo, prompto a derramar


adopotar as medidas, com que actualmente nos favorece

o seo sangue na defensa dos seos direitos.


a nossa Santa Constituição, desprezando os clamores pu-

blicos, e as justas reprezentaçoens, que se lhe tem feito:


*

que toda esta Cidade clama contra huma das principaes


PROCLAMACAO.

Authoridades de ser a cauza deste geral desgosto querendo


CAMARADAS! Prestai attençaS as voares do vosso

Chefe. Aquelle que pelo espaço de seis annos vos condusio firmar a sua conservação em princípios falços, e em Decre-

sempre pelos caminhos da Honra, que tanto se gloriou de tos, que elle mesmo conhece naò podem ter execução por

estar à frente de huma Corporação Subordinada, e de coope- sua conhecida nullidade: que o Publico olha com horror &

rar com ella para o socego, e tranquilidade publica, ainda esta mesma Authoridade,e está convencido quer justa, quer

está com-vosco, hé elle mesmo que vos falia hoje. injustamente, que ella está de maons dadas com os Man-

Camaradas! 0 funesto, e execravel dia de 16 do cor- darins do Destricto para de toda a forma senhorear-se das

rente, em que iliudidos por algumas Cabeças esquentadas, redeas do Governo, ou ter nelle influencia contra a vontade

e homens peversos, inimigos da boa Ordem e tranquilidade de todos os moradores: que estas persuasoens, e lembranças
A ABELHA DA CHINA.
52

bé Antonio de Gouvea, Joaõ Joaquim Pereira, Antonio


tem sido meihonnente confirmadas por noticias verdautiras,

do Rozario, Jozé Antonio de Penna, Ignacio Loyola


ou faiçjs proximamente chegadas da Capital de Goa : que o

Cruz, Severino Vieira Ribeiro, Venâncio Baptista, Jozé


exemplo d' aquelh Capital, mormente, de Dio,e de Damaò

Simaò da Costa, e Brito, Francisco Antonio de Sà, Jozè


tem servido de incentivo para o Povo dezejar ancioza-

Pedro de Lemos, Joaquim Vieira Ribeiro, Jozé Vieira


mente hum Governo analogo à nossa Eeliz Regenera-

Ribeiro, Vicente Caetano da Rocha, Felis Vicente da


ção; que o Povo está persuadido, que de propozito se tem

Rocha, Antonio Jozé Ferrás, Antonio dos Remedios,


espalhado o boato, de que 110 dia 24 do corrente haverá aqui

Caetano Vicente Jozè da Silva, Joaquim Vicente Barra-


hum levantamento, tudo com o fim de o malquistar cora

das, Francisco Pedro de Lemos, Lourenço de Souza

o Governo China deste Destricto, cujos Mandarins repu-

Placé, Felis de Souza Placé, Joaô Felis do Rozario, Jozè

taò por amigos e socios da referida Authoridade: que estas

Vicente Lopes, Luiz Manoel Cordeiro, Simaô Pedro de


ideàs com razaò, ou sem ella concebidas, he quanto basta

Sá, João Manoel da Silva, Domingos Policarpo da Roza,


para que a gente da nossa plebe rompa por cauzas insignifi-

Antonio Guedes, Jozè Felis dos Remedios, Bartholomeo


cantes, e por acçoens mal intendidas contra a plebe dos

Antonio dos Remedios, Jozé Simaô dos Remedios, Ma-


Chinas, e neste eazo, que consequências taõ funestas viràó

ximiano Máximo Maher, Máximo Maximiano Maber,


sobre nós! Só em pensallas nos horrorizamos.

Miguel Maria Maher, Joaquim Pedro Jozè da Silva,


Vossa Senhoria bem conhece que hum Governo sábio

Joaô Vicente Ferreira Gordo, Felipe Jozè de Freitas,


naõ deve ir contra a vontade do mesmo Povo, que governa,

Constantino Jo zè Lopes, Braz Joaquim Bothelho, Anto-


que as ideas e caprichos de hum sò homem ainda no cazo

' 11.» •' ' í

nio Lourenço de Carvalho, Domingos Joaô Barradas, Fio-


de serem justas, nab devem prevalecerá salvaçaô de huraa #'*•*- » •" * Tf ' f f )' *3; í K,

rentino de Gamboa, Justiniano Vieira Ribeiro, Anacleto


Cidade inteira, e por conseguinte pede a Razaô, e Justiça,

U* i

Jozè da Silva, Manoel Francisco Marques, Joaô Victorino


que esie mesmo homem demitta de si quaes quer encargos,

da Silva, Antonio Joaò de Sousa Placé, Antonio Joaquim


ou authoridades por mais legítimos, que sejao.

Rodrigues, Gregorio Joaquim Pereira de Campos, José


Todos nós temos nesta Cidade nossos bens, nossas mu-

Antonio Soares, Manoel Joaquim Baptista, José de Sousa


lheres, e nossos filhos, que estragos, e ruínas naõ nos espe-

Plncè, Bartholomeo Tavares, Alexandre Antonio/Maher,


ras, quando haja huma Anarchia declarada entre nos mes-
l" 1

José Joaquim Barros Júnior, José Joaquim Barros, An-


mos, ou entre nos, e os Chinas ? Vossa Senhoria mesmo

tonio Fernandes da Silva, Joaô de Noronha.


decida, porque o Decreto de 18 de Abril de 1821 termi-

(Continuar-se-ha.)
nantemente tem decedido no 6. o seguinte.
/. ■*«
S»; > *

Quaes quer authoridades, ou pessoas, que se oppozerem

CORRESPONDÊNCIA.

à Regeneração Politica da Naçab Potugueza, dando cauza

Senhor Redactor. Tenho de pedir a V. M. queira publicar

a que os Povos dezesperados ensanguentem as suas rezolu-


na sua folha, qne no dia 29 do mez passado se tornou a formar
«-ti? o rir • j r. '•

çoens, seraô responsáveis pelos males, que occasionarem.=»


a casa de Seguros de Macáo, de baixo da Directoria do Illus-
11 •

Por tanto=»Pedimos e supplicamos a Vossa Senhoria o de.


TRISSIMO BARAÕ DE S. Jozè DE PORTO ALEGRE, JoAO DE
< . -

ferimento, que tab justa Reprezentaçaõ merece, no que= Deos de Castro, Joaquim de Souza, Antonio Lourenço

vi > c V • i ft -> , v " •• # f ' % r # n • « r« * A %

Barretto, e Bartholomeo Barretto, cujas condiçoens, se


R. Mce.« Francisco Jozé de Paiva, Joab de Deos de Ca-
f
' > \ ■ }J . • • '
achaó em meo poder, e que se deixaràó ver a qualquer pessoa
stro, Domingos Jozé Gomes, Bento Jozé Gonsal ves Ser-

que o exija. Na sua folha seguinte farei mais alguns avizoa,

va, Antonio Joaquim da Costa Basto, Paulo Vicente

a este respeito, para intelligencia dos que quiserem, appro-

Bello, Antonio Joaquim Alves Pereira, Joaô Jozè dos


veitar-se deste util estabelecimento Nacional estabelecido de

Santos, Joaô Nepomoceno Maher, Jozè de Almeida Car*


baixo da Prolecçaò do Governo, sendo hum dos Accionistas o

valho e Silva, Antonio Sebastiaó Barradas de Azevedo e Leal Senado, assim como o foi nas duas primeiras Cazas. Eu

Liger, Joaò Jozé Vieira, Cypriano Antonio Pacheco, tenho a satisfaçaõ de me subscrever de V. M. Muito Attento

Veuerador e Criado. BERNARDO GOMES DE LEMOS.


Bemvindo Manoel Rodrigues, Francisco Soares, Feliciano

• it
Macao 4 de Desembro de 1822. Secretario da refierida Casa.
Narcizo Ozorio, Jozè Antonio Barradas de Azevedo,
4

Miguel Francisco Barradas de Azevedo, Adeodato Vieira .

. . | _ . _ . .1 noticias marítimas. Aos 3 sahio para Goa o Navio Ange-

Ribeiro, Angelo Vicente Pereira, Boaventura Antonio I

. - . Hca Capitaõ Antonio Fernandes da Silva, levando a seo bordo

Peres, Eugénio Gonsalves, Hippolito de Souza, Clemen- , r. . . ~ , , .c . , „


' » » rt o v igario de Malaca, o Major Gonçalo de Miranda e Barros, e

tino Vicente Lopes, Antonio Francisco lavares, Barna- I quatro Officiaes da conspiração do dial6do mez passado.

I 1 4
t • * % . i # * %%.*-. • r t \ j . {f t • - < -* *»«• # » • i » tj- >. 4 i ' ' ^ r " • »» ? If i *-w — %-A

AV IZO. Todos os moradores, que naõ comparecerão no Censelho Geral do dia 2 do corrente para darem verbalmente

;
a sua opinião, poderáô mandala por escripto ao Leal Senado, como fizeraó n*iitos outros. '

Domingos Polycarpo da Roza aviza aos negociantes desta Praça, que elle hé hum dos Pilotos habilitado para

poder embarcar nos seos Navios; a sua moradia hé no matto da Penha na Calçada, que vai para a fonte. Todo, c

qualquer Senhorio, que o quizer para esse emprego, poderá mandar chamalo.

N«. B. No artigo 6 da participaçaó do Governo, onde se lê = empregados = deve ler-se = empregos.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.
#

X.» ^

Âl

f1T '

Di., t- £

DA

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H N A è

QUINTA FEIRA, 12 de Dezembro, 1822.


N°- XIV

u
. HOC TEMPORE
O

99
OBSEQUIUM A MI COS, VERITAS ODIUM PARIT TERENTIUS*

Abelha hé escripta em Macào e para Macào ; Macáo pois


MACAO.

Tendo fatigado oS nossos leitores, bem contra nossa von- I deve gostar com preferencia o favo, que esta laborar, ser

tade, pelo espaço de tres meses, appresentando-lhes o melan- «lustrado comas matérias luminozas, que ajuntar, assim

colico quadro das fastidiosa Sessoens da antiga governança , | como soffrer a mordedura da sua tromba aguda naquillo
«• •*

em que o merecer, verificando o Senhor Redactor da sua

julgamos conveniente o começar a instruir o povo desta

parte, o que dizia hum Poeta, bem conhecido dos Sábios.(a)

Cidade, para cujo fim lhe transcrevemos a seguinte memo-

Esta piquena Cidade considerada topograficamente he

ria, que nos inviou hum literato, a qual merecerá sem iluvi

da a sua attençaS, e nós cumpriremos deste modo o que apenas hum ponto insensível na grande area do vasto ter.i-
- 0
1
- • — - *■ -
- • ■ ■ *■
torio Portuguez nos quatro partes do globo: e neste senti-
promettemos no prospecto

. . i a . nu#, cp nrhan I do, e no de reconhecer-se feudataria do Solo, que occupa, ao


xmdo todavia de copêar o resto das Sessoens, que se acnao

ás portas cujo edificada, fracçao


Memoria.
j c Iti . t / f • .) !(..i. i i' j + ** t) ».» /
em nosso poder.

taõ desprezível nada pode interessar a grande Naçaô Portu-

■ • ll ' ^ U ■#•(# »• I 4 »•-

Havendo-me chegado ás maons as primeiras folhas do seu gueza, que possue hum território feliz na Europa, outro

neoperiodico, concebi fundadas esperanças de que melhora- iramenso na America, grandes Províncias na Africa, e ainda

pontos, e terrenos consideráveis nesta mesma Azia, a quem

ria em boa parte a sorte desta piquena Cidade. Ilum jornal

na idade d' ouro da gloria Luzitana conquistou excluziva-


bem dirigido, como deve avaliar o seo, bè no conceito dos

homens sensatos hum preceptor nacional, que dá liçoens, mente, e possuio toda inteira, o que naó conseguirão Alc-

sabias, c proveitozas segundo a necessidade de seus leitores xandre, nem Trajano. (b) Mas observada por outras lentes

ou daquelles para quem primariamente hè redegidú. Por isso acha se logo ser ella hum padraó imortal da nossa antiga

todos os bons penodistas procuraô graduar seus impres- grandeza, e do renome, e bons feitos(c) de nossos avoengos, e

sos pelo capto; precizaS, e luzes daquelles, cuja utilidade antepassados. Descobre-se que havendo sido em épocas ma-

folizes lunn ponhaset) (1(-<)iir()((l ; ;>( l;i

hao em vista, e dezejaô prommover. A sua industrioza

tentativas delicadas, assim como as diligencias diplomáticas

Comine ou voitau printemps la diligente abeille


W repetidamente feitas para obterem hum cruto, que fosse de

Qui da butim desfleurs va composer son miei


hum penhasco do Império Celestial, e a repulsa poZetiva

Des Sottises du temps je compose mon fiel. Boileauv


sempre experimentada, hé outro argumento ac^i^lep do

(b) He bem conhecido dos Sábios que ardendo. estes dois


que levo dito.

conquistadores no desejo de avassallar a Asia inteira, quanto


He inui digna de commemoraçaõ a fidelidade, e amor deste

"a quem ficaraõ no tocante ás conquistas nella feitas pelos


povo para com o seu Rei. O que fizeraò os Macaenses na

valerozos Portuguezes.
restauraçaõ de Portugal quando saocudimos o jugo Hespa-

(c) A posiçaõ geográfica de Macáo como prova de facto nao


nhol; bem como o que praticaraô com o Senhor I). .Ioao vi^

tem replica. Esta fundada em hum cotovelo, ou promon-


quando souberaò que se tinha retirado para o Brasil, e**/

torio d* huma das Ilhas deste Archipelago immenso, que lhe


merecedor do bronse, e do mármore env lugar do papel, que

dá o seu nome. A historia, e a tradiçaõ se unem a assegu-


o roem os gosanos. Hum obelisco na praça da Casa da Ca-;

rar-nos, que naó foi conquista nossa sobre o Império Chinéz.


mara em cuja base estivessem gravados estes factos ensinai iio

Como poderia pois huma naçao barbara zelosíssima, e des-

á infância, o que fiseraõ seus maiores, e ao espectador es.


confiada ceder-nos este palmo de terra do seu Império
trangeiro o que hé ser Portuguez.

Celeste naó lhe fazendo nos serviços, que na sua estima

(d) Lembro-me haver lido em huma memoria, que fora extra-


fossem oiro, e fio com o terreno cedido ? E como nos admit.
hida dos livros existentes no Archivo do Leal Senado, que o

tiria á sua caza a comviver com ella naó estando seguríssima


commercio de Japaõ naquelle tempo deixava regularmente

da nossa honra, e probidade. A rivalidade com que as

ao Negociante o lucro inaudito de quinhentos a seiscentos

Naçoens da Europa olhaó para este previlegio excluzivo, as


f

A ABELHA DA CHINA.
53

do seu comercio, aluda que delia hoje a este respeito se pode- francamente produsir em publico as suas opinioens politicas,

e em fira, e mui particularmente para que o sábio Reda-


ria dizer judiciozamente, o que Virgilio pôz na boca de Ene-
m

ctor que escolhia, e punha a testa da Gazeta com suas luses


as, faliando da antiga Tróia depois da sua devastaçaõ, et cam-

e doutas observaçoens desterrasse para a antiga Scithia, ou


pos, ubi Tróia fuit, ou o que outro Poeta escreveo tratando

para as ilhas mais longínquas do mar glacial huma velha (g)


do implacável Achilles (e) sem embargo apezar dos dezares

feiticeira chamada ignorância, que de muito hà aqui tiuba o


e alternativas, que há soffrido (f) ainda mostra ao momen-

seu Solàr, e naó menos para que fosse o Censor, ou Aristarcho


to, naô sò o que foi, naquillo que hé; mas o que poderá vir

Imparcial dos crimes, e a busos públicos; para que indicasse


a ser nas maons de hum Governo, energico, liberal, e pro-

as objecçoens, que achava o bem commum, ou lhe a pontas-


vidente.

se os melhoramentos, que este precisasse, e os meios de con-


Com effeito a Regeneração Politica da Naçaô Portugueza

seguido; paia que ensinasse o que a parte deve ao todo, ou o


deve extender seu influxo benéfico té onde esta estender seos

Cidadaõ ao corpo politico, de que hè membro, e disendo tu-


ramos. Macao, aissm como a Patria dos Affonsos, e o paiz

do em huma só palavra para encaminhar o espirito publico


do Cabral, já vio raiar em seu horizonte o astro brilhante

á feiecidade Social, sem o que tudo o mais será taõ inútil,


da liberdade politica. Este planeta saudavel depois de

como pertender ajuntar pó ao vento.


apparecer primeiro, na Occidental praia Luzitana, em revo-
9

Ora o primeiro passo qne dá o Fizico hábil chamado ao


luçaô retrograda, e opposta a daquelle que prezide ao dia

enfermo, hèo de conhecer a moléstia para caracterisalla


ultimamente assomou a índia, e a China. Bastára com

com acerto e tratada, como tal, depois de ter-se previa-


tudo lançar a boa semente em Campo maninho, se

mente informado das cauzas da doença, dos annos, systema


huma mao agricultora, e prestadia nad arrancar as ervas %

de vida, paixoens do enfermo, &a.


infeicionadoras, que impedem a vegetaçaõ e o fructo? A

Quid rides ? Mutato nomine de te Tabula narratur.


collecçaò mais Santa, e completa de doutrina social, hum *

* O Senhor Redactor, pois reputando-se medico do partido


Codigo de leis filho da boa rasad, e da sabedoria nacional,

para todos aquelles males públicos, que impedem, retardai


como deve ser a Constituiçaõ da Monarchia Portugueza,

ou diminuem à felicidade geral fará hum grande serviço


por quem soffregamente suspiramos, produzirá por ven-

tura toda afelicidade, que nos agoura, e affiança naô se ex- à sua Patria, se com a penna na maS a cada hum aplicai

tirpando a cega ignorância, os prejuízos e absurdos popu- o remedio opportuno, seja este o oleo, seja o ferro, 011 o

lares; assim como os resaibos, e males provenientes do calelerio doloroso. Se na cauza, publica, diz o provérbio,

velho despotismo? Scograo da celeridade do movimento


" omnis homo miles" quanto mais o Penhor Redactor,

tanto na ordem fizica como na moral hè sempre na razaó


que foi escolhido para Sinlinclla, advogado, e protector

inversa dos óbices, que topa que reacçaô naô encontrará a


do bem da Naçau. Faça de conta por tanto que esta lhe

maquina politica nos entraves de semelhante natureza? diz hoje, como autigamente Horácio a seu escravo: age li-

Eixaqui por que o iliustrado e actual governo logo depois bertate Decembri, &a. ralha, grita, troveja contra a cega

da Sua installaçaò cuidou eflfectivãmente em estabelecer hu- ignorância, que tamanhas calamidades tem cauzado. Re-

ma prensa livre, bem persuadido deste axioma politico, que


trata esta sem receio de hipérbole como aquelle.

naô pode haver governo livre sem prensa também livre, por
Monstrum horreudum, informe, ingens,cui lúmen adem-

meio da qual pudesse vulgarizar as suas deliberaçoens, e des- ptum, que fabulou o Poeta. Dize ao mundo, que me acho

ta arte faseias chegar té ao simples Cidadnò para que este


em cortes mui empenhada em promover, e general >sar

querendo exercitasse a liberdade Civil de Cotejallas com a


a publica instrucçaõ, e o adiantamento dc meus filhos era as

Ley, e sentenciar sobre a conformidade, ou desconformidade


artes, e sciencicas por serem ellas o germe sagrado da gran-

com esta, bem como para que cada hum podesse livre, e desa, e prosperidade publica, e tal vez a única egida for-

por cento, e a proporção deveria ser o que fasiaõ os Ma. em que éramos os únicos Fenícios, e Carthagineses. Os Hol-

cahistas como resto da Asia. Oh têmpora! . . Desta ina- landeses diariamente augmentavaó o seu poder com os nossos

i neira naõ só as baixellas; mas as casas, e as ruas podiaõ ser


despojos, praças fortissinas, cujos muros se podiaò diser for-

de ouro e prata. mados de ossos, e caveiras dos heroes invencíveis, que as

(e) Jam Cinis est, et de tam magno restai Achille conquistarão, e as dellenderaô com valor, que faria inveja aos

Néscio quid! . . . . herdes celebrados da Grécia, e Roma, hiaò se em hum dia, ou

(f) Quem ignora, que o valor imprudente de Elrey D. Sebas- cm hum combate. A politica da Corte d' Hespanha via com

tião, e o amor inconsiderado da gloria foraó a cauza do seu indillerença, ou ainda com satisfaçaò estas perdas incalcu-

fim trágico, e da ruina de Portugal. Asugeiçaò politica á láveis por ser o modo seguro de escravisar-nos, aniquilando,

Hespanha, que se seguio depois da morte do cardeal rey nos, k


quis talia fando temperet a lacrimis !' Porem enganou-

. tendo hum captiveiro rigoroso na extensão do termo, alem de se. O descobrimento d' America foi também concausa da

roubar-nosa liberdade Civil, e natural, nos despojou gradual-


diminuição, ou desemportancia do commercio da índia.

mente, se pode diser, da totalidade de nossos estabelecimen-


(g) Ridiculum acri

tos e commercio lucrativo que fasiamos por toda a Asia,


Fortius et melius magnas plerumquc secat rcs.
/'

A ABELHA DA CHINA. 54

midavel, capaz de deffender a nossa Santa Constituição. responsável por qualquer tumulto, fica porem Vossas Se-

Item dirás em tom alto e dogmático, que a liberdade poli- | nhorias responsável por elle, delias por diante, por faltar
« • •

tica he planta inaclimave! em qualquer Paiz de trevas: que | ao que se lhe tem pedido por tantas vezes, fazendo-se

so o claráõ das sciencias pode ensinar aos homens os deveres Vossas Senhorias surdos aos rogos deste povo taõ perse-

reciprocos entre mim, e elles, assim como as obrigaçoens guido, este será o ultimo papel, que eu dirija a Vossas

mutuas de huns para com outros, e quaes em fim sejaõ Senhorias, e Deos lhe ponha a virtude, e mostre a Vossas

na sociedade seus foros, e direitos para os reclamar, sendo- Senhorias os meyos de que se devem servir menos o da

lhes injustamente infringidos ou roubados. Que o velho j dUaçao. Deos Guarde a Vossas Senhorias por muitos

despotismo bem, que corrido, e esconjurado, nao está annos. Macào 17 de Agosto de 1822. Illustrissimos Se-

morto, nem desfeito; mas que semilhante às aves noctur- nhores Juizes Vereadores, e Procurador da Camara de

nas, ou às feras ronbadoras, que espreitaõ as trevas para Macào. De Vossas Senhorias muito obediente Servidor.

EMILIO MANOEL MOREIRA,


faser suas prezas, virá com força de Gigante estabelecer

Tenente Coronel de Infantaria adido ao Estado mayor,


de novo seu Império de Tirannia, se eu tiver a fatal

desgraça, que as sombras da ignorância assomem outra

Reposta do Vereador Francisco Antonio


vez meu paiz affbrtunado.

Pereira da Silveira, accuzada na Sessaõ antecedente.


Que nas differentes Sessoens do poder publico hei mister

de infinitos empregados, ou indivíduos depositários deste Se o bem publico exige sacrifícios particulares, quem hà

mesmo poder. Que todos os Portuguezes saõ meus filhos, que o recuzarà faser? Eu jà mais ti vi empenho de estar
• I

que a todos trato com amor, e igualdade, que naõ faço | neste lugar, nem aqui vim por minha vontade; estou prom-

a excepçaô odioza da localidade, ou da epiderme, e por 1 pto a dezistir, se isto convém para a paz e tranquilidade do

isso que todos podem aspirar a servir nos empregos, e Paiz; mas, consentir em aniquilar o Senado obra de SOO

cargos públicos; porem que estes requerem de necessidade annos remediar em hum dia erros de Séculos, excedem as

absoluta virtudes e saber. Que o homem immoral, e ir- forças da capacidade humana, diz o Diário do Governo

religioso he homem péssimo, assim como o Cidadaò que N.Al. Portanto jà mais o Senado pode demettir-se ainda

naõ respeita, nem obedece a Lei, he membro corrupto, e fíue Possa fazer algum vogal, quando o bem publico o

maò Cidadaõ. Que os Portuguezes devem ser íntegros, exija. O Publico accordou esperar as Ordens, o Ministério

justos, benfasejos, amantes da tranquillidade, e do bem o manda, o Governo Provizorio sendo sò em lugar do

publico, e se estas prendas estimáveis requero no simples Governo de Macào, que ht* Militar naõ lhe poderá competir

a
Cidadaõ, com quanta mais justiça as demandarei naquelles, parte Civil, económica, Administrativa, e de Policia

a quem se confia o mando, e a authoridade da Naçaõ ? Que como deve ter os Governos Provizorios decretados para o

em virtude disto ficaõ inhabilitados para servir-me o in- Brazil em 1' de Outubro de 1821. (D. da Bahia N. 97.)

cendiario, o perturbador, o faccioso, o esbulhador da pro- para que os Governos Militares de Macào já mais lhe com

priedade alheia por qualquer titulo, que o termo lhe qua- petiráõ estes predicados. Logo se em Macào se installar

dre, o oppressor da liberdade, e segurança publica, e indi- hum tal Governo, eniplicará com este Senado quem tem

vidual; o inimigo do socego commum, e da uniaõ reciproca por singularidade todos aquelles predicados naõ so pela

que deve reinar entre todos os filhos da minha grande parte civil, económica, Administrativa, e de Policia, mas

família. Outro sim dirás, e em letras maiúsculas, que té pelas relaçoens intimas, com os Chinas com as Naçoens

os cegos soletrar possaõ. Que tenho concedido, e outro- estranhas, quando os nossos Navios vaõ as suas terras,levan-

gado a qualquer Cidadaõ a liberdade de diser, e publicar do o passaporte do Senado. Se o Governo Provizorio

seus sentimentos, e de opinar francamente em matérias serve para livrar a terra de Despotismo, arbitrariedade em

politicas. (Continuar-se-ha.) Macào, será o contrario, quando elle se intrometta no que

hè proprio das attribuiçoens do mesmo Senado. A vista

Secundo Officio do Tenente Coronel Emilio


de tudo isto, sendo certo naõ virem as esperadas Ordens da

Manoel Moreira de Figueredo referido na dita Sessaõ.


Capital, e haverem os vogaes de acabar o seo tempo mais

Illustrissimos Senhores, lendo feito a A ossas Senhorias ^ mezes, eu julgo, que só seria conveniente, se ellejaõ nova

por Officio meu datado de 11 de Agosto deste anno, a re- Camara a vontade de todo Povo, em o quem possaõ os pre-

quiziçaò para se proceder ao nomeamento dos Membros zentes vogaes transmittir os seos lugares, para elles gover-

de Governo, naõ se dignaraò \ ossas Senhorias de me dar narem pelas Leys existententes sem as poderem alterar

soluçaõ alguma à tal respeito, e como me acho compromet- nem revogar, fazendo existir assim omesmo Senado, mas

tido a dar os meus companheiros a sua decizaõ, naõ poden* a contento do Povo, demittindo somente os actuaes vogaes,

do passar das cinco horas da tarde, athé cujas horas eu sou que nunca se enpenharaõ em Governar Macáo, e sò detejaõ
A abelha da china.
55

fisesse sabedor ao Publico a carreira literária, que tive nos


à paz e trauquilidade publica, único dezejo dos bons Cida-

. ^ 4 ( ii I *

annos da minha estada no Collcgio de S. Jozé desta Cidade


daons. Se a diraissaó dos vogaes naô hè o que todos dezejad
p i> | \ j

as Grammaticas Portugueza e Latina; Rhetorica ; a Lógica,


mas também 'querem a aniquilaçaô deste Tribunal; ou de-

e Filosofia racional; a Arilhmetica, Geometria, Álgebra,


gradando, ou tirando aquelles attribuiçoens de qucellese

e Fisica, e ainda a parte lsagogica da Theologia, foraS


acha revestido, eu protesto contra toda aquella opressão

objectos dos meus disvelos. E quando o mesmo Collegio


contar este Senado; e seráõ as Soberanas Cortes, quem hajaô

intentou enviar Alumnos à Universidade, tive a gloria de

de decidir, visto que só a ellas, como Côrpo Legislativo

ser hum dos primeiros propostos para Coimbra juntamente


competem as reformas e mudanças, que julgarem conveni-

com o primeiro, que para lá foi, o Doutor Lourenço Jozé

ente fazemos Go vernos com attença5 aos Paizes, e as suas

Rodrigues Gonsalves meu inseparável companheiro em


Telaçoens politicas. Macào 17 de Agosto de 1822.

todas as aulas Collegiaes até a sua separaçaS para a Uni-


FRANCISCO ANTONIO TERE1RA DA SILVEIRA.

versidade. E se este he hoje laureado, nao reflecte a eleiçaS

SessaS de 18 de Agosto de 1822*


honra em mim, que só por impedimento paterno como de

Disse o Vereador do mez Antonio Jozé Gonsalves Perei-


mais utilidade à família, aqui fiquei até a época presente?
• • • í

Ta, que elle havia convocado este Senado para o dia de hoje, Digaó os Reverendíssimos Padres do Real Collegio. Mas

«m consequência de lhe ter sido requerido por huma De- naô precisa ; eu tenho as suas attestaçoens, para inim bem

putaçntf, que receberas hontem de noute, por parte dos honrosas; e poderia appresenta-las ao Publico, se o na5 jul-

«4 fé

moradores gasse desnecessário; quando o Senhor Macaense naô será

dia prezente nesta Meza. E achandò-se com effeito prom- capaz de apresentar as suas como devia, para poder entrar

C t —f * | , . / V ^

pto este Senado, comparecera differentes Senhores, e com em contenda literária com iguaes armas, e igual sciencia.

diversas qualificaçoens abaixo assignados, como Deputados I Logo, se nos estudos das Artes, e sciencias tive progresso;

dos referidos representantes; e disserao, que elles reque- se tenho feito actos; se me julgaraò habilitado para fre-

ria5 por parte dos mesmos, huma ConvocaçaÔ geral do quentar as sciencias exactas, e naturaes na Athenas Portu-

Povo, que estivesse nas circunstancias de votar na Elei. gueza; qual será a rasaõ por que nas insignificantes refe-

rencias do Senado na5 poderia com mais idade, experiência^


ça5 dos Membros de huma Camara, que se deve de novo

e applicaçao mostrar a minhaliberali dade,franquesa, e mais


instalar. E sendo todos conformes se assentou, que hou-

vesse? de se faserem os avizos do estillo aquellas pessoas, I virtudes, que o Senhor Macaense poem em duvida co-

que estacS em costume assistirem à semilhantes actos, es. mo procedidas de mim, emquem suppoem piquenas luses?

crevendo-se ao mesmo Governador para que esta tarde se Attribnindo antes a magia das Cadeiras Senatorias, em tem-

publique o Bando, cujo Edital será concebido nos termos P° 1™ ningoem cre em taes coisas; do que à InstrucçaS

religiosa, escientifica do referente?

referidos Pereira, Vasconcellos, Silveira, Lemos. Coimbra,


Mui
Esta hé a rasaô por que rogo ao Senhor Redactor que
Francisco Jozé de Payva, Emilio Manoel Moreira, Tenente

Coronel e Ajudante da Ordem, JoaS dc Deos de Castro, deve illustrar aos Povos coma sua penna, haja de inserir

Hypolíto de Souza, Paulino da Silva Barboza, Bento Jozé esta na sua folha; naò como resposta ao Senhor Macaense,

Gonsalves Serva, Paulo Vicente Bello, Jozé Felis dos Ite- com quem naò quero correspondências, por naò ser do

médios, Jozé de Almeida Carvalho e Silva, Domingos Jozé meu agrado entrar em disputas literárias com armas, e tac-

tica diversa a do homem ho,,rado mas sò ,he fa


C.oinrs, Antonio Joaquim da Costa e Basto, Antonio dos | ' S« esta

para que o Publico judicioso forme o conceito, que deve


Remédios, Feliciano Narcizo Ozorio. (Continuar-se-ha.)

( ———————— faser de mim em tempo, que mais que nunca se presa a

CORRESPONDÊNCIA.
instrucçaõ literária, como necessária para ser bem radicado

Senhor Redactor.
o systema Constitucional. Entretanto tenho a honra de

Julgo ser de meu dever, accudir pela minha honra ultra-

sub«crever-me por. De V. M. o mais humilde Servidor.

jada, principalmente em matéria de instrucçaõ, em que

S. C. 9 de Desembro de 1822.

gastei o tempo precioso da minha mocidade. E pela ne-

Francisco Antonio Pereira da Silveira.

cessidade mesma de encaminhar o espirito publico, que

NECROLOGIA.

erradamente julgará de mim pela errada informaçaò, que

O Morador Francisco José de Payva, natural da villa de

hum Senhor Macaense em correspondência a Vossa Merce


Mattos do Conselho de Midoens na Província da Beira, faleceo

deu na sua folha No. XI; sou a diser, que seria huma inju-
aos 27 de Novembro do presente anno, tendo 64 annos de idade

ria a mira mesmo, e aos Mestres com quem estudei, se naó e sendo actual Membro da Governança.

AVIZO. Manoel Francisco Marques, Proprietário da Galera Margarida Roza, fas saber ao Publico, até 25 deste corrente

mes de Desembro, pertende partir para Bengala; por tanto quem quiser carregar na dita Galera patacas, ou fasendas; sendo

patacas, para virem empregadas, e carregadas de Calcutta para Macào na dita Galera, naó pagará fretes.

Francisco José de Payva fas saber ao publico, que toda a pessoa, que tiver contas com a casado seo defunto Pay, deve

apparecer na mesma dentro do período de dois meses.

na typographia do governo.
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NJ. XV. QUINTA FEIRA, 19 de Dezembro, 1822.

" HOC TEMPORE

OBSEQTJIUM AMtCOR, VERITAS ODIUM PARIT.*' TERENTITJS.

MACAO. inquiziçab politica finou t e o momento ditoso de filiar com


jt

I
propriedade, dando a cada coiza o nome, que lhe compete*

Continuação da memoria antecedente»

amanheceo Com a minha regeneração gloriosi. Hoje pode,

Em rasao desta faculdade nenhum de meos filhos será

e deve-se sincera, e francamente chamar bem ao bem, e

perturbado no gôso, e livre exercício dos seos actos. Falle,


#
mal ao mil; a hum rato ralo, e a bum frepao velhaco. A

discôrra, opine de bôcca, ou por escripto quanto julgar

IflCi
Conducta, e os principios dos homens públicos, ou de aquel-

conducente para a publica felicidade sem respeito pura-

les à quem bei confiado o mando, e o Governo; por isso

mente humano, ou receio de punição; com tanto que evite

mesmo, que sab factos públicos podem, e devem ser exa*

osescolhos, e os abusos, que a Religião condemna, que a

minados, e discutidos. Serab objecto de observaçoens ju-

rasa5 desapprova, e as Leis inbibem. A liberdade politica

diciozas, c alvo de huma censura justa, e imparcial, quando

de escrever, e fallar em beneficio da Patria naõ hê a liber-

nelles se discutirão fazes, e aberraçoens oppostas à Lei, à

dade de calumniar, ou personalisar, discubrir, ou censurar


! f '•
boa Ordem, e à felicidade commum (h) pois hoje em dia

deffeitos alheios ; pois assim como hè probibido o infamar,

he dogma Constitucional, que a Theocracia feneceo cora

ou offender algum de palavra, muito mais o deve ser por

o Governo judaico, e que a inerrancia, e optimismo politicos

escripto; sendo certo que as palavras passaò, e os escriptos

erao só privilegio exclusivos do antigo governo. Os

perpetuai) os ultrajes, edurab com os séculos. As Leis


homens por mais illustrndos que sejab, por melhores que

humanas nunca podem contravir às divinas. Com esta


pareçaõ seos desejos, e rectas as suas inlençoens tem

previa observação, que oxalá seja bem entendida, e alta- M „ • . . ... j , ,


1 n 1
• na sua própria natureza a possibilidade do erro da

mente gravada no coraçaõ de todos os meos filhos a fim de


prevaricação, verificando-se ainda no que parecem Superio*

evitar os despenhos, em que à sombra de huma liberdade I roo x ^ • r • j » .1


1 1
res a sua esfera o judiciozo conceito de bum authoi

justa, c permittida, os podem precipitar as paixoens par- celebre da remota antiguidade


Magni enim sunt, ho-

ticularcs do odio, da vingança &a. Jà os Ciceros, e Catoens mines tamen=(i) a ignorância, o erro, a illus i5 sao o triste

Portugueses, outrora emudecidos pelo temor da morte, apanagio de todos os individuos: e quando mesmo o ho*

queinspiravaõas covas do Limoeiro, os dezertos incultos risonte dos seos conhecimentos fôra mais amplo, e dilatado,

íaAffrica ardente; e outros hospícios semelhantes podem o impeto das suas paixoens os arrsatra para o mal com tal

»foulamente soltar as linguas encadeadas, e lançar mao das força, que em si experimentai) hum combate perpetuo

pennns eloquentes, que paralizàra o velho despotismo. A | entre o appetite sensitivo, e a sua (i) Com tudo esta

(h) Eu quisera que naò só relativamente ao governo, á quem


devem eohibir inexoravelmente esta licença desemfreada,

ainda quando se apontaõ suas divergências, se guarde sem-


que st mpre tem fataes resultados, bem persuadidos que a

pre o decoro, que merece a authoridade nelle depositada, e


unoderaçeõ sò fará mais audàz a impudência.
em que naõ dispensa a liberdade ; mas ainda mesmo em
F
(0 Quinetilliano.

qualquer discussão de hum particular com outro se <runr-


(1) Se podem errar, e effectivamente erraõ tantas veses 09

dásse á risca reciprocamente o preceito contido nesta


homens, por força da curta limitação do seo entendimento;

maxima de crytica de que todo o homem honrado naõ pode


também podem obrar, e obraõ de facto o mal por que saõ

esquecer-se, e menos dispensar-se


dotados de huma liberdade enferma, e de huma incliQaçaõ

Parcere persoiiis: dicere de vitiis. propensissima para o injusto

• . . .^ V ideo meliora probo que


Há indivíduos para quem a calumnia, a maledicência, o
Deteriora sequor ...
«• * * •
insulto parecem ser huma especie de necessidade; porque
.Nitimur in vetitum semper, cupimus que negata.
naõ tendo outras armas, haõ por lícitos todos os meios de
Ovidio, a pesar de pagaò conheceo esta verdade pol*
conseguir seos fins; as chagas que abrem com seo dente
experiência pessoal, e a sua evidencia lhe arrancou .a con-
mordáz, poderàõ sarrar-se por meio de huma justificação
fissão, que fez, S. Paulo divinamente illustrado* disse ao
completa; mas as cicatri/es subsistem muitas veses ainda
depois=Non enim quod volo bonum hoc facio, sed quod
depois da cura. O Governo, e os Magistradçs quando se
nollo mal um hoc ago-=Video autem aliam legem io membria
cs violar o. decoro, que as leis, e a rasaõ prescrevem,
repugnantem legi mentis meae.=»

#
J'appelle un chat un chat, et Rolet un frepon.

Despreaux,
A abelha da china.
56

liberdade de indicar os desvairos do Governo, e de censurar lho, e por vontade geral do Povo, foi deposto d^quelle

impunemente os seos desacertos, injustiças, ou despotismo lugar, e seus annexos. O que para constar-se lavrou este

4 face da Constituição, bem longe de enervar a sua lorça ^erm0 em qUe todos se assignaraS comigo Carlos JozèPerei-

moral, a augmenta, e arreiga, ou antes he ella o espirito ra EscrivaS da Camara, e Fasenda que o escrivi, Carlos

rjue sostenta, e anima o Governo •. As naçoens livres quer jQZ^ pere*,rai Osorio, Pereira, Silveira, Vascoucellos, Gularte

democráticas, quer Constitucionaes, que exiitem, sa5 a de- Lemos, Coimbra,

monstraçaõ pratica desta verdade. O Governo sabendo,

que tem à lerta outras tantas Sentinellas, que espreita5 Acta de Conselho Geral do dia 19 do corrente
\

a sua conducta, quantos sao os membros do corpo politico,


mez, e anno, referida na Sessaõ antecedente.

anda cauto e vigillantc para naò dar passo em falso que o


Aos 19 dias do mez d' Agosto de 1822 annos, nesta Cidade

faça responsável perante mim, e hum Governo que se con-


de Nome de Deos de Macao na China, nas Cazns da Camara

dús unicamente pela linha do dever, e da justiça conquista ^ junto og Minis,rog( e Qfficiaes, que no dito anno scr-

irresistivelraente a opinião publica em seo favor; ou o ^ Presedindo 0 Illustrissira0. Governador e Capitaõ

que dis o mesmo ; tem a maxima força moral. Adraitta.se


Geral José Osorio de Castro Cabral e Albuquerque, sendo

pois como axioma da maior evidencia, que a liberdade de também prezentes o Excellentissimo Senhor Diecesano D

Miar, c escrever em matérias politicas he o azurrague mais Fr de N genhora da Luz Q Illustris5im<>

sensivel para o homem publico, e o único freio, que pode Brigadeiro e Commandante do Batalhaõ Francisco de Mello

efficàsmentecohibir o despotismo. (Continuarse-ha.)


da Gama e Araujo, o lllustrissimo Baraó de S. José de Porto

|in Alegre, o lllustrissimo Conselheiro Manoel Pereira, Pre-

_ 0 4
Theor do Bando publicado na tarde do dito dia
lados, das Religioens, Officiaes tanto Militares, como da

do Corrente, em consequência da Sessaô supra.


Fazenda, e Pessoas, que gosaõ justamente do titulo de Cida-

Juizes, Vereadores, e Procurador do Leal Senado da


daõ, que foraõ convocados áesta Caza da Camara para se

Camara, desta Cidade do Nome de Deos de Macáo na I deliberar a Eleiçaõ da n0¥a Camara> na forma do asse"nto da

China, por Sua Magestade Constitucional, que Deos


Sessão de hontem, que foi por mim Escrivão da Camara lida

Guarde &a. A todas as pessoas, que gozarem justamente


na presença de todos, em consequençia se deliberarão na

do Titulo de Cidadaó, queirao amanhaá 19 do corrente,


' ^ iorma, que se segue.

pelas 10 horas da manh&a comparecer nesta cata da Camara


Este publico quer provizoriaraente hum Senado eleito

para se deliberar assumpto à bem publico desta Cidade. E .. .. , . , « .,


1 1 1
por elle, com as attribuiçoens, que tinha antes das Providen-

para que chegue a noticia de todos, se faz publico o prezente


cias, que vieraô no anno de 1784: Isto hè, que nenhuma

a som da Caixa, e se afixou no lugar competente. Macáo


outra authoridade tenha ingerência nelle.

em Meza de Vereaçaô 18 de Agosto de 1822. Eu Carlos


Foi decedido, que a Eleição fosse popular para os novo

Jozé Pereira, Cavalleiro Professo na Ordem de Christo


Membros, e que fosse agora mesmo feita.

Alferes Mor Escriva5 da Camara, e Fazenda, que a fiz escre-


E tendo-se concluído a Eleiçaõ na forma referida as 9

ver, e sobscre vi. Antonio Jozé Gonsalves Pereira, Antonio


horas da noute, sabiraó eleitos para Juizcs=PauIo Vicente*

Jozè de Vascoucellos, Francisco Antonio Pereira da Silveira,

Bello com 32 votos, Jozé Baptista de Miranda e Lima com

Bernardo Gomes de Lemos, Felix Vicente Coimbra.


26 votos; para Vereadores=Paulino da Silva Barboza com

89 votos, Hipolito de Souza com 84 votos, e Domingos Jozè

Sessatf de 19 d' Agosto de 1822.

Gomes com 62 votos=para Procurador Francisco José de

• 0
Tendo-se concluído a nomcaçaS da Camara, como da

Payva. Substitutos dos Vereadores Antonio Joaquim da

Acta constante do Livro dos Conselhos a f 175, os Mini-

Costa e Basto com 35 votos; e Antonio dos Remcdios com

stros, e Officiaes, que athé agora tem servido neste Senado,

24 votos=para Substituto do Procurador Joaõ de Deos de

daõ as suas commissoens por findas, dizendo unanimamente

Castro com 20 votos. E dando-se por findo este acto, se

viva a ReligiaÔ, vivaS as Cortes, viva5 Sua Magestade

fechou o presente em que se assignaraõ o lllustrissimo Pre-

Constitccsona,,. e Sua Real Família, viva, a nova Camara, zidcnte) g(ja ExcelIeDCÍa ReverendisSiraa, os Senadores, que

e viva Macào. Ozorio, Pereira, Silveira, Vasconcelios, acabaraii> assim como os quc de novo 8abiraó> para servi.

Gularte, Lemos, Coimbra. rem athe o fim do anno, e mais Senhores, que se achavaõ

No mesmo dia, mez, e anno acima referido, e sendo presentes, Comigo Carlos Jozè Pereira, Cavalleiro Professo

prezentes os Ministros, e Officiaes deste Senado nelle con- „a Ordem de Christo, Alferes Mór, Escrivão da Camara,

stantes, se houve de declarar, que o Conselheiro Ouvidor e Fazenda que o escrevi. Carlos Jozè Pereira, Fr. Fran-

Geral Miguel d' Arriaga Brum da Silveira em pleno Conse- cisco Bispo de Macâo, Jozè Ozorio de Castro Cabral e AI-
A ABELHA DA CHINA. 57

buquerque, Antonio Jo2è Gonsalves Pereira, Antonio Portaria ao Ex-Governador5 e Capitaõ Geral

Jozé de Vasconcellos, Francisco Antonio Pereira da Sil- Jozé Ozorio de Castro Cabral e Albuquerque.

veira, Antonio Gularte da Silveira, Bernardo Gomes de O Leal Senado confiado na honra de Vossa Senhoria,

Lemos, Felix Vicente Coimbra,Paulino da Silva Barboza, determina que V. Senhoria fique encarregado interinamente

Hypolito de Souza, Domingos Jozé Gomes, Paulo Vicente do commando do Batalhaõ, e Fortalezas desta Cidade $

esperando do zello de V. Senhoria pela tranquillidade publica,


Bello, Jozé Baptista de Miranda e Lima, Francisco Jozè

e subordinação possível. Macáo em Meza da Vereaçaõ


de Pa) va, Joaò de Dcos de Castro, Antonio dos Remedios,

20 d' Agosto de 1822. Eu Carlos Jozé Pereira, Cavalleiro,


Antonio Joaquim da Costa e Basto, Francisco de Mello

Professo na Ordem de Christo, Alferes Mor, e Escrivã# da


da Gama e Araujo, Fr. Joaõ de Santo Antonio Vigário,

Camara, e Fasenda, que a fiz escrever, e subscrevi. Hipó-


Baraô de'Sm. José de Porto Alegre, Joze d' Almeida Car-

lito de Souza, Paulino da Silva Barboza, Domingos Jozé


valho e Silva, Bento Jozè Gonsalves Serva, Manoel Perei-

Gomes, Paulo Vicente Bello, Jo^c Baptista de Miranda


ra, Raymundo Nicolào Vieira, Jozè Joaquim Barros,

e Lima, Francisco Jozé de Payva.


Joaquim Antonio da Silva, Antonio Vicente Roza, Cle-

mente de Noronha, Joaô Machado de Mendonça, Joaõ

Portaria do Leal Senado ao Brigadeiro Mello

Jozé Vieira, Januario Agostinho da Silva, Francisco

em que participa do encargo acima, na pessoa do

Cicilio Braga, Jozè Felix dos Remedios, Joaquim Pedro

Senhor Ozorio.

Jozè da Silva.

O Leal Senado tendo determinado, que o actual Governa-

dor Joze Ozorio de Castro Cabral e Albuquerque,


Primeira Sessão da nova Camara de 20 de

•. Agosto de 1822.
fique encarregado interinamente do commando do Batalha#
ê 9 •/1 J * #1

Em consequência da Acta da Sessaõ d hontem 19 do e Fortalezas desta Cidade ; o mesmo Senado tem a honra
*

corrente, se houve de assignar a Portaria, pela qual encar- de participar a V. Senhora para a sua intelligencia. Macáo
• » * • ) 1 I J i v { ) 1 ' : ' i % f ' I • •

re^a do Ex-Governador Joze Ozorio de Castro Cabral


O cm Meza da Vereaçaò 20 d* Agòsto de 1822. Eu Carlos

e Albuquerque, interinamente do cominando do Batalha#, Joze Pereira, Cavalleiro Professo na Ordem de Christo,

e Fortalezas desta Cidade, participando esta mesma deter- Alferes Mór, e Escrivão da Camara, e Fazenda, que a fiz

minação ao Brigadeiro Francisco de Mello da Gama e escrever, e sobscrevi. Hipolito de Souza, Paulino da

Araujo, que até agora se achavaencarregado do cominan- Silva Barboza, Domingos Joze Gomes, Paulo Vicente Bello,

do do mesmo Batalhaõ. Joze Baptista de Miranda e Lima, Francisco Joze de Pay va*

Houve de se nomear para Juiz d' Alfandega ao Juiz Ordi-

nário Paulo Vicbnte Bello, e para Orfaons, Defunctos, e Carta do Conselheiro Arriaga ao Leal Senado*

Auzentes ao Juiz Ordinário Joze Baptista de Miranda e Illustrissimo e Leal Senado. Os deveres de Cidada#, que

Lima.
f i »• Mi 4 I - » 1 )f » t I t 1 U * ' ' sobre mira tanto imperaõ, insta#, que com V. Senhoria me

Para servir o lugar de Thezoureiro deste Senado, e rece-


congratule, por vêr, que esse corpo, reconhecido desde se*

bedor d'Alfandega ao morador Antonio Pereira, cuja


culos, haja reassumido as suas anteriores attribuiçoens,como

participação lhé será feita pelo Escrivão da Camara.


aquellas, e sua forma, as mais analagos, naõ menos ao

Os Funccionarios actuaes deste Leal Senado declaraõ,


systema do dia, que as relaçoens em que V. Senhoria está

que em beneficio da fazenda publica, cedem qualquer paga,


para com os Chinas, a respeito dos quacs, ou para qualquer

e propinas a que tem direito pelos seos empregos.


outra particular commissa#, quando os meos pessoaes ser-

Recebeo-se a Via da Junta Provisional do Governo da


viços possaõ ser necessários (como agora na# supponho) naõ

índia, que continha 11 officios sobre diversos assumptos,


encontrará V. Senhoria da rainha parte menor vontade, quo

bera como outra Via da Junta da fazenda publica domes-

• » .|if. / a confessada por seos Antecessores nas diversas occasioens

mo Estado.
criticas, em que me lisongeio ter podido ser de algum modo

Recebeo-se huma carta do Conselheiro Cidadaõ Miguel


util á esta Cidade ; acabando pelo sacrifício, que a V.

de Arriaga Brum da Silveira, a que nesta mesma data Senhoria hé constante. Dcos Guarde a V. Senhoria mui-

se deo resposta, a que tudo constará do Sco original, e tos annos. Macao 20 de Agosto de 1822.

registo. MIGUEL DE ARRIAGA BRUM DA SILVEIRA.

A respeito dos Brigadeiros Ozorio, e Mello, disse o

Reposta do Senhor Governador das Armas


Juiz Ordinário Joze Baptista, que se conformava cora a

Acta do Conselho de hontem, naõ havendo ordem das a Portaria antecedente.

Cortes em contrario. Souza, Barboza, Gomes, Bello, A confiança que V. Senhoria tem posto em minha honra,
,g .. ,*• » o

e acaba dc declarar-me na data d' hontem, a geral contento


Lima, Payva.
A ABELHA DA CHINA.
58

Houve de se assignar huma carta para o Commandante


de todos os C»dadaons, coroo expontaneamente publicaras
• • » »" * « ~

em anoite do dia 19 do corrente ; servirá de novo garante, da força Militar, mandar entregar pelo Almoxarife, a Pól-

vora preciza para as salvas dos dias 24,25, e 26 do corrente.


para assegurar a Y. Senhoria, que 110 desempenho dos meo9

deveres, procurarei era nada desmentir oquella mesma Escreveo se outra carta ao mesmo illustrissimo Com*

confiança posta na minha pessoa. Deos Guarde a V. Senho- mandante convidando-o para assistir ao Te-Deum no dia

ria muito9annos. Macno21 de Agosto de 1822. 24 do corrente, assim como para mandar esta tarde dou*

Illustrissimo* Senhores Juizes, Vereadores, e Procurador Tambores para a publicação do Bando.

Assignou-se huma carta para o Selecto Conselho da Ho-


do Leal Senado da Camara.

JOZE Ó20RIO. DE CASTRO CABRAL E , noravel Companhia Britânica, participnndo-lhe a installa-

ALBUQUERQUE. çaò deste Senado no Governo da China da Cidade affiançan-

» à* % do-lhe a segurança individual daquelle Corpo, pedindo-se-


Reposta do Brigadeiro Mello a Portaria

lhe a faculdade de mandar imprimir na sua Imprensa qual


antecedente.

quer papel, que seja preciso imprimir.


Illustrissirao e Leal Senado. Recebi o officio, que me

Posto que este Senado na vereaçaó passada determinou


dirigio esse Leal Senado a 20 do corrente, ao qual me

que os Juizes actuaes, pedissem as tuas cartas aos seut


determinava, que interinamente entregasse o cominando do

Antecessores por ser esta a pratica a respeito das ditas


Batalhaô do P. R., ao Illustrissimo Senhor Governador

cartas athé o anno de 1787: com tudo, reflectindo agora


Jozè Ozorio de Castro Cabral e Albuquerque, o que
O

melhor; determina que os Juizes naô peçaõ carta alguma.


mandei executar no mesmo momento. Deos Guarde a Y.

Declarou o Juiz Ordinário Jozé Baptista de Miranda


Senhoria muitos annos. Macao 22 de Agosto de 1822.

e Lima, que quanto ao Te-Deum, e tudo quanto hè relativo,


De V. Senhoria muito attento, e Venerador. O Brigadeiro
• t

hè o seo parecer seja conforme a forma do Bando qne elle


FRANCISCO DE MELLO DA GAMA ARAUJO.

aprezentou. Souza, Barboza, Gomes, Bello, Lima, Pay va.

Reposta do Leal Senado a carta antecedente

do Conselheiro Arriaga.
Copia do Bando referido na Sessão supra.

Illustrissimo Senhor Miguel de Arriaga Brum da Silveira.


Juizes, Vereadores, e Procurador do Leal Senado da

Este Leal Senado reconhecendo no officio, que acaba de


Camara da Cidade do Nome de Deos de Macao na China

receber de V. Senhoria a continuaçaB d*aquelles sentiraen-


por Sua Magestade Constitucional que Deos Guarde &a.

tos, que tanto imperaS no seo caracter. Muito se lisongeia, Fazemos saber a todos 09 habitantes desta Cidade, que

de receber de novo mais esta prova da sua adhcsao, á causa aos 24 do corrente, dia anniversario de hum dos mais ce-

publica o que muito reconhece, eobriga a maior gratidaò. lebres factos da historia Portugueza, se haò de render as

Macao em Mesa da Vereação 20 de Agosto de 1822. Eu Graças ao Omnipotente com hum solemne Te-Deum na Ca-

Carlos Joze Pereira, Cavalleiro Professo na Ordem de thedral pela especial protecção Divina sobre Macào, manifes-

Christo, Alferes Mor, e Escrivaô da Camara, e Fazenda, que tada no dia 19 do corrente, em que em pleno Conselho fomos

a fiz escrever e eobscrevi. Hipolito de Souza, Paulino da eleitos, e se installou e9te Leal Senado com todas as attribui-

Silva Barbosa, Domingos Joze Gomes, Paulo Vicente Bello, çoens, que tinha antes do anno de 1784. Pelo que esperamos

Jozé Baptista de Miranda e Lima. que todos os habitantes desta Cidade assistaõ ao referido

Te-Deum, e qne na mesma noite, e nas duas subsequen-


Sessão de 22 de Agosto de 1822.:

tes ponhaõ luminárias nas suas Cazasj recommendando


Houve de se escrever huma carta ao Excellentissimo

muito, e muito a paz, e boa armonia.


c Reverendíssimo Senhor Diecezano, pedindo-selhe, quei-

E para que chegue a noticia de todos se faz publico o


ra no dia 24 do corrente entoar o Hymno do Te-Deum

prezente a som de Caixa, e se afixou nos lugares competen-


na Sé Cáthedral pelas 9 horas da manhaã, quando naS

tes. Macao em Meza da Vereação 22 de Agosto de 1822=*


encontre a vontade de S. Excellencia Reverendíssima, pe-

Eu Carlos Jozé Pereira Cavalleiro Professo na Ordem de


dindo-se-lhe outro sim queira passar as Ordens precizas

Christof Alferes Mòr, Secretario da Camara, e Fazenda que


para que os repiques dos Sinos acopanhem a satisfaçaô

• •
a fiz escrever e sobscrevi. Hipolito de Souza, Paulino da
de que todo este publico, se está occupado.
0 - * * â * 0* ^ f y » v» - m 0 *a A t •

Silva Barboza, Dortjingos Jozé Gomes, Paulo Vicente Bel-


Houve de se assignar o Bando para se fazer publico a to*

Deum lo, Jozé Baptista de Miranda e Lima, Francisco Jozé de

' «71 * Jm. *- » * +* .w — » . ' « * -J

;
Payva. (Continuar-se-ha.)
naçaò da Cidade nas noutes de 24, 25, e 26 do corrente.

NOTICIAS MARÍTIMAS. _

Estradas. KB de Desembro o Brigue Hespanhol Dolores vindo de Manila Capitam D. Domingos de La Mar.
, v * . #r "•^r a .. . •«.« i

16 de Dito o Brigue Hespanhol Primeiro de Março Capitam Joaô de Villas vindo de Manila.

Sahidas. À 15 de Dito o Brigue Português Viajante para o Rio de Janeiro Capitam Francisco Candido de Carvalho.

NA TYPOGttAPHIA GOVERNO
r i

SUPPLEMEN 1 O

ABELHA DA CHINA, N*. XV-

TERÇA FEIRA, Dezembro 24 de 1822.

MA CAO. I dade cortinava acara para naò ser conhecido;

A ■

Foi-nos remettida, pouco depois que viraS a sem embargo apezar de estarmos persuadidos,

luz publica os primeiros números da nossa Abe- que com esta conducta pueril, e contradictoria

lha, huma C arta anonyma, cujo author encober- pertenderia arguir a nossa ignorância, e falta

to de baixo do modesto titulo de Filantropo de critério para distinguir as obras mestras em

desejava a inserção delia em o nosso periódico, matéria de politica, ou, o que seria peior, de

Julgamos entaó, e ainda hoje estamos pela mes- rivalidade odiosa, que sepultava ao mesmo tem-

f
T ' f * " ^

ma, que naó convinha publicà-la pelos motivos, po no esquecimento as producçoens de mérito,

e a
que a seu tempo, e em seu lugar faremos paten- gloria, que por ellas competia a seus autho-

tes, e quando, outros nau houvesse, bastariaò res; julgamos, que por então era do nosso de-

os sarcasmos, com que o Senhor Filantropo es- ver remetter-nos ao silencio. Se naó quando,

s
quecendo-se de si, e desta regra aurea, que cm que ninguém o chamasse, de novo tornou

a
prescreve o direito natural^nod tibi non vis alieri scena mui prasenteiro o Senhor Filantropo

com
*e/aciV7í=:invectivava sem tom, nem som os ta- outro C artáz anonymo=o Imparcial=que

* '' *'

lentos poéticos de certo Vate, cujo nome ainda também teve a caute la de mostrar a quem quiz

que naò fosse especificado pelos adjunctos, todos | como parto engenhoso digno de applausos. De

muito bom grado lhe demos lugar em a nossa


nelle dariaó.

Naõ apparecendo pois na Abelha a Carta de I Abelha N°. 9 para que naò continuasse em seus
I %

que falíamos, o Senhor Filantropo, que, quanto j queixumes. Porem julgando que aquelle era

pela sua conducta se pode julgar, esperava com j o lugar competente de mostrar-lhe o valor real

ancia hum piaudite do publico, como juros devi- dos seus escriptos, fizemos passar pela fieira do

dos à sua composição, vendo que lhe tardava, exame o seu=Imparcial=com as reflexoens,

tomou o arbítrio de tirar a modesta mascara do que deixamos estampadas na Abelha N°. 10

appelativo=Filantropo=para dar-se engenho- j expendidas no estilio devido a obra, que he o

sãmente como author, fazendo, e mostrando co- joco-serio ; porem grave, e innocente=iWf? irce.«=■

pias, a quem talves naò podia ser juiz na mate- Foi ás nuvens, e tornou a vir. Berrou, gntou

ria, e disendo com, emphase satyrico aos que | contra nós, consultou os letrados, falloua alguns
Hflkf JÉI

encontrava=eis-aqui a Carta, que naò mereceo Membros do Governo para dar-nos huma injúria

ff » . < ' * M f

» attençaò do Redactormira poemata pango= emjuizo, de que só ficamos livres por naõ ter-

Fomos informados destas pavonadas, e iactan- mos violado as leis da imprensa, e como estas

•JP yi\ • ^ "..i

ciosa fanfarrice taò oppostas a quem por humil- o naò favorecjaò, desafogou o seu enojo brindan-
2 SUPPLEMENTO.

do-nos com hum cartaz concebido nòs termos | pare bem no que nos fez. Lembre-se que em

e lingoagem das regateiras de Lisboa, em que justa retorsaõ pelas chocarrices, frazeologia

parece estar menos-mal instruído, e de que ti- mordaz, e estilo burlesco que a dopta na sua

raudo as indecentes personalidades, ameaços de correspondência lhe poderíamos talves applicar

Yalentaõ, allusoens grosseiras, e sórdidas reti- o caso da raposa, que nos conta a fabula=Diz

cencias, que supprem o defeito das razoens, na- ella, que dando Júpiter á tal comadre rapfisa

A A ~ »

íii mais fica; porem ainda assim andou menchg- a fórma humana; esta casou depois com hum

ando applausos do vulgo, mostrando-o pelas ca-


corto régulo, que por sobre nome nao perca.

«as, ruas, e pragas públicas a quem encontrava,


Kum dia estando sentada em seu throno, e bis-

e t:nl;a a desgraça de caliir-llie nas garras. Sabe-


pando no canto da salla hum escaravelho zunin-

mos, que alguns lhe fogiraõ com as costas.


ú j i . r v ê do, deu hum pulo para ir a traz do insecto pelo

Puem porém de relance acaso apanha costume, em que estava antes no tempo de ra-

pOsa. Os Deoses deraò huma forte cacada


Com ler-lhe o Cartaz seu detem. e alanha
/

pela sandyce da rainha, e Júpiter impacientado


Çual sangue-augn^ que nunca se aparta

a converteo outra vez em roposa, ordenando


Da pelle, sem estar de sangue farta, (a)

que por se amostrar taõ indigna em raposa acca-

Fra pois necessário que estes para os largar

basse. Mas o velho iFzôpo por meio desta

gritassem Bravo ! Oh que bello! He bem lem-

parábola, ou ficção engenhosa nos quiz inculcar

brado ! Pulchre l Bene ! Recle /

T • * *.*19 a seguinte moralidade.


\» * '' " r ' f » • > \ \ • r\ r r r *
• J . .} l I U . ê vy i J J. i 1 i. . ' - li J (2 . A> b > ii

E tendo visto a indicaçaó, e juizo, que fize-


Naturam turpem nulla fortuna obtegit.

mos a seu respeito na Abelha N». 11 nos favo- Isto serve pelo que toca à almofàça, luva, lustrar o pello,

receo em recompensa com a urbaníssima des- carepa, &a. Pois quem com tal se diverte agora depoii

de vestir luim hábito religioso, que indica ? DiJo.há quem


compostura em lingoagem technica dos lacaios,

, ' . I - • i. . r •

ler a carta de Sua Paternidade Reverendíssima. Porém


e arrieiros N". 12. Nesta confessa que elle

o que nos fez dar huma gargalhada mui comprida, e repi-

veste hum hábito religioso, e posto que o habito

• te escrupulosidade do Senhor Fr. Fi-


naõ faça o Monge, como diz hum Conselho

lantropo. Depois de atirar-nos com lama à cara, e de dei-

Cerai, o Tridentino, com tudo dando-se com-

compor-nos sollemnemente, chamando-nos besta coin toda

mummente lá pelas nossas terras o tratamento

a sua caridade, e urbanidade Christaã, bóta a fugir para o

de Fr. a quem veste hum tal habito, e declaran-


Claustro, grita que veste hum hábito religioso, prega e

do o Senhor Imparcial, que elle he também o


arrota mystica,Ke nos bérra caridade, e mais caridade.

author do Filantropo ; para naó disermos, que


Que tal está, o Santinho! 0 remorso veio tarde: naõ lhe

valerá a manha. 0 bom pregador prega, e reforma-se


he binomino, ou que se chrismou ainda nas tem-

primeiro a si; aliás lhe arrumaràõ o* ouvintes com o ve-


porás passadas arranjaremos os dois appellidos

lho rifao=bem prega Fr. Thomaz, se bera prega mal o

á maneira religiosa, para ser d' aqui em diante

faz=Sem embargo, nòs que nos prezamos de religioso

bem conhecido de todos chamando-o Fr. Filan- to *

agradecemos o Sermaõ ; ainda que pregado extra têmpora,

tropo da Imparcialidade, que Deos guarde

e como também queremos ter caridade, e hum dos actos

muitos annos, se accaso ainda naò está morto.


desta virtude celeste seja a correcção fraterna, julgando,

Também lhe daremos de boa gana o tratamento


que Sua Paternidade Reverendíssima delia ha mister, lha

de Paternidade, ou aquelle, que de jure lhe temos feito, e faremos cada vez de tanto maior vontade,

convier pela Pragmatica. quanto virmos que ella mais aproveita.

Chegando-nos agora por fim hum pouco mais ao serio

Se pois sua Paternidade Reverendíssima se

K Ã li 1 perguntaremos ao Senhor Fr. Filantropo da Imparcialidade,

esquiva, e afronta pelo que lhe dissémos, re-


era que houve quebra pela nossa parte na caridade, e urba-

(a) Quem vero arripuit tenet occiditque legendo

jVee mitsura cutem, niti plena eruorit kirudo.


S I P P L E M E N T O, 3

nidade Christa a seu respeito? Onde está o insulto, e in- Lista dos Senhores, que concorrera# para

t •
Cl « ^
juria, que lhê fizertios ? * A nossa bulha foi hum certame o frelameuto do Brigue Assumpção para a condução

I Él[ I ji *• ki»• V |v| . i


puramente litterario, nem a biografia odiosn, nem deffoito
dos Malvados, que pertenderaõ perturbar o socego

mon.1, nem personalidade indeefente, invectiva lice.ciosi,


desta Cidade.
d

ou outra qualquer arma defesa usamos, nem usar deviamos O Illuslrissimò Sr. Barao de Srti. Jozé de P. Alegre, 250
n M : Cf ' T

contra o Senhor Fi'antropo, apezar de que qnatenus Se- O Illuslrissimò Sr. Conselheiro Manoel Pereira. 250
■ h / íê0$ TM W ? Mí J 'I i!

nhor Filantropo, que he com quem brigamos, está inno- O Sr. Francisco Jozè de Paiva 200 '

minado, innòto be hum ente in genere, o que nos mereceria


OSr. Antonio Pereira 200

; ! " r iv 'T oy i w

alguma desculpa no casô que mrs adinnt :sj6-mos ;.!cm do 500


O Sr, Cipriano Antonio Pacheco

4 ,, ^ w

permiltido. Se algum o conhecco he porque imitou a 100


O Convento de Sm. Domingos
9Km: msôlSHHJr t 1 • • - r
V.

galinha, a qrial, logo que põem o ovo, começa com o seu O Cabido de Macáo 60

•v 9*. v$ • • • >11 D ,

kakaràka. (Tuardàía segíedo, o creia nisto que lhe digo, O Sr. Antonio Joaquim da Costa Basto 50

WF tJHrffi!' j! Fr bBB; '■ mÊíé&E

se o seu ovo Fc>sse bom Ja lhe iriaô ter a casa os seus dez- 50
O Collegio de Sm. Jozé
« o
o 1 í

reizitos de louvor. Lo^o naÔ ha motivo nara as Jeremià- OSr. Antonio Gularte da Silveira 60
O •

das, que entoou contra nós, e pira o raaís, que nos fez, e O Sr. Bento Joze Gonsaives Serva 50

• » —i
h

queria fazer com toda a taridade Christa, e ròiigioZi. Se


O Sr. Joaô de Deos de Castro 50

allcgar que pertendeiriOs ensina-lo: repomos, que se elle


O Sr. Antonio dos Remedios 50

errou, exercitamos humn obra de misericórdia, e que dar.


O Sr. Joaõ Joze da Silva e Souza 50

< - - - rx > .

lhe outro nome, he trocar, e confundir as cousas. Mas 50


O Sr. Vicente Joze Pereira

dirá que naõ queria, que nao gosta, &a. &a. Entaô para 50
O Sr. Joaquim de Souza

II ' V t /
• _ • /
que entregou a cabeça ao barbeiro, se uaó queria ser rapa- O Sr. Joaquim Joze dos Santos 40

do ? Para que coiumcLteo as suas producçoens à bigorna O Sr. Joze Francisco de Oliveira 35

da nosja redactoria ? Naõ sabe que olhamos como de di- 30


O Sr. Vicente Caetano da Rocha

reito publico malhar nos escriptos, que o merecem ? Oxa- 30


O Sr. Joaquim de Souza Júnior

lá o Senhor Fr. Filantropo da Imparcialidade imitasse a O Sr. Domingos Joze Gomes 30

nosra moderaçaô ! E senaô veja-se O Sr. Joze Severo . . , . 30

OSr. Anacleto F. dos Reraodios 30


Ainda depois do seu Sermaô de caridade, e jà no fim

0 Sr. Antonio Francisco Tavares 30


do Carta, ou no acto de contriçaô nos atirou com esta

O Sr. Joze de Almeida Carvalho e Silva . *5


bàla de trinta e seis=Esforce-se o Senhor Redactor para

O Sr. Francisco Cicilio Braga . 25


que a impiedade triunfe da Religia5=»Desenvolvamos ago-

O Sr. Faustino Coelho dos Santos . 25


ra o conceito. Impiedade, e Religião saõ duas idèas abs-

O Sr. Fellipe Joze de Freitas . 25


tractas, ou universaes como queria a Seita Peripathetica

O Sr. Padre Anglada . 25


dos Nominàes, naõ existem aparte rei per se solum; mas

O Sr. Manoel Francisco Marques 25


unidas a sugeito, ou sujeitos. Logo o abstracto impiedade»

O Sr. Antonio Teixeira Machado Basto 20


que por Synecdoche se poem pelo concreto, existe realiter
0

O Sr. Joze Joaquim Barros 20


somente no impio, ou impios: bem entendido que se for

O Sr. Joze Joaquim Barros Júnior . 20


no singular ex antecedentibus et consequenlibus da carta do

Senhor Imparcial sò pode ser o Redactor, se no plural ficaõ O Sr. Raimundo Nicolao Vieira 20

O Sr. Paulino da Silva Barboza 20


com o ferrete os nossos Leitores. Applicando agora outro

0 Sr. Padre Narcizo 20


Snrites igual ao termo Religião ficará convertido om Re-

O Sr. Joze Ozorio de Castro Cabral de Albuquerque 20


ligioso o Senhor Imparcial. Entaô isto he bem feito ? Ca-

ridade com caridade, e por caridade admoestamos este nosso O Sr. Floriano Antonio Rangel . . .16

O Sr. Miguel Antonio de Souza , 15


Venerável IrmaÔ, que antes de escrever, remôa bem o que

O Sr. Felippe de Souza . . . .15


tem para dizer a fim de evitar tanto os doestos, com que

O Sr. Nicolao da Costa . . 10


nos injuria, camo as *chocarrices, e bufonarias, com que

zombando do Senhor Imparcial O Sr. Constantino Joze Lopes . . 10

O Sr. Antonio Fernandes da Silva ... 10


Cavalieiro, e Peaõ

Gargalhadas a rir levantarão. A Sra. Martha da Silva Merop ; . 10


V

O Sr. Feliciano Narcizo Ozorio . . ; 10

• t • f • tollent equite$f peditet que cachinum, O gr. Caetano Vicepte Joze da Silva . ,10
I SUPPLEMENTO.

O Sr. Eugénio Gonsalves 10 O Sr. Justiniano Vieira Ribeiro


v M Av i i •,» v * 4 vy y
1
* i

O Sr. Ignacio Baptista Cortella , 10


O Sr. Agostinho de 5a

O Sr. Antonio Vicente Cortella 10


O Sr. Izidoro do Rozario

O Sr. Pedro Feliciano de Oliveira Figueiredo 10


O Sr. Joaquim Vieira Ribeiro
*

O Sr. Boaventura Peres 8


O Sr. Joaquim Pedro da Silva

O Sr. Joze Gomes Brandaõ


O Sr. Braz Joaquim Botelho -

O Sr. Joa5 da Costa


J ~ O Sr. Luduvino da Encarnaçab

O Sr. Antonio Joaquim Cortella


O Sr. Francisco Soares
3
#
*
O Sr. Miguel Antonio Cortella
- 5
O Sr. Francisco Xavier Lança

O Sr. Joaò Joze Vieira


O Sr. Antonio Lourenço de Carvalho

O Sr. Narcizo Manoel de Gouvea


• • » O Sr. Francico Antonio Pereira Thovar
' 0

O Sr. Bernabe Antonio de Gouvea


O Sr. Adeodato Vieira Ribeiro

Pb
O Sr. Pedro Candido dos 5antos Vital - 5
O Sr. Joze Rodrigues da Costa
< \ "* -V *é

O Sr Luiz Manoel Cordeiro


O Sr. Joaquim Antonio de Souza
— » •

O Sr. Padre Joaô da Cruz - 5


Da Caza de Seguros de Macao
1,679 04
l: /1

O Sr. Felix Vicente Coimbra - 5


Do Illustrissimo e Leal Senado
c ê 495 96
** • * cl -?i

O Sr. Antonio Joaquim Alves

Gc
Patacas 5,000 00
O Sr. Antonio Joze Ferras

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O Sr. Miguel de Araujo Roza - 5

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A E A

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QUINTA FEIRA, 2 de Janeiro 1823


N°. XVI

" HOC TEMPORE

yy
OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM PARIT. TERENTIUS

isto inhabil para fallar com acerto em matérias taò hetoro-


MACAO.

geneas a sua esfera como hé a Arte de governar, ou de enca-

Continuação da memoria precedente.


minhar os que governaò, a qual por anthonomazia se chama

com razaõ a Arte das Artes, ea sciencia das sciencias.


Radicado e expendido o direito inherente a todo o Cida-

Daquelles de meus filhos pois, que dotados forem de ins-


daõ para poder produzir em publico os seus sentimentos,

trucçaò, e saber, he que reclamo, e espero liçoens utilíssimas


e opinioens, e demonstrado quanto elle concorre para a ma-

para o bem commum, Saò elles quem pode, e deve esclare-


nutenção da ordem, e da liberdade civil: cumpre notar!

cer a Naçaõ, semeaõ nella as luzes, e os conhecimentos, de


que o seu uzo e exercício para ser naõ sò judiciozo,e pru-

quanto há mister, dirigindo para a ordem, e para atran-


dente; mas util e profícuo à Naçaõ, requer de necessidade

quillidade geral a opinião publica, de que o espirito do


certa riqueza intellectual. O ignorante hé hum corpo opaco,

partido, o egoísmo, e as facçoens destructoras procuraò


que nem tem lúz própria, nem pode reflectir a alheia. Que

desvia-la com malignas cavilaçoens, e sofismas fallazes. E


se diria d' aquelle temerário, que sem ter aprendido, a que

bem assim como os Médicos hábeis sao os que conhecem,


se chama Arte de navegar, ouzasse conduzir, ou prescrever

regras para encaminhar hum Navio por entre os perigos, e capitulaõ os males, que afligem a especie humana ; tam-

e borrascas do Occeano immenso a hum ponto dado no bém só os homens iilustrados he que estaõ ao alcance dos

Emisferio opposto ? Pois o mesmo acconteceria se algum que padece o corpo politico. Elles distinguem os abuzos,

sem luze9, e conhecimentos políticos quizesse influir no Go- conhecem as violências, e as arbitrariedades; naõ ignoraõ

verno. e direcçaò da náo melindroza da sociedade. Quem as reformas, e os melhoramentos indispensáveis, ou úteis

ignora a composiçaõ, c structura do corpo politico naõ está á Naçaõ: a elles por tanto toca mui principalmente o sa-

grado dever de ajudar a Patria com seus discursos, e judi-


hábil para as operaçoens de que houver mister a Saúde, e
,, •

ciozas observaçoens. Pois naò podendo pôr-se em pro-


conservação deste. 0 simplez emperismo he taò insuficiente

blema que quantos se achaõ vinculados a sociedade civil


para as moléstias raoraes, como para as fizicas, e naturaes.

estejaõ na estricta obrigaçaò de concorrer para a sua feli-


As theorins, e o raciocínio saô os que podem sò mostrar
• *

cidade geral; ainda coma própria vida, e com os bens,


com acerto assim a origem, e cauzas destas enfermidades,

quando ella exija, e haja mister estes Sacrifícios muito


como os antídotos opportunos, que as devem curar. E co-

mais o estaràò a secundalla com seus talentos, que pede


mo poderá discorrer, ou raciocinar com acerto, e coheren-

a toda a hora, e sem os que nem obter poderá os fins da sua


cia a massa commum do povo ignorante, se o raciocínio roda,

instituiçaò, nem conservar a sua existência, e liberdade.


diga-se assim, sobre os quicios das ideas e dos conhecimen-

As luzes sao os olhos do Corpo politico, e taõ necessários


tos, ou antes se estes sao os elementos essenciaes de que se
• I J I s/ • 11

a este, como aquelles ao corpo fizico. Os espíritos escla-


forma, e coalesce ? O povo de ordinario«feè prendado dos
'•ife*

recidos saò os pilotos do genero humano: sao os archotes*


melhores hábitos moraes, as suas intençocns sao puras, e
- • ( i ) <, í í. .O j OÍIB1 J

que servem de fanaès a seus semelhantes: ou aquelles


sinceras: as virtudes civis e Religiozas se encontrão em

padroens, que se levantaõ de espaço em espaço nos ermos,


seu grémio como plantas indigenas, com a brilhante for-

e estradas desconhecidas para dirigir o viajante ao termo


mozura,. e simplicidade, que lhes saò naturaes. Mas emfim

do seu itenerario. E que seria de huma Mai amoroza, como


hé povo, isto hè synonimo do defeito de luzes, e por isso

eu, vendo-se privada destes filhos beneméritos ? As armas


susceptível do» prejuizo» do erro, e do absurdo $ e por tudo
A A 6 U H A DA CHINA.
60

inanteràõ a segurança externa perzervando-me a mim, e he necessário. Deos guarde a V. Ex. muitos annos. Lisboa

a todo o Cidadaõ da violência do Estrangeiro, que por 29 de Abril de 1822.

cobiça, ou por orgulho attentar contra a minha índepen- mm. e Exm. Sr. Joaõ Baptista Felgueiras.

I f Jo*E da Silva Carvalho.


dencia. A agricultura, as Manufacturas, o Comuicrcio,

comprehendidos de baixo do nome de Artes uteis, Cons- Para Jozé da Silva Carvalho-

Illm. e Ex. Sr.


tituem a verdadeira riqueza dos estados, e saõ as artérias,

que vivificaò, e roboraõ os membros da sociedade. Alas As Cortes ete. Tomando em consideração o Officio do

(piem conservará no centro da minha numcroza faiuilia Governo, expedido pela Secretaria de Estado dos Negocio»

em as quatro partes do orbe a bóa Ordem, a propriedade, justiça, em data de hoje, requerendo huma extraordina

a segurança publica, e individual, naò havendo quem dê rja concessão de aulhoridade para se conduzir sem formali-

vigoras leis? * E como poderaô estas ter observância Jades legaes, segundo os simptomas queja apparecem, e

certa, e exacta se me fenecerem filhos em quem a fora de ^ue p0jem coníi. ear a apparecer, ameaçando atranquilli-

hum coraçaõ virtuozo, e acezo no amor da Patriq, e de Jade publica, pela qual o Governo he responsável, eonao

seus Co-irinaons naõ houver conhecimento perfeito destas pode ser sem ineios extraordinários de se conduzir em cir-

mcsmas leis, talento, capaz de distinguir o justo do injusto, cunstancias extraordinárias. Rezolvcm que o Governo

génio, e espirito formado pelos conhecimentos adquiridos fique authorizado por tempo de hum mez para remover de

no estudo, e na npplicaçaõ ? Continuar-se-ha.


hum para outro lugar dentro do Reino, Individuo, ou In-

divíduos, particular, ou empregado publico, que o mesmo

ASTRO DA LUSITÂNIA.

Governo entender que deve remover para evitar a perturba-

ARTIGOS D* OFFICIO.

ção da tranquillidade, e segurança publica, sem que estas

Illra. e Ex. Sr. medidas de prevenção, e cautclla dcvào influir na reputação

Sendo huma das ohrigaçoens, e a mais essencial do Minis- dnquelles, que naõ forem ulteriormente processados, pois

terioda Justiça, vigiar que se naõ perturbe a segurança que tendem unicamente a previnir males, que se se verifi-

publica, pela qual elle hè responsável, naõ pode deixar por


cassscm, arrastariaõ as maiores calamidades publicas, e q ic

isso de levar ao couhecimeuto do Soberano Congresso que, se o Governo naõ puder no referido praso conseguir o fim

• ■ *

nesta Capital principalmente, e cm algumas partes do Reino, proposto, poderá novamente consultar as Corles para se

há indivíduos que se tornaõ summamente perigozos. Naò tomar a deliberaçaô conveniente- O que V. Ex. levara no

conhecimento de S. M. Deos guarde a V. Ex. Paço das


havendo porém até hoje provas, que possaõ constituir crime

no rigor das Leis, hà com tudo, além da publica notorieda- Cortes, em 29 de Abril d* 1822.

de, circunstancias destacadas, que reunindo-sc, e combinan- JOÃO BAPTISTA FELGUEIRAS.

do-se com o caracter dos indivíduos a que se allude (ainda

Nota do Redactor do Astro da Luzilania.

que comprimidos pelo espirito publico) aconselhaô, que


%
Eis-aqui huma daquellas extraordinárias a que obriga a
elles devem por-se em separaçaõ de outros com quem se

primeira, e a mais imperiosa de todas as Leis=a salvaçao

ligaò diariamente: o seu conhecido caracter, o seo ressen-

, m do estado ; = pois sabida cousa he, que o todo da sociedade

timenlo, e outras circunstancias concorrem para fazer

deve conservar-se intacto, embora algumas das suas partes

adoptavel esta medida, em quanto naõ se adquirem provas

soffrão no pleno e livre exercício dos seus direitos: a histo-

certas, e indubitáveis, que habilitem a acçaõ do Poder Judi-

ria de todas as naçoens cultas nos apresenta exemplos de

ciário. Para poder tomar estas medidas de provisória segu-

natureza, e ainda mais fortes praticados em circunstancias

rança, carece o Governo do auxilio do Poder Legislativo,


I
iguaes àquellas em que nos achavamos.

naõ só para obter o fim a que ellas ss dirigem, mas também

para que a sua responsabilidade, que jàraais se poderá Relaçatí dos indivíduos mandados sahir de Lisboa em virtude

tornar eftectiva, huma vez que se naõ proporcionem os das ordens do Governo atè ao dia 2 segundo nos informaÕ.

meios de evitar o mal, nunca possa ser arguida pelas naõ


D. Prior de Guimarães— Prior Mor de Chrislo.

requerer.
0 P. Domingos de N. S. Mexia.— O ex-Brigadeiro Jordaõ

Rogo em conclusaõ a V. Ex. queira fazer patente ao


O ex-Major Pimenta. O Capitnõ Padua, do Estado maior.

Soberano Congresso o que acabo de referir, para providen-


Pineti. = O Ajudante de N. 18. O Tenente Coronel,

ciar como julgar conveniente, e com toda a urgência, como


Caeiros dos Atiradores.

* A liberdade (politica) consiste na faculdade, que compette a cada hum de fazer, o que a Lei naô prohibe. A conservaçu

desta depende da exacta observância das Leis. Bazes da Constituiçaè primeira SessaÔ . . 2. .
A ABELHA DA CHINA.
6f

Sahindo a nossa folha No. XV. com innumeravcis erros, delia, junto os Minisiros, e Officiaes, que no dito anno

e faltas consideráveis, julgamos conveniente o transcre- servem, Presedindo o Illustrissimo Governador e Capita#

vc-las de novo neste N*. a fim de que os nossos leitores Geral Jozè Ozorio de Castro Cabral e Albuquerque, sendo*

fiquem na intelligencia, que semelhantes deffeitos uno também prezentes o Excellentissimo Senhor Diecesano D.

procederão nem do Redactor, né:n dos C<>m: ozitores; ir is Fr. Francisco de N. Senhora da Luz Chacim, o Illustrissimo

sim do amanuense, que supprimio, e inverteo as palavras. Brigadeiro e Commandante do Batalhao Francisco de Mello
O

da Gama e Araujo, o Illustrissimo Barad de S. Jozè de


0 Redactor.

Porto Alegre, o Illustrissimo Conselheiro Manoel Pereira,

Theor do Bando publicado na tarde do dito dia pre|ados daj „elÍRÍoeM> 0fficiaeS tanto Militares, como

do Corrente, em consequência da Sessaõ supra. da Fazendaj e Pess0as, que gosaS justamente do titulo de

Juizes, Vereadores, e Procurador do Leal Senado da cidadad, as quaes foraS convocadas à esta Caza da Camara

Camara, desta Cidade do Nome de Reos de Macao na


para se deliberar sobre a Eleiça5 da nova Camara, na forma

China, por Sua Magestade Constitucional, que Deos do ag8ento da de h()ntem ^ fo. pQr mim Escrlvai,

(luarde &a. Iodas as pessoas, que gozarem justamente da çaraara lida na presença de todos, tomou-se a delibera-

do Titulo de Cidadad, queira# amanhaà 19 do corrente,


çao seguinte.

pelas 10 horas da manhaà comparecer nesta caza da Camara,


Este publico quer provisoriamente hum Senado eleito

para sq deliberar sobre assumpto do bem publico desta

por elle, com as attribuiçoens, que tinha antes das Provi-

Cidade. E para que chegue a noticia de todos, se faz

dencias, que vieraS no anno de 1784: Isto hé, que nemhuma

publico o prezente a som da Caixa, e se afixou no lugar

outra authoridade tenha ingerência nelle.

competente. Macao em Mez.i de Vereação 18 de Agosto

Foi decedido, que a Eleiça# fosse popular para os novo#

de 1S22. Eu Carlos Jozé Pereira, Cavalleiro Prrfesso na


Membros, e feita na quelle mesmo momento.

Ordem de Christo, Alferes Mor, Escrivã# da Camara, e


E tendo-se concluído a Eleiça# ua forma referida as 9

Fazenda, que a fiz escrever, e subscrevi, Antonio Jozé h<)ra9 da noule, sah-|raa ^ Juizes=Paulo vicente

^ A A m A ~ A

Gonsalves Pereira, Antonio Jozé de Vasconcellos, Francisco


Bello com 32 votos, Jozé Baptista de Miranda e Lima

Antonio Pereira da Silveira, Bernardo Gomes de Lemos,


coin 26 votos: para Vereadores= Paulino da Silva Barbosa

Fe'ix Vicente Coimbra.

com 89 votos, Hipolito de Souza com 84 votos* e Domin

Sessão de 19 de Agosto de 1822. gos Jozè Gomes com 62 votos=para Procurador Francisco

Tendo-se concluído a nomeaçaõ da Camara, como da Jozè de Pa) v a com 87 votos, Substitutos dos Vereadores

Antonio Joaquim da Costa e Basto com 35 votos; e Anto-


Acta constante do Livro dos Conselhos a f. 175, os Minis-

uio dos Remédios com 24 votos=para Substituto do Pro-


tros, e Officiaes, que athé agora tem servido neste Senado,

curador Joaõ de Deos de Castro com 20 votos. E dando-


da# as suas commissoens por findas, dizendo unanimamente

se por findo este acto, se fechou o presente em que se assig-


viva a Religião, vivaò as Cortes, vivaõ Sua Magestade

naraõ o Illustrissimo Presidente, Sua Excellencia Reveren-


Constitucional, e Sua Real Família, viva a nova Camara,

díssima, os Senadores, que acabaraò, assim como os que

e viva Macao. Ozorio, Pereira, Silveira, Vasconcellos,

de novo sahiraõ eleitos para servirem athé o fim do anno,

Gularte, Lemos, Coimbra.

e mais Senhores, que se achava# presentes, comigo Carlos

No mesmo dia, mez e anno acima referido, sendo pre-

Jozé Pereira, Cavalleiro Professo na Ordem de Christo,

sentes os Ministros, e Officiaes deste Senado nelle constan-

Alferes Mór, Escrivã# da Camara, e Fasendaque o escrevi.

tes, se houve de declarar, que o Conselheiro Ouvidor Geral

Carlos Jozé Pereira, Fr. Francisco Bispo de Macao, Jozé

Miguel d' Arriaga Brum da Silveira em pleno Conselho,

Osorio de Castro Cabral e Albuquerque, Antonio Jozé

e por vontade Geral do Povo, fosse deposto d'aquelle lugar,

Gonsalves Pereira, Antonio José de Vasconcellos, Francisco

e seus annexos. O que para constar se lavrou este termo

Antonio Pereira da Silveira, Antonio Gularte da Silveira,

em que todos se assignaraõ comigo Carlos Jozé Pereira

Bernardo Gomes de Lemos, Felix Vicente Coimbra, Pauli-

Escrivã# da Camara, e Faseuda que o escrivi. Carlos


no da Silva Barbosa, Hypolito de Sousa, Domingos José

Jozé Pereira, Ozorio, Pereira, Silveira, Vasconcellos, Gu-


Gomes, Paulo Vicente Bello, José Baptista de Miranda e

larte, Lemos, Coimbra.


Lima, Francisco José de Pay va, Joa# de Deo, de Castro,

Antonio dos Remedios, Antonio Joaquim da Costa e Basto,


Acta de Conselho Geral do dia 19 do corrente

Francisco de Mello da Gama e Araujo, Fr. Joaõ de Santo


mez, e anno, referida na Sessaõ antecedente.

Antonio Vigário, Baraõ de Sm. José dePorto Alegre, José


Aos 19 dias do mez d1 Agosto de 1822 annos, nesta Cidade
0

de Nome de Deos de Macao na China, nas Cazas da Camara de Almeida Carvalho e Silva, Bento José Gonsalves Serva,
A ABELHA DA CHINA.

Manoel Pereira, Raymundo Nicoláo Vieira, José Joaquim


Portaria do Leal Senado ao Brigadeiro Mello

Barrosj Joaquim Antonio da Silva, Antonio Vicente Rosa, em que se-lhe participa anova nomeaçaò do Senhor Ozorio.

Clemente de Noronha, Joaò Machado de Mendonça, Joaõ Jo- O Leal Senado tendo determinado, que o Ex-Gnvernador, Jo-

sé Vieira, Januário Agostiohoda Silva, Francisco CicilioBra- ze Osorio de Castro Cabral r Albuquerque, fique encar-

ga, José Felix dos Remédios, Joaquim Pedro José da Silv.% regado interinamente do commando do Batalhaò e Fortalezas

desta (idade; o mesmo Senado o manda participar a V. Sr*,

Primeira Sessão da nova Camara de 20 de para a sua intelligencia. Macào em Mesa da Vereaçaó 20 de

Agosto de 1822. Agosto de 1822. Eu Carlos José Pereira, Cavalleiro Professo

na Ordem de Christo, Alferes Mor, e Escrivão da Camara, e


Em censequencia da Acta da Sessão cThontem 19 do corrente,

Fasenda, que a fis escrever, e sobscrevi. Hipolito de Sousa,


se houve de assignar a Portaria, pela qual fica encarregado o

Ex-Governador Joze Ozorio de Castro Cabral e Albu- I Paulino da Silva Barbosa, Domingos José Gomes, Paulo Vicen-

querque, interinamente do commando do Batalhaò, e Forta- te Bello, José Baptista de Miranda e Lima, Francisco José de

lezas desta Cidade, participando-se esta mesma determinaçaõ Payva,

ao Brigadeiro Francisco de Mello da Gama e Araujo,

•t I . Resposta do Brigadeiro Mello a Portaria antecedente.

que até agora se achava encarregado do commando do mesmo

Illustrissimo e Leal Senado. Recebi o Officio, que me diri-

Batalhaò.

gio esse Leal Senado a 20 do corrente, ao qual me determinava»

Houve de se nomear para Juiz d' Alfandega, ao Juiz Ordi-

que interinamente entregasse o commando do Batalhaò do

nario Paulo Vicente Bello, e para Orfaons, Defunctos, e

P.R., ao Illustrissimo Senhor Governador JoZé Ozorio de

Auzentes ao Juiz Ordinário Jo/e Baptista de Miranda e


Castro Cabral e Albuquerque, o que mandei executar no

Lima.

mesmo momento. Deos Guarde a V. Senhoria muitos annos.

Para servir o lugar de Thesoureiro deste Senado, e recebe-


Macao 22 de Agosto de 1822. De Vossa Senhoria muito

dor d' Alfandega ao morador Antonio Pereira, cuja partici-

attento, e Venerador, O Brigadeiro. •

paçaò lhè será feita pelo Escrivão da Camara.

FRANCISCO DE MELLO DA GAMA ARAUJO.

Os Funccionarios actuaes deste Leal Senado declaraõ, que

em beneficio da fasenda publica, cedem qualquer paga, e pro- Estamos authorisados para declarar que o Conselheiro

pinas a que tem direito pelos seos empregos. aga naõ se acha preso, mas sim com huma guarda na casa da sua

residência para o livrar de qualquer insulto que pertendessem


Recebeo-se a Via da Junta Provisional do Governo da índia,
» » '

< faser-lhe; pois que assim foi determinado pelo Leal Senado, e
que continha 11 ofiicios sobre diversos assumptos, bem como

confirmado depois pelo Conselho Geral. Em consequência do


•outra Via da Junta da fasenda publica do mesmo Estado.
1
, 7
que todas as pessoas, que tiverem negocios a concluir com o
Recebeo-se huma carta do Conselheiro Cidadaõ Miguel de
* I )f
referido Conselheiro, antes da sua partida no Navio Vasco da

Arriaga Brum da Silveira, a que nesta mesma data se deo a

Gama, o poderaõ livremente faser.

resposta, que consta do seo original, e registro.

'•«« ' 1 » \ I ' ' ' t1 ' f Vf 'I*# M \ ' . ê

A respeito dos Brigadeiros Ozorio, e Mello, disse o Juis NOTICIAS MARITIMAS—SAHIDAS.


à m éft

Ordinário José Baptista, que se conformava com a Acta do


Aos 19 de Dezembro, o Navio Margarida Rosa, Capitaõ

Conselho de hontem, naõ havendo ordem das Cortes em con-


Manoel Francisco Marques, para Bengalla.
m
• _ f , • _

trario. Sousa, Barbosa, Gomes, Bello, Lima, Payva.


Aos 19 do dito, o Navio N. S. da Penha, Capitaó Ludivino,

da EncarnaÇaõ para a costa de Ooromandel.

Portaria ao Ex-Governador, e Capitaõ Geral Aos 20 do dito, o Navio Santo Antonio, Capitaõ José Fran-

ít v
cisco de Oliveira, para Bombay.
Jose Osorio de Castro Cabral e Albuquerque.

Aos 23 do dito, o Navio Inglez, Samaraõ Capitaõ Gorer


O Leal Senado confiado na honra de Vossa Senhoria, deter-
| | . » I • y ' " . •

para Bombay, levando a seu bordo o Brigadeiro Francisco de


mina que V.. Senhoria fique encarregado, interinamente do

Mello da Gama Araujo, Governador e Castellaõ da Praça de


commando do Batalhaò, e Fortalesas desta Cidade ; esperando

Dio nomeado por Sua Magestade.


do zello de V. Senhoria pela tranquillidade publica, que a

Aos 26 do dito, o Navio Carmo, para Bombay, Capitaõ

tropa se conserve na maior disciplina, e subordinação possivel.

Eugénio Gonsalves.

Macào em Mçsa da Vereaçaó 20 d* Agosto de 1822. Eu

Aos 26 do ditOi o Brigue Elisa, para Bengalla, Capitaõ Joaô

Carlos José Pereira, Cavalleiro, Professo na Ordem de Christo,


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11 v i# c i-ií S I O i < n: ) \ ^ o \ !*• » t f *• «
Lourenço da Almeida, Passageiro Floriano Antonio Rangel.

Alferes Mòr, e Escrivão da Camara, e Fasenda, que a fis escre-


J
=> 'i ■. , >'I* r Aos 29 do dito, o Navio Andrômeda para Bengalla, Capitaò

ver, e sobscrevi. Hipolito de Sousa, Paulino da Silva Barbosa,


n, T r• • ' Pedro Candido dos Santos Vital, passageiros o Cidadaõ An-

Domingos José Gomes, Paulo Vicente Bello, José Baptista de


tonio Pereira, e sua família, e o Cidadaõ José d' Almeida
JuH 61 í $ a i/I» j. J .. 'jjíi t\ i?.'

Miranda e Lima, Francisco José de Payva. Carvalho e Silva.


, i i . $ j

D. Ignacia Vicencia dé Payva, Viuva do falecido Francisco JoZé de Payva, faz saber ao publico, que tem celebrado

Escripftura de Sociedade mercantil.com seu filho Francisco Jozé de Payva, e seu Genro Joaquim Jozé Ferreira Veiga, por effei-

to da qual, ficando,o monte do seus bei^s na mesma uniaó, istabelidade, em que lhos deixou seu defunto marido continuarão de hoje

emdiante todas as transacÇoens Commerciaes da sua Caza de baixo da firma=Viuva Payva e FiLHOs=com a qual assignará o

dito seu filho todos os a< tos necessários ao manejo dos negocios da mesma Sociedade, e em consequência todas as pessoas, que

tiverem conta de qualquer naturesa que seja com a sua Casa, se derigiráò aos ditos seus Socios.

NA TYP0GRAPHIA DO GOVERNO.
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jJL 1 N A

N\ X VIL QUINTA FEIRA, 9 de Janeiro.


1823.

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HOC TEMPORE

OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODItJM PARIT." TERENTIUS.

MACAO. choques e encontros; que momentaneamente perturbàraô

Jf

a ordem e tranquillidade publicas, foraò vistos alguns dos


EXTRACTO DO DÍARIO DO GOVERNO DE LISBOA.

mencionados indivíduos animando os partidos contendores:


ARTIGOS D* OFFICIO.

Illustrissimo e Excellentissimo Senhor: —Havendo che- o que deo lugar à bem fundada desconfiança de que, se

,S
gado ao conhecimento do Governo, naõ só pelas participa- I° naõ era manobra da facçaõ, pelo menos tentava aprovei-

• * * •

çoens da Policia, mas também por informaçoens extraju- tar esta occasiaõ para levar aeffeito seus damnados intentos.

diciaes, a existência de huma facçaõ anarchica, e desorga- O Governo, pelas medidas eneígicas, e opportunas, que

nisadora, que conspirava contra a ordem publica, e systema empregou, pode sim restabelecer a ordem, e restituir os

Constitucional; empregando para isso os meios infames de expulsos ao exercicio de seus lugares, e fazer prender, e

corromper, e desencaminhar a opinião com pasquins, pro- processar os tumultuarios; mas nem por isso ficou tran-

clamacoens, e outros papeis incendiários, que apparecêraõ quillo: porque o mesmo espirito, que aqui apparecia, se

affixados nas esquinas desta Capital, e delia foraõ manda- manifestava no Porto, e em mais algumas terras do Reino,

dos a differentes, e notáveis tetras do Reino ; de espalhar bem que menos exaltado.

noticias falsas, e idéas, que atterravaõ os incautos, e pa- Constituído em circunstancias taõ extraordinárias, por
1
(» \ f t ! . J | ) f - li ' ► f 11 I * * ^ ' § • ' * '

cificos Cidadaons; e de desacreditar as decisoens do Con- isso que naõ havia provas jurídicas para se raetter em

gresso, e actos do Governo, soltando continuamente contra processo aquelles indivíduos, sobre quem recahia a des-

Deputados, Ministros, e Empregados públicos huma infini- confiança publica, e que ella designava como origem de

dade de invectivas e calumnias atrozes, e vendo o Gover- tantas desordens, julgou o Governo de absoluta necessidade

no as funestas consequências, que de seo mal naõ atalhar pedir ao Congresso huma authorizaçaõ extraordinária para

de prompto ein sua origem, se poderiaõ seguir, resolveo os remover daqui, e das outras partes do Reino: medida,

empregar todo o cuidado, e vigilância para descubrir os que produzio hum admirável effeito; porque apenas se

authores de taõ horrível trama. poz em pratica, começou a acalmar-se aagitaçaõ em que

He

Em consequência das averiguaçoens a que procedeo, se achava o espirito publico, e a opinião a marchar incon-

veio a saber, que todos os dias à mesma hora, em diversos trastada em favor do Systema Constitucional.

sítios públicos, certos indivíduos, conhecidos por sua no- Tanta foi â generosidade, e iIlimitada confiança, com que

toria desaffeiçaõ ao systema Constitucional, formavaõ con- o Soberano Congresso concedeo taõ extraordinário poder,

venticulos, e procuravaõ ganhar novos socios, com que quanta a pfudencia c circunspecção, com que delle se usou ;

engrossar seu partido. pois que a medida naõ recahio em individuo algum, que

Fazendo-os observar de perto, foi instruído de ser naõ fosse bem notado pela opiniaõ publica, e nas listas traos-

o seu entretenimento desacreditar o systema, e meditar mittidas pelo Intendente Geral, e Coronel da Policia,

os meios de subverter a ordem publica. NTfm só estas pro- quanto aos de Lisboa, e procedendo informes das compe-

vas colheo o Governo da existência da mencionada facçaõ: tentes authoridades quanto aos das outras terras do Reino,

porque, acontecendo nos princípios de Abril alguns tumul- Huns e outros constaò das relaçoens inclusas,

tos desordenados, causados por homens, que, introduzrndo- Os inimigos da causa, e da Patria naõ abandonàraõ com

se violentamente nas companhias, sob pretexto de pt*ocurar tudo o seu proposito, porque pouco depois teve o Governo

trabalho, naõ sò expellíraõ os Gallegos, que alli se achavaõ


noticia de que se aliciava gente para huma conspiração, e

matriculados, mas tiravaõ os fretes aos que encontravaõ


até de que existiaò nroclamaçoens incendiarias, e outros

nas ruas, abandonando apenas aquelles, que lhes contri-


escriptos subversivos, que depois de impressos na typogra-

buiaõ cora alguma quantia; e havendo por este motivo


phia da rua formoza denominada a Liberal, deviaõ correr
64 AABELHA ) A CHINA.

todo o Reino para o porem em alarma contra as Cortes, e Carta do Conselheiro Arriaga ao Leal Senado.

Governo que os conspiradores pertcndiao dissolver assaci* illustrissimo e Leal Senado. Os deveres de Cidadaõ, que

/U/— '• t i I * tL.

nando alguns Deputados, e Ministros, no meio da desordem sobre mim tanto imperaõ, inslaõ, que com V. Senhoria me

porqne tencionavas dar principio a taò horrível, e sanguiná- congratule por ver, que esse corpo, reconhecido desde sé-

rio attentado: e procedendo com todo o segredo às necessá- culos, haja reassumido as suas anteriores attribuiçoens, co-

rias indagaçoens, pode descubrir que na realidade havia hum mo aquellas, e sua forma as mais analagos, nab menos ao

projecto, que naò obstante naò estar plenamente conbinado, systema do dia, que as relaçoens em que V. Senhoria está

se tratava comtudo de principiar jà a desenvolver, e por para com os Chinas, a respeilo dos quaes, ou para qualquer

em pratica. outra particular commissao, quando os meos pessoaes ser-

viços possaò ser necessários (como agora nab suppohho) naõ


Foi possivel desta vez suffocar o mal na sua origem, sendo

encontrará V. Senhoria da minha parte menor vontade, que


pre70s os principaes instrumentos dos anarchistas no mo-

%I ii i/ 1 ((dl 1 W li t •

a confessada por seos Antecessores nas diversas occasioens


mento mesmo, em que sahiaò da imprensa com duzentas

criticas, em que me lisongeio ter podido ser de algum modo


proclamaçoens que lhes foraõ apprehendidas, e vários manu-

util à esta Cidade j acabando pelo sacrifício, que a V.


scriptos tendentes ao mesmo fim, assim como também a

Senhoria hé constante. Deos Guarde a V. Senhoria muitos


imprensa com o typo arranjado, de que erab extrahidas, e

nnos. Macao 20 de Agosto de 1822.


humas poucas de resmas de papel prompto para se extra-

MIGUEL DE ARRIAGA BRUM DA SILVEIRA.


hirem mais no dia seguinte, e se espalharem no correio

imraediato; condusindo-se nesta dilligencia com infatigável

Reposta do Leal Senado a carta antecedente

zêlo, actividade, e intelligencia dignos dos maiores elogios

do Conselheiro Arriaga.

o Desembargador Corregedor do Bairro da Rua Nova, aju-

Illustrissimo Senhor Miguel de Arriaga Brum da Silveira

dado do Juiz do Crime do Castello, e Coronel da Policia,

Este Leal Senado reconhecendo no officio, que acaba de

que lhe prestaraõ toda a assistência.

receber de V. Senhoria a continuação d'aqelles sentimentos,

Acha$-se prezos na Cadêa aquelles indivíduos, e outros

que tanto imperas no seo caracter; muito se lisongeia, de

cúmplices constantes da relaçaS N.° 2, continuando sem

eceber mais esta prova da sua adhezab à cauza publica, o

interrupção o processo, e diligencias a este respeito.

que deixa a este novo Senado na maior gratidab para com

As difficuldades, e obstáculos, que a cada pa so encontrão


V. Senhoria. Macao em Meza da Vereaçaô 20 de Agosto

as operaçoens de similhante natureza, nab podem ser estra-


de 1822. Eu Carlos Joze Pereira, Cavalleiro Professo na

nhos ao Soberano Congresso : e por isso, e pela gravidade do

Ordem de Christo, Alferes Mor, e Escrivão da Camara, e


C 3' v

caso, que exige toda a circunspecção para ficar em mani-


Fazenda, que a fiz escrever e sobscrevi. Hypolito de Souza,

festa luz, se persuade o Governo de que, em virtude do


Paulino da Silva Barboza, Domingos Joze Gomes, Paulo
\ i ' * * w
t • » t
^ 1 da Lei de 31 de Março de 1741, podeespassar adiligen-
Vicente Bello, Joze Baptista de Miranda e Lima.

cia pelo tempo, que for necessário para o pleno apuro, e Õ ' ; )
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- • - % •

conhecimento da verdade: mas, se para isto he precisa Reposta do Senhor Governador das Armas
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alguma medida legislativa, roga ao Soberano Congresso haja a Portaria antecedente.


'• 3 T
V

por bem dispensalla para o bom êxito de tao transcendente


A confiança, que V. Senhoria tem posto em minha honra,

objecto ; assim como ampliar o eflfeito da authorisaçaò


e acaba de declarar-me na data d1 hontem, a geral contento

extraordinária, de que foi investido em data de 20 de Abril,


de todos os Cidadaons, como expontaneamente publicarão

até se concluir o processo; pois que só deste modo poderá em anoite do dia 19 do corrente ; servirá de novo garante,

cabalmente responder pela segurança, e tranquilidade pu- para assegurar a V. Senhoria, que no desempenho dos meos

blicas, conhecendo depois de sentenceado, as circunstancias


deveres, procurarei era nada desmentir aquella mesma con-

em que fica cada hum dos removidos. O que V. Excellencia fiança posta na minha pessoa. Deos Guarde a V. Senhoria

se servirá levar ao conhecimento do Soberano Congresso muitos annos. Macao 21 de Agosto de 1822.

para lhe dar a attençab, que julgar conveniente. Illustrissimo Senhores Juizes, Vereadores, e Procurador

do Leal Senndo da Camara.


Deos guarde a V. Excellencia. Lisboa 18 de Junho de

Joze Ozorio de Castro Cabral e Albuquerque.


1822. Illustrissimo e Excellentissimo Senhor Joab Bap-

tista Felgueiras, Joze da Silva Carvalho.


Sessão de 22 de Agosto de 1822.
/ # * *• •
0
Ê * f - ,

Mandou-se a parte respectiva à authorizaçaô a Commis- Houve de se escrever huma carta ao Excellentissimo

saõ de Constituição, e a que pertence a medidas Legislativas, e Reverendíssimo Senhor Diecezano, pedindo-se-lhe que

ji . «

à de Justiça Criminal: 2. do Ministro da Marinha com a quizesse no dia 24 do corrente entoar o Hymno do Te-

seguinte parte do registo. Deum na Sé Cathcdral pelas 9 horas da manhaà, quando


A abelha da china. 65

isso se naò oppozesse a vontade de S. Excellencia Reveren- Bispo Diecezano entoou o Hymno Te-Deum -Laudamus.

díssima, e que igualmente quizesse passar as ordens precizas que foi cantado pelos melhores muzicos do paiz, sendo a

para que os repiques dos sinos acompanhassem a satisfacçaõ musica de excellente composição.

_ •

publica daquelle dia. Houve de se assignar o Bando para O Senado se retirou da mesma forma, em que tinha vindo,

se fazer publico a toque da Caixa, o Te-Deum acima refe- e o Governador das Armas deo-os seguintes vitas à Reli-

gião, á Constituiçaô, ás Coites; a El-Rey Constitucional, ao


rido, e para a illuminaçaò da Cidade nas noutes de 24, 25,

Leal Senado, e á Macao ; os quaes vivas foraò repetidos com


e 26 do corrente.

V :
ODDn ' . 'J • # t * ri *' ' ' J*) * i indisivel enthnziasmo pelo immenso povo,quealli se achava.
Houve de se assignar huma carta para o Commandante

• i» •
A* noite a Cid de illuminou-se toda, appresentando à vistà

da força Militar, mandar entregar pelo Almoxarife, a pol-

hum espectáculo brilhantíssimo, que seria difficil, ou talvez

vora preciza para as salvas dos dias 24, 25, e 26 do corrente.


o •■ f í *
;
impossível dèscrever. A maneira, com que ^as Cazas dn
Escreveo-se outra carta ao mesmo Illustrissimo Comman-

1
f }<j*J /\ / * H 1 ( J, ,r ' r* Tjf rf I ^ j .L * A [|Jk Éfl
Companhia Ingleza se ornaraò de luzes forverdadeiramèntè
dante convidando-o para assistir ao Te-Deum no dia 24 do

f
' ' ' ' • I / a l i "* I X * í ' ' '1 [ tgji ílll» )
admirável; por que continha# muitos milhares-de luminá-
corrente, assim como para mandar esta tarde dous Tambo-

1 L * ' fvá- -h i f f- i * a. ->«•»& *>


rias dispostas com a melhor Symetria e gosto, é todos em
res para a publicaçaò do Bando.

■IKSl^Xr ».'•**! r - ** | r f r"*


W . i 1 J
vidros de differentes córes. 9 r
Assignou-se huma carta para o Selecto Conselho da Ho-
M
■' f * ^ ií £ Fl / ' f \ * * 11 *' t . yf . l * í f* 11} |\ ;•*#.''* í, ♦ •• € \ t y • 1 2á k f í i il
A extensa fileira dos bellos edifícios, que se achaò colocà-

nòravel Companhia Britânica, participando-lhe a installaçao

dos desde a casa do Governador das Armas a th è quasi jiinto

do novo Senado, affiançando-lhe a segurança daquelle Cor-

r> f < • daFortalesa do Bomparto, appresentavaao expectadoFbum

po, e pedindo-se-lhe a faculdade de mandar imprimir na sua


x
' t. w ' ;
quadro maravilhoso; alli se notava sobre a fachada-da Casa

Imprensa as Ordens, Proclamaçoens, &a. do Governo.

. * «í
do primeiro Sobrecarga da Honoravel, e Selecta Corrrpa^
Posto que este Senado na Vereação passada determinou,

. nhia Inglesa Mr. Urmston entre a profusão de bem arran-


que os Juizes actuaes, pedissem as suas cartas aos seus ^

jadas luzes hum emblema significativo das futuras prosperida-


Antecessores por ser esta a pratica a respeito das ditas cartas
r. *

des de Macao; mais avante sobre a do Sobrecarga Hespanhol


athé o anno de 1787: com tudo reflectindo agora melhor ;
: . i i . i , , _ —
"a

determina, que os Juizes naò peçaò carta alguma. entre huma illuminaçaò linda, se liaõ em gratlcles letras, for-

:.i / 1 J L ■* « * '\ ' •»" ' « » • , ( r» jr* A

madas cora as mesmas luminárias, Viva a Constituição.


Declarou o Juiz Ordinário Jozé Baptista de Miranda e

0
4• 9 19 ' » \# . | J* ' fm \

Lima, que quanto ao Te-Deum, e tudo quanto he relativo, A Varanda do Boticário Joaquim Jose dos Santos se illu-

• ' * I t *
he o seo parecer seja conforme a forma do Bando, que elle minou também de hum modo, que nada deixava a desejar.

• * *| .. V • i * * * • .. .» ;.»«.'.* i ^ J í r / « . V ^ v
• «i w • i • t t jí «u* "

apresentou. Souza, Barboza, Gomes, Bello, Lima, Payva. Ella estava cheia de apropriados emblemas, e de elegantes

.i

dísticos. No meio se ellevava sobre humaespecie de altar,

ARTIGO COMMUNICADO.
em que se viaõ muitas luses em castiçaès, hum painel, onde

• ij

se achava escripto em grandes caracteres, este Letreiro=


A Fortaleza do Monte annunciou com huma Salva Real
'ti. T « «4 \* •' • C li 4 • \■ t • «4 4 ./ • • 4 • »1 •

LABORATÓRIO CONSTITUCIONAL.
a aurora do dia 24 de Agosto, anniversario de aquelle, em

As ruas se achavaS apinhoados de immenso povo, e a


que a Liberdade levantando a voz junto do Doiro fez que • > — -4 • I *

cada momento se ouviaò bandos de musica, que passeavaòa


succcssivaraente fosse ouvida pelos Portuguezes em todas
• * "* •

Cidade. Sahiraõ também varias danças de mascarados, que


as quatro partes do Mundo,, sem que nós os Macaenses a

se dirigirão às casas dos Snrês. Senadores. Em as duas noites


deixássemos de seguir, apezar da immensa distancia, que D
1
V T * * f ... f■ « |' » -• Í t • .*

seguintes se continuarão, ou cada vez mais se augmentaraò


nos separa da May Patria. Neste dia pois o Leal Senado

sahio apé das Cazas, em que faz as suas Sessoeus pelas 9 as publicas demonstraçoens de regosijo nacional taõ justamê-

'♦*! * 'iv vi

horas da manhàa, e indo acompanhado de grande numero te devidas ao Anniversario de taõ feliz dia. Na ultima das

três noites sahio pelas ruas da Cidade hum-Carro, sobre o


de Cidadaons, se dirigio à Igreja Cathedral, aonde estando

qual ia hum Templo bellissimamente arranjado; levava


o Santíssimo Exposto, subio ao púlpito o P. Fr. A. de S.

G. de A. Religioso da Ordem dos Pregadores, o qual se dentro a figura da Patria na attiiude de abraçar seos filhosj

tinha offerecido gratuitamente para pregar nesta festividade, representados em dois meninos, a quem o Génio vinha cdroar

\ ' >

com huma coroa de loiro. Na frente deste Carro marchavao


e tendo tomado por thema a seguinte passagem, extrahida
li jlíl1') ? f , ' 1 fj I ' 1 II jtr ; ] tTl') fWuO n.!y I r v «1

muitas pessoas, levando dísticos illuminados, noíi quaes se


do Livro de Esther = Iste Sunt dies, quos nulla umquam

a
delebit oblivio. . . scripseruntque ut omni studio dies, lÍa=Viva Constituição, Viva El-rey Constitucional,

I. {.♦ J* i t > • i " L f' * 7 O il í

Vivaò as Cortes, Viva a Relegiaò, Viva Macào, Viva o leal


ista solemnis sanciretur in posterum = recitou com a sua
* " 7 3. ,'JIv / 'm * Ç®

SENADO, Viva O GOVERNADOR DAS Foi este Carro


conhecida elloquencia hum discurso mui digno de taõ alto

feito pelos Christaòs indigenos do Paiz, e as Fortalesas deraõ


assumpto; o qual deixou a todos os ouvintes cheios de satis-

as Salvas do costume nas grandes festevidades.


façaò. Findo o qual, o Exccllentis imo e Reverendíssimo
<I • 80J
Jn II ••• - 4
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/, > •. í # «,
€6 A ABELHA DA CHINA.

Sessaò de 28 de Agosto de 1822. prego, que Sua Mage9ta<ie me tinha conferido; mas vejo

Sendo indispensável à este Senado nas actuaes circunstan- que esse Leal Senado antes de eu lhe ofRciar a este respeito,

cias a proceder a hum rigoroso exame sobre o estado em me intimou a ordem com a data de 20 para eu entregar o

que se acha a Fasenda Nacional incumbida k sua admini- Commando do Batalhaõ Príncipe Regente interinamente ao

Senhor Governador Jozè Ozono de Castro Cabral e Albur-


straçaò, e a procurar ao mesmo tempo todos os mais suaves

querque: pede a minha honra Militar, que o novo e Leal Se-


meios de promover o augmento das rendas publicas desta

nado declare se esta ordem foi passada por erro de officio, que
Cidade; tem resolvido formar para ambos este9 fins huma

comraisaõ composta de 6 negociantes desta Praça os mais eu commettesse, ou por a nova ordem de couzas, e minha

inteligentes, aqual deverá principiara exercer as suas fun- próxima viagem, como era constante a todos eu estava re-

zolvido. Guarde Deos a Vossa Senhoria muitos annos. Macào


çoens no Io de Setembro do prezente anno. £ reconhecen-

23 de Agosto de 1822. De V. S. Muito Attento Venerador.


do o mesmo Seuado, em V. Mce. toda a capacidade, e conhe- w «

O Brigadeiro Francisco de Mello da Gama e Araujo.


cimentos necessários para o dezeropenho de taò importan-

Naõ pensando este Leal Senado quando determinou, que


tes trabalhos; tomou acertada deliberaçaò de uomeallo por

0
bum dos membros da mesma Commissaò. As Pessoas no- Commando do Bat&.iiaõ do Príncipe Regente passasse

meadas saò as seguintes»»Antonio Pereira^Antonio Joa- ^e ^ossa Senhoria para o actual Governador das Armas

quim da Costa Basto«=Beuto Jo9é Gonsalves Serva=Anto- Jozè Ozoriode Castro Cabral e Alburquerque, Vossa Se-

nio dos Remédios*» Joaquim de Souza=e Feliciano Narciso nhoria ficasse na duvida dos motivos desta mudança quando

Ozorio, os quaes o Secretario deste Tribunal, lhe fará as com- a nova ordem das couzas assim o exigia, parece por tanto

petentes participaçoens, por cartas circulares.«=Houve de desnecessário, que Vossa Senhoria pedisse declaraçoens a

se assignar huma Proclaraaçaò, que se mandou publicar por tal respeito por salvar a sua honra, e pôla ao abrigo da sua

exemplar conducta.
Editaes, cujo contexto constará do seu Registo.

Poracordaô desta acta, foi deliberado, que todos os casos, Este Senado segura a Vossa Senhoria a mais firme consi-

que se aprezentem pertencentes a Marinha, ficaraò pertencen- | deraçaò, para tudo quanto possa contribuir mais a acredita-

do ao conhecimento do Juiz Ordinário Paulo Vicente Bello. lo no conceito publico, com os protestos da mais alta estima

pela Pessoa de Vossa Senhoria.


A requerimento do Procurador Francisco José de Payva

Deos Guarde a Vossa Senhoria muitos annos. Macào ena


compareceo o Língua da Cidade Joaõ do Rosario, o qual

por mandado do mesmo Procurador declarou, o seguinte, Meza de Vereaçaò 4 de Setembro de 1822, Eu Carlos Jozè

queelle 9abia por via da gente do Mandarim, que o China Pereira Cavalleiro Professo na Ordem de Christo, Secretario

pon-kua, (ou pay Avô), havia denunciado ao Mandarim de do Leal Senado, que a Sobscrevi. Paulino da Silva Barboza,

soy-my, que os Portuguezes estavaõ levantados, e que- Domingos Jozè Gomes, Antonio Joaquim da Costa Basto,

ria5 faser muitas desordens, que por tanto elle fisesse Paulo Vicente Bello, Jozé Baptista de Miranda e Lima,

aviso aos Mandarins Superiores para que viessem com Tro- Francisco Jozé de Payva

pas, o que com effeito se vereficaria, se o mesmo Mandarim


Reconheço os seis assignados supra e retro. Macào 7 de

com milhor acordo, naò obstasse depois a vinda das mesmas


Novembro de 1822. Em testimunho da verdade, Lugar do

Tropas pelo que se assentou, que o Procurador indagasse com


signa! publico. O Tabeliaó de Nottas Jozé Gabriel Mendes.

a maior circunspecção, que o caso pede, se o dito china fez

O Leal Senado, querendo dar mais hum testemunho da

do seu motu proprio tal denuncia, ou foi intrigado por

sua adhezaíJao Systema Constitucional, e do regozijo, que

outra qual quer pessoa. Sousa, Barbosa, Gomes, Bello, Payva.

recebera pelas faustas noticias vindas na Galera novo Paque-

A copia da Proclamaçaò, hea mesma jà imprimida com

te do Rio, fèz publicar hum Bando, em que annunciava,

a data da mesma Sessaò supra. Continuar-se-ha.

que nas noites dos dias 5,6, e 7 haveria illuminaçaS em toda

a Cidade, Salvas do costume, e Te-Deum na Sé Cathedral


COPIA.

na manhla do dia 6.
1 Ilustríssimo e Leal Senado. Tendo remetticLo a esse Leal

»i
NOTICIAS MARÍTIMAS. = ENTRADAS.
Senado hum officio datado de hontem 22 do corrente,

Aos 4 de Janeiro, entrou a Gallera Conceição, vinda de Manila,

incluindo hum, que tinha remettido ao Senhor Governador


cora 23 dias de viagem, Capitaõ Athanasio Cucullo, tra-

antes da nova Governança cora a data de 14, no qual lhe zendo as vias das Cortes, vindas pela Carolina.

Aos 4 do dito o novo, Paquete, vindo de Lisboa com 195 dias


participava a minha rezotuçaõ de partir para Goa no pri-

de viagem, trasendo 2a. via das Cortes, Capitaõ Constan-

meiro Navio, que se offerecesse para acudir ao novo em-


tino Guelfi.

rf-V -

AVIZO. Matheus Vendemberg participa ao publico desta Cidade, que nas caZas da sua moradia, sitas na rua do

Vasarinho, se continuará o leilão em todas as Segundas feiras, desde o dia 13 do corrente em diante, exceptuando os dias

Santos de preceito; igualmente participa, que nas mesmas casas se acha huma loja aberta, na qual se vendem varias

rasendas de Europa.

NA TYPOGRAPH1A DO GOVERNO.
A

•*.

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L E A j#
nr J

DA

N A

QUINTA FEIRA, 16 de Janeiro.


n°. xvra.
1823.

" HOC TEMPORE

O
OBSEQUIUM A MICOS, VERITAS ODiUM PARIT. TERENTIUS.

MACAO. movendo a commodidade das transacções entre os particu-

lares, seja simultaneamente applicavel à amortização do


DECLARACAÕ DO GOVERNO.

Papel Moeda, Decretão o seguinte:

Jul gando o Leal Senado que o Capita# Feliciano Firme


1 Erigir -se-ha na Cidade de Lisboa huma Corporaça#,

Monteiro se tinha verdadeiramente arrependido dasuacondu-


denominada Ranço de Lisboa, que existirá por espaço de

cta anterior ao dia 16 de Novembro, em que brotara# os mal-

vinte annos, de baixo da immediata protecção das Cortes.


• •

vados projectos, para os quaes tanto elle havia contribuído;

2. O seu Capital será composto de dez mil Acções,

lançou sobre ella hum véo, sem com tudo perdèla de vista.

cada huma do valor de quinhentos inil reis, pagos em par-

Na# foi bastante esta generosidade para conter em seus

tes iguaes de papel moeda, e moeda metal.

deveres a este Official, que pela sua péssima educaçaõ, e

3. A Subscripçi# para este Banco se abrira no primei-

notoria falta de costumes, em tempo algum os quÍ7 reco-

ro de Janeiro de mil oito centos viute e dois, de baixo da

nhecer. Começou de novo a desacreditar o Governo, ea

inspecça# de tres pessoas, nomeadas pelo Presidente da

urdir contra este surdas tramas, empregando para esse fim s

Cortes ; e logo que subira dois mil e quinhentos contos

infames intrigas, e manifestas calumnias. Convencido en-

de reis, cento e ciucoenta dos Subscritores, que tiverem

ta# o mesmo Senado de que o referido Capita# era incor-

assignado para hum maior numero de Acções, se consti-


~T

rigivel por natureza, e insubordinado por génio ; e de que

tuirá# em Assembleia Geral do Banco, e nomeara#, à plu-

elle só procurava sacrificar a tranquillidade publica aos

ralidade de votos, hum Presidente, e dezasseis Directores ,

seus desordenados caprichos: determinou que elle sahisse

cada hum dos quaes será Portuguez por nascimento, ou

desta Cidade para qualquer porto do Reino Unido na pri-

naturalizaça#; e além disto proprietário, pelo menos, de

meira embarcaçaõ que para alli partisse, conservando-se

r doze Acções. ,

entretanto preso na Fortaleza da Barra, afim de se evitarem

■ f • t * ' 4. A Assembleia Geral determinará os vencimentos do

os males que poderia# seguir-se da sua plena liberdade; e

Presidente, e Directores, e estes nomeara# os Empregados

que se procedesse depois a huma devassa, para os pór na

necessários para o serviço do Banco ; porém os seus ordena-

maior evidencia perante Sua Magestade, e este publico.

dos sera# estabelecidos pela Assembleia, a qual também

Providencia esta authorizada, em idênticas cireunstan-

• ? f fc v designara o diae o lugar, em que o Banco deve começar

cias, pelo Soberano Congresso em sua Resolução de 29 de

as suas operações; e formará hum Regulamento para a sua

Abril de 1822. CARLOS JOZE PEROIRA. Secretario.

administração, e escripturaça#, cuja doutrina sèja conforme

às Leis existentes, e às Disposiçoens do presente Decreto.


D JOÃO por Graçs

5. Concluído o Regulamento, e entregue a administra-


Monarquia, Rei do Reino Unido de Portugal, Brazil, e

ção do Banco ao Presidente, e Directores, a Assembleia


Algarves, d' aquém e d' além Mar en^Africa, etc. Faço

Geral se dissolverá.
saber a todos os meus Súbditos que as Cortes Decretarão

o seguinte: 6 Huma Assembleia Geral, composta dos cento e cin-

As Cortes Geraes, Extaordinarias, e Constituintes da Na- coenta principaes Acçionistris, se congregara todos os annos

ção Portugeza, tendo em consideração a publica vantagem, no mez de Janeiro para proceder à eleiça# do Presidente,

que rezulta do estabelecimento de hum Banco de Emprésti- e Directores; para conhecer e julgar as contas do anno

mo, Deposito, e Desconto, que, desterrando a usura, e pro- antecedente ; para reformar os abusos, que se tenha# intro-
86 A A B E L H D A CHINA.

duzido naadministraça#; e para requerer as Cortes os me- mento das Cortes, nem o mesmo Governo terá nelle inge-

lhoramentos, que dependerem do Corpo Legislativo, Po- rencia alguma.

derá também ser convocada extraordinariamente antes defin- 17. Para cffeituar o seu gyro poderá o Banco emittir

dar o anno, se for necessário deliberar em cazos imprevistos,


huma quantidade de notas de Banco, pagaveis ao portador

para a deciza# dos quaes os Directores na# esteja# sufficien-


em metal, ou de letras à ordem, com alguns dias precisos

temente authorizados.
da vista, para commodidade dos viajantes. E esta emissão

7. A Assemblea Geral, e a Direcça# do Banco, porvia


tanto de notas, como de letras, será feita em proporção
mrná .

dos seus Presidentes, terão a faculdade de se corresponder


tal, que nunca exponha o Banco a deferir, ou interromper

directamente com as Cortes. os seus pagamentos.


^ ;* |

8. O Banco poderá descontar, e negocear Letras de 18. As notas do Banco seraò recebidas, e consideradas

Cambio, e todos os papeis de credito, que se usab no Com- em todas as Repartiçoens de Fazenda Publica como dinbei-

• • / •

mercio, sendo afiiançados pelo numero, e qualidade de ro de inetal; mas os Credores do Estado na# será# obriga-

assignaturas determinadas no seu Regulamento; ficando dos a receber estas notas em pagamentos de seus créditos.

os bens dos Acceitantes, e Fiadores, tacita, e especialmente 19. Os que falsificarem poT qualquer forma papeis per-

hypothecados ao pagamento. Esta hypotheca porém naõ tencentes ao Banco, será# processados; e julgados como

fabricantes de moeda falsa.


prejudica as Leis, que regulaò o concurso nas fallencias

20. As Acçoens do Banco podem ser vendidas, doadas,


dos Negociantes.

cedidas, ou hypothecadas, pondo-se para este effeito as res-


9. Poderá emprestar os seus fundos sobre toda a es-

pectivas verbas nos Livros do Banco.


pecie de generos, mercadorias, e bens moveis, que receberá

21. As Acçoens, Lucros, ou Fundos, que existirem no


em deposito; e naò pagando o devedor no tempo aprazado,

Banco, pertencentes a Estrangeiros, seraõ em quaesquer


poderá por conta delle, posto que sem necessidade do seu

casos, ainda mesmo de guerra, taò invioláveis, e respeita-


consentimento, proceder em leilaõ à venda do penhor de-

dos como a propriedade Portugueza.


positado, fazendo oito dias antes publicamente o annuncio.

22. O producto do lucro liquido será todos os Semes-

10. Poderá nos seus empréstimos receber em hypoteca

tres repartido pelos Accionistas. Quando porem este lucro

bens de raiz, com as clarezas, e fianças que julgar idóneas,

exceder a raza# de sete por cento ao anno, poderá a As-

e proceder à venda delles na falta de pagamento, findo o

semblea Geral converter o excesso em fundos de reserva

prazo do empréstimo, como se fossem bens moveis, pre-

com as condiçoens que julgar acertadas.

cedendo annuncio publico trinta dias ao acto da venda.

23. Durante os vinte annos da existência do Banco,

11. Poderá comprai,'e vender papel moeda, e todos

nenhuma outra Corporação se crearà em Portugal com

os mais papeis de credito da Naçaò, assim como ouro, e

os Privilégios, que a esta fica# concedidos.

prata, de baixo de qualquer forma, especie, ou qualidade.

24. Em compensação das prerogativas, que a Naça#

12. Poderá guardar em deposito dinheiro dos particu-

concede ao Banco, deverá este concorrer para a amortizaça#

lares, com os quaes abrirá conta corrente, e a cuja ordem

do papel moeda, emprestando á Naça#, no primeiro anno

pagará à vista a parte das quantias depositadas, que lhe for

das suas operaçoens, dois mil contos de rei» em notas de

determinada.

Banco, a juro de quatro por cento, entregues ao Thesouro

13. Poderá também receber dos particulares, para


Nacional em vinte prestaçoens de cem contos de reis cada

pagar a prazos certos, mediante hum interesse annual es-


huma. r *
• 9 • , «i

tipulado, as sommas pecuniárias, que para augmentar as


25. Quando o Thesouro receber cada huma destas pre-

suas operaçoens julgar opportunas.


staçoens, fará amortizar na prezença dos Agentes do Banco,

14. De todas estas negociaçoens, empréstimos, e trans-


e dos particulares, que a este acto quizerem assistir, hum

acçoens, naò pagará o Banco tributo, imposto, ou con-

ignal valor nominal de papel moeda; imprimindo, e pu-

tribuiça# alguma.

blicando depois huma lista com a explicação individual da

15. Naò poderá o Banco emprehender negociaça# algu-


classe, anno, e numero das Apólices destruídas.

ma de risco, ou de seguros, nem comprar, ou vender ge-


26. No acto de receber a prestaça#, o Thesouro passará

neros de comraercio por sua conta, assim como na# poderá


ao Banco hum titulo de divida, que vencerá desde o dia

possuir bens de raiz, além dos prédios urbanos necessários


da soa entrega o juro de quatro por cento ao anno; pago

para o desempenho das suas operaçoens.


em inetal aos Semestres pela segunda Caixa da Junta dos

16. Naò poderá também verificar, nem contractar


Juros: os rendimentos da qual, augmentados coma terça

empréstimo algum com o Governo sem o prévio consenti-


parte do producto annual da quinta Caixa, sera# desde o
y

<# • . ■» • •-

A abelha da china.
69

iates da NaçaS Portugueza, para o estabelecimento de


primeiro de Janeiro de mil oitocentos Tinte e dois applica-

huma Corporação, denominada Banco de Lisboa, de Era-


dos exclusivamente, em primeiro iugár ao pagamento destes
f í

préstimo, Deposito, e Desconto, que desterrando a usura,


juros, é do seu capital, e depois à extincçaõ do papel

e promovendo o commodo das transacções entre os parti-


moeda.

27. Em virtude deste imprestimo o Thesouro Nacional, culares, seja ao mesmo tempo applicavel à amortização

#'k • ► j

sem alterar a forma da sua receita, pagará durante hum do Papel Moeda, com existência por tempo de vinte annos

anno em papel moeda somente a quarta parte de todas as compostojdo Capital de dez mil Acções do vallor de quinhen-

soramas, quê era costumado a pagar na fòrma da Lei. tos mil reis cada huma, na forma da Lei; cuja Subscripçaô

23. Logo que o Thesouro publico comece a pagar se abrirá no primeiro de Janeiro do anno futuro de mil

somente a quarta parte em papel, descontar-se-haS tres por oitocentos vinte e dois, tudo na fòrma acima declarada.

ceuto em metal na totalidade de cada pagamento, em que Para Vossa Magestade vêr.

costuma entrar papel moeda, feito nas ditferentes Reparti- Antonio Mazziotti a fez.

ções, que recebem dinheiro do tiiesmo Thesouro. Naquel- A foi. 67 do Livro I. do Registo das Cartas, e Alvarás,

fica esta registada. Secretaria de Estado dos Negocios da


las Repartições porém, quô séndo publicas, na5 recebem

Fazenda 31 de Dezembro de 1821.


dinheiro do Thesouro, o dito desconto será somente de dois

Lourenço Antonio de Freitas Azevedo FalcaS.


por cento; e em hum e outro caso terá lugar o mesmo

Manoel Nicolào Esteves Negraõ.


desconto pof todos os vinte annos da existência do Banco.

29. As quantias resultantes dos tres, e dois por Cento, Foi publicada esta Carta de Lei na Chancellaria Mor da

descontados na formado Artigo precedente, scraS recolhi- Corte e Reino. Lisboa 31 de Dezembro de 1821.

D. Miguel Jozé da Camara Maldonado.


das nas differentes Repartições era cofre separado, e remit- O

Registada na Chancellaria Mor da Corte e Reino no Livro


tidas mensalmente à Junta dos Juros, onde entraraò na

Caixa destinada à amortizaçaS da divida do Banco. das Leis a foi. 38 vers. Lisboa 31 de Dezembro de 1821.

Francisco Jozé Bravo.


30. Por esta Caixa será todos os annos amortizado Na Imprensa Nacional.

pela ordem da antiguidade, hum dos Titulos da divida, que

a NaçaS coDtrahe com o Banco, na forma do Artigo vigesi- | Copia da Carta que se escreveo aos nomeados

na dita Sessaõ, para reverem as Contas.


mo sexto*

Senhor Antonio Joaquim da Costa Basto. O Leal Senado


31. Antes de findar o primeiro anno do estabelecimento

do Banco, conforme o credito que tiver o papel moeda, e Por assento desta data tem nomeado a Vossa Merce
Para

Membro de huma Junta


o fundo que existir na Caixa da amortizaçaS, as Cortes 1ue deve
"gorozamente examinar

0 eslado era
deliberarão se será conveniente abrir qualquer outroempre- 1ue se acha a Fasenda Nacional infumbida

a sua
«imo, concebido em novos termos, para continuar a amor- Administração, devendo principiar os seus trabalhos

. .1 j * j ». • y do primeiro de Setembro do presente anno em diante, e


1 r
tizaçao por este, ou qualquer outro methodo, e determinarão

para o que se lhe franquearaõ nesta Secretaria todos os

a quantidade de papel moeda, que deve entrar nos paga-

xr • i • . i Papeis, e Contas que possaS ser precisas para tal exame.


mentos, que o Thesouro Nacional fizer era o anno seguinte. ir r i

O que por parte do Leal Senado participo a V. Mce. para sua

32. Para evitar a falsificaçaõ a que está sujeito o actu-

intelligencia. Tenho a honra de ser com toda a considera-


O
al papel moeda, durante o tempo que ainda se conservar

çaô. De Vossa Merce. Attento Venerador. Macào Se-

em circulaçaõ, fica authorizado o Governo a fazer, se o

cretaria da Camara 28 de Agosto de 1322.

julgar conveniente, a despeza necessária, a fim de obter, e

CARLOS JOZE PEREIRA.

empregar as chapas da invençaõ do célebre Artista Perkins

Na mesma conformidade,
* se escreveo # I aos
• I » • outros no-
para a formaçaS de hum novo papel moeda, que deve sub-

meados na Sessaò antecedente.


stituir o antigo. Paço das Cortes em vinte e nove de De-

zembro de mil oitocentos vinte e hum.

Qual he a origem do Carcundismo, e o modo de o extirpar.

Pelo que; Mando a todas as Authoridades, a quem o

O interesse he a mola do coraçaS humano, e geralmente


conhecimento, e execução do referido Decreto pertencer,

para cada hum individuo tem mais força o interesse par-


que o curopraõ, e executem taõ inteiramente como nelle

ticular, do que o publico: donde vem que a melhor politica


se contém. Dada no Palacio de Queluz aos 31 dias do mez

para a felecidade das naçoens, he aquella que sabe unir o


de Dezembro de 1821. EL-REY Com Guarda.

Jozé Ignacio da Costa. interesse particular cora o publico, isto he, aquella que faz

Carta de Lei, pela qual Vossa Magestade Manda executar com que cada Cidadaò, promovendo a sua felicidade par-

o Decreto das Cortes Geraes, Extraordinárias e Constitu- ticular, promove ao mesmo tempo a geral. Por esta mes-
H

A ABELHA DA CHINA.

ma causa, debalde quererá qualquer Governo prohibir } moral, sabendo os interesses que fariaò, obrando despótica-

por cx.: fazendas estrangeiras, se na8 ajuda as artes com mente, naò saó também affectos ao mesmo regimen Cons-

as sciencias, e se na5 proporciona os direitos, de maneira titucional. E porque se naó faz a necessária reforma nos

que as nacionaes tenhaò vantagens sobre as estrangeiras» I regulares, dando a desida sustentação aos que existem, e

Em quanto o nao fizer, verà sempre o povo ocioso, as fa- providenciando para o futuro ? Porque se faz huma igual

bricas fechadas, e o sen numerário desappareccndo insen- «forma em os vínculos, que só servem de acostumarem os

povos a prepotência, e tyrannia ? Em quanto se naô fizerem


•ivelmente por milcanaes que o mesmo povo patrocina

Em hum Governo despótico, cada qual para fazer fortu- estas e outras similhantes reformas, mil annos que existaS

na, naò procura, se. nao ter a seu favor, ou ao menos ser governos liberaes, sempre serà8 mal vistos por taes indivi-

visto indifferentemente pelo tyranno, que desenfreadamente | d""*, P""l"e a sua consciência os accuza de que o bem geral

exige a sua reforma.


calca os direitos da natureza, e da humanidade; com este

auxilio cada particular na5 vendo em o universo mais que Na5 dar estas e outras similhantes providencias em hum

a si proprio, e as suas paixoens, calca a todo o momento, Governo, cujo poder legislativo cstà na verdadeira repre

que lhe apraz, os mais justos, e sagrados deveres; e a socie- zentaçao nacional, he querer conservar a naçaò em contra-

dade nab oflferece entnò, se naò hum horroroso quadro, d»Çaõ comsigo mesmo, sendo os factos, que se praticai,

onde a prepoiencia, a intriga, ea venalidade, disseminai) | contrários ao espirito e opinião publica; he querer conser-

var os Cidadaons divididos em opinioens publicas; pois que


mais repelidas desgraças, do que aquellas que os povos qui-

os sanguisugas, e zangoens da sociedade nuni a olharaõ de


zeraò evitar, quando para este fim cederão ao governo os

boamente os Governos verdadeiramente representativos,


seus poderes. Quadro deshumano, e terrível! Capaz de

porcauza da própria convicçb da inutilidade, c prejuizo


transformar em amigo, e. defensor das representaçoens

que causaõ a sociedade. Conheço muito bem que os cos-


nacionaes o mais obstinado antiliberal, se ainda conservar

tumes se nab podem, nem devem mudar repentinamente;


em seu coraçaò alguns restos de sensibilidade.

e que hum povo, inda mesmo instruído, nao pode sem risco,
Em hum Governo porem, onde ha verdadeira representa-

( ♦ I i# J •) f i t { ^

nem deve passar repentinamente do extremo do despotismo


ção nacioual, todos estaò certos, que os costumes, e negó-
r
V 0«r . r 4 i\ m

cios públicos, que naò tendem à felicidade geral, cedo, ou ao da liberdade: mas conheço também que estar comple-

tarde saõ cohibidos; e por isso os indivíduos que os exer- tando dons annos de Regeneração liberal, e a reforma

cem, e que estimaS mais a sua felicidade, do que a pu- ecclesinsti.ra apenas em projecto, e a de instrucçaõ publica

nem ao menos em projecto, he excesso de moderaçaõ, ou


blica (como dc ordinário acontece) necessariamente naò
'

sab amigos de taes governos. Assim todo ohomem que antes conservar as cousas, trocando-lhe o nome. Seitam-
r w •• # % |

bem que se nab devem faser descontentes, mas estas refor-


mostra aversaõ ao governo representativo, prova cora esse 1 r
»• t " f «f»», #• • ' O ' T' r (\ rt « \ t /- r«

mas feitas a pouco e pouco, augmentao os contentes, no


mesmo facto, que interessa em alguma cousa, em que o
;
• ' : - < ' * • .• vo )

publico he prejudicado, ou que he muito ignorante, como numero dos quaes vem entrar muitos descontentes, e evita

i3 - \ fV ** «« . ■ ■ •%*!

a existência destes para o futuro. Porto 12 de Abril.


Jogo veremos. Esta he a rasab, por que os frades, e muitos

beneficiados, conhecendo a occiosidade com que em pre- Seu Vcnerador

juiso da Naçaô absorvem immensas riquesas (em quanto


J. J. B
o 3
ll • g-

milhares de Cidadaons beneméritos, e suas famílias vivem

Recebemos huma carta do Senhor Feliciano Firme Mon-

na indigência, e em quanto tantos Parrocos estaõ em a dura

necessidade de ouvir com alguma satisfaçaS a noticia da I *eiro» Capitaò de Infantaria do Batalhao Princepe Regente

res
morte de algum freguez por causa da espórtula. sendo-Ihes |)(>'lderemos com a brevidade posShel, e será inseri-

a
aliàs taò divida huma decente sustentação pelo seu trabalho) '0f,° ^llC ^<ira ,SS
° '10incr occaziaò opportuna.

aborrecem o regimen Constitucional. Eis a razaõ por que

AUIZO. Na Feitoria chamada do Gamboa ha para vender

os que desfructaõ vínculos, estando persuadidos da injustiça

vinhos de diversas qualidades, Panninhos, Pannos, Lanifícios

com que sa5 Senhores de muitas riquesas em prejuiso de


de malha de meya, e diversas outras cousas por preços módi-

seus Irmaons, e famílias, aborrecem o mesmo regimen.


cos, chegado tudo recentemente noBrisantim denominado
I —

Naò he também outra a razaò, porque os cortezaòs, Novo Paquete

Macâo 14 de Janeiro de 1823.

convencidos da injustiça e prejuizo publico, cora que eraò

chamados immediatamente aos mais honoríficos, e lucrosos NOTICIAS MARITIMAS.=SAHIDAS;

empregos públicos, naò amaò também o mesmo systema.


Ignacio.

Eis finalmente a rasaò, porque os ministros, que naò tem Pereira.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO
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N. XIX. QUINTA FEIRA, 23 de Janeiro.


1823.

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Mi li
" HOC TEMPORE \' • ^ ^ * rv ' (

OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM PARIT." TERENTIUS.

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MACA O. tenças da Meza da Coroa, que tomou conhecimento daquel*

•; s :•)-:■

las violências impróprias do Espirito do Evangelho, e intei-


DO DIÁRIO DO GC

raraen
Scndo prezente a Sua Magestade os excessos de Júris- I ^e alheias do Ministério Pastoral fundado na Caridade,

dicçaõ, com que o Reverendo Arcebispojde Goa Primàz do ^az> c


Mancidaò • Manda El-Rei, pela Secretaria de Estado

Oriente, se tem intromettido nas missoens dos Religiozos ^os ^eS0C10S de Justiça, ao Reverendo Arcebispo Primàz do
O

Dominicanos nas Ilhas de Solor, e Timor Bispado de Ma- fbiente se abstenha de semelhantes excessos, e violências,

e na se mtrome
laca; e nas dos Religiozos Agostinhos em Bengalla, Bispado ^ Ma directa, ou indirectamente com as Mis-

de Meliapor, nomeando para ellas Sacerdotes Seculares ^ens dos


Regulares estabelecidas em outras Dioceses; pois

só lhe pertence examinar os Sacerdotes Regulares, que va5


contra as Reaes Determinaçoens, que Ordenai) a conserva-

Êarroquiar nas Igrejas do seu Bispado; e menos ingerir-se


çaõ dos mesmos Regulares nas suas respectivas Missões,

110
que crearaS pelo seu zôlo, e conservai pelas suas fadigas, Governo dos Religiozos de Cbimbel sobre os quaes nao

e aceitaçaò dos Povos, aonde fundàraô Conventos, ou Hos- lem mais direito que o de vizitar, e prezidir às eleiçoens,
t m „ . i í t. ■ 1 . 1 , I

como
picios para irem accudir às necessidades espirituaes da determinaõ os seus Estatutos approvados por Sua

a
Christandade, sem despeza do Estado,e somente pelas reli- t,cstade, e pela Se Apostólica: que deve garantir, e

giozas oblaçoens dos Fieis, mostrando com estes procedi- °^8crvar • Outro sim Manda . ua Magestade, que o mesmo

mentos huma reprehensivel ambiçaõ de dominar todos os Reverendo Arcebispo, pelo seu direito Metropolitico no-

111
Bispados do Oriente sobre os quaes, além de conhecer das I l)ara 08
Bispados vagos seus sufrageneos Vigários
crevOfc * I

cauzas por Appellaçaõ, só tem direito de nomear Vigário Capitulares, e nunca Governadores, por ser isto privativo do
7
**■ a

Capitular, quando vagar a Cathedral aonde naó houver Prelado Diocesano, quando está auzente da sua Igreja em

í
Cabido, na forma do Concilio Tridentino sem reserva da Iue *em Jurisdicçaõ, a qual nunca se pode considerar no
«•«

Jurisdicçaõ, porque a sua he limitada a demarcaçoens do Metropolitano, cuja Jurisdicçaõ Ordinária hé restricta a

sua
seu Bispado, o que faz duvidosa aquella que confere a Sacer- Diocese; Espera Sua Magestade, que o Reverendo
\Jài j* UlCJJ/Jc 9Tè :» • * i ( • nl % 4 | ; t 'j I

dotes, que vau Missionar a Dioceses alheias; chegando ao Arcebispo Primàz Ordene quanto antes os Regulares, que

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se
extranho procedimento de na5 querer Ordenar os Reliffio- '"es apresentarem habilitados pelos seu9 respectivos Pre*

iBBr v q t 1'jTDi SvL/a . L J O ^l«l p % ti U il éi ,8*? 11) " O. * G v; f. r t ^ , . ■ .. • . r

zos, que habilitados pelos seus Prelados na forma de direito lados: e quando recuze cumprir estas Reaes Determinações

1
* ' ' : j n : t> i . j ; ^ ' t,- > 1, o.n

se lhe apresentaõ para servirem a Religiaõ e o Estado nesta ^ue se na


^ es
Pera) ^ua Magestade mandará proceder as
.1TO ClIDBimR f n 1 -i;> J . • • .

parte interessante à Igreja e aos Fieis que experimentas a temporalidades contra o mesmo Reverendo Arcebispo Pri-

. * ' . ' . . I . -L .
maior falta de Ministros pelas sinistras intencoens do mes- máz do Oriente. Palacio de Queluz em 16 de Abril Je 1822.
•I;..a» íilj!. ^ j i 4• íj ,f tTiT . *.
■.aoT, 'ioq obiííjr ' t jot i ii •? , > .» . . , , . 0 ..

rao Reverendo Arcebispo Primàz j nao sendo menos pon*


Jozé da Silva Carvalho,
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fíMf a A « » i| \ I «. I • » . •J | ' -f #
A
í" ' Ur/ ih
deraveis os inaudito» procedimento» com que tem oppri- Manda EL-REY, pela Secretaria de Estado dos Negociei

mido.e vexado o» Religiozos do Carmo deChimbel, decla- de Justiça remetter à Junta Provisória do Governo do.

rando-os excommungados de participantes em todo o Estados da índia, a Copia da Tortaria dirigida ao Reveren.

9
f . * ' ' ' « • * - . ^ O

Bispado, prohibindo que exercitem as suas Ordens nas


do Arcebispo Primaz de Goa; para que no cazo de elle nao
nÇivicM* ? R- 1 ... , } • V
4 4
I f ^ * 1" i ® ♦ j ' í*ínR£íJi

Igrejas, ou Capellas de sua Jurisdicçaõ com escândalo seral


cumprir as Reaes Ordens que nella vaõ declaradas, faça sus-
v rrr * . , * &

dos Povos, e pouca obediência, e respeito as decisoens e sen-


pender os pagamentos da Côngrua, que omesmo Reverendo
A ABELHA DA CHINA.
72

formal de partilhas : Attendendo as mesmas Cortes a que


Arcebispo leva nas folhas do Tbesouro Publico Nacional;

♦ /
o couhecimento e decisão sobre esta matéria lie da exclu
dando conta por esta Secretaria do« procedimentos em co,n-

ziva competência do Poder Judicial, em que arbitrariamen-


trario, que houverem a este respeito. Palacio de Quehiz

te se ingerio a Junta do Governo: Ordenaraõ em data de


em 16 de Abril de 1822. Joze da Silva Carvalho.

Manda EL-REY, pela Secretaria de Estado dos Negocios 20 do corrente mez que fique revogada a citada ordem, e

de Justiça, ?i Junla Provisória do Governo dos Estados da que os ligitigantes sejaõ restituidos ao mesmo estado, em

Índia, que expeça Ordens pozitivas, e terntònantes a todos .] 4ue au


Jes delia se aehavaõ, livres acada hum delles, peran-

te as competentes authoridades, os meios, e recursos, que


os Ordinários do Oriente que saó do Padroado e Portecçaõ

mX_+ n — .~ ^ r g

as Leis lhe facultarem. Palacio de Queluz em 13 de Abril


Real, que naó consintaõ que os Bispos propagandistas exer.

çaõ Jurisdicçaò alguma nas suas respectivas Deocezes em I de 1822. JOZE DA SILYA CARVALHO.

quanto se naõ dao outras providencias sobre este objecto.

Palacio de Queluz em 16 de Abril de 1822. Joze da Silva Parecer da Commissaõ de Constituiçaõ em Lisboa.

Carvalho. - V"í , «7 } J |/f ) 2/ T f.


O Governo dirigioás Cortes hum officio, expedido pelo

ministério dos Negocios do Reino, em data de 19 de Abril,

Acabamos de transcrever com a maior satisfaçaõ na nossa

consultando as attribuiçoens que devera ter os Governadores,

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Abelha o extracto supra, naõ tanto por estarmos convenci- r

que forem nomeados para as Províncias Portuguezas da


♦ * 1 J , b L,/, ' u • • • - I J A » * f

dos, de que seja verdadeiro tudo quanto se argúe ao Exn.õ.


Azia. A commissaõ de Constituiçaõ foi encarregada de
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• ' % J * I í i fl V P i f * i Ày • T L ' "
Primâz ; como para que vejaõ os infelizes desvalidos, que

dar a sua opiniaõ sobre o indicado officio.

a rectidão, e a imparcialidade do Governo, que felizmente


I ÈtàafaV * í 2*1» MHÂ' kl <j
KK
A mesma commissaõ procurou obter as possiveis informa-

nos rege, attende indifferen temente aos clamores de todo o

çoens do estado actual d* aquellas Províncias, e colheo em

Cidadaõ, que opprimido pela prepotência, ou despotismo, iMr rifwi • - Jm

% f ultimo resultado, que o Decreto de 29 de Setembro do anno

ousa levar a voz do seu clamor aos degráos do Throno do

# t\ • jm i'' ff tf ^ • passado naõ deve ter, por ora, execução nas mesmas Pro-

nosso mui amado Monarcha. Huns simplices Religiosos


■ vi n cias. i;I
• .
encantonados nos últimos confins da Azia sem riquesas, sem

A divisão das diversas cores, a subdivisaõ destas em di-

representação, e sem padrinhos, excepto a Lei e a Justiça,

versas castas; a força moral que ainda temas diversas sei-

%do hoje tao al temi idos, como seriaõ 110 Governo passado J 7 'itt i9í% Jài t VI/IIDI â À * ÉÊ •

tas religiozas, a escravatura, os degradados, asituaçaõ poli-

os Duques, e Marquezes, os ricos e poderosos, ainda mesmo l| t j li' SÀÍ ! *i

lica d'aquelles Estados, e outras circunstancias muito impor-

quando representaò, e se queixaõ de pessoas tao conspícuas

tantes, tudo persuade, que o estabelecimento das juntas

e eilevadas, como hum Arcebispo, e hum Primáz das índias -ÍEÍkMI

;' f f .f popularmente eleitas, como nas Provincias do Brazil, pode-

Orientaes. Respirem pois, e a legrem-se todos aquelles, que

ria ter funestas consequências.

tem sido espezinhados pela prepotência Ecclesiastica, porque

A nomeaçaõ de hum Governador com as attribuiçoení

brevemente cahirá o Collosso do Despotismo, que (apesar da

. . « . de Capitaõ General seria incompatível com a junta actual


J
Sabia Constituição) ainda sustenta o seu orgulho nas terras


do Ultramár.

meramente militar, nos termos do mesmo Decreto, serí

Numero 105. insufficiente.

A commissaó foi informada de que, hum successo qu<

Segunda feira 6 de Maio de 1822.

parece feliz, fez que da junta actual sejaõ Membros doi:

Manda El-Rei, pela Secretaria de Estado dos Negocios de Marechaes, e hum delles seja a patente mais superior, e mai

Justiça, participar á Junta do Governo da Província da antiga d'aquelles Estados: que o Presidente seja o Conse

Bahia para sua inteiligencia e devida execução, que as Cor- lheiro Chinceller da rclaçaS, e dois Desembargadores ben

tes Geraes, e Extraordinárias da Naçaõ Portugueza, toman- acreditados, Membros da mesma junta : que esta governançj

do era consideração o que lhes foi representado por Joa- civil, e militarmente, s m collisaõ com outra patente mili

f
lii • ^ i - - 'L ^ L ff > ' | ' 0 * UtL ' 'l V

quim Ferreira Dias, natura! d'aquella Cidade, o qual expõe, tar, nem com outra aufhoridade civil.

e prova, que a Junta Provizoria do Governo da mesma Nestas circunstancias, pensa a commissaõ, que se devi

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• • D i • 1 y j ' i> . 'p«ry . t
Província por ordem expedida em 22 de Novembro de 1821 conservar a mesma junta em seu exercício, e suspender i

ao Juiz de Fora das Villas de Sam Francisco, e Santo Amaro, nomeaçaS de Governadores, até chegarem os respectivoi

raandára esbulhar o Supplicante da posse do engenho deno- Deputados, paira com a informaçaS delles se ajustarei!

minado Macaco que lhe fora conferida «m virtude de hum meIhor as disposiçoens legislativas ás circunstancias, em que

t .j ■ r • ' . ^
A ABELHA DA CHINA.
73

•e achaS aquelles povos. Sala das Cortes 4 de Maio de 1S22. seria o mesmo, que confundir em hum Curral os Lobos

£'" " • f■ +* m ... ' • '

Francisco Manoel Trigozo d' Aragaó Morato; Jozé com as Ovelhas!

••

Antonio de Faria Carvalho; Bento Pereira do Carmo ; Joaô Em que Historia leriaò estes Senhores, ou em que Via-

Maria Soares de Castello Branco; Antonio Carlos Ribeiro jante achariaô descripta huma Sociedade, onde fosse per-

de Andrada Macedo e Silva. mittido aos Particulares desacreditarem publico as insti-

tuiçoens do Paiz, e tramar era particular surdas machina-

VARIEDADES. coens, para derribar o mesmo Governo, que tem protegido

as suas propriedades, os seus Direitos, e a sua segurança ?


O Ímpio dissesrsA^áo ha Deos ; e obrou consequente á

Haverá desde o Polo Artico até às Terras Austràes algum


sua impiedade, em quanto a saúde, as riquezas, e o favor D

Povo, onde sejab permittidos similhantes excessos, mesmo


do mundo lisongeàraõ os seus appetites. Mas com os aunos

quando fosse certo, que se era obrigado a seguir o seu


vreraõas moléstias; com a dissipação veio a pobreza ; e o
J) 3 )
(J } O l» r f » J " (i (J M 'O '

exemplo ? Como se lhes mettêo pois em cabeça, que seria


mundo o abandonou, como costuma, de»dcque o vio des-
r f J jJL|.| i f| - .. . f ^

graçido. Entaô na falta de todo o soccorro humano, ira- tolerado em huma Sociedade civilizada, aquillo, que nem
? r

* • • * * ' < ' K aÍ


na mais Selvagem se pratica, ou se sofre ?
piorou o ímpio o do Ceo ; admittio hum Deos; e invocou

A Naçao diz tacitamente a cada membro, que a compõe:


a sua misericórdia, de que à pouco julgou poder prescindir,

<# • # •l() { ffc s *4

Obedece ás Leis, e a Naçaõ te defender á<=. Isto he em rezu-


e naò a precizar. Os Revoltozos, e Anarchistas também

roo o que se chama c=i Pacto Social. = Alguns membros


disseraõ desde 24 de Agosto de 182O=*.A^Í0 ha Governo ;==
J.

desta Sociedade desobedeceraô ás Leis; e naô obstante,


e começaraò a escrever, e a obrar consequentes ao seu espi-
; cun* U) ; - I 1

rito desorgani«adqr. Chamàraô revolta à reforma dos queriaô, que a Naçaò o« defendesse: isto he; rompêraò
6
^ .

Abusos, à cobrança de Direitos, à declaraçaõ dos Devêres; do seu lado o P acto Social, e queriaò, que a Naçaõ o manti-

an« fen oh: orf o *,airii .,;!] • (i - ,i . n. .f ;

chamàraô Código illuzorio à Constituição, que consagrava vesse: quebrarão os seus votos, e queriao que a Naçaò fosse
;
• • j ^ • - i .i i 'J i. I f • ol %) * ? ^ ^

estes Princípios; e Libertinos os indivíduos, que a Naçaò obrigada a sustentar os delia: queriao em fim, que a Nacaô

J 1,1 'jj/lfv ! !• Vi 3fi ( »I»f V f 1 ir ■ L * . ;*


" | • ' •* * ~ * * l ' Jl I • U viril JA •

escolheu, pira a representarem. Intrigarão nas Naçoens cedesse á vontade delles, e naò elles á vontade da Naçaõ !

t • m 9o * " "i.^uq M íoíisíij-Í jj.vm.'.»

estran geirass caluraniaraò entre os seus próprios Concida- Nunca se víq huma inépcia concebida com menos razaõ,

3H i , ^.oJudí iJ ♦ o i I voq i iq/oíj o ••••,•) . e' . (-> *

:
daons: prostituirão a Tribuna da Igreja a escandalozas nem sustentada com menos arte! Nunca algum castigo foi

ÍT •I
•U o •• / Ji . • &
"it

declam ç »e is; publicarão Brochuras, e Periódicos'; e nos mais bem merecido; por que nunca o Crime foi mais pa-

o raos ociiQjuioo) 8BÕ£DSBT ÕD i*)f fifi l *.-r i • t y


. s , ©

tente; e nunca mais se preciza de medidas repressivas, do


Cafés, nas Praças, nas Assembléas, o seu assumpto favorito
4êB ■ w M m* Wk £ # m
.1 'li íi I 9WP ' «•<
que quandó as consequências da Culpa se apresentaõ taò
era o d scredito d s novas lnstituiçoens. Reputando fra-
â J ' ' | q / ifU •tq#t' ,,,, (
•oh L I WJ9| O .o; :ojuu

extensas em prospectiva, que já nao seria tempo de reme-


queza a ino ler içiò circunspecta do Governo, a sua própria
rp ttfi t aLr* ."-li . '1A3 V ••

diallas, quando ellas começassem a produzir-se com toda


maldade o ♦ ce ou, e ilidiu; naò lhes deixando ver os
IV <1 <1
• ' • lí J: . ■ ' '

a sua enormid ide.


meios euer* icqs, e.jioderozos, que hum Governo tem sem-

?
;;Í r-iw ftíJÍi' .I veinimb/. f u i\ '1I 2 P %Bm* '1 I f;

Demais, que Partido sustentavaô estes Facciozos ? Naò


pre à suj di uo/ Çiò.contra taò desprezíveis Faccionarios, "

' - \ : l J(l 1JO í )1 L ' - SJJIMJ .Lr | .*ofí| LI' ) ri i .' '

desde o moJerado recuso de os espalhar por diversas Terras o das Cortes: contra as quaes, e contra o Systema Constitu-

- . V-:í :
,
de b úxo d i vigTiticit d is Authoridades, até ao de os privar cional, declamavaó em publico, e em particular. Naõ o

onn IA ÍJti JiÍJ . • fiiiiír iif : mi» rf» rr: ri.' * ',ir ' • • •• a »f '
:) H t

da exi Te.icia, e prover assim à salvaçao do todo com a de EL-REY ; que he o mesino que o das Cortes; principal-

i , , ,
perda de liqma p irte. ' mente depois qne ratificou perante ellas o Juramento ás

* • ' -'I/ii A - mjmmm «i tjí> MÍ - ■ ■ - ■'; i. v - • . , a 4t .

Mas logo que o Governo poz em pratica 0 mais mode- Bases da Constituição. Logo, eraõ elles inimigos das Cor-

■. ;n . •. tiuiiUrul

rado dos meios, para cohibir os mais avultados dos excessos, tes, e de EL-REY; e por consequência inimigos da Naçaô

" ' , .. . • ; i ;'1 l > f ( ' ^ • *' I kjk) j|'j ^ - ,

eis-aqui estes Detractores da Constituiçaõ invocando ós Entaõ tinha, ou naô, o Governo naõ sò o direito, mas a obri-

\ f £1"!' ' | .

Princípios, que ella proclamou, e que elles escarnecêraò gação de repellir os inimigos da Naçaô, e até cousiderallos

do tempo da sua prosperidade! Ei-los argumentando com como Aggressorcs contraa Naçaó, e contra EL-REY, seu

;s P 1» V* t g t. 1 g-\ L
V

a Liberdade individual; e naò vendo, ou naõ querendo ver, primeiro Magistrado? Isto he pelo que toca ao Direitor

que a Liberdade he para o Cidadaò, que cumpre a Lei, e vejamos agora pelo que pertence aos meios de lacto.

' . j
naô para o que a infringe abertamente: que Liberdade naô Era que se fiava esta dúzia de mizeraveisj para levar ao

I • .§ • -ym A ®

he devida, a quem delia se naò serve, se naô para privar fim o seu projecto de Revolução ? Onde está o Chefe, que

| Í iíIÍAA#® o, > _jéL * # - ^


• ' ' " *VV:"

delia oa seus Concidadaons, arrastando-os à Escravidaô dirigisse a Empreza? Onde a força armada para auxiliar
I V 1 I
t ^ •♦•o? » .i\; ^ |)

pôr meio da Anarchia; e que deixarem Liberdade taes huma mudança desta ordem ? Onde o dinheiro para as granj
r
01% QT&AXlSft ' •• nj|» r
\ f%Mr _f ^ i § #

indivíduos, iguabrado-os em Direitos a Cidadaoos pacíficos, dós des pez as, inseparáveis de taes acoátecirtiento6? Assim

.o*;i37o;> oa Mini v <>t/t / /


%

A ABELHA DA CHINA.
74 ,

se muda a face de hum Estado? Assim se cumprime a 2. Que a educaçaô publica deveria ser o objecto de huma
t I B C v i ■ L • à 1i * 4 •* • ■! i a' • > ^ t t ** t • • fi. • SB

Publica Opioiaò ? Quando a maioria da Naçaô be Constitu- CommissaS, por huraa maioria de 21 votos.
! 31 ' t if ..

cional j quando o saò os Representantes delia, e o seu Go- 3. Que a guarniçaô da Cidade deveria ser composta de

verno ; quando o bravo Exercito jurou defender o mesmo 2(K| homens com os seus competentes Officiaes, por huraa

Systema, que proclamou; entaô he, que huma dúzia de maioria de 20 votos.

Etpalhqfoios tentava faser frente a huraa tal massa de 4 Que era necessária huma Guarda de Policia, eompos-

resistência, e abalar o rochedo Constitucional? E inda se ta de Sipaes, por huma maioria de 14 votos,

dará, que o Diabo naô tenta as Creaturas, para as deitar a Que convinha conservar a Escolla R. de Pilotos por
m

perder ? Naô se costuma por ventura diser, que o Peccador» huma maioria de 24 votos,

que perservèra no peccado, tenta a Deos ? E na5 poderá


6. Que se deviaS consertar os empregos públicos exis-

igualmente diser-se, que os turbulentos, que se obstinavaõ lente3. huma maioria de 3| Totoj

em inquietar a Naçaô, e despresar o Governo, tentavaô este 7. Que 0 novo regulamento para o Commercio ;deveria

mesmo Governo a dar com o supplicio delles hum grande ser objecto de huma Commissao, por huma maioria de 53

exemplo ao Publico ? Quem lhes valeria no dia da tribula- Votos


CARLOS JOZE PEREIRA, Secretario.

J » 0

çaô, quando o Governo tivesse desenvolvido todo o apparato

horrozo da Força, que reserva contra os inimigos da Or- CORRESPONDÊNCIA.


« I

dem : . quce preparavit in tempus hostis, in diem pugna, Senhor Redactor da Abelha de Macao na China.
. •» • $ • * t * • * r **) • •• v •

et bellif
Rogo a . . . queira fazer-me o obzequio de merespon-

» • Jj* > ' ;♦ f ^ * ff A* I ' V M 0

Se pois naô pôde duvidar-se do Direito do Governo; se


der às seguintes perguntas, às quaes, julgo se naô negará;

pois naô pôde duvidar-se do seu poder, e força; eraô rema-


visto que ellas sa5 todas tendentes ao bem Publico.
»T pfln f ■ '»« f 'f f , 1 ! . L fl f « »

tadamente loucos, os que assim corriaõ à sua perdição, sem


1. Se os Habitantes; e o bocado da Ilha de Macao, con

a mais leve esperança de hum bem fundado successo. E


stituem parte da familia e território de Portugal.

-
como. eraõ no mesmo tempo eminentemente indignos da
2. Se fazendo os Habitantes de Macao parte da família
' 9% ^ #»•»># » • r V f ( •
J •
3 n v t>MrN • I . r 9
* ^ . . - • *

Liberdade, pelo maô uso, que delia fasiaft, esta Liberdade


Portugneza, saô sujeitos a pagar em geral os mesmos Di-
— 7 » » , f *1 f f 'I « v .
• • _
lhe foi coarctada; e is-aqui a que o Goveino julgou por
reitos, tributos &a. que pagaõ os Portuguezes em Portugal,
> fí v o o

ora de ver limitar o exercicio do Poder, que a Naçaô lhe


t 1
' Atlf| ' f T • , 'T rrf.
Ilhas adjacentes, Brazil &a. &a. &a.
t r - * i T) . u i D . r 1! íi i 11 • i I *

confiou para a sua segurança. Este Governo está à leria,


IV * ff! »• vv f r , •> /v» ('f 'tl • 1 p «Vt t■ * r* 3. Ss os Habitantes de Macao se constituiraò com o
I 0}
: : i . r.

e nós todos com elle, para vigiar os Sediciosos; pois que


poder de lançar fora do Governo Authoridades postas pelo
1 r
' ■ í •* f. . f ' J vj i , i | r J t '/ (Wt Ú »

se trata de concorrer para o socego, e felilidade geral, que


Ministério, o tem também de se reformarem.

na8 se compõem se naò do socego, e felicidade de cada hum


0 4. Se se devem chamar sobras, os excessos da despeza
J' f '

de nos. Vem por consequência a ser inimigo de cada hum


das folhas, Militar, Civil e Eccleziastica, provenientes de hQs
ri ff f-r • •

de nos, quem he inimigo do Governo, e do Systema, que


relaxada AdministraçaS, ou àquelles cuja igualdade tribu-
1
'. ti I ÍOX/ * nolxffS o.iihí- {

elle promove. Assim o entendemos, e assim esperamos, taria, parece deveria recahir em ou pela razaô de huma

Pí " ' fj y * f i ' .

que todos o eratendaõ comnosco. Nos queremos o império


mesma familia.
r

da Lei,, e naô o império do homem, se algum homem


Espero da sua liberalidade haja de se naô denegar a taõ
1
- •' ■ ' ' «iírf a ' . f
i I nio ob

quiser ser mais que a Lei. he primeiramente hum revoltoso,


justa supplica, ora e daqui era diante pedidos se o tempo
r
. • # c o >.s.;!•; - • • ' n nvr. .

e depois hum tyraono;e contra os tyrannos, e os revoltosos,


me der lugar a pegar na penna, persuadido de que hum ver~
•) q 7 / ffM

estamos promptos a cooperar quanto em nos cabe, para


dadeiro Constitucional ja mais se deve insentar de concorrer
' 1 P<v j) p' ' f '' Pf) "J 1
f ;q » qp'* ^ I r • ^ I-, pL .

que o Governo os conheça, e castigue ; pois que vai nisso


com as suas luzes, conhecimentos e dinheiro para a salva-

a felicidade de todos.
1? «•-«« ! f IP çaõ da Patria, e ultimamente com a própria vida, único

dever do Cidadaõ liberal e Constitucional, e primeira lei


w OB|> 1 Bfll - a 4 • '«DJ ?;•*'' í fttt

Secretaria do, Governo de Macao 18 de


9
• niti dm • ^. t - í ; o '; • j ( «. i«• em todas as associaçoens politicas, pelo que lhe ficará mui-
f »T/Tu V I 19 o m ! i A ' i : i

Janeiro de 1823.
to obrigado. O seu muito attento venerador e criado
I 41 flf

Tendo-se examinado ast. opinioens, dadas em Concelho Macao 13 de Janeiro de 1823. CONSTANTINO GUELFi;
CiJ 0{|f| j J r#«ri ' ' ffí ft #i M"i* k ,f#

Geral e por escrito, sobre as 7 questoens propostas na Abe-

lha N. XI, acharaõ-se os seguintes resultados. Afalta de lugar nos privou de responder nesta folha à car~
*• I - • «A J • |

1. Que naô devia haver mudança alguma na forma actu- ta do Senhor Constantino Guelfit a qual, ficando jà na im-
ê*t hirji, .., , 17: 7JJ77 u JffV "4 p !•«.••• / ' | .. , r • . f •

al do Governo, a the novas ordens do Soberano Congresso, ' prensa, sahirú no primeiro numero da nossa Abelha.
r< 77
' ~ ■ ■ r ,* Si' w. )--v< i p • ■« .»■

por huma maioria de 39 votos. I 0 Rbdjctm.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.

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QUINTA FEIRA, 30 de Janeiro.

" HOC TEMPORE

OBSEQU1TJM A MT COS, VERITAS ODIUM PARIT.' TERENTIUS.


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interesse tinha na boa, ou mà éleiç: ò para Deputados, alem


MACAO.

dc naõ ter os conhecimentos nessarios para esse fim, e que


EXTRACTO DO ASTRO DA LUZITANIA.

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RO ÍJ *)
só o que se deveria exigir neste cazo era homens que tives-
Sessão do dia 19.

*
sem luzes, para saberem o que lhes convinha e produzirem

J-Jida e approvada a acla da precedente Sessão, o Sr.

huma representação de homens dignos de exercerem

Felgueiras, deu conta do expediente, em que mencionou

tal lugar.

vários officios remettendo diversas Consultas, e informa-

. _ i O Sr. X. Monteiro, naò concordando em nada com a

çoens sobre objectos particulares e illustraçoes que algu-

doctrina da indicaçaó, com tudo approvava o seu espirito;

mas Cominissões havíaõ requerido.

, , i ih e fasendo a analise observou que ella comprehendia os


T
Proçedendo-se à chamada, se acharao presentes 111, **
1
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^ KW v ' ' '; ' ' 1
TAroaloifAc a om crprn 1 ns hnmpní n^n!;iririJík. P ílllft
Jornaleiros, e em geral os homens assalariados, e que

faltando 31 Srs. Deputados.

por consequência estavaó na mesma regra dos criados

Entrou em discussão o additamento do Sr. Guerreiro

de servir, com a differença destes o serem por mez, e aquel-

ao artigo 33 do Projecto da Constituição sobre o plano das


f 1
** * / : ''
les por sèmana ou dia, que deste modo elle approvava a indi-
eleições, o qual hè da maneira seguinte"Seraõ excluídos

> «- _ . ...
caçaó, porem que para uso nada mais era necessário do

de votar nas eleiçoens para Deputados, todos os jornaleiros


p I '• J - | f" ) ' Jj,} T *"V > f* J \ f' J À l ry ,
que dar maior extençaò aos criados de servir, e por isso

e artistas mecânicos que naò tiverem tal, ou qual estabele-

era de voto que no artigo que trata delles se digau E aos

cimento «lo seu officio,, o Sr. B. Carneiro impugnou esta

f
Jornaleiros. „

doutrina, por ser o ultimo corte, e o mais fatal que se podia


rj
tiT pio . tíb í ; o ? 9S
O Sr. C. Seabra, depois de faser algumas observaçoens
dar no Collegio eleitoral: disse que era deste modo que
O * - » • • 04
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sobre o que jâ estava vencido, isto he, que naò houvesse
se redusiriaõ as eleiçoens aos ricos, nobres, e fidalgos e que

differença entre Portnguezes, e Cidadaons Portuguezes,


por consequência estes só elegeriao dos seus collegas, e en-

9 9
*"} fí 'Tl! 1' ! \J " ') * I • ' 4 f ' * m • t " . #
lembrando a delicadeza adoptada pelos Athenienses, e Ro-
taõ nos reduziriaõ a huma Constituição aristocrática: que

#m * <jhr iq1 Cíl 'L PflMOV')Ul) Tlli I


manos, opinando ao mesmo tempo, que naõ fosse admittido
se deveria attender ao grande corte ja dado, em se estabe-

...
ao exercício dos direitos politicos o que naõ tivesse pro-
lecer a idade de 25 annos em excluir os que nao souberem

\ fffll . " » M - f| '\ f • V|f|l


priedade territorial, ou estabelecimento de Commercio, ou

ler e escrever; e sobre tudo os criados de servir; que por

Industria.
este modo e excluindo ainda os trabalhadores e officiaes

Os Srs. C. Branco, Miranda, V. Barboza e Feio impu-


mecânicos, aconteceria em muitas Aldeias de Portugal redu-

; )■. : '\f r:

gnaraS aindicaçaS, e o Sr, A. de Carvalho, sendo da mesma


zirem-se os Collegios Eleitoraesa 10, ou 12 pessoas: rogou

i . *
opinia5, accresentou, que esta indicaçaó deveria ser rejeita-
que se lançassem os olhos para a França que adoptou este
• • •

da, por ser fundada em principio», com os quaes se combate-


principio, e posto nao tivesse huma Constituição tao liberal

raSas eleiçoens directas: que sendo estes argumentos todos


-ssim mesmo restringirão pelo novo metjhodo de eleições e

J '!
rejeitados por este Congresso, também a indicaçaó o devia
que assim olhando à presistencia, e segurança do nosso
1i rt V \ A /»»■*,

edeficio constitucional j elle votava contra a indicaçaó. ser; foi seguido pelos Srs. M. A- de Carvalho e Ferraô o

[\\-X () j • » ' I lJ,r) Â: . ; 9


y:f)! ; V; # • y 1

seu author ainda procurou defender a indicaçaó, comba-


0 Sr. Guerreiro procurou por hum extensíssimo discur-

tendo as idéas ate ali i expendidas contra ella; afinal jul-


so combater cada hum dos argumentos do Sr. B. Carneiro,
... o í;

gou-se discutida, e propondo-se à votaçaó a primeira parte


dizendo que hum homem sem estabelecimento, nenhum
m ■ _• t* m m « • 0 « .m € r\.
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1
A ABELHA DA CHINA.
76

Beneficio, ou Officio se supra a sua sustentaça#; termo


da indicaça#, ficaraõ 09 votos empatados. Houveraõ varias

alias cnvilozo, feito de propozito, e depois de excitada a


reflexoens sobre o modo como se havia de decidir a ques-

questa#, que deo matéria a esta appellaçaõ, e que palpavel-


tão: leo-se o Regimento do Congresso na parte respectiva,

mente se conhece mandado fazer para illudir o Direito


e na conformidade delle procedeo-se a 2, votação, e foi

Commum, eo Acorda# ja havido desta Relaça#. Por


rejeitada a indicaçaõ por 56 votos contra 49 : a segunda

tanto, e pelo mais dos Autos julga# sem vigor aloura a


foi totalmente rejeitada.
O íb

imaginada concordata, para oeffeitode obrigar o Appel-


Leraó-se algumas indicaçoens, incluindo additamentos

lante, ou outros Clérigos extravagantes a servir no Choro


a este mesmo artigo do plano das eleiçoens.

da Só, ainda mesmo nos Pontificaes: nullo, e de nenhum

Para evidenciar o que acabamos de dizer no nosso nu- effeito o termo, pelo qual fora# addictos novissimamente ao

mero antecedente, inserimos o seguinte Acorda#, o qual serviço de Cathedral 09 Clérigos extravagantes; sem vi^or

mostra coiu clareza os excessos da authoridade Ecclesi- de obrigar a carta notificatoria, folhas, violento, e incano-

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astica nas terras ultramarinas. nico o procedimento havido com Appellante, em se lhe

mandar pedir perda# ao Vigário Geral, por na# ter assis-

Acordaõ em relaçaõ, prezente o Exceilentissimo e Reve-


tido as funçoens dezignadas, e por se lhe mandar pedir

rendissimo Senhor Arcebispo Metropolitano, e Primaz


perda# ao Cabido, por na# ter ido cantar a estante, e nos

d' Oriente do Concelho de Sua Alteza Real, &a.


outros procedimentos havidos em consequência deste fic-

í
Que mal julgado foi pelo Juiz a quo, e que todo o proce- tício, escândalo, e dezobediencia, ainda que se na# ne°-a
* b ^

que o Appellante deveria pelo respeito devido ao sea


dimento havido neste assumpto contra o Appellante foi

Prelado nao questionar de direitos, e dar exemplo de huraa


incanonico, e violento ; pois sendo expressamente prohibi-

cega obediência. Declara# outro si, que os Clérigos


do obrigar os Clérigos extravagantes ao serviço da Cathe-

dral, naõ podia elle Appellante ser obrigado a hir assistir extravagantes na# podem ser obrigados pelo Ordinário a

hir cantar no Choro, nem com o pretexto que os Capel-


ao Choro, de que naõ he membro nos dias designados na

laens, ou Cantores foraõ empregados nos Pontificaes a ser-


Tabella, ou carta notificatoriayb/Jzas, nem ainda com o pre.

• • *

texto da suposta concordata, em que o principal motivo al- vir immediatamentc o Prelado, e só saõ obrigados os

legado, era a conhecida pobreza dos Clérigos, e o serviço mencionados Clérigos sxtravagantes a assistir a funça# dos

da Sé Calhedral athe entaõ feito, se allegava unicamente Santos Óleos; Procissa# de Corpo de Deos, e outras

como cauza impulsiva, para se obter a sepultura pedida, e


procissoens que forem geraes da Cidade; nos Pontificaes

naõ como obrigaçaõ futura, que sobre si tomassem, que


porem sa# obrigados unicamente sendo chamados a servir

aliás naõ podia ser posta, senaõ por Corporação, que tivesse iramediatamente ao Prelado, pagando-se a cada hum delles,

força de obrigar os membros vindouros, o que de nenhum


o que se costuma pagar na Dioceze aos Clérigos in Sacris,

modo aparece na chamada concordata, feita pelos Clérigos,


que vaõ nas Freguezias servir nas Missas, ou Vesperas

entaõ existentes, e que naò era# addictos a alguma Socie-


Solemnes, e que actualmente vem a ser pela Missa huma

dade particular, legitimamente eslabellecida, o que ainda


pataca, pelas vesperas meia pataca : Declaraõ ultimameute

melhor se conhece, de que os mesmos, que se diz terem


para evitar futuras questoens, e na conformidade do Cere-

feito a concordata, fora# os que appellara# em 1783, quan-


monial dos Bispos, que o serviço, porque o Appellante, e

•j 4 | r.

do os pertenderaõ obrigar por huma Tabella semelhante


outros Clérigos extravagantes sendo chamados tem obri-

ao serviço da Cathedral. Nem elle Appellante podia ser


gação de ir, be de PFesbytero assistente, Diácono assistente,

obrigado ao serviço do Choro, mesmo nos Pontificaes pelo


Diácono, ou Subdiacono de Missa, levar o Báculo, a Mitra,

• n 1

esquizito termo, com o qual se additara# posteriormente


o Livro, a Candella, faltando para isso Ministros sufficien-

os Clérigos extravagantes a Cathedral, citando muito mal


tes dos empregados na Sé; mas de nenhum modo, como

* - * «»* • t f1 > 1
a proposito o Concilio de Trento; pois os Clérigos na#
fica dito, podem ser obrigados a ir supprir as vezes dos

sendo addictos na suaordenaçaõ à alguma Igreja particular,


Capellaens, ou cantar a titulo, que estes foraõ exercer os

se reputa#, e fica# addictos a própria Parochia, como opti-


mencionados ofiicios, e na# tem obrigaçaõ os referidos

O f tf\

mamente entendeo o Exceilentissimo Senhor D. Alexandre,


Clérigos extravagantes sendo ordenados in Sacris, fazer

declarando isto mesmo na sua Pastoral, e he pratica geral


outros officios mencionados na Cereraonial, que podem ser

de todas as Diocezes, bem entendido, que quando a Paro-


suppridos por Menoristas, Meninos de Choro, e Sacristaens,

chia he a própria Sé, nem por isso fica# addictos ao serviço


como se pratica nesta Sé Primacial, e deste modo daõ

tio Choro, na# tendo sido ordenados a titulo de algum


por julgada a prezente cauza de Appellaçaõ; e absoluta-
A abelha da china.
77

taò critica e peculiar, pediria como necessários para a con-


mente interpretado o primeiro Acordaõ. Palacio de

servaçiÔ deste assim mesmo mui importante estabeleci-


Partelim aos 28 de Abril de 1-813. Rubrica Nossa, Joze

mento, certos privilégios, ou izençoens d quellas Leis ou


Paulo da Costa Pereira d' Almeida, Henrique Joze de

resoluçoens, as quaes ainda que sanccionadas p ira cad i huma


Menezes e Noronha, Antonio Jeaõ de Ataide, Antonio

das partes integrantes da Monarchia, a sua execuçiS se

Francisco Gomes, Fui prezente Paulo Antonio Dias da M •|

tornava impossível em Macao pela restricçaõ, e circuns-


Conceição.

Este Acordaõ se acha registado a f. 64, do livro dos tancias do paiz.

3. Fizeraõ o mesmo que seus Irmãos em diversos pon-


registos da Camara Episcopal desta Cidade.

tos da Monarchia, e para o que huns e outros se julgaras


' • •' -

CORRESPONDÊNCIA. authorizados pelas declaraçoens do Soberano Congresso.


W *4 » * % - I A 1 '.,1

Porem prescindindo desta mais que sufliciente cauzal,bastaria


Em o nosso numero anterior deixamos inserida a Carta,

lembrar, que a perturbação, e dezasocego publico pela in-


que nos remetteo o Senhor Constantino Guelfi; em que

gerência politica, e mesmo reacçaõ hostil, que se temia da


nos pede lhe demos a nossa opinião particular sobre cada

hum dos quatro quezitos constantes da mesma. E posto parte do Governo China, o que traria sem duvida, alem da

que o nosso juiso a este respeito naò possa inclinara ba- perda do estabelecimento, o perigo eminente, e geral assim

lança da authoridade mais do que o de qualquer individuo, da propriedade, como das vidas de todos os Portu<rezes de

Macao (c)$eria cauza justíssima para a medida adoptada pelo


como nos, mesquinho de conhecimentos da Legislacaò,

povo: pois a Suprema Lei do Estado he a sua conservação.


politica, e economia publica, e ainda talvez em outros

Mas também pela rasaõ citada ficou inhibido ao povo de


ramos auxiliares, e indispensáveis para dar huma resposta,

mèxer,ou bolir no governo huma vez, que foi popular-


que sem passar de opiniqò meramente doutrinal, seja ca-

mente instalado. Pois verificada a eleição, que a Lei lhe


thegorica, bem fundada, e deduzida: sem embargo o res-

faculta, fica este sendo huma massa obediente, e sujeita à


peito, que nos deve seu author obriga-nos a arriscar o nosso
™ o

mesma Lei. A isto accresce, que no acto da eleiça#


parecer, que he o seguinte.

sollemnemente se comprometteo de conservar sem altera-


1, Os Habitantes de Macáo pertencera (e sempre perten-
1
£ • • *1 # I A«
* "* '• . • ' " • () T
çaõ o novo Governo athè a decizaõ do Soberano Congresso.
ceraõ) à grande família Portugueza, como a parte ao todo,
O

4. Se os redditos nacionaes saõ v. g. de 100, e as despe-


ou huma piquena fracçaõ ao numero inteiro, e disto haò
1
çiOiJi.. ^* a Tl **'1 ta *T

zas necessárias de 80, ainda que pelo descaminho, relaxaçaõ,


dado bera recentemente provas taò decisivas, apezar da sua

, |

péssima economia dos funccionarios, ou encarregados


posição geográfica, e de outras politicas circunstancias, que
9

públicos da Administraçaò seconsumaoas 100 da hvpo-


se lisongêaS merecerás do Soberano Congresso, e do nosso
>• ,

theze; segue-se que sendo as 80 a verdadeira despeza*


adorado Monarcha, o 'Senhor D. Joaõ vi. a maior appro-

o resto reputar-se deve como sóbras, naò para o effeito de


vaçaõ, e agrado. Mas do seu piqueno território, circuns-

9 1 1
' * m ' - ^ ^ 9' •! j t. "í í; ' 11 j o i:! ) , j■ (' ' 4
exigir a naçao o que se evolatizasse por negligencia dos
cripto ao curto recinto de seus muros; pagando annual

mãos economos ; mas para pôr dique aos desfalques; ou


feudo ao Soberano da China(a) se decedirà por este tributo

má administraçaò. O Redactor.
quem seja o Senhor Directo, e de quem o domínio util.
#
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2. Pela razaõ apontada se deduz evidentemente, que

naò podem ser postos ao nivel dos outros Cidadãos Portu- Senhor Redactor.

guezes relativamente às contribuiçoens, em cujo lançamen- Muito mà praga he o dêmo da ignorância. Contar-lhe-

to se haõ em vista bens immoveis, permanentes, e a sua hei hum caso, de que fui testimunha nos dias passados.

propriedade directa e absoluta, (b) Pois nenhum outro Achei-me com hum xarlataò prezumido, e com outro

homem, ainda que sem letras de bastante senso por nature-


estabelecimento taõ restricto possue a grande NaçaS, a que

pertencemos. A fora desta rasao, naò havendo para a sub- za. Disse aquelle que certo Fulano era sujeito muito

sistência publica, e indivdual de todo este povo ramo algum sábio, e douto; e a rasaó hè por que sabia, inglez, fran-
J o vi * .»

de agricultura, artes ou industria, à excepção do limitado cèz &a. Naò esteve pelos autos o segundo quanto à rasaõ,

Commercio, hoje mui diminuido, e contingente; situaçaõ


ou prova. Por que, disia, eu conheci hum marinheiro,

— — -

(a) Ab initio nonfuit $ic= Quando publicar-mos as me- dreiro, à nossa custa, certa quantidade de dinheiro ao Manda-

morias para a Historia de Macao, ver-se-ha com dor, que os rim China pela licença para elle nos servir.

Solypsos deste paiz foraò a verdadeira causa de perder-mos, (c) O fatal exemplo de Leampô, em que foraõ massacrados

o que tinha-mos e possuia-mos.


indistinctamente todos os Portugueze9, e a perda deste pri-

(b) Nem abrir huma porta, levantar hum pedaço de muro


meiro morgado, que possuimos na China, estaõ ainda bastanU

cabido, e menos ainda huma caz& podemos, sem solver o pe- vivos na Historia.
A ABELHA DA CHINA.
78

que* tendo embarcado muito tempo e u diversos Navios de^ ultra do saber qualquer petimetresito, que bacharela quatro
_ Jj V -B ■ *•

diferentes naçberrs filiava, e feria bem o porlugutz (era palavras era inglez, ou francez. Quisera em fim, e quero,

filho dc Lisboa) o friíncefe, o inglez, o itliano,-e ainda o que se persuadaò, que o sugeito, que falia sera ter cabed^J

arabe, porém quanto ao mais andava em pè por dispensa. scientifico be hura sino com o seu badalo; e se a compara-

Ora se o fallar muitaslinguas, faz sábio a qualquer homem, çaõ lhe naò apraz, lhe chamarei papagaio ; pois inglez tam*

aquelle animal, que só tinha de racional a figura, e a lingua, bem fallava o que o Conde do Funchal tinha em Londres

seria mais douto, do que hum Filosofo xapado, hum Ma-


no poh iro á porta do seu palacio. Vamos a Inglaterra e a

tbematico profundo, hum Jurista de nome, ou hum Medico França, e perguntemos quantos Collegios há em que se •

de maò-cheia, que naó possuem muitas veses senão a lin- ensine a suave, e magestosa linguados Barros e dos Camões,

l f 1 » '" * / / • I 11 t\

goà materna, e a latina, e quando mais a grega. Alem de ainda que ella seja legitima filha da latina ? (a) Dir-nos-ha8

que, accrescentou elle, supponha-se que hum homem sabe que nenhum, e que sò quando muito a aprende o filho de

que hum animal quadrúpede, mui commum em toda a algum negociante, que se destina para comprar pipas de

parte se chama em portuguez = burro = e que outro sabe vinho no Douro. Nab foi assim neutro tempo. Eraò os

= em fra- extrangeiros que aprendias a nossa se queriaõ com os por-


alem disto que se nomêa em latim = asinus

cês = ane em inglez ass e que = miccio em ita- tugueses o trafico mercantil. Os nossos maiores tiveraS
B

liano burro hé. Quantas ideas ha nestes dois sugeitos ?


o merecimento, e a gloria de faser universal a sua lingua
* •

lluma só, que hè a idea de burro; que hum exprime sô desde a fòz do Tejoathé as praias do JapaS nos últimos

por este vocábulo, e outro por mais quatro sons arbitrários, Confins do Oriente: Em toda esta distancia immensa"se enten-

e aereos = asinus = ane= &a. Ora se a inaior sciencia dia, contratava, e fallava a lingua Christã, que por antho-

f '♦ • ff lin V [ tr ' 1 #•!a» I • mi! v -

consiste na maior vastidaõ e solidêz de conhecimentos, ou nomasia he a portuguesa para com tantas, e tau diferentes

ideas ; estes dois sugeitos naó tendo mais que huma, e a naçoens. Os Hollandezes, e seus vesinhos os Ingleses quan-

mesma idea, segue-se que, cceteris paribus sa5 iguaes na do depois viera5 a Asia colher a seara que nem sementaraS,

Sciencia, que hea do burro. O XarlataS, por mais e mais nem era sua, se quiseraò ser entendidos foraõ obrigados a

penotes, que deu, na5 pode responder ao rústico sensato,


aprender o vasconço portuguez. Mas hoje por huma con
i u :*i q) í f; ' // . \ , £ . ( *1
ff |J () fTJO'J ' % M í i i í

que o levou á parede. Esta aneedota curiosa servindo


tradicçab dolorosa he isto ao revés !

para ensino, e desengano dos stupidos, e bardos, e mais ^m ultimo resultado permitta-me, Senhor Redactor,
11 | • •

ainda da quelles, que o naõ presumem ser, mereceria ser esta pjqUena apostrofe = O' vós Sábios da Europa, que

copiada na sua Abelha. Lastima he que no Século 19 tendes indicada por tantas veses a necessidade de organisar

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hum mero polyglóto, cuja, sciencia se lemita a quatro huma lingua universal arresoada, e filosófica para poupar

n .T / < y i ' (> , / #

«= messiurse a dois = gods =de ordinário bastarda- ao genero humano o insano trabalho de embutir em seu
i O ) 3 »^ D J*" I ' '

mente articulados,
7 se gradue como hum abalisado SabichaS: cerebro tamanhos, e taõ disparatados codigos de tediosas
o
• ♦ I I rf « > . ■ f*#'< . •>! . r . 1 • i f'\« « i k k o • •!

e maior lastima ainda hé que haja Pais, que consomem em nomenclaturas, que faseis ? Apareça já essa imaginada

dar aos filhos esta superficialissima instrucçao multa millia bainhadas línguas, e em mim, ainda que já hum pouco

palacarum, somma mais que sufficiente para os encher de duro, tereis o primeiro, e roais assíduo dos discípulos,

riquesa iutellectual, quer em bellas letras, quer nas sciencias | 0 Censor,

positivas, naturaes, ou exactas, que a naçab hoje tanto

promove, e aprecia. Eu naô lhes disputo, que o conheci- noticias marítimas = sahidas. Aos 26 do corrente

mento das línguas vivas da Europa seja hum adorno, e huma o Navio Barretto, para Bengalla Capitaõ Antonio Jose de

. 3S |

prenda mui util para o trato, e para o negocio, e ainda para Vasconcellos

— —

as letras; 'porem quisera que a instrucçao, nos que podem,

(a) E na lingua, na qual quando imagina, •

fosse mais avante ; que a polyglólo-mania naò fascinasse


Com pouca corrupção crê que he Latina.

Qll I • i •' ' ' ' *' * J ') /; ' f1 Í " ÍJ ^ # ) (i P


Camoens Estanc. 33 C. 1
os ignorantes por tal forma, que se repute como o non plus
••

• *

m■

AVIZO. O Cidadaõ Joaquim de Souza, estabeleceo liuma Caza de Comnaercio, e Agencia, que principiará no 1 . de

Fevereiro proximo; e todo o manejo da Caza será debaixo da firma de Joaquim de Souza, Filhos, & C.a, e os assinantes

delia seraò os Cidadaons Joaquim de Souza, Cypriano Antonio Pacheco, Feliciano Narcizo Ozorio, e Joaquim de Souza

J unior. Macáo 30 de Janeiro de 1S23. ,

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.
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.Híldlclil £lx IO/17 «IÁT D lívlir' nfTí - AMM mm W
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QUINTA FEIRA, 6 de Fevereiro


N .XXL 1823

♦ . " HOC TEMPORE

91
OBSEQU1UM A MICOS, VER IT AS ODIUM PARIT. TERENTIUS.

que naquella parte da Europa, que obedece a ElRei Fidelís-


MACAO.

simo, havia huma grande penúria de azeite, e de pescado»


COPIA DA BULLA PONTIFÍCIA.

De azeite ; por que a violência fortíssima das tempestadesi

M Nome de Nosso Senhor. Amen. Saibão por


tinha arrancado desde as mais profundas raizes olivaes inte*

toda a parte todos, que no dia 16 do mez de Janeiro 'ros; lançando algumas vezes as oliveiras longe dos lugares,

do Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de em que se achavão plantadas: e de pescado ; por que

1822, e do Pontificado do Sanctissimo N. Senhor Pio Papa


tempestades furiosas, que se levantarão, e cairão sobre

vii. o 22. Eu Official deputado vi, e li humas Letras Aposto-


0 os barcos, em que os Pescadores Portuguezes, e Algarvios

liças em fórma de Breve, expedidas de baixo do Annel do


saião a pescar ao mar, a huns devorarão, e aos outros de-

Pescador, do teor seguinte, a saber — Fóra, no sobrescripto


struirão. E alem disto, por que lhes he mui perigoso, e

— Aos Veneráveis Irmãos Patriarca de Lisboa, Arcebispos


arriscado o sairèm a pescar; pois que Piratas infestão as

Bispos, e Amados Filhos Abbades, Priores, e demais Ordi-


costas do Portugal, e do Algarve cora latrocioios marítimos,

nários de Portugal, dos Algarves, do Brazil, e Ilhas— Den-


e acoramettem os barcos dos Pescadores. Também em

tro — Pio Papa vn. Veneráveis Irmãos, e Amados li- I razão do contagio, que presentemente assola a Hespanha*

lhos,-'Saúde e Benção Apostólica. Estando a nosso cargo se 0ppf)e hum novo, e particular impedimento aos Pesca-

vigiar sobre todo o Rebanho Catholico, he necessário que dores do Algarve, que costumavào ir muitas vezes pescar

Nòs cuidemos, e instemos, em que as Leis da Igreja, que no mar Mediterrâneo. Por que lhes não pôde ser livre o

se encaminhào a refrear as paixões viciosas dos homens, e irem agora ao mar, impedindo lho Guardas, e Leis, que se

a elevar os seus espíritos á contemplação das cousas ceies- |j,es jem intimado, com o fim de que o contagio se não pro-

tiaes, sejão por toda a parte observadas com a maior ap- pague da Hespanha para o Algarve,e Portugal. Também se

plicação, zelo e diligencia. E como a este fim admirável- (jlz n£ 0 ge p0de remediar a penúria do pescado fresco com

mente conduzia a Lei, que ein certos dias do anno determi- 0 salgado, que se importa de Paizes Extraugeiros, em

na a abstinência dos alimentos mais nutritivos; por isso razão do vicioso modo, que là usão em o salgar, e seccar;

sò com grave causa Nos deixamos dobrar pelo rogos, que constando já por experiência, que de comer semelhante

se Nos fazem a que afrouxemos alguma cousa da seve- J peixe salgado tem muitas vezes resultado perigosas enfer-

ridade daquella Lei. Porém quando ha pouco da parte


midades. Também se Nos refere ter isto chegado aos Povos

do Nosso Caríssimo em Christo Filho João, Rei Fidelíssimo I j,v u.. *i j i r


' do Brazil, entre os quaes os mui grandes calores fazem

do Reino Unido de Portugal, dos #Algarves, e do Brazil, com que de ordinário se padeça por debilidade de estoma-

pelo Nosso Amado Filho o Commendador Pedro de Mello g0^ e que 0 peixe> tanto fresco, como secco, custe alli

Breiner, seu Enviado junto a Nos, e a esta Saucta Sede, se muito a digerir. Em razão disto a pesca entre os Brazilia*

Nos pedio, que todos os que habitão nas Regiões, que nos Se acha quasi diserta; e posto que se possa promover,

lhe sàõ sujeitas, no tempo da Quaresma, enos oitfrosdias certamente a9 Províncias bum pouco afastadas da costado

do anno, em que a comida de carne, ovos, e lacticínios se mar, ver-se-hiio privadas do pescado fresco, por seremos

prohibe, pudessem por Nossa Indulgência, e PermissSo usar caminho9 muito má<)9> e por isso mu; C0ntrari09 a0 trans.

delia, taes cousas se Nos expuzerio, que fizerão huma certa ()orle) c importaç>ío de toda a sorte de generos. E quanto

violência ao Nosso animo, e o obrigarão a que condcscen- | ao azeilc> os Brazi|eiros DÍ0 0 ,em senão con)prado á custa

desse com as Regias Supplicas. Por que se Nos referio de alto preço, pois lhes vai todo da Europa. E não parece
ou
A ABELHA. DA CHINA.

poder-se occorrer a estes incommodos com lhes permit- Pias,ou devotas Orações. Ficando porém em todo o seu

vigor a Lei do Jejum nos dias, em que ellc he determina,


tirmos, que nos dias de abstinência possão aquelles Povos

do, e guardada no de mais a Constituição do Papa Benedi-


usar de alimentos de leite, e ovos, mas não de carne. Por

to xiv. de feliz memoria, Nosso Predecessor, acerca de se


que se nos referio, que pela maior parte do anno nas Re-

não dever usar promiscuamente de comidas de peixe junta-


giões da Europa, e do Brazil, sujeitas ao Rei Fidelíssimo,

mente com comidas de carne, e sendo exceptuados deste


ha huma grande falta, e carestia ao menos de leite. O uso

Indulto os dias das Quatro Têmporas, Quarta Feira de


pois do leite, e dos ovos, sendo concedido nos predictos dias
'jàfc*

Cinza, todas as Sextas Feira da Quaresma, e os últimos


de abstinência, conviria só aos ricos, cujo numero em

quatio dias da Semana Sancta, e sendo do mesmo modo


nenhuma parte he grande: e a todos os outros menos

exceptuada? as Vesparas da Natividade de Nosso Senhor

abastados em bens da fortuna, para favorecer os quaes o

Jesus Christo, da Annunciação, c Assumpção da Bema-

Nosso amor paternal Nos deve fazer sollicitos, nenhum

venturada Virgem Maria, dos Sanctos Apostoles Pedro


allivio causaria. Tendo-Nos estas cousas sido expostas, e

e Paulo, e todos os Sanctos. E Queremos, que este In-


patenteadas em Nome do Nosso Carissimo em Christo
y

dulto valha pelo espaço de 6 annos, que terá princípio no

Filho Joio, Rei Fidelíssimo ; desejando agradar ao mesmo,

dia 1.° de Março do presente Anno de 1822. Estas cousas

piissimo, e estimabilissimo Rei, cnjo respeito às Leis da

Concedemos e Mandamos, não obstando as Constituições e

Igreja Catholica Nos não he de sorte alguma duvidoso;

Ordenações Apostólicas, e as feitas e publicadas nos Concí-

tendo também em consideração o mísero estado das cousas,

lios Gcraes, Provinciaes, e Synodaes, ou ellas sejão geraes,

que se fez presente aos nossos olhos; lembrando-Nos tãbem

ou especiaes, e quaesquer outras, que lhes sejão contrarias.


de que Nós por Letras Apostólicas deli de Dezembro de

E Queremos, que aos Traslados, ou Exemplares impressos,


1807 instado a mesma penuria de alimentos, a todos os que

ou subseriptos por mão de algum Notário Publico, ou


habitavão nos Reinos de Portugal, do Algarve, do Brazil, e

munidos do Sello de Pessoa constituída em Dizinidade


n
das Ilhas, era quanto durasse a necessidade causada pelaguer-

Ecclesiastica, se dê inteiramente a mesma fé, que se daria a

ra marítima, à excepção de poucos dias, e ajuntando algu-

este mesmo Original, se fosse exhibido, emostrado. Dado


mas condições, jà concedêmos a faculdade de nos dias de abs-

em Roma, em S. Maria Maior, debaixo do Annel do Pesca-


tinência poderem usar de alimentos de carne, leite, e ovos;

dor, no dia 16 de Janeiro do Anno de 1822, do Nosso Pon-


e que prorogàmos este Indulto por dous annos por outras

tificado 22. — No lugar >j<do Sello — H. Cardeal Gonsal-


Letras Appostolicas de 28 de Novembro de 1817, e por mais

vi — Sobre as quaes Letras Apostólicas fiz, e assigneieste

hum anno por Letras de 7 de Janeiro de 1820 para condes-

Transumpto, sendo presentes os Senhores Julio Barlnzzi,


cendermos quanto com o favor de Deos Nos he possível,

e Luiz de Rossi, Testimunhas etc. — Concorda com o Ori-


accedemos aos rogos, que se Nos fizerão. Querendo pois

ginal. F. Isol, Oíficia! deputado, Coadj. — J. Cardeal Pro-


usar de particular beneficência para com todos, e cada hum

Datario — Assim he. Odeardo Egidi.— Notário Apostólico*


daquelles, a quem estas Letras favorecem, e absolvendo-os,

Manda EIRei pela Secretaria de Estado dos Negocios de Jus-


e julgando, que hão de ser absolutos de quaesquer Sentenças

tiça acordar o seu Real Beneplácito para que se possa exe-


Ecclesiasticas de Excommunhão, e Interdicto, e outras, de

cutar a Bnlla retro, pela qual he permettido aos habitates do

Censuras, e penas proferidas por Direito, ou por Superior,

Reino Unido de Portugal, Brazil e Algarves o comer carne

por qualquer occasião, ou causa, se coiu tífeito em algumas

por espaço de seis annos nos dias de Abstinência, com exce-

incorrêrão só por este motivo, Nós com Authoridade Apos-

pção de alguns nella declarados. Palacio de Queluz em 16

tólica concedemos, e permittimos, que todos os habitadores


de Fevereiro de 1822. —Filippe Ferreira de Araujo e Castro.
dos Reinos de Portugal, do Algarve, do Brazil, e das Ilhas,

ainda que sejão do Clero, e addictos ás Ordens Religiosas


Hé forçoso que a Bulla, que deixamos copeada, tenha

(não porém aquelles, que estão ligados por quarto voto de


já chegado á noticia do Excellentissimo Ordinário desta

Abstinência) no tempo da Quaiesma, e pelo decurso do


C idade, e como el Ia claramente diga que abrange o Reino-
è

anno nos outros dias de Abstinência, em que por Sancção


Unido de Portugal, Brazil, e Algarves, se Macao, por pique-

Ecclesiastica se prohibe a comida de carnes, ovos, e lacti-


no que seja, he hum pontinho deste Reino-Unido, também

cínios, possão livre, e licitamente usar delles, e com elles


deve gosar do Indulto. Mas se auimia escrupolosidade do

alimentar-se, e Vos damos, ó Veneráveis Irmãos, e Ama-


Excellentissimo Prelado tòpa nisto alguns reparos, a melhor

dos Filhos, a faculdade de commutar dentro dos limites Hermenêutica para os desvanecer he a persuasaã de que a
%
* i é

da vossa Juridicção Ordinária, a Abstinência daquellas


parte está incluza no todo, ea applicaçaó opportuna do sabi*

comidas, prescripta pelas Leis da Igreja, em outras Obras | do aforismo cânonleo—favores sunt ampltandii Bem distan-
A ABELHA D A C H I N A. 81
%

as causas que allegáraò sao falsas, he por consequência de


tes estão as Filippinas, e a Nova da Antiga Hespanha ; mas

1
nenhum vigor esta dispensa. \ • ' • o /; A
aquellas hermeneuticamente cstaõ participando da Graça

E finalmente he assás constante, que muitos Confessores


Apposlolica em caso de semelhante naturesa. A fora disto

havendo alguma duvida acerca da generalidade do Diploma, tem publicado, que haõ de negara absolvição a todos os

exahi o caso de Disciplina Geral tornado Episcopal para penitentes, que tiverem comido carne em virtude da Bulla;

e de facto já se tem negado !


o effeito de provisoriamente declarar a sua amplitude; ma-

He fóra de toda a duvida que os homens, que pensaõ


xíme havendo as duas grandíssimas causaes, primeira t que

a pedra de toque para conhecer os desafectos ú nova ordem deste modo, 011 he por huma ignorância crassa, e nimia-

de coisas tem sido a oppoziçaô à Bulla citada: segunda, que mente affectada, ou por huma hypocrezia machicavelica,

achando-se já por estas bandas em grande relaxaçad a lei a fim de illudir as pessoas de boa fé; fazer partidos, desa-

creditar o Congresso, e augmenlar o odio ao Systema


saudavel da abstinência, com avòz. que se tem espalhado

Constitucional, que tanto detestaõ, e abominaõ. Naõ he


da Dispensa Pontijicia a cerca delia crescerão os escândalos,

consciência erróneas, infracçoens e despreso no centro das da minha intenção refutar agora maquinaçoens dolozas:

familias pela opposiçaò das opinioés. Por tanto o bem das quem conhece a verdade, e quer de propozito seguir o erro

almas, e da Religião exigem imperiosamente que se con- por seitas particulares, naò carece dos meus concelhos.

ciliem os dissidentes, e o único meio hèa declaraçaô da


Eu sò pertendo desenganar as pessoas menos instruídas, e

amplitude, ou extensaô do Indulto Appostolico. que em boa fé podem illudir-se pela influencia maligna de

O Redactor.

algum hypocrita corcundal.

EXTRACTO DO DIÁRIO DO GOVERNO DE LISBOA. Aquelles, que dizem, que a Bulla foi arranjada em Lis-

^ ** Ví^
boa, naò merecem refutação, pois que he o maior absurdo,

Tenho lido tantos delirios, diz o Illustre Deputado,


que podia lembrar a huma ímaginaçaõ furioza. Crer, que

o Senhor Abbade de Medroês, e ouvido tantos despropozitos se podesse simullar, ou falsificar hum Diploma tad publico,

acerca da Bulla de Abstinência, que ha pouco foi promul-


e taõ patente aos olhos de toda a Christandade, he o delírio

gada por Ordem do Soberano Congresso, que julgo s?r do mais extravagante que podia imnginar-se. Que desordens

meu dever, como Ministro da Religiaô, ainda que indigno, naô resultariao? A Santa Sé Apostólica o saberia logo-

exclarecer os meus amados Compatriotas, que laborai* reclamaria os seus direitos, e o Congresso ficaria desacre-

n'hum Labarinto de escrúpulos mal entendidos, sobre a ditado à face de todas as Naçoens! Em quanto aos estra-

validade da dita Bulla; afim de que possaô conhecer a


gos dos olivaes, a Bulla nao diz, que foi no pretérito De-

verdade, gozar livremente do privilegio, que ella concede zembro : e quem ignora, que tem havido nos tempos an-

a todos os Cidadãos do Reino-Unido-Luzitano. Por tanto teriores grande ruina nas oliveiras ? Quem pode negar,

rogo a Vra., queira publicar no seu bello periódico esta que antigamente se exportavaõ de Portugal muitos milha-

minha analyse, para servir de illustraçaô às pessoas de timo- res de pipas de azeite, e que agora he necessário este azeite

rata Consciência, que quizerem approveitar-se deste in- vir de fora? E quem naô sabe finalmente a derrota que

dulto Apostolico. sofrêrad os olivaes durante a guerra, e o damno incalculá-

He bem notorio, que muitas pessoas de todas as classes vel, que nos annos antecedentes a ferrugem tem causado ?

em Lisboa, e nas Províncias tem glozado esta Bulla, alle- Os que disem, que as premissas foraò arranjadas com

gando pretextos, e produsindo argumentos da sua imagina- vistas Maçónicas, deveriaô ler os Diários, ou ir assistir

ção, com os quaes pertendem mostrar, que ella he nulla, à Sessaii, em que se tratou desta matéria: eentaô veriaÕ,

e que uaõ deve ter lugar n*hum Reino Catholico, sem que o Congresso naô fez mais que indicar ao Governo,

grande risco da Religiaô. Huns dizem, que ella foi feita que pedisse a Bulla: que o Governo recomendou ao En-

em Lisboa, porque a noticia dos estragos que fizeraô os viado, em nome de El-Rey, este pedido : e que finalmente

ventos no Dezembro passado, naô podia chegar a Roma foi o mesmo Enviado que formou a Supplica, como expres-

samente declara a Bulla. Ninguém podia saber melhor o


antes da data da Bulla, nem em tempo, que se podessem

deplorável estado de Portugal que Pedro de Mello Breiner;


allegar na Supplica. Outros pertendem, q»e as premissas

e posto que a Supplica poderia ser mais simples e menos


desta Bulla foraò arranjadas pelo Congresso como produ-

exagerada, todavia elle naô faltou à verdade no mais essen-


çaô Maçónica, a fim de illudir o Papa,e|ir pouco e pouco mi-

ciai. Ninguém ignora, que no Brasil naò ha azeite, nem


nando a Religião. Outros propugnaô, que sendo a lei da ab-

Copia de manteigas, e que na maior parte das Províncias


stinência antiquíssima, e deduzida dos tempos Apostólicos,

do Norte de Portugal naô se colhe quazi nenhum. Que os


naô podia o Papa dispensar, sem causa urgente; e como

%
82 A ABELHA DA CHINA.

pescadores tem soffrido consideráveis perdas, e as pescarias Rafael Blutau passava em provérbio. =A quaresma, e a

cadêa só foi feita para os pobres. = E poi isso naõ lie ne-
do Algarve se achaò arruinadas; e roais que tudo a des-

cessário fazer tanta bulha a respeito de huma graça, que o


soluçaõ, e a miséria, a que ficou redusido Portugal pelos

Pontífice podia conceder, como de facto concedeo ; e com


estragos da passada Guerra. Somente esta causal seria roais

tanta amplitude, e generosidade, que prescindindo da jus-


que sufficiente para a concessão da Bulla. As causas, que

costumaõ allegar-se huroas saõ motivas, outras impulsivas : tificaçaõ das premissas, a quiz conceder em forma pura-

e as segundas ainda que seja# falsas, naõ invalidaõ a graça, mente graciosa, para que naõ podesse encontrar os obstá-

culos, que havia encontrado a primeira, na consideração


com tanto que as primeiras sejaô verdadeiras.

Além disto, a causa principal, que obrigou o Chefe da de alguns Bispos, e a (piai se inutilizou por escrúpulos tal-

Igreja a conceder esta Graça, nem foi a ruina dos olivaes, vez mal entendidos. E se agora a mandou também aos

nem a ruina das pescarias, mas as virtudes moraes, e reli- Bispos, e aos Parrocos, naõ foi para que elles examinassem

giosas de El-Rey Fidelíssimo, assaz Constantes a todo o a verdade das premissas ; mas para que a publicassem aos

Mundo, como melhor se declara na mesma Bulla. Ora hum seus súbditos, e commutassem em obras de piedade o pre-

Rei de virtudes tao excellentes, que tem assombrado tdda ceito da abstinência: e o que elles deveràõ fazer de hum

a Europa pela sua conducta Constitucional, e por quem os


modo mui prudente, e de sorte que o remedio naõ venha

Hespanhoes davaõ metade de seu Reino em troca, e os a ser peior, que a moléstia. Eu por mim recommendei ao

Napolitanos; e Piemontezes darinõ todo, pedindoelle ao meu coadjutor Encommendado, que dissesse à Estaçaõ da

Pastor Supremo este indulto a favor de seu Povo afflicto, Missa Conventual, que aquelles, que quizessem comer car-

e disolado, naõ deveria ser attendido ?


ne, nos dias indicados pela Bulla, rezassem huma Estaçaõ

S. Pedro concedeo Saúde ao paralítico, que estava à ao Sanctissimo Sacrameipo de joelhos, e com devoçaõ na

porta do Templo, sò porque se humilhou diante delle a lgr('ja» ou em casa, rogando a Deos pelo augmento da

pedir huma esmolla ; como poderia negar-se o seu successor


Santa Fé, paz, e concórdia entre os Príncipes Christaõs-
#

ao melhor de seus filhos, que humilde, e respeitosamente num I*. N., e A. M. pelas almas, e huma Salve Rainha a

lhe pedia esta graça ?


N. Senhora : c isto em cada hum dos ditos dias, que quises-

Dizer-se, que elle naõ podia dispensar em huma Lei taõ sem gosar do dito indulto, e em quanto o meu Bispo naõ

antiga, sem causa urgente, he hum erro sem disculpa. Esta ordenasse o contrario.

, _

Lei he meramente Ecclesiastica, e por isso naõ tem relaçao Deste modo he que eu entendo a Bulla, e presumo não

essencial com a fé nem bons costumes. Jesus Christo disse me engano.

expressamente a seus Apostolos que Comessem, o que lhe 1 <>r tanto rogo aos meus Concidadãos, e Patricios, que

dessem sem excepção de mantimentos, porque aquillo que se n<10 deixem seduzir por homens ignorantes, ou malévo-

entrava pela bocca naõ era o que enodoava a alma. los. bailem com os seus Parrocos, para que elles lhe* com-

S. Paulo dizia aos primeiros Christaòs, que escrupuli- mutera este preceito em outra alguma obrá pia pela Autho-

zavao comer cr em certos dias =» Esca non comendat ridade, que lhe concede a mesma Bulla, em quanto os seus

nos Deo; sed si esca Scandalisat fratrem roeum, non mau- Prelados respectivos não determinarem, qual deva ser a

ducabo escas internum.s=Segundo diz o Apostolo, comer geral commutação.

(Continuar-se-ha.)
carne, ou peixe, naô faz differença de merecimento, nem
«©

he essencial à Religião ; mas causando escândalo deve


ARTIGO D' OFFICIO.

evitar-se: porque o escândalo neste caso he peior, que a


Manda ElRei, pelo Presidente do Thezouro Publico

mesma acçaô.
Nacional, que o Senado da Cidade de Macao, faça entregar

Eis-áqui outro motivo naô menos ponderoso, que obri-


do sobejo dos seos rendimentos, ou do Cofre dos Defuntos,

gou o Papa a conceder hum tal indulto. Cumpre notar,


e Auzentes, a soma que for possível; ao Capitão e Sobre-

que a Bulla naô dispensa do jejum. A lei do jejum he


carga do Navio Novo Paquete, Constantino Guelfi, passando

mui distincta, e praticada já nos tempos da antiga lei. A-


este, Letras pela importância que receber, sobre os Proprie-

qui trata-se da dispensa de comer carne, ficando intacta a


tários do mesmo Navio, Gonçalo Jozé de Souza Lobo,

obrigação de jejuar. Esta dispensa jà tem sido concedida


João Gomes d' Oliveira e Silva, c Thomas Maria Bessone,

à mais Nações, e ultimamente à Hespanha. As pessoas


as quaes Letras deverão ser remitidas a este Thezouro, para

ricas, e poderozas nunca tiveraò grande escrúpulo em co-


nellc serem satisfeitas as suas respectivas importâncias;

mer carne: qualquer tosse, qualquer pequeno defluxo as


Lisboa 15 d' Junho d' 1822.— Francisco Xavier de Souza

pretextava; tanto assim, que já no tempo do Padre D.


Cabral a fez Escrever. Sebastião Jozé de Carvalho.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.
A

Vi • *»
-1

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QUINTA FEIRA, 13 de Fevereiro.


N . XXII. 1823

" HOC TEMPORE

OBSEQUIUM A MICOS, VERITAS ODIUM PARIT." TERENTIUS.

da carne dos animaes, e das aves, nos dias mesmo de ashli-


MACAO.

^ | nencia, e de jejum, em similhantes viandas foraô inhihidas

MJ 0 M Joaõ de Magalhaens e Avellar, por merce de | pelos Cânones de tas numerosos Concilios, abrangendo

Deos, e da Sé Apostólica, Bispo doPorto, e do Concelho aquelle indulto o período inteiro de seis annos, que entra#

de Sua Magestade, etc. Jíl a


correr depois do 1. de Março. He com tudo de advir-

A Igreja Santa, que nunca perde de vista o guiar seus *,r: = L=que adoptada ainda a comida preparada de

filhos para a Bemaveuturança eterna, nao cessa cuidadoza | carne, devem presistir todas as outras disposiçoens, que

de ensinar-nos os meios saudáveis com que hajamos de j regula# a forma dos jejuns em os dias a elles próprios, de

evitar o precipício a que nos arrastab as paixoens, com que \ maneira que os obrigados ao cumprimento de taõ respeita-

vc
possamos expiar as culpas, e reconciliar-mo-nos com o Ceo, ' 'e,« na
ò podem considerar-se delia eximidos: = 2. «=

ajuntando a huma sincera contriçad os exercícios dever- que o fazer uzo do peixe e carne promiscuamente em a

dadeira penitencia, e a pratica constante de acçoens carita- | mesma comida fica, como jà estava, severamente prohibido:

tivas. He por isso que Ella destina certos dias em cada 3. = que por huma excepção circunstanciadamente ex-

anno para abstinência, ou para o jejum: privaçoens estas plicada em a letra da mesma Bulla, conserva-se a prohibi-

santificadas pelo exemplo, que nos deixara o Nosso Salva- çab da carne, e presiste o uzo taò sómente do peixe, na

dor, observadas pelos homens justos da antiga, e da nova j Quarta feira de cinza, nas Sextas feiras da Quaresma, nos

Alliança, e mantidas com amais respeitosa suhordinaçr,ò | quatro dias últimos da Semana Santa, nos jejuns das quatro

entre todos os fieis, que respeitaõ a Lei Cbrista, ou seja Têmporas do anno, e nas vigilias das festas do Natal, da

' I * ú\ *

nos dilatados Paizes Orientaes, ou seja nos do Occidente. Annunciaçaò, e Assumpção, dos Apostolos S. Pedro e S.

Entretanto a observância dessas mortificaçoens apropriadas Paulo, e de todos os Santos: =4.= que a indole deste

aos mencionados dias de expiaçab, e de salvaçao, ainda que | Indulto reclama por huma especie de subrogaçaò.

•e avisinhe, e derive mesmo o seu principio da tradicçaô Foraò aquelles solemnes tempos consagrados pela Igre

Apostólica, he, na# obstante isso, susceptível de algumas 1 para com humildade, e acatamento procurarmos as bênçãos

excepçoens, e commutaçoens, quando as circunstancias de | celestiaes de que precisamos: como peccadores t devemos

huma urgência attendivel assim o demandem. A Igreja


entaò com lagrimas, e verdadeira dor implorar o perdão

exige sacrifícios combináveis com as forças da natureza I das infracçoens, com que violamos a Santa Lei, que a pro-

humana; e se occorrem algumas occasioens em que faltem pria consciência, e religiaô do verdadeiro Deos nos intimaô.

os viveres, e faltem os condimentos a elles analogos para os He por tanto necessário, que aos sentimentos da mais inti-

indicados dias de luto, e de mortificaçaS, pelas offensas que ma compunção, se ajunte o trabalho penoso das austeri-

nos costituem rèos na presença do Ser Eterno, pela aucto- I dades, e se algumas delias sendo decretadas se tornaô

ridade de huma legitima dispensa, pode entaS substituir-se impraticáveis, ou difíceis, sab susceptíveis de commutaçao

à comida do peixe o uzo da carne. legitima, se ella emana de quem a pode conceder.

He por isto, que o Summo Pontifice Pio VII. ora Presi- E na occasiao presente, para que a graça accordada em

dente na Igreja de Deos, annuindo ao que lhe fora repre- nada se aparte das intençoens da Igreja, o successor do

sentado em nome de Sua Magestade, facultou benevola-


primeiro dos Apostolos, o respeitável .Pontifice â pouco

mente aos habitantes do Reino-Unido, o poderem subsistir I nomeado, no» delega neste artigo ai suas vezes pelo que
S4 A ABELHA DA CHINA.

respeita a esta Diocese ; e procurando nós nem favorecer J Copiamos muito de proposito esta Pastoral de S. Excel-

1
. \ * - í'' r,

indolência, nem gravar com a opressão de laboriosas saiis-


'encia, o Bispo do Porto, para que aquellesdos nossos leito-

façoens fixamos em regra que os fieis pertencentes ao res que tem ouvido os sermões pregados em algumas lgre-

rebanho de que tomamos conta, hajaò de„ recitar devota- jas desta capital, possaõ comparar, o quanto dista a lin-

mente por seis vezes a oraçao do Iad:e No>no, e chi Ave guigem de hum successor dos Apostolos, dessas grosseiras
% & w^
. í.^T" ^ ■— * W—w

Maria, em cada hum dos dias em que se aproveitarem da


ex pressões, e injustas invectivas, verdadeiros partos da

concessão obtida ; „ mas „ a estas oraçoens ajuntaraô os


ignorância, e da malignidade. Hum Bispo, universalmente

edclesiaiticos de ordens sacras a recitação de hum dos


conhecido pelo seu profundo saber, e estudo, propõe

psalraos penitenciaes. „ Em lugar das mencionadas rezas,


seu rebanho a observância da Bulla Apostólica, debaixo
é « R » é

fica também à escolha o applicar em os referidos dias,,


de condições que tanto se conformaó com o espirito da

huma esmola, segundo dictar a própria caridade,, dos q.ue


caridade «Christã, ao mesmo tempo que huns poucos de

a repartem, e que devera ceder a favor de algum pobre, ou


fariseus tractaò de semear a sisania entre as famílias ! O Sr.
Jr H*3|,jSEK

sobre tudo de alguma família sem recurso, e opprimida


Chagas, o Bispo do Porto, também setá por isto fiel Gene-

pela indigência,, Outra commutaçaò,, que deixaria sem


ral dos Pedreiros Livres, como V. m. asseverou do Redac-

uso as indicadas, e que poderia aproveitar pela duraçaô de tor do Astro? Quem mais entendera !

hum anno inteiro, consistiria na generosa oblaçaô de 2,400


Cdtinuaçaõ da Analyze antecedente.

reis, entregues aos Parochos pelos seus respectivos Fre-


E se com eAfeito alguns confessores lhe negarem o bene-

guezes, para que tomando-se individual assento, e postas


ficio da absolvição, fiquem entendendo, que ou saõ muito

em boa segurança as parcellas assim recolhidas, se possaò


ignorantes, ou muito hypncrilas; e que nesse cazo deveráõ

destribuir de tempos em tempos para acudir às mgencias


procurar outros mais inlelligentes e sinceros, e se apezar

do Hospital publico, e para manter a conservação do Re-


de verdades ta5 sabidas, alguns quizessem preseverar na

colhiinento dos orfâos, e de outro destinado às Meninas


abstinência, podem faiei lo livremente, com tanto que naô

desamparadas da casa dos meninos que apparecem abando- arguaõ, nem condemnem os que se aproveitarem deste pr,i-

nados à descripçaò, do retiro aonde passaò a recolher-se viiegio: o qual com tudo naò pode aproveitar senaô aquel-

as mulheres convertidas, e de outros estabelecimentos igu- les, que tiverem juntamente a Bulla da Cruzada\ pela

almcnte pios de utilidade summa, e que acrcditaõ a esta regra geral = que neste Reino ficaõ suspensas todas as

• • » jr
4
^

Cidade, mas que pedem soccorros efficases e promptos, graças Apostólicas durante os annos da sua publicação,

£í . íjwr - • i * r . : \ *i J L • •

a fim de prosperarem, e de se obstar à sua prejudicial n'quelias pessoas, que ainda a naõ ti verem.=

decadência. E rogo finalmente a todos os bons Cidadaons, quedeze-

Parecerá talvèz este ultimo meio de commutaçaò, hum I sinceramente a felicidade da sua Patria, que naõ quei-

ra
pouco violento; mas clle fica na liberdade de quem o qui- " ^ar onv,t os
' aos
malledicos, que procurab todos os

zer adoptar: e nos deixaria-mos de o propor, se a publica meios para desacreditar as Cortes, e intimidar o Povo cora

notoriedade naõ manifestasse o animo religioso, os com- mil perigos de Religião suppostos. Estejaõ todos intima-
✓ o

passivos sentimentos, e a louvável caridade dos chefes de mente persuadidos, que o Congresso naô pertende minar,

familias, nobres cidadãos desta Diocese, quando abençoa- nem destruir a Religião de nossos Pais. Todos os seus

dosporDeos com a posse dos bens temporaes, se conside- Reprezentantes tem jurado solemnemente manter a RefU

raôna oportunidade de mani festar o seu coraçaS generoso, Catholica, e ella será mantida em todas as suas partes

essenciaes.. Quem quizer ser bom Catholico, naõ será ja-


em a repartição de avultadas, e bem aplicadas esmolas.

mais inquietado. Procure cada hum ser bom Christão,

Nas respectivas Igrejas faraõ os Reverendos Parochos

que de certo ninguém lhe obstará. Mas a desgraça he, que

conhecer aos nossos Diocesanos as advertências anteceden-

todos dizem, que saõ Christaons, mas ninguém procura

temente lembradas, e os tres differentes medos de satisfaçaõ,

imitar o exemplo de Jesus Oiristo: todos dizem, crer os

e commutaçaò de penitencia, para que hajaò de adoptar

artigos da sua fé, mas nenhum guarda os mandamentos da

o que lhe for mais commodo, em vista de se aproveitarem

sua Lei. E por isso pode appiicar-se aos Portuguezes, o

legitima, e licitamente da graça concedida.

que geralmente se diz dos Hcspanhoes = Que naõ ha ar-

E para que isto se verifique quanto antes por todo o

figo, que naõ creiaõ, nem mandamento que cumpraõ= Es-

Bispado, o EscrivaÕ da nossa Camera porá em uso as

tes mesmos, que tem fallado tanto contra a Bulla, talvez

ordens de correr.
sejaõ os menos escrupulozos em comer carne.= (
Abbadc

Lugar do Sello. Joaõ, Bispo do Porto. Jlledroês. Deputado em Cortes.


ABELHA DA CHINA.
85

Na folha seguinte nos cumpre faser algumas observações Joaquim Guilherme de Miranda Arranxeiro, e Frei Quin-

sobre a falta de Publicação do Indulto Appostolico, que tino Fragozo da Motta Siqueira.

deixamos copeado no nosso N°. antecedente. O Redactor


Alemquer.

O Corregedor, diz que os Priores das cinco Freguezías


to
Relaçaô dos Parochos,e mais Ecclesiasticos que tem pre-

da Villa, tem feito nas suas Homilias vivas deinostraçõt s

gado a bem do Systema Constitucional.

das vantagens que se seguem de hum Governo Represen-

Abrantes.

tativo, e Constitucional, distinguindo-se muito o Prior da

O Juiz de Fora, diz, que he do seu dever o participar o


Igreja de S. Pedro; Francisco Correia de Pina.

zelo com que muitos Parochos, e mais Sacerdotes tem

NÍM& Pena Cova.

efficazmente promovido o actual Systema, e aquelles do

O Juiz Ordinário, diz que todo o seu Concelho está mui-


seu districto que igualmente se empenbáo em hum objecto

to satisfeito, e bem persuadido das vantagens que nos resul-


tâo proveitoso : 0 Prior do Convento de S. Domingos Fre1
-é V

tão do actual Systema, o que se deve à vigilância dos Pa-

Jozé Teixeira, desde a primeira vez que explicou aos Po-

rochos, que não se tem discuidado de explicar a seus Fre-

vos o que era, e viria a ser a nossa, Constituição, os deixou

guezes os bens que disfrutamos, e os que esperamos rcce-

tao convencidos, que nada os pode desviar dos seus senti-

ber da nossa Constituição politica.

mentos, e firme adhezão; o mesmo tem feito Frei João

Vizeu.
Jacintho da mesma Ordem de S. Domingos; e Frei Fran*

O Corregedor, diz que tendo já participado os nome»


cisco da Piedade, da Ordem de S. Francisco ; que nâo são

daquelles Ecclesiasticos que tem louvavelmente desempe-


menos efficazes os quatro Parochos da Villa, Manoel Igna-

nhado o seu dever, em instruir os Povos nas vantagens que


cio dos Santos e Souza, Vigário de S. Vicente; Manoel Jor-

resul tao á Nação do Systema Constitucional;* accrecenta


ge. Vigário de S. Joio; Joaquim Jozé Theraudo Moreno,

agora o nome daquelles que também se tem destínguido


Prior de Santa Maria do Castello; o Doutor Luiz Antonio

como são o Vigário de Oliveira do Conde; o Encommeda-


Ferreira Bairrão, Prior de S. Pedro ; também tem concor-

do de Cabanas Manoel Gonçalves; o Vigário de Beyoz Si-


rido os Curas das Aldeias, como sâo JMauoel Lourenço, da

mão José Pereira do Amaral; e o Parocho da Freguezia de


Fresuezia de S. Miguel; Antonio Pimenta do Tramagal;

O voa ; e por fim accresenta que o Espirito Publico he o me-


Antonio Jozé Honrado, de Rio de Moinhos; Antonio dos

lhor que pôde ser, e que os Povos da sua Comarca são


Santos, de Monte Alvo ; Manoel Vicente Roza, do Souto ;

muito Constitucionaes.
João Pereira Godinho, dePanascoso; sendo também digno

de muito Louvor Domingos Jozé da Costa, Cura da Fre- Guimaraens.

guezia da Bemposta, que collocado em huma posição, por


O Corregedor, participa que o Juiz de Fora de Amarante

onde tranzitão Salteadores, tem sido o seu maior persegui- lhe dá parte do muito que se tem mostrado adidos ao Sv-
v » ,f - , ..''r . ' "i f Cl * • r l i**

dor, elle fez prender hum por nome Joaquim da Silva Gor- stema da nossa RegeneraçaS Politica os Habitantes daquella

do, que praticando bastante resistência foi gravemente Villa, e expecialmente os Relegiozos do Convento de S.

ferido, e remettido ao Hospital.


Gonçalo, da Ordem dos Pregadores, tanto nas suas con-

I • 1 c 3 "5 I í- "
Messejana.
■ versaçoens, como nos Sermões, e praticas em que com a

|. ..... ' . i „ . ;. .| , , ,,j-, . ij f . ... i ,; f * t ç

O Juiz de Fora, participa que todos os Povos da sua maior energia explieao aos povos, os bens que já se gosaó,

Jurisdicção vivem na maior tranquillidade, tendo sempre e se esperaõ gozar depois de consolidado o novo Systema ;

mostrado espirito de adhezão ao Systema Constitucional; e que o Juiz Ordinário do Couto de Moreira de Réz, tam-

e pelo que respeita ao Clero, não tem no seu districto bem lhe dá parte de que os Padres daquelle districto persu-

Ecclesiastico algum que mereça o nome de inconstitucio- adem aos Povos de que o novo Systema hé a favor de todos.

*• *. '■ i t, f| i| . , i , fí t • j I 1 Â ' ^

nal; que quanto a salteadores, diz, que em todo o seu


Idanha Nova.

x 4
' ' Um ' i' - ' ;. i y
districto não lhe consta haver-se commeltido hnm só
iiè *i« O Juiz de Fora participa que a tranquilidade, e seguran-

(! IO')
roubo de estrada.
ça dos Povos da sua Jurisdicçaõ naó tem sido perturbada ;

4
Cabeço de Vide. que o Clero hè pacifico, e naò obsta aos progressos do Sys-

• f •

O Juiz de Fora, partecipa o socego e tranquillidade dos tema Constitucional; que os Parrochos na5 se esquecem

Povos do» seus districtos, e que se achão livres de Saltea- de explicar em suas Praticas os bens, que o Regimen Cons-

dores; que a conducta do Clero he exemplar, e alguns titucional tem produzido, e a prosperidade que nos affi-

r, -^ - i m . A '■' . A . • v . - p 9 » * g-
%• O' £' v , T . li i \ J
ança; sendo dignos de particular mençaõ o Vigário de
tem feito conhecer aos povos as vantagens que nos oíierece

• • ' - - • ' i- IJ

Oledo Frei ^ocl Cypriano RolaÔ Prelo; o Vigário da


o actual Systema, sendo os que mais se distinguem o Padre
86 A ABELHA DA CHINA

Villa, Frei Fernando Marquez, o Vigário de Aldêa de S. cias, e methodo os conhecimentos, que o acompanhão. Pa-

Margarida, Frei Alexandre Duarte da Fonceca; e o Guar- rabéns lhe sejao por tudo isto, e dando-lhe seguranças

pozitiVcis dc que a sua opinião coin-cide perfeitamente


dião do Convento de S. Antonio da mesma Villa Frei Ro-

drigo do Fundaò; pois todos em seos Sermões tem procu- com a nossa, e com a de muita gente boã, com quem

rado promover, que o espirito Constitucinal se consolide hemos fallado, temos a pedir-lhe o obsequio da continua-

entre os Povos. ção da sua correspondência/ que terá com preferencia, lu-

Castello Branco. gar em nosso periódico, como sempre hemos feito, e conti-

nuremos a fazer com as producções de mérito.


O Corregedor, participa o Patriotismo do Governador do

Bispado Antonio de Abranches Saraiva pelo Systema Cons- O Redactor.

titucional, o qual naó tem cessado de manifestar nas elo-

Joze Huet tendo sabido que, pela Galera Novo Paquete,

quentes orações que tem recitado, e continua a dirigir

proximamente chegada de Lisboa a este porto, vieraô certos

o espirito publico dos Parrochos, tornando-se por tanto

imprensos sobre differenças em contas entre Fernando

digno de mui particular altençaõ.

Morales, e Pedro Huet, mandados imprimir, e remetidos

A Camara da Cidade de Faro, participa para conheci-

dalli pelo mesmo Morales a dWersos Senhores desta praça,

mento do Publico os relevantes serviços que o Parrocho

com o único fim de desacreditar a Pedro Huet, seu cunha-

da Freguezia da Sê o Doutor Joaquim Pedro da Costa

do ;e como se ache pendente este asumpto para ser decidido

Maciel, Couego Reitor na Cathedral, tem feito á Sagrada

pelos Senhores Joaquim Pereira de Almeida e Marcelino

Cauza nas Homilias recitadas ao Povo, em que «xplica as

Jose de Oliveira daquella praça, suplica a este respeitável

differentcs formas do Governo, e concluc com fortisssmas

publico, queira no emtanto suspender o seu juizo sobre esta

rasões, ser o melhor de todos o Systema Constitucional,

matéria, até que os sobreditos Senhores tenhaõ dado o seu

devendo-se-lhe prestar huma obediência gostoza, e sinceraf

Laudo, e Sentença, naõ extranhando-se este proceder de

e fasendo conhecer a seus Parrochianos os incomparáveis

parte de Morales, pois que naõ hé a primeira vez, que este

benefícios que a Nação tem recebido já com sabias Leis,

tem dado por via da imprensa ao publico noticia de suas

cuja razão jurídica, e politica o mesmo Parrocho tem ex-

contenciosas transacçoens com a apparencia de verdade, e

plicado coma maior erudição, energia, e enthuziasmo;

que a final tem perdido até mesmo em ultima instancia,

e que para ser coherente, não deve occultar, que o Par-

conforme lhe succedeo em Hespanha no anno de 1810

rocho da Freguezia de S. Pedro, daquella Cidade, Agosti-

em a demanda que promoveo contra o honrado Negociante

nho Bravo, tem desempenhado aquella obrigação que lhe

D. Pedro Orbezua de Manila, sobre quantia de 17,834

foi imposta, deixando satisfeitos os seus Parrochianos pelo

Patacas.

bem que os instrue nos Benefícios resultantes da nova

NECROLOGIA.
rdem de cousas.
o

D. Anna Joaquina Roza da Silveira, Viuva do Morador

CORRESPONDÊNCIA.
Gonçalo Pereira da Silveira, fallesceo aos 28 de Janeiro

do prezente anno com 52 annos 1 mez, e


Deixamos inserida no N.# xx. da nosso Abelha a Carta do II d

^ a m m

de idade.
Senhor Censor, e folgamos tanto com ella quanto se evi-

denclao muito bem que dezempenha a significação formal

NOTICIAS MARITIMAS=SAHIDAS.

do titulo, com que quiz encobrir-se. Seja, quem quer que

Aos 15 de Janeiro a Galera Esperança para Bengalla, Capi-

for, o seu author, o certo hé que se carecteriza em a nossa

taõ Antonio Jose Ferras.

opinião de Censor de bom senso, e que hè muito de estimar


Aos 29 de Dito o Navio Conde do Rio Pardo para Bengalla,

que d'aquem do Occeano imraenso ás portas da remota


Capitaõ Jose de S. Ritta Cardozo.

China, entre hum manipulo de Portuguezes haja homens Aos 24 de Dito o Navio Palia Conceição para Timor, Capi-

taõ Vicente Francisco Baptista.


de critério tão são, e judiciozo. Combatendo hum para-

Aos 1 de Fevereiro o Navio o 1° Rey do Reino-Unido para o

doxo commura, que infelizmente vem a reflectir na socie-

Rio de Janeiro, Bahia, Ilhas, e Lisboa, Capitaõ o Capi-

dade, qual hé o de tomar as sombras da instrucção pela


taõ de Mar e Guerra da Armada Nacional, Francisco

verdadeira, e solida literatura, dezenvol^e o seu patriotis-


Jozè da Victoria Vasconcellos Pereira Barreto.

já dezerrando o seus compatriotas sobre este ponto


ENTRADAS.
[ •

i argumentos verdadeiros, e com o do pico proprio do . . • « • c t a .**


f r r ^os ]q de Fevereiro o Brigue S. Jozè aliás Minerva com 16

io, ja mostrando dezejo do progresso nas siencias; sem yjagem Manilla, Capitaõ Vicente Gomes

i possão occultar-se pelo seu discurso, fraseologia, noti- Feio trasendo panos e alcatifas.

NA TYP0GRAPH1A DO GOVERNO.
A

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QUINTA FEIRA, 20 de Fevereiro»


N\ XXIII. 1823

. : • ffê •

• 4 4 4 " HOC TEMPORE

OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM PARIT."—TERENTIUS.

forme huma Commissaõ de Justiça Civil, a qual deverá

MACAO.

0 informar com o seo parecer a este Senado sobre quafquer

Sessão de 22 de Janeiro de 1823.


reprezentaçaô, que a elle façaõ as partes, quando se julga-

O Vereador Paulino da Silva Barboza fez a seguinte rem opurimidas pelos Juizes* naõ só por que esta provi-

dencia he huma exacta imitnçaõ do que pratica o Soberano


indicaçaõ.

Vendo-se este Senado obrigado á attender as differentes Congresso em semelhantes cazos, como também por que

partes que a elle recorrem, quando sejulgaõ oppriraidas desta sorte tanto menor se torna a responsabelidude do

pelas sentenças dos Juizes ;e naõ querendo elle intromet- mesmo Senado nas decizoens, que houver de dar contra

ter-se no poder Judiciário» que actualmente faz parte do qualquer violência que commetterem os referidos Juizes.

poder executivo; nem tamhera deixar as partes sem recur- Em vista do que disse o Procurador João de Deos de

Castro, que tendo sido instalado este Governo para seguir


so algum, no cazo de manifesta violência commettida pelo
%

primeiro: parece-me acertado, que se applique provizo* a marcha do de 1783, emquanto naõ cheguem as ordens

riamente a antiga Junta de Justiça, estabelecida para as pozitivas das Cortes para este Governo; he de parecer

cauzas criminaes, igualmente as cauzas eiveis, que se acha- que em cazos taes expostos pelo Vereador Paulino da

rem nas mencionadas circunstancias; com a dififerença Silva Barboza, se seguisse o que esta determinado nos

porem de que esta deverá ser composta de mais três Mem- Al varas 10, 12, 18,e 19 *

bros escolhidos d'entre os moradores, que maior numero O Juiz Ordinário Joze Baptista de Miranda c Lima

de vezes tinhao servido o lugar de Juiz; e de que nella disse, que como a Commissaõ que o Vereador Paulino pro-

naõ terá voto o Juiz de quem para a mesma se appellar, põem se crie, naS he tribunal aquém se recorra dos Juizes,
m

ficando este sendo unicamente o Relator, e podendo ju* mas simplesmente huma Junta Consultiva, a quem este

stificar a sua conducta perante a mesma Junta. Foi appro- Senado ouça quando lhe parecer, sobre se deve tomar ou

vada, mandando-se com tudo consultar sobre eila as pes-


naõ conhecimento desta, ou d'quella queixa contra os

soas mais instruidas, e experimentadas na Governança.


Juizes, para desta sorte mostrar a sua imparcialidade tanto

Assignados = Gomes, Barboza, Remedios, Bello, Castro.


a estes, como as partes queixozas dellcs: he de parecer

que pode este Senado criala, maxime naõ devendo esta

Sessaô de 5 de Fevereiro.
perceber paga ; com tudo sendo indecorozo a este Senado

Disse o mesmo Vereador, que vista a diversidade de o mostrar desta sorte, que ignora quaes sejaõ as queixas

votos sobre a creaçaõ da Junta Provizoria de Justiça Civil, contra os Juizes, de que elle deve tomar conhecimento,

como elle tinha indicado na Sessaõ de 22 do mez passado; existindo na Secretaria deste Senado os Al varas apontados

he de parecer, que pelas mesmas cauzas alit apontadas, se pelo Procurador Castro; e podendo cada Membro deste
» •

* O que está determinado n'aquelles Álvara^ he o seguinte : •

No 10 datado de 30 de Abril de 1G89; que os Capitaens Geraes se naõ intromettaô nas matérias de justiça, nem na jurisdicçaõ

da Camera; salvo quando as partes lhes façaõ alguma petição, a qual remetteráò a quem tocar, recommendando-lhe que faça

justiça»

No 12, com a mesma data ; que os Capitaens Geraes, e Ouvidores, naõ mandem preza para Goa pessoa alguma, a titulo de

prejudicial a republica. .

No 18, com a mesma data ; que fiquem tidos por suspeitos os Ouvidores, que negarem as appellaçoens, as partes nas cauzas

crimes, e que os Juises Ordinários conheçaò de taes causas.

No 19, com a mesma data; que os Ouvidores, e Juises Ordinários conbeçaô das causas na forma do seu regimento.
A DA CHINA.
88 A A B E L H
- ••

o que na# acontece no primeiro caso. Alem disso, conti-


Senado consultar a quem lhe parecer sobre o direito naõ
• V' ^

nuou elle, quem na# conhece que he este o principio em


sò nos sobreditos cazos, mas em outro qualquer adiando

I que se fundou o Soberano Congresso para criar as Com-


para isso a deciz»õ para outra Vereaçaõ para virem pre-

missoens de Justiça, das quaes podia este mui bem pres-


parados para darem o seo parecer, sem incorrerem na notta

cindir, se confiado unicamente nos vastos conhecimentos


de precipitados: vota contra a creaçaõ proposta.

de seus differentes Membros, quisesse faser o mesmo que


O Vereador Antonio Joaquim da Costa Basto dice, que

a este Senado aconselha o judicioso preopinante ? Se todas


em tudo se referia a opinião do Juiz Ordinário Joze

as leis, decretos, &a. anteriores a nossa regeneraçaò fossem


Baptista.

compatíveis com a nova Ordem de cousas, bem escusadas


O Vereador Antonio dos Remedios seguio a mesma

seria# aquellas Commissoeus em Lisboa, onde as partes

opiniaò.

podia# oppor as violências dos Magistrados, os recursos,

Tendo o Vereador Paulino da Silva Barboza ouvido as


que as mesmas leis lhes prescrevem. Mas se essas Com-

opinioens dos Membros deste Senado, as quaes se fundava#

missoens se julgara# aili necessárias, com muito maior

em ser indecorozo o ouvir os pareceres de pessoas instruí-

razaô se torna# ellas indispensáveis nesta Cidade, onde os

f
das era matérias Judiciaes, de que o mesmo Vereador nada

celebrados Alvaras, quando muito, na# da# outra providen-

intende ; dice que elle bem persuadido do contrario apon-

cia mais do que a de appellar de hum Juiz Leigo para outro

tara aquelle meio, como o inais adoptado a recta justiça

talvez; ainda mais I.eigo, e de peores qualidades. Perlen-

nas actuaes circunstancias; eque por tanto desde já decla-

der que o actual Senado siga a este, e outros respeitos a

rava, que na# entraria nunca em discussoens de semelhante

marcha do de 1783, e que "delia se afaste em tudo o mais,

natureza, nem sobre ellas daria voto algum, pois conhecia

por ser contrario as Bases da Constituiça#, he querer hum

a sua inteira ignorância em sciencias pozitivas, tendo feito

Governo despótico, e liberal ao mesmo tempo. Concfuio


unicamente os seus estudos sobre sciencias exactas, mili-

finalmente confessando que na# podia conceber huma ta#


tares, e bellas letras.

disparatada mistura de princípios políticos inteiramente

Em respostas dice o Juiz Ordinário Joze Baptista ; que

oppostos nem como os mencionados Alvarás, dos quaes

o mesmo julgar o Vereador Paulino, que nad sabe, he

a penas hum, e sõ nas causas crimes, determina o recurso

huma prova do seo saber ; e que parece a elle votante, que m

contra os Ouvidores quando estes negarem as partes a


de nenhuma forma podia o mesmo Vereador izentar-se de

appellaça# possa# ser o remédio universal contra qualquer


votar, excepto nos cazos de que devesse dar-se por suspeito.

violência praticada pelos Juises, que bem contra a opinião


Disse mais o mesmo Juiz, que o seo voto supra mostra

delle forma actualmente parte do poder executivo. Assi-

naõ ser fundado em julgar indecorozo a cada hum dos

gnados = Remedios, Barbosa, Basto, Bello, Castro.


votantes o aeonselhar-se, como por engano pareceo ao

Vereador Pulino; mas sim indecorozo mostrar ignorância

dos cazos de que deve tomar conhecimento de queixas

EXTRACTO DO DIÁRIO DO GOVERNO DE LISBOA.

contra os Juizes, existindo na Secretaria Alvarás, que os

determina#. Assignados = Remedios, Barboza, Basto, Sessão das Cortes de 15 de Fevereiro.

Lima, Castro.
O Senhor Gouvea Ozorio, como Relator da Commiscâo

O Vereador Paulino da Silva Barboza replicando na


Ecclesiastica do Expediente lêo o parecer, que a mesma

Sessa# seguinte a obzequiosa resposta do SenhorJuiz Joze entrepõe sobre o Breve de S. Santidade, para que nos dias

Baptista, dice que o seo voto em semelhantes matérias de abstinência se possa no Reino Unido de Portugal, Bra-

longe de ser necessário, seria as mais das veses prejudicial zil, e Algarves comer carne: a Commissâo julga; que o

a este Senado, como se devia rigorosamente concluir da


Soberano Congresso a deve approvar, e mandalla ao

ingénua confissaô que elle acabara de faser. Quanto aos Governo para conforme os usos, e costumes a faser publi-

conselhos particulares, e aos citados Alvarás de que se car. Accrescentou o llluitre Deputado; que este Breve

lembrou o mesmo Juiz, responde que se os primeiros he muito gracioso, e eucerra além daquillo que se im-

devem produsir hum bom effeito, melhor e mais seguro petrou, posto que não seja absoluto;. e que S. Santidade

o produsira#, se forem dados por huma Commissa# autho- se mostrara mui generosa: que por 6 annos concede esta

risada pelo Governo, e composta de homens dos mais faculdade, exceptuando apenas os dias de quarta feira de

instruidos n'quelle ramo; por que enta# fica# estes parti- cinsa, todas as Sextas feiras de quaresma, os quatro dias

cidando da mesma responsabelidade com os Senadores, maiores da Semana Santa, as vigílias da Natevidade de
A ABELHA IA CHINA. 89

Famílias dizer, que em sua casa come carne nos dias de


Nosso Senhor Jesus Christo, da Virgem Mariay da As-

abstinência, por esta ser mais barata, não poder com-


sumpção de S. Pedro e S. Paulo, e de todos os Santos.

O Senhor Bispo de Beja tomou a palavra, e mostrou que prar peixe por ser mui caro, e não ter sufficientes ordena-

dos para o poder comprar: que se acaso S. Excellencia


a Bulla deve sim passar ao Governo; mas não para este a

ouvisse no Confessionário o Creado de servir, accusando-se


mandar executar, ou pôr em pratica; por que he necessa-

de comer carne, por que seu amo não lhe apresenta outras
rio que os Bispos primeiramente a examinem, e ser-lhe

comidas, nem a sua famillia ; perguntava que faria Sua


enviada, para conforme entenderem a mandarem cumprir;

Excellencia? Propoz muitos outros argumentos, lembran-


que foi isto mesmo o que se praticou o anno passado, dei-

xando-se ao arbítrio dos Prelados dispensarem, como lhes do que quando se dispensarão alguns dias Santos para nelles

parecesse conforme a justiça e rasâo; observou que o Papa se poder trabalhar, muita gente ao principio escrupolisou,

não podia entrar nas jurisdicções dos Ordinários, e que e não queria trabalhar, o que perdeo com uso, fasendo-o

- #

são estes os canaes por onde se transmittem aos Fieis hoje sem objecção alguma, e concluio requerendo, que

as graças da Igreja, disse que se no seu Bispado houves- na conformidade do parecer, com toda a brevidade se re-

sem portos de mar, que podessem subministrar sufficiente


mettesse ao Governo, para lhe mandar dar a devida

peixe para a subsistência dos seus Diocezanos, talvez escru-


execução.

pulizasse em a mandar cumprir; e tendo exposto algumas


Mais algumas observações se fiserão, tendentes toda»

outras rasões terminou que se deve mandar a Bulla aos


a combater os argumentos do Senhor Bispo de Beja, e a

Ordinários, para elles lhe darem a execução devida.


apoiarem o parecer da Commissão, e Ievantando-se o Sr.

O Senhor Gouvea Ozorio mostrou a differença; que


Bispo de Castello Branco opinou a favor do parecer, taxan-

ha entre'a Bulla do anno passado, e a actual; que esta he


do como absurdos os argumentos do seu Excrllentissimo

ampla, e sem restricçôes algumas, em quanto a outra


Collega : sustentou, que nesta matéria não tem os Ordiná-

deixava tudo aos Ordinários; disse que aos primeiros ar-

rios ingerência alguma, e que similhantes Ordens do Supre-

gumentos tinha respondido, e que passava a combater os


4
i «,|| mo Chefe da Igreja, são conforme a disciplina da mesma

segundos ; mostrou então, que os Bispos devem cumprir as

de rigorosa observância; que as consciências dos Fiei»

decisões da Igreja, e que he necessário que assim o fação

devem estar seguras pois que a Authoridade que dispensa

para não introduzir entre os Povos algum scisma, como

he legitima ; que a sua opinião he que se mande irame-

acontecéo noutros tempos.

diatamente publicar a Bulla sem dependência alguma do»

O Senhor Fernandes Thomàs a poiou o Illustre Preopinante,

Ordinários. Esta opinião foi apoiada quasi geralmente

expoz alguns argumentos em abono do parecer da Com-

pela Soberana Assemblea, e tendo em seu abono fallado

missão, e requereo passasse com toda a brevidade ao Go-

o Sr. Souza Machado propoz-se o parecer á votação, e foi

verno, para que os Povos se podessem aproveitar dos bens


approvado, como se achava redigido.

da citada Bulla, sem que as suas consciências escrupulizem.

O Senhor Bispo de Beja respondeo aos argumentos do

Sr. Gouvea Ozorio, e logo o Sr. Castello Branco principiou

O triste fado de hum Redactor he ser mui de ordinário,

a fallar mostrando os absurdos do discurso do Illustre Pre-

como acontece a nós, o alvo da calumnia, e da maledi.

opinante, e quanto he perigozo que taes princípios se espa-

cencia: e nòs na# sentiríamos tanto o golpe do seu dente

lhassem por entre a Nação, e que confiando tudo dos talen-

mordàz, se esta praga nos viesse de outra Classe de gente.

tos, e virtudes do Sr. Bispo de Beja esperava, que apesar

Mas que as personalidades, e invectivas, com que se intenta

delles, não apparecessem nos papeis públicos os seus prin-

»
desacreditar-nos, e faser-nos odiozo perante o publico, pro-

cipios, sem que ao lado dos mesmos não se apresentassem

venhas de pessoas, cujo instituto, e profissaã hè ensinar


as rasoens com que os combatera*; o Honrado Membro

aos outros, que o fallar mal, he mal, que murmurar, he

respondeo então a todos os argumentos que o Sr. Bispo

murmurar, excita menos a nossa admiraça#, do que o repa-

de Beja havia dezenvolvido.

ro, e o escândalo daquelles, que taes coisas ouvem à quem

O Senhor Ferrão disse, que havendo os seus Collegas

melhores exemplos lhes devia# dar. Diga5-nos esses zoilos

tomado a seu cargo debater a opinião do|Excellentissimo

malignos, e promettemos callar-nos, se no Decálogo, ou

Prelado na parte theorica, passava a fazer algumas obser-

.* * ■ * i . / * ' i '^ • * • •
quando menos, se nos mais relaxados Probabilistas encon-
vações practicas: notou que se acaso Sua Excellencia

tra# a glossa, que fasera à lei de Deos com suas obras, isto
fosse Parrocho em buma Capital, como Lisboa, cujo porto

he = na# murmuraras, excepto do Redactor d* Abelha = e


de mar he o maior e o mais abundante talvez de toda a

se tal nos na# amostrarem, nòs para confusa# sua lhe pre-
Europa, e que se ouvisse no Confessionário o Pai de
90 A ABE1H D A' CHINA.

YWft

putaçoès por ter-mos publicado em o numero XXI da nossa


gamos: que o inferno he sem excepçaõ para todos os qne,

tiverem lingoa damninha, e que se os mal-fallantes forem Abelha a Bulla do SS. Padre Pio YII. E pelas reflexões

dos grandes, alli se verificará nclles o que diz a Escriptu- que lhe ajuntamos se gritou aqui d* El-Rey contra o Re-

ra = Potentes autem potenter tormenta patientur. Coita- dactor, que chama agente Carcunda. Nós julgamos que
1
I II k ; • f *^ 9 | « - i #

fazíamos serviço à Religiaõ, e àquem estivesse encarregado


dos ! a sua mente nos he bem conhecida. Pouco lhes em.

dos seus interesses, publicando assim o Documento citado,


portaria a pessoa do Redactor, aquém outrora sò com
í *• - V • t *• ' '*

como expondo a nossa opiniaõ a respeito da linha de con-


huma folha de papel houveraõ podido pôr, como là disem,

ducta, que se deveria seguir no presente caso. Porem con-


em Aveiro sem çapatos, a naõ ser a arte que este tem de

sta-nos que se virou o feitiço contra o feiticeiro. Failou-se,


faser fallar (sem ser feiticeiro) certos bronzitos, chamados

gritou-se naõ só contra o Redactor por dàr na Abelha o


typos, verdades se bem que muito verdadeiras, também

Diploma citado, mas também contra o Governo, que per-


muito amargosas: estes typos saõ hoje mais temíveis do que

mittia se publicassem semelhantes peças, e semelhantes opi-


húm exercito de Franceses na guerra passada. Oh ! quantos

niões. Ora nos sustentámos, que hé aleive aflirmar que


estaràS disendo là de si para si, mal haja o primeiro que

dessemos tal nomeada a pessoa alguma in individuo : mas,


inventou semelhante peste ! permittira Deos que derretidos

quando assim fosse, perguntamos que epitheto merecera


fossem todos os typos, e na falta de outro metal converti-

quem crimina o Governo por naõ ser infractor das Bases


dos em algemas para amarrar quantos Redactores hà no

da Constituiçaõ, que jurou manter, prohibindo-nos a pu-

mundo ! Oh tempos ! oh éras saudosas! asem que naõ havia


9 » *
blicaçaõ assim dos sentimentos do Santíssimo Padre Pio

Gazeteiros, Periodis tas, Redactores, Abelhas, &! Entaò sim,


•* i
VII, como do nossojuisoa respeito destes? Respondaõ ?

e naõ hoje, hè que podia haver zangoõs, Perpotentes, Ra-

.. . Como naõ querem fallar, nós responderemos por elles.


9■
ptores, Abelharucos. Oh ! idade de ouro aquella, em que,

Esses que tal disserem, ipsofacto se caracterizarão definis-'

a magra gazeta de Lisboa, constante de huma mui mes_

simos, tremendíssimos, e terrebilissimos corcundas, carcun-

quinha meia folha de papel pardo, era gazeta de sobejo

doès-carcundissimos. Quem naõ quér que lhe apupem de

para hum Reino inteiro, e suas conquistas! E para que

pelle de lobo se nnõ cubra. Porem a Abelha está publica,

nossos leitores vejaò que com esta diatribe naõ estamos

quem se julgar lezado á face da Lei regulamentar da Liber-


combatendo outra chymera : principiamos por contar-lhe ;

dade da prensa, accnze-nos perante o Governo, que nisto


que sabemos com certesa terem andado pelas casas, e tam-

temos particular satisfaçaõ a fim de poder-mos ao depois


bém por fora delias, certos Missionários para dissuadir

cantar n'outro tom.


(melhor scdusir) a diversos Senhores assignantes da nossa

Copiamos pois, como dito hemos, a Bulla do Papa, pela


folha, de continuar no seguinte Semestre. Dcsejaria-mos
t

qual se permitte aos habitantes do Reino-Unido de Portu-


sdcviíihar (jiicm era o Graõ-Lania, que destacava esta tropa

propagandistica. Mas seja quem for, e more onde morar, gal, Brasil, e Algarves o comer carne por espaço de seis

annos nos dias de abstinência com as lemitações constan-


o certo he, que o seu fim mais por aqui, ou por acolá he

tes da mesma. Dissemos ao depois, e disemos ainda hoje,


tolher efficásmente a impressaõ d' Abelha; e exaqui o seu

raeiocinio para vêr como a levaõ fisgada = Tirados os que este Indulto abràge todo o território Portuguez: e

exaqui a prova na nossa Lógica. O Reino de Portugal


assignantes, cessaõ os vinténs, cessando os vinténs, moscaõ

Brasil, e Algarves, hé toda a Monarchia Portuguesa; atqui,


os impressores, moscando os impressores, morrerá a mofina

o Indulto hé concedido ao Reino-Unido, ergo hé concedido


da maldita Abelha. Pois, Senhores, tomem là o trôco

a toda a Monarchia Portuguesa, ou, quod idem sonat, a todas


para consolar-se nos seus trabalhos propagandísticos. Ris-

e cada huma das partes, ou fracções de que esta se compõ-


cando-se os Senhores assignantes, ainda fica o Governo, o

em. Em quanto nos uaò mostrarem o vicio deste Syllogis-


Governo quer, pode, e precisa hum Periódico, logo a Abe

mo, naõ desceremos da Burra. Porem dêmos que a maior,


lha, a quem desejaõ a morte, naõ morrera. Sem embargo

ou a primeira das preposições pareça falça a esses Senhores.


da-mos-lhea certesa, que faremos huma lista das assigna-

Perguntamos entaò aos nosso Scepticos pertence Macào


turas do Semestre, que está a findar, na qual notaremos os

nomes daquelles Senhores, que se mandarem riscar no se- ao Reino-Unido, ou naõ pertence? Se nos disserem que sim,

estamos accordes; se nos responderem que naõ ; assignera-


guinte. Esta medida, de que aliás naõ lançaríamos maõ,
D

se, que se fará de seus nomes, e opinioens hum presente a


servirá para conhecer o fructo, e as Conquistas, que fiserem

El-Rey» e ao Soberano Congresso do Reino-Unido, a que


os Senhores Missionários Carcundistas, cujo zello pela

elles naõ pertencem. Mais : olhem para a petiçaõ que


causa do Despotismo he bem conhecido. Outro sim saibaõ

em Nome :d' El-Rey fez ao Papa o Embaixador Pedro d«


também nossos Leitores, que se nos tem feito graves im-
I

ABELHA DA CHINA.
9L

Jello Brayner = diz a Bulla. Porem quando ha pouco da Officio a que se refere a cai ta acima.

parte do Nosso Caríssimo em Christo Filho Joaô, Rey Fi- « .

I LLÚSTR ISSI MO E LEAL SENADO.

dellissimo do Reino-Unido de Portugal, dos Algarves, e do _ . , lr c i • k .


n
' » lendo-me ordenado Vossa Senhoria a requerimento do

Brasil, pelo Nosso Ama,lo Filho Pedro de Mello Brayner, Senhor Vereador Paulino da Silva Barboza, que chamasse

seu Enviado junto a Nòs,e a esta Sancta Sede se Nos pedio, | aos Cidadáo9 JoJo Jozeda silva e Soza, Joio Rodrigues

que lodos os que habitai nas Regiões, que lhe saS sujeitas , GollÇa!yes> e Jozé Rodrigues para deporem com a indivi-

no tempo da Quaresma, e nos outros dias do anno, em que duaçào possível sobre o procedimento do omsem Sr. Verea-

a comida de carne, ovos, e lactecinios se prohibe, pu- dor Ila nojte de 23 dtí Outubro do anno proximo passado.a

dessem por Nossa Indulgência, e Permissão usar delia, taes rcspeito do tomu|to d:l popu|aça, ,|Ue pertendia hir i

cousas se. Nos expuseraõ, que fiseraò huma certa violência Cazas de residência do Hopú da Barra soltar Antonio Fer-

ao Nosso animo, e o obrigarab a que condessendesse com as reira Batalha, que là estava preso pelos Chinas, e tirar as

Regias Supplicas. Nos pedio que todos os que habitao as Caixas de Autiáo, que como dito Batalha seu conductor,

ftfgióes que lhe s.i5 sugeitas Logo a Supplica Segundo a tinhSo sido tomadas, e conduzidas às mesmas

Bulla foi geral. A concessaB foi dada nos termos da Supplica, mei oa» Cidadãos, apontados por Vossa Senhoria, e deferia,

por tanto também esta hé geral, e absoluta. Talvez que do.ihes 0 jllramento do, San|os Evangelhos, depozerãoo

a bicha de sette cabeças de que mostraS tanto mêdo os Se- qile consta do, Autores, que a este a companhâo. Dos quaes

nhores Pirrhonicos esteja em na5 saber amalgamar algumas depo|mcnloS) e do que de„ no Quarle, Genera, Q CapUào

frases do estillo curial, em que hé concebido o Diploma, Ijciano Firme Monteiro, se concilie que o dito Senhor Vere-

porem isto nasce, a nosso ver, do mui pouco uso dos rescri- ad()r na>quella noi(e promoveo quallto pôde a so|tllra de

ptos gracioso-Pontificios. (Continuar-se-ha.) | ^n(onj0 Ferreira Batalha, e a fiual a conseguiu ; trabalhou

muito para tranquillizar a Populaça amotinada j e chaman-

CORRESPONDÊNCIA

Senhor Redactor Rogo-lheo obzequio de inserir delia, e recommendou ao seu Commandantc, que atirasse

na sua Abelha o Officio incluso, para que por elle fique o sobre a Populaça em caza de resistência, dizendo-lhe que

publico conhecendo a falsidade, com qoe os miseráveis a saIvaçáo da ci(Iade era preferive, à TÍda de quatro ou

Officiaes deste Batalhão pertenderâo na sua proclamação cinco revoltozos j a qual recomroendação fez o dito Senhor

infamdr a minha conducta na noite do dia 23 de Outubro Vereador fundado, como elle affirraa, no Artigo 13 do
&

do anno proximo passado. Estou bem persuadido de que Regulamento da Policia de 10 de Dezembro de 1801.

não necessitava de meios judiciaes para a minha justifica- DEOS guarde a Vossa Senhoria muitos annos. Macáo

ção. Os moradores honrados presenciarão mui bem os 8 de Fevereiro de 1823.

erigos a que me expuz, para salvalos da desgraça, em


(Assignado) Jozé Baptista de Miranda e Lima.

que se achavao ja involvidos pela brutalidade da maruja

europêa, que provocada por alguns revoltosos intentava

NECROLOGIA.
vingar-se, no sangue dos Cninas, da barbaridade com que

estes tinhâo espancado e prendido ao europeo Antonio Ba- I 0 Capitaô Mór Jozé Joaquim Barros, natural da viU

talha; chegando antes disso os primeiros ao excesso de 'a (


*e Cascaes em Portugal, falesceo do dia 18 do cor-

irem em tumulto ao Senado, e de alli insultarem alguns | rente tendo 70 annos de idade.

Membros do Governo, por não querer este consentir no

louco e desastroso attaque emprehendido por aquella des-


NOTICIAS MARÍTIMAS = ENTRADAS.
%

enfreada multidão contra o Hopú da Barra, e mais Offici-

Aos 13 do corrente o Navio Carolina, vindo de Lisboa

aes da Alfandega chineza. Macao 14 de Fevereiro de 1823.

com escalla por Pernambuco, Bahia, e Manila Capi-

Seu attento venerador e criado.

taô Lourenço Jozé dos Santos.


Paulino da S^lva Barbosu.

AV17zO. Todos os Senhores, que quiserem Sobscrever neste periódico desde o N. 24 em diante o poderáõ faser,

liri<Mndo-se ao Laboratório Constitucional, as Janellas verdes, aonde acharão de venda as Bases da Constituição, por

00 reis, eo Pregoeiro Lusitano em 9 vol. por 18 patacas.

NA TYP0GRAPH1A DO GOVERNO
À

4*

17

tu L A

DA

ini N A 9

QUINTA FEIRA, 27 de Fevereiro. 1823


N°. XXIV.

1 . > i " HOC TÊMPORE

• •

11
ÕBSEQU1UM ÀMICOS, VERITAS OD1UM PARIT. TEÉENTIUS.

——-

sua liberalissima resolução de haver jurado neste Dia as

MACAO.

Bases da Constituição, e santcionado as medidas, que as

ARTIGOS D* OFFICIO.

Cortes adoptassem^ quando se nos depara no Portuguez de

M anda El-Rei, pela Secretaria do Estado dos Negocios

Londres o Pedaço, qiie Vamos transcrever, e qUe Julga-

de Justiça, que o Reverendo Arcebispo Primaz aceite á sua

mos, ser hum dos melhores, e mais bem escriptós, que

obediência a todo e qualquér Religioso das Ordens Regu-

tem sahido da pena da'quelle Author; e por isso o damos


lares do dito Arcebispado que pertender Secularisar-se;

aos nossos Leitores com tanta mais Segurança, quanto sa-

estando nas circunstancias disso. Palacio de Queluz em

bemos, que elle o não tomarão por Lisonja : sendo escri-

19 de Janeiro de 1822. Jozé da Silva Carvalho.

pto por hum Periodista, que n'outi*o tempo pronunciou tão

Na mesma conformidade, e data mutatis mutandis se ex-

duras verdades, e que ainda hoje as não poupa aquém me-

pedirão Portarias a todos os Arcebispos e Bispos destes

rece òuvillas.

t
Reinos.

" Com El-Rei poderíamos gastar muitas paginas de lou-

CÓPIA. vor, se não nos fallecesse o tempo, por o muito que sabe-

« * »

llluslrissimo Senhor Paulino da Silva Barboza. Eni mos delle, que louvor merece. Cumpre á risca o Juizo,

virtude da participação, que Vossa Senhoria me mandou que assentámos delle, quando ha annos escrevemos, que não

pelos Soldados da guarnição do Navio do meu corrtmandó, sabíamos de Príncipe melhor para fazer hum excellente Rei

para declarar no Leal Senado o soldo, e comedorias, que Constitucional. Vai indo muito á medida de nosso desejos

J V ^

venciaõ os ditos soldados abordo: declaro, que o Pifano, e necessidades, em conformidade de seus verdadeiros inte-

resses, e dos dictames de sua religiosa consciência ; assi pro-


por ser marinheiro, vence a seis mil reis por mez; e outros

a quatro mil e oito centos reis por mez; e dfc comedorias, mette ser tao venturoso como El-Rei Dom Manoel, se não

•1 , r * 1 ' 4 « * |

vencem 175 caixas cada hilm, por dia ; sendo esta a pratica for máis, que hum throno Constitucional vale todos oS

diamantes de Golconda, e pérolas de Baharem. E não


geral estabelecida nos Navios de Europa. Também apro"

veito a presente occasiaS de participar a Vossa Senhoria, que queremos nós agora aqui revelar certos factos, que nem

é • t
estou ligado como Conselheiro Arriaga, a levà-lo de passa- para todos são patentes; como o Rei magnânimo descon-

«reiR, e a sua família a bordo do meu Navio, que espero ha de certou os planos de entriga e servilismo, com que alguns
^ #

sahir athè fim de Janeiro de 1823. Vossa Senhoria se ser- Apóstatas queriam émmaçar hum Ministério ruim e atrai-

j •

virá de levar ao conhecimento do Leal Senado, tanto no çoado como a huns cahiu ; amascara, que lhes o Rei ar

que dit respeito ao soldo, e comedorias dos soldados, como rançou: e como a outros cobrio de vergonha e confusão :

mesmo os meus ulteriores arranjos com o Conselheiro Ar- basta saber; que o Rei frustrou agora as tramas dos Syco-

naga = Tenho a honra de ser = De Vossa Senhoria = Mui- pantas, como já frustrára as dos Palmellas, que queriamí

. A

to Venerador e Criado. MaCáo 27 3e Novembro de 1822. dar cora elle no precipício da Ilha do FayaI; e assi devent

Joaquim dos Ramos. perder doda a esperança os que a tem de se a Patria de-

struir por mãos do fteí. Por&n ainda sem engrandecer

NOTICIAS NACÍONAES. seus feitos illustretf, a quem a nobresa tolherá o ficarem

Tínhamos tenção de empregar o pouco cabedal do' nosso occultos ás gerações futuras, muito há delle publico e no-

«atendimento era tecer hum arrazoado elogio a El-Rei pela torio, tao digno das benções do seu Povo, cora da admira-
V3 A ABELHA DA CHINA.

ção da posteridade. He de louvor o haver consentidoe numa boa prova do quanto ganhou por a ConstituiçaS ; <e

authorisado que se fizessem 'biraias exéquias publicas por nisso mesmo esta a sem razaô das injurias atrozes, que

alma do illustre Cromes Freire, e seus infelises companhei- vomitava em Londres contra El-Rey e contra a Coustitiu-

ros, as quaes foráo celebradas mui sumptuosas n'um dos


çaà.— Mas Et. Rey, no adsministrar justiça com clemên-

templos principaes de Lisboa: he de louvor o ter agrade- cia, não se ha mostrado menos prompto que no distribuir

cido ás Cortes o haverem ellas disposto, que o Príncipe das Graças, por hum modo taô agradavel, que lhes aug-

Real visitasse paizes Constilucionaes ; por que, ainda que menta o preço da magnificência. Ao Sr. Jozé Liberato

seja para nós duvidosa (como adeante diremos mais de j freire de Carvalho, que fora Portador do Memorial vota-

espaço) a utilidade dessa medida; com tudo, nisso mostrou i ^o em Londres a El-Rey por os Patriotas Portuguezes

_ ^

e
fil-Rei o quanto está de animo e coração em quanto lhe j que tivera a honra de lho apresentar em Audiência, rea-

parece concorrer para arreigar o Systema Constitucional; í pondeo benignamente: mandai dizer aos meus Portuguezes

cm
« quando mais nào seja, mostra o bom accordo entre o Rei Londres que lhe estou muito obrigado por este seu teste-

« o Congresso. Mas de tudo o que o Rei ha feito de ex- I munho de amor efidelidade; fazei-lhes saber, que ainda que

cellente o proceder, quejteve, com o furioso Patroni do Pará, ausente, nao o estatí de minha lembrança ; e sempre os tenh#

«obreíeva nossa admiração. Quando esse doido do Ama- | em conta de Filhos. ,,

♦XX*
zonas, em Audiência publica, disse ao Rei muitas injurias,

Continuação do Redactor.
o Rei escutou sereno, e só ao depois ordenou, que se lhe

formasse processo,e para que nunca mais tal desaguizado ! Dissemos pois em o N.° XXI da nossa Abelha, que. ha-

acontecesse, mandou, que âs suas Audiências assistisse I vendo alguma duvida á cerca da generalidade do Diploma

cempre, como deve, o Corregedor do Crime da Corte I podia*» os Ordinários interpretá-lo pro ínterim, e provizo-

« Caza. Optimamente ! Faz nos maravilha, que tão en- riamente estendelo á seus territórios, existindo
gra-

v
ârado esteja por o Systema Constitucional quem naceu as- i es, e urgentes, que assim o pedissem,

tentado n'uni throno absoluto, e só de hà dois dias se des- I He sabido, que elfcs podem dispensar, e haõ dispensado

<reti delle. temporariamente na Lei em questàõ, quando hà tal con-

curso
Outra boa prova de Justiça de El-Rei Constitucional | cauzas, que nao só saõ sufficientes ; mas que lam-

(graças lhe stjão dadas) he o modo como se houve com o Í ^em na


^ admittem espéra. Nós poderíamos citar, e*u

indecentíssimo Dom Lourenço de Lima, abono desta doutrina, o exemplo de muitos Prelados, à
mui gordo

lUt digno Representante de toda a corrupção aristrocra- quem naSfaltavaó luzes, piedade, e zello pela observan-

í-ica. Quando este chegou a Lisboa, escapando-se de Lon- | cia da Disciplina Eccleziastica. Mas aqui mesmo temos

dlres a unhas de cavallo, para nào se lhe dar por acabado | factos, que abónaó a nossa opinião.

privilegio de Embaixada, cora que viesse a acabar seus j Consta-nos, que alguns Capitaês dos navios desta praça

?
• ias n uma cadeia (por o modo que os ratos conhecem por ! haô recorrido louvavelmente aos Senhores Diocezanos e

' ' • -m I

iriítincto a casa que está paracahir, e antes disso adesãpa- j obtido dos mesmos a faculdade de uzar de carne elles, e as

■rã© e deixao despejada) acudi© logo esse mofino mui Jampeu i suas tripulaçoens, ainda que as viagens sejaó de bum

roa© Conselho da Fasenda, vestido de capa e espada para período curto, e as escallas frequentes. Eis aqui temos

*hi tomar assento, por haver sido para lá despachado antiga- Por tanto dispensas geraes,e parciaçs emanadas dos Ordina-

lmente ; mas os Conselheiros vieraõ tomar-lhe o passo, rios em hum artigo de Discipiina Universal Ora o

« naõ o deixaras entrar, sem antes consultarem a El-Rey tal qual entender, constante das reflecçoens copfiadas em

sobre
o numero citado, era como fica dito, que na hypothese de

fechado n'hum camarim de Continuo, como o elle pedio duvida sobre a generalidade do Indulto podia pela gravi-

para se lhe poupar a vergonha (vergonha !) da excluzaõ I dade, e monta das cauzaes interpreta-lo benignamente o

nos olhos dos Ofliciaes e Porteiros. Em fim, sobre esse Excellentissimo Ordinário.

negocio subio a El-Rey consulta do Tribunal, e decidio


Resta por tanto verificar a realidade das cauzaes, para

El-Rey que fosse D. Lourenço escuzado. Sc fosse ha que se veja que naõ fallámos ao vento: e para que naõ se

dois annos, em tempo do Governo absoluto, seria esse Fi- j continue a taxar de intromettido, e naõ sei de que mais,

dalgad, mal chegado a Lisboa, logo recolhido e agazalhado ; o Redactor da Abelha^ por dar anticipadamente a sua

n numa torre para todos os dias de sua torpe vida, ainda í opinião. Por esta maneira podemos dezerrar aquelles,

que seria isso huma obra de grande justiça praticada com j que estiverem allucinados, e fazer conhecei* ao longe, e

f?rnDulano de despotismo. Ahi tem o Conde de Lima ao perto, se o nosso modo de obrar, e opinar foi ou naõ
A ABELHA DA CHINA. 94

acertado, judiciozo, e prudente. Hé inquestionável, que , Diocezc a pedir licença de comer carne nos dias de ubsti-

logo depois de apparecerem copêas da Bulla referida com nencia, sem que tivesse outra razaõ, que o querer comê-la.

a chegada dos navios da Mai-Patria, se espalhou a voz de O Santo benignamente lha concedeu ; e estranhando lhe

que havia licença do Summo Pontífice para uzar de carne outro Prelado, que presente estava, a nimia condescenden-

nos dias de abstinência ; e eis-aqui temos acreditada pelo cia, ou a Santa relaxaçaò, que acabava de ver, o Santo

| " ' •11 ■ m• I

publico a certeza da Dispensa. Espalhou-se igualmente, Bispo lhe respondeo " elles pedem-ma : ainda reconhecem a

que a Bulla estava nas raaons do Senhor Diocezano, e que minha authoridadc, se eu lha naõ concedesse, elles mesmos

este, para fazê-la chegar Sollemnemente à noticia dos fieis, i se dispensariaõ com infracção da Lei, e ruina de suas con—

esperava somente que o Governo lhe officiasse para es te sciencias; assim lie melhor manda-los para o Purgatório,

fim.... O Governo, que naò fôra encarregado desta mis- que deixa-los ir ao inferno51 Sentença esta taò prudente,

saõ, e persuadido de mais a mais, assim da outlientecidade como digna de taò Santo, e Sabio Prelado. Seria com

do Documento, como de que este negocio naõ era da sua eífeito de estimar, que a fé, e o fervor dos Christaons dos

competência, recuzou ingerir-se nelle. Esta rezoluçaõ foi» nossos dias fossem taes, que para evitar os scismas, e deviso-

segundo nos consta, quem paral\ zou effec ti vãmente a pu- ens {^tivessem dispostos a ouvir, e praticar a maxima, que

hlicaçaõ da Bulla. Todos os dias se estava esperando, S. Paulo em cazo quasi indentico suggeria aos Christaons de

que apparecessem nas Igrejas Pastoral, ou mandado iguaes Corintho " Se o manjar, lhes dizia elle, escandalisa a meu

aos que n'outras Diocezes se fixaraò, ou publicaraÒ : mas Irmaò, nunca carne comerei, para que meu Irmaõ naõ es-

se naò quando em lugar delles começaraò a espalhar-se candalise." Porem saõ os Christaons de hoje os Christaons

opinioens, que negavaò a generalidade dita: do que rezul- de Corintho? E héa lé do Século XLv. taò viva, como a do

tou ver-se em contradicçaò huma contra outra metade Século de oiro do Cliristianismo : . . . He necessário pois

desta Cidade. Os Chefes das famílias, ou em razaò do convir, que para as dispensas há causas naò so físicas, como

maior cryterio, ou do maior dezabuzo, argumentavaò pro I moléstia, penúria, ou corrupção dos viveres } mas outras

em quanto sua9 mulheres taxavaõ de irreligião, e naõ sei, I chamadas moraes, as quaes independentemente das primeiras

tal vêz se de herezia, O sentir, e o exemplo, que lhes davaò fasem toda a força à quem tem o poder dispensativo. E

os maridos. Daqui por consequência infallivel se devia se não, diga-se, por que motivo a Igreja hà relaxado em

seguir, que os filhos, e domésticos como testemunhas das \ muitos artigos a severidade da Disciplina Canónica dos pri-

discussoens internas, que presenceavaò, e sobre tudo de j meiros Séculos ? A caso o espirito desta Mai Universal dos

o Pai, ou Senhor lhes mandar comer o que a Mai, ou fieis nao será sempre aquelle espirito de mortificação, e de
p

Senhora lhes prohibia de baixo de peccado, receberiaõ com penitencia, que austeramente observava nos tempos pri-

huma so acçaò muitos escândalos, e à letra se verificava mitivos ? Nao : mas como piedosa Mai, que hé attende

nelles o que em cazo mui Semilhante dizia antigamente o ás necessidades deseos filhos mãximebiS cspirituacs j e deste

Apostolo = peribit in sua scienlia fratet. principio hé que dimanou relaxar o seu primitivo vigor;

por que assim o julgou necessário a fim de que aquillo que


Alem disto os navios vindos, e que ainda se esperaõ da

fôra instituido como remedio para as almas dos fieis, não


Mai-Patria, como costumados ao beneficio do Indulto,

viesse a ser-lhes laço, e veneno. Assim vêmos também que


verbo, et exemplo espalhariaò a doutrina da dispensa, o que

a Lei da abstinência tão antiga, e universal no Oriente, e


cada vêz mais augmentaria os escândalos, e a ruina das

í^«!'

Occidente, se acha hoje tão modificada em seu rigor, não


almas, e o desprezo da .Lei* a qual pela mizeria dos tem-

pos bem se pode tirar em que grào de vigor estaria em sò era Hcspanha,' e Portugal ; mas nos mesmos Estados

Pontifícios, inclusa Roma Metrópole do Orbe Christão.


hum paiz, todo marítimo. Nesta Crise melindroza, e de

baixo deste ponto de vista, em nada exagerado, éramos, A penna nos corre velozmente,e outros afazeres nos tolhem

e somos de opiniaò, de que as necessidades do rebanho o tempo, e opportunidade de faltar mais circunstanciadamê-

pediaõ a medida, que apontamos; ou quando naò por te. Entretanto sirvão estas reflexoens de passaporte á nossa

huma razaò, tirada da natureza das couzffe, deveriaò ser opinião dada anteriormente para que naõ se ajuíze, que

ensinados pastoralmente os queerravaò nesta matéria. Pa- somos faltos de respeito, e amor para as Leis da Igreja

ra dar-mos maior luz à nossa opiniaò, será muito a propo- Universal de quem nos gloriamos manter o deposito da

sito, que citemos huma aneedota naõ incerta, ou fingida; fé, como aquelles que tiverem, ou ostentarem escrúpulo

mui positiva, e verdadeira. Conta-nos o historiador de se aproveitar do Indulto referido. O que inuito seria

da vida de S. Francisco de Salts Bispo de Genebra, que de estimar era, que os Parrochos, e os Pregadores fossem

prezentando-se-lhe a guarniçaò de certo presidio da menos theoreticos* e abstractos em seus Sermoens, cuidam
sua
A ABELHA DA CHINA.
«5

d© muito particularmente em fazer conhecer, e entender do livro da Meza da Abertura. Qual foi porem a minha

aos fieis o que hé Dogma, e o que hé Disciplina da Igreja: admiraçaõquando á face de huma certidão e assento do

que o Dogma hé immutavel; masque a Disciplina se pode


Livro do Feitor, vi que duas coizas iguaes eutre si, naõ

alterar, dispensar, ou abrog&r: pois aos consta que tal


eraò iguaes a huma terceira- isto só succede em Mncao.

houve, que disseu Venha# quantas Bulias vierem, eu cá


O caso he que a certidão do Escrivão da Meza grande diz

eou Chriftaõ velho : carne! naõ a trincarei."


que a f. 3 do Livro 11 N° 59, e GO despachara o Deposi-

( Co n ti nu ar - se-b a.)
tário Geral por Manoel Martins 17 Caixas de Anfiaõ Patuá

em 28 de Junho de 1819, e no do Feitor está escripto

CORRESPONDÊNCIA.
o seguinte — Janho 15 e 19 = Manoel Martins 17 Caixas

Senho* Re©acto*.
de Anfiaõ = pagou Ignacio Baptista Cortella.

Como o seu Semanário, he com cfFekto bum lenitivo para


Eu naõ quero de nenhuma maneira afoitar-mc a man-

*>s afflictos, e hum puWicador das verdades: eu que o deze- char a honra dos Senhores Officiaes da Mesa da Abertura,

jo imitar, eque nisso tenho muita gloria; ped ia-lhe i>or cuja probidade eu afianço, mas taõbern na© posso deixar

tanto me quizesse inserir na sua Abelha, o seguinte, de de publicar ào Mundo inteiro que hum tal Livro lie susce-

que lhe ficará muito obrigado o seu muito admirador.


ptível de Vicios, e para que elle o naô seja seria neseewarie

C. G.
procurar Anjos para netle escreverem,pois ninguém deixa

Tendo chegado ás maons do infra scripto o inventario de conhecer que as Leis fossem feitas para outra coisa mais

do Espolio de Martins, em o qual achara que em 6 de Ju- que para as assossiaçoens dos homens ? logohe de Lei que

tho de 1819, o Depositário Geral o Senhor Ignacio Ba- haja Lei para os livros das cazas de arrecadaçoens, sendo

ptista Cortela, tirara da Alfandega desta Cidade quatorze suas folhas contadas e rubricadas e que disto se faça Termo

uraixas de Anfiaõ, o que comparaodo-o com hucna certi- tanto no comêsso como no enserramento autenticado pelo

dão do Escrivão da Meza Grande, que em 28 de Julho dito Juiz da Alfandega. Alguém por ventura deixando de ver

anno, época posterior â morte de Martins, dá 31 esta regularidade, e a face da CertidaSdo Escrivã# da Al-

despachadas pelo dito Depositário, por Manoel Martins, fandega que temo seu livrocomo -a Lei o prescreve deixará

de donde entaõ conclui immediatamente que havia hum de diserque o Depositário Geral, despachara por Manoel

Jefieitàe 17 caixas, cuja falta communicando-a ao Depo- Martins, e por conseguinte depois da sua morte, pois a data

sitário Geral, este desde logo se ©pÕs, denegando se à con- assim o 17 caixas de Anfiatf, e que os recebera o dito

ferencia em caza do infra scripts perante os documentos. Depositário ? certamente nao.

Seguio-se reprezentar ao Leal Senado, o qual com a sua

(Conti n uar-se-ha.)

*o»tumada franqueia e justiça, patenteou o conhecimento

ÀVIZG. InventariaAtea, e herdeiros dos bens do /aller.ido

.Aonunciado m

*s fize-ee apre zentar para serem liquidadas, e Satisfeitas, novamente raíefieaõ aquelle annuncio, para que toda a pessoa

que por qualquer titulo se prez uma Gredor ao dito fallecido, compareça com a sua Conta no prefixo praso de trinta dias con-

lados da data de hoje, com a comina^aõ de se haverem por nullas, dolozas e por concequencia de nenhum effeito todas a quellas

que se apresentarem no excedente deste prazo. Emais previnem os mesmos herdeiros desde já a todos os Senhores Negoci-

antes desta praça, que tendo eJles Resgatado todas as notas firmadas pelo dito falecido Relativas á entrega de Caixas de Anfiaõ,

ficaõ sendo falças todas as que ainda possaõ aparecer, e do numero da quellas, que tendo sido Satisfeitas em sua vida lhe foraõ

Clandestinamente Roubadas de entre os seus papeis por hum servidor China, como notoriamente he sabido, e faráõ ver por do-

cumentos, por isso que naõ so declaraõ falsas e Clandestinas Semelhantes notas; mas protestaõ proceder Criminalmente contra

*s portadores delias, sendo hum destes o Ourives China Texim, que tendo comparecido com a nota de huma Caixa, e instado

para que a exhibise em Juiso; prometteo de assim o faseThà mais de Sessenta dias, e ategora Responde, que a quelle documento

«ra de outra pessoa, que desde aquelle tempo náo tem podido encontrar.

Matheus vrandenberg faz saber ao publico, que nas suas cazas, sitas no Vazariuho, se haõ-de vender vários trastes

pertencente ao Navio Vasco da Gama; toda e qualquer pessoa, que quizer lançar nelles o poderá fazer no dia I de

Vl à
Março do •corrente anno, > 1 ■ .i © » *' il © < -'â

NA TYPOGRAPHJA DO GOVERNO.
A

DA

> /

H N JfÈLO

QUINTA FEIRA, 6 de Margo.


N.XXV. V 1823.

HOC TEMPORE

OBSEQU1UM A MI COS, VEIUTAS ODIUM PARIT." TERENTIUS.

que compráráõ com o sangue dos Pais, V. Magestade faa


MACAO.

cora
No memorando dia 26 de Fevereiro, primeiro Anniver- 9l,e os
filhos gozem em paz, e em justiça suas terra-

sario do juramento, que Sua Magestade prestou à Con- queseriaõjá desgraçadamente divididas, já regadas com <

slituiçaô, que as Cortes fizessem, mandou o Soberano Con- sangue de seus pais por maons do mais horrível dos mon

gresso huma Deputação congratular a El-Rey, a qual stros, que podem infestar a terra, da anarquia; elles deraS

chegando ao Palacio da Bemposta à hora dezignada, e sendo a este Reino muita gloria, mas principalmente daquella

recebida coma cerimonia, e etiqueta estabellecida, o Se- que se sustenta e campea 11a imaginaçaô, V. Magestade

nhor Pinto de França, a quem a Deputação constituirá com o juramento, que deo neste dia, deo também as maõs

stu orador, dirigio a Sua Magestade o seguinte discurso: coma Naçaõ, para se fazerem reciprocas, e realmente fe-

lizes, elles foraô assaz menores do que V. Magestade ;

Senhor: — Hé da Naçaõ inteira que V. Magestade vai faráõ sim Reis de huma Naçaõ sempre nobre, e sublime

ser por nós cumprimentado, pois que o Soberano Congres- mà» 1. Magestade hoje he Rei de huma Naçaô sublimis-

,,em
so, em cu ja Deputaçaô vimos, hc de toda a Naçaô represen- 1 ellcs, nem a Naçaô sabiaô o que tinhaô, nem po-

con
tante: Feliz Rei, e unicamente verdadeiro Rei o que he, j tar com o que suppunhaô ter, mas V. Magestade

c que está como V. Magestade ; que fez, tanto, e por isso sabe, que vai ter huma Constituição, que lhe segura o Thro-

no e a
tanto recebe: NatS trasemos a V. Magestade mascarados de » ^aÇaósabe, que tem em V. Magestade hum Rei,

lisonjeiras expressões, indignas de nós; indignas de V. Ma- Para manter, c fazer executar a Constituição, em que ella

gestade, a mentira, e o engano, mas sim significados na lunda a sua segurança, e felicidade; nem elles se podiaô

franqueza da nossa linguagem os sentimentos congratula- fiar nas expressoens de seus súbditos, nem estes ter se<*u-
O

tórios de todo o povo Porluguez de hum e outro emisfério 'atiça na volubilidade da vontade: Ah! Seuhor quaõ equi-

y
em memoria deste dia, no qual V. Magestade se fez ver- ucos, ou duvidozos nos seus motivos tem sido até a^ora
b

as
dadeiramente Rei, e áe mostrou córdealmente Pai; a Na- expressoens feitas ante o Throno? Quantos tem parecido

çaò inteira reconhece o quanto deveo neste dia a V. Mage- curvados de respeito, quando o estavaõ unicamente pelo

stade, que nelle reconheceo também o que devia á Naçaõ Pezo d° thuribulo da dependência ? Ah ! como saõ livres, e

inteira, e com soleinne Juramento em assignalaçaÔ do seu iuademissiveis de suspeita os signaes de respeito, que a

mais sagrado dever, e vontade reunio tantos milhares de Naçao hoje tributa a V. Magestade, as expressoens dc.

Irmaons Porluguezes, que ou os nascimentos, ou os em- amor, que lhe faz, saõ taõ puras como o azul do Ceo : eis

pregos tem espalhado nas quatro partes do Mundo; V. Senhoras doces permisas da colheita do Juramento, que

Magestade jurando neste dia de observír a Constituição, Magestade deo neste memorando dia ; e qual será o

que á Naçaõ se procurava dar, para segurança dos seus resultado geral da colheita? A felicidade da Naçaõ, que

direitos, e do Throno de V. Magestade, fez a perfeita he a mesma de V. Magestade, c que ha mais a anhelar ?

obra dc justiça, e de sabedoria; conquistou mais do que Nada, desta forma, Senhor, fechem-se para sempre os Li-

todos os seus Augustos Predecessores, cujos nomes a me- vros em que na historia dos Governos se quizesse buscar

moria dos conquistadores, e dos grandes Reis defende da hum Rei para modello, pois V. Magestade unindo-se cor-

t eracidade dos tempos; ellcs deixarad aos filhos as terras | deal, e estreitamente á vontade geral, e interesses da Naça»
97 A ABELHA DA CHINA.

«e tornou o modello dos Reis: assim, Senhor, e unica- dos Poderes, pela uuidade de sentimentos entre os Repre-

mente assim se podem bazear os Thronos, para a estabi- zentantes de todo o Reino Unido, e pela Sabedoria, e Pa-

triotismo, com que as Cortes Geraes conduzem a obra da


lidade da sua duraçaõ, e felicidade, e segurança dos que

sobre elles se assentaõ; embora vivaõ inquietos, e assustados nossa Regeneraçaõ Politica, e preparaõ a prosperidade, e a

outros Reis da terra, V. Magestade nada tem que temer gloria da Naçaõ Portugueza.

coberto com a egide do amor Nacional; se outro'ora

denodados peitos sobre as alturas de Aljubarrota, ou na *


DO

campinas da Caya ; em S. Salvador, sobre os montes Gara-

Senhor RedactorEsta Bulla de carne he os meus pec«


rapes, nas margens do Capivaribe, ou nessas ferteis Ilhas,

cados: esc revi-lhe hontem desculpando a ignorância dfl


que surgem vaidozas de centro do Occeano, sustentarão

alguns pobres homens, que acostumados ao ram me rara

existência, e os direitos deste Throno; Coraçoens, que

antigo, naõ ouznõ marchar


por outro trilho, nem deixar
boje saò todos de V. Magestade porque V. Magestade he

de seguir — more pecudum — a choca conhecida, coino 01


da Naçaõ, e he por consequência delles, porque a Naçaõ

carneiros no Alentejo: e sou obrigado a escrever-lhe hoje

quer o Throno, e este com a Naçaõ se identifica, até onde

outra vez para lhe denunciar a malícia de alguns outros

elevaráõ o seu valor, e heroísmo ? Naõ poderâò talvez che-

nem ricos homens, nem pobres homens, mas Valentíssimo!

a tanta altura nem a imaginaçaõ, nem a palavra : ven-

hypocritas, manhosos fariseos, que com a capa da obser.

turozo Rei, que se soube fazer digno de tal Naçaõ, ditosa

vancia da Lei, pertendem assustar os incautos, e frustraj

Naçaõ que achou hum tal Rei, para a coadjuvar na sua

pelo menos metade do precioso beneficio, que o Congresso.

regeneraçaõ politica! Já estaõ, Senhor, para V. Magesta-

e o Governo com vistas taò económicas, como Religiosa

de de par era par abertas as portas do grande, e eterno

acabaõ de procurar-nos.

Alcácer da memoria pelo juramento que V. Magestade

NaS se atrevem a negar a authoridadc da Igreja sobre

prestou neste memorando d ia, e pelo desempenho do mesmo

os preceitos que ella. mesma impoz ; e com effeito ist<

juramento ; delia e de lugar assaz distincto alli fulgurará V

seria mui calvo; ainda que elles sejaS por dentro lobo

Magestade sobre seus Augustos Descendentes, para que vejaõ

carniceiros, querem conservar a pelle, eexterioridades dt

«empre illuminada esta estrada da virtude; lá receberá V.

minças ovelhinhas: Naõ se atrevem a negar que o Pap<

Magestade as mais agradecidas commemoraçoens dos nossos

« • pôde dispensar no preceito de abstinência : Mas ficarás ellei

vindouros, como hoje recebe estes cumprimentos congra-

por isso callados ? Nada menos. NaS ; elles naõ podem,

iulatorios da Naçaõ inteira, que, exultando de prazer pela

nem devem occultar huns certos escrúpulos, que atormea-

memoria deste dia, envia ao Ceo ardentes rogos, para que

taõ as suas timoratas consciências: E ainda que nada en-

a faça voltar sempre brilhante, e raiar aos olhos de V. Ma-

< . tendas de Theologia, e de Direito canonico, assim mesmo

gestade tantas vezes, quantas V. Magestade dezeja e a

liao de fallar em permissas ainda que arrebentem; porque

Naçaõ carece.
arrebentaõ se vêem que o Systema da Regeneração produz

E concluio dizendo, que Sua Magestade dando todas as


algum bem.

demonstrações de satisfaçaõ, e afabilidade respondeo da


Sao pois as permissas da Bulla os tropeços, em que em-

maneira seguinte.
bicas estes animaes. Descreve-se na Bulla o estrago que

Senhores : = Acceito com particular satisfaçaõ as felici-


a tempestade faz em alguns olivaes; mas como ficáraS

taçoens que hoje me traseis em nome das Cortes Geraes,


algumas oliveiras em pé; e porque elles naS encontraras

e Extraordinárias da Naçaõ. Este dia de Jnbilo Nacional


ahi pelo Rocio, e pelo Terreiro do Paço oliveiras arran-

excita-rae a doce recordação daquelle em que Jurando a


cadas: Decidem sem mais ceremonia que as permissas uaS

Constituição, que fizessem as Cortes em Lisboa preveni saõ verdadeiras, que desgraçada Theologia! que infernal

todas as difficuldades, e firmei a uniaõ, que deve ligar per-


lógica. Diz o orador, (e note que a Bulla lhe chama ora-

petuamente os Portuguezee de ambos os Mundos. Fiando


dor) quod vis turbinvm validíssima ah imis radicibus integra

tudo dos meus patrióticos sentimentos, edo caracter Por-


oliveta exturbaverit, irans/erens etiam aliquando ab tis

tuguez antevi huma cooperação franca, e sincera da parte


Locis proeul ele. Ora eu desafio todos os Theologos e

dos Representantes da Naçaõ, quem quer que fossem, por-


todos os Canonistas do mundo que me descubras nestas

%
que eraõ Portuguezes, e tratava-se de regenerar a Patria.
proposiçaô a mais leve sombra da falsidade. Por acaso

%•
Os successos tem correspondido perfeitamente ás minhas

atrever-se-hiaõ esses impostores a affirmar que em Portu-

esperanças, e a confiança da Naçaõ-— Eu me congratulo

gal naõ tem havido muitas vezes ventos tempestuoso!

poi«, e vos felecito especialra§nte ne»te dia oela harmonia ♦ j


^ ne»ie harmonia tem arrancado naõ só olivae» inteiro», mas atè pinhi
A A B E L H A D A C H I N A. 98

quer saber. Se estes meus Senhores fossem capazes de lêr*


Já esqueceria a estes Senhores da timorata consciência o

alguma coisa seria; se fossem capazes de reflectir sobre o


que acontecèo jà este anno ? que dem hum pásseio aili até

que se passa arroda delles ; senaò se contentassem de fallar


Punhete, Thomar, e Abrantes, e acharaõ ainda as oliveiras,

em nadas, e de durar nullamente uo mundo ; Saberiaò que


e olivaes no estado mesrnissimo, em que a Bulla âs re-

os temporaes, os piratas, e a peste tem dado cabo das uossas

presenta. *

pescarias, saberiaò que o bacalhào naò he objecto de luxo,


Quanto mais, que do citado lugar da Bulla ve todo o

e de regallo, que he muito menos sadio do que o peixé

homem quê naô estiver cego pelo emperrado apego a dc-

fresco, e que por elle c pelas moléstias que elle nos acarreta

zacreditar, e dizer que as trèvas saõ luz, e a luz trevas,

temos ficado sem ò nosso numerário.

que isto se naò èntende deste anno ou de outro, nem deste

Será tudo isto verdade* Senhor Redactor, ou estarei eu


u
ou daquelle lugar transfefens etiam aliquando,, quer di-

sonhando? Ah! oxalá que o naõ fora. Ora aqui tem as

zer que os ventos tem levado algumas veies as oliveiras •

permissas da Bulla. Se ha hum sò Portuguez, taõ igno-


E este — algumas vezes—a que tempo, ou a que lugar

rante do qué se passa no seu pai±; que se apresente a con-^


se refere? Ah! Core.... E naò se envergonhaò de mo- 0
-^

trariar factos que saõ obvios, por desgraça nossa, aos Na-
strarem a sua nullidade, ou a sua má fe, sempre que trataò

cionaes e aos Estrangeiros. Se porém, os qué fallaõ con-


de combater providencias dictadas pela sabedoria, e pelo

tra a Bulla, fallaò por mera malicia, e porque naõ podem


amor da Patria! ! Logo se he certo, tomo realmente he,

que isto tem sCantecido em Portugal, e que podé ainda soffrer calados os melhoramentos, e ávantagens queaNaçaò
%

tornar a acontecer, he certa também a permissa, e muito está recebendo todos os dias, entaõ peixe nelles, e mais

valida a Bulla, se se firmasse sobre ella. peixe.

Naò pense* Senhor Redactor, que huma rolha de oliveiras,


Eu bem quizera terminar aqui esta carta, mas parece-

e olivaes he capaz de tapar aboca aos taes escrupulozos:


me que naõ durmo esta noite se me ficaõ a ferver na cabe^

elles querem peixe a torto, e a direito: E enlaS naò tem ça humas poucas de razoens pelas quaes qualquer cano-

escapado das tempestades alguma lancha de pescador, em nista, que naõ tenha a cabeça cheia de minhocas, susten-

• •

que se possa ir tentar fortuna? Para elles naS he preciso


tará que esta preciosa Bulla hé concedida como hu n obze-

muito, porque comem sempre tarne,... Mas he desgraça quio, e hum mimo ao nosso Piedoso, e Respeitável Mo-

que se queiraò calcular os meios de huma Naça8, pelos narca* e que a principal razaõ que tiioveo o Santo Padre

meios de hum particular! Porque ainda ha algumas lan-


a passar a dita Bulla, foi a gratidaò pelas virtudes Reli-

chas, e os pescadores vaS ao mar ; he certo que se naS tem giosas do Senhor D. Joao VIt o texto assim o declara nas

perdido, e arruinado outras ! Será também certo que a palavras seguintes —cupientes Eidem Pientissimo, ac Ex-

nossa pescaria chega para o nosso consumo? A introduc- pcctatissimo Regi, cujus explorata est Uobis in leges Eô~

çaó de tantos mil quintaes de bacalhào parece provar que cltside Catholicte reverentia, gratificari. = O motivo prin-

naõ: Porem isto he illuzaô. Os Portuguezes sustentaò-se eipal que determinou o Papa he este! quereraõ os taes

de bacalhào, e de arenques por luso, e por assipipe ... Se escrupulosos, e de consciência fraca, ou timorata que elle

isto naS he verdade : EntaS he evidente que ha falta de seja falso ? ? ? Seraõ capazes de o dizerem* porque saô cor-

peixe para o consumo de Portugal. Tomemos pois o tra- cundas, e podem contradizer-se hum milhaò de vezes, com

balho de examinar donde provêm esta falta. Bastara faliar tanto que digaò mal de tudo. Os outros motivos vem

com dois ou tres pescadores ahi da Costa de Caparica* ou juntos pela conjunçaô — tum etiam •— e também atten-

da Ericeira para saber quantos barcos de pesca se perdem dendo etc. Ora digaò-me por vida sua os taes Theologos*

por anno de huma, e de outra í Bastaria ter fallado com e Canonistas de agua doce, se ainda tem duvida nas per-

os desgraçados que o nosso Governo mandou ha poucos missas, ou se o Papa lhes tirou todas as duvidas, declarando

que deseja fazer hum obsequio ao melhor, e mais Consti-


annos Fesgatar a Argel para saber com que segurança os

pobres Algarvios vaò pescar a Laraxe a cavalinha í Bastaria tucional de todos os Soberanos. Muito boa noite, Senhor

fallar com pescadores alli do Barreiro* e dojgeixal* e elles Redactor.

(que naò tem papas na lingua) diriaô os vexames porque

CORRESPONDÊNCIA.

tem passado com a canhoeira da Torre velha, com o Re-

Senhor Redactor. Sempre dezejei ver ánalysadas


gisto da Torre de Belém; com o Lazareto, e com quatro

por Vossa mercê as Sessoens do Leal Senado inseridas na


centos mil estorvos ; e outras tantas extorçoês a que estaò

sua Abelha, mormente a de 28 de Junho de 1822, por que


sugeitos todos os annos por causa da peste da Hespanha,

esta alem de me entrar muito pela caza, ali faz o Senhor


da Grécia, da Turquia, e de toda a parte, que possa ser

Arriaga huma apologia dos scos serviços qu« desmente


impestada: Bastaria... mas nada basta, para quem nada
99 A A B E L H A DA CHINA.

tudo quanto d'elle se tem dito, e alegado nas deferentes


Senhor Redactor. Vejo transcripta no ultimo numero

representaçoens feitas contra elle tanto ao Soberano Con- da sua Abelha a carta, que em 27 de Novembro proximo

gresso Nacional, como ao Leal Senado da Camera desla passado, escrevi ao Illustrissimo Senhor Paulino da Silva

Cidade: mas como Vossa mercê até ao presente naò se tem Barboza, hum dos Membros do Governo e naquelle tempo

rezolvido a isto, seja qual for a razaô; constando-me agora presidente, e como agora, (segundo parece) se pertende,

modernamente por ter óuvido dizer, que o referido Senhor que aquclla carta sirva de documentos para fim, que naò

Arriga pertcnde dar a este Publico hum manifesto para me- chegaò ao meu alcance, vejo-me na precisaò de faser pu-

lhor o instruir, e faze-lo vêr o attentado que commette em


blico por via do seu priodico, quais, os motivos que me
\ •

obrigar a que seja violentado hum Cidadaô pacifico como obrigaò a escreve-la.

elle a sahir desta Cidade sem culpa formada ; creio ser do Na minha chegada á esta Cidade em 16 de Novembro

meo dever (pois que sou o author da opinião de 11 de Fe- proximo paçado, achei alguns dos moradores desta Cidade

alvoraçados, contra o Conselheiro Arriaga, ao mesmo leni-


vereiro de quem elle tanto se queixa na supradita Sessaô,)

do que o Governo, trabalhava, quanto as suas forças fizicns


sustentar o que entaò disse, e o mais que depois repeti no

lhes premetiaò por conservar a boa ordem, e sabendo eu


acto do Concelho do dia 5 de Desembro do mesmo anno ;
»

para que nem o seo manifesto sirva de ilíudir aos ignoran- que o dito Conselheiro se achava bastante inferino, e que

tes, e desprevinidos; nem os factos referidos na dita Sessaô o Governo naò prohibia a comonicaçaò, fi\; v isita-lo levan-

passem por verdadeiros por falta de provas em contrario ; e do-llie algumas cartas, que ainda tinha em meu poder vindas

finalmente para que nem os corcundas propagandistas de Lisboa e Rio de Janeiro, e pedindo me este paçageni

tcnhnò matéria vasta para andarem de casa em casa pre- no meu Navio para si e sua familha, eu lha franquiei, sem

gando sermoens de eompaixaò. que nesta ocaziaò, nem mesmo athé a esta data, falássemos

em preço, ou condição relativa ao. seu comodo abordo.


Vossa mercê naô ignora qual seja o estado da minha

saúde, e que ha poucos dias ine tenho convalecido de huma Alguns dias depois apareceraò novos motivos de inquieta-

çaô, porque algum dos moradores desta Cidade, jul<raraô;


grave enfermidade, que há mezes padeço da qual ainda

que a elles lhes competia, o decedir de destino de qualquer


naô estou de todo livre; as minhas fracas luzes saõ por

Cidadaò, quando estes mesmos havia pouco tempo que


Vossa mercê bem conhecidas apesar de tudo como pouco

tinhaô acclaraado o Governo, existente, (que tanto se tem


trabalho custa em proferir verdades, e sendo certo que

desvelado em promovera boa ordem.) Híms, querendo


ellas naò precisaò das flores da eloquência, estou resolvido

a metter maons a obra para provar que o Senhor Conse- i que o Conselheiro fosse outra vez condusido para a prizaô

lheiro Arriaga naó he Cidadaô pacifico como se inculca, da Fortaleza do Monte, e outros, que se embarcace a bordo

e que o nosso actual Governo obra coherente, e prudente- |


de Brigue Viajante, que se achava a sahir, naquelles dias

mente quando toma medidas enérgicas a fim de o faser sahir |


para o Rio de Janeiro; e para procurar mais solidez, nas

desta Cidade, e que do contrario a nossa ruina será irre-


suas pertençoens, paçaraõ a promover hum nos abaixo assi-

parável, e será também elle eutaõ responsável a Naçau


gnados (que conseguiraô em pouco tempo,) em que pediaô

pelos males que occazionar. ao Governo o extreminio do dito Conselheiro, e apresen-

Devo prevenir a Vassa mercê para enteligencia do Pu- taraô este requerimento ao Leal Senado para se ler na

blico, que naô me cansarei em responder a qualquer papel ocasiaô em que se havia convocar Concelho Geral. He

anonimo que se escreva contra mim sobre o mesmo ob- nesta ocasiaô em que huma pessoa, Conspiqua desta Cida-

jecto; mas no caso de haver algum negociante falido, ou de, ine pede que eu faça saber ao Governo, os Soldos que

por falir; algum Patife assalariado; algum Cleriguinho venciaô, a bordo de meu Navio, os condestaveis, que eu

destes de Breviário ás costas, e com o Genuense nas maons havia cedido para o servisso das Fortalezas desta Cidade,

sem o entender; ou algum occioso, e tabaqueiro Frade que e que ao mesmo tempo fisesse saber que o Conselheiro Ar-

queiraô sahir discubertamente ao Campo ,eu me haverei riaga se achava Ligado comigo a hir de passagem no meu

com elles da melhor forma que puder. Navio isto para servir de barreira, aos que pediaô o prom-

Anticipo-me a derigir a Vossa mercê esta, para que me pto exterminio. Chegou odia do Conselho ena ocasiaô da

faça o favor de a enserir na sua Abelha desta Semana, e Leitura do 6tlebre requerimento, me ordenou o Illustrissi-

para reservar na da outra lugar para a analysc a que me mo Presidente, que eu declarace o que havia convenciona-

proponho dár ao Publico. Eu sou do Senhor Redactor do com o dito Conselheiro, ao que satisfiz na forma que

Seo muito obrigado Venerador. vou referir, (apesar de que o Governo jà o sabia porque

Março 3 de 1823. JoaS Nepomoceno Maher. ja tinha em seu poderá minha carta) que eu tinha prorre-
A A B E L H A D A C H 1 N A. 100

lido a dar-llie piçagem, e a sua Família : o qtie eu de novo


Resposta ao Oflicio retro.

%

certificava apesar de qualquer Sacrifício ; Ex-aqui a origem


1 Ilustríssimo Senhor Leal Senado =Accuso a recepcaò da

da minha carta, escrita aó Governo transcripta no N°. 24


Carta do I do corrente que Vossa Senhoria me diri°-io.

o
da sua Abelha, que ja mais poderá ser considerada, se naó
Ignorava , Ilhistrissimo Senhor e athe a^ora ignoro

como huma prova de obediência ao mesmo Governo.


se o Supremo Cóngresso, e El-Rei Julgaò, conveniente a
1
* "i

Apesar de que as minhas Ligaçoens para com o Conse-


puhlicdçaò desta Bulla em Macao talvez por desnecessá-

lheiro, naò fossem se naò as que Levo referido, eu logo pro-


ria, as dm como succedeo as Bulias, e Breves neila indica-

videnciei hum decente comodo a bordo, que ainda se acha


dos: ignoro se o Ministério quererá, que nesta Cidade seja

no mesmo estado, ignorando eu quaes saò os motivos por


sua publícaçaò mais ou menos restricta como espero saber

que alguns supõem que eu me queira esquivar de levar este


e executar pelas ordens que chegarem, igualmente julga-
0

Passageiro quando por este me deve resultar huma paga


va e julgo conveniente que algum me pedisse esta publica-

equivalente, á despesa que devo faser em Mantimentos,


ção, visto naó haver chegado Ordem Superior: e nem hum

Camarote, &c. &c. &c. porque suposto, eu dicesse que o


sò Cidadaò mo tem pedido : nem mesmo Vossa Senhoria

Levaria, apesar de qualquer Sacrifício ; naó se conclue, por


mo tinha exigido the agora, nem comunicado coisa alzu-
h

estas expreçoés, que eu esteja obrigado a dar-lhe passagem

ma acerca da publicação delia ; nem taò pouco liberalisado

%
*
Gratuitamente- Rogo-lhe o obsequio de mandar inserir
alguma collecçaò das Leis do Supremo Congresso para meo

esta minha declaração, na sua Ab lha, a fim de que opubli-


governo: com tudo, como naó esperava mais para a dita

có, ( bem enteuciouado ) fique sabendo as minhas puras


publicáçaó nas Igrejas, do que ser por Vossa Senhoria

intençoens na remessa da minha Carta ao Governo, asseve-


exigido ( como me persuado ser constante a Vossa Senho-

rando igualmente a V. Merce que esta sendo a 'primeira,


ria) logo no mesmo dia (apoiado naó somente na Bulla,

que lhe derijoserá igualmente a ultima, por que espero que


mas também nas minhas faculdades, que sempre tenho usa-
0

á vista delia Cessaraá quaes quer Rumores, com que eu


do a favor de quem me exige para cortar qualquer escrupu-

possa ser atacado por Pessoas mal intencionadas.


lo das conssiencias) ordenei aos Reverendos Parochos o pu-

^eu Venera dor e Criado, Joaquim dos Ramos.


blicassem, como fiseraó.

-fc # m
M0GO
• .
O expendido faz ver a Vossa Senhoria quanto desejo

ARTIGOS D' OFFICIO.

proceder com aquella ordenada harmonia que os Camones

Exmo e Rmo Senhor.

. e Leis prescrevem segundo os quaes somos obrigados a co-

Como ò bem da Religiaõ esteja conexo, e intimamente


operar para boa ordem, que deve, e somente deve sempre

ligado com a felicidade publica, de tal sorte, que os males


reinar.
%

• o

d'quella reflectirás infalivelmente a perturbaçaò desta;


Este incidente me anima a renovar os sinceros actos

julga este Senado do seu dever, como encarregado, e res-


obzequiosa estimaçaS, que a Vossa Senhoria consagro. Ma-

» » .

ponsável da tranquilidade publica, o fazer cessar, quanto cao 3 de Março de 1823. Dcos Guarde a Vossa Senhoria

esteja da sua parle, os escândalos, scismas, e divisoens, que


p»>r muito, annos. De Vossa Senhoria attento vcnèrador e

se tem suscitado por motivo da Bulla do SSmo. Padre reverente servo. Fr. Francisco Bispo de Macao. Na-

Pio VII. na qual permitte, com cerlas excepçoens, o uso margem esquerda = Illustrissimo Senhor Leal Senado da

i J

da carne aos habitautes do Reyno Unido de Portugal, Bra- Camera desta Cidade.

2il, e Algarves, fásendo participar a Vossa Exceltõncia', que


* * * " 11 o 1 li "

o silencio sobre tal matéria, comprorqettendo as consciên-

CONTINUACAO DO REDACTOR.

)
cias, igualmente comproniette a paz, e harmonia dos Cida-

À* '*t tw A • i Of' I ' s

daons : por isso que se faz de imperiosa necessidade a de-


Promettemos em o nosso Numero antecedente con-

claraçaô authentica sobre a amplitude, ou restricçaS da


tinuar as reflexoens sobre a Bulla do SS. Padre Pio VII,

mencionada Bulla. Dcos Guarde a V. E*ccllencia muitos


que tem subministrado ampla matéria para alargarmos

annos. Macao em Sessão do 1 de Marco de 1823. Eu


as ensanchas ao nosso discurso. E ainda que ultimamente

Carlos Jose Pereira Cavalleiro Professo na ordem de


se fizesse chegar com solemnidade á noticia dos fieis, lendo-

Christo Secretario do Leal Senado que a fiz escrever, e so- se nas freguezias desta cidade, nem por isto ficamos des-

bscrevi. Paulino da Silva Barbosa, Antonio dos Remédios


obrigados da palavra, que temos dado ; assim porque nos

Antonio Joaquim da Costa Basto, Paulo Vicente Bello,


ficou ainda muito que dizer; como porque o recente facto

Joaó de Deos de Castro. Na margem esquerda — Exmo e j


ja publicação abre novo campo ás nossas observações. O

Rmo. Senhor D. Fr. Francisco de Nossa Senhora da Luz I Pontífice Romano como successor de S. Pedro na cadeira

Chacim Bispo desta Cidade. / Appostolica tem sobre todos os Bispos do Universo o Pri-
101 AABELHADACHINA.

aproveitarem do Indulto naó podem misturar carne, é


mado de honra, e Jurisdicç ió, e o sen poder, e authoridude

peixe em suas comidas.


«e estende a todos os fieis dispersos pelo mundo. As leis

Vamos agora ao que diz respeito ao facto da publica-


disciplinares, quer consuetudinárias, quer escriptas, ainda

ça5. Quem fez este milagre ? O officio, que o governo


as ordenadas em os Concílios Geraês esláó dependentes da

dirigio ao Exmo Diocezano, que deixamos aqui copeado-


sua ampla Jurisdicçaõ pnr.i o effeito de serem dispensada»,

Que lhe diz o Governo nelle ? Que sendo constantes a#


ou notificadas quando concorraó causas, e rasoês sufficieir

inquietações soismas, e escândalos, que havia na Cidade


tes, que assim o exija#. Se poiso PapaS^spensou na Lei

por cauza da Bulla citada, elle como encarregado da se<m-


da abstinência, duvidar* da validade da Dispensa seria du-

rança, e da ordem publica lhe participava, que como Pastor


vidar, e negar a sua ampla 3urisdicçaõ, e suprema authori.

quizesse pôr em socego as Consciências das suas ovelbas


dade ; queremos dizer j seria hum erro injuriosíssimo ao

declarando r.x oficio se a Bulla abrangia, ou naõa Cidade de


Primeiro Pastor, hum erro contrario ao Dogma definido,

Macao. Que effeito leve este officio ? Mandar-se pu-


e proposto pela fé á nossa crença, e como lai huma herezia

blicar a Bulla, e declarar que ella se estendia a Macau


verdadeira. Mas naó havendo jâ para que se duvide, que

Que diraõ agora esses Theologos do antigo , que


o Papa verdadeiramente dispensou , pois se mandou publi-
t ^ • *

anda vau pelas cazas atemorizando as consciências, e


car solemnemente a Bulla com a declaraçaó sobre a sua

pregando contra a extensão da Bulla ? Que diráô vendo ef-


extensão á este longínquo território; segtie-se, que todo,

fectivamente approvada, e seguida a opiniaS, e doutrina


e cada hum dos fieis desta cidade, podem tuta conscitntia,

do Redactor > Ora eis-aqui por que atrás hemos dito,


sem escrúpulo, nem remorso usar da carne nos dias, que o

que o triste fado de hum Redactor hé ser o alvo da male-


Papa concede ; com tanto qne se entenda bem, que Indult0

dicência. Tanto se ralhou contra nós pela opiniaS, que


naó quer dizer ObrigaçaÔ como erroneamente haô vertido

annunciamos, para dentro de breves audiências se canonL


alguns imterpretres das dúzias: Indulto hé perrnissaõ>

zar praticamente a nossa maneira de discorrer, e ergotizae


indulgência : He permitlido nos dias prescriptos pelo summo

si
Pontífice comer carne, mas naó hé mandado comê-la. Co-

Continuar- se-ha*

ma pois quem lhe aprouver, ou deixe de comer ; com tanto

que aquelie, que come naó despreze o que naó come, e este

NOTICIAS MARÍTIMAS =SAtíIDAS.


reciprocamente naó tenha por isso em menos o outro.

Item haja toda advertência que a lei de Jejum fica em seu Ao 1 do corrente a Escuna S* Jozé alias Minerva para

a
vigor, isto hé, que devem jejuar os que estaó obrigados Manilla, Capitaó Feio,

isso, ainda que ao jantar tenhaó uzado de carne: Que os Aos 2 do corrente a Galera Primeiro de Março, para Ma-

que jejuaó naó podem comê-la â consoada, e que os que se nilla, CapitaÔ Joa5 de Villas.

AV1ZO. Viuva Paiva & Filhos, como Inventariantes, e herdeiros dos bens do fallecido Francisco Joze de Payva, tendo

annunciado na Abelha, N° XVI. que Ioda, e qualquer pessoa desta Cidade, que tivesse contas pendentes com omesmo falecido

as iize-se aprezentar para serem liquidadas, e Satisfeitas, novamente rateficaõ aquelie anuuncio, para que toda a pessoa

que por qualquer titulo se prez uma Credor ao dito fallecido, compareça com a sua Conta no prefixo praso de trinta dias con-

tados da data de hoje, com a cominaçaõ de se haverem por nullas, dolozas e por concequencia de nenhum effeito todas a quellas

que se apresentarem no excedente deste prazo. E mais previnem os mesmos herdeiros desde já a todos os Senhores Negoci-

antes desta praça, que tendo elles Resgatado todas as notas firmadas pelo dito falecido Relativas á entrega de Caixas de Anfiaõ,

ficaõ sendo falças todas as que ainda possaõ aparecer, e do numero da quellas, que tendo sido Satisfeitas em sua vida lhe foraò

Clandestinamente Roubadas de entre os seus papeis por hum servidor China, como notoriamente he sabido, e faráõ ver por do-

cumentos, por isso que naõ so declaraõ falsas e Clandestinas Semelhantes notas ; mas pfotestaõ proceder Criminalmente contr*

os portadores delias.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.
À

A E

DA

QUINTA FEIRA, 13 de Março. 1823.


N". XXVI.

" IIOC TEMPORE

* *
>5
OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM PARIT. TERENTITJS

á nova ordem de couzas, para o que tem concorrido ò

MACAO.
exemplo dos Ecclesiasticos, principalmente o Abbade da

Villa de Parada» Bernardo de Vasconcellos Pinto, que des-


EXTRACTO DO DIÁRIO DE LISBOA.

de o principio da nossa feliz Regeneraçaõ deo provas de

O Padre Luiz Marques, da Congregaçaõ do Oratorio

adhesaõ ao Systcma Constitucional, e tem nas suas Pra-

da Villa de Estremós, tem em todo o tempo dado as mais

ticas persuadido aos Povos as vantagens que delle nos po-


evidentes provas do sei) amor, e zello para com o bem da

dem resultar.
Patria, naõ tendo diminuído nada o seu patriotismo, antes
Barcellos.

cada vez se tem mais exaltado com o principio, e progres-

0 Juiz de Fora, diz queja informou quacs eraõ os Paro-

sos da Feliz Regeneraçaõ Politica da Monarchia, motivo

ebos Zelozos, c beneméritos? agora afiança que todos cum-


este* que o moveo ainda independente de Ordens positivas»

prem Zclozamente a obrigaçaõ de instruir os Povos nos

a persuadir e a ensinar seus domésticos discípulos a fazer

princípios Constitucionaes, e de consolidar a opinião publi-


o devido apreço da nova ordem de couzas, que taõ feliz,

ca a favor das Instituições novas que a Naçaõ adoptou.


mente nos rege, cuja marcha tem seguido os mais Padres

da sua congregação, e até os Estudantes da mesma, nas

1'aiicdadcs ou Artigo de Politica etc.


suas praticas Doutriuns allusivas á futura Constituição,

sendo por este modo que clle e os mais Alumnos da referi- Pratica do Reitor da Cathcdral de Beja cm 23 de Dezcm~

da corporaça5 tem mostrado constantemente a sua fiel


bro de 1821.

adhezaõ ao Systcraa Constitucional, procurando pelo


Naõ he hoje a vez primeira que eu promovo, e solicito,

Meio seguro da prégaçaõ das verdades Evangélicas instruir,


quanto cabe cm minhas forças, o amor, ea adhesaò ao

e mover seus Ouvintes a abraçar de bom grado o preciozo


Systcma actual de Governo que a Naçaõ tem adoptado, e

dom da desejada Constituição, cujos bens taõ gostosamen-


em que trabalha com tanto desvelo na pessoa de seus Re-

te distratamos ; que havendo-se combinado huma socieda-


presentantes. Nenhum cuidado, com tudo, me parece

de patriótica na mesma Villa de Estremós, para á sua custa


sobejo, quando se trata de dar-vos, sobre objecto de tanta

festejarem os memoráveis dias 4 de Julho, 24 de Agosto,


importância, as idéas mais apuradas, e eu o Jurei constan-

e 15 de Setembro, no numero d'aquelles Cidadaons foi con-


temente, naõ sò por obediência à Authoridade superior

tado elle para traçar, e derigir naõ sò os triunfaes feste-

que assim o quer, mas por desempenho do Officio pastoral

jos, mas para fazer as Composições poéticas allusivas a


que me manda attender de todo o modo a vossa utilidade.

taõ faustos, e alegses dias, o que tudo se r.'alisou com a


0 homem e o Christão tem obrigaçoens quasi idênticas,

maior pompa, alegria, e luzimento possível \ e que final-


que naõ podem combater-se, porque trabalhaò de accordò

mente empenhado na presente e futura felicidade que nos


para a felicidade do individuo. A Sociedade a si mesma se

promette a lllustre Assembléa Nacional, lhes oftereceo, e


trahira, senaõ zelasse a fiel observância dos preceitos da

dedicou a sua Composição intitulada: Grito da Verdade


Religiaõ : a Religião dcicharia de exprimir á santidade de

comprovada pela Escriptura, e Tradiçaõ: e que pelo que


seu divino Author, se naò regulasse a marcha, e as acçoens

fica exposto, bem se prova que tanto elle, como os mais


do homem social, e o Pastor encarregado do cuidado das

Congregados do Oratorio da Villa de** Estremós, tem


vossas alma ficaria devedor ao Ministério, se exhortando-

dado e sempre daràõ sobejas provas de serem verdadeira-


vos tomo fieis no grémio da igreja, vos naõ instruísse ao

mente Constitucionaes.
mesmo tempo como Cidadãos no seio da Sociedade.

Ur
Parada d' Eslet.
Os prejuizos da educaçaõ, ea estranheza da novidade,

0 Juiz Ordinário, participa de que ein todo o Concelho suspendem quasi sempre os juízos do homem, e embargaõs

suas deliberaçoens, ainda as mais acertadas. Ajuntaõ-se


reina a maior traoquillidade, eque todos se mostrai) rAfectos

r ** %
104 A ABELHA DA CHINA

Muitos bens já derivados deste benéfico systema, nos


ao susurro da ignorância; às sugestòes da malícia para en-

vaò dando a provar o sabor da felicidade, e muitos mais


grossarem o véo que se oppÒe aos raios da luz; e à causa

appareceráò com o tempo, sem o qual as producçoens


mais justa, e interessante, quedevêra progredir com passo

do espirito humano, naò respiraò se naò fragilidade. Saò


grave, mas sempre regular ; naõ caminha scnaó com hum

necessários muitos passos para avançar grande distancia*


movimento tardio, vacilante, e convulsivo.

e quem se lembra de a ganhar de salto, expõe-se ao perigo


Naõ seja assim entre nós ; nem se diga dos PorluguezcS)

da quéda. Naò se curaó de repente moléstias inveteradas,


que tendo avançado com honra, retrocederão, ou paràraó

nemocoipo defecádo por longos soffrimentos, recupera


com oprobrio na estrada do heroisuuw»; A liberdade, ea

em poucos dias o vi^or, e as forças que perdéra. Esperai


independência foraò dons das maons dt> Eterno; e delias

na Providencia, e vós vereis como o Estado prospera pouco


sahio o homem sem ver assima de si, senaò o Crcador, <i

apouco; como o vicio naõ goza livremente as recompen-


a natureza. Nuvens caliginosas escurecerão este dia, ea

sas devidas à virtude, nem a virtude he constrangida a


noite lhe succedeo. O homem desenvolveo as paixoens:

soffrer os desprezos, e os ultragcs do vicio; como o Go-


as paixoens vomitaraÒ a discórdia : a discórdia gerou o cri-

verno victoriozo das paixoens estuda os espíritos, mede


me, e para suspender os seus estragos, foi necessário de-

os talentos, e collocando-os no lugar que lhes compete*


positar direitos, estabelecer hum centro de unidade, e su-

imita a ordem com que a sabedoria de Deos reparte as


jeitar a vontade à razaõ, e a liberdade à Lei. Alas quando

luzes pelo firmamento. Vereis a Religião vestir-se da bcl-


naõ he possível extinguir a causa, como se pode esperar

leza encantadora que Jesus Christo lhe deo, e de que a


que os e(feitos naò renasçaó ? As paixoens existem sempre,

tem despojado o culto supersticioso, e a devoção hypo-


e os abusos saò a obra das paixões. Tudo degenera nas

crita; a justiça banir para sempre a fraude, e a violência,


maons do homem, e tudo marcha com os annos para a

e agrilhoar o génio malfazejo, para naò achar o segredo


variedade, e para a mudança. As instituiçoens mais apura-

de perpetuar letigios, e fazer a desgraça das famílias. Ve-


das tornaó-se defeituosas com o andar do tempo, porque

reis em fim as seiencias, e as artes florcccrem, e o com-


a malícia inexhauri vel descobre todos os dias novos segre-

mercio, e a agricultura respirarem novo alento, e enrique-


dos para íIludir os justos fins da Lei. Aluda-se com os

cerem a fVaÇaó que os fez surgir do abismo, e lhes dêo vida.


séculos o aspecto da sociedade, e o estado das naçoens, e

(Conttnuar-se-ha.)
porque novas circunstancias requerem novos recursos, ou

porque novos inales exigem novos remédios; apolítica

COR RESPONDENCIASi
vigilante, e sempre cuidadosa do seu único fim, altera poi

necessidade os seus princípios, sem variar com tudo as Senhor Redactor.

regras da natureza, e o destino do homem. Como o Senhor Arriaga por fins particulares, e para

Keunir-se entaò em hum ponto a sociedade, congregar- obstar à publicacaò, e prova que prometti a este Publico

se a Naçaò cm legitimo compendio, mudar a lorma do pela minha carta copiada no Numero passado, sahio no

Governo até alli estabelecida, e aspirar à huma Conslitui- dia Sabbado 9 do corrente a requerer ao Leal Senado que eu

çaò sabia, que levante os fundamentos da sua felicidade ; primeiramente produsa em Juizo essa prova, exigindo tam-

he reassumir os seus direitos, e revalidar o mal logrado bém o cumprimento do Avizo que a seu pedido veio con-

contrato que fizera: he proporcionar o remédio a enfer- tra mim do Rio dc Janeiro em 1816, por ter eu tido a

midade, e lançar maó dos meios que a justiça lhe permitte, generosidade de deffender ao Deffuncto Padre Antonio Jozé

para reparar os seus damnos, e evitar a ultima ruina: he da Costa, de cujos legados elle pertendia com falços pre-

fazer indissolúvel o vinculo sagrado que nos liga ao Rei, textos extorquir oito mil Taeis: Cumpre pois por justas

purificando o ar contagioso que empesta, e amortece os considerações, e para melhor mostrar a face da Naçaõ

seus bons dezejos, dissipando a maligna influencia que pa- quaes sejaõ as minhas intençoens, e as do diio Senhor, que

raliza as suas bellas virtudes, demolindo o muro de bronze


eu suspenda entretanto a minha promessa. O que partici-

que naò dá passagem nem ás vistas benéficas do Rei, nem


po ao Senhor Redactor, dc cujo favor espero, que esta seja

aos tristes queixumes da Naçaò: he adoptar finalmente o inserida na Abelha desta semana para intelligencia do

mais bem combinado de todos os systemas que a sabedoria


Publico. Eu sou do Senhor Redactor

humana tem podido descobrir.


Macao II dc Março de 1823. Obrigado Venerador.
* •

O Soberano Congresso, o Rei, e os Magistrados, saò as Joaó Nepomoccno Mahcr.

partes deste todo admirável; saò as molas desta maquina

construída para desarmar as paixoens, e acreditar a razaò :


Senhor Redactor. Espero receber de V. M. o obsequio

saò as aguas que reunidas, compoem esta fonte de felici-


de inserir esta na folha desta Semana em resposta à do

dade publica aonde qualquer de nós bebe aquella que lhe


Senhor Ramos, copiada no N°. passado.

pertence. Do Congresso, como do seio da natureza, sur-


Eu sou hum dos assignantes do Requerimento apresen-

ge a lei saudavel que desterra o vicio, e familiariza o


tado no Conselho desse dia, ao qual o Senhor Ramos chama

liomem com a virtude: do Rei dimana a força que firma por ironia celebre, e se o assignei, foi porque ja previa

o império, e asegura a exccuçaò à Lei; e aos Magistrados estas correspondências, subterfúgios, e estorvos, e até re-

convém a sabedoria, e a inteireza que reconhecem na Lei, ceando alguma desgraça; visto que a experiência metem

o verdugo da malicia, e naò o iostrumento da oppressaò. mostrado que o Senhor Arriaga costuma em taes caso»
A ABEL1
í A DA CHINA. 105

imitar a rapoza que quando se vê perseguida das pulgas,


Género, volume &a. mas perguntarei cu ( pondo de parte a

toma na bocca hum ramo de carqueja, e vai com passos


honra dos Feitores que torno a afiançar ) se os mesmos a

graves, e muito sorrateira a metter-se no rio, para que as


seu bel prazer conservando tal systema de Excripturaçaõ,

pulgas passem de pouco a pouco para a parte superior do


podem ou naõ alem de por as partes em confuzaõ, e des-

seo corpo, e a final para o ramo, o qual lança ao rio logo


confiança, roubar e deixar roubar a seu salvo.

que se vê livre delias. Todo o Mundo conhecedor da formalidade e preceito


s

Keparo que o Senhor Rimos naò faz na sua correspon- Legal da Escriptur. çaõ das Cazas de Arrecadaçoens com-

dência mençaõ da grande disputa que entaõ houve no Con- parando a Cerlidaõ do Escrivaõ da Meza Grande, com o

selho sobre se de Veria effecti vãmente hir o Senhor Arriaga Inventario do Espolio de Martins, dirá haver hum deficit de

no Navio Rey, como se havia assentado no Conselho ante- I? caixas d' Anfiaõ Pataná, dos quacs o tôrpe uzo naõ livra

o pagamento.
cedente, ou se deveria ficar para hir no Navio Vasco, e só

se lembrasse da sua hiila no Brigue \ iajante, e de sua ic- Fm fira Senhor Redactor como parte desta minha misce-

clusaõ no Monte, quando estts pontos por naõ terem me- jania vai a ser útil, naõ so por que vai clarear hum suc-

recido nenhuma attençaõ fora8 bem pouco debatidos. O c


esso contado por taõ differentes formas; como também

inesmo reparo me merece o querer o Senhor Ramos e\a- por hum appontamento que farei do methedo dos Despa.

dir-se por hum modo taõ singular da promessa que ali lez chos usados nas Alfandegas de Portugal o mais curto e

publicamente, quando disse, que sem olhar para seos interes- menos incommodo ás Partes, ao mesmo tempo que seguro

ses, sem attençaõ a cousa alguma, unicamente por valer para a arrecadaçaõ por Direitos Nacionaes, e que para o ha-

a hum home u que se acha cm desgraça, se propunha a faser ver nesta foi necessário que tivesse morrido Marlios, e que

to ri os os s< cri fiei os afith de levar cotnsigo ao Senhor Ar- no seu espolio se conjugasse amiudada, cgrossamente o ver:

riaga, e que esquecido desta sua promessa queira agora bo, que (apezar de ser composto) como V , ., sabe Latim*

formar argumentos que lhe naõ daõ muito credito: sendo


escuso de proferir Lá vai.

certo que se o Senhor Ramos naõ se ingirisse em hum

O Feitor deve escrever no seu Livro, a Era, Mez, Dia,

negocio que lhe naõ deve importar, seja qual for a rasaõ,
noHle do NaVio, anuo em que chegou ao Porto, N° do

que teve para isso, o Senhor Conselheiro Pereira como


Bilhete, que despacha o Genero, marca e N.° do volume:

bom Patriota teria facilitado no seu Navio Rey a passagem


feito isto assim corno o exame do Genero, e pezo se he que

do Senhor Arriaga, com mais com modo deste, e com ulili-


n
he delle, rubrica-lo-ha, de donde o passará o levará o Despa-

dade da Caixa Publica.


chante ao Escrivaõ da Meza Grande, o qual o lançará tal

Tenho a honra de ser do Senhor Redactor,


e qual veio das maons do Feitor, pondo tanto no Bilhe-

Maeáo 8 de Março de 1823. Seu Leitor, e Venerador.


I te como no Livro a importância dos Direitos e depois o

Antonio Joaquim Alves Pereira.


rubricará. Voltará deste ao Thezorciro, o qual recebendo

* £AA jf
—co©w>
a importância transcripta no Bilhete, examinada por elle,

Continuação de Constantino Guelfi.


lançará taõ somente o N.^ do Bilhete, Era, mez, e dia, e

Por ventura o Depositário quando se lhe entregou o Bi-


importância dos Direitos, (dosquaes dará conta em folha

lliete, naô vio que este lhe dizia que ellc mesmo despacha-
ao Cofre, conjunctamente com o Escrivaõ da Meza Grande)

va por Manoel Martins as tacs 17 Caixas? porque se naô


Precorridas as tres Estaçoens, irá aquclla do Porteiro o

a cautelou pedindo aos Feitores que lhe puzessem a data,


qual como Guarda das Armasens, examinando o Bilhete

cm que a quelle Anfiaõ tinha sabido, declarando no Bilhe-


e achando o conforme ao Systema, o receberá c no seu

te taõ somente a paga dos Direitos e naõ o Despacho por


Livro em fornia mandará assigiiar o Despachante aquillo

Martins, e por conseguinte a rccepçaõ dos Direitos ? naõ


que leva.

tem desculpa : naõ saõ os homens a quelles que costuniaõ

Espero que esta naõ fique no] tinteiro como duas que

roubar? seráõ esses Senhores isentos dessa macula em Direi-

ja tem, e pedi athe que se deixasse de mais Pastoraes por

to ? e será por ventura a sua honra (atlie afiançada por mim)

que está em moda hoje os Partores desobedecerem ás or-

que os livre de hum tal pagamento ? e será em fim proprio


dens do Governo e de Sua Santidade (visto ao Patriarca de

escreverem os Feitores que o Depositário Geral pagara os


Lisboa) que o comêsso do seo extrarninio, ou da perda de

Direitos na data de 15 e 19, quando no lnro da receita do


CidadnÕ Portuguez, foi naõ querer obedecer como súbdito

Thcsoureiro consta haver sido o pagamento feito em 28 ?


aos Mandados do Governo e do Chefe da Santa Igreja Ro-

Ah. Senhor Redactor eu naò sei aqual livro dê credito, e


mana, pela naõ publicaçaõ da Bulla que concedia a graça

pasmo de taes coizas ver naò podendo acomodar com hum


de comer carne cm certos dias da Quaresma ordenados por

systema de Arrecadaçaò que diariamente pode ser viciado


Sua Santidade, á qual tõdos os Pastores devem obedecer e

acrescendo alem disso os Feitores pórem as marcas e nú-


mandar ás suas Ovelhas que lhe obedeçaõ. Quanto pode

meros taõ somente quando as Partes o exigem ! quanto po-


a ignorância ! ! ! Quaõ atrevida he ! !! Graça à Santa Con-

de a innocencia l! I
stituiçaõ que inc dá a liberdade de exprimir os meus senti-

He verdade porem que se está no uzo neste o que eu


mentos que sendo úteis, ella mos premea, sendo sediciozos,

juro aos Santos Evangelhos que vi recentemente, de por

ella mos castiga. A Dcos athe á noite


a data no Bilhete do Despacho, a quclla em que se pagaõ

os Direitos, e naõ aquclla real e verdadeira em que sahio o Sou seu'admirador. C. G.


106 A ABELHA DA CHINA.

Constantino Guelfi naò pode por mais tempo deixar Havcndo-nos chegado ás màos hua erudita memoriado

Rmò P. M. Fr. Luiz dos Remcdios c Mello, á cerca da Bul-


passar en» silencio, e enfoamar o Publico da verdade desço'

la do SSmò Padre Pio VII, cm que temos falado, hé do nos-


uhecida delle, pintada com cores falças pelo Satélites da in

so dever, porisso que julgámos de utilidade commum, dar


triga e da uzurpaçaò, e do procedimento de Joaquim de

na nossa Abelha a publicidade, que ella merece. Porelia


Souza praticado presentemente, e na Época de 1821 bus-

veráõ os nosso Leitores, que os homens de luzes, c de cri-


cando naquelle tempo, e ainda mesmo hoje extorquir.lhe

tério coincidem com o nosso modo de opinar sobre a ques-


2881§, patacas, tendo além disso a animosidade de requerer

tão citada. Pena lie, que pela restricçao do nosso periódico,


ao Juiz Poulo Vicente Bello para que o supra scripto desse

fiador a todo o Julgado, e sentenciado, com a commina- naò possa dur-se toda de huma vez, a fim de gosar em bum

çaò de que naò o fasendo ser-lbe embargada a viagem ao só grupo a vastidaò dos motivos, que abrange, c as fontes

que o dito Juiz poz por despacho como requer. de que deriva, e sobre que funda o seu discurso. Ao mes-

O caso he o supra escriptoem Desembro de 1818, sendo mo tempo privinimos os nossos leitores, que ficamos des-

Credor do China Achac de 4,245,60, principal e premio quitados de cuiitinuar as nossas particulares observaçoens

de 22 por cento desta para Lisboa que o dito China se con- sobre o mesmo asumpto, nisto que o sábio Auílior da me-

trahio dcvedar por imprestimos, e sem lucro algum. moria, nada deixa que desejar á cerca da questaô, Na fo-

O referido China naò tendo meios de pagar, o principal lha seguinte começara«a sua pubiicaçaS.

de que o supra scripto era entaS somente Credor, buscou

de traser para a Feitoria 400 caixas de chà, o qual pela

sua qualidade mereceo a segurança transcripta no mysto


A V I Z 0.

papel que deixou em poder do dito China.


Francisco Cecílio Braga faz saber ao Publico, que estan

Chegou o supra scripto a Lisboa a 4 de Mayo de 1810 e


do elle ja Oito Annos, e quatro mezes Cazado, e sendo «

passado trinta e tantos dia* teve de trocar o chà com os Ne-

seuCazamento feito pelo maligno ex Ouvidor, naõ tem ath

gociantes Wegner & Brodemnn por baldeaçaò metade a di-


o presente recibido a totalidade da sua legitima, por cuj

nheiro, e metade a Ci es, Bretanhas, c Holanda pelo preço


razaõ havendo elle recorrido a Corle do Ryo de Janeiro,

de 580. reis a prazos de 3 & 6 mezes a arrates com os Di-


a Çapitai de Goa nada conseguio, por que o referido raali

reitos de4£ por cento, preço o qual ninguém chegou ; pois


gno ex Ouvidor interceptava, ou dispoticamênte apanhav

que tcndo-o posto em Leilaò, foi por todos os assistentes


todas as suas representaçoens, perseguindo e exterminado

regeitando por causa da sua intima qualidade.


todos aquellcs que para ellas concorrerão. Agora porer

Remetto os generos trocados para Pernanbuco, em tro-


com a mudança do Governo naõ tem elle mudado de cir

co dos quaes recebeo 50 picos d' Algudaò e 1,700 taés,


cunstancias; por que o actual Juiz dos Orphaons be acliv

ficando ali o resto para vender pela perseguição dos Per-


em proteger, e corar todas as pertençoens do mesmo mali

nanbucanos sobre o seu correspondente, o qual foi obrigado


gno ex Ouvidor, e por esta razaõ, a pesar de ser elle Cazad<

a ausentar-se para difterentes partes do Brazil, e ultima-


negociar publicamente possuindo Navio, ser Cavalleiro Prc

mente para Lisboa.


fesso da Ordem de Christo, foi obrigado a faser sua emrnan

Tendo chegado á noticia do supia setipto a morte de


cipaçaõ [levando para isso o tempo de hum mez e dou

Martins, era cuja maò deixara pouco mais ou menos 2,400

dias quando o Cidadaõ Francisco Joze de Paiva sendo Sol

patacas, tratou logo de recommeiular ao seu ami- o de

teiro levou sô de tempo dous dias J sem querer dar provi-

Macao de tirar aquella quantia do Expolio o que sendo re-

dencia alguma para effeituar o recebimento da sua le<n

querido, apareceo Joaquim de Souza em Juizo sem titulo al-


tinia, que parando toda nas maons do mesmo malio-ru

gum a embargar a quantia que pertencesse ao supra scripto.


ex-Ouvidor, como consta por huma conta corrente, que<

Conhecendo o amigo do supra scripto o risco qnc corria

referido Juiz dos Orpfaons recebera do dito ex-Ouvido

o dinheiro no nominal Cofre, tratou de o querer tirar pre-

sem assignatura alguma, e sendo este ultimo obrigado ;

stando fiança, ao que Joaquim de Souza aquelle que ha

sahir desta Cidade para evitar maiores ruínas, fica elle poi

pouco espalhou circulares, fasendo apologia da sua pessoa


conseguinte sem meio algum de poder cobrar a sua Ico-i-

taò alheia, quaS se mostra pelo titulo que existe no Car-


tima, o que tudo lhe convém que o Publico saiba para ;

tório, e em poder do supra scripto qual está patente para


conservação do seu Direito.

quem oquiser ver. (Continuar-se-há.)

AV1ZO. V iuva Paiva & Filhos, como Inventariantes, e herdeiros dos bens do faltecido Francisco Joze de Payva. tend<

annunciudo na Abelha, N° X\ I. que toda, e qualquer pessoa desta Cidade, que tivesse contas pendentes com omesino falecida

as fize-se aprezentar para serem liquidadas, e Satisfeitas, novamente rateficaõ aquelle annuncio, para que toda a nesso-

que por qualquer titulo se prezuma Credor ao dito fallecido, compareça com a sua Conta no prefixo praso de trinta dias con

tados da data de hoje, com a cominação de se haverem por nullas, dolozas e por concequencia de nenhum effeito todas a ouelJa

quese apreZentarem no excedente deste prazo. E mais previnem os mesmos herdeiros desde já a todos os Senhores Ve-o

ciantes desta praça, que teado elles Resgatado todos todas as notas firmadas pelo dito falecido Relativas á entrega de Caixas de

Anfiaõ. ficao sendo talças todas as que ainda possaõ aparecer, e do numero da quellas, que tendo sido Satisfeitas^m sua vida lh<

foraõ ( landestinament^ roujiadas do entre os seus papeis por hum servidor China, como notoriamente he sabido, e faraó ver no

documentos, por isso que não so declarão falças e Clandestinas Scmelhates notas ; mas protestao proceder Criminalmente con

tra os portadores delias.

NA TYP0GRAPHIA DO GOVERNO.
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QUINTA FEIRA, 20 de Mairo.


N°. XXVII. 1823

" HOC TEMPOÍtE

OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM PARIT." TERENTIUS.

ARTIGO D' OFFICIO.


MACAO.

Para o Rmu. P. M'. Fr. Antonio de S. Gonsalo de Amarante.

EXTRACTO DO PREGOEIRO LDZITAÍIO.

Sendo o maior cuidado do Leal Senado, manter na

Para o Conde de Sampayo


boa ordem o socego, e tranquillidade publica, merecendo-

lhe por isso a maior consideraçaÒ todo aquelle Cidada#, que


LLUSTR1SSIMO e Excelentíssimo Seniiòr. Aí Côites

concorre para tau util fim pelos meios, que cada hum tem

Ceraes.e Extraordinárias da Naçaõ Portuguesa Ordenaõ,

ao seu alcance; na5 pode deixar de contemplar a V. Rina,

que os Arcebispos, e Bispos deste Reino publiquem Pastorn-

como ornais benemerito neste particular,chamando à sua

es, recommendando a seus Diocesanos a uniaõ reciproca, e

a
ttença5 a elloquente ornça5 recitada por V. Rma na Sé
sugeiçaò ao Governo estabelecido, e provando-lhes, que as

Cathedral no dia 24 de Agosto do annò passado, cm que o


reformas e melhoramentos, de que cstaõ octu pados seus

Leal Senado solcmnisava a sua inatigu raçaS, cm conse-


legítimos Representantes, de maneira nenhuma òffendem a

quência do novo Systema Constitucional, era cujo objecto


Religião Catholiea Apostólica Romana, que todos profes-

desenvolveo Rma, os seus júdiciozos conhecimentos


samos^ juramos manter, c defFender. Oufro sim que os

mostrando com evidencia os bens, que nos resultavas d'


Parochos, alem da publicação daquellas Pastoraes*jinstruaõ

aquella necessária medida, adoptada pela NaÇaS ; è ultima-


seus Frcguezes nos mesitios objectos, e que os Prelados

mente no Sermatf doutrinal pregado na sua Igreja no


Regulares façaõ pregar para os mesmos fins nas Igrejas de

ília ultimo do mez passado, no qual na« só sustentou


seus respectivos Conventos, ou Mosteiros pelos mais hábeis,

aquella mesma doutrina, mas como que rogou aos mai


e acreditados Oradores : O que de Ordem das Cortes parti-

Oradores tanto Regulares, como Seculares,"que quando


cipo á Regência do Reino, para sua intòlligcncia, c devida

tivessem occasiaò persuadissem aos seus Ouvintes a adhc-


execução. Deos guarde a V. Excellencia. Paço das Cor- ? ♦ ;J \ 4 | mm
*jr

zaô â liuraa causa, em que tanto se devem interessar.


tes em 26 de Fevereiro de 1821. Jodõ Baptista Felgueiras.

■ ' ' Pelo qlie íouvando-o muito o Leal Senado pfelo seu patri-

Para o Prior Provincial dos Rcligiozos da Ordem dos


otico zcllo, sc congratula iguf'mente com V. Rma, pela

Prégadores.
coadjuaça#, que graciosameníe lhe presta cm tufl impor-

A Regencia do Reino, cm Nome d' El-Rey o Senhor tante, como justo motivo : o que cu da melhor vontade

D. JoaÔ VI, ordena, que V. P. Reverendíssima faça pregar levo ao conhecimento de V. Rma, cm consequência do que

nos Conventos, ou Mosteiros da sua jurisdicçaò pelos mais


niefoi determinado. = Deos guarde &a. Macao Secretaria

hábeis, e acreditados Oradores, delerminando-lhes, que


do Leal Senado 11 de Março de 1823. DC V. Rma, seií
it'i « »

nos seus Sermoens recommcndcm aos seus ouvintes liuma


muito atlenciozo Servo. Carlos Jozc Pcteira.
i ' *•

reciproca uniaò, e a sua sujeição ao Governo estabelecido; i

provando-lbcs, que as reformas, c melhoramentos, de que RESPOSTA AO OFFICIO SUPRA.

•í • »

estão occupados os )igitimo9 Representantes da Naçaò, de


I/lustrissimo Senhor Carlos Jozè Pereira.

maneira alguma òffendem a Religião Catholiea Apostólica Accuzo o officio, que V. S. medirigio em nome do Illus-

Romana, que todos professamos, e juramos manter e def- Irissimo Leal Senado, com a data de 11 do corrente, o qual

fender: o que participo a V. P. Reverendíssima de Ordem fasendo-me huma honra taõ apreciável, quanto a julgo

da mesma Regencia, para que assim o faça executar. Deos superior ao meu pessoal merecimento, novamente penhora

Guarde a V. P. Reverendíssima. Palacio da Regencia em os sentimentos d'amor, respeito, e gralida#, que tenho con-

26 de Fevereiro de 1821. — sagrado sempre ao actual Governo desde a sua feliz instala-

, Joaquim Pedro Gomes de Oliveira. çao, edcqueelle se tem feito geralmente acredor.

Na mesma conformidade c data se expedirão Avisos aos


Digne-se por tanto V. S. levar ao conhecimento do lllustris-

• w i • .iTiT rr
mais Prelados Regulares do Reino.
simo Leal Senado, que unido do coraçaò á causa conimurri

j i CT
A ABELHA DA CHINA.
108

com tudo cu como seu ajudante era quem tratava todos


com todos os bons Portuguezes riaõ cessarei quanto o per-

estes- negocio9: He por isso que lhe rogo queira tam-


mittaõ as minhas debeis forças de ensinar a huns, e conven-

bém inxevir na Abelha esses documentos, para que o publi-


cer a outros; quantos e quaó estimáveis sejaõ os bens, que

co lendo-os possa entrar no conhecimento da verdade: eu


nos rezultaõ da nossa taõ gloriosa, como feliz regeneração

quizera manda-los logo que apareceo a Abelha N° XXIV,


politica. E este hé o dever de todo o homem honrado,

porem,o esperar o fim d'aquella pessa bé que me fez demo-


que ama sinceramente a sua Patria, e este o lema gloriozo,

rar a resposta, Macao 13 de Março de 1823.


que servirá de norte á minha futura conducta como noto-
u * * ^ «

riamente o ha sido athe aqui, e será nesta mesma tarde, t Sou seo muito attento venerador.

cm que pertendo pregar, se naõ houver algum incoveni- M iguel A nton io Corte lia.

ente. Deos Guarde a V. S. muitos anno9. Convento de


Senhor Juiz d' Alfandega. Diz Miguel Antonio Cor-

S. Domingos 14 de Março de 1823.


tella, Depozitario Geral, e Thesoureiro da Providoria do»

I '• | m
De V. S. Capelaõ Venerador e Servo.

Deffunctose Auzentes, e Orfaons nesta Cidade de Macao

Frei Antonio de SaÔ Gonsalo de Amarante/

que para os fins que lhe convierem, preciza de huma

Ulmo. Sr. Carlos Joze Pereira.

Certidaõ pelos Officiaes desta Alfandega sobre os pontos

seguintes. — Quantas Caixas d' Anfiaõ rccebco o Suppfican-


Em abono do quanto o nosso actual Governo estima, e

te na mesma Alfandega,- no anuo de 1819, pertencentes

zella vêr consolidado o novo Systcma politico, deixámos

ao Deffuncio Manoel Martins, suas qualidades, e marcas,


copiado o Ofíicio, que se dirigio em seu nórae ao Orador

e em que datas ? Que quantia de Direitos pagou o Suppli-


que a despeito das censura», e acerbos motejos, com que

cante de Caixas d'Anfiaõ pertencentes ao* dito Expolio, e


as Classes dos ignorantes, e dos desaffectos à nova Ordem
, , • .; /, (. i«* i i * ■ • ( 11 \ « , 11
se a Bomma dp» Direitos corresponde á porçaõ de Caixa#
o tem procurado desacreditar reiteradamente há fallado

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recebidas pelo Suppíicante, ou se foi com augmento, ou de-
em seus discursos sobre esta matéria com satisfaçaõ do Go-
• t ? I Tf I u *1 f * p 4

minuiçaò relativamente, eem que datas ?— Se foi por roan-


verno, segundo se vê pelos agradecimentos, que lhe manda

dado do Juízo da Provedoria, que o Siippliçánte pagou ao

dar por este motivo, como também dos verdadeiros Con-


1
A a # ** í »í * J- |, í »n'} * sJA f ^ J • f f 11 Í l ® i % "*
Fiel do Recebedor os Direitos de dezesete Caixas d' An-
stituicionaes} que tanto mais haõ aprovado a conducta ^ r O ) . V > r
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fiaô de Patuá pertencentes ao dito D,iffuneto,.yindas na nuel-

do Orador citado, quanto maior hé a precisão que ha neste ' r)( ff


1F • I; i ^
le anno nos Navios Belizario, e Confiança, e em que data

Paiz a cerca deste objecto. Parabéns lhe sejaõ ao Gover-

pagou, quem recebeo estas Caixas, e em que data?

no por esta medida de sabedoria, que o fará acrcdor das

Quantas Caixas d' An fia tf consta dos Manifestos dos Navios

esperanças, e dos elogios naõ só desta Cidade, mas ainda

vindos na quelle dito anno, tem entrado, a enfregar ao Def

de El-Rey, e de toda a Naçaõ. Porem sendo coisa doce

functo Manoel Martins, e quantas recebep este antes da sua


dar louvor à quem compette, naõ havendo talvez chegado * / ' T* T * i "T '

morte ?— Se a data de 28 de Junho de 1819, foi da sahida


f f *1 c?.. . r ? "
à noticia do Leal Senado o que fez o Reverendo Favoriuo
* Oí ! J
das dezesete Caixas, ou do pagamento dos seus pireitqs ?

Joaquim de Noronha Beneficiado da Se Cathedrali mui go-

Se o estillo da mesma Alfandega hé fazer os bilhetes Je

stosamente fasemos publico, que este Ecclesiastico na nia-

Despacho na data de sahida das fasendas ainda naÕ se pa-


nhaã do dia 9 do corrente se afoutou a desenvolver no púl-

gando n'aqueHe acto os Direitos, ou quando ? —Em que

pito deaquella Igreja os seus sentimentos Constitucionaes, (i ífp y

data se passou o bilhete de despacho das quatorze Caixas


e persuadi-los ao povo, que o escutava. Hé de esperar

de Anfiaõ de Maluá, que do mesmo Expofio, reccbeo o Sup-


qye o Leal Senado ferá che^ir o seu nóme ao Governo de

píicante na dita Alfandega?—P. a Vossa Mercê Senhor


S. Magestade, e que El-Rev Constitucional tomará em 33 afife ■ * ' hH

Juiz d' Alfandega se sirva mandar dar a pedida Certidão,


consideração hum Ecclesiastico que sobre irreprebensivel
■ »" » i*'i* • •.i.t i n • * * • | ij tJ t.

e que nella venhaò assignados o Feitor, e Porteiro, e a quel-


taõ aflfcxto se amostra à nova Ordem. Cumpre nao obstan-

les mais Officiaes aquém competir, junto», ou cada hum


te acrescentar, que a falta de opportunidade hé só a causa • m

fosendo a» Competentes declaraçoens. — E„ R,, Mercê


impediente para que outros Ecclesiastico» naõ tenhaõ se-

Despacho = Passem do que constar cada hum nas sua»


guido a mesma vereda j pois estamos plenamente inteira-

cõpetentes repartiçoens. Macao 13 de Fevereiro de 1823


dos e convencidos dos sentimentos, que animaõ alguns

Bello Meritisssimo Senhor. Em cumprimento ao vene-


deUes Ma» aqui, como em toda a parte, o amor nos Ec-

raudo Despacho Certificamos nos abaixo assignado» Feitor


clesiastico» ao novo Systema politico está na rasaõ directa
m- f A r " f

e Avaliador, e Escrivaõ d' Abertura c Pezo d* Alfandega


das maiores luzes: A vista do que bem se poderia diser
• I | , JU &

desta Cidade por Sua Magestade Fidellissima El-Rey


o que Cicero disse a respeito das scieucias, e das Artes :

Constitucional, que Deo» Guarde &a.Que em 15 de


que a Constituição non habet osorem nisi ignorantem.

, , O Redactor• Junho de T819 despachou Manoel Martins dez Caixas de

CORRESPONDÊNCIAS
Anfiaõ Patná, eom sua marca MM, vindo no Navio Beliza-

Senhor rio em 19 do dito mez, e anno, despachou o mesmo sete

Aparecendo transcrrpto no seu» periódico hum papel do


Caixas dito de Patná com dita marca, vindo no Brigue
. . ^ O

Senhor Constantino Guelfi, onde se trata de huma questaõ


Confiança ; e todas as dezesete levou o mesmo Martins, que

de 17 Caixa» dfe Anfia5 pertencentes a Manoel Martins, e


em 28 do dito mez eanno por mandado do Juízo da Provi-

lendo-se ali o nome de meu Pai, que posto que entaõ era
doria pagou o Depositário Geral 274 Taes 380 Caixas de

Depositário Geral, e Thesoureiro dos Deffunctose Ausentes,


Direitos e despezas das ditas dezesete Caixas a trás meneio-
A ABELA DA CHINA.
113

quarenta annos que o conheço e a mesma opiníaó mê


alheyo9, como hé proprio de homens de bem, Cidadãos

parece ter merecido a todos os Senhores de Macao, e mesmo


amantes da regra, e sugeitos ás I.eys, qual se dechra o
1
. » j i
aos Extrangeiros mais abastados, quê em seu poder clepo-
Senhor Guelfi na mesma folha, em que fez seu manifesto
1
' 7 ' . »

sitaó seus Cabedaes, isto he publico, e notorio que nunca


contra mim. i| )/ > « p j ; ; f )"J J

jamais ouvi fallar a ninguém mal de siia Pessoa, hê


Nos temos huma cjuestaò em Juiso, e da Justiça hê

quãto se me offerece responder-lhe ; sendo de V.... o


que devemos esperar sua correspondente decisão : nella.

mesmo—Manoel Pereira.—Era supra—Refiro-me em tudo


entrei por direito de hum traspasse, que acceitei para deii-

c por tudo ao Illustrissimo Senhor Conccl beiro Manoel


genciar por ineyos liei tos a cobrança, que quasi toda per-

Pereira.—Antonio Joaquim da Costa Basto.— Eu refiro em


tence ao Senhor Cypriano Antonio Pacheco verdadeiro dono

tudo e por tudo que o Senhor Joaquim de Soúsa he muito


da obrigaçaó do Senhor Guelfi de huma consignnÇaó qiie

justo em todas as suas Contas, como he publico que nin-


de 1818 ate 23 naò está ainda liquidada ? e isto ninguém
é I
• # #

guem pode nottar em cousa alguma.—Antonio dos


melhor, que o Senhor Guelfi, sabe; e por conseguinte

Reraedios.—Reporto me a Opiniaò do Illustrissimo Senhor


estou certo, que como bom Cidadaó, e Negociante intelli-

Concelheiro Manoel Pereira; a qual amini sempre me


gente satisfará aos seu9 deveres, como o pede a sua honra»

merecco. Macao Março Ut supra.—João de Deos de


apesar das notas, que em mim tinha discubcrto. x 1
• •' i Vi ' t. : ■ • '

Castro.—Limito-me a diser, que seu Pay serripre ine


Eu naó per tendo deflfender-me do ataque, que recebi;

mereceu aquella boa Opiniaò, que dellc geralmente' tem


mas testemunho taò somente por esta ao Respeitável Pu-

as Pessoas de bem deste Paiz.—Páulino da Silva Barbosa.


blico, que fico scientc do manifesto do Senhor Guelli, e que

Declaro que o mencionado seu Pay sempre mereceu do


deixo ao mesmo Publico formar logo a primeira vista o

Publico, de quem julgo ser bem conhecido pelas suas boa?


conceito, que dalli me resulta j c ao Senhor Redactor peço

qualíidades practlcadas na siid exemplar conducta.—Paulo


que esta minha declaraÇaó venha no primeiro N®. que se

Vicente Bello.—Refiro-me a todas as respostas dos Senhores


seguir da sua Abelha, no que me deixará muito obrigado.

acima assignados ; por que por mais qiie se diga êm a


Eu sou Seu Attento Venerador,-

bono do Caracter do Senhor seu Pay, mais fica por diser;


Joaquim de Souza

Macao 14 de Março de 1823.—Carlos José PêreiVa.—

Macao 15 de Março de 1823. Refiro-me em tuilo e por tudo ao que os Senhores acima
v i 'j 4' tf \ i * i > ái i . /• y, • * i «li .# \

assignados attestarao.—Andre Ljungstedt.—Repito tudo

quanto diz o Illustrissimo Senhor Concélheirò Manoel Perei-


Senhor Redactor.
•. •

ra a respeito do Senhor seu Pay.—Antnio Loárençò Barre-

Como filho, c Socio da Caza, quê meu Pay hà pouco


to,—Conheço a muitos annos ao Senhor Jôaquim de Sousa

tempo estabeleçeo, naó posso deixar de deffender o Credito^


seu Pay; tenho negociado com elle muitas véfces ; e naõ

e honra daquelle Senhor ultrajado pelo Constantino Guelfi;


só nunca tenho tido rasaó de discònfiar das suas cotftas,

espero que V.. . . me fará o favor, de inserir na sna e da sua honra; mas antes sempre, e edm muita rasaó

U • «4 . j 1 - f I . / ff ^ | M |

Abelha(que dará ao Publico na quinta feira 20 do Corrente) o tenho tido por hum negociante de probidade; e tal he

a Carta com attestaçoens; reconheçidos os assignados pelo a sua fama publica. José Baptista de Mirandá e Lim».^—
; , .

Tabeliaó Publico das nottas, que he o seguinte, lllustris-


Attesto que ò Senhof Joaqlm de Sonsa seu Pay tem sido
1
^ • v ** w ' ' •
simos Senhores Cidadaons, e Habitates de Macao. Como
sempre em algumas Contas, que tem tido comigo súmma-
f 0M . f ' ^ f | ' t 1 ' t

filho, naé posso deixar de magoar-me, yendò o Credito


mente êxacto, confirmando-me aquella idea da probidade,

| ■ « _ A a k : ! M l A • fl -r\ T I
do meu Pay ultrajado pelo mal intençionado Constantino i. João
que pela fama Publica sempre formei dê sua

Guelfi; Chainando-lhe nomes, que mesmo no tempo da sua


José da Silva,'e Sousa.—Reconheço os onze assignados

mayor indigençia, nunca experimentou ; a pezar de que 11 Ào \f•!r/».\' t\n ÍUOQ Pm t i milllho
supra. Macao 14 de Março dc 1823. Em teslimiinho

Vossas Senhorias estejaó scientes mais, ou menos' da sua


da verdade.

Conducta, naó posso deixar; para mostrar ao Universo,


0 Tabeliaó de Nottas. ^ José Gabriel Mendes.

(como fez o dito Guelfi na Abelha de hòntem) de rogar


E para Verdade do expendido, remetto iinclusa a
ff

a Vossas Senhorias me queiraó faser o favor de declarar original circular; dê que espero retorno: Pedindo também

• |

ao pé desta, se com eflfeito meu Pay tem feito alguma ac- a insersaò da seguinte carta do Constantino Guelfi, autheu-

çaó indecorosa; algum dollo, ou raaliçia na9 suas Contas, ticada, na meSma Abelha, para satisfaçaò do promettido
• • * *

nas suas Compras, e vendas; ou se tem feito alguma cousa, na mesma circular de 1 i deste corrente "f I

>: I» Hfyfíi ff
que possa mereçer-lhe o titulo, que o dito Guelfi lhe

1
9 È w J # ■
quiz dar, em vez de a si proprio; como mostrarei.' Espero
Illustrissimo Senhor Juiz ordinário.
D II ) dl» Ollli O 0 !p i ; f 5 ;J
mereçer o obsequio pedido, e me deixarão obrigado. A*

Diz Joaquim de Sousa Júnior, que para fins, que lhe sae
» I ** ^ t ^ 1/
Pessoas de Vossas Senhorias Guarde Deos muitos annos.

úteis, precisa de huma Copia autentica de huma Carta de


:
De Vossas Senhorias, ■ i
. , -
Constantino Guelfi ao deffuncto Manoel Martins, a qual foi
1
Macao 14 de Março de 1823. O mais obediente servo

t r.. V r '• r f m k [ .t i * ^
appresentada no Cartório do Escrivão da Ouvedoria, e Pro-
Sr. Joaquim dê Sousa, Júnior.

vedoria por Joaquim José dos Santos, e para a conseguir


Respondendo ao que1 V, .. de mim exige nesta Carta,

De-se-lhe. Macao 15 P. a V. Senhoria se sirva man-


devo diser lhe com aquella puresa inseparável do meu

d ar-lhe dar forma; de que


de Março de 1823.
Caracter, que o Senhor seu Pay sempre mereceo a melhor

R. Merce
> JLima.
opinião em seus Contratos, e Conducta no decurço de .OSI V /

é&nu
114 A ABELHA DA CAI NA

Senhor Manoel Martins. Lisboa 13 dcJanciro dc 1820. Ami- taeis. Quanto ao Senhor Luis Joa# d'Alineida paciência,

go «Senhor. Pelo Brigue Temerário escrevi a Vossamer- lance-tne as patacas, que deli de mais cm minha couta, que

ce, e agora faço o mesmo pelo Brigue Trocador, étartibem eu as lançarei na conta de Rartios. Quanto aos escravos,

o farei pelo navio Pombinha, cujos theoressaò os segbnites. que dissera# ter vindo no Camoens fico obrigado pelo

Pelo navio Ullisses Recebi huma sua, e pelo navio Lus duas aviso * mas eu na# era o Capita#, nem disso sei, c diga aos

do mesmo lheor, e fico certo em todo o seo conthêudo; Senhores destes, (pie os mandem reclamar a Joa# Jose da
w
'

sentindo inuitoa fuga do Achac, ao qual naò remetto cousa Rosa, pois era 0 Capita# do Navio, pois cu sou bem conhe-

se he que restar por nao ter realisado as oonlas, e saberá cido nessa, e nihrca furtei, nem fiz acçaô por onde perdesse,

que fis venda de lodo o cbà delle como ja escrevi pelo Bri- e ja mais o faria aos Senhores dessa, a cujos todos sou
í-jm

gue Termerario, e por via de Bengalla, a 580 Reis por obrigado. Pedro JoyCe, falió de credito, e tudo se vendeu

baldeaçaò ou comjosuireitos piquenos de 4 porcento pouco ein Praça, ficando a dever 70 itiil taeis. O Irma# Domin-

mais ou menos, recebendo em faseadas 7 :797:440 eo resto gos também taliu do credito. Depois de9se Brigue chegar

em dinheiro, os quaes mandei para Pcrnanbuco, e ja fica# ahi, hâde chegar u Marques de Anjcja, Sobrecarga Jose

vendidos 3,811: 700 Reis tendo segurado para Pcrnan- Pinto dc Barros^ o qual he tíieu amigo, e espero o vá

buco so 6,000: 000 , e tendo recebido por conta da rerftessa visitar disendo-lhe por fecomméndaça# minha, e athe onde

50. 8. d'alguda# sendo seguro para esta a 7. por cento, ten- chegarem as minhas posses V. merce o abonará. O Capi-

do Achac sido muito felis em empurrar semelhante Cha* por ta# do Brigue Jose ÍAiis do Rego, espero também lhe dê

que teudo eu corriissa# 500. Caixas de Tequa, so tenho podi- alguns concelhos, pois lie a primeira vez, que para
%

vai, e se elle precisar de pouca coUsa lha dará, bem enten-


do vender nove caixas de hisson, posto que seja muito me-

dido tanto a hum, como a outro coin OS competentes ga-


lhor que o d'Achac, minguem quer dar 580. Rs. por cllc todo

nhos e recibos, e segurará nessa. O resto de dinheiro que


nem a ausência quer tomar couta dcllc, eemfun mco Ami-

mc pertence espero me continue o mesmo obsequio *e se


go, a Europa está na maior pohresa, possível estando todos

estiver desocupado me fará favor de diser quanto existe


os generos de rastos, e os preços dos generos dessa sa# can-

para eu dispor delle. Como eu tenha coutas com o amigo


gas azues Nankim Ia sorte 1630., Cantaõ 1400, pequenos
D

650,, Companhia 1280, Hisson bom 760. tJxim boin 750. Joaquim a elle tenho pedido lhe queira entregar alguma

pataca a V. merce caso a tenha, esperando o mesmo favor


Pérola 1100., Aljofaf 1180, e Chas Ruins ha na casada

Judia 25000 caixas, as quaes so algum temlciro hc que Hontem 14 do corrente estive com sua Mai, e me deu essa

quer huma caixa. Para o Norte na# querem Chas, pois so carta para V, merce, e a pesar dos meus ofTerecimentos de

na Hollanda ha 180. a 200,000. caixas, e ein quauto ao mais nada se tem servido, se naò do piqueno obsequio do Chi

tudo bem baixo de 40. por cento, eo peor que nos temos que lhe truxe. Pelo"Navio Pombinha irá outra

contra nossa# os Americanos que se pusera# a Roubar com aberta para Tequa, c fará favor de lhe remetter o conheci-

bandeira dos Americanos hespanhoes, levantados contra mento de 3,000 patacas fechar-lha e mandar-lha: remeUo

Fernando Vil. Rey de Bespanha, os quaes sé batem como pelo Cappitaò do Brigue hum embrulho com rendas para

homens, eathe opresente tem tomado 43 Navios Portngezes, as suas meninas, e recomend me às mesmas. Sou seu ami-

e mais de 200. Hcspauhocs, e era sua ajuda tem hum Almi- go e Criado obrigado. Constantino Guclíi. — Reconheço

rante Inglez, o qual tem 22 Embarcações de guerra, que O signal supra ser de Constantino Guelfi. Lisboa 15 de Ja-

apouco tomara# tres milhocns de patacas em huraa Fraga- neiro de 1820. — Em testemunho da verdade. 0 Tabelliaó

ta hespanhola &a. Amigo como cu tenho conta com Tequa, José Caetano Correa = signal Publico.
i

por esta dará Vossa Mercê ao Cappitàò do Brigue Trocador Certifico ser copia conforme à carta o riginal appresenta

1,697 : 50 patacas, as quaes o dito Cappita# Jose Luis do da com hum requerimento de Joaquim Jose dos Santos

Rego entregará a Tequa, assignando elle os conhecimentos que fica unido aos autos de Embargo de Joaquim de Sousí

inclusos, e hum o meterá dentro da carta para Tequa ea contra Constantino Guelfi no espolio do defFuncto Manoe

fexarà, e fará favor de o mandar entregar ao dito Tequa, Martins, como pertencente, e referente a dito requeri

e o outro conhecimento das patacas, que o Cappitaò leva, mento à dita questaò de embargo, q a elles rac reporto.

Macao 15 de Março de mil oito centos vinte etres annog,


lhe passará recibo quando lhes entregar ; e caso que Vossa

Merce naò tenha patacas, eu tenho pedido ao dito Cappitaò Eu Antonio Vicente do Rosario Aggersborg Escrivaò d<

para ir de aecordo com Vossa Merce, isto he, elle Cappitaò Ouvidoria Gerai e Annexasa fis escrever, e assignei.

emprestar-lhas por outra em prestar mas amim, dando lhe Antonio Vicente do Rosario Aggersborg

Vossa Merce segurança, porque apesar de eu diser o que Estou persuadido, Senhor Redacdor, de q.ue o Respeitava

V. merce merece, na# sei o que o dito obrará, eu faço Publico, com a circular acima,, e cora acarta do dito Ç

isto, por que eu percebo lucros, e disto desejarei só saibaò Guelfi, poderá bcllissimamente conhecer o caracter d<

tres, que vem a ser, Âi, V. merce, e o Capitaõ ; e espero meu Pay, e o do dito Guelfi i mas 9C ainda o Guelfi usar de

segredo. Quanto ao Achac espero saber noticias ddle, e tenacidade, procurarei mostrar mais claramente,; ao Res

creio d'aqui a hum anno estaráõ as contas liquidadas. Eu peitavel Publico, a verdade. Eu sou dc Vossa Mcrct

esta monça# na# .vou a essa, pois livrei-me de boa, pors o mais Obediente Servo/ r> fr
J * 1

a traser generos da minha conta teria perdido 6 a 7 mi|


Joaquim de Sousa Júnior.

13/íl
) I •

ÀV1ZO. Existe na Imprensa a refutaça# dos Officiaes da Alfandega ao papel do Senhor (Juelfi, a qual sahirá n

primeira occasiaõ

NA TYF0GRAPH1A DO GOVERNO.
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DA

H N A

QUINTA FEIRA, 27 de Março.


n°. xxvr 1823

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HOC TEMPORE

OBSEQU1UM AMICDS, VERITAS ODIUM PARIT." TERENTIUS.

t Tf

Pedro Alexandrino de Sousa, naõ só se prova este delictò

Macao.

assim annunciado, porém até revestido das mais aggravan-

ARTIGOS D' OFFICIO.

tes circunstancias, pois que o mesmo Réo, além de haver

Secretaria d* Estado dos Xegocios da Guerrd f* * ** 1

sabido da sua Companhia, teve a ousadia de pretender ser

em 6 de Julho de 1822.

cabeça de motim, soltando as palavras = Entaõ granadeiros

#
♦ * • M

M ANDA-SE declarar ao Exercito a Sentença abaixo deixaõ matar hum camarada seu ? Se fosse na Companhia

v ' ' . ' _ • \ f » 1 , I » T 1 » •I .. ,t% f ■ f

transcripta, e executada por Ordem de Sua Magestade no de Fuzileiros tal naõ acconteceria = e = Naõ saõ homens,
*
• •

dia 2 do corrente mez: nem saõ nada = como se deprehende dos depoimentos das

44
O Conselho de Guerra examinando attenta, e escrupu- Testemunhas em Nuras. 2, 5, e 6, e esta prova naõ desva-

losamente este Processo Verbal dos Réos, Jorge Nunes, e neceo o Réo de fórma alguma, nem com suas Respostas,
i *
l I • .4 r . . »

Gerardo Marques, ambos Soldados do 1®. Batalhaõ de Infan- nem com os ditos das Testemunhas produzidas em sua

v» '• * r S ,

taria, N. 1, Auto do Corpo de delicto, Conselho de Disciplina, defeza, e por isso naõ pôde o Conselho deixar de julgar
v >
• •

Inquiriçoens de Testemunhas sobre a culpa dos Réos, Res-


os Réos incursos no Art. 15°. de Guerra, que diz =
To-
* *
t • « i

postas, destas, e depoimento das Testemunhas, que produ-


<4 do aquelle que for cabeça de motim, ou de traiçaõ, ou
t• é \
é *

ziraô em sua defeza, julga por unanimidade de votos, que lí


tiver parte, ou concorrer para estes delictos, ou souber

sendo arguido o priméiro Réo Jorge Nunes, de haver 44


que se urdem, e naõ delatar a tempo os Aggressores será

atacado duas vezes com a Baioneta calada o seu Tenente 44


infallivelmente enforcado " = Por tanto assim o julgaõ,

i - P • . , p» i d m i , t*. j.

Pedro Alexandrino de Souza, quando na tarde de seis do


e mandaõ que aos Réos se imponhaõ a referida pena decre-
• ) > ' ■ !? . •

corrente o Batalhaõ se hia recolhendo ao Quartel, e pas- tada no Art. 159* de Guerra. Lisboa, Quartel-de Belem,
• ? 9 ' %
* *•

sando pelo sitio do Calvário, tendo lançado por terra o mes- 15 de Junho de 1822. = Joze Antonio Maria de Souza e

i * i ' • ' t

mo Tenente, raspando-lhe cora a Baioneta ò Boldrié, que Aíevedo, Auditor = Joze da Fonseca Pinto, Tenente Co-
# f
1 1 hN 1
t * • * ' ' tí VI
felizmente encontrou, e furando-Ihe a manga da farda, está
ronel de Infantaria 13, como Presidente = Francisco Xavier

este crime assai provado pelas Testemunhas prezenciaes


Abelho, Capitaõ de Infantaria N. 1 == Francisco Jose de

9 • l *

do delicto, que juráraõ em N. I,e2> com que combinaõ Assis Costa, Capitaõ do Io. Regimento de Infantaria =»

t . 4 ••

as outras da Inquiriçaõ sobre a culpa do mesmo Réo, que Manoel Francisco Diniz Nunes da Costa, Tenente do Io.

é i

de modo algum desvaneceo esta prova com sua negativa,


Batalhaõ de Infantaria N. I o. Jose Maria Peres Furtado
» »

e das Testemunhas, que produzio em sua defeza, naõ lhe


Galvaõ, Alferes do 7 Regimento de Infantaria. Jose An-

1
sendo alguma proficua, jurou contra producente a segunda,
tonio Martins, Alferes do 1* Batalhaõ de InfantariaN. 1.

* _ _ •
Autonio Antunes da Silva Borges, que depoz ver atacar o 44
Confirmaõ a Sentença do Conselho de Guerra Regi-
• . i

Réo o seu Tenente, como consta do seu depoimento. Que mental , quanto ao primeiro Réo Jorge Nunes, o qual para
, \ "•

sendo arguido o segundo Réo Gerardo Marques de haver exemplo será fuzilado na frente do maior numero de Tropas

:í :
■ . ; v ■ -

sahido da sua Companhia a tomar conhecimento do que da Guarniçaõ desta Corte, que no dia da execuçaõ poderdes-

Se passava na do primeiro Réo, quando esteja estava segu-


tinar-se a este fim. Condenaõ o segundo Réo Gerardo Mar-

to pelos seus Camaradas, faltando ao respeito ao Tenente


ques, a que sendo no mesmo dia da execuçaõ do primeiro'
A ABELHA DA CHINA.
116

mento todos os outros dos sobreditos vencimentos, em que


JRéo conduzido prezo para prezencialla, seja alli mesmo

se naõ verificarem as mencionadas circunstancias. 3. As


depois delia exautorado das Honras Militares, e vá degrada-

Estaçoeus, a quem tiver competido até agora o fazer os


do por toda a vida para as Galés de Angola, com pena de

assentamentos, e as Folhas dos sobreditos vencimentos,


morte se voltar a este Reino ; havendo assim por moderada

procederão immediatamente a formar duas Relaçoens, que


a Sentença quanto ao mesmo segundo Reo. Lisboa 22 de

remetteraõ ao Thesouro Publico Nacional, incluindo na


Junho de 1822. = Visconde de Souzel = Visconde de \ ei-

primeira todos aquelles vencimentos que deverem conti-


ros == Lobo = Gomes Ribeiro =Guia5= Fonseca = Mat-

nuar a ser pagos, depois da publicação do Decreto de 12


tos = " Cuinpra-se" Quartel General ua Calçada das Ne-
L» JL k. ■* ».

de Março de 1821, espoei ficando-se a respeito de cada ven-


cessidades em 25 de Junho de 1822.= Sepulveda.
m

cimento a natureza, e data do Titulo em que se funda, e


Sem embargo dos embargos, que naõ attendem, cum-

os motivos porque foi compreheudido nesta primeira Re-


pra-se a Sentença embargada pelos seus fundamentos, pela

laçaõ, e se consta que os agraciados tenhaõ outros ven-


disposição terminante do Art. 1.° dos de Guerra, em que o
• >

cimentos por Estaçoens diversas, e na segunda Relaçiõ


Réo está incurso, executando-se a mesma Sentença como
p •

seraò declarados todos aquelles vencimentos, que se con-


nella se contém. Lisboa, 28 de Junho de 1822. = Visconde

siderarem revogados, com as causas que para isso existirem.


de Souzel = Visconde de Veiros = Lobo = Gomes Ribeiro
CM )iIMP c?(iá (.* .t |fi*o*5 yl) * *• • • > *i «•i i

4. Naõ sendo compatível com a natureza, e fins dos venci-


«= Guião = Fonseca = Mattos. = " Cumpra se" Quartel!
/ I

mentos, que devem continuar a existir, o retardar por


General na Calçada das Necessidades em 29 de Junho de

mais tempo o pagamento delles, as Estaçoens a quem com-


1822. = Sepulveda.
* I *1 • ^ «> |\ FjyB t V ã

petir procederaã logo a eflfectuar o pagamento dos ven-


Foi muito desagradável a Sua Magestade, que dois indi-
4
í; o I ! r.. ~ #•1 . f : i. .) l )

cimentos, comprehcndidos na primeira Relaçaõ, de todo


vidoos, esquecidos da subordinação que jurarão, pretendes-

o tempo que se estiverem devendo até á data do presente

sem manchar o brio do Exercito, a que tinhaõ a honra de

Decreto, servindo-lhe este de ordem, e sem que taes ven-

pertencer, e que tem sido na Guerra e na Faz, o Modelo do

cimentos se considerem sujeitos à liquidação da Divida


Valor e da Disciplina. A. subordinação he a primeira v ir- t•" • • ** f ■«i ' « •v* ' \ "Hf'

Publica, por estarem comprehendidos na exclusão do artigo

tude do Militar ; e Sua Magestade está na firme intenção

de entreçar a todo o rigor da Lei, aquelle que desconhecer quinto da Portaria de 27 de Outubro de 1820, pelos mes-

mos motivos que fazem de Justiça a continuaçaõ do pa-


«
. tão sagrado dever. P 4
9

gamento delles. Ficaraõ porem sujeitos à dita liquidaçaõ

Na falta do Chefe da segunda Direcçaõ = Azedo. ' % r f tf S P 0

pela razaõ inversa os vencimentos da segunda Relaçaõ,

HE

Ministério dos Negocios de Fasenda. que se estiverem devendo até 27 de Outubro de 1820. 5.
■ *
9
1 ' * I

Sendo necessário regular a forma, em que devem ser Logo que se receberem no Thesouro Publico Nacional as

I !

executados os Decretos, e Ordens das Cortes Geraes, e Relaçoens acima determinadas se procederá no mesmo

Extraordinárias da Naçaõ Portugueza, sobre o pagamento Thesouro a lançar em Livro separado, e a fazer assenta-
I

dos ordenados, pensoens, gratificaçoens, propinas, e quaes- mento a todas as pensoens, e ordinárias que saò pagas por

quer outras despezas, que fizeraõ o objecto do Decreto outras Estaçoens, e que devem continuar para o futuro »

de 12 de Março de 1821, mandado executar pela Portaria I e fica prohibido o pagamento dos vencimentos posteriores

da Regençia do Reino, de 10 do mesmo mez, e anno: Hei ao presente Decreto em qualquer das mepmas Estaçoens,

por bem Determinar o seguinte: 1 Q. Seráõ pagos todos sem que proceda ordem do Thesouro Publico, aonde naô

*. < t» 4 * p • ■ •. \ . || ^

os ordenados, pensoens, gratificaçoens, propinas, e quaes- seraõ abonadas taes despezas sem este requesito. Seba-

quer outras despezas, que já se achassem vencidas ao tem- stiaõ José de Carvalho, do meu Concelho, Ministro e Se-

■) 'i flr' I

poda publicação do Decreto de 12 de Março de 1821, e cretario de Estado dos Negocios da Fazenda, e Presidente

que deveriaõ ser pagas segundo a Legislação anterior ao ^o Thesouro Publico Nacional o tenha assim entendido,

mesmo Decreto: observando-se a respeito da forma do e faça executar com as ordens necessárias. Palacio de

Queluz em 10 de Julho de 1822- = Com a Rubrica de Sua


pagamento o que abaixo determino. 2, Dos ordenados,
• 1 ^ . i #

Carvalho.
pensoens, gratificaçoens, propinas, e quaesquer outras des- Magestade. = Lisboa 12 de Julho do 1822.

:
. _ _ . I

pezas, que ainda se naõ achavao vencidos ao tempo da Continuação da Memoria —da Pag. 111.

1
**

V. Rmá hade convir sem a mais leve violência da razaò,


publicação do Decreto de 12 de Março de 1821, só con-
//O L, , > fr>; , kj.t i r " ; r ^ uj . p

tinuarâõ a ser pagos aquelles, em que a utilidade publica, naõ somente no desdouro que huma opposiçaõ semelhante

ou huma posse, e piedade bem chegada à Justiça assim o cauza á Igreja Lusitana, mas lambem na justiça, e na con-
J| V| tf A f % #«*, | I tf\ f s * t%

exigirem j consideraudo.se extinctos, e excluídos de paga- sequencia desta adversativa. Poretn, Rmõ Senhor, de
ABELHA DA CHINA. 117

A' Mg

que fontes poderás aquelles que quiserem impugnar a dita Exposição que fazem ao Publico os Officiaes d' Alfandega

dispensa, como subversiva da Religiaõ, extrahii as piovas de Macao em resposta a hum papel infame, que Con-

necessárias ? Hoc opus hic labor est. stantino Guelfi, Capitaô da Galera Novo Paquete,

Vemos a virtude da abstinência, e o merecimento do je- fez inserir n' Abelha d' China N°. xxiv, e xxvi.

jum extremamente louvado nos Livros de Tobias viu, de


Appareceo a pouco nesta Cidade Constantino Guelfi vin-

Judith xii, de Joel xnn, no Ecclesiast, x, xxix, xxxi,


do de Capitaô na Galera Novo Paquete, e julgando que o

xxxvn, Sapient, viii, de Ezech, iv, Izaias lviii, nos


seu caracter naó era inda bem conhecido em Macao, ape-

Psalmos xxxiv, lxviii, e cviii, e em outras muitas par-


zar de huma residência de outo annos, que já aqui fizera,

1
^ *|:Í'11 1 • a -rr\tnè^ 't ') /:: (> | < ' ..?
tes do Velho Testamento; mas nem huinasò palavra se en-
quiz desmascarar-se de todo por huma maneira espantosa,

contra nelle, que nos dé ao menos a mais succinta idea de


e pençou que naô o podia faser melhor do que atacando,

que o,—horoico - ou ainda o mesmo— louvável- da men-


e calumniando os Moradores daquella mesma Cidade, que

cionada virtude consista precisamente na privaçaò do uso


o accolheo no tempo da sua miséria, e para isso prevaleceo-

de carne.
se da liberdade da imprensa, desta arma respeitável, que

Eu nesta bem simples passagem do Eccleziastes huma fiel


fazendo-se delia o itzo, que a Lei permitte he a melhor

abbreviatura do espirito de toda a doutrina que se encerra


defeza do Cidadaõ, a melhor egide contra o Despotismo:

f líl y

nestes Divinos Livros sobre a virtude da abstinência. 0


porem uzaria de maneira, de que uzou delia o Guelfi hc o

Texto de a Lucas xv, xvii, que o Senhor lllustre Deputa. I mais certo meio dc ,,r0mmover a desordem, e incitar os

i «

do indicou na sua Analise, hé muito analago ao que deixo od;os Ceando a innoceucia, e calumniando a virtude.

I ' I . •

referido, e se combinarmos com o de S. Math. xv, xi, tam-


Crendo que neste Paiz naô havia quem lhe respondesse,

bem commemorando pelo mesmo Senhor, e com aquelle I eque*havendo a imprensa livre, todavia naô existiaó os

em que J. C. diz, que naô vinha enervar a Lei, sim cum- Jurados como a Lei da liberdade da imprensa determina,

pri-la, resultará immediatamente, hum argumento sem oll huma commissaô de cençura em quanto clles senaõ

replica contra os adversários da dispensa, por que, Rmô estabelecem, como se fez em Lisboa; disse entaô comsigo=»

Senhor, sc a abstinência de carne fosse supperior em mere- Aqui posso ser escritor, e diser impunemente toda a quali-

cimentoa outra qual quer abstinência de viveies, daria (|a(Ie de a|,eivoxia> por alaque.Se, descomponha-se

J. C. aos seus Discípulos a liberdade de comer de tudo, sem (oda Cjda gente> principiarei por perguntar se os Habitantes

faser a menor excepçaS de carne, nem de dias ?Esta sup- de Macao consliluem parte da familia Portugueza, mos-

posiçaò hé evidentemente incompatível com a Santidade , , ., . . ....


1 Y r
| trando que o duvido =■ porque esta he a maior injuria,

e summa perfeiçaô de hum Deos.


que se pode fazer a todo aquelle, que tem a fortuna de

Os Apostolos conceberão perfeitamente o fundo desta pertencer a brioza Naçaò Portuguesa. Fez outras dispa-

Divina liçaô, por que louvando S. Pedro e S. Paulo, o ratadas perguntas, todas atacantes, que iuserio n' Abelha

primeiro nas suas Epistolas Primeira i,. v, e Segunda n,c N.CXIX> âs quaes rcSpondco judicioza, e moderadamente

o Segundo na sua Primeira ad Corinth vu, na Segunda j 0 Senhor Redactor : vamos ver agora athé que ponto pode

VI, IX, na Primeira ad Thessalonis 11, jfí, e na dirigida a


chegar a descarada malignidade com o facto comnosco

Tito XII, a virtude da abstinência naô attribuem á abs- I accontecido.

tinencia de carne a menor preferencia sobre a privaçaò de


Ignora elle, ou fingio ignorar que na Alfandega de Macao

outro qualquer alimento. se costuma sempre faser o despacho, e lança-lo no Livro do


(Continuar-se-ha)

Escrivão da Meza Grande na occasiaò, em que se pagaò

A â I

CORRESPONDÊNCIA.
os Direitos, e naô na quella, em que sahem as fasendas,

Senhor Redactor.
porque em quanto o que despacha deixa n' Alfandega fa-

Rogamos-Ihe o obsequio de inserir no seo Periódico I zendas, que possaó responder pelos direitos dos que levou,

a Exposiçaô que fasemos ao publico em reposta ao que pcrmitte-se-Ihc tira-las sem pagar logo os Direitos: tinha

contra nós mandou pôr na Abelha, Constar\lino Guelfi, por accontecido que Manoel Martins poucos dias antes da sua

cujo obezequio lhe ficaremos eternamente agradecidos. I morte repentina, tirou 17 Caixas d' Anfiaò Patná, asaber,

Deos guarde a V. merce por muitos annos. Macao 20 | em 15 jg Junho 10, vindas no Navio Belisário, e em 19 do

ã * f
de Março de 1823.
De V. merce.
dito, 7 vindas 110 Brigue Confiança, das quaes naô tinha

Attentos Veneradores e Servos.


pago os Direitos, fizeraó-se no Livro da Meza d' Abertura

Ticente Caetano da Rocha, — Joaquim Vieira Ribeiro, nos seus competentes lugares dous acentos, hum de 10, e

Jozé Simão da Costa e Brito === José Vieira Ribeiro. I outro de 7 Caixas todas levadas por Martins, e o mesmo
A ABELHA DA CHINA.
118

constado Livro do Porteiro. Morrendo o dito Martins em mesmo mez lo titulo do Brigue Confiança o mesmo acem

21 do mesmo mez, deo o competente Juiz Ordem ao De- to de 7 caixas ; d'aqui quiz concluir que os Feitores escre»

positario Geral e Thesoureiro dos Defunctos, e Ausentes veraò, que o Depositário Geral pagara os Direitos em 15»

o Senhor Ignacio Baptista Cortella para pagar os Direitos e 19 Je Junho, e que isto nnò combinava com o Livro da

das 17 Caixas, de que se trata ; este pagamento tendo tido receita do Thesoureiro onde consta ter sido o pa^amsn-

lugar em 28 do dito mez de Junho, fez-se naquella data o to feito em 28, sem se lembrar que a data do Livro d' Aber-

competente acento no Livro do Escrivã# da Mesa Grande, tura indica a sabida da fasenda, e na# o dia do pagamento:

isto he no dia do pagamento dos Direitos i como porem isto com tudo para evitar outra duvida de semelhante naturesa

era já depois da morte do Martins, quiz prevalecer-se o d aqui por diante quando escrevermos = Pago = escreve-

dito Guelfi deste acento para exigir as 17 Caixas como ti- remos por ordem Superior, também o dia, em que se pagou,

radas depois do fallecimento : requereo ao Leal Senado, o bem que isto costuma sò lançaC-se no Livro do Escrivã# da

qual lhe mandou patentear o conhecimento dos Livros d' Meza Grande, assim como também declararemos no Bilhete

Alfandega, e por elles vio tanto dos acentos do Livro da do Despacho o dia da sahida dosgeneros; quanto porem

Mesa d' Abertura, como dos do Porteiro, que o Martins o methodo, que diz o Guelfi se deve estabelecer para o

^! i Í s 1 M

he que levàra as 17 Caixas, e que o Depositário Geral s6 Despacho, na5 duvidamos ser o seguido em outras Alfao-

levâra 14 d'Anfiaó de Maluà, em 6 de Julho, pertencentes degas; porem encontra nesta inconvenientes que a tor-

ao dito Martins, vindas no Brigue Caçador: disgostozo naráõ impraticável, e a rasaS he porque nas outras Alfan-

entaó por ver mallogrado o seu intento, e por ver desmen- degas hà differentes Mezas, c competente Numero de pes-

tida a falcidade, que elle havia espalhado com emphasis, soas para o Despacho, quando nesta he sò huma a Mcza;

fez aquelle desarrasoado arranzel, que mandou pôr n' Abe- e mui pouco os empregados, he verdade que em muita par-

lha, na qual na# se contentando em pertender manchar te do anno pouco ha que faser, porem quando chega# o*

1
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a honra do Depositário Geral> que servindo aquelles cargos Navios, que trazem muitos passageiros Chinas, os quaci

por trinta annos, tem sido sempre geralmente conhecido vem despachar as suas fasendas, nos quiséramos entaô veC

por homem de probidade, e ainda na# se contentando cora o Senhor Guelfi de Feitor, e usando de toda nquella forma-

esta aleivosia, voltou-se contra os Officiaes d* Alfandega, lidade que nos indica, cercado elle de huma multidão de

e appresentou no Publico huma historia de escripturaçao Chinas, que nada respeita», e querendo cada hum tirar d'

do Livro d* Abertura, que quem naò estiver ao facto destas Alfandega rapidamente as suas fasendas, pusesse ali Com

toda a pachorra formalisando despacho dá maneira, que


cousas poderá pençar diversamente da verdade.

0 • •
nos diz, e estamos bem certos que nessa occasia# pagaria

Desde o estabelecimento d' Alfandega em Macao foi

bem càto tudo quanto tem mandado pôr na Abelha, nos

sempre a maneira de escripturaça# a que preZente se usa,

na» sendo rubricado pelo Juiz se na» os Livros de Escri- vingados, e a elle ninguém o despicaria, eisaqui

, ^ / , <i . . a rasa# porque o methodo desta Alfandega he este, e quem

va# da Meza Grande. He as authondades superiores, e | ^

julgar que o contrario se pode faser venha cá ser Feitor,

naò a nós que compete alterar o systema estabelecido des-

e se desenganará mui depressa. (Continuar-se-ha.)

de o principio, e constantemente usado pelos nossos ante-


è ' i j ( ■/

cessorei. No nosso Livro se abre o titulo do Navio, que deo


A V IZ 0.

a entrada, e debaixo deste titulo se va# lançando todas as No Primeiro Leila# em Calcutta, se ha de vender 1259

Caixas inteiras, 413 meias Caixas iodas dePataná, e 286 Cai-


fasendas a porporçaò, que sahem d' Alfandega, pondo-se a

xas de Banares ; ficando mayor porça# para se vender em


data do dia da sahida, e a final combina-se este acento com

28 de Fevereiro. A Compánhia fez avizo que se fará venda

o manifesto, e por elle se vê se nada mais resta a despa-


de 4,000 Caixas de Anfia# de Maluá; mas na# declarou a

char pertencente a'quelle Navio ; ora quando se pagaõ os | onde, de em Bombay, ou Bengalla.

Direitos hé que se passa o bilhete, hé enta# que o Escrivã#

NOTICIAS MARITIMAS=SAIIIDAS.

da Meza Grande o lança no seu Livro com a data do dia .

Aos 24 o Navio novo Paquete para Lishoa Cnp.

do pagamento, e na# da do dia da sahida, por que essa, fica


Constantino Guelfi. Passageiro o Tenente Coronel Anto-

declarada no Livro d Abertura, e no do Porteiro ; e na oc-


nio Ferreira de Arriaga.

casia#, era que se paga# os direitos vamos ao acento, que Aos 25 o Navio Vasco da Gama para Lisboa com escalfa

pelo Rio de Janeiro, Cap. .Joaquim dos Ramos. Passagei-


se acha no Livro, e pomos por baixo = Pago, = daqui
.

ros oEx Governador desta Cidade : o Brigadeiro Jozé Ozo-


veio a duvida do Guelfi quando vio = Junho 15, Manoel

rio de Castro Cabral, e Albuquerque, com a sua familia.

Martins 10 Caixas de Anfiiaõ, e por baixo deste acento =


o Ex Ouvidor, o Conselheiro Miguel de Arriaga Brum da

Pagou Ignacio Baptista Cortella. Em outro de 19 do


Silveira, e Prudencio Nogueira.

NA TYP0GRAPHIA DO GOVERNO.
A

"i

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A

DA

N A
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QUINTA FEIRA, S <le Abril.


1823.
N". XXIX.

" HOC TEMPORE

55
OBSEQUIUM A MICOS ? VERITAS ODIUM PARIT. TERENTIUS

na# estiver proferida sentença definitiva; observar-se-ha

MACAO.

o disposto no artigo primeiro do Decreto de 14 de Julho

MINISTÉRIO DOS NEGOCIOS DA JUSTIÇA.


de 1821, acerca d'aquellas em que houver certesa de Jui-
%

zes ; e os feitos findos será# distribuídos pelos CartorioS

Dom JoaS por Graça de Deos, e pela ConstituiçaS da


dos Escrivães do Juiéo territorial de primeira instancia

Monarchia,Reido Reino Unido de Portugal, Brazil, e Algar.

No caso porém de continuar algum Escrivã# dos Juízos

Ves, d'aquein c d'aléra Mar em Africa, etc. Faço saber a to-


extinctos, segundo a providencia do artigo antecedente, elle

subditos, que as Cortes Decretaras o seguinte.


dos os
mesmo conservará no seu Cartório todos os feitos, que na#

As Cortes Geraes, Extraordinárias, e Constituintes da


deverem ser remettidos para outro Juizo.

Naçaõ Portugueza, querendo faZer effectiva a exlinça# dos


5o Os Corregedores da Corte dos feitos Civeis, e seus Of-

privilégios pessoaes de foro, sanccionada no artigo undéci-

ficiaes, ficará# servindo por distribuiça# com os do Civel

mo das Bazes da Cònstituiça# ; Decreta# o seguinte:

da Cidade de Lisboa, guardando a alçada, e regimento

1« Fica d extinctos todos os privilégios pessoaes de foro


destes últimos, atè se fazer nova regulaça# dos Juízos de

em negocios civis, ou criminaes} e bem assim todos os Jui-


primeira instancia. Os Corregedores do Civel da Relaçaõ

tos privativos, concedidos á pessoas* corporações, classes,


e Caza do Porto conhecerá# cumulativamente com os Jui-

ou terras, com jurisdicça# contenciosa civil, ou criminal.


zes coitlmuns de primeira instancia das cauzas, de que até

2o Saõ exceptuados da disposição do artigo antecedente,


agora conhecia#, ficando prevénta a jurisdicça# dentro

os privilégios de foro, e Juízos privativos expressamente


das cinco léguas pelo juizo, onde a acça# for intentada.

estipulados em tratados ainda subsistentes, ou em contratos


6° Os Corregedores do Crime da Corte, e os da Relaça#

da fazenda nacional; mas sómCnte em quanto durarem os


e Caza do Porto, na# conhecerá# por acça# nova; nem

actuaes contratos e tratados.


poderão avocar algum feito ; mas em tudo o mais continu-

39 Ficaõ sem exercício, ném indemnização os escri- ará# na forma de seus regimentos.

vães, e mais Officiaes, que servia# por provimentos tempo- 7° Os Militares do Exercito, e da Armada Nacional na#

rários nos Juízos, agora extinctos, bem como os proprietá- reformados, e bem assim os reformados que estiverem Mili"

rios que tiverem outro officio Publico ; os proprietários po-


tarmente empregados, na# poderão ser prezos, a fòra o caso

rém que naõ tiverem outro officio, passará# a servir por


de flagrante delicto, se na# por cartas de officio dirigidas

distrihuiça# com os Officiaes do Juizo do Geral de primeira


aos respectivos superiores ou Com mandantes, os quaes sob

instancia, cujos officios na# seráõ providos quando vaga-


sua responsabilidade os farão prender e entregar á ordem

rem, atè que o seu numero fique reduzido ao que anteri-


do Magistrado. Esta disposiça# he applicavel aos Milicia-

ormente existia, ou ao que de futuro se determinar. nos, quando os Corpos estiverem reunidos, e sempre aos

'Majores, e Ajudantes por pertencerem á primeira linha


A9 Far-se-haõ inventários exactos de todos os processos

Quando for prezo algum Miliciano, ou outro Militar nos


e papeis pertencentes aos Cartórios dos officios que fica#

casos em que o podem ser, por ordem immediata do Ma-


extinctos pelo presente Decreto : serão remettidas aos Juí-

gistrado, dará este logo parte ao respectivo Commandante.


zos, a que fica# competindo, as cau9as pendentes, em que
120 A ABELHA DA CHINA.

Sermaõ = dejejunio = e em outras muitas das suas obras


8.® Os Ecclcsiasticos naò seraò prezos em acto do seu

immortaes : S. Gregorio in lihr. moral, v, xv, xx, xxx, e


Ministério. O Magistrado, effeituada a prizaò de algum
é

Ecclesiastico, dará immediatamente parte ao competente nas suas humilias xxx, e xxxv. Saõ Bernardo no seu Ser-

mão, xxxvin, Caesar.=í/i admonitionib. 1»., e Ia., S. Prosper.


superior.

9.* Fica revogado o paragrafo quarenta e cinco da Ordena- in lib. ii, = de vita contemplai.. S. João Chresost. = Supra

Epistol. ad Hcebreos, xxix, e S. Leaõ na sua practica sobre


çaò, livro primeiro, titulo oitenta e oito, subsistindo em

o jejum, Rendem á grande virtude da abstinência toda a


tudo ornais no seu actual vigor o regimento dos Juizes

sorte de elogios, mas nenhum delles estabelece na priva


dos Órfãos.

çaõ da carne a Sua Excellencia, pelo contrario, observa-se


10. ° Ficaò revogadas quaes quer disposiçoens na parte em

nos seus escriptos o que Fleury diz de S. Agostinho no


que se oppozerem ás do presente Decreto. Paço das Cor-

livro 19,, C. 18„ da sua excellente Historia Ecclesiastica,


tes em 9 de Julho de 1822.

isto he, que o merecimento da virtude da abstinência con-


Por tanto. Manda a todas as Authoridades a quem o co-

siste no motivo, e nao no objecto.


nhecimento, e execução do referido Decreto pertencer, (Continuar-se-ha.)

que o curopratS, e executem taò inteiramente como nelle se

Continuação da Espoziçaõ dos Officiaes d' Alfandega.

contem. Dada no Palacio de Queluz aos 11 de Julho de

Diz elle que perguntara se nós a nosso bel praser con-

1822. = El-Rei com Guarda. = Jozé da Silva Carvalho.

servando tal systema de escripturaçaò poderemos ou naò,


Carta de Lei pela qual V. Magestade manda executar o

alem de por as partes em confusaò, roubar, e deixar roubar

Decreto das Cortes Geiaes, Extraordinárias, e Constituintes

a salva. Nos respondemos a esta insolente pergunta, qae

da Nação Portugueza, que fez effcctiva a extincção dos pri-

nem tal methodo de escripturaçaò he conservado a nosso


vilégios pessoaes de foro sanccionado no artigo undécimo

bel praser, pois se subsiste, he pelas rasoens a cima á pon-

das Bases da Constituição, tudo na forma acima declarada.

tadas, nem ja mais poderá accontecer roubo, porque desta

Para V, Magestade ver. Anastácio Jozé Pedrozo a fez. A

Alfandega naò sahe volume algum sem estar prezente o


folhas ou to do Livro primeiro do registo das Cartas, Alva-

Escrivaò do Navio, que o condusio, o qual costuma nesta

rás, e Patentes, fica registada esta Carta. Secretaria de Es-

occaziaò cobrar o conhecimento, era o qual o que recebe

tado dos Negocios de Justiça em 15 de Julho de 1822. An-

costuma passar o competente recibo, eis-aqui por conse-

tonio Jozé da Silva Lisboa. Manoel Nicoláo Esteves Ne-

quência mais hum lugar onde o Guelfi se pode tirar da

grão. Foi publicada esta Carta de Lei na Chancellaria

duvida} os Escrivaens que na quelle anno foraÒ do Navio

Mor da Corte e Reino. Lisboa 13 de Julho de 1822. D.

Belízario, e Brigue Confiança que lhe informem, quê tirou

Miguel Jo2è da Camara Maldonado. Registada na Chan-

as ditas Caixas, procure haver os ditos conhecimentos, e lá

cellaria Mor da Corte de Reino, no Livro das Leis a folhas

achará o Martins assignado por ter recibido: recibo, que de

80 verso. Francisco Jozé Bravo.

certo elle naòpassou depois de morto;avista disso confunda-

Havendo as Cortes Geraes, e Extraordinárias da Naçaò

se, e envergonhe-se se acazo he suceptivel disso. Diz mais,

Portugueza, Determinado pela sua ordem de 8 do corrente

que no Livro do Feitor está escripto o seguinte = Junho


inez, que se faça immediatamente proceder aos reparos ne-

15, e 19 Monoel Martins 17 Caixas d' AnfiaÒ pagou Ignacio

cessários, por conta de quem direito for, nas Igrejas Paro-

Baptista Cortella = quem tal ler pensará, que o assumpto

chiaes do Reino Unido de Portugal, Brazil, e Algarves:

foi formalizado assim, o que he huma falcidade, porque


Hei por bem que as Authoridades, a quem o conhecimento

os assentos saòdous, cada hum de baixo do titulo da com-


e execuçaS desta ordem pertencer, assim o tenhaõ entendi-

petente EmbarcaçaÒ.
do, e executem. Palacio de Queluz em 11 de Julho de

Prova-se tanto a má fé, com que o Guelfi escreveo a-


1822. = Com a Rubrica dt Sua Magestade.

quelle papel, que mandou por na Abelha, e que o seu único


José da Silva Carvalha,

fim era defamar, que tendo elle visto bem claramente no

Conlinuaçaó da jyiemoria da Pag. 117


Livro do Porteiro, que em 15 de Junho Manoel Martin*

Os Santos P P. naò se afastaraò huraa só linha das metas, tirara 10 Caixas d' Anfiaò Patná vindas com a sua marca

que os Apostolos deixaraò postas nos seus escriptos. no Navio Belisário, e que em 19 do mesmo mez tirára roais

S. Jeronimo supra Evangelho S. Mare; e nas suas Epis- 7 ditas vindas no Brigue Confiança, elle no seu papel nao

tolas ad Demetriam, ad Turium, ad Ruslicum, ad Letam, fallou nisto, e naó fez mençaò do Livro do Porteiro para

querer deixar a duvida se cilas tiohaò sabido antes, ou de-


ad Nepotem, e ad Ceelantum. Santo Agostinho = in diffe-

wilian. Recta fidei = in libr. de quxstion, evangel., =no | pois da morte do Martins.
A ABELH A D A C H I N A. lf 1

Dizendo sempre, que afiança a nossa honra, naõ cessa a respeita, pois ella naó manda, que alguém calumnie os

lie nos atacar o mais insolentemente era todo o seu papel,= outros, naò manda jurar falço, e se elle Guelfi fosse hum

diz que naò quer de nenhuma maneira affbitar-se a man- respeitoso observante da Lei, mandando ella, que os Navios,

char a nossa honra, e nos diremos que naò pode, e se naó, que fasem as viagens de longo curço tragaó Cappelaõ, e

se elle pode, e naõ quer, nos o dezafiamos para que a man- Cirurgião, e naõ se achando ainda derrogada quando elle

sahio de Lisboa por certo a naÕ quebrantaria.


che, com tanto que prove o que disser; porem estamos bem

certos que elle naò se apprezentará ao Publico contra nós No fim do seu aransel diz, que dá graça á Constituição

hum documento, como o que contra elle nós aqui appre- por lhe dar a liberdade de exprimir o seu sentimento; jul-

zentamos, alli se vê, que tendo elle embarcado em Lisboa gará por ventura que a Costituiçaõ consinta estes ultrajes

38:200 Patacas de fíespanha, appresentou no Manifesto que nos tem feito? Senhor Guelfi, saiba, que a Constituição

dado nesta Alfandega só 30:219 para se subtrahir ao pa- nao quer senaò a boa Ordem, quer que se respeitem as

gamento dos Direitos correspondentes a 7981 ditas, nem po- Leis, quer que o Cidadaò concorra para o augmento da

derá dizer, que fez emprego deste dinheiro em algum porto renda Publica, e naó procura roubá-la, em huma palavra,

de escalla, porque veio em direitura, e quando naõ tivesse o ser Constitucional he ser homem de bem.

NingUem julgue que nos .temos excedido nas expreçoens,


accontecido assim, deve-lo-hia ter declarado na occaziaõ,

que vaó aqui escriptas, todo o homem tem direito a deffen-


que deo entrada, porem nao assignar hum termo de jura-

der a sua honra injustamente atacada, nos alem disso somos


mento declarando traser em dinheiro 30: 219, quando con-

Officiaes da Fasenda Nacional, e quiz o Senhor Guelfi dar-


sta pela Guia ter embarcado em Lisboa 38: 200; nem lhe

nos por suspeitos de roubo, e usando sempre de ironia dô


pode valer o dito d* alguns, que afirmaõ, ter algumas ve^es

que afiança a nossa honra, vimo-nos ultrajados, e por


succedido em Lisboa embarcar-se menor quantia de di-

quem? Por aquelle mesmo, que a naó ser a nossa vigilân-


nheiro, do que se havia despachado, naò duvidamos que

cia teria extraviado os Direitos; a vista disto ajuizará o


isto pudesse ter accontecido em outro tempo, porem de-

Publico se quem tem hum tal caracter poderá ter alguma


pois do Alvará de 25 de Abril de 1818, que manda, que as

duvida em levantar aleivosia! Quem naõ duvida jurar

Patacas de Hespanha paguem dous por cento de sabida,

falço, que crime naò terá por leve.


ninguém acreditará, que haja quem embarcando 30:219

Macao 20 de Março de 1823.


queria pagar os Direitos de 38: 200, e que o Desembarga-

Joaquim Vieira Ribeiro. Vicente Caetano da Rocha.


dor Juiz de Saca Moeda passasse huma Guia falça, da qual

Jezt Simaò da Costa e Brito. Jozé Vieira Ribeiro.


resultaria detrimento áquelle, que recebe os Direitos, pois

segundo a Guia deve ter recebido os Direitos de 38: 200,

Senhor Juiz dP Alfandega.

e naò tendo recebido mais, que os de 30; 219 haveria huma

Disem o Feitor, Avaliador, e o Escrivaõ d' Abertura t

differença contra elle. Alem disto naõ só se vê na Guia,

Pezo d' Alfandega desta Cidade de Macao, que para bem

que se despachou, e pagou, mas bem claro está que em-

das suas Justiças se lhes faz preciso haver por Certidaõ as

barcou a quantia despachada, pois a respeito delia diz o

Copias, assim do Termo dadeclaraçaõ que fiseraõ os Sup-

Competente Official = Embarcou = e assignou-se Coelho^

plicantes na mesma, perante V. merce sobre a subnegaçaõ

o que prova decêdidamente que com effeito embarcou as

da quantia de sete mil nove centas oitenta e huma patacas

38: 200 Patacas: e vendo nós esta differença no Manifesto,

feita por Constantino Guelfi Capitaõ do Novo Paquete, que

que aqui appresentou o declaramos ao Juiz, e se fez termo

veio em direitura de Lisboa para Macao ; como a de Guia

para que a tempo nenhum possamos ser arguidos por se

do Juiz de Saca moeda d* Alfandega de Lisboa; e igual-


naõ cumprir com elle o que Lei manda em semelhantes

mente da quantia do dinheiro, que o mesmo Guelfi mani-


cazos. Eis-aqui o homem, que vem a Macao atacar-nos,

festou, e fez entrar nesta Alfandega: para o que.


eis-aqui o que falia em roubar, eis-aqui o que falia em

Pedem a V. merce seja servido mandar que o Escrivaõ


conjugaçaõ do verbo latino; perguntar-lhe-hemos agora

da Mesa Grande passe a Certidão pedida, de modo que


em que tempo pertendia usar delle a respeito dos Direitos

faça fé. E RR. Merce.


de 7: 981 Patacas.

Como pedem. Macao 15 de Março de 1823. Bello.


Faz a pergunta se naõ saõ os homens aquelles, que co-

Carlos José Pereira, Cavalheiro Professo na ordem de


stumaõ roubar ? Nos respondemos-lhe, que sim $ mas que

Christo, Escrivão da Mesa Grande d' Alfandega desta Ci-


saõ os que naó duvidaó jurar falço para defraudar a renda

Publica. Diz que os nossos Livros naõ estaó segundo a dade do Nome de Deos de Macao na China por, Sua Maje-

Lei, admiramos que falia tanto na Lei quem taò pouco stade que Deos Guarde &a.
1

A ABELHA DA CHINA.
122

Certifico mais que a f. 74 p. do L° 3o dos registos das En-


Certifico que revendo o Livro dos Termos Geraes nelle:

tradas e Manifestos das Embarcaçoens que tem entrada nes-


af. 96. Achei o Termo de que o requerimento antecedente

te Porto nelle está registado na data de sete de Janeiro


faz raençaò, cujo theor hè o seguinte. Aos quinze dias do

Mez de Março de Mil oito centos vinte e três, nesta Cidade deste corrente anno o Manifesto do Navio Novo Paquete

do Nome de Deos de Macao na China n* Alfandega delia assignado pelo seu capita# Constantino Guclíi, e no mesmo

estando era Mesa do Despacho o Senhor Juiz Paulo Vicente entre outros Generos e Effeitos esta# declaradas Trinta mil

Bello, vieraó o Feitor Vicente Caetano da Rocha, e o Escri- duzentas e dezanove Patacas que manifestava. Passa o re-

ferido na verdade em fe do que, e em virtude do Despacho


vão da Mesa do Pezo, e Abertura, Joaquim Vieira Ribeiro,

a Guia da Casa da Moeda da Corte de Lisboa, pela qual con- antecedente passo a presente, reportando-me aos documen-

stavaque Thomas Maria Bessoae, e Joaó Gomes de Olivei- tos referidos. Alfandega de Macao 15 de Março de 1823.

ra e Silva, remettiaò para Macao em o Navio Novo Paquete Eu Carlos Jose Pereira sobredito Escrivã# da Mesa
*

Grande que a escrevi. Carlos Joze Pereira.


de que he Capitaò Constantino Guelfi, a quantia de trinta

Torno a Certificar que o Termo da Entrada e Manifesto


e oito mil e dusentas patacas, constando outro sim terem
< r * .

do referido Navio Novo Paquete he o que se segue. Aos se-


pago os competentes Direitos no Consulado ; o que com-

te dias do Mez de Janeiro de Mil oito cento viute trez, nesta


binado com o Manifesto da Entrada, assignado pelo mesmo

Cidade do Nome de Deos de Macao na China na Alfandega


Capitaò à sua Entrada, no qual estab manifestadas trinta o

delia estando em Mesa do Despacho o Senhor Juiz Paulo


mil dusentas e desanove ditas, achando-se a diferença de

Vicente Bello com os mais Officiaes : appareceo Constanti-


sete mil nove centas oitenta e huma patacas, o que decla-

ravaò nab ser conforme ao Manifesto, e despacho feito pelo no Guelfi Capitaò da Galera Novo Paquete de Lisboa,e por

elle foi dito, que vinha d'aquella Corte, e queira dar entra-
dito Capitaò, e por tanto se prova a subnegaçaô da sobre-

da da dita Galera, e Manifesto da sua carga, como do Livro


dita quantia de sete mil nove centas oitenta e huma pata-

do Porteiro que appresentava. E sendo lhe pelo dito Se


cas; o que ouvindo pelo dito Senhor Juiz mandou se co-

nhor Juiz defferido o Juramento dos Santos Evangelhos


brássemos respectivos Direitos. Em fè do que se lavrou O

sobre a verdade do seu contbcudo: por mim Escrivão lhe


este Termo em que se assignou o mesmo Senhor Juiz* os

foi declarado que achando.se mais generos, alem dos Ma-


referidos Officiaes comigo Carlos José Pereira Escrivaó da

nifestos lhe seraò tomados por perdidos e ficará elle Capi-


Mesa Grande que o escrevi e sobscrevi. Carlos Jozé Pe-

taò imeurso nas penas do Regimento. Em fè do que se


reira,, Bello,, Viceute Caetano da Rocha,, Joaquim Vieira

assignou o dito Senhor Juiz, o mesmo Capitaò comigo Car-


Ribeiro. •

Outro sim Certifico, que a Guia mencionada no referido los Jose Pereira Cavalleiro Professo na Ordem de Christo

requerimento, he a que se segue. O Doutor José Carlos Escrivaó da Mesa Grande, que o escrevi. Carlos José Pe-

Xavier da Silva, Professo na Ordem de Christo do Desera- reira,, Bello,, Constantino Guelfi. He o que continha o re-

bargo de S. Magestade, e seu Desembargador na casa da ferido Termo, e a elle me reporto. Alfandega de Macao era

Supplicaça#, e na mesma servindo de Superintendente Ge- ut supra* Eu Carlos Jose Pereira sobredito Escrivão da

ral dos Contrabandos e Descaminhos dos Direitos Nacio- Mesa Grande que a escrevi. Carl os Jose Pereira.

Registado no Livro competente a f. 128 p. Macao 17 de


naes, e de Juiz Executor das Execuçoens d' Alfandega das

sete Cazas, e de Juiz da Saca Moeda, com alçada pelo mes- | Março de 1823, O Tabelliaó de Nottas e Judicial.

mo Senhor que Deos Guarde &a. Faço Saber que por este
Jose Gabriel Mendes.

Juizo da Saca Moeda, por virtude da Provisão do Conselho

A V IZ 0.
da Fasenda datada de dezanove do corrente mez fez Manifes-
^j

Joa# de Deos de Castro, tendo recebida na qualidade


to Thomas Maria Bessone, e Joa# Gomes de Oliveira Silva ê

de Procurador do Leal Senado, huma Chapa do Mandarim

que disse remettia para Macao em o Navio Novo Paquete,

de Siencham na qual se trata de assumptos, em que sé

dequehe Capita# Constantino Guelfi; a quantia de trinta e


interessa# os Negociante* desla Praça; faz saber, que no

oito mil e dusentas Patacas de Hespanha; e de como fez o


dia 6a. feira 4 do corrente pelas nove horas da manhaã

seu manifesto por virtude da dita Proviza#, e constar ter haverá huma conferencia em Caza do lllustrissimo Conse-

,hciro
pago os Competentes Direitos no Consulado Geral da Sahi- Manoel Pereira, na qual, ouvidos os pareceres dos

?enhores interessados se de
da se lhe passou a presente para a sua sahlda. Lisboa desa- ' »e reso,ver
1»al sf
Ía a
aposta,

que convenha dar-se á mencionada Chapa: para o que rog«a

nove de Junho de mil oito centos vinte e dois. E eu Ansel-


a todos os Negociantes queira# concorrer no dia, e hora

mo José Ferreira dos Passos a sobscrevi.


designada para darem a sua opinião sobre huma matéria

José Carlos Xavier da Silva „ Embarcou „ Coelho.


ta# interessante.

AVTZO. Quem achasse hum prego, ou alfinete do peito, ornado d hum diamante grande, e vários pequenos aoredor o queira

mandâr entregar no Laboratório Constitucional , onde receberá as alviceras. O lugar em que se perdeo se iul^a ser na tareia de

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S. Jozè, no dia Domingo de Paschoa. °

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.
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N A.

QUINTA FEIRA, 10 de Abril.


N°. XXX. 1823.

" HOC TEMPORE

% *

OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM PARIT. —TERENTttfS.

ados de baixo do Império do Despotismo. Mal pode con-


til
MACAO.
ceber-secomo se adquiriaõ taõ vastos conhecimentos sobre

o Direito das Gentes, e interesses» Sociaes em hum Paiz,


EXTRACTO DE HUM JORNAL ESTRANGEIRO.

onde o Poder absoluto se oppunha com todas as suas for-

A Naçaõ Portugueza hé, sem contradicçaõ, hiima d'a. ças, e ha longos tempos, ao progresso das luzes. He pre-

quellas que mais se lem illustrado durante muitos Séculos, ciso que entre os Portuguezes o desejo da instrucçaõ, e o

tanto por seus altos feitos, como pela nobreza de seu cara- patriotismo, esteja# por assim o dizer, na massa do tan-

cter. Folheando a historia desta Naça#, encontra-Se nella gue. Entre elles tem estas qualidades resistido á opprea-

huma serie de Epochas mais, ou menos brilhantes, c que saõ, e parece terem fructificado atravez do Despotismo,

fazem ainda, e fará# sempre a admiraça# do Mundo ci\i- semelhantes aquellas plantas qUe pela força da seiva, bro-

íisado ; entretanto, se se considera o estado deplorável a ta#, e florecem atratrez dos mais áridos rochedos ,,

que os Portuguezes se achava# reduzidos nestes últimos


Mr. Deschamps falia depois da Sessaõ das nossas Cortes
t '« 4 ^ r +

tempos, por huma serie de desgraças innumeravèis, e naõ


em que se discUtio 6 artigo 21 das Bases, e transcreve o

interrompidas, a energia que elles acaba# de desenvolver


eloquente discurso que o Sr. Marchiochi pronunciou nesta

para sahir deste estado, e a que elles desenvolvem todos os


ocCasidõ, e tantas lagrimas de praser causou aos amigos

dias para estabelecer huma nova ordem de Couzas, própria


da Liberdade, e gloria Nacional; nem deixou de transcre-

a reintegrados n^quelle lugar que lhes compete entre as


ver huma parte do discurso pronunciado pelo Sr. B. Car-

outras Nações, naõ pôde deixar de se reconhecer que a


neiro.

Epocha actual hè a'quella em que elles teta adquirido ma-


Passa depois a faser huma rezenha dos differentes artigos

is direitos á estima dos outros povòs.


que tem sido objecto das Sessoens das Cortes, e conclue o

" Portugal naõ esperimentou em tempo alffiim tantas ne-


44
artigo disendo: Nós naó podemos deixar da reconhecer

cessidades^ nunca teve a reparar tantos dámnos como


o Zelo, e o Patriotismo dos Deputados Portuguezes, tanto

agora : jamais hum taó grande numero de homens illustra-


no grande numero dos objectos que tem sido discutidos,

dos, e animados de hum verdadeiro patriotismo, se sacrifi-


como na sabedoria das medidas adoptadas pelo Congresso

carão como agora, neste paiz, á investigacaó dos meios


Poriuguez. „

necessários para estabelecer, e firmar a felicidade da patria.


[ Hé deste modo que falia hum Estrangeiro acerca das
4 t J A »
"Persuadidos nós que todos os reprezentantes desta brioza
nossas Cortes, e que comparaça# tem cora isto as declama-

Naçaó naò tendem se naó a hum único fim, ainda que naó
ções de grandes personagens, oradores, e theologos, que

esteja d' acordo a respeito de pontos essenciaes pára o con-


taxava# a regeneração de anti-Christã. &a. &a. &a. ? ]

seguir i persuadidos sobre tudo de que quando os Repre-


Xt 1*7

sentantes de huma Naçaó, nomeados por e/la livremente, r- * ■ • '

Continuação da Memoria — dapag. 120.

tem adoptado huma qualquer medida, só hum inimigo da

ordem, e da felicidade dos Povos hé que tein o amargo Para evitar o receio de alterar o texto, transcreverei no

prazer em mostrar que essas mesmas medidas podem, se- idioma, em que as lí algumas passagens dos SS. PP, relati-

gundo o seu parecer, ter tristes consequências ; pois que vas a este objecto. Sint tibi purat simplicia, casta, mode-

huma vez que ellas tem sido adoptadas, ea sua intenção ratajejunia,et non superstitiosa. Quid tibi, diz o mesmo

naó pôde ser outra mais do que excitar os descontentaraen- Doutor da Igreja S. Jerónimo ad Nepotem, prodest o/ea

tos, e a disconfiança entre os reprezentantes non vesci, et moléstias quasdam, et difficultates ciborum

" Nas discussoens dos diversos artigos, tem-se desenvolvido queerere? quid virtutis habet vinum non bibere, et ira, et

conhecimentos que se naò poderiaó suppôr era homens cre-


odio enebriari ? Omesrao S. Doutor hé ainda mais formal

M* ' ■ " - ) f- ) . i<:t t O. . J !.0 O CíiO - '! **

»
124 A ABELHA DA CHINA.

para o intento, quando escreve a Furio. tfonnuli, diz moy Achac ao ^Tabçlliaõ, ,>em cujas notas lavrou huma

elle, vitam pudicam appe tentes in médio j itiner cor- escriptura de trespasse de toda a sua acçiõ, e jús a meti

tuerunl, dum solem abslinentiam carnium patente et favor a fim de eu me pagar do que depois paguei por elle

leçumin:bus vneranl stomachum, qute modcrate, pnrceque ao Senhor Payva. No tempo competente cobrei do Senhor

innnxia sunt, et ut, quod gentio, loqunr nihil sic inflamatt Gularte o sa do de sua parte ; e para haver o valor da obri-

corpora, et iilillnt mrmbra genitália, si(Ut indipestus cibus, gação do Senhor Guelfi traspassei ao Senhor Souza o meu

viltaique convufgus S. Agostinho discorre judeu li.caim.nteL.


- direito por outra escriptura nas notas do mesmo Tabelliaõ

tfon intrrest diz elle nas suas questoens evangélicas, e no (pois que do que se recebesse, pa^o eu, o resto serviria

tf

Sermiõ da quarta Dominga do Advento, tfíihil intereit para cuhrir huma conta de que o Senhor Souza he Credor

omninn* scilicet id reritatem, quJd nlimentorum, vef quantum ao Achac) p;ira que se desse procuração a certos Senhores

qiú* accipiat. dum modo id fadai pro covgruenlia hominum, Negociantes de Lisboa para receberem do Senhor Guelfi o

cum qui/ us rivit, et personae suae,' et pro valetudine suae liquido producto daquelta consignação, e seguir as ordens.

necessitai is. Oui se a carnibus temperai, ut alias cscas Neste meio tempo appaieceo huma carta do Senhor Guelfi

dificilinris prn par/itionis, et prrlii inquirarit, multam er- ao Achac, única com tííI direcção sobre este assumpto dan-

rant •. z non enim esl hoc suscipepp abslinentiamscd immitarc do-lhe noticia da venda do Chá, mas que fora parte em
• ' ! I. A I ff; V.X I vT * / n í I i i1 , m

luxuriam = v
e J lgnni, diz «mesmo Santo Doutor, quando dinheiro, e parte em fazendas, as quaes mandava a Pernam-

. fal'a dos costumes dos Manicheu* Cp. xni( numeio xxix buco pelo BrigueS. Guálter. A vista desta carta, que foi

r citado- poríFleury, no lo^nr .acjma indicado, se al^um se entregue ao Senhor Souza, como Cessionário de titulo da

t contenta.com. bum» só comida, por dia, ou uze de hortaliça consignação, e como ella naõ viesse acompanhada da com-

cosida com hum pedaçp def)toueiuho, somente para apa- petente conta da venda, Contendo aliás avizo de se ter fal-

- zigudr a fome,;e, sendo-liie necessário, hebe sobre esta refei- tado as ordens do seu committente segundo o theorda sua

çnõ 2 ou s copos de vinho, e outro nem come carne, nem obrigaç iõ, acudio o Senhor Souza logo a fazer o seu pro-

bebe vinho, mas refaz-se duas vezes por dia cõ légumes es- testo de que enviou na primeira occasiaò os Iustrumento«

péciaes «preparados, e diversificados com arte, bebe cidra, aos seus procuradores em Lisboa para reclamar do Senhor

, limonada, e outros licores, que se aproximaô do vinho, e Guelfi essa falta de cumprimento das condiçoens, com que

• d'este.ordiiírrin faZ as suas delicias* qu; Idos dois vós parece acceitára a consignnçaõ. Hum tal procedimento do Sr

mais abstinente ?i (Continuar-se-ha.) Guelfi, provando mudança de circunstancias no que respei-

-HiH-
tava a este assumpto, habilitou naõ só a disconfiança do§

»1 ' f ' ^ ^QRRE^POMDENCIAi possuidores da obrigaçaõ do Sr, Guelfi, de que naõ veriaõ

cedo o seu dinheiro; mas lambem o meio adoptado no Foro


Senhor Jledactnr.

de segurar por embargo o equivalente. Deparou a sorte


Imperiozos motivos me obrigaõ â publicaçaõ da ajuncta

a occasiaõ favorável de se saber, que no espolio de Manoel


Declaraçnõ, que pertendo continuar: peço lhe por tanto

Martins, que falleceo nesta Cidade em 1819. havia huma


o obzequio de itrseri-la na sua Abelha o mais depressa

quantia pertencente ao Senhor ,Guelfi (isto já em Novem-


por ser a bem da fama, e credito de hum Cidadaõ honrado

? f F
bro de 1820. sem se ter recebido mais avizos, nem contas
mtrosmente cãlumniado, obrigando-me as espensat sendo

do Senhor Guelfi; o que mais confirmava a disconfiança,


precisas, e a ser reconhecido ao seu obzequio.

e reforçava o direito de embargo) requereo por tanto o


De Merce.

Senhor Souza embargo judicial na quella quantia, a qual

'' Muito Attento Venerador e Criado.

u: • •
'*''f J < J!4 ir*:i querêdo o Senhor Joaquim Joze dos Santos, Corresponden-

Cypriano Antonio Pacheco.


\ & r • 4
31 te do Senhor Guelfi, levantar sob própria responsabelida-

DeclaraÇaõ, que faz ao respeitável Publico Cypriano


de, ou com outra fiança, o Senhor Souza com toda a razac

Antonio Pacheco,.para conhecimento da verdade da ques-


declarou em juiso, qtie estava pela ahonaçnõ do Sr. Santos
" * ** * • • i » | ã

tão entre o Senhor Joaquim de Souza, Negociante da,


mas que consentiria no levantamento do dinheiro, ohrigan

Praça de Macao, e Senhor Constantino Guelfi Canitaõ do


fClySl/! ) .*I|J te. ' i () i f t p3»«r K r« i do-se o fiador pela quantia, que tinha a haver do Sr. Guelf

Navio J\*ovo Paquete, de Lisboa, havida no principio de


pelo titulo; por que embargou aquelle dinheiro, sem de.

1823, assim no Foro de Macao, como na Gazeta deste Go-


—i pendência de mais contas do Sr. Guelfi, e rezultas, que est<

verno, Abelha da China Nums. XXVIi, e XXVIII. com te-


poderia produzir, atteuto o protesto, que tinha feito com-

mentavel excesso da parte do Senhor Guelfi.


petentemente, ficando daquella forma obrigado o Sr. San

No Anno de 1819, o Mercador China Achac para garan-,


tos, ou outro fiador a pagar a elle Declarante (Sr. Souza]

- t tir -hum contracto com o Negociante Francisco Joze de


a sua referida conta. Desistiu o Sr. Santos da pertençac

- Payva (ora ja fallecido) teve, que recorrer a mim para ser


do levantamento do dinheiro, e por consequência o embar-

•eu fiador, e para penhor da .minha responsabilidade niq


go suhsistio. Note-se que, como pareça que este embargt

K
entregou huraa obrigaçaõ do Senhor Antonio Gularte da tenha sido a pedra de escândalo, para o Sr. Guelfi (tendo na

Silveira, de huma porçiõ de Chá remettido a Bengaila no realidade sido hum estorvo para se verificar a recommen-

J.» , mi smo anno,ue huma do Senhor ..Guelfi de Dezembro de daçaõ de sua carta ao Martins copiada n' Abelha N. XXVII

• 1818. de «ultra porçaõ de Chá remettido a Lisboa ; e para recommejidaçaó de segredo entre tres, sem ser aquelles iloi

•u ter todo o direito sobre estes créditos, se dirigio o mes-


quaes dous seodo iguaes entre si, naõ eraõ iguaes a buro

*
A , A B E L H A DA CHINA.
12&

terceiro, como a outro proposito proferi o com admic»ça# Sousa; nem as suas allegaçoens sa# de convencer ao homem

mais condescendente. Por outro lado tratava o Sr. Guelfi


0 Sr. Guelfi ua huma eloquente peça de sua produeça#:

de sahir com brevidade no Navio Novo Paquete; e por quo


Abelha Num. XXVI) e tambein seja o pretexto para eile

estava já estabelecido o Juizo, como de foro do contracto


na# render contas da consignaça#, como prova# autos em

se recorreo aos meios, que a Lei faculta, de baixo das com-


Juízo, e correspondência particular, que a proporça# do

minaçoenS, que ella fulmina. Obrigado elle p la Justiça,


tempo se irá# dando ao publico; devo explicar o sentido

da fraze da supposta do Sr. Souza á pertença# do levanta- produzio conta em Jui^o, as quaes na# procuramos vêr

ainda por serem ferias da Pascoa ; e estimar mos, que ellat


meto do dinheiro e hé este. 0 Sr. Guelfi alterou as condiçõ-

acreditem ao Sr. Guelfi. Pedio-se-lhe o fiador a demanda,


es da sua obrigaç^S, trocando o Chá por fazendas ; mandou

estas para novo giro; na# rendeo ao menos contas da ven- e procurador para proseguimento delia: o que, se fosse

contra a Lei, a Justiça naõ deferiríi, como deferio: e até


dai faltou a remessa do producto : portanto tendo o Sr.

aqui o estado da questão, que o Sr. Guelfi quiz tornar


Souza feito de tudo isto protesto competente devia insistir

estrondosa, passando com muito pouca prudência a disfigu-


Do direito de huma liquidaça# formal, e coherente com o

mandato dado; por que na# lhe importava a transacça# ra-la na Gazeta do Governo, cora vivos ataques ao conhe-

cido carácter, boa fama, e conceito, que sempre mereceo o


das fasendas ; e da resulta daquella liquidaça#, e na# desta

Sr. Souza naò só na China; mas em todas as quatro partes


negociadi, exigio com muita raza# a responsabilidade do

do Globo ; e no involvimento que o Sr. Guelfi faz da nova


Sr. Santos quando quizesse levantar o dinheiro, que na#

Caza de Commercio comigo, e mais alguns Senhores asso-


.podia consentir, que se convertesse em beneficio do Sr.

ciada, offende a òue n naõ lhe fez mal nunca, e talvez nem
Guelfi com tanta jactura dos interesses de huma consigna-
_

o conhece (de que nao pezara ! ) mas obriga a que eu a


ça# ta# malfadada nas maons do mesmo Sr. Guelfi. Conti-
.

moderada linguagem desta declaraçaõ ajunte em seguimen-


nuo a narraca#. Pelo Brigue Temerário recebep em 1822.

to huma analyze da injurioza publicação do Sr. Guelfi nos


o Sr. Souza cartas dos seus correspondentes de que pelo

Números citados da Abelha da China. 0 Senhor Guelfi


Navio Vasco da Gama vinha# ordens, que o Sr. Guelfi

navega sobre as agóas do mar, e eu lhe dezejo felicidades;


tivera a bondade de dar, para que Achac (e por elle seus

principalmente para pagar a quem deve; naõ levando a


Cessionários) se pagasse cora o dinheiro embargado, que

%
mal as verdades, que delle se disserem; por que já que
elle reputava como 3,000 ;Patacas pouco mais ou menos, e

quer assim, sibimetipso imputetur. Macao 24. de Março


mais 500, ou 600, que existia# na ma# do Sr. Santos, com

dc 1823. Cypriano Antonio Pacheco.


< tanto que se lhe-desse quitaça# final sem miis contas:

Que generosidade í O Chá por fortuna (como diz nas suas

Variedades.

cartas o Sr. Guelfi) trocado em fazendas ; estas remettidas

" Á virtude parede ter limistes. Cata#, (a) e Washington


« a Pernambuco ; oí consignatário delias corrido dos Pernam-

(b) mostra# até onde pode chegar o mais bello, e o mais

bucanos, e feito peregrino do Brazil i e o Sr. Guelfi pagan-

nobre dos sentimentos, o amor da Patria, e da Liberdade.

do 3,600 Patacas ao Achac ! aqui se collige de duas huma.


' f-TT' ri-7 M ^
Acima disto naõ se conhece nada (c) Mas o ultimo gráo

ou a clauzula ác=8em mais contas—hc dé^ iiiteresse para

de Baixeza, na# he ainda conhecido,, O excellente, e mo-


«alguém, ou o protesta surtio seu effeito mesmo no conceito

derno Escripto de quem copiamos esta especie de Epigrafe,


do Sr. Guelfi U ! •> Chegou o Vasco com as ordens a tem-

tendo a generosidade de citar Somente exemplos de Virtude,


po, que a quantia em poder do Sr. Santos já tinha sido | , •

nos ensinou por isso mesmo a imitar a sua inodc9tia, e


. reenviada no Temerário, e finalmente passados poucos dias
* *

omittir Os de baixeza, que podíamos citar com mais faci-


chegou.ogr, Guelfi; Foi rogado, pedido, e instado para ren- (if 5b jj1 | »l;|f p 11 'jp 7' f) M

lidade, e abundancia, que os outros. Mas sem profuudar


der contas ; prometieo, e assegurou, e deo dia para huma ■ , *' - r«

a matéria, he licito perguntar, se o homem baixo, e servil


entrevista com o Sr. Souza para liquidação: porem naõ deo

(d) seria incapaz dos sentimentos oppostos, porque a Edu-


contas, naò tratou da coucluzaõ, nao âppareceo. Hé verda-

cação lhos naó influio, ou. porque a JVaturesa, ou certa


de que a ohrigaçaõ original por aquelles dias esteve fora de

disposiça#, e arranjo de orgãos lho vedava ? Esta ultima


vista por ter ficado em huma gaveta na Caza do Sr. Sousa

íJftllJU J
suppoiiçaò o salvaria de toda a imputação aos olhos de
sem lembrança de quem ali a tinha guardado; mas para o

muita gente; mas naò assim aos nossos:, que sabemos quan-
Sr. Guelfi dizçr quanto produ2io o Chá a quem elle já

to a Eéncaçaõ emenda a Natnresa; e quanto Sócrates (e),


reconheceo por seu Credor* e mandou pagar, na# era esse

que candidamente confessa os vícios, a que a Na!urt*9a o


o obstáculo, e para quem obra de boa fé como elle mesmo

impelia, foi o Exemplar das virtudes! Toda a questa»


reconheceo; porem difficilem rem postulasti. Foi necessá-

se reduz pois a huma ProposiçaS, que nos pareceo demons-


rio. recorrer aos meios da Justiça, perante a qual o Sr.

trada, ehennea Baixeza e «» Servelismo <fl s;•« -«Tito,


Guelfi nindi n-i# produziu coiisa, que convencesse ao Sr.

.««•..a» Ò i ih^pfli»Hfa-

la terra,

da LU
t (IIMIIUIU |«l« M VIV 1 ff •• w — » B , . • ■ |

herdade; antes se ella hé verdadeira virtude, iuclue estas dua» também VKtuuef; ma» cjmi
rV fT

O Carcunda.
(d)

Author da Filosofia moral.


(e)

O Carcundismo
(f)

0
I
A ABELHA DA CHINA.
126

• •»

Deveres aos Reis, e de Direitos aos Povos; e que amal-


de huma Educaçaò baixa e servil. Que os Persas de Xerxes

gamando todas as formas de Governos, produzio hum


se fossem educados por Leonidas, morreria# como elle no

desconhecido de toda a antiguidade, e resolveo quasi o


desfiladeiro de Thermópilas, orgulhozos de comprar com

Problema de huma perfeita Administraça#. Nós estamos


a morte a salvaça# da Patria ; e que os Soldados de Tabio

chegados depois de longas angustias, a hum período seme-


Máximo entregues às delicias de Capua, cederia# a Annibal

lhante, como Navegador, que he batido pelas tempestades,


o Império do Mundo. Se tal hé pois o poder da Educação1

aborda a hum Porto de salvamento Os nossos perigos pro-


qual na# deve ser o cuidado de hum Governo em promo-

vieraõ da nossa ignorância na manobra; da nossa fraqueza


vê-la, e derigi-la ao grande fim, que se propõem de ter
- m

nos mesmos perigos; tendo perdido em tremer =o tempo


homens capazes para a guerra, e para o Conselho ; Cidadãos,

tjué devíamos approVeittir em obrar: provieraò finalmente


que saiba# lêr os seus Direitos ao lado dos seus Deveres;

de na# termos Carla que nos regulasse, nem Bússola que


que vejaõ a perda dos primeiros na infracça# dos Segundos,

nos dirigisse. Os Pilotos, que salvara# a Náo do Estado,


e o seu proprio interesse na obediência as Leis ! Quantos

e que por isso saòjá Credores de bum reconhecimento


indivíduos de todas as classes pertencem ainda a Lista do

eterno, nos da# hoje esta Carla, para nunca mais nos per-
Servilismo por na# comprehenderem os benefícios da nova

Doutrina? Nova para elles; mas coêva da Monarchia; dermos no Golfão das arbitrariedades, para a consultarmos

porque os seus passados na5 conhecera# outro Codigo, se a todo o momento; e vermos nella a única salvaguarda
o

naõ o que elles mesmos dictaraò ; nem se reputaraò meno- dos nossos mais caros interesses. 0 esquecimento em que

res, ou mentecaptos», para prescindir da tegalia dos seus estamos dos nossos Direitos, produíio todos os nossos ma-

Direitos, e confiar a sua independência, e Propriedades às les ; mas o conhecimento delles que será o fruto de hnma

maons, que o acazo lhe deparasse. boa Educaça# nos escudará por séculos contra os vaivéns
#

Hoje he necessário renovar estas ideas, apagadas pelo do Despotismo. Poucos homens estão ao alcance dos seus

longo habito da escravidão, que os séculos trouxeraõ depois deveres; por que de poucos era conhecida a Lei, que lhos
• I

de tantos annos de Gloria, taò caramentè comprada. Esta impunha. Estas Leis, cuja ignorância a ninguém servia

alternativa de esplendor, e de abatimento, parece ser liuma de culpá (segundo hum axioma das mesmas Leis) era#

Lei Geral nos Impérios, como hé nos indivíduos; e para feitas no segredo de hum Gabinete ; naõ havia Boletim (g)

citarmos bum exemplo por todos, lembremo-nos de que que as publicasse; chegou-seaté ao excesso de ordenara

foi o Sabio Egypto quando a Europa era barbara, e selva- sua execuça#, independente de passarem pela Chancelaria;

gem ; e do que he hoje a Europa civilizada á vista do Egyp- e quando inda o mesmo Letrado (que dizemos nós ?) o

mesmo Ministro as ignora, já o simples Artista, e rústico


to ignorante e Escravo ! No meio desta Europa, que era

Lavrador era# condemnndos no Foro pela infracçaò de


a Inglaterra quando o Portugal dobrava o cabo da Boa

Esperança, e abria ao Comercio da índia huma nova Es- huma Lei, que era ella mesma a maior das infracçoens do

trada, inutilizando todas as conhecidas desde o tempo de Direito Natural, visto que na# tendo sido promulgada,

Salomaô ? E que he hoje o Portugal á vista desta a ninguém podia obrigar (h) As Leis sa# hoje feitas em Pu-

Inglaterra, soberba com a sua Constituição, e com a sua blico pela m^sma Niça# aquém tem de servir de regra?

Marinha; cuja Camara escurece o Areopago de Athenas» snò debatidas, antes de serem feitas ; e sera# devidamente

promulgadas, antes que se exija o seu cumprimento. Estas


c cujo commercio deixa eu» esquecimento tudo o que a

Leis tem de compréhender a declaraça# dos Direitos, e do*


Historia nos transmittio de Tyro, cCarthagol He com

tildo á Educaça# Publica, ou á sua falta, que os Povos deveres década individuo da sociedade; e a sua explica-

devem a sua prosperidade, oú o seu abatimento. 0 Egypto ça# deve ser hum dos primeiros objectos do Governo na

acabrunhado pelas guerras dos Déspotas da Azia, esqueceo instituição de Escolas Publicas, (i)

as sciencias, e as Artes, frutos da Paz ; identificou-se com

as Naçocns, que os desvastaraó, e se tornou barbaro como


NOTICIAS MARÍTIMAS. = SAHIDAS.

cilas. A Inglaterra pelo contrario deve incontestavelmente


Athé o dia 15 a Fragata Cònceiça# para Manila, Capita#

à grande Escola das suas Publicas discussoens o augmento


O n Athauazio Cucullu.

das Luzes, e de Poder, a que se acha ellevada. A sua1 Tri-

buna foi a primeira que trovejou contra os abuzos da au-


AYIZO. Na Feitoria do Navio Carolina se achaõ de venda,
» w

thoridade; contra a reunião dos poderes; que fallou de


tabacos de Manila por preço acomodado.

Gazeta, ou periódico. - -"

(h) A promulgação hé essencial à força obligativa .da Lei; a publicaça# da Lei em Portugal enta# a havia

quando esta passava pela Chancellaria do Reino; logo dispensando-se o passar pela Cbancellaria, dispensava-se

em hum requizito essencial para a obrigaça# da mesma Lei: logo aqui temos hum monta# de contradicçoens,

Lei e naô Lei, obrigação e naò obrigaça#, &a. Quis audivit unquam tale! !!

Ao Collegio de S. Jozé se deve a instrucçaó, que tem adquirido a juventude


(i) em Macao, desde que a congre-

gaça# da Missão tomou posse delle.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.
A

E
A

DA

H N A

N.° XXXI. QUINTA FEIRA, 17 de Abril.


1823

HOC TEMPORE

OBSEQU1UM AMICOS, VERITAS ODIUM PARIT.


TERENTIUS.

Portugal com o Brazil por força de armas ; mas sim pelò

MACAO.
affecto, e interesse rezultante de reciprocas vantagens.

Idem 20 de Setembro. = As Cortes Portuguezas, annula


A NNUNCIAMOS era o Nura. XXVIII da nossa Abelha,

raõ o Decreto para a convocaçaõ das Cortes Constituin-

que o Conselheiro Miguel de Arriaga Brum da Silveira,

tes no Brazil; ordenaraõ que o Ministro, ou Ministros,


Ex-Ouvidoi* desta Cidade havia partido para Lisboa no dia

que o tinhaõ assignado, fossem processados j declaráraõ


25 do raez passado a bordo do Navio Portuguez Vasco da A

que o Governo do Rio desobedecendo ás Cortes, e procla-


Gama. Quanto porem naõ foi a nossa sorpresa, e adraira-

mando-se independente, he hum Governo de facto, e naõ


çaõ, constando-nos que o dito Ex-Ouvidor havia illudido

hum Governo de direito, e que voluntária obediência ao


as dispoziçoens do Governo, e de hum Governo Constitu-

mesmo, da parte de qualquer authoridade, será criminosa s


cional, que tinha uzado para cotn elle de toda a politica,

e ultimamente nomeiaÕ a Regencia, que deve exercer esta


e attençaõ !!! Hé certo que elle se transportou era huma

delegaçaõ; e que o Príncipe se embarcasse de volta em


crabarcaçaõ chineza, e se acha actualmente em Quantong,

direitura para Portugal, dentro de hum mez depois do


donde tem officiado ao Leal Senado para regressar a Macao.

lhe ser intimada esta resoluçaõ ; e que no caso naõ esperado


Daremos nos nossos seguintes Nums. as noticias, de que

d'elle naõ comprir cora a mesma, se procedesse contra elle na


for-raos informados.

forma da Constituição no caso do Rei ou Principe largas-

sem o Reyno sem consentimento das Cortes; que qualquer


NOTICIAS NACIONAES.

Lisboa 24 de Agosto de 1822. Commandante de forças de mar ou terra, que obedecesso

voluntariamente ao Governo do Rio de Janeiro seria


Taõ geral hé a opiniaõ de o P.R. favorecer o partido

da independência no Brazil, que na Sessão das Cortes considerado Traidor; e que o Governo usasse de todos os

de 22 tomando-se em consideraçaõ o numero de Membros meios em seu poder para dar execução a estas resoluções.

Americanos que adrnittiriaõ na Deputaçaò Permanente, o Idtm 30 de Setembro. = As Tropas em Montevidêo tinhaõ

mandado hum protesto a favor das Cortes, contra o


Senhor Guereiro, recapitulou todos os sucessos do Brazil

Príncipe.
desde as primeiras cartas escriptas pelo P. ás Cortes, até

Idem 26 de Setembro. =* Hontem foi huma deputaçaò


ás ultimas ordens emanadas para a formaçaõ de huma

das Cortes em grande galla apprezentar a Sua Magestade


especie de Cortes Constituintes &a.; mas elle observou

a Constituiçaõ.
ao Congresso que todas as Provindas do Brazil naò obe-

Propôz se em Cortes a creaçaõ de huma nova ordem


decias ás ordens do Rio de Janeiro, pois que o Pará,

para recompensar aquelles, que se distingui raõ em efiectu-


Maranhão, e outras permanecem fieis a Portugal. " Eu

ar a revoluçaõ.
estou inteiramente convencido " disse o Orador " que naõ

• Idem 1S de Outubro. = Hontem todos os Membros das


ha hum sò portuguez que aceitasse, em lugar do beneficen-

Cortes à excepçaõ de poucos, privados pelas suas moléstias,


te, cordial, e paterno Governo de Joaõ vi o de hum filho

rebelde99 (sim rebelde, rebelde, rebelde, trez vezes excla- ou d'outros em razaõ das differenças politicas com o Bra-

marão grande numero de Deputados.) O Orador conti- zil, deraõ juramento à nova Constituiçaõ que assignàraõ.

nuou propondo que as Provincias sujeitas ao Rio de Janei- E neste dia Sua Magestade foi em grande estado ás Cortes

praticar a mesma solemnidade ; tendo primeiro D'uma falia


ro naõ fossem representadas em Cortes.

declarado o seu sentimento de regozijo por taõ plausível


Idem 27 de Agosto. =0 Diário do Governo publicou

occasiaõ; particularmente congratulando-se a si, e compri-


hum_ Manifesto dirigido pelas Cortes aos Povos do Brazil.

raentando a Naçaõ, pelo exemplo que dera de huma Rege-


Este mostra que o objecto das Cortes hè consolidar a Mo.

neraçaõ sem interrupção da tranquillidade publica.


narchia Constitucional em ambos os Emisferios, e tornar

Idem 12 de Outubro. = Pelo ultimo Correio extraordi-


indissolúvel a uniaõ dos dois Paizes pertencentes á mesma

nário, que partio de Pariz no dia 11, e que chegou a


familia, bera que separadas pelo Occeano. Conclue final-

Madrid no dia 18 do corrente; reccbeo-le huma Carta


mente que ai Cortes naõ procuraõ conservar a uniaõ de
128 A ABELHA

rem a repellir os ataques dos faceiozos, huma vez que a


de Londres datada de 4, cujo contexto hè extremamente

populaça» dos lugares invadidos for sufficientemente nu-


interessante nas actuacs circunstancias ; quem a escreveo

merosa. Sua Excellencia tem igualmente adoptado medi-


hé digno de fé, e a maneira por que lhe veio a noticia do

das severas contra os Estrangeiros rezidentes na Capital,


que cl la communica na» deixa duvida sobre a sua veraci-

que na» estiverem para isto munidos da competente li-


dade; a Carta diz o seguinte. =

cença &a.
Eu posso assegurar-vos como hum facto positivo, que o

Idem 17 de Setembro. = S. Magestade tem publicado hum


Encarregado dos negocios de Portugal pedio, por ordt m

Manifesto, no qual solemnemente repete os seus sentimen-

do seu Governo a Mr. Cnnning novo Ministro dos Negocios

tos Constitucionais à face do Mundo inteiro, e contradiz


Estrangeiros huma ciara cathegorica, e positiva declaraçao

as falcidades que os Promotores da Rebellia» circula» com


sobre a conducta, que tomaria a GraÓ Bretanha, no caso

o desígnio de seduzir os incautos. S. M. na» passa bem.


que a Santa Alliança, unida no Congresso de Perona resol-

Idem 9 de Outubro = Sabemos por oflicio, datado 2 do cor-


vesse ameaçar a independência de Portugal, e intrometter-

rente do Commandante uo districto de Tui, que as autho-


se nos negocios domésticos d'aquelle Reino.

ridades civis e militares da Província do Minho, lhe par-


0 Ministro Portuguez dizia na sua nota: que até alli

ticiparão, que o Marechal Luiz do Rego, estava em Vian-


todas as Potencias da Europa conservava» amigáveis re-

na, com oito mil homens, e tinha ordens expressas do seu


lações com o seu Governo, excepto o Imperador da Áus-

Governo para castigar as authoridades d^quella Província'


tria, e os Reis de Nápoles, e Sardanha.

que fossem achadas prestando ou tivessem prestado soccorro


Mr. Cunning respondeo, que elle na» hezitava declarar,

aos Insurgentes Hespanhoes, que se tivessem refugiado


visto qnç o Ministro Portuguez assim o exigia ; que o

dentro do Reino; assim como também, que aqueílas tropas


Governo Britânico já mais consentiria em que Portugal íos-

estava» á ordem das authoridades do Districto, no caso de


se attacado por causa das suas opiniões politicas ; e que a

serem necessárias.
promptidáo, com que elle se apressava adestruir os receios,

Idem 12 de Outubro. = Hum papel de Lisboa de Io de Ou-


que mostrava o Ministro Portuguez, deveria considerar-se

tubro, diz " Podemos asseverar, sem temor de contradicçaõ,


como huma prova* de que elles eraò absolutamente destituí-

que os Gabinetes Hespanhol, e Portuguez estaõ occupados


dos de fundamento.

~ em formar hum tratado de alliança pffensiva, e deffeusiva.

Noticias Estrangeiras. A Baze principal deste tratado será a conservação do Syste-

ma Constitucional, e a independência dos dois Paizes. Sa-


Madrid 26 de Agosto. = Em consequência de huma com-

bemos sem duvida alguma, que Portugal tem duas diviso-


moça» popular acontecida em Barcelona em a tarde, e noute

cns promptas a entrar na Hespanha, no caso da supposta


do dia 5 fora» transportados para Mayorea 56 indivíduos

invaza» ter lugar. O Governo tem dado ordens para se


incluídos nestes os Generaes Santo Cildes, Furnos, e Sans,

retirara Divisa» de Montevideo; esta divisão compocm-


Brigadeiro Miranda eRich, Coronel Tabeme, o Mayor da

Cidadela Piceh, e dois Capelaens dos Corpos de artelharia se de 3,600 homens, e reforçará o Exercito de Portugal.

Idem 15 de Outubro. = O Tratado de Alliança com Por-


e as Cabeças das Communidades Religiozas.

tugal, está quasi concluído : a retença», ou cessa» de Oli-


Idem 30 de Agosto. = A Princeza da Beira, e seu filho

vença hé que poderá ainda pôr algum obstáculo à prompta


o Infante Dom Sebastiaõ chegara» aqui para tomar posse

conclusa» desta importante negociação.


da Caza, que lhes pertence. Os Infantes Dom Carlos e Dom

Gibraltar 1 6 de Agosto. =» Por hum Decreto das Corte»


Francisco, e as Infantas sahiraõ ao seu encontro, e os acom-

Portuguezas, o Governo deve pedir ao Papa huma Bulla,


panhara» ao Palacio Real, aonde lhes estava» preparados

que authorize os seus Bispos para secularisarem todos os


teus competentes aposentos.

Membros das Communidades Religiozas nos dominios Por-


Idem 6 de Setembro. «■» Pelo Correio de Valença chegado

tuguezes, que allegarem justos motivos para na» conti-


nesta tarde sabemos, que o Tenente General Eito em con-

nuarem na vida monástica (reputando-se hum delles o


sequência de Conspiração de 30 de Maio do presente anoo,

desgosto por semelhante vida,) com a única condiça» de


foi condemnado á morte de garrote sendo primeiro degra-

que os homens deverá» apprezentar hum património, ou


dado das honras. Estamos informados, que tinha chegado

meios decentes de subsistência ; e as mulheres, com menos


a Madrid a noticia de que a Sentença tinha sido executada

de 25 annos de idade, amigos ou familias honestas, que


hontem.

queira» recebelas, segurando-lhes pelas rendas dos Con-


Idem 14 de Setembro. = 0s Bandos de Misas e de Mala-

ventos, a que ellas pertencerem, huma pença» annual.


vilas constando de 1,500 homens perdera» no principio des-

A Fragata Ilespanhoia Ligeira, e o Brigue Hercules


te mez de 60, a 70 homens em hum infructifero ataque

acompanhados de 9 transportes, que sahira» de Cora para


contra a Cidade de Masanet de Cabrenis; o que na» obstan-

porto Cabello, depois de terem leito agoa em Corasaõr


te, sabe-se, que se prepara» em Lhadó, e Vilanant para no-
» 4# I à 4 f A

vos ataques contra a mesma, e outras Cidades. tinha» partido a 29 de Julho levando a seu bordo o Gene-

A vergonhosa impunidade, com que hum partido de 7 ral Morales, e o seu exercito para tomar o cominando d'-

rebeldes faz correrias pela Província de Toledo desde o aquella Praça, o Povo de Cora estava em hum estado de

mez de Julho, e a ouzadia, com que elles intentara» penetrar escacês. > '?r?íí 1

na de Madrid, tem obrigado o Governador civil desta a pu- Idem 22 de Agosto.= As Corles Portuguezas tem De-

blicar penas severas contra as camaras, se na» se ex força- cretado, que haja» Guardas Nacionaes compostas de todo»
%
A ABELHA DÀ CHINA. 129

A è a a *■ n ■- , ,|M- m i inriiii r hmI i .»h

exigir que deixemos as nossas fronteiras expostas ao ronbo


os Cidadaons, naô expressamente isentos pela Ley ; que os

e assassínio, seria o mesmo que pertender que abrissemos


Officiaes sejaò electivos e temporários ; e que estaò somen-

nossas portas a peste.


te sujeitas à authoridade civil.

Também ultimamente tem estado muito occupadas na As pessoas judiciozas conhecem mui bem, que huma

discusaõ do projecto do Decreto para a reforma das ordens naçaò, como a Hespanhola, naò he para se ameaçar com

religiozas nos Domínios Portuguezes e já tem supprimido hum corpo de observação. Se a França se julgasse obri-

muitos Conventos. gada a intromelter-se nas dissensoens internas da Hespanha,

Idem 14 de Setembro. = O Brigadeiro Dublaisel foi no- ella a teria dito sem receio, e proseguido sem robuço. A

meado Governador de Cadiz, e Commandante Militar da Europa conhece a diflfrrença entre a facçaõ dos Descami-

Provinda deste nome, e o Vjce-Brigadeiro Barniel promo- sados e as Cortes, que formaraò parte da alliança das Po-

vido a Chefé interino do Estado-Maior-General. Os mem- tencias contra Bonaparte. A politica da Europa uaô deze-

bros do Ajuntamento de Xerez offerecera5 hum premio de ja a restabelecimento da antiga Monarchia absoluta; porem

20,000 Reis Vn. a quem entregasse Zolivar vivo, ou morto he de esperar què do conflicto dos partidos resulte huma

ás suas maonsi e que se este fosse agarrado por algum de melhor ordem de coizas, e que a Hespanha generosa, pa-

fceus companheiros, este teria alem disso o competente triótica e religiosa, mas desgraçadamente pouco destra na

prrdaõ. arte de legislar, possa, com o soccorro de sua própria intel-

iigenciu, e por seus próprios esforços, ver-se livre do jugo


Idem 25 de Setembro. = O Congresso do México tem de-

das theorias revolucionarias,, cuja encoinpatibilidade com


clarado a Coroa hereditária, e que em cazo da morte do

a ordem social, e especialmente com huma vasta Monar-


imperador, devolverá ao primogénito. O Pay de S. M. I.

chia, composta de taõ heterageneas Províncias e Povos»


e Irmai seraõ denominados o primeiro Príncipe da Uniaõ,

he reconhecida pelos m. sinos Authores da Conslituiçiõ


e ella Princeza Itcrubide.

de Cadiz.
Idem 27 de Setembro. = Em consequência da rcstauraçaõ

completa da tranquilidade em Portugal, o Governo tem Noticias do México até os fins de Junho, recebidas por

permittido a todos aquclles indivíduos, que por hum De- via dos Estados-Unidos, indicai que o novo Imperador

Iterubide está igualmente experimentando muita diíficulda-


creto das Cortes estavaS desterrados, tornarem outra vez
TBSo!

de em manter a sua Soberania. O augmento da sua impo-


para suas cazas — salvo sempre os que estab envol vidos

pularidade attribue-se ao restabelecimento da Inquiziçaõ, e


ua ultima conspiraçaò.

á elle ter negado aos Hespanhoes Europeos a permissão de


Idem 23 de Outubro. O Universal, de 12 de Ou tu-

voltarem para a sua Patria, ou ao menos levarem comsigò

bro, publica huma traducçaò de hum paragrafo do Journal

as suas riquezas. Hum comboy, destinado para Vera-Cruz,


de Debates, o qual tem dado motivo a varias conjecturas

com 90Õ mil patacas de carga, foi retido por ordem do


em Pariz, e tem-se falado delle por difterentes modos em

Imperador, e tomado o dinheiro para as despezas do Gover-

Madrid. O seu extracto he o seguinte.

no. Grande descontentamento também se tem manifestado

Qoam difficil he agradar á es!es Liberaes ! Elles estab

entre os Crioulos, muitos dos quaes tem ensignado. O po-

Continuamente a fallar-nos da dignidade Nacional, e agora

vo da Nova-Hespanha está dividido em 4 partidos políticos,

criticaõ-nos huma medida adoptada para prezervar nosso

t rperi distas, Servis, Republicanos, e Constitucionaes :

território de algum insulto; e até chegaS a suspeitar de

clleineutos próprios certamente para a discórdia civil. Re-

vistas secretas em precauçoens tomadas em consequência

nrezentao a Iterubide muito disposto a favorecer os Cidada-


de causas Publicas, e geralmente sabidas.

ons dos Estados-Unidos, e trazem em prova disso, que elle

Em quanto o Cordão Sanitário nos estava deffendendo


tinha derrogado, relativamente á elles, a Lei prohibe a

dos estragos da febre amarella, declarou-se na mesma Hes-


exportação do dinheiro. Pouco, ou nada se for em Vera-

pauha outro motivo de nosso receio ; rebentou huma guer-


Cruz, e os mercados estaõ sobrecarregados de fazendas

ra civil naquelle Paiz ; e as Diarias acçoens entre as guer-


estrangeiras.

rilhas do Governo de Urgel e as tropas do Governo de Ma-

Idem. Por noticias officiaes de Grans datadas de 8 de

drid, podem expor os habitantes da nossa fronteira a ve-

Setembro tem sido informado o Governo, que o Exercito

rem as suas pacificas cazas violadas a todo o momento.

da Fé tem avançado de Navarra para Tremp, achando-se

Entaõ as tropas, que até alli formavaS o Cordaõ, toma-


reduzido a dois terços o seu primitivo numero de 3,000

ras o nome de Exercito de Obser\aç iô ; e isto para decla-


homens. Refere-se com a mesma data, que hum facciozo

rar, com a franqueza própria da huma grande naçao, o


Chefe chamado Bessienes, e vários outros tem sido batidos,

novo motivo que as obrigou a ficarem na fronteira, depois


e seus companheiros montando de 600 a 7 00 homens dis-

de ter cessado a primeira por que ellas alli -se tinhaô ajun-
persos pelas alturas de Cevil.

tado. Esta nova denominaçaS nada offerece de hostil,

O Tenente General Baraõ de Eroles , e o Marechal de


offensivo, ou ameaçador. Por outro lado, o Governo de

Campos Quesada, e o Brigadeiro Fhires foraõ dimittidos-


Madrid tem perdido todo o direito de queixar-se, visto que

do exercito Hespanhol, e privados de todos os seus empre-


elle abertamente anima hum systema de insultos e ameaças

gos, honras, e distineçoens, em consequência de terem


contra França, e particularmente contra a família Real.

dezerdado das bandeiras nacionaes ; e o Tenente General


O Governo de Madrid na5 pode negar o estado, a que

Carlos O' Donell por ter hido para França sem licença.
as Províncias de Navarra e Catalunha tem chegado: e
130 A ABELHA DA CHINA.

naslinguas, e em breve se estropenrá a sua belesa por melhor


CORRESPONDÊNCIA.

que seja. Naò duvido, que provocarei contra mim, espe-

Senhor Redactor.
cialmente aquelles dos Senhores modernos, a quem hum

Por inclinaçaò e gosto costumo encher os piquenos nosso escriptor, e naó Eu, chama tantas vezes por chacòla

, que me deixaò meus muitos affares com a liçaò tarelos, e francelhos. Porem esta campanha literária será

dos nossos Clássicos, e ainda com a dos monumentos antigos mais util (no meu conceito) e menos estranhavH, que essa*

da nossa Língua. Hum dia, que nisto me occupava veio-me cartas polemyco - individuaes; que se assomaõ muitas ve-

ao pensamento, que naõ seria fora de proposito publicar «es nos periódicos. Se o Senhor Redactor achar que este

na sua Abelha algumas pequenas peças das primeiras idades pensamento he avisado, saiba em remate que o Censor da

da lingua portugueza; as quaes sem que occupera muito Polygloto mania hé agora como sempre, alem de....

campo, poderás servir de innocente recreio ao Leitor seu Venerador. _ . , .


O 1 rinuno da Linguagem Classica.
curiozo, que na5 tiver visto estas, ou outras deste cunho

c feiçaò, ao mesmo passo que comprovaráò a todos quan-

Carta d'El-Rei I). Affonço 3o de Portugal, em que Comfir-


to as linguas custaò mais a desbastar, e polir, que os már-

mores, e duros metaes, e como corolário quara grave, e ma se naõ perturbem os moradores de Cornelheã &a.

enorme seja o peccado literário de corrompellas com mo-


Alfonsus Dei gratia Rex Portugali® meis Senatorihus de

dernismos inúteis, e profilhaçoens estrangeiras, que sem


mea Ouvidoria inter Dorium & Minium Sa lutem: Sciatis,

necessidade se fazem a milhaò por dia. Mas antes de dar


quod Magister Petrus Magister Scolarum Comportellanen]

este passo julgava conveniente advertir, que os Sábios


dixit mihi quod Nogeira, & Corneliana & Moaquim &

distribuem o uzo das línguas, bem como os Médicos a vida


Gondufe, quas tenet in prestemonium de Ecclesia Compos-

humana, em quatro idades, ou períodos; que saò a \nfancia,


tellanen inter Dorium & Minium sunt Cauta; & quod

Adoltscencia, Idade viril, e velhice. Conforme a isto,


vos constringitis suos homines ipsorum locorum quod va-

dizem elles, a Infanda da Lingua Latina, por exemplo, hé


dant ad Ouvidoriam tJnde mando vobis firmiter, quod

desde a fundaçaò de Roma até Livio Andrônico, que escre-


vos non Constringatis ipsos homines suos pr®dictorum lo-

via pelos annos 514 da Republica. A Adolescência desde


corum, quod vadant ad Ouvidoriam &: leixate eos stare in

Andrônico até Cicero, que nasceo no anno de Roma 647.


pace, & ego suam veritatem si praedicti loci sint cauta, si

D'aqui começa a idade Viril, que durou 120 annos até


non, & faciam ibi illud, quod judicavero pro directo' &

a morte de Augusto, e Successaõ de Tibério no anno 767,


mando vobis, quod si filiasti* aliquid propter hoc ipsis ho-

e 14 da era Christà, em que floreceraõ, Cicero, Vergilio,


minibus suis praedictorum locorum, quod integietis eis to-

Horácio, Livio, Cesar, Nepote, Catullo, Tihullo, Ovidio,


tum, unde aliter non facintis. Sin autem tornabo me ad

Sallustio, Lucrécio, Varraõ, Vitrubio, Manilio, Propercio,


vos & habebo de vobis queixume. Et mando quod prndi-
Cornificio, Phedro &a. Depois desta idade se seguio a Ve-
tus Magister scolarum teneat istam Cartam: Datum Ulis-

lhice da Lingua Latina, em que foi decuhindo até a morte


bone quinta die Maii Rege mandante per Dorainum Joan-

de Antonio Eleogabalo no anno de J. C. 222, e acabou com


nem de anoyno mayordomum &c.

o Império Romano, quando Constantino Magno no anno

D. Diniz pela graça de Deos Rey de Portugal e de Algar-


de 330 transferio a Corte para Bizâncio, a que deu o nome

ve. Avos meu Castellom, e ao meu porteiro de Monçom


de Constantinopola, isto he Cidade de Constantino.

saúde. Sabe de que o Cabido de Santiago me mnndarom

Da mesma forma diz hum author nosso mui Conspícuo,


diser, que Nugueira, e Corneliana, e Moquim e Gondufe,

podemos distinguir trez idades no uso da lingua portugue-


que som Coutos de Santiago. Porem vos mando, que vos

za. A da Soa Infanda, desde o principio da Monarchia


naõ constrajades os seus homens desses lugares que vaò a

até o reinado de D. Diniz em 1278, que foi o primeiro,


Ouvidoria, e Ieixadeos estar em pàz, e eu saberei a verdade,

que poz as leis em ordem, elle mésmo compoz muitas cou-


se esses lugares som Coutos senom, e farei aquello que

zas eni verso. A carta de seu til tio D. Aftonso iv. mostra
achar por direito: e se a esses seus homens desses lugares

que também a prosa se tinha melhorado. Desde entaò até


alguma couza filhastes, por esta razom entregade lho todo

o anno de 1552, era que Joaò de Barros deu á luz a sua


Vós al naó façades, e se nom a vos me tornarei por ende. E

1\ Década, correm 274 annos da Adolescência da lingua, mando que esse Cabido tenha esta Carta. Dada em Ponte

em que se foi desbastando da sua barbaridade pelos cuidados de Lima 11 dias de Julho. El-Rey o mandou por D. Nuno

do Infante D. Pedro, e de Vasco de Lobeira no reinado de seu maiordomo e pello Chanciller Affonso Martins a fez

D. Joaó 1.°, pelos Collectores das Leis no de D. Aífònso v. era 1318.

e no de D. Joaò ii. e D. Manoel pelos Chronistas do Rei-

no Fernão Lopes, Duarte Galvaõ, e Rui de Pina. Desde


Recebemos com o apreço, que nos merece, a correspon-

Joaò de Barros até o nosso tempo corre a idade Viril da


dência do Senhor Tribuno da Linguagem Classica, e tanto

nossa lingua. Ella se enrequeceo, e apurou naó sò com os


approvamos o seu pensar, que logo inserimos a sua carta, e

trabalhos deste grande Escriptor; mas com os de seu Con-


parte das peças que nos enviou em o nosso periódico. Ro-

tinuador Couto, Francisco de Moraès, no seu Palmeirim de


gamos-lhe, que nos queira continuar a obzequiar com as

Inglaterra, Fr. Bernardo de Brito, Fernando Mendes Pinto


producçoens do seu engenho, as quaes como marcadas com

nas suas Peregrinações, Luiz de Camões, Sa, Ferreira,


o cunho da erudiçaò, critica judicioza, e bom gosto des-

Bernardes, Vieira &a. &a.


pertarão em nossos leitores o amor ás letras, que hé boje

em dia o maior serviço, que á Patria render-se pode. Ou-


E como na Ia. idade se usava pelo ordinário da Lingua

tro sim lhe agradecemos a cortéz advertência, que nos fàz


Latina nos actos, e Instrumentos Públicos; copearei fiel-

a cercada adiuissaò dos debates particulares em nosso perió-


mente por sua galantaria macarronica huma Carta d'EI-Rei

dico. A sua, e a nossa opiniaõ a este respeito saò idênti-


D. Affonso iii; chamado o Bolonhêz, escrjpta nesta Lingua,

cas; mas em qualquer das duas hypotezes sempre nó*


ena qual confirma se naò perturbem os moradores de

somos quem fica mal. Se naò inserimos, queixaó-se os


Corneihãa &a: e outra em vulgar de seu filho D. Diniz

interessados, se copeamos, murmuraó os outros. Quando


sobre o mesmo assumpto. Por ultimor prometto, Senhor

isto escrevemos nos lembra o dito immortal do Grande


Redactor, faser a este respeito algumas reflexoens philolo-

gico-cryticas, prout tempus dictaverit. Eu naò sou stupi- Albuquerque no momento da sua desgraça, que muitas

vezes hemos lido, sem que em nada ouzemos comparar-no*


do admirador da antiguidade, nem cego idolatra de nossos

com este magnânimo heróe da luza naçaõ, excepto em


maiores; mas também vejo com magoa a apostazia moder-

na de muitos Pseudo— escriptorzitos, os quaes portanto ser, como elle, victima dos partidos,, Mal cora o Rei por

amor dos homens, e mal com estes por amor do Rei,, muito
melhores Portuguezes se avaliaõ, quanto mais se arredaõ,

mà gente hé esta da índia, que me levantaraò., tome-


da linguagem mascula dos nossos bons Clássicos, e menos

mos-lhe a palavra; que nos levantaraò, que tínhamos rece-


se assemelhaõ a dignidade, concizaõ e elegaucia, com que

bido.... quando ninguém poderá dizer.... Sed prcestai


estes se exprimem. Opurismo rasoavel hé huma virtude

motos componere fluctus. Q RedactQT


necessária, d'outra forma entra indefectivelmente a auarchia

na TYPOGRAPIIIA DO GOVERNO.
k .«J - •

DA

ir

N A (*

N.° XXXII. QUINTA FEIRA, 24 de Abril.


1823-

66
HOC TEMPORE

91
OBSEQUIUM AMICO S, VERITAS ODIUM PARIT. TERENTIUS.

de boa fé, Ordeno, que a estes se naò façaõ novos empre-

MACAO.
tiraos sem que justifiquem a verdade, e boa fé das transac.

çoens mercantis, em que se empregaras as quantias, que

T RANSCREVEMOS na nossa folha as duas Cartas

lhes foraô emprestadas. Na destribuiçaS destes emprésti-

Regias, a fim de persuadir aquelles, que naõ havendo sido

mos devem ter a preferencia os moradores acreditados, que

nellas comprehendidos, se julgaõ dezobrigados de solver as

naò sa$ comprehendidos no prezente perdaõ, e particular-

dividas, que contrahiraõ com a Caixa Nacional ; que o esta-

mente os Donos de navios, e Carregadores passageiros, que

do, a que huma péssima administração nestes últimos annos


*

tem promptamente pago nas monçoens antecedentes seme-

a tem reduzido, reclama o pagamento de todos os seus

lhantes empréstimos. Sou igualmente servida aprovar apro-

devedores.

videncia já dada pelo Governo da índia para as soluçoens


V Tau tkMiliíMÉfáãÊfm

Carta de S. Magesiade sobre o per dali geral.


jiarciaes dos devedores ; sem os obrigar apagarem por huma

s
Juizes, Vereadores, e Procurador, da Camara da Cidade ó vez toda a sua divida, o que faria prejuiso ao giro de seu

do Nome de Deos de Macáo: Eu a Rainha vos envio Commercio. Havendo entre os devedores, a quem sou

muito saudar : Querendo uzar da minha Real Clemência servida perdoar as suas dividas, alguns, cujos bens estejaò

a favor dos moradores, e negociantes dessa Cidade, que saõ hypotecados as sommas, que o Senado lhes emprestou,

devedores à minha Real Fazenda por empréstimos, que Determino, que os referidos bens fiquem sempre sugeitos

lhes fez o Senado, os quaes, ou se achaõ inteiramente im- a mesma hypoteca, e que naô possaS ser executados por

possibilitados de pagar, ou o naô podem fazer sem ficarem outros Credores particulares, que reduzirias os mesmos

de todo arruinados: Sou Servida por esta vez somente, e devedores a consternaçaS, e mizeria, de que eu os quero

sem que já mais se possa allegar por exemplo, perdoar aos


eximir. Para maior segurança dos Fundos pertencentes

devedores, que consta# da relaçaò incluza assignado por à minha Real Fasenda, que sab adminitrados pelo Senado

D. Rodrigo de Souza Coutinho Meo Conselheiro d Estado, de Macao, Ordeno que para o futuro se faça a arrecadais

Ministro, e Secretario d'Estado dos Negocios da Marinha, dos Capitaes emprestados, edos seus respectivos premio*,

e Domínios Ultramarinos, assim os Capitaes, que esta# de- como Fundos pertencentes á minha Real Fasenda na# oh-
1 U
I 9

vendo, e que va# declarados na mesma relaçaó, como tam- stante o uzo em contrario, gozando estas dividas do mesmo

bem os seus respectivos juros, e prémios de risco. Para privilegio, que goza# as outras dividas do Fisco Real para

evitar para o futuro alguns prejuízos, que se seguem no serem pagas inteiramente, e com preferencia por quaes-

modo de fazer estes empréstimos, e na sua applicaça#, pro- quer bens dos devedores, ou dos seus Fiadores, ou interes*

hibo, que o Senado de Macao possa daqui em diante em- sados nas negociaçoens quando na# chegue o valor das

prestar dinheiro a juro para a terra, mas que ta# somente Fasendas, que em seus nomes entrarem na Alfandega. Or-

(
• possa dar dinheiro à risco de Mar, e isfo debaixo das con- ^eno também que a todo devedor, que naõ realizar na me-

Sina mon
diçoens, e seguranças, que o mesmo Senado de Macao pu- Ça° ° pagamento do empréstimo, que lhe for feito

com seu
blicou em Edital de 9 de Janeiro de 1796. Igualmente ° competente premio ; se lhe naõ faça hum novo

determino ao mesmo respeito o seguinte: Como entre os I empréstimo sem satisfazer o primeiro. O que tudo assim

devedores, o que agora perdoo as suas dividas, haverá al- cumprireis na forma referida naõ obstante quaesquer

guns, que na5 mereça# ser conciderados, como devedores ordens em contrario. Escripta no Palacio de Queluz aos
A D A C H I N A.
132 A ABEL

cimento de vários voatos que tem inquietado ao mesmo


tf de Mayo de 1799 = Príncipe com Guard.% = Para

Senado. = Deos Guarde a Vossa Senhoria muitos annos.'


-Juizes, Vereadores, e Procurador da Camara da Cidade do

Macao Secretaria do Leal Senado 20 de Dezembro d* 1822.


Nome de Deos de Macao.

Carlos Jozè Pereira.

Juizes, Vereadores e Procurador do Leal Senado da Ca-


Resposta.

mara da Cidade do Nome de Deos de Macáo. Eu o Prin-


Illustrissimo Senhor. Em resposta ao officio de V. S.

cipe Regente vos Envio muito Saudar. Havendo-Me sido desta data, pelo qual me pergunta, em que Navio pertendo

presente a vossa Representação sobre a supplica d'aquelles


sahir desta Cidade, tenho a responder, que, em virtude das

Habitantes dessa Cidade, que achando-se constituídos na


resoluçoens de V. S. (para aquella evacuaçaõ) desde que

classe dos Devedores a esse Senado pertendiaõ, pela defi-


aqui chegou o Navio Vasco da Gama, tratei a minha pas-

ciência de meios para a solução de suas dividas, a absolvi-


sagem, e da minha familia, com seu Proprietário o Cidadaõ

ção delias por huma Graça semelhante àquella, que a Rai-


Joaquim dos Ramos ; como elle pode confirmar.

nha Minha Senhora, e Mai fora servida conceder pela Carta


Hé-me porem, sobre maneira sencivel, que, a pezar de-

Regia de 7 de Março de 1799 ; E dezejando Eu conciliar,


ste dobrado sacrifício, e correspondentes esforços, attentas

quanto possa ser aquelle impulso da Minha Real Piedade,


as minhas tristes, e bem conhecidas circunstancias, hajaõ

e constante Disposição de Favorecer todas as classes dos vozes espalhadas, que possaõ inquietar a V. S. , a quem

Meus Fieis Vassallo*, com a necessidade de augmentar, e tenho dado prova de hum nunca visto soffrimento, por me

naô diminuir de modo algum os seus meios pecuniários, vér sem liberdade desde 96 dias, quando delia careço para a

com que esse Senado tem feito face as enormes despezas, infallivel concluzaõ de arranjos particulares, que tem de

que exigem a segurança, e manutentaõ dessa Colonia, para preceder á minha partida, que naõ hé como já dantes, disse

se

o que já saõ pouco sufíicientes as suas actuaes faculdades a V. S. , a de hum homem só, e em situaçáo feliz, que

como se reconhece das vossas representações, é dos recursos prezo os possa terminar.

onerozos, de que tem sido forçozo lançar maõ, em momen-


Entre tanto, se a exacta observância da Lei, na qualidade

tos de aperto. Hei por bem ordernar-vos que àquelles de-


de simples Cidacfaõ, desde 19 d' Agosto, nao hé ainda

vedores naõ sejaõ violentados a huma immediata, e rigorosa sufficiente a garantir-me os meus direitos individuaes, devo

íoluçaõ de suas dividas, mas que consideradas madura- esperar, que V. S., indicando-me as Causas das vozes, a qne

mente as circunstancias individuaes de cada hum, se lhes se refere, me permitta aquellas licitas explicações, que não

concedas prazos, e que por módicas prestaçoens se vaõ menos aVossa Senhoria de que a todo este Publico deixem

insencivelmente pagando áquellas dividas estabelecendo inteirados das minbas pacificas, e mui cohereutes intenções,

esse Senado, alem deste meio, qualquer outro que sendo a bem desta Cidade, que, por seus representantes, não me

fica escrúpulo, seja involuntária, na expulsa de seu seio, de


su&ve para os devedores faça todavia, com o trato do tem-
• _

hum filho adoptivo, donde Nações Poderosas o quizerão ar-


po, effectiva a cobrança d'aquellas sommas, que naô po-

rancar, por lhe conhecerem o provado aferro à sua conser-


dem deixar de fazer falta em fundos, que se achaô attenua-

dos, e que devem fazer face a grandes, e continuas imissões. vação, à conservação de seu alistamento entre os Estabele-

O que a mim Me pareceo participar-vos para vossa intelli- cimentos Portuguezes, para agora delle ser expellido pelo»

mesmos seus Irmãos, que aproveitaraõ tanto felizes, quanto


gencia, e dos mesmos Devedores. Escripta no Palacio do

então reconhecidos exforços, posto que devidos sempre à


Rio de Janeiro em 30 de Mayo de 1810. = Príncipe

Patria, que se adopta, ainda que diversa da que a Natureza


Para Juizes, Vereadores, e Procurador do Leal Senado da

dêo, com vinculos, e vantagens, tudo abandonado por quem


Camara da Cidade do Nome de Deos de Macáo.

sò sente a sua falta para não ser mais amplo em seu obze-

Para se conhecer a verdade do que asstveramos no nosso

quio.
J\T*. antecedente, bastad por ora os officios, que

abaixo copiamos,
Taes os meus sentimentos, cuja expressão eu espero, não

Illustrissimo Senhor Conselheiro Miguel d' Arriaga Brum


sirva, senão a vencer de Vossa Senhoria hum mais formal

da Silveira. = Vossa Senhoria melhor que ninguém conhe-


exame, naõ para que entrem em qualquer calculo de com-

ce o que se tem passado nos differentes Conselhos Geraes,


paraçaõ os feitos dos que possaõ calumniar-me (por que sei

a respeito da demora de Vossa Seuhoria nesta Cidade.


já nada mereço) mas para que V. S. naõ tenha por duvidoza

Pelo que espera este Senado, que Vossa Senhoria lhe man-
a minha reiterada asserçaõ, qual, a de que a vóz do bem

de dizer o Navio, em que pertende passar para Portugal,


publico, justa, ou injustamente appellidada, nunca soube

pois que desta sua participaçaõ fica dependendo o desvane-


tornarme surdo.
% A ABELHA DA CHINA.
133

do Leal Senado 20 de Setembro de 1822. Na margem es-


Deos guarde a V. S. muitos nonos. Macao 20 de Dezem-

querda. = Illustrissimo Senhor Conselheiro Miguel de Ar-


bro de 1822. lllustrissimos Senhores Juizes, Vereadores,

riaga Brum da Silveira.


e Procurador do Leal Senado da Camara desta Cidade.

Miguel d' Arriaga Brum da Silveira. Documento.

^ da Sessão de 18 de Setembro de 1822.

Illustrissimo Senhor. = Em cumprimento da Ordem


Tendo sido lida a resposta, qne deo o Conselheiro Miguel

do Leal Senado, levo ao conhecimento de V. Senhoria, o


de Arriaga Brum da Silveira â intimação que lhe foi feita

resultado do Conselho Geral havido hontem nesta Caza da


pelo Secretario deste Senado para sahir desta Cidade, em

Camara à bem da segurança pessoal de V. Senhoria; Era


virtude do Conselho havido no dia 16 do corrente, foi re-

virtude do que; espera o mesmo Senado que V. Senhoria


zolvido: queelle deveria partir no Io. Navio Portugue*,

haja de conformar-se com a deliberaçaõ tomada no dito


que offerecesse acommodaçaõ decente, para elle, e sua

Conselho. Deos Guarde a V. Senhoria muitos annos. Ma-


família, e na monçaõ competente. Que quanto ao lugar

cáo Secretaria do Leal Senado 17 de Setembro de 1822. do seu embarque, ficasse este ao livre arbítrio do mesmo

Illustrissimo Senhor Conselheiro Miguel de Arriaga Brum Conselheiro ; com a condiçaõ porem que á sua partida de-

da Silveira, Carlos Jozé Pereira* verá preceder o tempo necessário para dar todas as decla-

raçoens indispensáveis nos differentes ramos das reparti-


Resposta.

É
çoens, em que elle tinha servido. = Barboza, Gomes, Re-

Illustrissimo Senhor Carlos Jozé Pereira. Desde o dia

médios > Lima, Paiva.


17 de Agosto proximo passado, tencionei, era ratificaçaõ

dos meus anteriores sentimentos, expressados era Sessoens


NOTICIAS ESTRANGEIRAS.

publicas, por mais de huma vez, e por ultimo devidamente

Madrid. Sessaõ das Cortes extraordinárias de 12 de Ou-

levados ao conhecimento de El-Rei, e do Soberano Con-

tubro. Suspendeo-se a dicussaÕ sobre as regtilaçoens do

gresso, sahir de Macao, a onde os meus serviços já se naõ

exercito Com a chegada dos Secretários d* Estado. O Se-

faziaõ necessários j e o teria desde logo verificado, se me

cretario da Repartição do Governo da Peninsula occupou

^naò impedisse a falta de monçaô, e a oportunidade de Navio


a tribuna, e leo hum longo discurso, no qnal entrevarias

para o embarque, e sabida apressada da familia numeroza


coizas disse as seguintes " o objecto desta narraçaô hè

de hum Empregado nas minhas circunstancias. Mas se


mostrar as cauzas, que levaraõ a Naçaõ Hespanhola ao seu

acaza publica, exige mais este sacrifício, o de anticipar-me


prezente estado, e propor os meios de remediar os males,

nesta deliberaçaõ assim tomada,estou porquanto se deter-


que presentemente se experimentaõ. A nobre impaciên-

mine, esperando se-me dezigne naõ só o tempo, dentro do


cia, que tem mostrado as Cortes em exigirem esta informa-

%
qual devo partir, quando o da regularidade da raonçaõ naõ

çaõ, e o zello, que anima os dignos Reprezentantes da

for tido por conforme, mas o lugar, donde devo embaraçar-

Naçaõ, saõ as mais seguras garantias da confiança, que as

me, para dar desde já as possivcis providencias. Tal a re-

Cortes Extraordinárias merecem ao Governo de Sua Mage-

sposta ; que espero V. Senhoria quererá levar ao conheci-

stade. Toda a mudança politica de Governo he acompa-

mento do Leal Senado, a quem de novo me ofFereço para

nhada de agitaçones mais, ou menos violentas, segundo o

em qualquer parte, a onde o meu destino me conduzir,

choque dos interesses : e naõ há duvida, que naquella que

prestar, em seu obzequio, aquelles Officios, a que possa

houve em Hespanha pelo Restabelecimento do Systema

chegar o meu limitado préstimo. Deos Guarde a V. Se-


Constitucional, tem havido cauzas geraes, ou immediatas

nhoria muitos annos. Fortaleza do Monte 17 de Setembro


para as que estáõ ao conhecimento de tudo, e a que o zello

de 1822, Miguel de Arriaga Brum da Silveira.

das Cortes tem applicado hum remedio adequado. Outras

Resposta.
cousas existem, que nascem da ignorância, e pobreza d'al-

Illustrissimo Senhor. Tendo sido presente ao Leal Sena-


gumas Cidades; da influencia do Clero Secular, e Regular}

do na SessaÕ de 18 do corrente mez, a resposta de V. Senho-


de vários Magistrados, e Authoridades Municipaes, que tem

ria a cerca da sua sahida desta Cidade ; «copia de termo


deixado a pagar o espirito publico ; d' alguns Chefes das

junto fará ver a V. Senhoria o que o mesmo Senado entaõ


guardas, que tem trabalhado aos seus deveres; das intrigas

deliberou a esse respeito, tendo era vista a decencia, e dos estrangeiros; e finalmente da influencia, que algumas

acommodaçaõ de V. Senhoria, e sua familia; o que levo ao pessoas, e corporaçoens tem sobre o povo ignorante, espa-

conhecimento de V. Senhoria para sua intelligencia. Deos


lhando entre elle as perniciozas sementes do descontenta-

Guarde a V. Senhoria muitos annos. Macáo Secretaria


mento. O Systema erroneo de Economia politica; a rapa*
134 A ABELHA DA CHINA.

daabstinência consiste no motivo. Eis as palavras,em que


cidade do Governo, durante seis annos successivos; o estado

do noiso commercio, e manufacturas rezultante dos accon- he concebido =* Siquis Episcopus, aut Presbiter &a nuptin,

tecimentos, que tiveraõ lugar em nossas possessoens ultra- et vino, et carne, abstinuerit, non propterea, quod mens ad

marinas, e muitas outras cauzas tem reduzido huma cultum pictatis reddatur excrcitatior, scd proptcr abomina-

eonsideravel parte do povo a indigência. Os malévolos, tionem &a aut corrigitor aut deponitor. (Continuar-se-ba.)

cujo desígnio era reduzir o nosso paiz a hum vasto Cemi-


CORRESPONDÊNCIA.

tério, tem podido seduzir alguns, que, ou enganados, ou

Senhor Redactor d' Abelha da China.


MÍH
impedidos pela necessidade tein-se alistado entre os Rebel-
Agradeço-lhe a publicaçaõ da minha Declaraçaõ, que

des a fim de procurarem por estes meios subsistência para hoje vi no seu Num. XX*X, e peço-lhe queira no immedia-

to declarar alguns lapsos, que certamente foraõ do amanu-


. as suas famílias.

ense, que passou em limpo a mesma declaraçaõ, a qual


Barcelona 2 d* Outubro. = A 23 do mez passado o Insur-

a pressa de remetter naõ me deu lugar a reler í e aquelles

gente Malavila teve o atrevimento de se apprezentar na

lapsos saõ os seguintes = Abelha Nums. XXVI, e XXVII.


a
Cidade de Jutiquera com 1,200 homens, 30 cavalos, e 2
Na 71 linha da Ia columna da pagina 125 se deve ler assim.

peças de montanha, ameaçando queimar a Cidade, se ella


=Da frase da resposta do Sr. Souza, &a.=

se naõ rendesse. O Alcayde respondeo, que elle, e todos Nas linhas 27, e 28 fim do período, que começa" Pelo

Brigue Temerário" se deve ler = mais 500 ou 600, que


os habitantes estavaõ rezolvidos a morrer por hum Rei

existiaõ na maõ do Sr. Santos, dando-se-lhe quitaçaõ: isto


Constitucional, e naõ por hum Rei absoluto. Depois de

sem contas correspondentes =

alguma canhonada os insurgentes tomaraõ a estrada de

Na linha 34 se deve ler = ou à circunstancia de =


sem

Figueiras, tendo deixado alguns mortos, e feridos.


cantas = &a.

S. Sebastiaõ 13 d' Outubro. = Sabe-se por boa authori-


Na linha 9a da 2a columna se deve ler = pedio-se-Ihe fia-
r
. j ; . , ; J . ' \ *

dade, que há hum novo plano para excitar huma insurrei- dor à Demanda, e Procurador para proseguimento delia, &a.

Conhecendo ser este passo hum dever à favor da verda-


çao em Navarra, e nestas províncias, O Donnel foi

de, apresso-me a communicar-lho, na certeza de que V. M.

nomeado pela Regencia de Urgel General em Chefe, e

naõ se negará a faze-lo ao Publico, como espero da sua


I ^ t HSU
' 9 '* ' m f L .

partirá para Irati com novos poderes. O objecto he des*


conhecida benevolência. Macao 10 d' Abril de 1823.

Tiar a attençaõ das tropas de Aragaõ, e Catalunha para esta


De V. M. muito attento Venerador, e C.

parte, a fim de enfraquecer Mina. Cypriano Antonio Pacheco.

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►«>#<

Participaçaô do Governo.

Continuação da Memoria. = da p ag. 123.

Determina o Leal Senado, que todas as pessoas que

Estes textos, Rmõ. Senhor, naõ carecem da menor ex- estiverem de posse de baldios pertencentes ao mesmo Se-
7

nado, apresentem, no espaço de quinze dias, contados da


posiçaò para colligir-se delles com toda a certesa, que o

9 1
. II (/) > u* . íi t) X 0 Vi.') JT i I. í ■ i f ) ! f| 1 í ■ > , „ .0 I
data desta, os seus competentes titulos, acompanhados de

merecimento da virtude da abstinência naõ consiste no obje-

Documentos, pelos quaes provem o terem satisfeito as con-

cto. Por tanto a dispensa, que nos foi concedida, contem-

diçoens da Lei, para naõ poderem perder o direito aos ref-


piada por este único lado, que ella tem relativo á Fé, e a os
feridos baldios. Macao Secretaria do Leal Senado 23 de
- . < .i oin >

bons costumes, naò hé subversiva da Religiaõ, por que naõ Abril de 1823. «= Carlos Jozè Pereira. = Secretario.

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' i.. • ' ■
— —•
offende virtude alguma.

NECROLOGIA.

Será a data do preceito da abstinência de carne, a mesma


Aos 14 do corrente falleceu D. Anna Paschoa Bello com

que a do jejum, ou ao menos a dos primitivos Séculos 43 annos e 10 dias de idade.

da Igreja ? O Reverendo Joaõ Baptista Marcnini, Procurador da

O Canon,, 50 dos attribuidos aos Apostolos falsamente, I ProPaSaílda falleceu aos 22 do dito com GO annos de idade.

t \ I
..

como diz o Papa Gelásio na distinção, 15, falia da abstinen-


NOTICIAS MARÍTIMAS. = SAHIDAS.

cia da carne, mas uein lhe dá preferencia «alguma sobre a Aos 16 para Manila a Galera Conceiçaò, Capitaó Athanazio

Cucullu.

virtuosa privaçaõ d'outro qualquer alimento, nem im-


ENTRADAS.

poem preceito, e mostra evidentemente a doutrina dàquel- Aos 19 o Brigue S. Sebastiaõ de Manila, Capitaõ Xavier

Yrisarri.
i
le tempo Apostolico, isto hè, que o merecimento da virtude
Aos 21 Arribou a Galera Conceiçaò.

' Juf

N
iP* ° l"° se
Su,nte mez priocipi.aráõ as Liçoens do 1.® anno da Escolla Nacional de Pilotos. As pes-
soas que nellese quiserem matricular, apresentaráõ para isso o seu requerimento na Secietaria da mesma Escolla, a

qual estará aberta todos os dias as 9' horas damanhaâ desde a data deste atè o mencionado dia. Secretaria da Escol-

la Real de Pilotos 16 de Abril de 1823.


• •

Joaõ Joaquim da Fonceca eCunha.=Secretario.


A i »

» • j .
« «.

A E A

DA

N A

QUINTA FEIRA, 1 de Maio.


N.° XXXIII. 1823.

U
HOC TEMPORE

• ♦

OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM PARIT. TERENTIUS.

a todos os meus súbditos, que as Cortes decretáraõ o


MACAO.

seguinte:
o i
t l , 1 •, v . •

ARTIGOS D'OFFICIO. As Cortes Geraes, e Extraordinárias, , Constituintes da

Naça5 Portugueza, havendo quazi concluído a obra da

ConstituiçaS, e attendendo á necessidade de se elegerem


M
_^»^.ANDA EL-REI, pela Secretaria d' Estado dos Xe-

no presente anno Deputados para nova legislatura, Decre-


arocios do Reino, participar ao Senado da Camara para sua

taõ o seguinte:
íntelligencia, e devida execução, que as Cortes Geraes, e

Extraordinárias da NaçaÔ Portugueza, tomando em e<msi- 10. Logo que se publicar o presente Decreto, se proce^

deraçaS a rcprezentaçaõ, que o mesmo Senado lhe dirigio derá a eleger Deputados para a legislatura, que se ha de

na data de 23 do corrente, sobre as duvidas, que occorrem installar no 1 Q. de Dezembro proximo, e durar dois annos;

na execução de algumas dispoziçoens do Decreto de 11 do e se gunrdaráò nesta eleição as seguintes dispozições:

mesmo mez, acerca das eleiçoens dos Deputados de Cor-


2o. Somente seráõ admittidos a votar na eleição os Ci-

tes, pelá sua determinação de 26 do corrente, Resolverão


dadaõs Portuguezes , e taes sa5.
O
o seguinte :

I. Os Filhos de pai Portuguez, nascidos no Reino Unido,


44
1.® Que o Senado da Camara designe logo as Assemblé-
ou que havendo nascido em paiz Extrangeiro, vieraS esta-

as eleitoraes de Lisboa, e Termo, conforme o artigo 24_ do


belecer domicilio no mesmo Reino; cessa porem a neces-

Decreto de 11 do corrente mez de Julho, sem attençao ao


sidade deste domicilio, se o pai estava no paiz Estrangeiro
artigo 25, cuja hypòthese naõ pode pertencer ao Concelho

a serviço da NaçaS.

desta Cidade; e bem assim que designe as Igrejas, e as Fre-

11. Os Filhos illegitimos de mâi Portugueza nascidos no


o-uezias, Ruas, e Lugares pertencentes a cada Assemblea,

Reino Unido, ou que, havendo nascido era paiz Extrangeiro,


secundo o artigo 26: Que nomêe os Prezidentes de cada

vieraõ estabelecer domicilio no mesmo Reino. Porem se


huma, sem tratar dos Sacerdotes assistentes^ cuja nomeação

forem reconhecidos, ou ligitimados por pai extrangeiro, terá


pertence aos Parochos, segundo o artigo 29 : e que taça lo-

lugar a respeito dos primeiros, o que a baixo vai disposto


go publicar por editaes estas designaçoens, e nomeaçoens.

em o numero 4, e a respeito dos segundos o que vai de-


44
2 ° Que immediatamente os Prezidentes das Assem-
terminado em o numero 5.
4
» t ♦ • i " "
bléas, recebendo dos Parocbos o rol de seus Freguezes, ou

III. Os expostos, em qualquer parte do Reino Unido,


a parte delle, que for relativa a cada huma Assembléa,

cujos pais se ignorem.


verifiquem, de accordo com os mesmos Parochos, ou com

os Sacerdotes assistentes, que elles nomearem conforme o


IV. Os Filhos de pai Extrangeiro, que nascerem, e ad-

artigo 29 : as identidades, e qualidades dos Freguezes, que quirirem domicilio do Reino Unido, se depois de chegarem

forem hábeis para totar nas eleiçoens, conforme os artigos á maioridade declararem por termo assignado nos livros da

2, 3, 4, e 5, tomando sobre isso todas as informaçoens con- Camara do seu domicilio, que querem ser cidadaõs.
f
venientes. Que este rol assim verificado, rubricado pelo
V. Os Extrangeiros, que tiverem carta de cidadaô.
Prezidente, e disposto alfabeticamente, substituirá o livro

3o Perde aquaRdade de CidadaS Portuguez aquelle; I


da matricula de que trata o artigo 23, ficando assim

que se naturalizar em paiz Extrangeiro; II que sem licença


também dispensada a verificação do Senado determinada

do Governo acceitar emprego, pensaô, ou condecoração


neste mesmo artigo, c reservada a definitiva decizao de

de qualquer Governo Extrangeiro.


quaesquer duvidas â Commissaõ mencionada no artigo 53.

4o. Para que o CiiJadaõ Portuguez seja admittido a vo-


3.° " Que estas modificações sab appiicaveis àquellas

tar; se requer : 1 que esteja no exercício dos direitos polí-


Cidades, ou Villas, cujas Camaras se acharem era igual

ticos, o qual se suspende por incapacidade tysiça ou moral,


embaraço pela estreiteza do tempo.

e por sentença que condemne a prizad ou degredo, em


Q 44
4 E que em quanto ás Freguezias do 1 ermo de Lisboa,
quanto durar a condemnaçatf, ou o

mie nela sua grande distancia for mui incommodo uni-


do; II que tenha domicilio, ou pelo menos residência de
retn-se em huma só Assembléa, poderá (^Senado formar
hum anno em Concelho onde se fizer a eleiçatf.
huma Assembléa em cada huma delias, posto que nao che-

5. SaÔ porém excluídos de votar :


gue a ter os dois raU habitantes, que exige o artigo 24.

*Palacio de Queluz em 27 de Julho de 1822. Fèllippe I Os menores de vinte e cinco annos, entre os quaet

Ferreira de Araujo e Castro.,,


com tudo se nao comprehendera os casados, que tiverem

vinte annos; os Officiaes Militares da mesma idade; os


Carta de Lei.

Bacharéis formados; e os Clérigos de Ordens sacras.

*
" Dom JoaS por Graça de Deos, c pela ConstituiçaS da
em poder, e compa
II Os filhos-familias, que estivere
Monarchia, Rei do Reino Unido de Portugal, Brazil, e

nhia de seus Pais.


Algarve». d'quem, e d\ilem Mar em Africa, &*. Faço saber
A ABELHA DA CHINA.

prevalecerá a eleiçaõ que se fizer nnquella, em que elle


III Os criados de servir; naõ se entendendo porém nesta

tiver sua residência: se em nenhuma delias a tiver, será


denominaçaõ os feitores e abegões, que viverem em casa

preferida a da Sua naturalidade: se em nenhuma tiver natu-


separada dos lavradores seus amos.

ralidade hém residência, prevalecerá aquella em que obtiver

IV Os vadios, isto he, os que naõ tem emprego, oficio,


maior nqmero de votos, devendo em cazo de empate deci-

ou modo de vida conhecido.


dir a sorle. F.ste dezempate se fará em huma Junta

V Os Regulares, em que naõ secomprebendem os das Preparatória de Cortes, que hade ter a sua primeira Sessaõ

Ordens militares, nem os secularizados. a 15 de Novembro seguiute nesta Cidarle de Lisboa. Pela

Os libertos e seus filhos naõ saõ excluídos de votar. outra, ou outras divisoens seráõ chamados os Substitutos

..correspondentes. ...
6. Ninguém pôde ser votado na Província, onde naõ

tiver naturalidade, ou residência pelo menos de cinco annos. 20. Por cada Deputado se elegerá hum Substituto.

Os Bispos o naõ podem ser nas suas Dioceses; os Parochos


21. Aquelle que sahir eleito Deputado, naõ será escuzo
nas suas Paroquias; os Magistrados nos districtos, aonde
senaõ por causa legitima, justificada perante as Cortes,
exercitao jurisdicçaõ individual ou collegialmente ; o que
sendo porem reeleito em eleiçaõ immediata; lhe ficará livre
se na5 ebtende todavia com as authoridades, cujajurisdic-
. deixar de servir, mas neste cazo naõ poderá, durante os
çaõ se estende a todo o Reino, naõ sendo das especificada-
dous annos da legislatura de que foi escuso, acceitar do
mente prohibidas. Os Militares da primeira e segunda li-
Governo emprego algum, salvo se este lhe competir por
nha naõ podem votar nos commandantes dos corpos a que
antiguidade, ou escala na carreira de sua profissaõ.
pertencem.

22. A eleiçaõ se fará directamente à pluralidade de

7. Saõ absolutamente inelegíveis: I os que naõ podem


votos, dados em escrutínio secreto pelos cidadaons reunidos
votar (art. 2, 3, 4, e 5): II os que naõ tem para se susten-
em Assembléas eleitoraes, no que se procederá pela manei-
tar renda suficiente, procedida de bens de raiz> commercio,
ra seguinte:
industria, ou emprego; os aposentados por fallidos, em

23. Logo que se publicar o prezente Decreto, se formará


quanto se naõ justificar que o saõ de boa fé ; os Secretários

em cada Freguezia hum livro de matricula, rubricado pelo


e Conselheiros de Estado; os que servem empregos da Casa

Real; e os Estrangeiros posto que tenhaõ carta de Ciuadaõ. Prczidente da Camara, no qual o Parocho escreverá, ou

• .*
fará escrever por ordem alfabética os nomes, moradas, e
8. Os Deputados em huma legislatura podem ser reelei-
occupaçoens de todos os moradores, que tiverem voto ra
tos para as seguintes. '
eleiçaõ. Estas matriculas seráõ verificadas pela Camara,

9. As eleiçoens se faráõ por divisoens eleitoraes, que e se publicarás sem perda de tempo para se poderem notar

seráõ formadas pela maneira seguinte: * e emendar quaesquer inexactidoens antes da reuniaõ das

Assembléas eleitoraes.
O Reino de Portugal e Algarves será dividido em vinte

e seis divisoens, que daíáõ cento e dous Deputados, em


24. A Camara de cada Concelho dezignaià com a con-

conformidade do mappa qúe vai junto ao preseute Decreto.


veniente anticipaçaõ tantas Assembléas eleitoraes no seu

10. As Ilhas de Madeira e Porto Santo formarão huma* districto, quantas convier segundo a populaçaõ, e distancia

divisaõ, que terá por cabeça a Cidade do Funchal, e dará dos lugares, que seja necessário reunir muitas Freguezias

tres Deputados; - em huma só Assembléa, quer dividir huma Freguezia è mui-

tas Assembléas, com tanto que a nenhuma destas correspõ-

11/ Nas Ilhas dos Açores as tres Comarcas de S. Miguel,


daõ menos de duas mil habitantes, nem mais de seis mil.

Ilha Terceira, e Faial formaíáõ outras tantas divisoens elei-

2.5. O Concelho que naõ chegar a ter dois mil habitan-


toraes,- que teráõ por cabeças a Cidade de Ponta Delgada

tes, formará todavia huma Assembléa, se tiver mil; e naõ


e Angra, e a Villa de Horta, e dará cada huma dous De-

os tendo, se unirá ao concelho de menor populaçaõ, que


putados. b;

lhe ficar contíguo. Se ambos unidos ainda naõ chegarem

12. No Brasil as Juntas Provisórias formarás as divisões


a conter mil habitantes, se unirá a outro, ou outros, deven-

eleitoraes de cada Província, dividindo ou reunindo as


do reputar-se cabeça de todo aquelle que for mais central.

Comarcas, segundo a melhor commodidade dos povos, e


Esta uniaõ será dezignada pelo Corrigidor da comarca.

designaráõ a cabeça de cada divisão attendeudo à sua cen-


Nas Províncias do Ultramar, poderá ser modificada a pre-

tralidade e importância. Cada divisaõ dará o numero de


zente dispoziçaõ como exigir a commodidade dos povos.

Deputados, que lhe couberem, na razaõ de hum por cada

26. A Camara designará também as Igrejas, em que se


vinte e cinco a trinta e cinco mil habitantes livres. '

haja de reunir cada huma assembléa, e quaes as freguezias


13. O Reino de Angola com Benguella formará huma
ou ruas e lugares de huma freguezia, que a cada huma
divisaõ, que terá por cabeça a Cidade de S. Paulo de Loan-
pertençaõ: ficando entendido que ninguém será ndmittido
da, e dará hum Deputado.

•< a votar em assembléa diversa. Estas designaçoens lançará

14. Nas linhas de Cabo Verde a Junta Provizoria formará o escrivão da Camara em hum li vro de eleição, que nella

duas divizrtens, quanto ser possa, iguaes em populaçaõ ; haverá, rubricado pelo Presidente.

e designará, segundo a melhor commodidade dos povos, as

27. As assembléas eleitoraes seráõ presididas pelo Ve-


Ilhas que a cada huma pertençaõ ; a qual delias se refiraõ

reador mais velho. Nos Concelhos em que se formarem


os estabelecimentos de Bissáo e Cacheu ; e qual seja a cabe-

muitas assembléas, o dito Vereador presidirá áquella que


ça de cada huma. Estas divizoens daráõ dous Deputados.

se reunir na cabeça do concelho, e reunindo-se alli mais

15. As Ilhas de S. Thomé, e Principe com suas depen-


de huma, áquella que a Camara designar. As outras seráõ
(
dências formaráõ huma divisaõ, a qual dará hum Deputado,
presididas pelos outros Vereadores effectivos, e naõ bastan-
sendo.o ponto de Reuniaõ na Ilha do Principe. :
do estes, pelos dos annos antecedentes, os quaes a Camara

16. Moçambique e suas dependências formará humar distribuirá por sorte.

divisaõ, que terá por cabeça a Cidade deste nome, e dará


28. Na divizaõ eleitoral de Lisboa o Senado da Camara

hum Deputado.
distribuirá as presidências pelos Vereadores, e na falta delles

17. Os Estados de Goa formaráõ huma divisaõ, cuja pelos Ministros dos Bairros e pelos Desembargadores da

cabeça he a Cidade deste uome, e daràõ hum Deputado. Casa da Supplicaçaõ. Porem estes Ministros, reunidas que

sejaõ as assembléas, na forma abaixo declarada (art. 34),


18. Os estabelecimentos de Macao, Timor, e Solor for-

lhes proporão de acordo com os.Parochos pessoas de con-


maráõ huma divisaõ, que terá por cabeça a Cidade do No-

fiança publica para Presidentes; e eleitos estes, sahiràõ


me de Deos de Macao, e dará hum Deputado.

da nieza.

19. Cada divisaõ eleitoral elegerá o numero de Depu-

29. Com Presidentes assistiráõ nas mezas de eleiçaõ os


tados acima determinado, com liberdade de os escolher em

Parochos das Igrejas, onde se fizerem as reuniqens. Quando

toda a Província. Se algum for eleito em muitas divisoens,


huma Freguezia se dividirem muitas assembléas,o Parocho
A ABELHA DA CHINA.
137

designará Sacerdotes qne a ellas assistaò. Os ditos Parochos 38. Então se queiraaràò publicamente as listas. Os Me-

ou Sacerdotes tomaráò assento à maõ direita do Presidente. sarios nomearàò - logo douscP entre si, que nos dias abaixo

declarados (art. 42 e 44) apresentem a copia da acta na


30. As assembléas seráõ publicas, annunciando-se pre-

Junta, que se hi de reunir na. casa da Camara, se no conce-


viamente a sua abertura pelo toque de sinos. Ninguém
lho houver muitas assembléas, ou immediatamente na que
alli entrará armado. Ninguém terá precedência de assento,

se ha de reunir na cabeça da divisão eleitoral, se houver


excepto o Presidente, e o Parocho ou o Sacerdote assistente.

huma só. A dita copia será tirada por hum dos Secretários,

31. Em cada assembléa estará sobre a mesa o livro ou


assignada por todos os 'Mcsarios, fechada, e lacrada com

livros da matricula. Quando huma Freguezia formar mui-


sello. Então se haverá por dissolvida a assembléa. 0 qua-

tas assembléas haverá em cada huma delias huma relaçaò


derno da eleição e as duas relaçoens (art. 36) se guardará

autentica-dos moradores das ruas ou lugares, que a ella


no archivo da Camara, dando-se-lhe toda a publicidade

ostaò assignndos, a qual se copiará da matricula geral.


possível.

Haverá também bum quaderno rubricado pelo Presidente,

39. Na acta da eleição se declarará que os cidadaons,


em que se escreva o acto da eleição.

que formaò aquella assembléa, outorgarás aos Deputados,

32. As assembléas em Portugal se reuniràõ no terceiro


que em resultado dos votos da divisão eleitoral sahirem

Domingo do seguinte mez de Agosto: nas Ilhas Adjacen-


eleitos na Junta da cabeça delia, a lodos e a cada hum em

tes e Ultramar naquelle que abaixo vai declarado (art. 55).


solido, amplos poderes para que, reunidos em Cortes com

33. No dia proximo no artigo antecedente, à hora que os das outras divisoens de toda a Monarchia Portugueza,

se determinar, se reunirão nas Igrejas designadas os mora- possaò como representantes da Naçaõ fazer tudo o que for

dores de cada Concelho, que tem voto nas eleiçoens, le- conducente ao bem geral delia, e cumprir suas funçoens

vando escriptos em listas os nomes e occupaçoens das pes- na conformidade e dentro dos limites que a ConstituiçaÒ

soas em quem votaõ para Deputados, em numero dobrado prescreve, sem que possaõ derogar, nem alterar nenhum dos

dos que correspondem àquella divisaò eleitoral, convém seus artigos: e que elles outorgantes se obrigaõcumprir

saber, para Deputados ordinários e seus Substitutos. No e ter por valido tudo que os ditos Deputados assim fizerem

reverso das listas declararão as Freguezias e Concelhos, em conformidade da mesma ConstituiçaÒ.

e sendo Militares da primeira ou segunda linha, também


40. 8e ao sol posto naõ estiver acabada a votaçaõ, o

os corpos a que pertencem. Tudo isto será annunciado


Presidente mandará meter as listas e as relações em num

por editaes, que as Camaras mandarão affixar com a con-


cofre de tres chaves, que seráõ destribuidas por sorte a tres

veniente anticipaçaõ.
Mesa rios. Este cofre se guardará debaixo de chave da

34. Reunida a assembléa no lugar, dia, e hora determi- mesma Igreja, e no dia seguinte será apresentado na nieza

nada, haverá huma Missa do Espirito Santo, finda a qual,o da eleiçaò, e ahi aberto em presença da assembléa.

. Parocho ou o Sacerdote assistente fará hum breve discurso


41. Se o Presidente, depois de recebidas todas as listas,

analogo ao objecto, e lerá o presente Decreto. Logo o


previr que o apuramento delias naò poderá concluir-se no

Presidentede accordocom o Parocho ou Sacerdote proporá


dito domingo, nem na segunda feira seguinte, proporá à as-

aos Cidadaons presentes duas pessoas de confiauça publica


sembléa, de acordo com o Parocho, como no art. 34, Escru-
para Escrutinadores, duas para Secretários da eleição, e
tinadores e Secretários para outra meza* que se collocará
era Lisboa huma para Presidente (art. 28). Proporá mais
na mesma Tgreja. Para esta meza passará huma parte das

tres para revezarem a qualquer destas. A assembléa as


listas, e nella se praticará simultaneamente o mesmo que

approvará ou desapprovarà, manifestando os- votos por


na primeira, nn qual em fim se ajuntaráò os quatro exem-

algum sinal, como levantando as maons direitas: .se alguma


plares das duas relações para se redusirem a huma sò, e se

delias naò for approvada, se renovará a proposta e votaçaõ,


procederá dahi em diante como fica disposto no art. 37.
quantas vezes for necessário. Os Escrutinadores e Secre-

42. Quando no concelho houver mais de huma Assem-


tários eleitos tomai áô assento aos lados do Presidente e do

bléa eleitoral, os portadores das copias das actas da eleiçaò


Parocho. Esta eleição será logo escripta no quaderno, e

(art. 38) se reuniráô à hora indicada nos editaes em Junta


publicada por hum dos Secretários.

Publica na caza da Camara, com o Vereador mais velho,

35. Immediatamente o Presidente e os outros Mezarios


e o Parocho que com elle assistio na Assembléa antecedente.
lançaráõ as suas listas em huma urna, que estará sobre a
Esta reunÍ3ò se fará quanto a Portugal no domingo seguin-
nieza Logo se iráò aproximando a esta hum e hum todos
te, e quanto às Ilhas Adjacentes e Ultramar, naquelle que
os Cidadaons presentes^ e estando seus nomes escriptos no
ahaixo vai declarado (art. 55) Logo os ditos portadores

livro da matricula, se lhes acceitaráõ as suas listas, e sem


elegeráõ d' entre si dois Escrutinadores é dois Secretários :

se desdobrarem serád lançadas na urna, e hum dos Secre-


e abrindo-se as ditas actas, o Presidente as ajuntará em hum
tários ira descarregando no livro os nomes dos que as
masso, e lendo-se cada huma em voz alta, iráõ os Secretá-

entregarem.
rios escrevendo os nomes era duas relaçòes, e se praticará o

36* Depois de naò haver mais quem vote, mandará o mais que fica disposto nos art. 36 e 37.

Presidente contar as listas, e publicar e escrever na acta o


43. Successivamente os Mesarios elegeráõ dois d'entre si
seu numero. Entaõ hum dos Escrutinadores irá lendo em
ue no dia abaixo declarado (art. 44J apresentem a copia
voz alta cada huma delias bem como as inscripçoens postas
esta acta na Junta da cabeça dadivisaõ eleitoral; e arespei-

no seu reverso (art. 33). para se ver se se dá algum voto


to desta copia, da dissoluçaõ da Junta, e da guarda e pu-
ilas pessoas prohibidas no art. 6, no qual caso esse voto se
blicidade de quaderno e relaçoens, se fará o mesmo que
riscará logo da lista. Como o Escrutinador for lendo, irád

fica disposto no art. 38.


os Secretários escrevendo, cada hum em sua relaçaò, os

nomes dos votados e o numero dos votos que cada hum 44. No segundo domingo depois d^quelle em que se

for obtendo : o que farád, naò com riscas, mas pelos núme- reunirão as Assembléas eleitoraes, e nas Ilhas Adjacentes e

ros successivos da numeraçaò natural, de sorte que o ul- Ultramar, naquelle que abaixo vai declarado (art. 55) , se

timo numero de cada nome mostre a totalidade dos votos, congregarás em Junta publica na caza da Camara da cabeça

que elle houver tido; e como forem escrevendo estes nú- da divisaò eleitoral os portadores das copias das aclas de

meros, os iraõ publicaudo em voz alta. toda a divisão, com o Vereador mais velho, e o Paracho

que com elle assistio na Assembléa antecedente. Eotaò


27. Acabada a leitura das listas, e vereficada a confor-

se elegerás Escrutinadores e Secretários; praticar-se-ha o


midade das duas relaçoens pelos Escrutinadores e Secretá-

mesmo que fica disposto nos art. 42 e 36; e apurados os


rios, hum destes publicará na assembléa oà nomes de todos

votos sahiráõ eleitos Deputados, assim ordinários como


os votados, e numero dos votos que tem cada hum. Im-

substitutos, aquelles que obtiverem pluralidade absoluta


rocdlatamente se lavrará a acta, na qual se escreveráò pela

de votos, isto he, mais de ametade do numero das listas, que


ordem alta.betica os nomes dos votados, e por extenso o

he o dos cidadaõs que votáraò. Entre elles ficaráò preceden-


numero dos votos de cada hum. A acta será assignada

do aquelles que tiverem mais votos, e por essa ordem se


todos os Mcsarios.
A abelha da china.
158

eftcreveráõ seus nomes na acta. Em caso de empate dici- relativos á* eleiçoens, e fasendo-se o contrario, será nullo

dirá a sorte. Entaõ se praticarão mesmo que fica disposto tudo o que se obrar.

no art. 37.
54. Os Deputados ordinários que sahirem eleitos, se

45. Se naõ obtiverem pluralidade absoluta pessoas ba- apresentarão antes do dia quinze de Novembro á Deputaçaõ

stantes para preencher o numero dos Deputados ordinários Permanente, ou, naõ estando installada, à Secretaria das

e substitutos, se fará huma relaçaõ, que contenha em Cortes, onde seus nomes seráô registrados com declaraçaõ

tresdobro o numero que faltar, formada dos nomes d'aquel- das divisoens eleitoraes a que pertencem.

les votados que tiverem mais votos, com declaraçaõ do


55. Nas Ilhas Adjacentes e no Ultramar se observará a

numero que teve cada hum. A mesma será lida publica-


mesma forma de eleiçaó prescripta nos artigos antecedentes,

mente e lançada na acta; e se haverá por dissolvida a Junta.


com declaraçàó que as Juntas Provisórias, e onde naõ as

46. 0 Presidente fará logo publicar a dita relaçnõ, e tirar houver as Camaras das cabeças das divisoens eleitoraes,loo-o
à • ' ^

por hnm tabelliaõ tantas copias delia, quantos forem os que receberem o presente Decreto, designarão o domingo

concelhos da divisa# eleitoral; e depois de as assignar, e no qual em toda a provinda ou divisão se haò de reunir

fazer conferir pelo escrivão da Camara, as remetterà às as Assembléas eleitoraes, que será o mais proximo possível :

Camaras dos ditos concelhos. Os Presidentes destas imme- devendo as mesmas Juntas ou Camaras expedir as ordens

diatamente rtmetteráò copias tiradas pelos escrivaens das necessárias para esse fim, dentro do impreterível prazo de

mesmas e por ambos assignadas, aos Presidentes que foraó


quinze dias depois da sua recepçaô.

das Assembléas eleitoraes, os quaes as faráò logo registar nos


56. As mesmas Juntas ou Camaras designaráõ taõbem

quadernos de que trata o art. 31,e lhes darâò a maior pu-


os domingos, em que se haõ de fazer as reuniões nas cabe-
1
blicidade.
ças dos concelhos e das divisões eleitoraes, e renovar-se as

47. No mesmo tempo as Camaras convocarão os morado- Assembléas para o segundo escrutínio: ficando entendido,

res do concelho para nova reunião das Assembléas por edi- que estes intervallos devem ser os mais breves que permit-

taes, como no art. 33, annunciando nelles que a reunião se tirem aá distancias dos lugares.

fará quanto a Portugal no terceiro domingo depois d'aquel-


57. Os Deputados ordinários, que sahirem eleitos, pnr-

le,em que se tiver congregado a Junta da cabeça da divisão


tiráò logo para Lisboa, e se apresentaràò à Deputaç.iò Per-
eleitoral ; e quanto às Ilhas Adjacentes e Ultramar, na-
manente ou às Cortes. Em quanto nào chegarem os do

quelle que abaixo vai declarado (art. 55) ; e que o numero


Ultramar, continuarào os actuaes a occupar seus lugares ;
dos Deputados de que os votantes hao de formar suas listas,
e como forem chegando, irào sahindo os; da rescpectiva

deverá ser tirado preciosamente d'entre os nomes incluidos


província, que a sorte designar: o que as presentes Cortes

na relaçab. que foi remettida da dita Junta, a qual relaçaõ


Extraordinárias e Constituintes decretão pelas imperiosas

será literalmente transcripta nos editaes.


circunstancias em queseachàõ.

48. Reunidas as Assembléas eleitoraes se procederá em


58. Com a nova deputaçáo de cada hurtí das províncias d*
tudo como fica disposto nos art. 35, 36, 37, 38, 40, 41, 42,
Ultramar virá logo para Lisboa o primeiro substituto; salvo

43, e 44 ;com declaraçaõ, que os Mesarios serào os mesmos


se em Portugal residir algum, uoqual caso entrará este eni
que foraõ nas primeiras Assembléas; que as relaçoens vin-
lugar do que faltai*. Se foreifi reeleitos alguns dos Deputa-
das da cabeça da divisão eleitoral se guardaráõ nos archivos
dos actuaes, viràõ logo tantos subsitutos quantos forem oi
das Camaras ; e que apurados que sejaõ os votos em a
reeleitos, menos os que residirem em Portugal.
nova Junta da cabeça da divisai, sahiraS eleitos Deputados

Paço das Cortes em onze de Julho de 1822.


ordinários e substitutos aquelles, em quem recahiraõ mais

votos, posto que na5 obtenhaõ a pluralidade absoluta;

devendo em cazo do empate dicidir a sorte. Na falta ou

impedimento de algum do» Mesarios, se elegerá outro Continuação da Memoria, = da pag, 134.

como na primeira vez.

A Epistola do Papa Thelesphoro, datada do anno 126,, a

49. Ent?õ se haverá por dissolvida a Junta. O livro da


faz com eflfeito menção da abstinência de carne, mas a per-

eleição se guardará no archivo da Camar-u, dando-se-lhe


tençaõ dos opponentes naõ pode fundar-se na sua autho-

toda a publicidade possível.


ridade, por muitos princípios Io, porque na indicada carta

50. Na acta desta eleição se declarará haver constado se naõ realça também o merecimento da privação da carne

pelas actas que foraõ presentes de todas as Assembléas da 2o, por que he somente imposta aos Eccleziasticos, 3P por

divisaô eleitoral, que os moradores delia outorgáraõ aos que he suspeita de falsa, assim como saò tàmbem suspeitas

Deputados que agora sahiraõ eleitos, os poderes declarados as Epistolas do Papa Calixto, que trataò do jejum das qua-

no art. 39, cujo theor se escreverá na mesma acta. tro têmporas. Leia-se Lobbe, e Antonio Agostinho no Dial.

4o Cap. 11 de emtndatione Gratiani.


51. Concluido este acto, a Assembléa, indo entre os Me-

Os Cânones dos Concílios, que foraõ celebrados athé a


sarios os Deputados que estiverem presentes, assistirá a hu-

ma solemne Te-Deum, que se cantará na Igreja principal. época do Concilio de Braga de 560, naõ nos daõ também

idea alguma da existência de preceito respectivo à absti-


52. Na acta da eleição se entregarão copias a cada hum

nência de carne; pelo contrario mostiaó-nos que nos pri-


dos Deputados, e se remetterà logo huma á Deputação Per-

meiros 6„ Séculos, a privaçaõ de carne era taõ suspeita;


manente, ou, uaõ estando installada, á Secretaria das Cortes.
que todo o Eccleziastico para se mostrar orthodoxo res-
Esta» copias seraõ tiradas por hum tabelliaõ, e conferidas

pectivamente a seita Prisciliana, era obrigado a comer ao


pelo escrivão da Camara.
menos hortaliças cozidas com ella. Assim o vimos deter-

As du vidas que occorrerem no acft da eleição, seráõ


minado no Canon 32 do mencionado Concilio, de cuja data

dicididas verbalmente e sem recurso, por huma Coramissaò


athé o anno de 1095, em que foi celebrado o Concilio Clara-

de cinco Membros, os quaes seràõ eleitos naoccasiaõ e pela


montano, encontramos nos fastos da Igreja determina-

íòrtna por que se elege a Meza da eleiçaõ (art. 34) Nas As-
çoens sobre o jejum, e as horas da uuica refeição, mas nem

sembléas eleitoraes uaõ se poderá tratar se naõ de objectos huraa relativa á abstinência de carne. (Continuar-se-ha.)

AVIZO. Joze Huet participa aos Senhores Negociantes desta Praça, que tem recebido authorisaçaõ de huma

Caza Respeitável de Manila para poder vender por Conta da mesma 12,000 Picos d' Assucar da primeira daquelle Paiz,

para ser emtregue allí mesmo; toda a pessoa que quizer entrar neste negocio, avize ao sobredito Huet para por elle

ter procurado.\

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na typographia do governo.
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N.° XXXIV. QUINTA FEIRA, 8 de Maio.


1823.

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HOC TEMPORE

ÒBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM PARIT.


TERENTIUS.
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conforme a taõ importante objecto; dando isto lugar aò

MÁCAO.
referido Vereador, era reconhecimento de lhe serem apro-

vadas taes medidas, a pedir que se lhe désse demissão

Acta do Conselho Geral de 16 de Setembro de 1822.

do lugai* que occupava; o que lhe foi negado por todo o

auditório pelo bom acerto com que tinha dirigido as dis-

OS dezasseis dias do mez de Setembro de mil oito cen-


A
poziçoens athé ali tomadas era beneficio desta Cidade. =
5
% /!• 1 • • W | ^ f

tos vinte edous nesta Cidade do Nome de Deos de Macao


Neste mesmo acto, foi proposto pelo Juiz Paulo Vicente

na China, nas Cazas da Camara delia, estando em Meza de


Bello, encarregado da Devassa dos prezos de que se tem

Despacho os Ministros, e Officiaes que no dito anno ser-


tratado, que achava justo, para socego Publico desta Ci-
I ' " * * » ' ' 'X* . v

vem, e presidindo o Veieador Paulino da Silva Barboza,


dade, que se desse a Devassa por concluída. =E sendo

sendo também prezentes o Brigadeiro Jozé Ozorio de Ca-


ultimamente proposto pelo mencionado Vereador que

stro Cabral e Albuquerque, os Prelados das Religioens,


achando-sea caixa publica cora poucas forças para as des-

homens bons, e Almotacéis, que costumaõ andar na Go- pezas dos transportes dos mesmos prezos, fazia-se nècessa

vernança da Cidade, declarou o dito Vereador Prezidente


rio que apontasse hum meio suave, com que aliviando-se

o seguinte = Que a prezente Assembléa, havia sido con- a Caixa, se naò faltasse áquella expedição; foi lhe res-

vocada a Caza da Camara, para se lhe fazer saber, em pri- pondido que cada hum concorreria para ella com o que

meiro lu^ar, que o Conselheiro Arriaga havia sido reco- pudesse, segundo as suas circunstancias; offerecendo para

a mesma o Cidadaõ Francisco Cecílio Braga o seu Brigue


lhido a Fortaleza do Monte, na noute do dia 15 do Corrente

das sete para as oito horas, a fim de o livrar, e pôr em abri- Assumpção. E aqui se houve por acabado o presente Con-

go de qualquer insulto, que a populaça amotinada, que se a- selho, em que todos se assignaraõ comigo Carlos Jozé Pe-

chava cercando a caza da sua rezideucia, lhe quizesse fazer. reira, Secretario do Leal Senado que a escrevi = Carlos
, •

Em segundo lugar, que a mesma populaça inquieta queria Joze Pereira. = Neste mesmo acto antes de ser assignado

íondar aquella Fortaleza, com o receio dc que o referido o supra mencionado termo, foi declarado por todos, que em

Conselheiro dali se escapasse. 0 que tendo sido exposto quanto aos prezos processados, se lhes continuasse o proces-

pelo referido Vereador na SessaÕ de hoje, se assentou, por so segundo a Lei. E aqui se houve por findo o referido
0

unanimidade de votos que se convocasse a prezente Assem-


Conselho. = Carlos Jozé Pereira, Barboza, Gomes, Remé-

bléa, para que esta decida, á vista do referido, o que julgas-


dios, Bello, Lima, Paiva, Ozorio, Baraõ de S. Jozé de Porto

se mais conveniente ao socego desta Cidade. Sobre o que


Alegre, Manoel Pereira, Antonio Pereira, o Superior do Coí-

tomando-se o voto de cada hum em particular, todos una-


legio de S. Jozé, o Vigário do Convento de S. Domingos,

nimamente assentaraõ, que fosse proposto ao dito Conse-


o Prior do Convento de Santo Agostinho, o Comissário do

lheiro, que para atranquillidade publica da mesma Cidade,


Mosteiro de Santa Clara Fr. Luiz de Mello, o Padre Jozé

se quizesse elle retirar de sua livre, e espontânea vontade ;


Joaquim Pereira de Miranda, Antonio Vicente Roza, Jozé

que quando esta proposta naõ fosse do seu contento, em


Joaquim Barros, Clemente de Noronha, Raimundo Nicolao

tal cazo fosse a isso violentado í porem quer de hum, quer


Vieira, Joaõ de Deos de Castro, Jozé de Almeida Carvalho

de outro modo se lhe dessem os seus Passaportes, e mais


e Silva, Antonio Gularte da Silveira, Antonio Fernandes

papeis para justificaçaõ do que elle tivesse que alegara


da Silva, Faustino Coelho dos Santos, Joaquim Antonio da

bem da justiça, onde melhor lhe conviesse, = Foi lida


Silva, Miguel de Araujo Roza, Antonio Joaquim Cortella,

por mim Secretario da Camara, a Acta da Sessão de qua-


Francisco Xavier Lança, Bento Jozè Gonsalves Serva, Jozè

torze do presente mez, e referencia nella feita pelo refe-


Severo da Silva Telis, Antonio Joaquim da Costa Basto

rido Vereador Prezidente acerca das prisoens ali mencio-


Constantino Jozè Lopes, Antonio Lourenço de Carvalho

nadas, que se tinhaõ feito na noute antecedente; o que


Vicente Francisco Baptista, Joaõ José da Silva e Sousa»

sendo ouvido por toda Assembléa, se teve tudo por mui


Antonio Vicente Cortella, Francisco Cecílio Braga, Miguel
A ABELHA DA CHINA.
140

sus, Francisco Latim, Joa» Antonio da Costa, Domingos


Antonio Cortella, Jose Joaquim Barros Júnior, Antonio

Felis do Rozario, Severino Vieira Ribeiro, Joze Joaquim


Jose Ferras, Boaventura Antonio Peres, Joa» Nepomoceno

Gomes, Joze de Jesus, Justiniano Vieira Ribeiro, Bemvin*


Maher, José Francisco de Oliveira, Antonio Francisco Ta'

do Manoel Rodrigues* Antonio Guedes, Thomé de Souza


vares, Pedro Feliciano de Oliveira, Francisco Antonio Pe-

Placé, Francisco Xavier Lança, Domingos Joa» Barradas,


reira da Silveira, Angelo \ icente Pereira, Manoel V icente

Joa» Baptista Barros, Venâncio Baptista, Joa» Joze Vieira,


Rosa e Braga, Antonio Joaquim Alves Pereira, Rafael Bo-

Antonio Joze Ferras, Joa» Joaquim Pereira, Miguel Anto-


tado d'Almeida, Pedro Botado d'Almeida, Joa» José Vieira

nio de Souza, Joze de Souza Placé, Amarico Barradas,


Manoel Francisco Marques, Jose Rodrigues da Costa. Eu

Carlos José Pereira, Cavalleiro Professo na Ordem de Chri- Francisco Ceci l io Braga, Adeodato Vieira Ribeiro, Antonio

sto Secretario do Leal Senado, que a fiz escrever e sob- Sebastiaô Barradas, Francisco Antonio Seabra, e Antonio

screvi. Carlos Jozé Pereira. do Rozario, todos estes moradores fora» de voto de hum

castigo exemplar, segundo as Leis Militares. Passando-se

a interrogar ao Capita» de Infantaria Joaquim Pedro da

Acta do Conselho Geral de 17 de JVovembro de 1822.


Costa Britto sobre os motivos que o obrigara» a pegar em

Armas contra o actual Governo, e ouvidos elles; foi con-


Aos dezassete dias do mez de Novembro de mil oito

vencido de que o fizera sem saber o porque, nem o por-


centos vinte, e dous nesta Cidade do Nome de Deos de
j *• f ••
que na». Em consequência do que foi o voto do Conselho
Macao na China, nas Cazas da Camara della> estando em

Geral, e do Povo, que a elle assistia, que o dito Capita» pas-


Meza de Despacho os Ministros, e Officiaes que no dito •r '» 'I _ i • * . «» » *

sasse pelas Leis Militares á excepça» da peua ultima. O Ca-


aòno servem, se convocaras a esta Caza da Camara

pita» Quartel Mestre do Batalha» Joa» Machado de Men-


os Prelados das Religioens, Nobreza, e Povo delia, e
,
donça, sendo interrogado sobre as mesmas culpas de que
achando-se igualmente o ex-Governador das Armas o Bri-

sa» acuzados os seus complices ; respondeo, que estando na


gadeiro Joze Ozorio de Castro Cabral de Albuquerque^

Fortaleza que iuterinamente commandava, recebera pelas

expoz na prezença de todos o Vereador Paulino da Silva

onze horas e meia da noute do dia quinze para dezasseis,


Barboza, que tendo sido prezo, bastantcmente ferido, e

ordem do Governador das Armas Joze Ozorio de Castro


mal tratado por huma escolta, conduzida pelo Capita»

Cabral de Albuquerque, para marchar com toda a Guarni-


graduado Maximiano Joaquim dos Santos Vital, na noute

ção da referida Fortaleza para a do Monte, onde achou o


do dia quinze para dezasseis, pelas dez horas e meia; fora

Commandante do Batalha» acompanhado de toda a Oficia-


conduzido a Fortaleza do Monte, onde o puzera» incom-

lidade; o qual lhe communicou, que era precizo pegar em


municavel. E tendo sido ouvido pelo Conselho Geral, e

Armas para formar hum novo Governo, visto que o actual

Povo os injustíssimos e falsos motivos, que a isso obrigara»

consentia que o Major Paulino, se intromettesse em algu-


ao dito Capita», dera» cada hum dos Membros do Conselho

mas dispoziçoens sobre a instrucça», e fardamento da9


os votos seguintes. O Padre Mestre Fr. Joze da Concei-

recrutas, e tivesse mandado retirar a Guarda, que o Com-


ça», Prior de Santo Agostinho, disse, que merecia hum I

mandante tinha â sua porta : e que ao amanhecer do dia,


castigo exemplar na forma da Lei. O Bara» de S. Joze de

lhe aprezentara para assignar huma Proclamaçaõ. O que


Porto Alegre, e Conselheiro Manoel Pereira fora» do mes-

ouvido pelo conselho Geral, e Povo, que a elle assistia,


mo voto do Padre Mestre Conceiça». Os Moradores

fora» de opinião que passasse pelas mesmas penas dos seus


Raimundo Nicolao Vieira, e Antonio Vicente Roza fora»

complices, algum tanto minoradas, attendendo á sua im-


do mesmo voto. O Vereador Substituto Antonio Joaquim

prudência, e falta de reflexa». O Capita» de Infantaria


da Costa Basto foi do mesmo voto. O Padre Superior do

Feliciano Firme Monteiro, sendo interrogado sobre as mes-


Collegio de S. Joze, Nicolao Rodrigues Pereira de Borja,

mas culpas, de que sa» accuzados os seus corréos, disse,


ilisse, que se recornmendava ao espirito das Leis, por na»

que estando na sua cama, fora chamado pelo Capita» Ma-


ficar irregular. O Reverendo Padre Fr. Luiz dos Remé-

ximiano, para hir á Fortaleza do Monte por ordem do


dios, Commissario do Mosteiro de Santa Clara, disse, que

Governador das Armas, apparecendo-lhe aquelle embriaga-


tendo o cazo digno de exemplar castigo, com tudo elle o

do, e ensanguentado; e declarando-lhe que tinha acabado


na» aconselhava por ser contrario ás Leis Canónicas ; im-

de prender ao Major Paulino da Silva Barbosa; que ira-


plorando ao mesmo tempo a piedade do Conselho Geral, e

mediatameDte cumprira com a ordem, e chegando á dita


do Povo a respeito do Réo. Cypriano Antonio Pacheco,

Fortaleza ali achara o Commandante do Batalha» o Major


disse, que o attentado era o mais horrivel possível, e se

graduado Clemente de Noronha, o qual mandara buscar


fazia digno de hum castigo exemplar, á excepça» da pena

a chave da Mina para nella metter o referido Major, e o


ultima. O morador Joa» de Deos de Castro, disse, que

fosse castigado na forma da Lei. Joze de Almeida Carvalho Juiz Paulo Vicente Bello; a vista do que, disse o mesmo

e Silva foi do mesmo parecer, Constautino Joze Lopes, Capita» Firme, que nisso na» obrava» bem, e que em con-

Domingos Policarpo da Roza, Antonio Joaquim Alves sequência desta reflexa», na» se executara a premeditada

Pereira, Joze Pereira, Joa» Simoens, Antonio Ferreira, tença». Quanto ao ter elle marchado com o Batalha»,
' t

Joze Maria Pereira, Joaquim Joze de Pinna, Manoel fora por se ver obrigado a isso pela força, depois de lhes ter
J , a . r> •i. l"

Francisco Marques, Joze Rodrigues, Felis Lourenço de protestado, que dava» passos mui desacertados com aquella

Pinna, Ludivino da Eucarnaça», Joaquina Antonio de Je- couducta. E provou que era de voto contrario perante
A'ABELH/i I A CHINA. J4{

sendo ouvido pelo Conselho Geral e Povo, que a elle assistia


este Conselho Geral, com testemunhas fidedignas. E cc >m

foraÕ de voto que passasse pelas mesmas penas que os mais


effeito mostrou que assim era, porque no dia seguinte f<>,ra

Officiaes, que se achavaõ envolvidos no mesmo crime.


á Fortaleza do Monte tirar os tres prezos, que lá sea.cha-

Sendo interrogado o Commandante do Batalhad, o Major


vaõ acompanhado de segundo Tenente de Artilharia Lud-

graduado Clemente de Noronha sobre o mesmo crime, res-


gero Joaquim de Faria Neves, o Furriel Julio Antonio

pondeo, que tinha pegado em Armas contra o actual Gover-


Correa de Liger, e o Soldado Antonio Pedro; 'continuando

no, pelo motivo de que hum dos seus Membros o Major


estes dous Officiaes com as suas diligencias a fim de deban-

Paulino, se intromettera com o arranjo do fardamento das


darem a Tropa, o que finalmente conserguiraõ O que ou-

recrutas, e de ter-lhes mandado ensinar pelas instrucçoen*


vido pelo Conselho Geral e Povo, rqde a elle assistia, foraõ

da Infantaria de Portugal, tendo antes convindo com o re-

de voto de que longe de merecerem castigo, se lhes dessem

ferido Major, em que continuasse com a que se praticava


agradecimentos. O segundo tenente de Artilharia Ludgero

neste Batalhaõ ; e por lhe ter mandado dizer pelo Capitaõ


Joaquim de Faria Neves., sendo interrogado sobre o mesmo

Machado, que elle Major tinha feito mal em sentar prassa


crime, respondeo, que> sedo raãdado chamar pelo Cap. Feli-

a hum homem mentecapto; e por ter ouvido dizer ao Ca-


ciano Firme Mõteir *> ao Quartel de Policia, ali soubera, que

pitaõ Firme, que o Major Paulino dera ordem para atirar


os Soldados da P olicia tinhao sido seduzidos para pegar em

ao Povo no cazo que este naõ se debandasse de hum grande


Armas pelo SaKSento c os
' Santo» ; o que confirmarão o

tumulto, que fizera por causa de tomadia de humas caixas


referido Caydtaõ, e o Furriel Julio Antonio ; e que a sua

d* Anfiaõ ; também por lhe terem dito o Secretario do Go-


conducta d^lí por diante fora pelos mesmos motivos igual

vernador, e o mesmo Governador que elle podia mudar o


a do Cap*taõ Monteiro. O que ouvido pelo Conselho Ge-

Governo, e prender os seus Membros. Levado desta per-


ral, e Povo que a elle assistia, fora5 de voto, que o dito

suasaò, e offenças, passou a mandar prender ao Major Ve-


Tenente naõ merecia castigo algum, mas antes louvor,

reador Paulino da Silva Barbosa, e ao Juiz Paulo Vicente


Sendc interrogado sobre o mesmo crime o Alferes D. Joa-

Bello, ordenando que o primeiro fosse recolhido na Mina


1
quin Eça Lobo d* Almada e Castro, respondeo, que

da Fortaleza do Monte, e ficasse incommunicavel. Confes-


forr* levado a pegar em Armas pela opinião, e firme reso-

sou também que elle mandara fazer pelo Alferes D. Joa-


lução dos principaes Chefes da revolta ; os quaes lha decla-

quim d* Eça a Proclainaçaõ que fica registada nesta Secre-


rj*raõ na presença do Governador das Armas Jozè Ozorio
%t %* I •

taria. Declarou igualmente que pegou em Armas para


<}e Castro Cabral e Albuquerque; e que agora conhecia,

installar huina Junta Provizoria a bem da sua Patria, e


que aquetla opiniaS era so a dos referidos Chefes, e naó a

nada mais disse. O que sendo ouvido pelo Conselho Ge-


do Povo. Foi igualmente convencido, perante este Conse-

ral e Povo, que a elle assistia, foraõ de voto, que passasse


lho Geral, e Povo, que a elle assistia, de que hontem viera

pelas nove horas da manhaã intimar energicamente a este pelas penas da Lei, por ser tanto maior o seu delicto, quan-

to maior o seu Posto ; havendo com tudo nellas a commi-


Senado, que immediatamente se devia instalar hum novo

zeraçaõ possivel. Sendo interrogado o Governador das


Governo, formado à vontade da oíficialidade do Batalhaõ.

O que sendo ouvido pelo Conselho Geral, e Povo, que a Armas Joze Ozorio de Castro Cabral e Albuquerque, sobre

a sua conducta em se pór a testa do Batalhaõ armado, na


elle assistia, foraõ de voto, que passasse pelas mesmas penas,

que os seus corréo9, e com mais algum rigor por ser supe- occasiaõ em que este vinha intimar ao Leal Senado para que

rior a elles em conhecimentos. Sendo interrogado o Te- se installasse immediatamente hum novo Governo, respon-

deo, que fora levado a isso por lhe terem assegurado o Com-
nente d' Artilharia Antonio Gomes, respondeo, que elle

tivera ordem do seu Commandante para hir prender o Ma- mandante do Batalhaõ, e o Capitaõ Joaquim Pedro, que

essa era a vontade Geral do Povo, sem que elle para isso
jor Paulino, juutamente com o Capitaõ Maximiano ; o que

tivesse cooperado de maneira alguma. Declarou mais o


executou, porque ignorava se devia, ou naõ cumprir com

semelhante ordem ; e que fora por elle nomeado para Car- Tenente Antouio Gomes que recebera ordem, sem saber de

quem, para mandar polvora, e baila dos Arraasens das For-


cereiro do referido Major com ordem restricta de o naõ

talezas do Monte, para se municiar o Batalhaõ que se acha-


deixar fallar, nem escrever a pessoa alguma, o que elle

exactamente cumprio. O que sendo ouvido pelo Conselho va em Armas. E sendo ouvido o Conselho Geí^al e Povo

que a elle assistia, sobre o destino dos Réos, que commet-


Geral e Povo, que a elle assistia, foraõ de voto, que pas-

teraõ o attentado de se revoltarem contra o actual Gover-


sasse pelas penas dos seus corrèos. Sendo interrogado o se.

no; foi dicidido unanimamente que sem mais processo


gundo Tenente Joaquim Pedro Salles Assumpção, respon-

algum, fossem remettidos a Capital de Goa para lá serem


deo que elle se nad incorporara ao Batalhad, e que só sim

sentenciados; e que durante a sua demora neste Paiz, fos-


ficara assentado perto delle para presenciar o que se passava,

sem recolhidos o Commandante do Batalho, e mais Corréos


retirando-se depois das dez hora9. Sendo interrogado o Se-

em prisoens seguras, exceptuando o Brigadeiro Jozé Ozo-


cretario do Governo Joaquim Manoel Milner sobre a sua

rio, que deveria ficar no seo Quartel de baixo de Custodia


conducta relativamente à mudança projectada de Governo,

athé que parta para Lisboa, onde responderá pela sua con-
respondeo com sincera confissaõ, que tinha seguido o par-

ducta nos Tribunaes Competentes.« 0 Leal Senado vendo


tido do Governador das Armas, o qual declarava ser a

que os Réos fundavaõ o motivo da sua rebeliaõ em que a


instalaçaõ de hum novo Governo, formado a vontade do

vontade Geral do Poro exigia hum novo Governo $ pro*


dito Governador, e da Oficialidade do Batalhaõ. 0 que
.« ■

142 A ABELHA», DA CH1N A

era 16 de Setembro, 17 de Novembro, e 5 de Dezembro


poz ao Conselho Geral e ao Povo, que a elle assestía, se

p do anno passado, para que à vista delles conheça V. Senho-


queriaõ huma nova forma de Governo, ou qualquer alte-

ria, que naõ eslá ao alcance do Leal Senado o consentir


nçiò no actual, e mesmo a demissão de alguns dos seus
0 |

que V. Senhoria deixe de partir no Navio Vasco da Gama,


Membros, especialmente a do Vereador Paulino da Silva

Barboza, o qual entaõ lhes expóz o risco que corria a sua com>o por aquelle foi mandado publicar na Gaseta No. 16;

vida, demorando-se neste Paiz: foi unanimamente por elles pois quk:e da falta de execuçaõ das resoluçoens dos meneio-
»

dicidido, que naò queriaõ mudança, nem alteraçaõ alguma nados Concelhos, poderiaõ resultar funestas consequências

no Governoi nem admitiaõ a demissão de nenhum dos a esta Cidade;»- e a segurança pessoal de V. Senhoria. =

seus Membros, protestando que elles responderiaõ pela Macao Secretaria dJo Leal Senado 20 de Janeiro de 1823. =»
\ „ » 4 •f% i Ll _ Z - •

vida do Vereador Paulino. Igualmente dicidiraõ,'que se v Carlos Jozé Pereira

t 9,
— »•#<

dessem aos Soldados de Goa os Soldos, que se daõ actual-

Cbntinuaçaô da JMe:ynoria. de pag. 138.


mente aos naturaes desta Cidade ; que o Conselheiro Arria-

ga deveria recolher-se a Fortaleza em que antes se acha- No cânon 23 deste Concilio he* tftue, a meu vêr, se Lê, pela

va, logo que estivesse restabelecido, devendo este partir


primeira vez este preceito, porem, viando este Concilio par-

directamente para Lisboa no primeiro Navio, que se diri-


ticular, naõ se pode dedusir das suas deVterminaçoens argu-

gisse àquelle porto. E aqui se houve por concluído o

mento algum de que os oppOnentes pos saõ servir-se com

presente Conselho, em que todos se assignaraõ comigo

vantagem. O fragmento seguinte de S. Burnardô, referi-


Carlos Jozé Pereira, Secretario do Leal Senado que a es-
X

do por Fleury no Livro 69, Capitulo 26, dá i'ndicios vehe-


crevi =*= Declaraçaõ. = Os Membros deste Senado, assig-
%

I
Odõesta acta para dar-lhe a authenticidade do costume, e mentes de que no Século 12, naõ havia ainda preceito gera

naõ como votantes. Eu Secretario do Leal Senado que a


da abstinência em questão, aliás sei ia incorrupto. Elles

escrevi. Carlos Jozé Pereira, Remedios, Barboza, Gomes,

(os hereges que Evervios lhetinhaõ denunciado) Ellc^s, diz o

Bello, Paiva, Francisco de Mello da Gama e Araujo, e Com

Santo Doutor, saõ hereges, naõ; por que se abstém da Carne,


inais cincoenta e três assignados.

sim por que o fazem por superstiçaõ, por que eu ta,mbem


Paragrafo do Concelho do dia 5 de Dezembro de 1822.

Nesta mesma occasiaõ pedio o Vereador Paulino da Silva me privo algumas veses d'ella, mas por satisfaçaõ dosrpeui

Barboza ao Conselho Geral e Povo, que a elle assistia, que


peccados. Se a sua abstinência d'esta vianda, continue** o

cada hum em particular o arguisse, com toda a franquesa;


mesmo Santo, provem dos preceitos da medicina, naõ con?le-

de qualquer falta que elle tivesse commettido em virtude

rano, que elles tenhaõ cuidado racionavel da sua saúde, he

do seu emprego. Levantou-9e unicamente Domingos Po-


V

vem das maximas da Vida espiritual, approvo, que assim^


licarpo da Roza, acusando-o de ter feito pôr em execuçaõ

o Artigo decimo dos Estatutos da Escolta de Pilotos. 0 o façaõ, por que he hum dos meios de domar a carne; maf j.

Conselho longe de desaprovar aquella medida, levou-a


se ella deduza sua origem da extravagancia de Monéz, he n

muito a bem. Igualmente foi convencido o mesmo Mo-


huma blasfémia, que eu dettesto. S. Bernardo naõ faz a

rador de ter espalhado varias calumnias contra o referido


IC
mençaõ alguma de preceito; sendo occasiaõ opportuna, ou

Vereador. Foi entaõ que este pedio ao Conselho e ao Po-

1
ainda, exigindo ella, que se fisesse. O Concilio de Val-
vo decididamente a sua demissaõ ; e como esta lhe naõ fos-

se concedida, protestou que elle lançaria maõ dos recursos ladolid do anno de 1322, que falia no seu Canon 14„ da

que lhe restassem para segurança da sua pessoa, e conser- dita abstinência, foi também puramente diecesano.
É

vação do seu credito. = Barboza, = Remedios, = Bello,


Do ^3°. Part. 9'. do Concilio de Colonia celebrado non

*= Lima, == Castro, = Mello, = e com trinta assignados.

anno de 1536, heque pode colligir-se que n'qnella era havia i

Eu Carlos Jozé Pereira, Cavalleiro Professo na Ordem de

já preceito Geral da Igreja sobre este particular Digo—*


Christo, Secretario do Leal Senado que a fiz escrever, e sub-

screvi. Carlos Jozé Pereira. colligir-se = por que V. Reverendíssima conhece perfeita-

mente a grande differença que há entre os termos prie-

a
Copia de Oficio do [Ilustríssimo, e Leal Senado ao
cepta indicta = de que os P. P. da quelle Concilio •

Conselheiro Miguel de Arriaga Brum da Silveira.

se servirão; mas tal vez que elles se regulassem pela com- d

lllnstrissimo Senhor Conselheiro Miguel de Arriaga

pilaçaõ de Graciano, feita no anno de 1158, e com effeito j

Brum da Silveira = Sendo chegado ao conhecimento do

em huma distinçaõ deste Decreto, he que os Theoloo-os


Leal Senado alguns voatos, que de novo se tem espalhado,

do que V. Senhoria intentava demorar-se aqui mais tempo Moralistas fundaõ o mencionado preceito V f. Reverendíssi-

do que aquelle, que indicou no seo Officio de 20 de Desera-


ma conhece muito bem o toque desta compilação, ainda

bro do anno passado; e estando o mesmo Senado persua-

mesmo depois de reformada por ordem de Gregorio 13 no

dido de que V. Senhoria, naõ será capaz de faltar à sua

anno de 1582. (Continuar-se-ha.)


ião
palavra em matérias de tanta importância ; com tudo, naõ

t<
podendo tornar-ie surdo às voses do Publico, que por ellas
NOTICIAS MARÍTIMAS. = SAHIDAS.

se mostra bastantemente inquieto: manda (bem a seu pesar) ,e


Aos 2 do Corrente a Galera Conceiçag para Manila, Capi-

3
remetter a V. Senhoria os ^ dos Conselhos convocados taõ Athanasio Cucullo.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.
r *t

t
B E

DA

H N A

QUINTA FEIRA, 15 de Maio. 1823


N.° XXXV

" HOC TEMPORE

D
OBSEQUIUM AMICOS. VERITAS ODIUM PARIT. TERENTIUS

de 20 de Dezembro segurei deviaõ perceber á minha reti-


MACAO.

rada, huma vez, que, nem eu era constrangido por sançaÔ

penal de alguma Lei infringida, nem havia, pela prizao de


INHAMOS tença# de redigir a resposta dada peio
T

50 dias no Monte, accessoria moléstia, e continuação da-


Conselheiro Miguel de Arriaga Brum da Silveira ao Officio

quella athé o já citado dia 18 do prezente mez, podido

do Illustrissimo e Leal Senado, copiado na nossa Abelha an-

aproveitar o tempo por V. Senhoria generozamente facili-


tecedente, por cauza da sua grande extençad : porem oc-

tado para esse fim em sua carta de 20 de Setembro passado.


correo-nos, que haveriaõ alguns mal intencionados, que

Nem obsta vêr eu na carta do Escrivão da Camara, que


supporiao, que nos muito de propozito, faziamos a redac-

há referencia á publicação feita na Gazeta Num.XVIpelò


ção somente com o intuito de supprimir, ou alterar al-

Redactor acerca do meu estado de liberdade ; por que alem


guma couza, que lhe fosse essencial: em consequência do

de faltar em declarar por cuja ordem o fazia, naò era para


que a trasladamos tal, qual nos foi remettida da Secretaria

que eu a entendesse, como emanada de V. Senhoria, na#


do Governo.

Resposta. . somente pela maneira, naõ uzual, para conitmtnicaçoens

Officiaes, que tenhaõ de servir, ou como differimento a


Illustrissimo e Leal Senado Recebi a intimaçaõ, que

designadas supplicas, que devem nomeadamente indicar-

Vossa Senhoria me mandou fazer em data de hontem

se, ou como resposta, que pedi, e naõ obtive para indaga-

pelo Escrivã# da Camara, para embarcar-me a bordo


çoens, as quaes a terem sido feitas talvez fosse conhecido o

do Navio Vasco da Gama; dando por motivo desta

fomento da discórdia, de que sendo paciente hé duro sof-

instancia o novo rumor espalhado, de que eu na# inten-

frer os seus effeitos; mas também pelas expressoens, com

cionava sahir desta Cidade ifaquelle Navio, o que inquie-

que a declaraça# está ennunciada, em treplica offensa, das

fava este Publico, a cujas vozes naõ podia V. Senhoria

Parles involvidas ; do mesmo Governo, emquanto se possa

tornar-se surdo, como quem se achava ligado ás delihera-

conciderar sem acça# para prehencher o mais essencial de

çoens dos Conselhos, dos quaes as copias das Actas vinhas

seus deveres, a Protecça# aos sagrados direitos do Cidada#

induzas.

pacifico, que lhe incumbe o art. 3P das Bazes da Consti-

E lizonjeandõ-me ; sobre maneira, das plauzneis expn s-

tuiçaõ; do Povo desta Cidade em quanto este se possa ter

soens, com que hé ensinuada esta medida, considerada

por facciozo , o que naõ hé de combinar, attenta á sua re-

forçada da parte de V. Senhoria, terei para sua própria

nomeada lealdade ; e a final em rainha offensa, suppondo-

quietaça# de segurar-lhe, que desde 18 do corrente, em que

me odeado deste mesmo Povo, quando este consistindo

a Governança me dêo a liberdade, tirando-me a Guarda

na maioria dos Cidadaons de probidade, tenho delles teste-

Militar, que me havia posto em 3 de Novembro; dia em que

munhos nada equivocos da sua boa intelligencia para

por enfermo se me permittio, humanamente sahir da For-


comigo, e considero afiançada a minha conducta publica

talezado Monte, para ónde, a despeito da Lei havia hulo

na exacta observância da Lei, a cujo Reinado nos leváraõ

prezo em tumulto na noute de 14 de Novembro do anno

os nossos Regeneradores políticos.

findo, (a fim de vir curar-me em caza, conservado de baixo

Entre tanto, ainda que eu offenderia, não menos os senti-

da mesma segurança) athè que restabelecido regressasse pa-

mentos de V. Senhoria, se lhe suppozesse huma marcha em

ra a referida Fortaleza (próprias frazes do TMfieio de V.

contradição com o systema Constitucional ( cuja adhesão

Senhoria de 3 de Novembro, que sérvio a ratificar a idéa

mais imperiosamente exige nos Empregados o Decreto das

de prizaõ, verificada sem culpa formada, contra o art. 4o

Cortes de 14 de Abril de 1821 )que os deste fiel Publico, se

das Bazes da Constituição já infringidas no art. 3g) na#

deixasse de ter as suas resoluçoens, n'aquelles Concelhos

tenho feito mais, que cuidar, como permittem as minhas

Municipaei, como filhas de opinioens arrancadas, em mo-

mui tristes circunstancias, nos arranjos, que na minha ena


DA CHINA.
144 A ABELHA

esta Cidade bens, fortuna tudo... para receberem paga


mento de circunstancias arduas, e difficeis, e de geral dis-

confiança, sem audiência de Parte para proprio convenci- infamantes sarcasmos, nunca vista DepoziçaO, athé ferros

mento, e deffesa, permittida por Direito Natural que nem ou prizaò, athé moléstias nos mesmos ferros, athé extermí-

as Assembléas de Roma, e Athenas negavão aos accusados nio de hum Paiz Nacional, athé em fim a perda da qualida-

nos seus peores tempos, e entre nos facilita, e positivamen- de de Cidadaõ, a mais cara a todo o filho da grande familia

Portugueza, sem attençaò aos vínculos de hum domicilio


te quer o Governo Supremo, como, alem d'outras fontes de

desde 17 annos, com mulher, e innocentes filhos, expostas


Legislação, he expresso no Decreto de 28 de Fevereiro de

pelas circunstancias de seu abandonado Chefe a poder sof-


1820, em cuja mente, e rasão estado o meu caso, quanto so-

frer a infeliz situaçaò de ser arrancado o Espozo à Espoza,


mente àquella igualdade de circunstancias na julgação, se-

o Pai aos filhos, o Cidadaò à Patria que adoptou ; tudo


ria de esperar fosse transcendente a mudança de resolução,

para igualmente tudo esperar do Governo, que me pro-


e tanto mais quanto aquelle Régio Decreto recahio sobre

mettêo desde 19 de Agosto reconhecer, como simples Ci-


huma sentença dutki sobre crime (que em mim não ha) em

dadaò, para afruiçaò de huma vida privada, vida de homem


Juizo com as attribuiçoês competentes, e só próprias do Po-

pacifico, regrada pela Lei, que só fiscaliza acçoens prohi-


der Judiciário, tão exííusivo aos Juizes, que o Soberano

bidas, naò encontradas na minha conducta publica; naò


Congresso nem quiz offender no mesmo Decreto de Amni-

estranhará V. Senhoria que a bem da verdade, e da deffesa


stia de 15 de Fevereiro de 1821, Determinando que houvesse

de minha reputação, único bem aque o homem hè levado»


novo Julgado, sò para que assim não fosse já mais aballadaa

essencial columna da maquina Politica, a divisão dos Pode- desde que tem o uzo da raiaõ, e mesmo para decoro do

res, marcada nas Bazes da Constituiçaò (art: 23) a que não Leal Senado, e seus Guias, os venerandos Ancioens, que

podemos ser pei juros; com tudo observando agora, que a tem sido entrados na deliberação de minha proscripçaõ,

minha sahida vai sendo fevestida da qualidade de forçada, incrivel, pelo modo, hoje, que tudo he levado pelo império

contra o que me parecia ter direito a esperar de hum Go- da Lei, da rasaò, e da justiça, estes caros filhos do Systema

verno Constitucional, o que de baixo de qual quer ponto Constitucional, tanto inimigo da arbitrariedade, quanto

protector da moderaçaõ, e de todos os meios concernentes


de vista, por mais colorado que seja, ainda tomado como

a naò fazer descontentes, maiormente quando, como aqui,


cautella tem sempre (como disse o lllustre Deputado Annes

há relaçoens politicas de importância pelas circunstancias


de Carvalho na Sessaõ de 8 de Fevereiro de 1821, Diário

do Local para com estranhos, que muito nos espreitaõ, e


das Cortes N°. 10) o effeito de castigo, ou pena, a qual sem

a respeito dos quaes naò convém que antolhem desastrozos


sentença, e sem processo, vale o mesmo que invadir os

effeitos, subversivos da Geral harmonia, como emanados


sagrados Direitos do Cidadaò pacifico, com reconhecida

infracção do ja citado artigo 3o. das Bazes da Constituição, da nova ordem das cauzas, a que saò repugnantes; naò

que todas as Authoridades Publicas saõ chamadas a manter estranhará, repito, que era attençaò a tudo, haja de exigir,

como hora faço os Documentos seguintes= l®. copia da


de baixo de Decretadas responsabilidades, como se enten-

Sessaò do Leal Senado, que motivou a final intimaçaò,


dêo cumprir para conservar a tranquillidade publica, só

inserta na carta do Escrivão da Camara em data de hon-


dependente da exacta observância das Leis ; alem de oppos-

tem; por que tratando-se de hum corpo, que tem numero


to ao Alvará de 18 de Janeiro de 1624, que nem com cul-

certo de vogaes, e estes ainda que collectivamente assigna-


pas admitte a remessa, do ultramar para o Reino de Por-

dos, só respondem por suas livres opinioens, na forma do


tugal, de qual quer Cidadaò Portuguez, sem expressa or-

Regimento existente, o que hé conforme ao Decreto das


dem de Sua Magestade para esse fim, como accaba de

Cortes de 18 de Setembro de 1821, a fim de tornar effecti-


resolver o Soberano Congresso na decizaò da consulta da

vas as responsabilidades, a que possaõ ser levados os actos


Casa da supplicaçaò de Lisboa acerca dos prezos enviados

do poder subalterno, comprehendidos não sò nos artigos da


da Bahia pela tentativa, que ali fizeraò para mudança dos

Constituição jà discutidos (15 e 164) mas nos primeiros 6


Membros da Junta Provizoria, dando àquelles amnistia

das suas Bazes, a que sou forçado a recorrer, appellidando-


(Sessaò de 10 d'Abril de 1822 = Diário das Cortes f. 749)

os em auxilio da minha causa; 2Q Huma relação nomina[


o que sem duvida teve bem prezente a 1". juntada Capi-

dos Cidadaons que assignaraò as actas dos Concelhos, de que


tal desta Província, como composta de antigos Marechaes,

veio copia (com declaraçaõ dos que nunca haviaò entrado


e Dezerabargadores (segundo há observado a commissaò

na Governança) pelos mesmos motivos de cabente respon-


do ultramar em seu parecer approvativo, tido na Sessão

sabilidade attento o artigo 6o das Bazes da Constituiçaò,


o
de 4 de Mayo do mesmo anno - Diário das Cortes tit°. 6

em tanto, quanto naò seja conhecida a sua forçada condes-


a f. 57) para dizer, como disse, no seu relatório, às Cortes

cendência (como sei da maior parte) em hum momento de


dos Successos, na sua instalaçaò, que o Conde do Rio Pardo

nunca vista perturbação, e em circunstancias estranhamente


sahio voluntariamente de Goa, agradecendo repetidas vezes

difficeis, representadas como causa motiva de coallizoens


as attençoens com que a mesma junta o havia tratado

que naò deixando livre a acçaò de votar naò podem con-


(Diário do Governo N®. 87) E por isso nem sendo menos

stituir voto espontâneo, e imparcial, como cumpre em


gratos os meus sentimentos para com o Leal Senado, e o fiel

todo o Ajuntamento consultivo, ou deliberativo, e assim


Publico que reprezenta, como tenho dado provas na peni-

disse o lllustre Deputado Peixoto na Sessaò de 19 de Maio


vel situaçaò em que fui posto desde 14 de Setembro em

de 1821 (Diário das Cortes No. 84.) 3° o relatório, ou copi»


toda aestensaõ de privaçoens, depois de haver dado por
A ABELHA D A C H 1 N A. 145

authentica, que lamentavelmente vejo commemorado na Depositário da authoridade Publica naõ hé da sua vontade,

que depende a adopçaõ de meios para mautelía illeza, con-


acta do Concejho de 5 de Dezembro, de que somente agora

tra qualquer offença por estarem aquelles prescriptos na


tive conhecimento, contendo a cruel dúplice imputação,

Lei, que designa a energia de poder para esse fim unica-


com que ali se repetem impios golpes sobre a minha repu-

mente confiado (Portaria da repartiçaõ da Fasenda, de 18


tação, já de mais tempo maculada pelo mesmo meu pu-

de Maio de 1822) Diário do Governo numero 119 (quali-


blico accusador, que esquecido de suas promessas, pela

dade aquella que naõ se pode atacar-se sem attentar con-


mediania de homens probos, cuja correspondência conser-

tra a Soberania Nacional, que tem,naÕ so Decretado a divi*


vo, he de admirar queira forçar, com a repetiçaõ de novas

saõ de Poderes, e sua independência) art. 23 das Bases da


calumnias, a que, bem aproprio pezar, e sem a idéa de

Constituiçaõ (mas legislado sobre a exclusiva própria do


igualdade de retribuiçaõ, se recorde a execuçaõ das ordens

Poder Judiciário) SessaÕ das Cortes numero 268 de 31 de


Regias de 29 de Fevereiro de 1816, naõ derrogadas, na

Dezembro de 1821,) naõ permittindo «v$u$pésaÕ e deposição


forma das quaes a inhibiçaõ de votos, e ingerências, em

dos Magistrados fora dos termos prescriptos nos artigos 166,


Negocios públicos fica sendo iuherente pela perda do exer-

e 167, da Constituiçaõ já discutidos, sem derrogação dd der-


cicio do livre direito de Cidadaõ (artigos 23, e 24 da Con-

rogação da Orden. Livro 5® 6U que taes attentados classifi-


stituiçaõ já discutidos) e ao menos faz vêr o seu contexto

ca em crimes de Leza Magestadeõc segunda Cabeça, seja


que como inimigo Capital naõ pode ser crido na forma

hum, ou sejaõ muitos os infractores, ou cooperadores, cuja


da Orden. Livro 5o tit°. 6Q ^ final > ordens, e circunstancias,

legislação naõ posso deixar sempre em meu auxilio, por


que o Leal Senado naõ pode ignorar para prevenir os res-

naõ ver, que o Governo tenha mandado o contrario, do


pectivos resultados, mais de esperar, em subversaõ da

que Decretou quando me confiou o Lugar da Ouvidoria de


geral harmonia, que os provenientes da existência de hnma

Macáo, recondusindo-me nelle por condescender com as


família vinculada, e estensa, sem outra idéa da minha parte,

rogativas do Leal Senado, e Moradores Sensatos, que naõ


que a de gozar a simples qualidade de Cidadaõ, prometti-

1
negaraõ serem suas as firmas, exaradas em Documentos que
da desde o dia 19 de Agosto, em que já fui forçado fazer

o que naõ podia voluntário, na forma do Alvará de 12 de sempre conservarei, como tenho dito mais de huma vez,

Agosto de 1793, dimittir-rae do Lugar em que El-Rei me em penhor da sua athé hoje acreditada honra, e gratidaõ, a

havia posto, athé naõ mandar o contrario, e de cujo exer- que buscarei retribuir em igual moeda, seja qual for o meu

cido, nem o mesmo Augusto Senhor Podia hoje suspen- destino.

der-me,. sem me ouvir, e o seu Concelho d' Esiado na E quanto à 2a (qualidade de Cidadaõ) por que sendo esta

forma da final Rezoluçaõ do Soberano Congresso nas Ses- amais apreciável na ordem social, e pela qual me bé dado

soens de 11, 12, e 13 de Fevereiro de 1822, 4° Copia das o direito de naõ ser obrigado a fazer o que a Lei naõ man-

Ordens Superiores, que adstringem acerca dos Conselhos da (artigo 11 da Constituiçaõ discutido) ou a faculd :de de

Cívicos, e seus dezignados vogaes. 5o Finalmente, qual- poder lazer o que ella naõ prohibe (art. 2° das Bazes) di-

quer declaraçaõ que faça conhecer, se ao ttimulto havido reitos estes que o extermínio me faz perder (art. 23 já dis-

na uoute do dia 14 de Setembro para a privaçaõ da minha cutido) o que* seja qual for o pretexto, sendo huma rigoro-

liberdade, a despeito da Lei, e da melhor Policia, e hem za pena, suppoem sentensa, e esta processo, com audiência

assim, se a outro igual motim, que teve lugar na noute sempre da Parte, em Juizo proprio, regulado pel i Lei, e

de 3 de Dezembro, em que se pertendêo de novo violar o formulas estabelecidas, em que nem o Soberano Congresso

nem El-Rei podendo ingerir-se. (Sessaõ das Cortes 263,


meu azilo, levanlando-me aleivozias, e pondo se vigias

de 31 de Dezembro de 1821) menos pode ser dado a qual-


populares a todas as minhas Portas, houve, em conse-

quência algum procedimento Judicial na forma da Orden. quer authoridade subalterna, separada ou promiscuamente

Livro òQ tit®. 45, ou qualquer outra providencia, a bem em concelhos, ou Ajuntameutos (que naõ tern as attribuiço-

da tranquillidade publica, e segurança pessoal, como tan- ens Judiciarias, nem outra consideraçaõ, que a derivada de

to recommenda o Governo, e se reconhece nas suas fre- seus regimentos sugeitos a mesma Lei) dispensar de semi-

quentes Portarias, fazendo-se mais remarcáveis as com- Ihautes solemnidades, conexas com a segurança, e felicida-

prehendidas uos Diários Nuin. 83, de 2 de Abril de 1822, e de publica, resultado da individual de todo o Cidadaõ, co-

Num. 91 de 18 de Abril do mesmo anno, alem de outras nhecerá Vossa Senhoria que eu naõ posso ser voluntário

muitas, e todas com respousabelidades às authoridades á renuncia destas milhores condiçoens da Escriptura Áurea,

Omissas, declarando-se aos queixozos apenas cabente o que só liga no Pacto social (em que da milhor vontade

direito de petição conforme o art. 14 das Bazes da Con- me firmei) sem tornar-me responsável, se naõ aos de mais

stituição, com final recurso á liberdade dq^ Imprensa; socios, vinculados nos anéis da mesma venturosa cadêa,

únicos arbítrios facilitados aos Povos, fora dos actos pri-


ao menos á minha própria família, áqual faria transcendente

vativos de Eleiçoens directas para Deputados, e Authori- aquella infamante pena, que se quer impôr a todos, atten-

dades municipaes. tos os indissolúveis vínculos domésticos, contra o art. 12

O que tudo, era haver assim pedido espero de poder ser


das Bases da Constituição, que a toma própria do delin-

justificado, quando se reconheça, que naõ basta a modera- quente ; e naõ sem desaire do Governo, a quem o já repe-

ção para salvar de imputaçoens, inherentes àqualidade de tido art. 3o incumbe a necessária Protecçaõ. E por tanto

Magistrado, ou Cidadaõ. . Quanto à primeira por que como ou hà delictos * e entaõ naõ se me arranque ao Paiz: em
146 A ABELHA DA CHINA

que possa ter documento, e meios para justificar-me, no


opiniaõ á cerca do objecto da convocação do dito Conselho,

poderia talvez algum espirito menos bem intencionado


presente tempo, que todo o processo deve ser publico, de-

trocar, ou dar hum sentido menos verdadeiro ao que ali


vendo a final responder por elles ante a RelaçaÔ do Destri-
se acha copiado, bem que quanto á substancia possa ser

cto na forma da Lei, e ultima Decizaó do Soberano Congres-


omesmo. Em consequência, como o facto hé recente, e

as testemunhas auriculares, que eraô numerozas, estejaõ


so na discuçaô dos artigos 154, e 157, de cuja alçada, eu

com vida ; acho, que hé da boa prudência aclarar o facto,


na5 posso ser privado, e para o effeilo de nem mesmo com
referindo-o, como na realidade se passou, que foi desta

culpas ser enviado á Portugal, como já disse, sem expressa maneira. Sendo eu interrogado pelo Vereador Paulino

da Silva Barboza, que havia exposto o facto com elle


Ordem de Sua Magestade, que de mais aqui me snppoem

praticado pelo Capitaô Maximiano Joaquim dos Santos

em exercício, bem como a Junta Provisória do Governo da


Vital, respondi, que naô me era permittido sentenciar ca-

índia, tudo na forma da citada Lei de 18 de Janeiro de 1624, zos criminaes ; e sendo novamente instado a dar o meu

parecer, acrecentei, que abominava altamente huma tal


a qual naô estranhará Vossa Senhoria, que sempre chame

acçab ; que havia Leis, e Authoridades constituídas para a


em meu auxilio com adevida protestação j ou os naô há, e
julgar, e que segundo aquellas devia por estas ser julgados

entaô naó se me prive a liberdade, que a Lei me naò tira» mas que protestava, que naô queria sangue na conformi-

sem competente Julgaç.aÒ, e formal processo. Porem se dade das Leis canónicas, a fim de naô incorrer em irregu-

laridade } a cujo protesto se reportou nominalmente o


quanto requeiro forçado do d^ver de conservar illesa, ou
Reverendo Padre Mestre Fr. Luiz dos Remedios, e Mello,

para reparar, a minha reputaçaõ (se isso hé já possível com


Commissario do Mosteiro de S. Clara desta Cidade. O

taes golpes) e para que o meu silencio naô se tome com mesmo protesto renovei sempre, que se tratou dos outros

sugeilos, que foraô arguidos perante o Conselho.


comprovativo de toda a marcha illegal para comigo ado-
Rogo-lhe me faça a bondade de inserir esta nota no seu

ptada, for tido por, de qualquer forma, offensivo da delica-


Peiiodico, de que lhe ficarei muito obrigado.

desa, com que desejo tratar a Governança, e todo este Pu-


Seu attento Venerador

blico, por quem dando a vida, hé salva ahonra ; e há mo- Nicoláo Rodrigues Pereira de Borjat

tivos duvidoso àcerca da minha conducta publica, permit-

Senhor Redactor.
ta-se-me, que eu leve a conhecimento de todos hum Ma-

Queira inserir na sua Abelha o seguinte


nifesto dos Successos a meu respeito, desde o dia 19 de

Soneto.
Agosto, como os de que possa ora tratar-se, para a qualifi-

Hé o Corcunda hum Animal cruento,


caçaô dos quaes proponho ali o meyo mais proprio, expon-

Por essencia incapaz de couza boa,

do-me ao resultado do exame, seja elle qual for : o que


Que algumas vezes rója, e muitas vôa,

servindo ajustificar a imparcialidade do Governo, fará que Conforme julga a pró do seu intento :

o respeitável Publico, naõ só conheça o que Ihé está occul- Cos grandes manso, c'os pleheos violento!

Bajula o emprego só, nunca a Pessoa:


to a meu respeito, ou sobre que estando illudido por haver-

A' elle alheia dor jamais magoa ;

me a intriga odeado a seus olhos, merece ser desenganado,


Ingrato, injusto, e de mandar sedento :

sedo este desêgano huma divida que se-lhe paga, mas tam-
Honra, Moral, Religião, e tudo,

bém para que veja que a Naçaô representada em Cortes, Faz servir a seus fins, torce a seu grado:

E em nada crendo, faz da Crença escudo í


naô cõsente, que nenhum Individuo, ou corporaçaô exerça

Minou Século» sete o Luzo Estado,


actos de authoridade publica, que se naô derivem da mesma

Agora abjecto jaz, convulso, e mudo *

Naçad (quehè a totalidade ou uniaô de todos os Portugue-


Oh da Constituição Poder Sagrado l Anonym*.

zes de ambos os hemisférios art. 16 Sessaõ segunda das Pa-

zes) na qual hé que essencialmente rezidc a Soberania (art. Sr. Redactor da Abelha da China. Brindado que fui pelo au-

thor do anti-soneto, que lhe envio, disse logo com os meus


20) que naô pode ser exercida, se nab pelos ditos seus repre-

botoens„deve ser impresso, he producçaô, que merece ser

sentantes lesitimamenle elleitos (art. 21 das Bases, e 26 da


analyzada,, por tanto rogo-lhe queira dar-lhe lugar na sua

Constituiçaô discutido) com poderes de fazer a Lei, e alte- Abelha, e analyza-la na folha que se seguir. Em quanto euf

sou De V. M. Ãttento Venerador — Inimigo da impostura,


rar, dispensar ou derrogar aquelles regulamentos exis-

tentes, a cujas disposiçoens novas, ou reformas, todos ju- Anti-Sonnelo.

ramos obediência, quando com o tremendo Juramento Hé Corcunda o que Corcunda chama

A'quclle, que furioso ser, naô quer;


sobre as sagradas Letras sancionamos a nossa adhezao à Cau-
15
Hé Corcunda diga elle o que quizer,

za Nacional, a que nab hé de esperar de todo o bom Portu-


Aquelle que huns contra outros inflama.

guez o tomar-se a eila perjuro.


Hé Corcunda o que enredos trama j

Deos Guarde a Vossa Senhoria muitos annos. Macáo Corcunda he o que attençaô lhe der,

Miguel de Arriaga Brum da E maior Corcunda será, se naô fizer,


21 de Janeiro de 1823.

A taes Corcundas huma boa cama.


Silveira.

Hé também Corcunda o maldizente j

CORRESPONDÊNCIA.
Inimigo da Ordem o malfazejo j

Senhor Redactor da Abelha da China. Flagelo da Constituiçaô o insolente.

Havendo lido na sua Abelha Num. XXXIV a Acta do He emfim GraÔ Corcunda o que sem pejo,

Conselho Geral de 19 de Novembro, para que fora convo- O credito roubando a tanta gente,

cado pelo Illustrissimo, e Leal Senado na qualidade de Da commuin desordem só tem dezejo.

Superior, que entaô era do Collegio de S Joze desta Cida-

de, vi, que naô havendo sido copiadas literalmente as ex-


Na folha seguinte daremos analyzado este soneto com ta

pressoens, de que me servi, quando iustado dei a minha suas competentes observaçoens.

NA TYPOGRAPHIÁ DO GOVERNO.
A

r ú ba

A E

DA

. voi Hj9

H N A

QUINTA FEIRA, 22 de Maio.


N.° XXXVI 1823

l '
" HOC TEMPORE

OBSEQU1UM AMICOS, VERITAS ODIUM PARIT." TERENtXUS.

^ •

pelo Prezidente da Camara; huma urna, dois tinteiros, e


MACAO.

algumas folhas de papel.

Tnstrucçaõ,que se deve seguir na Os


dostinteiros, e papel
Deputados, para os dois extremos da meza.

que esta Cidade deve mandar para Lisboa, segundo

Ordem de proceder na Assembléa.

se acha determinado pelo Soberano Congresso.

Io Se assiste a huma Missa do Espirito S. e finda o Pa-

PARA AS ELE1COENS. rocho faz hum breve discurso analogo, e lê o Decreto dai

Eleiçoens.

Io Passo a 2° O Prezidente da assembléa, que hé o Vereador maif

velho, de acordo com o Parocho propoem d'entre os Cida-

S Parochos em Cadernos rubricados pelo Prezidente


daons prezentes dois de confiança publica para Escrutina-

la Camara escrevem, ou fazem escrever por ordem alfabe-


dores, e dois para Secretários, que os prezentes approva#

:ica os nomes, moradas, e occupaçoens de todos os mora-


levantando a mao : e se algum na5 hé approvado, se pro-

lores, que podem ter voto.


poem outro até que o seja. Propoem-se mais três para

Taes matriculas seráS verificadas pela Camara, e se


revezar a qualquer dos ditos.

>ublícaó sem perda de tempo, para que se possaS notar,


Logo os Escrutinadores, e Secretários toma# seus assentos

; verificar as inexactidoens, antes que se reúna a Assembléa


aos lados dos Prezidente, e Parocho. E hum dos Secretários

Eleitoral. Convirá para mais expediencia que se refundaS


escreve no quaderno de Eleição, 3 eleição dos sete ditos.

is matriculas das três Freguezias em huma só, rubricada


3° Os Mesarios lancaS suas listas na urna;e logo vem

gualmente.
chegando os mais a hum, e hum, e se seu nome está na

2o Passo. matricula, se lhe aceita a lista, e sem se desdobrar, se lan-

ça na urna; e seu nome se descarrega na matricula por

A Camara por editaes convoca para tal Igreja, tal dia, tal

hum Secretario.

hora todos os Cidadaons capazes de votar, para que concor-

4o Naó havendo mais quem vote, manda o Prezidente

ras levando suas listas com os nomes, e occupaçoens do

contar as listas, e se publica seu numero, e se escreve

Deputado, e Substituto em que votaS, inscriptas por fora

na acta.

como em sobscripto com a Freguezia do votante ; e se hé

5o Entaõ hum dos Escrutinadores vai lendo em voz

Militar do corpo a que pertencem. (Tal inscripçaS serve

alta cada lista, e sua inscripçaõ no reverso; e ao mesmo

para acautelar se na5 vote em pessoa prohibida; no qual

tempo os Secretários Nraõ escrevendo cada hum em soa

cazo se risca na lista tal voto.)

relaçaó os nomes dos votados, e o numero dos votos, que

3Q Passo.
cada vai obtendo, por algarismos, que indiquem de

cada vez o total numero de votos, que cada ja tein ; e


A abertura da Assembléa Eleitoral se anuncia por prévio

publicaõ o que escrevem, em voz alta.


toque de sino. Ella deve ser publica ; e nhiguem abi en-

6o Acabadas as listas, e verificada a confíJTmidade das


tra armado, nem tem precedência de assento, excepto o

duas relaçoens pelos Escrutinadores, e Secretários? hum


Prezidente delia, e Parocbo á direita.

destes puplica os nomes de todos os votados, e numero


Deve estar huma meza, e seis cadeiras; e sobre a meza

respetivo de votos; e sahiráôeleitos os que tenhaó maioria


o Caderno da matricula, e o da Eleiçaõ também rubricado
148 A ABELHA DA CHINA,

raõ os Cidadaõs : estes elegerão hum novo Presidente, e íi-


de votos com pluralidade absoluta; e se escrevem seus

zeraõ o antendente Vice-Presidente : o novo Presidente se


nomes na acta, *

tinhà mostrado contrario aos naturaes da terra, e quando


Queimaò se publicamente todas as listas.

o Factor deo á vella se dizia que elles estavaõ levantando


7Q Eleitos ambos os Deputados, e escriptos seus nomes

huma força armada para restabelecer o Governo antigo.


na acta; nesta se declara, que todos os Cidadaons que for-

A Esquadra do Rio partio para Pernambuco a 16 de


ma# a prezente assembléa, outorga# aos Deputados, que

Setembro, e chegou de fronte da Bahia aos 19. Nenhumas


em resultado dos votos desta Diviza# Eleitoral sahira#

tropas de Portugal se esperavaõ no Brazil. 0 comroercio


eleitos, a ambos, e a cada bum em solido amplos poderes,

se achava estagnado.
para que reunidos em Cortes com os das outras Divizoens
»
%
Na mensagèm de 3 de Dezembro do Presidente dos Es-
de toda a Monarchia Portugueza, possaõ como Reprezen-

tados-Unidos se lê a seguinte passagem relativa â Hespanha,


tantes da NaçaÒ, fazer tudo o que for conducente ao bem

e Portugal.
geral delia, e cumprir suas funçoens na conformidade, e

Grandes esforsos tem sido feitos por Hespanha, e Portu-


dentro dos limites, que a Constituiça# prescreve, sem que

gal para melhorar a condição do povo, e hé bem consolan-


possa# derfogar, nem alterar nenhum de seus artigos ; eque

te para os corações sensíveis o ver a extraordinária rao-


elles outorgantes se obriga# a cumprir, e ter por valido

deraçaò, cora que estes tem sido feitos : que elles promova#
tudo o que os ditos Deputados assim fizereni em conformi-

a felicidade de ambas as Nações hè o ardente dezejo de todo


dade da mesma Constituiça#. E todos os Mesarios se

• • este povo, dezejo que nos limitamos de exprimir por que


assignaO.

quaes quer que sejaõ os sentimentos, que qualquer indivi-


Depois a assembléa, hindo os Deputados prezentes entre

duo no nosso paiz possa livremente ter, ou exprimir, hé hu-


os Mesarios, assiste a hum Te Deum solemne na Igreja

ma maxima sagrada para o Governo, e povo, que o destino


principal.

••••
de qualquer Naça# independente no que diz relaça# á tae§

No nosso numeroXXXIII demos o Decreto das Eleições melhoramentos, de direito pertence, e deve ser deixado

de Deputados; e alli se poderá ver as quallidades requeri- excluzivarnente â ella só.

das para Eleitores, e elegiveis. Attendendo porem que Churlslon 16 de Novembro. Pela Escuna Sar ah Anns

quanto ao methodo de verificar as Eleições, por o dito Capita# Budd chegado hontem, recebeo o Editor do Cor-

Decreto abranger todas as hypothezes possíveis em todas reio de Charlston gazeta de Havana athé 6 do corrente.

as partes da Monarchia, vem a parecer complicado; e naõ Destas consta que o Imperador da Nova Hespanha vai

obvia, e fácil a sua intelligencia para a practica execução, principiando a experimentar os cuidados, e perseguições,

que necessariamente acompanha# o officio, que elle uzur-


nos parece será acceito, como 11 til, o dito methodo sim-

pou. Representaçoens tinha# sido feitas ao Imperador


plificado só à única hypotheze desta Cidade.

—»©#««=—-
llurtide por vários corpos Públicos do México, queixando-
i
Soticias Estrangeiras.
se altamente dás oppressoens experimentadas pelo povo de

Boston 12 de JVovembro de 1822. Somos informados


baixo do seu governo, e íançando-lhe em rosto o ter viola-

pelo Brigue Factor, Capitaõ Brewster, que Pernambuco es-


do os juramentos feitos da maneira a mais solemne na pre-

tava em hum estado precário. Huma revolução tinha sido


zença do Cogresso do Império: elles representa# o páiz

feita pela tropa no Governo em raza# de algumas negocia-


como correndo á suá mina, e descaradamente expressão a

çoens relativas a Esquadra do Rio de Janeiro. 0 Gover-


determinaça# de o restabelecer a liberdade, ou perecer na

no chamou os milicianos para se opporem ás tropas regu-


empreza.

lares; deo-se huma batalha em Olinda, e os milicianos fica-


Dizia-se em í era Cruz, que as tropas Imperiaes que tinha#

raõ vencidos, e alguns do Governo prizioneiros : o Presi-


sido enviadas a Guatimala, tinhaõ sido completamente der-

dente da Junta escapou a bordo do Paquete Inglez, e foi


rotadas, eque em consequência disto outra divisa# com*

para o Rio. Huma nova Junta foi nomeada por Pedroza


/ posta de 2000 homens com mandada pelo General Rincon, es-

Governador das Armas, que foi eleita pela Tropas: o povo


tava marchando 0'aquella direcçaõ ; mas pensa-se, accres-

se oppôs á esta eleiça#, e entaõ se fez outra, em que vota-


senta escriptor, que ella experimentaria a mesma sorte, que

Se porem algum ou ambos os Deputados naõ obtivessem pluralidade absoluta, naõ se julga eleito o que a naõ obteve

"°me Sef escre.ve ,na acta


' c°mo taI
* Mas se
tomaõ por cada hum que naó teve adita pluralidade os 3 nomes que
obtiverao mais votos, e destes se faz huma relaçao, que se publica, e se lança na acta. E se ha por disolvida a assembléa

n^arn^° í- CaZ
?' ? a COnvocar nova
assembléa para o Domingo m depois da primeira: declarando, que as

8
editaes *' ^ue nao se
Ja0 dos
<iue 8e a
<*aõ na relaçaõ, que literalmente se deve dar nos

cLn n!!Va .aSS^mblèa se procede


fT°/a pr
V?ei5a 5 « athé os
Mesarios saò os mesmos; com tudo se algum faltasse, se elege,

n «na pnme,ra ve z
1 * P 1ue 80
ha de particular, hè que para ser eleito basta aqui a maioria de vetos relativa.
Qu nd° succedao duvidas no acto da Eleição se decidem verbalmente e sem recurso por huma Commissaó de 5 Membros

escolhidos dos presentes, na occaziao; e pela forma com que se escolherão os Mesarios.

Os Empates em numero de votos decide a sorte.

O .Caderno da Eleiçaò, e as Relaçoens se guardaó no arquivo da Camara, e se lhes dã toda a possível publicidade.

Da acta da I.leiçao se tiraó copias por Tabelliaó, e conferidas peio Escrivão da Camara; e se entreiraò huma a cada De-

putado, e outra se remette a Deputaçaò, Permanente, ou a Secretaria das Cortes

Nestas a.semblèas se naó pode tratar se naó de negócios relativos ás Eleiçoens: e se outra coisa se trata tudo hé nullo.
A ABELHA DA CHINA.
149

a primeira, pois que os Guatim ali anos parecia# estar deter- durou \ 5 annos; ma* que cessou com a morte do Impera-

minados a na5 ser Imperialistas, mas Republicanos. dor Kiakim, que na# cessou neste tempo de publicar De-

cretos contra os Christaous, temorozo dos Europeos com


Alexandria 20 de Novembro. Cole Capitao da Chalupa

Globe chegada hóntem a este porto, da a seguinte noticia. quem elle os suppunha ligados. O novo Imperador Tao-

hiiQm, pelo contrario, nos 3 annos que ja tem governado,


O General Morales tomou Maracaibo aos 8 de Outubro,

este se apossou de 15 milhoens de patacas embarcadas p^ra nada tem feito contra elics; pelo contrario se observou

outros portos: tinha embaraçado todos os Navios, excepto que os Magistrados nao toma# conhecimento das accusa-
a

os que tinha# bandeira Ilolandeza, mas segurou as suas çoens sobre esta matéria, (a) Os nossos Missionários alli
%

cardas. O General Morales ainda se conservaVa em Ma- rezidentes goza# actualmente de bom acolhimento da parte

racaibo aos 23. dos empregado*, e do mesmo Imperador. A moderação


•» $ #

Idem 30 de Novembro. As noticias de Lisboa daò feita deste, e o acolhimento que tem dado aos homens de mérito

pelasCortes , tè sanccionada pelo Rei a nova Constituição. ainda aos maltratados por seu Pay, a oppoziçaô que tem

A cerimonia da Sancçab do Rei à ellá foi com toda a so- feito à compra dos empregos, mesmo honorários lhe tem

lemnidade. Sendo appresentada a Sua Magestade a formula grangeado a oppinia# que se espera na# perderá.

do Juramento em huma folha de pâpel dentro do livro

Reino da Corea. A peste em os dois annos 1821, e 1822

dos Santos Evangelhos Elie disse "Eu dezejo pronunciada


i fez ali horrível mortandade. Concorda esta noticia com

em vôz alta para que todos me possa# ouvir." R pondo a

a datada de 15 de Março de 1822, que diz, que apeste ali

Ma# sobre as Sagradas Letras, procedeo "Acceito e Juro


%•
fizera estragos incalculáveis, e mais do qiie na China- Em

observar e fazer a Constituição Politica da Monarchia Por-

Pekim nos mezes de Agosto, e Setembro de 1821, reinou

tugueza, que acaba de ser decretada pelas Cortes Consti-


com tòulto fogo, e levou delia mais de sessenta mil pessoas.

tuintes da mesma Naçno:" accrescendo mais" com todo

Conversando nas ruas adoecia#, e logo ali morria#: succedeo

o gosto e de todo o meu coraçaõ," e nisto entregou ao

em hum mesmo dia morrerem oito pessoas de nove, de

Presidente huma copia escripta da sua falia, este, e o Se-

que constava# familias. Médicos tomando o pulso aos En-

cretario se retirarão para os seus lugares. Toda a Salla


fermos, ficarem logo ali mortos; e o mesmo a ladroens en-

das Cortes retumbava dos enthuziasticos transportes dos


trando, para despojar os Cadáveres de seus vestidos. O Go-

circunstantes, que a cada vóz acclamavao" a Cònstituiçaò"


verno do Imperador (Táo-kuam) deo muitas, e sabias

E" Viva o melhor dos Reis, Pai da Patria." Sua Magestade


providencias &a. Isto foi occaziaõ de muitas conversoens.

então assignou o Juramento, o qual foi Sancça# aos dois


Renovou-se para assim dizer a dezobriga pascal: todos pe-

originaes da Constituição da maneira seguinte: " Joa#


dia# os soccorros da graça, e todos temia# : Deos obra ás

VI com guarda."
vezes por Vias travessas.. , Muitos cathecumnos; e se

A Augusta cerimonia sendo conduza, o Presidente das


Deos continua a graça da paz, podem esperar-se infinitas

Coites orou Sua Magestade em huma longa falia expressiva


vantagens. A Christandade na Córea vive em paz, e se

do profundo acatamento das Cortes, e da Naçao pela pessoa


vai multiplicando.

de Sua Magestade, e Familia congratulando-o, e à Naça#


4k
CORRESPONDÊNCIA.
pelo feliz acabamento da grande obra. Sua Magestade

Senhor Redactor.
Descendo do Throno, Exclamou com o mais sincero enthu-

Graças a sua benervolencia, que accudio pela deffeza do

ziasmo" Viva o Soberano Congresso," o que foi repetido

honrado ancia# o Senhor Joaquim de Souza, publicando

pelas galerias, e por toda a Augusta Assembléa.

no seu N°. 30 aViridica narraçaõ da questa# com Constan-

Ninguém (di2 o Morning Chronicle de Londres) que visse

tino Guelfi, mas para melhor justificaça# se carece, que o

o que foi Portugal mesmo há dois annos pode contemplar

Publico veja a refutação junta, que lhe peço, queira pôr


s Scenas, que tiveraò lugar em Lisboa em o 1.° de Outubro

no N®. seguinte, poupando-me o susto de que neò conse-


sem emoçoens ou de orgulho exultante, ou de delicia.

guiria ver com a pressa dezejeda rebatido o calumniozo


Quem qner que contemple esta Scena deve necessariamente

monifesto do Guelfi, que cauzou todo este trabalho amim,


inspirar-se do mais profundo respeito, e veneração por

e a V. Mercê a quem o Ceo conserve para propagaça# de


aquelles homens atrevidos, que primeiro a emprehenderaõ,

luzes nesta nossa idade verdadeiramente Áurea de feleci-


e depois effectuarao a revolução, e finalmente pela sua

dades dos Povos, D' V. Mercê Muito Attento Venerador


assiduidade, e trabalho coroaraò a obra gloriosa, dando

e Criado. S. C. Abril 21 d' 1823.


aos seus huma Constituição analoga aos seus desejos, e

Cypriano Antonio Pacheco.


necessidades sendo ao mesmo tempo sempre grata ao seu

Monarcha. Esta hê huma Scena, que a Europa neste mo-


Continuaço# da deffeza do Senhor Joaquim de Souza por

mento contempla com admiraça# desapercebida. Cypriano Antonio Pacheco contra o infamante mani-

festo de Constantino Guelfi na Abelha N°s. 2b e 27.

■.
Por cartas de Pekim datadas de Março sabemos, que
Fantaziando Guelfi, que havia# sátelites de intriga, e

os Christaous ali principia# a respirar da perseguiça#, que


uzurpaça# (fraze delle na Abelha N®. 26) que assoalhava#

(a) Contradiz-se a noticia da Gaseta de Pekim sobre a apostasia do Christaõ da familia Imperial chamado do desterro.

devendo-se a falcidade da noticia à parte que o Governador do destricto d«o ao Imperador. Sendo por consequência falso

o que deixamos inserido na Abelha N. VIII<


J A ABELHA DA CHINA.
50

110 Publico cem cores falças a verdade de huma tranzac- Que quer diser, Senhor Guelfi, quando profere por essa

ça5, cuja cobrança ora toca ao Senhor Souza haver delle; boca fora, ou (o que he o mesmo) nesse seu mal arranjado

e representando-se-lhe, que o accommettiad espectros, du- papel, que o Chá consignado" pela sua qualidade mereceu

endes, e vampiros, prorompeo na indiscreta rezoluçaõ de a segurança trnnscripta no mixto papel" deixado na maõ

publicar hum manifesto, que se tornou menos desairozo do Achar ? Esse papel, que forma a sua obrigaÇaõ d>

ao alvo dos seus tiros, que ao proprio autor, o qual quando aquella consignação, ligardo-o a huma venda prompta em

estivesse certo no que di*ia, devia lembrar-se que nao con- Lisboa, do Chá, e remessa do seu producto no primeiro

vinha fazer à outrem aquillo, que para si na5 quereria ; Navio tirado o dinheiro (palavras formaes) que aqui havia

axioma este do Direito natural, fundamento da sociedade adiantado ao Achac, nada reza sobre segurança, nem meya

entre os humanos. Hé verdade, que a incontestável obri- segurança ; concede-lhe sim commissaõ mercantil, ma* naõ

gaçaõ de deffeza própria força o homem a dizer couzas, o authorisa pr. i ficar com todo o dinheiro, e deixar o

que aliás naô diria: mas ter medo de arguiçoens suppostas pobre dono aqui comos olhos em alvo, c boca aberta, e

hé proprio de quem se esquece do adagio — Cobra boa que mais desapontado ficaria, se naõ houvesse á bemfeitora

fama, deita-te adurmir. = maõ, que lhe acudio por que athé hoje estaria em dezem-

O Guelfi pois concebendo disconfiança de que tinha bolço. Asegurança que devia levar o tal papel, era que

censores ao seu procedimento, que, por isso dá indicio, o Senhor Guelfi houvesse por bem seguir o exemplo do

de que elie mesmo conhecia por menos bem regrado, se Senhor Antonio Gularte da Silveira, que (como fica dito

aflfoitou a justificar-se antes de tempo ; vereficando em si na anterior declaraçaõ) na mesma monçaõ, em idêntico

o trivial dictado Satisfactio non petita accuzatio mani- cazo do Senhor Guelfi de abono de didheiro sobre Chá ti-

festa ; aliás tinha muita vontade de abocanhar, e roer a


rado da mesma porçaõ, e remessa para Calcuttá, deixou

fama do proximo : o que he peior sem comparaçaò. Para


os interessados cabalmente satisfeito. Eu também tirei do

desenvolver este errado systema, recorreo à liberdade da


mesmo Chá algumas Caixas que levou o Senhor Boaven-

imprensa, que elle chamando linitivo para os afflictos (Abe-


tura Lourenço Pereira para o Rio de Janeiro no Navio

lha pag. 95) aproveitou para huma mordaz detracçaS,


Io Rey, e o vendeo mesmo abordo, obrigado o compra-

esquecido do que mais adiante o seu remorso lhe fez con-


dor ás despezas, por 650 rs. a t!., quando o preço corrente

fessar : que pelo beneficio da Constituição saô castigados


na terra era de 700 rs. sem a qual vantagem, e se achou

os sediciozos. A' vista disto tomei a mim pelas razoens


muito bom Chá como me avizou o Senhor Boaventura

que se coliigem da minha dedaraçaS de 24 do passado, o


por sua carta de 4 de Outubro de 1819, assigurando que

informar o Publico da verdade do cazo, refutaudo succin-


o Mercador (era Achac) cumprira a sua palavra. Talves

as imputaçoens vomitadas pelo Guelfi em desdouro


o Chá degenerasse conforme a maõ a que vai parar ! Ai

da inteireza, e saã moral, que todos reconhecem no Senhor


hortelão mofino, onde poés o pé, alli nasce espinhos ! ! !

Souza, em cujo testemunho na5 houve a mínima duvida

(Continuar-se-ha.)
para se lhe darem as Attestaçoens copiadas na Abelha N.°

27 : e por ellas publicadas teriab dado cauza a huma mais

minucioza reflexão, de que aquelle habito de obrar bem

N. B. Constando-nos, que alguns dos Senhores Subscri-

nao exceptua o particular cazo com o Guelfi suposta a

ptores tem censurado o avizo feito em a nossa folha antece-


face, que este delle apprcsenta, esforçar-me-hei amostrar

com verdade, que nem neste cazo peccou a Iizura, e boa dente sobre a analyze ao anti-soneto por isso a daremos em

fé do Senhor Souza, assim pelo que respeita ao faclo, como


hum Supplemento separado, que distribuiremos grátis.

a cauzaes para os aleives, que se lhe levantarad.

Quanto ao facto.

NOTICIAS MARÍTIMAS. = ENTRADAS.


Tendo exposto na minha inicial decIaraçaS o que houve

do caso presente, creio, que a sua circunstanciada narrativa Aos 15 o Navio Luz vindo do Rio de Janeiro com escalla

hé bastante para qualquer se inteirar de como elle se pas-


por Maçambique, Bengalla, Pinang, Mallaca, e Singa-

sou : restando só para agora destruir algumas asserçoens

pura Capitaõ o 1* Tenente da Marinha Sebastião Lo-


do Guelfi que sem tento lhe escaparaS; pois estou certo,

que sem disvario taes cousasnaõ avançaria. pes Ramos Filhos.

AVIZO. André Liungstedt está encarregado da venda de algumas Caixinhas de vinho de França, chamado Chateaux

Margaux a 8 patacas a dúzia, de 18 dúzias, em nove Caixinhas, de Medoc a 6 patacas cada dúzia, e de 12 barris de vinagre

de França da melhor qualidade, que contem de 50 a 60 boteles a 8 patacas cada barril : quem quizer comprar alguma parte

dos ditos artigos se dirija á morada do encarregado.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.

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11 N A

SEXTA FEIRA, 30 de Maio.


xxxvn. 1823.

" HOC TEMPORE

O BSEQU1UM A MI COS. YERITAS ODIUM PARIT." TERENTIUS.

^ Do Conselho Geral de 5 de Dezembro citado na nossa


MACAO.
i «<•

Abelha A umero XXXIV, o qual naò foi entaò inserido

ARTIGO D' OFFICIO.

por equivocaçaõ do Amanuense do Leal Senado.

Para o Bispo do Rio de Janeiro.

Passando-se depois a das medidas necessárias a

"1VT
ATA ANDA EL-Rei. pela Secretaria de Estado dos
tranquilidade publica, em consequência de hum relatório

Negocios da Marinha, e do Ultramar, que havendo chegado


feito pelo Morador Joaò Nepomoceno Maher, mostrando

ao seu Conhecimento naò terem até ao presente os Bispos,


que o Conselheiro Miguel d' Arriaga Brum da Silveira, se
• 0 *

e mais Prelados Ecclesiasticos do Reino do Brasil, e Pro-


achava envolvido nas duas primeiras Conspirações} foi decL

tíqcíes Ultramarinas instruído os Povos, qne cstaõ confia-


dido, que a respeito do ultimo se fisessem executar as de-
H

dos à sua vigilância, e Pasto Espiritual, acerca do Systema


terminaçoens precedentes; e que daqui em diante o Gover-

i. onstitucional, que a Naçaó tem abraçado, como fonte da 1 ^ tomasse todas aquellas medidas, que julgasse mais açer*

sua felicidade, e prosperidade, e que Sua Magestade Ha ju- tadas, sem que fosse permettido ao Povo o menor motim .f

radocomamais firme adhesaõ: os mesmos Bispos imme- ^ g, ^ q da §ob pena de serera aspe.

diatamente passem a faser Pastoraes, em que mostrem, que . . .pmFlhantM


r
* ^ ramente castigados os que concorressem para sememantes

o mesmo Systema em nada offende a Religiaõ; que muito

tumultos.

pelo contrario dando elle á dignidade do homem aquelle


0
^ 1 • • % ' , *

gráo de explendor, que devidamente lhe compete, e tiran- | Resposta do Leal Senado a Carta do Conselheiro Afiguei

(p Arriaga, inserida na Abelha ATumeroXXXV.


do-o das trevas da ignorância, lhe fará melhor conhecer a
*
« i
' I , T . ' I

puresa da mesma Religia^ que professamos; que Sua Ma- Illustrissimo Senhor Conselheiro Miguel d' Arriaga

geitade, achando-se com toda a satisfaçaõ estreitamente grum da Silveira = Naò competindo ao Leal Senado o

ligado a elle, naõ poderá olhar, se naõ como inimigos da entrar na discuçaò judicial, em que V. Senhoria o perten-

felicidade da Naçaõ, todos os que lhe naò prestarem mani- de Solver no seu ultimo Officio, se sao bem ou mal fun-


• •

festa adherencia ficando os mesmos Bispos na inteligência ! fofas as decisoens dos três Concelhos, pelas quaes hè V.

de que alem das Pastoraes, que mandaraõ affixar em todas Senhoria positivamente obrigado a sahir desta Cidade; e

as Paroquias dàs suas respectivas Dioceses, devem recom-


sÒ sim o dar-lhes a devida execução, para que naò recaia

mendar a todos os Párocos, e mais Prelados Ecclesasticos sobre elle a responsabilidade dos males que poderáõ resul-

que nas opportunas occasioens hajaõ de pregar, e instruir


tarda demora de V. Senhoria neste paiz : torna o mesmo

os Povos pela maneira predita ; e de o haverem assim exe-


Senado a participar.ihe pela ultima vez, que V. Senhoria
*
jHjnyEj, 4HT

cutado daráò couta por esta Secretaria d'Estado. Palacio


deverá iofallivelmente partir no Navio Vasco da Gama, no
r
, ' , • i * »' * '

de Queluz em 4 de Novembro de 1821.


qual V. Senhoria tem convencionado a sua passagem, como
* • . • - ' ' t ' ' í I M
i k * j\ i ] *4 yy A
Joaquim Jozè Monteiro Torres.
o afirmou no seu primeiro Officio, ficando V. Senhoria na

Da mesma data, e theor se expedirão para as diversas

certesa dc que lhe seràò dados por esta Secretaria, naò s*


Províncias Ultramarinas:
152 A ABELHA DA CHINA.

os Documentos que V. Senhoria pede, como quaesquer ou- Expoziçaõ referida na Carta supra.

_llíustrissimo e Leal «Senado.


tros que V. Senhoria exigir pata a sua futura deffesa.

; -

Ueos Guarde a V. Senhoria muitos ânuos. Macao Secre- Recebi a intimação, que V. Senhoria rae mandou fazer

ultimamente sobre aminha sabida desta Cidade, a bordo dò


Uria do Leal Senado 29 de Janeiro de 1823.

Carlos Jozé Pereira. Navio Vasco da Gama, que faz escalla pelo Rio de Janeiro*

lllustrissimo e Leal beiíado. indeferindo o meu proposto addiamento, para a partida da

Tom devido reconhecimento á graciosa concessaò desta Carolina, que naô tem de fazer amesma escalla.

Sessão, levo a Despacho do Leal Senado a Exposição indi-


Esta rezoluçaõ, pelos termos íinaes, em que he concebida*
v»ir « .k^ àr V4 * * •

cada, pela quaí terá V. Senhoria occaziaô de observar, que I naô podia deixar de surprehender me; e tanto mais, quanto

• *—

depois de ponderar circunstanciada, e moti vadamente os


menos era de esperar, attentos os sabidos baldoeos, que*

embaraços, em que me vejo para fazer escalla pelo Brazil,


ha 6 raezes de penivel, e desgraçada luta, ora prezo em

peço: Io hum addiamento de viagem (posto queja inde-


huma Torre, ora em caza, e doente, ora vigiado, tenho ex-

r • ' * . ' *
ferido) à qual aliás naô me opponho, nem ja mais me
perimentado com a maior rezignaçaô possível, unicamente

oppuz, salvos os meus Officiaes e particulares engageamen-


para naô molestar o Governo Estabellecido, com exigências*

tos. segundo a declaração de V.Senhoria na Sessio de 18 de


aliás preciozas em própria deffeza. Hum somente soffrí-
• •. r • t - •

7br° : 2Q em cam de que o Leal Senado nio queira, como


mento, os ineus anteriores serviços a esta Cidade, e sobre

pode, deferir-me, sem ouvir o Conselho geral, que ou a elle


tudo o respeito, que tenho devidamente guardado ao Leal
- . \ ■ T • * ' ' ' ' *

proceda devidamente, comparecendo eu para expli


Senado, parecia ser sufficiente motivo, se naô para que hou-
• ■ *

• onducentes à explanaçaõ da verdade, com precedência ao

. - , . ,.. » - •. i , . .... vesse hum perpetuo silencio sobre taò extraordinário pas-

a to deliberativo, o qual começado me retirarei , ou entaõ. a ,1 -i - v c k • • i * *

' sado, dando-se V. Senhoria, a si mesmo a gloria de fazer

que a mesma Exposiçaô, ou seu Extracto (que formarei u- . • . , , ., , .,

' publica, mais buma marca de humanidade, que lhe contra-


» . i t • « ^ . i ■ » .» rj
*endo authorisado) circule pelos vogaes, naô suspeitos, que

hia verdadeira gratidaô, e sentando, alem dos seus próprios

na forma do Regimento deváô formar o Conselho, para

sentimentos liberaes, a insinuação do íllustre Deputado

interporem separadamente o seu parecer, pelo qual se res-

iw * Peiioto (Diário das Cortes N.° 236 a f. 3224) quando»

ponsahilisera : 3* E fiaalmente que a ser violentado à per-

fatiando do Conde dos Arcos, na Sessaõ de 27 de Novembro

da dos direitos de Cidadaô pacifico, verificada com o

de 1821, disse = ...e ja que naô temos meyo de reparar a

meu extermínio, sem Sentença, de hum Paiz Nacional'


opperaçaô, que injustaute soffreo em huma Torre (proh

nes* cazo. se me dem as culpas, ou em falta da sua forma- do,or mca,} ao menoJ leí,emu„hemo, perante o Publico o

aliás precisa, Se me convença de que vaii collidir mais completo reconhecimento da sua innocencia, restituin-

interesses públicos, e particulares, como naô vejo (e sim do.,he a |iberdade restricSaõ = afim de ter eu mais

estes com outros igualmente particulares) tòrnando-sc a

tempo para melhor me entregar aos arranjos necessários ao

minha demora nesta Cidade perigosa à quietaçaò publica,

1
» m 0* w■ -u longo domicilio, e vivcbda de 20 annos; ao menos para que

salvas as devidas protestaçoens contra aquelles, que o Po

fosse deferido no addiamento da minha viagem, ja promet-

der Judiciário venba a comprehender na Sançaô das Leis

tida, o qual sc requeri, foi forçado das ininbas circunstancias

que, accommodadas ao art. 6o das Bazes da Constituiçaô,

f particulares, e publicas* que naõ permittem * em tempo

marcaS a devida responsabilisaçaõ.


/, •*, •» , . , , J li n I £ -■ /k «' l I m > rh
Constitucional, e por isso de liberalismo, que ta5 desgraça-

Tao justa, como Constitucional pertenças ao mesmo pas-

'
damente se disperse huma familia, ao ponto de ficar, por

so, que facilita ao Leal Senado a occasiaõ de testemunhar

condemnaçaõ perpetua, sem crime, a Espoza, e os filhos em

a sua imparcialidade, em hum semelhante negocio, lhe dà

òf * '■ ') í ;
Macao > na
s ')> ■
China* y.'
em ; . . >
abandono, e o Espozo, e o pay no

meio de mostrar, por hum acto de humanidade, proprio da


Brazil, em Lisboa, no Mar!;...

reconhecida, e moderada conducta do Soberano Congresso,

Naô hé o mesmo passar em Portugal de huma a outra

a marcha, fyue o respeitável Publico tem a seguir para con-

Província, ou ir das Ilhas a Lisboa, ou do Brazil, ou


trahir a jà, reciprocamente declarada, gratidaô, por parte

?
(iIHg^[n o *;. • wi' -»i ■ i lon1 *)'s
ainda vir á índia, para exercer huin emprego, deixando a

de hum Empregado, que lhe fez aturados serviços* de hum

familia na Europa, em arranjo, e abrigo* trata.se de hum


Cidadao, que tem respeitado as Leis do Paiz * e de hum
'£jjj§n
. ft -f J * • I# « I * .á \
funccionario da minha situaçaõ, que sahindo daqui, aonde
Morador, que ha 17 annos faz parte das suas famílias,

tendo acabado
Deos Gnarde a V. Senhoria muitos annos. Macáo 14 de

" iV

posso
Março de 1823

Miguel d'Arriaga Brum da Silveira»


depois vir busca-la! Em diversas circunstancias estáo aquel-
A ABELHA DA CHINA. 153
- — • •»,-« •

3es que pnra «eus negocios, e entercsscs, deixaõ as suas ordenada; para justiíicar-me na aparidade ; pois que, sendo

r.azas arranjadas, navegando de huma a outra parte, sem cila tirada sobre acontecimentos occorfidos nesta Cidade,

na ,ne
serem privados de fazer «que a Lei lhes naõ prohibe: o ^ poderia evitar á comprehensaÕ na Pronuncia, ainda

^ue a mim me naô acontece, porque sem processo, nem sen" sendo outros denunciados, se as testemunhas me inculpas-

,cm
tença, vou soffrer aperda dos direitos de Cidadaõ Portuguez » sendo de mais certo, como V. Senhoria declarou na

amais affiictiva de todas a* penas, visto que vou ser exter- SessaÕ de 14 de Setembro, em que accordou a minha pri-

za5
minado de hum Paiz Nacional, seja por castigo, ou por (Por segurança pessoal, corno se disse) que o motivo

Cautela, que vale omesmò. de inquietaçaõ dos requerimentos contra mim se conheceria

No primeiro caso na# posso conciderar-roe; por que pelo processo, que sc hia formar. Entaõ ou naó chegou

w
pedi as culpas, para justificar-me, aqui, aonde posso ter os lc aformar-se, e por tanto parece duro soffrer hum casti-

documentos, e as provas, que me abonao, e nada alcancei; go tal, como extermino, por que, como disse o lllustre

sendo publico, que duas Devassâs se tiraraõ por âconteci- Deputado Trigozo na Sessaò de II de Fevereiro de 1822,

# . •

mentos passados, e em nenhuma sahi culpado, graças aos hé hum principio de Justiça em lodos os Governos, de que

honrados Moradores Macaenses, que naô se deixaraõ allu- o crime de que se naò pode fazer processo, naõ pode ser

nnar, para jurar o que naõ viraõ, depôr o que naò sabiao, punido; ou o ter sido formado, e havendo rezultado, devia

t affirmar o que naõ existio! E mil louvores áquelles, que te-lo sabido para justificar-me, naõ menos que V. Senhoria

tios Conselhos, apesar de celebrados em momento fcrytico, em tempo, em que felizmente voaraò procedimentos in-

quizitorios, e tenebrozos; pois que, alem de que, sendo


perguntáraõ pelos delictos, bem como a outros, que nas

*• i/1 /1 c *
elles occultos podem rezultar calamidades á innocencia,
Sessoens respectivas, reconhecerão a importância da pro-

como disse o lllustre Deputado Moura, chamando publici-


tecçaõ, à liberdade do Cidadaô pacifico, incumbida pelo

dade do processo, como meio único de se aclarar a verdade,


artigo 3° das Bazes da Constituiçaõ á que prestamos o sa-

e de fazer, com que esta appareça taõ clara como a luz do


grado Juramento. E sem duvida, que, se das Devassas

dia, he de mais certo, que a Constituição (como disse o ll-


naò resultou crime, como se poem em duvida a minha

lustre Deputado Brilto) naò tein outro objecto, senaò de-


innocencia? Assim disse na Sessaò de 27 de Novembro de

clarar, e garantir os direitos, e deveres do Cidadaõ para


1821 (Diário das Cortes N.e 236) o lllustre Deputado Pi-

com o Governo, e reciprocamente; continuando elle<=


hientel Maldonado âcerca do Conde dos Arcos, quando

tf
A liberdade he o primeiro dos direitos do homem, e o res-
alguns contra o parecei* da comraissaò approvado, que o dêo

peita-la he hum dever sagrado dáquelles, aquém a mesma


por livre, queriaò, a pezar disso, que elle sahisse para fora

Constituição confia o deposito; e administração da júris,


de Lisboa 20 legoas (que naõ saô as milhares da China à

dicçaò, e da força publica (Diário das Cortes a f. 268 Toni.


Europa por entre mil perigos sabidos) continuando o me-

5.°) 0 que a V. Senhoria competindo, reconhecerá por bem


smo lllustre Deputado i = como se pode opinar, que seja

fundada a minha esperança, na incumbida protecção a


desterrado (isto no mesmo Paiz !) aquelle que está inno-
'

meus direitos, para naò sentir nelles privaçaò, quando naó


tente! Naõ comprehendo. Pergunto : De qde modo se

esteja, como me considero, de algum modo culpado.


prova a innocencia dc qualquer pessoa ! Quando se lhe naõ

E passando agora ao 2° cazo, o de cautela, permittirà V.


provaõ delictos. Todo homem tem por si a prezumpçaõ,

Senhoria leve à sua consideraçaÕ algumas reflexoens, para


de que está ionòcente, quando provas legaes o naõ fazem

apparecer delinquente. Isto hé ojustO; o mais he barbaro, que naõ tenha por sincero o recurso a este refugio por par-

t • ; i \9 * t

e despótico. Deixemos de despotismo no Império da Ley.= te dos meus inimigos, aquém poderia fazer applicavel os

Esta opinião, que foi seguida de toda a Assembléa, conhe- Versos de Horácio =í In vitium ducit culpa fuga, si caret

cendo V. Senhoria a analogia que tem com o meu caso, naò arte = Comó em idênticas circunstancias ou vio o lllustre

éxtranhará, a chame em meu apoio; recordando ainda a


Borges Cafneiro do seu Collega Pessanha, quando este, para

, • • »

advertência, que na mesma Sessaò fez o Itiustre Deputado


mostrar a singularidade de opinioens, exclamou que 9e

Peixoto, quando disse, que se devia estar pelo rezultado


recorria à arbitrariedade, como remedib da mesma arbitra-

da inquiriçaÕ judicial (alli como aqui ordenada) por que


riedade. Em que pode fuudar-se a exigência da minha

aliás se poderia dizer, que aquelle procedimento foi hum separaçaõ ! Em partido influente! Naõ; por que nas

■..
• • ^ i•

laço, que se armou ao supposto Reo para o perseguir, se mesmas Sessoens de V. Senhoria, que tenho lido sou decla-

se achasse culpado, e no cazo contrario* ficar sem effeito a rado objecto de odio publico : logò áera partido que faria!

deligencia feita. Digo inquiriçaõ devassa também aqui E para qufc! Para noval ÍDgerencias'adroinistfáti?a« ! Jã

A
A ABELHA D A C H I N A.
154

inais isto podia caber em ideia; attentas as minhas ante- conferencia, haja parcial, ou totalmente, qualquer alijaçaõ,

riores declaraçocus. Para geral pcrlurbaçaõí Deixo á ou abandono ; por que, já fundadamente temendo o Sobe-

imparcialidade dos Moradores de probidade» avaliarem a


rano Congresso a influencia, que estas combinadas declara-
-

minha conducta nesta parte.


çoens insendiarias podiaõ ter sobre o espirito d' alguns

Eu amo demasiado este Publico, áquem sou intimamente


dos mesmos representantes, os quaes (como disse bum 11-

ligado por hum aturado domicilio, e com tal relaçaõ de


lustre Deputado) entraò para a sua Camara com iguaes

famílias, que penso hé de acreditar, eu possa querer a sua


prejuisos, que qualquer outro homem, podem por génio

inqueitaçaô, e banelho; e por tanto hé duro, ou ao menos


temido, ou inexperto, dar a Patria em perigo, sem o estar

naõ posso encarar sem grande magoa, o incrivel tacto, de


em realidade, e assim faser voar as formulas do Processo, que

que sendo eu o paciente, e de tal forma fluctuante, ainda


outro Iilustre Deputado denomina Divindades tutelares da

continuo, nao só a soffrer os cruéis effeitos de hum paTtido,


innocencia dos Cidaduõs, igualmente como chama às ar-

•que tem Chefie conhecido, e que em publico se jacta de o


bitrariedades, peste da Sociedade Civil, Houve o mesmo So-

ser, desafiando a que o sigab na perversidade, sem qualquer


berano Congrsso de Decretar, nà Sessaò de 25 de Fevereiro

'rebecço nem temor da Lei, que para todos quer vistas


de 1822 (Diário das Cortes Tom. 5o f. 259 e 304) que so-

iguaes; mas seja posto em abandono bum Magistrado, que


mente a suspensão daquellas formulas, ou fíabeas Corpus

aqui mesmo fez serviços, hum Pai, hnm Cidadaõ, hum


Nacional tivesse lugar nos dous determinados casos de sub-

homem ! ....
levaçaò aberta, e de invasaõ do inimigo; registado o

T' • <
Também conheço demasiado o direito de preferencia, qrte
addiarhento ofFerecido ao art. 181 da Constituição pelo Ii-

tem o conimum sobre o individual, e dando, da melhor


lustre Deputado Borges Carneiro, que queria (como naò foi)

vontade, salva a honra, a garganta ao punhal, satisfaço de


fosse exceptuado o caso de conspiração,a respeito do qual

sobejo. Mas naõ nos deixemos facinar : grande he adiflé-


fallou o Iilustre Deputado Peixoto deste modo=Hade aban-

rença, que vai entre a troalisaft de interesses particulares,


nar-se cegamente a sorte do Cidadaò à justiça ou injustiça

Mi
e públicos, ou entre particulares regrados, e particulares ca-
do Poder Executivo, só por huma suspeita de que se armaó

prichosos, que se devem extremar huns dos outros para os


traiçoens \ Èra tal caso melhor seria que se lhe deixasse

levar a devida comparaçaõ> por meio de htima bem afferida


ficar logo essa Authoridade. Naó, Senhores, (continuou)

balança, que naõ equivoque peso, e valores. No meu cazo,


se existem factos, proceda Governo sobre elles pelos meios.,

-» * \ Jr BWW*
naò hé o commum que exige meu sacrifício, nem comigo
que lhes saó próprios, e de nenhuma sorte se deixe porta

concorrei he hum individuo, huma reunião, que, aprovei-


aberta para procedimentos tenebrosos, e inquizitorios. =*

mechavelicos, e na.
tando a uzual inexperiência de
(Continuar-se-ha.)

tural aversaõ de probos Moradores a momentos subversi-


9 CORRESPONDÊNCIA.

vos, faz manejar a Tactica popular taõ habilmente, que


Senhor Redactor d' Abelha da China.

anteolhando-sc a hum tempo em diversos pontos, o mesmo Tenho a pedir-lhe, haja dè' mandar publicar na sua folha
*

iinmediata o leilão publico pelo Juizoda Ouvidoria Geral nò


fantasma das perturbaçoens, obriga a todos mefios-cautos,

Deposito Geral as 10 horas do dia Sabbado SI do corrente, de

a que, como assustados, e lutando com a sua propha con-


humas fazendas do China Lonki empenhadas a Sir Andrews
t

sciência, corraõ a buscar abrigo, agarrando-se à valente Ta- Ljungstedt.

Igualmente o anmmcio para que, se algueirí tivfcr pertençac»


boa da Grande Lei = Salus Populi ^ como se hoje vales-

á compra, ou arrendamento das Cazas grandes, e suas cir-

sem previligiados coutos, ou injustos azilos, seja qual for o


cumvizinhas do defunto Padre Antonio Joze da Costa, se di-

seu colorido, e mascarado titulo, sempre ineficaz á vista da rija ao Sr. Juiz Lima, ao Senhor Depozitario Geral Miguel
_ 0 H * 4k li C2a 1

Antonio Cortella, ou ao meu Cartorio. E ficar-lhe-hei agra-


melhor Policia. Desla verdade está V. Senhoria naõ menos

decido por mais este favor. Eu sou De V. M. Attento Ve-


persuadido, que, em dia claro, com os conhecimentos pre-

nerador. Sua Caza 27 de Mayo de 1823.

cisos para saber, que as unhas d'aquella esperançosa ancora,


Antonio Aggersborg.

naõ pegaò em fundo solto; nem os hábeis Pilotos, que daò


NOTICIAS MARÍTIMAS. == SABIDA.

hoje rumo a Nâo do Estado, querem, que, sem perigo re-
O Navio Luz, Capitaõ R. F. Pereira, para Manila athé 10

de Junho.
conhecido pela maioria dos encarregados, em determinada
• •

a , i,« Ti* • 11* _ 1S itrjIJU UI < * - *


I • w « *- •

AVÍZO. Segunda feirai de Junho se abrirá a Escola publica de primeiras letras no Collesrio de S. Joze ; cm

que se vai por em pratica o methodó do Ensino Mutuo.' Podem coucoírer todos os meninos da Cidade, e sem nada

contribuir para o Professor, que he pago pelo Guberno : e so ik> principio de cada trimestre, a contar do principio de

Julho seguinte/ daraõ húa pataca para as despezas da escola, que subrainistra tudo para o ensino, coíbo cartas,

papel, &a. Dos meninos pobres nada se exigirá. - ^

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO
A

E A
L

DA

N" A .<*

Ql IN TA FEIRA, 5 de Junho
N.° XXXVIII. 1Ô23

a
HOC TEMPORE

OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM PARIT." TERENTIUS.

• >

seus respectivos contractos; se usasse da mesma authoridade


MACAO. • •

para conseguir que o nosso agente fosse attento, e sollicito

v# • % ■ ^ %

nas funçoens que lhe competiao, e exacto na prestação de

A PPREZENTAMOS aos nossos Leitores os seguintes

1
contas e
documentos, para que á vista dos factos alli expendidos, I ' ^ahsaçaô de remessas, diríamos sem duvida, e nos

termos mais capazes de explicarem a nossa gratidaõ, e sensibi-

possaò tirar as legitimas consequências.

lidade que V. Senhoria servia o Estado, e mostrava conhecer

bem seus interesses, auxiliando, e ampliando hum dos princi.


COPIA

paes ramos das rendas publicas; e que a estas vistas econo.


1 Ilustríssimo
11 Uijii i íoiiuu Senhor
Oviiiiui Miguel de
u* - /v
Arriaga
11 lei v-, (% Brum
u i ii i ii da
vi cx Silveira.
wjiivr.net»

~ . ir o l. I micas, e politicas unia as de exercitar a benevola amisade


1
Em tempo competente recebemos as Cartas que V. Senho- '

^ . iivn . que
Que nas refferidas duas ultimas Cartas allegou, e que ja
ia
ria nos dirigio datadas em 4 de Fevereiro, e 11 de Dezembro

havia repetidas vezes protestado aos antecedentes Caixas do

de 1818; e se bem que depois das mencionadas recepçoens se


• «•

predicto nosso Contracto. Mas qua^ differente deve ser a


proporcionarão occasioens para responder-mos a V. Senhoria

nossa linguagem quando sabemos, e por confissão do mesmo


deliberámos espaçar esta delligencia esperando que a naturesa

nosso Comissionado Thovar, que V. Senhoria exercitou a


do negocio refferente ao nosso findo Contrato do Tabaco, e no

. „ , i, sua influencia, e facilitou a sua garantia para que se effectu-


r 1
qual se acha V . Senhoria desgraçadamente envolvido, o con- °

assem vendas de Tabacos, também abusou da sua authoridade


duziria a prover a nossa indemnisaçaõ ; poupartdo-nos assim

naò somente
a violência, a que na5 podemos já esquivar-nos de lhe mani. Para e
*torcluir dos
Compradores os vallores dos

mesmos Tabacos mas tambem


festar em termos ingénuos, e positivos o nosso justo resenti- > Para toIher
° uzo do inaufel iv
'e<

mento, nosso sensibillissimo prejuízo, e as medidas que vamos Direito que competia ao nosso agente para repetir dos me-

smos
tomar sobre hum facto, que talvez seja singular assim no tra- compradores os pagamentos que illigitimamente haviaó

cto commercial, como na recordação dos excessos, e abusos frito a Senhoria, e que sominao mais de duzentas e vinte

mil patacas segundo o calculo que nos remetteu o mesmo


até agora comettidos pelas authoridades constituídas.

Nas referidas suas Cartas teve V. Senhoria por objectos o | Thovar; o que tudo prova desgraçadamente, que a apparente

persuadir-nos dá efficacia com què protegeu sempre os intere- I beneficência com que Yr. Senhoria intervinha na marcha da

ses do nosso Contracto; pérsuadir-nos igualmente de que os Administração incumbida a rhovar, teve poi objecto apode-

raordentissimos prejuízos que estamos soffrendo nesse ramo rar-se do nosso cabedal, e que para este fim longe de inspirar

do nosso Contracto procedem da falta de remessas em nume- ao Yiosso agente sentimentos de fidelidade, concorreu para que

rario; e finalmente instar-nos para que supramos a escacês do prevaricasse criminosamente no exercício do seu ministério.

referido numerário remettido, ordenando ao nosso Comissio- Recebendo \ . Senhoiia a C arta que lhe enviamos em 4 de

Desembro de 1817, reçebcu com cila a certesa de termos todo


nado Francisco Antonio Pereira Thovar que faça abatimentos

o conhecimento do despotismo com que V. Senhoria extorquio


nos preços, nao só dos Tabacos que entaò existiaò em ser;

* > * ' v

a grande somma acima mencionada ; e de haver aproveitado


mas outro sim nos que antecedentemertte haviaó sido contra-

o nosso agente taó desgraçado exemplo para tambem fraudar


ctados, e até entregues aos Compradores.

nossa fasenda ; e era por tanto de esperar que V. Senhoria


Se V. Senhoria houvesse exefeitado a sua poderoza influen-

quisesse animar a nossa esperança, e que a esse fim nos fizesse


cia para se effectuarem vendas; se houvesse igualmente inter-

alguma attendivel remessa; mas vemos pelo contrario, que


posto a sua authoridade, e força coactiva para que os Compra-

engenhosamente pertende V. Senhoria, condusir-nos a que


dores cumprissem pontualmente as condiçoens outorgadas cm
abelha da china.
156

'açamos, e ordenemos abatimmt09 nos preços até mesmo d'a prins daquelle Paiz. Por Confiçaõ do Supplicado, a qual

quelesTabacos, de que se fiserão vendas, alias até consumma. consta da Carta junta, inserio-se neste manejo o actual

das, pelos pagamentos de suas importâncias, que a V. Senho- Ouvidor da mesma Cidade Miguel d' Arriaga Brum da Sil-

ria fiserão os mercadores Chinas; e que além deste plano veira, com a simulada apparencia de querer proteger o

-
concebeu também o de conseguir espera de alguns annos para
contracto, e com esta capciosa arte conseguio intervir nos

a solução da sua avultada divida; o que tudo importa, em

ajustes de diversas partidas de Tabaco, com Mercadores

termos claros, exigir V. Senhoria de Nós quita, e moratória ;

Chinas, a quem afiançou, e dos quaes, por este titulo, fc*

sabendo perfeitamente que para esta se verificar exige o Di-

recebendo successivãmente os valores ; mas reprezando-ox


• ■ vv plena
reito •••* segurança
MB ^ «A dos
«a vi# credores,
—. — —— — — - 7 e— aquella
— —- —
nem he— — —■ - — — —
favore-

em s,,a ma
cida pela Legislaçaò do Reino, nem V. Senhoria pode allegar ^» amparado de seu respeito, e poder, só deixou

circunstancia alguma das que costumaó desafiar a comisera- ao Consignatário a illusaõ, e aos Supplicantes a rapina es-

çaó dos Credores. panlosa de Duzentas e viute nove mil, e tantas Patacas, cu-

Conhecemos bem que ordinária, e directamente naò podemos | mu||()> a qUe 0 Supplicado faz mostrar os valores recebidos

intentar acçaò contra V. ia, porque só a temos contra

pelo dito Magistrado, e relidos despoticamente em seu

o nosso agente, e Devedor Francisco Antonio Pereira Thovar;

poder. Por oulra parte o inesmo Supplicado prevaricando

porem como o nosso Augusto Seberano costuma attender os

em seu oficio, affoulo corti a protecção extorsiva do dito


Recursos extraordinários quando saò fundados, e quando se

. -j j j • • a I Ouvidor, e com a distancia longínqua dos Supplicantes


lhe evidenceia hum a urgente necessidade do exercício do seu | i rv

Poder, deliberamos as seguintes medidas. distrahio também o que quiz,e o que pôde; de sorte quee-

Nesta occasiaò constituímos Procuradores para requererem I stando os Supplicantes era actual liquidaçaS dos Con-

a execução de huma Carta de Sequestro, que lhes remettemos tractos, acharaò, que o Supplicado lhes era responsável,

contra Francisco Antonio Pereira Thovar: Na ordem das in-


por mais de trezentas mil Patacas, naò tendo para as haver

strucçoens que dirigimos aos ditos nossos Procuradores se


se naò a esperança, de que pudesse produzir hum sequestro,

comprehende a de remetterem para o Rio de Janeiro para


por haverem primeiro esgotado, sem o menor fructo, tudo

ser levado aos Pés do Trono hum Requerimento no qual offe-


quanto estava nos decentes termos de hum amigável era.

receraos ao Real conhecimento os procedimentos de V. Senho-

bolço. Naò podendo os Supplicaules accionar o Ouvidor,

ria; isto porem quando aconteça: Evadir V. Senhoria á Exe-

por na5 ser o facto passado com elles im media ta mente, e

cuçaò com despachos illusorios: Naò equivalerem os Bens

por que huma lide em taes circunstancias quando chegasse


sequestrados à importância do nosso Credito : E de não ser

a ter fim, Seria de hum ef&ito nullo, sem cauçaó, que de


suprida a carência dos dito9 bens com alguma avultada porção

s
dé Generos aos mesmos nossos Procuradores. eu principio segurasse a restituição do dinheiro; delibera-

Participamos a V. Senhoria a sobredita nossa resolução, raó-se a requerer sequestro pelo Juizo da sua conserva-

porque ainda queremos lisonjear-nos com a esperança de que toria da Cidade de Lisboa, contra os bens do Supplicado

V. Senhoria fará o devido esforço para evitar a notoriedade Tovar, C effecti vãmente se lhes expedio Carta, que se acha

de factos que lhe serão tão perjudiciaes. como são desgostosos execuçaó na que„a C|dade de Maca0 . porera Supplicad<)

para os que se assignão. De V. Senhoria


estando ja prevenido para este procedimento, e achando-se

Lisboa 26 de Muito attentos Veneradores


simultaneamente favorecido pelo Ouvidor, cúmplice em

1820. Barão de Quintella.

suas malversaçoens; e que o protege com Despachos oppor-

Antonio Francisco Machado. Como Testamenteiro do

tunos para o intento; como quem sedefendea si mesmo,


Sr. Jacinto Fernandes da

está por esta maneira fortificado de taó poderozos meios,


Costa Bandeira.

em huma Terra a onde naó ha outro Magistrado senaó o


Francisco Antonio Ferreira. João Stanley.-

mesmo Ouvidor, que o sequestro tem tomado a face de ser ;

SENHOR.

ou ,n
Dizem os Liquidatários dos Reaes Contractos do Tabaco I terrninavel; ou de taó mesquinho effeito, que n<

mesni0 va
findos em 1817, que havendo tido por seu Commissionado ^a as despezas inseparáveis da deligencia.

na Cidade de Macao, no tempo de sua arremataçaò, a como nestas circunstancias todas extraordinárias; ass

pela importância respeitável da divida; como pelas difi-


Francisco Antonio Pereira Thovar, da mesma Cidade, a este

culdades insurmontaveis que se oppoem aos Supplicantes,


eonsignaraS grandes somas de Tabacos, e Patacas perten-

e pela injustiça profunda com aue saò roubados imnnn#>~


centes aos referidos Contractos para as negociaçoens pro-
A ABELHA DA CHINA. 157

mente, naò lhes resta outro recurso, nem outro amparo^ e se continuar a ser conduzida cora o iresmo espirito, cora

que principiou, hé natural que venha a ser huma folha


senaò o da Justiça Indefectivel de V. Magcstade, sempre

muito popular.
Viva, e Providade para os cnzos extraordinários, como hé

Advertimos que as notas explanatorias a algumas passa-


o prezente; por isso, com as preces mais respeitozas, e

gens dos artigos desta Gazeta, cuja traducçaõ nós appre-


submissas, supplicaó a V. Magestade a Graça de Mandar,

que algum (los Ministros da Rellaçaó de Goa, ou outro zentamos, saô da penna de hum amigo, á quem devemos

a mesma traducçaõ a qual julgamos merecedora de credito


qualquer de maior Alçada, que fof do Real Agrado de V.

pela sua exactidão.


Magestade, passe immediatamente a dita Cidade de Macao

Segue-se a traducçaõ do Num. Io da Abelha, e a seguin-


a conher deste negocio, fazendo practicar o sequestro na

no
sua extensão devida, e expedillo para o Juizo donde emanou I *a * passagem, em que alli se diz» Conscrvando-se

no lu
a Carta com a possivel brevidade, e da,.do conta immedíata Zar huma das
cuja &a.

„ . , . , , . ., Nota = A Authoridade, á quem claramente alli se allúde

a V. Magestate do que achar sobre a extorsão do Ouvidor

„ __ , _ • t» hé, segundo suspeitamos, o Ministro, hum Empregado de

para V. Magestade se Dignar Occorrer com as mais Pro-

alta
vidência, que forem do seu Real Arbítrio para naó ficar Sradua^° em Macao
' de a,
Suma sorte semelhante á

hum Commissario do Rei, e cuja authoridade nos negocios

sepultada na impunidade huma tal prevaricação, nem os

Civis excede algumas vezes â do Governador. Em conse-


Supplicantcs roubados pela mesma Authoridade que devia

quencia d*aquelle emprego elle tinha chegado em Macao

tutelar a sua propriedade e exercício de seus justos dereitos,

ao mais que podia aspirar; e se se tornou apezar disso

pelo que. P. a V. Magestade se Digne por sua Soberana

infame, hé por que elle o hé de sua natureza ; e com effeito

Justiça Deferir-lhrs com a Providencia, que

naô há qualidade de Crime, que se naõ impute àquelle

supplicaó; ou com a que mais for da Real Consi-

monstro. A ruina da Caza de Beale, e Companhia hé

deração de Vossa Magestade» E. R. Merce.


hum daquelles de que o accuzaÔ,

Bataò de Quintella. Francisco Antonio Ferreira.


Idem pg. 208. Depois de ter dado a traducçaõ do N.° 2°

Como Testamenteiro de Jacinto Fernandes da Costa Ban da Abelhil di2 0 Redactor lngie2 teraos concluido por

deira» Joaó Stanley. Antonio Francisco Machado.


hoje a nossa traducçaõ desta interessante Gaseta; estaô-se

preparando mais alguns extractos delia, porem naõ os po_

Naõ podemos acreditar que o Conselheiro Arriaga deva demos concluir sem fazermos algumas reflexoens sobre

semelhante somma aos Senhores Contratadores, mas sim


os dictames, que nella encontrariao os nossos Leitores-

que estes lha queiraõ extorquir ; pois que todos os Credo-


Elles saô, bem como a revolução á quem devem a sua exi-

res deste Senhor tornaõ-se ladrões na boca delle, e de seus

. stência distinctos por huma moderaçaõ, por hum saõ e

amigos, como tem acontecido a muitos, e especialmente

excellente tom de bom senso, que excitaô a admira-


a Sebastião Lopes Ramos, á quem elle deve a avultada

çaô; todas nquellas passagens merecem igual attençaô, e


quantia de mais de 100,000 patacas. O Redactor.

—«•*$43®— aqnelles dictames, bellos como elles saô, naô neces-

Extracto do Jornai de Calcutta pag. 174. sitaõ de outro algum auxilio (b) senaô de Deos, e de

Sendo do nosso dever procurar todas as noticias, que se boa causa, pois elles charaaô a admiraçaõ de todo o verda-

poderem obter de qualquer parte- do Mundo para as appre- deiro amante do Patriotismo, em qualquer parte do Mundo*

zentar aos nossos Leitores ; nenhuma levámos com maior em que elíe se ache. Porem voltando ainda à mesma

satisfaeçaõ ao conhecimento delles do que a do augmento matéria, naõ podemos conter-nos de appresentar a seguinte

progressivo da influencia da Imprensa na Azia. (a) Em passagem aos nossos Leitores, acha-se nella hum taõ ver-

virtude desta nossa agradavel tarefa, temos agora o praser dadeiro patriotismo, tantas das excellentes quallidades

de lhes fazer huma breve exposição sobre huma Gaseta pelas quaes se distingue aquella Gaseta, e tudo dito na

publicada em Macao com o titulo de Abelha da China, da bella, e espirituosa linguagem de Camoens, que quasi ri-

qual nos mandou alguns Números hum amigo, e corres- valisa com os restos da antiguidade. = Ah l naó vos deixeis

.•

pondente n^quelle paiz. Ella está impressa era bello illudir, naò profaneis o nome sagrado da Patria &a. &a.=

Caracter, e redigida de huma maneira muito attractiva ; Esta exhortaçaò, e as outras, que se lhe seguem, valem

(a) Devemos a Imprensa em Macao ao zello, e patriotismo do Senhor Paulino da Silva Barbosa

íb) Oxalá se pensasse em Goa assim ! I !


158 A ABELHA DA CHINA.

mais do que todas as que se poderiaò diser cm hum vo- tidade tem dado hum exemplo digno de imitaçaó dando

asilo nos territórios da Igreja Romana aos afflictos Gregos;


lume inteiro.,,

e noticias de Ancona annuciarao a diaria chegada aquelle


Idem pag. 253. Continuamos os nossos extractos d;»

porto de Navios carregados com Gregos, os qnaes, ao mes-


Abelha da China, porem faremos antes algumas notas. O

mo tempo que Governos Protestantes subministraó armas


Editor querendo faser huma breve exposição do progresso

da revolução em Macao, adoptou o plano de publicar os e munições aos seus perseguidores, achaò hum bom agasa-

procedimentos do Senado desde o tempo, em que alli lho da parte da Igreja Catholica.

chegaraò as primeiras noticias da nova ordem de coisas


As Cortes Portuguezas tem rejeitado bum artigo de pro.

em PORTUGAL, para mostrar a marcha daquelle corpo,


jecto de lei, que subftiettia os Commnndantes militares do

e o estado do espirito publico desde aquella epocha. Os


Reino do Brasil aostribunaes do Governo: alguns Deputa-

quatros N.°* que se achaò em nosso poder, naò constaò se-.


dos temiaò naó fosse o primeiro em que os tribunaes fises.

naó daquellas Scssoens, à excepção de hum interessante


sem deste poder o faser embarcar as tropas de Portugal

documento que vem no ultimd, o qual aqui appresentamos


para o Reino.

aos nossos Leitores. Elias couieçaò em 11 de Agosto dc

Idem 27 de Setembro. O Tenente de Marinha Weaver

1821, e continuaò interpoladamente até 12 de Fevereiro

chegou aqui Sexta feira passada. Elie partio de Lima a

de 1822j para nós saò mui pouco interessantes} porque

25 de Junho ; e poucos dias antes tinha havido huma ba-

naò nos daò a conhecer mais do que questoens de ethiqueta,

talha entre os Realistas, e huma Divisão do exercito de S.

e discussoens a respeito de dever Macao, e seu Governo

Martinho, na qual esta foi batida e quasi destruida.

adherir voluntariamente à nova ordem de cousas, ou espe-


r

Idem Io Outubro. O Brigue Sportan chegou aqui cora


rar para isso ordens positivas} sendo çsta ultima opinião o

28 dias de Lisboa. Alli reinava a maior parte 3 ou 4 fra-


que fortemente pertendia sostentar todo o partido servil^

gatas e 18 transportes estavaó quasi promptos com huma


com o fim ao menos de retardar a sua queda, e talves com

# -

expedição para Brazil} alguns navios Inglezes eraõ em-


a esperança de hum novo Decreto, semelhante ao do Ama-

pregados nesta expedição: o General Dearborn (o Em-


billissimo Fernando em Valencia, pelo qual aquelle partido

H')CT O !. t T ) ^ ^ ) s * ■ •

podesse ainda conservar o seu poder, (c) O partido Con- baixador para Portugal) foi no Spartan para Lisboa ondé

stitucional procurava por outro lado todos os meios de foi muito bem recebido; e pertendendo o Governo escu-

recobrar os seus direitos: no meio desta lúcta entre os sar por seu respeito a quarentena, eile naõ acceitou, que-

dois partidos, hum homem, JoaS Nepomoceno Maher teve a rendo sogeitar-se voluntariamente á lei geral.

coragem de marchar para diante dirigindo ao Senado huma Idem 15 de Outubro. Noticias de México disem que

destemida* porem moderada reprezentaçaó na qual naò só ha fortes partidos em armas contra o novo Imperador.

lhe mostrava qual era o estado das couzas como também Nova York & de Outubro. Temos noticias de Hespanha

qual deveria este ser. segue-se a traducçaò até 27 de Agosto. Na primeira vista que os Embaixadores

Estrangeiros fiseraó ao novo Ministro dos Negocios Estran-

NOTICIAS ESTRANGEIRAS.

geiros, este lhe rogou que dissessem francamente as rela-

- Gibraltar 3 de Agosto. El-Rei de Portugal tem desap- çoens quê elles fasiaó tenção de conservar com a Hespanha

provado tudo quanto o Principe Regente do Brasil tem de baixo da sua pTeseqte Constituição : e aquelles que nao

3H

feito contrario às bases da Constituição. estavaò preparados a dar huma naò equivoca segurança de

Londres 1 ode Setembro. O Governo Portuguez tem sua amigavel disposição, foraó avisados que sem a menor

proposto negociar hum empréstimo em Inglaterra porem demora tirassem os seus passaportes: huma conducta taò

a^ora se assi^ura que o novo Banco de Lisboa tem oííere- independente foi mui própria para produsir impressoena
1
^ O . •

eido o necessário dinheiro. favoráveis aos talentos, e energia dos novos Ministros, é

- i i . : ' • • í ' 1 •. . ^

mostrar aos inimigos da Constituição que em vaó intentaó


Boston 27 de Setembro. Hum recente rescripto doPai
i M

ainda perturbar a tranquillidade publica.


na persuade fortemente a leitura das Santas Escripturas*
r
* j .. . fíb f : o ; loiq • ' p; ..

Temos mais outra prova da determinação do Governo


o que fará callar daqui por diante os que asseveravaõ que

a obrar com firmesa no desterro do Duque do Infantado


os Catholicos saó contra a leitura das Escripturas. S. San-

(c) Tal era o desejo de alguns em Macao !


A ABELHA D A CHINA. 159

das Amariblas, do Arcebispo de Saragossa dos Bispos de pode rezolver-se. Temos o do Bispo d' Elvas, quando foi

Malaga e Ceuta para fora de Madiid: sugeitos esles que obrigado por effeito de hum Conselho a sahir da Madeira

naò tendo bons priucipios, eàt.ivaó sempre ao lado de El- (3. a 4 dias de viagem para Lisboa, que naò hé da China

a Europa! ) cujos termos, e circunstancias occorridas o


Rei aconselhando-o a violar o juramento que elle lioha

da/o de manter a nova Ordem de Cousas. mesmo Prelado expende na sua Pastoral inserida no Dia-

As noticias das Províncias recebidas em Madrid eraó rio N°281 (de 1821) ássim córao se lê no N# 2Í0 a Portaria

muito satisfactorias. do Governo de 20 de Setembro do mesmo anno, desaprova-

Congresso. Diz-se que vários Ministros das Cortes , tiva dê semelhante procedimento. Temos o do Ex-Ouvi-

Estrangeiras, tem chegado a Pariz de caminho, para o Con- dor do Pará, que traz o Diário N 247; o dos prezos de

Pernambuco, e outros sem culpa remettidos a Portugal,


gresso. Nos papeis de Pariz de 5 de Agosto, se publicou

por cauza dos quaes foi na Relaçaô condemnado o Gover-


o seguinte summario de proposiçoens, que se haò de propor

* •
no, que os remetteo, em percas e damnos; o de iguaes
à approvaçaõ do Congresso de Verona.

prezos, e remettidos da Bahia, que deraò lugar ao parecer


o
I Declarar-se firme, e abertamente contra todo o gene-

da Commissaò nas Cortes, que jâ levei ao conhecimento


ro de revoluçoens.

i t
de V. Senhoria para que, vendo ali confirmado o Alv: de
2° Confiar a garantia de Italia, e Alemanha á Austriá.

18 de Janeiro de 1624, ficasse bem ao facto, de que nin-


o
3 Concordar-se hum artigo secreto relativo â Hespanha*

guém também hoje pôde ser remettido de Ultramar a Por-

4o Renovar as garantias dadas aos outros Eâtados da

tugal, ainda com culpa, sem previa Ordem d, El-Rei. Te-

Europa.

mos o do Cònde dos Arcos, a respeito do qual já fallei, naò

Declarar huma neutralidade ao menoá nó feXtefior,


consentindo o Soberano Congresso, nem a sabida para fora

a respeito dos negocios da Turquia.


de Lisboa 20 legoas, como opposto á liberdade, que lhe

6o Convidar as differentes Potencias a abster-se de gerra


ficou competindo, por se naò mostrar infractor do irapu^

aberta com a kHespanha.


tado crime de conspiraçaõ contra o Estado, o qual como o

7° Concordar em meios repressivos, e geraes a respeito maior de todos os crimes na Ordem social, exige a maior

da Imprensa. de todas as provas, como disse a comroiesaò de Constitui-

çaò, reconhecendo o principio adoptado pela Jurisprudên-

Continuação da Espoziçaõ. cia criminal moderna; illustrada pela Pbilozofia, de que

quanto maior hé o crime, maior, e mais decisiva deve


Ora se isto hé para naò deixar livre ao Executivo a

ser a sua prova (Diário das Cortes N. 236. f. 3242) E V.


acçaò extraordinária, ainda em males extaordinarios, exi-

Senhoria, olhando para o seu Foral, là tem o Alv. N° 12,


gindo, que tome dispensa do Legislativo residente nas Cor-

cuja leitura jà lhe pedi> no qual nem para Goa (dentro da


tes ;e nestas tem de haver coherencia sobre o momento

mesma Província) se permitte, que vá pessoa alguma preza


verdadeiro de perigo da Patria, dado como tal pelas duas

com o titulo de prejudicial á Republica ; tem as differentes


partes dos representantes Nacionaes, que saõ escolhidos

fontes de Legislaçaò, que me animei apontar-lhe na mi-


taò formalmente para semelhante ministério j como entaò,

nha anterior representaçaò, que dizem respeito assim à res-


sem esta escolha de opinantes, nem devida averiguaçaò

ponsabilidadejrcsultante da remessa arbitraria de Emprega-


para averificaçaò do receado perigo, e fóra dessa ordenada

dos, ou particulares, como de omissões, em cazos, que por


marcha, que o Soberano Congresso naò havia ainda querido

qualquer forma se mostrem em contradiçaò com a Lei, e


extender a qualquer outra parte, fóra do centro, em que re-

subversivos da Ordem estabelecida; e finalmente tein V.


side o mesmo Poder Executivo, podia ficar cabente, e a li-

Senhoria na Capital da Província exemplo, que já encarou


vre alvedrio de Empregados sogeitos ao Sistema Constitu-

Com horror nas suas mesmas Proclamações, como hé pro-


cional, abalar as melhores columnas do Edifício Social \
I %

prio de todo Governo Constitucional. Tendo pois V. Se-


Seria offender os sentimentos do Leal Senado,"se soppozesse

, nhoria Lei; tendo Poder ; e tendo as explicações precisas


em seus Vogaes idéas diversas; mas a recordaçaò, que vou

para naò abandonar sem responsabilidade, no Foro interno,


fazer de alguns indenticos actos, naò pode ser offensiva,

quando ella tem de a promover a consideraçaò do Governo e externo o melhor de seus deveres, a protecçaò do sagrado

'I

pela tranquillidade particular e publica. V. Senhoria tendo


direito do CidadaÒ pacifico, e da quietaçaò das familias, co-

a vantagem de haver reassumido o Poder já em tempo de mo a minha, e das mais a que hé ligada; como deixarei de

serem publicas diversas decizoens em cazos taes, melhor soppor,queV. Senhoria naò haja de auxiliar-me, no quê
A ABELHA DA CHINA.
160

que naõ seja da própria Patria, e sem vantagem publice


insta, e necessariamente lhe proponho, sem vontade propr a

conhecida ! Se interesses próprios somente me dessem


e sem outra, que a de hum bem entendido interesse

guia, eu teria como dantes, por mim profícua aquella escal.


Commum ?

la; Sou credor ali ao Thesouro publico de 12 contos de


A minha existência, posto que numérica, he hoje ligada

amais de hum vinculo social, a que saõ correspondentes I reis dos Ordenados de Conselheiro da Fasenda, ainda naô

pagos, desde IS16, com que El-Rei quiz indemnisar-me

direitos, cuja falta de sustentação pode involver mancha :

pela ininha ordenada demora nesta Cidade (Documento

eisaqui tudo Naò me oppuz ainda àthé agora (nem o

L A a L C). Teria mais alguns outros fundados motivos,

meu caracter, e reiteradas declaraçoens o pediao) à minha

que me chamassem a ir gosar melhor situaçaõ naquelle,

determinada snhida desta Cidade, aonde naô duvido, que

para mim, novo mundo. E digo mais: Teria azylo seguro

alguns me naò querem, c V. Senhoria o decide; muito mais»

(se azylo carece quem se escuda na verdade) contra esses

eu me persuado ter feito a bem do socego publico, e inte-

publicados golpes, com que sou ameaçado, em papeis Pu-

resses desta Cidade, nas diversas vezes, que careceo do meu

blicos soppostas as queixas, dantes remettidas; como se in-

limitado préstimo. Os documentos de L. a L. que me

culpaçoes vagas, obra de momentos inconsiderados, e às

ouzo juntar, provarás a V. Senhoria a linguagem, em que

vezes a voz de meia dusia de inimigos, que a outros menos-

sempre me escudir com mayor reconhecimento. E o que

caulos arrastaõ para assignaturas, buscadas a correr de hum,

apenas agora fiz, foi pedir hum addiameoto départida por

e outro lado, ora aliciando, ora aterrando, ora debuxando

naS poder conciliâr deveres da honra com deveres Officiaes.

o objectrí fcerm plausíveis còres, fossem bastantes hoje, que

Naõ he huma quimera, he hum facto. Eu tenho hum lugar


so reina o Império da Lei da rasaõ, e da Justiça, para ul-

ordinário no Conselho da Fasenda no Rio de Janeiro, como

teriores, e prejudiciaes j(ligações, que naõ tem lugar sem

V. Senhoria sabe, desde 1311, em que El-Rey, a rogos do

Sentença, que soppoem processo, e Audiência da Parte ! E

Leal Senado, e do Publico sensato, (naô aliciado) me havia


a final teria de que alimentar-me com a minha família ao

aqui reconduzido. E será, ou pode ser crivei, que esta

longe de hum Paiz, em que tenho feito de singular pade-

involuntária mora, tivesse os desastrozos eflfeitos de ser

cente eutregue, qual outro fardo, alijado ao vai-vem das

hoje, a despeito da methor Ley do Codigo Nacional, Pro-

ondas levantadas por conhecida tempestade. NaÕ tenho

tectora da liberdade do Cidadaô, naô só expulso do mesmo

a fatuidade de me inculcar por hum Cataõ de Utica para

Paiz, que deffeodi, e mesmo expondo por etle apropria

querer que de mim se dissesse o que deste Heroe de anti-

vida; que busquei sustentar com o decoro proprio do Pa-

guidade disse Lucano.=iVa luram seqm\ Patriceque impen-

vilhaS Nacional nelle tremulante; e para que afinal me

dere vilam. (Continuarse-ha.)

sacrifiquei, e involvi (com metis amigos) na recommendada

protecçaõ, á extensaô de rellaçoens commerciaes,- d'antes

naõ havidas; mas seja ainda forçado a ir, na qualidade de PARTICIPA CAO DO GOVERNO.

funcionário publico da minha ordem, sentir os rezultados


Vendo-se o Leal Senado actualmente obrigado a tractar de

providencias necessárias para a conservação da perfeita tran-


das commoçoens Politicas do Brazil, depois das ultimas

quilidade, de que se achava gosando esta Cidade antes de


noticias bem conhecidas a V. Senhoria, e por hum dos

chegarem a ella as repetidas noticias de que o Governo de

seus vogaes, que leo as Gazetas Americanas, ha pouco che-


Coa pertendia, á força de armas, redusi-la ao antigo estado de

escravidaò : tem rosolvido convocar para esse fim hum Con-


gadas ? Será, ou pode ser crivei, que, agazelhando a Na-

selho Geral, que se devera reunir na Salla da Camara no dia


çaõ, por seus ligitimos Reprezentantes, todos os Cidadaons

7 do corrente pelas 8 horas da manhã. Espera pois o mesmo

que cada dia correm a buscar seus primitivos lares, dando


Senado que todos os honrados Cidadaons, amigos da Justiça,

socorros athe àquelles mesmos Empregados, que no Sobe- e da verdadeira Liberdade, concorraò áquelle Conselho, na

certesa de que se naó admittirá a qualquer delles escusa de


rano Congresso naõ foraõ avaliados de mais exactos na

naturesa alguma para nelle naò comparecerem, excepto a de

antiga Administração Brazilica, haja hum ponto da Monar-

verdadeira e gravíssima moléstia. Secretaria do Leal Senado

quia Portuguesa, que, dhendo ser Constitucional (como


5 de Junho de 1823.

hè pela adhesaaõ jurada) violénte huin filho da mesma fa-


Carlos José Pereira

mília Portugueza, a ir ser gracioza Victima de outro Altar,


Secretario.
A

B E L
A

DA

H i

QUINTA FEIRA, 12 de Junho.


XXXIX.
1823.

" HOC TEMPORE

OBSF.QU1UM AMTCOS, VÊRIT AS ODIUM PARIT." TRRENTIUS.

pirito S., Fr. Luis dos Remedios e Melio, Fr. Henrique de S:

MACAO.

Agostinho, Fr. Antonio Teixeira, Padre João da Crus, Padre


< . t • •

Antonio dos Remedios, Antonio Joaquim d' Oliveira Mattos,


#
Copin dos ^ do Conselho Cerai do dia 7 de .1 unho de 1823.
Cláudio Ignacio da Silva, Antonio Dias da Cunha, Jose de

Sousa Placê, Antonio Francisco Tavares, Francisco Cecílio


Párrafo Io = Que o Conselho declare se houve, ou naó

Braga, Joaõ Felis do Rosario, Boaventura Antonio Peres;


tumulto na Eleiçaõ do dia 19 d' Agosto, ao que responderão

Domingos Joio Barradas, Luis Manoel Cordeiro, Jose Maria


todos unanimamente, que o acto da Eleição tinha sido o mais

Pereira, Bento Jose Gonsalves Serva, Gonçalo Joaquim da


tranquillo possível, e que só tinha havido algum tumulto, e

Fonceca Alferes, Felippe Jose de Freitas, Antonio Jose Ven-


voseria antes da Eleiçaõ, quando se disputava qual deveria

tura Pereira, Antonio Vicente Cortella, Padre Pedro Paulo


ser a maneira por que ella devia ser feita ; e esse alvoroço

de Sousa, Joaò Joaquim Pereira, Feliciano Narciso Osorio»


foi motivado pela indiscripçaõ do Major Cavalcanti em diser

Gregorio Joaquim Pereira de Campos, Constantino Jose Lopes,


perante o Povo, que este naó tinha authoridade nenhuma para

Ludgero Joaquim de Faria Neves Segundo Tenente, Cypriano


mudar o Governo; do que enfurecido o mesmo Rovo gritou v #

Antonio Pacheco, Antonio Vicente Rosa, Bernardo Gomes


em altas voses = toda = toda=querendo arrojáio pela janella

de Lemos, Simaò Vicente Rosa, Vicente Baptista Cortella,


fora, e ficando d'ahi por diante tudo no maior socego, e tran- .»

Rafael Bottado d' Almeida, Antonio Guedes, Barnabé Antonio


o
quilidade. Párrafo 2 = Que o Conselho decidisse se o Sena-

de Gouvea, Narciso Jose Maria de Sousa Cordeiro, Angelo

do tinha ou não feito o seu dever em mandar sahir desta Cida-


* •
Vicente Pereira, Felis Lourenço de Pinna, Jose Antonio Soa-
de ao Conselheiro Arriaga; visto que as determinaçoens dos

res, Julio Antonio Correia de Liger Sargento Cadete, Bartho-


tres Conselhos Geraes assim o exigião. Foi por todos respon-
di .. .
lomeo Antonio Vieira, Agostinho de Sá, Francisco Antonio
dido, que o Senado tinha feito o seu dever, a excepção do
C'* I 1 «
Pereira Thovar, Adeodato Vieira Ribeiro, Antonio Ferreira
morador Francisco Antonio Pereira Thovar, que disse, que i t. | . ^ ' v /-J , * r

Batalha, Caetano Vicente Jose da Siva, Joaó Jose da Silva


não decidia por não saber dos Conselhos passados ; mas sim I »

e Sousa, Joaò Jose Vieira, Jose Vicente Lopes, Joaò Jos«


reconhecia huma raiva gefal contra o Conselheiro Arriaga,

dos Santos, Manoel Jose Ribeiro, Jose Rodrigues, Antonio


"decisivamente até dos seus mesmos favorecidos. Pár-i

Sebastiaó Barradas, Joaó Vitorino da Silva, Anacleto Jose da


o
rafo 3 — Foi EÍeito unanimamente não só pelo Senado, como

Silva, Antonio Joaquim Alves Pereira, Joaquim Jose dos


por todo o Conselho, para hir á Lisboa na qualidade de Pro-

Santos.
curador desta Cidade o Major Paulino da Silva Barbosa,

e alli reclamar contra o attentado commettido pelo Comman-

Copia do Officio que o Leal Senado dirigio aos Membros da


dante da Fragata, como pelo Governador de Goa, que aqui a ' .* * . O

Honoravel e Selecta Companhia Inglezo, sobre o con-


enviou, no caso que todas as medidas nio fossem bastantes
0 V/ -v I ii ' » * . •b

. texto nelle contheudo.


para persuadir ao Commandaote, que se devia retirar com toda ffl

lllustrissimos Senhores da H. C. Ingleza = O Leal


a sua guarnição. = E aqui se houve por accabado o presente
<

Senado roga aos lllustrissimos Senhores Chefes da Selecta


Conselho em que todos se assignarão comigo Jose Gabriel Men- ^ » t* * . * ' ■
J V# U U| .''•*» t ■ filé 'X ' At * * t • ■' »'

des Tabellião publico das Notas, e Judicial por embaraço do Companhia o obzequio de faser lhe, com a brevidade pos-
r
• .

Secretario desta Camara, que o escrevi. = Jose Gabriel Men- sivel, a seguinte declaraçaõ. = Se esta Cidade se achava, ou
.

des, Barbosa, Basto, Remedios, Lima, Bello, Castro, Manoel


naò na mais perfeita tranquilidade desde Novembro passado,

Pereira, Padre Joaquim Jose Leite, Antonio Jose Gansalves


e muito principalmente depois da retirada do Couselhciru

Pereira, Fr. Jose de S. Clara, Felis Vicente Coimbra, Padre


Arriaga. = Se a mesma Cidade se tem, ou naò posto em

Luis Gonzaga, Padre Nicoláo Rodrigues Pereira de Borja,


hum estado de inquietação, de*sde que a ella chegou a no-
. •I -. n ^ # .J O C!)
Padre Luis Pedro Gonzaga, Padre Francisco da Silva Pinto

ticia dc que o Governo de Goa enviava huma Fragata com

e Maya, Fr. Antonio de S. Gonçalo d' Amarante, Raymundo

guarnição sufficiente para deitar a baixo o actual Senado,


FV L f >j «V • * * é . í. C , / i ,- . 1 . #k: # •
Nicolao Vieira, Domingos Pio Marques, Joaquim Antonio da

e obrigar a este povo a receber a forma de Governo deter-


Silva, Antonio Lourenço Barreto, Joaquim Pedro Jose da Silva, n !
'"±J ■ ■ fTJ CL V1'

minada pelo General de Goa. = Espera pois o Leal Senadd


Antonio Joaquim Cortella, Francisco Jose de Payva, Fr. Luis

da honra, e imparcialidade dos Chefes de huma taò respét-


de S, Rosa Pereira, O Prior de S. Agostinho, Fr* Jose do Es-
Í6? A ABELHA DA CHINA.

Resposta da Companhia Hollandeza.


tarai corporação a mencionada declaraçaS, para a levar a

lllustrissimo Senhor Carlos Jozé Pereira


presença de Sua Magestade, como hum documento incon-

Recebi a honrosa carta que V. Senhoria me dirigio em


testável contra todas as intrigas e calumnits, que o partido

nome do lllustrissimo e Leal Senado, com a data de hontem,


Servil tem forjado para deitar por terra a Liberdade deste

requerendo huma declaraçaS = Se esta Cidade se achava


povo, e sen Constitucional Governo. = Deos Guarde a V.

ou natf na mafa perfeita tranquilidade desde Novembro


Senhoria muitos annos. Macao em Sessac de 3 de Junho

passado, e muito principalmente depois da retirada do Con^


de 1823.= Remédios, Barboza, Basto, Bello, Lioia, ,Ctfstro.

selheiro Arriaga; ese a mesma Cidade se tem ou naõ posto


Quazi do mesmo tkeor *e expedirão às Companhias Hespa-

em hum estado de inquietaçàò desde o recebimento das ulti-


nhola, e Hollandeza ; e a vários Extrangciros, e 3 acionaes»

mas noticias de Goa. A's quaes perguntas, tenho a honra

dedeefarar imparcialmente que naõ tenho ouvido fallar

Resposta da Companhia Ingleza.

contra a mais perfeita tranquilidade em que estava esta Ci-

Ao lllustrissimo e Leal Senado de Macao.


dade, desde Novembro passado, e desde a retirada do Con-

Senhores.
#
selheiro Arriaga ; e naõ se pode negar que a chegada da

Temos a honra de accusar a recepcaò da vossa v. art^i


noticia de que o Governo de Goa enviara huma fragata com

datada de hontem.
• • •
Guarniçaõ sufficiente para deitar a baixo o actual Senador

Era resposta a ella disemos, que tanto quanto podemos jul-


e obrigar a este povo a receber a forma do Governo deter-

gar pelas nossas observações, a Cidade de Macào parece tei


minada pelo General de Goa, deve causar nesta Cidade a

ficado em hum estado de perfeita tranquilidade desde No-


maior inquietação.

vembro passado, e igualmente depois da partida do Sr.


Di^ne se V. Senhoria levar ao Conhecimento do lllustris-
O

Arriaga.
simo e Leal Senado esta minha declaraçnS. Deos Guarde a

Temos ouvido que desde que checou a Macao o boato


V. Senhoria muitos annos.

da provável chegada de huma Fragata vinda de Goa. tem

Macao aos 4 de Junho de 1823. T. H. Bletterman.


havido em Macào alguma inquietação, em consequência

lllustrissimo Senhor Carlos Jozé-Pereira.


dessa noticia. Temos a honra de ser, Senhores

Vossos muito obedientes Seixos

De Thomas Beale.
Jf. B. Urmston,
Macao 4 de Junho de 1823.
lllustrissimo Senhor. = Accuso a recepead do Officio que
W. Fraser,

V. Senhoria me dirigio hontem de ordem do lllustrissimo e


J. T. Roburts.

Leal Senado, e efri resposta ao seu conthcudo comtnuniro a

V. Senhoria para pôr na presença do mesmo lllustrissimo

Resposta da Companhia hlespanhola.


Senado que devo â imparcialidade e á honra que elle me

Tenho sido favorecido com o attencioso Officio de V. attribue o declarar que tem existido, esta Cidade na mais

Senhoria com data de hontem, em que se serve pedir-me perfeita tranquilidade desde a epocha assignalada por V. Se-

declare com os meus doia Companheiros, se esta Cidode se nhoria augmentando ainda esta depois da retirada do Con-

conservou ou nao na roais perfeita tranquilidHde desde selheiro Arriaga.

Novembro ultimo, principalmente depois da retirada do Ao mesmo tempo coirtmunico a \ . Senhoria em resposta»

Conselheiro Arriaga, e se a mesma Cidade se tem posto ou á segunda pergunta que me faz de ordem do mesmo lllus-

naõ em estado de inquietação desde que se recebeo a noticia trissimo Senado que naó' deixo de presenciar a impressào

que o Governo de Goa enviava huma Fragata com guar- inquieta que fiseraõ-as noticias, e contiuuaõ a faser, ultima-

nição sufficiente para deitar a baixo o actual Senado, e mente chegadas de Goa. E tendo entendido ter satisfeito
.

obrigar a este povo a receber a forma do Governo deter- ao officio de V. Senhoria. Tenho a honra de me sobscrever.

minada peio General de Goa. Macao 4 de Junho d1 182^3. De V. Senhoria. Attento

Coma devida imparcialidade devo declarar, em quanto Venerador e Criado Thomas Beale.

ao primeiro ponto que realmente se tem conservado esta {Ilustríssimo Senhor Carlos Jozé Pereira.

Cidade desde a data indicada na maior tranquilidade que

De Carlos Magniac.

se pode appetecer; e em quanto ao segundo só posso in-

Ao Senhor Carlos Jozé Pereira.


formar que tenho ouvido dizer a algumas pessoas que tem

Senhor. *= Recebi, a noite passada, a carta que fiseitet


havido bastante desassocego causado pela noticia recebida.

a honra de dirigir-me por Ordem do Governo desta Cidade ;


Meus Companheiros, que aqui chegaraõ posteriormente

e estando quasi ao momento de partir para CantaS, e nao


áquelfa data, certificaõ comigo o que levo exposto por ter

podendo exprimir-me bem na lingua Porlugueza, tomo


assim observado desde que aqui existem. Deos Guarde

a liberdade de responder em breves palavras aos interroga-


a V. Senhoria muitos annos, Macao 4 de Junho de 1823.

tórios que alli se me fasem, no idioma da minha patria.


B. L. M. de V. Senhoria seu mais attento, e obzequioso

Naõ hezito em affirmar que a Cidade de Macao tem,


Servidor. O Chefe interino da Companhia de Filippi

em minha opinião, ficado em hum estado de perfeita tran-


Gabriel de Yruretagoyena, Pedro de Sagarzurieta, Jozé

quilidade. em todas as veses que tenho aqui estado desde


llluitrisfimo e Leal Senado de Macao.
A ABELHA DA CHINA. 163

■ ■ I ■ I .11

Novembro passado, e depois da partida do Senhor Arriaga- Do Capitai), e mais officiaes do «Vavio Carolina.

Igualmente respondendo á outra questão, naõ posso deixar


lllustrissimo Senhor Carlos José Pereira.

• • 0
de declarar, que tenho observado considerável inquietação

Em virtude do aviso que recebemos de V. Senhoria por

em Macao; depois que se*tem espalhado rumores da espe-

determinação do lllustrissimo e Leal Senado, para que eu,

rada chegada.de huma Fragata vinda de Goa com Officiaes

e meus Officiaes, digàmos com verdade o estado de tran-

pira depôr o presente Governo.

quilidade publica, em que se achava esta Cidade quando a-

Tenho a honra de ser, Senhor, Vosso muito obediente Servo

qui cheguei com o Navio Carolina; he sem duvida que

Macao 4 de Junho de 1823. Cnrlns Magniac.


permanecia bem trnnquilla esta Cidade, e taò bem que des-

de que chegou a noticia da Fragata de Gòi, têmos observado


Do Sargento Mor. Felippe Lopes.

bastante perturbaçaS nos ariiroos agitados, pela noticia, que
Arcnso a recepçaô do Ofíicio, que por determinaçaõ do

receiaõ seja de perigozas consequências asna vinda.


Leal Senado V. Senhoria me dirigi o em data de 2 do cor.
9
He o que se nos offerecea dizer ao Officio de V. Senhoria.

rente mez, e anno ; e sobre o seu contheúdo, respondo a \ • #


| f A
Macao 3 de Junho de 1823.

Senhoria com a imparcialidade própria do meu caracter, » , -

De quem sômoà Com muita estima, e sinceridade Cria-


que aportando a esta Cidade em o dia 15 do mez de Março

dos e Veneradores Attentos


proximo passado, encontrei nos seus habitantes grande

Lourenço Jozé dos Santos, Joaquim Mauricio de


• w
contentamento, por se acharem livres do Despótico Go-

Oliveira, Antonio Joaõ Monteiro, Manoel Gasppfr

verno, que taõ barbaramente os opprimia, gosando entaõ

Monteiro Correa, Anastácio Rodrigues Batalha,


% ,
de huma perfeita armonia, e tranquilidade publica; porem,

Antonio Rodrigues Seixas, Joáo Raimundo Pereira.


O
esta se acha perturbada pela recente noticia, de que ò


Governador da Província de Goa mandava huma Fragata,
Do Sobrecarga Cláudio Adriano da Costa.
§*
na qual, na8 só vinha novo Governador como também
Tenho a honra de declarar a V. Senhoria em resposta ao

Tropa para esta Cidade; por cujo motivei, a maior parte


seu Officio da dita de 3 do corrente, que desde a minha

dos seus habitantes (o que he bastantemente notorio)


estada nesta, tenho prezenciado toda a tranquilidade, e se
' í ' j . - ' V -
receind que semelhante Deliberação tomada por aque.le
esta sofFria alguma agitaçaõ foi de todo removida depois

Governador, naò seja fundada de baixo de sinistras intenções


da sahida do Conselheiro Arriaga.

de arvorar de novo o Estandarte do antigo, e férreo Despo


Na& succcde assim, porem desde que chegaraò noticias

tismo, de que ta5 felizmente sacodiraò o jugo ; aspiran-


da Fragata de Goa, que deve aportar a esta, por que a onde

do unicamente o melhoramento da sua futura felicidade,


se espera crise fermenta o espirito publico. Tenho a

das Sabias Deliberaçoens do Soberano Congresso Nacional.


honra de me declarar de V. Senhoria com a mais distincta

» • -
He quanto tenho a participar a V. Senhoria. Deos guar-
considemç i&. Macao 4 de Junho de 1823.

de n V. Senhoria muitos annos. Macao 3 de junho de 1823.


De V. Senhoria Criado e Venerador muito attento.

Filippe Neri Lopes.

Cláudio Adriano da Costa.


• s•* iV *">
Sarmento Mor. de Cavallaria do Exercito Nacional;
O

Copia de húa Carto escripta pelo Conselheiro Arriaga ao

Do Capitão e nfais Officiaes do Navio Luz.


morador Francisco Jozé de Paiva. .

lllustrissimo Senhor Carlos Jozc Pereira.

Em Noirtfc de Deos A meu SaibaÔ quantos este publico

TendL prezeute o Officio que V. Senhoria me dirigio


Instrumento de traslado em publica fornia virem, que no

por determinação do Illustrislimo e Leal Senado, tenho a

anno de Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil

dizer ém conformidade do que o mesmo lllustrissimo Se-


outo centos vinte e tres, aos sete dias do niez de Junho

nado exige* que sem duvida alguma concordo pela afirma-


do dito anno, nesta Cidade do Nome de Deos de M ic 10 na

tiva no que hé tocante, à boa ordem, paz, e harmonia, que


China, foi requerido a mim Jozé Gabriel Mendes, Tabel-

existia em toda a plenitude quando aqui cheguei.


|iaõ publico de Nottas, e Judicial, por Sua Magestade Fidel-

Também ao mesmo tempo confirmo a segunda pergunta,

lissima, El-Rei Constitucional, que Deos Guarde, que tiras-

que me faz o lllustrissimo Leal Senado de que naò há du-

se em publica formão seguinte Documento.=»Senhor Fran-


vida que tem causado bastante sensaçaõ a noticiada Fra-

cisco Jozé de Payva = Incluo a Ordem para descarga,

gata de Goa.

estimarei, que abençoe depressa seu caro filho, de quem

Juliro ter satisfeito ao Officio de \ . Senhoria naíl mc

ouço maravilhas, para consolação sua e de tod i a sua cara


restando mais do que declarar-me com a mais attenta con-

família. Sò tenho a pedir-lhe, que a traser este Senhor,

sideração. Guarde Deos a V. Senhoria

como ouço algtins papeis públicos de Lisboa, os queira

Macao 3 de Junho de 1823. De V. Senhoria.

guardar em si para seu uso, e de i ossa Merce, visto natf


O menor Servidor

convir publicidades de taes opinioens, em quanto Sua


Sebastião Lopes Ramos. Filho.

Magestade naõ nos Diz qual hé a sua. Perdoe esta cautel-

Ao lllustrissimo Senhor Carlos Jose Pereira.


••
la. = Seu (meia firma que reconheço) Arriaga. S. C
Afirmamos o acima

nove de Junho (cuja era hé impreceptivel pois sò aparecem


Demétrio de Araujo e Silva, Rafael Fortunato Pereira, Joa5

os algarismos 182. Vai aqui bem. e fielmente trasladado


Augutto Ramos, Lourenço Correia Negraíi.
164 A ABELHA DA CHINA.

em publica forma, sem acressentar, e nem diminuir couza 'Ilustres; eu também a sei dos de Macao: e por isso me

alguma, que duvida faça,e vai consertado por outro Ofíi- assignarei (Caqui em diante o = Plutarcho Macaense..

eial de fé, e assignado no conserto, pelo que se deve dar in-

Senhor Redactor.
teira fé, e credito em Juizo, ou fora delle, quanto em Di-

Depois de ter visto no sen N. XXXlIIo Decreto das


reito, se daria ao proprio se apresentado fosse, o qual tornei

Eleições, e ali, com muita satisfação, o ter merecido este


a parte, e a elle me reporto. Eu o dito Tabelliaó, o escre-

Paiz ao Soberano Congresso a consideração de ter seo


vi, e assignei do meu publico, e razo signaes seguintes.

Deputiido em Cortes : e depois no seo N. XXXVI a Instru-


Ein testemunha da verdade Jozé Gabriel Mendes.

ção para nesta Cidade se vereficar o projecto : me parecia


No Conserto.

que não tardaríamos a ver nossa primeira Eieiçlo ; mas


Jozé Gabriel Mendes.

agora me parece ver sistir o passo. Será por ter sido dis-
No Conserto.

traída a actividade do nosso Governo para outras occuren-


Antonio Vicente do Rozario Aggersborg.

cias urgentes ? Mas esta por nenhúa outra, creio, que se de-

CORRESPONDÊNCIA; va inattender: e mais agora, que consta haver navio em

Cantão, que podia levar nosso Deputado às Cortes, que se


Senhor Redactor.

• ' • f • r* • %
# I • V VI / ■ V I . #• 00 • |» » _^ ^
hão de abrir no Dezembro seguinte. Será por se julgar

Consta-me qt>e Joaquim Manoel Milner publicara em

necessária a espera dos votos de Timor? Desse modo, Sr.


Pinang hum Manifesto contra o actual Governo desta Ci- V

Redactor, quãdo teriamos Deputadot E quãto ja deve


dade, e que tivera a distincta honra de ser admittido no

ter parecido tardar este no Congresso ? Eu não posso deixar


Congresso formado pela Santa Aliança de Goa contra esta

de crer, que hade ser muito mais approvada a nossa pron-


sua pacifica patria. Nem huma nem outra couza me

tidão em o enviar, do que essa literal exactidão. Ainda


admira; por que nada era mais natural do que procurar
• [I 4
mais se se considera, que os habitantes de Timor, c Splor i.ão
elle justificar a sua infame conducta, é muito mais a de

(| | pw f A t
são Súbditos imediatos de S. Magestade,mas de seos titula-
seu amo, por meio da Imprensa levando jà daqui a lição

dos Reis ; vindo a ser quasi sò a pouca gente da Praça,


estudada ; e fazer ao mesmo tempo em. Goa todos os esfor-

que tenha ali direito a voto ; a qual mesma,se se considerão


sos para o restituir a hum throno, de que elle estava de

as muitas exceções a faser dos não livres dos que naò tenhão
posse hà vinte annos, e a cu jo reinado devia o nosso grande

a idade requerida, dos que estejão ainda cõprindo sens de-


Tenente Coronel de Milícias, o seu emprego de Secretario,

gredos, &a. à quãtas dosias se virá a redusir ! E por tanto


a tua patente, o seu habito de Christò, as oito mil patacas

demasiado insignificante fração para que se se haja de portã-


que pilhou ao Cofre dos orfaõs sem hypotheca nem segu-

to tempo esperar a concorrência, sem nada adiantarmos.


rança alguma, os trezentos e sessenta taés; que sacou ao do

E em fim temos o exemplo de Goa, que quando ainda s«


a importância dos innumeravt is cal-

considerava Província com nosco, nem por isso esperou por


lotes bem notorios em toda esta Cidade. (I) Eis nqui hum

nos, para enviar os Deputados. .


dos heroesde cujo voto está dependente a futura sorte de

Ora pois, Senhor Iledactor, como hum dos bens, da imprê-


Macao. Iíe verdade que no tal Congresso entraraò alguns

sa, he ser hum fácil, e pronto meio a qual quer Cidadão d«


que lhe fazem mui boa segunda, v. g. o Illustrissimo Se-

pre?entar suas lemhrarças, que interessem ao bem publico,


nhor D. Antonio d1 Eça, hum dos desgraçados descendentes

esperando que esta não desmerecerá ser appreciada como


de D Ignez de Castro, o qual alem de mentirozo de profis..

tal, ate que não he parnque em sua execução agora se per-


sa5, tôlo por natureza, e calloteiro por fidalguia, «e achava

cão momentos; não duvido portanto que lhe dê Ioga r no


largos annos disfrutando o rendimento de duas cazas,(2) hy-

sco Periódico; nem que deixe dc entender deste me o pensar,


pothecadas em vários Cofres por diíferentes sommas, e no

e avaliam,e Senhor Redactor, como hum inequívoco


dos orfaés por dezasseis mil patacas, a que jà monta a divi-

da do principal e juros; entre tanto que os infelizes, Constitucional.


•fc-

quem legitimamente pertencia aquelle dinheiro, viafí-se


NOTICl AS MARITIMAV= ENTRADA.

reduzidos à ultima mizeria. (3) Naò pense, Senhor Redac-


Aos 11 do corrente o Navio Andrômeda vindo de Ben-

tor, que só Plutarcho he que sabia da vida dos homens


galla, Capitaò Pedro Candido dos Santos Vital.

u

(d) Apesar de tantas obrigaçoens que devia o nosso Illustre Secretario a seu bom amo, com tudo rompeo no excesso de ingratidão

. de dizer hum dia em que se via perseguido por credores Chinas, e Christaons a Bernardo Gomes de Lemor diante de varias pes-

soas que se o seu protector nao lhe désse mil ou duas mil patacas para concluir o pagamento das suas dividas., elle iria publi-

| • * m ' w # ti */ • f 4» r J Wr~*

car todas as velhacádas que o primeiro tinha feito, pois que delias conservava em seu poder os documentos authentices. Foi

/ V- j • ' ' •
bastante esta ameaça para ser servido por hum dos f ofres públicos.

1
Oí) Lt f ' 0 tt A ff Ictlfl ^ ' / ' • e I ^
(S) As duas casas apenas poderád valer presentemente oito ou nove mil patacas, por se a. harém bastantemente arrnrnadaf

^ • • • / . ' JL > \ l li i '


£ aV • « • a • ■«-

FÍS
?') "ah' ° mO,ÍT0 por
4ue seu filh0
' 0
Valeroso Alferes D. Joaquim d' Eça, disia com muita rasaò na sua Proclamar&o dc

; 16 de Novembro proximo passado, o seguinte=Q Governo installado no dia 19 de Agosto naò satisfez ás

nossas expectativas

NA TIP0GRAPH1A DO GOVERNO.
À

E A

DA

V>

H N A

f: ;

QUINTA FEIRA, 19 de Junho.


N." XL. 1823,

t %

u
HOC TEMPORE

OBSEQUItJM AMICOS, VER1TAS ODIUM PARIT.


TERENTIUS.

dar este Alvará, como nelle se contém sem duvida, nem


MACAO.

contradiçaõ alguma, e valerá como Carta ; posto que, seu


ARTIGO D' 0FFIC10.

cffeito haja de durar mais de hum anno, sem embargo da

T: > \ • l| . «V

ordenação do L.p 2* titulo 40 em contrario, e pagaráo a


ENDO o Leal Senado observrd<>, que as pessoas a baixo

meia-anata, que deverem como também os direitos da


declaradas, na# tem comparecido nos Conselhos geraes,

Chancellaria, e passado por ella, se registará na fazenda


que circunstancias criticas tem obrigado a convocar; man-

geral, de que cobtará certidão, sem a que lhe naõ vallerá, e


da o mesmo Senado apresentar-lhes o Alvará relativo a taes

Conselhos ou ás convocações dos moradores ein semelhan se registará na Camara da dita Cidade, e vai por duas vias.

s casos, para que por elle conheçaõ que saô obrigados Francisco Gomes a fez era Goa a 30 d' Abril de 1699. O

todos os Cidadaons, sem excepça# de pessoas, a comparecer Secretario Luiz Gonçalves Cotta a fez escrever == D. Ro-

drigo da Costa = E attendendo aos fundamentes do dito


naô sò no Concello que se hade reunir no dia 7 do corrente,

como em todos aquelles a que daqui em diante forem cha- Alvará referido, se encaminharem aos previllegios do dito

mados. Macào Secretaria do Leal Senado 5 de Junho Senado da Camara, e conformando-me com o que respondeo

jje 1823. Carlos Jozé Pereira o meu Procurador da Coroa sobre o referido Alvará. Hei

por bem de confirmar (como por este confirmo) o Alvará

ALVÁRA 17°
neste incorporado, o qual quero se cumpra, e guarde em-

D. Rodrigo da Costa, do Conselho de S. Majestade, Go_


quanto Eu assim o houver por meu Serviço, e naõ mandar

Vernador e Capitao General da índia, &a. Faço saber aos que


o contrario. Pelo que mando ao meu Vice-Rei, ou Gover-

este meu Alvará virem, qUe os Officiaes da Camara da Cida-


nador do Estado da índia, e ao Ouvidor Geral da minha

de do Nome de Deos de Macao, me represèntaraõ por sua


fazenda delle o façaõ cumprir, e gurdar inteiramente como

petição, que para bom Governo da republica da dita Cida-


nelle se contém, sem duvida alguma, e quero que valha
_A
de, convinha que a dita Camara tivesse authoridade para
como Carta, e naò passe pela Chancellaria, sem embargo

mandar chamar á ella as pessoas, que lhe parecer para se


da Ordenação do L° 2o titulos 39, e 40, em contrario, e se
. • ,a I ' •

resolverem com seu parecer alguns negocios, e matérias


passoU pof duas vias. Dionizio Cardozo Pereira a fez em

tocantes ao serviço da mesma Cidade j pedindo-me, que


Lisboa a 30 de Dezembro de Í709. = O Secretario André

assim o ordenasse : e tendo respeito ao referido, e confor-


Lòpes de Lavra a fez escrever = Rey = Miguel Carlos =

mando-me com o que sobre este particular, se assentou


Alvará da Confirmação, por que V. Magestade há por bem

no Conselho d' Estado. Rei por bem, que os officiaes da


de confirmar o que D. Rodrigo da Costa, Governador que

Camara da dita Cidade possa# chamar a todas as pessoas mo-


foi do Estado da índia, mandou passar a requerimento dos

radoras delia de qualquer qualidade, e condiçn# que scjaõ


Officiaes da Camará da Cidade do Nome de Deos de Macáo

1
•v -4 " à " ' í* L' J 1 í I *à í í
para com áeu parecer, se resòlter alguns negocios tocantes
sobre podefcm chamar a todas as pessoas moradoras n* a-

ao serviço de S. Magestade, e ao bem commd da d.' Cidade


quelfa Cidade de qualquer qualidade, e condição que sejaõ

e sua conservação, e quando se escusem, as poderá obrigar


o para oi negocios do meu Serviço, e btm commum } como

com pena de 50 pardaos por cada vez, que o deixarem de


nélle se declara, que vai por duas vias, e naò passa pela

fazer, que mandará# executar} e sob a mesma pena mando,


Chancellaria. = Para Vossa Magestade ver = Por resolu-

que nenhuma pessoa vá a Caza da Camara em tumulto


ção de S. Magestade de 14 de Março de 1691, em Consul-

naò sendo chamado } e querendo requerer nella alguma


ta do Conselho Ultramarino de 9 de Dezembro de 1690,
j i

cousa, o poderá fazer em particular como cada hum do


&a. Registado a f. 336 em o L.® 4o de Provisoens da Se-

povo. Notifico-o assim aos Capitnens Geraes da dita Ci-


cretaria do Conselho Ultramarino. Lisboa 10 de Feverei-

dade, e ao Ouvidor delia, mais justiças, officiaes, e pessoas


ro de 1710. = André Lopes de Lavra. Está conforme;

a que o conhecimento disto pertencer para que assim o


Macáo Secretaria do Leal Senado 5 de Junho de 1823.

cumpra#, e guardem, e faça# inteiramente cumprir, e guar-

Carlos Jozé Pereira.


A ABELHA DA CHINA
166

Officio dirigido ao Excellentissimo Bispo sobre o objecto achava gosando esta Cidade antes de chegarem a ella as

que delle consta.


repetidas noticias, de que o Governo de Goa pertendia, á

Excellentissimo e Reverendíssimo Senhor »Sendo as


força d* Armas, redusi-la ao antigo estado d' escravidaõ: tem

vistas deste Leal Senado desde a instalaçaõ do novo


resolvido convocar para esse fim hum Conselho Geral, que

Governo, no dia 19 de Agosto do anno passado, restabelecer


se deverá reunir na Salla desta Camara no dia 7 do Corrente

o locego publico que de algum modo se achava alterado


pelas 8 horas da manhaã.

pela demora que tiuha havidu, naquella nova Ordem das


Espera pois o mesmo Senado que V. Excellenci a com»

couzas, o que com bastante satisfaçaõ havia conseguido


ta5 amigo da bem entendida liberdade, concorra* àqueLie

de«de aquelle feliz momento, como V. Excellencia, em Conselho, com o maior numero de Capitulares do Revereis-

akuns dos seus Officios tem reconhecido mais de huma vez. do Cabido que puder dispensar dos Officios Divino», para

Tem o sentimento de observar de que aquella boa ordem


que com maior numero de votos se possa deliberar com

se tem alterado com as noticias recebidas ultimamente acerto em taõ interessante assumpto.

(ioda que naõ officiaes) de huma Fragata mandada pelo A' Excellentissiina e Reverendíssima Pessoa de V. Excel-

"Governo da Província, vem a esta Cidade com o fim de


lencia guarde Deos muitos annos Macao em Sessão de 5 da

inudar o Governo que se achava instalado athé a decizaõ


Junho de 1823. Paulino da Silva Barboza, Antonio do»

de El-Rey, e do Soberano Congresso. Pelo que se faz ab- Remedios, Antonio Joaquim da Costa Basto, Paulo Viceute

solutamente necessária que V. Excellencia com aquella


Bello. Joaõ de Deos de Castro.

imparcialidade que lhe hé própria do seu sublime caracter

lhe di°a de novo se com effeito esta Cidade tem neste pi- Reposta do [ilustríssimo Cabido a hum Officio qua\i

de igual theor.
queno espaço de seis mezes gozado daquella paz, e soce-

go, que naõ choc.aô com as Leys. Ulustrissimo Senhor Carlos Jozé Pereira « 0 Illustris-

Este obsequio, taò proprto de hum Prelado em que brilhaõ siino Cabido tendo recebido a que V. Senhoria lhe mandou

os mais qualificados sentimentos, pelo bem dos seus Dioce- em nome do (Ilustríssimo e Leal Senado, hà resolvido di-

sanos será hum novo motivo para que este Senado augmeu- rigir-lhe o seguinte attendivel motivo, por que exige de

tando os sentimentosde respeito, egratidaõ lhe consagra por sua Senhoria a dispensa da dita assistência ao mencionado

ultimo, a sua boa vontade para o que tiver por bem raandar- Conselho, e vem a ser. Que sendo o Cabido huma Cor-

lhe. poraçaS, naõ pode elle inteirar-se do que ou por si, ou pop

Deos Guarde a V. Excellencia muitos annos, Macao 2 de seus Comissionados haja de responder sem que antes coin

Junho de 1823. Eu Carlos Joze Pereira Cavalleiro Professo os pontos, que houverem de questionar-se á vista (os quaés

na Ordein de Cbristo, Secretario do Leal Senado que a escre- ignora) faça sobre elles as maduras reflexoens> que a sua

vi e subscrevi. Paulino da Silva Barboza, Antonio Joaquim conscieucia lhe ditar: á vista do que espera, que V. Senho-

da Costa Basto, Paulo Vicente Bello, Joze Baptista de Mi- ria haja de levar ao conhecimento do lllustrissimo e Leal

randa e Lima, Joaõ de Deos de Castro, Na margem esquerda Senado o sobredito motivo, solicitando a sobredita dispen-

Excellentissimo e Reverendíssimo Senhor D. Fr. Francisco sa. Deos Guarde a V. Senhoria muitos annos. Macao

de N. S. da Luz Chaeim, Bispo desta Cidade. Secretariado Illustrisssmo Cabido 7 de Junho de 1823.

Domingos Antonio Pereira Secretario.


Heposta.

Illustrissimo Leal Senado .


Outro Officio do Excellentissimo Diocezano.

Accuzo a recepção do Officio de V. Senhoria datado de


lllustrissimo Senhor Leal Senado. = Como naõ conheço,

2 do Corrente. Aggradeço a V. Senhoria as honrozas ex-


quem possa estar mais ao facto do espirito das Lei» do So-

preçoens, com que nelle me trata, presando-me de lhas


berano Congresso, do que V. Senhoria,, como Autoridade

merecer pela estimaçaõ qu<e de V. Senhoria faço.


constituída, c confirmada mais de huma vez, tomo a liber-

Neste Officio pois dezejo V. Senhoria que lhe diga, se


dade de rogar-lhe me queira auxiliar nestas minhas duas

nestes últimos seis raese» tem- nesta Cidade havido a publi-


duvidas*

ca tranquilidade, &a. ao que respondo que « Graças a


Primeira; se há, ou se se extendeáesta Sé a interina

Deos, cujo soccorro sempre supplieo, e tenho recomen-

suspensaõ de nomear, e colar Benefícios.

dado publica, e privadamente «=» que ignoros e nem me tem

Segunda; Se no ca*o affirmativo, ao menos eu posso»

chegado a noticia, que neste indicado periodo tenha havido

colara bum Capitular, que tendo sido nomeado anteceden-

tumulto, ou coiza que perturbasse o soceego publico. Deos


te á Ley, sò agora hó que chegou sua procuraçaò para ser

Guarde a V. Senhoria a quem dezejo todas as felicidades.

colado.

Macao 3 de Junho de 1823. 1 Ilustríssimo e Leal Senado

Dezejo com o mais vivo interesse a prosperidade de V. Se

da Camara desta Cidade. De V. Senhoria. Attento Vene-

nhoria aquém Deos Guarde muito»annos. «Macao 22 de

rador e reverente Servo Fr. Francisco, Bispo de Macao.

Novenibrode 1822. = De V. Senhoria attento venerador e

Outro Officio ao Ex celle nt is sim o Diocezano Servo. = Fr. Francisco Bispo de Macao lllustrissimo Se-

Excellentissimo e Reverendíssimo Senhor = Vendo-se o nhor Leal Senado da Camara desta Cidade. Está con-

Leal Senado obrigado a tratar de providencias necessárias, forme. Macao Secretaria do Leal Senado 4 de Junho de

para a conservação da perfeita tranquilidade, de que se 1823. Carlos Jo*é Peri ca.
A ABELHA D A CHINA
167

Resposta do Sr. Ljungstcdt a hum Officio de igual theor das, as quaes nem todas tem igUal benignidade; os Suppti

aos que se dirigiraò a todos os estrangeiros, publi- cantes em rasao de ser Arriaga hum Magistrado nomeado

cado no Num. antecedente. pelo Rei, e ter contrahido as dividas pela causa publica

Illustrissimo Senhor. de Macao, esperavao até agora com paciência; mas dere-

Vivendo eu em esta terra á titulo de hospictalidade con- pente ouvindo elles diser que largado o lugar volta para

cedida pelo Soberano de Portugal, naõ convém, ao meo o Reino, nao sabem se hé determinaçaõ do Rei, ou dos

jMagistrados ; se hé do Rei, deve ser satisfeita a divida em


parecer, que eu me explique sobre os assumptos apontados

que ficad lesados, e como ha tanto tempo deixou o seu lu-


na carta, que me dirigio V. Senhoria, do dn S deste mez;

pois o meu único alvo he de merecer por hum procedi- gar, se prepara para partir, è naõ se restitue ? Os Suppli-

mentcr neutral a contemplaÇ ò dos que governaõ. Ponde- cantes se admiraõ, e as circunstancias os impelliaõair a

sua Caza pedi-la, porein se lemhraõ, que isto hé deshonroso


rado este motivo persuado-me haja o Nobre e Leal Senado

ao Magistrado Real, e que o Respeitável Senado certamente


por bem approvar o silencio, que me prescreve no presente

hade restituir tudo, e esperab que se unirá ás intençoeus de


caso a qualidade de Estrangeiro Macao 4 de Junho de 1823*

Tenho a honra de ser de V. Senhoria, seU muito obedi- El-Rei naprotecçiõ de Macao; Porem se os nab attender

ente servo A. Ljungstedt. ficará responsável pela vida, e casa de centenares de pes-

soas ; e qutím es perará pacifico a morte? Humildes pois

Chapa que o Mandarim de Siam-Xan dirigio ao Procurador

pedem ao lllustrissimo Seuado que da sua parle tenha

desta Cidade sobre o assumpto nella contheudo.

comiseração, e que procure hum meio de corapôr este

Eu Tom Mandarim de Siam-Xan faço saber a Vossa »

negocio, e acommodar os negociantes para que quando

Senhor Procurador que, presentemente recebi do Mandarim

aconteça alguma necessidade publica, todcs se dein hum

da Cidade de Cautaõ hum Officio disendo que, tendo recebi-

mutuo socorro ; unidos pois se dirigem a presença de V.

do huma representaçaõ do Mercador (J-Tam-Í. uon (A-ú) di-

Senhoria para que atteudao aos Supplicantes á vista da

sendo (jue hum Portuguez por nome Arriaga tinha recebido

conta jiihU.

delle mais de 28000 patacas ein Chá, e outras fazendas, e que

Jum-hó (descontado o recibido) patacas 75,995 00

indo a cobra-las nab lhas pagara &a., me mandava obrigar

To-yum • • • 40,188 00

o dito Portuguez a pagar a divida: ora o meu Antecessor

Chim-yuni . 38,825 00

ja tinha intimado esta Ordem ao Mandarim Cso-Tam para

Lieu-i ... 38,427 05

obrigar o dito Portuguez a restituir-lhe a dita divida, e té

Tien-pau • • • . 38,000 00
agora ainda se naò restituiu : por tanto conforme as ordens

Chin-hó • • • • • • ... 33,004 08


superiores ordeno que Vossa Merce obrigue o dito Portu-

To-chen
. 25,122 04
uez que já jâ me entregue as 28000 patacas para eu as en-

Tum-sham ... • • • 17,495 00


tregar ao Mercador U-Tam-cuon (A«u),e isto com toda a

Tao-yu • • • • • • • • • • . 17,000 00
brevidade. 5 da 10 Lua do anno 2°de Taucuau 18 de No-

Tum-hó • • »
... 11,940 00
vembro de 1822. Traduzida por mim Joaõ Rodrigues-

Hòu-pei • • •
. 8,514 02
Gonsalves Interprete da Cidade.

Li-pey • • •
3.000 00

Requerimento, que vários Mercadores Chinas aprezen- 347,511 09

Tradusida por mim Joaõ Rodrigues Gonsalves, Interprete


tara# ao Ceai Senado.

da Cidade.

lllustrissimo Senhor. = Dizem os Supplicantes a baixo •»

assignados que tendo o Dezembargador Miguel de Arriaga


Despacho no alto do Requerimento. = Naõ compete a

gastado muito dinheiro pelo desembarque dos Inglezes, e


este Senado o conhecimento do que allegaõ os Supplicantes,

pela guerra dos Corsários Cham-Pau-Sai &a. que infestavaò


e sô sim levar â presença de Sua Magestade a copia deste

o mar, e tendo para este fim mandado appromptar Navios


requerimento. Macao em Sessaõ de 20 de Março de 1823.

para que juntos com a Tropa Imperial fossem subjuga-los,


Barboza, Basto, Remedios, Bello, Castro. Está conforme.

e tratando com o Senado de mandar Navios para irem


Carlos Jozé Pereira. Secretario.

_ ^ ^ ^_
comerciar, e com os ganhos satisfaser o dinheiro gasto, se

ouvio a noticia de ter ElRei de Portugal passado para o Continuação da Espoziçaõ pag 160.

Brazil, pelo que remetteu elle buu» Navio chamado Ullisses, Mas tenho os precisos sentimentos para levar á exacta

para ir render vassalagem, e pedir a El-Rei licença de com* observância o pensamento de Fenelon. =» Mais do que

merciar, e concedida ella contractou com os Supplicantes, a mim mesmo, a minha família, mais do que minha famí-

tomando as suas fasendas,como hé publico: ora sendo elle lia, a minha Patria =»e tenho, a final, a satisfaçab de poder

Ministro, pareceo aos Supplicantes que naõ poderia deixar provallo (a pezar de publicas prevenções) com documentos

de lhes pagar todo o dinheiro, e por isso decoutinuo com. indeléveis, sem deixar de reconhecer, que naõ hé obzequio

merciarab com elle até que por fim feita a couta vio-se e sim dever o que se faz em honra da Patria, e pelo inte-

que elle contrahio cora os Supplicantes a divida de 347, resse Commum do Estado, o melhor alvo, que a moral

511, 9 patacas ficando de baixo dos nomes dos 12 Suppti. oflferece aos olhos do Cidadaõ. Mas qual interesse Com-

cantes lesadas centenares de pessoas que deraõ suas fasen- mum padece com a minha demora, por mais 4 ou 5 inezer
168 A ABELHA DA CHINA

1
aicsta Cidade! Se «as minhas vistas naõ fossem pacificas,
mais interessante do que nesta. Em hum momento se es-

quecerão todos os passados erros da sua antiga administra-


teria vivido como vivo, há mais de 7 que padeço ! Sem

çaõ, e todos os crimes dos seus antigos Ministros.

força, sem oppiniaó, sem génio proprio, nem algum fim


Tanta tem sido a attençaõ, que o publico tem dado a

;para actos subversivos, pôde h:i"ver fundado receio, para


estas interessantesscenns, que poucas ou nenhumas outras

noticias podemos dar. As que recebemos do Rio de Janeiro


logo exigir-se a aniquilaçaò de huma família,-que, ha 17

chegio a 6 de Agosto, da Bahia ate 9, e de Pernambuco até

annos, «roza o foro de domicilio, e-que de nenhum modo


30. Entre as primeiras vem o Manifesto do Principe Re-

'o tem perdido ! Naò será certamente o Leal Senado, que


géte, dirigido aos Brazileiros, cheio de injustos reproches, e

queira consentir, se ponha à Constituição mais este ferrete que deve ser considerado por Portugal como huma pozi-

livae formal declaraçnõ de guerra, visto que todo o seu


por huma mera suspeita, e preparadas declarações, em hum
theor parece indicar que o desejo do Principe he taõbem

Paiz, aonde há relações exteriores, que fazem vigiar a


privar Portugal dos effeitos da sua regeneração, e restaurar

o despotismo. Os sentimentos* que mostra o Manifesto


nossa conducta ; e por isso naõ convém deixar previnir

sobre os negocios Portuguezes, parecem dictados por hum


contra a decidida vantagem de ta tf proveitoso Systema.
dos da Santa Alliança na Europa, e ha bem fundadas sus-

A lhe ajrora huma voluataria condescendência da minha peitas de que a Áustria he quem os tem transmettido ao
n

Brasil O nosso Governo ainda naõ disse nada a esse res-


parte, segurando sempre o preciso para manter o decoro

peito, porem julga-se que elle vai tomar sobre isso as mais
exterior, tem sido por meu empenho, único meio de con-
decizivas medidas. Cinco Deputados do Brazil, que naõ

ciliar difficuldades, agora sahida forçada, e que tem effeitos,


quisera# assignar a Constituição, partem neste paquete para

que jognõ com particulares ligações, filhas de taõ aturada Inglaterra.

hnbitnçnõ ; quem secura o resultado ! Eu certamente naõ


Recebemos Gazetas de Pekim até Março, e de Cantaõ ate

posso tomar sobre mim, e apenas terei de invocar o Nome o corrente mez, de que extrahireinos o pouco, que ellas cõtem

digno de attençaõ, por serem inteiramente mirtisteriaes. O


do Soberano Congresso, e de El-Rei, para que V. Senhoria
Vice-Rei de Cantaõ foi a 20 de Maio para Quamsi, província

entre no serio exame de todos estes resultados, pelos quaes, que também lhe está sugeita, a passar revista às tropas, e

voltou aos 31 do mesmo mez.


e para prova das minhas puras intenções, dispostas a qual-
Em Pekim houvè em Fevereiro hum incêndio, que deu cui-

quer Sacrifício, pela cauza Publica, antes quizera soffrer de dado no Paço por nao distar muito delle. Estes incêndios

saô mais frequentes nesta Capital do que em outra qualquer


novo a privaçaõ da minha liberdade, se a suâ inteira frniçaõ
do ninndt). Neste incêndio se qúeimoraó humas cem loges de

pudér ser considerada offensiva â sociedade, do que dar mercadores. Acudirão ao fogo alem da guarda da policia

vizinha a guarda do Paço, cujos officiais pela sua actividade


aos olhos de buiria NaçaÕ zellosa, com facto taô publico,
merecerão ser premiados coin huma pluma, ao mesmo tempo,

esta nova prova de naõ haver entre nós intelligencia í que o corregedor do Bairro foi deposto; por que as desgraças

na China sempre se atribuem aos Magistrados. No mesmo


havendo-a toda da parte dos s' iis Nacionaes, para mutues,
mez chegaraõ os Embaixadores dos Reinos de Siaõ, e Leukieu

e devidos reconhecimentos entre si, pelo sabido respeito,


(os de Siaõ vem annualmente; mas os de Leukieu só de três

em tres annos) trasiaõ estes, segundo o costume, presentes de


com que gradualmente se trataõ, e naõ deixando de haver

primeira, e segunda ordem, estes para a famillia Imperial, e

para comigo alguma consideraçaõ, e maior certesa, de


aqueiles para o Imperador em particular. Nos annos pas-

sados o Imperador em attençaõ á pobresa daquelles povos naõ


que amo a Paz, e a tranquilidade do Paiz, em cujo trato

recebia os presentes, mas este anno os Embaixadores pelo

de negocios fui por tanto tempo reconhecido pelo seu, e


competente Tribunal das Ceremonias instaraõ para que por

UossoGo verno. (Continuar-scha) especial graça fossem acceitos, ao que o Imperador benigna-

mente accedeo, retribuindo-lhes com dadivas muito maiores

JORNAL DE CALCETA, pag. 347. conforme a doutrina taõ respeitada do grande Confúcio.

JVota. Na China naõ ha idea de Embaixadores de reinos inde-


T.xtmcto de hun carta, datada Lisboa 5 de Outubro de 1822.

pendentes : pelo contrario todos se reputaò ser de reinos tribu-

O Primeiro do corrente mez de Outubro he hum dia, que


tários, de que a China abunda* daqui vem que os Embaixa-

terá sempre hum lugar distincto nos annaes da Historia dores Europeos se vem obrigados a uzar nas suas representa-

Porlugieza. Nosso d'gno Rei foi i^.iquelle dia ao Con- çoens dos mesmos termos que uzaò os dos reinos tributários,

gresso dar o seu juramento á Constituição, que as Cortes como ultimamente aconteceo aos Inglezes, naò obstante a

clareza, que disto tinháo, e da diligencia que fizerão em con-


tinhaò ha pouco conduido, com infatigável zelo, e traba-

servar a sua dignidade, recusando por tim privar-se antes de


lho. Nunca os Portuguezes se aprezentaraõ ao mundo

grandes vantagens, do que fazer a prostracçaò exigida ; exem-


em hum ponto de vista taò interessante, como nesta occa-
plo que as mais Naçoens devem para o futuro seguir.
siaò. Os que prezenciavao aquella solemne scena, e se

lenibravaò do passado, de alegria haó podiaó conter as

lagrimas o verem o seu Rei nocentfode hum Congresso, NOTICIAS MARÍTIMAS. » ENTRADAS.

composto de reprezentantes nacionaes* eleitos livremente

por seus constituintes, e rodeado de tudo quanto o reino Aos 15 o Navio Confiança, Capitaõ Ignacio Pereira, vindo

possue de grande, e magnifico, dando nas maons do Presi-


de Bengalla.

dente o juramento solemne de manter, e guardar huma

Aos 16 a Galera Margarida Roza, Capitaõ Manoel Francis-


Constituição, da qual se esperavaò, tantas felicidades, ar-

rancava de todos os circunstantes lagrimas de alegria. Este co Marques.

he hum dia de que jainais se esquecerá Portugal ; naò foi


Aos 16 o Navio Barreto, Capitaõ Antonio Jose de Va»-

tanto a solemnidade do acto, que El-Rei executou, como

concellos.
a maneira por que elle o fez, que inspirava a seus súbditos

veneração, e respeito a sua pessoa. A complacência bri- Aos 16 o Brigue Elisa, Capitaõ Joaõ Lourenço d* Almeida*

lhava no seu rosto, e elle mostrava-se feliz, e mesmo orgu-


Aos 16 a Fragata Salamandra, vinda de Goa Commandan-

Ihozo, por ter esta oportunidade de curar as passadas feridas

te o Capitaõ de Mar c Guerra Joaquim Mouraõ Garcez


de seu paiz, e de promover a sua futura felicidade. Nunca

Monarca algum empunhou o sceptro em huma occasiaõ Palha, acha-se ainda surta na franquia.

AVIZO. Sexta feira 20 do corrente, pelo Juiso da Provedoria no Deposito Geral às 9 horas do dia, se hade continuar

o leilão das fasendas do ( hina Lonki empenhadas a Sir A. Ljungstedt, com rebaixa dos primeiros preços. Toda e qualquer

iessoa que nellas quiser lançar, o poderá faser dirigindo-se ao lugar mencionado.

NA TYPOGRAPH1A DO GOVERNO.
A

r. fK

A E L A

DA

N.° XLI. QUINTA FEIRA, 26 de Junho.


1823,

HOC TEMPORE

OBSEQUIUM AMICOS? VE ODIUM PARIT.'1 TERENTIUS

ência. Paço das Côrtes em 4 de Junho de 1821.= Joaò


MACAO.

j
Baptista Filgueiras. = Lourenço Joze da Matto xManse. =«
Officios dirigidos ao Leal Senado pelo Governador de

No impedimento do Secretario Filippe Joze Stocqueler. «=.


Goa, vindos na Fragata = Salamàndra.

Cypriano Silvério Rodrigues Nunes.

A CCUZO recebidos naò someute os officios numerados

desde o Num. Io até Num. 12°, que V. Senhoria dirigio • , • •: . ávízo. ; r

jHu. i *_T í1 m n9 iAfl


A Regencia do Reino em Nome de EI-Rei o Senhor D.

peio Brigue Assumpção á Junta Provizional do Governo


Ml ,
Joaò VI, manda remetter ao Conselho Ultramarino a Copia
desta Capital, todos datados em 11 de Outubro do anno

* I incluza do Avizoda data deste, na qual as Côrtes Geraes,


proximo passado j e outro naò numerado datado em 14 do
9 I
e Extraordinárias da Naçaõ Portugueza Determi.saS, que
referido mez, concernente á conducta em Moçambique

os Governadores das Províncias Ultramarinas, se naò deno-

do Major Cavalcanti, e a paga, ou qualquer outra grati-

minem de aqui em diante Capitaens Generaes, e uzem so"


ficaçaò, que elle alii tivesse recebido mas também mais

mente dò Titulo de Governadores, para que o mesmo Con-

dez officios nao numerados, e remettidos pelos Navios

selho fique na intelligencia da Determinação das Côrtes a


Angélica, e Santo Antonio datados em 30 de Novembro,

este respeito, para executar opportunamente. O que V.

1,2,4, 17, e 18 de Dezembro do mesmo anno: dé cujo

Senhoria fará prezente ao sobredito Conselho para que se


contexto ficando inteirado, responderei separadamente a

haja de cumprir. = Deos Guarde a V. Senhoria. Palacio


cada hum dos que oíFerecerem matéria digna de ser por • \

da Regencia em 4 de Junho de 1821.


= Joaquim Pedro
este Superior Governo rezolvida.

Gomes de Oliveira. = Senhor Visconde de Manique do In-


Entretanto para intelligencia desse Leal Senado, incluo
• jjr
tendente. = Despacho do Conselho =» Cumpra-se, e registe-
nesta por Copia assignada pelo Secretario deste Governo

se, e se passcn*as ordens necessárias. Lisboa 5 de Junho de


Cypriano Silvério Rodrigues Nunes, o Decreto das Cortes,
11

1821 .=Visconde de Manique do Intendente. = Noronha.=


e Avizoda Regencia do Reino de 4 de Junho de 1821,

• v

com a Provizaò do Consèlho do Ultramar de J 9 de Dezem- J

PROVIZAO.
bro do mesmo anno, tudo dirigido a este Governo pela

. Dom J°AÔ por Graça de Deos, e pela Constituição da


Charrua S. Joaò Magnânimo, que sahindo de Lisboa a 13
ê •

Monarquia, Rei do Reino-Unido de Portugal, Brazil e Al-


de Abril do anno antecedente, chegou aqui em 17 de Outu-

Hf!
garves d'aquem e d'alem Mar em Africa, &a. Faço saber
bro do mesmo anno, para que V. Senhoria á vista destes

a vós Governador do Estado da índia, que as Côrtes Ge-


. Documentos, e da Portaria da sobredita Junta Provizional

raes, e Extraordinárias da Naçaô Portugueza, ordenaraò


de 18 do dito mez de Outubro, também por Copia incluza,

^ , • .. *«.• •
que os Governadores das Províncias Ultramarinas, se naò
fique intelligenciado das rasoens por que este Governo
»

denominem daqui em diante Capitaens Generaes, e uzem


recahio excluzivãmente em mim só. Deos Guarde a V,

somente do Titulo de Governadores, de cuja determinaçaò


Senhoria. Goa 11 de Abril de 1823.

se vos remette a Copia incluza assignada por Filippe Jozè


D. Manoel da Camara.

Stocqueler, que serve de Secretario do Conselho Ultrama-


Para o Leal Senado da Camara da Cidade do Nome de

rino para que fiqueis na intelligencia da dita Determinação,


Dcos de Macao.

e a executeis pela parte que vos tóca. EI-Rei o mandou

Para o Conde de Sampayo. pelos Ministros abaixo assignados do seu Conselho e do

Hliistrissimo c Excellentissimo Senhor.


Ultramar. = Joze Hygino de Almeida o fez em Lisboa

*
As Côrtes Geraes, e Extraordinárias da"Naçao Portu^ue-
aos 19 de Dezembro de 1821.= Filippe Jose Stocqueler no
• -

za, ordenaô, que os Governadores das Províncias Ultrama-


impedimento do Secretario o fez escrever. = Visconde de

rinas, se naõ denominem de aqni em diante Capitaens Gene-


Manique do Intendente = D. Fernando Soares de Noronha.

aes, e uzem somente do Titulo de Governadores; o que Por Despacho do Conselho Ultramariuo de 5 de Junho
1
4 |

V. Excellencia fará prezente na Regencia do Reino, para


de 1821, em cumprimento do Aviso de 4 do dito mez V

#ua intelligencia, e execução. Deos Guarde a V. Excel-


anno. = Cypriano Silvério Rodrigues Nunes.»
I

170 A ABELHA DA CHINA

que esse Governo os julgar precisos, naõ passando de ires


PORTARIA.

annos, devendo a Policia da mesma Cidade servir-se destes


A Junta Provisional do Governo, tendo recebido a Pro-

Soldados, e dos inais do Bathalhaò do Príncipe Regente.


vizaõ junta,por copia, e nella incluso o Decreto das Cortes

E reconhecendo esse Leal Senado no supra accusado seu

de 4 de Junho do anno passado, fáz saber ás Camaras,

Officio Numero 7, que a maior das necessidades Publicas des-

Exercito, e Povo deste Estado da índia, que pela citada


sa Cidade hê a guarniçaò da Tropa, para segurança, e firme-

Provizào, que reconhece hum sò Governador do mesmo


sa do Governo, que taó debilitada estava por falta deste ne-

Estado, ao qual exclusivamente *to dirigidos todos os papeis


cessário auxilio; julguei ser do meu dever naò o retardar mais

officines, sem faser tnençUo da Junta Provisional, nem dar


a expedi-lo promptamente por esta Fragata na expectaçaò de-

providencia alguma, que lhe seja annloga, julgão os Mem- que ficando o Governo com elle mais respeitado, possa evitar

bros mesma junta, que as funcçoens, para que forâo elei- a reproducçáo das commoçoens rom que ahi por veses se tem

perturbado a ordem, o socego, e a tranquilidade Publica dessa


tos, tem cessado, em consequência da citada ProvizaÔ, e

Cidade. Deos Goarde a V. Senhoria Goa 11 de Abril de 1823.


Decreto, e que toda authoridade reside daqui em diante

D. Manoel da Camara. Para o Leal Senado da Camara


no Governador do Estado nomeado por El-Rei, e envia-

da Cidade do Nome de Deos de Macao.


do pelo mesmo Augusto Senhor, a fim de governar o mes-

mo Estado. O que a mes mi Junta Provizional manda

Com o Officio documentado N->. Io. contendo o relato,


publicar para sua devida intelligencia, e execuçaõ. Palacio

rio das occurrencias havidas nessa Cidade depois que a ella


do Governo 18 de Outubro de 1822,=» D. Manoel da Ca-

aportou em 5 de Janeiro do anno precedente o Brigue =»


mara Governador Presidente. =
Arcebispo de Crangra-

Temerário =. que com data de 11 de Outubro do n esmo


n >r. «= Mello = Leal = Garcêz.

atino dirigio esse Leal Senado a este Governo pelo Brigue


Cypriano íriíverio Rodrigues Nunes.

Assumpção, tendo-me sido entregues os Processos ahi for-

Parecendo-me muito razoavel a deliberação que tomou esse mados contra o Tenente-Coronel Emilio Manoel Moreira,

Lral Senado de convidar a mocidade Macaense para assentar


o Major Antonio Francisco de Paula Hollatida Cavalcanti, o

praça no Batalhaõ dessa Guarnição, naõ posso com tudo deixar

Alferes Francisco de Mello da Gama, eo Piloto Jose Caeta-


de dezapprovar o projecto em que estava de mandar vir de

no Malho, transportados no 2.° dos ditos Brigues de ordem

Bengála hum corpo de Sipaês, porque (como diz V. Senhoria no

desse Leal Senado para esta Capital, onde com effeito che-
officio Num. 7 que sobre tal objecto dirigio a este Governo,

garão em 25 de Janeiro deste anno; foraõ os mesmos Pro-


com data de 11 de Outubro passado) segundo o calculo ahi

cessos com os referido» indivíduos nelles pronunciados, re-


feito se gastaria annualmente com cada hum delles 10.5 pata-

metidos para Portugal á disposiçaõ de Sua Magestade pela


cas, em lugar de 142 em que monta a despeza annual de hum

Soldado natural de Goa incluzive o curativo das moléstias qiiie charrúa=0 Magnânimo,=quedaqui largou para Lisboa nns

• •

contráhe pelo uzo das bebidas espirituozas, que os Chinas lhe princípios de Fevereiro, depois de ter ouvido o parecer do

facilitáb. Ora prescindindo de que a Fazenda Publica dessa Desembargador e Ouvidor Geral deste Estado sobre os ine-

Cidade naõ paga annualmente as 60 patacas, com que se prefás smos Processos: naõ se lhes podendo ajdntar, como exigio

a importância das referidas 142; pois que com muitos soldados


esse Leal Senado no seu Officio N.° 2.° nota alguma sobre a
O

que regressarão proximamente para esta Capital depois de ahi-


Conducta em Moçambique do dito Cavalcanti, e sobre o

servirem perto de 10 annos, nada mais veio a despender-se em


soldo, ou gratificação por elle ali recebida ; por que atai

passagem que G patacas por anno ; ainda assim se naõ deveriaõ


respeito nada se achou na secretaria deste Governo.

admittir Sipaês vassallosde huma Naçaõ Extrangeira, que sen-

Porem tendo sido pouco depois também transportados

do a mais poderosa rival de todas as outras Commerciantcs

successivnmente para esta Capital pelos Navios Angelica, e


tsm cauzado, e cauZa tantos ciúmes aos Chinas, com quem por

Santo Antonio o Tenente Coronel Secretario deste Governo


isso procurando cada vez mais familiarisar-se náõ deixará de

Joaquim Manoel Milner; os Capitaês Maximiano Joaquim


metter tudo em jôgo, para nos expulsar desse porto taõ de-

pressa, que se lhe offereça huma- favorável, e plausível oppor- dos Santos Vital, e Joaquim Pedro da Costa e Brito > o Al-

tunidade. E por tanto cumprindo vigorisar huma tal indispo- feres D. Joaquim d* Eça, e o Sargento-Mor Clemente de

sição para conservação, e augmento desse importante Estabele-


Noronha, remettidos em consequência do Officio documen-

cimento, naõ foi por certo prudente aquelle arbítrio. Mas,


tado desse Leal Senado com data de 30 de Novembro pas-

qualquer excesso sobre a paga de semelhantes Sipaês, que essa


sado, mas sem Processo, nem culpa judicialmente formada

Cidade possa dará qualquer natural de Goa, hé huma vantagem,'


nem antes, nem depois de ahi terem sido prezo?; tendo

que redunda em benificio* de hum Soldado Nacional, e com o

medêado entre os dias 15 e lfide Novembro the o dia, em

qual huma vigilante, e estricta disciplina naõ deixará de o faser

que dnhi sahiraõ tempo mais, que sobejo, dentro do qual


abster ao menos do uso das bebidas espirituosas, como aconte-

se lhes deveria legalmente ter formado i os mandei pôr em


ce aqui, onde ellas abundaõ, e saõ baratíssimas.

sua liberdade depois de ouvir igualmente sobre este nego-


Causa-me porem todo o praser de saber, que esse Leal Se-

cio o parecer do mesmo Dezoinbargador Ouvidor Geral


nado longe de insistir em semelhante medida, muito pelo contra-

deste Estado.,
rio passou posteriormente pelo officio, que com a data de 17 de

Novembro passado recebeo este Governo pelo Navio Santo Portanto naõ podendo, nem devendo
Superior Go

Antonio, a pedir 50, a GO Sipaês desta Capital, e em sua verno authorizar a violência de conservar aqui prezoj

falta Naturaes de Goa; os quaes com effeito agora remetto,


os sobreditos Officiaes com manifesta transgressão das Leij

sendo parte voluntários, e parte tirados dos differentes Ba-


ç
antigas, e modernas e sobre tudo dos Artigos 3.° 4

da guarniçaò deitt Estado, para ahi ficarem o tempo.


e 6.* das Bazçs da Constituiçaõ da Naçaõ, me pareceu jusU

«
A ABELHA DA CHINA.
171

permittir conformemente aos mencionados Artigos, que no cazo que se naõ possa completar com os primeiros a-

quelle numero ; pois que sendo os últimos ordinariamente


os ditos OfficiaÕs regressassem para essa Cidade, e couti.
dados ao vicio da embriaguez, como o provao asattestaçoens

nu assem a exercer os seus respectivos Empregos, adian-


dos dois proffessores, já enviadas a essa Excellentissima
• t *

tando aqui aos que o pedirão, por conta de seus Soldos, as Junta, naõ podem taés merecer a confiança necessária para

serem encarregados de hum taõ importante serviço, como


ajudas de custo indispensáveis para a sua subsistência, e
o da Policia desta Cidade nas actuues circunstancias.

passagem.
A [Ilustríssima e Excellentissima Junta. Guarde Deos
a •
Nas circunstancias expendidas deve esse Led Senado des-
muitos annos. Maráo em Meza de Vereaçiõ 17 de Dezem-

de já ficar entendendo, que o Conselho, ou A s -mbléa, em


bro de 1822. Eu Carlos Jozé Pereira Cavalleiro Professo
^ è

na Ordem de Christo Secretario do Leal Seriado. = Paulino


que os mesmos officiaes antes de citados, ouvidos, econvê-
da Silva Barboza = Antonio dos Remedios = Antonio

cidos judicialmente furaõ por ella illegal, e incompetente-


Joaquim da Costa Basto = Paulo Vicente Bello —Jozé

mente sentenciados, naõ o livrada responsabilidade, que Baptista de Miranda e Lima = João de Deos de Castro.

contrabio perante as Cortes, El-Rey, e o Governo desta Reposta


9
I I t •

Capital, permittiudo, que aquetla Corporação se arrogasse No Officio que esse Leal Senado me dirigio com data de

17 de Dezembro do anno proximo findo, tendo sido presen-


huma t 1 atribuição do Poder Judiciário, para attentar con-
••
te a este Governo a indispensável necessidade de 50, a 60

tra os Direitos Sagrados da Liberdade, e Segurança indivi-


Sipaés desta Capital, e na sua falta de Naturaes de Goa, (#)

dual, que as Authoridades Constituídas dessa Cidade deve- para a guartla da Policia, e Guarniçaõ dessa Cidade, instan-

do esse Leal Senado pela remessa delles, com a maior brevi-


riaõ proteger, e manter.
dade : Reconhecendo também esse Leal Senado n'outro

Como porem exige imperiosamente o Bem da Cauza Pu-


seu antecedente Officio, N° 7, 11 de Outubro passado, que

a guarniçaõ da Tropa para segurança, e firmeza desse Go-


blica, que os delidos naò fiquem inpunidos, o consta pe-

verno, que tao debilitada se achava por falta deste neces-

las communicaçoens officiaes desse Leal Senado, que o Ve-


sário auxilio, era a maior das necessidades publicas : e final-

reador Paulino da Silva Barboza na noite de t 5 do dito mez mente considerando eu for outro lado, que com a falta de

de Novembro fora ferido, se procedera à huma imparcial 64 praças, que sahiraõ proximamente dessa Cidade para

esta Capital no Brigue Assumpçaõ, e nos Navios Santo


Devassa sobre este acontecimento, e sobre os mais, que o

Antonio, e Carmo, que aqui ainda naõ chegou, e que pelas

prepararaô e se lhe seguiraõ, logo que chegue á essa Cidade


eommoções ahi acontecidas, naõ só se achava esse Governo

sem respeito, sem força, e sem firmeza; mas que esse


0 Ministro, que deve succeder ao Conselheiro Ouvidor Ge-

Estabelecimento pe!a debilidade da sua actual guarniçaõ


r»l Arriaga; para que sendo a mesma devassa presente a
se achava exposto ao risco evidente de ser assaltado pelo

1 '-Rd por meio deste Governo, se sirva o mesmo Se-


primeiro Corsário, ou Pirata, que se determinasse a

nhor determinar o procedimento, que quer se tenha com esta einpreza, e por cohsegilinte aos insultos, roubos,e alten-

tados a que estão sugeitas as Povoaçoens destituídas de


os que nella sahirem culpados ; naõ devendo entretanto a
Força Militar sufficiente, as prezerve delles: por todos

este respeito ser inquietada pessoa alguma, em quanto naõ


estes motivos querendo prezervar essa Cidade de todos os

offender a ordem, o soccgo, e a tranquilidade publica, e se referidos inconvenientes mandei prompti ficar esta Fragata=

Salamandra= em que vai hum Destacamento de 80 praças,


condusir com respeito e obediência ás Leis, e ás Authorida-

com tres Officiaes, sendo destes trinta voluntários, e o resto


I » •
des constituídas.
tirado dos Batalhocns do Exercito deste Estado, comman-

Quisera que as dessa Cidade naõ perdendo de vista o prin-


dado pelo Major Joaõ Cabral de Estefique, que igualmen-

te commandarà as mais forças da Guarniçaõ dessa Cidade:


cipio de moderaçaõ, que as deve careclerizar na marcha, e

podendo os Soldados que naò saõ voluntários, e os Officiaes


direcção dos negocios Públicos fizessem esquecer pela mais
seahi naõ forem necessários, re<olher nesta Fragata, cuja

prudente e circunspecta conducta as aiiimnzidades, paixões,


Guarniçaõ será paga, e soecorrida como se tem praticado

coin as mais Embarcaçoeus de Guerra deste Estado, e ul-


odios, e partidos com que esse importante estabelecimento

timamente em 1805, e 1810. Devendo a mesma Fragata


tem sido agitado desde que nelle rczòou o écco da Regene-
sahir desse, para este porto" logo que comraoda, e segu-

raçaõ da Grande Família Portugueza, que naõ pode tardar


ramente o possa fazer.

a vir estrcictar os Laços Sociaes desses Habitantes derraman-


Leos Guarde a Vossa Senhoria. Go.i 20 de Abril de 1823»

do nelles profusamente os bens, e providencias da nossa


D. Manoel da Camara.
* i

Sagrada e Liberal Constituiçaõ. Deos Guarde a V.


... » y P. S. Este Officio inclue as Guias dos 30 voluntários, que

Senhoria. Goa 11 de Abril de 1823. D. Manoel da


fazem parte do Destacamento, que leva mais hum Pifauo,

alem de 80 praças acima mencionadas. E pela Thesoura-


Camara. Fara o Leal Senado da Camara da Cidade do

ria das Tropas desta Capital se haÕ de faser as competentes

Nome de Dcos de Macao.


participações dos adiantamentos que por ella se fiseraõ.

9 w
Para o Leni Senado da Camara da Cidade do Nome de
Copia do OJJicio, que o Leal Senado dirigio a Junta Pro-
Deos de Macáo.
vizional de Goa.

/Ilustríssima e Excellentissima Junta: Tendo mandado reforçar a Guarniçaõ dessa Cidade por

Tendo-se discutido cm pleno Conselho as seltc questoens hum destacamento de oitenta, e hum Soldados com seus

respectivos officiaes, Commandado pelo Major Joaõ Cabral


constantes da Gaseta inclusa N° XI ; decidio se pela plura-

lidade de votos, relativamente á quarta, 7|ue a Guarda da d* Estiíique, dos quaes Soldados parte passa a servir volun-

tariamente no Batalhaõ do Príncipe Regente, e parte vai


Policia era indispensável nesta Cidade, é se deveria compor

servir nelle como destacada: Cumpre declarar a esse Leal


de 50 a 60 Sipaês vindos dessa Capital. Com o que confor-

mando-se este Leal Senado, roga a essa Excellentissima Senado, que os Soldos da referida força uesde o dia do

embarque até ao da chegada a essa Cidade seráõ os que


Junta queira rcmetter-lhe com a maior brevidade possível

lhe competem pela tarifa de Goa com a ventagem dai


ò mencionado numero de homens daquclla determinada

comedorias, e desde chegada a Macáo até a sabida para


Casta, ou de natoraes ue Goa de reconhecida boa conducta,

• •

(*j Ma» dc rcconbicida boa conducta, • i i


172 A ABELHA DA CHINA

esta Capital comprehendendo o adiantamento do costume O Milner ficou muito triste quando soube que o Ministro-

deverá# os Officiaes, e S íldados serem pagos pela tarifa Arriaga não estava em Macao, por que os mesmos lhe disserão

de Macáo, e serem fornecidos de quartéis para residirem, tinha sido remettido pelo Navio Vasco para Europa. Lemos.

e etape* em dinheiro dessa Cidade. Com declaraçaÒ, que

Declaraçaõ.
aquelles dos referidos Soldados, que passa# a servir volun-
-.%

tariamente pira o Batalha# de Macáo por tres annos, alem Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de

do tempo da hida, e volta, naô deverá# ter etapes, mas mil oito cento vinte e tres, nos vinte e hum dias do mez

unicamente os vencimentos, que ahi competem aos mais de Junho do dito anno, nesta Cidade do Nome de Deo*

tmldados do dito corpo. de Macao na China, na Secretaria das Cazas do Leal Sena-
• ^
do da Camara, onde sendo prezente o Juiz Ordinário Paula
0 ordenodo estabelecido aos Governadores dessa Cidade

Vicente Bello, com seus a sistentes nomeados pelo dita


será distribuído pelos Membros do Governo interino delia,

Leal Senado, os Cidada< rs Raymundo Nieoláo Vieira, e


que nht se manda estabelecer

Joaquim Jose Ferreira teiga, o comigo Escrivão da Ouvi-


O Sarmento Mór graduado Clemente de Noronha faleceo
dória Geral, e annexos, mandou o dilo Juiz vir à presença
aqui nos 19 de Março do anno corrente, por cuja rnza#
a Antonio Baptista do Rosario, natural desta Cidade, e
es-se Leal Senado mandará fazer as declaraçoens necessárias
ni lia casado, e morador, de officio de marinheiro, o qual
nos lugares competentes.
tem sido encarregado, e mensageiro da correspondência

0 q«?e tudo participo a esse Leal Senado, para que assim


official entre o Leal Senado, e o Commandante da Fragata

o tenha entendido, e faca executar a bem do serviço Real,


Salamandra, de Goa, surta na Franquia ; e lhe ordenou, que

e Nacional. Deos Guarde a V. Senhoria. Goa 24 de


dec larasse o que tinha presenciado ,e ouvido a bòrdoda dita

Abril de 1823. D. Manoel da Camara.


Fragata, e o que com elle lá passou, e para maior firmesa

P. S. Previno a esse Leal Senado, q.ue a maruja desta de seu dito, o Juiz lhe deu o juramento dos Santos Evan-

Fragali =Salamandra = deverá ahi ser paga de sua Sol- gelhos, que o referido Antonio Baptista acceitou pondo

dada, como ultimamente se praticou coma Fragata**» Te. sua ma# direita sobre o livro respectivo, e lo^o declarou t

mivel = regulando.se pelos assentamentos ahi existentes, uue na primeira vez que elle foi para bérdo,que foi no dia

ou pelos que ao mesmo respeito leva o Capita# de Mar, e ( esasseis do corrente, se chegara# para elle o Alferes Dom

Guerra Joaquim Mourão Garcés Palha. Jraquim d Eça, e o (apitao João Machado de Mendonça,

Officiaes, que tmhaõ sido de cá remettidos, e mais alguns


Para o Leal Senado da Camara da Cidade do Nome de

Officiaes de Tropa, que haviaõ na Fragata, e lhe pergunta-


Deos de Macao.

rão se ainda existiaò em Macao o Governador sido José

Carta dirigida ao Vereador Presidente do Leal Senado,


Osorio, o Conselheiro Miguel de Arriaga, e se os Membros

f Ilustríssimo Senhor Paulino da Silva Barboza. do Governo eraõ os mesmos, perguntando pelo nome de

cada hum dclles. Que na segunda vez lhe perguntou o


Naò pude ontem dar a imformaçaó da Fragata Salamandra

dito Alteres Dom Joaquim d' Eça, se elle declarante tinha


pella brevidade com que eu devia faser partir o meo Segun-

do official com a parte e reposta do officio, de que eu estava visto huma abóbra, que deita cem casas abaixo, ao que

encarregado, o que agora faço por ter tido tempo, para inqui- respondendo elle que naô, lhe tornou o dito Alferes, que

rir do dito meu official,e do segundo que mandei para o mes- elle também naó, mas a primeira vez, que a vio foi a bórdo

mo fim.
i/ quella Fragata, onde havia para se deitar na Cidade, e fa-

He a Fragata Salamandra linda de casco, mas mal aparelhada, ser aquelle eftéito. Que na terceira vez lhe perguntara o

tem 20 Pessas, e Tripulada com 200 homens 150 Militares,


mesmo Dom Joaquim, se como filho de Macao, assim coma

30 Lascares Moiros, 10 Canarins, 10 Servidores, e neste numero


elle, tinha visto ou ouvido, que hQ filho da mesma Patria se

de 200 homens tem 15 ou 20 Portugueses, que procuraò a fuga ;


armasse contra outro seu compatriota; e se sendo todos da
todos vem em grande miséria, comem duas veses por dia arrôs
mesma Nação era licito baterein-se entre si : ao que respon-
com seo Caril de peixe ( assão, segundo disserào, vem com las-

deu elle Declarante, que nada diso sabia Perguntou-lhe


tro de Saly na qual espiculação esperançáo ter hum grande

mais u dito Alferes, qual era o motivo de se armar a Cida-


proveito, pela falta que há deiíe em Macao; esta informação

foi dada pela Tripulação. de contra a Fragata, e negar-se mantimentos á esta: ao

que elle Declarante respondeu que não era com elle aquil-
O Commandante, segundo mostrou pela admiração qiie fez

lo, e que o pedisse ao Leal Senado : e a final lhe disse o di-


do officio, pertende occultar o ministério a que vem ; o primeiro

official he o que foi a terra, e segundo lie hum João Ignacio que to Alferes, que chamasse hum comprador China, para lhes

ja esteve no serviço do Leal Senado, este vem de Pratico, e vem levar mantimentos, e refrescos; coramissaò que elle Decla-

todos os que de Macao forão remettidos para Goa, os quaes rante naó a cceitou, nem fez delia caso. Que Jta pitaò Ma-

estavlo muitos alegres cantando, pagarãò, pagar áô % pagarão, chado nesta occasiaò, tendo recebido escripto de aviso de sua

ou morrerão, morrerão, morrerâÔ; com muito boa toada. família dos preparos da Cidade para qualquer movimento da

Fragata, disiu abordo, que os da CidaJe lhes havião de pa-


Alguns dos officiaes da Fragata tiveraô tanta ignorância,

que perguntarão por onde era a parte mais fraca da ( idade gar, e era chegada a occasião disso : o que ou vio elle De-

para o desembarque, e pelas converças dissimuladas, que o clarante. Que na quarta vez Lie dissera hum dos Officiaes

Commandante teve com o meu segundo officiaU mostra que sò novos vindos na dita Fragata, que se havia chapas Chinas

em V. Senhoria achará frente', e naô nos mais que actualmente


para se lhes não dar mantimentos, elles os iriào buscar por

estaõ no Governo da Cidade £ o que he de inferir ?


suas maès. Que na quinta ida não lhe consentirão subir :

De todo o referido se pode concluir, que toda a mansidaò mas o official da conversa da penúltima vez, lhe fez, passa-

e termos de silencio de que o ( ommandante pertende servi?-se,


do algum espaço, sigual com hum dedo, par.» que se retiras-

saò venaes, e naò ser^o para outro fira, do que conseguir huni
se : dtclaraudo, que em todas as veses, que foi abordo
desembarque á sua Tropa, e Maruja, hum bom quartel, e Comer,
daquella Fragata, fôra maltratado com ditos, e desfeitas,
e beber, pagamento, e depois quando lhe parecer faser o mesmo
sem lhe permittirem descansar sentado, ficando exposto à
que o Batalhaò do Príncipe Regente fez, e entaò será mais

chuva, que tem havido nesses ditos dias. Athé aqui he


trabalhoso repellir, e milito mais reunindo-se-lhe a praga dos

Corcundas que ha em Macao. quanto declarou. Em té do que, hz este auto, que as^i-

gnou o Declaraute com o Juiz e A^i>.c.tes e comigo An-


Se eu nesta minha informação exceder em algum termo in-

tonio Vicente do Rosario Aggersborg, Escrivão de Ouvi-


decoroso, espero da bondade de V. Senhoria me releve, por

que, tudo he proferido do grande amor e firmesa que tenho, á doria Geral e anuexos que o escrevi. Bello. Vieira.

Religião à Constituição, e ao meo Rey, T*ivú í iva l iva. Veiga. Antonio Vicente do Rosario Aggersborg, Antonio

Deos Guarde a V. Senhoria por muitos annos e sou Baptista do Rosario.

Nove-Ilhas 17 de Junho de 1823. D. V. Senhoria seu


NOTICIAS MARI riMAS. = ENTRADAS.
Constitucional Criado, Francisco Pedro de Lemos.

P. S. Que em Goa houve festas de acclamação ao Príncipe Aos 23 do corrente o Brigue Assumpção vindo de Goa Capi-'

Real, Imperador do Brasil e (polónias Asiáticas ; pelo que fo-

taò Manoel da Luz Vieira.


rão vários presos remettidos pela Charrua para Lisboa.

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NA TYPOGRAPHIA O GOVEKNO-
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SEXTA FEIRA, 4 de Julho.


N. XLIL
1823.

66
i i HOC TEMPORE

OBSEQU1 UM AM1COS, VERITAS OblÚM PARIT." TERENTIUS.

MACAO. da Fragata seja taõ obstinado que naõ esteja pelos justoé

protestos, que este Leal Senadò lhe tenha apresentado, o


Acta do Contelho Geral de 7 de Junho de 1823.

pela sua mesma obstinação pertenda faser alguma hosti-

OS 7 dias do mez de Junho de 1823 anndf nesta Cida' lidade neste caso, tratando-se com toda a prudência de

repulsar a Fragata, seja reraettida outra vez para o lugar


de do Nome de Deos de Macao na China, nas Casas da Ca-

por ondesahio, com protesto sempre, que na5 hé remettida


mara delia, estando em Mesa do Despacho os Ministros, e

por naó querer obedecer a ordem Superior; mas sim por se


Officiaes, que no dito anno servem, e sendo presentes os Pre-

julgar, como inimiga desta cidade.


lados das Religioens#e Moradores desta Cidade, e presidin-

0 Reverendo Padre Guardiaó do Convento de S. Francisr#


do o Vereador do mez Paulino da Silva Barboza ; tendo
i j

Fr. Jose do Espirito Santo, que se fisessem todos os esfor-


o dito Vereador Presidente informado ao Conselho sobre o

ços, fiara que naô houvesse derramamento de sangue, visto,


objecto a que era convocado o mesmo Conselho, propôs-lhe

que esta terra se achava complicada Cora o Governo


vs seguintes questoens: Primo, "Se no caso que o Com-

Chinico.
mandante da Fragata por hum a incrivel obstiuaça# resistis-

0 Referendo P. Mestre Commissario do Mosteiro de S«*


te à força da Justiça e das rasõens, que tem esta cidade

para não receber, nem força armada, nem Governador vindo Clara Fr. Luis dos Remedios, que no caso de ultima vio-

de Goa ; que deveria enta5 faser este Senado, para conser- lência da parte do Commandante, lodos nòs fisessemos

var a tranquilidade, de que se achava gozando esta cidade" os últimos sacrificios para Conservar esta colonia, eo sangue

ao que respondera^. iunocetite de seus Cidadaons, visto que naò se pode faser

resistência sem comprometimento com os Chinas tiella


O Reverendo Padre Superior Joaquim Jose Leite disse,

existentes, por que seriamos obrigados ou victoriosos, ou


que o Governo tomasse todas as medidas possíveis inda

nesse caso para segurara tranquilidade, e conservação da tencidos a dar cabeça por cabeça.

cidade, evitando sempre quanto fosse possível derrama, Declarou mais o dito Reverendo Luis Álvares Gonzaga,

mento de sangue entre Portuguezes na presença dos Chinas, que como se tinha dito, que no caso que a sorte permitisse

que a e*pediçaõ de Goa se apoderasse desta Cidade, e


o que era possível * attendido o bom animo, uniaS da

mais sã e maior parte de todo este fiel povo. instai lasse o antigo Governtf, elle protestava de nnnca o re-

O Reverendo Luiz Alvares Gonzaga disse, que Goa foi conhecer, como Governo legitimo.

muito mal informada do estado de Macào, e por pessoas, O Reverendo Padre Mestre Fr. Jose de Santa Clara, disse

que aliás naõ deveriaô ser ouvidas, e por isso se alli fossem qae lhe parecia impossível moralmente expedir taes provi-

sabidas as razoens em contrario, tal Fragata naò viria à Ma- dencias ordinariamente, mas sim extraordinariamente, por

cào ;e por isso se deveria retornar com a brevidade possível ; que suppòs falsamente por documentos, noticias naò verí-

mas se por obstinada teima de seu Commandante quizesse dicas forjadas por maons inimigas deste publico, que

fazer fogo sobre a Cidade, ou outro qualquer indicio de existia na Cidade húm estado anárquico, o que felisrnente

hostilidade, que a Governança desta Cidade tomasse as naò apparece; motivo por que naò se deviaS receber taes

medidas, que lhe parecessem convenientes, por quanto elle providencias, e applicar entaò o Governo todos os meios'

votante sendo Ecclesiastico naò pode influir em medidas efficases, e prudentes que estivessem ao seu alcance; porem

de derramamento de sangue. * se por infelicidade o encarregado de taes disposiçoens naó*

O Reverendo Vigário do Convento de S. Domingos, Fr. annuir teimoso, e imprudentemente a taô solidas rasoens^

Luiz de Santa Roza Pereira disse, que está, pelo que acabou
e ingerir-se violentamente no Governo, fasendo hostilidade

de dizer o reverendo |Padre Mestre Superior Joaquim Jo- sobre a Cidade, elle diria a naò attender ao seu estadô Eccle-

ze Leite, a cujo parecer naò tem que accressentar, e nem siastico. Dulce xeet pro Patria mori; mas por ora nada

diminuir couza alguma. dis mais.

O Revereudo Padre Mestre Prior do Convento de S. Agos- O Reverendo Nicolao Rodrigues Pereira de Borja disse,*

tinho Fr. Jose da Conceição, caso que o Commandante que esgotados todos os meios para que sem força se faje1
DA CHINA.
174 A ABELHA
—■ * d|

deça-se sem replica; mas se forem filhas do General


regressar a Fragata á Capital de Goa, da qual se dis ter

>e Goa, ou de seu partido, como parece mais provável, se


partido, hè de parecer, que o actual Governo lavre «•

repulsasse atècom recurso ao mesmo Soberano Congresso.


seus protestos, e faça o mais que bem lhe parecer, e sobr<

O Illustrissimo Conselheiro Manoel Pereira, que naò


tudo faser partir logo hirm proprio para informar ás Cortes

obstante, ter dado a sua opinião na commissuõ que


c sua Mageslade do accontecido em Macàn.

se juntou neste Senado no dia 3 do corrente, que ratifica,

0 Reverendo Francisco Silva Pinto Maya, disse o Go

va a mesma, accrescendo, que quando a dita Fragata

venio deve vigiar sobre tudo nquillo, que pode inte-

chegue a vir, o que muito duvida, o Governo deve empre-

ressar a felicidade da sociedade, afim de que debaixo dt

gar com toda a energia ao Commandante, que visto

tua-protecção, e pelo seu cuidado posso os homens procu-


achar-uos em paz, e soeego, e achar-se alem disso a Caixa

rar por hum modo mais seguro a felicidade a-que aspirao

Nacional destituída de Numerário, ainda para as despesas

naturalmente: portanto o Governo níinca perdendo de

ordinárias da Cidade, quanto mais para as da Fragata, e

vista, que a obrigaçaô mais forte sempre deve prevalecer

mais Tropa ; e que era caso delle resistir a todos estes

•à mais fraca, deve naò sò vigiar do modo mais energico

meios, nos mõ podemos por nenhum titulo obstar a

sobre a paz, e tranquilidade publica, attendendo ao local

sua pertinácia, visto ser a dita Fragata cube ria com Nosso

desta Cidade, ao credito, e honra de toda a Naçaò Por-

Real pavilhaó, e mandada a este Porto por authoridade

tuguesa, e para isto examinar os meios de que se serVe

Constituída por Sua Magestade, e pelas Cortes Constituintes

r quaes poderão ser para o futuro as suas consequências,

cada, e qualquer força que nòs lhe fisessemos em conse-

como também faser conhecer a cada htnn dos Membros

quência de sua contumácia, eque isto serviria para que elle

da Sociedade as obrigaçoens que elles tem conlrahido com

embargasse os nossos Navios proximos a chegar là fora*

a sociedade em geral, e que esta deve ter sempre a pre-

seguindo-se daqui a ruina dos Direitos da Naçaõ e subsidio

ferencia quando esta em coalisaò c m o bem particular,


para os pobres moradores desta Cidade, e que devemos

de outra -sorte seria arruinar a Ordem das ccKrsas, destruir

mais tratar esta dependência com a maior moderaçaò em

a sociedade pelo seu fundamento. Suppostos estes princípios

ras-íõ da complicação, que temos com os Chinas, pois

ve-se claramente, que a Fragata naò deve ser adnrittida,

que vendo huma Fragata Portuguesa, em desordem, com*

por quanto estando esta Cidade em paz e soe ego ha mais

batendo com os mesmos Portugueses de Macáo, e isto

de seis meses, ella vem naõ sò perturbar esta mesma paz,

daria motivo a que a Naçaô Portuguesa, a que elle tem

c soccgo, destruir á tranquilidade publica, mas também dar

a honra de pertencer, perdesse o honor de issar o seu

occasi iô aos Chinas de julgarem que nós somos hoinens


Pavilhaõ neste Império, e que esgotados todos os recur-

levantados, que faseiuo» as cousas sem ordem do Governo,

sos da prudência a respeito de naò haver desunião entre

e por tanto eiles devem estar mais cautos sobre a cidade, e


este Governo, e a Fragata que entaó o mesmo Governo

assim jà com esle, jàcom aquelle pretexto ficaríamos pouco


mande hum Procurador, pessoa de probidade, queixar-se,

a pouco sugeitos aos Chinas; isto naò hé falta de sugeiçao


a Sua Magestade, e às Cortes Constitucionaes de qualquer

ás Authoridades Constituídas, primeiro, por que foraô


transgressão, que nos seja feita contra as Bases da nossa Santa

illudiders, segundo pt»r que estamos affectos as Cortes ;

Constituição; eque declara outro sim, casoquea referida

terceiro, .por que jà fasemos província separada.

Fragata venha com ordens d'outro Governo, que naò

O Reverendo Fr. Antonio de S. Gonçalo, precedendo o


seja o de Sua Magestade Fidellissima, e das Cortes, entaò

protesto Canonico, disse que, na hypote&e o Commandante

neste caso se nuo deixaria por nenhum principio entrar

da Fragata devia ser considerado como inimigo da paz, e


neste Porto, nem existir na Franquia com aquella pouca

da tranquilidade, e por consequência que devia o Governo


força que nòs temos.

tomaras medidas necessárias.

Antonio Vicente Rosa, foi do voto do Illustrissimo

O Reverendo P. Luiz Pedro Gonzaga, que esgotados

Conselheiro Pereira.

todos os meios de accomodaçaô, quando naò houver

Raymundo Nicolao Vieira, que o Governo devia tomar


'mais reraedio, ceda se 4 força, e mande-se imraedia-

todas as medidas para que tudo se conclua em bem, no


tamente hum Procurador a Sua Magestade, e ao Soberano

caso de querer assaltar, segue o parecer do Reverendo Fr.


Congresso.

Antonio Teixeira.

O Reverendo Vigário de S. Lourenço Fr. Joaô de Santo

Antonio Joaquim de Oliveira Mattos disse, que este

Antonio disse, que se deve levar tudo com soeego, e

Senado devia receber as Ordens, que lhe fossem expe

prudência; e quando nos queira faser alguma violência

d idas pelo Governo Superior da Capital do Estado que

protestássemos, e recorrêssemos entaò ao Soberano Con-

à vista delias deliberara como julgar conveniente, secundo

gresso por meio de hum Deputado.

as circunstancias, e localidade dessa Cidade relativamente

O Reverendo Fr. Henrique de Santo Agostinho foi do á ida de Procurador representar a violência ao Soberauo

mesmo parecer do Reverendo Vigário de S. Lourenço.


Congresso, quando chegue a estes termos entaò dirá o seu

O Reverendo Padre Mestre Fr. Antonio Teixeira disse,


parecer.

que se as ordens que traz o Commandante forem emanadas


Simaõ Vicente Rosa seguio em tudo o parecer de Anto*

das Cortes, ou de Sua Magestade Constitucional, obe-


nio Joaquim dc Oliveira Mattos.
A ABELHA DA CHINA 175

■ —

Ralael Bottido d' Almeida disse, que tinha a honra actua!, que considero ser legitimo, e Constitucional, to-

de se unir a mesma opinião do Reverendo Padre Luiz mar as medidas necessárias para conservaçaõ da Cidade.

Gonzaga, Capellaò da Tropa. Macao ? de Junho de 1823. Joaquim de Sousa Júnior.

Virente Baptista Cortella seguio o mesmo parecer de Parecer do Cidadao Joaquim de Souza Sénior.

Antonio Joaquim de Oliveira Mattos.


Como nada sei dizer a proposta sobre a Fragata, por
»

Bernardo Gomes de Lemos disse, que elle estava por


quanto sou Leigo para julgar em semelhante assumpto, es-

tudo quanto este Governo houver de faser a respeito do


tou por tudo quanto V. S. determinar a esse respeito.
^ ? » • > , .. t
assumpto, que se trata, na supposiçiò. que tudo será
M icio 7 de Junho de 1823. Joaquim de Souza.

conforme á Ley, é ao sagrado juramento que deo em obc-


Faustino Coelho dos Santos foi do voto de Fr. Antonio

diencia ao que mandar El-Rey Constitucional, e o Soberano


Teixeira.

Congresso.
Agostinho de Sá, seguio o voto do Reverendo Superior

0 Commendador Domingos Pio Marques disse-, que res-


de S. Jose, Joaquim Jose Leite.

tringindo o assumpto ao seu fraco entender, lemita-se a


Pedro Feliciano de Oliveira Figueiredo seguio o voto do

diser, que toda a deliberação prematuramente acordada


Reverendo Padre Capellaò da Tropa

nôs pode ser prejudicial por aos faltar es conhecimentos


Manoel Vicente Rosa Braga seguio o voto do Reverendo

precizos, assim da matéria em questão, como do Espirito


Padre Mestre Commissario Fr. Luis de Mello.

das Ordens, pelas quaes nos devemos regular, muito mais


Francisco Cecílio Braga foi do voto do Reverendo

se ellas forem emanadas daquelle Poder Soberano que


% Padre Capellaò da Tropa.

A • • i * 7
confirmando a nomeação do Senhor D; Manoel da Camara
Antonio Sehastiaò Barradas foi do voto de Joaquim de

Governador e Capilaò General (*) do Estado da índia, o


Sousa Júnior.

authorizasse para as disposiçoens (que dizem vem de Goa)


Joaquim Jose Ferreira Veiga que apoiado no Decreto

a interinamente dar as Providencias, que julgar precisas


das Cortes de 18 de Abril, consequente, e incontestável

ás mais Colónias de Asia, até que as Cortes o façaò por


legitimidade deste Governo, em paz, e tranquilidade que

sii ts terminantes disposiçoens: por isso conclue que toda a


elle tem mantido, e o mais se refere ao parecer do Reve-

anticipnçaò pode ser arriscada, e á visla desta sua duvida


rendo Nicolau Rodrigues Pereira de Borja.

os Senhores do Concelho; e do actual Governo decidirão


0 ' Bento Jose Gonsalves Serva depois de íiilo o seu parecer,

o que tiverem por m.iis conforme, econveniente ao objecto


e entregou por escripto.

proposto, tendo em vista as circunstancias deste melindrozo


Varecer do Cidadao Bento Joze Gonçalves Serva.

Paiz, e suas relaçoens commerciaes Eu» quanto á segun-

No caso, que o Commandante da Fragata use de meios

da parte deixa ao arbitrio do mesmo Governo, e plura-

violentos, deve ser repellido com força, segundo o plano

lidade de votos.

que este Governo deverá dar, naô havendo complicaçaó


Antonio Jose Gonsalves Pereira seguio o parecer de An-

com os Chinas; mas se finalmente triunfar ò despotismo

tonio Joaquim de Oliveira Mattos.

partirá immdia ta mente hum Proprio pedindo á El-Rey, e

Antonio Joaquim Cortella seguio o parecer do Padre

ao Soberano Congresso as necessárias providencias—Protes-


Gonzaga, Capellaò da Tropa. • *

to, que já mais reconhecerei outro Governo que naô seja

Felis Vicente Coimbra seguio o mesmo voto do Padre

ò actual, ou o que nos dér El-Rey, e as Cortes. Macao 7


■ /
Gonzaga Capellaò da '1 ropa.

de Junh > de 18i3. Bento Jozé Gonçalves Serva.

Joaò Jose da Silva e Sousa seguio o voto do Com-

Cláudio Ignacio da Silva, e Antonio Lourenço Barreto

mendador Domingos Pio Marques.

seguirão o voto do Commendador Domingos Pio Marques.

Felippe Jose de Freitas foi do voto dò Padre Gonvaga

Antonio Francisco Tavares foi do voto de Joaquim de


Capellaò da Tropa.

Sousa Júnior.
Joaquim de Sousa Júnior; deo seu voto por escnpto,

Boaventura Antonio Peres foi do parecer do Reverendo*


depois de lido acrescentou que em ultimo recurso se

Boija.
enviasse hum Procurador a El-Rey, e ao Soberano Congres-

so para representar a violência que se acaba de praticar JoSe Simão da Costa e Brito foi do parecer do Reverendo
5

nesta Cidade, Padre Mestre Fr. Luis de Mello.

Antonio Vicente Cortella foi do voto do Reverendo.


Parecer do Cidndaò Joaquim de Souza Júnior.

Capellaò da Tropa.

No caso que o Cornmand.mte da Fragata municiada

Joaquim Pedro José da Silva foi do voto do Capellaò da

com Tropas, &.* e rnandad is pelo General da índia a esta,

Tropa.

por informaç.iô de estar aqui em anaschia, que em tal

Antonio Dias da Cunha foi do voto do Reverendo Fr«


se naô acha, neste caso digo, que naô se deve acceitar,

Luis de Mello.
por estar ein socego ; e o Comniandante deve retirar-se

com a Fragata ; mas se o Commandante usar de hostilidade, Joaquim Jose de Mattos foi do voto do Reverendo

neste caso hc reconhecido por inimigo, e como tal o Go- Padre Leite.

verno também deve usar de forças, se naô houver com- Joaò de Deos de Oliveira Mattos seguio a opiniaô de

plicação com o Governo Cbinez; havendo, o Governo seu Pay Antonio Joaquim de Oliveira Mattos.

(# ) Quis talia legendo temperei a ritu ? . . ;


A ABELHA DA CHINA.
176

Luis Manoel Cordeiro foi do parecer de Antonio Joaquim


Angelo Vicente Pereira fui do voto de Joaquim de

Alves Pereira.
Sousa júnior.

Antonio Ferreira Batalha seguio o parecer de Antonio


Antonio Joaquim Alves Pereira seguio ò voto dê Bento

Joaquim Alves, acrescentando que, se deve faser a resistên-


Jose Gonçalves Serva, acrescentando qtie naõ se deverá

cia a Fragata lá fora.


«.fder ás forças da Fragata, seuaõ no caso d'ellas serem n

Jose Huet foi do parecer de Joaquim de Sousa Júnior.


muito superiores.

Bartholomeo Tavares, foi do parecer de Antonio Joaquim


Anacleto Jose da Silva, Sargento M6r, foi do voto do

Alves Pereira.
P idrtí CapcliaÕ da Tropa.

Julio Antonio Correa de Liger foi do voto do Reveren-


O Capita# Joaõ Vicente Ferreira Gordo foi do Voto de

do Padre Pedro Paulo de Sotlsa.


Antonio Joiquim Alves Pereira.

Nicolau Tolentino da Costa foi do voto do Reverendo


Constantino Jose Lopes fui do voto do Padre Capella#

P. Capellaõ da Tropa.
'd.* Tropa.

Felippe Neri de Sousa foi do parecer de Joaquim de


0 Segundo Tenente Ludgero Joaquim de Faria Neves,

Sousa Júnior.
que se devem esgotar todos os recursos que prescreverem a

Domingos Joaõ Barradas foi do trotò do Reverendo

.justiç-i, e a prudência» e no caso que estes seja d balda-

P. Capellaõ da Tropa.
dos deve-seexceder á força visto a circunstancia do Paiz

Narciso Cordeiro foi do voto do Reverendo P; Pedro


naõ permittir a cfusaô de sangue ; e enviar immediatamente

Paulo de Sousa.
'Procurador para representar a Ll-Kcy, c ao Soberano Con-

Adeodato Vieira Ribeiro foi do voto do Reverendo P.


gresso, e o que Governo julgar mais aceitado.

Pedro Paulo de Sousa.


Miguel Antonio de Sousa foi do parecer do Reverendo

Jose Rodrigues foi do voto do Bento Jose Gonçalves


'Padre Capella# da Tropa.

Serva.
Feliciano Narciso Osorio foi do voto de Joaquim de

Lourenço de Sousa Placé foi do voto do Reverendo P.


"Souza Júnior.

Pedro Paulo de Sousa.


Cypriano Antonio Pacheco foi do voto de Joaquim de

Joaõ Viclorino da Silva foi do mesmo voto do P


Souza Júnior, acrescentando que uaõ hade reconhecer c»

Pedro Paulo de Sousa.


'Governo que se iustallar debaixo de força armada.

José Soares foi do mesmo voto.


O Reverendo Padre Pedro de Souza que, esgotados todos

Severino Vieira Ribeiro foi do mesmo volo.


os meios , naõ cederemos á força, seuaõ também usar-

Isidoro do Rozario foi do mesmo voto do P. Pedro


mos das forças.

de Sousa.
O Reverendo P. Joaõ da Cruz disse, que esgotados to-

Gregorio Joaquim Pereira de Campos foi do mesmo voto


dos os meios para que tudo se couclua em bem desta Cida-

Joaõ Jose dos Santos do votto de Bento Jozè Gonçalves


de, só ao deverá ceder no caso que as forças sejaò superiores

Serva.
•Ai nossas, e que elle naõ reconhece outro Governo por legi-

Jose Maria Pereira foi do voto de Antonio Joaquim


timo senad o actual, em quanto F.LRey e as Cortes

Alves Pereira.
naõ mandarem o contrario, e que no caso de succumbir-

Bartholomeo Antonio Vieira foi do voto do P. Pedro


inos á violência, immediatamente parta o Procurador a

Paulo de ímusa.
reclamar contra ella perante El-Rey, e as Côrte».

José Francisco Vieira foi do voto de Joaquim Jozé


Joaquim Antonio da Silva foi do mesmo voto do Reve-

Ferreira Veiga.
rendo Capellaõ da Tropa.

Segando Que o Concelho declare se houve, ou naõ


Joaõ Nepomuceno Maher, e Joaquim Jose dos Santos

tumulto na Eleição do dia 19 de Agosto; ao que respon-


forào de voto de Joaquim de Sousa Júnior.

derão todos unanimemente, que o acto d'Elleiçaõ tinha sido


O Reverendo Antonio Miguel dos Remédios foi do voto

do Padre Pedro Paulo de íousa. o mais traitquillo possivel, e que sò tinha havido algum tu-

Joaõ Felis do Rosario foi do voto do Reverendo Joaõ multo, e voseria antes da Eleição, quando se disputava qual

«la Cruz. devia ser a maneira porque ella devia ser feita ; e esse al-

Antonio Guedes foi do volo do Reverendo P. Capellaõ


voroço foi motivado pela indiscripçaõ do Major Cavalcan.

«da Tropa. ti em diser perante o Povo, que este naõ tinha authori-

Justiniano Vieira Ribeiro foi do voto do Reverendo


dade nenhuma para mudar o Governo ; do queenfurecido o

P.idré Capellaõ da Tropa.


mesmo Povo gritou em altas voses =a toda = toda = que-

Jose de Sousa Placé seguio o voto do Reverendo Padre


rendo arroja-lo pela Janella fora, e ficando dahi por dian-

Pedro Paulo de Sousa.


te tudo no maior socego, e tranquilidade.

Jose Vicente Lopes foi do voto do Reverendo Padre


Terceiro Que o Concelho decidisse se o Senado

Pedro Paulo de Sousa.


tinha, ou naõ feito o seu dever em mandar sahir desta Cida-

Caetano Vicente Jose da Silva foi do parecer de Joaquim de ao Conselheiro Arriaga, visto que as determinaçoens dos

de Sousa Júnior. tres Concelhos Geraes assim o exigiaó. Foi por todos

Barnabé Antonio de Gouvéa foi do voto de Joaquim respondido, que o Senado tinha feito o seu dever à excep-

dc Sousa Júnior,
ção do morador Francisco Antonio Pereira Thovar, que
A ABELHA DA CHINA.
J77

disse, que naó decidia por naò saber dos Conselhos passados * Justiniano \ ieira Ribeiro. Joaõ Vicente Ferreira Gordo.

mas sim reconhecia huina raiva geral contra o Conselheiro Antonio Vicente Cortella. P. Pedro Paulo de Sousa. João

Arriaga, decisivamente até dos seus mesmos favorecidos. Joaquim Pereira.

Quarto Foi eleito unanimainente naò só pelo

^ Da Sessão do dia 9 de Junho de 1S23.


Senado, como por todo o Conselho, para hir à Lisboa na

qualidade de Procurador desta Cid ide o Major Paulino Sendo chamado perante este Senado o Rd°. P*. Luiz

da Silva Barbosa, alli reclamar contra oattentado comettido Pedro Gonzaga para dar huraa explicaç iõ sobre a seguinte

pelo Commandante da Fragata, como pelo Governador frase de que elle usou no Concelho Geral do dia 7. Que

quando nnõ houver outro remédio se cedesse á força ; de-


de Goa, que aqui a enviou, no caso que todas as medidas

clarou o dito Rd°. que elle com estas palavras só queria di-
naõ fossem bastantes para persuadir ao Commandante

ser, que se o Commandante da Fragata uaõ cedesse à rasaõ;


que se devia retirar com toda a sua guarniçaõ.

e a justiça que acompanhava a esta Cidade, se naõ fisessa


E aqui se houve por acabado o presente Conselho em que

resistência alguma com as Arm as na aÕ, por ser esta in-


todos se assignaraõ comigo Jose Gabriel Mendes Tabelliaõ

publico de Nottas, e Judicial por embaraço do Secretario compatível com as circunstancias do Paiz

desta Camara, que o escrevi. Jose Gabriel Mendes, E tendo sido igualmente interrogado o referido Padre

sobre as queixas que lhe fisera o Conselheiro Arriaga buí-


Barbosa. Basto. Remedios. Lima. Bello. Castro.

do elle visita-lo poucos dias depois da instaiiaçaõ do Gover-


Fransisco Jose de Payva. Manoel Pereira. P. Joa-

no, respondeo que aquelle Conselheiro, lhe linha dito que


quim Jose Leite. Antonio Jos? Gonsalves Pereira.

havendo já jurado as B ises da Coustituiçaõ o Governo pas-


Fr. Jose de St. Clara. Felis Vicente Coimbra. P. Luiz

Gonzaga. P. Nicolao Rodriguez Pereira de Borja. P. Luiz sado, parecia-lhe qne uaõ podia o Povo desta Guiado

Pedro Gonzaga. P. Fransisco Pinto Maya. Fr. Antonio mudar de Governo, em quanto chegassem novas ordens

c que por tanto julgava illegal o actual Governo".


de S.Gonçalo. Raymundo Nicolao Vieira. Domingos Pio

Marques. Joaquim António da Silva. Antonio Lourenço Appresentaraõ-se perante este Senado os Morador**

Miguel Antonio de Sousa, Antonio Guedes, e Jusuuiauo


Barreto. Joaquim Pedro Jose da Silva. Antonio Joaquim

Vieira Ribeiro, para faserem hfla declaraç :õ, sobre o voLo


Cortella. Fr. Luis de Santa Rosa Pereira. O Prior de Santo

queelles tinhaõ dado no Concelho Geral do dia 7 do corren-


Agostinho. Fr. Jose do Espirito Santo. Fr. Luiz dos

Remedios e Mello. Fr. Henrique de Santo Agostinho. te, a qual hé do theor seguinte = se as expreçoeus de que

Fr. Antonio Teixeira. P. Joaõ da Cruz, P. Antonio usou o Pe. Luis Pedro Gonzaga, cujo votoelies seguiraÕ =

.Miguel dos Remedios. Antonio Joaquim de Oliveira quando naõ houver mais remédio, esgotados todos o»

Mattos. Cláudio Ignacio da Silva. Antonio Dias da meios de accommodaçaõ se cedesse á força. Querem diser,

Cunha. Jose de Sousa Placé. Antonio Francisco Ta- que depois de esgotados todos os meios de accommodaçaõ^

vares. Francisco Cecilio Braga. Joaõ Felis do Rosario. e de ter feito a resistência possível com as Armas Da maõ,

Boaventura Autonio Peres. Domingos Joaõ Barradas. Luis pelo motivo do Commandante resistir a todas as propostas

Manoel Cordeiro. Jose Maria Pereira. Bento Jose Gouçal- fundadas na Justiça, e nos direitos desta,» se cedesse entaõ

ves Serva. Gonçalo Joaquim da Fonseca, Alferes. Felippe a força vinda de Goa, no caso delia ser superior, estad

José de Freitas. Antonio Ventura Pereira. Feliciano por aquelle voto, do contrario naõ. Barbosa, Basto,

Narciso Osorio Gregorio Joaquim Pereira de Campos. Remedios, Bello, Castro.

Constantino Jose Lopes. Ludgero Joaquim de Faria Ne-

ves, 2o Tenente. Cypriano Antonio Pacheco. Antonio Vi-


dela do Concelho Geral dc 16 de Junho de 1823.

cente Rosa. Beríiardo Gomes de Lemos. Simaõ Vicente


Sendo proposto pelo Vereador Presidente Paulino da

Rosa. Vicente Baptista Cortella. Rafael Bottado de AL


Silva Barboza, que tendo se recebido vários Officios do

meida. Antonio Guedes, ^arnabe Antonio de Gouvea.


Governador de Goa, nos quaes este declarava os motivos;
%

Narciso Jose Maria de Sousa Cordeiro. Angelo Vicente que o obrigavaõ a enviar a este Porto a Fragata Salaman-
O

Rosa Pereira. Felis Lourenço de Pinna. José Antonio dra com guarniçaõ, e Officiaés para esta Cidade, e outras

Soares. Julio Antonio Correa, Cadete Sargento. Barto- varias providencias, que constaõ nos mesmos Officios, sendo

lomeo Antonio Vieira» Agostinho de Sá. » Fransisc oAnt.° huma delias o mandar estabelecer aqui hum novo Governo

Pr\ Thovar. Adeodato Vieira Ribeiro. Antonio Ferreira interino: requeria o mesmo Vereador a todos os Cidadaõs,

Batalha. Caetano Vicente Jose da Silva. Joaò Jose da Silva que s»e achavaõ reunidos em Concelho, que franca, e livre-

e Sousa. Antonio Joaquim Alves Pereira. Joaõ Jose Viei- mente dessem as suas opinioens sobre qualquer das ques-

ra. José Vicénte Lopes. Joaò "Jose dos Santos. Mano- toens, que por elle lhes fossem propostas. Em consequeucia

el Jose Ribeiro. Jose Rodrigues. Antonio Sehastiaõ Bar- do que disseraò o seguinte.

radas. Joaò Victorino da Silva. Joaquim de Sousa Jú- O Reverendo Padre Superior Joaquim Jozò Leite disse,"

nior. Filippe Neri de Sousa. Anacleto Jose da Silva. que em quanto á recepçaõ da Trflpa, nenhumaoutra se deve

0
Isidoro do Rosario. Joaõ de Deos de Oliveira Mattos.
receber senaõ a pedida por este Leal Senado, e ainda menos
. ~ n

Pedro Feliciano de Figueiredo. Joaquim Jose de Mattos.


Official algum. = Quanto ao^Govemo interino que de

Jose Siinaõ da Costa e Brito. Fr. Joaõ de Santo Antonio.


nenhuma sorte se deve consentir. = Quanto á demora dá

Joaquim Jose Ferreira Veiga. Lourenço de Sousa Place.


Fragata neste Porlo, a rhenos possível, pela impossibili-
178 A ABELHA DA C H I \ A.

dade do Senado poder fazer taes despesas, alem da descon- em quanto á Officialidade, que se naõ receba, por naõ ser

fiança, e desassocego, que em quanto estiver, naô deixa-


preciza, antes podendo implicara sua recepçaõ com o mes-

rá de produsir nesta Cidade : fundando-se elie para assim o


mo socego publico. Quanto á mudança do Governo, que

dizer, que os motivos alienados nos Officios de Goa senaõ


nenhuma se faça tanto por que o actual hé legitimo, como

verificai*; de mais ditso a fermentaça5, e perturbação que


também por estar assentado nos Conselhos Geraes, que elle

qualquer mundança no Governo necessariamente havia de


deve prezistir até a rezoluçaõ das Cortes, e do Soberano.

catizar por estar este negocio a Afecto a Sua Magestadc, e


Em quanto ao regressar a Fragata, que devia ser o mais

ás Cortes.
breve que for possível pelo motivo já apontado.

O Reverendo Padre Luiz Alvares Gonzaga, disse que em


O Reverendo Francisco da Silva Maia disse que, em quâ-

-tudo, e sobre tudo hé do mesmo parecer que o Reverendo to á recepç iô dos Officiaes nem hum só; que em quanto aos

Superior, com a differença porem, que os 50, a 60 Soldados,


Soldados aquelles que se pedirão, se forem desses 8 que em

que elle disse poderiaò ficar; elle diz, se elles nad forem
quanto á mudança do Governo, nada de mudança; e que

Sipaes, como se tnandaraò pedir, que esses mesmos nad


em quanto á Fragata se há-de hir amanha, que vá hoje.

deveriao ficar.
Alem disto appresentou o seu voto por escripto.

O Reverendo Vigário do Convento de S. Domingos Fr.


Feito o protesto Ecclesiastico digo
o

Luiz de Santa Roza Pereira, disse que os Soldados, e os


O Governo deve vigiar .obre „,do aquillo, que pode

Officiaes remettidos de Goa para esta Cidade, o Governo


interessar a felicidade da sociedade, afim de que de baixo

recebesse aquelles que julgasse necessários. Em quanto ao


da sua protecçaS, e velo ,eu cuidado possaõ o, homens

Estabelecimento do novo Governo, que de nenhuma sorte


procurar por hum modo mais seguro a felicidade a que

era conveniente pelo desassocego, que julga haverá] nesta


aspira» naturalmente. Por tanto o Governo, nunca per

Cidade. Que sobre a demora da Fragata, ella devia ser a


dendo de vista que a obrigaçaõ mais forte sempre deve

mais breve possível, a fim de evitar despesas, com as quaes


prevalecer à mais fraca, deve na» só vigiar do modo mais

'TiaS pode este Senado- ==


energico sobre a paz, e tranquilidade publica, attendendo

O Reverendo Padre Mestre Commissario do Mosteiro


ao local desta Cidade, ao credito e honra de toda a Naçaõ

de Santa Clara Fr. Luiz de Mello, que relativamente á


Portugueza, e para isto examinar os meios de nne ..

, se serve
recepçuft da Tropa, e Officiaes livre, e mui confiadamente
e quaes poderão ser para o futuro a, sua, consequência,

se eomettia á prudente disposição do Governo. = Quanto


como também faser conhecer a cada hum dos membros dá

ao Governo interino disse, que tendo o Governo actual


sociedade as obrigaçoens, que elle, tem contrahido com

sido iivre, e legalmente eleito por todos os Moradores desta


a mesma sociedade em geral, e que esta sempre deve ter

Cidade, cuja legallidade o mesmo Governador da Capital


a preferencia, quando está em colliZaõ,com o bem do par

'reconhece, nad convém á honra dos mesmos Cidadaõs, e


ticular, de outra sorte seria arruinar a Ordem das couL

ao serviço da Patria, que elle deixe de subsistir; pelo


seria destruir a sociedade pelo, seus fundamento,. Suppostog

contrario, que em quanto na5 vierem disposiçoens das Cor-


este, principio, vê-se claramente que a Fragata na» deve ser

tes, os mesmos Cidadaõs, ainda que juntos, cometteriaõ


admittida, por quanto estando esta Cidade cm paz e socego

hum grande attentado, se quizessem desfazêllo; visto que


ella vem na» sò perturbar esta mesma paz e socego, e de,'

o poder que lhe deo o Decreto de 18 de Abril de 1821 ahi


truir a tranquilidade publica, mas também daf occasia»

expirou com a eleição, que fiseraó. = Em quanto á Fra-

aos Chinas de julgarem que nós somos huns homens levan-

• gata disse, que os motivos allegados pelo Governador de

tados, que fizemos as coizas sem Ordem do Governo, e por

Goa naõ tem valor algum nem de Direito, nem de facto. =

tanto que elles devem estar mais cautos sobre esta Cidade

O Reverendo Padre Mestre Fr. Jozè de Santa Clara,

e assim já com este, já cora aquclle pretexto ficaremos pouco

-em quanto a admissaÕ dos Officiaes, e Tropa disse, que

a pouco sugeitos aos Chinas: quando os malessa5 conside-

tendo o Governo officiado ao Soberano Congresso, e iun-


O 9 J ráveis basta só a possibilidade para nos determinarmos

tamente cl levado praças desta mesma Cidade hé, e se fáz

Isto naõ hé falta de sugeiç; 5 ás Authoridades constituídas.

desnecessária a providencia dada pelo Governador de

\° por que foraô illudidos, e enganados. 2° por que já*

Goa. =* Em quanto à mudança rio Governo que parece

estamos affectados às Cortes. 3* por que já fasemos Pro-

indicar em hum dos Officios, julga na5 ter cabimento,

víncia separada.

pois o actual Governo hé legitimo feito segundo o Decreto

Naõ pode semelhante conducta ser criminada, pois temos

de 18 de Abril de 1821 ; por tanto ninguém, a na5 estar


exemplo no nosso mesmo Principe que naõ se recolheo a

munido de huma Authoridade Soberana, o poderá dissol-

Lisboa como mandava» as Cortes, interpretando as suas Or-

ver, aliás dispensaria a mesma Lei. = Em quanto á Fra-


dens, e ellas aprovara» esta mesma interpretação em quanto

gata, que ella deve ser despedida o mais breve, que puder;

naõ disconfiaraõ de suas intençoens: outro exemplo temos

poisa prezença só delia assusta este Publico, e poderá sur-

em Pernambuco, como nos refere o Correjo Braziliense

tir tristes eAfeitos á Cidade, attentas as circunstancias

pag. 709, e para que se na» tornassem abrir de novo es,a,

actuaes. —

chagas de antigos odios, naõ qniz o Governo provisorio de

O Reverendo Nicolao Rodrigues Pereira de Borja, que


Pernambuco receber as outras Tropas que lhe hiaõ de Lis-

tendo em vista o socego publico da Cidade hé de parecer,


boa, acto de prudência que manteve a continuação da paz

que unicamente se recebaõ os Sipaes, que o Governo pedio;


na Província; mas que por isso mesmo mereceo a repro-
A A B E L H A DA CHI X A.
179

vaçaò dos incendiários inimigos do Brazil em Lisboa. voluntário da Tropa, ou gente da Fragata, assim como o

Francisco da Silva Pinto e Maya. forçado. Em quanto ao segundo disse que o Governo naô

O Reverendo Fr. Antonio de S. Gonçalo de Amarante pode, nem deve mudar-se sem ordem positiva de Sua Ma-

disse, que tendo permanecido esta Cidade, há mais de seis gestade, e das Cfirtes, á quem já se officiou : em quanto ao

terceiro, que se officiasse ao Commandante, que o Senado


mezes, em perfeita tranquilidade mãtida pela pequena guar-

fornecerá a Fragata de viveres, para que no mais curto


nição de que se compoem, julgava desnecessária mais Tropa

espaço de tempo regressasse a Capital de Goa.


e Officiaes. Em quanto ao 2& disse, que, tendo sido este Go.

verno legitimamente inslallado, e que sendo a sua commu- Joaquim de Souza Júnior seguio o parecer do Reverendo

Nicol ao Rodrigues Pereira de Borja.


nicaçai) directa com a Capital do Império Portuguez, julga-

José Huet foi do parecer de José de Almeida Carvalho


va sem fundamento as providencias, que parece ter dado o

e Silva.
Governador da índia para a installaçao de hum Governo in-

João José \ ieira foi do mesmo parecer.


terino nesta Cidade. Em quanto ao 3° disse, que a Fragata

fcliciano Narciso Ozorio foi do parecer do Padre Mestre


devia mandar o Porto de Goa o mais breve possivel.

Fr. Jozé de Santa Clara.


O Reverendo Joaô da Cruz foi do mesmo parecer do

Reverendo Fr. Antonio. Antonio Francisco Tavares, Joaquim Vieira Ribeiro, e

Joaquim I tdro Jose da Silva, seguirão o mesmo parecer.


O Reverendo Padre Antonio dos Remédios foi do mes-

C)priano Antonio Pacheco foi do mesmo parecer, á ex-


mo parecer do Padre Mestre Santa Clara.

cepçaõ do terceiro ponto em que disse, que se fisesse sahir a


0 Reverendo Pedro Paulo de Souza, em quanto à admis-

Fragata em tres dias.


saô dos Officiaes disse, que nenhum, e Tropa a quella que o

Joaô \ ictorino da Silva foi do parecer de Jose de Almeida


Governo mandou pedir, e respectivamente á mudança do

Carvalho e Silva
Governo, que devia ser o actual, e que em quanto á partida

Florentino de Gamboa disse, que »e receba» os Soldados


da Fragata devia ser quanto antes.

Raymundo Nicoláo Vieira foi de parecer, que o Governo que o Governo mandou pedir j que em quanto ao segundo

nada de mudança no Governo, visto assim se ter assentado


devia receber os Soldados, que mandou pedir, e mais algum

nos tres Conselhos Geraes ; e que em quanto ao terceiro


ie precizo lhe for, fazendo embarcar na mesma Fragata os

que a fragata sahisse o mais breve possivel. =


que esta5 incapazes; em quanto aos Officiaes, que se o

Governo julgasse ter precizaõ d alguns, os deixaria. Em Francisco Cecílio Braga depois deter lido o seu parecer,

deo-o por escripto ; accrescentando que a ida da Fragata


quanto ao Governo que deverá perzistir o mesmo até a De-

terminaçaô de Sua Magestade, e das Cortes. Em quanto devia ser a mais breve possivel. =

ao terceiro, que a Fragata será expedida desta Cidade para


Parecer de Francisco Cecílio Braga.

a Capital de Goa, ornais breve possivel, concorrendo este Senhores. = F.m quanto a recepção dos 50 Sipaes para

Governo com o precizo para a sua viagem. a Policia como tinha mandado pedir este Senado, deve por

Antonio Joaquim Cortella foi do mesmo parecer. toda a forma receber, e mesmo o que exceder deste numero

Joaô Jozé da Silva e Souza, depois de lido o seu parecer quando seja para mudar os incapases, que aqui se achavas,

o entregou por escripto.


porem os Officiaes por nenhuma forma. Em quanto a mu-

Parecer de Joaò Joze da Silva e Souza.


dança imaginada do Governo julgo, que a Capital de Goa

Disse Joaò José da Silva e Souza, que se Macáo esta


na8 tem tci ça8 alguma de o effectuar, o que se colige por

independente do Governo de Goa, que lhe naô toca decidir,


naô h:iver entre os Officios vindos, hum sò que os expeci-

por que a tanto naô chegaõ seus conhecimentos, deve taõ


fique. O equivoco de hum dos Officios serve sò de nos

somente receber os Soldados que se pedirão, e naô mudar o

sugerir a ideia de que se alguma mudança fosse premedi-

Governo, mas nunca rezistir a força de armas, por que


tada em Goa o único meio de effectuar seria a seducçaô,

a complicação do Paiz o naô permitte se naô ccd( r,e


permittindo se a entrada da Fragata, e huma confiança

representar ; se porem esta Cidade esta dependente, c su-

cega nos Officiaes, Tropa inviada, esta nunca se dará, pois

geita a Goa como Capital, entaô deve em tudo obedecer

que a obrigaçaô do Governo actual vigiar a segurauça pu-

as suas ordens. Macáo 16 de Junho de 1823. (assignado)

blica, e sustentar-sc a custa de todos, os sacrifícios, como

Joaô Jose da Silva e Souza. =Sigo a opiniaô supra (as-

jamais de huma vez se tem determinado. Macáo 16 de Ju

signado) Joaquim Antonio da Silva.

nbo de 1823. (assignado) Francisco Cecilio Braga. = Eu

Joaquim Jose dos Santos disse que se receba a Tiopa, que

Joze Gabriel Mendes Tabelliaô publico de Nottas, e Judi-

se pedio, Official nenhum ; mudança do Governo por modo

cial, que o escrevi. Jose Gabriel Mendes.

nenhum, e que o regresso da Fragata para Goa fosse com

Antonio Joaquim Alves Pereira, e Joaô José dos Santos

toda a brevidade.

seguiraô o parecer de José de Almeida Carvalho e Silva. =

Joaô Nepomuceno Maher foi do mesmo voto.

Adeodato Vieira Ribeiro foi do parecer do Reverendo


Joaquim Jozé Ferreira Veiga seguio o votto do Reverê-

Padre Nicoláo Pereira de Borja. =*


do Fr. Antonio de S. Gonsalo de Amarante.

Joaò Feliz do Rosario foi do parecer do Padre Mestro


Jozé de Almeida Carvalho e Silva disse, que referindo-sc

Fr. José de Santa Clara. =


ao ultimo officio do Commandante da Fragata para conserva-

Gregorio Joaquim Pereira de Campos foi do roto de Jose


ção, e socego da Cidade se deveráô faser todos os esforços,

de Almeida Carvalho e Silva. =


e esgotar todos os recursos a impedir tanto o desembarque
DA CHINA.
\H0 A A B £ 1. H i

Antonio Ferreira Batalha disse ijtic. Tropa aquell.i que 0 dito Reverendo Maia disse, que feito o protesto eccle-

' o Governo mandou pedir, nenhum dos Oflieiaes: em quanto siastico, se repellisse força com força =

no segundo que nenhuma mudançi houvesse no Governo ; 0 Padre Joaõ da Cruz, e o Padre Antonio dos RemedioS

v em quanto ao terceiro que a Fragata s.thisse o mais breve seguiraõ o mesmo parecer. =

possível. -=
0 Reverendo Padre Fr. Antonio de S. Gonçalo de Ama-

Angelo Vicente Pereira foi do voto do Padre Borja = rante disse, que hum Portuguez devia preferir antes o

Narcizo Cordeiro, e Manoel José Ribeiro foraõ do mesmo morrer livre, do que o viver escravo, e por consequência

parecer. = que se devia repellir força com força. =»

José Vieira Ribeiro foi do parecer do Padre Mestre Fr. 0 dito Padre Pedro seguio o voto de Fr. Antonio.

José de Santa Clara = Raymundo Nicoláo Vieira disse, que depois de esgotados

Bento José Gonçalves Serva, Folis Lourenço de Pinna, todos os meios possíveis para naõ haver desordem da Naçaõ

Antonio Sebastiaò Barradas foraõ do parecer dc Jose de com a mesma Naçaõ, e no caso que t> Cbmmandante naõ

Almeida «=
quizesse ceder ; entaõ huma força repelle-se ir.om outra,

Domingos Jonõ Barradas foi do parecer do Padre Borja.


protestando ao mesmo Commandanté o ser elle responsável

Caetano Vicente José da Silva foi do parecer do Padre á Sua Magestade, e ás Cortes por todo 0 acontecido. =

Mestre Fr. José do Santa Clara. Antonio Joaquim Cortella foi do mesmo voto. =

Joaõ Joaquim Pereira, Luiz Manoel Cordeiro, José Joaquim dc Sousa Júnior disse, que como se verificava

* Br uno de Mesquita, Barnabé Antonio de Gouvea, José Fran- a proposta feita pelo Leal Senado no Conselho Geral ante-

cisco Vieira, José Vicente Lopes, e José Rodrigues foraõ cedente, ratificava o seu voto, já dado. =

tio parecer de José de Almeida Carvalho e Silva. = Filippe Jose de Freitas, que se repellisse força com força,

Agostinho de Sá foi do parecer do Reverendo Padre e que Governo désse todas as providencias para naõ haver

Lcite.= compromettiménto com os Chinas. =

Feltppe José de Freitas disse, que se naõ recebesse mais Joaõ Nepomuceno Maher. foi do voto do Fr. Antonio.*=*

que a Tropa que o Governo mandou pedir, e nenhum Of- Joaquim Jose Ferreira Veiga disse, que o Governo

íicial: em quanto ao segundo, que naõ hovesse mudança obrasse com energia, repellindo a força agressora com a

no Goxérno: e Cm quanto á retirada da Fragata, fosse mesma força. = •

a mais breve possível. = Jose de Almeida Carvalho e Silva foi do parecer do dito

Chegando a este Senado na oceasiaõ, em que se estava Fr. Antonio de S. Gonçalo.

deliberando no Conselho sobre as medidas, que se deviaõ Joaquim Pedro Joze da Silva foi do parecer de Joaquim

adoptar relativamente ás Ordens de Goa, hum Officio do de Sousa Júnior. —

( ommandanle da Fragata, em que este se exprimia nas Francisco Cecílio Braga foi do parecer de Filippe Jose de

seguintes palavras. = Cumpre-me executar as Ordens de Freitas. =

que venho munido apesar do protesto de V. Senhoria. =* Joaõ Victorino da Silva foi do parecer do dito Fr. Anto-

Propôz o dito Vereador Presidente ao Conselho, que nio de S. Gonzalo. =

decidisse, se se devia ou naõ resistir com as armas na maõ Luiz Manoel Cordeiro disse que, se devia resistir com

ao desembarque da Tropa, e a tudo quanto o Commandan- força de armas. —

té inte.itasse contra os Direitos concedidos pelo Soberano


Fiorentino de Gamboa foi do mesmo parecer. =*

Congresso á esta Cidade, sobre o que deraõ as opinioens Joaquim Jose dos Santos foi do mesmo voto. =•

seguintes cada hum dos Membros do Conselho. = D Reverendo Padre Mestre Prior do Couvento de Santo

O Reverendo Padre Superior disse que sim, que se Agostinho Fr. Jose da Conceição disse que, naõ podia dar

presisla com força no caso que elle naõ obedeça ás Ordens


voto, que se repellisse força com força; porem que o Go«

do Governo.
verno devia lazer todas as diligencias possíveis para que o

O Padre Mestre Luiz Alvares Gonzaga foi do mesmo


Commandanté cia Fragala pacificamente se retirasse,

"voto.
deixando a tropa, que o Governo tinha pedido. =

O Reverendo Vigário de S. Domingos disse, que como o


0 Reverencio Padre Fr. Antonio Teixeira disse que, se

seu estado Religioso naõ lhe permittiadar voto algum rela-


resistisse sem compromettimento da Cidade.

tivamente á eflfusaõ de sangue, deixava tudo á prudência


Jose Huet disse que, se devia resistir com as armas na

tio Governo o faser o que parecer conveniente. =


maõ, caso que elle (Commandanté) quisesse hir contra o
a

O dito Padre Mestre Commissario disse que, removendo


voto geral da Cidade.=

•o Governo a responsabilidade relativa aos Chinas, força


Joaõ Jose Vieira foi do voto do dito Vei^a. =
& *

contra força. =
Agostinho de Sá foi do voto de Fr. Antonio de S. Gon

O dito Padre Mestre Santa Clara disse, que o Governo çalo. =

linha sido até o prezente energico, c activo j pelo que, o Cláudio Ignacio da Silva foi do voto de Fr. Antonio

que elle fizesse dava por bem feito; protestando sempre Teixeira. =

por qualquer cousa, que obstasse ao seu estado. = Feliciano Narciso Ozorio foi do voto de Fr. Antonio

O dito Reverendo Padre Borja segui o o voto do Padre de S. Gonçalo. =

Mestre S. Clara.«=»
Antonio Francisco Tavares, Cypriano Antonio Pacheco
A ABELHA DA CHINA.
181

Jose Bruno de Mesquita, Barnabé Antonio de Gouvêa, Jose Raimundo Nicolau Vieira, que os Officiaés recondu

Francisco Vieira, Severino Vieira, Jose Rodrigues, Antonio sidos para esta devem ser recebidos, e postos em huma Forta-

lesa athe o fim da devassa paraqueachando.se culpados


Joaquim Alves Pereira, Joaõ Jose dos Santos, Adeodato

sejaÕ femettidos á Corte para ali serem julgados = Anto-


Vieira Ribeiro, Joaò Felis do Rosario, Gregorio Joaquim

nio Joaquim Cortella foi do mesmo voto de Raimundo


Pereira de Campos, Manoel R beiro, Antonio Ferreira Ba-

c
Nicolau Vieira. « '
talha, Angelo Vicente Pereira", Narciso Cordeiro, Jose

Vieira Ribeiro, Bento Jose Gonc.ilves Serva, Joaò Joaquim Joaquim de Souza Júnior, que sejaò processado® e remet-

tidos para Liboa, conservandu-se aqui com toda a se«uran-


Pereira, Antonio Sebastiaõ Barradas, Domingos Joaò Bar-

ça. = Joaquim Jo è dos Santos, Joaquim José Ferreira Vei-


radas, Joaquim Vieira Ribeiro, e Jose Vicente Lopes foraõ

do voto do dito Fr. Antonio de S. Gonçalo. = ga, Joaquim Pedro José da Silva, Agostinho de Sá, Joaò

Nepomuteno M íher, José Virente Lopes, José de Almeida


Caetano Vicente Jose da Silva foi do voto de Joaquim de

Joa3 Victorino da Silva, Fe ippe José de Freitas, Joaõ José


Sousa Júnior. Declarou o dito Fr. Antonio de S. Gonçalo

Vieira, Antonio Sebastião Barradas, José Rodrigues. Fran-


que o seu voto era, que se devia repellir força com força.

cisco Cecílio Braga, Cy priano Antonio Pacheco, Florentino


Joaquim Autonio da Silva reportou-se ao voto, que se-

de Gamboa, Severino Vieira, José Francisco, Joaquim


guiu Jo^õ Jose da Silva e Sousa hà pouco dado.==

Vieira, Barnabé de Gouvêa, José de Mesquita, Gregorio


Passou depois a propor o mesmo Vereador Presidente

Joaquim Pereira de Campos, Antonio Joaquim Alves Pe-


se se deviaò ou naõ receber Os Officiaés culpados pela revo-

reira, Adeodato Vieira Ribeiro, Joaõ Felis do Rosario, Joaõ


lução de 16 de Novembro proximo passado na conformi- %
1
« • s • \ U

José dos Santos, Manoel José Ribeiro, Antonio Ferreira Ba-


dade do que determinava o Governador da Índia no seu

talha, Narcizo Cordeiro, José Vieira Ribeiro, Antonio


Officio Num. 7, ou se se deviaò remetter para Lisboa, de.

Francisco Tavares, Luiz Cordeiro, Domingos Joaõ Bar-


pois de tirada a devassa com toda a brevidade possível;

radas, Caetano Vicente José da Silva, Bento José Gonçal-


sobre o que deraò as opimoens seguintes cada hum dos

ves Serva, Angelo Vicente Pereira, foraõ do voto de Joa-


Membros do Conselho. =

quim de Souza Júnior como também foi do mesmo voto

O Reverendo Superior do Cclegio de S. Jose disse, que

Joaquim Mntonio da Silva. Eaqui houve por acabado o

o Governo obrasse o que julgasse conveniente. =

presente Concelho em que todos se assignaraõ comigo. Jo.

O R everendo Gonzaga disse, que se remettaô para Lis-


sé Gabriel Mendes, Tahelliaõ publico cie Nottas, e Judicial

boa com o seu competente Processo, visto que Sua Ma.


por embaraço do Secrelario desta Cam tra que o escrevi =

gestade Determinou, que fosse directa a correspondência


Jo>é Gabriel Mendes. = Barboza. = Basto. = Remedios-

entre este Governo, e Sua Magestade. =>


=. Bello =0 Padre Luiz Gonzaga, O Prior de Santo

0 Reverendo Vigário de S. Domingos disse, que se remet-


Agostinho, O Padre Joaquim José Leite, Fr. José de

tessem para Lisboa achando-òs culpados. =


Santa Clara, Fr. Luiz de Santa Rosa Pereira, Padre

O Reverendo Fr. Luis de Mello disse, que tendo sido jul-


Francisco Antonio da Silva Pinto Maya, Pedro Paulo

gados crimiuozos por todos os .Moradores desta cidade, era


de Souza, Fr. Antonio de S. Gonçalo de Amarante,

consequência legitima para seguruuça da mesma Cidade,


Padre Joaõ da Cruz, Antonio Francisco Tavares, Fr.

que fossem remettidos a Lisboa. =


Luiz dos Remedios e Mello, Joaquim José dos Santos'

O Reverendo Padre Mestre Santa Clara disse, que, se

Nicolao Rodrigues Pereira de Borja, Fr. Antonio Teixeira,

formasse Processo legal,e segundo o resultado delle, exe-

Joaõ Nepomueeno Maher, Francisco José de Payva, Anto-

cutara quem pertencer o que o Poder judiciário tiver


nio Ferreira Batalha, Severino Vieira Ribeiro, Joaqu m

determinado =

Vieira Ribeiro, Cláudio Ignacio da Silva, Barnabé Antonio

O Reverendo Borja foi do parecer, que se naò consen-

de Gouvêa, Feliciano Narcizo Ozorio, Narcizo José Maria

tisse que os Officiaés posessem os pés em terra por assim o

de Souza Cordeiro, Antonio Joaquim Cortella, José Rodri-

exigir o socego da Cidade. =

gues, Joaquim de Souza Júnior, Felis Lourenço de Pinna,

O Revereudo Maia disse, que vaò para Lisboa, e em


Caetano Vicente José da Silva, José Bruno de Mesquita

quanto naõ vaõ, fiquem a bórdo de qualquer Navio. =

Joaõ José dos Santos, Joaõ Victorino da Silva, Luiz Manoel

O Reverendo Prior de Santo Agostinho disse, que, devem


Cordeiro, Cypriano Antonio Pacheco, Raimundo Nicoláo

ser remettidos para as Côites com os seus competentes


Vieira, Joaquim José Ferreira Veiga, José Huet, Jo õ

Processos para ali serem julgados, e castigados na forma


José Vieira, Agostinho de Sá, Filippe José de Freitas, Ant,®

da Lei. =
Joaquim Alves Pereita, Bento Jo*é Gonçalves Serva, Joaõ

disse, qite o Gover-


O Reverendo Padre Mestfe Felis doRozario, José Vieira Ribeiro, Francisco Cecílio

no fará o que parecer justo neste caso.= Braga, Joaquim Pedro José da Silva, Domingos Joaõ Bar-

O Reverendo Padre Pedro Paulo de Sousa foi do voto radas, Florentino de Gamboa, Manoel José Ribeiro, Grego-

do Reverendo Borja. = rio Joaquim Pereira de Campos, Angelo Vicente Roza,

0 Reverendo Joaò da Cruz disse, que deviaò ser remet_ José Vicente Lopes, Adeodato Vieira Ribeiro, Antonio

tidos para Lisboa. =• Sebastiaõ Barradas, Joaõ José da Silva e Souza, José de

0 Revereudo Padre Remedios, e Fr. Antonio de S. Gon- Almeida Carvalho e Silva, José Francisco Vieira, Padre

çalo seguirão o parecer do Revereudo Borja. Antonio dos Remedios, Joaquim Antonio da Silva.
182 A ABELHA DA CHINA.

I.® Officio do Comrnandante da Fragata Salamandra ao vinda da mesma Fragata, como V. Senhoria verá das vias

Leal Senado. d<» Governo, que logo que cheguei dirigi a V Senhoria

pelo Capitaõ de Fragata Joaõ de Mendonça. Cumpre-


Em consequência das ordens de S. Excellencia o Ex-

me executar as Ordens d>* que venho munido, apesar do'


cellentissimo Senhor Governador dos Estados da índia,

protesto de V. Senhoria, Ordens emanadas de legitima


acabo de chegar a este Porto na Fragata Salamandra do

Authoridade qual he o Governo da Capital da InJia Portu.


meu commando, com hum Destacamento de 69 homens e

guez»; e quanto ao protesto, que he assaz insubsistente,


•cus competentes Officiáe®, e, Inferiores, eommandados pelo

eu por oautella jurídica, o contra protesto; protestando


Major João Cabral d'Fstifique para esta Cidade peta exi-

todavia por qualquer objecção impeditiva do êxito cia mi-


gencia de V. Senhoria — Espero que V. Senhoria providen-

nha commissaõ, e desembarque da gente mandada para'


críe quanto antes com F.mbarcnçoens para o dezembarque

manter a policio desse Estabelecimento, e iiue V. Senhoria

do referido Destacamento, e o seu aquartelamento em ter-


, « mesmo pedio. O que se pertende he executar as Ordens

rn «= 0 Capitaõ de Fragata Jonò de Mendonça Corte Real

d' El-Rei Constitucional, sem destruirem-se previlegios al-

entregará a via de ordens do mesmo Excellentissimó Senhor

guns legitimamente concedidos a essa Cidade. = Deos Guir-

Governador da índia, de cuja recepção se sirva V. Senho-


de a V. Senhoria. Barra de Macao, e a bordo da Fragata Sa-

ria mandar passar o competente recibo. Deos Guarde a


lamandra 16 de Junho de 1823. Illustrissimo e Leal Senado

V. Senhoria. Bordo da Fragata Salamandra surta em Kaó


da Camara de Macao, Joaquim Mourão Garces Palha,»

a 16 de Junho de 1823.= Illustrissimo e Leal Senado da


Capitaõ de Mar e Guerra e Commandante.

Cidade do Nome de Deos de Macáo = Joaquim Mourão

Garcez Palha, Capitaõ de Mar e Guerra e Commandante.


4 2° Officio ao Commandante

Illustrissimo Senhor. Tendo recebido este Leal Senado»

1 .* Officio ao Commandante da Fragata.

os Officiosdo Illustrissimo e Excellentissimó Senhor Gover-

Illustrissimo Senhor. = Tendo-se posto esta Cidade, que

nador de Goa, entregues pelo Senhor Joaô de Mendonça

sr acha há mais de 6 mezes na mais perfeita tranquilidade,

Corte Real; e encontrando nelles alguns equívocos que este


em hum estado de inquietnç *.Õ pela noticia de que essa Fra-

Senado naõ pode per-si só resolver, sem ouvir as pessoas


gata vinha destruir os direitos que o Soberano Congresso,

do seu Concelho: determina o mesmo Senado, em Nome

por seu Decreto de 18 d' Abril de 1821, havia concedido

de El-Rei e das Córtes Constituintes da Naçaõ, que V. Se-

a todas as nossas possessoens ultramarinas: Ordena o Leal

nhoria venha immediatamente a esta Caza da Camara, onde

Senado em Nome de El-rey, e das Cortes Constituintes

se espera por V. Senhoria, para na sua presença se discu -

da Naçaõ Portugueza que V. Senhoria ou quem suas vezes

tirem e terminarem questoens, de quer estaõ inteiramente

fiser desembarque sem a menor força armada ese apresente

dependentes a boa Ordem e tranquilidade desta Cidade.

com os despachos de que vier encarregado nas Cazas da

Deos Guarde a V. Senhoria muitos annos. Macao Se-

Camara, onde o espera o mesmo Senado; ficando V Se-

cretaria do Leal Senado 16 de Junho de 1823. Eu Carlos

nhoria responsável pelas funestas consequências que resul-

José Pereira Cavalleiro Professo na Ordem de Christo, Se-

tem da falta de execução da presente ordem, Deos Guar-

| cretario do Leal Senado que o fiz escrever e sobscrevi =■

de a V. Senhoria muitos annos. Macao em Sessão de 31 de

j Paulino da Silva Barbosa, Antonio dos Remedios, Antonio

Mayo de 1823. Eu Carlos Jose Pereira, Cavalleiro Pro-

| Joaquim da Costa Basto, Paulo Vicente Bello, Joaò de

fesso na Ordem de Christo, Secretario do Leal Senado, que

Deos de Castro.

o fiz escrever e subscrevi. 'Paulino da Silva Barbosa,

Antonio Joaquim da Costa Basto, Antonio dos Remedios,


j Resposta do Commandante.

Paulo Vicente Bello, Joaò de Deos de Castro. Na margem


j Illustrissimo Senhor. Tendo S. Excellencia dirigido
to
esquerda. Illustrissimo Sr. Commandante da Fragata
a V. Senhoria como Authoridade do Paiz, as Ordens que

Portugueza, ou quem suas vezes fiser.


fiz levar a V. Senhoria pelo Capitaõ de Fragata Joaõ de

N. B. Este Officio, que estava ha muitos dias em poder


| Mendonça Corte Real ; naõ cabe no meu alcance discutir,

do Commandante do Brigue Constituição, para ser entre-

j ou solver os equívocos, que V. Senhoria diz encontrar nas

gue ao Commandante da Fragata, logo que esta fundeasse,


mesmas Ordens ; nem me he compatível assistir a essa dis-

casualmente naõ o foi senão depois deste já ter enviado


cussaõ, e rezoluçaõ para que V. Senhoria convoca o Conce„

ao Leal Senado o Officio precedente.


lho. Por outro lado, também naó he novo o ser-me vedado

I desamparar a Fragata do meu Commando, maxime, achan-

Officio do Commandante da Fragata, ao Leal Senado em res-

do-se,.coiuo se acha fundeada alem do ponto, em que talvez

posta qo precedente.

j seria tolerável huma momentânea ausência da minha pes-

Illustrissimo Senhor = Estimando muito que essa Cida-


j soa. Pelo que sirva-se V. Senhoria terminar o negocio

de se conserve em perfeita tranquilidade; nao deve a chega^


contravertido no meu Officio de hoje, para minha intelli-
W

da da Fragata Salamandra, com a gente exigida por V. Se-


gencia. Deos Guarde a V. Senhoria Bordo da Fragata Sa-

nhoria conturbar o seu socego, nem servir de motivo para


lamandra fundeada na Barra de Macao, a 16 de Junho de

a sua inquietação; pois todos devemos concorrer para o


1823. Joaquim Mouraõ Garcez Palha, Capitaõ de Mar e

Justo fim de estabelccer-se a tranquilidade publica, que na


Guerra e Commandante. Illustrissimo Leal Senado d»

Capital se sopunha alterada, cujos assumptos indusiraõ a


Camara de Macao.
A ABELHA A C H I N A. 183

3° Offieio do Leal Senado ao Commandante da Fragata. criminozo. Contem o I.® de seus artigos,, que se naõ admit-

ta maior numero de Soldados vindo na Fragata do meu

lllustrissimo Senhor. 0 Concelho geral reunido esta


Commando do que aquelie que esse Senado pedio a Goa,

manhaã para decidir se se diviaò ou naò pôr em execução [para manter a tranquilidade publica,] e de nenhum i sorte

as ordens do Evcellentissimo Governador de Goa, visto que offinal algum dos que vem para ahi destacados „ Esta pu-

erilidade seria desculpaVel. se nesse Senado naõ existisse


a maior parte delias se oppunhaò diametralmente aos Direi-
hum Membro de profissaõ Militar* que naõ deve ignorar

tos deste povo, e sua perfeita tranquilidade ; unanimemente


que nunca se destaca hum Corpo, sem Òífficiaes. — Involve

decidio o seguinte. Primeiro: que se naò admittisse maior o 2o, que a Fragata depois de tomar os mantimentos pre-

cisos, sai-a deste Porto com a brevidade possível \ pois que


uumero de soldados vindos nessa Fragata, do que aquelie

a sua presença tem posto, e continuará a pôr em grande'

que este Senado pedio ao Governo de Goa; e de nenhuma


desassocego, toda esta Cidade,,. Esse inculcado desassocegó

sorte Official algum dos que vinhaò para aqui destinados. nao provém da yresença da Fragata; por que o Povo por

mais de huma rasaò está altamente persuadido, que ella


Segundo: que a Fragata, depois de tomar os mantimento s

vem manter, e naõ illaquear os seus direitos, he sim filhò

precisos, sahisse deste Porto com a maior brevidade possi.


da perigosa preVenÇaô em que V. Senhoria o tem posttt

"vel, pois que a sua presença tem posto e continuará a pôr


d'ante maô, como se provada datado seu Io Offieio fa-
%

em grande desasocego toda esta Cidade. Terceiro: que bricado muito antes da chegada da Fragata. O 3.*> final,

mente ence ra„ que estando tód<>& os Negocios desse Paiz;


estando todos os negocios deste Paiz* e as mudanças feitas

e as mudanças feitas no seu Governo desde 19 de Agostô

no seu Governo desde o uia 19 de Agosto do anuo passado, do anno passado-, affectos a Decizaõ de S. Magestade, e dò

affectos adecizaõ de S. Magestade, e do Soberano Congresso, Soberano Congresso, por voto geral desse PoVo, repetido,

e confirmado em quatro Assembleas publicas, achou com


por voto geral deste povo, repetido e confirmado era qua-

muita razão o Conselho de hontem, que nenhum direito

tro Assembleas publicas; acha com muita rasa5 o Cohce-


tem o Governo de Goa a previnir com authoridade as De-

jho de hoje* que nenhum direito tem o Governador de Goa terminaçoens de S. Magestade. quando Goa entre as posses-

soens Portuguezas, tem igual representaçaõ á de Macao;


a previnir com authoridade as ulteriores determina^oens

como se prova pelo Decreto de 11 de Julho do anno pas-

de S. Magestade quando Goa, entre as Possessoens Portu-


sado,, O estarem os negocios, e mais acontecimentos desse

guezas, tem igual representaçaÕ a de Macao como se prova Paiz affectos ao conhecimento de S. Magestade, e do Sobe-

rano Congresso, naõ se segue que estáõ ja decididos favora-


pelo Decreto de 11 de Julho do anno passidô.

velmente, antes a contingência da sua decisão he que vera

Fundado pois este Senado nas referidas decizoens, e na


em abono da observância das Leis existentes, que prescre-

firme resoluçaõ em que estáõ os moradores desta Cidade vem a obediência ás ordens superiores, e que sem a menor

hesitaçaõ tem o seu ingresso e continuará a te-lo até a a-


de morrerem antes com as armas na raaõ, do que torna-

parição do Codigo Constitucional ; restando unicamente

rera-se desgraçadas victimas do antigo despotismo dos Go-


aos descontentes o direito de petição, ao qual naõ deve

vernadores de Goa ; ordena o mesmo Senado em Nome de prevalecer o da repulsa, e inobediencia. Ora: ò Decretó

citado ne te artigo, haõ está bem entendido por V. Senhoria:


El-Rei, e das Cortes Constituintes da. Naçaõ, que V. Se-

pois que restringindo se único, e taò sómeute à commodida-

nhoria execute pontualmente as mencionadas resolnçoens,


de da remessa do Deputado a que se refere, pela proximidade

na certesa de que V. Senhoria, e o Govenador de Goa fica- em que estaõ as tres possessoens ahi indicadas, o querer V.

Senhoria estender à exclusaõ da subordinaçaõ em que sé


rão responsáveis a Sua Magestade, ás Cortes, e á NaçaÕ

deve conter para com o Governo da Capital. Creio que ainda

inteira, pelas funestas consequências que infalivelmente


naõ foraõ resolvidos aquelles negocios* e he quanto basta

deveráõ resultar da obstinaçaõ de V. Senhoria, e até mes- para voltarem ao estado primittivo; e se o foraõ indique-

me V. Senhoria a Deci/.aõ, eob-ervará como immediatamen-


mo pela provável perda desta Colonia, visto que o povo

te annúo a ella sem duvida alguma. Naõ posso, sem horror,

irritado passa já a tomar as armas para deffender os seus


tocar a concluzaõ do referido seu offieio, quando not • que

sagrados direitos. V. Se.ihoria e avança a aíifinar, que tunuado na decizaõ do

Concelho que convocou, e ua firme rezoluçtõ em que diz


Deos Guarde a V. Senhoria muitos annos. Macao

estarem os moradores dessa Cidade* de m: rreren» com a*

em Sessaõ de 16 de Junho de 1823. Eu Carlos Jozé Perei-


armas na niao, do que tornarem-se desgraçadas victimas do

ra, Cavalleiro Professo nit O dem de Christo, Secretario


antigo despotismo dos Governadores de Goa; investe cora

maior af iteza a dar-me o.dens ínfundamentais, e itiexi^U


do LealíSenado, que a fiz escrever, e sobscrevi. = Paulino

veis de sua natureza, forcejando para que tu as execute, ao


da Silva Barboza, Antonio dos Remedios, Antonio Joa-
pftsso, que está praticando ao travéz, deixando de cumpriras

quim da Costa Basto, Paulo Vicente Bello, Joaõ de Deos


que lhe saõ intimadas por authoridade legitima. Se uesses

de Castro, antigos Governadores houver <ò despotismos, naõ frita igual

rasaÕ no actual, por ser huin Governo C onstitucional, feito

por El-Rej depois de ter jurado a Lonst.tuiçiõ «= Naõ hé


Resposta do Commandante da Fragata.

menos estranha vel a responsabilidade de que V. Senhoria me

lllustrissimo Senhor. Inteirado dos fundamentos em faz cargo, e ao Governo da Capital para com S. Magestade,

que se estabelecem os 3 artigos que servem de baze ao seu para com «.s Cortes, e para com a NaçaÕ inteira, pelas luues-

S ° Offieio de hontem, em resolução do meu 2.® do mesmo tas consequências que livremente diz deveráõ resultar da

dia, suhstanci .dos do Acordo tomado no Concelho geral minha chamada obstiiUiÇaô, e ate mesmo peia provável per-

que V. Senhoria convocou para decidir-se, [como se expli- da dessa Colonia, visto que o Povo irritado passa já a tomar

ca] «e devia pôr era execução as Ordens do Governo da armas para deffcuder os seus sagrados direitos. Eu até tsié

Capital, de que essa Cidade hé, e tem sido subalterna, e


momento, naõ tenho dado hum só passo, de que se possa,

cuja superioridade sempre reconheceo ; sou a atirmar-lhe, ainda em rigor, deduzir a mais leve illação de procedimento

que naõ me acho authorisado para transigir com V. Senho- hostil coutra essa Cidade, e seus moradores,- que tanto prezo*

ria em matérias repugnantes á execução das mesmas or- nem certaméute o darei, a naò ser nimiamente provocado. E

dens: seudo-me sobremaneira espantosa a liberdade com eutaò aoude se dá aqui o objecto para a lembrada respoufa»

que V. Senhoria me convida a entrar era hum detalhe taò bilidade; e o motivo do receio do Povo para a tuairriUrÇtò?
A ABELHA DA CHINA
184

inculcando que pelas suas decisoens, e resoluçoens unanimes


E contra quero correra asarroas? Contra os seus mesmos

do povo> se tem deliberado a impedir a entrada da Fragata*


Irraaons, que bem longe de os hir offender, lhes vaô levar

ea naô querer que seexecutem as Ordens da Capital ema-


o germen da paz, e concorrer para o seu publico socego ?

Antes V. Senhoria o tem arrastado a essas rommoçoens ; nadas das da Corte ; e vendo eu que aquella palavra naô he

mais que hum annagrama snbtilisado pela força do artifi-


e os factos que té praticado com a chegada da Fragata, ou pa-

cio: para lhe poder dar o peso que mereça, cumpre-raé


ra dizer-se melhor, desde a noticia da sua vinda, hé húa pro-

exigir de V. Senhoria a declaração dos indivíduos de quê


▼a naò equivoca de ser o principal motor de todas as desor-

secompoz esse Concelho, e a Lei qqe os permitte, para


dens. «=» Desde hontrm que me acho fundeado nesta Barra,

me certificar da sua validade, sendo este documento acom-


sem que ate o presente tenha V. Senhoria dado a menor pro-

panhado da copia do acordo, que se diz tomado no tal


videncia a bem das urgências da Fragata, nem tem querido

mandar-me o Patraò-inor para a condusir ao porto, achan- Concelho, inseridos os nomes das pessoas que o assignaraò,

do-se exposta ao eminente perigo que pode resultar do gol bera que das do povo de que se figura Ó essas unanimes re-

soluçoens.
pe do vento impetuoso, que tem reinado desde ànoite passa-

da, tendo garrado, e estar ameaçando inevitável ruina; e


A Fragata está sem agoada, e mantimentos, e V. Senho-

sendo este negocio da maior importância, que deveria oc-


ria com o mais irritável barbarismo a tem privado dos

cupar o cuidado de V. Senhoria abre maò delle, e tem-se


direitos da hospitalidade, athe permittida aos roais reco-

entretido corn diálogos inúteis, de que se vai formando hu


nhecidos inimigos prohibindo a vinda, de embarcaçoens

fastidioso Processo. =»
a bordo com viveres para vender, e de toda a maiscorarau-

Este desleixo, e a escandalosa recepçaô que teve o Capi*


nicaçaô de terra.

taò de Fragata Joaò de Mendonça Corte Real que levou o


Tenho por mais de huma vez persuadido a V. senhoria,
meu primeiro Officioa V. Senhoria, que foi condusido por

que a Fragata naô vem por modo algum damnificar, oií


huma escolta de soldadr. commandada por hum inferior,

molestar a Cidade, e seus moradores, sendo o firo da sua


tem gerado hum tal desgosto em toda a guarniçaó, que
vinda o mais honesto, e necessrio ao socego publico, o
me tem custado a conte-la, sendo V. Senhoria a causa mo-
que lhe torno a asseverar.
tiva de taes fatalidades, e por isso responsável, assim

coroo todo aquelle individuo que conveio no acordo, cada Todo o referido, e a certeza das medidas hostis queV.

bum por si, e hum por todos, por quaesquer prejui- Senhoria tem infelizmente adoptado, me charoaô a que

sos, e damnosque soffrer a Fragata, e ainda mesmo essa quanto antes imprehenda o meu desembarque, no qual pro-

Cidade, seus moradores, comprehensiveis os Chinas. = testo naô fazer o menor damno a pessoa alguma; mas no

V. Senhoria pezando na balança da razaô todas estas coi- cazo de ser provocado de terra ver-me-hei obrigado a re-

zas, naò deixará de voltar a elia, e obrar como deve ; e cô pelir essa força ; equando neste conflícto acconteça algum

a sua ultima decizaô que ponha termo a esta querella, que desastre em qualquer China, fica V. Senhoria precizámente

espero quanto antes, dado o lembrado perigo em que jaz a responsável ás suas rezultas como mótor do damuo, por ser •

Fragata, determinar-me-hei aos ulteriores recursos que me inegável que aquelle que o causa, o deve compôr; e haven-

súbministraõ as ordens de qne venho munido. «=* Deos do aniquilaçaô de existência de algfi individuo desta naçaô,

'Guarde a V. Senhoria Bordo da Fragata Salamandra fun- principiará os refens pelas pessoas de V. Senhoria, e dos que

deada na Barra de Macáo a 17 de Junho de 1823. tiverem concorido para taes fatalidades.

Joaquim Moura5 Garcez Palha Commandante.


Deos Guarde a V. Senhoria Bordo da Fragata Salamandra
lllustrissimo Senhor Leal Senado da Camara de Macáo
surta na Barra fora da Taypa 18 de Junho de 1823.

lllustrissimo e Leal Senado da Camara de Macáo» Joa-


49 Officio do Leal Senado ao Commandante da Fragata

quim Mouraõ Garcez Palha, Capitaõ de Mar e Guerra e


Salamandra.

Commandante.

lllustrissimo Senhor. 0 Leal Senado naò tem que dar

a V. Senhoria outra resposta mais do que aquella, que lhe

dirigio no Officio de hontem, ratificando ao mesmo tempo 5o Officio do Leal Senado ao Commandante da Fragata

todos os protestos, e firme resoluçaô que nelle se continhaó.


Salamandra.
Satisfasendo porem ao que V. Senhoria pede, (por huma

mera politica) ahi lhe envia os documentos inclusos, para lllustrissimo Senhor. O Leal Senado dà desde jà por

que por elles conheça V. Senhoria que os negocios desta concluída toda a correspondência com V. Senhoria, no caso

Cidade estáõ directamente dependentes das differentes Se- de que V. Senhoria naô queira receber os mantimentos

cretarias d' Estado da Capital do Reyno Unido. precisos para se fazer de vella com a maior brevidade pos-

Se tudo quanto se acaba de expôr a V. Senhoria naô sivel, assignando antes de os receber hum termo era como

for bastantemente para lhe fazer conhecer o abismo de assim o cumprirá.

desgraças, em que V. Senhoria vai precipitar naô só a si,

Quanto as ameaças do desembarque projectado por V.


mas a toda esta Cidade, pela sua osbtinaçaô, oaõ querendo

Senhoria, ellas nada aterraò a esta Cidade, e poderá V.


attender aos gritos da justiça, e incorrendo ao contrario

Senhoria effectua-lo quando bem lhe parecer; por que ella


na responsabilidade positivamente declarada no art.® 6.® do

alem de naô temer huma Fragata que vem recheada dos


Decreto das Cortes Geraes e Estraordinarias da Naçaò

germes da maior desordem, e anarquia, para os espalhar


Fortugueza datado de 18 d' Abril de 1821; ficará esta Ci-

nesta pacifica colonia, está segura de que tarde, ou cedo


dade reputando essa Fragata como a de huma Naçaô
V. Senhoria pagará o attentado que pertende emprehender,
inimiga; e conseguintemente lançará maô contra ella de

querendo por todos os meios introdusir neste trauquillo


ioda a especie de defiesa, que estiver ao seu alcance: sobre
Paiz a repetição das mesmas tristes scenas, que em Goa
o que jà tem feito as devidas participaçoens ao Governo
se tem representado.
Chiuez, para que este nada tenha que reclamar a mesma

Cidade pelas infaliveis consequências, que deverâô resultar


A obstinação de V. Senhoria tem feito cora que este

de taõ desastrosa luta. Deos Guarde a V. Senhoria Senado ja naõ possa receber os soldados, que tinha pedida

muitos aonos. Macao era Sessaô de 17 de Juoho de 1823. ao Governo de Goa; pois que a sua recepção, e a demora

Eu Carlos Jose Pereira Cavalteiro Professo ua Ordem de


da mesma Fragata, se oppoem ás terminantes Ordens par-

Christo, Secretario do Leal Senado que o fiz escrever e


ticipadas a este Governo pelo9 Mandarins do Districto.

sobscrevi. Paulino da Silva Barbosa, Antonio dos Remé-

Deos Guarde a V. Senhoria muitos annos. Macao era


dios, Antonio Joaquim da Costa Basto, Paulo Vicente

Sessão de IA de Junho de 1823. Eu Carlos Jose Pereira


Bello» Joaò de Deos de Castro.

Cavalleiro Professo na Ordem de Christo, Secretario do

Leal Senado que o fiz escrever, e sobscrevi. Paulino da


Reposta do Commandante.

Silva Barbosa, Antonio dos Remédios, Antonio Joaquim


lllustrissimo Senhor. Tendo V. Senhoria nos Officios,
da Costa Basto, Paulo Vicente Bello, Joaò de Deos de

que me tem dirigido usado sempre do termo Concelho =»


Castro.

NA TYPOGRAPHIA 00 GOVERNO.
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QUINTA FEIRA, 10 de Julho. 1823.


N.° XLIII

a
HOC TEMPORE

ÒBSEQUIUM AMICOS, VER1TAS OÍ)ítjM PARIT." TERENTIUS

MACAO.
mandra conturbar o seu socego, nem servir dé

motivo para a sua inquietação -, pois todos devemos concnr—

rer para o justo fim de estabelecer se a tranquilidade pu-


D RS DP. que cheirar# a esta Cidade as primeiras noticias

blica, que na Capitai st supunha alterada, cujos assumptos


Vindas por Bombaim, de que a Capital de Ooa enviava

induzirão a vinda da mesma Fragata . . .. ora se elle psti-


a este Estabeleci mento hqma Fragata de Guerra para

ma que e^ta Cidade se conserve em perfeita tranquilidade;


agrilhoar de novo seus pacíficos moradores, que depois de

se a Fragata Salamandra na# vinha conturbar o nosso socego;


tantos esforsos a penas começava# a disfructar .em paz de-

nem servir de motivo para nossa inquietação ; se todos de-


liciosa os doces effeitos da sua rcgeneraça# politica; desde

vemos .concorrer para o justo fim de estahr|ecer-se a tran,


esse momento começara# os Servis a levantar o collo, a

quilidade publica, que na Capital se supuha alterada; se


formar conventiculos nocturnos, e a engrossar o seu partido,

este assumpto finalmente indnsm a vinda da mesma Fraga-


suspirando anciosos pelo dia em què apnarecesse a terrível

ta, por que rasa# no mesmo Oíficio se exprime =*= cunipre-


Sa'amandra. O resultado destas noticias naò tardou a

me executar ns Ordens de que venho munido, a pesar do


apparecer.

protesto de V. Senhoria,0 Ordens emanadas de legitima

No di^ 16 do mez passado fundeou com eflfeito a men-


Authoridade, qual hè o Governador da Capital da índia

cionada Salamandra, e se completara# as esperanças d a-


Portuguesa ?
quelles, que contendo até este momento acalmadas as pai-

xoens por falta do seu agente, começara# logo a patenteai- Só hum hompm (como o Commandante PALHA) hos-

las A esta Cidade inteira, animados pelo seu Chefe, e cabeça pede na Historia das Naçoens cultas, ou aflferrAdo ao maif

o Conselheiro Arriaga, sem todavia se lembrarem de que execravel despotismo, he que poderá ignorar, que as pro-

a opinião publica prevalesceo sempre á opinioens, e inte- videncias dadas pelo Superior sempre sa# filhas de algum

resses particulares. canzal, e que na# existindo este cessa# «quellas. O Gover-

nador de Goa nos spiis primeiros Officios reconheceõ a


O Capitaò de Fragata Joaò de Mendonça Côrte Real

ligitimidade do nosso actual Governo, e supondo e.vt >r al-


foi o portador dos Officios, que o Governador de Goa di-

terada a tranquilidade publica, como diz o mesmo Com-


ri<rio ao Leal Senado, os qunes deixamos inseridos na nos-

mandante, providenciou à esta Cidade com taés disposi-


sarAbelha Num.XLT: achando-se porem nelles alguns equí-

çoens ; ora na# se achando ella nessas circunst »ncias, igno-


vocos para cuja solução era mister a assistência do 1 ° Com-

ramos (ou fasemos ignorar) a ragaõ porque elle deixou de


mandante Joaquim Mourão Garcêz PALHA, o Leal Senado

annuir a hum Officio ta# impulsivo, qual foi, determinar-


lhe dirigio hum Officio, determinando-lhe em nome d' F,l-

Ihe o Senado em Nome d'El Rei, e das Cortes Constituintes


Rei, e das Cortes Constituintes da Naçaõ para que elle

da Vaça#, que vjesse iu» media ta mente às Cazas Ja Camara;


viesse a terra conferenciar com o mesmo Leal Senado.

aonde o esperav 10 (Officio ,NP c


2°): a que elle teve animo-
Nenhum homem sensato deixa de estar altamente con-
zidade, e descaramento de diser no seu Officio = naõ cabe

vencido de que a conservaça# da sua vida. honra, e mesmo


no meu alcance discutir, ou solver os equívocos, que V".
propriedades hé de Direito Natural, e que lhe hé permit-
Senhoria diz encontrar nas mesmas ordens; nem me hé

tido lançar ma# de todos os meios, que estiverem ao seu


compatível assistir à e«sa discussa#, e resolução para que
alcance, para rebater qualquer força, que lhe for incutida ;
V. Senhoria convóea o Conselho. Por outro lado, lambem

ora sendo este Direito peculiar á cada hum dos indivíduos


na# hé novo o ser-me vedado desamparara Fragata do

da Sociedade distributivamente considerados, com muito


meu Cominando, maxime ora se elle à vóz d'El-
maior raza# deve competir á todos tomados colectivamen-
Rei, e das Cortes Constituintes da Naçaõ naõ podia desam-

te para a defesa da sua Patria, na qual nunca se conhece de-


parar a Fragata ' do seu Cominando,, como a desamparou,

mazía. Pro Diis, Parentibus, et Patria nonjieri Satis.


sem ser chamado, para ir ao Pagode conferenciar com

Motivo este por que nós encetamos a penna, já que naõ os Mandarins? Como a vòz de hum particular se appre-

podemos brandir a espada, na defeza da nossa causa, a fim zentou no Senado para arg^.r o povo de Macao perante

de mostrar-mos ao Publico naó só o cardume de falsidades, hum Juiz incompetente?

incoherencias, e contradicçoens, em que formiga# os Officios

Por ventura deveríamos nós retrogradar, e tornar a con-


do Commandante PALHA, ( circunstancias indispensáveis

sentir que o Governo desta Cidade, e administrada# dos


tPaquelles (pie defendem cansas injustas ) más ale mesmo os

bens Nacionaes, se pozesse nas maons d' aquelles, que sendo


vilipêndios que soffreo, e a baixeza a «jue prostituiu huma

desaffectos ao Systema Constitucional, vivera# sempre na


farda Portugueza, huma Patente de Capita# de Mare Gue-

persuaza# de que o Senado era herança, e património de


ra, e hum Habito de Christo, para que o mesmo Publico

suas cazas ? Naõ estamos já todos emancipados? Na# te-


possa imparcialmente concluir, por este ladó, que a nossa

mos iguaes direitos ? Como pois devíamos obedecer a


cauta naõ só hèjusta, mas que hé tal a evidencia da sua

Ordens forjadas por inimigos declarados do Rei, e da


justiça, que obrigou o dito Commandante a aberrar do ver-

.Patria?....
dadeiro tramite, que devia trilhar em circunstancias taõ

inelindrozas, como arriscadas. Analyseroos os seus Officios. Todas estas desordens, todas estas perturbaçoent de tran-

quilidade publica, que experimentamos, tem sido, e sa#


Estimando muito ( dis elle ) queessa Cidade se conserve em

f
ainda soitentadas, e promovidas pelo Commandante PA
perfeita tranquilidade ; naõ deve a chegada da Fragata Sala-
186 A ABELHA DA CHINA

LHA. e pelo «eu Procurador o Ex-Ouvidor Arriaga, cuja via reunido, e que elle contra a opinião publica, e vontade

impudência checou a tal extremo, que recorreo aos Man- geral dos verdadeiros Portugueses, queria faser prevalecer

darins contra esta pacifica Cidade, querendo proteger huma a sua opinião particular, desde logo desatou o nó gordio*

cauzade que elle era o principal agente, eo maior interessado. que consistia em abrirem-se ou não as vias, que elle repu-

tava o Palladio dos Corcundas, e garante dos Depolisrros,


Quem naõ «abe as grandes mudanças, que tem havido

determinando que ou se abrissem diante dos que .alli esta-


entre nôs desde o anno de 1817, em que foraõ feitas as

vão, ou as levasse outra vêz para Goa. O Leal Senado


pautas do Senado Mé o prezente? Quem ignora que os

porem ja havia convocado o Rxcellentissimo Prelado, o


.Aulicos e Mandões do Rio de Janeiro, os Nababos e Raxás

qual se tinha disculpado por molesto; mas afinal compa-


da índia pela sêde insaciável do melai fulgente favorecias
receo á instancias do Mandarim, para que abrindo as vias
despotismos, e practicavaõ violências ?
disesse se erão de Goa ou de Lisboa. Abertas que ellas

Ora se o Commandante pertendia executar as Ordens foraõ, se conheceo pelos seu contexto que as intençoens do

d* El-Rei Constitucional, sem destruirem-se privilégios Governador <!a índia eraõ escravisar-nos, e lançar nos de

alguns legitimamente concedidos a esta Cidade, por que novo as cadè>a», que esmigalhámos no dia 19 de Agos-

rasaò deixou de vir ás Cazas da Camara, a onde o espera- to pertendendo transtornar o plano da nossa Regeneração

vaõ para alli se discutirem, e terminarem questoens, de


politica. A'vista disto o Commandante PALHA ainda

"que estava inteiramente dependente a boa Ordem, ea naõ cessava de argumentar com disparatas, e de diser,

tranquilidade da Cidade? Para que havia deter a impu-


perante todo o ajuntamento , a alguns Membros do Gover-

dência de appellidar detalhe criminoso a huma conferencia no, que elle naõ o reconhecia como tal, chegando o des-

amigavel entre filhos da mesma Mai ? Por ventura bum caramento a tal ponto, que disendo-lhe o Mandarim que

tal procedimento pode ser detalhe criminoso, espantosa recebesse mantimentos, e qne partisse logo logo, elle lhe tor-

liberdade ? Porem o que admira be que sendo o tal Com- nou que antes morreria de fome do que receber provizoens

mandante taô delicado, e zelloso da observância das ordens do Leal Senado, pedindo até o passaporte ao mesmo Manda-

de que vinha munido, segunde» elle disse mais de huma vez, rim, o qual lhe respondeo muito enfadado se elle tinha vindo

que ao depois se prostituísse tanto, e tanto ! ! ! Naõ com sua ordem ? E se naõ tinha vindo, para que lho pedia ?

cabia no seu alcance discutir, ou solver equívocos; naõ lhe


Nós naô podemos pintar com vivas cores o modo, e ma-
era compatível assistir á essa discuçaõ . . . era lhe vedado
neiras com que os Mandarins o tractaraô, e menos os sar-
^desamparar a Fragata do seu cominando, e a final pôde
casmos, impropérios, e affrontas que nesta occaziaò recebeo
desamparâlla, e calcar aos pés os direitos mais sagrados,
dos interpretes Chinas, os quaes naõ cessavaõ de diser-lhe
'eobviosa qualquer simples individuo ! ! ! Pôde vir con-
com àr de moffa e petulante =• vossè tollo = vossê asno =
ferenciar com os Mandarins, com quem naõ tem relaçoens
vossè burro = vossê doido, assim se falia ao Mandarim ?. ..
nem dependências ; pôde appresentar-lhe os Officios, que

• denegou ao Leal Senado, á, quem eraõ dirigidos, e naô A submissão, e a baixesa com que este Official se con-

dusio nesta occasiaó com os Mandarins na presença do Leal


pôde conferenciar com elle ! ! ! Quem tal pensara! . . .

Senado, e do iramenso povo, que alli havia concorrido; o


Se hè pois certo que nenhum ente racional obra sem
despreso, e pouco caso que delle fiscraõ os Mandarins, que
algum fira, nós naô descubrimos outro na conducta do
afinal o mandaraô escoltado por Soldados Chinas para o
Commandante PALH A, senaõ o que nos esclarece esta Sen-
Pagode; os vilipêndios, e injurias que soffreo dos mesmos
tença. Quidnon mnrtatia pectora cogis auri sacra/ames !
interpretes Chinas foi certamente hum castigo da fanfar-
Motivo este sem duvida que o fascinou, obrigando-o a
ronada minatoria, com que elle pertendeo aterrai-nos ao
passar pelos vexames, que tolerou no dia segunda feira pró-
dia 16 de Junho.
xima passada, dentro das Cazas do Senado, á vista do inuu-

E Macao, desde que tem Portuguezes, naõ tem visto,


meravel povo que alli havia concorrido.

nem verá até a consumação dos séculos, huma scena mais


Aquelle que uos dias 16 e 17 de Junho naô podia desam-
humiliante. Os verdadeiros Portugueses ficaraô corridos,

parar a Fragata do seu commando ; que se naô achava au-


e envergonhados por verem o Commandante PALHA, cx-

thorisado para transigir com o Leal Senado em matéri-


Membro da 2a Junta Provisional da Capital da índia tre-
as repugnantes á execuçaô das mesmas ordens; aquelle a
mulo e enfiado, sem tino e sem accõrdo titubear na pre-

' quem tinha sido espantosa liberdade o convite de entrar em


zença dos Mandarins na defesa de huma causa, em que

hum detalhe taô criminoso ; este mesmo hé que transigio


elle tanto se interessava, e que ao principio com tanto

a execuçaô da-s mesmas ordens, e entrou em detalhes naô


calor defeudia, promettendo vingar o partido Arriaga» o ;

só taô criminosos, mas os mais infames que pode imagi-


de huma causa, que o obrigou a abandonar a Fragata do
nar-se. 0'auri sacra James de que naõ és tú capaz ! Tu
seu Commando para vir levar a hum Tribunal Chinês hum

foste sem duvida a causa primaria, que obrigou o nosso


Governo composto de membros da mesma familia, de que

bom Commandante a transigir as ordens, e a entrar em


elle he filho degenerado; de huma causa enifiin, que os

detalhes taô •criminosos!!!


Estrangeiros tem visto com horror, os Chinas com despreso,

Sem duvida; o tractamento que elle recebeo do Man-


e os verdadeiros Portuguezes com o maior sentimento.

darim Delegado do Vice-Rei de Cantaô, (aquém havia re-

Que homem poderá pois ver a sangue frio as desgraças


corrido por huma chapa feita pelo seu Procurador Arriaga)

da sua Patria sem que se revolte contra seus fautores?


e dos outros Mandarins, que assistiraõ á abertura das vias,

Quem poderá tolerar que hum povo manso, e pacifico,


e Ordens de que vinha munido, e até m?smo dos Chinas,

como o nosso, viva outra vêz sogeito aos Nababos de Goa,


■que serviaò de interpretes, hé huma prova irrefragavel de

que lhe mandavaõ Governadores esfaimados, somente para


que hum grande interesse o obrigava a soffrer tantos vili-

enriquecerem, mandarem, e nada mais? Achamo-nos eman-


pêndios, e praticar tantas bxixezas.

cipados, mandemos quanto antes o nosso Deputado, e deste


Mofado, e escarnecido tantas veses pelos Mandarins, e
modo evitaremos Temíveis, e Salamandras, humas que nos
pelos interpretes, elle naò cessava todavia de sustentar a
rouhaõ, outras que periendem escravizar-nos.
causado seu cliente com mil subterfúgios pueris, e com

argumentos contradictorios ; de modo que os mesmos Hé necessário finalmente que Goa reconheça, que nin-

Chinas conhecerão a futilidade das suas rasoens, e a nul- guém governa a caza alheia ; que o Governo de Macáo

lidade das ordens de que vinha munido, chegando ao naô hé património de seus filhos; que nós naõ ignoramos

o queelies nos tem feito, e o modo como se couduziraõ nos


excesso de o ameaçarem publicamente com ferros, e

seus Governos; que nós sabemos a confusaõ, e a anarchia,


com cadêas, se elle naò desistisse da sua pertinácia;

por que exigindo o Commandante da Fragata Salamandra que reina o' aquetia Capitai desde a installaçaõ da 2a Junta

que se convocassem certos moradores designados, e se Provizional (que Deos tenha por muitos annos em des-

excluíssem os outros, (como se estivéssemos nesse tem- canso) até o tempo do actual Governador; que o Alvará

po) para entaò levar avante a sua commissaó; o Man- de 1691 naõ designa Cabidos para assistir aos Concelhos

darim Delegado, que observou o concurso que se ha- Geraei, nem pessoa alguma determinada, mas sim a todos
•»

A ABELHA DA CHINA. 18'

de nenhum vigora minha coudecendencia, aliás incompa-


os moradores de qualquer qualidade, e condiçaô que sejaô,

e que a Governança da Cidade naô pertence exclusivamente

Motivos estes, assás bastantes para provar a minha inhabi-


& esta, ou áquella família, e que por esta Causa, e Outras

lidade, e até digna de attençaõ, por ser a própria parte, que


muitas naô deixamos de reconhecer = Que a ConstituiçaÕ

a ratifica. = Deos Guarde a V. Senhoria por muitos annos.


hé o Palladio do povo, e o flagello do Despotismo.—

Macáo 24 de Junho de 1823. = O COMMENDADOli Do-

mingos Pio Marques.


OJficio dirigido ao Bardo para ir a bordo da Fragata
,

Salamandra como Membro da Drputaçatí, cujo Resposta do Reverendo Padre Joze Joaquim Pereira

objecto se declara no mesmo Ojjicio. de Miranda.


' * . • • A t • ♦

O Leal Senado tendo resolvido mandar huma Depntaçaõ de Participa-me V Senhoria no Offieio que me dirigio

moradores respeitáveis a bordo da 1' ragata Salamandra, com data de 23 do corrente, que o lllustrissimo Leal Sena-

para tratar com o Commandante delia sobre os meios mais


do rite tem designado para hum dos Membros que devera

promptos e pacíficos de accommodaçaô, com tanto, que elle se


compôra Deputação que intenta mandar ao Commandan-
retire com a brevidade possível; tem nomeado a V. Senhoria
te da Fragata Salamandra, com o desígnio de tratar com este
hum dos Deputados, confiando da sua honra, que V. Senhoria

sobre os meios mais promptos, e pacificos de accommodaçaô;


naíi se negará a huma taõ justa providencia, da qual está ver-

O fiií» hé santo, visio que hé a pás e o socego da Cidade -


dadeiramente dependente o socego e felicidade, ou a total

a causa hé evidentemente publica; nestes termos me daria


ruina desta Cidade. Deos Guarde a V. Senhoria

muito» annos. Macáo Secretaria do Leal Senado 23 de por mui feliz, podendo de alguma sorte cooperar para a

de 1823 = Carlos 7é tranquilidade que se deseja. ,


\ , .

Sirvà-se V. Senhoria inteirar o lllustrissimo Leal Senado


Outro Offieio quasi do mesmo theor e data foi dirigido ao

sobre a ingenuidade dos meus sentimentos. Deos Guarde


Reverendo Padre Mestre Jozé Joaquim Pereira de Miranda,

a V. Senhoria miiitós annos. Macao 26 Junho de 1823 =


a Cláudio Adriano da Costa Sobrecarga do Navio Carolina,

e aos moradores o Conselheiro Manoel Pereira, Domingos Jose Joaquim Percirá de Miranda.

Pio Marques, e Rafael Bottado de Almeida; cujas respostas

saõ as seguintes. Resposta de Rafael Bottado d' Almeida.

Senhor Carlos Joze Pereira = Pelo meio dia tive a honra


Resposta do Barati de S. Joze do Porto Alegre»
de receber huma Carta de V. Senhoria em nome do Leal Se-

lllustrissimo Senhor Carlos Joze Pereira. = Accuso a nado, participando-me que o mesmo me tinha nomeado hum dos

recepção da Carta de V. Senhoria em que me aviza da Deputados, que pettende mandar a bórdo da Fragata Salaman-

resolução do Leal Senado de enviar a bórdo da Fragata Sa- dra a tratar de Negocios desta ( idade. ... ,

Eu acceitò com reconhecimento a marca distinÇaõ com que rt


lamandra huma Deputaçaô de Moradores respeitáveis para

Governo me quer bem honrar, e se os meus talentos correspon-


tratar com o Commandante delia sobre os pontos, -os mais

derem ao meu zello, e boa vontade, o Governo ficará satis-


pacíficos de accommodaçaô ; sou a diíer a V. Senhoria que

feito da minha conducta. . , ,


sinto naô poder acceilar huma nomeaçaô tal, por me achar
Esta Cidade me achará sempre prompto para promover a fe-

molesto, como já communiquei ao lllustrissimo Vereador


licidade da mésma. ,

Paulino da Silva Barbosa ; por tanto queira o Leal Senado


Tenho a honrà de ser com respeito, e a mais alta estima.

dispençar-me deste encargo, por motivo acima exposto. =


De V. Senhoria = Attento Venerador e fiel criado = Rafael

Bottado d'Almeida. Macao 24 de Junho de 1823.


A Pessoa de V. Senhoria Guarde Deos muitos annos. Ma-

cáo 23 de Junho dé 1823. =» Baraô de S. Jozé do P. Álegrè.

Resposta de Cláudio Adriano do Costa, acerca da Depu-

tação que lhe encarregou o l/cul Senado.


Resposta do Conselheiro Manoel Pereira.

lllustrissimo Senhor. = Acceito a nomeação com que


lllustrissimo Sr. Carlos Joze Pereira. = Recebo o Offieio
acaba de me honrar tao distinctamente o lllustrissimo Leal
que V. Senhoria me dirige da parte do Leal Senado, datado
Senado, e acceito naó pela honra, que hè a maior que pôde
de hoje, para hir a bórdo da Fragata Salamandra em huma
receber hum Cidadab; mas sim por dever como Cidadab
Deputaçaô ao Commandante da mesma.
Porluguez acèeitalla.

Eu me admiro, que sabendo athé os Membros dessa Leal


A umea maneira por que poderei corresponder a taô rele-

Corporaçaô o estado da moléstia em que me acho, sem


vanle commissaò, hé pondo o que desde já affianço a V.

poder apenas levantar da cama, possaô ter semelhante lem-


Senhoria, todas as minhas diligencias na sua execuçáó, para

brança, sabendo V. Senhoria eo mesmo Leal Senado, que


que o seu êxito seja á maior medida dos desejos do lllus-

nunca tne escusei para o serviço publico, como igualmente


trissimo Senado. Sinto que para obter este fim me naô

hé notorio ao rtiesmo Leal Senado. = Justos motivos estes,


decórefn as qualidades que taô lisonjeiramente fine attribue

que V. Senhoria porá na prezença do mesmo. = A (Ilustrís-


V. Senhoria. De quem sou com a maior consideração =.

sima Pessoa de V. Senhoria Guarde Deos muitos annos.


Muito attento Venerador e Criado. = C láudio Adriano da

Macáo 23 de Junho de 1823. = Manoel Pereira.


Co«ta. = Macao 23 de Junho de 1823. =» lllustrissimo Se-

nhor Carlos José Pereira. = &a &a &a.

Resposta de Domingos Pio Marques.


1» • •9 • tf « % . t

OJficio do Ajudante de Ordens do Governo ao 2o Tenente


A Carta Offic.ial de V Senhoria, datada de hontem, me

Commandante da Guarda da Policia Ludgcro Joaquim


foi entregue esta manhaã as 8 horas, a tempo que eu hia

de Faria Neves.
para Missa, e agora que me recolho a caza, encontro o por-

tador a pedir-me já a resposta, a qual passo a dar a V. Snr.4 Determina o Leal Senado que V. Merce mande huma

Em primeiro lugar, agradeço a distincta honra com que


exacta informaçaô por escrito da maneira por que foi

o lllustrissimo Leal Senado, se dignou nomear-me hum dos


recebido o Capitaô de Fragata Joaô de Mendonça pela

Deputados para a commissaõ, mencionado no seu Offieio


patrulha, que foi reconhecer a geute dò esealler que o con-

de hoje, e como para o seu fiel dezempenho, depende de dusia. Secretaria Militar 21 de Junho de 1823. «= José

homens de instrucçaõ, e de coragem, que ã mim me falta ;


Caetano FavachO, Ajudante de Ordens interino do Go-

e devendo com preferencia ser escolhido atjuelle, que mere- verno—Sr. Ludgefo Joaquim de Faria Neves, Comman-

ça a confiança publica, eu na<V posso acceitar taó distincto


dante da Guafda da Policia.

encargo, por me faltar as qualidades necessárias j ^ alem do


Outro do mesmo theor e data foi dirigido ao Secretario
que devo recear, que esta desacertada escolha, venha a ser

do Governo em consequência da informaçaô seguinte.


refutada por algumas reprezentaçoens ulteriores, sente,

lhante a que me aconteceo, quando aceitando prompta, e


Resposta do Commandante da Guarda da Policia.

desentereçadamente o lugar do Escrivão da Mesa Grande

Recebi o Offieio datado de hontem, que por Ordem do


d' Alfandega por impedimento de V. Senhoria na forma da

lllustrissimo Leal Senado V; Merce me dirigio, para que


proposta do lllustrissimo Leal Senado, ficou sem.effeito, e

Hè com effeito huma verdade imicgavel que elle naó sò carece da precisa instrucçaõ. ma» q<ie dcsineicx* < "!,l!Ji!(,a publfcárj
188 A ABELHA DA CHINA.

Achando-se este Official ainda em Lisboa no principio


dês*e huma exacta informaçaõ da maneira por que a patru-

da restauraçaõ se me offereceo para servir em huma Bate-


lha recebeo ao secundo Commandantc da Fragata «= Sala-

ria volante do Exercito, aque assenti, em cujo serviço se


mandra = Examinei do Inferior, e de toda a patrulha, e

comportou com muita intelligenciae zêlo, athe ao tempo


disseraô que pela ordem que tinhaS do lllustrissimo Leal

que obteve licença para recolher ao seu Regimento, e por


Senado para que quando aportasse alguma erabarcaçaõ da

esta me ser pedida lha mandei passar. Quartel de Lisboa


Fragata, fossem immediatamente reconhecer, a íim de naõ

8 de Fevereiro de 1812.
deixar desembarcar sennõ o Commandante ou quem suas

Jozé Antonio da Roza.


vezes fizesse, isto mesmo executou o Inferior da patrulha

Marechal de Campo Commandante da Artilheria do Reino.


logo que chegou hum escaller da dita Fragata; a escolta

foi reconhecer, e vio que era o segundo Commandante


Reconheço o signal supra do Excellentissimo Marechal
que se dirigia ao lllustrissimo Leal Senado com os Officios,

por outro em meu Livro de Notas Num. 3." folhas 68.


▼indo em sua companhia hum Tenente da Guarnição ;
Lisboa 14 de Fevereiro de 1812 =» Lugar do Signal Publi-
o Inferior immediatamente retirou-se com sua gente para a

co = Em testemunho da verdade =■ 0 Tabelliaõ Antonio


Guarda, deixando-os passar livremente, sem que lhe dissesse
Joaquim de Torres =*
coiza alguma; disto mesmo poderá informar o morador

Carlos José Pereira, que presenciou o desembarque, e os


O Doutor Manoel Joaquim Ribeiro Freire, Professo na

acompanhou até o lllustrissimo Leal Senado; e mais nada


Ordem de S. Tiago do Desembargo de S. A. R. seu De.

tenho que diser a respeito da indagaçaõ que fiz. = Quar-


semb irgador da Relaçaõ do Porto com exercício de Juiz

tel da Guarda da Policia 21 de Junho de 1823.


de índia e Mina, e das Justificaçoens Ultramarinas, e tam-

Ludgero Joaquim de Faria Neves Segundo Tenente


bém sirvo de Juiz do crime do Bairro de Andaluz, &a.

Commandante da Guarda da Policia.


Faço saber que me constou por fé do Escrivão, que esta

Senhor Joze Caetano Favacho graduado Sargento Mor


pasmou ser o signal supra do labelluiõ Antonio Joa-

Interino Ajudante das Ordens do Governo.


quim de Torres o que hei por justificado. Lisboa 15 de
a- ■? y
Fevereiro de 1812, e Eu ; Joab Frai.cisco da Trindade o
Resposta do Secretario do Governo.

Escrevi,e Sobscrivi. =

Sahindo dj minha casa no dia 16 do Corrente, pouco dis-


Manoel Joaquim Ribeiro Freire.

tante delia, passou por mim huma escolta militar com-

Lugar do Sello =*=» Pagou 40'reis do Sello. Lisboa 17 de


mandada por hum Inferior ; a este tempo divizei huma

Fevereiro de 1812 = Num. 170 = Oliveira.


escúcha, que com tres Militares se aproximava á praia
%

d' Opú j e conhecendo ser huin delles o LapitaÕ de Fragata


Alexandre Dickson, Major Commandante da Brigada

Joaõ de Mendonça Corte Real, voltei a traz para o receber


da Artilheria Portuguesa de Reserva, e dos Parques Pesa-

na praia, ondeja se achava postada a dita. escolta como


dos do Exercito do Príncipe Regente, &a.
Commandante na frente. Desembarcou o dito Joaõ de

Mendonça, hum Official de Infantaria, e hum Granadeiro , Certifico que o Senhor 2© Tenente Paulino da Silva Bar-

e dizendo-me primeiro que trazia Oihcios para o Governo bosa, sérvio por algum tempo em as diíferentes Baterias

nos dirigimos todos a Casa do Senado. A Escolta vol- da Brigada Portuguesa do meu Cominando, tendo duran-

tou ao seu Quartel sem que tomasse conhecimento dos te o tempo deste serviço mestrado hum bom comporta-

Otiiciaes, que tinhaõ desembarcado. íié o que posso mento, e zêllo em tudo de que o encarregarão nas mesmas

informar a V. Senhoria, pelo que presenciei no desem- Baterias : E por ser verdade o referido mandei passar a

barque d'aquelles Oíficiaes. (*) Deos Guarde a V. Senhoria presente certidaõ, a qual vai por mim assignada. Acantona-

muitos ânuos. Macáo 21 de Junho de 1823. = mento da Villa de Setúbal 11 de Fevereiro de 1812.

Carlos José Pereira. = lllustrissimo Senhor José Caetano


A. Dickson.

Favacho, Sargento Mor e Ajudante d'Ordens do Governo.

Estanisiáo Nepomuceno Salleraa 1 ® Tenente do Regi-

mento d' Artilheria Num. Io.


co rreÍpo^jen Cl A.

Senhor Redactor. Attesto que o signal supra hé proprio do Major Ale- *

xandre Dickson Commandante da Brigada d' Artilheria


Constando-me que alguns Officiae«, a bordo da Fragata

de Reserva, o que afirmo de baixo da minha palavra de


Salamandra, pertendem denigrir a minha reputação, asse-

honra. Lisboa 14 de Fevereiro de 1812.


verando que eu fora dimitido com infamia do exercito de

Portugal , vejo me obrigado a pedir-lhe o obzequio de in- Estanisláo Nepomuceno Saliema.

serir na sua Abelha os Documentos inclusos para vergonha

Reconheço o signal da attestneaò supra de Estanisláo


e coufusaõ desses miseráveis calumuiadores. Macào 27

Nepomuceno Saliema. Lisboa 14 de Fevereiro de 1812


de Juuho de 1823. Seu attento Venerador. P. S. Barbosa.

Lugar do Signal Publico =* Em testemunho da verdade =»

o Tahelliaò Antonio Joaquim de Torre<.==


Jozé Antonio da Roza Cavalleiro Professo na Ordem de

S. Bento de Aviz, Marechal de campo Commandante d' Ar-


O Doutor Manoel Joaquim Ribeiro Freire Professo na

tilheriado Keino, Inspector d' Artilheria, Lente do 3.° an-


Ordem de S. Tiago do Desemb argo de S. A. R. seu I)e-

no da Real Academia Militar, e Membro da Real Sociedade


zembargador da Relaçaò do Porto com exercício de Juiz

Marítima e Militar, pelo Princepe Regente Nosso Senhor


de índia e Mina, e das Justificaçoens Ultramarinas e tam-

que Deos Guarde &a. &a. &a.


bém sirvo de Juis do crime do Bairro de Andaluz, &i.

Atlesto que Paulino da biiva Birbo>i Segundo Tenente


Faço Saber que me constou por fedo Escrivão, que esta

do Regimento de Artilheria da Bahia tendo licença do Prín-


passou ser o signal supra do Tahelliaò Antonio Joaquim

cipe Regente Nosso Senhor para frequentar nesta Corte as


de Torres, o que hei por justificado. Lisboa 15 de Feve-

Aulas Militares, o executou dando eiu todo o tempo a co-


reiro de 1812, e Eu João Francisco da Trindade o Escrevi

nhecer boa conducta, e muit" talento em todas as matérias,


e sobscrivi. Manoel Ribeiro Freire.

que nas referidas Aulas se explicaõ, o que afirmo por ser

roeu Discípulo, e o haver examinado no que estudou nos Lu<*ar do Sello ==í Pagou 40 reis do Sello. Lisboa 17

roais annos. Num. 171 . = Oliveira


de Fevereiro de 1812.

— _________

(#) Aqui se reconhece a veracidade da escandalosa recepçaõ, que teve o Capitaõ de Fragata Mendonça, inculcada pelo

;u Commandante ; em consequência os desgostozos da Guarnição devem estar prevenidos de que todos os degostos lhe

lõ cauzados pelo me«mo Commandante, e naõ pelos pacíficos moradores desta Leal ( idade.

* VIZO. Matheus Vandenberg fáz saber ao publico, que no dia terça feira 15 do corrente haverá Leilaó publico cm sua

tza : Toda e qualquer pessoa, que quizer pôr alguns trastes, ou fazendas poderá dingir-se a sua caza sita no Bairro

Pela Ouvidoria Geral se faz saber ao Publico, que as Casas grandes do fallecido Padre Antonio lose da Costa tem lido

jj, preços offerecidos 12,001: patacas, e 12,010 patacas; os pertendentes que nellas quiserem continuar o seu lanço o

ideráô faser para o mesmo juiso deliberar sobre o destino d'aquelle prédio. (Ilavera iupplementa.)

X\ TYPOGRAPHIA 1)() BOVfcKMJ


SUPPLEMENTO

A ABELHA DA CHINA

N.° XLIII

MAC AO.

Chapa que o Procurador do Leal Senado dirigio ao Mandarim de Choimi

relativa á Fragata Salamandra.

SENHOR Mandarim: Eu Procurador faço saber a V. Merce, que sou informado

da próxima chegada de huma Fragata enviada da índia para Macao: ora conforme

as nossas Leis, todo o vaso de guerra, que vai para outras partes hè precedido de

hum aviso para as necessárias preparaçoens do seu recebimento, e para provar a

sua Legalidade: a actual Fragata porem naõ hè annunciada por noticia official dos

Superiores, nem do Commandante delia, por isso naõ pode deixar de causar algu-

ma duvida ainda que o fim para que seja bom, pensando porem mais seriamente

sobre isto julgo que haveria aviso anterior, e que por causa da extençaõ do mar

ficaria retardado, e virá posterior à Fragata; com tudo naõ se pode certificar o que

será a verdade, por isso naõ posso deixar de temer naõ seja isto alguma coisa im-

prevista de que naõ posso ficar responsável; peço pois a V. Merce que passe ordens

as lórchas Chinas que sahem ao mar para que naõ tragaõ para terra gente da dita

Fragata, tè que averiguado bem o caso passe de novo hum aviso a V. Merce. 13

de Junho de 1823.

Senhor Mandarim de Choimi: Eu Procurador faço saber a V. Merce que hon-

tem chegou a Fragata annunciada, e como naõ traz ordem d'El-Rei, estamos re-

solvidos a naõ lhe dar entrada; mas como pode ser que o Commandante teime em

entrar, nos veremos obrigados a repelli-la; porem receamos ficarem nesta occasiaõ

compromettidos os Chinas; queira por tanto passar ordens a todas as lórchas Chinas

de se recolherem para dentro do porto. 15 de Junho de 1823.

Do mesmo theor se remetteraõ outras duas Chapas ao Mandarim da Caza Branca.

258
RepresentaçaÕ de Joaquim MouraÕ ao Vice-Rei de CantaÕ.

Eu Joaquim Mourão Commandante da Fragata da índia reprezento a V. Ex-

cellencia, que sendo eu enviado pelo Vice-Rei da índia a Macao, para rebater os

Portuguezes perversos e desobedientes às leis, os quaes, constou ao mesmo Yice-

-Rei, haver alli em grande numero; e chegado eu a Macao aos 16 de Junho, que-

rendo ir á terra com as ordes do Vice-Rei e publica-las, os perversos em opposiçaõ

às leis do Reino, naõ me permittiraõ dezembarcar, e embaraçaraõ os viveres á Fra-

gata: ora naõ me era difficil dezembarcar, porem reciei que no dezembarque, e

publicação das ordens os perversos se lhes opposessem, e devendo eu pô-las em

practica, poderia haver alguma desordem, e ficar offendido algum China; demais

disto os Magistrados da terra ( !) tendo sido illudidos pelos perversos de Macáo,

ouvindo-os, e naõ a mim, publicarão editaes prohibindo de Macao o subministrar

viveres á Fragata; e os Portuguezes em Macao oppondo-se ás ordens; e negando os

viveres, saõ muito injustos, por tanto peço a V. Excellencia, que passe ordens para

que os Chinas de Macao se retirem por dous dias, por que entaõ a Fragata entrará

á força, e publicarei as ordens que trago, e se houverem perversos que se lhes oppo-

nhaõ os tractarei conforme as leis com rigor; mas se os Chinas de Macao se naõ

retirarem, receio naõ haja desordens, o que me faz temer, e causa susto; humilde

pois peço a V. Excellencia que examine a verdade, e passe as ordens convenientes.

20 de Junho de 1823.

RepresentaçaÕ do Arriaga ao Vice-Rei de Cantaò.

Illustrissimo e Exmo Senhor: Eu Miguel de Arriaga faço esta representação a

V. Excellencia em nome de Joaquim Mourão, Commandante da Fragata da índia.

Tendo pois este Commandante, e Delegado do Vice-Rei da índia, chegado a

Macao com ordens do mesmo Vice-Rei, os Magistrados da terra (2 ) o tiveraõ como

inimigo, e naõ permittiraõ a sua gente desembarcar, nem dar-lhe os viveres: Eu

obrigado destas circunstancias dôu parte a V. Excellencia, e lhe causo este incommo-

do com vergonha minha, lembrando-me que este assumpto he certo, e calamitozo,

e temendo que para o futuro hajaõ desordens que impeçaõ o pedir a V. Excellencia

o exame delle: ora desde que os Portuguezes vieraõ a China, os moradores de

Macao sempre obedecerão as ordens d'El-Rei de Portugal, que hè a razaõ por que

vindo este com ordens delle, os perversos se attrevem a resistir-lhe com tamanho

despreso das leis, por esta causa, posto que envergonhado, em nome do dito Com-

mandante, faço esta expoziçaõ a V. Excellencia: porem sendo difficil representar

tudo com individuação, e querendo V. Excellencia informar-se melhor disto, peço

huma audiência, ou mandar hum Delegado a examinar este negocio, a quem possa

expôr as tristes circunstancias. Em outro tempo o Vice-Rei Pó no mez de Feve-

reiro do anno 1810 me concedeo huma audiência na Boca do Tigre; outra vez no

mesmo anno no mez d' Abril, indo o mesmo Senhor para Hiam-Xam por causa do

(1), (2) Os Mandarins.

259
assumpto do Cham-Pau-Sai (Pirata), e demorando-se alli alguns dias, também con-

segui a audiência delle; depois vindo o mesmo Vice-Rei Pó á Macao por causa do

assumpto dos Inglezes, tres vezes consegui a sua audiência. Alem disso no mesmo

anno 1810 indo o Vice-Rei Sum á Macao e hospedando-se no Pagode novo, também

consegui a sua audiência, e ainda o mesmo Senhor se dignou ir a minha caza, e

desde que eu tomei posse do lugar em Macao ha 20 annos, hum Sota Vice-Rei, e

Empregados, Magistrados, e Militares, foraõ por mim vizitados, em huma palavra

os Empregados Chinas, maiores e menores me fizeraõ muita honra, e beneficio,

como se pode ver pelos documentos existentes. Tendo eu sido empregado por

El-Rei em Macao o mesmo Rei estava informado de que eu era homem recto, e

que por tanto podia continuar no mesmo emprego, e assim os Portuguezes de Ma-

cao viviaõ socegados; e tendo eu por muitas veses pedido licença para sahir do lugar,

nunca consegui obter hum successor; o que procede de El-Rei estar bem informado da

rectidão, e justiça do meu coraçaõ, por isso eu também me esforçava a trabalhar

para corresponder ás intençoens d'El-Rei; e por isso vindo esta Fragata à Macao,

eu posso passar hum attestado que ella naõ he hostil, mas por que o anno passado

mudando os perversos a antiga ordem da Administração, foi enviada a rebatê-los,

e estabelecer a ordem da Administração, e pôr hum Governador das armas. Quan-

to ao Commandante da Fragata, ha 2 annos que elle veio a Macao, e tendo aqui

estado por espaço de sinco mezes, tudo se conservou em paz; elle sabe muito bem

as leis da China; asseguro que naõ ha de haver desordens; elle deveria, para re-

prezentar a sua justiça, vir em pessoa a esta Metrópole, mas como elle conhece

muito bem as leis do Império, naõ se attreve a aventurar-se e a separar-se da Fra-

gata; por esta causa me encommendou que em seu nome o fizesse; demais disto

na Fragata vem hum Piloto por nome Joaõ Ignacio, que em outro tempo foi Com-

mandante, e trabalhou contra os corsários perturbadores Chinas; ora os homens

pacificos de Macao estaõ em silencio, naõ se deixando illudir de vaõs discursos; os

maos particulares, e o perverso Procurador he que confundem tudo, e illudem os

Magistrados ( !) da terra, e aproveitaõ das occasioens para obrar o mal, té as cousas

que lhe naõ pertencem, dispoticamente as dispõem, o que produzirá para o futuro

grandes males, peço por tanto a V. Excellencia que examine a verdade dos factos

declarados na reprezentaçaõ do dito Commandante, e passe ordens para que a

Fragata possa desembarcar a sua gente; possa fornecer-se de viveres; possa o

Commandante tratar os negocios de que vem encarregado; e peço que mande ao

Povo de Macao (Chinas) que naõ dêm credito ás palavras do Procurador, e que o

seu Sello naõ mereça authoridade, e que se deve esperar que venha hum novo Pro-

curador, cujo Sello tenha authoridade: humildemente torno a pedir a V. Excellen-

cia que mande examinar a verdade, e dê as providencias.

25 de Junho de 1823.

Traduzida por mim

Joaõ Rodrigues Gonçalves, Interprete.

(1) Os Mandarins.

260
mi

Segunda Representação do Arriaga ao Vice-Rei de Cantaõ.

Illmo e Exmo Senhor. Tendo eu Miguel de Arriaga ao 25 de Junho feito huma

representação a V. Excellencia expondo os meus tristes sentimentos, agora de novo

represento a V. Excellencia que a dita Fragata chegada a Macao nao pode desem-

barcar a sua gente, nem menos tomar viveres, coisa na verdade digna de odio; po-

rem o Commandante vendo que naõ podia reprimir a contumácia da sua gente

em querer ir a terra, pois que estava ja afflicta, manda suspender anchora a Fragata,

e foi para a Ilha cabaça lugar muito distante de Macao, aonde esteve fundeada,

para a gente naõ poder desembarcar; e chegando naquelles dias hum Brigue Mer-

cante de Macao, o Commandante, conforme às leis, o reteve, e lhe pôz dentro seis

homens para guarda delle, e quando menos o pensava, os perversos de Macao ap-

promptaraõ huma embarcaçaõ de carga, e foraõ tirar o Brigue, cortando-lhe a amarra,

e o levaraõ para dentro do porto juntamente com os 6 Soldados que o Commandan-

te poz de guarda no dito Brigue; isto na verdade foi huma grande opposiçaõ às leis,

e o Commandante queria rebater a dita embarcaçaõ, mas como alli havia muita

lorcha China, temeo naõ offendesse alguma, por isso me incumbio de pedir em seu

nome a V. Excellencia, que passasse ordem para deixar desembarcar a sua gente,

do contrario, naõ ficaria elle responsável por qualquer desordem, pois quando a

sua gente desembarcar à força, naõ a poderia cohibir; peço por tanto a V. Excellen-

cia que examine a verdade, e dê as providencias; e querendo V. Excellencia infor-

mar-se melhor disto, peço huma audiência em que exporei com mais indevidua-

çaõ as tristes circunstancias.

28 de Junho de 1823.

Traduzido por mim

Joaõ Rodrigues Gonsalves, Interprete.

Avizo Circular aos Moradores para assistirem ao Conselho do dia 16 de Junho.

Tendo o Leal Senado recebido vários Officios do Governo de Goa, e havendo

entre elles alguns de grande cõsequencia, cuja decisão naõ se attreve a dar o mesmo

Senado, sem o parecer de todos os que concorrerão no ultimo Conselho; manda o

mesmo Senado convocar a todos esses Moradores, para que compareçaõ imme-

diatamente nesta Casa da Camara. = Macáo Secretaria do Leal Senado 16 de Ju-

nho de 1823.

Carlos José Pereira.

Hum O/fido^ quazi do mesmo theor e datta^ foi dirigido em particular ao

Conselheiro Manoel Pereira, cuja resposta he a seguinte.

Illustrissimo Senhor Carlos José Pereira. Recebeo a carta que Y. Senhoria me

dirige da parte do Leal Senado para comparecer na Casa da Camara, eu nunca me

neguei ao serviço publico, porem, acho-me com tontura de cabeça sem me poder

261
estar em pé, por consequência ninguém hè obrigado estando como eu estou doente,

tanto que hindo athe a travessa para vizitar o Senhor seu Genro naÕ pode subir,

por me virar muito a cabeça; por tanto queira o Leal Senado acceitar a minha justa

desculpa. = Tendo a honra de ser = De V. Senhoria = Muito Attento. Yene-

rador e Criado. = Manoel Pereira. — Macáo 16 de Junho de 1823. (*)

Lista dos Ex. Senadores, Ex-Almotaceis que naõ aparecéraõ no Conselho

geral do dia 16 de Junho de 1823 a saber.

Ex- Senadores.

O Conselheiro Manoel Pereira.

Antonio Vicente Rosa.

Antonio Joaquim d'01iveira Mattos.

Simaõ Vicente Rosa.

Rafael Bottado d' Almeida.

Vicente Baptista Cortella.

Bernardo Gomes de Lemos, (apareceo, e foi doente).

Domingos Pio Marques,

Felis Vicente Coimbra,

Floriano Antonio Rangel,

Antonio Jozé Gonsalves Pereira.

Ex-Almotaceis.

Diogo Jozé de Mendonça,

José Joaquim Pereira,

Gabriel Francisco Rodrigues,

Joaquim Vicente d'Almeida,

Miguel Antonio Cortella,

Antonio Vicente Cortella

Pedro Feliciano de Oliveira,

Jozé Rodrigues da Costa,

Joaõ de Deos de Oliveira Mattos,

Manoel Vicente Rosa Braga,

Manoel Vicente da Fonceca e Cunha,

José Severo (este foi em serviço),

Pedro Bottado d'Almeida,

Joaquim Antonio Barros,

Antonio Lourenço de Carvalho,

Jose Simaõ da Costa e Britto,

(1) A mesma moléstia atacou repentinamente os Moradores Pedro Feliciano de Oliveira,

e Floriano Antonio Rangel que se achavaõ na Casa do referido Conselheiro na ocasiaõ em que

este recebeo o mencionado Officio.

262
Antonio Jose Homem Rebello,

Antonio Dias da Cunha,

Constantino José Lopes,

Faustino Coelho dos Santos,

E os moradores.

Antonio Lourenço Barretto,

Francisco Antonio Pereira Thovar,

Francisco José de Seabra,

Vicente Caetano da Rocha,

Vicente José Pereira,

Theotonio da Cunha e Chagas.

SessaÕ de 21 de Junho de 1823.

Tendo sido chamados Pedro Feliciano de Oliveira de Figueiredo, António Vicente

Cortella, e Antonio Lourenço Barretto perante este Senado e os Membros da ca-

missaõ dos Pareceres por naõ terem aquelles comparecido no ultimo Conselho

geral reunido em 16 de Junho, para se lhes informar de tudo o que nelle se tinha

passado, e das ulteriores medidas que tomou este Governo, apresentando-se-lhes

toda a correspondência entre este, e o Commandante da Fragata, a fim de que elles

dêssem a sua opinião, aprovando ou desaprovando as referidas medidas, visto ter

constado a este Governo que elles se oppunhaõ a ellas: cada hum delles disse o se-

guinte — Pedro Filiciano d'01iveira; que huma vez que se mostrasse que a Fragata

nos vinha redusir á escravidão, como o Governo publicou na participação que man-

dou pôr n'Abelha, e pôr de baixo do antigo despotismo (*) ou querer-nos taser se-

guir o Systema do Brasil, que nesse caso elle era o primeiro que pegaria em armas

para repellir força com força, mas que em quanto isto naõ constasse de huma ma-

neira de que se naõ podesse duvidar, que o Governo decidisse como lhe parecesse

legal. — Que se naõ tem assistido á alguns Conselhos, hé por que o mesmo tem feito

muita gente, e elle ter tido impedimento legitimo. — Que quando soube que o Navic

Barretto tinha sido embargado pela Fragata Salamandra, tendo elle no dito Navio

sua propriedade e do seu sogro, se inquietou bastante, e passou a protestar contra

quem direito tivesse, assim como fez o Proprietário, e mais interressados na carre- _

gaçaõ d'aquelle Navio, e que por esta occasiaõ fallou contra estas medidas — An-

tonio Lourenço Barretto disse que a respeito da Fragata hé do mesmo parecer de

Pedro Feliciano — Quanto as medidas que o Governo tem tomado, que elle era de

parecer que o mesmo Governo devia fazer tudo quanto fosse legal, e a beneficio

desta Cidade — Que nao veio ao Conselho por impedimento legitimo — Antonio

Vicente Cortella segue çm tudo o parecer de Pedro Feliciano. — Pedro Feliciano

d'OHveira e Figueiredo — Antonio Lourenço Barretto — Antonio Vicente Cortella.

(1) Isto hé se a Fragata naõ vem com o fim de pôr o Arriaga no lugar de Ouvidor; e o

meu con-cunhado no de Administrador da Alfandega, como de cerro espero.

263
EXTRACTO DA GAZETA DE GOA

Numero IX = 1.° de Março de 1823

No dia 11 do passado chegou a este Porto o Navio Angelica, Capitaõ Antonio

Fernandes da Silva, tendo sahido de Macào em 3 de Dezembro, com escalla por

Sincapur, Pinang, e Columbo, trasendo presos por Ordem do Leal Senado d'a-

quella Cidade para esta Capital, o Tenente Coronel de Milícias, Secretario do

Governo d'aquella Cidade Joaquim Manoel Milner, os Capitaens Joaquim Pedro da

Costa, e Maximiano Joaquim dos Santos Vital, e o Alferes D. Joaquim d'Eça Lobo

d'Almada e Castro. — Por esta occasiaõ se confirmarão as noticias do descontenta-

mento que ali haviaõ produsido as mudanças acontecidas no dia 19 de Agosto do

anno proximo passado, em que destruindo-se a antiga forma do Governo, que

havia regido aquella Cidade ha 40 annos, se lhe substituio a Camara do mesmo

Senado, composta de 2 Juizes, 5 Vereadores, ehum Procurador, alem de 3 Substitu-

tos, os quaes se tinhaõ arrogado todas as atribuiçoens dos tres poderes, Legislativo,

Executivo, e Judiciário, depois de terem obrigado o Conselheiro Miguel de Arriaga

Brum da Silveira a desistir do lugar de Ouvidor Geral d'aquella Cidade, tendo-o

depois preso em huma Fortaleza, donde, por doente, o transferirão para sua Caza,

porem incommunicavel. — Semelhante Governo naõ deixou de descontentar a muitas

pessoas. Em 13 de Setembro foraõ prezas algumas, das quaes se remettia para esta

Capital no Brigue Assumpção, que aqui chegou a 24 do passado, o Tenente Co-

ronel Moreira, o Major Cavalcanti, o Capitaõ Grand-pré, e o Piloto Malho que

foraõ para Lisboa na Charrua S. Joaõ Magnânimo, sahida a 6 do corrente; e em

17 de Novembro prenderão mais os 4 Officiaes supramencionados, para aqui re-

mettidos no dito Navio Angelica, por terem tido a intrepidez de exigirem hum

Governo mais analogo ás circunstancias d'aquelle estabelecimento, huma vez que

se tinha comettido o attentado de dissolver o antigo, tendo este jà jurado as Bases

da Constituição, e naõ havendo para isso determinação alguma de Sua Magestade,

das Cortes, ou do Governo desta Capital; antes pelo contrario, participaçoens do

Ministro dos Negocios do Ultramar datadas de 27 de Fevereiro de 1821, remetten-

do os memoráveis Decretos de 24 do mesmo mez, e de 7 de Março, de 21 de Abril

d'aquelle anno, expedidas para todos os Domínios Ultramarinos cuja copia trans-

mittimos ao Publico, para elle poder avaliar a boa fé com que se portou a Junta

intrusa de 16 de Setembro, e os fundamentos com que se excusou de entregar as

redeas do Governo ao Delegado do Soberano, por elle mesmo mandado depois da

sua magnanima adhesaõ à causa da Naçaõ, e se a mesma Junta occultou, ou naõ e me-

nos, cabou (menoscabou) as Ordens Regias, declaradas pelas sobreditas participaçoens,

que anunciavaõ Ordens que deviaõ regular o ultimo Systema, e Regimen dos seus

respectivos Governos, ao mesmo tempo ordenando implicitamente que naõ se alte-

rassem os Governos estabelecidos, porém naõ os intrusos, como era d'aquella Junta,

que devêra, logo que aqui chegou o Excellentissimo Senhor Governador, demittir-

-se expontaneamente d'aquella tarefa, se tivessem seus membros menos ambiçaõ,

ou gloria de governar. — O Brigadeiro José Ozorio, ex-Governador da mesma Ci-

dade, ficava também prezo, e devia embarcar junto com o dito Conselheiro Arriaga

264
para Lisboa, para ali responderem ás culpas que lhes arguirao. — Abstendo-nos de

documento algum sobre estas, e outras intempestivas, e impoliticas innovoçoens,

naõ podemos com tudo deixar de affirmar, que os Authores delias contrahiraõ huma

immensa responsabilidade para com as Cortes, com El-Rei, e com a Naçaõ inteira,

se por ventura o Governo Chinez, desgostoso de semelhantes perturbaçoens, altera

as antigas relaçoens de amisade, e commercio de que ali gosavamos com preferencia

a todas as Naçoens. — No dia 26 do passado chegou mais a este Porto o Navio San-

to Antonio, vindo d'Macao, trasendo a seu bordo presos para esta Capital, o Major

graduado Clemente de Noronha, e o Capitaõ Quartel Mestre Mendonça, e o pri-

meiro Tenente de artilharia Gomes.

Idem XV, de 12 d'Abril de 1823.

Rogou-se-nos que inserissimos na nossa Folha a seguinte Exposição feita por hum

dos Macaenses a outra restante; pois que naõ tinha podido ser impressa em Macao,

segundo nos affirmou quem no-la entregou.

Senhor Redactor — Como a nossa Gazeta com o titulo d' Abelha da China naõ

admitte, se naõ papeis tendentes a fomentar, e corroborar certa opinião, que naõ

hé geral; por isso nos valemos da sua folha para manifestar os nossos sentimentos.

O Povo de Macao antes pacifico, e obediente, hoje se acha instrumento da de-

sordem, e anarchia, por que sendo geralmente fallando, ignorante, principalmente

dos princípios liberaes, que formaõ o cimento da nossa Santa Constituição, que

abraçou, e jurou, sem a maior parte delle, saber o que ella seja, se deixou illudir,

fazendo-se instrumento de tudo quanto quizesse executar certa facçaõ aqui muito

bem conhecida, cujos Chefes, e Clubs nós também conhecemos: e d'aqui o que se

hade naturalmente seguir? Hé o que temos visto

No dia Sabbado 11 de Fevereiro de 1822, appareceo huma Reprezentaçaõ assig-

nada por 36 pessoas, algumas das quaes saõ os actuaes Membros do Governo. O

author desta Reprezentaçaõ he hum sogeito muito conhecido nessa Capital, pela

morada que fez ahi em huma Fortaleza; o seu nome se acha no Cartorio dos cri-

mes. Nessa Reprezentaçaõ se dizia, que o Povo queria huma Camara eleita por elle,

segundo os projectos para a Constituição, vociferando muito contra esta authori-

dade, que por duas vezes salvou Macao.

Eis se naõ quando sem sabermos nem o como, nem o quando, no dia 19 d' Agosto

em hum Conselho Geral, diante de hum Povo immenso junto n'huma Salla, cujas

portas estavaõ tomadas de marujos todos com seus cacetes,, diz Paulino da Silva

Barbosa, ora Vereador — Todo este Povo quer hum Governo de 1784. Isto naõ

hé mudança de Governo; mas hum Governo de aproximaçaõ segundo as Bases da

Constituição. Esse homem o Povo naõ quer para cousa alguma, unicamente redu-

zio á classe de simples Cidadaõ.

Popularmente se installou o Governo, sendo os seus membros os mesmos autho-

res de toda esta tramoya, menos o da Representação, que naõ foi Juiz, por ser exce-

dido em hum só voto!! Eis todos satisfeitos com o novo Governo a que chamaõ

265
Governo Constitucional constando de hum Senado de sete membros, dois Juizes

com exercicio de Ouvidor, tres Vereadores, e hum Procurador. Deposeraõ também

o Governador e Capitaõ Geral, que no mesmo dia foi eleito Governador das armas,

e no seguinte lhe mandou o Senado hum Officio, que principia — O Leal Senado

determina a V. Senhoria, &a.— em que o encarregava do ccmmando da Tropa.

Mas nós que juramos as Bases da nossa Santa Constituição Politica, obediência

a El-Rei Constitucional, e ás Cortes, naõ podemos deixar de lastimar o ver a con-

fusão dos poderes Judicial, Executivo, e Administrativo reunidos no Senado: ver

hum Conselho Geral depor o Conselheiro Ouvidor Arriaga sem ser ouvido, e no

dia 15 de Setembro hum concurso immenso da plebe sitiar as suas cazas, em quanto

outras hiaõ mesmo em tumulto requerer ao Senado a prisaõ do dito Conselheiro,

ao que annuio o Governo mandando a dois dos seus membros conduzido entre a

populaça á Fortaleza de S. Paulo do Monte, e conservado ali por mais de 40 dias

sem até hoje se saber por que crime mereceu ser tratado d'aquella maneira . . .

Hum súbdito obediente ás Leis, e ao Rei poderá ver sem commoçaõ a Paulino da

Silva Barbcsa preso á voz d' El-Rei na noite de 15 para 16 de Novembro, acusado

por huma Proclamaçaõ, ser solto no dia 17 por dois officiaes do Batalhaõ P. R., e ap-

parecer no Conselho geral, e sem primeiro se justificar da imputaçaõ, erigir-se em Juiz,

fazer interrogatórios, e o Conselho geral de Cidadaons, e Frades a condemnar os

Officiaes do Batalhaõ, que com o seu Governador á testa tinhaõ Proclamado, e

requerido hum Governo segundo o Decreto de 1.° de Outubro dando por motivo

naõ ser o actual Constitucional? A quem naõ admira ver augmentar o soldo dos

soldados, crear hum novo Corpo de Tropa da Policia composto de Sypaes com

fardamento estrangeiro? Em huma palavra Sr. Redactor, hé tal a desordem, e con-

fusão que reina nesta Cidade, que a simples denuncia de hum bebedo fez alvora-

çar toda a Cidade, convocar o Senado de noite do dia 2 de Dezembro, por que

diziaõ, que o Conselheiro Arriaga tinha embebedado os soldados, que estavaõ de

guarda, e que sahia fora de noite! Porem no dia 4 do mesmo mez aprezentou o

novo Governador das Armas (Mello) por que o outro também foi deposto em

razaõ da reprezentaçaõ feita no dia 16 do mez passado hum relatório, pelo qual se

mostrava ser tudo huma pura aleivozia.

Muito teriamos que lamentar, se a Gaseta deste Governo naõ tivesse dado so-

beja matéria para os imparciaes julgarem como hé que este Povo tem entrado nesta

nossa revolução. Estamos persuadidos que este Povo sempre pacifico, e que se

gloria do titulo de Leal, e que em tres séculos tem mostrado a mais constante obe-

diência ao seu amavel Rey, naõ se arrojaria a semelhantes excessos, se certos es-

píritos revoltozos o naõ tivessem illudido, aproveitando-se da sua pouca, ou ne-

nhuma intelligencia em princípios Constitucionaes, e cobrindo-se com os sagrados

véos do Bem da Patria, Constituição, e horror ao Despotismo para fazello servir

as suas vistas particulares de interesse, e vindicta. Oxalá que a liberdade da Im-

prensa fosse aqui real, nós também teriamos feito ver a sua ilusão: nós lhe diría-

mos: Vós dizeis que segundo a nova Ordem das cousas, o Governo antigo era ille-

gitimo, e anti-Constitucional; mas naõ vedes que elle abraçou a sagrada causa da

Naçaõ, convidando a todos para no dia 16 de Fevereiro jurar, e como defacto se

266
jurou as Bases da Constituição, que se está fazendo em Lisboa, ficando por este

acto solemne de adhesaõ a sagrada causa legitimado este mesmo Governo pelo

Decreto de 18 de Abril de 1821? Naõ seria para vossa maior utilidade, que obede-

çais ao antigo Governo, requerendo pelo direito de petição, que vos compete, aquellas

reformas conformes as Bases da Constituição, que juramos? Compatriotas! Em

fim quizestes fazer hum Governo Constitucional, e qual este Governo? Espulsas-

tes do Senado o Ouvidor Arriaga, e o Governador Ozorio feitos pelo Rei, em quem

reside o Poder Executivo, e posestes em seu lugar mesmo dentro do Senado o Ou-

vidor Bello: este que hé vosso Governo Constitucional? \ os gozáveis do socego,

e paz; ereis mansos, e attenciozos huns com os outros, hoje andais inquietos, e so-

bresaltados, odiando, e criminando-vos reciprocamente fazeis denuncias, e depoi-

mentos, que fazem rir, se se podesse rir entre os males da Patria? Ah compatriotas?

Consultai a Lei, procurai instruir-vos dos vossos deveres, e entaõ conhecereis os

authores dos vossos males, e atinareis com o Norte da vossa commum felicidade.

Senhor Redactor, estes saõ os nossos sentimentos, protestando sempre obede-

cer ao Governo actual, assim como temos obedecido ao antigo, e isto para bem da

paz, e socego publico. Unicamente pertendemos com a exposição destas nossas

queixas, e sentimentos, que publicando-se elles na sua folha cheguem a noticia

tanto dessa Capital, como de Lisboa, para que d'ali, como da sua verdadeira fonte,

venhaõ as providencias mais promptas, e eficazes a fim de se restabelecer aqui a

ordem publica, pois que se ellas tardarem, e as cousas vaõ neste andar naõ sabemos

o que será de Macáo.

Concluímos ultimamente esta nossa Carta com as palavras do Poeta para lhe

significarmos a força dos nossos votos — Açude, e corre Pai: que se naõ corres,

Pode ser que naõ aches quem soccorres.

Luz. canto 3 Est. 105.

Macáo 16 de Dezembro de 1822. — Os Imparciaes.

NOTICIAS MARÍTIMAS —ENTRADAS.

Aos 2 o Brigue Esperança vindo de Bengalla Capitaõ Antonio Joze berrás.

Aos 4 do corrente o Navio Conceição vindo de Manila Capitaõ Athanazio Cucullo.

Dito o Navio Angelica vindo de Bombaim Capitaõ Antonio Fernandes da Silva.

Aos 6 o Navio Conde do Rio Pardo vindo de Bengalla Capitaõ Joze de Santa

Rita Cardozo.

Aos 12 o Navio General Queiroga vindo de Manilla Capitaõ Joze Leguia.

Aos dito dito Família de Calvo Capitaõ Joze Antonio de Penha.

AVIZO. Na nossa folKa seguinte daremos a analvze deste Suplemento.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.

267
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A E L II
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QUINTA FEIRA, 17 de Jullio.


N.° XLIV 1823i

U
HOC TEMPORE

i ril • • • • - • *

OBSEQUIUM AMICOS, VERITAS ODIUM P A RIT."—TERENTIUS

achou, que verificasse esta asserçaõ quando no Senado se


MÁCAO.

abriraõ os Officios enviados pelo Commándante da Fragata*

Naõ
AÕ sendo esta a vêz primeira, em que o ambicioso Somente este homem, a cujo aceno tudo obedecia em

Arriaga lança mab de todos os meios nab só impróprios, Macáo nío tempo do despotismo, hé que podia imputar ao

mas até indianos do carater Portuguez para reempolgar hum povo macaense huma tal aleivosia. Poiá se este mesmo

Cargo que havia occupado em huma vintena de annos, e povo era (segundo elle diz na mesma Chapa) desde que

em o qual havia merecido a execração desta Cidade; jul- vieraò os Portuguezes á China, sempre obediente ás Ordens
• i

gamos conveniente rasgar agora o tenebrtíáo vèo da impos- d' El-Rei de Portugal (e no tempo mesmo em que este era

tura a fim de manifestar aos nossos leitores o horroroso illudido pelos AuliCos, e Mandoens que o cercavao) como

crime, que este ex-Magistrado tem comettido, as intrigas deixaria agora de obedecer-lhe ? Como ouzaria oppor-se

e cabalas de que se sérvio para tornar a escravisar o povo a qualquer Ordem emanada de hum Poder Legitimo no

de Mácao, e anniquilar o plano da sua Regeneração Poli- tempo da Santa Constituiça#, em que naõ há nem AulicoS
»

tica •, verificando-se á risca o que havíamos escripto no nem Mandoens? Somente o ex-Ouvidor Arriaga he que

nosso supplemento à Abelha N.° ÍCLl =» "preso por hum


podia lémbrar-se disso para indispôllo com os Chinas ; sò

preso por mil e quinhentos."


elle se julgou Capaz de dissolver os laços d'amizade, que

Este homem que no menciónado período sé reputava idola- há tantos annos conservámos com esta Naça# alliada.

iSHB
trado pelos habitantes desta Cidade, que punha e dispunha à Mas se El-Rei de Portugal estava bem informado dá

prò do seu intento de seus bens, e de suas fortunas; que ex- rectida#, e justiça do seu coraça# (como elle diz) e se elle

patriava contra a determinação das Leis aquelles, que seop- era homem recto, naõ tendo tido por esta causa sticcessor

punhab a seus interesses pessoaes, e cuja influencia era tál algum; como appareceo em Macáo o ex-Ouvidor Peixoto#

que na Corte do Brazil, e na Capital da índia fazia tudo Pára que se mendigava#, e extorquia# assignaturas uaro

quanto lhe dictava a sua imaginaçi# ; este homem que se ser reconduzido ? Para que se angariava# Chinas para pe-

havia intromettido em todos os ramos da Ádministraça# dillo ao Senado ? Para que se interceptava# as reprezen-

Publica desta Cidade, e em todas as repartições tanto mili- taçoens enviadas de Macào para o Ministério do Brasil ? .. .

tares como Ecclesiasticas, e que depois da installaça# do no- Talvez julgou que esta Chapa na# veria a luz do dia, e por

vo Governo se havia congratulado com eíle, por ver que isso se aventurou a tanto ! Porem que pertendia elle com
#

aquelle corpo, reconhecido desde séculos,havia reassumido huma tal exposição ? Ser pôsto pelos Chinas no lugar de

as suas anteriores atribuiçoens, como aquellas, e sua forma, Ouvidor, e que elles patrocinassem a sua causa? Acaso

as mais analogas, na5 menos ao âystenia do dia, que ás rela- ignoraõos Mandarins, que a conservaça# de hum emprega-

ções era que o mesmo Senado eslava para com os Chinas do pelo espaço de vinte annòs no mesmo lugar naõ seja

(Abelha N.° XV) este mesmo homem na# pode tolerar mu- intolerável abúso ? Que a diuturnidade do tempo os corrom-

do e quedo o patriotismo do povo dé Macao, em na# que- pe, e que elleS (Chinas) na# podem intrometter-se em cousatf

rer admittir a Fragata Salamandra; pois achando-se elle de semelhante natureza ? O resultado mostrou a ellevaçaõ

já quazi perdido, e observando que as Ortlens de Goa na# de seus conhecimentos políticos; é a setta se voltou contra o
l •

era# (como esperava) admittidas pelo povo e Governo mesmo sagittarió.

desta Cidade, se erigio em procurador do Commandante Alem disto; se a Fragata na# era hostil, (como elle dizia)
. «

da mesma Fragata, e fez subir á presença do Vice-Rei de e se elle podia pássar disto mesmo hum attestado aosManda-

Canta# huma Chapa (Supplemento á Abelha N.° XLIII) rins, como sé csqueceo logo disso asseverando na segunda

em que falsamente se queixava do povo de Macáo por nab chapa, que o Commandante, conforme as Leis, retivéra hum
• <

querer obedecer às Ordens d' El-Rei de Portugal. Brigue mercante de Macáo, e lhe pozéra dentro seis ho-
EV-& "'• i • « v w\. I

Ora esta calumnia hé detal quilate, que só lembrar podia mens para guarda delle ? Como se esqueceo do Navio Bar-

ao ex-Ouvidor Arriaga : Só elle podia confundir as Ordens de retto, que já dantes se achava reprezádo, e com huma

hum simples Governador, com as do Chefe da Monarchia j guarda dentro? Naõ hé isto huma evidente contradic-

por que nenhuma Ordem ou Determinaçaô d' El-Rei se çaõ ?, .. vamos adiante, e acharemos militar.
190 A AfiELH A DA CHINA.

O Povo de Macáo foi e será sempre manso e pacifico ; obe- Procurador da Cidade, principalmente para com os Chinas,

^ * • mm V

dece e obedecerá sempre ás Deterrainaçoens d^l-Rei de para naõ avançar taés expressões ! Sendo certo que a con-

ducta pessoal do actual Procurador naõ pode corapettir


Portugal; porem já mais curvará o pescôço aos Déspotas

com tal conceito/


de Goa, que tanto o tem escravisado: o seu merecimento
%

Se os homens pacificos pois de Macáo estaõ em silencio (co-


bé innegavel, e o seu patriotismo tem sido decantado por

lho elle dia) este silencio hé hum silencio vergonhoso, por


pennas estrangeiras; a esphera de conhecimentos, em que

que vendo a Patria em huma cryze perigosa deveriaõ por


se acha illcistrado pelas luzes do Século, lhe faz ver com

isso mesmo concorrer para dar os seus pareceres cordàtos


evidencia quaes sejaõ seus deveres e seus direitos, e por

corno veneráveis ancioens, segundo os appellida tantas


isso já mais deixará illudir-se dos ardilosos sofismas deste

monstro Togado. Elie reconhece na grande arenga feita vezes, e naõ amostrarem-se insensíveis ás desgraças da sua

ao Vice-Rei de Cantaõ o grande empenho, que havia para Patria; pois hé certo que ella tinha sido ameaçada por

se representar nesta Cidade as mesmas Scehas de Goa, novos Coriolanos. Contiuuar-se-ha.

Dio, e Danvaõ, aonde se tem practicado os maiores attenta-

Parecer que o Reverendo Padre Mestre Nicolao Rodrigues


dos, fasendo e desfasendo as Juntas, pondo e depondo os
Pereira de Borja entregou por escripto no Conselho Geral

Presidentes, prendendo e expatriando os Cidadaons ; e por


de 7 de Junho do presente anno.

isso hé que pertendeo evitar tudo isto, repellindo a entra-

A vontade da Naçaõ, expressada pelos seus Reprezentan-


da da mencionada Fragata. Se este povo antes pacifico,

tes em Cortes, hé Lei, á qual hoje thé o mesmo Soberano


e obediente fosse hoje instrumento da desordem, e da anar-

está sugeito.
ch a (como se disia ein Goa) naõ protegeria elle á quelies,

As Cortes declaráraõ legitimo todo o Governo, que se


que sendo reconhecidos na Capital da índia por fautores

installasse Constitucional. Esta sua vontade subsiste ainda,


da desordem, e da anarchia viuhaõ agora de taõ longe agre-

a pezar de haver de ter algumas modificaçoens nos Domí-


gar-se ao seu partido ? Qual seria a rasaõ porque elle se

nios da Azia Portugueza o Governo Constitucional, o que


revoltou contra os mesmos que vinhaõ auxiliallo ? . . . Por

sabemos pelos impressos públicos, e já depois de installado


que eraõ, e ainda sad, Cidadaons pacificos, e obedientes a

o Governo Constitucional de Macao.


Leis emanadas de Legitima Authoridade.

Este Governo pois, Iegitimamante Constitucional, desde


Se o Cómmandante da Fragata viesse, (como diz o seu

Procurador) munido das Ordens d*El-Rei, e das Côrtés, e que dissipou a conjuraçaõ militar, se achou com forças su-

ficientes afazer-se respeitar, e no ultimo Conselho grande


nós dezobedecemos; nesse caso mereceríamos o ignominio-

zo titulo de perversos; porem achando-nos promptos a se tomaraõ as precizas medidas para o socego publico, thé

obedecer-lhe, e a derramar, se precizo for, até a ultima hoje nos tem conservado huma paz, e socego perfeitos.

Este socego he a que se deve ter sempre em vista conser-


gôta do nosso sangue para lhe conservarmos eite Estabel-

var, e nem outra se pode soppor ser a intençaÕ das Côrtes,


ecimento nad merecemos aquelle titulo ; por que naõ sao

perversos aquelles que obraõ segundo a Lei Constitucional; do Soberano, nem d'aquelle, no qual o melhor dos Reis de-

antes sad beneméritos da Patria segundo o Decretaõ as posita parte do seu poder; por tanto sou de parecei, se to-

mesmas Leis. mem aâ medidas precizas para a conservaçaõ deste socego $

O Capitaõ de Fragata Joad Ignacio Lopes, único Officí- e chegando a Fragata, que se diz vem da Capital de Goa,

al, que nad annuio à reteuçaõ dos dois vazos, prova contra Vendo o actual Governo perigar a tranquilidade Publica, se

producentem. Elle reconhecia muito bem o caracter do naõ receba, e nem outra se deve presumir ser a vontade das

povo desta Cidade; sabia o estado de tranquilidade em Cortes, do Soberano Congresso, nem do seu Representante

que ella se achava ; naõ ignorava as intenções do seu Cóm- na Azia, naõ só pelo que tenho dito, mas principalmente

mandante, e a validade dás Ordens, e instrucções de que por se acharem affectos ás mesmas Cortes, e ao Soberano

vinha munido, e por esta cauza foi de voto contrario aos os negocios de Macáo.

do Conselho Militar congregado a bordo da mencionada Finalmente se o soccorro, que da Capital de Goa se envia

Fragata; o que mostra evidentemente que as vistas eraõ a Macáo, o que naõ ieputo desacerto ,suppostasas noticias

hostis, e que naõ saõ máos os particulares, de Macao nem de revoltas &a, que teráõ sido presentadas na Prezença do Se

hé perverso o Procurador, como affirma o Arriaga. nhor Governador naõ quiser regressar; mas pertenderentrar

por força nesta Cidade, sou de parecer, por assim o pedir


Por ventura aquelles particularesfòraõ ingirir-se nos ne-

a tranquilidade publica, que sempre tenho em vista, que o


gócios públicos sem serem chamados ? Naõ. Logo se o Go-

Governo se abstenha de força, mas lavre os seus protésto*


verno os convocou ex vi do Alvará de 14 de Março de

e faça o mais, que bem lhé parecer ; e sobre tudo faça partir
1691, naõ merecem o epitheto de máos; antes seus nomes

logo hum Proprio, para informar as Côrtes, e Sua Mages-


devem ser conservados nos annaês da Fama como intrépidos

tade do accontecido em Macáo.


defensores dos Direitos da sua Patria. E o Procurador ex-
9
* • •
Nicólao Rodrigues Pereira de Borja.
pediria as chapas sem Ordem do Governo ? Também uaõ.

Estafo' opinião do dito R. P.e Mestre dada no Conse-


Logo como merece o nome de perverso ? Hè este conceito

bem analago a hum homem, que se denomina Cidadaõ lho gen 1 de 7 de Junho de 1823.

pacifico! Pois bastaria lembrar-se ter sido o Magistrado M cáo Secretaria do Leal Senado 5 de Julho de 1823.

Carlos Jozé Pereira.


deste paiz,. e conhecido o caracter representativo de hum
A ABELHA DA CHINA. lí)I

1 iv

res seus Companheiros; manda o Leal Senado que V. Mer-


Sessaõ de 28 de Junho de 1823.

ces o façaõ por escripto em seguimento deste Officio. 0


Estando prementes os trcs Vogaes da Camara passada
Êtts

que levo ao conhecimento de V. Merces para sua intelligen


Antonio Joze de Vasconcellos, Antonio Joze Gonçalves
I

cia, e devida execução. Deos Guarde a V. Merces muitos


Pereira, e Felis Vicente Coimbra, fez-lhes o Vereador
%

annos. Macao Secretaria do Leal Senado 2 de Julho <!e 1823*


Presidente, Paulino da Silva Barboza, as seguintes per-
4

P. S. As suas respostas setáõ segundo as perguntas da

41 •1

Sessaõ incluza. (assignado) Carlos Jozé Pereira.


1. Se no dia 18 de Agosto do anno passado, a DeputaçaS

que veio requerer ao Senado entab existente a Eleição

Resposta de Bernardo Gomes de Lemos ao Officio supra.

de huma nova Camara, o naõ tinha teito com todo o res-

« * • i * • 1 ' lllustrissimo Senhor Carlos Jozé Pereira. Em cumpri-


peito e moderaçaõ : ao qne responderaõ unanimemente

mento á ordem que V. Senhoria me communicou da parte


qne sim.

do Leal Senado, sou a diser, quanto ao Io Artigo d» Sessaõ
2. Sc o Vereador Antonio José de Vasconcellos tinha

de 28 de Junho datada de hoje, e assignada por o Senhor,


dito nessa occasiaõ, que muito estimava a mudança de

que esta acompanha, respondo afirmativamente , quanto ao


Governo, por que aquelle, de que era membro, se achava

2°, afirmo com toda averdade que me naò recordo, do


ha algum tempo paralisado, e a Cidade entregue a si mes- ' t <

que disse o Vereador Antonio José de Vasconcellos naquel-


ma, sem haver authoridade alguma que a governasse ; ao

• *
la occasiaõ. Quanto ao 3", he verdade, que se achavaS
que respondeo que sim, apoiado igualmente por Felis Vi-
' 1 I

nas Sallas, e Portas do Leal Senado muitas pessoas de diffe-


cente Coimbra : e Antonio José Gonçalves Pereira disse,

rentes Classes, e ataviados segundo as suas mesma» Classe».


que sabia que havia algumas desordens ; mas que ignora-

Quanto ao 4°, e ultimo, afirmativamente. Deos Guarde


va o resto, por que era hum Vereadorinho que estava

a V. Senhoria muitos anuo»., Macao 2 de Julho de 1823.

mettidoem sua Caza.

(assignado) Bernardo Gomes de Lemos.


1
3. Se no dia da Eleição se achavaõ as porias das sallas to- -

madas por Marujos armados de cassete $ ao que responde-

Resposta de Francisco Antonio Pereira da Silveira.

rão Antonio José de Vasconcellos, que tinha visto bastan-

lllustrissimo Senhor Carlos José Pereira --= Em resposta

tes Marujos, porem nab tomando as portas, nem armados

aos 4 quezitos apontados na Sessaõ de 28 de Junho de 1823,


de cassete, nem d' outra alguma arma. Antonio José Gon-

' 1 ' • ' ' # * 5' t * ». % cuja copia V. Senhoria se dignou transmittir-me por ordem
çalves, que tinha visto dous ou três Marujos com suas ró-

do lllustrissimo e Leal Senado; sou a diser: Quanto ao l->


tas sentados em hum dos bancos, e nada mais. Felis Vicen-
a
* .
arti-m, afirmativamente. Quanto ao 2', ignoro o facto.
te Coimbra, que vio bastante gente ás portas, mas naõ

Quanto ao 3» e 4°, sendo coisas relativas ao dia 19 d^oslo


Ma rujos armados de cassetes.
*
do anno passado, a cuja Sessaõ assisti por ultima vez na-

4. Seno dia da Eleiçab depois de se ter disputado sobre

qualidade de vogal do Leal Senado de entaò, nada posso

a forma delia, e ter o Major Paulino da Silva Barboza, im-

asseverar, como dezeja, com mais certesa do que o que

posto silencio ao Povo que se achava inforecido contra o * 1


Deos

a)li se acha exarado ; e por isso a ella me reporto

Major Cavalcanti, dissera o mesmo Major o seguinte = Se-

Guarde a V. Senhoria muitos annos. Macao 2 de Julho de

nhores, este Povo quer hum Governo que se aproxime o

1823. (assignado) Francisco Antonio Pereira da Silveira.

mais possível ás B ises da Constituiçaò, sem que com tudo


tf - f ^ ' IHUP^R

mude de forma, para se naõ hir chocar com a antiguidade Carta dirigida ao Major Paulino da Silva Barboza para

a Deputação Constante na nossa Abelha J\ . Air.


respeitada pelos Chinas; ao que responderão todos que sim.

lllustrissimo Senhor Paulino da Silva Buboza.


5. Se Antonio Joze de Vasconcellos, e o Reverendo Paro-

* Sendo bem conhecido por nòs os sentimentos Constitu-


cho de S. Lourenço Fr. Joaõ de Santo Antonio, que prezi-

cionaesdeV. Senhoria bem como os seus talentos; somos


diraõ ao escrutínio, o primeiro como Vereador da Camara»

por tanto a rogar a V. Senhoria queira ser do numero de


e o segundo como Parocho, por impedimento legitimo

hum dos Deputados que pertendemos enviar a manhaã ao


do Cura da Sé, tinhaõ observado que se aceitassem votos de

Leal Senado para naquella assemblea fazer com maior a-


pessoa alguma, que naô estivesse nas circunstancias prescrip-

certo as observaçoens que mereçe o Despacho que hoje ob-


tas pela Lèi para poder votar, ao que responderão que naò ;

tivemos, por cujo favor ficaremos agradecidos.


acrescentando o Reverendo Fr. João que mais de trinta

Deos Guarde a V. Seuhoria por muitos annos.


votos foraò regeitados, por naõ estarem nas referidas cir^

Macao 17 de Agosto de 1822. De V. Senhoria.


cunstancias. Barboza, Basto, Remédios, Bello, Castro,

Attentos Veneradores.
Antonio Joze de Vasconcellos, Antonio Joze Gonçalves

Pereira, Felis Vicente Coimbra. Fr. Joaõ de Santo Antonio. Paulo Vicente Bello. Joaõ de Deos de Castro.

—*xx*—
Filippe Jozé de Freitas. Joaquim Vieira Ribeiro.

OFFICIO.
Feliciano Narcizo Ozorio. Joaõ Nepomuceno Maher.

Senhor Bernardo Gomes de LemOs e Francisco Antonio


Joaõ Jozé Vieira.

Pereira de Silveira. Sendo de summa importância, que

V. Mercês como Vogaes da Camara passada respondaõ ás Officio do Conselheiro Arriaga ao Vereador Paulino da

Silva Barboza.
perguntas constantes da Sessaõ, que por copia lhe remetto,

lllustrissimo Senhor. Observando, pelo Bando, ora


visto que nem naquella SessaÔ, nem na de hoje puderaõ

publicado, que o Leal Senado, tomou, em devida, e espe-


comparecer para a quelle fim, como fiseraõ os outros Senho»
192 A ABELHA DA CHINA.

Camara para darem o referido juramento, levantasse o di-


rada consideraçaS as gratas noticias que me animei hoje

to Major a voz dizendo, que naõ se devia procedera seme-


communicar-lhe, na justa intcUigencia da conformidade

lhante acto, em quanto existisse aquelle Governo Anti-


de senVmentos d'aquelle legitimo orgaS de9te fiel Publico,

à melhor das Cauzas e da Naçafl, e de seu Augusto Chefe, Constitucional: ao que respendera o mesmo Major, que el-

le Fr. Luiz podia fazello per si só, pois que para isso tinha
cuja conservaçaS, e alta Cathegoria a maõ Omnipotente,

tanto direito como qualquer outro Cidadaó; e tanto melhor


quiz secundar, a bem de toda a familia Portugueza, a que

temos a honra de pertencer; natf estranhará V. Senhoria quanto elle lhe assegurava que havia hum grande partido

prompto a seguir ao que rompesse nas referidas expres-


que na qualidade de simples CidadaÔ, a quem a nova Or-

soens. Com esta resposta retirou-se aquelle Religioso pe.


dem das cousas facilita livre exposição de qualquer ideia, e

dindo com instancia ao dito Major que o seguisse, logo que


tendente ao bem commura, haja de lhe ponderar para conhe-

elle levantasse a vo2 n'uquelle acto para que fossem expul-


cimento do mesmo Leal Senado, que tendo de partir para

sas do Governo as Authoridades reconhecidas por Anti-


Timor o Navio de viagem, deverá, a meu ver aproveitar-

Constitucionaes.
se esta occasió para conimunicar ao Governo d'aquellas

Ilhas, a quem esta Cidade tem prestado taõ extraordinários 2.° Que logo depois do dia 18 de Agosto, em que fora

quanto pesados soccorros, a necessidade em que eslá de expulso de todos seus empregos o Conselheiro Arriaga, elle

satisfazer á concorrência da sua parte, e dos respectivos dissera a vários Moradores, que nada tinhaò feito, se para-

povos para a formaçaS resolvida do circulo Eleitoral, que vas alli, e naS deitavas immedialamente para fora desta Ci-

tem de eleger a qui hum Deputado de Côrtes, ná forma dade ao referido Conselheiro.

da SessaS de 18 de Junho deste anno4 regulando se ali pe-


o
3 Que elle obrigado de empenhos do BaraS de S. Jozé

ias instruçoens de 22 de Novembro de 182Ò, mandadas


do Porto Alegre pedira ao Major Paulino da Silav Barbosa,

cumprir pelo Decreto de 7 de Março de 1821 dirigido ao


para que como Membro do Governo quizesse cooperara

Governo desta Cidade em Portaria de 21 d' Abril do mes-


fim de se poder salvar o credito tanto do BaraS, como do

mo anno, e confirmada pela circular de 13 de Junho, cujas


mesmo Conselheiro, relativamente a huma Divida de Direi-

Disposições, e o Diário do Governo coorespectivo sa5


tos da Alfandega contrahida pelo mesmo BaraS, e muito

fontes de Legislação sufficiente para suprir a falta de Or-


deshonrosa tanto a hum como a otitro.

dens officiaes, que ine segura meu IrmnB o Desembarga-


4.° Que elle tinha sido sempre da opiniaS de que este

dor Manoel Joze de Arriaga, naò haver tempo dé serem


Governo se naS deveria mudar, em quanto naS viessem pa-

expedidas, pelo Navio chegado, que de Lisboa sahio a 20


ra isso Ordens positivas de El-Rei, e do Soberano Con<res-
&
de Junho, sendo a Sessaõ a 18. O que unicamente aponto
so; e que ainda continuava na mesma opiniaS, porque elle

pela certesa de que, naS se tomando esta medida antki-


Padre era hum verdadeiro Constitucional^ e o seria sempre.

pada se innutilisara a consideracaS do Soberano Congresso


Macao 3 de Junho de 1823

por esta Cidade, visto que na5 podendo chegar as Ordens

Bento Jozé Gonçalves Servaí.


senad na monçaõ seguinte, sò na que vem seraB expedidas

para Timor, occasionando a vinda dos Eleitores era Julho


Francisco Jozé de Payva.

ou Agosto de 1824; e por consequência^ feita a Eleição,


Filippe Neri Lopes.

e partindo o Deputado para Lisboa já tem findado a 2.'

Antonio Joaquim da Costa Basia.


legislatura, em lugar que do modo apontado, para o qual

acrescentarei qualquer outra noçaõ (se for exigida) virá Agostinho de Sá.

Macao a formar parte da representaçaS Naçionai ao menos


JoaS Jozé Vieira.

no fim da 2.a legislatura.

SebastiaS Lopes Ramos Filho

Em quanto cumpro este dever crvico aproveito de no-

vo o conducto de V. Senhoria para reiterar ao Leal Se-


Nota =i Consta-nos que os Senhores Rafael Bottado

nado 09 meus sentimentos pela maior consideração desta


de Almeida, Pedro Bottado de Almeida, Faustino Coelho

Cidade ; tendo a honra de ser. De V. Seuhoria.


do9 Santos, Constantino Jozè Lopes, Vicente Pereira

Attento Venerador e obrigado.


Vicente Caetano da Rocha, Diogo Jozè de Mendonça,

Miguel de Arriaga Brutn da Silveira.


e Jozè Simaó da Costa Britto nafl compareceras no Con-

lllustrissimo Senhor Paulino da Silva Barboza, Presiden-


selho Geral huns por doentes, outros por naS terem aviso,

te do Leal Senado, neste mez.


e Constantino Jozé Lopes por se achar Commandante inte-

Macao 5 de Janeiro de 1823*.


rino da Fortaleza da Barra com ordens pozitivas para naS

desamparar o seu posto.

Nós abaixo assignados attestamos, e juramos se necessá-

Na nossa folha seguinte responderemos a hilma Carta do*


rio for, que perante nós confessou o Padre Mestre Fr. Luiz

Senhor Floriano Antonio Rangel.


dos Remedios e Mello no dia 31 de Maio proximo passado

e seguinte:

1.° Que no dia do Juramento da Constituição nesta Ci- NOTICIAS MARÍTIMAS = SABIDAS.

dade fora elle a casa do Major Paulino da Silva Barbosa pe-


Aos 14 do Corrente o Navio Luz para Manila Capitaô'

dir-lhe, que logo que estivessem todos reunidos na Salla da R. F. Pereira.

NA TYFOGRAPHIA DO GOVERNO.
A

E L

DA

N." XLV QUINTA FEIRA, 21 de Jullio.


1823*

1
" JioC TEMPOltfc \

OBSEQUJUM AMIGOS, VER1TAS ÓD1UM PAHIT." TERENTIUS

Sessão de 30 de Dezembro de 1820.


MACAO.

Disse o \creadór Floriano Antonio Rangel, que recor-


ARTIGO D' OFFICIO.

dando-se agora pela leitura do Officio desta data N.° 16,

/Ilustríssimo Senhor Paulo Vicente Bello.


dos incommodos e sacrifícios deste Leal Senado para huma

expediçatf taS louvável, como recommendada de Ordem

o LEAL Senado manda remctter a V. Senhoria a Copia

Regia, para prestar os soccorros as Ilhas de Sollor e Timor ;

junta, por mim assignada, das resoluçoens dos differentes

como foi já hem aprovada, merecendo aquella acceitaçiS

Conselhos geraes, e mais Documentos, que precederas, e

que prestou nos pretéritos annos, em que, e nas actuaes

motivaras a partida do ex-Ouvidor Miguel d' Arriaga

diligencias concorrerão sempre com aquelle amor e lealda-

Brum da Silveira no Navio Vasco da Gama, que sahio para

de, a bem do Real serviço, enta5 ena época tao desgraçada,

Lishoa em 23 de Março proximo passado.

como a presente, pelo estado actual da caixa desta Admi-

Pelos referidos Documentos conhecerá V. Senhoria, que

nistraçaò,alem de outras muitas perturbações em que so-

ao Leal Senado naô eraõ desconhecidas as inuumeraveis

bre sahiraõ tanto o Governador Joze Ozorio de Castro

culpas do mencionado ex-Ouvidor; mas que querendo elíe

Cabral e Albuquerque, O mais digno Presidente desta

seguirem tudo os princípios de moderaçaS proclamados

corporação, pela sua ellevada virtude, probidade, e nobre

nossa Mãi Patria; nao

sentimento; assim] como pelo disvello, valor, c prudência


passou a procedimento algum Judicial contra este, para

nos negócios do seu governo, de que se faria digno de hum


evitar odisgosto de tantas famílias com quem o mesmo se

Governo General, o que aproveitaria muito os estados e a


acha aqui ligado com relaçoens de parentesco. Porem

Coroa; quanto o Conselheiro Miguel d' Arriaga Brum da


como o dito ex-Ouvidor, illudindo aquellas justas Deter-

Silveira, Judicioso, e de vastos conhecimentos nas Leis,


minaçoens dos Concelhos do modo ornais cnvilloso, tem

politica, Commercio, e Negocio de qualquer matéria e im-

conseguido que pessoas mal intencionadas se atrevaõ a ta-

portância, e por isso mesmo merecedor de hum lugar mais


char o Governo de dispotico por as ter posto em execução,

elleVado, aonde aproveitaria igualmente o Estado e a Na-


tratando de calumnias todas as verdades, que o publico

çaò das suas luzes, engenho, e vastos conhecimentos; de


contra elle tem espalhado: ordena o Leal Senado que V.

cujo esforço, e diligencia cooperou para os melhores ar-

Senhoria mandando autuar os ditos Documentos, e fixar

ranjos da dita ExpediçaS; pareceu indispensável levar ao •


os Editaes doestillo, proceda sem perda de tempo a huma

conhecimento de Sua Magestade nosso Augusto Soberano.


Devassa geral sobre os crimes de toda a e9pccie còmmetti-

Quem na5 se Dedignará de attender a estes cooperadores ,


dos nesta Cidade por aquelle ex-Ouvidor n* Administraras

como a este Leal Senado, que tem por muitas e infinitas


da Justiça; da Fasenda Nacional, c de outras repartiçòens,
1 J
vezes dado provas naS equivocas do seu ainor e lealdade
de que elle se achava encarregado; Crimes, a que fora

a bem do Real Serviço. O que sendo ouvido pelos mais


verdadeiramente conduzido pelas grandes e complicadas

Vogaes se houve por conforme, levando a Real Presença


transaçoens mercantis em que se involveo, a despeito das

de Sua Magestade a referida referencia. = Rangel, Cortella,


Leis, parecendo antes o Chefe de huma Companhia de Ne-

gociantes; do que o digno Succcssor de duus honrados Ma- R°z<i» Coimbra.


• •• I i *
V/ ^ • i
gistrados.
Achando-se inserido na nossa Abelha N.° XL o Officio;

Espera pois o mesmo Senado que V. Senhoria, com o


que o Leal Senado havia dirigido ao Iliustrissimo Cabido
#
i § / ê A,
zello e imparcialidade própria do seu actual emprego, haja
desta Cidade, quasi de igual theor ao que se-havia enviado

de promover a referida Devassa com a maior brevidade


ao Exmõ Diocesano; no qual o mesmo Cabido era convida-
S JI S Jr

possível, a fim de que o seu rezultado seja immediaíamente


do a comparecer na Salla da Camara, a fim d' ali se deli-

levado ao conhecimento de Sua Magestadé.


berar em Conselho geral sobre as medidas necessárias para

Dcos Guarde a V. Senhoria muitos annos. Macao Secre-


a conscrvaçaô da tranquilidade publica, de que se estava

taria do Leal Senado 26 de Junho de 1823.


gosando antes de chegarem as noticias de que o Governe*

Carlos Joze Pereira. de Goa pertendia á força de armas redusir esta Cidade aO
DA CHINA.
194 A ABELHj

lhe fará melhor conhecer a pureza da mesma Religião^


antigo estado de e«cravidaõ ; tivemos o despraser de trans-
_ •
que professamos ? Que Sua Magestade achando-se estrei-
crever em o mesmo N.° a resposta do Cabido ao menci-

tamente ligado ao systema Constitucional, naõ poderá con-


onado Offic o, dirigida ao Secretario do Leal Senado, respos-

siderar, senaõ como inimigos da felicidade geral da Naçaõ


ta que, em o nosso conceito, naõ tem motivo algum atten-

todos aquelles, que lhe naõ prestarem manifesta adherencia,


divel, como pertende o mesmo Cabido, e taõ somente dá a

como se explica o mesmo Soberano ? Naõ devem os Bi-


conhecer huma falta criminoza, negando-se a Cooperar para a

spos, como alli se ordena, ficar na intelligencia que alem


pàz e socego, o melhor de todos os bens da Sociedade civil.

das Pastoraes, mandadas officiar em todas as Parochias


Diz o Reverendo Secretario do Cabido, que sendo este

das sua» respectivas Diecezes, elles devem recommendar


huma Corporação naõ pode inteirar-se do que, ou por si,

a todos os Parochos, e roais Prelados Eeclosiasticos, que


ou por seus commissionados haja de responder, sem que

nas opportunus occasioens hajaó de pregar, e instruir os


antes com òs pontos, que hajaõ de questionar-se, á vista
i

povos pela maneira predictu; e de o haverem assim execu-


(os quaes ignora) faça sobre elles as maduras reflexoens,

tado, darem conta pela Secretaria distado, que no men-


que a sua consciência lhe dictar : á vista do que esperava,

cionado A v izo se aponta >


que o Secretario do Leal Seuado houvesse1 de levar ao co-

nhecimento deste o sobredito motivo (chamado attendivel) Naõ tendo visto pois atè agora coisa alguma destas ré-

; alisada em Macao, que deveremos nós suppôr? Poderá


sollicitando a sobredita escusa.

Ora seria necessário suppôr inenos Lógica no Cabido, que dizer-se que naõ chegou aiuda carta official dirigida ao

Prelad o, em que o avizasse desta determinação ; porem


ãqUella que elle possue, para crêr que ignorava os pontos da

naõ hé proprio do verdadeiro súbdito atè o prevenir o


questaõ, e se a sinceridade Evangélica animava esta lingua-

Mandado expresso do Soberano, quando consta da sua


gem, e o bem publico fosse (como devia ser) o objecto, que

Real Bondade, e em matéria» de semelhante natureza?


o interessasse, elle se deveria logo dirigir ao Senado a per-

Ah! quem sabe, se hum taõ criminoso silencio será hum


guntar em detalhes a questão, e este sem duvida satisfaria

triste prezagio de que em breve se espere em Macao algum


benevolo á exigência du Cabido esclarecendo-o, posto que

Decreto, no qual por força de falsas inform «çoens se


reconhecesse, que o seu parecer naõ faria muita impressão

ordene, que o systema Constitucional naõ tenha lugar J.


nos ânimos, nem os levaria á persuazaõ. Porem nada se

. . . . Quem sabe se este povo, o mais fiel, e o mais


fez, e sem mais cerimonia se < pede escusa. Delicada cons-

soffredor tornará a curvar o seu pescoço ao duro jugo


ciência !

do mais ferreo, e mais execravel despotismo! ...


Mas que outra resposta (a ser sincera) poderia esperar-se

Ah! Naõ temais esforsados Macaenses, naõ temais: vos*


de huma Corporaçaõ, que devendo ser a depositaria das

despedaçastes as pezadas algemas que vos opprimiaõ, ar-


tluzes, possue as que todos sabem? Estudada de proposito,

vorando o estandarte da nossa Santa Regeneraçaõ Politica»


como á primeira vista olaramente*e conhece, e por isso

vos acabastes de deffendêllo com assignalada honra; vos


mesmo dirigida a illudir as inlençoens do Governo, que

desmascarastes a impostura, fasendo ver claramente ao


sospeitas, e pouco honrosas naõ dá cila lugar a formar do

mundo inteiro que o syslema Constitucional em nad i im-


lllustrissimo, e Reverendíssimo Cabido da Sé de Macao ?

plica com a Naçaõ, á que estaes contíguos, e com quem-


Costumado a ouvir unicamente da boca do seu Prelado a

viveis há tantos anãos ein perfeita harmonia; e que o mes-


linguagem do sic voto, sic jubeo, e a levar o jugo do despo-

mo systema vos quadra também, como á Mai Patria, da


tismo Ecclesiastico, que por vezes tem chegado até a es-

qual vos toslcs sempre, e continuareis a ser porção muito


•>candaloso, se o Cabido estivesse animado dos sentimentos

amada, dezempenhando o honrozo titulo de Leats cone-


de huma liberdade bem entendida (do que muito duvida-

que fostes ennobreeidos.


mos) assim mesmo ousaria elle exprimillos em o pleno

Conselho para que fora convidado? Para fugir pois à


Continuação do nosso Aumero antecedente.

indignação Santa, por ser Episcopal, a qual lhe cahiria com


Hé innegavel que o Systema Constitucional tem desa-

toda a força de vela, e de remos, era preciso que se excu-


gradado a muitos indivíduos de diversas Classes, e que

sasse, como fez ; mas deveria a escúsa ser taõ calva, que cha- nesta piquena Cidade ha também alguns descontentes coin

masse sobre o Cabido, que com o Prelado de quem hè Con- a nova ordem das cousas; porem hó hum numero taõ di-

selho nato e faz hum corpo, parte da indignaçaõ do Sobe- minuto, em comparaçaõ dos verdadeiros Constitucionaes,

rano, como se deixa ver no Aviso Régio de 4 de Novembro que merece lastima, e compaixaõ. He certo que debaixo

de 1821, o qual transcrevemos na nossa Abelha N° tio titulo de Cidadaons pacíficos, e de veneráveis Ancioens,

XXXVII para que d>lle se naõ podes se allegar ignorância, (como os denomina o ex-Ovidor Arriaga) elles pertendiaõ

e em Macáo fosse dado à execução ? porem atè hoje naõ transtornar a fellecidade do povo Macaense, e lançar-lhe

nos consta, que d'ellese haja feito o menor cazo. os grilhoens que haviuõ despedaçado no dia 19 de Agosto

Em verdade; quaes saõ as Pastoraes, que o ExmÕ Prela- do anuo proximo passado, servindo-se dis mais atrozes

do hà expedido, como nelle se ordena, em que tenha mo- Calumnias, que a imaginaçaò do homem pode suggerir

strado que o systema Constitucional era nada offende a para proteger, segurar, e tal vez alhanar o caminho do-

Religião? Que muito pelo contrario dando elle à digni


despotismo, que com tanto brio, e denôdo havia sido lan-

dade do homem aquelle gráo de explendor, que devida- çado por terra, sem que pessoa alguma ficasse sepultada,

mente lhe compette, tirando-o das trevas da ignorância,


debaixo de suas ruínas.
A ABELHA D A C H I N A. 195

Por isso vendo que no dia 16 de Fevereiro do anno findo


Se o Senhor Redactor da Gazeta de Goa tivesse pez^do

se prestara bum Juramento violentado ás Bazes da Consli-


em huma balança fiel e exacta os ; contecimentos do dia,

tuiçaõ politica da Naçaõ, em consequência da reprezenla*


em que foi installado o Governo nesta Cidade, e os motivos

çaõ supra mencionada, e observando hum descontentamen-


e circunstancias que precederas a sua installaçaõ, sem du-

to geral por ficarem as couzas no mesmo estado, sendo


vida naõ mancharia as folhas do seu erudito periódico com

necessário que as mesmas aulhoridades dessem os vivas


aCartados denominados imparciaes, em cujo contexto se

á porta do Senado, os quaes sendo repetidos por mui poucos


descobre huma refinada, e suspeitosa parcialidade.

individuos, e estes da classe mais Ínfima da plebe, augmenta-


No dia Sabbndo 1 1 de Fevereiro de 182? appureceo huma

representação assignaúa por 36 pessoas, algumas das quaes raõ sobre maneira a tristesa do povo Macaense.

O dia 16 de Fevereiro será sempre memorável na historia


saò os acluaes membros de Governo. Gazeta de Goa N.® XV.

de Macao, e os acontecimentos deste diu bem prez^iaraõ


Hè esta huma mentira tal que naõ merecia resposta A re-

os futuros planos, que as Authorid »des do Paiz haviaõ pre-*


presentaçaô foi feita, e assignada por Joaõ Nepomuceno

meditado. (Abelha Num. VI.) Desde esta época infeliz


Maher, e antes disso reraetlida por Copia ao ex-Ouvidor

começou o Governo a degenerar em perfeita Anarchia, a


Arriaga (Abelha N.« V.) cuja representaçaô foi recebida

Cidade achava-se entregue a si mesma, por naõ haver Au*


na Sessaõ de 12 do referido mez, e despachada no dia 13

thoridade alguma que a Governasse (Abelha Num. XLIV.)


em consequência d'outra representação que fizeraõ as 36

Motivo este porque dirigiraõ ao Senado a Representaçaô


pessoas i donde se conhece que a representaçaô do dia 11

(Abelha Num. III.) em que se pedia a installaçaõ de hum


he somente de hum individuo, e a do dia 13 dos 36, e pos-

Governo, que se aproximasse o mais possível às Bazes da


to que alguns destes se achem no Corpo do Senado foi

ConstituiçaÕ, sem que com tudo mudàsse de forma, para


por que mereceraõ a opiniaõ publica, oppondo-se á im-

peituosa alluviaõ de males, que tanto affligiaõ aos Concida- se naõ hir chocar com a Antiguidade respeitada pelos Chi-

daons, nas. (Abelha Num. XLIV').

Se o ex-Ouvidor Arriaga na5 tivesse manifestado Verbo


H Donde-se conhece a falsidade do = eis se naõ quando

et opere huma taõ grande opposiç »Õ a nossa regeneraçaõ


sem saber-mos nem o como, nem o quando no dia 19 d' Aa

politica; se elle naõ tivesse enviado para Goa o Tenente


gosto em hum Conselho Geral, diante de hum povo immen*
n

Coronel Moreira, o Capitaõ Firme, e outros por suspeitar


so junto n'huma Salla, cujas portas estavno tomadas de

que estes promoverias alguma mudança na forma do Go-


marujos todos com seus cassetes, diz Paulino da Silva Bar-

verno; se elle finalmente tivesse adherido á enuza Nacio-


boza, ora Vereador" = Todo este povo quer hum Governo

nal, e naõ tivesse tratado de borracheira os felizes aconte-


de 1784. Isto naõ hé mudança de Governo; mas hum Go-

cimentos do dia 24 de Agosto, e 15 de Setembro de 1820,


verno de nproximaç õ segundo as Bazes da ConstituiçaÕ =4

sem duvida Macáo haveria tido para com elle huma con" Ora se havia precedido a mencionada representaçaô, se«

ducta bem diversa; porem que podia esperar-sede hum o Major Paulino foi nomeado para hir na deput çaõ do dia

Magistrado a quem a diuturnidade do tempo, e as relações


18 (Abelha N.® XLIV) como asseveravnõ os Senhores Im*

politicas e Commerciaes haviaõ invelecido no lugar ? 0 Se- parciaes que naõ sou bera õ nem o como, nem o quando ?

nhor Redactor naõ devia abster-se de Documentos que pro- Como tiveraõ o descaramento de affirmar, que à excepç iõ

vassem as intempestivas e impoliíicas innovaçoens de que faz do Author da Representaçaô de Fevereiro, todos os membros

mençaõ em o seu N.° XIX , para affirmar que os Aulhores


do Governo eraõ os mesmos Authores de Ioda que ia tra-

delias contrahiraó huma immensa responsabilidade para com


moya ? Logo os Senhores Imparciaes affectando ignorar

as Cortes, com El~Rei, e com a A"açaò inteira. «= Hé ver-


o = eis se naõ quando, nem o como, nem o quando, =

dade que se o Governo Chinêz fosse ta5 estúpido que naõ


ohravaõ de má fé, unicamente com intençoens de dezacre-

reconhecesse os males que o mesmo ex-Ouvidor linha oc-


ditar o nosso Governo, illudir os habitautes de Goa, e

casionado aos Chinas (Abelha N.° XL) e ficasse desgostoso


apoyar o partido Arriagano.

da mudança do Governo por deixar de conformar-se com


0 Sr. Redactor (Paqiiella Gazeta, asseverando ein o seu

o antigo regimen do Paiz ; neste caso poderia acontecer


N.° 9 = Que se confinnavaõ as noticias do descontenta-

algum mala Naçaõ; porem tudo isto prevenio a prudên-


mento que aqui haviaõ produ2ido as mudanças do dia 19

cia dos Illustres Regeneradores de Macáo, a quem o Com-


de Agosto, também faltou a huma das principaes obrigações

mandante da Fragata Salamandra denomina Portuguezes


de hum escriptor, que he dizer a verdade ; pois se elle tives-

perversos, c desobidientes às Leis (Snppleraento a Abelha


se lido alguns Números da nossa Abelha, ficaria convencido
^ 1
N.° XL1II). O Povo de Macao, Senhor Redactor, naõ se
de que o chamado descontentamento era verdadeiro e rea

acha instrumento de desordem e de Anarchia (Gaseta de


contentamento, por que naõ podem haver festejose alegrias

Goa N.® XV) nem se deixou illudir pelos Chefes de certa


com descontentamentos e tristezas. (Abelha N.° 17) E se

facçaõ ; elle apesar de ingnorante conhecia muito bem o


haviaõ alguns descontentes eraõ d'aquelies individuos, que

innevitavel abismo a que hia a precepitar-se se deixasse


reconhecendo a mudança deSystema Economico naõ podiaò

de seguires mesmos passos que haviaõ seguido seus Irma-


disfrutar dos bens Nacionaes como até-li haviaõ feito.

ous dbilem inar;


Estamos persuadidos de que tanto os Senhores Imparei*

Pois que nenhum trabalho grande os tira


aes, como o Senhor Redactor da Gaseta de Goa se persna*
D* aquella Portugueza, alia excellencia,

De lealdade firme, e de obediência ; diraõ que a Fragata Salamandra aterrava Macáo inteiro#
D A C H 1 N A.
J96 A ABELHA

e que seus habitantes correriaõ ao pelourinho a levar açoi- Se nao tivesse a certesa dos sentimentos Constitucionnes,

tes, que a Imprensa iria dar consigo em patana, e que o que anímaó a V. Senhoria, e que bem longe de dar a mais

Redactor da Abelha da China teria a mes ma recompensa leve attençaõ a criminosa causa de taes levantados hade

que teve em Goa Luiz Prates de Almeida e Albuquerque, adherir à da Naçaõ, naõ lançaria maõ deste expediente,

que foi atroz e vilmente assassinado de fronte do Palacio que espero ser de V. Senhoria executado. = Dtos Guarde

do Governo por vis e infames assassinos; porem enganaraõ- a V. Senhoria muitos annos. Bórdo da Fragata Salaman-

se: a Salamandra ficou Salamandra: os Portuguezes de dra ancorada na Barra de Macáo 19 de Junho de 1823.
7
I n

Mncào reconhecerão as fonas de hum semelhante reptil,


Joaquim Mouraõ Garcez Palha, r= Commandante da Fra-

e posto que viesse envolvida em montoens de PALHA para gata Salamandra = Senhor Sebastiaõ Lopes Ramos Io Te-

chegar com menos incommodo, todavia ficou (contra a nente da Marinha Nacional, e Real de Província de Goa

opininõ do vulgo) sostentando-se, e vivendo sobre as agu- Proprietário e CoTsmandante do Navio Luz.

as do mar, sem enlr.ir no fogo (queremos diser no porto Dirigio o Commandante da Fragata outro do mesmo

desta Cidade) e a nossa Abelha continua os seus voos naõ theor e data ao Capitaõ do Navio Carolina L. J. dos Santos.

só dentro do cortiço do Macào, mas ate pelas florestas mais


Carta dirigida por D. Joaquim d* Eça ao Major

amenas da Europa.
Paulino da Silva Barboza.

Fm consequência das falsidades que o Senhor Redactor


líiustrissimo Senhor.

da Gaseta de Goa tem espalhado contra o povo de Macao


Havendo com bem custo obtido permissão do Com-

he do nosso dever analyzar os seus escriptos, e mostrar ao


mandante da Fragata para desembarcar; permissaõ que por

mundo inteiro que a sua pênna se tem prostituído ou à li-


vezes me toi negada, e desde que avistei Macáo ;e se me

sonja para ver se por este meio muda de fortuna, ou ao sór-


concedeo agora, tendo feito ao mesmo Commandante hunt

dido interesse para melhorar a sua sorte.


Protesto, por me querer deter a bórdo, em que naò era

mais que hum mero Passageiro; attentando assim contra


[Contiiiuar-se ha.]

a minha liberdade (taes as expressoens do meu Protesto)

OJficin do Commandante da Fragata Salamandra dirigido

para me reduzir quazi a hnm degredo ; jmis que outra

ao Io Tenente da «Marinha Sebastian Lopes Ramos♦

couía naò concidero o viver expatriado por longos tempos:

He supérfluo narrar a V. Senhoria os desastrosos aconte-


naõ obstante haver-se me reprezentado que eu vinha pas-

cimentos, que a tempos a esta parte tem npprimido essa


sar por mil vexames, e pelos mais horríveis incomodes,

<€'idade, pois saõ tao notos, que naó ha quem os ignore.


ao que naõ duvidei expôr-me, preferindo tudo a poder ser

Os gritos rios infelizes Cidadaons presos, arrancados do


julgado inimigo da minha Patria, a quem quiz dar esta

seio de suas famílias, e expatriados, sensibilisnraõ os senti-


prova do amor, que lhe consagro, e por quem de bom grado

Mnentos do Governador de Goa Capital da índia Portugue-


faria naõ só este, mas até o sacrifício da vida; posto que

za, que rolando com os seus deveres, deliberou-se a suspen-


estava certo que taes oppressoens nunca seriaõ perpetra-

der a precipitada corrente de coacçoens, e arbitrariedades,


dos por este Governo, o que a experiência me havia mos-

(jue assolavaò a mesma Cidade, e seus habitantes, e aplican-


trado quando antes de ir para Goa estive prezo na Guia,

do as providencias mais adequadas, mandou a Fragata Sa-


onde toda a cõmunicaçiõ me foi permittida : venho em fim

lamandra, confiado ao meu Cominando, para restabelecer-


abrigar-me de baixo da protecção de V. Senhoria, em quem

o socego, e tranquilidade publica, transtornada por hum


suponho sobra Ò virtudes que o tornem esquecido das of.

pequeno numero de levantados, inimigos dos seus Conci-


fensas; posto que se alguma tem havido da minha parte

dadrfons, de Rei, e da Ordem Social, que tiveraõ a habili-


foi consequência necessária do inconciderado receio, que

dade de aliciar ao seu nefando partido, ou por sinistrai me fez escutar a voz da seducçaõ, como mc expliquei no

persuasoens, ou por terror pânico, outros indivíduos. Che-


Conselho Geni de 17 de Novembro. Infelizmente naõ está

guei a esta Barra no dia 16 do corrente, e enviando logo as


V. Senhoria em caza, mas d' aqui já naõ me aparto, a fim de

Vias ao Senado, quando esperava que se me fiàqueasse a en- evitar algum insulto popular, e lhe dirijo esta em quanto

trada, e concorresse com as providencias de que precisa a o espero para com os mais vehementes rogos lhe commetter

Fragata vinda de taõ remotos Climas com huma numerosa a defesa da minha cauza assim com os seus Collegas, como

Tripulação, observo que logo foi interceptada para nao com o publico desta Cidade, enlregando-me todo ás dispo-

entrar para dentro do Porto, vedando-se-me todo o genero ziçoens de y. Senhoria. Feliz cu se esta minha conducta

de communicaçaõ da Terra, cuja violência foi appellada poder desvanecer qualquer desfavorável idea, que possaõ de

pelos Chinas, illudidos pelos mesmos réprobos, que os sou- mira ter formado os meus Patricios, e quantos habitaõ

beraõ persuadir de maquinações malévolas altrihuidasa mi- este Paiz. Tenho a honra de ser

nha Commissaõ, cõservando-me a troco de taõ refalsadas im-


De yossa Senhoria

posturas fundeado fora da Barra sem providencias algumas, Julho 19 de 1823. 0 mais reverente súbdito e Criado

e até falto de mantimentos, e agoada, generos de primeira D. Joaquim d' Eça Lobo de Almada e Castro.

e infalível necessidade. Preciso muito desta, e como a

NOTICIAS MARÍTIMAS = ENTRADAS.


minha Lancha esta occupada em outro serviço considerável, # a f f . » |

Aos 21 do corrente o Navio Santo Antonio, vindo de Bom-


espero que me confie a do seu Navio para a hir buscar a

baym, Capitaõ Joze Francisco de Oliveira.


•huma destas Ilhas, serviço este da Naçaõ c do Kei.

NA TYPOGRAPHIA DO GOYrER NO.


m

r S

B E L A

DA

li 1 N A

*1 f • %

QUINTA FEIRA, 31 de Julho.


N.° XLV1- 1823,

U
HOC TEMPORE

OBSEQUIUM AMICOS? VER1TAS ODIUM PAUIT TERENTIUS.

%
' ' ' « , ^ , • •

dia isto fazer por muitos motivos, que elle naó ignora por
MACAÒ.

| # I

ARTIGO D1 O F F I C I O. ser homem maritinrto, e com isto ficou o dito Comman-

Carta do Baraó de S. Jose de Porto Alegre ao Leal Se- dante calado ; e como me ordenou também, que naõ sò

nado, acerca da retenção do seu Atavio BarreltQ


*
amarrasse em douá ferros, mai também que arreasse as

Júnior pela Fragata Salamandra.

vergas, e mastareos de Joanetes lhe escrevi huma carta,


>

LLUSTRISSIMO LEAL SENADO = Participo a Vossa


cuja copia remetto incluso a V. Senhoria. = A Illustrissima

"V «

Senhoria as noticias que acabo de receber, acontecidas nesla


Pessoa de V. Senhoria Guarde Deos muitos annos.

j •

manhaã a bórdo do Navio Barretto Júnior da rainha Pro-


De V. Senhoria muito Attento Venerador e Criado

'4 t ' Á 1

priedade surto em Kaó a tiro de Pistola da Fragata «=■ Sala-


Angelo Joze Barradas.

raandra, = como V. Senhoria melhor verá pelos papeis que


Illustrissimo Senhor = Kaó 19 de Junho de 1823.

— II

incluso d* Official encarregado a bórdo : Naõ ignoraVr. S.a i , ^

O Senhor Angelo Joze Barradas 2o Official que se acha

o grande valor que aquelle Navio contem a seu bórdo »

a bordo do Navio Barretto Júnior, sem mais demora largue


9
n

por tanto rogo a V. Senhoria seja servido dar as providen- '• ' * ' d S i * ' i * f 4
L
o seu 2o ferro, e ponha em baixo as vo*-gas, e ma tareos dos

cias necessárias para segurança de huma taõ grande Pro- #» • , J * i § * ' { . * • • .


* |
Joaneíesj o que assim determina o Illustrissimo Senhor

priedade montante em trinta Lacres de Rupias j e desde

'7 aw l; m M- íõâúiare? jjfíKn Capitaò de Mar e Guerra Commandante da Fragata j tudo

já passo a fazer os devidos protestos, que haó de recahir

para melhor segurança do mesmo Navio, e quando o nao

sobre quem pertencer. = Deos Guarde a V . Senhoria muitos

execute será responsável. «= Bordo da Fragata Salamandra

annos. MacaÓ 19 de Junho de 1823.

19 de Junho de 1823.
Birao de S. Joze de Porto Alegre.

« • t

Joaõ de Mendonça Corte Real Capitaõ de Fragata.

Documentos.

v . • || * *
%

Em virtude da' deliberaçaõ tomada a bordo da Fragata


llIustrissirno Senhor Bíiríio de S• Joze do Porto Alegre»
.

Salamandra do meu Commando, fundeada nesta Barra,


Dou parte a V. Senhoria, que hoje pelas 7 horas e meia

reduzido a termo no Livro delles, em que foi resolvido


da manhaa apareceo aqui a bordo o Commandante da Fra-

pela oficialidade da mesma Fragata, da Guarniçaò, e Trans-


gata Salamandra João de Mendonça Corte Real, obrigando-
# • #

porte, e mais Passageiros notáveis\ o Senhor Capitaã de


me pela força da dita Fragata, que eu assignasse o original
' I k ^ V

Fragata Joa5 de Mendonça Corte Real, passe a bordo do


do Termo incluso, que elle trazia já feito de bordo, e com

Navio Barretto Júnior, e faça intimar ao Commandante


elle 7 Soldados Granadeiros todos armados de baionetas, e
ê v *
a ,§ «

do dito Navio, ou aquém suas vezes fizer, pára que naô


espadas para estar aqui a bordo as Ordens da mesma Fra-

gata, e juntamente obrigando que lhe desse de comer ; e entre com elle para dentro do Porto sem o participar a esta

•r

intimou vocalmente que eu amarrasse o Navio em douS Fragata, e menos possa faSer descarga alguma dos effeitos

* 9

ferros, e naõ contente com isto mandou do seu bordo huma que traz a seu bordo, a cxcepçaS unicamente dos artigos

Ordem por escripta, que com esta remelto a V. Senhoria pertencentes àos Chinas, apresentándo-me os respectivos

a fim de ficar inteirado de tudo e por tudo ; como também títulos sob pena desta Fragata proceder como for de rasaS

me ordenou o dito Commandante, que eu mandasse a vistas as circunstancias occorrentes. Depois de feita a

Lancha do Navio a seu bordo, sobre isto lhe propuz, que intimaçaS, e lavrada pelo dito Escrivaõ será assignada pelo

ella he dc grande necessidade para o Navio, e eu naã po- I referido Commandante do mencionado Navio, ou quem.
D A CHINA.
198 A A B E L II A

do, vem acessar o motivo que o indirsio. Tenho por tanta


suas veses fiser. Bordo da Fragata Salamandra fundeada na

resolvido em qne naõ continue a mesma detençaõ; e pode


Barra de Macao a 19 de Junho de 1823. Garcez. Certi-

V. Senhoria mandar, quando lhe aprouver, entrar o dita


fico que intimei a ordem supra ao Senhor 2.° Commandante

seu Navio para dentro do Porto ; naõ lhe podendo ter cau-
do Navio Barretto Júnior que asseifou, e se assignou nesta

CertidaÔ comigo Escrivaõ que o escrivi, e me assignei. sado o mesmo expediente maior detrimento, por isso mes-

Bordo do Navio Barretto 10 de Junho de 1823. Diogo mo que no pouquíssimo tempo que elle durou, era imprati-

da CostaJFernandes, Angelo J<>ze Barradas. Está conforme cavei a entrada por causa das agoas. Restando-me declarar

• ;X*. ' »Í

era ut supra. O Escrivão da Fragata Diogo d* Costa a V. Senhoria que tenho recebido de bórdo do sobre dito

Fernandes. seu Navio cem gunes de arros, de cuja recepçaõ passou o

Commissario da Fragata o competente conhecimento em-


lllustrissimo Senhor Commandante. De minha veneraçaõ

forma == Deos Guarde a V. Senhoria muitos annos. Bor-


c respeito; recebi agora hum* ordem de V. Senhoria para

do da Fragata S.ilamandra fundeada na Barra de Macáa


que largasse sem mais demora o 2.° ferro ao fundo, como

a 23 de Junho de 1823 = lllustrissimo Senhor Baraõ de


também de por a baixo as vergas, e mastareos de Joanetes;

S. José do Porto Alegre ^ Joaquim MouraÕ Garcez Palha.


por que assim determina o lllustrissimo Senhor Capitão
0

de Mar e Guerra ; que sobre isto lhe respondo com todo = P. S. Também recebi doze Marinheiros e hum Tandelj

por estarem alguns dos meus doentes.


o divido respeito a V. Senhoria que naõ posso por hora

Faser movimento algum no Navio, sem que primeiro seja


Cai ta do Baraõ de S. Joze do Porto Alegre ao

o lllustrissimo Senhor Baraõ de S. Jozé de Porto Alegre Leal Senado.

participante de tudo, que eu do meu motu proprio naõ lllustrissimo Leal Senado = Acabo neste momento de

posso faser cousa alguma. À Pessoa de \ . Senhoria Dcos receber aCarta do Commandante da Fragata Salamandra,

Guarde muitos annos Dc V Senhoria muito Attento Ser- a vista da qual sirva-se V. Senhoria mandar o Patraõ-mor

para traser para dentro o Navio Barretto Júnior sem perca


vidor e Criado. Angelo Jozé Barradas. lllustrissimo

de tempo. Rogo me seja devolvida a carta do Comman-


Senhor Commandante da Fragata Salamandra. Bordo do

Barreto Júnior 19 de Junho de 1823. . dante que reraetto nesta. Deos Guarde a V. Senhoria

muitos anuo». Macáa 24 dc Junho de 1823.

Resposta do Secretario do Leal Senado acarta acima

Baraõ de S. José do Porto Alegre.


do Baraõ dc S. Jozé do Porto Alegre. c3

• • •• •• • - —

lllustrissimo Senhor Baraõ de S. Jozé do Porto Alezrr.


n Continuação do nosso numero antecedente.

Com a recepçaõ do Officio de V. Senhoria dirigido ao Leal


Pois somente o interesse hé que podia fazello avançar

Senado nesta data, ficou o mesmo Senado inteirado do


proposições de semelhante calibre : asseverar que a Cama-

escandolozo procedimento do Commandante da Fragata


ra desta Cidade hè composta de dois Ju izes, cinco Vereado-

Salamandra contra o Navio Barretto Júnior, de propriedade


res, e hum Procurador, alem de tres Substitutos, os quaes

de V. Senhoria. O Leal Senado,em vista deste nunca visto


se tinhaõ arrogado todas as attribuições dos tres Poderes,
m

acontecimento, tem tomado as medidas as mais enérgicas


Legislativo, Executivo, e Judiciário hé huina falcidade;
»

que estáõ ao seu alcance, para vingar taõ inaudito attcntndo


por que estes Poderes se achavaõ repartidos; os Juizes
/ |

e evitar que para o futuro aconteça outro semelhante.


sempre existiraõ dentro do Senado, e fizeraõ o mesmo que

Deos Guarde a V. Senhoria muitos annos. Iféacáo


fazem agora, por isso naõ deve o Senhor Redactor uzar de

Secretariado Leal Senado 19* de Junho de 1823.


tantas invectivas contra o Povo de Maeáo. O Senado naõ
m

Carlos Jozé Pereira.


tem cinco Vereadores, tem somente os tres, de que se cos-

Carta do Commandante da Fragata Salamandra ao Baraõ tumava compor aquella Camara, e dizer-se que saõ cinco,

de S, Joze do Porto Alegre.


hè falta de sinceridade em quem o escreveo. Qual hè me-

lllustrissimo Senhor = Estando V. Senhoria sobejamente lhor, Senhor Redactor, depor hum péssimo Ouvidor, que

inteirado das circunstancias poderosas do momento que se tinha tornado o objecto do odio publico, e cuja falta

me forçou a emprehender a interina detençaõ do Navio sempre se suprio com hum Juiz leigo, ou mandar para

Barretto Júnior da propriedade de V. Senhoria, e como Bombaym huma Relaçaõ, que naõ pode ser substituída

politica deste expediente naõ produsio o exko projecta-


por leigos, como fiseraõ em Goa ? Qual hè mais digno de
»_ _ ___ M • k 111 • -—- , «/ . ««. w.JW —' • • »•-•-«• <«• •» >■• — •- * • • -« -» • - - -

A ABELHA D A C H I N A. 199

_______^_ —

[ viaõ as coizas ficar no mesmo estado ate quede Lisboa


louvor, o tirar dos seus empregos á homens anti-Constituci_

viessem ordens pozitivas; porem naô aconteceo assim, an-


onaes, e inimigos da boa Ordem, ou expulsar para Paizes

gariaraõ partidos, sublevaraõ a Tropa, e depuseraõ a pri-


Estrangeiros quatro beneméritos da Patria, taõ carecte-

meira Junta composta sem duvida das Pessoas mais res-


risados, e distiuctos? Desta certamente se deslembrou o

peitáveis d'aqnella Capital; sem todavia se lembrarem da


Senhor Redactor da Gaseta de Goa.

j grande résponsabelidade em que eíles (e ; naõ nòs) ficaraõ


Em quanto a prisão do Conselheiro Arriará, elle foi con-

para com El-Rci, as Cortes, e a Naçaõ inteira da mudança


dusido á Furta lesa do Monte, naõ por dois Membros do

do seo Governo. Esta Junta a que o Senhor Redactor da


Governo, mas sim pelo Vereador Paulino da Silva Barboza,

Gazeta de Góa chama intrusa, mereceo a aprobaçaõ da


que voluntariamente se batia offerecido ao Senado, para

commissab da Constituição, por nella se acharem dois Ma-


pôr em segurança á sua Pessoa, e liberatlo da triste sorte,

recbaes, e hurrl delles da Patente mais superior, e mais

que o esperava, pois a naõ ser o cuidado e vigilância do

antiga d' aquelle Estado; o Presidente ser o Concelheirò

dito Vereador Paulino certamente aconteceria algiima

Chanceller da Rellaçaò ; e dois Desembargadores bem a-

Catástrofe por se achar a populaça amotinada, e disposta

creditados: ( Abelha N.p XIX ) e no nosso Governo haviaô

a todo íienero de insulto: mas diser-se que elle se achava


P 1

dois homens, que naò merecendo ja opinião publica, se

incominunicavel, depois de ser transferido para sua Caza,

haviaô tornado objecto de odio, e indignação. O Briga-

ho Officio de Joaquim dos Ramos Capita? e Pro-

deiro Ozorio Ex-Govemador desta Cidade se ficou interi-

prietario do Navio Vasco da Gama = sabendo eu que o

namente Governador das Armas, e Coraraandante do Bata-

dito Conselheiro se achava bastante iufermo, e que o Go-

lhaõ, naó foi por àcclamaçab geral do Povo, foi sim pela

verno naS prohibio a corcmunicaçaS, fui vizilallo levando-

nomeaçaõ do mesmo Governo, à instancias do Vereador

rhealmmas cartas &a. = (AbélhaN.° XXV) e no Officio do

Paulino da Silva Barboía, e do Morador José de Almeida

mesmo Conselheiro dirigido ao Leal Senado com data de 20

Carvalho c Silva, que concorreraõ efficazmente para quei

de Dezembro = em virtude das resoluções de V Senhoria

elle ficasse com o Cominando mencionado, o qne o dito

desde que aqui chegou o Navio \ asco da Gama, tratei da

Vereador lhe fez vêr publicamente no Conselho de 17

minha passagem, e da minha família com o sen Proprie-

de Noveriibro, t elle o confessou ; pois que o Povo, igual-

tário o Cidadab Joaquim dos Ramosa (Abelha N.° XXXII)

mente o quis depor de tudo no dia 19 de Agosto, Diser-se

Naô podemos combinar estas idèas: o Senhor Redactor

pois que este Vereador intromettendo-se na repartiçaô

diz que elle eslava incoramunicavel, elle, e o Capitaô Ra-

Militar, chegara ao ponto de querer depor o llluslrissimo

mos asseveraõ pelo contrario ; por isso deixamos aos nossos

Governador das Armas José Ozorio de Castro Cabral e

leitores o ergotisarem sobre esta manifesta contrauicçaõ.


O
Albuquerque, cujas virtudes saõ taõ conspícuas, que lhe

Em quanto a intrepidez dos bravos Militares de Macao,

orau^earaõ ser acclamado no dia 19 de Agosto, pelo Povo


Í5 o»
que na noite do dia 16 de Novembro prenderão, e cutila-

desta Cidade mesmo em tumulto (Proclamaçaõ ád/16 de

raõo Major Paulino conduzindo-o bem como o Juiz Paulo

Novembro de 1822) foi publicamente desmentidoj pois

Vicente B lio à Fortalesa do Monte, ella deve ser consi-

ainda que nella se dizia = acabe se o despotismo subsista

derada de baixo de outro aspecto, e chamar-lhe em melhor

a liberdade civil, &a. [Continuar-se-ha.]

linguagem = Embriaguez = pois que somente à homens

alienados dos sentidos podiag occorrer hum semelhante pla- CORRESPONDÊNCIA.

no de Rebelliaó, pertendendo installar militarmente bum Senhor Redactor.

Convém para a reparaçaÔ do meu credito, e honra do lugar


Governo, que se amoldasse á licença militar, intentando

que occupo, que V. Merce haja de ter a bondade de decla-


desta guiza contra a opiniaõ publica dissolvendo hum

rar na sua Abelha, que os Senhores Magniac & Compa-

Governo, cujos Membros haviaô "merecido a confiança


nhia que tiveraõ o arrojo de escreverem ao Leal Senado

geral dos Cidadaoris. Se o ter»se ja jurado as Bazes da


delatando ter-lhes eu dado ordem para o desembarque de

ConstituiçaÕ he argumento para que naô podesse installar-se 80 caixas de Anfiaõ, saõ nisto huns Caluraniadóreí j por

que tal licença naõ dei nem por escripto, nem vocal, como
hum novo Governo em Macao, por que razaô este mesmo

judicialmente se mostrará,e elles deveráõ entaõ passar pela

argumento naò teve voga em Goa, quando installaraô a

pena que a Lei impõem em taes cazos.

segunda Junta Piovizional daquelle Estado? EmGoajà


Eu sou do Senhor Redactor. Macáo 26 de Julhode 1823*

se haviaô juF.ido as Bazes da ConstituiçaÕ : e por isso de* Sc» Attento Venerador e Servo = Pauk) Vicente Bello.=
A ABELHA DA CHINA.
200

Senhor Redactor. I 3." Que hé bem sabido em Goa que o governo dc Ma_

_ i. . • a r> a * c -ajw n cáo se quiz direitamente corresponder com a Côrtc de Por-


Rogo-lhe qne ensira a seguinte Representação feita em Goa | ™

tugal ; para as Cortes mandou hum Deputado chamado José

pelo Capitão nella mencionado, para intcltigencia deste Pu-

Maria de Siqueira {*) sem ordem nem intervenção que fos-

blico. Macao 6 de Julho de 1823.

se de Goa: e athe tomou hum asenlo para direitamenve se di-

Seu Atlento Venerador.

rigir a Lisboa, e de lá receber todas as ordens J donde se

prova ser a vontade do Povo de Macáo a independência de

Goa jè líe esta pertençaò hé bem ou mal fundada nab hé

Senhor = Hé publico e notorio que por ordem do Go-

/~i a , j „ c„ o governo de Goa, qne deve dicidillo, mas sim as Cortes,


h M
verno actual de Goa se está apromptando a Fragata Sa- '

, A . , ... .. 4 ° Que hè igualmente publico e notorio ter-se de


&
íamandra com gente armada, e a prêstos bellicos para hir

, . . _ Macáo dado conta as Cortes e ao Rei das mudanças que

a Macáo com ordem de reformar a Administração pnbli-


ali houveraò no mez de Agosto proximo passado, hè quasi

ca d'aquella Cidade, e remediar as desordens politicas que ,


1
certo de estarem ja as providencias na China no tempo que

nella proximamante tem succedido j e que a Junta da | & Fragata a,; apor,ár

Fasenda de Gôa mandara se fisessem as despesas necessá-

5.° Que todas estas rasoens conspiraô a dever olhar-

%
rias para o dito fim. E como todo o Cidadaõ Portu.

se a expedição da Fargata Salamandra como huma rae-

sruez por Artigo 14 das Bases da nossa Coustituiçaò tem | ... .. , . . .... .
1
* * "ida dispotica, iIlegal, óppressiva, e quimérica, da qual
• . i e I _ i jl i 1
direito de faser reclamaçoens e representaçoens tenden-
nenhum bem resulta, e só hé enorme despesa de muitas

tes a remover quaesquer mal s ou injustiças contra o

mil rupias que vai a soffrer o ThésourO de Goa, já exaurido

bem publico dirige a Vossa Magestade este protesto, re-

e arruinado de todo.

presentando e pugnando Contra a expedição da Fragata

0
6 Que a nab dar-se o enorme prejuiso da Fasenda

Salamandra para Macáo, na forma dos Artigos seguintes.

publica que se dá, só pelo simples factõ de irem ordens

] ° Que o Senhor Governador Presidente desta Junta

ou providencias do Governo de Gôa para Macáo, ainda

nab tem direito nem poder legitimo que o auctorisem a


que dispoticas e inconstitucionaes fossem, como as expe-

fáser taes espedicoéns, por se ach ir meramente a governar

didas proximamente para Datnaõ, e Dio para onde se mâ-

de facto e naò de direito, contra os princípios Constitu.

darab Governadores absolutos para acabar a Constituição

çionaes, e contra a mente e resolução das Cortes Sobem-

a semelhança de Gôa j a nab ser digo a quelle prejuiso

nas, a qual bem claramente se deduz das Portarias de 16

publico da Fasenda o representante nab elevaria a sua vóz,

de Abril, e da resolução dc 4 de Maio do anno passado,

mas esperaria o remedio da Capital da Naçab. A despe-

tomada cm consequência do parecer da Commissab das

sa com tudo pode ser o mal irreparável.

mesmas Cortes que por copia se inclue ; naõ se seguindo

Por isso protesta o representante tanto contra as ordens

d'a(|uellas ordens outra cousa, que faserem-se publicas nos

pelo Senhor Governador expedidas a respeito da expedição

confins da Asia Portuguesa e aos Povos de todas as Na-

da Fragata Salamandra para Macáo quanto contra a apro-

çoens as dispoticas pertençoens do actual Governo de Góa

vaçaõ e auctorisasab da despesa que com ella se fiser con-

e a nullidade em toda a marcha da sua administração

tra o Sr. Governador como Presidente da Junta, e contra

_ publica.

todos e a cada hum dos membros delia para serem respon-


2.° Que a mudança politica feita no Governo de Ma-

sáveis cm todo o tempo pela mesma despesa que se causar

cáo depende mais ou menos da faculdade dada pelas Côr-

Requer o Representante se mande registar este protes-


tes da Naçab por Decreto de 18 de Abril de 1821 aos Po.

to para a todo o tempo constar foi feito antes da expedi-


vos de todos os dominios Portuguezes para estabelecerem

£ab ter lugar, por tanto = P. a V. Magestade se digne


Governos Constitucionaes, e unirem.se a Metrópole: E

por isso a confirmaçiõ ou desaprovação da mudança que assim o mandar, no que == R. Mefce. = Malwan 1.° de

houve em Macáo naõ depende do Governo de Gôa, mas Abril de 1823 = Bento Zefyrino Gonsalves de Macedo

sim da Metrópole Portugueza. Capitab da Artilharia.

(#) He verdade que partio para Lisboa a bordo do Navio 1.° Rei do Reino Unido, mas foi na qualidade de Escrivão

naõ obstante serCapitaõ de Milicias, e Secretario da Academia; e naõ por Deputado desta Cidade por que nella ainda hà pes-

s de talentos, e de grande préstimo para irem nesta qualidade. Se foi, seria tal vez como procurador de algum particular, o«

particulares; por que em fim taes eraõ as circustancias. . . . } As ordens vierao de Lisboa.

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.
A

Tio
E

DA

N A

QUINTA FEIRA, 7 de Agosto.


1823.
N.° XLV1I.

«
HOC TEMPORE

"OBSEQUIDM AMICOS, VERITAS ODIUM PAItlT. 5NTIUS.

dos á nossa presença, por meio de vários Lingoas os inqui*


MACAO.

rimos circunstanciadamente, e lhes exposemos os grandes


Officios dirigidos no Vice-Rei de Canino pelos Delegados,

que esle enviara a JSÍncao por motivo da chegada da benefícios do Império em os tratar benignamente há muitos

Fragata Salamandra, expedida de Goa.


annos, e lhes fisemos outras muitas reflexões. E perten-

llemI e,les ao
O GOVERNADOR de CantaÕ, e o Marechal Chen j ° principio palear a verdade, e ainda argu-

menti,r
participamos, que no dia 29 de Junho havemos recebido o j co.nnosco, nós lhes esposemos com força a» ordens

Officio de V. Excelência relativo ás providencias dadas, í «le V. Excellencia ; repetidamente os illustran.os, e havendo

mudado o tom (4) elles ingenuamente confessaras. =» Que


em consequência das duas representações entregues por

no anno passado os Portuguezes de Macáo remettera# para

\ia dos Anistas, (t) feitas a l.a destas pelo Ministro de Ma-

Portugal o Ministro (Arriaga) ao qual por isso mesmo


cáo,(2)e a 2. pelo Commandante da Fragata Salamandra

que muito ha contravinha ás Leis do Reino, negociando por


proveniente da índia. Na primeira destas representações

avaresa, dissipando os dinheiros públicos, contrahindo divi-


dizia o referido Ministro, que havendo chegado a Macáo

das com os negociantes Chinas, Inglezes, e Portuguezes*


limna Fragata de Goa, c que impedindo os Moradores

montando estas a hum milha# de taeis, na# podia# já sof-


iraquella Cidade, que esta se provesse dos viveres precizos,

pedia, que sem perda de tempo se lhes ordenasse, proves- frer pelas vexações, que lhes fasia pedindo ao mesmo tem-

po hum novo Ministro para lhes administrar justiça. Em


sem a dita Fragata; alias, que os Mandarins do destricto

quanto á Fragata da índia chegada a Macáo, elles Senado-


lhes assignassem para este fim hum Comprador. Em con-

res, c mais Portuguezes verdadeiramente obedeciaò ás


sequência desta exposição foi V. Excellencia servido orde-

Ordens do Rei de Portugal, e na# estava# sujeitos a Goa ;


nar, que immediatamente partíssemos para Macáo, a fim

que elles tinha# examinado, que a Fragata na# trasia pas-


de examinar este negocio. E disendo o Commandante da
n

saporte de Portugal e que por isso na# concedia#, que a


Fragata em sua representação já citada, que elle perteudia

sua jrente desembarcasse ; mas se realmente tivessem


desembarcar com o intento dc publicar as ordens, que trasia O

Ordens d* El-Rei de Portugal, na# ousara# desobedecer ;

e de castigar os bandidos, e revoltozos, que as contravics-

que se a dita Fragata quizesse voltar elles segundo as or-


sem; V. Excellencia mandava declarar, que nao obstante

dens lhes daria# os precisos mantimentos. Alem disto,


ser este assumpto privativo do Reino de Portugal, com

que passando hum Navio Mercante pela Fragata, 6 mari-


tudo, sendo as circunstancias de Macáo differentes das de

nheiros delia saltando para o dito Mercante a altercar, os


qualquer outra parte do mesmo Reino, tanto a Fragata,

mercadores os tinha# trasido para dentro da Cidade (5);


como os Macaenses nada podiaõ obrar arbitrariamente.

mas que agora por isso que era# exigidos, os restituiu# a


Chegamos eflectivãmente a Macao 110 l.° de Julho em
O

dita Fragata &a. &a. Nós sabendo perfeitamente, que os


consequência das Ordens dc V Excellencia, e logo orde-

Estrangeiros saõ muito mudáveis, mandamos Soldados,


namos ao Lingon, que avisasse os Senadores da Cidade

Alcaides, e Lingoas, que levassem para fora os ditos Es-


para que houvessem dc comparecer no seguinte dia. Aos

trangeiros, e os obrigassem a fazer hum Officio que con"


2 de Julho pelas 3 horas avisou o Lingoa que eraó chegados

tivesse os artigos confessados para nos ser entregue: (6)


Senador Paulo, que disia fazer as "vezes de Ministro, o

Procurador Joa# (de Deos) (3) e o Interprete Cum eadmitti- | Passado algum tempo, veio outra vez o Procurador com o

Negociantes licenciados pelo Governo China para traficarem com os Europeos.


0)

O Conselheiro Miguel d' Arriaga Brum da Silveira, ex-Ouvidor de Macao.


(S>
Este naõ foi demanhãa: mas detarde e sò com o Interprete.
(3)

O Interprete da Cidade disse, que assumptos de consequência deviaõ ser tratados^ no Senado, he ao que alhide*
(4)

Era# soldados, que estavaõ no mercante retomado ; esta e outras faltas da exactidaõ da nossa reprezentaçaõ torao orde-
(5)
nados pelos Mandarins em nosso favor.

l)e manhãa voltara# sós para o Senado, e de tarde estivera# com os lingoas a emendar, segundo a direcção dos Mandarins,
(6)
1 t: í
o Officio ja feito. - * * "• " '
A ABELHA DA CHINA.
W2

Officio, e marinheiros, e nós aluindo o Officio vimos, que ] juntamente com «lies levasse os 6 marinheiros para a

Fragata.
a* suas expressões em nada differiaõ, do que tinhaõ confes-

A 4 de Julho detarde voltou o sobredito Official dizendo


sado : (?)e por ser jà tarde entregamos outra vez os mari-

nhei!
cus os ao
au Procurador
rrucurBuur ate
até .c.c.u
serem pedidos
j.cu.uu, n*
„ outro u,a.
dia. . « Com mandante, e Cabral naõ queriaõ fazer o rol dos

A 3 de Julho pelas 6 horas da manhnâ o General gradu- mantimentos para o entregar ; ma# que enviaraõ hum dos

adode Hiam-Xan mandou o Coronel C,au com hum Lingoa seus <12) com huma representaçaõ. Chegado a nossa

para que fossem n'hum Taó (barco de guerra), levando prcser.ç i, temendo que a tal representação contivesse algum

-coms;go hum barco de carga, a Ca-Kiam na franquia :de obstaculo a conclusão do negocio, naõ julgamos proprio

Macao a chamar, e conduzir o Official Cdbral, e o Comman- abri-la, e entregada aos lingoas para a traduzir ; (13) mas a

dante Joaquim Mournõ ; e com effeito chegaraò com elles retomamos ao mesmo Official, e procedemos a mandar com-

depois do meio dia : Nós os examinamos, e perguntando- parecer o Ministro Portuguez, que tinha feito as represen-

lhes a que vu raõ a Macao, de que lugar sahiraõ, e quem taçoens a V. Excellencia, para lhe fazer perguntas (sobre a

Tc

os mandara : Pisseraõ, que eraõ de Goa, e que o Governa- Fragata). No dia 5 pélas 5 horas da tarde o Official enviado

dor d\iquella Cidade ouvindo dizer, que os moradores de ©apresentou, e nos lhe exposemos o que os de Macao, e os

Macao se revoltavaô ao momento contra as leis, por isso da Fragata (onde elle estava) tinhaõ dito, e lhe pergunta-

mandava 6 Officiaes com 69 Soldados, os quaes juntos com mos, por que naõ procurava, que os da Fragata tomassem

os da Gunrniçaõ fazinõ 83: que igualmente traziaõ officios, mantimentos, e se auzeritnssem, mas pelo contrario ainda

que regulavnõ os negócios de Macao. Que tendo fundeado queria metter outro requerimento, (14) e havendo inquin-

em franquia expediraò hum official da Fragata com hum j do delle, o que continha este requerimento disse = A Fra-

'Officio, o qual se nbrio no Senado, e quando menos o pen- j <rata veio pôr o Governo, que tem durado ha 300 annos;

-saraõ os Senadores de Macao naõ só naõ pedirão os Offi- , peço que os Chinas vaõ para oulra parte a fim de naõ fica-

dos (8) para se publicarem, mas ainda mindarao, que a i rem por descuido lesados: a Fragata de nenhuma sorte pode

Fragata voltasse, e naõ entrasse em Macao, c que naô lhes soltar para o Reino, &a. &a. Nós com boas palavras o

»davaõ viveres ; (9) que elles neste aperto participavaõ que ; persuadimos a que esperasse ordem do sen Rei, e o ajuda-

visto os de Macao naõ obedecerem de boa vonlade volta, j riamos; porem clle esteve sempre teimozo na sua perten-

rinõ ao Reino a pedir ordem d' El-Rei, e depois tornariaõ | ça5, e com arque indicava huma inflexível contumácia,

n recorrer a mediaçaõ da China com muita satisfaçaõ sua t | Nós examinando, e reparando nas circunstancias, que tinha-

quanto aos mantimentos, que naõ os exigiaõ aos de Macao; | mos observado ti«õduvidamos, que a vinda desta Fragata a

mas pediaõ licença de voltar á Fragata a fazer o §eu rol, | Macao, representaçoens em Canlaií, e mais cousas relativas

esperando, que nós lhes fizéssemos a graça de lhos dar: a este assumpto era tudo armado por elle Ministro : julga-

•que o nomear o Ministro de Macao pertencia a Portugal ; | mos por tanto, que se naii devia permittir, que se demorasse

mas, que o Governador, e Officiaes Militares eraõ enviados ! por mais tempo na dita Fragata ; e fazendo Conselho man-

de Goa; que nos Officios que traziaõ estava declarado j damos aos Anistas U-Tum-Juen, &a. que o levassem para

qual deveria ser em Macao o seu emprego, e que como | ©s seus barcos, para alli estar socegado, e ordenamos ao

estes se naõ tinhaõ aberto, o naõ «abiaõ ; qnede boa vou- General de Hiam-Xan, que apromptasse huns poucos de

tade levariaõ os marinheiros aprisionados, &a. &<». Nós Taós, e determinasse bons Officiaes, para que aqtielles fos-

conformando-nos cotn a intençaõ, <jue V. Excellencia tem, sem separadamente fundear perto da Fragata, estivessem

de imitar o Imperador em dar bom acolhimento aos Es- de guarda a cila, e observassem seus movimentos. He

trangeiros, (10) com boas palavras os consolamos, e oh*er- razaõ, que demos disto tudo parte a V. Excellencia.

vamos, que elles condescendiaõ, e se retiravaõ satisfei- j O Governador de Cantão, e o Marechal Chen participa-

tos (II) logo ordenamos ao official, que os trouxe, que i mos a V. Excellencia com data de 5 de Julho, em como

(7) Boa duvida se elles comnosco hé que o tinhaõ arranjado.

(8) Pediraõ-se.

W> Offereciaó-se voltando.

(10) Doutrina de Confúcio.

Julgamos que aqui haverá a mesma falta de sinceridade, que em outros lugares temos notado.
[11]

O Tenente Nogar que em lugar do rol promettido trouxe hum requerimento; allegou alem de outras couzas, que os
[18]

soldados eraõ 7 ; e o seu Lingoa foi esbofetiado e prezo, e no outro dia de manh&a hum servidor do Conselheiro Arria-

ga também foi prezo.

13) Era em Portuguez.

14J Fallaraô d"aquelle que trouxe Nogar, e o attriburm ao Conselheiro.

_
A ABELHA DA CHINA.
20 3

checando a Macao na qualidade de Delegados, tínhamos di. da Fragata para Senado, e lhes mandamos que immediata-

as successivos examinado o assumpto relativo aos Estran- mente abríssemos Officios, mas estes disseraí, que sem

geiros, suas astuciosas mentiras, e volubilidade (15) j item


estar presente o Bispo, ninguém os podia abrir? por isso

exposemos as precauçoens, que tínhamos posto, que havía-


a
2 vez mandamos o Procurador (22) que fosse chamar o

mos recebido huma lista, e represeutaçào do Ministro (16)

Bispo para Caza da Camara, e tendo-os aberto, e lido, disse

cujo conteúdo se podia verificar, e em consequência o

o Interprete, que os Officios determinava» que o antigo Mi.

propusemos aos de Macáo (17) para sabermos se lhes aprou-

nistro tornasse para o lugar [23J que nomeavaô para empre-

via. Agora cumpre-nos dizer, que aos 6 de Julho pela ma-

gos alguns de Macáo, e que o Official Estefique tinha parte


nhaa mandamos, que o Lingoa fosse â Cidade, e ordenasse

no Governo de Macáo & \. Nós primeiro perguntamos aos


a todos os Senadores, que houvessem de abrir no Senado os

Senadores, se queria» obedecer àquella ordem, ou na» (24)


Officios vindos pela Fragata, e que nehuma opposiçaõ se

todos responderas, que naò ; mas que dariaò Officios em


fizeste a estes (sendo emanados de El-Rei) (18) Depois do

meio dia chegou a resposta do Procurador, disendo, que resposta, e viveres: outra vez mandamos ao Interprete;

na conformidade do aviso, estavaõ á espera. Nós recean- quee.a alta voz perguntasse a todos os circunstantes, os

quaes a huma voz dissera», que na». Os Officiaes da Fra-


do, que os da Fragata recuzasscm comparecer novamente,

mandamos ao Ministro, que escrevesse huma carta; (19) que gata vendo isto dissera», que naõ queria» Officios, nem

viveres; masque de boa vontade voltaria» para Goa; (25)


aberta se entregou ao Lingoa, para este a levar, ordenando

Nos mandamos enta» ao9 Lingoas [26] que levassem para


ao Coronel C,au-io-chira, que fosse á Fragata chamar o

Commandante Joaquim Mouraõ, e o Official Este fique, fora os Officiaes da Fragata ; e outra vez exposemos aos de

e chegando estes pelas 10 horas da noite, os entregamos aos Macao as Ordens de V. Excellencia abrindo-Ihes os olhos,

Anistas para os conservarem nos seus potoens (barcos muito propondo-lhes por huma parte a utilidade, e alegria, (obe-

commodos).
decendo) e por outra os prejuízos, e dôr [desobedecendo] ;

Aos 7 de Julho ao meio dia deo parte o Lingoa, que o


mas elles de nehuma sorte qneriaò entrar na rasa» ; ta»

Senado de Macáo estava prorapto; e nós juntos com os em-


estúpidos estava», que os na» podemos desenganar, [27] e

pregados neste assumpto, e os Lingoas com os Oíliciaes da


sendo ja tarde mandamos, que levassem os ditos Officiaes

Fragata fomos para a Caza da Camara, e vendo que os ve-


para os potoens dos Anistas.

lhos, e moços de Macáo tinhaó concorrido, mandamos

Aos 9 de Julho outra vez exposemos aos Officiaes da


retirar por hum pouco os ditos Officiaes, e ordenamos «ios

Fragata a benignidade de V. Excellencia em mandar Dele-

Lingoas expozessem o conteúdo na Ordem de \ . Excellen-

gados a tratar o seu assumpto ; e que disendo os de Macáo,


cia ; convém a saber, que a desobediência feita ao momen-

que obedecia» a El-Rei de Portugal, o qual somente nôs


to, vindo depois Ordem de El-Rei, augmentaria crime

os Chinas reconheciamos, e na» havendo em Goa mais, que


sobre crime ; que melhor seria n'aquelle instante deixar

hum Chefe militar, os Magistrados do Imperador da China


desembarcar agente da Fragata; por que assim a sua culpa

de nehuma sorte podia» terminar questoens entre Empre-


naó seria grande ; que elles devia» observar a forma do

cr
ados Estrangeiros [qual era esta]; e tratando-os cora
governo, que durava ha centenares de annos, e observar

bon9 modos, elles respondera»; devemos agradecer os

em paz as leis &a &a. (20) Segunda vez os persuadimos, e

grandes benefícios da China? e se expressava» de huma


instruímos ? porem elles teimosos diziaó, que nunca rece-

maneira respeitosa, e condescendente? quando derepente

berão ordens de Goa: (21) logo mandamos traser os Officiaes

15

16 Nas noT veio èst°a'representação &maõ ; porem sabemos pela sua carta ao Commandante, ser a traça de abrir no Pagode

ProUse7a;;\"mp^esmemeda^ãbertu» dMvia. nôfcnado: hè verdade que muitas veses foi exigida pelos lingoas a presen.
[17]

ça de todo o Senado no Pagode, fora da Cidade ; mas naj, se falava de ali. se «bnrerai asJiai. (

Militas veses nroDOseraô os Mandarins esta abertura sem império, antes parecendo dispostos a ouvir a ne„ativa.
r is

Foi apresentada ao Procurador para ver, se continha alguma cilada, e se copiou : tal era a desconfiança que tinhao do
[19:

201 Naò°ho uve 'tal sermão no principio, e os Officiaes da Fragata vieraó immediatamente depois dos Delegados.

21 Dissemos que por Decretos modernos naõ estávamos sujeitos a Goa ; mas nio nesta occasiao.

22| Foi o Interprete.

Í23l N$o ha tal.

[24] Perguntou se querião, Estifique tiçasse.

Nâo ha tal. . , '


(25]

Foi hum Coronel com tropa. . , , r,,. ..tn


r««i

Tantas exajeraçoens, e mentiras mostrio que o Yice-Rei e.tara empenhado na recepção da l-rajata.
[27]
201 A ABELHA DA CHINA.

partir, e havendo mandado os Empregados do Districto de


mudando de linguagem dissera», que sendo agora o vento

vigiar sobre a tranquillidade dos Moradores de Macao, e


contrario, se na8 atreveria» a dar ú vela; que era necessário

informar a V. Excellencia, aos U de Julho partiremos


esperar até Outubro, que era boa occasiao de partir; que

para a Metropoli, para faser a V. Excellencia os devidos


pedia5 hum lugar para anchorar, e que de certo nao fa-

cumprimentos, e dar-lhe conta verbalmente, do que se

rino desordens; nós lhes replicamos, que as leis Chinas

tem passado: eu Governador de Cantaò, e meu collega o

prohibem rigorosamente aos Navios Estrangeiros, o estar

Marechal Chen damos parte a V. Excellencia de todo o

por muito tempo fundeados nos seus mures; os consolamos,

relativo ao assumpto dos Estrangeiros, e dezejamos a V.

* m$dainos repelidas vezes que se ausentassem; mas elles in-

Excellencia muitas felicidades.

clinam! o-se pedião com mais instancia apeimissao de ficar.

O Padre Joaquim Gonçalves Aftonso encarregado na

nós segunda vez lhes queria mos entregar os Officios, e di-

quallidade de Interprete de tratar com os Delegados em

11 beiro para vi veres, que tmhio ofterecido os de Mac ao* (28)


Companhia do Procurador da Cidade tradusio e notou os

mas elles teimosos no queíinhaò dito, naò quiserao acceitar;

3 Officios acima em Macao aos 17 de Julho de 1823.

tornara d a entregar tudo, para o restituir aos de Macào e


— -

CORRESPONDÊNCIA.
sendo já tarde para voltar para a Fragata, íoraô outr a vez

Senhor fíedaclor.
condusidos para os potoens dos Anistas. No dia seguinte

Temos lido na sua Abelha de 31 do mez proximo passado


outra vez os exhortamos; mas o génio dos Estrangeiros

huma carta escripta pelo Senhor Paulo Vicente Bello, na

he equivoco, e inconstante; he nos necessário, que elles

qual diz, que convém para reparaçaõ do seu Credito, e hon-

determinem tempo certo para a partida, e entaõ poderemos

ra do lugar, que elle occupa, contradizer huma asserçaõ fei-

voltar para a Metropoli. Esaqui Excellentissimo Senhor


ta por nossa firma n'huma Carta, que dirigimos ao Illus-

os factos relativos a retenção interina do Mioistro. e negó-


trissimo Leal Senado, asseverando, que o mesmo Senhor

cios dos Estrangeiros.


n noa tinha dado ordem para o desembarque de 80 Caixas

Aos 8 de Julho demos seguidamente parte a V. Excellen- de AnfinS

cia do que se tinha passado desde o dia 6 por diante a res- Porem como nós naô temos desembarcado qualquer

peito do assumpto dos Estrangeiros. Aos 9 mandamos AnfiaS, provar-se-ha por huma referencia a mesma carta

outra vez o Lingoa, que fallasse da nossa parte aos Officiaes ao Illustrissimo Leal Senado, que semelhante declaraçaõ

nunca foi feita por nos - O que dissemos era,"rque se qual-


da Fragata, e os persuadisse a retirarem-se; voltando par-

quer Anfiaô tinha sido desembarcado pelos Chinas, o tal


ticipou, que elles queriaõ dar logo à vela; entaõ nós con-

desembarque tinha se feito com a concorrência dos Officiaes


formando-nos com a intenção, que V. Excelleucia, Aio do

d'Alfandega.

Príncipe, tem de beneficiar os Estrangeiros, arbitramos

Esta mesma informaçafl, que nos foi dada, nós entende-

dar-lhcsde premio 300 taés, que subministrou o Correge-

mos ser ainda apoiada por asserçoens ; pois na verdade

dor de Hiam-Xan, e que se entregarão aos Anistas para


• f poder se-ha accreditar que qualquer pessoa^fna posse do
f " ■1 • ff E 3 | I J

lhes apromptar viveres ; á vista do que os Officiaes ficaraõ


seu proprio juizo emprehenderia o desembarque de 80

muito satisfeitos, e acceifaraò ; mas accrescentaraò, que Caixas de Anfiaò em pleno dia sem primeiramente obter

V V

nestes dias havia siguaes de máo tempo; que entre tauto a concurrencia do Juiz de Alfandega?

Por tanto o Senhor Bello poderá sem duvida demonstrar


queriaò fundear de fronte de Hiam-Kiam, ou Pu-Tai a

mui facilmente, que elle nunca passou huma ordem a nos,


esperar, que o tempo assentasse a fim de sahir para o largo

nem por escripto, nem vocal para o desembarque de qual

e que de certo naõ haviaò de ficar alli, &a. Os dous sobre-

quer Anfiaõ.

ditos lugares estáõ proximos ao mar largo, segundo nos

Deixamos agora aos seus Leitores decidir a quem o

informarão. Nós olhando para as circunstancias julgamos,


epitheto de calumniador se deve applicar com mayor pro-

que elles naõ usavaò de subterfúgios, e encarregamos outra


priedade. Nos somos com muita consideraçad.

vez o Coronel C^au, que os acompanhasse para a Fragata e


Macào 1.° de Agosto d' 1823. De V. Merce

os urgisse á partida. Por outra parte entregamos o Mini-


muito Attentos Veneradores Charles Ma°-niac & C"
& •

stro ao Lingoa, que o trouxe, para que em embarcaçaõ

N. B. na folha antecedente cahiraõ vários erros, e sendo


separada o acompanhasse para a Metropoli.
o mais principal na lio. 15 da primeira columna da pag. 199

aonde taltou depois da palavra caza, o seguinte = quando


Tendo ajustado com o General de Hiam-Xan de mandar

se lê = por isso fazemos esta advertência. Os outros po-

Taòs para estar fundeados junto da Fragata, e um-la a


dem ser suppridos.

(28) Tres mil patacas.

AV1Z0 Jose de Almeida Carvalho e Silva faz saber ao Publico, que elle se acha auctorisado para alugar as cazas

onde morou o defunto João Jose da Silva e Sousa, que ficaráò desembaraçadas athe ao principio de Setembro proximo

quem quiser tratar com elle pode dingir-se a sua caza todos os dias, de manhàa athe as 8 horas, e do meio dia athe'

as duas da tarde.

TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.
Á

E L

DA

QUINTA FEIRA, 14 de Agosto


N.° XLVIII.
1823,

; " HOC TEMPORE

n
OBSEQUIUM AMICOS, VER1TAS ODIÚM PARIT.

MACAO. Agora, Senhores, somente tenho a prometter-vos, berri

assim como á Nação, que vós tão dignamente represen-


Sessão das Cortes de 21 de Março de 1823,

tais, uma cooperação na causa da Nacional liberdade, tãó

fiel, eeffica2 como meos sentimentos são puros, do que Eti


Í^ENDO introduzido S. Majestade com as cerimonias

posso oíferecer-vos não melhor penhor, do que minha


do costume, e tomado assento em seo Trono, nó meio de
0

conducta, e meo caracter. "


entusiásticas acclairiaÇSes das pessoas que enchião as galari-
i •

O entusiasmo dos spectadores rompeu nos mais fortes trans.


as ; hum profundo silencio se seguiu, e S. Magcstade fez

portes, à conclusão desta falia, com acclamaçoens de = viva


<c
a seguinte falia: Senhores, devendo hoje cessar os traba-

o Rei Constitucional! == as Cortes ! = a Constituiçaô ! = a


lhos da presente legislatura, conformemente á Constituição,

Religião Católica Romana! = a Soberania da Nacaò j o


Eu venho regosijar-me comvosco, pela sabedoria, e patrio-

Exercito Português! — e os Portugueses, que preferem a


tismo que tendes mostrado na9 legislativas medidas, que

morte á escravidaô.
haveis julgado necessárias para a execução; e progresso da

Restabelecido o silencio, o Presidente fes uma a propriada


Constituição, ou para a segurança da civil liberdade, e

resposta, em que specialmente cumprimentava S. Magesta-


tabelecimento da ordem, e publica tranquilidade, que o

de pela sua firmesa de caracter manifestada nas difficeis cir-


spirito de fáção ousou disturbar n'ua das extermidades

cunstancias em que por algum tempo steve o Reino. Al-


do Reino.

ludiaà revolta do Príncipe R. e fallou do estado do Brasil.


Esta circunstancia tão affliginte a meo paternal coração, y

conducta da França êm attentar opprimir as Constituições


fixou, ao mesmo tempo, um irrefragavel testemunho da

de Nações livres, como se tivesse empenho em destruir a

puresa do spirito Constitucional, e do patriotismo da maior

ordem social em toda a Península, para conseguir o barbaro


parte da Nação, bem assim como do spirito, e firmesa com

prascr de gubernar sobre escravos, e ruínas: e tãbem fal.


que os Representantes tem correspondido á confiança de

lou das tentativas d'uma façao prejura, dentro do mesmo


seos constituintes.
•»
Reino. Expressou, cora tudo, sua confiança dc que a
Sim, Senhores* Eu devo faser á Nação, a seos dignos

causa da Constituição triunfaria a final sobre todos seos ini-


Representantes, e a todo o Mundo, a justa, e consoladora

migos, tanto domésticos, como estranhos.


declaração, de que a grande maioridade do Reino é fiel

A oticias de Lisboa suo ate 7 de Abril, o Diário do Gover-


ao juramento, que prestou á Constituição; e que todo o

no de 5 unicamente publica duas breves notas do Generai

Portuguez, que he digno deste nome, da mesma forma que

Rego, datadas de Villa Real em 81 de Março, e l de Abril,

seo Rei, antes quereria perder a vida, do que desatender

cm que avisa = da continua retirada dos facciosos ao ap~

á santidade do seo juramento, e dignidade de seo caracter j

proximamento das tropas Constitucionaes.

e mesmo que qualquer de seos súbditos que faltar a seguir

seo exemplo, será objecto de sua certa iudignação.

Carla de Joaquim dos liamos dirigida ao Secretario do


Eu nào ouso recear que as criminosas tentativas de in-

Leal Senado.
ternos, ou externos inimigos hajao de prevalecer contra

a geral vontade da Nação. Sinto* comtudo, que a estrei- Illustrissirao Senhor Carlos Jozé Pereira A falta de

. tesa do tempo, e a aceumulação 4e negocios, vos hajão tempo e de portador me privou de faa>er saber ao Leal

impedido de passar estas orgânicas leis, relativas ao Tribunal Sènado o desembarque do Conselheiro Arriaga, o que

da Justiça, e Finanças, &a. de que o progresso, e conso- faço por via da presente que deixo ficar a fim de ser re-

lidação do Systema Constitucional depende. mettida na primeira occasiaô. Logo que me fiz á vela
_• _ r

Eu por tanto, sob estas circunstancias, considero necessá- na franquia de Kaó pelas 2£ horas da tarde do dia 25 do

rio, que a Representação Nacional, se haja prontamente mez de Março de 1823 tempo em que ja natf havia em-

reunir ao redor do Trono, na forma determinada pela barcação alguma de terra, veio diser-nie o Conselheiro

Constituição, logo que a publica segurança, e a perfeição Arriaga, que elle por ora naõ podia continuar viagem aí

o Systema o requeira. I Lisboa como antes havia premeditado, por motivos tyue
•206 A ABELHA DA CHINA.

havia levado ao conhecimento do Soberano Congresso e do ção que devo ter como prezo, o Brigadeiro Joze Ozorio,

Governo pela Secretaria d* Estado da repartiça5 da Justiça durante a minha viagem, sendo que com a remessa do

Passaporte para o dito e sua familia, com data de 23, suppo-


remeti idos pelo Navio Novo Paquette. Esta naó esperada

rezoiuçaS encontrou em mim a natural repugnância, ja nho,que o Leal Senado o .reputou livre, d'aquel!a data
e.

por ignorar as cauzas, e ja mesmo por que me faria algum em diante, porem, como naõ recebi ordem em contrario,

atrasamento a navegaçafr, a que davamos principio. Em- pode V. Senhoria, asseverar ao Leal Senado, que eu satis-

ta5 o dito Conselheiro me entregou o Protesto, que se segue, farei a ordem que V. Senhoria me transmittio, em nome

«Senhor Joaquim dos Ramos, por motivos que tenho leva- do Leal Senado, remettendo incluso a esta, o documento

do ao conhecimento do Soberano Congresso, e ao Governo exigido. V. Senhoria, levará ao conhecimento do Leal Sena.

pela Secretaria distado pela repartição da Justiça, deven- do, o que nesta refiro tanto no que respeita ao desembar-

do ficar na China, tenho por certo que V. Merce me nab que do Conselheiro Arriaga, como no que respeita ao Bri-

porá embaraço, porque nad recebeo qualquer guia para gadeiro Jose Osorio. = Deos Guarde a V. Senhoria muitos

me conduzir tendo eu o meu competente Passaporte, e annos. Bórdo do Navio Vasco da Gama no Porto de

perdendo a importância da passagem que ja recebeo, no Anger aos 25 de Abril de 1823. Sou De vossa Senhoria

montante de 1,200, pezo9 por mim e meu criado, que Muito Venerador e Criado.

continuará, porem quando entenda que deve ter alguma Joaquim dos Ramos.

-consideração a maneira coactiva, com que sem Sentença


Artigo de huma carta escripta pelo mesmo Joaquim dos

'liem Processo nem por qualquer maneira fui expulso de


Ramos a Cláudio Adriano da Costa, com a mesma data, e

Macao, por huma Façaõ que ali governa hoje, com tad
do mesmo lugar.

grande escândalo c inconstitucionalidade, com desaire da


He para esperar que os exaltados me tenhaó ahi devora-

NaçaÒ, nesse caso tomardo-o como comprehendido no


do relativo ao desembarque do Senhor Arriaga; porem

artigo 6o das Bages da ConsLiluiçaÔ como quem recebe


também estou persuadido que os que se guiarem pela

hum Custodiado de arbitraria ordem do Governo lhe pro-


rasaò fariaó o mesmo que eu fiz [naó sem alguma repu-

testo por quanto d'aqui me resulta maior muito por me


gnância] cujas circunstancias poderá saber pela parte que

•segurar, que naò toma sobre si, o evitar que eu fique no


nesta occasiaõ dou ao Senado. Que elle naõ seguia para

Rio de Janeiro, escalla que hoje naò posso faser, a sua


a Europa, tinha eu como certo, porem que fasia tenção

resposta sendo negativa ao meu desembarque, tomarei de ficar em Wampoo someute huma pessoa a bordo o sabia

como acceitaçaò do presente protesto a seu bordo 25 de com alguma antecedência.


• P •

Março de 1823. Sou seu Venerador e Criado.

Miguel de Arriaga Brum da Silveira. Parte do Capitaõ do Brigue Assumpção ao Leal Senado.

O mencionado protesto, acompanhado das circunstancias lllustrisssmo Senhor. ~= Participo a V. Senhoria que

♦de que o dito Conselheiro havia sahido de Macáo com sendo eu Commandante do Brigue N. Senhora de Assum-

-o seu passaporte, e por isso considerado livre naó exigin- pção, que condusio ein Outubro de 1822 os sublevados a

do de mim documento algum relativo a segurança da sua Capital de Goa, e que recolhendo-me hoje 23 de Junho de

Pessoa, e ser omesmo que em 17 de Novembro p, p«; me 1823 d'aquella viagem, e estando ao pé das Nove-llhas de.

pedio passagem para si e sua familia, que verificou para mandando o canal piqueno da Praia-grande, e demorando.

si e seu criado, com o pagamento de nr:il e duzentos Pe- me a ponta de Kahó por S04S, derepente se aproximou

sos em 20 do Corrente mez, julguei que naõ tinha huma lancha com a bandeira portugueza, e me fez dois

-direito algum de o obrigar a seguir viagem contra sua tiros d' artilheria, hum delles com baila, a qual passou

vontade, visto que perante a Lei se mostrava livre de entre os mastareos de gavias -t em consequência do que

crimes, e eu naõ ter documento que me possa deshone- fui obrigado a por-me de capa athé que abordou a dita lan-

rar da responsabilidade que^hia a tomar sobre mim, e con- cha trazendo 15 Soldados, eotre os quaes haviaò alguns gra-

vindo no seu desembarque, este me pedio içasse hum nadeiros, hum Sargento por nome Felis, e hum Capitáo d'

distinctivo no Navio para se aproximar huma lorcba Artilheria por nome Fernando, e nove lascares. O dito

das que navegavaõ a alguma distancia do Navio, a qual Capitaõ ao subir do Brigue apontando-me cora huma pis-

ja havia justado com antecedência, o que verifiquei com


tola para o peito, disse-me que = logo e logo = virasse

huma bandeira encarnada no penol da mizena, e logo se


o Brigue para Kahò, e o puzesse ao pé da Fragata, e que

aproximou a dita lorcha e fez o seu desembarque, as qua-


«em demora lhe aprezentasse o meu passaporte, o que as-

tro horas e meia da tarde declarando na occaziaõ da sabida,


sim fiz ; e meia ora depois apareceo outra lancha do Nav io

que hia para Wampu para ali tratar de assumptos ten-


Barretto Júnior, que já estava apresado alguns dias antes,

dentes a segurança de Macâo, de que de tudo fiz o com-


e nella vinhaõ mais Soldados para o Brigue, o que me obri-

petente termo. Também aproveito a prezente occaziâo


gou a dirigir o rumo para a Fragata, ao pé da qual cheguei

para fazer saber a V. Senhoria que por esquecimento naò


a meia hora depois da meia noute, e delia gritaraõ-me com

mandei o documento que V. Senhoria exigio de mim no


a bozina dizendo-me que- fundeasse na poppa do Barretto

seu Officio de 22 de Março proximo, relativo, a considera-


Junior, o que executei, e depois fui levado a bordo da Fraga-
ABELHA DA CHINA

ta a onde o seu Commaudante Joaquim Mourão Garcez Pa- que a maré vasava, e o vento soprava pouco do SE., assen-

lha tomou o meu passaporte, reprehendendo-me por naô tei ser melhor guardar a abordagem para hora mais pró-

ter hido ao pé da Fragata receber as suas Ordens; ao que pria, e navegar no em tanto a lorcha para fora para naõ

causar suspeita. = As três horas e meia desta manhãa,


respondi que recolhendo-se a Embarcaçaõ do meu cominan-

quando apontou a maré a enchente, e de baixo d* hum


do da sua viagem naô tinha eu que receber ordem alguma,

nem taô pouco o meu caminho devia s^r por onde estava a agoaceiro, foi o momento em que animando eu a minba

Fragata. Ordenou-me enlab que o Brigue d' ali na5 sus- gente á empresa, elles cora toda a resoluçaõ, apenas eu

peudcsse, nem descarregasse fasenda algurua, ao que res- tinha determinado o ataque, me naô deixara# acabar de

pondi, que elle Commaudante podia dar estas Ordens aos pronunciara palavra do Commando que naõ triunfassem

6 soldados, e hum caho que já estavaõ de guarda a bordo ja, e isto de baixo da bateria da Fragata. Cortou hum a

do dito Brigue, os quaes já tinhaô corrido baila a artilheria amarra com a espada, outros largaraõ o panno, e eu fiz-me

do Brigue, e igualmente as suas armas, pois trasiaò ordens de vela de baixo do fogo dos guardas lemes da Fragata

para fascr fogo qualquer Embarcaçaõ que se aproximasse perseguindo-me huma lancha com peça montada de calibre

ao dito Brigue. pelo menos de nove, por mais de meia hora a qual foi man-

Pelas 2 horas de manhàa desembarquei para dar parte dada pela Fragata era meu alcance. A lancha atravessou

de tudo aos meus proprietários; esta he apura verdade algumas bailas por cima do Navio» Vim navegando sem

de tudo quanto se passou, o que jurarei se preciso for. novidade e felizmente fazendo toda a força de vela, diri-

Deos Guarde a V. Senhoria muitos annos. Macao 24 de gindo-me pela Taipa quebrada, as 5 horas e meia da

Junho de 1823. = Manoel José da Luz Vieira = Com-


manhaa dei fundo de baixo d'artilheria da Fortaleza da

maudante do Brigue Assumpçaô. 1 Ilustríssimo Leal Senado Barra. Sinto participar a V. Senhoria, que na acçaô hum

de Macáo. Soldado da Fragata, e hum dos marinheiros ficaraõ mal

tratados ; isto foi em consequência de os de dentro terem

Officio do Secretario do Governo ao Commandonte do descarregado as suas armas de fogo sobre os de fora, e estes

Navio Luzt Sebastião Lopes Ramos, terem acutilado hum delles por que fizera resistência:

ambos remetti logo para o Hospital. Faltão dois Soldados


Illmo. Senhor Sebastiaô Lopes Ramos—.0 Commandante da

da Fragata, e hum China passageiro que se nad sabe do


Fragata Salamandra acaba de aprizionar hum Brigue desta

seu destino. Naò tenho que dar se naô louvores a todos


Praça, o qual se acha ainda fora do alcance d' artilheria da

os que me acompanharaõ que pareciaõ em o denodo des-


mesma Fragata. E como V. Senhoria declarou ao Leal 0

temido com que remira# a presa mais Leoens ferozes do


Senado, que estava prompto para tudo quanto fosse a bem

que homens, tendo observado a mais rigorosa subordinação


desta Cidade, a excepção unicamente de fazer fogo sobre

e silencio em todo este golpe, de que dependeo essencial-


huma embarcaçaõ de guerra pertencente a mesma Naçaô;

mente o brioso desempenho com que se executou. Creio


determina o mesmo Seuado, que V. Senhoria faça todos os

ter dado cumprimento ás ordens que recebi de V. Senhoria


esforços para salvar das garras do inimigo o referido Bri-

a quem satisfaço com muito gosto» Deos Guarde a V.


gue, por que nesta empresa naõ pode V. Senhoria ficar de

Senhoria muitos annos. Fortalesa da Barra, Bórdo do


modo algum compromettido; e ao contrario fará com

Brigue Assumpção 24 de Junho de 1823.


cila hum grande serviço a esta Cidade. = Deos Guarde a

Sebastiaô Lopes Ramos Filho.


Y. Senhoria. Macáo Secretaria do Leal Senado 23 de Ju-

P. S.= Os Soldados que existem a bórdo pertencentes


nho de 1823.

Carlos Joze Pereira.


á Fragata saô cinco, e falta hum, que segundo me informa#

cahio ao mar, o qual se naô salvou por falta de erabarca-

Resposta. çaô; alem deste o ferido também, que foi para o Hospital#

O China passageiro que faltava chega neste momento.


Illustrissimo Leal Senado = Em observância d' Officio

Ramos Filho.

de V. Senhoria, que recebi as 10 horas da noute, immedia-

tamente dispuz tudo o que achei proprio para o bom Nós seriamos fastidioso se hemprehendessemos recon-

tar agora os Heroicos feitos, que o brioso Povo Macaen-


êxito da commissaô, que Y. Senhoria me ordenara. = Lar-

se em outras heras obrara alcançando dos Hollandezes


guei da praia do Manduco em huma Lorcha ás 10 horas e
a mais exclarecida victoria* por serem assaz conhecidos na

meia, levando era minha companhia onze marinheiros, e Historia Portugueza; cumpre-nos unicamente o expor aos

nossos Leitores hum facto, que abrilhanta sobremaneira


dois Officiaes de próa do Navia do*Yneu Commando, nove

o caracter deste Povo fiel, e generoso.


ditos do Navio Carolina, sete Soldados do Paiz, e quatro
No dia, em que se festejava a memoria anni versai dessa

homens de côr. — A meia hora depois da meia noute che-


memorável victoria, se recebeo a noticia de que a Fragata

guei a Kaò; achei trcs Navios e dois Brigues; hum destes Salamandra havia represado o Brigue Assumpção; nada

mais foi necessário, o Governo tomou as me.iidas mais


era o que V. Senhoria em seu Officio me ordenava remisse

sabias, e apropriadas para retomar a preza. O valente, e

da retenção em que se achava. Com grande sentimento


exforçado Capitão .Sebastiaô Lopez Ramos corre com hum

meu o achei ja ancorado de baixo da batheria da Fragata ; enluziasmo verdadeiramente Portuguez a vingar o atten-

tado commettido pelo Cominaudaute PALHA, arrancando^


a pesar disto ainda o quis acommettcr; porem olhando
208 A ABELHA DA CHINA.

durando isto como 10, ou 12 dias, conservando-se á próa

lhe de bnixo de Artilheria a preza, que tio despoticamente

o resto da tripolaçaõ índia, que naS tinhaS tomado parte


havia retido.

A proroptidlo, e animozidade, com que este mesmo Povo neste assumpto, e os Mandoens armados á poppa, viviaõ

obedecendo a voz do seo legitimo Governo, correo as Ar-


como inimigos huns dos outros, por fim hum dos da boa

mas, a fim de repellir qualquer altentado,^ que podesse

causa (que foi o Carpinteiro) poude surprender o paiol da


commetter se contra hum estabelecimento taò importante ;

a boa ordem, paz, e sucego, que nelle reinaõ, vigiando polvora, e tirando huma grande porçaõ desta, com hum

satisfeito sobre as praias, que abórdaS; he huma prova


morraS aceso na maS, exigio convenças aos rebeldes arma-

na5 equivoca do contentamento | ublico, que em Goa se

dos, o que quando na# faria voar o Navio. Esta foi de


julgava alterado, he finalmente hum testemunho de que já

>is consentirá ser algemado com os ferros do despotismo. que se deposessem, e se encerrassem todas as armas. Em

aquelle estado conheceo o Piloto J. Barredo, que podia


CORRESPONDÊNCIA,

sacar vantagem a favor da l oa causa, ainda que com Senti-


Senhor Redactor.

nellas a vista, por saber fatiar a lingoa dos índios por ser
Queira V M. conceder-me o favor, que lhe peço de publi-

filho deste Paiz.


car na sua Abelha a precia\el, a lista seguinte dos honra-

dos moradores desta Leal Cidade, que contribuirão para a


Succedeo que hum malvado rapaz seu Compatriota que

gratificação dada à gente que taò briosamente executou


hia de passageiro o delatou aos Rebeldes, em consequência
o resgate do Brigue Assumpção pertencente aos Senhores

lhe ataraò 2 palanquetas ao9 pés para atiralloao mar, esta


Almeida, e Braga, e isto para honra de huns, pejo de outros

e juslificaiçaó minha da confiança, que em mim puzeraò pa- determinaçaô na5 se eflfectuou immediatamente sem duvida

ra a sua distribuiçaS os beneméritos subscritores.


por que precisava# delle, assim existio este miserável por

Sou com muita estima Assignado.


alguus dias, no em tanto ofFereceo-se a opportunidade de

Recebido.
que a Sentinella destinada a observar o homem do leme

Os Ulustrissimos Donos do Brigue .... « • • 500. 00


se distrahio com o piloto das palanquetas amarradas aos

Antonio Joaquim da Costa Basto . 60. 00

pés, em quanto poude aquelle deitar ma5 a huma faca que


3* Felippe J. de Freitas .... 40. 00

Joaò de Deos de Castro .... • • 100.00 trasia, e cora ella ter tao bom tino que de hum golpe o ma-
>1

F. J. de Paiva Junior .... • • 200.00


tou no mesmo sitio : a este signal, acudira# com espeque e

Buraò de S. Jozé do P. Alegre .. 100. 00


outros instrumentos de páo, e algumas facas aquelles da boa

1,000. 00 | causa que se conservavas separados a proa, com o qual con-

Destribuido.
seguirão desfaserem-se d'aquella canalha assassina, matando

Treze marinheiros do Navio Luz a Sl.J s • • 409 50 três ou quatro delles, outros tantos se atiravas ao mar que

Nove ditos do dito Carolina 0 • 283. 50


se a fogaraS, e tres'que trouxerao.

Sete Soldados do Paiz a 10 • • • • • • • • 70. 00

Voltando o Navio aqui de arribada Comrnandando pelo


Hum marinheiro Europeo,aqui.... 31 50

Hum dito dito ferido • • • • • • • 70- 50 seu piloto, e hum Andaluz meio piloto e hum marinheiro

Antonio Baptista do Rosario .... 21. 50


Índio, e o passageiro rapaz de que já se falou, sem duvida

Outro natural da terra • • • • • • • 16. 50

por remorsos de consciência, já a vista da ponta de Capones


Quatro homens de Cora S .... • • • 12. 00

Cinco Chinas voluntários da Lorcha.... • • • • 50. 00 havendo conservado punhaes occultamente levantaraó-se

Lorcha ... .... .... • • • 20. 00


e com elles na ma# juraraõ morrerem antes do que deixar

Entra ao GunrdiaS da Luz, Condestavcl, e PatraS

entrar o Navio em Manila, custou menos trabalho do que


da Carolina a 5 .... • • • 15 00

na primeira luta, foraõ mortos e deitados ao mar ainda

1,000. 00
que antes de morrerem ferirão a alguns, e o passageiro

Macao 28 de Junho 1823.

aqui entrou a seu pesar fasendo companhia aos 3 que des-

NOTICIAS ESTRANGEIRAS. de antes estava# a ferros por que este frenético depois

Manila. de ver-se ferido pedio que lhe deixassem a vida com res-

peito a sua familia ? Que boa consolaça# trouxe a esta


0 Navio Preciosa Capitao D. Joaô Lazaga da Praça de

pobre? Ha tres dias que o desembarcaras preso ç a seus


Cadiz sahio deste porto para aquelle em o dia 14 de Feve-

companheiros de Campanha, isto hé o que tenho ouvido


reiro ultimo, e voltou aqui em 27 do presente, por causa

referir aos que foraõ a bórdo do Navio aqui fundeado.


de desordens succedidas a seu bordo, que saõ as seguintes :

Aos vinte e tantos dias de navegaçaô, achando-se fundea-


N. B. na folha antecedente cahiraò vários erros, corrigi-

da no estreito de Sunda, confederaras-se 8 Americanos Hes-


mos a qui os mais notáveis.

panhoes, que compunhas parte da sua tripolaçaõ, com Na coluinna 1* da pag. 201 depois do titulo faltou=

outros 4 malvados da mesma, surprenderaS ao seu Capi- N. 1°.

Na colurana 2*. da pag. 202 antes das palavras o Gover-


tao quando estava durmindo pelas 11$ horas da noute, e
nador de Cantaõ faltou ^=» N. 2o.

o assassinaraò, assim como ao Contramestre, Guardiaò, 2o


Na nota 15 cado lea-se-caso.

Na coluinna 2a da pag. 203 linha Ia para Senado lea-se=»


Piloto, e a outro individuo j apoderando-se das armas, e

para o Senado.

do Navio, picaraS amarra, e obrigaras ao Io Piloto a fazer


Idem linha 5. para Casa lea-se =» para a Casa.

a Derotta para á America pondo-lhe Sentinellas a vista Na nota 24 lea-se =* Perguntou se queriaõ que, &a.

Na Ia columna da pag. 204 linha 21 depois da palavra


assim como ao homem de Leme para que naS variasse o

Estrangeiros faltou = N. 3 o. Do Impressor.


Rumo. Ao amanhecer içara# Bandeira da independência,

TYPOGRAPH1A DO GOVERNO.
*
DA

H N A

• f ■

N.° XLIX QUINTA FEIRA, 21 de Agosto.


1823

"hoc tempore

0BSEQU1UM AMICOS, VERITAS Ol)IUM PARIT." TERENTIU8.

MACAO; cadação da Fasenda Publica, como Sua Magestade o Orde^


I

nou ; por que queremos dispÔr desta Fasenda Publica com

Qfficioa do Governador de Goa ao Leal Senadoy abertos, e

a mesma arbitrariedade, e abuzo, com que o fazíamos antes


lidos na preseíiça dos Mandarins.

de 1784, e para iáso naó queremos o obstáculo, e fiscalisa.

çaô destas duas Authoridades : n'huma palavra naó quere-


T ENDO o Porto, è Cidade de Macào pela sua reconhe-

mos obedecer a Sua Magestade no que ordenou à respeito


cida importância merecido em todos os tempos huma

destes objectos. «=» Tal he a sediciosa doutrina comprehen-


muito seria attenÇaÓ, e vigilância, e o mais particular cui-

dida na exclusiva do Governador, e Ministro, proclamada


dado ao Superior Govefrno deste Estado em consequência

na Assemblèa do dito dia 19 d' Agosto.


de positivas, e reiteradas Determinações dos Monarcas Por-

2. Sendo pòis Sua Magestade Quem inuitò deliberada-


tugueses, como mostraõ as muitas, é significantes Provi,

mente constituio neása Cidadè aqueilas duas Authorida-


dencias constantes nesta Secretaria, cOm que em differentes

des com as attribuiçoens, que lhes designou, e com as pro-


épocas, especialmente desde 1783, se mandou reformar o

videncias que estabeleceu para occorrer aos abusos, desor-


Governo dessa Cidade, que até entaS residia quasi todo

dens, é irregularidades, que se estavaó praticando no regi-


iiesse Leal Senado ; diminuindo-se em consequência d'a-

men delia; providencias manifestamente úteis, e conducente®


quellas providencias a authoridade deste, e augmentando-

â segurança, bòa arrecadaçaõ das Rendas Publicas, Decóro,


so a do Governador; fe finalmente creando-se alil para a

e Policia desse Estabelecimento: segue.se que os factos


administraçaS da Justiça hum Ministro Letrado. Tendo o

praticados para obstar, confundir, e por fim anniquilar


Supremo Governo do Reino, e o desta Capital mandado

aqueilas providencias, e com estas a authoridade do Gover-


praticar aquella reforma, naS arbitrariamente, mas com

nador; e Ministro; e mandada directamente do Supremo


muita ciicunspecçaS, e Conhecimento de cauza, depois de

Poder Executivo de Sua Magestade, íoraõ realmente atten-


terem sido sobre o importante ponto delia ouvidos muitos

tados subversivos da Ordem, da Tranquillidade, e do Socê-


Ministros, e pessoa* experimentadas, muitos doutos, e zel-
«•' • * ■
go Publico ; e que mesmo nem por fim tiveraS o subtra-
lozos do serviço de Deos, d* El-Rei, e da Naçatfs naõ pode

hirem-se á quaesquer pertendidas injustiças, e despotismo®


portanto merecer apprOvaçaõ deste Governo a Revoluçaô

passageiros, e individuaes d'aquel!es Funccionarios: Pare-


de 19 de Agosto do anno proximó passado, a qual com o

cem rim terem sido unicamente dirigidos a arrancar de


especioso pretexto de estabelecer hum Governo Constitu-

suas maons a authoridade, e jurisdicç iS, que lhes estava


cional, a nada mais se dirigio que a contrariar, e transgre-
i j i (

confiada, paCa a collocar toda inteira nas desse Leal Senado


dir muito abertamente as Orden® de Sua Magestade, com

contra as Reaes determinações do Chefe Supremo da Naçaõ;


que se havia realisado, e se havia mantido perto de 40annos

contra o decóro, e bem publico dessa Cidade; e finalmen-


aquella saudável, e Sabia reforma.

te contrá ás Bazes da nossa sagrada Constituição; que


1. Esta transgressatf foi com ta<5 pouco disfarce, que na
• m
estabeleceras como pédra angular , e característica do Go-
Assemblèa de 19 de Agosto do anno passado se proclamou

verno Constitucional a separaçaõ dos tres Poderes Politi-


qnef=esse Publico queria provisoriamente hum Senado

co» do Estado.
eleito por elle com as attribuiçõer, que tinha antes das Pro-
|

videncias do anno de 1784 = ; e por que muitos naõ esta- 3. Ainda que nem na acta da Sessão do Conselho geral

fiaò ao facto dessas antigas attribuiçSes, e se na5 pozesse do já lembrado dia 19 d' Agosto, que esse Leal Senado trans-

em duvida o que pertendiaò os fautores da Resoluçaò, se mittio a este Governo documentando o seu Officio N.® !.%'

declarou logo «= que nenhuma outra authoridade alem do deli de Outubro do anno passado; nem na acta da Sessão

Senado teria nelle ingerência «= ; que veio a ser o mesmo dessé Leal Senado d'aqueile, edos dous dias antecedente®

que dizer = naó queremos que o Ministro, 6o Governa- se mencionasse a depoziçio do Governador, e Ministro:

dor quando se tratar no Senado de negocios com Chinas, ainda que a existência de hum, e outro nada tinha dé repu-

tejaõ nelle ouvidos, e muito menos que seja presente o l.p, gnante com hum Senado como antes de 1784; com tudo na-

t presida o 9.° quando se tratar da Administraçatf, e Arre- da disto obstou para ewt Leal Senado contra a Cxprert#
210 A A B E L H .
D A C H I N A.

clausula proclamada da sua instauração se naõ arrogar, 6. Por todos estes motivos devendo supor que esse Se-

como arrogou as attribuiçoens do Poder Executivo: para nado, ou já tem perdido a opinião Publica? ou naõ tarda

authorisar a deposição d* aquelles primeiros Funccionarios, a perdei la? e receando que pela sua debilidade fizica, e

e Authoridades; e como se fosse erecto em Junta Provi- moral se possaõ ainda ahi reprodusir novas, e ainda mais

sória de Govêrno, passar immediatamente Ordens ao mes-


funestas commoçoens, julguei ser conveniète á segurança,

mo Governador dessa Cidade denominando-o = das Ar-


tranquillidade Publica, e conservacaõ dessa Cidade que se

mas =, talvez fundando-se no Decreto das Cortes restri- restabelecesse o Senado, e o Governo, como estava antes

ctameute para as Províncias do Brasil de 29 de Setembro de 19 de Agosto do anno proximo passado]; isto hé quanto

de 1821, ffne haviao ali creado aquella Authoridade mili- o permittirein as actuaes circunstancias.

tar, rnas independente das Juntas Provisórias.


7. Por tanto esse Leal Senado, logo que esta receber,

mandará abrir a V ia da Successaò por copia inclusa, por


4 Naõ admira por tanto, que depois d'esse Leal Senado

mim declarada, e assignada; e entregará o Governo às


ter authorisado huma formal rebelliaò, e desobediência às

sagradas, e terminantes Ordens de S. Magestade: depois de pessoas nclla designadas. E como naõ convém que a pessoa

moral do Governo se componha de indivíduos revestidos


ter consentido na deposiçaõ do Governador, e do Ministro,

de attribuiçoens do poder judiciário; em lugar do Ouvi.


passasse a executar outros muito» actos arbitrários, como

dor, ou Juiz Ordinário, que^deveria ser hum dos tres mem-<


fora d ; prender,, e conservar preso n'huma Fortalesa por

bros do Governo, entrará em seu lugar, e será membro


muito tempo aquelle mesmo Ministro, sem Processo nem

desse Governo o Vereador desse Leal Senado, que foro


culpa formada: desencarregar do commando do Batalhaô

do rnez.
= P. R r= ao Brigadeiro Francisco de Mello da Gama

8. Esle 1 riumvirato, composto assim de pessoas respei-


e Araujo, a quem Sna Magestade o havia confiado : con-

táveis, exercitará a authoridade dos Governadores dessa


ferir-lhe, e tirar-lhe quasi ao mesmo tempo o Governo das

(idade, como antes da RevoluçaS de 19 de Agosto ; por


Anuas : Crear hum Commandante da Marinha Mercan-

que he assim que as Leis existentes, e que a pratica cons.


til desse Porto, que nunca houve: Crear hum corpo

laute deste Governo tem providenciado a falta de Gover-


separado para a Policia, que até4 entaó se tinha sem elle

nadores ligitimos nas suas respectivas Capitanias por mòrte,


mantido ; admittindo no mesmo corpo sipais ingleses sem

ausência, ou qualquer outro acontecimento. Disse legi-


lhe occorrer quanto esta medida poderia provocar o re-

timo, porque tendo o Governador Jozé Ozorio de Castro

paro dos Chinas, e índispolos contra essa Cidade: autho-

Cabral e Albuquerque, quando foi deposto, jurado meses

risar a frequente reuniaõ daí Asgembléas populares, para

antes as Bazes da Conslituiçaí e a mesma ConstitbiçaS

deliberarem sobre objectos da competência do Governo,

havia deste modo offerecido na quelle juramento o vinculo


• *1 , . . *1 '9 1
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e da administração da Justiça ; como se ahi se tivesse es-


4 da sua umas, eo penhor da sua adhezaõ à sagrada causa
*ii_l í f' *1 *

tabelecido huma Democracia; e como se semelhante pra-


da RegeneraçaS da grande Família Portuguesa.

tica podesse achar exemplo em Portugal, ou algum outro


9. Mandará mais esse Leal Senado abrira Pauta, que já

Domínio ultramarino, em que semelhantes reunioeus só

d' aqui foi apurada 110 anuo de 1821 , e formarás a Camara

tem lugar para a nomeaçaô de Eleitores, Deputados, Jura-

dos Vereadores, Juizes, Procurador, e Thesoureiro para

dos, e Camaras Administrativas, enada mais: Conhecerem

"I D ft o anno corrente de 1833, os que nella sahirem eleitos.

pelos seus Juises Ordinários de crimes contra si, isto bé

H -0 * •% t • 9 ff 10. Os ditos Juizes exercitarás nessa Cidade todas as attri-

contra o Governo, de que os mesmos Juises eraô membros.

huiçoeus do Poder Judiciário, que lhe saõ permíttidas ne-

e partes integrantes; e por conseguinte Juises cm causa


,% —
las Leis existentes, e providencias dadas para esse Local; e
própria: prender, sentencear, e deportar, sem processo

d eutre elles o mais velho provisoriamente as que perlen-


nem culpa judicialmente formada, calcando assim aos pés

ci&bá Vara de Ouvidor Geral, excepto a Alfandega, que


todas as Leis antigas, e modernas, e as Bases da Constituição

ficará regida pelo seu Administrador, e sem mais ordenado

que naô deveriaó perder de vista.

que o que lhe toca por este cargo. -

.5. Finalmente tendo commettido o maior dos attentados


lt. Em todo o caso porem os Juizes Ordinários, ou

contra as mesmas Bazes, por se terem constituído hum Go-


quaesquer outras Authoridades Judiciarias, naõ feráiV

verno manifestamente monstruozo, e anti-Constitucional.


parte do Governo dessa Cidade, para se nad authorisar

conservando unidos n'huin sò corpo, ou pessoa Moral os


huma violaçaô manifesta das Bases da ConstituiçaS.

tres poderes Políticos, que as mesmas Bazes separáraó,

12. As providencia» que fica5 substanciadas, continuarás

para oppôr huma insuperável barreira à opressaõ, à injus-


em vigor em quanto naS apparecerem outras emanadas das

tiça, e a tirania dos Governantes ; e para augmentar a feli-


Cortes Soberanas, ou d' El-Rei, porque estas sejaS derroga-

cidade Publica dos Governados, que só naquella separaçaõ


das ; ficando esse Leal Senado desde já responsável ás mes-

tem a garantia mais sólida dos sagrados Direitos da liber-


mas Cortes, a El-Rei, e a este Superior Governo pela contra-

dade, da segurança, e da propriedade : Direitos sempre per-


vençaS ao que fica determinado, e por todos os resultados,

plexos, e sempre ameaçados do infrene despotismo nos


que delia possa5 provir em prejuiso do socego, da seguran-

Governos, em que aquelles poderes naõ estáõ desunidos.


ça, e da tranquillidade publica desse importante Estabeleci-
211
A ABELHA DA CHINA

OFFICIO.
mento; cuja mesma existência tem estado ta5 arriscada á

2.°
vista das passadas commoçoens; podendo seus tunestos

No caso que alguma das authoridades de Governador,


effeitos trazer difliculdades, que nos complicassem com os

Chinas, e dar como tem dado assáz cuidado, e feito lem- ou Ouvidor Geral dVssa Cidade, ou ambas tenhão sido

brar a este Governo a sorte que outr'ora tiveraS n'essa restabelecidas nos seus respectivos Lugares, ficará# sem

mesma Costa os florentes Estabelecimentos Portuguezes effeito as providencias dadas por este Governo na hypo-

these de estarem os mesmos Governador, e Ouvidor Geral


de Liampo, e de Chencheu.

fora dos ditus Lugares. O que participo a V. Senhoria


13. Esse Leal Senado executara promptamente, e com

para sua intelligencia.


energia tudo quanto fica declarado, confiando no seu patri-

Deos Guarde a V. Senhoria. Goa 24 d' Abril de 1823.


otismo que concorra quanto lhe íor possível, para restabe-

D. Manoel da Cantara.
lecer a Ordem, a Paz, e o Socego Publico, e com este a

Para o Leal Senado da Camara da Cidade de Nome de


confiança no Governo, sem o que sempre a sua marcha

Deos de Macao.
será vacilante, precária, e nada profícua á Cauza Publica.

Em outro numero da nossa Abelha daremos a competente


Deos Guarde a V. Senhoria. Goa 24 d' Abril de 1823.

D. Manoel da Camara. resposta^ analítica a estes Officios.

Para o Leal Senado da Camara da Cidade do Nome de

Deos de Macao.
Londres 16 de Abril.

.Morning Chronicle. As Gazetas de Lisboa recebidas hon-

Fia de Successaõ, da qual trata o Officio precedente. tem, e que chega# até 28 do mez passado, plenameute

confirmaò a derrota do rebelde Amarante no dia 23 daquel-


O Conde do Rio-Pardo, do Conselho d* Estado de

le mez, perto da villa do nome delle, cujo titulo tinha sido


Sua Magestade Fidelíssima, e do da sua Real Fasenda,

conferido a seu pai na ultima guerra. Segundo varias Ga-


Gram-Cruz da Ordem de Christo, Cavalleiro da Torre e

zetas que temos lido, parece que o Exercito Constitucional,


Espada, Vedor da caza Real, Tenente General dos Reaes

commandado pelo General Rego, tomou posição em Ama-


Exércitos, Vice-Rei, e Capita# General de Mar e Terra

rante, à espera de que chegassem outras tropas que


do Estado da índia &. = Faço saber aos que esta Via de

marchava# para se lhe reunir, e muito principalmente da


SuccessaÔ virem, que sendo cazo que faleça Jose Ozorio de

cavalaria, de que elle estava falto. 0 rebelde Chefe empa-


Castro Cabral de Albuquerque, nomeado Governador, e

vonado com os seus últimos successos, e ancioso por for-


Capitaõ Geral da Cidade do Nome de Deos de Macao, de-

çar huma passagem a travez do Tamaga, antes que se for-

pois de tomar posse d'aquelle Governo: Hei por bem que

tificassem as linhas, intentou forçar no dia 22 algumas das

lhesucceda# nelle o Reverendo Bispo, o Ouvidor, eo Offi-

posiçoens centraes ; porem sendo repeli ido, fez no dia se-

cial de maior Patente eífectiva, ou mais antigo em igual-

guinte hum ataque formal sobre a ponte de Amarante^

dade delia; os quaes usaráo de todos os poderes , mando, e

acompanhado ao mesmo tempo de huma diversa# para o

jurisdicçaS concedida ao dito Joze Ozorio de Castro Cabral

lado de Villa Pouca e Gata#; onde estava postada huma

de Albuquerque. Mando ao Leal Senado da Camara da

parte das suas tropas. O grosso do exercito deixando as

dita Cidade, aos Capitaens, Officiaes, e mais Gente da Guer-

alturas da Feitoria avançou para a ponte, e entre as 9 e 10

ra, Justiça, e Fasenda delia os conheça#, por Governadores

da manhla principiou o ataque, que durou até as 4 da-

da referida Cidade, e lhes obedeça#, e cumpra# suas Ordens,

tarde. 0 bravo batalha# de Caçadores N.° 5 chegou do

e Mandados, sem duvida, nem interprelaça# alguma; de

Porto a Amarante no calor da acça#, e sem descançar cahio

que se fará Termo de posse no sobredito Senado da Camara,

sobre o inimigo. A victoria foi completa. Os rebeldes re-

no qual se assiguaráb os Officiaes, e mais Pessoas, que se

tiraraO-se para Campeara, deixando na sua rectaguarda 250

acharem presentes u'aquelle acto, segundo o costume. Pe-

prisioneiros. 0 General Rego fala de seus Officiaes e sol-

dro do Rozario Baracho a fez em Goa a vinte e tres de Abril


dados em hum officio, que sentimos naõ poder aqui inserir,

de mil oito centos e desasete. O Conselheiro Secretario do


nos mais sublimes termos; e outras relaçoens acrescentas

Estado a fez escrever. = Conde do Rio-Pardo. — Manoel


que o choque foi taõ grande para a causa dos rebeldes, que

José Gomes Loureiro. ==» Via de Successa# do Governo,

continuamente estavaò a chegar desertores, e que a maior

e Capitania Geral da Cidade do Nome de Deos de Macao,

parte dos prisioneiros, que o Conde de Amarante tinha

pela maneira que â cima se declara. « Cypriano Silvério


antes feito, se tinhaó ja escapado. Todas as noticias con-

Rodrigues Nunes. = Para V. Excellencia ver.

cordas em que a conducta do batalha# N.° 5 excede a toda

Declaraçaô.
o louvor; eo que he mais notável, he que elle he com-

posto de grande parte de filhos de Trás dos Montes. Esta


Em lugar do Ouvidor, na# largando este as varas, servirá

derrota, e as descobertas que depois se fiseraõ, desenvolveu


de membro do Governo o Vereador do mez ; e em lugar

ao Governo Portuguez a meada da conspiraça# a qual^


da maior Patente militar eífectiva o Sargento mor Joa#

como se vera, tem lido seus conjurados e protectores tanto


Cabral d' Estefique, Commandante das forças. Goa 24 de

cm Londres, como em Paris. Nada pode exceder o entbu^


Abril de 1823. D. Manoel da Camara.
A ABELHA DA CHINA.
21*

e que tem etfcitos, que jogaõ com particulares ligaçoeus,

siasmo dos PoriuffiieV.es Constitucional? è para a remota

filhas de taó aturada habitação ; quem segura o resultado !

defenda contra ataques de fora,, o Bei passou hum Deere o

Eu certamente naò posso tomar sobre mira, e a penas teria

para se formarem guardas nacionaes, sujeitas a áuthoridade

de invocar o Nome do Soberano Congresso, e de El Rei»

civil, nas quaes deveraõ entrar todos os que tiverem desde

para que V. Senhoria êntre no serio exaine de toJos estes


21 até 50 annos de idade. Em todas as repartiçoens do Go- m
v
resultados, pelos quaes, t para prova das minhas puras
verno desenvolveu se a maior actividade, e esta nova me-

intençoens, dispostas a qualquer sacrifício, pela causa


dida facilitará aos nossos manufactoristas huma grande

Publica, antes quiseia soffrer de novo a privaçaõ da minha


venda de armamento.

liberdade, se a sua inteira fruiçaó poder ser considerada

BAHIA.
offeusiva á sociedade, do que dar aos olhos de huma Naçuó

Noticia Official.
*elosa, com facto taò publico, esta nova prova de naò ha-

Senhor — Apresso-me a informar a V. M. que esta ma- ver entre nos iutclligeucia; havendo-a toda da parte dos

tih&a fiserao os insurgentes hum vigoroso ataque sobre a


seus Nacionaes, para mutuo*, e devidos reconhecimentos

nossa nla esquerda com huma divisão de considerável for-

entre si, pelo sabido respeito, cora que gradualmente se


ça. EHes forno desalojados das posiçoens que ocopavao, e

obrigados a retirar-se em desoTdem pela Legião Constitu- trataõ, e na5 deixando de haver para comigo alguma con-

cional Lu itana o 3 °Batalh?.6 de infantaria, e o { B «ta-


sideração, e maior certesa, de que amo a Paz. e a tranqui-

lhão do 1." "Regimento de Milícia. À perda do inimigo foi

lidade do Paiz, em cujo trato de negocios fui por tanto


considerável; a artilberia da mencionada Legiaõ fez grande

destroço nas suas fileiras. As nossas tropas com porta rno-se tempo reconhecido pelo seu, e nosso Governo. Toda-

mui bellamente. A nossa perda be mni pequena. Deos


via, se (ontra toda a idea real, ou presumida possa ver

Guarde a V. Merce muitos annos -í— ígnacio Luiz Madeira

o perigo que se imagina, e faser circular, o qu-i em todo


de Mello — Bahia 15 de Fevereiro de 1823.

o caso teria só c Afeitos individuaes, quando naõ me-

Continuação da expoziçati referida na caria do Cante-


reça a protecçaô, que as Bases da Coi sti uiç; 5 m« un he{

lheiro Arriaga inserida no nosso N°. XXXVIL


em til intelligenci i dé se verídica prova á exi le- cia do

e continuada no J\f.° XXXVIIL


mesmo perigo, ou haja para eonhniig.j huma toiWiurct te

explicação a que tenho direito, como cid.daõ Constilu-


Mas tenho os precisos sentimentos para levar â exacta

cional, e aqui domicil udo-, ou como Magistr do que servi


observância o pensamento de Fenelon = Mais do que amim

mesmo, a minha família* mais do que minha família, a mi- das circunstancias, a vari.dade dos molivbs*, c f cios espa-

nha Patria«e tenho, afinal, a satisfaçaõ de poder pro- lhados á semelhante respeito, que sena ò primeiro a não

vallo (a pesar de publicas prevençoens) com documentos diser m is huma palavra, e lev .rei ao conhecimento do

indeléveis, sem deixar de reconhecer, que naõ he obsequio, Soberano Congros o, e do Governo o re ciproco neebrdo

e sim dever o que se faz em honra da Patria, e pelo inte- o' adópçaõ de huma medida, em que ahás por ser infringi

resse commum do Estado, o melhor alvo, que a moral oflfe" da a melhor Lei do Codigo Constitucional, f. ço outra

rece aos olhos do Cidadãõ. maior violência a meus proprtos senti re tos, qual a de

Mas qual interesse commum padece com a minha demora mudo instru médio» para rtverter sobre o Leal Senado (a

por mais 4. ou 5 meses nesta Cidade ! Se as m nhãs vistas quem só desejo faser liteis serviços) as complicadas conse-

nao fossem pacificas, teria vivido, como vivo, há mais de


quências* que saõ d1 esperar. Por quanto j* como parti—

, que pideçn ! Sem força, sem opinião, sem génio pró- cular, ja como homem publico, contrahi cuffaffeanientos
rt rt

prio, nem algum fim para actos subversivos, pode haver licitos, de cujas liquid.tçoen* naõ fujo, altenta a minha

fundado receio, p ra logo exigir-se a aniquilação de huma graciosa garantia, e que carecendo aqui da minha existên-

família, que ha 17 annos, gosa o foro de domicilio, e que cia para indispensáveis explicaçoens (a bem de interesse, e

de nenhum modo o tem perdido! Naõ >crá certamente o que se podem reputar Nacionaes) ao menos até a volta

Leal Senado, que queira consenti'-, se ponha à Constituição nesta inonç..ò das respect;vas R«soluçoens, qualquer falta

mais este ferrele por huma mera suspeita, e preparadas proveniente da minha forçada retirada, i aõ pode ser-me

declarrçoens, em hum Paiz, aonde há relaçoe;»s exteriores, cargo, e sim de quem me violenta, havendo entre os Illus-

que fasem vigiar a nossa '•onducta ; e por isso naõ conVeui trissimos Vogaes do Leal Senado quem pode avaliar da

deixar prevenir contra a decidida vantagem de taò provei- importância desta verídica asserç ió, o que espero naõ seiá

toso Sistema. Athé agora huma voluntária condescen- tomado, se naõ como declaraçaõ justificativa das minhas

dência da minha parte, segurando sempre o preciso para dilligencias, abem de tratos tanto inais importantes quan-

manter odecóro exterior, tem sido por meu empenho,


to mais jogaõ com interesses públicos, e só por isso credor

único meio de conciliar difficuldades, agora sabida forçada.


da consideraçaõ do Governo, (Continuar-sc-ha.)

AVIZOS. Sexta feira 22 do Corrente em Casado fallecido Jo õ Jose da >ilva e Sousa, se fará Leilão de vários moveis

de bom gosto; e se continuará os dias seguintes athe acabar, principiando pelas 9 horas da imnháa.

Pela Ouvidoria Geral se ha de faser no dii Sóbhado 23 cio corrente o Leilão do espolio, pertencente ao defuncto

Vicente Manoel Gonsulves, era a 3.# cava das escadjs de S. Paulo, teudo entre outras cousas, tuuita roupa uova de

Beogalla e de Europa.

NA TYPOG&APHIA DO GOVERNO.
1
À

DA

N A

QUINTA FEIRA, 28 de Agosto.


N.° L. 1823a

4 è t t "hoC TEMPORÉ

OBSEQtJIUM AMICOS, VEfclTAS ODltJM PARlT^-TERENTIUS

" 1. Que tenho ja feito a formal e solemne declaraçaô

GAZETAS DE PARIS
de que naõ jurarei; a qual de novo ratifico.

2. Que estou proíDpta a submetter-me ao que El-Rei

TRANSCRIPTAS NO JORNAL DE CALCUÍTA «

ordenar em virtude da Lei. Vejo-me, conitudo, na neces-

sidade de declarar que estoii muito mal de saúde, mesmo

L ISBOA 12 DE DEZEMBRO DE 1822. Publicou-se

peior do que geralmente se pensa, e que a conservaçaò de

huma relaçad, acompanhada de todos os documentos offi-


si proprio he huma Lei da naturesa. Estou certa de que

ciaes, de tudo quanto se tinha passado desde 3 de Novem-


nem El-Rei, nem o Governo dezeja que eu morra no ca-

bro até 4 de Dezembro, em consequência de naô ter que*


minho, visto que estamos no meio do inverno, e que naô

rido a Rainha dar o juramento à Constituiçaô.


posso aventurar-me a emprehender hutna viagem em quan-

Os Ministros do Interior, dos Negócios Estrangeiros* D to elle naõ acabar. Para provar que naô procuro servir-

da Marinha foraô no dia 22 de Novembro ao Palacio de


me de pretexto algum, estou prompta a retirar-me para

Queluz para informar a Rainha, por huma nota verbal, o Palacio do Ramalhaõ com minhas duas filhas (das quae*

que o termo fixado pela Lei para ella dar o juramento dezejo nunca estar separada) até que a estaçaô me per-

a Constituiçaô expirava á 3 de Dezembro, e que por tanto


mita sahir do Reino.

era necessário que S. Magestade manifestasse suas inten-


" 3. Que minha tençaô he a de ir por mar a Cadiz,

çoens sobre aquella matéria í mostraraô-lhe os inconve-


pois que por falta de saúde e forças, esta viagem me he

nientes, que resultariaõ d'ella recusar dar o referido jura-


mais commoda do que huma jornada por terra.

mento. Este he o documento Num. I.


" Palacio de Queluz 28 de Novembro de 1822.

Num. 2, He a iresposta da Rainha nos termos seguintes^ [As9ignada ] " A Rainha."

Num. 6, He a opiniaô do Conselho d1 Estado, datada de


u
Que ella ja tinha mandado affirmar a El-Rei que naô

29 de Novembro. Este faz ver em substancia, que a ma-


daria o juramento, que ella tinha feito huma promessa de

ioridade do Conselho foi da opinião de que sendo os tres


que nunca juraria, fosse para bem, fosse para mal, durante

poderes distinctos pela Constituição, naõ podia hum exer-


toda a sua vida ; que naõ adoptava aquella conducta por

citar a authoridade d' outro ; e de que como pertencia ao


altivéz, ou por odio ás Cortes, mas simplesmente por ter

poder judicial o determinar a aplicaçaõ da lei a casos par-


dado a sua palavra, pois que huma pessoa de bem ja mais

ticulares, devia a presente questaõ ser o objecto d'hum


deve retractar-se, que ella bem conhecia a Lei i que sabia

processo regular, que teve origem em 3 de Dezembro,


os penas que a Lei inflige, e que queria submetter-se a ella."

afim de que fique decidida, e se execute a sentença, logo


Num. 8, He huma ordem d'El-Rei, mandando que se

que a força das provas naõ dem lugar a menor duvida.


1
reunisse o Conselho d Estado, e desse a sua opiniaô sobre

Também a mesma maioridade foi da opinião de que esta


os meios de conciliar a execução da Lei com o respeito

importante questaõ devia ser commetida a decisão das


devido a jerarchia, e outras circunstancias ligadas coma

Cortes. Os Conselheiros Moura, e Brancamp deraõ hum


prssoa da Rainha.

parecer opposto ao da maioridade. Julgaraòquea Lei

Num. 4, He huma carta d' hum dos Ministros a Rainha,

era clara e precisa ; que nada tinha o Governo quefaser,

pedindo lhe que designasse o pai? para onde perteudia ir,

se naõ executala* e que a intervençaõ do poder judiciário

a fim de que El-Rei podesse fazer os arranjos detidos a

naô era necessária; porem concordarão em que fossem re-

dignidade de S. Magestade.
D n
mettidos as Cortes os motivos de moléstia, que impossibi.

Num. 5, He a seguinte resposta da Rainha. =


litavaõ a Rainha de sahir iinmediatamente do Reino. Fi-

Hontem pelas 10 horas da noite recebi por via do Mar-


nalmente determinou o Conselho que a Rainha tivesse a

quez de Vallada a intimação de Felipe Ferreira, feita por liberdade de escolher o lugar de sua futura residência,

parte d' El-Rei, a qual devo responder «= porem que naõ se lhe permittisse levar com sigo as Infantas.
214 A ABELHA DA CHINA.

sua própria consorte ? Para mostrar mais plenamente 0


09 N°\7, 8, 9, 10, ll,e 12 dizem em resumo o seguinte®»

caracter precipitado destas medidas, leiubremo-nos que a


Os Ministros Jozé da SilVa Carvalho, e Ma icei Gonçalves

Lei em questão fixa o dia 3 de Dezembro coino o termo do


de Miranda foraõ da opinião de que a Rainha deve sair do

tempo em que se devia dar o juramento; e que ja a 22 de


território Portuguez no dia 4 de Dezembro. Sebastiam
. %

Novembro se tinha» dado ordens a Rainha sobre esta ma-


Jozé de Carvalho, e íelippe Ferreira fora» da opiniaõ de

téria. No dia 29 do mesmo niez ordeuou se ao Ministro


que, em consequência do estado de saúde da Rainha, deve

da Mariiiha que preparasse huma Fragata para á condusir


ficar suspensa a sua partida. Silvestre Pinheiro, ao mesmo

tempo que concordou com as opiniões precedentes, quiz para fora do reino; e no dia 2 de Dezembro (vespora do

dia em que expirava o termo fixado pela Lei para dar-se


qúe se excluísse a Hespanha dos paizes que a Rainha

o juramento), responde o Ministro que está prompta a era-


pudesse escolher para sua residência.

barcaça». Tal he a pressa com que querem expulsar do


N.° 13 He hum Decreto de Ei-Rei, ordenando que os

Médicos o informem do estado de saúde da Rainha. reino huma Rainha; cujo9 louvores tem retumbado mais

N.° 14 Hé hilma carta do Ministro dos Negocios Estran- de huma vez nesta Salla, pelo seu apego e adherencia ao

geiros a Rainha, diseudo-lhe que se a vida de S. Majestade Systema Constitucional. E para que tamanha ancia ? Para

naõ perigasse, e!la deveria deixar o Reino no dia 4 de que tamanho desejo de apartar a El-Rei de sua Real con-

Dezembro, sem levar com sigo as Infantas. sorte, mergulhar em afflicça» toda a família Real, e dar a

N.° 15 Hé a iuformaçaô dos Médicos. Esta diz que se Naça» em geral a maior péua, o que teria acontecido, se ot

a Rainha se exposer a intemperatura da athmosfera, médicos da Rainha na» tivessem declarado que a saúde

•offrerá algum dos ataques, a que ella hé sugeita. Em con- delia se achava em perigo.

sequência do que o Ministro a notifica para que se retire " Esta usurpaça» feita ao poder judicial pelo executivo,

a Quinta do Ramalha», acompanhada das pessoas necessá- esta violaça» dos direitos pessoaes e reaés da Rainha, a

rias para o seu serviço.


falia de respeito que os Miuistros tem mostrado para com

N.° J6 Hé huma certida» de na» ter a Rainha dado o as Cortes, (por que estas devia» ser consultadas em pri-

juramento da Constituiça» até a data de 3 de Dezembro meiro lugar, como prnpoz o Conselho de Estado); eslei

a tarde. factos dificultosamente se acredita ria o, se iiíio constassem

Hum Decreto de Sua Magestade, datado de 4, diz que da conta dada pelos mesfnos Ministros. He claro que a Rai-

em consequência de haver a Rainha recusado dar o jura- nha naõ pode verdadeiramente ser privada de seus direitos,

mento a Constituiçad, ella tinha perdido todos os direitos do seu dote, ou de sua liberdade pessoal, excepto por huma

civis e políticos, que pertencia» já a seu caracter de Cida- sentença dada pela competente authoridade: e como o ac*

doa Portugueza, jà a dignidade de Rainha; e ainda mais tual ultrage exige hiima prompta separara», proponho —

4<
que ella deveria sair immediatamente do território Por- 1 Que a Rainha, er/íe omniay seja restituída a liberda-

tuguez. de, e ao pleno goso de seus direitos, da mesma maneira em

Outro Decreto determina que em consequência da infor- que ella se achava antes do Decreto de 4 do Corrente mez.

inaça» dos Médicos, deve a Rainha retirar-se para a Quinta •«2 Que se mande depois formar hum processo relativo

do Ramalha», até que o estado da sua saúde lhe permitta a este negocio perante aquella authoridade que as Cortes

sair do Reino. nomearem; ou perante as mesmas Cortes, pelo mesmo modo

Na Sessão das Cortes em 11 do corrente discutio-se outra com que se procedeu em Inglaterra a respeito da defuncU

V6Z a questa» sobre a Rainha, em consequência da seguin-


Rainha daquelle paiz, visto que a nossa, participando em

te moçaõ feita pelo Senhor Accursio das Neves «=


tudo das prerogativas de seu augusto Esposo, naõ tem juiz

" Os direitos Constitucionaes da Soberania tem sido es-


determinado.

candalosamente violados na augusta pessoa da Rainha Car-


"Desta maneira ficaraõ satisfeitas a honra ca justiça

lota. Sem as formas de hum processo legal, sem sentença


nacional: e o nosso paiz Sairá do errado caminho em

de authoridade alguma judicial, ella tem sido privada dos


que o tinha precipitado a conducla dos Ministros: por

•eus previlegios civis e políticos, de sua competente renda,


quanto os Estrangeiros dirá» que o nosso bom Rei se acha

e até de sua liberdade} visto que se lhe na» permitte con-


em hum estado de captiveiro, se ouvirem dizer que hum

servar em sua companhia as Infantas suas filhas, nem algum


Monarca ta» nomeado pela sua ternura e bondade para

outro creado alem daquelles, cujo serviço lhe he indispen-


com a sua família, em vez de remetter este negocio as

sável. Que mais se poderia faser, se ella fosse convencida


Cortes, como o aconselhou o Conselho de Estado, deixoo-

dos maiores crimes ? O motivo allegado pelos Ministros


se levar por seus Ministros, a huma arrebatada determina,

para semelhantes procedimentos he, que a Rainha na» ju-


ça»; determinaça» que deve repugnar coin os sentimento*

rou a Constituiça», como está determinado pela Lei de 11


do seu proprio coraça»,,

de Outubro. Na» está claramente demonstrado que Sua

Esta moçaõ foi apresentada, e assignada por alguns

Magestade se acha no caso previsto por aquella lei: porem


Deputados; e ainda que outros proposeraõ que ella se devia

quando assim fosse, quem authorisou os Ministros para


rejeitar ; com tudo as Cortes declarara5.se em Sessão per-

se erigirem em juízos da Rainha, servindo-se para isso do


manente para a examinarem com mais attença». Teudo.se

nome de EbRei> que na» lera authoridade pari julgar a


declarado urgente a referida moça», foi lida segunda vez *
A ABELHA D A C H I N A. 215

e a Assemblea ordenou que fosse remeltida a hm na com- Rio de Janeiro, era abertamente a pessoa mais Constituci-
#

inissaõ especial, nomeada para examinar os documentos onal que acompanhou a EL-Rei, e continuou assim ate que

seu Marido cordialmente adoptasse a Constituiçaô, e adhe-


relativos a este negocio.

risse ao novo Systema. A opposiçaó que ella agora mostrai

M0RN1NG CHRONICLE.

nasce antes de hum espirito de contradição, do que de qual-

Londres 30 de dezembro. O grande interesse, que se

quer motivo de desaprovação ; e este espirito de apurar á

tem excitado por haver a Rainha de Portugal recusado

paciência a EL-Rei. assim como varias outras propençoens

jurar a Constituiçaô, e também cts boatos sem funda-


e inclin&çoens que ella parece ter herdado de sua defunta

mento, que a èste respeito tem circulado, nos òbrlgàraô


inai a Rainha de Hespanha Maria Luiza, tem sido a causa

a examinar de pròpositò a Constituição Porlugiieza, e


dei lés naô terem podido viver em boa harmonia ha muitos

outros documentos públicos applicaveis á este caso; é


annos. Vários a contecimentos que tem eccorrido na quelle

achamos que o estado real da questaO hé pouco mais

periodo dévem fazer da Rainha hum objecto de descon-

ou menos ô segui o te. =»


fiança para a Naçaõ Pórtiigiieza, desde o momento em que

Pelo artigo 127 da Constituição da Mònarchia Portugue-


ella recuzar prestar a sua obediência as Leis fundamentaes,

za a pessoa d* fel-Rei eslá declarada inviolável, e elle hé


pelaá quaes aqueila se governa.

além disso exempto de toda e qualquer responsabilidade.

GAZETAS DE PARIS.
Esta clausula só se estende a elle, e naS a Rainha; e por

TRANSCRIPTAS NO MORN1NG CH&ONICLB.


consequência ella fica conservando o caracter de hum

[jornal DE PARIS.]
súbdito. *

PaRis 18 de Abril. As falias de Lord Liverpool


<4
Pelo artigo 130 da metimá está determinado que as

e Mr. Catining, taõ notáveis pela sua decizaõ como pela


Côrtes, no principio de cada reinado, daiáÔ a El-Rei ea #

sua franqueza, e a baixa que depois delias se seguiraô nos


Família R. huma pens ;iÔ annual correspondente as suas altas

fundos Inglezes i nurfleroza gente que parle de Calais; a


dignidades, a qual na5 podeiá raudar-se em quanto durar i •

obstinação do Moniieur em naô repetir os breves bulle-

nquelle reinado". Conseguiniemenle fica incluída nesta

lins na Esloile e no Jornal do$ Debals ; o silencio conserva-


providencia a Rainha, a qual por isso se torna dependente

do por trez dias sobre asoperaçoen9 contra S. Sebasliam,


daNaçaÔ relativamente a sua subsistência, pois que parte

e Pampelona; as dissenSoens que seobservaô entre a maio-

das rendas nacionaes hé destinada a aquclle fini.

ridade (os amigos da guerra;) a grande demora que tem


Por hum Decreto especial passado pelas Coites depois

*ido em avançar o 4o corpo do exercito dos Pyrineos; car-

de estar acabada a ConèliluiçuS. e promulgvdo por El-Rei

tas de Portugal* qiie fallaÕ do embarque do Conde de


com a dela de 11 de Outubro; está declarado. ■=■

Amarante, depois de haver sido completamente derrotado,


44
Que no 1.® Domingo do seguinte mez de Novembro

e terem Sido executados dois dos seus confederados ; o con-


todos os Funccionaríos pubbeos, Civis, Ecclesiasíicos, e Mi-

teudo da proclumaçaõ da Junta Hespanhola, que annunciaô,

litares em Lisboa deviaó dar o juramento a Constituição, ? ; r •

aos povos da Península que tudo se deve restituir ao e9.


e para as outras parle9 dd Reino determinarão se differen-

lado em que se achava em 1819; a rezolucaó que toma-


te períodos. Es'a obrigação de jurar a Constituição lie

raõ certas Potencias de naõ reconhecer acto algum do Go-


prescrita absolutamente a todos os que comem o paó da

verno Hespanhol desde 1820; o boato que corre de que


Naçaò, e acaba pela Seguinte ótausula »

hum Embaixador jâ tem entregue huma nota sobre isso t •


1
Toda á pessoa, que sendo obrigada pè'o p.fisente Decreto » ™

taes saô hoje os topicos das geraes conversaçoens, e que


a jurar a politica Constituído da Monaicliia, recusar

parecem ter influído sobre os Fundos.


cumprir com taó sagrado devér, perderá a qualidade de

Cidadaó, e immediatamente sairá do território Portugucz.


[extracto de huma carta particular ]

Esta Lei foi geral para todo9 os sdb(íitos, e em conformida-


átx-la-chapelle 13 de Abríu. Cartas de Petersburg o de

de delia a Rainha naõ pódia por mais tempo comer o paõ da


23 de Março dizem que Sir Charles Bagat, Ministro Inglez,

Kaçaõ, huma vez que ella naõ prestasse ò necessário jura-


conseguio finalmente que o Governo Russiano se deter-

mento. Naõ o querendo fazer,' ella cabe debaixo da appiica- minasse a naô mandar tropas algumas para se reunirem ao

çaõ da Lei* bem que ósta, quando foi feita, naõ previsse es- Exercito Francez dos Pyrineos.

te carfo. Com tudo o Courier outro dia naõ só escarneceu


Logo que estas cartas chegaraô de Petersburgo a Vi-

da cortesia e humanidade dos Revolucionários para com a


enna, o Encarregado dos Negocios Iuglez dirigio huma

Realeza, tordo támbera efitra em huma defeza pessoal da Nota ao Príncipe de Metternich, na qual o Governo Bri-

Rainha, cujo caracter, diz elle, he ir^eprehensivcl, pois tânico decidamente se mostrava Opposto a que as Poten-

que ella se naò tem posto a frente de facÇúÕ alguma no seu cias Continentaes entrassem na guerra entre França é

proprio pàiz, &a. Hctfpanha. ^ ^

O Courier naò pode estar bem inteirado da historia se-

GAZETAS DE NOVA YORK.


creta da Quinta do Ramalhal), ou do Palacíò [do Rio de

[TRANSCRIPTAS NO MORNINO CHRONICLE.J


Janeiro ; porque nunca se mandou proceder a huma Deli.

DE
cada JnvèstigaqaÕ, e esperamos que nunca tal se fará; com Nova york 2 abril. Houve huma revoluçaô em Chr

tudo deve saber-se que a Rainha, logo quando voltou do li, e da Conceiçaô, marchava hum exercito contra Santiago1
DA china.
216 A ABELHA

familia, em tempo competente, e depois de concluídos os


O Congresso Brazileiro naô se reunio, e duvída-se de

meus arranjos ( o qHe ainda naô leve lugar pelos sabidos


que elle jamais se reúna. Algumas das Províncias recuzaraô

extorvos,) e dos segundos, que fosse directamente para


mandar Deputados. Pernambuco declarou se em favor do

Lisboa = Logo embaraçando-me a esta viagem directa a


governo republicano.

escalfa pelo Brazil, a bordo do Vasco, (posto que parta

MACAO. primeiro ) e as minha» circunstancias a que sara ja, com a

Transcrevemos aqui a seguinte ordem de S. Mageslarie pa- minha familia, pelas razoens dadas, e agora mais publica»;

ra que os vadios se naô queixem, quando o Governo, obriga-


e mesmo naô estando ainda concluídas as explicaçoens, e

do da necessidade, a mandar pôr em execuçaô.

contas com essa mesma Administração, a pe/ar dos meu»

Manda El-Rey pela Secretaria de Estado dos Negocios

exforços, e supplicas, que reitero, por que sem esta liqui-


de Justiça, remetter ao Intendente Geral da Policia a rela-

çaô induza dos indivíduos, que naó tendo outros meios daçaô, nada posso arranjar, parece que o ponderado addi-

de subsistência mais do que seos officios, vivem occiozos,


amento, naõ sendo opposto às intençoens havidas nos

e por este meio se tornaô suspeitos: para que na conformi-

Conselhos, esuas dispoziçoens, ficaria unicamente depen-


dade das ordens das Cortes faça entrar no Servirço^ do

Exercito os vadios que forem capazes para este Serviço, dente do arbítrio de V. Senhoria o defferir-me, ainda que

e proceda contra os outros na fornia da Ley, dando couta


naõ quizesse fazer uzo da sua própria Authoridade, como

por esta Secretaria de Estado de assim o haver cumprido.

lhe hé cabente; por quanto desde o dia 19 de Agosto,


Palacio de Queluz em 3 de Junho de 1822*=Jo%e da $ilvu

Carvalho<= em que este Publico entendendo proprio reassumir os seu9

permitivos direitos, e os entregou ao Leal Senado, com


Contirruaçati da Esposiçati.

marcado regimento, a elle lhe nati resta mais que obedecer;


Fundamento em taes princípios, pelos quaes mostro,

como tem feito, e V. Senhoria unicamente rezolveo-se nos


que naô considero a minha existência sô ligada aos devidos

negocios que lhe estaô a cargo, a respeito dos quaes (em


Officios,para comigo, para com a minha família, e para

que este hé involvido ) há marcha legal, cuja pratica so-


coma Patria, mas á relações exlranhas influentes na har-

mente responsabiliza o mesmo Leal Senado ante o Gover-


monia, de qne também o Paiz carece, para naõ expôr-se a

no superior, pelo uzo, que haja de fazer 110 exercício da

comprometimentos, terá V. Senhoria de permittir-me,

porçaô do Poder executivo, que lhe foi confiado, e que na-

chame a sua consideração ao preciso exame de importân-

da lhe allivia a resoluçaô dos Conselhos, seja huns, ou se-

cia dos embaraços, que lhe apontei, quando lhe pedi o

jaô muitos; porque estes mesmos, quando devidamente

addiaraento de viagem j e se comparada a minha situação


havidos, segundo o seu requerimento, que naô hè superior

com as dos meus accusadores, deva ser por mim que a ac-
a Ley, nem passaô à ingerência de attribuiçoens judicia-

çaó do Governo soffra desmaio. E posto que considerando

rias, exclusivas dos Juizes, nem se daõ em negocios parti-

a V. Senhoria, como devo, ligado aos mesmos anneis da


culares que tem legal procedimento nem os seus votante»

cadeia social, que taõ felismente nos prende, para naò sóp-

devem exceder os dezignados pelo mesmo regimento o

pôr que queira para outrem, o que para si, em iguaes cir-

que hé diverso dos Ajuntamentos, ou Assembleas popula-

cunstancias naó quereria, devendo por consequência infe-

res, sempre perigosas, fora dos actos determinados pela

rir de que naô se negará a tomar a precisa, e conforme

Ley; a qual como se vé pelo Alv. Num. 17 do Foral naõ

deliberaçaô, sem á escusa, e inútil ingerência de qualquer

admitte que á Camara se dirijaõ em tumulto, para qual-

outro Corpo; com tudo, vendo, que V. Senhoria se referio

quer reprezentaçaõ; vem a penas os mesmos Conselhos a

ás resoluçoens dos Conselhos passados, devo agora ponde-

obrar como corpos Consultivos em negocios públicos, e

rar-lhe, que, eu longe de considerar a minha supplica a ellas

determinadas circunstancias, nos mesmos termos, que àcerca

contraria, a tenho por conforme a seu espirito, e mesmo

do Conselho de Estado foi decidido pelas Côrtcs, por lhe

à sua letra.

faltar (como se lé no Diário do Governo) o mecanismo

Por quanto pelo Ajuntamento de 16 de Setembro, ha-

executivo; Sendo tal a deliberação do Soberano Congresso


vido no tempo de maior confusad, e geral desconfiança,

em fazer sustentar a devisaô de Poderes, Decretada nas Ba-


ainda antes de conbecer-se o resultado do processo orde-

ses da Constituição (art: 23) que, alem de nunca ingirir-se "

nado, assim mesmo, disendo-se, que eu nada tinha com o

em assumptos próprios do Executivo, e do Judiciário, se


sucesso do dia 14, se resolveo, que em monçaò própria

naô em tanto quanto preciso para responsabilizar os Em-

sahisse de Macao indeterminadamente; acressentamlo V.

pregados em hum, e outro Ministério, naõ consente que


Senhoria depois em SessaÔ de 18 de Setembro, que me fica-

qualquer individuo, ou Corporação possa exercer Autho-


va em arbítrio a escolha de Navio commoáo para mim, e

ridade publica ( como he a de julgar) que se naô derive


para minha familia; dando tempo para as indispensáveis

da Soberania, OB da mesma Naçaô, em que ella rezide


explicaçoens a meu cargo. Pelo de 17 de Novembro se re-

unicamente, para ser exercitada por seus legítimos re-


zolveo, que fosse direitamente para Portugal, e isto se

prezentantes) art. 20 das Bazes, e 23 do Projecto da


confirmou no dia 5 de Dezembro. Deixo de parte as ra-

Constituição, jà discutido). No que hé conforme a regra


zoens havidas para estes Conselhos; formalidade guardada ;

estabelecida, de que quem naô pode proferir qualquer


partes componentes, próprias attribuiçoens; objecto dc

Sentença (como naõ pode, se naõ quem tem a referida Au-


sua mera competência, e o momento critico, em que elles

tiveraõ lugar, como V. Senhoria sabe; e só tenho a dedu- thoridade) naõ tem que ser responsabilizado.

zir da rezoluçaô do primeiro, que houve a generoza con-


[Continuar-se-ha. J

sideraçaò' de que eu sahisse decentemente com a minha

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO.
DA

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N.° LI. QUINTA FEIRA, 4 de Setembro.


1823,

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• • * HOC TEMPORE

OBSEQUIUM A MICOS, VERITAS ODI.UM P AR IT."—TERENTIUS.

[DO jornal DE PARIS. 1


MORNING CHRONICLE. T J

Paris 17 iíe Abril» Hontem distribuio se pelos De-

[DO COURIER FRÁNÇAÍ.]


putados da Camara a ultima das peiiçoens, das queics se
m •

dará huma conta no dia 18. Entre ellas apparecem as de


.»■ •

M ADRID 5 de Abril. Publicou-se esta noite, pelas


hum grande numero de manufacturistas, mercadores: e
• 9
' » • * ^
11 horas, huma Gaseta Extraordinária, que dissipa todos
negociantes de Paris, Marselha e S. Quintin, de Landorane,

os receios a respeito de Valencia ella traz hum despacho,


de Padron (Cote D* Or), e dos habitantes de Oppely (Oise),

datado de 2 de Abril erti Valencia, e assignado por Joaõ


mostrando os seds desejos pela paz.

Abascal, o qual diz que o Coronel Antonio fcazan encon-

1
i ^ *4" í JL ]) fj I—I r I^Br I I
trou entre Murviedro e Almenara a principal força dos

[extracto íje huma carta de PARIS. 1

facciosos constando de 5,000 homens còtii a sua conpetente ... # I . • •• I

"Parece que nossos negocios políticos na# va# muito

artilhcria. Elles forroara5-se em òrdem de batalha para


. i » ' 0 <
bem; 5 ou éoò feridos tem entrado em Bayonna. 0

disputar a passagem ; porem ò Coronel Razanj à pesar de


General VasSereau fòi morto èm huma escaramuça na Ca-

naô ter mais do que 1,000 homens, na# hesitou ; em poucos


talunha. Correu hòntém a noite o boato de que depois

momentos obteve huma das mais completas vlctorias, que

desta acça#, em que também tivemos o mesmo numero

se tem ganhado desde que principiou a luta entre a


9 • |
de feridos, Miná invadio o território Francez, e se achava

liberdade e o despotismo : 800 mortos, 200 presioneiros,

efn Foix. "

1,000 espingardas, e 8 caixoens de muniçoens foraô o re- «

sultado d'aquelle dia, que encheu os facciosos de confusão


a ■ [das gasetas de bayonna.J m

e terror. A acÇa# principiou as 9 horas de manháa, e

Bayonna 15 de Abril. A occupaça# de Bilbao pelas


agora as £ da noite está a columna victoriosa desfilando

tropas Francesas foi a rogos dos habitantes, com receio


diante da Lapide dá Constituição, gritando ^Constituição

de que o Exercito da Fé comettesse alli alguns excessos, e

ou Morte ! "

traçou-se huma linha, alem da qual naò podem passar as


• 4 f j » ' j ,

As noticias que temos de Murcia também sa# de2, V f ' I • A #*' i j


< ♦ • » tropas
I da Fe. Tem-se tirado iirtmediatamente vantagem

as da Corunha de 30 do mez passado. As Authoridades I — S J, s ^

desta occupaçao para enviar desta Cidade por mar provi-

Militares e Civis mostrao por toda a parte a maior activida-

soens, muniçoens &a. de que está muito falto o Exercito

de, e procuras chamar ao seio da patria os illudidos filhos «fc • \ ... •

Parlirao jà varias embarcaçoens para este fim; porem se

que se arrependem da sua passada conducta. Continuas

acreditarmos boatos, que parecem bera fundados, de S. Se-

ao mesmo tempò a fazer huma aturada guerra aos rebel-

bastiam vaò a sahir embafeaçoens armadas que as tomem

des, que serâtf completamente dispersos; graças ao bom

no caminho. Ò certo hé que, a viagem hé taô arriscada,

espirito das providencias, á coragem das tropas, ao edthu-

que naò se a chão seguradores que tomem o seguro das

siasmo da milícia, e á firmeza de todos os patriotras.

primeiras.
J
« \ . , , f « . . • f
O Chefe Politico publicou á segui aí e noticia. .
Entre a muítidà# de boatos, podemos dar a noticia de

O Rei e a Família R. chegara# a Andaiusia as 6 horas


que houve huma seria acçaS entre Villa Real e Tolora»

da tarde no 1.° de Abril, sem terem SofTrido o menor


Diz-se que o Pastor tem posto huma erabuscada em huma

íncommodo na sua saúde. Fora# recebidos pelos habitantes eminência próxima a hum máo caminho, e que tem feito

com gritos de "viva a Constituição, com o ítei Constitu- muito damno as nossas tropas, especialmente as do 23 de li-

cional! As cazas situadas nas ruas que condusem ao


nhá; e i-se que o General. S. Hilário perdeo a sua

Palacio, onde Suas Magestadcs se apoiaras, estavaõ ornadas


bagagem. S. Sebastiana resiste, e provavelmente será neces.

com flores e tapeçarias. A' noite houve huma illurainaça#


sano sitialo em forma ; o que mais nos embaraça hè a falta

geraí. ' V;
de cavalos para artilheria &a. Precisa-se de hum grandi
A ABELHA DA CHINA.
518

do Norte pertender tomar nisso hum partido activo. Diz-


numero delles (de 9,000 só para este exercito). Hé verdade

se cjue a Corte de Vienna coincide inteiramente em todo9


que se diz já se haverem comprado no interior 6,000 i mas

estes sentimentos.
quando chegaraõ elles ? Com tudo, as peças que aqui es-

ta5, e as que se esperai) de Toulousa, se iraõ mandando pelo

PARIS.
modo possível i e nisto seraõ empregados, como jà se tem

[Do Jornal Ecclesiastique, Politique &a.j

feito coro as provisoens, todos os cavalos dós lavraddrès.

[20 de Outubro de 1821.]


Isto hè hum grande estorvo para os trabalhos d' agricultura,

Se traz à memoria a perseguiçaô suscitada, há dois anno9


os qnaes se achab atrasados pela naturesa da estaçao, e pode

contra os Catholicos de Damasco. Os Gregos Scismalicos,


causar htima falta parcial tia colheita deste anno. Che-

e particularmente o Patriareha Seraphin, tinhaS usado de


gou hontem, pela posta, hum OflF.cial engenheiro do quartel

todo o seu credito para vexar os Catholicos, e proscrever


general, afim de apressar a partida do trem de artilheria

o Clero desta Communhaõ. TinhaÔ exigido delles contri-


pesada.

buiçoens, e obtido em fim huma ordem do Granvisir Elads-


Panipelona está muito tranquilla. Ternas faltado com

chi para banir quatro Sacerdotes Catholicos. Esta ordem,


huma pessoa que sahio dê là ante honttm EsperaB se alli

e as vexaçoens, que a seguirad, poz em consternação as


os Franceses com firmesa, especialmente depois que entra-
* <

famílias CatHoIicas, e obrigavab a humas a expatriar-se, e


raô para a Cidade 1,700 homens, trasendo consigo algum
• vr *411 J r ' í?, V' i - * ■ % 4 1

a outras a ceder ao seu comercio. A conducta recente dos


gado. Esta praça hade demorar parte das nossas tropas,

Gregos tem obrigado a Porta a seguir diverso systema, e


mais do que se esperava, e ficaraò logrado^ os que disiaõ
1 â I ^ ^| • ^
o novo Visir tem feito huma Proclamaçaô, a qual o Gover-
que elles marchariaó em hum corpo até Madrid, e mesmo

nador Turco de Damasco, e Jerusalém tem dirigido aos 5


até Cadiz. Parece que a força do nosso exercito se dimi-
w
m jHMC *" \M • * - *»■ • • • * * \kj
de Julho ultimo aos Catholicos do seu Governo. Ella de-
nuira pela necessidade de sitiar algumas praças, e deixar

testa a cunducta de Seraphim, e as violências dos Gregos,


nellas guarniçoens; pois que se diz que se devem tirar

e diz que os Catholicos seraô considerados para o futuro


10,000 homem do corpo do Marechal Moncey para formar

como distinctos dos Gregos; que elles naõ lhe estaràB su-
hum quinto corpo, que aqui passará. Esta reducçaó do

geitos; que poderàõ seguir seus usos; que os Sacerdotes


corpo de Moncey daria lugar a Mina, e o habilitaria mais

banidos, e as famílias exiliadas saõ livres em voltar; e que


facilmente para porem execuçaó seu plano de atacar re-
V I r t# • ^ '
podem estar para sempre tranquillos; e expor á Porta,
pentinamente o nosso flanco sobre o rio Ebro. Bailaste-
r
li y ié4l l'1»» i*
suas situaçoens, e suas necessidades. Esta medida conterá
ros obra com a mesma circunspecção, evitando toda a sorte

sem duvida, ao menos por algum tempo, as vexaçoens dos


dé combate até que chegue o tempo nroprio.

. ' ' V '• ' .'J i rir


Gregos scismaticos, inimigos irreconciliável dos Latinos, e
A grande noticia, que faz tremer de indignação a todos

sobre tudo dos Gregos unidos à Igreja Romana.


os adidos ao exercito da Fé, he a prisaó do Trapista por

Idem. • Cartas de Madrid annunciaô, que o Soberano


ordem do Duque de Angoulcmc, por haver violado as de*

Pontífice há recusado a Instituiçad Canónica ao Bispo


terminaçoens deste, tratando mal os Constitucionaes. Os

nomeado de Cádis, M. Munos Torrero, por causa das dou-


Hcspanhoes que tinhaó sido feitos prisioneiros por Santos

trinas erróneas, que elle tinha professado na Assemblea


Ladron, e que, segundo elles disem, foraó enganados e ven-

das Cortes. O Arcebispo, nomeado de Sevilha, o Senhor


didos pelo Coronel Salcedo, estaó finalmente em marcha

ff f V • • •
Espiga naò tem obtido as suas Bulias de confirmaçafr, se naõ
para Touíonsa, é devem achar-se hoje em Pau.

de baixo da condiçaõ, que elle retrataria solemnemente


A ponte deJrun, destruída na ultima guerra, vai con-

' ' '


as opinioeus pouco exactas, que havia sustentado no tempo
certar-se.

da discussaò sobre os bens Ecclesiasticos.


NaÔ há Mala para Madrid, nem para Sevilha.

Hum Embaixador da £anta Alliança a caba de chegar

% ' rJ • Hl Lij t ->4 1 v • t


a Junta qíie está em Orthes. MACAO.

Carta do Senhor Moira, Prezidente das Cortes, a Mr. Bow-


L I ó >i, »

[ DAS GAZETAS DE BRVS8ELAS. 1 participando-lhe a morte do Senhor Manoel

< 'Cl ' >•) ->>'» • — ■ • ■_ i , • ... ,, .• ,

Mayrnee 10 de abril. Todas as cartas de Vienna ainda Fernandes Thomas, publicada em Inglez por Eduardo

raostrao esperanças de páz, e geralmente se cre ali que Blaquiere. Esq.

iminediatamente se renovaraõ as negociaçoens entre Fran- Estimadíssimo amigo.

ça e Hespanha, e que a Inglaterra tomará nellas huma Lisboa 21 de Novembro de 1822.

grahdè parte. A ultima Nota dé Mr. Gordon ao Príncipe Quando me veio as maons a vossa carta de 20 do mes

Metternlch contem huma declaraçaõ do Gabinete de S. passado, o nosso mutuo e lamentado amigo, Fernandes

Jámes, o iqtial considera a differença entre a França ea Thomas, estava nos parocismos do morte. Elle esteve a

Peninsula cóltio huma disputa entre aquellas Potencias lutar com ella por mais de seis dias, com toda aquella força

sòttíeníe, étóosfra que a Inglaterra naõ está de acordo a de hum virtuozo philosopho, e morreo as 11 horas da noite

soUVer qtie nefla se intrometao as outras Potencias, excepto


no dia 19 do corrente, deixando todos os seus amigos na

sé ò fizerem com vistas pacificas, mas sim determinada


maior consternaçaò, e enchendo a Capital de pranto e

a totímr adefença dá parte mais fraca, se certa Potencia


lamentaçoens. Todos sentiraõ a sua morte, e por milhares
A ABELHA DA CHINA
219

de facto* Authoridade derivada da Naçaõ ; como entaõ


de motivos. Hum generoso patriota, hum sincero amigo,

quererá V. Senhoria, que vigorem as rezoluçoens do


hum valenle campeaS da liberdade publica , morreO exhau.

Conselho, para o extermínio de hum Cidadaõ, sem crime,


xto de forças pelo seu nobre ardor e infatigável attençaõ

naõ havendo em alguns dos votantes a preciza impar-


aos seus deveres públicos. Eu mais que ninguém, tenho

cialidade como justificaõ as suas próprias accusaçoens, fa-


sentido a perda de hum amigo, cuja conservação era o ineu

zendo em tal cazo de Partes, e Juízos, e nenhum tendo


diário apoio e alivio. Foi no íeitò da morte que elle soube

authoridade publica, legalmente derivada; e menos tendo


da vossa prisnõ (*) e todo o seu affecto e força de sentimen-

havido Audiência minha ao convencimento sufficiente para


tos voltaraô-se para voz. Qualquer que seja a sorte que

perder os direitos de Cidadaõ de hum paiz, que mostrei


a injustiçados prepare, consolai-vos com a lembrança de

ter adoptado pira domicilio, desde quando nelle me vinculei ?


que a liberdade espalha aqui a sua benefica influência, e de

Entre tanto naõ sendo meu fim outro, que mostrar


que qualquer novo acto de tyrania sirvira para sustentala

a V. Senhoriat que tem em si authoridade precisa para de-


e consolidai» para o futuro.

ferir*me, sem que de qualquer modo se evite a responsa-


Vosso affeiçoado amigo

bilidade pelas razoens dadas, e pelo que hé bem entendido

Jozé J. F. de Moirá.

do Decreto das Cortes de 18 de Desembro de 1821; alem

1 â
t f ' à kW • • • das resoluçoens ja d'antes . apontadas, e que involvem os

Continuação da ÈXpotiçdti do Conselheiro Arriaga.


Membros de toda a Corporação, que assignando colectiva-

E vicerersa naô pôde ser responsabilisado quem naõ for mente, nad declararem em separado a sua opiniaS * nem

parte accusadora, ou de modo algum Agente do Poder. outro sim pertendendo, por forma alguma, atacar as me-

No \° caso porque se regulatJ as Leys, que castigaõ as didas sobre assumptos públicos, que V. Senhoria tenha juU

calumnias, e no 2o por estar determinado que os Juizes gado tomar, adoptando o methodo dos Conselhos que eu

respondaõ às Partes pelo abust) do mesmo Poder. Nem ja destingui de asseinbleas populares, ou para actos deter-

outra cousa deixaria baseado o novo Systetna. Accresse minados pela nova Lei, ou para o forçozo ajuntamento do

para respectiva comparaçaõ, que, tratando-se nas Cortes Povo era massa, afira de faser a entrega de seus direitos,

da criaçab d'hiim Tribunal extraordinário, composto dos a qual verificada, nem estas podem mais ter lugar, nem

Membros das mesmas Cortes, de que fallava o Art. 159 do o mesmo Povo outro recurso que o direito da petiçaS, com

Projecto da Constituição, este na5 teve lúgaf, por se o desafogo da liberdade de Imprensa, em differença daquel-

reconhecer geralmente na Assembléa, nao pertencer ao les Conselhos, 09 quaes naô he prohibido repetir tantas ve-

Soberano Congresso julgar dos delictos commettidos pelos zes, quantas o exigia o serviço publico* para combinaçatf

Cidadaons, lembrando so os lllustres Deputados, Sarmento, de composiçoens medidas, regradas pela Lei, e regimentos,

e Castello Branco, na SessaS de 4 de Fevereiro de 1S22, por que fora delles he, que ha a nullidade, como responsa-

dos exemplo* da Historia da Roma, e da França, para bilisaçaô pelas propostas, que forem contrarias á mesma

mostrar quanto estes Tribunaes eraô pouco proprios para Lei, por argumento do ^ 18 do Decreto das Cortes de 22

publica quietaçaS; pois que as vistas do mesmo Soberano de Setembro de 1821, que serve de regimento aos Conse-

Congresso saõ, alem de guardar a Divizao de Poderes, lheiros de Estado: nem finalmente querendo eu outra

fazer que haja inteira responsabilidade, e escrupulosa esco- cousa mais do que regular as mesmas acçoens sem respon*

lha nos Membros de qualquer Tribunal, e a maior impar- sabilidade própria como particular, ou como Magistrado,

cialidade nas julgaçoens, para inteiro convencimento dos e escutando-me em tauto quanto possivel, e decoroso a mi-

culpados : Escolha que nos mesmos Jurados está determi- nha ordem (e própria consideraçeõ de V. Senhoria) com

nado, que leve a mesma formalidade na Eleição, que a dos a vontade geral do9 Moradores de probidade, (que 9aõ as

Deputados das Cortes. A estes, ainda assim eleitos, se verdadeiras guias dos Povos) receberia de V. Senhoria

lhes dará o juramento, quando passaS ao exercido da sua favor, 9e, em caso de julgar necessário ordenar-se a con-

commissa5 i so entraõ na julgaçad os que naò saõ regeita- vocaçaô de novo Conselho, guardado o respectivo regi-

mento, para evitar, como Y, Senhoria sabe, a insanável nul-


dos pelas Partes, e se carece que por dous terços dos Vo-
V-A |

lidade de hum ajuntamento de oppinantes, que a hum


gaes admittidos se dé a acçaõ por procedente, ouvidas

sempre as Partes, e feita a explicação do facto em questaõ tempo possaô fazer de aceusadotes, testemunhas, e Juizes,

por hum Juiz de direito, que depois o deve declarar. Ora, permittindo de mais, que eu appareça no meio de ta# Res-

se tal hè amarcha ordenada em julgaçoens, em que se peitável Assembléa, se assim for necessário, para fazer

trata dos direitos do CidadaÕ, ordenada huma tal escru- alguma explicaçaô anterior ao acto deliberativo, no mo-

pulosa escolha, e imparcialidade, ao ponto, de que nem


mento do qual me retirarei; ou entaô, que esta mesma

o Io Tribunal se consentiu a pezar de composto dos pró-


Esposiçaõ, ou seu extracto, comprehensivo unicamente da

prios Deputados eleitos, com toda a formalidade, nem minha pertençaô de addiamento de viagem pelos justos

o dos Jurados pôde ser suspeito as Partes, nem a estas embaraços nesta ponderados, para fazer escalla presente-

negada antecipada Audiência exercendo estes Juizes mente pelo Brazil a bordo do Vasco da Gama, e sem as

(*) Diz o Editor da caru que Mr. Bowriug soffreo huma longa e cruel prizaõ cm Frauça por deffender a cauza de

Portugal. Nota do Rídactor, '


mtm

220 A A BE LHA DA CHINA.

vistas de imprópria illuzaò á promessas anteriores, feitas particular, como prometteo, ou se accordou na Assemblea

de 19 d' Agosto, em que hum dos lllustrissimos Membros


voluntariamente, e que de novo ratifico, possa V. Senhoria

do Leal Senado levantou a vóz em nome do mesmo Publico


depois decidir-se com a imparcialidade esperada d' hum

para eu ser reconhecido como simplcz Cidadaõ, qualidade,


Governo Constitucional. De tal modo sugeitando-me

que me affíança, para a sua conservação a exacta observân-


como devo, ao resultado, naô offendo nem as decisoens de

cia do regulamento do Governo, que logo reconheci á sua


V. Senhoria, nem a dos Conselhos havidos, antes concorro

Installaçaõ (rainha carta de 20 d' Agosto* e resposta do


para o seu respectivo decoro, è deste mesmo Publico, de-

Leal Senado da mesma data)


senganos dos proprios accusadores, e geral harmonia. Do

Nem falto aos Conselhos ; por que me comforino ás suas


Leal Senado # por, que havendo tomado as redeas d'hum

Governo Constitucional, tique hoje he assás respeitado, resoluçoens# em quanto regrados pela Ley, e assim mesmo

melhor sabe, que someute tem a praticar factos justos, e chamo em meu apoio ; bem persuadido, de que as diversas

humanos, regulados pela Ley, e pelo proprio exemplo da circunstancias do momento, em que os passados tiveraõ

moderaçaò do Soberano Congresso, sem olhar para desvei- lugar, daràõ motivos pela comparaçaÕ do presente, para

rados conceitos, que conhecidos individues, em particular# mudança de resoluçaõ* a qual naò offende os Votantes, por

formem desses mesmos factos (como na Portaria de 5 de que hé dos sábios mudar de Conselho. Assim o disse ò
• 4 • «

Fevereiro de 1822, Diário NUm. 41 ao Corrigidor da Ma- íIlustre Deputado Borges Carneiro na Sessaõ de 18 de Feve-
%

deira, diz o Governo Supremo.) Os quaes conceito» naô réiro dê 1822 na questaõ d'Arantes com Pedfâ, para

sendo dirigidos por ta5 justas regras [que saò as precisas mostrar, que o Congresso naô era infallivel nas suas Deci-

para castigar os perturbadores da ordem publica, abalada soens.

entaõ igualmente na mesma liba] apenas merecerem o Nem oiltra cousa proVa o Decreto do Pcrdaô d' El-Rey

d es preso; tendo V. Senhoria em seu apoio as mesmas ao Conde de S. Miguel (de 28 de Fevereiro de 1820), que

finaes Rcsoluçoens do Soberano Congresso, pela huma- ja apontei, posto que em diversas circunstancias, pelo qual

nidade com que tem tratado aquelles mesmos, que em as próprias Sentenças dadas em caso julgado no Juizo

mui diversas circunstancias, fazendo retirar da Corte, e competente# mereceraô Ser revogadas pelas mudanças dos

detendo primeiro em prizoeus, em quanto se formavaõ tempos# que as occazionaraô. E a final quanto os meus

processos, naô se negou# nem as requisiçoens que lhe fize- aceuzadores # por que lhes nâõ fica vedado o meio com-

raô os presos, d'outra monta, para hir aos banhos das Cal- petente de seguirem a sua acçaõ dividamente, havendo

tempo para satisfazer com as precisas Cxplicaçoens ás suas


das, como foi o General Síokter; e os qtie estavaõ longe da

queitas# em que devem convir, se o espirito do bem Pu-


Capital para deiXar de vir aos banhos do maf cm Cacilhas

[que he doutra banda de Lisboa] como foi o Vis-Conde blico^ naô a particular vindicta, os força as semelhantes

de Villanova ; e se Te no Diário das Cortes Num. 148 o Representaçoens, contra as qUaes naô pôde haver outra

• * * i Jt

requerimento, e favorável Resolução, d' Estas ao Gurda- melhor barreira# que o Império da Ley, que invoco em
• « ~ ~ I, »

roupa Joaquim Joze de Souza Lobato, que pedio, e alcan- méu auxilio, sempre esperado de V. Senhoria, que melhor
■ j .

çou, na sua chegada a Lisboa, a precisa demora para pre- sabe, tem no artigo 6.6 das Bases da Constituição, alem

parar-se, e fazer a jornada de 20 legoas, que lhe foi orde- de tantas Portarias por mim a pontadas nesta, e anteriores

nada (dentro do mesmo Reino) o que uaõ he huma viagem Reprcsentaçoens, o terminante meio de conciliar a tran-
• •

como a minha# nem huma sahida taõ complicada a tantos quilidade publica, com a conservação dos direitos indivi-
%

respeitos, por cujos effeitos naô posso ficar responsável, duáes do Cidadaô pacifico, que lhe estaó a cargo.

estando demais taõ fraco, e abatido de forças, por minhas Deos Guarde a V. Senhoria muitos annos. Macao 14 de

Sabidas moléstias, para espôr-rae a taõ longos trabalhos, Março de 1823.

cm vantagem alguma publica# que roe obrigasse a seme- Miguel de Arriaga Brum da Silveira.

lhante sacrifício, com dispersão da minha família, mudança

d' huma casa, que parece ter pegado fogo.


NECROLOGIA.

Nem o Publico se julgaria illudido; por que em quanto

No dia 15 de Agosto falleceo em Cantaõ Nicholas G. Ogders,


lhe franqueio as razoens fundadas, que me assistem, naò

para deixar de partir, mas unicamente para demorar a agente dos Senhores J. J, Astor & Son de nova York

fniuha viagem, sem vistas futuras de qualquer ingerência,


nos Estados Unidos d^America.

que o possa inquietar, como sempre tenho feito, pago-lhe

Aos 25 de Agosto na casa dos Senhores Yrisarri e C.% em

huma divido, a que tem direito pelo que sempre abonou

Cantad, falleceo o Senhor Joaquim Gamboa, natural de


ante o Ministério a minha conducta publica para me con-

servar entre si, como Magistrado, e athé na qualidade de S. Sebastiaõ em Hespanha, na idade de 19 annos.

AVIZO. Sabbado 6 do corrente se fara Leijaó publico em casa de Matheus Vandenberg das Coisas seguintcs= Toucado»

^ S*nhora»== Pannos de linho— Roupas usadas= Faca» e garfos= Tabacos de Manila= Vidraças= Presuntos da America

» Pipas de vinho Madeira^ Barricas de vinho Tenerife & elarete France£=± Yinho do Porto = Brande= Gina=€erveja & =

Toda a pessoa aue auiser lançar o noderâ faser às horas do costume.

OVERNO.

»
A

DA

H N-A Cf

QUINTA FEIRA, 11 de Setembro


N.° LII 1823.

v "hoc tempore

OBSEQUIUM AMICOS, VEklTAS ODIUM PAHIT. US

15 de Março. Immediatamente depois d » rece-


MA CA O.

pç:»õ do discurso do Rey de França às Camera*, o Governo


ARTIGO D' OFFÍCIO.

de Lisboa enviou hum despacho ao encarregado dos ne-


r
Bespnit'i do Keai Senado á Expoz>'çnti di on<t"1heiro Mi.

gitel <T Arriaga datada de 14 de Março do corrente anno% gócios de Portugal em Paris. O ministro tem ordem de

protestar contra o principio admittido no discurso dà

ILUSTRÍSSIMO Senhor Conselhe»ro Miguel d' Arriaga


Coroa rel ativamente a Hespanha. Se o exercito francez

Brum da Silveira. Sendo lida a exposição, ua qual V. Se-


chegar a entrar n. ste reino, o encarregado dos negócios se

nhoria pertende mostrar, que este Senado ou deve adiar


retirará immediatamente. Comtudo os consples das du >s

a sua partida, ou convocar hum Conselho geral, no caso de


naçoens ticaráò, até nova ordem, nos seus respectivos dis-

que este Senado se naõ julgue authorisado para o fazer;


trictos, e seraõ conservadas as relaçoens commerciaes»

ou finalmente provnr-lhe as culpas, pelas quaes V. Senhoria


Huma copia deste despacho foi enviada aos encarregados

merecesse ser expulso deste Paiz: decidio este Senado


dos negocios de Londres, de Copenh gue, e de Stockolm.

unanimemente que, sobre o Io . artigo, executasse V Se-


' de Março. O numero de tropas que se reúnem

nhoria o que lhe foi ultimamente determinado j sobre o 2o.,


em Bayona ou nos arredores deve montar, a 24 deste mez,

que este se tornava ta5 impossível, nas actuaes circunstan-


a 47, 420 homens de infanteria, 7,310 de ravaleria, e perto

cias, quaO perigosa se julgava a demora de V. Senhoria


de 4000 de artilheria ou da equipagem do trem. Est6

o
nesta Cidade; e sobre o 3 , que nunca fora da int mçaô
exercito será dividido em três corpos, commandados por

deste Senado o entrar na indagaçao dos motivos, por que


M. o marechal de Reggio, o General Molitor, e o Príncipe

T. Senhoria se tem tomado geralmente odioso a este


de Hohenlohe. Avalia-se em 60,000 homens a força dò

povo; mas sim prevenir os inales, que de semelhante in-


corpo que se forma em Perpiguan.

dignaçaS podia resultar a esta Cidade.

26 Março. O Rei de Portugal fez a 4 deste mez^

Deos Guarde a V Senhoria muitos annos. Macao, Se-

huma proclamaçiõ contra a iusurreiç.Õ do Conde de


cretaria do Leal Senado 14 de Março de 1823.

Amarante. Vé se por esta proclamação que nab sómente


Carlos Jozé Pereira.

o Conde de Am iraite fez levantar se humi Cidade, mas

V AMI DUROI El úti LA RELIGIOX. também que algumas tropas se puzerao da sua parte. O Rei

termina exhortando aos habitantes da Província de Trás-


txais 19 de Fevereiro de 1823. 0 Imperador do Bra-

o* Montes a deporem as armas. Hum decreto real de 3 de


zil publicou a 11 de dezembro passado hum Decreto que

Março tira ao Conde de Amarante todas as suas honras,


põem debaixo de sequestro todas as propriedades perten-

centes aos Súbditos do ReinO de Portugal. Este Decreto títulos e prerogativas. As Cortes occuparatt se no dia 8

he motivado sobre huma medida de segurança geral, e em coma formaçaô das milícias naciouaes.

represália das hostilidades de Portugal. 29 de Março. O Conde d* Amarante deu á* suas

— 12 de Março. Nasestafl de 29 de Fevereiro, as


tropas o nome de Exercito da Regeneração. O General das

Cortes Portoguezas adoptaraõ o primeiro artigo de hum


tropas Cofl titucionaes Gaspar Teixeira, que fora enviado

decreto que dizia, que toda a invasaS da Península, feita


para o combater, passou para as suas bandeiras. O Senhor

com o fiin de destruir ou de modificar as iustituiçoens po


Souza, que era o anuo passado Embaixador em Londres,

líticas da Hespanha, será considerada como huma aggressaò


serve debaixo das ordens do Conde d' Amarante, e foi

directa contra Portugal. Os outros artigos do decreto re


nomeado Governador de VilU-Real. Todos os officiaes

lativos à força do exercito e a postura das taxas, deviaõ


superiores que seacbao em Lisboa vad renovar ás Cortes

•er discutidos nas sessoens seguintes. A expedição da Bahia,


o seu juramento de fidelidade à Constituição.

Composta de 2,000 homens, partio de Lisboa a 15 de Fe


Assegura-se que Sir Robert Gordon, Enviado Britânico

tereircf/
á Corte de Vienua entregou ao Príncipe de Metteruictí

4
« 4
v
.9 '
A ABELHA DA CHINA.
222

441
A Assembléa Constituinte e LeghLtiva do Brasil V9
huma Nota diplomática da mais alta -importância, para

444 O Povo Constitucional do Brasil !


convidar da maneira mais urgente ao Governo Austríaco

" Sendo terminado este solenme. legal, e mnjestozo acto


a unir, por novas negocirfçoeiis, seus etfforÇos aos de In-

de acl imaçi ® pelo povo, foi succedido pela das tropas,


glaterra para a snstentaça® da paz ih» meio dia da Europa •

começando com huma salva de 100 tiros d* artilherui, e


Alguns individuo* txciláruõ motim no Theatro de Mar-

selha a 18 de Março. Elles responderão \ttfr assobios, e tri s descargas de mosqiietaria , no fim do que, aproximan-

signaes de desprezo aos gritos de rira VI Re? / e a arca* do-se ás birriras, as tropas e o povo repetirão as acima

francezas, e gritara® viva Manoel \ Viva FJespanha! O ditas aclamaçoens.

41
Algum tempo depois Sua Magestade Imperial a Impe-
Governador Municipal, á frente de alguns soldados da Po.

ratriz, com sua augusta filha, foi em huma carruagem a


licia, fez sahir da Salla a estes perturbadores, que excita»

va® a indignação do publico. Alguns destes indivíduos mais esplendida para a Capela Imperial, acompanhada

dimma brilhante e numerosa guarda de honra.


fora® prezos. No dia seguinte o Prefeito mandou por

As tropas entaó formar Õ-se em alias no caminho por


huma ordem fechar o Theatro.

As tropas da Fé, commandadas pelo Barn® de Froles, e or.de Sna M'gestade, o Imperador Constitucional, havia

acantonadas iro Departamento dos Pyrenees Orientnes, passar Sua Magestade sahio logo de Palacio, e foi p ra
« ____

rhegad a 5,850 homens. O Corpo de Exercito reunido a Capell i Imperial a dar graças ao Todo Poderoso ; para

neste Departamento forma hum total de quasi 32,100 ho- o que a Municipalidade tinha dado ordem a hum solemue

mens. O Marechal Moucey devia chegar a Perpignan Te Deurn j a que assisti nó todas as Corporaçoens, qi e se

tinhaó apresentado no solemne acto d i Aclamação.


no dia 16.

**• Depois do Tc Dcum Suas Magestaues imperiacs appare-

IMPÉRIO DO BRASIL. ceraõ nas jam llas do Palacio. Houve outra salva de 100

tiros d4 artilhem, e Ires descargas de mosquetari i, entre


ftlO DE JANEIRO 12 DE OUTUBRO.

cada huma dasquaes se repetirão os ,, Vivas ,, As trocas


(DA GAZETA DE GOA )

depois desfilar? õ -pela frente do Palacio, e voltaraõ a seus

„ Nova» ab integro século rum nascitur ordo „


quartéis ) os Offi.iats ficaraõ para tributarem sua obediên-

A Gazeta do Rio, de 15 de Outubro, tratando em hum


cia a Suas M igestades.

longo artigo das relaçoens entre Portugal e Brazil, con-

De noite toda a Cidade se illuminou, e Suas Magestade®

chie, que naõ ha meios de salvar este, senaõ declarando

fora® ao Theatro, aonde se recitara® versos, cantara® hym-

a sua Independência. Depois segue : —

nos, e representar? ® peças, todas análogas à occasia®. He

•fc O tnniversario natalicio do Príncipe Real foi escolhi


impossível descrever o» transportes com que Suas Magesta-

4
do para este muito solem ne acto 0 dia 12 de Outubro,

d< s fora® recebidas.

cm que o Augusto Defensor Perpetuo do Brasil completou

Os festejos e illumir.aÇoens fora® repetidas no dia seguin-


24 anims de idade, vioa sua t-levaçaõ ao Supremo titulo,

te. A pezar da chuva, que cahio abund intemenie uVquet*


e sublime dignidade de Imperador Constitucional do Brasil,

Ls dois dias, naóesfiiou o ardor do povo.


oqu«l declarou a sua aceitaçaõ d» maneira seguinte. "

44 Idem 19 de Outubro.
Eu aceito o titulo de Imperador Constitucional e De-

fensor Perpetuo d > Brasil, por que tendo ouvido o meu


A Gazeta desta data tnz huma proclamação por Sua

Conse ho d* Estado e Procurador Ger i, e examinado as Magestade, perdoando aos desertores, que voltem aos seu*

representaçoens d.i» Corpor çoens de diversos Pr» vinci ts, regimentos dentro de dois meses.

ۤt u completamente convencido, de que tal he a vontade


A Gaseta do Rio, de 26 de Setembro, tras huina carta
• i ;f| J (J • ' f . . jm . ' *
geral de todas as outras, e que he so por falta de tempo,
do Rei de Portugal a seu Filho, datada de 3 de A mis o de

que cilas naõ tem cheg do. "


1822, e a resposta do Príncipe, de 22 de Setembro d*

44
Esta resposta, dada por Sua M?igestnde ao Presidente
mesmo anno, na qual elle diz a Sua Magestad •, que o

do Sena lo; tendo sido anntinciada no Povo do BilcaSdo


considera como seu prisioneiro; e que el e declara niillut

Palacio, foi recebida com as aclamaçoens de maior cnthu-

e inválidos todos os decretos, que hm sido feito*, <>«

siasmo da immensa multidão, que estava na praça, e de


forem para o futuro feitos para o Brasil, p ias Cortes de

grande numero dc espectadores nas janellas acenando com


44
Lisboa, a quem elle dá os epitheto* de facciosas, borrifei*,

os lenços, &a.
machiav éticas, desorganisadoras, horrendas, e pestíferas, •

44
0 Presidente do Senado entoo gritou dando os seguin-

O- Jorna s trasein muitas dedicatórias e Proclamnçoeo*


tes Vivas, que foraó repetidos pela multidão com inexpli-

das Municipalidades de varias Cidades e Províncias, rela-


cáveis transportes: —

tivas á declaração da Independem ia.


444
A nossa Santa Religião !

444
Viva o Senhor D. Pedro I, Imperador Constitucional Sua Magestade ordenou, que «e fisesse mudança na*

do Brasil, e a Casa de Bragança reinante no Brasil f armas, e bandeira nacional, análoga ao presente estado da*

<M cousas,
A Independência do Brasil !

\
A 4BELHA DA CHINA 2?3

S. M Fidelíssima, quer» ndo dar provide cias opportunas


Extracto de hum a carta mandado de Hfacao, datada de 19

para pôr termo aos sofF.i mento*, v pnv içoens que V E*.
de Novembro de 1822.

celieacias tem padecido» me ord nou que enviasse «» V.


\Do Morninç Cronicle de 15 de Mnrço de I823.J

Excellencias alguns fundos, piri com elles s tisfaserem as

Ha perto Je tre* mezes q«to a Revoluç ò Portug

despezas que tiverem occotrido, e as d » siri p -.ssigem p>ra

te estendeo até Marao. Foi então que se elCgeo hum

este Reino, onde V. Excellencias receberão os mais atixu

Governo popular secundo as forn ului conslituconaes, e

lios pecuniários, que precisos forem pira o seo ulterior


isto se executou em grmdc h rinonia na aparência ; porem

transporte para Portugal. —

em menos de hum inez descuhrio se huma cenjuraçaõ for-

A Casa de Forbes & C" dessa Cidade vai hum Credito

mada para se apossar d s fortalezas e armas, e deitar a baixo

de três mil Libras est, rlinas redusido a mondado Pai/, a

o Governo. Os conspiradoras foraô snrprehendidos e pre-

ordem dos Excelentíssimos Senhores Manoel J zé Gomes

sos, e achando se colp idos em peral, Forao remeltidos para

Loureiro, Joaquim Manoel Correa da Silva G ima, ou qual-

Goa, afunde serem iJi sei tenciados, visto que este Go-

quer outro dos Excellentissimos membros do Governo,

verno naõ tem para isso authoridade. Nestes ultimou trés

na sua ausência ou impedimento dos primeiros nome dos.—

dias intentaras os militares humi usurpaçaõ. Dois dos

Espero que estes soccorros cheguem a tempo de min«>rar


principaes membros do novo Governo foraô presos no

os iucomomodos, que V Exce Iene a com tinta resotuç õ

sabhado de manhãa, (1) e hum delles cru<lm»nte ferido,

e patriotismo tem sofTrid:», presa ndo ou so'»re maneira esta

parece na verdade que pertendemô assassinalo» O povo

occasiaõ de executar as ordens d • S. M Fidelíssima em

foi chamado a Conselho, e para huma nova eleição • a Cuza

beneficio de V Excellencias ; a quem ofTercço o meo li mi

do Senado. Tenho a satisfaçaõ de dizer queo direito publico

lado préstimo nesta Corte, assim como os protesto# do

foi nobremente sustentado. No sabhado os Officiaes do ba-

r«speito, e fonsiderjçtõ p las pesso.s de V. E\cellcnCu«,

talhaõ postaraõ-se defronte do Senado, sem duvida para

a quem Deos Guarde muitos ânuos.

intimidar com aquelle aparato. O Conselho durou toda

Londres 7 de Janeiro de 1823.

a noite, (2) e no decurso da sua ses* iõ fòraõ soltos os seus

IIInstrissimos e Excellentissimos Senhores

dois membros, deposto e preso o Governador, que perten-

Manoel José Gomes Loureiro.

dia nova eleiçaõ. Os Officiaes que assignnraõ o Manifesto

Joaquim Manoel Correa da Silva G«mei|.


levaraõ baixa, e foraô presos com alguns dos seus amigos,

GoilÇ lio de Magalh.iens Teixeira


Pinto.
(3) Deste modo acabou o temporal, que naõ sei diser se

Antonio Monteiro da Rocha

me causou incommodo ou divertimento. Espero que te-

Jo iõ M iria de Abreu Castello Branco.


remos gora socego, bem que o exemplo de Goa lie contra-

M moei Duarte LeitaÕ.

rio a esti esperançi. Diz-se que ali foimao hum novo

(Assigmdo) O Encarregado dos Negócios dos Estados

Governo, e o depõem todos os mezes.

Portugueses, Christovaõ Pe Iro de Moraes Sarmento.

Carta do Enf arregndo dos Negócios de Portugal na Corie ContinuaçtíÕ do A.° XLFÍ.

de Londres, dirigida aos membros da primeira Junta


Com tudo pessoa n»Ò ha, que deixe de reconhecer qual

Provisória de Goa.
era a pertençaõ destes bravos Militares. Elles ..nheíavaõ

nnõ que acab.ssc o despotismo e que subsistisse a 'i-


lllustrissimos e Excellentissimos Senhores.

berd de civil ; mas sim que acabasse esta, e subsistisse


Te .ho a honra de accusar a recepção dos Otficios que

aquella ; por que de outro modo lhes seria algum tanio


V. Excellencias me dirigirão em data de 15 de Junho, e 6

pesada a existência por falia naõ do- competente# soldos,


de Agosto (o qual hontem taõ somente me veio ánr ôi,

mas s m d'< que lies meios, que o antigo Governo lln s laci-
e logo que recebi os primeiros, naõ perdi tempo algum em

litava, como judiciosamente sustentou,hum Português Con-


os faser chegar ao seo destino , e o mesmo praticarei com

stitucional no seu Manifesto imprenso em Calcuttá.


os segundos remetléndo-os aruauh&a para Lisboa. N»õ

O modo atroz, e vioh nto com que prenderuõ, e coiidu-


respondi iramediatamente aoa primeiro» officins, por estir

siiaõ à Portales i d » Monte o Major Paulino da Silva B ir-


a espera das ordens de S. Magestade Fidelíssima, as quaes

bosa, lie huma prova de qu<- pertendi.iõ renovar o antigo


recebi há muito poucos dias —

despotismo; pois «TOifirem-se eiu J-iixes, e Autores dt*la


Agora poreiu tenho a sati façaõ de annunciar a \. til-

prisão, sem culpa formada, e de moto propriu, sómeute


cellencias, que muito sensvel foi a F.l-Rei o violento, e

por reconhecerem, que quelle Ilustro Otficial proeurva


anti Constitucional procedimento, praticado para com t »õ

corrigir abusos, p'«mover a d.seipliua, e manter a x» bor-


beneméritos Cidaduons e leaes súbditos, como V. Excellen-

duiaÇ .õ taõ necessária, como indispHnavel nos corpos mi-


cias constantemente tem ruoftrado ser, e por este# rasoenx

1) Foraô presos na sexta-feira pelas 10 horas e meia da noite.


durou ate •• 9 horas da noite.
2) Htf engano; naõ houve tal Conselho, mas sim Sessão do Senado* a qual

8; Outro engano; naõ foi preso antigo aig dos reffe ridos Qthcvacs. r 4
2S4 A A BELHA DA CHINA.

jitares, lie sem duvido hum «Deitado alé agora nunca Se o prender pois o Vereador Raimundo Nicolào Vieira*.

vi«L>, e a iiiinia ionde^cendenci« d<> Governo di índia cm fo: motivo bastante para se proferir «huma tal sentença

|ht «• Itir o regres»» dos mesmos < fficines p ra esta Cidade, contra o Governador de Macao, que argumento» naõ po-

e tu iiid r huma Fragata de GUERRA para os auxiiitr, deríamos nos fizer a favor de huma questaõ coroo a nossa ?

h hum f.iclo mine visto, nem sonhado De duas M is deixamos de bom grado ao juiso imparcial dos nossos
r ••

huma, ou eraõ innocriites ou culpados; se innocentes para Leitores, o pesarem a grande diffbrençi, que vai de hum, a

que «-s recooheceo como culpados, e os mandou processar outro accon teci mento, e as diversas circunstancias, de que

de r.ovo com a chegada do novo Ouvidor? Se culpados por foraó revestidos, a fim de que pnssaó tirar as precisa»

que lhe naõ d< o o mesmo destino, (pie aos primeiros ? Con- consequências. (Continuar-se-ha)

fessamos, que tiaô podemos entrar m> chiste deste argu-

Extracto do Diário da Regcncia 146.


mento, sem remontar mos muito longe o nosso racio-

cínio. M is deveria o novo Senado de M icao tolerar mudo, Huma Dama IJcspanhola fez observar com muita graça

ao Redactor do Espectador, que todas as de seu sexo, que


e quedo o desleixo, e aviltamento da Tropa, sem que pres-

tasse remedo» à taõ grande inales ? Poderia sonhar que a permaneciaò addidas ao antigo Systema do Servilismo,

eraõ, ou velhas ou feias ; e que a nmeidede, ou a bel lesa


Canit l de Goa levasse tant«» a mal a remessa de alguns

se tinhaó declarado geralmente pelo novo Systema. Nós


Ofliriaes, que havia5 promovido a Rcheliaõ de 16 de No-

naõ temos nem u tempo, nem a paciência de fazer entre


\emhro? Se os Officiaes do BatilhaÕ arvorar 5 pois o

nós huma observaçaõ taõ nova, e curiosa; mas diz-nos o


estand »rte da revolta, naõ fui por beneficiar o Publico desta

coraçiõ, que a Dama l/espanhola poderia talvez ter tam-


Cidade, foi sim o interesse pessoal quem os coudusio a hum

s melhante arrojo. bém razaõ com Portugal.

Naõ podemos omittir hum facto acontecido nesta Cidade,

PLANO DE EDUCAÇÃO.
cm o anuo de 1787, em que sendo Vereador do Leal Senado

o Morador Raimundo Nicolao Vieira, e Governador o Che


0 Padre Francisco Bcnedicto Murphy, Religioso da Oi

fe de Divisão Bernardo Aleixo de Lemos e Faria, este


dem de Sam Francisco, natural de Irlanda, participa aci

mandàra recolher preso na Fortalesa do Monte aquelle Ve-


Senhores de Micáo, que he chegado ultimamente de Lishoi

reador pelo decurso de sete dia;; cujo despotismo sendo


a e«t i Cidade de Calcutta; onde íutenciona estabelecer hut

levado à presençi do Excellentissiino Senhor Francisco


Collegio, para a Edncaçaõ da Mocidade.

d i Cunha e Meneses, Governador, e Capitaõ General dos


0 Padre Murphy seguio os seus Estudos Philosophicc

Estados da Índia, este Senhor mandou iminediatamente por


e Theologicos, em Portugal, e ahi adquiriu o couheciment

geu Despacho hum novo Successor à aquelle contra quem


da Língua Porhigueza; os Discípulos que lhe forem cou

se haviaõ queixado ordenando que se procedesse a huma


fiados aprenderão as Línguas Latina, Franceza, e Ingleza

inquiriç ò legal pira serem de.saffroutados os Moradores,


Escrever; Arithmetica; Geometria; Geografia; Lógica

e punidos os excessos, despotismos, e violências dos Go


Theologia Natural; Historia Sagrada, e Profana; e os seu

▼ernantes. Porque Sua Magestide, seguido disia o Pais poderàõ estar certos que eile será incansável, ein Ru

mesmo F.xc.ilentissimo General, pir»ha os Governadores inculcai os princípios da Nossa Sauta Religiaõ, e terá tod

nas Terras pira deffender seus Habitantes, e naò para os o disvelo para que os seus costumes sejaõ puros, e confoi

ultraj ir, e offmder. mes. Elie espera de Lisboa hom Ecclesiastico Irlandez

Remeti ido o Ex Governador com seu competente qual pertende associar a este Estabelecimento, e que pel

processo pira a. Capital de Goa, foi ali sentenciado, e seu character e instrucçaõ naõ deixará de promover o fii

pan do como consta da Sentença seguinte ® Seja preso na dezejado. Para que o» Discípulos tenhaõ hum curso con

Fo tales» dos Reis quinse dias em attençaò à prisão do pleto de Mathematicas haverá hum Mestre perito iPaquetl

Vereador Raimundo Nicoláo Vieira, de sete dias, que este-


Sciencia, cujo ha de vir de Tugia terra; quanto a Musící

ve preso pelo dito Governador, degredado para Angediva


Desenho, Da'ç-i, &a h iveraõ os Mestres melhores de fora

por 3 aunos, condetnuado em 2 mil Xerafins para o dito


os quae* serão pagos á parte. Todas as Pessoas que se qu

Vereador, ficando-lhe o direito reservado para haver do


zerem informar do Padre Murphy, se poderaõ dirigir a

dit» Governador todos os prejuisos, que lhe causasse, e


Senhor Joze de Monte Sinaes em Calcutta; ou a vario

hum assento tomado para nuuca mais servir Governo


outros Senhores de Religião Catholica, estabelecidos nest

algum. =*
Cidade. Calcutta, 5 de Abril, de 1&23.

che
iuví p ,1 n* 5a(*° recentemente da Cochinch.na, onde foi condemimdo, em consequência de avarias zrossa

n . .e í.e V1
' secundo Capitão, tein a honra de participar aos Senhores, e Senhoras desta Cidade, que cj

dC r
^ wh V i 7 umpreS° (
lJJa,idade de
Offic.al do mar, ou meios de voltar a França, dará liçoens da lin^oa francezi

e
H de Geograpbia, precedendo as ultimas huuia explicação clara e precisa da Espnera. Quem qui. er aproveitar-j
defias, poderá dingir-se á Feitoria do Senhor Freitas, e ali tratará com o dito M. Mergier sobre os utcenários aiustes^

Constitucional* AsVanen^8 ^ erera continuar a


receber este periódico, podem renovar as, assignaturas no Laburatori

Numero. ^gu,«eÍ ' °U 8ubscreverem


unodwdo o

NA TYPOGRAPHIA DO GOVERNO
A

DA

H N A.

QUINTA FEIRA, 18 de Setembro.


n.° Lra.
1323,

a
HOC TEMPORE

OBSEQUIUM A MICOS, VERITAS ODIUM PAR IT.


TERENTIUS.

NATIONAL GAZETTE, PHILADELPHIA hum ameaçado de que lhe agarrem todos os seus thesouros

3 de Abril de 1823. entregues ao mar? Naõ vé o outro aproxiimr-se o mo-

Falta do Príncipe de Talteyrand feita na ocra si ao em que mento em que será obrigado a fechar suas manufacturas,

a Camara dos Pares tratava do projecto do discurso que


que até ali tinhaò sido a fonte da sua gloria, e da prosperi-

se devia apresentar ao Rei em resposta a sua falia.


dade de sua patria? Deverei eu fallar d'aquella parte da
5
- .

populaças que tira do seu trabalho diário o seu sustento ?


ENHORES — Faz boje dezaseis annos que convidado

Cada individuo desta classè jà conhece, pela diminuiçaS


por aquelle, que eotaíS dava leis ao mundo p^ra dar a minha

de huma parte de seu trabalho, que para o futuro elle


opiniaò sobre a contenda em que clle ia entrar com o povo

recebera somente huma porçiS dos ganhos necessários


da Hespanha, tive a desgraça de cahir no seu desagrado

para o sustento de sua familia, e que de hum dia para outro


por descortinar-lhe o futuro? por descubrir-lhe todos os

poderá ficar privado dos últimos recursos. Podeis, Senho-


perigos que brotaria5 de todos os lados durante hum ataque

res, suppbr que a agricultura tenha melhor sorte, que ella


naS menos injusto do que temerário e orgulhoso. A des.

escapará aos perigos que ameaças ao commercio e a in-


graça foi a recompensa de minha sinceridade. As leis

nosso aperfeiçoado systemi de sociedade,


do destino saô extraordinárias? depois de tantos annos

todas as classes estão unidis por huma cadeia de felicidade


torno a ser chamado para renovar os mesmos esforços, para

geral. Os embaraços da classe mercantil se faráô sentir


insistir nos mesmos conselhos ao nosso legitimo Soberano.

pela dos cultivadores, e nossa agricultura também soffrerá


A Falia do throno fez com que as ultimas esperanças

huma perda nos membros que marchaô a destruiçad nas


dos amigos da paz quasi se desvanecessem. Ella ameaça

assoladas planices da Península


a Hespanha ?emeu dever me obriga a dizer que me parece
*

Quem dera que os potentados da terra podessem co-


que com ella se assusta a França. Seja como for, a guerra

nhecer a pluralidade dos votos neste terrível momento ?


ainda na5 rebentou. Pares de França, resta ainda hum

Da nossa parte he hum povo unido? da outra, nem seio


momento, ainda vos dab hum momento, para salvardes

que diga, sab alguns individuos, que lutaõ para fazerem


o Rei, para salvardes a vossa patria do risco de huma ta5

servir aos seus interesses particulares huma restauraçaô,


perigosa empresa? apressai-vos pois a lançar mao delle

para a qual, todos concorreras em beneficio geral da socie-


para preencheres o mais sagrado dos deveres, para desen-

dade. Estes mesmos cavalleirosos sentimentos, que em


ganar ao Rei da iílusatf em que elle esta a respeito des

1789, atrahiraô os coraçoeus dos generosos, e seduzira a


desejos da França, das necessidades dè seu povo, do proprio

imaginaçaõ dos entbusiastas, e que a pesar disso naõ pode-


iuteresse delle, e na5 menos a respeito do estado da Hes-

rão conservar a legitima Monarchia, podem destruila ou-


panha, que agora lhe fepreseutaô como enfraquecida por

tra vez em 1823, naõ obstante a necessidade que tein a


dissençoens intestinas.

França de conservar a sua legitima Monarchia. Senhores,


0 desejo da França, he quasi supérfluo o dizelo, o desejo

a questão da guerra naõ he, como alguns querem diser,


de toda a França he de que haja paz. Farta da gloria das

huma questaõ de dvnastia? mas sim a de hum partido so-


armas, ella lisonjeava-se de que, debaixo do Governo de

mente. Os interesses da Realeza naõ esfaõ cm perigo


seu Rei, poderia recobrar, durante o descanço da paz, a

naõ certamente? mas estaõ arriscados os interesses de hum


força exhausta em huma guerra de trinta annos. Todas

partido, constante no seu antigo odio, e afferrado aos


as partes deste vasto Império, a pesar de serem compostas

seus antigos prejuisos? he huma vingança o que alguns


de taõ differentes interesses, saò unanimes neste ponto.

procuraõ tomar nas alturas dos Pyreneos.


Lilla pensa como Strashourg, Lyam como Bordeos, Marse-

E quaes saô os motivos urgentes que indusem a França?


lha como Grenoblé. 0 mais furioso espirito de partido

taó feliz, taõ tranquiíia, taS prospera, a expôr-se ao risco


na5 pode negar esta verdade.

de huma guerra contra Hespanha ? De que tem a França


E como era possível que assim na5 fosse ? O Negociante

que se queixar! Tudo se redusaesta simples proposi-


de Bordeos e de Marselha nab tem oeste caso o mesmo in-

çaõ = A Carta Hespanhola está cheia de imperfeiçoens.


teresse que o manufacturista de Lyam c de Ruam ? Naò está
DA CHINA.
226 A ABELH,

trata de dignidade. A gloria de Luiz XVI11 he a felicidade


Convenho nisso, está cheia de imperfeiçoens. Mas quan-

da França, e elle He digno de a gosar.


do receberão as raçoens visinh isn authoridade de exibirem
• •»
Disem-lhe que a tíespanha, no estado de presa da anarohia
i
de hum povo independente a reforma de suas !e s politicas ?

he perigosa a França. A isto respondaõ os próprios facttiS.


Se se admittir esta theoria, o que será da independência

He por ventura verdade que as doutrinas anarchicôS te-


das naçoens ? Que extraordinários reformadores, que

nh ó feito algum assustador progresso em França ? Peld


espantosos Ly curgos naò formaras 100,000 Soldados } Es.

contrario, naô tem o poder feito entre nós rapidas con- .


pecialmente quando estio proifiptos outros 100,000 para

quistas depois da revoluçaô dfe Hespanha ?


seguir-lhes a trilha ? Qual será o que se deixe enganar por

Naô receiemos, Senhores, apresentar a verdade ao nossd


este politico Quixotismo ? Pensaõ que o segredo desta

Rei; elle nunca a régeita, e he nesta certesa que eu apoio


nova Crusada continuará por longo tempo a ser hum mis-

a emenda que vos acaba de propor o Baraõ de Barante;


tério aos olhos dos povos de todos os paizes ? NaS, Senho-

Prasa a Deos que a maioridade desta Camara, levada da


res, naò} a Hespanha tem conquistado a liberdade para si ;

sua fidelidade ao Rei e a mesma Camara, a sanecione


a Hespanha já naô se vé innundada de indivíduos privile-

com os seus votos.


giados jella apresenta hum espetaculo intolerável ao orgu- • .
'%
Senhores, só vos direi mais huma palavra, e he para voi
lho; isto se naS pode tolerar; e qual será o resultado ?

perguntar se nenhum de vós tem alguma duvida relativa-


]ntentar-se em Hespanha o que se naõ pode effeituar em

mente aos desejos secretos de Fernando VII Tomo a liber-


França, a saber, huma contra-revoluçaõ.

dade de dar a minha opinião a esse respeito ; e ella he fun-

Eu bem sei que os agentes invisíveis desta grande cons-

dada nos acontecimentos passados, que me saó muito bera


piração contra a liberdade do povo naó saó taõ estúpidos

conhecidos. O Rei de Hespanha na verdade nuncá

que as jurem à qualquer bom exilo só pelos esforços de seus

se vk> mais completamente privado da sua liberdade, do


partidistas ; qual he pois na realidade o apoio em que elles

que durante os sete annos de seu cativeiro em Valencay ; e

fundão as suas ultimas esperanças ? Elles naS ignoraó:

apello para alguns dos meus Nobres Collegas ; que se lem-

elles temeriaò se fossem obrigados a declarai o com verda-

brem de que n'aquelle penoso período nem os seus honrosos


» * l i. •
de, Senhores, aquelle apoio, sem o qual elles nada saó,

nomes, nem a sua tocante aíTeiçaó poderaõ inspirar bastante

he o apoio dos estrangeiros. Nem se diga que esta hypo-

confiança a aquelle Monarcha para afastar de seu espirito a

these hé huma chimera ; esse desejo parricida tem sido

impressão de que as tentativas, que elles estavaõ íasêdo para

declarado nos papeis do dia, esses tristes echos das paixoens

o libertarem, nada mais era do que hum acto de temerida-

que agitaõ a superfice do nosso paiz natal.

de, do qual elle viria a ser a victima ; e as minhas rehçoens

Mas qual será a paga do estrangeiro, em quem elles

pessoaes com o Rei Fernando me authorisaõ a crer que aquel-

seraó obrigados a pór a sua ultima confiança ? O que


las repulsas nasciaS de huma nobre confiança na fidelidade

hade elle receber por sua cooperaçaõ nestes monstruosos


de seus vassallos, a cuja coragem e apego elle queria dever

negocios? Quem pagará seus eZercitos, quem lhes fome-

a sua libertaçaõ. Esta ultima observaçaõ, naõ obstante a

terá provisoens. A infeliz Hespanha certamente naó; ella


differença dos tempos, vos dà lugar a varias comparaçoens..

naô tem thesouros, ella apenas tem para suprir a Sua

19 DE abril. Recebemos pela Sara, vinda do R:o


4
própria subsistência; ella só he rica em coragem.

de Janeiro, huma colecçaõ de Gasetas do Governo ali pu-

A prudência me impede de entrar em mais amplos des-

blicadas até 9 de Fevereiro. Elias estaõ carregadas de feli-

envolvimentos dos perigos da guerra tom a Hespanha; vos-

citaçoens dirigidas de differentes partes do Brasil ao Ira.

sa intelligêcia e reflecçaó suprirão o resto. Com tudo tenho

perador, e escritas, pela maior parte, em hum estillo de

dito bastante para mostrar qUe era do meu dever o apresen-

adulaçaõ de que se naò encontra exemplo nos annaes dos

tar-me nesta Tribuna. Isto pertencia a mim, que sou ve-


Cesares ou nos de Napoleaõ. Pedro he tudo quanto a

lho í que respeito a França ; que sou amicissimo dò Rei e

fama Grega e Romana tem combinado em valor, sabedoria^

de sua Família; a mim que tomei huma taô grande parte

e magnanimidade. Para darmos alguns exemplos daquelle

nos sucessos das duas restaurações', que por meus esforços,

estillo, citaremos em resumo as seguintes passagens.

e atrevo-me a dizelo, pelos seus bons resultados, puz toda

" Viva Vossa Magestade Imperial, Vossa Augusta e Im-

a minha gloria e minha responsabilidade em renovar a

perial Esposa, e a Dynastia de Bragança, deificada em V.

uniaò entre a França e a Caza dos Bourhons; em impedir

M. 1 mperial ,, — " Nós naõ necessitamos absolutamente

quanto me fosse possível, que a obra da sabedoria e da

nada de Portugal. Saó estas as palavras do grande e ido-

justiça ficasse compromettida pelas loucas e desatinadas

latrado Cesar Americano „ (Pedro)44 Os habitantes desta

paixoens.

Província cada vez estaô mais convencidos de quam justo,

OR ei está enganado, Senhores; he nosso dever desenga-


qunm doce he o Paternal Império do Heroico e Maguari,

nnlo. Disem-lhe que o seu povo deseja a guerra; seu povo


mo Perpetuo Defensor do Brasil „ —4t ficaremos livres do

deseja a paz.
domínio Europeo assim coino nossos visinhos Americanòs;

Disem-lhe que a honra de sua Coroa está comprometti- porem seremos mais discretos, e por consequência mais

da por naõ ter elle vingado os insultos feitos a Fernando. felizes do que elles. Nós não desejamos, nós detestamos

Seu antepassado Luis XIV naô vingou insultos muito ma- governos democráticos tumultuosos, e bárbaros, que dege-

iores; ea pesar disso Luis XIV he hum modelo, quando se neraõ em despotismo e anarchia, e que se accommodaS m*


A ABELHA DA CHINA
227

de realisar o plano mais barbaro, e destruidor que podia


lhor ao estudo primitivo das naçoens rudes, do que aos

inventar o homem mais perverso desle mundo. Farei


costumes dos paizes civilisados. O Augusto throno de V.

a V. ra. htimi breve e exaela relaç »5 dos desgraçados juc-


M., fundado na solida base da vontade geral da naçaó,
• •. '■ »

ccssos acontecidos nesta Cidade no asiago dia 3 do corrente.


tocará o mais alto cume da grandesa humana, para felecida- O

A\s 12 da noite do (lia 2 de Junho abandonou aguarda


de do povo Brasileiro, e eterna gloria da Dynastia Imperial.,,
r
r .... . .

de Palacio o Alferes Don J- Ruiz do Regimento d' El-Rei,


Outra vez — *4 Nós detestamos o Republicanismo da mes-

V * t"
levando com sigo toda a tropa, excepto huma sentinellaj
ma sorte que o Despotismo —Temos a V. M. Imp., uosso

que deixou por esquecimento, a qual ouvindo dar meia


Anjo Tutelar, em cujas virtudes e liberalismo fundamos

nossas esperanç is. ,, noite, e veildo que naõ ião niudala, chamou o cabo da

i . . -x . • . • , • i - % s • a t* '

Na Gazela de 4 de Fevereiro vem bum longo artigo, em guarda, e ninguém Ili3 respondeo; e observando hum silen-

que pertendem mostrar anciosamente, que a America dó cio taõ estranho, dirigio-áe ao corpo da guarda; mas qual

foi sua surpresa quando naõ encontrou uinguem ! Este be-


Sul naõ está preparada para o Republicanismo, e que mes-
, i * *• • i .

nemeritò militar immediatamente avisou ao Capitaõ das


mo o Presidente dos Estados Unidos he huma especie de
%

Chaves, e naó sei se ao Cabo da guarda de Alabardeiros.


Rei, e que as Províncias da America Hespanhola tem sido
O f

os quaes assombrados com huma novidade tão particular


exhortad is e convidadas a adoptarem a monarchia. Parece

conhecerão que as consequências naõ serião favoráveis:


'que a maõ da Santa Alliança trabalha com disvelo nas ga-

ambos juntos lorab a Casado Major da Praça Don Plácido


ísetas do Rio de Janeiro.

Duro, ò qual inteirado do caso, e acompanhado por elles,


A Camara do Rio, que poz em movimento a Aclamiçaõ
* »

do Imperador, introdusio na forma dó Ceremonial, transmit- e por alguma ordenança que tinha em sua casa, encami-

tido a todas as Províncias, huma clausula que declarava nharão se para a porta que chamaó de Parian, aonde havia

que a aclamaçiõ se faria debaixo da condiçaÕ de que pri- huma guarda de soldados Panpangos commandados por

meiramente o Príncipe juraria a nova ConstituiçaÕ que hum Capitaò, aos quaes iuformaraõ da novidade.

1DIISmiSSR

Naõ lhe posso assegurar, meu amigo, se neste momento


fizessem as Cortes Brasileiras. No dia 10 de Outubro foi

sabiaó elles ja do cruel assassínio feito ao Excellentissimo


esta clausula suprimida pela voz de hum ajuntamento na
« , * « • 4 • • » *»"!•** '
Senhor Don Mariano Fernandes de Folgueras; mas o certo
cidade, e no dia 12 foi o Imperador proclamado absoluto O

he que da dita porta fóraÕ todos juntos, inclusa a guarda, a


no Rio;raas condicional em todas as mais Províncias. Como
j • #* a*.

Força de Santiago, cuja entrada commaudava casualmente


èlle não deo «juramento, o acto da sua aclamação nas

n'aquelle dia hum irmão do sonhado Imperador Novales.


Províncias ficou conseguintemente nullo. A'vista desta

A* voz do Major da Praça abrirão immediatamente a porta,'


circunstancia, procuròu o governo meios de iudusir as
v i ^

e o dito Senhor desde logo tomou todas as disposiçoens,


províncias a que cedessem da clausulai e se desculpassem
i ' » •

que lhe paireceraõ mais acertadas, não só vigiando sobre *


por a terem admiltido: Já se tem publicado quatro ou cin-

conducta de Don Mariano Novales, que estava dentro, co-


co retractaçoens, e seguir-se-hão ainda mais com muita

mo também preparando-se a repellir com a tropa ao outro


probabilidade. Receamos qiie este seja o modo de acabar

irmaò, no caso que este quizesse tomar a Fortaleza. Com


com a questão de huma constituição.
1» • • f # V • ■ MM

eflfeito não se passou muito tempo que nao se apresentasse

Cartas de Pernambuco dizem que nos fins de Fevereiro


Don André Novales á frente de 300 ou 400 homens, soli-
• '. • . • | , ,
o povo daquella cidade recusou submetter se mais ao Im-

citando que abrissem as portas; mas pela resposta que se lhe


perador, epedioque se formasse hum governo semelhan-

te ao dos Estados-Unidos, a testa do qual clle queria pôr deo conheceo a dificuldade que havia para entrar, e que naõ

hum branco, hum mulatoe hum negro, para que cada


era ja seu irmaô quem aguardava. Véndo-se logrado

classe da população tivesse iguaes direitos. A 2« de Feverei-

projecto voltou para a praça da Constituição, aonde se re*


ro houve huma escaramuça entre o povo e as tropas do Go-

verno, na qual ticárão de ambas as partes alguns mortos, e der- unio ao resto do Regimento, que ao todo chegaria a 800 ho

rotado o primeiro. O chefe da insurreiçiõ foi feito prisionei-


meus.
a < • i r
ro, e remettido para o Rio de Janeiro a 7 de Março para ali ser

Deixemos a este Imperador de comedia representar


processado. 0 escritor destas noticias mostra receio de.que

o governo daquella parte do Brazit venha a cair etfectiva- seu papel poucos momentos, e voltemos tristemente a

mente nas mãos dos mulatos.


vista para seo immediato Ruiz, este hy dropict» de san-

gue, que levando comsigo a Tropa que estava com elle


Carta de hum llespanhol de Manila a hum seu amigo em
> , , •

dc guarde em Palacio, foi ao seo Quartel, aonde o estava


Macao, sobre a revolução do dia 3 de Junho naquella

esperando o Capitaõ Novales, e a maior parte dos Sar-


Cidade.

genlôs, Cabos, e Soldados de seu regimento: assim que


manila 28 de junho Oe 1823. líeu estimado amigo.
_p

ali chegou principiou a gritar = Soldados as Armas^


Quando cri lograr huma completa (ranquillidade de espi-

alucinando a muitos com a vos de que havia na Bahia


rito era hum paiz onde as leis mais sabias, e justas assegu-

duas. Fragatas inimigas : poseraô em huma estreita pri-


raó a liberdade, e segurança a todo o honrado cidadaõ, hum

zaó o oficial que estava na prevenção e alguns Sargon-


infame, traidora sua patria, e a El-Rei, quiz involver Fi-

tos e Cabos Europeos. Formado o Regimento, e pondo-


lipinas nos horrores e estragos, que traz comsigo huma

se na sua frente Novales e Ruiz, se dirigirão a Praça


guerra. A Divina Providencia que vela sobre a tranquil-

pequena que charaaò da Companhia, na qual intitula-


idade, e prosperidade destas Ilhas nos trouxe hum Gene-

ral, cujas acertadas disposiçoem privarão ao infame Novales rão ao primeiro seu Generalíssimo e Imperador, e ao Sé-

5
A ABELHA DA CHINA.

que a rege, e por seu Rey Constitucional. Enifiin meu


gundo Tenente lie» repartindo estas duas destem-

amigo amanheceo o aziago dia 3, dia em que Manila i&

peradas Cabeças graduaçjoens de todas as classes.


sucumbir envolta nos maiores estragos, preparados por

Concluída esta theatral ceremonia offereçeraó aquellos seus proprios filhos, se naõ fosse hum General que ao*

dois infames aos Soldados hum saque geral de Manila primeiro aviso qu„ lhe deraõ da suhlevaçaõ do Regimento

por 3 dias. Estas (izongeiras esperanças fomentadas pelo cP El-Rey naõ poupou meio nem fadiga alguma para oppor-

excessivo néctar de bucho que ja tin nó em suas cabe- se as infames idéas, dos que se poseraõ a testa delles. Com'

ças os fazia romper em exclamaçoens as mais barbaras actividade própria cPhum sábio General ordenou que se

e cscandaJozas que se pode imaginar. reunisse a Cavallaria disponível, e marchando a frente do

Batalhas do Príncipe Fernando entrou na Praça de Manila


Acbando-se nésta dispoziçaó a Tropa, foi Ruiz^ com

pela Porta de Santa Luzia, dirigiil-se ao Quartel d' Artilhe-


'200 homens a Caza do Excellentissimo Senhor ienen-
ria, aonde naõ se cançavao os Soldados de dar vivas a
te Rei. e arrojando se precipitadamente sobre a sua

Naçaõ Hespauhoia e ao seu Geueral. Foi aqui que clle


respeitável Pessoa, teve ali mesmo o barbaro prazer de

dispôs o plano do ataque, e repartiu a força que devia


assassinato com 5 ou 6 punhaladas, fasendo desaparecer

atacar os Rebeldes situados na Praça da Constituição, e


deste mundo a hum homem, de que tinha recebido p rti-
apoderados d » Ca?a do Cabildo, e do Palacio.
culares benefícios. Ainda naó satisfeita a fúria deste per-

verso sanguinário, quis fazer outro tanto ao Commandante Rebeldes repartira» a sua do modo seguinte: Novaler

do seu Corpo D. J«»sè de Santa Romana, o qual prevenido postou-se na esquina do Cabildo defendendo a rua real, que

por hum aviso que reeebeo do Tenente do mesmo Corpo deita para o Consolavct, e a que vai para S. Domingos, sus-

D. Antonio Limou, e favorecido da escuridade da noite, tido por huma p,-ça de 4. Ruiz poz-se na esquiua do Pa-

pode livrar-fce deste ajuntamento de assassinos, que naò res- lacio defendendo igualmente a rua que vai par S Agostinho

piravaó por toda a parte mais do que roubos sangue e desgra- e a do Arco, apoiado igualmente também por outra peça

ça. A outros muitos respeitáveis indivíduos qucreriaó sacri- dhgual calibre. Para as esquinas d'Audíencia, edo Ho,( itai

ficar i mas ou fosse por que jà ília amanhecendo, ou por Real desiacaraõ os sargentos, que tinháo de mais confiança,

que segundo seus planos se devia reunir toda a Tropa que cora ordem de detieuderem aquelles pontos até morrerem :

estava de seu partido, se dirigirão a Pr. ça da Coustituiçad, seriaõ couza de 1 horas ou b da manhnã quando uosso 11-

aonde ja estava o Capilaõ Novales dispondo em sua exalta- luslre General dezejaudo sempre evitar o derruinaiueuto

da imnginaçaõ das vidas, honras, e fasenda dos (idadaos de sangue, otfereceo huiu perdaò geral a todos os que de-

cie Manna com a mesma sati>façaó com que podia fasello pozessem as Armas , mas elies cegos, e alluciiiados com vaus,

o Imperador da China. Assim otferecia continuamente e hzongtiras esperanças que lhes tiuha dado Novales, naõ

a seus Soldados, que desgostosos de que se retardasse tanto quiserao ouvir avozdeh.in, que qual temo pai dez ja o

tempo o saque, que lhes havia promettido, de» javaó che- ai repeuUimenlo de seus hlhos,entaò o Geueral clauuo oiueui

gasse a hora de po lo em execução. d'alaque poz-se ali mesmo a Rente u'iiumu das coliumnas

que avaiiçavaó para a Praça em que òs Rebeldes se jul^a-


Hum dos primeiros projectos de Novales eRuiz foi
vao invencíveis ; porem os seus valentes soldados ucs-
ri de se fazerem Senhores do Quartel de Artilheria, e
piesaudo o togo do inimigo poderaô occupala ao mesmo
para conseguilo creraô que SOO homens eraó loiças
tempo que o pertendia lazer o Batalhao de Pampangos.
suficientes j apauhando-os prevenidos'; mas naò se lem-
Este valente Corpo immediatameule o sigual d'avanç<ir,
brarão de que neste deslincto e valente corpo cada li-
satno da t-oiça de b. Tiago, e atacando com o maior vaior
dado he mais digno de levar a banda que Novalese Ruiz
e serenidade aos inimigos que tiuhuo na sua Irente os tez
tinha degradado. Desde o Quartel d'tl Ht) distac.raó
desaparecer, e encerrar deu iro do Palacio.
aquelle numero de Soldados, que cercarão ode Artiihe-

Jà então nossas Tropas occupavaò a Praça da Constituição,e


ria ; mas a Seutinella desta Arma que vira aproximar se

os leoclUes contmuavaò a Uefieuder-se do Palacio desespe-


hum numero tão considerável ue Soldados, e a huma

radamente com suas lusitanas , porem aqui mesmo cessaraõ


hora taò suspeita, lexaraò a porta sem quererem dar

bem depressa os seus logos, pois que a nossa infantaria


ouvidos as perversas e iníquas sugestoens, que de fora

acoiuellenuo-os com a baioneta cahada fez reuder aos que


lhes laziaó os d hl-Rei.

nao morrerão.

Sem perder o momento, e com a velocidade (Tiram raio

Os Perversos Covalles Novales e Ruiz, ao momento que


prepararão a artilheria volante, a qual sentida pela lufaiite-

viraõ a Praça oceupada por uos>as victoriosas Tropas,-


ria do mesmo Corpo naò vacilou em abrir a poita, colocar

tundaruõ sua salvaçao na luga: mas aonde iiião estes iní-


asptças nos pontos que julgaião mais proprios, e intimar

quos que naò os alcançasse a espada da dev ida Justiça ?


c>s que a cercaraò que se rendessem Ei.taò conhecendo os

O primeiro foi passado pelas armas u'aquelle mesmo dia,


soldados d' El-Kt) que os verdadeiros surprei.didos haviaõ

e o Z.w no dia seguinte ; igual fim ti verão os bargeutos que


sido elles, n ò tivciaò outro recurso senaò o de entrega-

toinaraõ o partido u elles e este costuma ser meu amigo


rem se ; e foraò metidos com toda a precaução e segurança

o iiih a que vau parar todos aquel>es, que desviauosuo ca-


no Quartel de Artilhei ia. Nesta disposição se manteve

minho da Justiça e da rasao alropeuao os sagrados vii.culos


este Corno toda a noute, esperando ordem de seus Chcies,

que hgao a todo o Cidaduõ a viver segundo as Leis que


e preparauuo-se para cobrireui-se de gloria iT aquelle mes-

sabiamente nos tem prescripto. Hoje reiua huma verda-


ino dia.

deira Iranquillidade, a mesma que desejo guse V. Mer-

Naõ posso deixar de chamar a atlençaõ de V. ra sobre as


cê, paia que desh utando-a com boina pe. teiia saúde, tenha

activas disposiçoens que estava tomaudo na Força de S.


occusiuo de acieuilar o singular aieclo que Ine protesta

Tiago Maior da Praça desde o momento em que nella


seo mais atteulo amigo e seguro servidor. J. B. a. M.
• A
entrou. Hum dos seus primeiros cuidados foi fazer descer

para a muralha a hum ou dois Olhei .cs do Batalhao de

Pampangos, para que fossem informar a seu Corpo, que Nodialõ de Agosto falleceo em Cantaó Nicholas. G.

agente dos benhores J.J. Astor & Soo de Nova


estava acampado no povo de Mulate II'), da no\idade que

N urk nos Estados Unidos da Ainerica.


havia, e fizessem com que seus respectivos Otíieiaes, armas,

e muuiçoens, marchassem iminediutamcnte para a Força N. B. Repetimos o artigo= Necro]ogía= em consequência

de S. Tiago, aonde clle os esperava. Naõ se tinha passado da partitipaçaô, que tivemos de que havia cahido hum erro

muito tempo quando este valente , e acreditado Batalhao esse uc lai. Os Compositores.

virou para o pé da muralha da qual deituudo-the escadas Ni ticia Marítima = Entrada= Aos ]» do corrente a

conseguiu meler-se dentro disposto a sacrificar-se gosto- Palia Conceição vinda de Timor, u&P^ò Vicente Francisco

9ameule pela Naçaõ Hespauhoia, pela sabia Constituição Baptista.

a nuas miiuas da Cidade.

AVIZO Pela Repartição dos Orfaons se ha de vender em publico Leilaô em caza do fallecido Pedro Candido dos'

Santos Vital, no dia 19 decorrente pelas 9 horas da manhãa, Jóias, Trastes de Ouro, e Prata, Madeira, hum Cronometro,

e mais Instrumentos de Piloto.

NA TYPOGRAPHIÀ DO GOVERNO.
A

A
EL A

DA

N." LIV SABBADO, 27 de Setembro.


1823,

>■

A VERDADE, QUE EU CONTO NUA E PURA,

Vence toda agrandiloqua e9Criptura.

Camões, Luz. Cant. 5"

atè que cansados de comprebenderem omesmo que ja naò po-

MACAO.

dião absolutamente negar, concluirão com toda a eviden-

cia, que o seu perverso intento hera interpretar, equi-

P
OSSUIDOS do mais vivo sentimento de gratidão pelos

vocar, e repugnar as Ordens emanadas de quaesquer autho-

lllustres e nunca sobejamente louvados Moradores desta


ridades que ellas fossem; a fim de conservarem debaixo de

Cidade, que ta# glorioza e denodadamente emprehenderão,


vaons, e frívolos pretestos, o Governo deste Estado sempre

e executarão amais difficil, e delicada acção, quedelles

popular. Mas a Providencia que infatigavelmente vigia

pelas circunstancias se podia esperar, vamos a dar em de*

sobre o destino dos Póvos, e que seria neste século ornais

talhe nesta folha, que por unicamente obedecer redigimos,

evidente açoute para os mesmos se permittisse hum Governo

os factos, que considerados no seu todo, formarão o dia

simplesmente popular, como feconhecem todas as Nações

23 de Setembro o mais brilh inte, c memorável nos annaes

illustradas, ea mesma França nos deixou mais que sobejas

de Macao, não só ás geraçoens presentes, mas até às mais

provas para os nossos dias, animou os corações de quazi

remotas ; pois que nelle se vio executado ein toda a sua

a maior parte dos Cidadãos beneméritos para que unifor-

extenção o Espirito d'hum Poro verdadeiramente Consti-

memente exigissem a execução das sabias e desapaixonadas

tucional, que só obedece ás Authoridades legitimamente

providencias do Illustrissimo « Exccllentissimo Governa-

Constituídas, e renuncia para sempre os deiirios d'huma •

dor da índia Portugueza, vindas pela Fragata Salamandra,

imaginação esquentada, que tendião unicamente a perpe-


a fim de oflerecerem jà huma barreira aos caprichosos,

tuar nesta Cidade o mais horrivel Despotismo Oligarchico.


e malintencionados planos dos Cabeças dos facciosos.

A ninguém he hoje occulto os recônditos meios de que

Com cffeito na manhãa do memorável dia 23 de Setem*

se servirão certos Cabeças de facciosos, despidos inteira-


bro fomos informados dos milagrosos factos, que a mesma

mente atè do amor da própria Nação, para conduzir este

Providencia efficazmente pareceo proteger, não obstante

simples Povo Macaense ao inaudito crime da mais formal


as insurmontaveis dificuldades que se oppunhão para o

desobediência ao Governo da Capital dos Estados da índia.

feliz êxito de tão venturoso accontecimento, que melhor

Portugueza, como se patentea das Abelbas números XLII,


conceito dará aos nossos Leitores as relações seguintes.

XLI1I, e seguintes.

II
Não coutentes de abusarem da sua simplicidade com

Extracto de huma copia dog feitos da Tropa da Fragata


idéas chimericas, atè tiverão a fortuna de poder transmittir

Salamandra no seu desembarque, remettida pelo illustre


no Espirito de Cidadaons hum furor quasi infernal

Cidadaõ Pedro Joze dd Silva Loureiro.


contra huma Fragata, que lhes vinha traser o manancial do

As 4 horas da manhãa fundeou a Lorcha ao pó da For.


melhor bem preciso, qual hera o restabelecimento da ma.

china politica deste Estado perturbada, e totalmente des- taleza de Bom-parto,e logo que a reconheci fiz o signa!

arranjada desde o dia 19 d'Agosto do anno proximo passado. designado para que a guarda da Policia se pusesse em ar-

Com tudo he ao mesmo tempo verdade innegavel, que os No momento do desembarque do primeiro golpe de

tenebrosos e machiavelicos passos, que esses taes Espíritos gente, condusido pelos Illustrissinos Senhores Major João

desorganisadores e rebeldes hiaS preparando para a verifica- Cabral d' Estifiqne, e Capitão Fernando Luis Leite, desta-

ção dos seus malintencionados projectos, deixarão de ser cou o mesmo Illustrissimo Major huma Escolta de 12 Gra-

nunca occultos à maior parte dos Cidadãos conspícuos. nadeiros para ir encorporar-se com a da Policia, a onde o»

Filies os observavão bem deperjo, seguia# com rapidez achamos ja promptos para entrar na forma, e ali se formou

a sua marcha, descortinavão sempre os mistérios inclusos hum corpo de 60 homens, com os quacs voltamos para a

I
DA CHINA.
230 A ABELHA

praia de Bom-parto a encorporarmos-nos com a Tropa toda Cujo acto se concluiu com protestos de alguns dos que se

da Fragata, e ahi mesmo esperamos que se acabasse de mon- achavaô presentes tanto Ecclesiasticos, como Seculares,

tar as duas pessas de Campanha que desembarcarão juntas em contrivensiã das Ordens de Sua Magcstade Constitucio-

com os Artilheiros. nal; e acabou finalmente Com a falia que fez o Comnien-

Logo destacou o 1 Ilustríssimo Major Edifique bum corpo dador Domingos Pio Marques, que por ser extença se man-

de 60 homens para se apoderar 'do Senado, e me ordenou dou registar na Contadoria do Leal Senado, e guardar o #eo

que os accompanhasse em quanto etle ficava de se pôr em original: 0 que tudo finalison com repetidos vivas anato"

marcha para o mencionado lugar, no que se não demorou gos ao importante objecto de que se tratava; no fim do que

10 minutos atrazrle nós, e chegando ali, ordenou aoJIlus- houve huma salva de 21 tiros na Fortalesa do Monte. Em

trissinio Senhor Capitão Fernando Luis Leite, que com 14 fé do que se lavrou o presente Termo em que todos se

homens fosse a Caza do Hlustrissimo Senhor Conselheiro


assignaraS comigo; Carlos Jozè Pereira, Cavalheiro Pro-
\J| M. I % .• . i «iai C w A

Manoel Pereira prender o Chefe dos facciosos, o Major fesso na Ordem de Christo, Alferes Mor, e Escrivão da

Paulino da Silva Barboza, e me ordenou igualmente ac- Camara e Fazenda q>ie escrevi» Chacim » Cabral» Cor-

companhar esta diligencia. t


tei la= SiIva= Rangel» Mattos» Barros. Baraó de S.

Entramos em Caza do Conselheiro, que a este tempo jà


Jozé de Porto Alegre, «Manoel Pereira, Antonio Vicente

tinha as portas abertas, e nos dirigimos direitos ao quarto,


Roza, Padre Ignacio da Silva, Padre Luiz Vicente Baptista

aonde ainda se achava dormido o referido Major Paulino; Raimundo Niculao Vieira, Antonio Joze Homem Rebello

deo-se-lhe ali a voz de prisão a ordem do legitimo Governo


Freire, Antonio Fernandes da Silva, Joaó de Deos de

desta Cidade; o que o sobre sahou, e aterrou de tal forma


Castro, Padre Candido Gonsalves Franco, Joaquim Jozé

que jà não acertava no que dizia ;<lali foi conduzido a bor- Leite, protestando, Fr. Antonio da Virgem Maria Teixeira,

do da Fragata Salamandra, aonde se acha de presente-


Padre Francisco da Silva Pinto e Maya, protesta contra a

(£^frNós devemos em abono da verdade manifestar a es- força, Fr, Henrique de Santo Agostinho Prior, Padre

te publico Macaense ; os relevantes serviços que o Illustre, Domingos Antonio Pereira, Padre Antonio Joze Victor,

virtuoso, e mencionado Cidadão Pedro Jozé da Silva Lou- Simaó V icente Rosa, O Commendador Domingos Pio
H

Marques, Manoel Vicente da Fonceca e Cunha, Jose Cae-


reiro operou a favor da verdadeira cauza Constitucional

tano Favacho, Antonio Lourenço Barretto, Antonio Jose


deste paiz \ e por isso esperando dos beneméritos Cida-

de Vasconcellos, Jose Simaô da Costa e Britto, Manoel Vi-


dãos toda a contemplação que elie merece, só nos limita-

cente Rosa Braga, Antonio Jose Gonsalves Pereira,


mos a dizer, que os trabalhos, incommodos, perigos à qtie

Francisco Antonio Siabra, Joze Vieira Ribeiro, Bras Jo-


elle se espoz nessa noite, fica acima dos nossos elogios.

aquim Botelho, Felix Vicente Coimbra, Joaquim Jose

Ext ratio da Copia do termo deste Leal Senado, que Ferreira Veiga, Cláudio Ignacio da Silva, Miguel Antonio

nos foi Iransmettida.


Cortella, Ludivino da Encarnação, Francisco Xavier Lan-

ça, Apollinario da Costa Pereira, Joa5 Felis do Rosario,


Aos vinte etres dias do mcz de Setembro de 1823,

Gonçalo de Miranda Barros, Vicente Caetano da Roch",


nesta Cidade do Nome de Deos de Macao na China uas Ca-

Albino Gonsalves d'Arraujo, Joze Maria Marim, Antonio


za» da Camara delia estando em Meza do Despacho uni-

Joze da Rocha, Fellippe Jose de Freitas, Angelo Antonio


camente o Procurador do Leal Senado João de Deos de

da Silva, Antonio Vicente Cortella, Jose Gabriel Mendes»


•Castro, por que os mais Membros do Senado, naõ a pare-

Francisco Jose de Pay va, Manoel Martins do Rego, Manoel


•ceraó até esta hora, e sendo também presente o Major João

Joze dos Remedios, Januario Agostinho da Silva, Jose Ro-


Cabral d'Estifique, e a maior parte de Cidadãos, Presidindo

drigues da Costa, Bernardo Gomes de Lemos, Francisco An-


o Excellentissimo e Reverendíssimo Seuhor Diecezano D.

tonio Pereira Thovar, Nicolau Joaquim de Sousa, Joaquim


Fr. Francisco de Nossa Senhora da Luz Chacim, Deter-

Gil da Costa Pereira, Barthotomeo Francisco de Siqueira.


minou, que fosse lida por mim Escriva5 da Camara a

ProvisaS do iHustrissimo e Exelleutissimo S. Governador

Extracto da Copia da falia, que fez na caza da Camara o


de Goa D. Manoel da Camara, assim como a Pauta dos
1L-'

lllustrissimo Commendador Domingos Pio Marques.


Officiaes que devem continuar a lervir neste Senado, até

Cidadaõs, se os vosso9 sentimentos sa5 aquelles, que


o fim do anno ; como também as Pessoas que ha5 de servir

no Governo desta Cidade; o que satisfiz por assim meter a9 Lei9 Constitucionaes prescrevem a todo o homem livre

sido determinado. E lendo com effeito a referida Provi- ser Senhor, das suas acçoen9, e líaõ escravo das arbitriori-

são se achou uella nomeado para Governador desta Cidade dades e dos despotismos » se a nossa Constituiçad tem por

o mesmo Excellentissimo e Reverendíssimo S. D. Fr. Fran- objecto manter a liberdade, segurança, e Propriedade de

cisco da N. Senhora da Luz Chacim, o Major Joaõ Cabral todo o Cidada5 — Em huma palavra se sois livres como eu ,

d'Estifique, e o Vereador que for do mez, como consta da deveis mostrar que o sois, igualando a vossa Conducta aos

DeclaraçaO do dito Excellentissimo S. Governador da índia vossos sentimentos e se assim naò fizerdes, sereis inimigos

D. Manoel da Camara de 24 d'Abril de 1823, posta no de vós mesmos, faltareis a Naçaò deixando vilipcndiar-vosf

verso da dita ProvisaO; e os mais Senadores como se a- e vos tornareis prejuros ao Sagrado Juramento, que destes

chaò declarados no respectivo termo desta mesma data» à Constituição de observarder seus invioláveis preceitos.
231
A ABELHA DA CHINA.

des, fornecendo nos as armas da Lei, e em parte só mandou


A liberdade consiste nnõ no mâo uzo que delia se faz, mas

que se pusesse em vigor o que a mesma Lei determina,


na faculdade que compette a cada hum de fazer tudo aquil-

até que as Soberanas Cortes pela nova ordem das cou-


1o que a Lei naõ probibe, e a conservação desta liberdade

zas, determinassem o que tivessem por mais conformes-


depende da exacta observância das Leis = Artigo 2o das

Isto bc justo, por que be fundado na legitimidade das Leis


Bazes = Aquellc que desobedece a Lei, infringindo seus

existentes, que em quanto naò forem derrogadas por outras,


preceitos, ja naõ goza da liberdade que a mesma Lei fa-

culta, pois sò he permittido fazer o que ellanaõ probibe, naõ pode haver mudança, nem qualquer altcraçaõ ; e em

na intelligencin, que tudo, que be contra a Lei he nuilo, e assim o mandar nada faz fora da Lei, o Decreto das Corte»

a nada do que se manda contra a Lei se deve obedecer. lhe deraõ vigor, e por concequencia aquellc que chega a

* I
desobedecer este legal preceito, desobedece as Cortes, e a

Nestes dois pontos entendo comprehendido Direitos, e

El-Rey. ,

deveres, regulados como melhor columna do Edeficio

Meus Considadaõs = Que crime naõ he este ? Reflecti


social, a divizaõ dos poderes, e naõ pode ser dado a quem

por hum momento, e a lembrança bastará para vos horro-


tem jurado as Bazes da Constituiçaõ fazer qualquer alte-

risar, quanto mais cometter. Eu protesto a face dos que


mçaô cm contrario. Kesta agora saber, como he que se

me ouvem que naõ sou cúmplice neste delicto, antes pelo


observa a Lei se ella se naõ executa? Em que consiste a

contrario em abono da verdade pelo respeito que sempre


segurança pessoal, e a das Nossas Propriedades se ella naõ

consagrei as authoridades legitimas e o dever de obedi-


he mantida na exacta observância das mesmas Leis?

ência como súbdito, exijo que se ponha em execuçaõ as


Como podeis durrair a somno solto, vendo que o actual

Ordeii9 vindas da Capital de Goa, que he em obediência


Governo em lugar de proteger a todos para todos poderem

as Leis existentes que naõ esta5 derrogadas, nem taõ pouco


conservar seus direitos Pessoaes, como lhe incumbe o %

alteradas. Em hora se conspirem contra mim, os malévo-


Artigo 3* das Bazes, he elle mesmo quem tem violado

los e sediciosos, pois em observar a Lei tenho nella a minha


os mais Sagrados Direitos dos Cidadnõs? Sem Governo

defesa e protecçaõ. Esta será sempre a firmesa do meu


como Nós nos achamos, sem protecçaõ (por que naõ há ne-

caracter, uni-vos a mim Concidadõos, e naõ temais, a


nhuma), e sem commercio, como podemos existir ? Qual ' iV > V| V i > V» O • I.
4

causa he da NaçaÕ, pertence a todos o defendella e a cada


será a nossa sorte ? Sem duvida funesta e desgraçada.

hum de nos em particular.

A experiência de mais de hum anno ja volo tem mostrado j


Macaenses attendei a voz daquelle, que levou athe os

os factos acontecidos o provaõ, e os prejuizos que cada


pes do Throno a vossa fama, e jurou por vo9 a fidellidáde

dia vamos experimentando ja nos saó insuportáveis. Ve-


mais pura, e o amor maÍ9 extremoso, qualidades insepará-

mos a nossa Patria em perigo de se perder, nossa existên-


veis dos Macaista9, que só tem por gloria serem Leaes

cia bem mal segura, Nossos Direitos violados, o commercio


ao seu Monarcha, e posto que de mais tempo possueis

arruinado, tudo em abandono, tudo em desgraça, que mais


esse titulo, eu rathefíquei por vos com o Juramento de

se pode esperar ? Ah naõ; quebremos de huma véz esses


preito, e homenagem no dia solemne da Acclamaçaõ do

ferr0s vergoohozos que nos prendem e nos sucumbem.


melhor dos Reis o Senhor D. JoaÕ VI e em prova da sua

Despertemos do lethargo em qne jazemos ; abramos os


bondade e gratidaõ foi o mesmo Senhor servido honrar

olhos reconhecemos nossos deveres, e vamos a reparar o


I ao Leal Senado, e a mim. Sabeis, se he que ainda ignoraes,

mal antes que elle nos aproxime. Hum futuro que naõ
que elle mesmo foi quem prouunciou com a mayor ternura

esta lon^e nos ameaça que seremos desgraçados podendo


® ♦ ' 3 » ] ,Í . .. ' j» A *• estas
.0 palavras no dia da minha despedida «==■ Sim segurai-lhe

ser ditosos.
t " . | ^ * • ' / s t r ^ 1 a minha protecçaõ a favor de Macao, e dos seus habitantes,

que realmente os estimo, e V09 sede-me sempre grato,


Esta Cidade conservada a quazi três séculos na melhor

único dever que exijo dos meus súbditos. A vista destas


paz e socego, invejada até das Naçoens Extranhas, está

tocantes expressoens qual de vos poderá ouvir com inde-


boje desasocegada, ludibriada, vexada, perseguida, e ulti-

mamente compromettida para com as Soberanas Cortes, ferença, que se naõ 9inta penetrado de huma commoçáo

tal qual eu sinto para a dherir proraptamente ao que o nosso


para com El-Rey e para com a Naçaõ inteira. Seus Mora-

bom Rey de nos exige.


dores desonrados reputados por servis, e indignos de serem

Portuguezes, por se acharem envolvidos no piqueno, e Sejamos-lhe pois agradecidos c nao ingratos. Respei-

exeasso numero dos facciosos e revolucionários, que pela temos as Leis, e ,as Authoridades por estas designadas

monstruosidade dos seus crimes coromettidos, sem respeito em quanto o Coveruo superior naõ mandar o con-

as Leis nem temor ao castigo, se fazem merecedores de trario. Sugeitemo» a9 suas detenninaçoens, pois só deste
n

muito mais. He sim e9se numero de homens insobordina- modo he que desempenharemos o titulo de Leae9, c bene-

dos e rebeldes, que se rebelaò contra a sua mesma Naçaõ méritos da Patria.

pelo attentado nunca visto de quererem resistir com força Sem duvida nós o somos, por que livres, e expontanea-

armada a huma Fragata Portuguesa vinda da Capital dos I mente nos adherimos a causa da Naçaõ. Nósjuraraos as Ba-

Estados da índia, desobedecendo as posetivas ordens do I


zes da Constituição. Nós sugeitaraos ao que ellas nos prés.

Governo Superior, que longe de nos offender heeile mes- crevem em huma palavra. Nós somos Constitucionaes ehe

v mo quem nos defende dos despotismos e das arbitriorida- quanto basta para sermos felizes ■*■ Digaõ pois todos comigo

\
232 A ABELHA DA CHINA

Viva Nona Santa Religião. Vivaõ as Cortes Soberanas Rey Constitucional, Viva a Naçaó Portugueza todos
Cf

de Portugal, Viva Io. Rey Constitucional o Senhor D. aquelles que tem a honra de pertencer «=e Viva o

Joaõ VI, Viva a Naçaõ Portugueza e todos aquelles que novo Governo de Macao* logo os mesmos Excellentissi-
í 11

tem a honra de lhe pertencer. mo e Revererdissimo Senhor Bispo, emais pessoas com-
I ^ * J • r f> . ^ 1 t > j . a

petentes toinaraò entrega das chaves das Fortalezas, e o

A Cupim d'õfficio que o Excelentíssimo e Reverendíssimo

Bastaó, e com ellas a Poee desta Cidade, com toda a forma


Senhor Bispo Governador desta Cidade dirigio ao Mun-

ir ia imo Conselheiro Manoel Pereira pelo Capitaõ do estillo, ficando o seo antecessor por dezobrigado de

Fernando I uiz Leite, hé do iheor seguinte.


tudo que entaò governava. Em fiè do que se assignaraò

lllustrissimo Senhor Chnselheiro Manoel Pereira.


todos os ditos 1 Ilustríssimos Senhores comido Caros

Como Governador que sou de Macao junto com as


Joze Pereira, Cavalleiro Professo na 'Ordem de Cbristo, Al-

mais pessoas nomeadas pelo Ercellentissimo Governador


feres Mór, Escrivão da Camara que fiz escrever, e sohscre-

dos Estados da índia, tenho encarregado ao official mi-


vi, Carlos Joze Pereira, Fr. Francisco Bispo de Macáo,

litar que esta apresentar a V. Senhoria de faser prender


João Cabral d'Edifique, Ignacio Baptista Cortella, Joa-

o Major Paulino da Silva Barbosa, e achando-se «lie re-


quim Antonio da Siiva, Floriano Antonio Rangel, An-

fugiado em casa de V. Senhoria devera V. Senhoria or-


tonio Joaquim de Oliveira Mattos, Jo«e Joaquim Bar-

denar aos seus Sipaes, e *nnris domésticos, que de nenhuma


ros Júnior, Barão de S. Jose do Porto Alegre, Mano-

forma se oponhaõ a dka prisaS, e no caso de resistên-


el Pereira, Antonio Vicente Rosa, Padre Ignacio da Silva,

cia ficará V. Senhoria responsável a El Rey, e a naçaõ por


Padre Luiz Vicente Baptista, Raimundo Nicolao Vieira,

todos os desastrosos acontecimentos que potsaõ ter lu-


Joaó de Deos de Castro, Antonio José Homem Rebello

gar procurando-se impedir esta ta$ necessária tnedida


Freire, 0 Vigário do Convento de S. Domingos, Anto-

de que essencialmente depende a rígurança, e socego des-


nio Fernandes da Silva, Fr. Henrique de Santo Agostinho

ta cidade. Deos Guarde a V. Senhoria


Prior, Padre Candido Gonsalves Franco, Padre Joaquim

Palacio Episcopal 23 de Setembro de 1823.


josè Leite, protestando, Fre Antonio da Virgem Maria

F. Francisco Bispo. G.
Teixeira, Jose Severo da Silva Telles, Padre Domingos

Antonio Pereira, Padre Antonio Jose Victor, Simaõ Vi-


Extracto da copia do Termo da Posse do Governo da Cidade

de Macao. cente Rosa, Antonio Jose de Vasconcello*, Manoel Vicente

Aos 23 dias do mez de Setembro de 1823 annos nesta Ci- da Fonceca e Cunha, Jose Caetano Favacho, Antonio Jose

dade do Nome de Deos de Macáo na China, nas Cazas da Ca- Gonsalves Pereira, Braa Joaquim Botelho, Francisco An-

mara do Leal Senado, sendo presente o Excellentissimo e tonio Siabra, Manoel Vicente Rosa Braga, Gonçalo de

Reverendíssimo Senhor Diecesano D. Fr. Francisco de Miranda Barros, Felis Vicente Coimbra, Jose Simaõ da
Ok

Nossa Senhora da Luz Chacim o Corpo do lllustrissimo


Costa Britto, Apolinário da Costa Pereira, Antonio Lou-

Cabido, Prelado das Religioens, a maior parte dos Cidada- reuço Barrelto, Jose Vieira Ribeiro, Miguel Antonio Cor-

ons (sendo todos chamados) para effeito de se dar cumpri- tella, Antonio Jose da Rocha, Francisco Xavier Lança,

mento as Ordens do Illrao e Exmò Senhor Governador dos


Angelo Antonio da Silva, Cláudio Ignacio da Siiva, Joaõ

Estados da índia D. Manoel da Camara, datada de 24 de


Felis do Rosario, Jose Maria Marim, Ludivino de Encar-

Abril do corrente anno, em que ratifica a via de Sucessão do


Daçaõ, Manoel Jose dos Remedios, Vicente Caetano da

Governo desta Cidade da data de 23 de Abril de 1817 assi-


Rocha, Albino Gonsalves de Araujo, Antonio Vicente

gnnda pelo Ezcellentissimo Senhor Conde do Rio Pardo


Cortella, Felippe Jose de Freitas, Manoel Martins do Rezo,

. í; . 4 ■ , " •

Governador que foi dos Estados da índia*, a qual sairaõ no- Jose Gabriel Mendes, Januário Agostinho da Silva, Jose

meados para os Membros deste Governo, até chegar as Rodrigues da Costa, Bernardo Gomes de Lemos, Joaquim

Ordens das Soberanas Cortes ou de S. Magestade Fidellissima Gil da Costa Pereira, Nicolao Joaquim de Sousa, Fran-

El-Rei Constitucional, o dito Excellentissimo e Reverendis- cisco Antouio Pereira Thovar, Bartholomeo Francisco
£ ,

timo Senhor Diecesano D. Fr. Francisco de Nossa Senhora de Siqueira, Pedro Feliciano d'Oliveira e Figueiredo, Fran-

da Luz Chacim, o Sargento Mor effectivo João Cabral


cisco Antonio Pereira da Silveira.

d'Estifique, e o Vereador que for do mez; em virtude

NOTICIAS MARÍTIMAS <= Aos 24 deo fundo na


também do Officio do mesmo Excellentissimo Governa

ponta de Maria Nunes, a Fragata Salamandra do Comutan-

dor dos Estados da índia, datado de 24 de Abril deste


do d<>_ lllustrissimo Capitas de Mar, e Guerra Joaquim

mesmo anno, que foi lido em alta voz ; e sendo assim sa- Mourão Garcêz Palha.

Deo fuudo na franquia aos 26 o novo Navio Magnifico


tisfeitos se acclamaraó todos os circunstantes menos alguns

vindo de Siam, Commandante Miguel d'Araujo Rosa ;

Cidadaôs *=» Viva a Nossa Santa Religião *= Vi vão as Sobe-


Seu Proprietário o lllustrissimo Commendador Domingos

ranas Cortes de Portugal, Viva o Senhor D. Joaõ VL Io | Pio Marques. b

AV IZOS. * Toda e qualquer Pessoa que cora as suas lusez, conhecimentos, advertências, reparos, notas desejar illustrar

e a formosear esta nossa folha se poderão dirigir porfearta fechada a Antonio Jose da Rocha, como Redactor desta folha

o qual faz a lua residência no Convento da Graça desta Cidade. *

"Toda «qualquer Pessoa que quiser ser assignante em Borabay de hum novo periódico em Inglez que vai a ver ou que

já vio a luz do dia em 23 do corrente mez cora o titulo de^the Argus=se poderá dirigir ao Redactor, quando não possa por

outra via para este transmittir o seu Nome aos Proprietários do referido periódico; pagará por quartel 10 rupias • c a folha

•erà semanal constando de 12 ate 20 paginas de quarto. Adverte mais que se alguém quiser ver ou ler o papel annunciativo

desse jornal que tem o titnlo de»Prospectus of a new Weekly journal to be entilled the Argus=»poderà mandar pedirão

r
mesmo Redactor que será franco.

As Gaiatas sahirão d'aqui em diante nos dias de Sabbado.

NA TIPOGRAPHIA DO GOVERNO.
A

EL A

DA

H N A,

SABBADO, 4 de Outubro 1823


N.* LV.

A VERDADE, «UE EU CoNTO )VUA E PlJRA,

Vence toda a grandix^oqua escriptura

Camões. Luz. Cant. 5*.

rão os nossos leitores o tumultiiario e rediculo Comício do

MACAO.
dia 19 d' Agosto, de qne o Céo^ a terra, e os Cidadãos

conspícuos se encherão de vergonha? 'A segunda, não;

H E eite artigo Macao para nós o objecto de hum mon- por que elles pacíficos e obedientes à lei, igualmeute como

tão de idcas. Elie se tem metamorpboseaao era treze me- os Probos jà tinhão pelos seus Representantes prestado

zes era tantas figuras politicas, que cada huma delias dá o seu juramento ás bases da N. S. Constituição 110 dia 16

nfficiente matéria para longos discursos." E havendo nós de Fevereiro: *A primeira, também não ; por que a maior

como Escriptor publico, de discorrer sobre todas ellas, parte delles gemerão á vista do horrível Catastrophe por

tomamos agora para objecto do nosso desemvolvimento que hia miseravelmente passando o Major Cavalcante, se

o que deixamos avançado na nossa folha anterior: Dissemos huma occulta Providencia não tivesse desvanecido seme-

ahi, que a ninguera hera occulto de que se servirão lhante attentado, e só por querer gosar do direito = da

certos cabeças de facciosos para conduzir Ora para livre communicação das idéas = que o ^ 8.® da Ses. Ia

chegarmos ao ponto de podermos obrigar aos nossos leito- das bases da N. S Constituição lhe conferia para demons-

res aformar huma demonstração sobre esta proposição, pre- trar, que direito algum, nem lei positiva podia corroborar

cisa queelles notem primeiramente ser esta Cidade inteira- aquella tumultuaria installação» que hia a dar á luz publica

mente mercantil, e que desde a sua origem ate hoje se não hum Governo o mais monstruoso, que se tem conhecido,

tem descoberto outro caminho de mantença pessoal para pela reunião dos poderes, juntos em hum só Corpo poli-

os seus habitantes, que acarreira da Navegação; E isto tico, positivamente reprovado pelas mesmas bases uo ^ 23

quasi geralmente fallando: Porque amesma Tropa, que da Ses. 2a

aqui tiverão, hera ou dos Nativos de Goa, ou dos d' Euro- Ora se a maior parte dos Cidadãos da primeira classe

pa; Eporconsequencia os seus Naturaes ate 1822 não conhe- não concorrerão para tão assombrosas illegalidades, e o

rião,e mesmo ate aborrecião a vida militar,empregando-se facto existio sem a cooperação de todos os Cidadãos da

unicamente, como ja dissemos, abuscar o seu pão na carrei - segunda, segue-se, que forão somente alguns dos da prime-

ra do mar. ira, que illudindo os da segunda, como Chefes de facção

Deste principio innegavel caminhamos agor 1 a estabelecer sediciosa, operarão a grande obia, que a mais de hum anuo

o outro não menos verdadeiro, e vem a ser, que univer- tem servido d'espanto não só á mesma Nação Portugueza,

salmente fallando a população de Macao se pode dividir mas ainda às Extrangciras, por não poderem conhecer

em duas classes de habitantes. A primeira he d'aquelles, nem destinguir o* Poderes, Executivo, Judiciário, e Admi-

que no regaço da sua familia gosào hoje felizmente do dó- nistrativo desta Cidade, por que todos se achavão inclusos

ce fructo das fidigas dos seus maiores, adquirido pelo mes- no Leal Senado. Requeria-se ào Governo, o Leal Senado;

mo principio ; A segunda d'aquelfes, que continuão ainda Ao Juiz Ouvidor, o Leal Senado; 'A Camara, o Leal Senado*

na labutação annual da mencionada carreira, a fim ou de Ao Juiz d'Alfandegn, o Leal Senado; dos Órfãos, o Leal

adquirirem maior fortuna para ser menos sensível aos seus Senado ; do Civel, o Leal Senado. Ao Juiz Ecclesiastico,

vindouros as necessidades da vida, ou para unicamente o Leal Senado. Iuterpunha-se hum recurso, ou huma

receberem o salario preciso para a sua familia. O nume- appelh ção, hera do Leal Senado para o Leal Senado.

ro dos primeiros he bastante exiguo á vista do dos se- Ora vio-sejá mais Governo mais monstruoso? E pode-

gundos. mos attribuir unicamente ao povo de Macâo semelhan-

Ora estabelecidos estes princípios como verdadeiros, t te producção ? Não ; nós estamos firmes não ter fido elle

que realmente os são, á que Classe de Cidadãos attribui- capaz de requerer com conhecimento de cauza tão índigo

%
A ABELHA DA CHINA
$34

tarefa ; por que fomos testemunha» oculares de todo»


no feito. A falta de instrucção »nffíciente 000 principio*
Of

facto» accotitecido» desde o- dia memorável 19 de Agosto „


da no§0a feliz regeneração, e dò verdadeiro Sustem» Cons-

titucional, junto ro n a» quimera» illosoria» do» Chefe» do ma» como esta nossa folha tem d'«»pparecer ao mundo in-
%

partido faccioso o» arrastarão a produsrr wm malfadada teiro, e ainda ás gerações futuras, faremos portanto as ma-

f» breves reflexões, coin que todo» po#são concluir não ter


Governança, que por fim o» seu» mesmo» Membro» jà
>

elle sido tão somente passivo, mas ainda activo, e quede


s« nào eutendião com o tal Leal Senado Governativo;

nenhuma maneira pode convir ao póvo de Macào o que


Confessando a^ora o §ro então roais aferrado corifco ser
1
ÉJt d*
so attiuge áclle e ào» seus Corréos. Nó» argumentaremos
,1 Ilegal essa tinido dos poderes, como se deduz do seu re-

coro as palavras da 011a mesma confissão.


querimento que nos foi transmitlido; e que nò» damos

Se 9 referido Major por merecer a opinião Publica,


aqui o seu conhecimento.

corto elle diz, foi eleito Chefe do mesmo pòvo, segue-sc

concludentemente que hera dotado de todo» o» conheci-

Copia do requerimento feito pelo Major Paulino Silva mento» respectivos à nova Ordem de Couzas, attinentes

Barboza ao Illústriitsmo e Ezcellentistimo Governo a nossa feliz regeneração, e que nào podia ser hospede

data Cidade, à bòrdo dà Fragata Salamandra. nós da» bases da Nossa Santa Constituição, e muito menos

Eicellcntissimo Governo. -Sempre declamei con- nos papeis Publico», que de quando era quando hião appa-

recendo d' Europa aos montões, tae» como decretos, falias,


tra areunião dos trez poderes no Governo, o que fiz

decisões, e &a. Logo por que rasão quando teve a depu-


ver ultimamente por hum Officio, que derigi ao fllus-

trissimo e Leal Senado, protestando até pelo» prejuiso» tação da porção do pòvo illudido, para Chefe do illegal

que dali se poderião seguir a este póvo. Portanto na- feito, não respondeo de,ta forma « (Póvo Macaense, vós

da pode mostrar-se contra mim por este tado ; por que vos achaes bem longe do Espirito da Nação. Ella não tein

»c continuei a exercer o meu emprego, não foi culpa adoptado 0 Democracismo, 00 Oligarchismo; Ella se

minha, mas do pòvo que nunca quiz consentir na mi- serva ainda Manarchia, não absoluta sim, mas Constitucio-

nal. Eisaqui a única differença na nova Ordem de Couza».


nha demissão pedida Irei veles publicamente. Espero

A igualdade, com que ella nivela todos os Cidadãos diante


pois que o actual Governo, a quem reconheço por tegi-

da lei no seu ^ 11 da ses. I1., se entende era quanto àpena,


timo, attendendò a tão ponderosas circunstancias haja

e áos cargos da Nação, e por isso diz logo no ^ IS da m. ses.


de conceder-me aquelles meios da defesa competentes

Que todos os Cidadãos podem ser admittidos aos cargos


a todo o Cidadãò, e mui principalmente amim que me

Públicos sem outra distineção, que não seja a dos seus ta-
vejo sacrificadó por ter desgraçadamente merecido a

lentos ; Mas de nenhum modo intenta parallelar em quan-


Opinião Publiea-=Deos Guarde a V. Excellencia por

to as Jerarchias, dignidades, honras, e preeminências.


muitos annos. Bórdo da Fragata Salamandra 26 de Se-

A vergonhosa acção que praticastes no dia d' acção


tembro de 1823 «=Illustrissimo e Excellentissimo Gover-

de graças em vos adiantardes a pegar as varas do palio


no da Cidade de Macao. Paulino da Silva Barbosa.

com preferencia a hum Barão, a hum Conselheiro, Com-


D&*pachó.

mendadores, Cavalleiros, e mais Nobreza de Macáo, mes-


No dia 7 de Julho dò corrente anno, em que foráo aber-

mo querendo-vos homhrear com o Excellentissimo e Re-


tas as Vias da Capita) de Goa, devia o Supplicante ter-se

verendíssimo Diecesano, ficará para sempre gravada na


servido das expressoens de que ao pfesente se serve, reco-

memoria de todos que assistirão a esse respeitável acto.


nhecendo este GoVerno por ligitimo, e não reservar-se

Sim, Povo Macaense, vós não podeis, sem huma


para agora. Apresente o Supplicante documentos d'au-

nota de perjuros, requerer novo Governo, e hum Governo


thoridade que o constituio membro do Governo desta Ci-

tão monstruoso e illegal, como o dezejaes, depois que as


dade, com a condição de o não entregar a quem de direito

Authoridades Constituídas, e os vossos Rrepresentantrs


devia ; e finalmente trate das defesas dos seus muitos, e

jurarão por vós em 16 de Fevereiro as bazes da N. S. Cons-


altos crimes, para o que ntrnea lhe será por este Governo

tituição i ficando d'esperar as ordens ulteriores. O De-


vedada a liberdade, antes auxiliado com o que estiver ao

creto de 18 d'Abril, de que tanto vos lizongeaes, e que


seu alcance; seja este Requerimento registado com o seu

tem servido de uectaf para os facciosos vos allucinar, foi


despacho, e volte à parte.

antes hum rasgo de politica das Soberanas Cortes, por ain-


27 de Setembro de 1823

da ignorarem a adhezão do nosso atnavel Rei a causa da

CHACIM. CABRAL. CORTELLA.

Nação. Mas desde o momento que elle prestou o seu assi-

so, que foi a 24 de Fevereiro de 1821, estando ainda no Rio

Nós tínhamos positivamente determinado nunca perso- de Janeiro, por si mesmo se dcsvaneceo o tal Decreto,

por recair em a sua Augusta Pessoa o Supremo Poder


nslisar alguém na nossa folha ; mas vendo, que a intensão

Executivo de toda a Monarcbia Luzitana, decretado pelo


do referido Major no supra requerimento, hera descarregar-

23 da Ses. 2* das mesmas baze». Por consequência


te inteiramente, increpando o póvo de não ter consentido

todos o» outros Poderes Executivos, Representantes do Su-


na suâ demissão, julgamos do nosso dever patentear aos

nossos leitores a pouca verdade, era que elle estriba a sua premo da Nação, deverião jurar, e permanecer na espera

assersão. Hè certo que nó» no» podemos .poupar desta das suas Ordens; Por qoe paio juramento só he que nós
ABELHA DA CHINA.

: W. A

10» lornamo» Constitucionais, e não Servi», coroo disse o Vereador substituto a Joaquim de Sonza. Em fé do
;
' . . ' a » l »

lllustrisfimo Deputado Borges Carneiro » ) que se assignarão todo» comigo Carlo» José Pereira
I • i 'f ^

Nos não portemos colligir o que poderá responder o re-


Cavalleiro Profe»»o na Ordem de Christo, Alfere» Móf,

ferido Major á estas rasões, e a outras muitas, que por bre- e Escrivão d* Camara, que fiz escrever c sobscrevi =** Car-

4
V.. j ^ c . \ ■„ .
▼ idade nao apontamos aqui; da única, que julgamos, se lo» José Pereira « Chacim == Cabral « Ignacio Baptis-

«ervirà, hé que não hera eleito para essas demostraçòes, ta Cortella » Joaquim Antonio da Silva =» Floriano

ma» sim para eondusir unicamente os sentimentos dos Antonio Rangel Antonio Joaquim de Oliveira Mat-.

Chefe» da facção. Logò segue-se que à opinião Publica to» Jp.sé Joaquim Barro» Júnior «=» Barão de S. Jo-

< » . \* i
V • i ^ I
9

que o mesmo Major merecera, hera muito semelhante a »é do Porto Alegre «=. Manoel Pereira « Antonio Vi-

do» Antigos Chefes Revolucionários, taes, coroo no nosso rente Roza 3= Ignacio da Silva » Raimundo Nicoláo

,^ _

Século Robespierre, Marat, Hebert, Danton, e outros êjns- Vieira»João de Deos de Castro=Luiz Vicente Baptista «
%
%
i l f C» á1
dem furfuris -f Sendo porem assim devemos trazer-lhe a Antonio José Homem Ribello Freire =» Antonio Fernan-
f
l" o • fr | (

memoria igualmente o» seus desgraçados fins, e lembrar- de» da Silva =» O Vigário do Convento de S. Domingo» «=
15
t . » . » •

Ibe, que o Altíssimo reserva algumas vezes, como diz húm Joaquim Jose Leite protestando *=* Fr. Henrique de San-

grande Politico, os peccados mòraes para retribuir na outra to Agostinho Prior «=> Padre Candido Gonsalves Franco «

vida, masque os políticos são eficazmente compensados Padre Francisco da Silva Maia protestanto contra a for-
%

nesta. E por isso não nos devemos admirar se se verificar ça » Fr. Antonio da Virgem Maria Teixeira « José Se

neíl e a lembrança, que hum certo Medico quiz que servisse vero da Silva Tclle» « Domingos Antonio Pereira «An-

de seu epitaphio « Hic jacet, per quem jacuêre multi « tonio José de Vasconcello» =* Antonio José Victor « Sá-

1 >

Que era bom Portuguez quer dizer =* Aqui jaz, por quem mão Vicente Rosa = Antonio José Gonçalves Pereira
• M n »
í' * * A L.
antes jazerão muitos. = Jose Caetano Favacho = Gonçalo de. Miranda Barros
t ™

Braz Joaquim Botelho = Felix Vicente Coimbra » Mm

noel Vicente da Fonceca e Cunha «== Apolinário da Costa


%
Termo da entrada dos novos Senadores.

Pereira =* Miguel Antonio Cortella =» Antonio Lourenço

Aos 23 de Setembro de 1823 anno» nesta Cidade do


Barreto = Pedro Feliciano de Oliveira e Figueredo = Jo-
t

Nome de Deos de Mação na China nas Cazas da Ca-


se Simão da Costa e Brito « Francisco Antonio Seabra «

mara delia estando em Meza de Vereação o Excellentis- 0 Comraendador Domingos Pio Marques «=» Jose Vieira

simo e reverendíssimo Senhor D. Fr. Francisco de Nossa Ribeiro =» Felipe Jose de Freitas => Francisco Xavier Lan-

1
v t f
Senhora da Luz Chacim Bispo desta Cidade, com assis-
ça == Ludivino da Encarnação *=» Antonio Jose da Ro-

tência do Corpò do 1 Ilustríssimo Cabido, Prelados das Re-


cha = Cláudio Ignacio da Silva = João Felix do Ro-

i
li<rioens e amaior parte dos Cidadãos ( sendo todos para
zano Manoel Martins do Rego = Jose Maria Marim =
W
O "

i«»o chamados ) se apresentou a Pauta remettida, e deter-


Manoel Jose dos Remedios = Albino Gonçalves de Ara-

minada pelo Illustrissimo e Excellentissimo Senhor D.


■ ujo Antonio Vicente Cortella == Vicente Caetano da

•W
Manoel da Camâra Governador dos Estados da Índia da-
Rocha = Francisco Jose de Paiva == Joze Rodrigues da

tada em 5 de Maio de É 821 assignada pelo Ex-


• 0 • Costa m Jose Gabriel Mendes = João Joaquim da Fon-

cellentiscimo Conde do Rio Pardo Governador que foi


, . •
ceca e Cunha = Bernardo Gomes de Lemos « Joaquim

do dito Estado ratificada pelo dito Excellentissimo


Gil da Costa Pereira «= Nicoláo Joaqnim de Souza «
• P ♦
Senhor D. Manoel da Camara em seu Oficio de 24
Januario Agostinho da Silva = Bartholomeo Francisco de

de Abril deste anno, e sendo na presença de todos lida


Siqueira «=* Francisco Antonio Pereira Thovar.

por mim a dita Pauta se acharaS nella as pessoas se-

guintes = Para Juizes Antonio Joaquim de Oliveira Mat-

tos^ Miguel d' Arraujo Roza = Para Vereadores Flo-


PROCLAMACAO.

riano Antonio Rangel, Ignacio Baptista Cortelh, e Jo-

feita pelô Illustrissimo Commandante das Tropas da


aquim da Silva «Para Procurador Jose Joaquim Bar-

Fragata Salamandra ás Tropas desta Cidade.

ros = Para Thesoureiro o Conselheiro Manoel Pereira.


• f áA

Camaradas ! Que lethargo hé o vosso ? Despertai-vos


E sendo também lida a Pauta da Substituição dos dos

e vede que quem vos governa hé hum Senado illegal, mons-


annos de 1823 e 1824 sc acharão nomeados para Juizes
'"i í *t

truoso, e intruso, âpoiado por alguns facciosos que elle pro-


José Baptista -de Lima, e Jose Baptista de Miranda e Li-

curou illudir para se collocar, e conservar n'aquelle respei-


ma. Para Vereadores Manoel Vicente Pereira, Januário

tável lugar. Que classe hé a vossa ? Acaso ignorais que


Agostinho da Silva, e Luiz João d' Almeida. Para Pro-
-* '.i ,

sois parte coropouente do Excercito Portuguez, desta Na-


curador Vicente Baptista Cortella, e Joaquim Manoel Mil-

ção que primeiro fez tremera Asia ? Os uniformes, as Pa-


ner. Para Thesoureiro Felix José Coimbra, e Francisco
4,

tentes, os Juramentos assim vos dizem. Quem tem man-


Jozé de Paiva. E por se achar ausente o Vereador

dado cumprir as vossas Patentes, não hé o Governador dá


Luiz João d* Almeida, e falecido Manoel Vicente Pereira,
.

índia? Quem vos desligou delle? Acaso hum punhado


o Juiz Joze Baptista de Lima,, eos Thesoureiros Felix

de facciosos e rebeldes, que em ludibrio da farda se arro-


José Coimbra, e Francisco José de Paiva, nomearão

garão as redeas do Governo no que pisando aos pés a Con--


no entanto com apluralidade de voto» para servir de
ê36 A ABELHA DA CHINA

tituição que jurarão, a fa*endo-vos perder a honra própria tem era Puebla de Senabria ern seguimento dos facciosos,

! A 4 *V .

da vossa profição, vos tem redasido quase ao estado da os quaes marcharão para Bonavento. A maior parte des

«srravidào ! Camaradas ás armas ! Quem tos demora Sol-


Officiaes st tem reunido a nós. A M ilícia que os Facciosos

dados ? As Bandeiras que jurastes não foi pnra deffender


tinhão comiigo esta dispersa. Ha grande desintelligrncia

as authoridades legitimas, e Constituídas pelo poder com-


entre os mesmos Chefes, relativamente á retirada, e repar-

petente ? Acaso vos esquecestes do despotismo com que


tição do dinheiro. Espera-se, que antes de nos ser possí-

t*s vossos'Officiaes forào sentenciados por Frades, Clérigos,


vel destrui-los, elles se destruirão a si mesmos, o qut he

e Paisanos, que sequiosos do sangue humano querião o


mais provável.

vosso, e o dos vossos Superiores, só por que pertendièo


Lisboa 22 d' Abril 1823. o Diário contem huma nota

arrancar lhes o legitimo mando? Soldados; se Chefes pou-


do Governo de Buarcos e Figueira, annunciaudo a chegada

co resolutos deixarão o Batalnão, alvo de ludribrio publi-


de huma Escuna Ingleza, que «ahio de Corunha no dia

co, tendes hoje quem vos Coinmande com denodo, quem


15, e diz que 9:000 Francezes de Bayona, ajud idos de

vos não deixará ser servidor de hum Tyrauuo !1 Sois Ci-


8:000 Facciosos atacarão S. Sebastião, e foráo repeliidos

didãos, mas sois Militares Acompnnhai-nos, por que o


cora prejuiso de 40J hoinens. Também dà a noticia

•nosso fim hé dar-vos hum Governo legal, hé cortar o des-


de terem entrado os Francezes em Bilbao.
• f A* V ( —, • | ll L |

potismo, hé quebrar os ferros da ignominia, a que vos dei-


Hum officio do General Rego datado de Senabria a 15

xastes prender. Nada de desordens ; dos que só obedecera


f d* Abril diz, que os facciosos tinhão sahido cPaquelle lugar

ao Poder, que deve conservar a segurança publica, não se


nessa mesma manhã, abandonando 6 pessas d'artilheria. O

espera menos. Vnmos, que tendes Companheiros ; e não


General estava resolvido a persegui-los, e escreveo ao Chefe

voi assusteis; por que satisfaseis ao vosso Juramento,


politico de Zamora, pediudo-lhe publicasse huma proclama-

repellindo os rebeldes. Aos vossos se deve a quietação d'


ção, em que declarasse a entrada dos Facciosos na Hespa-

Asia, imitai-os, e deixai que o vosso legitimo Governador


nha, como hum «ataque direiclo á Nação Hespanhola, e que

Nomeado Vos não confunda com os levantados, que buscão


merecião ser repeliidos com todos os meios possíveis, e que

affastar-vos do vosso paiz, alguns que á Goa pertencera.


taes homens deverião ser declarados como inimigo| os mais

Não obedeçais, quando vos mandem contra vossos Ir-


terríveis. O General ajunta que as suas Tropas estão an.

inaons, por que e!!es buscão a execução da Lei, e vossos


ciosas da occasiào de os poder destruir.

Mandões a do Capricho. Vamos. Macáo 23 de Setembro

de 1823. CABRAL COMMAMDANTE DO BATALHAO. Noticias Jlarilimas, e Commerciacx.

A 29 de Setembro deu fundo em Lemtim o Navio

In2lez= Arçrvb1==Capitão Harding. Sahio de Bengali*

NOTICIAS NACIONAES
a 21 d' Agosto, traz de passageiros os Offeciaes do

exirahidas do — Courier de Londres Navio Carmo, e dois lnglezes que vão para Cantão.

Recebemos noticias de se ter feito em Calcuttá lei-


Segunda feira 12 de Maio.

lão de 1300 caixas de Amfião de Malui em t4 de Julho,

PORTUGAL.
e que o rateio sahio a 1,761 rupias, tendo sido o preço

mais baixo 1,735, o mais alto 1,785.


Lisboa, Abril 13 = 1823. Chegou hontem huraa

mala de Lisboa, traz gazetas até o primeiro do corrente. Igualmente soubemos por via de Bengalla que chegou

ao Rio de Janeiro o Navio, Primeiro Rev do Reino Unido,


1) seguinte são Fxtrartos delia.
desta praça, o qual levava huma importante e rica carga,

Nota tomada a bórdo do Paquete Portuguez Luzitano


toda da Caza e propriedade do Illustrissimo Conselheiro

no dia 29 d'Abril à 1*. hora p. m., em 24 horas do Porto. Manoel Pereira, também Senhorio d»» mesmo.

Capitão diz que hum expresso chegou hoje ao Porto

Manifesto do Navio Magnifico vindo de Siam, dado \


com as noticias de que o Exercito pacificador estava em
Alfandega desta Cidade.

Leão, e que no dia 25 principiaria a sua retirada para Por-


Carga.

tugal ; em virtude do General Morillo ter mandado hurn Paos de Sibucao.


8,271 47 Saccas com peixe cabuz.

832 Pedaços de pao rosa 86 Ditas com peixe slip.


dos seus Ajudantes de Campo a informarão General Luiz

88 Pranchões do dito. 11 Ditas com tasallo.

do Rego, de que elle tinha atacado os Portuguezes; os


56 Saccas de Taucàu.

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