Você está na página 1de 48

Prof.

Igor Arcanjo Chaves


Engenheiro de Segurança do Trabalho

Fortaleza, 22, 23 e 30 de Novembro 2019


Visão Geral

Fonte: A Strategy for Assessing and Managing


Occupational Exposures, AHIA 2015.
Visão Geral
1. Start: Estabelecimento da estratégia de avaliação da exposição - incluindo a definição de
critérios de decisão para exposições aceitáveis.

– Ao estabelecer essa estratégia de uma organização, os seguintes problemas devem ser


tratados com cuidado:

• Papel do engenheiro de segurança do trabalho ou higienista ocupacional;

• Objetivos de avaliação de exposição;

• Critérios de decisão para determinar se uma exposição é aceitável;

• Programa de avaliação de exposição por escrito. Por exemplo: PPRA; Sistema de gestão de SST.
Visão Geral

Fonte: A Strategy for Assessing and Managing


Occupational Exposures, AHIA 2015.
Visão Geral
2. Basic Characterization: Avaliação Qualitativa – colete informações para caracterizar o
local de trabalho, força de trabalho e agentes ambientais.

– Comece o processo de avaliação da exposição coletando e organizando as informações


básicas necessárias para caracterizar o local de trabalho, a força de trabalho e os agentes
ambientais.

– Reúna informações que serão usadas para entender as tarefas que estão sendo realizadas,
os materiais que estão sendo usados, os processos que estão sendo executados e os
controles em vigor, para que uma imagem das condições de exposição possa ser feita.
Visão Geral

Fonte: A Strategy for Assessing and Managing


Occupational Exposures, AHIA 2015.
Visão Geral
3. Exposure Assessment: avalie as exposições no local de trabalho, tendo em vista as
informações disponíveis no local de trabalho, força de trabalho e agentes ambientais. Os
resultados da avaliação incluem: a) agrupamentos de trabalhadores com exposições
similares; b) definição de um perfil de exposição para cada grupo de trabalhadores
expostos da mesma forma em relação ao LEO apropriado; e c) julgamentos sobre a
aceitabilidade de cada perfil de exposição.

• Definir Grupo Similar de Exposição (GSE) ou Grupo Homogêneo de Exposição (GHE)


– GSEs são grupos de trabalhadores com o mesmo perfil de exposição para o(s) agente(s)
em estudo devido à semelhança e frequência das tarefas que realizam, os materiais e
processos com os quais trabalham e a semelhança na maneira como realizam as tarefas.
Dados sobre trabalhos, processos, tarefas, equipamentos de controle e materiais que
foram reunidos e organizados na fase anterior são usados para dividir os trabalhadores
em GSEs. Trabalhadores individuais podem ser membros de mais de um GSE.
Visão Geral
3. Exposure Assessment.

• Definir perfis de exposição em relação ao LEO

– Um perfil de exposição é uma estimativa da intensidade da exposição e como ela varia


ao longo do tempo para um GSE. As informações usadas para definir o perfil de
exposição podem incluir dados qualitativos ou quantitativos, ou ambos.
– No início do processo de avaliação da exposição, poucos dados quantitativos podem
estar disponíveis; portanto, a maioria dos perfis de exposição precoce será baseada em
informações qualitativas. À medida que o ciclo de coleta e avaliação de informações
progridem, os GSEs podem ser redefinidos e seus perfis de exposição modificados com
base em novas informações.
– Essa estratégia usa classificações de exposição relativas ao LEO aplicável como um
mecanismo para melhorar a consistência, eficiência e eficácia do processo de avaliação e
acompanhamento da exposição. Essas classificações de exposição são usadas para
priorizar e definir os programas de gerenciamento de riscos.
Visão Geral
3. Exposure Assessment.

• Julgar aceitabilidade dos perfis de exposição de cada GSE

– É feito um julgamento sobre a exposição, usando a classificação da exposição, sua


incerteza e informações coletadas sobre a toxicidade do agente. Esse julgamento é usado
para priorizar os esforços de controle ou a coleta de mais informações com base no nível
estimado de exposição do agente ambiental, gravidade dos efeitos na saúde e na incerteza
associada à classificação da exposição e às informações sobre efeitos na saúde. Neste
sistema:
• As exposições inaceitáveis são colocadas no topo da lista de prioridades de controle;
• As exposições com incertezas para uma tomada de decisão são colocadas em uma
lista de prioridades para coleta de informações adicionais, e
• As exposições consideradas aceitáveis são documentadas como tal e podem ser
colocadas em uma lista para reavaliações periódicas de rotina para verificar se as
exposições continuam sendo aceitáveis.
Visão Geral
3. Exposure Assessment.

• Exposições inaceitáveis ​- Implementar medidas de controle


– Constar na lista de prioridades de controle, que deve ser priorizada de modo que
exposições mais altas a agentes de maior toxicidade sejam controladas primeiro. Levar
em consideração: incerteza no julgamento, o número de trabalhadores expostos e a
frequência da exposição.
• Exposições incertas - Coletar informações adicionais
– O tipo de informação que precisa ser coletada pode variar de um GSE para outro. O
perfil de exposição para um GSE pode ser bem compreendido, mas os dados de
toxicidade podem ser escassos. Nesse caso, é importante coletar ou, em alguns casos,
gerar dados toxicológicos ou epidemiológicos.
– Outro pode ter poucos dados disponíveis para uma estimativa do perfil de exposição.
Nesse caso, é importante gerar mais informações - por meio do monitoramento da
exposição, modelagem ou monitoramento biológico.
Visão Geral
3. Exposure Assessment.

• Exposições aceitáveis ​- Nenhuma ação ou definir um programa de monitoramento de rotina


– As exposições consideradas aceitáveis ​podem não precisar de outras ações, além da
documentação, até que seja hora de uma reavaliação.
– No entanto, a coleta de informações adicionais (como monitoramento, dados
toxicológicos ou epidemiológicos) pode ser necessária para:
• 1) validar o julgamento de "aceitabilidade" ou
• 2) garantir que a operação não fique fora de controle.
Visão Geral

Fonte: A Strategy for Assessing and Managing


Occupational Exposures, AHIA 2015.
Visão Geral
4. Further Information Gathering: Implemente monitoramento da exposição de acordo
com as prioridades ou realize a coleta de mais informações sobre os efeitos na saúde dos
trabalhadores, para que, o julgamentos das exposições incertas, possam ser resolvidos
com maior confiança.

• Os esforços de coleta de informações devem ser priorizados. Maior prioridade deve


ser dada às necessidades de informações associadas a estimativas de exposição mais
altas, estimativas de toxicidade mais altas e estimativas de incerteza mais altas.

• Em alguns casos, se as estimativas de exposição e toxicidade forem altas o


suficiente, deve-se considerar o uso de equipamento de proteção individual ou outro
controle provisório enquanto as informações são coletadas ou geradas.
Visão Geral
4. Further Information Gathering

• As necessidades de informação variam para cada perfil de exposição e julgamento.


Os tipos de informações que podem ser necessárias incluem:

– Monitoramento da exposição

– Modelagem da exposição (Ex. Stoffenmanager)

– Monitoramento biológico

– Geração de dados toxicológicos

– Geração de dados epidemiológicos


Visão Geral

Fonte: A Strategy for Assessing and Managing


Occupational Exposures, AHIA 2015.
Visão Geral
5. Health Hazard Control: Implemente estratégias de controle prioritário para exposições
inaceitáveis.

– É fundamental que os programas de controle sejam priorizados, implantados e ajustados


com base nos resultados das avaliações.

– O monitoramento pode ser usado para identificar e medir as fontes específicas de


exposições inaceitáveis, avaliar a eficácia dos controles existentes, e determinar se
controles novos ou modificados são eficazes.

– É essencial verificar se os controles reduziram exposições com sucesso a níveis


aceitáveis
Visão Geral

Fonte: A Strategy for Assessing and Managing


Occupational Exposures, AHIA 2015.
Visão Geral
6. Reassessment: Realize periodicamente uma reavaliação das exposições. Determine se o
monitoramento de rotina é necessário para verificar se as exposições
aceitáveis ​permanecem aceitáveis.

– É importante que os perfis de exposição e os GSEs sejam mantidos atualizados.

– Isso exige que todo o processo de avaliação da exposição seja atualizado em tempo hábil.

– Isso garantirá que as exposições continuem sendo bem compreendidas e que os


programas de higiene ocupacional da organização continuem respondendo às mudanças
de prioridades.
Visão Geral
7. Communications and Documentation: Embora não exista nenhum elemento na figura
para “comunicações e documentação”, a comunicação dos resultados e a manutenção dos
dados da avaliação da exposição são admitidas como essenciais para que se tenha um
processo/programa eficaz. Por exemplo, através do PPRA.

– Os resultados das avaliações devem ser comunicados de maneira oportuna e eficaz a


todos os trabalhadores afetados.

– Todo o processo de avaliação deve ser documentado.

– As listas de GSEs, seus perfis de exposição e o julgamento sobre sua aceitabilidade


devem ser armazenados, para que os históricos de exposição possam ser gerados. Devem
ser mantidos também os planos de controle de riscos (plano de ação) - assim como as
evidências de que as recomendações foram cumpridas adequadamente.
Visão Geral

Fonte: A Strategy for Assessing and Managing


Occupational Exposures, AHIA 2015.
Estratégia de Amostragem
• Qual(is) empregado(s) serão amostrados?
• Onde o equipamento de medição deve estar localizado, relativamente ao empregado
amostrado?
• Quantas amostras deverão ser coletadas, em cada dia de trabalho amostrado, para
definir a exposição de um empregado?
• Para uma amostra de medição, quanto deve durar o intervalo de amostragem?
• Em quais períodos, durante o dia de trabalho, a exposição do empregado deve ser
amostrada?
• Quantos dias de trabalho durante um ano devem ser amostradas, e quando?

Vamos responder cada uma dessas perguntas!


Estratégia de Amostragem
• Monitoração Pessoal: As amostras de ar devem ser tomadas na zona respiratória do
trabalhador
• Monitoração de Área: dispositivo de coleta é fixado normalmente em um suporte,
geralmente em torno de 1,6 m acima do solo.
• Período de amostras
– As medições devem ser coletadas de acordo com o LEO (oito horas para TWAs de 8
horas, 15 minutos para STELs, no menor tempo possível para Valor Teto).
– Se a duração do monitoramento for menor que o período do LEO ou menor que a
duração total da exposição em uma jornada de trabalho, o higienista ocupacional poderá
não ter uma medida precisa da exposição.
– Deve-se tomar extremo cuidado ao extrapolar os valores de exposição em turno parcial
para exposições em turno completo. Uma parcela significativa da exposição média de 8
horas pode ter ocorrido durante o período não incluído no monitoramento.
– Existem estratégias de monitoramento de curto prazo desenvolvidas para avaliar a
conformidade com LEOs de 8 horas.
Procedimento de análise de dados
para ser utilizado

Período completo
• Período de amostras Amostra única

Período completo
Amostras consecutivas
Tipo de amostra

Período parcial
Amostras consecutivas

Amostras aleatórias

Horas após início da turno


Figura 3.1. Quadro de referência dos tipos de medições de exposição que poderiam
ser tomadas para um padrão de exposição média de 8 horas. Fonte: NIOSH
Estratégia de Amostragem
• Período de amostras
– Em geral, a amostragem de “alta resolução” fornece uma compreensão muito maior de
um perfil de exposição ao longo do tempo do que uma amostra única de turno completo.
– Aumenta a chance de caracterizar e consequentemente controlar as exposições
associadas a tarefas que excedem STEL ou Ceiling e limites de IPVS (Imediatamente
Perigoso à Vida ou à Saúde).
– Embora uma única amostra para comparação de LEO possa fornecer uma demonstração
de conformidade legal, se o objetivo é mitigar a exposição ocupacional, os dados de alta
resolução são inestimáveis, pois tarefas e eventos específicos que levam ao aumento da
exposição são mais facilmente identificáveis.
Comparação de Resolução de Dados

Figura 7.10
Operação que tinha
como medida de
controle um sistema
de exaustão
localizado.
Fonte: AIHA, 2015.

TWA = 0,039 mg/m³


Vmáx 15s = 0,357 mg/m³

O gráfico 15s Resolution representa a exposição real do trabalhador, pode-se ver claramente que a ventilação
local exaustora não está capturando efetivamente o contaminante. Além disso, o rápido aumento e declínio da
concentração indicam que o contaminante está sendo removido pela ventilação geral. Nenhuma uma das
demais amostragens de período completo forneceriam essas informações.
Estratégia de Amostragem
• Número de medições necessárias
– A estratégia ideal para definir o perfil de exposição para um agente ambiental seria
monitorar a exposição de cada trabalhador todos os dias. (Impossível)
– Um subconjunto de trabalhadores e dias de trabalho são escolhidos para monitoramento,
e os resultados são usados ​para estimar o perfil de exposição.
– “Quantas medições são necessárias?” Ainda hoje, o julgamento profissional é a maneira
predominante de determinar o número de amostras.
– De fato, o número de medições necessárias depende de vários fatores, incluindo o
objetivo de monitoramento e o perfil de exposição do GES.
– Se uma única medição estiver muito abaixo de 10% do LEO ou muito acima de 100% do
LEO, então esta medição poderia seria suficiente para julgar a exposição aceitável ou
inaceitável.
– Se o perfil de exposição for altamente variável ou estiver dentro da faixa de 10% a 100%
do LEO, poderão ser necessárias mais amostras para caracterizar adequadamente o perfil
de exposição.
Estratégia de Amostragem
• Número de medições necessárias
– No campo da estatística, entretanto, para o monitoramento mais preciso, deve ser
realizado um número suficiente de medições aleatórias para estimar adequadamente os
parâmetros estatísticos importantes do perfil de exposição.
– São particularmente importantes a média geométrica e o desvio padrão geométrico, para
estimar o percentil 95 do perfil de exposição e seu Limite Superior de Confiança (LSC).
– É necessário um número mínimo de amostras para estimar os parâmetros com incerteza
aceitável: 6 a 10 medições.
– Menos de 6 amostras -> muita incerteza sobre o perfil de exposição. Mais de 10
amostras-> fornecem refinamentos adicionais nas estimativas -> + custo.
– Caso as exposições medidas sejam muito menores que o LEO (<10%) ou maiores que o
LEO; pode ser possível chegar a uma decisão com menos medições.
– Em alguns casos podem ser necessárias mais de 10 amostras, isso é particularmente
importante para exposições próximas ao LEO.
O gráfico mostra que pelo
menos 6 amostras aleatórias
devem ser tomadas para cada
GSE monitorado, a menos
que as exposições medidas
sejam muito menores que o
LEO (<10%) ou maiores que o
LEO; nesse caso, pode ser
possível chegar a uma
decisão com menos
amostras.

Figura 7.11. Efeito do tamanho da amostra


na estimativa da média e do desvio padrão.
Fonte: AIHA, 2015.
Estratégia de Amostragem
• Amostragem aleatória
– O estado da arte mudou do monitoramento de conformidade legal, que se concentra no
trabalhador mais exposto, para determinar se as exposições estão acima ou abaixo dos
limites estabelecidos, para uma avaliação mais abrangente da exposição, que enfatiza a
caracterização de todas as exposições para todos os trabalhadores em todos os dias.
(AIHA, 2015).
– Para análise estatística é necessário que as amostras sejam tomadas de forma totalmente
aleatória: igual probabilidade na seleção de datas, turnos de trabalho, períodos de
amostragem e trabalhadores do GSE.
Passo-a-passo para amostragem aleatória (AIHA, 2015)
1. Identifique o intervalo apropriado para 4. Escolha aleatoriamente turnos de trabalho de cada data
a avaliação da exposição. escolhida para monitoramento.
2. Identifique o tempo de medição 5. Escolha aleatoriamente trabalhadores do GSE para
adequado do LEO. monitoramento durante o turno escolhido.
3. Escolha aleatoriamente as datas no 6. Se apropriado ao tempo de medição do LEO (por exemplo,
intervalo de exposição durante o qual o STEL ou Ceiling), escolha aleatoriamente tarefas de alta
monitoramento será realizado. exposição durante o turno para monitoramento.
Estratégia de Amostragem
• Amostragem aleatória
– Critério NIOSH para grupos de trabalhadores (GSE ou GHE)
– O critério proposto pelo NIOSH (LEIDEL et al., 1977) para a definição do número de
trabalhadores e a escolha daqueles a serem monitorados baseia-se na seleção do
“trabalhador mais exposto”, ou “empregado de maior risco” (maximum risk employee),
ou na seleção de grupos de trabalhadores tidos como de maior risco.

– Mas se o grupo é homogêneo ou similar, não deveria ser possível identificar um


trabalhador mais exposto do que outro do mesmo grupo?
Estratégia de Amostragem
• Amostragem aleatória
– Critério NIOSH para grupos de trabalhadores (GSE ou GHE)
• Situação 1: Em um galpão de fabricação de piscinas de fibra de vidro, cinco trabalhadores do
setor de laminação, que realizam o espalhamento da resina sobre o molde da piscina
utilizando rolinhos, foram agrupados como um GSE. Esses trabalhadores realizam suas
atividades ao lado do laminador (profissional que realiza a aplicação da resina utilizando uma
pistola). Todos os cinco trabalhadores realizam a mesma atividade, com a mesma duração e
estão expostos aos mesmos agentes químicos (vapores de estireno, fibra de vidro, aerossol de
resina etc.). Um deles, no entanto, fica ao lado do laminador, ou seja, muito mais próximo da
pistola e, portanto, da fonte de emissão dos vapores e aerossol, este seria, a princípio, o
trabalhador mais exposto (ou empregado de maior risco) a ser selecionado.
Vídeo
• As amostras e as medições de concentração instantâneas em cada jornada de trabalho
(TWA, STEL, teto) devem ser obtidas no trabalhador selecionado. Serão necessários um
mínimo de seis resultados de jornada para cada parâmetro avaliado.
Estratégia de Amostragem N n

• Amostragem aleatória 8 7
9 8
– Critério NIOSH para grupos de trabalhadores (GSE ou
GHE) 10 9
• Situação 2: Numa fábrica de calçados, dez trabalhadores realizam a 11 – 12 10
atividade de colagem de componentes, durante toda a jornada de trabalho, 13 – 14 11
expostos aos mesmos solventes orgânicos. Eles foram agrupados em um
15 – 17 12
mesmo GSE. Neste caso, se todos realizam as tarefas da mesma forma, é
quase impossível identificar um trabalhador considerado mais exposto. 18 – 20 13
Mesmo assim, as concentrações dos solventes orgânicos no ar variam, tanto 21 – 24 14
no ambiente de trabalho, como na zona respiratória de cada um deles.
25 – 29 15
30 – 37 16
• Realiza-se a escolha aleatória de um subgrupo de trabalhadores de modo
que pelo menos um dentre os 10% mais expostos esteja incluído, com 90% 38 – 49 17
de confiança. O tamanho desse subgrupo é definido a partir da tabela a 50 18
seguir. A escolha deverá ser aleatória.
> 50 22
Estratégia de Amostragem
• Recomendações importantes
– Deve-se esforçar para randomizar a coleta de amostras o máximo possível.
– Deve-se evitar a coleta das amostras em um curto período de tempo (por
exemplo, uma semana), especialmente quando há variações de exposição
causadas por taxas de produção e outros fatores.
– Cuidado ao coletar amostras no turno do dia e supor que essas amostras
também representem os turnos noturnos. Mesmo mudanças na supervisão de
turno para turno podem afetar significativamente o comportamento e as
exposições dos funcionários.
– Voluntários muito interessados ou muito zelosos podem influenciar a avaliação,
especialmente se as práticas de trabalho puderem afetar significativamente os
níveis de exposição.
– É essencial separar os dados do monitoramento coletados por uma estratégia
de amostragem aleatória dos coletados pelas estratégias de pior caso e de
diagnóstico. A mistura desses dados resultará em um perfil de exposição
Análise Estatística
• Após realizar as medições o que fazer com os dados?

• 250 jornadas de trabalho (dias úteis em um ano) anuais, apenas poucas jornadas (n ≥
6) serão avaliadas!

• Com bases nesses dados será julgada a exposição dos trabalhadores.

• A simples comparação visual com os LEO muitas vezes é insuficiente.

• É necessário avaliar a probabilidade e a confiança de não haver violação dos limites


para o período inteiro.

• É preciso fazer uma análise estatística!


Análise Estatística
• Segundo Busch e Lynch (1977), as concentrações de contaminantes na indústria se
distribuem log-normalmente. Na estatística, enquanto a distribuição normal é
determinada pela média e o desvio-padrão, a distribuição log-normal o é pela média
geométrica (MG) e pelo desvio-padrão geométrico (DPG).

• Na distribuição desse tipo, a transformação logarítmica dos dados se distribui


normalmente e a MG e o DPG são simplesmente antilog da média e o desvio-padrão
transformados.

• A curva da distribuição normal é simétrica, enquanto a log-normal assimétrica tem


sentido positivo, o que indica maior probabilidade de altas concentrações nos dados
distribuídos normalmente.
Análise Estatística
• Critérios de julgamento – Média Ponderada no Tempo (TWA-8 horas)
– Aceitável ou Tolerável

• Limite Superior de Confiança Land’s Exato (AIHA) para um intervalo de 90% de


confiança (LSC1,95%) é igual ou inferior ao LEO (TWA 8hr).

• LSC1,95% ≤ LEO

– Inaceitável

• LSC1,95% > LEO


Análise Estatística
• Critérios de julgamento – STEL (curta duração) ou Ceiling (teto)
– Como estes limites não podem ser ultrapassados em momento algum das jornadas
de trabalho, o mais importante é garantir que não mais de 5% dos resultados mais
elevados possam violar os limites. Ou seja, deve-se garantir, com 95% de confiança, que
pelo menos 95% da distribuição das concentrações sejam inferiores ao respectivo limite.

– Aceitável ou Tolerável
• Tanto o percentil 95% (P95%) da distribuição das concentrações, quanto o seu limite
superior de confiança de 95%, denominado Limite Superior de Tolerância (LST95%,
95%), são menores ou iguais aos respectivos limites.
• P95% ≤ LEO e LST95%,95% ≤ LEO

– Inaceitável
• P95% > LEO ou LST95%,95% > LEO
Análise Estatística
• Cálculo dos Parâmetros
– Média aritmética (MA)

– Desvio padrão (DP) da MA

– Logaritmo neperiano de cada resultado de concentração obtido (Y = lnCi)

– Média aritmética dos logaritmos (MAY)

– Desvio padrão da MAY (DPY)

– Média geométrica (MG)

– Desvio padrão geométrico (DPG)

– Limite Superior de Confiança Land’s Exato (LSC1,95%), para um intervalo de 90%


confiança
Análise Estatística
• Cálculo dos Parâmetros
TWA-8 horas
– Limite Superior de Confiança Land’s Exato (LSC1,95%), para um intervalo de 90%
confiança

• C é o fator obtido no gráfico a seguir como função do número de resultados (n) e do desvio
padrão da média dos logaritmos das concentrações (DPY), identificado no gráfico como S.
Análise Estatística
Análise Estatística
• Cálculo dos Parâmetros

STEL (curta duração) ou Ceiling (teto)


– Percentil 95% (P95%)

– Limite Superior de Tolerância (LST95%, 95%,n)

– Em que K = K(0,95;0,95;n), o qual pode ser obtido na Tabela a seguir para uma proporção
igual a 95% (P = 0,95), um nível de confiança de 95% (γ = 0,95) e n resultados.
Análise Estatística
• Planilha IHSTAT da AIHA
– Modo prático de tratar os resultados obtidos é inserir os resultados obtidos na planilha
IHStat, da AIHA. Disponível gratuitamente: https://www.aiha.org/public-
resources/consumer-resources/topics-of-interest/ih-apps-tools

– Vários parâmetros são calculados na planilha e podem auxiliar o profissional na análise


estatística dos resultados obtidos.

– Quando os resultados inseridos na planilha não passam no teste de Shapiro e Wilk, de


ajuste da distribuição, significa que os dados não aderem aos modelos de distribuição da
planilha (normal e/ou lognormal).

– Portanto, os parâmetros estatísticos calculados admitindo essa distribuição não são


apropriados, podendo levar a conclusões equivocadas.
Análise Estatística
• Planilha IHSTAT da AIHA
– Nestas situações (não passarem no teste), sugere-se:

• (1) Obter mais resultados e refazer o Teste W. Se o conjunto total de resultados


também não passar no Teste W e os parâmetros calculados continuarem apontando
para uma não conformidade, aplicar os itens (2) e (3), a seguir. Se passar no Teste W
e apontar para não conformidade, aplicar o item (3).

• (2) Revisar a caracterização básica e reavaliar, com n ≥ 6 resultados. Se a situação se


mantiver a mesma do item anterior, aplicar o item (3), a seguir.

• (3) Adotar medidas de controle tecnológicas e reavaliar, com n ≥ 6 resultados.


Análise Estatística
– Exemplo
– Em um ambiente laboral, coletou-se aleatoriamente, ao longo de 6 meses, 10
amostras de Dioxano (123-91-1), cujo limite de exposição ocupacional (LEO)
da ACGIH é de 20 ppm, utilizando-se de tubo de carvão ativado.
– Analisar utilizando a planilhas IHSTAT da AIHA.

Concentração (ppm)
17 19
13 28
8 23
18 15
31 48
Análise Estatística
– Exercício
– Num laboratório de química, coletou-se aleatoriamente 7 amostras de ácido
clorídrico, cujo limite de exposição ocupacional (STEL, curta duração) da
ACGIH é de 2 ppm.
– Analisar utilizando a planilhas IHSTAT da AIHA.

Concentração (ppm)
0,30 0,46
0,70 0,76
1,23
2,37
2,98

Você também pode gostar