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A CONSTRUÇÃO DO FÓRUM DE DEFESA DA VIDA E DO MEIO AMBIENTE

NA REGIÃO DE MURIAÉ - MG: CONFLITOS TERRITORIAIS ENTRE A


MINERAÇÃO E AGRICULTURA FAMILIAR

Julio Cesar Pereira Monerat


Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

Alice Nogueira Monnerat


Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

Daniel Estevão
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

Resumo

Pesquisa participativa de acompanhamento da articulação do Fórum de Defesa da Vida e do


Meio Ambiente na região de Muriaé, na Zona da Mata Mineira, a partir da Comissão dos
Atingidos pela Mineração. O Fórum atua no sentido de conscientizar e organizar as famílias
camponesas do entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro que são ameaçadas pelo
projeto de mineração de bauxita implementado pelo grupo CBA-Votorantin, caracterizando um
conflito espacial em que se confrontam duas trajetórias-projetos: a camponesa e a minerária. O
conflito local insere-se em uma dinâmica global, onde o modo de produção capitalista busca
hegemonizar sua espacialidade, com graves consequências para os camponeses e suas
espacialidades contra-hegemônicas.

Palavras-chaves: Agricultura camponesa. Mineração. Espacialidade. Conflito. Pesquisa-ação.

Introdução

No início do ano de 2011, fomos convidados a acompanhar, através de um projeto de


extensão junto ao Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais, a Comissão dos
Atingidos pela Mineração na Zona da Mata Mineira, que já atuava na região desde o
ano de 2003. Em sua trajetória a Comissão atravessou momentos de maior mobilização
e outros em que os objetivos de luta e resistência se enfraqueciam em decorrência de
diversos fatores, dentre os quais a pressão da mineradora (CBA-Votorantin) e as
dificuldades de agenda dos agentes voluntários com as demandas de suas organizações.
Após a participação em algumas reuniões, sugerimos que a Comissão se articulasse
como um Fórum Permanente de modo a garantir uma maior continuidade aos processos
de organização da resistência, o que se efetivaria por conta do envolvimento de outras
organizações, bem como pela articulação das comunidades atingidas com o próprio
Fórum através da constituição de fóruns locais.
Dessa forma, a partir de agosto de 2011, a Comissão começou a se articular com o

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objetivo de se transformar em um Fórum Permanente, o que se formalizou em abril de
2012 através da criação do Fórum Permanente de Defesa da Vida e do Meio Ambiente.
O Fórum é composto por entidades que já participavam da Comissão, incluindo a
Comissão Pastoral da Terra – Subseção Zona da Mata Mineira, a Cáritas Diocesana de
Leopoldina, a OSCIP Amigos de Iracambi, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Muriaé e Rosário da Limeira, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Miradouro e o
Centro de Estudo Integração Formação e Assessoria Rural da Zona da Mata –
CEIFAR/ZM. Além disso, mandatos políticos populares da região também apoiam o
Fórum.
Ainda durante o ano de 2011, nossas reflexões apontavam para a necessidade de
vincular o Fórum às comunidades atingidas pela mineração de uma forma mais
orgânica, e a metodologia escolhida para a consecução desse objetivo foi o trabalho de
base entendido como educação popular, uma prática já utilizada pelos agentes e
organizações envolvidos. E para torná-lo efetivo, a Comissão/Fórum decidiu pela
elaboração de um vídeo documentário que abordasse a chegada da mineração na região,
as formas de resistência já colocadas em prática com seus avanços e fracassos, a
caracterização dos modelos da agricultura familiar e da mineradora como projetos
antagônicos e a perspectiva de luta no futuro. Esse vídeo será então exibido nas
comunidades em vistas de serem atingidas pelos impactos da mineração e, através de
dinâmicas participativas, os agentes pretendem motivar a mobilização e organização
comunitária de resistência, seja através de organizações já existentes, seja por meio da
criação de fóruns locais.
Com o decorrer das ações, nosso envolvimento foi se ampliando junto ao Fórum e o
projeto de extensão acabou demandando reflexões que nos exigiam um maior
aprofundamento teórico que desse conta da dinâmica do conflito com a objetividade que
se espera de um pesquisador-agente. Ou seja, além do papel de agente do Fórum,
tornava-se necessário um embasamento teórico que qualificasse as ações do Fórum em
um patamar mais coerente com a realidade conflituosa de sua atuação, em especial
aqueles decorrentes dos possíveis impactos sociais da mineração junto às comunidades
camponesas locais.
As reflexões que apresentamos a seguir são fruto de uma necessidade prática de
pesquisadores-agentes. É, portanto, um processo em andamento em que se busca na
teoria uma fundamentação e orientação para a prática, configurando-se como exercício

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da práxis, entendida como unidade dialética entre teoria e prática, reflexão e ação.
Temos, é claro, consciência dos riscos dessa empreitada onde a militância e a pesquisa
podem se embaralhar, gerando resultados que tanto podem confundir a prática, quanto
embotar a pesquisa. Os instrumentais de uma filosofia da práxis é que estarão buscando
garantir que pesquisa e ação, caminhando com suas múltiplas contribuições uma a outra,
tenham como resultado um conhecimento que não se limita a entender a realidade, mas,
sim, transformá-la (MARX, 1987).

Superando dicotomias

Nesse primeiro momento, procuramos entender a espacialidade como uma totalidade-


multiplicidade marcada pelas contradições e, portanto, por encontros e conflitos. Longe
de um entendimento em que fragmenta a realidade em partes que, depois de somadas,
formariam o todo, a abordagem dialética que buscamos possibilita-nos o entendimento
da dinâmica societária global a partir do estudo de uma realidade local que é
dialeticamente articulada àquela. Ou seja, ao estudar a conflituosidade envolvendo as
comunidades camponesas e a mineradora, construímos uma compreensão da
conflituosidade da sociedade capitalista da qual aquele conflito é parte dialeticamente
articulada. O recorte da realidade que fazemos não é realizado no sentido de fragmentá-
la em partes para uma junção futura, mas sim como momento de um todo. Ao
compreendê-lo articulado ao todo, enriquecemos tanto nossa visão da parte quanto do
todo. Como defende Kosik (2011):

os fatos isolados são abstrações, são momentos artificiosamente separados do


todo, os quais só quando inseridos no todo correspondente adquirem verdade
e concreticidade. Do mesmo modo, o todo de que não foram diferenciados e
determinados os momentos é um todo abstrato e vazio.

A realidade local que estudaremos, por sua vez, não se constitui como um espaço vazio
a ser somente agora atingido por uma espacialidade capitalista. Certamente, as
comunidades camponesas da Zona da Mata Mineia passíveis de serem atingidas pela
mineração são portadoras de uma espacialidade construída em articulação-conflito com
espacialidade-totalidade do capital. Daí ser necessário um entendimento da
espacialidade como constituída por múltiplas trajetórias com suas respectivas
temporalidades para que nosso objeto de estudo – as comunidades camponesas – não
seja visto como um enclave diante de uma avalanche mineradora-capitalista, mas sim

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que ambos sejam entendidos como diferentes trajetórias que participam de um conflito
espacial que será, então, mediado pelas relações de poder, ou seja, pela política
(MASSEY, 2008).
A articulação-conflito das diferentes territorialidades estudadas – camponeses e
mineração, no caso – se faz dento de um espaço hegemonizado pelo capital, já que
tratamos do modo capitalista de produção. Assim, ainda que os camponeses se
constituam uma classe sui generis por serem ao mesmo tempo proprietários dos meios
de produção e de sua força de trabalho – diferentemente dos capitalistas que são donos
dos meios de produção mas não possuem a força de trabalho e do proletariado que
possui essa e não possui aqueles -, vivenciam uma realidade dominada pelo capital. Dito
de outra forma: ainda que hajam diferentes modos de produção – camponês, artesanal,
cooperativista etc. - articulados em uma determinada formação social, o modo de
produção capitalista é dominante, submetendo todos os demais a sua dinâmica
(HARNECKER, 1980). Enfim, conquanto que esses modos de produção – e os
grupos/classes sociais que deles participem tenham suas respectivas trajetórias, elas se
encontram/confrontam espacialmente em uma relação que não pode ser definida como
paritária, mas sim carregadas de diferentes graus de empoderamento.
A compreensão do espaço como uma multiplicidade impregnada de temporalidade que
conformam diferentes trajetórias nos permite entender a espacialidade de modo aberto
em contínuo devir mediado pela política, onde diferentes sujeitos sociais constroem
uma história também aberta a partir das contradições de suas trajetórias e projetos.
Como explica Massey (1999):

para a conceitualização de espaço/espacialidade, é crucial o reconhecimento


de sua relação essencial com e de sua constituição através da coexistência
da(s) diferença(s) - a multiplicidade, sua habilidade em incorporar a
coexistência de trajetórias relativamente independentes. Trata-se de uma
proposta para reconhecer o espaço como a esfera do encontro, ou não, dessas
trajetórias - onde elas coexistem, afetam uma a outra, lutam. [...]. O espaço,
para repetir mais uma vez, é o produto de inter-relações.

Ainda para Massey, a multiplicidade que caracteriza o “espaço como aberto, múltiplo e
relacional, não acabado e sempre em devir, é um pré-requisito, também, para a
possibilidade da política” (MASSEY, 2005). E Massey articula essa possibilidade da
política com a história entendida não como metanarrativas em que o futuro já estaria
previamente determinado pelo desabrochar automático do processo histórico, mas
aberta às possibilidades diante do jogo da política, onde as diferentes trajetórias e

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projetos se encontram e disputam. Reforçando a abertura do devir histórico e
espacialidade
existe um paralelo com o modo pelo qual eu estou propondo que
conceitualizemos a espacialidade. Tanto o espaço quanto a história são
"abertos" - sem dúvida, à medida que a argumentação avança, espero que se
tome evidente que estas duas aberturas são efetivamente dois lados da mesma
moeda, essenciais um para o outro. Em outras palavras, conceitualizando o
espaço como "aberto, não finalizado, sempre em devir", ou seja, como um pré-
requisito essencial para a história ser aberta e, assim, após os argumentos de
Laclau, um pré-requisito para a possibilidade da política (MASSEY, 1999).

Sem perder de vista que as trajetórias que se encontram e confrontam não estão em
igualdade na arena política, pois, a lógica do capital exerce um domínio que mescla
consenso e violência – enfim, hegemonia (STACCONE,1991) - que, nos tempos
marcados pelo globalização capitalista se configuram como globalitarismo, no dizer de
Milton Santos (2011). Ao enfatizar a abertura da história e do espaço a partir das
múltiplas trajetórias evita-se o risco das abordagens teleológicas, inclusive a partir de
vertentes mecanicistas do marxismo, em que a superação do modo de produção
capitalista se daria por conta da contradição entre forças produtivas e ralações de
produção quase que em a intervenção dos sujeitos históricos. Por enfatizar a política
como abertura, reforça-se que também a história está em aberto e o devir será resultado
das inter-relações entre diferentes trajetórias. Mais do que uma história em aberto,
Massey afirma que também o espaço é aberto, já que resultado das múltiplas trajetórias.
Dessa forma, Massey (2008) abre a a possibilidade de superação das visões em que
espaço e tempo, geografia e história, encontram-se dicotomizados.
Buscando sintetizar a reflexão até aqui elaborada, fica claro que buscamos a superação
de dois pares dicotômicos que se articulam: parte-todo (ou local e global) e tempo-
história. Assim, ao estudar uma parte da totalidade – o conflito espacial entre mineração
e camponeses -, estamos construindo um entendimento da totalidade, já que a parte não
deve ser somada a outras partes para se conhecer a totalidade, mas ela mesma já
possibilita uma compreensão do todo por revelar dialeticamente o devir social que é, por
sua vez, simultaneamente espacial e temporal, o que quer dizer que a espaço e tempo
são abertos – não teleologicamente determinados – mas resultado do encontro-confronto
de múltiplas territorialidades com empoderamentos diferentes que são mediados pela
política.
No entanto, a efetivação de uma epistemologia que supere as referidas dicotomias deve
ainda ser capaz de superar a separação entre teoria e prática, tornado-se efetivamente

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práxis. Superar essa dicotomia significa que não se estará construindo um conhecimento
meramente limitado a entender a realidade estudada, mas sim a efetivação de um
entendimento-intervenção, ou seja, práxis (MARX, 1987). Dito de outra forma, ao não
se separar de seu objeto, o sujeito reconhece que visa um entender para transformar.
Mas esse entender-intervir não se dá em momentos separados onde a teoria deva
anteceder à prática.
Assim, a superação da dicotomia entre teoria e prática reforça o processo de superar as
demais dicotomias já elencadas. Teoria e prática transformadoras têm claro que as
intervenções articuladas aos entendimentos se dão no local que, por não ser entendido
como apartado ou apenas parte do todo, configura o agir como global. Além disso,
através da mediação da política é que as diferentes trajetórias e projetos se encontrarão-
confrontarão no sempre abeto devir histórico-espacial.
Ao compreender a dialética entre teoria e prática, somos levados a uma outra relação
dicotômica a ela articulada e que também precisa ser superada: aquela entre sujeito e
objeto do conhecimento. Esse sujeito, ao não ser entendido como apartado de seu
objeto, realiza – no encontro e enfrentamento com demais sujeitos portadores de suas
próprias trajetórias e projetos – seu entendimento-interveção na arena da política. Uma
abordagem que tem, sem dúvida, implicações importantes quando se verifica sua
adoção em uma pesquisa, posto que o pesquisador não se apartará do objeto, mas sim
estará com ele envolvido. E mais, não verá na pesquisa um mero momento de
entendimento da realidade estudada, mas, sim, assumindo uma postura de intervenção
na mesma. Atente-se, no entanto, que, por não separar a teoria da ação, o pesquisador
não pode pretender ser portador de um entendimento teórico superior aos dos
pesquisados sob o risco de incorrer na separação entre sujeito e objeto. Mais do que
isso, pesquisador-pesquisado(s) reconhecem-se enquanto portadores de trajetórias,
elaboradores de projetos, enfim, agentes de uma dinâmica marcada pela política e, por
isso, por eles reconhecida como arena. A pesquisa assim é também intervenção:
pesquisa-ação (THIOLLENT, 2011).
Por fim, mais que revelarem projetos epistemológicos, as abordagens dicotômicas
acabam por revelar uma realidade também dicotomizada, qual seja: a sociedade de
classes do modo de produção capitalista. A separação dos produtores dos meios de
produção promovida e reproduzida pelo modo de produção do capital também cria e
reproduz continuamente as dicotomias acima debatidas. O espaço se torna palco para a

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expansão ativa de uma temporalidade capitalista marcada por uma postura colonizadora
que se coloca no direito de subjugar as demais temporalidades que o capital identifica
com o atraso (MASSEY, 2008); o trabalho intelectual materializado na máquina-
ferramenta sobrepuja os saberes práticos dos trabalhadores que têm sua força de
trabalho mercantilizada; as diferenças locais são incorporadas a um desenvolvimento
que as combina no sentido de valorização do capital; o sujeito-capital sobrepuja a
natureza-objeto, convertendo-a em mercadoria. E, completando todas essas dicotomias,
a divisão social – que geram mais que diferenças ao produzir desigualdade – separa
exploradores e explorados, capitalistas e proletários-camponeses de outro.
Por conta da íntima vinculação entre o projeto de sociedade do capital e a epistemologia
que o acompanha, resta-nos a indagação: é possível superar as dicotomias
epistemológicas em uma sociedade dicotomizada como a capitalista? Responder a essa
questão implica em reconhecer que as trajetórias e projetos que visam a superação das
dicotomias epistêmicas, ao não dicotomizarem sujeito e objeto, teoria e prática, tempo e
espaço, se colocam como projeto maior a superação das dicotomias sociais
fundamentadas na propriedade privada dos meios de produção. Assim, o que por hora
pode e deve ser construído enquanto epistemologia não dicotomizada deve ter sua
dimensão de projeto reforçada. Ou seja, também essa visão deve ser entendida como
projeto e, como devir, não perder a postura dialética.
Por fim, como projeto em construção dentro de uma realidade contraditória-
fragmentada-dicotomizada, e enquanto pesquisa-ação a epistemologia revela-se
enquanto práxis. E não seria errado dizer que configura-se como práxis educativa, onde
pesquisador-educador e pesquisados-educandos constroem seus projetos a partir de
suas específicas mas compartilhadas trajetórias. Sem dúvida, trata-se de um projeto
educacional que se funda em uma pedagogia libertadora que reconhece a relação
dialética entre educador-educando como base para uma práxis transformadora. Nada
mais distante de uma educação bancária onde o educador, que tudo sabe, deposita o
saber na consciência do educando que nada sabe. Educação essa de cunho bancário
(FREIRE, 1981) eque se funda em dicotomias, além de reforçá-las, diferentemente
daquela que é elaborada dialeticamente pelos polos dialéticos e não meramente
dicotômicos que são educador e educando (FREIRE, 1981).
Concluindo esse primeiro momento de nossa reflexão, podemos avançar em direção a
um entendimento não dicotômico da realidade que, vale a pena reforçar, também

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carrega trajetórias e projetos, ou seja, reflexões e ações já realizadas e em andamento,
configurando uma processualidade espaço temporal praxiológica em aberto, no sentido
em que é na arena política, que as múltiplas (às vezes diferentes, às vezes desiguais)
trajetórias e projetos constroem continuamente o devir.

Trajetórias e projetos na Zona da Mata Mineira

É essa divergência de entendimento e de práticas espaço-temporais que pode ser


percebida na Zona da Mata Mineira, a partir de 2003, através da atuação de dois sujeitos
principais: de um lado a mineradora CBA-Votorantin e, do outro, os camponeses
atingidos que, juntamente com ONGs, movimentos sociais, sindicais, pastorais, dentre
outras, articulam-se em uma Comissão dos Atingidos pela Mineração. A mineração
representa um projeto voltado à valorização do capital que se apresenta como um
projeto dito de desenvolvimento sustentável, sendo como imposição de um tempo
moderno-capitalista diante de uma espacialidade atrasada-camponesa (PORTO-
GONÇALVES, 2006). Por sua vez, os camponeses ao serem portadores de diferentes
trajetórias representam uma espaço-temporalidade em que a diferença não significa
necessariamente apartação, mas sim a possibilidade positiva da política.
Para a efetivação desse Fórum, as organizações integrantes da Comissão encontraram
no vídeo documentário uma metodologia participativa já que protagonizado pelos
camponeses atingidos e por lideranças comunitárias. Ao ser exibido às comunidades, o
documentário possibilita um diálogo questionador com objetivo de levar à mobilização.
Tal metodologia objetiva provocar inicialmente um “estramento” da comunidade diante
de sua própria condição de atingida pela mineração para, em seguida, se desdobrar em
debates que possam, por sua vez, gerar mobilização social. É, sem dúvida, uma
metodologia baseada na pedagogia de Paulo Freire (1981) que já foi anteriormente
colocada em prática por entidades que participam da Comissão, em especial a Cáritas
Diocesana de Leopoldina, junto a comunidades que vivenciavam situações de conflito.
O documentário visa questionar, através do trabalho de base, a ameaça à
sustentabilidade da agricultura camponesa diante do projeto minerador, apontando para
o êxodo rural que ele desencadeia, além das perdas materiais e simbólicas dos
camponeses decorrentes do conflito espacial. O documentário procura articular o
processo de resistência a partir da perspectiva do conflito espacial, entendido, como
anteriormente apontado, como confronto de trajetórias que, no caso específico, mais que

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diferentes são desiguais, haja vista a força econômica, jurídico-política, comunicacional
– do grupo minerador CBA-Votorantin diante da agricultura camponesa local.
Podem ser aqui percebidos aqueles elementos cujas dicotomias foram acima apontadas
como necessariamente superáveis dentro da dinâmica de nosso trabalho. O conflito
espacial é entendido a partir de um recorte da realidade – o conflito camponeses e
mineração – que reflete dialeticamente uma conflituosidade global marcada pela
hegemonia do modo de produção capitalista diante dos demais projetos societários
(camponês, cooperativista etc.). Estamos diante de trajetórias e projetos que se
confrontam, já que a espacialização capitalista representada pela mineração ameaça a
espacialidade camponesa, contando para isso com um poder econômico muito superior,
bem como um suporte político-jurídico que se manifesta nas legislações sobre o
subsolo, os trâmites nos órgãos ambientais, a cobertura positiva dos meios de
comunicação e o apoio de políticos regionais e/ou nacionais.
Tais conflitos ocorrem, em uma grande parte dos casos, na expansão da fronteira da
produção de commodities – agropastoris ou minerais – em um quadro de globalização e
acumulação flexível de capital que se choca com as trajetórias e projetos de grupos que
têm na terra a base para sua reprodução sociocultural. A natureza tem sua incorporação
ao processo de valorização do capital intensificada nos momentos de crise econômica
tais como esse vivenciado a partir de 2008 (HARVEY, 2010). Dessa forma, dentro da
dinâmica global, a espacialidade camponesa passa a ser ameaçada pelo capital produtor
de commodities minerais voltadas para a exportação e/ou vinculadas a uma dinâmica de
reprodução mundializada do modo de produção capitalista.
Por outro lado, a resistência camponesa persiste, ainda que não conte com tamanha
força através de audiências públicas, reuniões comunitárias, sejam elas em sindicatos de
trabalhadores rurais ou Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). A luta dos atingidos
pela mineração pode sinalizar um entendimento da espaço-temporalidade em aberto em
que as múltiplas trajetórias possam ser protagonistas através da ação política. Enfim, um
conflito espacial entendido dentro de uma totalidade contraditória mediada pela política
em que se confrontam diferentes trajetórias e projetos.
O trabalho que realizamos, no entanto, não se limita a entender a dinâmica do conflito.
Coerentemente com as posições acima definidas, a superação das dicotomias entre
sujeito e objeto de pesquisa, teoria e prática, somos participantes em projeto pedagógico
junto às comunidades, como pesquisadores-educadores envolvidos com pesquisados-

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educandos em uma relação fundada não em uma educação bancária, mas no diálogo e
voltada à práxis educativa libertadora (FREIRE, 1981).

Da Comissão ao Fórum

O início da luta de sindicatos de trabalhadores rurais, pastorais e movimentos sociais


articulados na Comissão Regional de Atingidos pela Mineração da Zona da Mata
começou em 2003 com o objetivo de mobilizar e organizar as comunidades
potencialmente atingíveis pelos projetos de mineração na região, em especial aquele do
grupo CBA-Votorantin, incluindo também os da Mineradora Rio Pomba, que já atuava
no município de Itamarati de Minas. Boletins da Comissão relatam que “em novembro
de 2003 a população de Muriaé e Rosário da Limeira descobriu, por acaso, que uma
empresa mineradora, a Rio Pomba Empresa de Mineração, estava procurando um
licenciamento para a mineração de bauxita na Serra das Aranhas, em uma Área de
Proteção Ambiental no município de Rosário da Limeira” (Movimento Sindical, 2004).
Ao pesquisar sobre a mineradora, a Comissão constatou a articulação entre a
Mineradora Rio Pomba e a CBA - Companhia Brasileira de Alumínio, do Grupo
Votorantim. Segundo a Comissão, a Mineradora Rio Pomba “já tinha conseguido a
segunda das três licenças iniciais requeridas para começar a minerar na região da Zona
da Mata, que inclui os municípios de Miradouro, Muriaé, Rosário da Limeira,
Fervedouro e Serrania”. Além disso, “a área a ser minerada inclui todas as Áreas de
Proteção Ambiental ao lado leste do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, até às
divisas do próprio parque” (MOVIMENTO SINDICAL, 2004).
A Comissão alertava para o fato que “o processo de licenciamento foi feito em sigilo
absoluto, sem audiência pública, e todos os avisos requeridos por lei foram publicados em
jornais que circulam em cidades localizadas distantes da região afetada. Os pedidos de
licenciamento foram avaliados em Belo Horizonte, sem consulta pública” (Movimento
Sindical, 2004). Também a necessária anuência dos gestores da área de conservação não
foi observada, o que demonstra mais que uma ilegalidade, a articulação de ações visando
que a participação popular não se efetivasse, já que se trata de área de preservação de
enorme importância ambiental, pois, “a Serra do Brigadeiro abriga um dos importantes
trechos de Mata Atlântica do estado, que, por sua vez, constitui um dos ecossistemas mais
ricos e mais ameaçadas do mundo” (MOVIMENTO SINDICAL, 2004).
Em sua atuação, porém, a Comissão não se limitou a tratar as questões ambientais como

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que em separado da dimensão social. Essa vinculação ambiente-sociedade desde o
início das ações já mostrava em direção a não tratar sociedade e natureza de forma
dicotomizada, ainda que essa posição não tenha sido conscientemente assumida. Mas
haveria uma explicação para tal posicionamento: é que, quando da criação do Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, aventou-se a possibilidade de retirada das populações
camponesas que habitavam a área de amortecimento do mesmo. No entanto, fruto de
lutas sindicais e da CPT, reconheceu-se a importância daquelas comunidades
camponesas na preservação ambiental nas áreas onde elas residiam e trabalhavam, pois,
deferentemente dos grandes projetos de fronteira agrícola e minerária, a agricultura
camponesa local mantinha uma relação menos agressiva ambientalmente. Daí que tais
comunidades puderam manter suas residências e lavouras no entorno do Parque.
Diferentemente da relação sociedade-natureza mantidas pelas comunidades tradicionais,
o projeto minerador é entendido como uma ameaça à sustentabilidade da agricultora
camponesa local, pois, além do êxodo rural que ela pode desencadear, a oferta de
empregos pela mineração com o objetivo de cooptar as comunidades atingidas, reduz a
disponibilidade de mão de obra para agricultura familiar. Como elemento ainda mais
frágil dentro das relações sociais marcadas pelo sexismo, as mulheres sofrem de modo
profundo os resultados dessa redução de mão-de-obra já que ocorre um aumento da
jornada de trabalho feminino, o que, por sua vez, trás graves consequências às famílias
(ROTHMAN, 2010). Aprofundando a questão social, os empregos gerados na
mineração são temporários, impossibilitando projetos profissionais de longo prazo.
Além disso, a propriedade fundiária na região é marcada por minifúndios, cujas áreas
seriam inteiramente utilizadas pela mineração que as arrendaria pelo período que que
seria minerado, fazendo com que os agricultores tenham que se afastar da terra durante
o processo minerário. Assim, a compatibilização da agricultura camponesa com a
mineração é tida como impossível, na visão dos agentes da CPT (ROTHMAN, 2010).
Está dado um quadro de insegurança para a agricultura camponesa, onde não se sabe se
os pequenos proprietários poderão/optarão retornar um dia a sua terra ou se irão preferir
o deslocamento permanente para a cidade.
A mineração defende que a atividade mineradora, por realizar uma retirada da camada
superior do solo antes de iniciar a extração da bauxita e ao devolvê-la posteriormente,
garantiria a retomada da produção agrícola no decorrer de poucos anos. Sem pretender
discutir a efetividade prática de tal procedimento – se seria ou não possível a retomada

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da produção agrícola – deve-se salientar que, por ser uma área de propriedades
minifundistas que seriam inteiramente utilizadas durante a retirada da bauxita, o
camponês teria sua atividade inviabilizada, o que poderia levá-lo a residir na cidade por
um período, durante o qual contaria com a pagamento do arrendamento de sua
propriedade pela mineradora. Como já afirmamos acima, pode acontecer de o camponês
desistir de seu retorno ao campo, caracterizando uma situação de êxodo rural. Mas,
ainda na situação em que o afastamento do camponês de sua condição seja temporário,
deve-se considerar que o recebimento do arrendamento em conjunto com seu
afastamento da atividade agrícola por um período o levaria à perda da condição de
segurado especial do INSS, trazendo perdas financeiras e sociais para o mesmo.
Como a população rural da região é formada por mais de 5000 famílias que sobrevivem
da agricultura camponesa, o eventual êxodo rural e a degradação das condições de vida
são consequências da atividade mineradora que se caracterizaria por um elevado custo
social e ambiental que não pode ser simplesmente enquadrado dentro das
“externalidades” do empreendimento.
Uma das integrantes da Comissão, a OSCIP Associação Amigos de Iracambi resume
em documento sua preocupação com o projeto de mineração: “o potencial impacto
socioeconômico na vida de várias famílias das quais a sobrevivência depende das
atividades da agricultura familiar e que não foram consultadas sobre esse assunto; o
impacto na água [,pois,] todas as lavras de bauxita estão localizadas próximos a riachos,
sendo alguns acima de nascentes; [...] o impacto na biodiversidade regional” (Iracambi,
2006), em uma área de Mata Atlântica. Pensando nas ações já realizadas pela
mineradora e na maneira como o debate público tem sido evitado constata-se que “o
plano para a extração deste mineral tem sido conduzido quase em segredo há mais de 20
anos. As companhias envolvidas tomaram precauções para evitar publicidade sobre seus
planos e as autoridades que tinham conhecimento do assunto também mantiveram este
conhecimento longe do público”(IRACAMBI, 2006). Além disso, é um projeto que visa
durar 78 anos, tendo em vista o tamanho das reservas de bauxita no região.
No que se refere à atuação das autoridades públicas em datas mais recentes, há que se
destacar o processo de cooptação exercido pela mineradora, em especial sobre os
prefeitos locais, que incluem construção de estradas vicinais, pontes etc. Em troca as
prefeituras oferecem cursos de capacitação e profissionalização para pessoas afetadas.
A cooptação também passou a ser utilizada pela mineradora junto às comunidades

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atingidas, incluindo a já referida contratação de mão de obra local, bem como a
promessa de pagar um preço elevado pelo arrendamento aos pequenos proprietários.
Essas ações que visam minar as resistências das comunidades ao projeto minerador
foram recentemente ampliadas com a atuação do Grupo Gaia que, atuando em favor do
Grupo Votorantim, organizou o Fórum de Desenvolvimento Regional Sustentável que,
através de encontros regionais e utilizando-se de metodologias participativas, visa
envolver as comunidades em um projeto de desenvolvimento sustentável onde as
mesmas escolhem prioridades a serem atendidas pela mineradora. Essas prioridades
incluem a construção de infraestrutura local e realização de cursos de capacitação, mas,
conforme relato de membro da Comissão, não permitem contestação ao próprio projeto
minerador. Em recente encontro promovido pelo Grupo Gaia na cidade de Miradouro, a
Comissão entregou uma carta (TERRITÓRIO, 2011) onde manifestava o repúdio à
mineração que, apesar de lida na assembleia, não foi debatida ou incluída nas
deliberações finais da reunião. O mesmo Grupo Gaia atua ainda nas escolas locais com
programas de educação ambiental, ou seja, já visando reforçar sua visão socioambiental
junto às novas gerações.
Como as ações tomadas pela mineradora ganharam em complexidade, a Comissão
verificou a necessidade de reforçar sua atuação institucional em reuniões públicas,
conselhos regionais (Copam), audiências públicas e também não-institucional em
reuniões, manifestações e encontros, sendo necessário criar um instrumento que articule
o local ao global conforme defende Massey (apud ZHOURI & OLIVEIRA, 2010), “a
crítica ao global – como força que oprime e explora – só pode ser efetuada a partir do
local, onde o conhecimento é possível e as trincheiras da resistência estão em curso”.
Em reuniões durante o ano de 2011, a Comissão constatou que, no decorrer dos anos, as
ações dos atingidos e da própria Comissão passaram por ciclos de maior ou menor
mobilização em decorrência do envolvimento das pessoas e organizações com suas
próprias pautas de lutas, além, é claro, em decorrência da pressão e cooptação exercida
pela mineradora. A criação e articulação de um Fórum permanente apresentou-se, então,
como instrumental privilegiado para a retomada dos estudos sobre os impactos da
mineração na agricultura familiar, bem como a construção de mobilizações a
alternativas ao projeto de minerador. Para isso, como já afirmado, optou-se pelo
trabalho de base junto às comunidades camponesas cujo primeiro motivador para o
debate é o documentário.

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As novidades e os próximos passos

O Fórum foi formalizado e suas atividades de retomada do trabalho de base já se


iniciaram com a exibição do vídeo nas comunidades. Como é um processo recente, não
seria pertinente uma avaliação nesse momento, o que deverá ser feito a partir de um
conjunto das exibições e dos momentos de debate e formação. Além disso, através da
OSCIP Amigos de Iracambi, o grupo de teatro amador e escolar do município de
Rosário da Limeira já tem encenando a peça: Essa terra é minha, vai minerar em outro
lugar! em diversas comunidades, também provocando o debate e a educação popular.
As entidades que compõem o Fórum têm clareza das dificuldades a serem enfrentadas
no conflito espacial com a mineradora e que já foram acima identificadas. Mesmo
assim, os participantes acreditam na possibilidade mobilizadora do trabalho de base
como instrumento de organização popular.
Cabe, por fim, buscar entender a dinâmica do conflito espacial em andamento. Mais que
um ativismo por parte das entidades que participam do Fórum, objetiva-se o
envolvimento participativo e organizado das comunidades camponesas que possam vir a
ser atingidas pela mineração. Esse envolvimento já pode ser percebido nas comunidades
em que a atuação sindical dos trabalhadores rurais e/ou as pastorais sociais através das
CEBs já vinham desenvolvendo alguma modalidade de trabalho de educação popular.
Nelas já se pode perceber um posicionamento mais crítico com relação à mineradora e
ao Grupo Gaia. Uma posição crítica que, por sua vez, já demonstra potencial de
organização a partir das próprias instâncias de base que podem vir a se articular ao
Fórum Permanente. Por outro lado, nas comunidades onde não existiam ou estavam
enfraquecidos os movimentos de base, a atuação da CBA-Votorantim pôde avançar sem
muitos obstáculos.
O desenvolvimento dessa dinâmica de resistência ou acomodação nos permite concluir
com referência ao espaço e à história em aberto e mediados pela política. Nessa
abordagem, diferentes e muitas vezes conflitivas espacialidades se manifestam enquanto
trajetórias e projetos. Enquanto trajetórias trazem o elemento já construído como
estórias-até-então (MASSEY, 2008) e como projetos esboçam a dimensão da abertura
para o devir. Na arena política trajetórias-projetos se encontrarão e se confrontarão,
caracterizando um processo cuja dinâmica espacial e temporal – geografia e história –
tem como marca a abertura.
A força da trajetória-projeto capitalista é avassaladora diante da pequenez da trajetória-

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projeto das comunidades camponesas, cuja força se encontra em seu tempo lento, como
diria Milton santos (2009). Mas, por ser mediada pelo política, a conflituosidade não se
acha previamente definida em favor de um dos contentores: é abertura do devir. No
entanto, ainda que tendo se iniciado a pouco tempo, a resistência camponesa já se
mostra de maneira mais incisiva nas comunidades em que o trabalho de educação
popular sindical ou religioso já se fazia presente. Ou seja, nessas comunidades haveria
aquilo que ousamos chamar de espacialidade-para-si, em contraposição à espacidalide
-em-si, característica das comunidades onde a tomada de posição diante do projeto
minerador não se deu fundamentado na autonomia. Assim, na espaciadade-para-si seria
o correspondente espacial do conceito de classe-para-si na abordagem marxista,
querendo significar aquela classe que, consciente de seus interesses e inimigos, se
organiza para a luta de classes (MONTAÑO e DURIGUETTO, 2010). A espaciadade-
para-si está presente nas comunidades que têm consciência de suas trajetórias e projetos
enquanto construídos a partir dos encontros e confrontos, mas buscando fazê-lo sempre
a partir da autonomia. Na espacidalide -em-si os projetos são ausentes, outorgados por
agentes exógenos à comunidade em uma situação em também as trajetórias estão
ofuscadas. Sem clareza de suas trajetória, é impossível a construção de um projeto.
O trabalho de base em andamento a partir do Fórum visa justamente possibilitar a
constituição dessa espaciadade-para-si, onde as comunidades camponesas articularão
suas trajetórias-projetos fundamentadas na autonomia e no reconhecimento da política
como locus de construção de um devir continuamente em aberto.

Referências

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