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Documento didático preparado por: Alain François S. Levy – DVLA / CEPEL – Julho 1998
Filosofia
Quanto à análise das informações coletadas, esta pode ser estruturada com diferentes
filosofias ou procedimentos:
A avaliação das condições do equipamento pode ser definida no campo se o
julgamento depender de comparação com valores tabelados ou do histórico do
equipamento, ou se o sistema/instrumento de medição contiver um procedimento
automático de análise.
Avaliação realizada em escritório/sala de controle a partir de informações diretamente
enviadas via modem. Nesse caso são necessários sistemas de medição digitalizados.
Nota: Em quaisquer dos casos acima, tanto as medições quanto as avaliações podem ser
programadas via empresas especializadas em cada assunto, caso não se disponha de
especialistas em cada área de conhecimento.
São itens aos quais muitas empresas não atribuem a devida importância, pensando que,
ao estar lidando com equipamento novo com garantia e que essas tarefas são
normalmente de responsabilidade do fabricante.
O transporte, a montagem e o comissionamento dos equipamentos são etapas
importantes para garantir o bom funcionamento dos equipamentos e possuem, em cada
caso, normas específicas a serem seguidas. Como exemplo, um equipamento que não
estiver bem acondicionado poderá acarretar em problemas mecânicos internos ou
arranhões em partes onde o campo elétrico pode se intensificar. Se os ensaios tiverem
sido feitos anteriormente em um laboratório ou na própria fábrica, estes defeitos passarão
desapercebidos. Outro exemplo são montagens que requerem um determinado torque de
aperto em conexões sob tensão. Se forem mal executadas poderão acarretar em
sobreaquecimentos com o tempo e causar falhas nos equipamentos.
Diagnóstico de transformadores
Conforme visto, os transformadores de potência são peças vitais das subestações e não
podem ser mantidos fora de operação por um período muito grande.
Assim, tem-se buscado metodologias para se poder avaliar periodicamente o estado
operativo destes equipamentos em intervalos de tempo reduzidos ou mesmo em
condições “on-line”.
É notória a dificuldade de se diagnosticar com precisão o estado de um transformador
mesmo pela classificação em apenas três categorias tais como: 1) condições normais de
funcionamento; 2) possibilidade de problemas, avaliar mais freqüentemente; 3) deve ser
retirado do sistema.
O sobreaquecimento do papel isolante pode gerar, por exemplo, CO, CO2, H2O.
O sobreaquecimento do óleo isolante pode gerar, por exemplo, CH4, C2H4 e C2H6.
Descargas elétricas no óleo podem gerar, por exemplo, H2 e C2H2.
Nesse método são considerados para análise diversas relações entre os principais gases
dissolvidos. Conforme essas relações, é sugerido um diagnóstico.
Diagnósticos propostos pela ANSI/IEEE c57.104
O método da IEC 599 fornece uma análise similar a partir das relações:
C2H2 CH4 e C2H4
C2H4 H2 C2H6
O método Laborelec considera para fins de análise os teores de CO, C2H2, H2,
compostos com hidrocarbonetos e a relação CH4/H2, atribuindo níveis de degradação
com a seguinte classificação: normal; média; importante e muito importante.
O método do LCIE se baseia principalmente nos teores dos gases envolvidos,
considerando também os gases C3H4, C3H6 e C3H8, fazendo uma classificação similar
aos métodos anteriores.
Tradicionalmente, o diagnóstico tem sido feito remetendo-se amostras de óleo para
laboratórios especializados. Estes retornam então um relatório com o diagnóstico.
Atualmente existem cromatógrafos portáteis que podem fornecer um diagnóstico rápido
no campo se for incorporado um software contendo os métodos acima descritos.
A medição de descargas parciais no campo não tem sido muito explorada devido aos
ruídos eletromagnéticos existentes e à dificuldade de interpretação dos resultados.
Atualmente, já existem disponíveis sistemas de medição e procedimentos de análise que
facilitam esse tipo de medição.
São apresentados na seqüência 3 exemplos de sistemas que registram grandezas
relativas às descargas parciais.
Descargas parciais também geram ondas acústicas nas freqüências ultra-sônicas. Essas
ondas podem ser detectadas por meio de sensores piezoelétricos colocados na superfície
exterior do tanque do transformador e ligados a um instrumento de medição por cabos
coaxiais.
Esse método possui as vantagens de ser isento de interferências eletromagnéticas e de
propiciar uma tentativa de localização das descargas. Porém não é adequado para sua
quantificação.
Os três métodos de medição de descargas parciais apresentados podem ser utilizados
para monitoramento “on-line”de transformadores, desde que se tenham instalados os
circuitos de medição apropriados.
A qualidade do diagnóstico pode ser tão eficiente quanto a metodologia convencional de
cromatografia.
As buchas de alta tensão dos transformadores são elementos que podem causar danos
substanciais aos transformadores em caso de falha.
Normalmente, problemas incipientes nas buchas podem ser avaliados pela medição de
sua capacitância e fator de perdas. Essa medição pode ser feita no campo pelo uso de
uma ponte Schering conectada ao tap capacitivo das buchas. O transformador deve ser
desconectado do sistema e uma fonte externa de alta tensão é necessária para sua
energisação durante a medição. O circuito de ensaio é similar àquele utilizado em
laboratório.
V. Diagnóstico das condições dos papéis isolantes dos transformadores pela medição da
tensão de retorno.
A medição dessas grandezas unicamente, não fornece informações suficientes para fins
de diagnóstico. Porém são complementos muito importantes no auxílio dos diagnósticos a
serem obtidos pelo uso das técnicas acima descritas. Além disso esses parâmetros estão
disponíveis em todos os transformadores, bastando apenas complementar os circuitos de
ensaio e medição de modo a se poder monitorá-las.
Dessa forma diversos problemas de comportamento progressivo podem ser detectados
nos transformadores. Por outro lado, problemas mais graves que envolvam curto circuito
interno no transformador podem sempre ocorrer. Nestes casos convém existir na
subestação sistemas de alarme eficazes, instalações para drenagem ou escoamento de
óleo e dispositivos que impeçam o incêndio e explosão dos transformadores.
Podem existir defeitos tanto na superfície dos espaçadores quanto no seu interior.
Defeitos na superfície são normalmente efeitos secundários da existência de partículas
metálicas em contato, impurezas excessivas no gás, descargas ocasionadas por ensaios
elétricos, etc. Defeitos internos aos espaçadores se referem a problemas construtivos
destes. Os mais comuns são rugosidades na junção com a alta tensão, partículas
provenientes da maquinária utilizada, bolhas formadas no processo de cura do material
isolante, etc.