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FICHAMENTO - DIREITO PROCESSUAL PENAL I

Prof. Daniel Stefanno

AULA 1

• O direito processual penal vem para regular o processo (sequência de atos) do direito material
(penal). Leva o julgador a ter mais segurança jurídica (ideal de justiça). O processo penal
instrumentaliza e viabiliza o direito penal (material).

• O pacote anticrime CAI NA PROVA (L. 13.964/19) traz questões controversas:

• Acordo de não persecução penal: para crimes com pena mínima inferior a 4 anos. Ex:
corrupção ativa e passiva. Art. 28-A, CPP;

• Juiz das garantias: temporariamente ineficaz por decisão do STF (até o plenário se
pronunciar).

• Conteúdo do semestre (os conteúdos serão integrados para melhor entendimento. Ex: para
montar o IP, precisa-se saber a natureza da ação penal):

✴ 1 - Princípios constitucionais no processo penal

✴ 2 - Sistemas Processuais (qual o do CPP)

✴ 3 - Lei Processual no Tempo e no Espaço

✴ 4 - Princípios legais no processo penal

✴ 5 - Inquérito Policial (procedimento pré-processual. Juiz de garantias só atua aqui).

✴ 6 - Ação Penal

✴ 7 - Competência (assunto mais complexo. Houve, inclusive, mudança nos crimes


cometidos por militares (!). Erro de competência pode tornar a decisão nula. CF, CPP, LE e
jurisprudências tratam do assunto).

• Bibliografia: CPP (arrumar físico para a prova). Nucci, Renato Brasileiro, André Nicolicci,
Nestor Távora (Jus Podium). Material será disponibilizado e deverá ser trago para a aula.

• O juiz está equidistante das partes no processo. O IP está projetado fora da triangulação,
direcionando o MP para a denúncia ou para o pedido de arquivamento ao juiz. O elo acontece
com Delegado > Juiz > MP.

• Pode haver prorrogação de prazo (trinta em trinta dias) do IP até a prescrição do crime. Juiz
concede a prorrogação e oferece vistas ao MP;

• Juiz de garantias CAI NA PROVA:

✴ Mandado de Busca e Apreensão = pedido do delegado direto ao juiz, que já analisa o


motivo das violações constitucionais de inviolabilidade do domicílio (exemplo). Outros
pedidos, como quebra do sigilo bancário, também seguem esse procedimento. Após a
conclusão do IP, o MP pode ou não denunciar.

✴ O juiz de garantias vem para mudar quem julgará a ação penal: o juiz que concede os
pedidos do IP (ex: busca e apreensão, quebra de sigilo) será o juiz de garantias. Esse juiz
recebe a eventual denúncia do MP e, em caso de haver o recebimento positivo,
encaminhará a outro juiz, que julgará a ação penal.

• No IP, já atribui-se um número de processo. Assim, consegue-se monitorar mesmo a fase pré-
processual. Importante o IP está bem instruído para que o processo também o seja. O MP
pode pedir diligências durante o IP.

• Só o juiz pode arquivar. Assim, de posse do IP, o MP pede o arquivamento ou realiza a


denúncia. Em casos de evidente crime levantado pelo IP e o MP não oferecer denúncia, o juiz
pode provocar a Procuradoria-Geral de Justiça (orgão superior ao MP). Fica evidente que um
órgão fiscaliza o outro.

• Nos crimes/contravenções amparados pelo juizado especial criminal, não há instauração de


IP e sim de TCO. (L. 9099/95).

AULA 2

• Pacote anticrime (L. 13964/19):

✴ Art. 310, CPP: previsão formal da audiência de custódia.

✴ Art. 25, parágrafo único, CP CAI NA PROVA = legítima defesa do agente de segurança
pública (há conflito técnico por também ser considerado estrito cumprimento do dever
legal). Não se fala em autorização em “matar”, mas pode ser a única forma dependendo do
caso. Pode ser considerado redundante e desnecessário, uma vez que a legitima defesa já
possuía ampla aplicação.

✴ Art. 51, CP: execução no âmbito penal, mas a multa é considerada dívida de valor
(Fazenda Pública), não podendo ser convertida em PPL.

✴ Art. 75, CP: pena não superior a 40 anos. Por um concurso de crimes, pode haver
condenação maior que 40 anos, mas o máximo a ser cumprido mantém-se 40 (há
unificação das penas, §1º). Contudo, segundo o §2º, sendo condenado por outro
processo, durante o cumprimento de pena do primeiro, far-se-á nova unificação,
desprezando o período de pena já cumprido. Dessa forma, é possível ficar preso por mais
de 40 anos; para os benefícios (livramento condicional, etc) há análise separada dos
crimes (S. 725/STF).

✴ Art. 116, CP: suspensão da prescrição do crime (o inciso III trata, por exemplo, dos
recursos com finalidade de protelar).

✴ Art. 157, VII, CP: emprego de arma branca.

✴ Art. 171, §5º, CP: estelionato como crime de ação pública condicionada a representação
(salvo exceções elencadas no incisos).

✴ Art. 3º-A, CPP: estrutura acusatória (divergência doutrinária), onde há de forma específica
o julgador, o acusador e o acusado.

✴ Art. 3º-B, CPP: IV = exceção ao rito sumaríssimo (L. 9099/95); com o juiz de garantias,
mesmo dentro da investigação, passa-se a mitigar o caráter inquisitivo do Estado (sem
contraditório e ampla defesa).

✦ §2º CAI NA PROVA: prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 dias (se
estiver preso). Atenta-se ao art. 10, CPP, que fala em prazos de 10 (preso) e 30 dias
(solto) para concluir o IP. A prisão pode acabar sendo relaxada (considerada ilegal) se a
investigação não for concluída no prazo de 15 dias. Ocorre que ela foi decretada pelo
próprio juiz, quando converteu a prisão em flagrante em preventiva (conflito de
decisões!!!).

✴ Prisão preventiva: a cada 90 dias o juiz deve trazer argumentos para a manutenção da
prisão preventiva (art. 316, parágrafo único, CPP).

✴ Art. 3º-C, CPP: a competência do juiz de garantias cessa-se com o recebimento da


denúncia ou queixa.

✴ Art. 28, CPP: comunicação à vítima do arquivamento do IP. Possibilidade de “recurso” ao


Procurador-Geral de Justiça/República; artigo foi suspenso por decisão do STF.

✦ A nova redação dá a entender que o próprio MP pode arquivar o IP (!).

✴ Art. 28-A, CPP. CAI NA PROVA: acordo de não persecução penal; as causas de aumento e
diminuição incidem no cálculo da pena para fins desse acordo (ex: tráfico privilegiado,
corrupção ativa, corrupção passiva, etc); há uma problemática ao usar a pena mínima (e
não a máxima). Aumenta-se em demasiado o rol de crimes; não há instauração de
processo (continua sendo réu primário em um futuro crime).

✦ Art. 89, L. 9099/95: o MP já atua como “deverá" propor a suspensão condicional do


processo. Direito do acusado.

AULA 3

• Direito Material x Direito Processual (ESCUTAR ÁUDIO)

• Lei Processual Penal no Espaço e no Tempo

✴ No espaço (ESCUTAR ÁUDIO)

✴ No tempo

✦ Art. 2º, CPP: a lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade
dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

✦ Lei Processual Penal Híbrida ou Mista x Lei Processual Penal Genuína

✤ Art. 90, L. 9099/95: para os processos penais em andamento, a lei processual nova
não influencia. Isso acontece somente com as normas puramente processuais (Lei
Processual Penal Genuína).

✤ Art. 76, L. 9099/95: havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal


pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público
poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser
especificada na proposta. É uma forma de evitar o processo, sendo mais benéfica ao
réu.

✓ É um instituto penal (material) e não puramente processual. Assim, diferentemente


do que preconiza o art. 90, há influência nos processos em andamento.

✓ O art. 89, L. 9099/95 (suspensão condicional da pena) é outro exemplo.

• Princípios Fundamentais do Processo Penal

✴ Art. 3º, CPP: a lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica,
bem como suplemento dos princípios gerais de direito.

✴ Princípio da Presunção de Inocência: art. 5º, LVII, CF = ninguém será considerado culpado
até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.

✦ Há discussão (PEC) para limitar as instâncias e, consequentemente, atingir o trânsito


em julgado mais cedo.

✴ Princípio do Contraditório e Ampla Defesa: art. 5º, LV, CF. Deve haver ciência do acusado
perante o fato (contraditório), e este poderá usar de todos os meios legais para se
defender (ampla defesa).

✦ S. 523/STF: no processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua
deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu. Em suma, não existe a
ausência de advogado no processo penal.

✤ O ato é anulável em caso de deficiência técnica do advogado.

✦ S. Vinculante nº5: a falta de advogado no processo administrativo disciplinar não ofende


a CF (diferentemente do processo penal).

✴ Princípio da Publicidade: art. 5º, XXXII = direito de receber informações dos órgãos
públicos.

✦ Art. 93, IX, CF: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos.

✦ O IP é sigiloso, o processo penal não (em regra). Há casos de segredo de justiça


processual (a lei pode limitar perante a preservação do direito à intimidade).

✴ Princípio da Busca da Verdade: art. 156, CPP = o juiz de ofício pode ordenar a produção
de provas antecipadamente e determinar diligências durante a instrução.

✦ O art. 156, CPP é argumento para alguns doutrinadores considerarem o sistema


processual penal como acusatório impróprio (ou misto).

✦ Há conceito diverso no direito civil, que se atém especificamente ao conteúdo alegado


no processo.

✦ Art. 209, CPP: juiz pode ouvir, quando julgar necessário, outras testemunhas além das
indicadas pelas partes.

✴ Princípio da Inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos: art. 5º, LVI, CF.

✦ Art. 157, CPP: inadmissíveis também as derivadas das ilícitas, quando há nexo de
causalidade com as principais. Se as derivadas puderem ser levantadas por uma fonte
independente das principais, há licitude.

✦ Ilícitas (configura crime) ≠ ilegítimas (afrontou norma processual). Contudo, ambas serão
desentranhadas do processo.

✴ Princípio do nemo tenetur se detegere


✦ Art. 5º, LXII, CF: direitos do preso de permanecer calado e ter assistência familiar e de
advogado.
✦ Pacto San José da Costa Rica e Pacto Internacional Sobre Direitos Civis e Políticos de
1966: não ser obrigado a depor contra si mesmo, nem confessar culpa.

✴ Princípio do Duplo Grau de Jurisdição

✦ Art. 5º, LV, CF: assegurado o direito de recurso em processo judicial e administrativo.

✦ Art. 5º, LVI, CF: ninguém será privado da liberdade sem o devido processo legal.

✦ Pacto de San José da Costa Rica: direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal
superior.

✴ Princípio do Juiz Natural: não haverá juízo ou tribunal de exceção (art. 5º, XXXVII, CF); art.
5º, LIII, CF = autoridade competente que deve processar (onde se deu o resultado da ação
delituosa); art. 5º, XXXVIII, CF = instituição do júri, plenitude de defesa, sigilo das votações,
soberania dos veredictos, competência para os crimes dolosos contra a vida.

AULA 4

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