FÓRUM: SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS

1. Quais os principais deveres dos Estados signatários da Convenção Americana sobre Direitos Humanos?

Os deveres essências dos Estados-partes são os de respeito e adoção das disposições do pacto no
ordenamento. No art. 1 da CADH, os Estados-membros da OEA assumem o compromisso de respeitar os
direitos humanos declarados no documento para com todos os seres humanos que ingressem em
território de sua jurisdição, não apenas nacionais, respeitando-se o princípio da igualdade. Não obstante, o
dispositivo frisa que não há ser humano que possa não ser considerado como pessoa.

2. Qual o fulcro de proteção dos direitos humanos na OEA e como ele interage com o da ONU?

O fulcro de proteção dos direitos humanos se evidencia no preâmbulo da Carta da OEA, ao afirmar a
intenção de paz e de respeito aos direitos essenciais do homem no âmbito das Américas:

EM NOME DOS SEUS POVOS, OS ESTADOS REPRESENTADOS NA NONA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL

AMERICANA,

Convencidos de que a missão histórica da América é oferecer ao Homem uma terra de liberdade e um
ambiente favorável ao desenvolvimento de sua personalidade e à realização de suas justas aspirações;

Nota-se no preâmbulo a inspiração do sistema da OEA naquele instituído pela ONU, agora com
abrangência regional, mas mantendo a mesma intenção de buscar equilíbrio entre soberania estatal e a
garantia da paz mundial, com o consequente respeito aos direitos humanos individuais. Neste sentido, são
frisados conceitos como liberdade, personalidade, independência, igualdade, democracia, bem-estar,
cooperação, moralidade e justiça.

3. Correlação entre direitos e deveres?

O art. 32 da CADH traz a correlação entre deveres e direitos:

“1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a comunidade e a humanidade. 2. Os direitos de cada
pessoa são limitados pelos direitos dos demais, pela segurança de todos e pelas justas exigências do bem
comum, em uma sociedade democrática”. A um direito humano conferido à pessoa corresponde o dever
de respeito ao arcabouço de direitos conferidos às outras pessoas.

Considera-se um aspecto da característica da relatividade dos direitos humanos, que não podem ser
utilizados como um escudo para práticas ilícitas ou como argumento para afastamento ou diminuição da
responsabilidade por atos ilícitos. Assim, os direitos humanos não são ilimitados e encontram seus limites
nos demais direitos igualmente consagrados como humanos.