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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

CLAUDIA DORNELLES MARQUES

O FUNCIONAMENTO DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO


E SUAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NAS ESCOLAS BÁSICAS

SÃO BORJA
2018
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CLAUDIA DORNELLES MARQUES

O FUNCIONAMENTO DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO


E SUAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NAS ESCOLAS BÁSICAS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Ciências
Humanas - Licenciatura da
Universidade Federal do Pampa,
como requisito parcial para
obtenção do Título de Licenciado
em Ciências Humanas.

Professor Orientador: Willian da


Motta Brum

SÃO BORJA
2018
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CLAUDIA DORNELES MARQUES

O FUNCIONAMENTO DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO


E SUAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NAS ESCOLAS BÁSICAS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Ciências
Humanas - Licenciatura da
Universidade Federal do Pampa,
como requisito parcial para obtenção
do Título de Licenciado em Ciências
Humanas Licenciatura.

Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em: 27 /07 /2018

Banca examinadora:

______________________________________________________
Prof. Especialista LIBRAS. Willian da Motta Brum

UNIPAMPA

______________________________________________________
Prof. Especialista LIBRAS E.E.I. Luciane M.Chistina
UNIPAMPA

______________________________________________________
Prof. Mestre em Educação Gilvane Belem correa
UNIPAMPA
4

Dedico este trabalho a minha família,


em especial a meus filhos Paola e
Gabriel que foram porto seguro
perante as dificuldades e é por eles
que vou adiante.
5

AGRADECIMENTO

Primeiro agradeço a Deus por me permitir realizar mais este projeto de


vida, iluminando meu entendimento e minha sabedoria, ampliando meu
caminho e minha capacidade de aumentar meu conhecimento. Para que assim
pudesse completa-se mais uma etapa da minha vida. À minha família que foi
meu alicerce para tudo o que fiz até hoje. Pela atenção e carinho redobrados
durante a realização deste trabalho, me dando força e palavras de carinho,
amor e animo para que assim pudesse continuar esta jornada. Pois nunca me
deixaram desistir, simplesmente por estarem ao meu lado. Obrigada por
estarem ao meu lado me dando força e coragem neste momento, em mais esta
vitória a qual dedico toda a você. Por isso batalhei para que este dia chegasse,
a conclusão deste trabalho. O meu eterno amor e gratidão por tudo o que
aconteceu e por tudo do que abriram mão por mim, para que aqui eu pudesse
chegar. Meu muito obrigado. A meus colegas em especial, Joseane, Luciane,
Marcelo, e Rosemary companheiros de trabalhos acadêmicos e que se
tornaram amigos e fizeram parte da minha formação e que vão continuar
presentes em minha vida. Aos amigos e colegas que fiz durante o curso, pela
amizade que construímos. Aos colegas de Turma pelo exemplo de união que
demonstraram durante o nosso período de estudos. Às instituições pelo
ambiente criativo e de reflexão que proporcionou. A Universidade Federal do
Pampa, pela oportunidade de realizar o curso de Licenciatura em Ciências
Humanas. A esta Universidade em forma de seu corpo docente, em especial
meu orientador professor Wilian da Mota Brum e sua intérprete pelo suporte
para realização deste trabalho. Dedico este trabalho a todos que me ajudaram
com carinho, entusiasmo e que me ensinaram a ser perseverante e ir à busca
da realização de meus sonhos. Meu eterno AGRADECIMENTO.
6

“(...) A Diversidade é inerente à


natureza humana, e qualquer
atuação encaminhada para
desenvolvê-la tem que se adaptar a
essa característica.”

Antônio Zavala
7

RESUMO

No que se refere ao paradigma da inclusão social, a escola precisa participar


transformando-se num espaço onde o ensino por ela ministrado se volte para
todas as pessoas. Durante muito tempo, via-se a educação especial como um
sistema paralelo de ensino, apenas dirigido ao atendimento direto de pessoas
com deficiência, porém a maioria das escolas não tem profissional e/ou
estruturas físicas e financeiras para atender apenas esses alunos
separadamente. Por vezes, precisam conviver em sala de aula tradicional,
junto com os demais colegas, conviver no ambiente físico da instituição de
ensino e nesse momento enfrentam várias situações, e algumas experiências
nem sempre são positivas, pois a escola não apresenta materiais, profissionais
ou recursos suficientes para atender esse aluno da maneira adequada. Esta
pesquisa tem como objetivo investigar o funcionamento do AEE (Atendimento
Educacional Especializado) e suas tecnologias assistiva nas escolas de São
Borja, tendo em vista que o crescente número de alunos inclusos nas escolas
depende deste recurso, para alcançar resultados, com o intuito de
compreender e conhecer melhor o tema, e entender como é feito o
atendimento na sala de recursos.

Palavras-chave: AEE. Sala de Recursos. Inclusão. Escola. NEEs.


8

ABSTRACT

Not referring to the paradigm of social inclusion, the school must be


transforming itself into a space where the teaching taught by it can be reviewed
for all people. For a long time, through a special education as a parallel
teaching system, only directed to the direct attendance of the needs bearers,
however most schools do not have professionals and / or physical structures
and have the right to fulfill the requirements of the students. So, students who
are a specialized service provider sometimes have to live in a traditional
classroom, along with the other classmates, live in the physical environment of
the educational institution and receive attention, and some activities are not
always positive, because the school does not have resources, the level of
resources for the achievement of that language is adequate. This search has a
researching the working of AEE (Specialized Educational Assistance) and its
technologies assistive in schools of São Borja, having in reserve that the higher
number of students inclusions in schools depends this resource, for seobtive
results, with the intention of What is it better and easier to use?

Keywords: AEE. Resource Room. Inclusion. School. NEEs


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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AEE- Atendimento Educacional Especializado


LDBs: Lei de Diretrizes e Bases
NEEs - Necessidades Educacionais Especiais
PNEE - Política Nacional de Educação Especial
TA: Tecnologia Assistiva
10

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO...............................................................................................11
2 DELINEAMENTO DA PESQUISA.................................................................14
2.1 problematizando........................................................................................14
2.2 objetivos da pesquisa...............................................................................17
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................21
3.1 Breve histórico da educação especial....................................................21
3.2 Inclusão......................................................................................................26
3.3 A importância do atendimento a pessoa com deficiência....................27
3.4 Tecnologias do AEE.................................................................................28
4. CONCLUSÃO DA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA........................................30
5. PESQUISA DOS DADOS COLETADOS....................................................31
REFERÊNCIAS............................................................................................... 33
APÊNDICES.....................................................................................................35
APÊNDICES A..................................................................................................36
APÊNDICES B..................................................................................................46
ANEXOS...........................................................................................................58
ANEXOS 1.......................................................................................................59
ANEXOS 2........................................................................................................60
ANEXOS 3........................................................................................................61
11

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi realizado através de uma investigação sobre o


funcionamento do AEE e suas tecnologias na sala de recursos das escolas de
São Borja, Escola Municipal de Ensino Fundamental Ubaldo Sorrilha da Costa
e Instituto Estadual Padre Francisco Garcia. Através deste trabalho, se
pretende atingir os seguintes objetivos: avaliar a sala de recursos das escolas;
investigar se os professores que atuam no AEE têm formação adequada para
atuarem na sala de recursos; conhecer tecnologias assistivas usada na sala de
recursos; relatar como ocorrem os atendimentos no AEE; identificar quais
escolas possuem a sala de recursos mais completa; realizar entrevistas com as
professoras do AEE para esclarecer sobre o trabalho delas; levantar dados de
quantos alunos frequentam o AEE nas escolas.
Durante os últimos anos tem-se observado um progressivo aumento do
número de alunos com deficiência. Nesse contexto, o desenvolvimento
inclusivo das escolas assume a centralidade das políticas públicas para
assegurar as condições de acesso, participação e aprendizagem de todos os
alunos nas escolas regulares, em igualdade de condições. Assim na
organização dessa modalidade na educação básica, devem ser observados os
objetivos e as diretrizes da política educacional, atendendo o disposto na
legislação que assegura o acesso de todos a um sistema educacional inclusivo
onde se destacam a constituição da República Federativa do (BRASIL, 1988),
a Convenção Internacional sobre os Direitos das pessoas com Deficiência
(2006), a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (BRASIL, 2008), o Decreto nº 7.611/11, a Resolução CNE/CEB nº
4/2009. Nos tempos atuais, tem-se vivenciado particularmente políticas
educacionais fundamentadas nos princípios da democracia e no
reconhecimento do Direito de Todos a uma Educação de Qualidade, em que a
escola pública seja um local de produção de conhecimentos, de espaços
acolhedores e de respeito às potencialidades de cada um.
Para Santos (2005, p. 21) merece destaque a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, referência na luta pela igualdade de direitos de toda a
Convenção relativa dos Direitos das Crianças em vigor desde 1990, e a
12

Declaração de Sala manca em 1994 que proclama a “inclusão das crianças,


deficientes como direito do cidadão, o direito de ser diferente e ter uma
educação de qualidade”. (Santos, 2005, p. 21). Portanto, diante das bases
legais, o Atendimento Educacional Especializado - AEE, nas salas de recursos
multifuncionais, e o estabelecimento de redes de parceria vêm para contribuir
para a compreensão e intervenção eficientes, que promovam a educação
inclusiva. O AEE é conceituado pela Secretaria de Educação Especial como
“um serviço da educação especial que [...] identifica, elabora e organiza
recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a
plena participação dos alunos, considerando suas necessidades especiais”
(SEESP/MEC, 2008) e de acordo com essas diretrizes, no art. 5º, o AEE é
realizado prioritariamente na sala de recursos multifuncionais da própria escola
ou de outra escola, no turno inverso da escolarização.
A elaboração e execução do plano de AEE são de competência dos
professores que atuam nas salas de recursos multifuncionais em articulação
com os demais professores do ensino comum, com a participação da família e
em interface com os demais serviços setoriais, conforme disposto no art.9º. O
art.10º que determina o projeto político da escola deve institucionalizar a oferta
do AEE, Sendo assim, de suma relevância o papel do professor, que nesta
perspectiva torna-se um professor mediador e pesquisador do conhecimento,
um professor que passa a assumir uma atitude que aceita a diversidade e a
pluralidade, cuja formação precisa ser de extrema qualidade e de maneira
dialógica, crítica e participativa.
Recebendo uma formação assim, o professor terá uma nova visão de
escola e um planejamento preocupado em atender a todos.
Concluo que todos os professores desde as séries iniciais até as finais
têm que fazer cursos em AEE, para se atualizarem e se especializarem para
que com isso possam ajudar muito mais seus alunos, sendo que a maior parte
do tempo é com esses docentes que o aluno vai passar. Através das
observações nas escolas Ubaldo Sorrilha da Costa e Instituto Padre Francisco
Garcia foram observados os alunos diferenciados pela sua deficiência, que são
esquecidos, ou quando lembrado para ele é dado uma folha com desenho para
ser pintada, isso para aqueles que são desenvolvidos e os outros? Fazem o
que dentro de uma sala de aula? Cadê os monitores para auxiliar esses
13

professores? O governo muda a Educação toda hora, nada contra, mais isso é
sinal de que muita coisa está errada, no papel fica tudo certo, pois não pensam
que na realidade é bem diferente, precisam vivenciar nem que seja por um dia,
ai sim vão saber que é necessário e urgente o apoio e a compreensão de
todos, e que precisam ter um olhar diferenciado para esses alunos, e
profissionais da Educação.
O AEE nas escolas é de extrema importância, pois a escola que se
nomeia inclusiva deve oferecer um ensino de qualidade para os alunos com
NEEs, assim como oferece para os demais alunos. É visando à igualdade, a
inclusão dos alunos com NEEs que a escola possui o AEE, a sala de recursos
é importante, pois serve de estímulo para os alunos com NEEs, sendo assim
os mesmos tem a oportunidade de estarem incluídos, pois a escola oferece
“recursos” para auxiliá-los.
Neste sentido o presente trabalho visa investigar se as escolas
Municipais e Estaduais de São Borja possuem suas salas de recursos
equipadas adequadamente para atender os alunos com NEEs incluídos. Tendo
em vista que a cada dia um número crescente de alunos que possui algum tipo
de NEEs é incluído na escola, precisamos saber se quando o aluno passa a
frequentar a escola, receberá atendimento adequado de acordo com suas
necessidades.
Na fundamentação teórica mostra que nas escolas o AEE é um direito
fundamental para alunos com NEEs. Tornando a escola indispensável no
desenvolvimento e inserção desse ser ao meio comum, sendo um processo
contínuo que conduz esse indivíduo ao conhecimento e à socialização. Para
que isso ocorra é preciso o envolvimento de todos: pais, alunos, professores e
sociedade.
É importante que se verifique ainda se na prática existem condições
necessárias de aprendizagem, atendimento apropriado para o desenvolvimento
de um ensino de grande qualidade. A educação especial é a modalidade que
perpassa todos os níveis e etapas. Tendo como principal objetivo dar
condições para que o aluno que apresente dificuldades possa frequentar o
ensino regular. Sendo necessárias adaptações pedagógicas e físicas e a
interação e capacitação dos educadores, para receber alunos com
necessidades educativas especiais.
14

A educação especial é um dos atendimentos específicos encontrados


no ambiente escolar, sendo utilizado para atender pessoa com deficiência.

2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

2.1 PROBLEMATIZANDO

A história da educação especial no Brasil, no que se refere ao contexto


escolar, foi trazendo ao longo do tempo relatos sobre a modificação na forma
de tratamento dos alunos da Educação Especial. De “excepcionais”, passaram,
alunos com necessidades especiais, e atualmente, alunos com necessidades
educacionais especiais (NEE) (Carvalho, 1999). Nessa perspectiva os
estudantes com NEE possuem o direito de que os sistemas de ensino se
organizem para desenvolver, da melhor forma possível, a qualidade de um bom
serviço para que atendam suas necessidades.
Em 1994, foi realizada em Salamanca (Espanha), a Conferência Mundial
de Educação Especial, quando foi construída e assinada a Declaração de
Salamanca sobre princípios, política e prática em Educação Especial, De
acordo com esta declaração, a escola comum deve se preparar para receber o
aluno com deficiência, as escolas devem se adequar a essa nova realidade,
providenciando rampas, corrimão, material pedagógico para pessoas com
deficiências.
O segundo documento é a Declaração de Salamanca, ocorrida em 1994,
que reafirma o compromisso de Educação para Todos e afirma:

O princípio fundamental desta Linha de Ação é que as escolas devem


acolher todas as crianças, independentemente de suas condições
físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras.
Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas;
crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de
populações distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas,
étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas
desfavorecidos ou marginalizados.
15

A declaração de Salamanca (1994, p. 6) caracteriza a


inserção dos indivíduos que possuem NEE com uma
política de justiça social, conforme explicita: [...] as escolas
devem ajustar - se a todas as crianças, independente das suas de
condições físicas, sociais, linguísticas ou outras. Neste conceito,
terão de incluir as crianças com deficiência ou sobre dotadas,
crianças da rua ou crianças que trabalham crianças de populações
remotas ou nômades, crianças de minorias linguísticas, étnicas ou
culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais.

Santos (2005, p.38) afirma que as escolas inclusivas devem reconhecer


e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto
estilo como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação
de qualidade a todos por meio de currículo apropriado, modificações
organizacionais, estratégias de ensino, e de recurso. Dentro das escolas as
crianças devem receber qualquer apoio extra que possam precisar, para que
se lhes assegure uma educação efetiva.
Conforme a lei2 nº. 9.394 /1996, todas as crianças têm o direito de
frequentar uma escola regular, em que possam conviver com outras crianças e
demais membros da comunidade escolar, socializando-se e aprendendo aquilo
que for capaz de absorver nesse momento, sempre dentro de suas
possibilidades.
Além disso, as crianças com deficiência são beneficiadas quando
frequentam uma escola regular, onde recebem informações iguais as recebidas
pelos colegas, mesmo que tenham um tratamento diferenciado e, onde terão
condições propícias para construir uma posição subjetiva que dê conta da
alteridade. E, dessa forma estará contribuindo para uma melhor qualidade de
vida a essas pessoas.
De acordo com Rita de Cassia sabemos que a escola pode perpetuar
preconceitos, mas também pode desconstruí-los. Esta é uma tarefa para os
gestores e os educadores, comprometidos com os direitos humanos. Percebe-
se que, com o ingresso de alunos com deficiência nas escolas, muitos
professores estão tendo que rever procedimentos antigos e preparar-se para o

2
Como qualquer cidadão, a pessoa com deficiência tem direito à educação pública e gratuita assegurada
por lei, preferencialmente na rede regular de ensino e, se for o caso, à educação daptada às suas
características em escolas especiais, conforme estabelecido nos arts. 58 e seguintes da Lei Federal nº.
9.394, de 20 de dezembro de 1996, art. 24 do Decreto nº. 3.298/99 e art. 2º da Lei nº. 7.853/89.
Disponível em:
<http://www.caade.mg.gov.br/pdf/cartilha.pdf>.
16

novo. Da mesma forma que os pais e as crianças, os docentes ficam ansiosos


e confusos, sobretudo no momento inicial.
Caracterizada como um processo complexo, a educação é um caminho
que exige mudanças significativas, ligadas diretamente na formação de
professores, os quais estão envolvidos na relação pedagógica e no domínio
das tecnologias, e também mudanças no ambiente escolar, o qual deve estar
preparado para receber todos os alunos, possuam eles algum tipo de
deficiência ou não.
Isto é, neste sentido que se desenvolve a educação inclusiva, a qual
respeita e valoriza todos os alunos, cada qual com suas características
singulares, buscando sempre agregar valores através do suprimento de suas
necessidades educacionais e de relacionamento com a sociedade.
Quando se fala que antes de incluir é necessário que haja preparação
de toda a escola, da sociedade, não somente em escala local, mas em escala
global, porque esta ação vai além de somente incluir, mas sim de dar o
embasamento necessário para quem está constantemente em contato com
pessoas com NEE.
Com certeza em outros tempos, a educação e os ensinamentos que
garantiam a sobrevivência do jovem ser humano era tarefa dos integrantes
mais velhos de cada círculo familiar. A escola era destinada a incumbência de
ensinar os conhecimentos e desenvolver as habilidades passadas de geração
para geração, de acordo com a cultura e função social, da sua família com a
finalidade de inserir seus filhos no contexto social da comunidade vigente.
Por sua vez a Educação Inclusiva é um sistema de educação e ensino
em que todos os alunos com necessidades educacionais especiais frequentam
as escolas comuns, da rede pública ou privada, com colegas sem deficiências.
As escolas de ensino regular devem estar adequadas a receber estes alunos, e
equipadas corretamente para atender suas necessidades.
Por outro lado a relação educativa constitui-se, como tal, na medida em
que se desenvolvem mediações (ações, linguagens, dispositivos,
representações) que potencializem a capacidade de iniciativa e de interação
das pessoas (VYGOTSKY, 1997). ² Nesse processo, o educador precisa saber
potencializar a autonomia, a criatividade e a comunicação dos estudantes, e,
por sua vez, tornar-se produtor de seu próprio saber. Muitos docentes
17

acreditam que devem receber a preparação para trabalhar com estudantes


com deficiência a partir de uma formação profissional que, vinda de fora

_______
² VYGOTSKY, Lev. Obras Escogidas. Fundamentos de defectologia. Madrid: Visor, 1997.

(Orientações, Direção, Estado, Município), dê a eles autonomia para atuar. Mas


também, se verifica que tais processos de formação adquirem sentido, na
medida em que se articulam com os saberes que os educadores desenvolvem,
tendo em vista as suas histórias de vida individual, as suas relações com a
sociedade, com a instituição escolar, com os outros atores educativos e os
lugares de formação.

2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA

Compreende-se que para o melhor desenvolvimento do aluno incluso,


além da escola dar assistência que é a sala de recursos do AEE, o profissional
que atua na sala de recursos deve ter a formação adequada que contemple
diversas NEEs. Conforme as Diretrizes Operacionais da Educação Especial
para Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica de 28 de
julho de 2009, da formação e atribuições do professor:

a) Identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos


pedagógicos, de acessibilidade e estratégias considerando as
necessidades específicas dos alunos público-alvo da educação
especial;
b) Elaborar e executar plano de atendimento educacional
especializado, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos
recursos pedagógicos e de acessibilidade;
c) Organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala
de recursos multifuncional; d. Acompanhar a funcionalidade e a
aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala
de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da
escola [...].

Conforme o texto da Política de Educação Especial na Perspectiva


Inclusiva ( BRASIL, 2008) ficam declarados alguns conteúdos específicos da
formação dos professores de AEE:

•LIBRAS
18

•Língua Portuguesa para alunos com surdez


•Sistema Braille
•Informática aplicada à produção Braille
•Recursos tecnológicos e informática aplicada à deficiência visual
(sintetizadores de voz, lupas eletrônicas, magnifica dores de tela para baixa
visão).
•Produção Braille e adaptação de material impresso em tinta
•Recursos ópticos e não ópticos para baixa visão
•Técnica de uso do soroban
•Adaptação de livros didáticos e de literatura para pessoas cegas
•Avaliação funcional da visão •Orientação e mobilidade para pessoas cegas
•Escrita cursiva, grafia do nome e assinatura em tinta para pessoas cegas.
•Tecnologia Assistiva: comunicação alternativa, informática acessível, materiais
pedagógicos adaptados, mobiliário acessível.
•Interpretação em LIBRAS
•Instrutor de LIBRAS
•Desenho universal
•Comunicação para o aluno surdo-cego
•Outras
Acredita-se que as tecnologias vieram para auxiliar os alunos com
NEEs, pois o material adaptado estimula-os para o melhor desenvolvimento
escolar. Conforme Bersch e Machado (2011):

O AEE faz uso da Tecnologia Assistiva – TA e suas categorias


direcionadas ao aluno com deficiência, visando à inclusão escolar. A
TA é uma aliada do AEE porque possibilita uma gama de serviços e
recursos que auxiliam os alunos na resolução de suas tarefas
funcionais. As dificuldades funcionais na realização de tarefas podem
ser transformadas em possibilidades funcionais e participação, se for
devidamente provido o recurso necessário para o aluno.
Por isso, o AEE aparece como uma das garantias de inclusão e a
tecnologia assistiva como uma ferramenta que possibilita ao aluno ser
um sujeito atuante no seu processo de aprendizagem (BERSCH;
MACHADO, 2011, p.21).

A Tecnologia Assistiva (TA) de acordo com Sartoretto e Bersch (2014)


19

É um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o arsenal


de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar
habilidades funcionais de pessoas com deficiência e
consequentemente promover Vida Independente e Inclusão
(SARTORETTO; BERSCH, 2014, p. 72)

Bersch e Machado (2011) destacam que:

A tecnologia assistiva constitui uma área de conhecimento de


fundamental importância para as práticas de AEE. A partir da TA, é
possível alcançar um dos maiores objetivos do AEE: garantir
participação dos alunos com deficiência nas atividades da educação
escolar. O Ministério de Educação tem investido, técnica e
financeiramente, para a implementação da TA na escola comum, por
meio do espaço destinado a realização do AEE: as salas de recursos
multifuncionais. Desta forma, essa unidade tem por objetivo
apresentar o conceito, o objetivo, a composição de TA e as
terminologias adotadas, sobretudo nos setores acadêmico, político e
educacional, para se referirem a TA (BERSCH; MACHADO, 2011,
p.73).

Alguns recursos de TA (tecnologia assistiva) que estão em evidencia


atualmente é: Impressora Braille; Teclado adaptado; Softwares para
comunicação alternativa; Tesoura adaptada; Livros didáticos e de literatura
adaptados; Material pedagógico para o ensino da Libra. De acordo com Giroto
(2012. p. 68) existem muitos recursos de tecnologia assistiva:

Existe um número incontável de possibilidades, de recursos simples e


de baixo custo, utilizados como Tecnologia Assistiva, que podem e
devem ser disponibilizados nas salas de aula inclusivas, conforme as
necessidades específicas de cada aluno com necessidades
educacionais especiais presente nessas salas, tais como: suportes
para visualização de textos ou livros; fixação do papel ou caderno na
mesa com fitas adesivas; engrossadores de lápis ou caneta
confeccionados com esponjas enroladas e amarradas, ou com punho
de bicicleta ou tubos de PVC “recheados” com epóxi; substituição da
mesa por pranchas de madeira ou acrílico fixadas na cadeira de
rodas; órteses diversas, e inúmeras outras possibilidades.

O objetivo deste trabalho foi apresentar de que forma se dá o


funcionamento do AEE e suas tecnologias na sala de recursos das escolas.
Investigar se os professores que atuam no AEE têm formação adequada para
atuarem na sala de recursos. Para que assim se proporcione à pessoa com
20

deficiência uma maior independência par que tenha qualidade de vida e


inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade,
controle de seu ambiente e para que execute com talento e destreza o seu
aprendizado, trabalhando a integração com a família, amigos e sociedade.
Porém, as hipóteses desta pesquisa recaem justamente em apresentar a
presença ou a necessidade de fazer-se presente o termo Inclusão. As questões
fundamentais que vêm permeando as discussões da escola num contexto
geral. Por isso a sociedade, de uma maneira geral, precisa considerar que as
pessoas antes de terem necessidades especiais são seres humanos capazes e
dotados de inúmeras possibilidades, com grande potencial a ser trabalhado.
Essas pessoas com determinadas necessidades especiais, se estimuladas,
podem desenvolver seus potenciais desenvolvendo atividades como qualquer
outro ser humano.
Como escritos na visão do autor, (Vigotsky) (1989, p.36) aparece
reiteradamente sua preocupação por demonstrar a normalidade da pessoa
“com defeito”. “E certo que esse defeito em si mesmo, quer seja na vista, na
audição, na motricidade, no intelecto, se aparta da norma”. Porém graças ao
condicionamento social e ainda a suas limitações, pela lei de defeito-
compensação se gera nela uma personalidade normal que oferece variantes
em seu desenvolvimento e pode oferecê-las também em suas características
individuais, do mesmo modo que ocorre com todas as pessoas normais.
Somando-se a isto as pesquisas evidenciam a importância de um
Atendimento Educacional Especializado não como uma substituição do
trabalho desenvolvido no ensino comum, mas principalmente enquanto
atendimento complementar e/ou suplementar que visa a eliminar as barreiras
que impedem o sujeito público-alvo da Educação Especial de alcançar uma
aprendizagem significativa.
Do mesmo modo, a escola com todos e para todos utiliza um único
currículo para o universo de alunos, inclusive aqueles que, por diferentes
razões, enfrentam barreiras na aprendizagem e de participação. É provável, no
entanto, que para que determinados alunos consigam obter uma aprendizagem
de qualidade, seja necessário proceder a uma série de adaptações curriculares
de grau e natureza diferentes.
21

Dentre as novidades lançadas pela Política destaca-se o Atendimento


Educacional Especializado - AEE, o qual é um serviço da Educação Especial
que "[...] identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de
acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos,
considerando suas necessidades específicas" (SEESP/ MEC, 2008).

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Na segunda metade do século XX iniciam as escolas especiais. Até esta


fase as pessoas com deficiência eram abandonadas e negligenciadas. As
primeiras formas de educação desses indivíduos aconteciam em escolas
anexas aos hospitais psiquiátricos e em instituições especializadas.
Certamente a proposta de inclusão surgiu no século XX, no momento
em que as pessoas com necessidades educativas especiais passaram a ser
considerados cidadãos com direitos e deveres. No Brasil, a educação especial
enquadrou-se no sistema de educação com a aprovação da Lei nº 4.024/61,
contemplando o atendimento às pessoas com necessidades educativas
especiais quando possível no sistema regular do ensino (GUEBERT, 2007).
Por outro lado no Brasil, em 1961, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB nº
4.024/61) contempla a necessidade de cuidados especiais na educação em
relação às pessoas com deficiência. Em seu artigo 88 ela declara que “A
educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema
geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade” (BRASIL, 1961, p. 12).
E no artigo 89 relata que ”Toda iniciativa privada considerada eficiente pelos
Conselhos Estaduais de Educação, e relativa à educação de excepcionais,
receberá dos poderes públicos tratamento especial mediante bolsas de estudo,
empréstimos e subvenções” (BRASIL, 1961, p. 12). Esses dois artigos seriam
revogados posteriormente pela Lei 9394/96. Entretanto, no momento, eles
marcam um avanço legal considerável em relação à educação dos, na época,
ditos excepcionais.
22

Ou seja, em 1971, uma década depois, a LDB nº 5.692/71em seu artigo


9º preconiza que:

Os alunos que apresentem deficiências físicas ou mentais, os que se


encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de
matrícula e os superdotados deverão receber tratamento especial, de
acordo com as normas fixadas pelos competentes Conselhos de
Educação (Brasil, 1971, p. 2).

Dessa forma apesar de as LDBs de 1961 e 1971 apresentarem tópicos


que orientem o tratamento em relação à educação das pessoas com
deficiência, é na LDB 9.394/96 (Brasil, 1996, p. 17) que a educação especial
ganha maior destaque, apresentando todo um capítulo contemplando essa
área do conhecimento. Nessa oportunidade foi definida como educação
especial a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na
rede regular “de ensino, para educandos” portadores de necessidades
especiais. Além disso, afirma que os sistemas de ensino devem assegurar aos
educandos com necessidades especiais currículos, métodos, técnicas,
recursos educativos e organização específicos, para atender às suas
necessidades.
Em outras palavras esta resolução institui as Diretrizes Nacionais para a
educação de alunos que apresentem necessidades educacionais especiais, na
Educação Básica, em todas as suas etapas e modalidades (Brasil, 2001). Em
seu artigo 3° as Diretrizes Nacionais para Educação Especial define por:

[...] educação especial, modalidade da educação escolar, entende-se


um processo educacional definido por uma proposta pedagógica que
assegure recursos e serviços educacionais, organizados
institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, em
alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a
garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das
potencialidades dos educandos que apresentam necessidades
educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da
educação básica (BRASIL, 2001).

Por sua vez, as Diretrizes Nacionais para Educação Especial em seu


artigo 5º estabelecem critérios para avaliar se um educando pode ser
considerado como pessoa com deficiência.
Dessa forma em 2003 foi criado pelo Ministério da Educação o
Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, com o objetivo de
23

transformar os sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos,


promovendo um amplo processo de formação de gestores e educadores nos
municípios brasileiros para a garantia do direito de acesso de todos à
escolarização.
Também em 2007, o Decreto nº 6094/07, dispõe sobre a implementação
do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal,
em regime de colaboração com Municípios, Distrito Federal e Estado, e a
participação das famílias e da comunidade, mediante programas e ações de
assistência técnica e financeira, visando à mobilização social pela melhoria da
qualidade da educação básica (BRASIL, 2007).
Da mesma forma, ainda em 2008 foi instituída a Política Nacional da
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva que, segundo Silva
(2010), tem como objetivo o acesso, a participação e a aprendizagem dos
alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de
ensino para promover respostas às necessidades educacionais especiais,
garantindo: transversalidade da educação especial; atendimento educacional
especializado; continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do
ensino; formação de professores para a educação inclusiva; participação da
família e da comunidade; acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos
mobiliários e equipamentos, nos transportes, na comunicação e informação; e
Articulação Intersetorial na implementação das políticas públicas (SILVA,
2010).
Segundo a Política de Educação Especial:

O atendimento educacional especializado tem como função


identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de
acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação
dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As
atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado
diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não
sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa
e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e
independência na escola e fora dela. (Brasil, 2007, p. 15).

Por outro lado, a Política de Educação Especial na perspectiva prevê,


ainda, a atuação de profissionais com conhecimentos específicos no ensino da
Língua Brasileira de Sinais, da Língua Portuguesa na modalidade escrita como
24

segunda língua, do sistema Braille, do Soroban, da orientação e mobilidade,


das atividades de vida autônoma, da comunicação alternativa, do
desenvolvimento dos processos mentais superiores, dos programas de
enriquecimento curricular, da adequação e produção de materiais didáticos e
pedagógicos, da utilização de recursos ópticos e não ópticos, da tecnologia
assistiva em todos os níveis de ensino, a fim de garantir um eficiente
atendimento educacional especializado.
Como também na perspectiva da educação inclusiva cabe, de acordo
com a Política de Educação Especial, aos sistemas de ensino a organização
das condições de acesso aos espaços, aos recursos pedagógicos e à
comunicação que favoreçam a promoção da aprendizagem e a valorização das
diferenças, de forma a atender as necessidades educacionais de todos os
alunos.
Já em 2008, o Decreto nº 6.571/08, dispõe sobre o atendimento
educacional especializado e regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto nº
6.253, de 13 de novembro de 2007. No ano seguinte, o Decreto nº 6.949/09,
promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de
março de 2007. Também em 2009, a Resolução nº 04/2009 institui Diretrizes
Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação
Básica, modalidade da Educação Especial.
Esses marcos legais trouxeram grandes contribuições para a efetivação
da educação especial. Entretanto a inclusão escolar não é um processo
simples de ser efetivado, pelo contrário, é um processo complexo que exige
esforço conjunto e dedicação de todos aqueles que estão envolvidos com a
questão educacional, particularmente com a escolarização dos alunos com
necessidades educacionais especiais na sala comum do ensino regular
(SILVA, 2010). A autora destaca ainda, o quanto a inclusão pode ser benéfica
não apenas para o aluno com necessidades educacionais especiais, como
também para seus colegas, professores e para toda a comunidade.
Do ponto de vista do autor Vygotsky (1991), geralmente, atribuímos uma
série de qualidades negativas a pessoa “portadora de deficiência” e falamos
muito sobre as dificuldades de seu desempenho, por pouco conhecermos das
25

suas particularidades positivas. Desse modo, homogeneizamos características,


falamos muito sobre suas faltas e esquecemo-nos de falar sobre suas
características positivas que as constituem como pessoas. Sendo assim, inicia
a mudança de concepção de atendimento à pessoas com deficiências, na
tentativa de compreender seus reais limites e possibilidades com a proposta de
uma educação inclusiva, reconhecendo na pessoa humana suas qualidades
apesar das diferenças.
Quando se fala do Conselho Nacional de Educação, nas Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (Resolução n°
02/2002 do CNE), define educação especial como:

Modalidade de educação escolar entende-se como um processo


educacional que se materializa por meio de um conjunto de recursos
e serviços educacionais especiais, organizados para apoiar,
complementar, suplementar e, em alguns casos substituir os serviços
educacionais comuns, de modo a garantir a educação formal e
promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que
apresentam necessidades educacionais especiais, diferentes das da
maioria de crianças e jovens, em todos os níveis e modalidades de
educação e ensino.

Por sua vez, a escola com o objetivo de favorecer o desenvolvimento de


pessoas com deficiência e, ou necessidades educacionais especiais, precisa
delinear uma conduta filosófica que corresponda ao desenvolvimento pleno do
indivíduo. Nesse sentido, a concepção inclusiva valoriza a pessoa com
deficiência enquanto ser humano normal dotado de sentimentos, de desejos e
de elaborações mentais. Desse modo, a limitação passa a ser vista como uma
das características do indivíduo e jamais como referência de quem ele é,
porque a deficiência é uma característica da pessoa, sendo considerada parte
dela, e não que a pessoa seja a sua deficiência (GUEBERT, 2007).
Do mesmo modo a rede regular de ensino tem a função básica de
realizar a inserção da pessoa com deficiência em seu nível de ensino, bem
como a sua socialização. O funcionamento da unidade educacional deve refletir
seus princípios, tendo a comunidade escolar como agente da educação, de
modo a valorizar todas as situações, pois são momentos diferenciados de
aprendizagens, incluindo momentos de convivência familiar.
Cury (2003, p. 53) destaca a importância do trabalho a ser realizado pela
escola de forma conjunta com as famílias, quando afirma: ”Pais e professores
26

são parceiros na fantástica empreitada da educação”. Cury (2003, p. 53)


salienta a questão de os pais nunca desistirem de seus filhos assim como os
professores nunca devem desistir de seus alunos, bem como, a escola deve
aproximar-se a cada dia mais das famílias de seus alunos e formar com elas
um trabalho de parceria.
O autor afirma que a sociedade, por sua vez, também tem papel
relevante e deve envolver-se nesse processo, ao poder público cabe viabilizar
o repasse de verbas, facilitando as parcerias em decorrência de sua função.
(GUEBERT, 2007)
Desse modo, percebe-se que os educandos com deficiência deveriam
fazer parte da rede regular de ensino. Cabendo às escolas se adequarem à
nova realidade, ou seja, as escolas deveriam em seus Projetos Políticos
Pedagógicos, em suas discussões e em sua elaboração contemplar com a
participação da comunidade escolar.

3.2 INCLUSÃO

Inclusão ou educação inclusiva é conceituada como um processo de


educar conjuntamente e de maneira incondicional, nas classes do ensino
regular, alunos com e sem deficiências – que apresentem ou não necessidades
educacionais especiais. A inclusão, portanto, beneficia a todos, uma vez que
sadios sentimentos de respeito à diferença, de cooperação e de solidariedade
podem se desenvolver.
De acordo com Mrech (1998 apud PARANÁ, 1999 p. 14), a inclusão significa:

Atender aos estudantes com necessidades especiais na vizinhança


da sua residência; Propiciar aos professores da classe comum
suporte técnico; Propiciar a ampliação do acesso destes alunos às
classes comuns; Perceber que as crianças podem aprender juntas,
embora tendo objetivos e processos diferentes; Levar os professores
a estabelecer formas criativas de atuação com as crianças com
deficiências; Propiciar um atendimento integrado ao professor de
classe comum. E ela complementa que a inclusão NÃO pode nunca
significar: Levar crianças às classes comuns sem o
acompanhamento do professor especializado; Ignorar as
necessidades específicas da criança; Fazer as crianças seguirem um
processo único de desenvolvimento ao mesmo tempo e para todas
as idades; Extinguir o atendimento de educação especial antes do
tempo; Esperar que, os professores de classe regular ensinem às
27

crianças com necessidades especiais sem um suporte técnico.

3.3 A IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO A PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Sempre que a cartilha publicada pelo MEC diz respeito a uma sociedade
inclusiva: a hora e a vez da família em uma sociedade inclusiva, escrita por de
Paula (2007, p. 6) informa que a ideia de uma sociedade inclusiva nasceu da
união de forças de pessoas no mundo todo.
Para Buscaglia (1993), é importante ressaltar a importância da família
em todo o processo de aprendizagem, portanto, também na construção de uma
“mentalidade inclusiva”, pois a educação inclusiva não se limita ao ambiente
escolar. É importante lembrar que na família são desenvolvidos valores,
hábitos e ideias sobre as coisas e o mundo, portanto, se a consciência em
relação à inclusão for transmitida ás famílias, essas poderão contribuir
diretamente no desenvolvimento de uma sociedade inclusiva.
Buscaglia (1993) Acredita que essa compreensão deveria referir-se a
todos nós, e não apenas a pais de crianças com necessidades especiais, pois
assim seria possível uma educação inclusiva efetiva, e o distanciamento
emocional e existente entre as pessoas poderia diminuir.
É importante que a mente seja despojada de todo o tipo de estereótipo e
preconceito, abrindo nossos olhos para o incrível que nós podemos
proporcionar através da convivência com aqueles que, supostamente, são
“menos” capazes para de terminadas atividades. Para que se possa construir
uma sociedade inclusiva é preciso antes de qualquer coisa, haver toda uma
mudança no pensamento das pessoas e na estrutura da sociedade, com isso é
necessário certo tempo, mas é a real aceitação das pessoas com
necessidades especiais que irá nortear e desencadear essas mudanças e,
essa aceitação deve começar pela própria família. Antigamente os pais não
colocavam seus filhos “especiais” cedo na escola, pois acreditavam que estes
não teriam capacidade de aprender, de se desenvolver de se relacionar com as
demais crianças (BUSCAGLIA, 1993, p. 38).
Ainda mais a falta de conhecimento, de informação acerca da deficiência
levava muitos pais ao estado de desespero, ficavam sem saber como agir,
28

sentindo-se culpados, deprimidos desencadeando todo um processo


depressivo em todos os componentes da família e deixavam, na maioria dos
casos, a criança espacial de lado, sem a atenção devida.
Quando se fala que isso acontece, se exige de cada membro familiar
uma redefinição de papéis, cobrando-se deles mudanças de atitudes e novos
estilos de vida. Buscaglia (1993) considera esse período inicial da vida, como
um dos mais importantes para o futuro das crianças com deficiência, pois. “É
nesse momento que receberão ajuda para formar atitudes básicas em relação
a sua ótica futura-otimismo/pessimismo, amor/ódio, crescimento/apatia,
segurança/ frustração, alegria/ desespero – e ao aprendizado em geral” (1993,
p. 36).
Sendo assim, confirma-se o fato de que a família constitui-se como base
indispensável para todas as pessoas. A criança necessita intensamente de seu
grupo familiar, e a criança com deficiência precisa mais ainda; dependendo
dele intensamente. É nele que a criança irá desenvolver o seu processo de
maturação, adquirindo habilidades motoras de que necessita. Necessita
também desenvolver as noções psíquicas relativas a tais habilidades, para que
possam assim crescer e transformar-se em adultos. A oportunidade de convívio
com pessoas com deficiência torna possível uma vida de normalidade para o
deficiênte, que pode se perceber como uma pessoa capaz e se desenvolver
em todos os aspectos. Escola e família devem caminhar juntas no processo de
aprendizagem. Segundo Buscaglia (1993), a família e a própria pessoa com
deficiência (as), quando possível, são as personagens centrais no processo
interdisciplinar de acompanhamento.

3.4 TECNOLOGIAS DO AEE

A modalidade do AEE vem se destacando e ganhando credibilidade,


diante de constantes mudanças e transformações. O crescente uso desta
tecnologia de informação e comunicação leva a descoberta de um novo modelo
de aprender a ensinar alunos com deficiência.
29

O professor de AEE é um profissional que atua sobre as


peculiaridades de certos alunos, provendo recursos, meios,
equipamentos, linguagens e conhecimentos que os apoiam no
acesso e participação no ensino comum. Seu trabalho vai além do
ensino de técnicas, códigos, manuseio, treino de uso dos recursos
que dão suporte à escolarização dos alunos nas turmas comuns e
não visam à aprendizagem de conteúdos das áreas curriculares.
(MANTOAN-2010-PAG-14)

Para MANTOAN (2010), Trata-se de um professor especializado nesse


tipo de atendimento, mas que não se confunde com o especialista no sentido
usual do termo, porque ele é, antes de tudo, um professor, cujo entendimento
da Educação Especial na perspectiva inclusiva, permite que ele integre sua
especialidade ao ensino comum, sem desfigurá-la. Esse professor pesquisa
estudar cada um dos alunos que lhe são encaminhados e decide, organiza,
cria, desenvolve recursos para além do que já existe de suportes de todo tipo,
que possam suprir as necessidades de cada um.
A formação dos profissionais envolvidos com a educação é de
fundamental importância, assim como a assistência às famílias, enfim uma
sustentação aos que estarão diretamente implicados com as mudanças é
condição necessária para que estas não sejam impostas, mas imponham-se
como resultado de uma consciência cada vez mais evoluída de educação e de
desenvolvimento humano.
Sabemos que não existe um modelo de ensino que dê certo para todos.
Portanto, a busca do professor para estabelecer um canal de comunicação e
aprendizagem com cada aluno é constante e muito particular às
especificidades de cada um.
É preciso também promover nas escolas o acesso a um ensino de
qualidade, superando as deficiências do processo educativo e buscando
desenvolver metodologias de ensino capazes de garantir o ingresso, a
permanência e ao sucesso dos alunos, em seus diferentes níveis e modalidade
de ensino.
O AEE constitui um vetor importante de transformação do
ensino especial e comum exigida pela inclusão, por abordar as
diferenças sem apelo às generalizações que as essencializam e que
redundam em fórmulas prontas de atendimento especializado. O fato
de a Política ter definido seu público específico não contradiz esta
abordagem das diferenças; o AEE planeja e executa suas
30

intervenções dentro de quadros identitários móveis individualizados,


suscetíveis a influências do meio, que não estão restritos a
características previamente descritas, diagnósticos e prognósticos
implacáveis. (MEC, 2010 p.12-15)

4. CONCLUSÃO DA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Por fim ao realizar este estudo, buscou-se analisar o processo da


educação de pessoas com necessidades educativas especiais, tendo em vista
uma melhor qualidade de ensino. Nesse contexto, entendemos que as ideias
de Vygotsky (2007, 2010) sobre o desenvolvimento humano apontam pistas
relevantes acerca do papel da mediação na prática educativa junto com o aluno
público-alvo da educação especial.
Igualmente acredita-se que para transpormos essa realidade é
necessário proporcionar e incentivar a convivência com o outro, com o que
parece diferente. E, com isso entender que desenvolver projetos, recursos,
materiais acessíveis, implica em pensar numa educação que atende a todos,
não um grupo em especifico. É a garantia de um direito que proporcione além
de condições básicas de mobilidade, comunicação e participação social, o
alcance da independência e autonomia.
Além disso, o estudo revelou um conjunto de informações e apesar de
apresentar algumas barreiras e desafios, como no âmbito escolar, onde se
observa a falta de preparo pedagógico do professor para atender esse alunado.
As barreiras também se traduzem, principalmente, pela falta de capacitação, de
condições de acessibilidade, de políticas públicas que promovam a efetiva
inclusão dos alunos, garantindo o êxito e permanência dos mesmos no
contexto escolar.
Da mesma forma acredita-se que para transpormos essa realidade é
necessário proporcionar e incentivar a convivência com o outro, com o que
parece diferente. E, com isso entender que desenvolver projetos, recursos,
materiais acessíveis, implica em pensar numa educação que atende a todos,
não um grupo em especifico. É a garantia de um direito que proporcione além
de condições básicas de mobilidade, comunicação e participação social, o
31

alcance da independência e autonomia. Assim precisamos urgentemente lutar


para que a inclusão se efetive, não é tarefa somente para o professor e dos
pais, ou do poder público, este é um trabalho para toda a sociedade.
Por outro lado acredita-se que para transpormos essa realidade é
necessário proporcionar e incentivar a convivência com o outro, com o que
parece diferente. E, com isso entender que desenvolver projetos, recursos,
materiais acessíveis, implicam em pensar numa educação que atende a todos,
não um grupo em especifico.
Ou seja, fica claro que a inclusão é um compromisso de ordem social
e não individual, cabendo ao governo, às instituições e educadores prover
condições necessárias para sua efetivação. A partir dos resultados da
pesquisa compreende-se que mesmo que lentamente houve um avanço
grandessíssimo no que converte ao respeito às diferenças.
Desta forma o Atendimento Educacional Especializado (AEE) como um
serviço da educação especial que complementa ou suplementa a formação dos
alunos público-alvo da educação especial. Ele tem como função “[...] identificar,
elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as
barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas
necessidades específicas” (BRASIL, 2008, p.15). Coloca, ainda, que essas
atividades devem ser diferenciadas daquelas realizadas na sala de aula
comum.

5. PESQUISA DOS DADOS COLETADOS

Com o objetivo de compreender o funcionamento do atendimento


educacional especializado e suas tecnologias assistivas nas escolas básicas,
organizamos os dados coletados a partir das observações nas salas de
Recurso nas Escolas Ubaldo Sorrilha da Costa e Escola Padre Francisco
Garcia e também foi feito uma entrevista com os Docentes do AEE.
Os sujeitos participantes das pesquisas analisadas foram professores
especialistas, alunos, público-alvo da educação inclusiva com deficiência.
As pesquisas evidenciam o uso das tecnologias nas salas de recursos, como
são usadas e no intuito de identificar e comparar as Escolas Estaduais e
Municipais assim sendo que pude observar que a do Estado é mais equipada e
32

tem uma estrutura fundamental para os alunos locomoverem e praticarem um e


com essas tecnologias assistivas e outras os discentes tem tido um grande
avanço, mas tudo isso tem a dedicação das Docentes em sempre estar se
atualizando em cursos a distancia ou local e com seu esforço incansável nas
horas vagas dedica-se a confeccionar materiais que possam auxiliar os
discentes.
33

REFERÊNCIAS

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isso..., Edições Paulinas, 1988.

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Acesso em: 11/06/2017.

BERSCH Rita; Mara Lúcia Sartoretto. Assistiva Tecnologia e Educação.


Disponível em:<http://www.assistiva.com.br/> Acesso em: 02/06/2017.

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Educação. Record, 1993.

CARVALHO, Rosita. Edler. Fundamentos teóricos – metodológicos para a


atuação junto ao aluno com dificuldades de aprendizagem ou limitações
intelectuais. 1997. P.05 – 10.

CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. 21. Ed. Rio de


Janeira: Sextante 2003.

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Surdez. Anais II congresso Ibero-Americano de educação especial, volume 3.
Foz do Iguaçu PR: Qualidade, 1998.p.86-90.

D´ANGELO, C. Crianças especiais: superando a diferença. Bauru, Edusc,


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GIROTO, Claudia Regina Mosca. et al. As Tecnologias nas Práticas


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Inclusiva. Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela
Portaria Ministerial nº 555, de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria nº
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34

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CIBEC /MEC. Inclusão: Revista da Educação Especial /Secretaria de Educação


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SANTOS, M.P. A inclusão da criança com necessidades educacionais


especiais. Rio de Janeiro, 1997. Texto Base Campanha da Fraternidade, 2006
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=11037-doc-orientador-multifuncionais-pdf&Itemid=30192>Acesso em: 24 /07
/2018
35

APÊNDICES

APÊNDICES A - Entrevista feita pela aluna Claudia a professora Alzira


Carvalho (professora do AEE, há 12 anos) da Escola Municipal Ubaldo Sorrilha
da Costa.

(1) Como você organiza um plano de atendimento educacional especializado?

(2) Qual a participação da família no AEE?

(3) Quantos alunos são atendidos pela senhora ate o momento?

(4) Qual o perfil dos alunos atendido por você na sala de recursos
multifuncionais?

(5) Quem encaminha os alunos às salas de recurso multifuncionais?

(6) O município oferece cursos de AEE?

(7) Os alunos estão gostando das tecnologias? E quais são os benefícios


causados na vida destes alunos?

(8) O que a senhora acha das tecnologias, em especial as tecnologia


assistivas?

(9) Dos recursos de tecnologias assistivas quais a senhora disponibiliza na sua


sala?

(10) qual a sua formação e quantos anos nessa área?


36

Transcrição (professora AEE Alzira Carvalho)

Este plano é realizado conforme o parecer recebido pelo professor da sala de


aula e dos resultados dos testes avaliativos, para poder saber o que vai ser
trabalhado com o aluno, entende-se que a participação da família no AEE da
escola Ubaldo e bem restrita, os pais só participam se forem chamados ou se
forem pressionados a participar, pois só enviam seus filhos a escola e acham
que o AEE é quem tem que resolver os seus problemas, a docente atende
nove alunos até o momento, alunos com deficiência intelectual. Para o aluno
ser encaminhado para a sala de recursos multifuncionais primeiro o professor
terá que dar seu parecer, e encaminhar para a orientadora que vai avalia-lo e
repassar para o responsável do AEE, que aqui esta representada pela
professora Alzira, que afirma nunca ter recebido nenhum tipo de curso para
auxilia-la com seus alunos, pois o Município nunca disponibilizou sempre foram
pagos pela docente. As tecnologias são muito importantes para os alunos, eles
adoram trabalhar com coisas diferentes, as que nós oferecemos nas salas do
AEE estão sendo muito bem aceitas por eles. Apesar de serem poucas. As
tecnologias são boas, ressaltando as assistivas que são muito importantes,
aqui nós já tivemos casos de alunos que na parte da matemática usaram ate
calculadora e o aluno conseguiu entender bem, foram realizadas expressões
numéricas na calculadora feita por nossos alunos, por tanto esta tecnologia é a
mais importante, pois é fundamental para o aluno aprender, então na sala de
AEE é disponibilizado o computador e a calculadora até o momento, a docente
tem formação em pedagogia, além de vários cursos de especialização, e pós
em psicopedagogia.
37

Foto 1- Escola Ubaldo Sorrilha da Costa

Fonte - Claudia Dornelles

FOTO 2 - Aluno Paulo, apresentando o alfabeto e juntando as sílabas


através dos jogos.

Fonte - claudia Dornelles


38

FOTO 3 - COMPUTADOR NORMAL

Fonte - claudia Dornelles

FOTO 4 - Cadeira de roda, andador disponibilizado aos alunos

Fonte - claudia Dornelles


39

APÊNDICES B- Entrevista feita pela aluna Claudia a professora Liliane


Lunardine Torres (professora do AEE há cinco anos) do Instituto Estadual
Padre Francisco Garcia.

(1) Como você organiza um plano de Atendimento Educacional Especializado?

(2) Qual a participação da família no AEE?

(3) Quantos alunos a senhora esta atendendo até o momento?

(4) Quais os perfis dos alunos atendidos por você nas Salas de Recursos
Multifuncionais?

(5) Quem encaminha o aluno a Sala de Recursos Multifuncionais?

(6) O Estado oferece cursos para os professores de AEE?

(7) O que a senhora acha das tecnologias? Em especial a Tecnologia


Assistivas?

(8) Os alunos estão gostando das tecnologias e quais benefícios que estão
causando na vida desses alunos?

(9) Dos Recursos de Tecnologia Assistiva quais a senhora disponibiliza na sua


sala?

(10) Qual a sua formação? E quantos anos nessa área?


40

Transcrição: (Professora, AEE Liliane Torres).

Um plano de atendimento, os alunos que tem alguma deficiência eles são


encaminhados para o AEE, e logo é feita uma avaliação pedagógica para saber
quais as áreas que eles estão em defasagem e a partir dessa avaliação é que
vamos montar um plano de atendimento, mas antes disso logo no começo do
ano é conversado com os pais para saber sobre o aluno. A participação dos
pais é muito importante para o desenvolvimento do aluno na escola eu como
professora do AEE trabalho com meus alunos em equipe pais, docentes da
sala de aula e o professor do AEE, até porque eu preciso saber sobre esse
aluno para poder ajuda-lo no seu dia a dia e assim ajuda-lo no seu
desempenho, hoje até o momento estou com dezessete alunos e três estão em
avaliação, e aqui na escola temos alunos com deficiência física, intelectual,
múltiplas, autismo, asperger, baixa visão, surdo, e todos eles tem muita
vontade de aprender e todos eles conseguem porque hoje a gente acredita na
Neuroplasticidade Cerebral que é a capacidade que essas pessoas têm de
responderem aos estímulos, embora seja mais lenta sei que todos eles têm um
potencial para aprendizagem é nítido que querem aprender e vibram com cada
conquista. Quando o aluno tem alguma deficiência e já esta estudando e que
vem de outras escolas anteriores e frequentando a sala de recursos eles já
vêm automáticos a família vem e conversa com o professor fica direto já na
sala de recursos, mas se tem algum aluno que na sala de aula o professor
observa que o desenvolvimento não está no esperado pelo docente, ele entra
em contato com o professor do AEE fala sobre o caso do aluno então se faz a
avaliação pedagógica, sendo assim solicita a família e se concordar é
encaminhado para avaliação médica, e durante a avaliação essa criança já vai
sendo acompanhada pelo docente de AEE, portanto não vai ser deixado sem
atendimento, embora ele não seja registrado no senso, e oficialmente no
Atendimento Educacional Especializado e assim já vai recebendo os estímulos
necessários. O Estado sempre está oferecendo cursos, muitas vezes na
41

própria Coordenadoria que vem pessoas de fora para desenvolver esses


cursos e também fora de São Borja são oferecidos cursos que alguns docentes
vão, e depois repassam para os demais, são chamados professores
multiplicadores e eu sempre que posso estou buscando para me atualizar. A
tecnologia Assistiva ela é ainda um termo pouco conhecido e ele é utilizado
para proporcionar a autonomia a independência, funcionalidade e a qualidade
de vida da inclusão social, então é muito importante que essas tecnologias
sejam cada vez mais usadas para ajudar no aprendizado desses alunos. Assim
sendo os alunos com algum tipo de deficiência, por exemplo, um aluno com
fraqueza muscular fica difícil de utilizar o teclado convencional, então vai utilizar
um teclado colmeia que é adaptado no computador que fica mais fácil dele
utilizar, também é usado o mouse adaptado com acionador para alunos com
mobilidade reduzida, portanto irá navegar nos jogos da internet etc...
Dos recursos de Tecnologia Assistivas que é disponibilizado na sala do
Atendimento Educacional Especializado hoje na nossa Escola: Teclado
colmeia, mouse adaptado, lupa eletrônica, plano inclinado para crianças com
baixa visão, engrossadores de lápis, tesouras acessíveis e outros materiais
pedagógicos que é confeccionado pelos docentes. A formação da professora é
Letras da área de linguagem, mas faz cinco anos que trabalha com Educação
Especial e tem especialização em metodologia de linguagem, aperfeiçoamento
em braile, libras, autismo e sempre buscando cursos para saber cada vez mais
e assim poder auxiliá-los.
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FOTO 1 - Instituto Estadual Padre Francisco Garcia.

Fonte - claudia Dornelles

FOTO 2 - Computador com software da educação inclusiva

Fonte - claudia Dornelles


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FOTO 3 - material usado nas aulas.

Fonte - claudia Dornelles

FOTO 4 - Plano inclinado

Fonte - claudia Dornelles


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FOTO 5 - Tesouras adaptadas.

Fonte - claudia Dornelles

FOTO 6 - Máquina braile

Fonte - claudia Dornelles


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FOTO 7 - Lupas

Fonte - claudia Dornelles

FOTO 8 - Reflete e punção

Fonte - claudia Dornelles


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Pelas pesquisas, observações e através do Programa Implantação de Salas de


Recursos Multifuncionais, instituído pelo MEC/SECADI por meio da Portaria
Ministerial nº 13/2007, integra o Plano de Desenvolvimento da Educação –
PDE e o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem
Limite. Compreendeu-se muitas dúvidas e assim consegui desenvolver o
trabalho de pesquisa e posso adiantar que fiquei surpresa com alguns
acontecimentos e pude apreender um pouco mais com todas as pessoas
envolvidas. No caso da docente da escola Ubaldo é suspeito em falar, pois
conheço a escola e tenho orgulho de ter convivido e trabalhado com alunos,
professores e equipe Diretiva são na maioria crianças carentes escola humilde,
mas, de muitas qualidades alunos que necessitam de carinho, atenção e
alimentação, e pude observar que isso eles tem, pois os professores se
envolvem bastante e fazem questão de auxiliar cada aluno, com certeza se a
escola tivesse mais auxilio do Município, a equipe Diretiva conseguiria manter e
buscar cada vez mais atender melhor esses alunos e principalmente os de
necessidades especiais que dito pela docente nunca ter recebido cursos e os
que têm foram todos pagos com seu dinheiro, é uma professora dedicada hoje
com uma idade já avançada, pois tem uma bagagem imensa e muitas histórias
para contar e sempre que pode esta buscando conhecimento, e o principal ama
o que faz, a docente permaneceu anos em sala de aula, mas prefere ser
docente do AEE.
No Instituto Estadual Padre Francisco Garcia eu fui muito bem recebida, não
conhecia a escola e desde o primeiro dia fiquei encantada com o carinho e a
recepção de todos, já na sala do AEE fiquei mais surpresa ainda é uma sala
ampla com bastante espaço e os materiais e tecnologias de primeira tudo
funcionando muito bem para o desempenho desses discentes eu me
identifiquei por essa área tudo o que fiz cada olhar meu foi de curiosidade e de
querer aprender cada vez mais, mas sei e pelo que pude pesquisar e
conversando com os professores é uma área que necessita de muito estudo é
um buscar constante, pois cada tipo de deficiência é diferente o plano
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pedagógico tem que ser de acordo com cada aluno, e tem que ser de acordo
capacidade de cada um, uns mais lentos, mas todos pelo que pude observar
com um brilho no olhar e ansiosos em aprender por isso puderam constatar
que as tecnologias vieram para dar uma chance a mais a esses alunos em
especial a Tecnologia Assistiva que foi a minha pesquisa e que fiquei admirada
do quanto é importante na vida dos discentes com necessidades especiais do
quanto que essa tecnologia veio para ajudar no desenvolvimento deles e assim
dar mais liberdade de expressão. Pelo que pude observar a professora faz tudo
pelo bem do aluno se necessário for, se dedica até nos seus intervalos a
orientar esses discentes, cada dia que eu passei com ela ficava encantada com
o tratamento que dava a seus alunos com certeza irei me espelhar, pois
aprendi a ter paciência e tranquilidade, pois tudo tem que ser no seu tempo,
porque com eles é assim se não deu hoje amanhã iniciaremos de novo e para
ela não tem barreira ela persiste no que faz, e ainda bem que o Estado está
desempenhando o seu papel auxiliando esses professores e alunos para dar
uma qualidade de estudo e um melhor desempenho a todos, mas tendo a
certeza de que tem muito a melhorar, e assim concluo a minha pesquisa, pois,
os momentos tanto numa escola como na outra foi de muito conhecimento,
mas tenho muito que aprender ainda porque é uma área muito extensa, mas o
pouco já foi muito e irei levar comigo cada momento.
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ANEXOS
ANEXOS 1: DADOS DA IMPLANTAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO – AEE, NAS


REDES PÚBLICAS DE ENSINO.

APRESENTAÇÃO

Eu, Carmen Regina Dorneles Nogueira, professora Drª da


Universidade Federal do Pampa, Campus de São Borja, Coordenadora
dos Trabalhos de Graduaçã o, apresento o (a) aluno (a) Claudia
Dornelles Marques que necessita realizar entrevistas e/ou
questionários nesta renomada instituição de ensino.
O (a) mesmo (a) está regularmente matriculado (a) no
componente curricular Trabalho de Graduação II e os dados coletados
serão usados na construção de seu trabalh o de final de curso. Certa
de sua atenção agradeço.

Prof. Dra Carmen Regina Dorneles Nogueira


Coordenadora do TCC

Município: São Borja


Escola: Municipal de Ensino Fundamental Ubaldo Sorrilha da Costa
Nome do professor de AEE: Alzira Enete Martins Carvalho
Data da entrevista: 14 /06 /2018
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ANEXOS 2: DADOS DA IMPLANTAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO – AEE, NAS


REDES PÚBLICAS DE ENSINO.

APRESENTAÇÃO

Eu, Carmen Regina Dorneles Nogueira, professora Drª da


Universidade Federal do Pampa, Campus de São Borja, Coordenadora
dos Trabalhos de Graduaçã o, apresento o (a) aluno (a) Claudia
Dornelles Marques que necessita realizar entrevistas e/ou
questionários nesta renomada instituição de ensino.
O (a) mesmo (a) está regularmente matriculado (a) no
componente curricular Trabalho de Graduação II e os dados coletados
serão usados na construção de seu trabalh o de final de curso. Certa
de sua atenção agradeço.

Prof. Dra Carmen Regina Dorneles Nogueira


Coordenadora do TCC

Município: São Borja


Escola: Instituto Estadual Padre Francisco Garcia
Nome do professor de AEE: Liliane Lunardine Torre
Data da entrevista: 15 /06 /18
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ANEXOS 3: AUTORIZAÇÃO

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