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Geologia Estrutural

Geologia Estrutural: Dobras


Introdução
Diaclases

Dobras
• As dobras são o resultado da transformação de superfícies de referência,
geralmente planas, em superfícies curvas. Na maioria dos casos, as
dobras resultam da actuação de esforços tectónicos.
• TERMINOLOGIA BÁSICA:

Charneira

Ângulo
Inter-flancos
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Introdução
Diaclases
• TERMINOLOGIA BÁSICA:

Linha de charneira
Charneira
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Diaclases
• TERMINOLOGIA BÁSICA:

• Linha de charneira –
Linha que une os
pontos de máxima
curvatura sobre a
superfície dobrada
• Pode ser ou não uma
linha recta
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Introdução
Dobras
Diaclases
• TERMINOLOGIA BÁSICA:

Dobras cilíndricas e dobras não cilíndricas


• Dobras cilíndricas:
A linha de charneira (eixo) é
uma recta.
• Dobras não cilíndricas:
A linha de charneira não é
uma linha recta.
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Introdução
Dobras
Diaclases
• TERMINOLOGIA BÁSICA:
• Sequência estratigráfica desconhecida:
• SINFORMAS
• ANTIFORMAS

• Sequência estratigráfica conhecida:


• SINCLINAL as camadas mais recentes ocupam o núcleo da dobra
• ANTICLINAL as camadas mais antigas ocupam o núcleo da dobra
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Dobras
Diaclases
• TERMINOLOGIA BÁSICA:
Sequência estratigráfica conhecida:

•Muitos sinclinais têm a convexidade


para baixo, ou seja, são sinclinais
sinformas.
Sinclinal sinforma Anticlinal antiforma
• Muitos anticlinais têm a convexidade
para cima (anticlinais antiformas).

•No entanto, em áreas com estrutura


complexa, os anticlinais podem ser
sinformas e os sinclinais podem ser Anticlinal sinforma Sinclinal antiforma
antiformas.
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• TERMINOLOGIA BÁSICA:

Plano do perfil da dobra


• Plano do perfil da
dobra – Plano
perpendicular à linha
de charneira
• O traço da superfície
dobrada neste plano é
usado para descrever
a forma da dobra
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Plano do perfil da dobra

verdadeira forma da dobra em 2D

Note que:
Os cortes geológicos são representações 2D em planos verticais. Por isso,
se as dobras apresentam linhas de charneira inclinadas, o corte geológico
não corresponde ao perfil das dobras
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Introdução
Diaclases

• DESCRIÇÃO DAS DOBRAS

1. Ângulo inter-flancos
2. Arredondamento da zona de charneira
3. Inclinação do eixo e da superfície axial
4. Forma das camadas dobradas
5. Harmonia das dobras
6. Simetria, assimetria e vergência
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• DESCRIÇÃO DAS DOBRAS:


• Ângulo inter-flancos
• Arredondamento da zona de charneira Dobra suave

Dobra isoclinal

Charneira arredondada

Charneira angulosa
(dobra “chevron”)
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• DESCRIÇÃO DAS DOBRAS (cont.):


• Inclinação do eixo e da superfície axial (classificação de Fleuty, 1964)
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• DESCRIÇÃO DAS DOBRAS (cont.):


Forma das camadas dobradas
Dois tipos extremos:
• Dobras paralelas: a espessura é
constante ao longo de toda a camada
dobrada
• Dobras similares: a espessura das
camadas varia, mas a distância entre os
limites das camadas, medida
paralelamente à superfície axial, é
constante

Dobra paralela
Dobra similar
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• DESCRIÇÃO DAS DOBRAS (cont.):


Harmonia das dobras
• Se o conjunto das camadas dobradas define dobras com o mesmo
comprimento de onda e a mesma amplitude, as dobras são “harmónicas”.
Caso contrário, as dobras são designadas como “não-harmónicas”.

Dobras não-harmónicas

Dobras harmónicas
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Exemplo de dobras não-harmónicas em quartzitos e pelitos


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• DESCRIÇÃO DAS DOBRAS (cont.):


• Simetria, assimetria e vergência
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• DESCRIÇÃO DAS DOBRAS (cont.):


• Simetria, assimetria e vergência (cont.)

Assimetria das dobras menores nas dobras de maior escala


A assimetria das dobras menores é variável, consoante a sua localização
na dobra de maior escala

Assimetria tipo-z ou dextra Assimetria tipo-s ou esquerda


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• DESCRIÇÃO DAS DOBRAS (cont.):


• Simetria, assimetria e vergência (cont.)
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• DESCRIÇÃO DAS DOBRAS (cont.):


• Simetria, assimetria e vergência (cont.)

Assimetria das dobras menores nas dobras de maior escala


A forma em S ou em Z varia consoante a direcção segundo a qual são
observadas as dobras.
Por convenção, para a definição da assimetria (tipo-S ou tipo-Z) as dobras
devem ser observadas no sentido da inclinação da linha de charneira.
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Diaclases
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Diaclases

A orientação do plano axial e a orientação do eixo das dobras


menores são semelhantes à orientação das dobras maiores.

A orientação das dobras menores permite inferir a orientação


das dobras de maior escala
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• DESCRIÇÃO DAS DOBRAS (cont.):


• Simetria, assimetria e vergência (cont.)
A assimetria das dobras menores pode ser usada para
localizar as charneiras das dobras maiores
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• DESCRIÇÃO DAS DOBRAS (cont.):
• Simetria, assimetria e vergência (cont.)
Vergência
• A vergência aplica-se apenas a dobras assimétricas com plano axial inclinado.
• A vergência define-se como a direcção oposta à inclinação da superfície axial.

• Note-se que a vergência é independente da localização do observador.


NW SE

Dobras com vergência para W


Dobras com vergência para SE
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REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA DAS DOBRAS


• As dobras são representadas nos mapas geológicos através do traço da
superfície axial com o símbolo correspondente.
SÍMBOLOS CARTOGRÁFICOS
PARA AS DOBRAS

Anticlinal

Sinclinal

Anticlinal de flanco inverso

Flancos inversos CORTES


Sinclinal de flanco inverso
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REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA DAS DOBRAS


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REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA DAS DOBRAS


• O padrão cartográfico depende da geometria das dobras e da topografia. Em
regiões com superfície topográfica pouco irregular:
• Dobras com eixo horizontal: as linhas de contacto entre as diferentes litologias
são paralelas ao traço axial.
• Dobras com eixo inclinado: os contactos são oblíquos ao traço axial: os flancos
das antiformas convergem no sentido da inclinação do eixo e os flancos das
sinformas convergem em sentido oposto
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 Dobras com eixo horizontal

A: mapa geológico com um sinclinal assimétrico de charneira horizontal.


B: Esquema de uma antiforma com um flanco inverso e respectiva
representação cartográfica.
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Diaclases

 Dobras com eixo inclinado: os contactos são oblíquos ao traço axial


 os flancos das antiformas convergem no sentido da inclinação do eixo
 os flancos das sinformas convergem em sentido oposto
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Diaclases

Uma superfície topográfica irregular introduz complexidades


ao padrão cartográfico.

a) e b) Mapas de regiões com superfície topográfica horizontal: Em a) a estrutura


representada é uma dobra anticlinal com plano axial vertical e eixo horizontal. Em b) a
estrutura é uma dobra anticlinal com plano axial vertical e eixo mergulhante para norte.
c) e d) Aspecto das mesmas estruturas representadas nos dois mapas anteriores em regiões
com superfície topográfica plana. (c equivalente ao mapa a e d equivalente ao mapa b)
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Sobreposição de dobramentos
•Resultam da actuação de duas ou mais fases de deformação
•As dobras mais recentes dobram as mais antigas
Exemplo

1ª fase

2ª fase
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Sobreposição de dobramentos

veio de quartzo
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Sobreposição de dobramentos

D2
D1

Notar que as superfícies axiais da última geração de


dobras (D2) não está dobrada
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DUAS FASES DE DOBRAMENTO:


Padrões de interferência
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INTERFERÊNCIA DE TIPO 1
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INTERFERÊNCIA DE TIPO 1
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INTERFERÊNCIA DE TIPO 2
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INTERFERÊNCIA DE TIPO 3
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INTERFERÊNCIA DE TIPO 3
from: http://ic.ucsc.edu/~casey/eart150/Lectures/Folds/IntroFoldspics.html
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BIBLIOGRAFIA
• Fossen, H. (2010). Structural Geology. Cambridge University
Press. 480 pp.
• Hobbs, B. E., Means, W. D. & Williams, P. F. (1981). Geologia
Estructural. Ed. Omega, Barcelona.
• Ramsay, J. & Huber, M. (1987). The techniques of modern
Structural Geology. Vol. 2. Academic Press, London.
• Twiss, R. J. & Moores, E. M. (1992). Structural Geology. Freeman
& Company, New York.

Sites de interesse:
http://folk.uib.no/nglhe/Emodules.html : Módulos de Geologia Estrutural
desenvolvidos por Haakon Fossen, Professor da Universidade de Bergen,
Noruega.

http://billy.geo.uib.no/struct/emodules.html
Em inglês. Contêm alguns módulos com animações. Muito bom

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