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LEVY, Ruth.

90 anos da Exposição do Centenário

A Exposição do Centenário foi um evento destinado a mostrar os resultados alcançados nas


esferas políticas, sociais e econômicas no decorrer dos cem anos, com a intenção de integrar o
país ao progresso geral das nações. Sob a administração de Carlos Sampaio, a cidade foi
preparada para a exposição com a demolição do Morro do Castelo, o aterro de grande parte da
enseada da Glória e da raia de Santa Luzia e a construção do cais para conter tais aterros. Sua
gestão foi marcada ainda pela construção de avenidas como a Avenida do Contorno (Av. Rui
Barbosa), Avenida Epitácio Pessoa, Avenida Maracanã, Avenida do Exército (para o 7 de
setembro), além da reconstrução da Avenida Atlântica e a reforma e o acréscimo do Palácio
Guanabara. A cidade ganhou ainda o Hotel Glória, Copacabana Palace e o Hotel Sete de
Setembro.
Com o cenário das preparações para a Exposição, o Morro do Castelo, considerado como uma
“protuberância prejudicial ao arejamento da metrópole”, deu espaço para a criação de novos
terrenos ao mar.
Além de ter sido responsável por obras significativas, Carlos Sampaio teve um papel
importante no reconhecimento dos arquitetos ao engajar-se em uma campanha para que os
projetos fossem assinados e executados por arquitetos formados. Na mesma época foi lançada
a revista Architectura no Brasil, criado o Instituto Brasileiro de Architectos e a Sociedade
Central de Architectos.
Com a demanda da criação de vários pavilhões, os arquitetos tiveram espaço para
experimentações em busca da criação de um estilo nacional baseando-se não apenas no
ecletismo mas também muito fortemente no neocolonial. Naquela época o neocolonial
representava uma vanguarda, com a intenção de resgatar no passado (colonial) elementos que
acabariam contribuindo para a construção do futuro (modernismo).

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