A Exposição do Centenário foi um evento destinado a mostrar os resultados alcançados nas
esferas políticas, sociais e econômicas no decorrer dos cem anos, com a intenção de integrar o país ao progresso geral das nações. Sob a administração de Carlos Sampaio, a cidade foi preparada para a exposição com a demolição do Morro do Castelo, o aterro de grande parte da enseada da Glória e da raia de Santa Luzia e a construção do cais para conter tais aterros. Sua gestão foi marcada ainda pela construção de avenidas como a Avenida do Contorno (Av. Rui Barbosa), Avenida Epitácio Pessoa, Avenida Maracanã, Avenida do Exército (para o 7 de setembro), além da reconstrução da Avenida Atlântica e a reforma e o acréscimo do Palácio Guanabara. A cidade ganhou ainda o Hotel Glória, Copacabana Palace e o Hotel Sete de Setembro. Com o cenário das preparações para a Exposição, o Morro do Castelo, considerado como uma “protuberância prejudicial ao arejamento da metrópole”, deu espaço para a criação de novos terrenos ao mar. Além de ter sido responsável por obras significativas, Carlos Sampaio teve um papel importante no reconhecimento dos arquitetos ao engajar-se em uma campanha para que os projetos fossem assinados e executados por arquitetos formados. Na mesma época foi lançada a revista Architectura no Brasil, criado o Instituto Brasileiro de Architectos e a Sociedade Central de Architectos. Com a demanda da criação de vários pavilhões, os arquitetos tiveram espaço para experimentações em busca da criação de um estilo nacional baseando-se não apenas no ecletismo mas também muito fortemente no neocolonial. Naquela época o neocolonial representava uma vanguarda, com a intenção de resgatar no passado (colonial) elementos que acabariam contribuindo para a construção do futuro (modernismo).