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PARADIGMAS DA ENGENHARIA DE
SOFTWARE COMO FATORES
CRÍTICOS DE SUCESSO PARA A
GESTÃO DE PROJETOS DE SOFTWARE
NO CONTEXTO BRASILEIRO
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XVIII SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Gestão de projetos e Engenharia de produção
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PARADIGMS OF SOFTWARE
ENGINEERING AS CRITICAL SUCCESS
FACTORS FOR THE MANAGEMENT OF
SOFTWARE PROJECTS IN THE
BRAZILIAN CONTEXT
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Gestão de projetos e Engenharia de produção
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1. Introdução
Num ambiente competitivo e de mudança cada vez mais complexo, a gestão adequada
da Informação assume uma importância decisiva no processo de tomada de decisão nas
organizações.
Tratando-se de uma temática simultaneamente abrangente e especializada, a adoção
dos processos de Engenharia de Software como linha base da Gestão da Informação,
possibilita a consolidação dos conhecimentos no desenvolvimento de software, bem como a
preparação dos indivíduos para encarar com confiança os novos desafios inerentes à profissão.
O mundo dos negócios de software requer ao profissional um reforço constante de
competências, mantendo-se atualizado em relação ao potencial dos sistemas de informação e
das novas tecnologias numa perspectiva empresarial e competitiva globalmente.
Considerado o melhor emprego na América do Norte, o de Engenheiro de Software
(CNN, 2006), percebe a relevância da sua função ser aumentada proporcionalmente às
necessidades das organizações na implementação de sistemas em ambientes cada vez mais
hostis e complexos.
A partir do conhecimento adquirido de normas de Qualidade de Software, o
profissional será elemento multiplicador de soluções, contribuindo e agregando valor aos
sistemas novos e aos já existentes, com aplicação de metodologias e técnicas adequadas para a
sua implementação, pois tais sistemas deverão ser capazes de propiciar com sucesso as
informações relevantes aos negócios aplicáveis, trazendo ás organizações, vantagens
competitivas.
No entanto o profissional brasileiro, considerado o mais empreendedor do mundo
(BOTELHO, 2006), encontra várias dificuldades para criar e gerir seu próprio negócio devido
à inexistência de uma política econômica que propicie vantagens para exportação de software.
As pequenas empresas nacionais representam 65,1% do total de empresas que produzem
software no Brasil (MCT, 2002).
Atingir um alto nível de qualidade de produto ou serviço é o objetivo da maioria das
organizações. Atualmente não é mais aceitável entregar produtos com baixa qualidade e
reparar os problemas e as deficiências depois que os produtos foram entregues ao cliente
(SOMMERVILLE, 2003).
Os números que representam o contexto brasileiro sobre a adoção dos processos que
visam obter qualidade de software, fazem parte do escopo deste artigo.
1. Relevância
No estudo da Engenharia de Software, o autor Roger S. Pressman (PRESSMAN,
2006), demonstra preocupação com a “Crise do Software” que atualmente ele intitula como
“Aflição Crônica”, chegando a determinar números expressivos sobre a não finalização de
projetos de sistemas começados e não terminados.
Para generalizar o termo, ocorre quando o software não satisfaz seus envolvidos, sejam
clientes e/ou usuários, desenvolvedores ou empresa (REZENDE, 2005).
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A expressão “Crise do Software”, que começou a ser utilizada na década de 60, tem
historicamente aludido a um conjunto de problemas recorrentemente enfrentados no processo
de desenvolvimento (Construção, implantação e manutenção) de software (MAFFEO, 1992).
Esses problemas não se referem apenas a programas que não funcionam. Na verdade, a
chamada “Crise do Software” abrange todos os problemas relacionados a (REZENDE, 2005):
Como sistemas computacionais são construídos;
Como sistemas computacionais são implantados, referindo-se aqui ao processo de
substituir sistemas antigos, desativando sistemas correntemente em operação, ou ao
processo de instalar um sistema inteiramente novo;
Como é provida a manutenção da quantidade crescente de software construído,
associado a sistemas computacionais cada vez mais complexos;
Como fazer face à crescente demanda para construção de software, visando satisfazer
ao conjunto enormemente variado de anseios por informatização, atualmente detectado
na sociedade moderna;
Como administrar as questões comportamentais, envolvendo os clientes e/ou usuários
e a política, cultura e filosofia empresarial.
Apesar da enorme variedade de problemas que caracterizam a crise do software,
engenheiros de software e gerentes de projetos para desenvolvimento de sistemas
computacionais tendem a concentrar suas preocupações no seguinte aspecto: ”A enorme
imprecisão das estimativas de cronogramas e de custos de desenvolvimento” (Tabelas 1, 2, 3,
4) (LEE, 2002).
TABELA 1 - Custos em projeto de software por fase de desenvolvimento. Fonte: LEE (2002).
Custos em projeto de software por Fase de Desenvolvimento
Etapa de Trabalho %
Análise de Requisitos 3
Desenho 8
Programação 7
Testes 15
Manutenção 67
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Diante destes números, é possível concluir que a baixa adoção das normas ou modelos
de qualidade no Brasil, propicia qualidade contestável e inclui no cenário efetivo da “Crise do
Software”.
3.1 Há solução?
A solução pode não estar somente na adoção de uma única prática da Engenharia de
Software. Para Brooks (Brooks, 1986) “não existe bala de prata”, ou seja, uma solução única
capaz de resolver a “Crise do Software”. As soluções devem ser combinadas com a agregação
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de vários processos e adaptados para cada contexto. Para tanto é necessário então considerar
alguns paradigmas fundamentais como fatores críticos de sucesso na produção de software.
Segundo Rezende (REZENDE, 2005), pode-se resumir que a anticrise é a união e
trabalho conjunto e harmonioso de três elementos: Empresa (Alta Administração), Cliente
e/ou usuário e a unidade de informática (Desenvolvedores de soluções).
E na prática, cabe principalmente à unidade de informática aceitar este conceito e fazer
o possível para a efetivação desta tese (Anticrise), utilizando-se de todos os recursos
disponíveis para tal. A Unidade de informática é um dos principais agentes de mudança nas
organizações, preocupando-se com o negócio empresarial, auxiliando efetivamente os gestores
nos processos de tomada de decisão, tanto operacionais, como gerenciais e estratégicas.
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A adoção de normas como ISO 12.207, a ISO 9000-3 e modelos de qualidade como o
CMMI e SPICE, agrega maturidade ao processo de produção de software. Diante o quadro
atual de baixa adoção das normas e modelos aqui no Brasil, segundo o MCT, citado neste
trabalho, temos aqui identificado que a “Crise do Software” se justifica pela falta de adoção e
uso de forma sistêmica.
4.7 Métricas
Estimativas de esforço, custo, prazo e qualidade são necessárias ao longo de todo o
projeto, embora mais críticas no momento de formulação da proposta ou orçamento. A adoção
da prática de medição permite ao estimar de forma mais racional todo o processo de
desenvolvimento de software. Existem várias métricas determinadas para cada tipo de
processo. As principais são: FPA – Pontos por Função, COCOMO – Constructive Cost Model,
KLOC – Lines of Code e UCP – Pontos por Caso de Uso.
Apesar da importância da adoção de métricas, a utilização nas empresas brasileira é
muito baixa. Apenas 18,6% utilizam (MCT, 2002) (Tabela 11).
TABELA 11 – Métricas utilizadas nos processos de software.
Métrica Total (%)
Linhas de Código (LOC) 5,6
Pontos por Função (Function Point) 9,6
Outras Métricas 5,8
Não Utiliza 81,4
4.8 Cronogramação
Apesar de haver muitas razões pelas quais o software é entregue atrasado, a maioria
pode ser rastreada para uma ou mais das seguintes causas básicas (PRESSMAN, 2006):
Data de Entrega irrealista estabelecida por alguém fora do grupo desenvolvimento e
imposta a gerentes e profissionais do grupo;
Mudanças nos requisitos;
Subestimativa honesta da quantidade de esforço;
Riscos Previsíveis e Imprevisíveis que não foram considerados;
Dificuldades Técnicas;
Dificuldades Humanas;
Falta de Comunicação;
Falha na gerência do projeto.
A especificação do escopo do projeto permite que seja feita a cronogramação do
projeto. Quanto mais detalhado estiver, mais simplificada a tarefa de estimar quanto cada
tarefa terá de duração.
Tal prática fundamental faz parte do hall de gerências tratadas pelo manual de
conhecimento em gestão de projetos o PMBOK.
4.9 Implementação
A Implementação (Implementation) trata-se da criação de programas de computador,
segundo as especificações técnicas existentes. Espera-se que os programas sejam criados
segundo os conceitos da orientação a objetos e sejam testados (testes de unidade). Também
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empresas para se obter vantagens competitivas num mercado que busca a informação certa no
momento certo.
Este artigo teve o objetivo de propiciar conhecimento para a realização de projetos de
software com qualidade através da adoção dos paradigmas de qualidade diante da
problemática da “Crise do Software”.
O contexto brasileiro apresenta números de baixa adoção de processos fundamentais da
Engenharia de Software que são fatores críticos de sucesso nos projetos de software.
Os softwares que atenderem os requisitos dos clientes e aderirem aos processos de
negócios da empresa, naturalmente proporcionarão novos negócios e principalmente
vantagens competitivas, alcançando efetivamente a excelência empresarial.
Aliada a capacidade e criatividade do profissional brasileiro, espera-se despertar nesses
profissionais ligados a área de engenharia de software, a importância da adoção desses fatores,
sendo críticos para sucesso no desenvolvimento de software.
Mudando radicalmente o cenário atual com o profissionalismo necessário, será
possível atender de fato as necessidades das organizações nacionais e internacionais, obtendo
reconhecimento de que o Brasil também é um pólo mundial de produção de software com
qualidade.
6. Referências
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BORLAND, ALM , http://www.borland.com/br/products/alm/index.html acessado em 11/08/2006.
BOTELHO, JOAQUIM, Brasil, o país dos empreendedores. Acessado em 10/10/2006.
http://www2.uol.com.br/aprendiz/guiadeempregos/palavra/jbotelho/ge171001.htm
BROOKS, F. P. No silver bullet: essence and accidents of software engineering, in H. Kugler, ed., `Information
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CNN MONEY, BEST JOBS, http://money.cnn.com/magazines/moneymag/bestjobs/ acessado em 13/08/2006.
FILHO, WILSON DE PÁDUA PAULA, Engenharia de Software, Rio de Janeiro, Ed. LTC,
2003.
FIORINI, SOELI T., et al. Engenharia de Software com CMM, Rio de Janeiro, Ed. Brasport, 1998.
LEE, RICHARD C. e TEPFENHART, WILLIAM M., UML e C++ - Guia de desenvolvimento orientado a
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LEITE, JULIO CESAR SAMPAIO DO PRADO, in WEBER, KIVAL CHAVES, et al. Qualidade e
Produtividade em Software, São Paulo, Ed. Makron Books, 2001.
MACHADO, CRISTINA ÂNGELA FILIPAK in WEBER, KIVAL CHAVES, et al. Qualidade e Produtividade
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PETERS, JAMES F. et al. Engenharia de Software,Rio de Janeiro, Ed. Campus,2001.
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