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JOYCE MACHADO ARAUJO

São Tomás de Aquino: O presente artigo tem por objetivo estudar a presença de
postulados de Santo Tomás de Aquino no surgimento do serviço social e sua
repercussão na teoria e na prática profissional das primeiras assistentes sociais.
Delimitamos o período que vai de 1936 a 1945, em razão de que, após a 2ª Guerra
Mundial, se fez notar uma diminuição da presença da doutrina social da Igreja Católica
e, portanto, do tomismo, no conteúdo das disciplinas ministradas nos cursos de
Serviço Social. Temos observado, em alguns profissionais e alunos do curso de
Serviço Social, a presença de princípios cristãos em seus discursos, tais como justiça
social, amor ao próximo, caridade, boa vontade, valores recebidos em seu processo
de socialização os quais não são postos de lado no cotidiano da prática profissional.
Se nos reportarmos à história do surgimento do Serviço Social no Brasil, verificaremos
que, não por mera coincidência, estes mesmos ideais cristãos, amplamente difundidos
pela Igreja Católica, estavam presentes em sua gênese.

Karl Marx: Trazer ao debate os "marxismos" no Serviço Social significa enfrentar


deformações, distorções, extravios, derivações, revisões e reducionismos sofridos pelo
pensamento de Marx no curto período em que esse diálogo foi incorporado aos
conteúdos da formação profissional do assistente social. Contudo, iniciar destacando
tais consequências não implica ignorar o enriquecimento que a assimilação desse
pensamento tem possibilitado ao Serviço Social.

Hannah Arendt: A questão social é um tema de enfrentamento difícil em hannah


arendt. Difícil porque a categoria do social na autora não tem o assentimento que a faz
vigorar e constituir pressuposto científico, notadamente no Brasil, onde a influência do
marxismo nessa área do saber, pelo menos num certo período, é inquestionável.
Atesta isso o fato de as discussões sobre outras dimensões da vida (cultural,
imaginária, espacial, temporal, etc) serem concebidas como inseridas no campo
social, entendido equivocadamente, segundo Arendt, como esfera do artifício,
construção humano-cultural, em contraposição à dimensão natural. Assim sendo,
como Arendt abordou criticamente a questão social, isso implica confrontar-se com um
certo tabu, com uma sacralização que ainda prevalece entre os que "fonologizam" o
social e tomam o tema da exploração econômica como o fundamento dos seus
trabalhos acadêmicos e, a partir daí, buscam influenciar os programas político-
partidários e as ações governamentais.

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