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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI


MINAS GERAIS
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA
DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA - PPGEL

MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE
FUNÇÕES DE PROTEÇÃO ELÉTRICA
DE PEQUENAS CENTRAIS
HIDRELÉTRICAS UTILIZANDO O
SOFTWARE ATP/ATPDraw

Aluno: Lucas Santos Resende


Orientador: Prof. Dr. Eduardo Gonzaga da Silveira

Belo Horizonte, dezembro de 2015

i
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
MINAS GERAIS
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA
DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA - PPGEL

MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE
FUNÇÕES DE PROTEÇÃO ELÉTRICA
DE PEQUENAS CENTRAIS
HIDRELÉTRICAS UTILIZANDO O
SOFTWARE ATP/ATPDraw

por

Lucas Santos Resende

Texto da Dissertação de Mestrado submetido à Banca


Examinadora designada pelo Colegiado do Programa
de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica do Centro
Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais,
como requisito parcial para obtenção de título de
Mestre em Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Gonzaga da Silveira

Belo Horizonte, dezembro de 2015.

iii
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
MINAS GERAIS
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA
DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA - PPGEL

Lucas Santos Resende

MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE FUNÇÕES DE PROTEÇÃO ELÉTRICA DE


PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS UTILIZANDO O SOFTWARE ATP/ATPDraw

“Título”
Belo Horizonte, dezembro, 2015.

Texto da Dissertação de Mestrado apresentado ao Centro Federal de Educação


Tecnológica de Minas Gerais.
“MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE FUNÇÕES DE PROTEÇÃO
ELÉTRICA DE PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS
UTILIZANDO O SOFTWARE ATP/ATPDraw”

Lucas Santos Resende

Texto da Dissertação de Mestrado submetido à Banca Examinadora designada


pelo Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica do Centro
Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, como requisito parcial para
obtenção de título de Mestre em Engenharia Elétrica.

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________
Prof. Dr. Eduardo Gonzaga da Silveira
PPGEL / CEFET-MG – Orientador

________________________________________
Prof. Dr. Marco Aurélio de Oliveira Schroeder
PPGEL / UFSJ

________________________________________
Prof. Dr. Luís Henrique Lopes Lima
DENE / UFJF
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pela saúde e motivação a mim concedidas nos


momentos de dificuldades.

À minha esposa, pela compreensão e apoio nas horas que mais necessitei.

À minha doce filha Beatriz que, mesmo tão pequenina, teve muita maturidade
ao compreender minhas ausências em função das horas dedicadas aos estudos.

Aos meus pais, pelo exemplo de honestidade e dedicação a mim transmitido


desde meus primeiros dias de vida. Aos meus irmãos, em especial à Vanessa, pela
colaboração, apoio, incentivo e carinho.

Ao Prof. Eduardo Gonzaga, pelo apoio e dedicação durante o desenvolvimento


deste trabalho. Sem seu apoio esta missão não seria cumprida. Obrigado professor!

A todos da Sinergia EC, em especial ao Marco Paulo Delboni pelos preciosos


ensinamentos e ao Licínio e ao Paulo, pelas oportunidades, pelo conhecimento
transmitido ao longo destes 14 anos, pelo incentivo sempre e por permitirem minha
dedicação a este trabalho.

Agradeço à instituição CEFET-MG, a todos os professores e funcionários que,


desde o Ensino Técnico, Graduação e agora na Pós-graduação, contribuíram com
muita competência e dedicação para que o máximo de conhecimento fosse a mim
transmitido.

Aos amigos, em especial ao André Paganotti, pelo incentivo, compreensão e


pelos ótimos momentos de estudos compartilhados.

A todos muito obrigado pela força, compreensão e carinho!


“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho
original.”
Albert Einstein
SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................ I

ABSTRACT ....................................................................................................... II

LISTA DE FIGURAS ......................................................................................... III

LISTA DE TABELAS ........................................................................................ VI

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS ....................................................... VII

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ........................................................................... 1


1.1 Contextualização .......................................................................................................... 1

1.2 Relevância do Tema em Investigação ........................................................................ 2

1.3 Objetivos: Geral e Específicos ................................................................................... 2

1.4 Metodologia .................................................................................................................. 3

1.5 Organização do Texto .................................................................................................. 3

CAPÍTULO 2 – AS PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS ....................... 5


2.1 Introdução ..................................................................................................................... 5

2.2 Definição e Representação Atual das PCHs no Sistema Elétrico Brasileiro ......... 6
2.2.1 Topologias Típicas ............................................................................................. 7

2.3 Equipamentos Elétricos Principais de Uma PCH ..................................................... 9


2.3.1 Linhas de Transmissão .................................................................................... 10
2.3.2 Transformadores Elevadores ........................................................................... 11
2.3.3 Geradores ........................................................................................................ 15

CAPÍTULO 3 - FUNÇÕES DE PROTEÇÃO .................................................... 19


3.1 Funções Associadas às Linhas de Transmissão ................................................... 19
3.1.1 Relés de Sobrecorrente (50/51 e 50N/51N) .................................................... 19
3.1.2 Relés de Sobrecorrente Direcional (67/67N) ................................................... 22
3.1.3 Relé de Distância (21/21N) .............................................................................. 22
3.1.4 Relé Diferencial (87L) ...................................................................................... 25
3.1.5 Proteção de Sobretensão (59) ......................................................................... 26

3.2 Funções Associadas aos Transformadores Elevadores ....................................... 26


3.2.1 Proteção de Sobrecorrente (50/51 e 50N/51N) ............................................... 27
3.2.2 Proteção Diferencial (87T) ............................................................................... 27

3.3 Funções Associadas aos Geradores ....................................................................... 29


3.3.1 Proteção Diferencial (87G) .............................................................................. 29
3.3.2 Proteção Contra Sobrecorrente (50/51) .......................................................... 30
3.3.3 Proteção Contra Sobrecarga (49) .................................................................... 31
3.3.4 Proteção Contra Cargas Assimétricas (46) ..................................................... 32
3.3.5 Proteção Contra Perda de Excitação (40) ....................................................... 32
3.3.6 Proteção Contra Motorização (32) .................................................................. 33
3.3.7 Proteção Contra Sub e Sobretensão (27 / 59) ................................................ 34
3.3.8 Proteção Contra Faltas à Terra no Estator (64S) ............................................ 34
3.3.9 Proteção Contra Faltas à Terra no Rotor (64R) .............................................. 35

CAPÍTULO 4 - APRESENTAÇÃO DO SISTEMA SIMULADO........................ 37


4.1 Introdução ................................................................................................................... 37

4.2 Topologia da PCH ...................................................................................................... 37

4.3 Dados dos Componentes Principais da PCH.......................................................... 39

4.4 Sistema de Proteção Elétrica da PCH ...................................................................... 41

CAPÍTULO 5 - IMPLEMENTAÇÕES COMPUTACIONAIS ............................. 45


5.1 O ATP/ATPDraw ......................................................................................................... 45

5.2 A Linguagem MODELS .............................................................................................. 47

5.3 Blocos Existentes no ATP/ATPDraw Utilizados nas Simulações ......................... 48


5.3.1 Geradores Síncronos ....................................................................................... 49
5.3.2 Transformador Elevador .................................................................................. 50
5.3.3 Linha de Transmissão ..................................................................................... 51
5.3.4 Transformador de Corrente (TC) ..................................................................... 51

5.4 Blocos Elaborados para Utilização nas Simulações dos Relés de Proteção ...... 53
5.4.1 Aquisição dos Sinais das Correntes e Tensões dos Circuitos ........................ 55
5.4.2 Estimação dos Fasores ................................................................................... 56
5.4.3 Função 51C ..................................................................................................... 58
5.4.4 Função 87T ...................................................................................................... 59
5.4.5 Função 50 ........................................................................................................ 60
5.4.6 Função 21/21N ................................................................................................ 61

5.5 Sistema Elétrico e Relés no ATPDraw ..................................................................... 63

CAPÍTULO 6 - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............ 65


6.1 Ajustes das Funções de Proteção ............................................................................ 65

6.2 Resultados das Simulações...................................................................................... 66


6.2.1 Caso 1: Curto-circuito 3Ф na Barra de 6,9 kV que Interliga os Geradores ..... 66
6.2.2 Caso 2: Curto-circuito Fase-terra na Barra de 6,9 kV que Interliga os
Geradores .................................................................................................................. 71
6.2.3 Caso 3: Curto-circuito Bifásico na Zona de Proteção do Relé 87T ................. 73
6.2.4 Caso 4: Curto-circuito 3Ф-terra na Zona de Proteção do Relé 87T ................ 76
6.2.5 Caso 5: Curto-circuito 3Ф-terra na LT - Zona 1 do Relé 21 ............................ 80
6.2.6 Caso 6: Curto-circuito 2Ф-terra na LT - Zona 2 do Relé 21 ............................ 83
6.2.7 Caso 7: Curto-circuito 3Ф na LT - Zona 2 do Relé 21 ..................................... 86

CAPÍTULO 7 - CONCLUSÕES E PROPOSTAS DE CONTINUIDADE .......... 90


7.1 Propostas de Continuidade....................................................................................... 91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 92

APENDICE - MODELS DESENVOLVIDAS ..................................................... 94


RESUMO

As pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) necessitam de menores investimentos para


sua instalação e acarretam impactos ambientais reduzidos. Embora apresentem
menores capacidades de geração do que as grandes centrais hidrelétricas estão em
um maior número no sistema elétrico brasileiro. A utilização de topologias e sistemas
de proteção elétrica simplificados, nos projetos de pequenas centrais hidrelétricas,
torna o sistema de proteção fortemente dependente de funções de proteção tratadas
como secundárias ou de retaguarda nas grandes usinas hidrelétricas. Nesse contexto,
um estudo detalhado do sistema de proteção é necessário para que se possa avaliar
sua eficiência e, consequentemente, garantir a integridade dos equipamentos
principais da planta. Este trabalho apresenta o desenvolvimento, a implementação e a
simulação de funções de proteção elétrica no software ATP/ATPDraw através da
linguagem MODELS. As simulações são realizadas utilizando-se os blocos existentes
no ATP/ATPDraw para representação dos equipamentos principais e de blocos
desenvolvidos para modelagem dos relés de proteção por meio da linguagem
MODELS. O modelo utilizado permite a simulação em malha fechada, que possibilita a
avaliação do comportamento do sistema elétrico de potência frente a transitórios e
quando da atuação da sua respectiva proteção. Além disso, o comportamento da
proteção frente a diversas outras situações a que o sistema pode ser submetido são
simulados. Todos os dados utilizados na simulação referem-se a equipamentos de
potência (geradores, transformadores elevadores e linhas de transmissão) de uma
planta existente, interligada ao sistema elétrico brasileiro. Os resultados obtidos
indicam ser vantajosa a utilização desse tipo de modelagem na avaliação do
desempenho dos sistemas de proteção com vistas a prever o comportamento dos
componentes da planta diante da atuação da proteção, bem como o comportamento
da proteção frente às diversas situações operativas a que pode ser submetida.

Palavras-chave: Proteção de PCH, ATP, Modelagem de Relés, MODELS.

I
ABSTRACT

The construction of small hydropower plants (SHPPs) needs less investment and leads
to reduced environmental impacts as compared to larger plants. Despite their smaller
generation capacity, they are the majority in Brazillian hydroelectric generating park.
The use of simplified topologies and electrical protection systems on SHPP projects
leads to strong dependency on protection functions treated as secondary or as backup
in larger plants. A detailed protection system study is thus necessary in order to
evaluate its efficiency and guarantee the integrity of power plant main equipment. This
work presents the protection functions development, implementation and simulation in
the software ATP/ATPDraw, through MODELS language. Simulations are
accomplished through the use of ATP/ATPDraw existent blocks to represent main
equipment and developed blocks to model protection relays through MODELS
language. The employed model allows a closed-loop simulation, enabling an evaluation
of the electrical power system behavior in face of transient states and during the
operation of its respective protection. In addition, protection behavior against many
other situations to which the system can be subjected to is simulated. All the data
employed in the simulation refer to power equipment (generators, step-up transformers
and transmission lines) that belongs to an existent hydropower plant which is
connected to Brazillian electrical system. The obtained results show that it is beneficial
to apply this kind of modeling on the evaluation of protection systems performance in
order to predict the behavior of powerplant equipment against the protection operation,
as well as the behavior of protection facing various operating situations it can be
submitted to.

Keywords: SHPP Protection, ATP, Relays modeling, MODELS

II
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Topologia típica número 1............................................................................ 8


Figura 2 – Topologia típica número 2............................................................................ 8
Figura 3 – Topologia típica número 3............................................................................ 9
Figura 4 – Diferentes inclinações das curvas de tempo x múltiplo [7] ......................... 20
Figura 5 – Alcance da segunda zona relé 21 [8] ......................................................... 24
Figura 6 – Alcance da terceira zona relé 21 [8] ........................................................... 24
Figura 7 – Aplicações típicas proteção 87L [9] ............................................................ 26
Figura 8 – Esquema da proteção diferencial percentual [10]....................................... 28
Figura 9 – Característica da proteção diferencial percentual [10] ................................ 28
Figura 10 – Diagrama unifilar simplificado .................................................................. 38
Figura 11 – Diagramas de impedâncias do sistema .................................................... 41
Figura 12 – Janela do ATPDraw. ................................................................................ 46
Figura 13 – Estrutura básica da linguagem MODELS ................................................. 48
Figura 14 - Janela de parametrização no ATPDraw do bloco SM59_NC. ................... 49
Figura 15 - Entrada de dados no ATPDraw do modelo BCTRAN ............................... 50
Figura 16 - Janela de parametrização no ATPDraw do modelo LINESY_3 ................. 51
Figura 17 – Janela de parametrização do bloco TRAFO_S ........................................ 52
Figura 18 – Janela de parametrização da saturação do bloco TRAFO_S ................... 53
Figura 19 – Bloco utilizado para simulação dos disjuntores [15] ................................. 54
Figura 20 – Janela de parametrização do bloco DisjArc ............................................. 54
Figura 21 – Representação de parte do circuito simulado .......................................... 55
Figura 22 – Exemplo de janela de edição de blocos desenvolvidos em MODELS ...... 56
Figura 23 – Representação do fasor estimado pelo algoritmo de Fourier ................... 57
Figura 24 – Janela de parametrização do bloco 51C .................................................. 59
Figura 25 – Janela de parametrização do bloco 87T................................................... 60
Figura 26 – Janela de parametrização do bloco 50 ..................................................... 61
Figura 27 – Janela de parametrização do bloco 21 ..................................................... 62
Figura 28 – Sistema no ATPDraw ............................................................................... 64
Figura 29 – Curto-circuito 3Ф - Indicação do ponto de falta caso 1 ............................. 67
Figura 30 – Curto-circuito 3Ф - Correntes medidas e atuação do relé 51C ................. 67
Figura 31 – Curto-circuito 3Ф – Módulo fasores das correntes medidas e atuação 51C
............................................................................................................................. 69
Figura 32 – Curto-circuito 3Ф - Plano operacional relé 87T......................................... 69

III
Figura 33 – Curto-circuito 3Ф – Saturação dos TCs – Correntes medidas e atuação
51C ...................................................................................................................... 70
Figura 34 – Curto-circuito 3Ф – Saturação dos TCs – Módulo fasores e atuação 51C 70
Figura 35 – Curto-circuito ФA-terra - Indicação do ponto de falta caso 2 .................... 71
Figura 36 – Curto-circuito ФA-terra - Tensões medidas pelo relé 51C ........................ 72
Figura 37 – Curto-circuito ФA-terra - Correntes medidas pelo relé 51C ...................... 72
Figura 38 – Curto-circuito ФA-ФB - Indicação do ponto de falta caso 3 ...................... 73
Figura 39 – Curto-circuito ФA-ФB - Correntes medidas pelo relé 87T ......................... 73
Figura 40 – Curto-circuito ФA-ФB - Módulo dos fasores das correntes medidas 87T .. 74
Figura 41 – Curto-circuito ФA-ФB - Plano operacional relé 87T .................................. 74
Figura 42 – Curto-circuito ФA-ФB – relação entre as correntes de operação e restrição
87T ....................................................................................................................... 75
Figura 43 – Curto-circuito ФA-ФB – Correntes medidas e atuação do relé 50 ............ 76
Figura 44 – Curto-circuito 3Ф-terra - Indicação do ponto de falta caso 4..................... 76
Figura 45 – Curto-circuito 3Ф-terra - Correntes medidas pelo relé 87T ....................... 77
Figura 46 – Curto-circuito 3Ф-terra - Módulo dos fasores das correntes e atuação do
relé 87T ................................................................................................................ 77
Figura 47 – Curto-circuito 3Ф-terra - Plano operacional relé 87T ................................ 78
Figura 48 – Curto-circuito 3Ф-terra - relação entre as correntes de operação e restrição
87T ....................................................................................................................... 79
Figura 49 – Curto-circuito 3Ф-terra – Correntes medidas e atuação do relé 50........... 79
Figura 50 – Curto-circuito 3Ф-terra - Indicação do ponto de falta caso 5..................... 80
Figura 51 – Curto-circuito 3Ф-terra - Correntes medidas e atuação do relé 21 ........... 81
Figura 52 – Curto-circuito 3Ф-terra - Módulo dos fasores das correntes e atuação do
relé 21 .................................................................................................................. 81
Figura 53 – Curto-circuito 3Ф-terra - Módulo das impedâncias lidas pelo relé 21 ........ 82
Figura 54 – Curto-circuito 3Ф-terra - Ângulo das impedâncias lidas pelo relé 21 ........ 82
Figura 55 – Curto-circuito 3Ф-terra - Curva mho do relé 21 ........................................ 83
Figura 56 – Curto-circuito 2Ф-terra - Indicação do ponto de falta caso 6..................... 84
Figura 57 – Curto-circuito 2Ф-terra - Correntes medidas e atuação do relé 21 ........... 85
Figura 58 – Curto-circuito 2Ф-terra - Módulo dos fasores das correntes e atuação do
relé 21 .................................................................................................................. 85
Figura 59 – Curto-circuito 2Ф-terra - Curva mho do relé 21 ........................................ 86
Figura 60 – Curto-circuito 3Ф - Indicação do ponto de falta caso 7 ............................. 87
Figura 61 – Curto-circuito 3Ф - Correntes medidas e atuação do relé 21 .................... 88
Figura 62 – Curto-circuito 3Ф - Módulo dos fasores das correntes e atuação do relé 21
............................................................................................................................. 88

IV
Figura 63 – Curto-circuito 3Ф - Curva mho do relé 21 ................................................ 89

V
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Capacidade instalada de geração elétrica no Brasil [MW] [4]. ...................... 7


Tabela 2 - Classificação de curvas segundo a norma IEC 60255-3. ........................... 21
Tabela 3 - Classificação de curvas segundo a norma IEEE C37.112.......................... 21
Tabela 4 – Dados dos geradores ................................................................................ 39
Tabela 5 - Dados do transformador elevador .............................................................. 40
Tabela 6 - Dados da linha de transmissão .................................................................. 40
Tabela 7 - Dados do SIN ............................................................................................ 41
Tabela 8 – Parametrização dos Relés ........................................................................ 65
Tabela 9 – Casos de curtos-circuitos simulados ......................................................... 66

VI
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

UHE Usina Hidrelétrica


PCH Pequena Central Hidrelétrica
LT Linha de Transmissão
ATP Alternative Transients Program
ATPDraw Interface gráfica do ATP
MODELS Linguagem de programação do ATP
TACS Transient Analysis of Control Systems
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico
CGH Central Geradora Hidrelétrica
EOL Usinas Eolioelétricas
UFV Usinas Fotovoltaicas
UTE Usinas Termelétricas
UTN Usinas Termonucleares
TC Transformador de Corrente
TP Transformador de Potencial
SIN Sistema Interligado Nacional
IEC International Electrotechnical Commission
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers

VII
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

É crescente a demanda de energia elétrica no Brasil. Uma série de entraves


relacionados à obtenção de licenças ambientais, entretanto, torna necessária uma busca
contínua por fontes de energias sustentáveis e renováveis, que gerem o menor impacto
ambiental possível e consigam suprir toda a crescente demanda de energia elétrica.

Nesse cenário, busca-se no Brasil, que ainda possui uma matriz energética
predominantemente hidráulica, além de soluções com fontes eólicas e fotovoltaicas, uma
exploração mais eficiente dos seus recursos hídricos. A energia proveniente de fontes
hidráulicas, mesmo sendo considerada uma energia limpa e renovável, pode gerar severos
impactos ambientais, como é o caso das grandes usinas hidrelétricas de eletricidade (UHEs).
Estas usinas necessitam de grandes reservatórios e normalmente estão muito distantes dos
grandes centros consumidores, demandando, portanto, a construção de longas linhas de
transmissão.

Neste contexto, nos últimos anos uma fonte alternativa de energia que se mostrou
bastante eficiente, tanto do ponto de vista de redução dos impactos ambientais relacionados à
construção propriamente dita da usina, quanto à possibilidade de ser construída nas
proximidades de grandes centros consumidores de energia elétrica, é a pequena central
hidrelétrica (PCH).

Todavia, para que a construção de uma PCH seja viável faz-se necessário que seus
custos de construção, operação e manutenção sejam reduzidos. Além dos incentivos fiscais, a
redução dos custos tem sido obtida através da utilização de topologias bastante simplificadas
que possibilitem a operação das PCHs com um número reduzido de equipamentos e
dispositivos.

Dentre os diversos sistemas que tendem a ser simplificados estão os de proteção


elétrica da planta. Sua simplificação se dá pela utilização de um número reduzido de relés de
proteção e de transformadores de corrente, aliada a uma topologia com um número mínimo
de equipamentos principais tais como transformadores elevadores e disjuntores.

1
CAPÍTULO 1 - Introdução

O sistema de proteção de uma PCH é fortemente dependente de funções de proteção


tratadas como secundárias ou de retaguarda nas grandes usinas hidrelétricas, como por
exemplo, as funções 21 (proteção de distância) e 51C (proteção de sobrecorrente controlada
por tensão) para proteção dos trechos que interligam os geradores aos transformadores
elevadores.

Neste contexto, o foco principal deste trabalho é a modelagem e a avaliação da


operação de algumas funções de proteção usualmente empregadas nos sistemas de proteção
elétrica de PCHs através de simulações no software ATP/ATPDraw com a utilização dos
dados de uma planta real.

1.2 Relevância do Tema em Investigação

O tema sob investigação é de interesse para diversas áreas da engenharia que


trabalham em sinergia para a implantação e manutenção dos sistemas de proteção das
pequenas centrais hidrelétricas. Para a engenharia dos detentores das outorgas das PCHs a
serem construídas, este estudo representa um significativo auxílio na tomada de decisão
sobre qual arquitetura do sistema de proteção elétrica melhor atende às necessidades da
nova planta. Para os agentes responsáveis pela operação e manutenção das PCHs já em
operação, pode possibilitar uma melhor compreensão das ocorrências relacionadas à atuação
do sistema de proteção da PCH e, consequentemente, auxiliar na tomada de decisões que
possibilitem uma menor indisponibilidade da planta.

1.3 Objetivos: Geral e Específicos

Este trabalho tem como objetivo geral a modelagem e a avaliação da operação de


algumas funções de proteção empregadas nos sistemas de proteção elétrica de PCHs através
de simulações no software ATP/ATPDraw com a utilização de dados de ajustes e de
equipamentos reais.

A fim de alcançar o objetivo geral estabelecem-se os seguintes objetivos específicos:


(i) estudos e definição dos algoritmos a serem utilizados nas funções de proteção; (ii) estudo
dos ajustes e parâmetros dos blocos do ATP/ATPDraw para um sistema modelo; (iii)

2
CAPÍTULO 1 - Introdução

implementação e testes, no ATP/ATPDraw, dos algoritmos propostos; (iv) análises dos


resultados obtidos nas simulações.

1.4 Metodologia

A Metodologia adotada neste trabalho de pesquisa inclui os seguintes estudos e


realizações:

 Revisão bibliográfica - estudo do estado da arte;

 Estudo e elaboração de algoritmos para as funções de proteção a serem utilizadas;

 Avaliação da atuação das funções de proteção;

 Avaliação crítica dos resultados obtidos nas simulações do sistema proposto.

1.5 Organização do Texto

Esta dissertação está organizada em sete capítulos. Na introdução são apresentados o


tema e sua relevância, objetivos geral e específicos, metodologia e a organização do texto.

No segundo capítulo apresenta-se uma visão sobre as PCHs no Brasil e os principais


equipamentos elétricos envolvidos.

O terceiro capítulo faz uma breve descrição das principais funções de proteção elétrica
associadas às linhas de transmissão, transformadores e geradores síncronos.

A topologia, os dados dos equipamentos principais e o sistema de proteção da PCH


utilizado nas simulações são abordados no quarto capítulo.

No quinto capítulo é discutida a implementação computacional de uma planta no


ATP/ATPDraw. Uma apresentação do software utilizado nas simulações é realizada. A
parametrização de blocos já existentes no ATP/ATPDraw e o desenvolvimento de novos
blocos através da linguagem MODELS também são realizados. Finaliza-se o capítulo com a
apresentação das características principais das funções de proteção simuladas.

3
CAPÍTULO 1 - Introdução

O sexto capítulo contempla os resultados obtidos com as simulações realizadas.


Diferentes situações de falta são testadas e o comportamento do sistema de potência é
verificado, assim como o desempenho das funções de proteção implementadas.

Finalmente, o sétimo capítulo é destinado às principais conclusões do trabalho, bem


como as propostas de continuidade da pesquisa a serem desenvolvidas.

4
CAPÍTULO 2 – AS PEQUENAS CENTRAIS
HIDRELÉTRICAS

2.1 Introdução

As pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) foram de grande importância durante a


implantação do sistema elétrico brasileiro, mas acabaram sendo esquecidas em torno da
década de 60, época onde houve um grande aumento na demanda de energia no país. Neste
período o modelo econômico vigente observou grandes empresas estaduais e federais
incorporarem as pequenas empresas geradoras de sistemas isolados e, estas, priorizaram as
grandes obras, começando neste momento a criar os grandes sistemas interligados [1].

Todavia, em função da demanda crescente por energia, das dificuldades para


construção de novas usinas hidrelétricas de grande porte e da falta de investimentos e leis
ambientais mais rígidas, diversas crises energéticas foram vividas pela população brasileira,
especialmente nos anos 2000.

Neste contexto, novos espaços foram abertos para a construção de novas PCHs. O
sistema elétrico brasileiro remodelado pela desverticalização das grandes empresas estatais
divididas de acordo com suas atividades (geração, transmissão e distribuição) e a criação de
uma legislação para amparar projetos que envolvam geração sustentável de energia elétrica,
principalmente os projetos de pequenas centrais hidrelétricas, impulsionaram a construção de
novas PCHs. Os principais marcos foram a lei 9.648, de 27 de maio de 1998 que autorizou a
dispensa de licitações para empreendimentos hidrelétricos de até 30 MW de potência
instalada, para autoprodutor e produtor independente e a lei 10.438, de abril de 2002, que
criou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica – PROINFA [2].

Além destas leis, resoluções da ANEEL permitem que a energia gerada nas PCHs
entre no sistema de eletrificação, sem que o empreendedor pague as taxas pelo uso da rede
de transmissão e distribuição. O benefício vale para quem entrou em operação até 2003. As
PCHs são dispensadas ainda de remunerar municípios e estados pelo uso dos recursos
hídricos [2].

Por outro lado, uma PCH típica opera a fio d'água, isto é, o reservatório não permite a
regularização do fluxo d´água. Com isso, em ocasiões de estiagem a vazão disponível pode

5
CAPÍTULO 2 – As Pequenas Centrais Hidrelétricas

ser menor que a capacidade das turbinas, causando ociosidade. Em outras situações, as
vazões são maiores que a capacidade de engolimento das máquinas, permitindo a passagem
da água pelo vertedouro. Por esse motivo, o custo da energia elétrica produzida pelas PCHs é
maior que o de uma Usina Hidrelétrica (UHE), onde o reservatório pode ser operado de forma
a diminuir a ociosidade ou os desperdícios de água [2].

Desta forma, o custo mais elevado para geração de energia elétrica, leva os
proprietários a buscarem soluções que viabilizem a construção de uma PCH. Dentre as
soluções encontradas, está a utilização de arranjos mais simplificados em relação aos
adotados na construção de UHEs. Estes arranjos, em sua maioria, não permitem flexibilidades
operativas fazendo com que faltas (curtos-circuitos) em determinados trechos do circuito de
geração forcem a parada de todas as unidades geradoras da PCH, mesmo aquelas que não
estão diretamente associadas ao trecho em falta. Esta situação exige que os sistemas de
proteção elétrica destas plantas operem de forma precisa e seletiva. Por outro lado, estes
sistemas, novamente visando uma redução de custos de implantação, tendem a ser o mais
simples possível.

Ainda assim, a escolha de um sistema de proteção para os equipamentos elétricos


constituintes de uma PCH envolve, além dos aspectos econômicos, os aspectos operacionais
e de segurança física e pessoal, que devem ser analisados caso a caso. De um modo geral, o
sistema de proteção desempenha um papel fundamental na detecção e isolamento de faltas,
visando à operação normalizada, prevenção contra falhas e limitação de defeitos resultantes
das falhas [3].

2.2 Definição e Representação Atual das PCHs no Sistema Elétrico


Brasileiro

A definição de PCH quanto aos limites de potência instalada e área total ocupada pelo
reservatório é determinada pelo artigo 2 da resolução nº 394 de 04-12-1998 da ANEEL. Este
artigo estabelece que são considerados como aproveitamentos com características de
pequenas centrais hidrelétricas os empreendimentos hidrelétricos com potência superior a 1,0
MW e igual ou inferior a 30,0 MW, com área total de reservatório igual ou inferior a 3,0 km² [4].

6
CAPÍTULO 2 – As Pequenas Centrais Hidrelétricas

Em 2015, o governo federal sancionou a lei 13.097/2015, que entre outros assuntos,
aumentou a capacidade mínima para um empreendimento se enquadrar como pequena
central hidrelétrica de 1 MW para 3 MW [2].

Em termos de empreendimentos em operação, até meados de 2015 as PCHs


contribuíam com 3,47% da capacidade instalada de geração elétrica no Brasil, somando 4.817
MW de potência instalada num total de 466 plantas conforme apresentado na Tabela 1 [4].

Tabela 1 - Capacidade instalada de geração elétrica no Brasil [MW] [4].


Empreendimentos em Operação
Potência
Tipo Quantidade %
Fiscalizada [kW]
Central Geradora Hidrelétrica (CGH) 525 370.259 0,27
Usinas Eolioelétricas (EOL) 273 6.629.397 4,78
Pequenas Centrais Hidrelétricas - PCH 466 4.816.945 3,47
Usinas Fotovoltaicas - UFV 25 21.233 0,02
Usinas Hidrelétricas de Eletricidade - UHE 198 85.203.663 61,42
Usinas Termelétricas - UTE 2.801 39.687.347 28,61
Usinas Termonucleares - UTN 2 1.990.000 1,43
Total 4.290 138.718.844 100

2.2.1 Topologias Típicas

Conforme apresentado no item 2.1, a viabilidade da construção de uma PCH é


dependente da adoção de arranjos simplificados. As topologias usualmente encontradas nas
PCHs brasileiras são as apresentadas a seguir:

I. Duas ou mais unidades geradoras são interligadas através de disjuntores no


lado de menor tensão. Há apenas um transformador elevador responsável pela
interligação das unidades geradoras ao Sistema Interligado Nacional (SIN)
conforme ilustrado na Figura 1.

7
CAPÍTULO 2 – As Pequenas Centrais Hidrelétricas

Figura 1 – Topologia típica número 1

Esta topologia apresenta como principal característica a ausência de um transformador


elevador associado a cada unidade geradora. Esta solução propicia uma redução significativa
nos custos de instalação da planta, pois utiliza um número mínimo de transformadores
elevadores e uma quantidade pequena de cabos isolados e vias de cabos associadas a estes.

Contudo é uma topologia que eleva significativamente os níveis de curto-circuito na


saída dos geradores e exige um ajuste refinado dos relés de proteção, uma vez que as
máquinas estão diretamente interligadas entre elas, sem a presença dos transformadores
elevadores.

II. Duas ou mais unidades geradoras são interligadas através de disjuntores no


lado de menor tensão. Todavia a interligação das unidades geradoras ao SIN é
realizada por dois transformadores elevadores em paralelo conforme ilustrado
na Figura 2.

Figura 2 – Topologia típica número 2

8
CAPÍTULO 2 – As Pequenas Centrais Hidrelétricas

Esta topologia, assim como a anterior apresenta como principal característica a


ausência de transformador elevador associado a cada unidade geradora. Todavia, a utilização
de mais de um transformador elevador proporciona uma maior flexibilidade operativa da
planta no caso de falhas associadas aos transformadores elevadores.

Também é uma topologia que apresenta elevados níveis de curto-circuito na saída dos
geradores e exige um ajuste refinado dos relés de proteção.

III. Duas ou mais unidades geradoras, cada uma associada a um transformador


elevador. A interligação ao SIN é realizada através de disjuntores no lado de
maior tensão conforme ilustrado na Figura 3.

Figura 3 – Topologia típica número 3

Esta topologia apresenta características que possibilita uma melhor seletividade no


caso de faltas nos trechos entre a saída dos geradores e os transformadores elevadores, pois,
diferentemente das topologias apresentadas anteriormente, as unidades geradoras não estão
interligadas entre si, possibilitando o desligamento apenas da unidade geradora que está
diretamente associada ao trecho em falta.

2.3 Equipamentos Elétricos Principais de Uma PCH

Os equipamentos elétricos principais de uma PCH aos quais estão associadas funções
de proteção (física e elétrica) são os geradores, os transformadores elevadores e as linhas de

9
CAPÍTULO 2 – As Pequenas Centrais Hidrelétricas

transmissão. Há também os cabos e dispositivos de manobra utilizados para a interligação


das unidades geradoras aos transformadores elevadores e destes às linhas de transmissão.

2.3.1 Linhas de Transmissão

As linhas de transmissão são os elementos de um sistema elétrico que transportam a


energia produzida pelas fontes de geração até as subestações abaixadoras instaladas
próximas aos grandes centros de carga e são susceptíveis às incidências de defeitos devido a
fatores como vandalismo, descargas atmosféricas, queimadas, vendavais, entre outros.

Para minimizar os efeitos desses eventos, as linhas de transmissão são protegidas ao


longo do seu percurso e nas duas extremidades por diversos dispositivos. São eles: cabos-
guarda posicionados na parte superior das torres, para-raios contra ondas provenientes de
descargas atmosféricas e surtos de manobras e disjuntores associados a relés de proteção
[5].

As linhas de transmissão são os elementos mais expostos de um sistema elétrico de


potência, podendo-se afirmar que a incidência de faltas nelas é consideravelmente maior que
em outros elementos do sistema.

Considerando que uma linha de transmissão (LT) é conectada a outras linhas e


equipamentos, o seu sistema de proteção deve ser compatível com o de outros elementos, de
tal modo que possibilite uma ampla coordenação de seus ajustes. Deve-se prever também
que a proteção principal de um trecho de uma linha atue como proteção de retaguarda das
linhas adjacentes [6].

Independente do nível de tensão, as proteções mais utilizadas nos terminais das linhas
de transmissão são:

 Função 21: proteção de distância;

 Função 21N: proteção de distância de neutro;

 Função 67: sobrecorrente direcional de fase;

 Função 67N: sobrecorrente direcional de neutro;

 Função 27: proteção contra subtensão;

10
CAPÍTULO 2 – As Pequenas Centrais Hidrelétricas

 Função 32P: direcional de potência ativa;

 Função 46: desbalanceamento de corrente de sequência negativa;

 Função 50: sobrecorrente instantânea de fase;

 Função 50N: sobrecorrente instantânea de neutro;

 Função 51: sobrecorrente temporizada de fase;

 Função 51: sobrecorrente temporizada de neutro;

 Função 59: proteção contra sobretensão;

 Função 87L: Proteção diferencial de linha.

Uma vez conhecida as características principais de uma linha de transmissão passa-


se ao estudo dos transformadores elevadores.

2.3.2 Transformadores Elevadores

Não existe uma forma padronizada para se efetuar a proteção de transformadores


elevadores. São equipamentos do sistema elétrico de grande responsabilidade para os
índices de continuidade e confiabilidade das plantas. A queima de um transformador
normalmente ocasiona paralisação no fornecimento de energia de longa duração, com
elevados prejuízos, notadamente se a PCH não possuir unidade reserva.

Os transformadores são máquinas consideradas muito confiáveis ainda que


frequentemente sejam submetidas a condições operacionais externas que, se controladas,
não prejudicam a vida útil do equipamento.

Os transformadores estão sujeitos a vários tipos de distúrbios ocorridos no sistema


elétrico ao qual estão conectados. A montante e a jusante do seu ponto de instalação podem
comprometer sua operação imediatamente ou reduzir sua vida útil, levando a uma falha
prematura. As falhas em transformadores podem ser divididas em internas e externas [5].

Entende-se por falhas internas aos transformadores todo defeito que está
compreendido entre as buchas de tensão superior e as buchas de tensão inferior, ou ainda
todas as falhas que ocorrem dentro da zona de proteção diferencial do transformador. Neste

11
CAPÍTULO 2 – As Pequenas Centrais Hidrelétricas

caso, a proteção diferencial está limitada pelos transformadores de corrente do tipo bucha dos
terminais primários, secundários e terciários [5].

Para facilitar a seleção das funções necessárias à proteção dos transformadores


devem-se conhecer as principais falhas a que normalmente esses equipamentos estão
submetidos. De forma geral, as falhas internas aos transformadores podem ser classificadas
nas seguintes categorias:

 Faltas associadas à temperatura e pressão:

São aquelas que se originam pela deficiência de uma ou mais partes do transformador.
Podem ser divididas em três diferentes tipos de falhas características:

 Sobreaquecimento;

 Sobrepressão;

 Sobrefluxo do líquido refrigerante.

 Falhas ativas:

São aquelas que ocorrem subitamente e necessitam de intervenção do sistema de


proteção para retirar de operação o transformador a fim de reduzir os danos nesse
equipamento. São elas:

 Curtos-circuitos entre espiras do enrolamento;

 Curtos-circuitos entre fases e entre qualquer parte viva interna ao


transformador e a carcaça;

 Curtos-circuitos nos enrolamentos conectados em delta;

 Curtos-circuitos nos enrolamentos conectados em estrela;

 Flash overs sobre as buchas de maior e de menor tensão;

 Avaria no tanque, entre outras.

Alguns tipos de falhas nos transformadores resultam em correntes muito pequenas


que podem não sensibilizar os relés de proteção. Assim, as avarias nos enrolamentos do
transformador envolvendo poucas espiras fazem circular correntes de defeitos inferiores à
corrente nominal, inibindo assim a atuação da proteção que normalmente está ajustada para

12
CAPÍTULO 2 – As Pequenas Centrais Hidrelétricas

valores superiores à corrente de plena carga. Para que a corrente de defeito atinja o valor da
corrente nominal do transformador, é necessário que pelo menos 10% do número de espiras
seja envolvido no evento. Nessa condição, a proteção com relé de sobrecorrente instalada no
lado de tensão superior não oferece segurança na limitação dos danos ao transformador.
Somente uma proteção que compare as correntes que entram e saem das buchas primárias e
secundárias é capaz de reconhecer o estado de defeito do transformador [5].

As falhas externas são todas as faltas originadas no sistema elétrico que envolvem o
transformador e ocorrem fora da zona de proteção diferencial do trafo. São defeitos cujo
módulo da corrente normalmente é muito elevado, e essa corrente passa através das bobinas
primárias e secundárias, podendo ocasionar danos, se o tempo não for limitado aos valores
máximos permitidos pelo projeto do transformador.

As faltas externas não sensibilizam a proteção diferencial do transformador, devendo


ser eliminadas pelos relés de sobrecorrente instalados no lado secundário. A proteção de
sobrecorrente instalada no lado primário pode não ser sensibilizada no tempo requerido,
deixando o fluxo de corrente atravessar o transformador perigosamente.

O valor da corrente de defeito para faltas externas ao transformador depende da


impedância do sistema de suprimento e do valor da impedância do próprio transformador,
sendo esta a de maior limitação.

As principais faltas externas dos transformadores são:

 Curtos-circuitos no sistema elétrico;

 Sobrecargas;

 Sobretensão;

 Subfrequência, entre outras.

A proteção de um transformador pode envolver vários elementos com uma ou mais


funções que devem ser utilizadas para assegurar a integridade desse equipamento. O número
de funções que devem ser empregadas depende da potência nominal do transformador e do
nível de confiabilidade que se quer obter. As principais funções para proteção dos
transformadores de potência são:

 Função 26: proteção térmica;

13
CAPÍTULO 2 – As Pequenas Centrais Hidrelétricas

 Função 27: proteção contra subtensão;

 Função 49: proteção de sobrecarga por imagem térmica;

 Função 50: proteção de sobrecorrente instantânea de fase;

 Função 50N: proteção de sobrecorrente instantânea de neutro;

 Função 51: proteção de sobrecorrente temporizada de fase;

 Função 51N: proteção de sobrecorrente temporizada de neutro;

 Função 51NS: proteção de neutro sensível;

 Função 51G: proteção contra sobrecorrente de terra temporizada;

 Função 59: proteção contra sobretensão;

 Função 63: proteção contra a presença de gás (relé de Buchholz);

 Função 63A: proteção contra sobrepressão de gás do transformador;

 Função 63C: proteção contra a presença de gás no comutador de derivação;

 Função 63A/C: proteção contra sobrepressão de gás no comutador de derivação;

 Função 64: proteção de terra;

 Função 71: detector de nível de óleo do transformador;

 Função 71C: detector de nível de óleo no comutador de derivação;

 Função 81: proteção contra subfrequência e sobrefrequência (dispensada quando


instalada na geração);

 Função 87T: proteção diferencial.

Além das funções acima, é necessário que os transformadores de potência sejam


protegidos contra descargas atmosféricas através de para-raios de sobretensão [5]. Uma vez
elucidadas algumas características dos transformadores elevadores e das proteções a eles
relacionadas, passa-se ao estudo dos geradores.

14
CAPÍTULO 2 – As Pequenas Centrais Hidrelétricas

2.3.3 Geradores

Os geradores são máquinas de grande importância dentro de um sistema de potência.


Sua falha ou saída intempestiva pode provocar graves consequências no sistema elétrico se
não houver geração disponível para substituir a unidade defeituosa [5].

As possíveis falhas e as condições anormais que devem ser consideradas na proteção


de geradores são maiores do que em outros componentes do sistema de potência. Apesar
das ocorrências de defeitos em máquinas síncronas serem relativamente reduzidas, deve-se
considerar que, na eventualidade de alguma ocorrência, as consequências serão sérias (custo
da recuperação, indisponibilidade do equipamento, etc.). Paradoxalmente, apesar de muitos
tipos de defeitos serem possíveis, os princípios de operação de esquemas de proteção são
relativamente simples. Os curtos-circuitos são geralmente detectados através de relés
diferenciais ou de sobrecorrentes. Muitos defeitos são de natureza mecânica e podem ser
detectados através de dispositivos mecânicos [6].

Os dispositivos de proteção de geradores síncronos devem atender a dois requisitos


básicos: evitar a ocorrência de defeitos e, se eles ocorrerem, minimizar os danos decorrentes.
Como exemplo, no caso da ocorrência de um defeito entre duas espiras de um enrolamento, o
dano deverá ficar limitado a essa bobina, com a intervenção segura do elemento de proteção
associado. Caso a proteção não atue adequadamente, essa pequena avaria poderá estender-
se às outras bobinas, culminando com um dano de natureza irreversível.

É grande a lista de fatores que podem causar falhas nas unidades de geração,
podendo, no entanto, ser resumida nos seguintes itens [5]:

 Falhas construtivas e de materiais:

 Falha nos materiais isolantes e não isolantes;

 Envelhecimento precoce ou não dos enrolamentos;

 Introdução de corpos estranhos no interior do gerador, o que ocorre na


presença de ambientes poluídos.

 Falhas de origem externa:

 Sobrecargas contínuas;

15
CAPÍTULO 2 – As Pequenas Centrais Hidrelétricas

 Curtos-circuitos nas linhas de transmissão;

 Rejeição de carga;

 Sobretensões de origem atmosférica;

 Sobretensões por manobra no sistema de potência;

 Perda de excitação;

 Desequilíbrio de carga entre as fases;

 Sobrevelocidade causada por perda de carga;

 Perda de sincronismo;

 Vibração do eixo do conjunto máquina primária-gerador;

 Temperatura externa elevada;

 Deficiência do meio refrigerante;

 Instalação do gerador em superfície inadequada.

 Falhas de origem interna:

 Curto-circuito no rotor;

 Curto-circuito no estator;

 Curto-circuito nos terminais.

 Falhas com origem nos equipamentos agregados:

 Curto-circuito nos transformadores de corrente;

 Curto-circuito nos transformadores de potencial;

 Curto-circuito no transformador elevador;

 Curto-circuito no serviço auxiliar;

 Defeito na máquina primária.

16
CAPÍTULO 2 – As Pequenas Centrais Hidrelétricas

Na ocorrência de qualquer um destes fatores, podem surgir defeitos nos geradores na


forma de curtos-circuitos trifásicos, bifásicos e fase-terra.

Um sistema de proteção para geradores deve apresentar as seguintes características


básicas:

 Não atuar para faltas além da zona de proteção;

 Operar com rapidez para faltas internas ao gerador.

Os geradores síncronos possuem impedâncias de sequência zero normalmente muito


pequenas, desta forma, deve ser instalada impedância de aterramento que limite a corrente
de defeito fase-terra para valores compatíveis com a suportabilidade dos equipamentos
elétricos. O uso da impedância de aterramento elevada tem os seguintes objetivos [5]:

 Reduzir a corrente de defeito monopolar para obter melhores condições de


seletividade;

 Reduzir a corrente de defeito monopolar para obter menores esforços dinâmicos e


menor capacidade térmica dos equipamentos;

 Reduzir os danos internos ao gerador.

Podem ser utilizadas como impedância de aterramento uma resistência ou uma


reatância, limitem a corrente de neutro a um valor não superior ao valor desejado pelo
fabricante ou necessário aos requisitos de proteção. É possível utilizar também um
transformador de potencial conectado a um relé de tensão. Nesse caso, pode-se considerar
que o ponto neutro do gerador está isolado da terra.

O número de funções de proteção adotadas para um gerador é uma questão


técnico/econômica. De forma geral as funções de proteção empregadas nos geradores são:

 Função 27: proteção contra subtensão;

 Função 32P: proteção direcional de potência ativa (antimotorização);

 Função 32Q: proteção direcional contra potência reativa;

 Função 40: proteção de campo ou perda de excitação;

17
CAPÍTULO 2 – As Pequenas Centrais Hidrelétricas

 Função 46: proteção contra desequilíbrio de corrente, também conhecida como


proteção de sequência negativa;

 Função 49: proteção contra sobreaquecimento nos enrolamentos do estator;

 Função 50: proteção contra sobrecorrente instantânea de fase;

 Função 50 N: proteção contra sobrecorrente instantânea de neutro;

 Função 51: proteção contra sobrecorrente temporizada de fase;

 Função 51N: proteção contra sobrecorrente temporizada de neutro;

 Função 51G: proteção contra sobrecorrente temporizada de terra;

 Função 59: proteção contra sobretensão;

 Função 61: defeitos entre espiras do estator;

 Função 64R: proteção de terra do rotor;

 Função 64S: proteção de terra do estator;

 Função 78: proteção contra perda de sincronismo;

 Função 81: proteção contra sub e sobrefrequência;

 Função 87G: proteção diferencial.

Após a discussão das características das linhas de transmissão, dos transformadores


e dos geradores a serem protegidos tem-se no próximo capítulo um estudo detalhando as
principais funções de proteção aqui citadas.

18
CAPÍTULO 3 - FUNÇÕES DE PROTEÇÃO

Neste capítulo é apresentada uma breve descrição das principais funções de proteção
elétricas associadas às linhas de transmissão, aos transformadores elevadores e aos
geradores síncronos. As funções apresentadas são amplamente utilizadas nos sistemas de
proteção de usinas hidrelétricas, seja uma PCH ou uma UHE.

3.1 Funções Associadas às Linhas de Transmissão

Quanto à proteção de linhas de transmissão, existe uma variedade de esquemas de


proteção que depende das características, configurações, comprimentos e importância
relativa da linha. Não existe uma regra inflexível para definir um esquema de proteção [6].

3.1.1 Relés de Sobrecorrente (50/51 e 50N/51N)

Os relés de sobrecorrente de fase devem atuar para curtos-circuitos trifásicos e


bifásicos e o relé de terra para curtos-circuitos monofásicos (ou fase-terra). Eles contêm dois
elementos (ou unidades): o elemento temporizado e o elemento instantâneo [6].

O elemento de tempo definido tem uma característica tempo x corrente plana;


portanto, acima da corrente de pick-up o relé atuará independente do valor da corrente de
curto-circuito, em um tempo ajustado.

Os elementos temporizados possuem basicamente dois ajustes, o tape e o dial de


tempo. O tape é ajustado em função da corrente e o dial de tempo é selecionado de acordo
com as temporizações requeridas para a coordenação. O valor do tape determina a corrente
mínima capaz de iniciar a operação do relé, a chamada corrente de pick-up.

Há uma família de curvas, cujas declividades mais usuais são denominadas por:
tempo normal inverso, tempo muito inverso e tempo extremamente inverso. A Figura 4
apresenta as características de respostas típicas dos relés de sobrecorrente para um
determinado dial de tempo. No eixo x tem-se M que representa o múltiplo da corrente, ou seja,
a relação entre a corrente medida pelo relé e a corrente de pick-up. No eixo y tem-se o tempo
de atuação.

19
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

Figura 4 – Diferentes inclinações das curvas de tempo x múltiplo [7]

As equações das curvas de tempo inverso dos relés de sobrecorrente são definidas de
acordo com norma IEC 60255-3 (comumente chamadas de curvas IEC) ou de acordo com a
norma IEEE C37.112 (curvas ANSI), sendo que estas curvas diferem nas equações e nos
parâmetros que as constroem.

As curvas IEC são definidas pela seguinte equação:

𝛽
𝑡 = (𝐼𝛼 ) 𝑘 [s] (1)
−1
𝐼>

em que:

t = tempo de operação;

I = valor de corrente lida pelo relé;

I> = valor de corrente definido para atuação do relé;

k = multiplicador de tempo;

α, ß = constantes que variam dependendo da curva escolhida, conforme Tabela 2.

20
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

Tabela 2 - Classificação de curvas segundo a norma IEC 60255-3.


Classificação α β
Normal Inversa 0,02 0,14
Muito Inversa 1,0 13,5
Extremamente Inversa 2,0 80,0
Inversa de Tempo Longo 1,0 120

As curvas ANSI são definidas pela seguinte equação:

𝐴
𝑡=( 𝐼 𝑃
+ 𝐵) 𝑛 [s] (2)
( ) −1
𝐼>

em que:

t = tempo de operação;

I = valor de corrente lida pelo relé;

I> = valor de corrente definido para atuação do relé;

n = multiplicador de tempo;

A, B e P = constantes que variam dependendo da curva escolhida, conforme Tabela 3.

Tabela 3 - Classificação de curvas segundo a norma IEEE C37.112.


Classificação A B P
Normal Inversa 0,0086 0,0185 0,02
Muito Inversa 2,855 0,0712 2,0
Extremamente Inversa 6,407 0,0250 2,0

A coordenação de relés é uma tarefa fundamental, pois, na ocorrência de um curto-


circuito, permite que os desligamentos dos componentes sejam seletivos. A seletividade é
uma das características mais importantes de um sistema de proteção, pois restringe os
desligamentos somente à região afetada do sistema elétrico [6].

21
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

3.1.2 Relés de Sobrecorrente Direcional (67/67N)

Em linhas de transmissão que operam sob a configuração em anel é impossível


conseguir uma boa seletividade através de relés de sobrecorrente. Nestes casos, uma das
maneiras para se coordenar os relés de vários trechos é discriminando a atuação através dos
relés de sobrecorrente direcionais.

Os relés de sobrecorrente direcionais devem responder, com eficiência, nas condições


de curtos-circuitos. Este requisito é conseguido pelas características de operação dos relés e
pelas ligações dos transformadores de corrente e potencial [6].

3.1.3 Relé de Distância (21/21N)

Com o aumento da complexidade do sistema de potência, houve a necessidade de


combinar duas características operativas em relés de proteção de linhas de transmissão: a
velocidade e a seletividade. O relé de distância é, portanto, o mais adequado para a proteção
desse tipo de componente [6].

Os relés de distância recebem, através de TCs e TPs, os sinais de corrente e tensão


do circuito protegido e processam estes sinais resultando na relação V/I, origem do nome do
relé, já que essa grandeza permite determinar a distância de um trecho qualquer de um
alimentador a partir de sua impedância unitária do condutor utilizado. A impedância medida
pelo relé é constantemente comparada com um valor previamente parametrizado e a
operação ocorrerá quando o valor medido for inferior ao ajustado.

O alcance do relé é praticamente independente do valor da corrente de defeito, das


variações ocorridas na geração ou nas alterações da configuração do sistema elétrico.
Considerando que em um determinado ponto da linha de transmissão ocorram vários defeitos
com correntes variáveis em função de variações da geração ou alteração na configuração do
sistema, as quedas de tensão também são variáveis na mesma proporção da corrente e,
consequentemente, a impedância vista pelo relé será a mesma [5]. O valor da resistência de
falta pode determinar alteração do seu alcance em relação às zonas de proteção.

Existem relés de distância com características operacionais diferentes, adequadas


a determinadas aplicações, como unidades:

 Impedância;

22
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

 Admitância ou MHO;

 Reatância;

 Poligonais.

Esquemas lógicos de proteção

Entende-se por esquemas de proteção os meios utilizados para acelerar a atuação


dos relés de distância quando da ocorrência de uma falta fora do alcance da primeira zona.
Para isso são empregados sistemas de telecomunicações através dos quais são
transferidos sinais de disparo dos relés para os disjuntores localizados nas extremidades
da linha de transmissão que se quer proteger, obedecendo a uma lógica de decisão com
base nas informações locais e remotas. Em geral são empregados alguns tipos de
esquemas de proteção [5], como por exemplo:

 Atuação por distância escalonada;

 Esquema de comparação de fase;

 Transferência de atuação direta com subalcance;

 Transferência de atuação permissiva com subalcance;

 Atuação por comparação direcional com bloqueio;

 Atuação por comparação direcional com desbloqueio.

Critérios para definição dos alcances das zonas de atuação

O ajuste dos relés de distância com atuação por distância escalonada deve ser
precedido de alguns critérios básicos, descritos a seguir [8].

Primeira zona: O ajuste da proteção desta zona para defeito entre fases deve ser feito
considerando a impedância da linha de transmissão correspondente a 80 a 90% do seu
comprimento.

Segunda zona: Esta zona deve proteger toda a linha de transmissão, alcançando
valores superiores a 110 ou 120% do seu comprimento. O limite superior para o alcance da
segunda zona é dado pelo trecho de linha adjacente, de tal forma que não haja superposição
de alcance com a segunda zona do relé adjacente, como pode ser visto na Figura 5.

23
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

Figura 5 – Alcance da segunda zona relé 21 [8]

Terceira zona: A função desta zona é realizar a proteção de retaguarda remota, para o
trecho de linha adjacente, conforme mostra a Figura 6.

Figura 6 – Alcance da terceira zona relé 21 [8]

Quarta zona ou zona reversa: Em geral tem a sua supervisão voltada para o sentido
contrário das demais zonas de proteção. É preciso considerar que o ajuste desta zona não
deve exceder a 80% da impedância equivalente dos transformadores da própria subestação
onde estão instalados os relés de distância. Esta zona também é empregada nos esquemas
de teleproteção para informar ao terminal remoto se uma falta se estabeleceu fora ou dentro
da linha de transmissão.

24
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

3.1.4 Relé Diferencial (87L)

A proteção diferencial de linha emprega o mesmo princípio da proteção diferencial de


transformadores, em que são comparados os valores de corrente que circulam em uma
extremidade da linha de transmissão com os valores que circulam na extremidade oposta.
Maiores detalhes sobre o princípio de operação deste relé estão apresentados no item 3.2.2.

Os relés empregados nessa proteção são instalados nas duas extremidades das linhas
de transmissão e interligados por um meio de comunicação, assim como os esquemas de
teleproteção. É importante que os relés aplicados nos terminais da linha sejam do mesmo
fabricante (a proteção do terminal 2 seja o espelho da proteção do terminal 1) [5].

Esses relés comparam as correntes local e remota de fase e de sequência para


permitir a operação em um tempo curto e suas principais características são:

 Podem operar em faltas desequilibradas com fluxo de corrente inferior ao valor da


corrente de carga da linha;

 A compensação entre os TCs pode ser realizada por ajustes no próprio relé e com
relação à saturação dos TCs não há erros resultantes que possam prejudicar a
operação dos mesmos;

 Permite uma operação muito rápida, podendo iniciar uma partida em um tempo inferior
a 1 ciclo;

 Utiliza canais de comunicação para o envio de sinais entre os relés.

A proteção diferencial de linha veio inicialmente substituir a proteção de distância para


linhas curtas, nas quais a aplicação dessa proteção é normalmente comprometida [5].
Atualmente, conforme ilustrado pela Figura 7, alguns fabricantes já fornecem soluções para
aplicação da proteção diferencial para linhas de transmissão com comprimento de até 200 km.

25
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

Figura 7 – Aplicações típicas proteção 87L [9]

3.1.5 Proteção de Sobretensão (59)

Os sistemas de potência estão sujeitos a níveis de sobretensão elevados,


normalmente resultantes de rompimento do equilíbrio energético entre a quantidade de
energia que está sendo gerada e injetada na barra de geração e a quantidade de energia que
está sendo consumida nas barras de consumo.

A proteção das linhas de transmissão submetidas a esta condição deve ser realizada
por relés de sobretensão instantâneos e temporizados, sensíveis apenas às sobretensões na
frequência industrial [5].

3.2 Funções Associadas aos Transformadores Elevadores

Curtos-circuitos internos em transformadores quase sempre provocam correntes de


baixa intensidade, o que torna imprescindível a aplicação de relés de alta sensibilidade [6].

26
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

3.2.1 Proteção de Sobrecorrente (50/51 e 50N/51N)

Relés de sobrecorrente podem ser usados para a proteção de transformadores de


pequena capacidade, inclusive para faltas internas. Já para transformadores maiores podem
atuar como proteção de retaguarda para relés diferenciais. As características de operação
destes relés são as mesmas apresentadas no item 3.1.1.

Estes relés podem proporcionar um esquema de proteção relativamente barato,


simples e confiável; entretanto, uma vez que não permitem ajustes sensíveis e operação
rápida não se recomenda utilizá-los como proteção principal em instalações importantes.

Os ajustes nos relés de sobrecorrente em transformadores envolvem um compromisso


entre os requisitos de operação e proteção. O ajuste de pick-up destes relés deve ser
suficientemente alto para não operar nas condições de sobrecargas permitidas para o
transformador [6].

3.2.2 Proteção Diferencial (87T)

Existe uma grande variedade de tipos de relés diferenciais, dependendo do


equipamento que eles protegem. O princípio de operação deste relé se baseia na comparação
de módulo e ângulo entre as correntes de entrada e saída no equipamento.

A operação deste relé está restrita à zona abrangida pelos TCs dos dois lados do
equipamento protegido. Sendo assim, a ocorrência de curtos-circuitos externos não deve
causar a atuação dos relés diferenciais.

Para possibilitar ajustes mais sensíveis e maior rapidez de operação para baixas
correntes de curtos-circuitos, utilizam-se relés diferencias percentuais. Neste tipo de relé,
além do circuito de operação, há o circuito de restrição, cuja função é discriminar curtos-
circuitos internos dos externos. Quando o curto-circuito é interno, a grandeza de restrição se
torna menor que a grandeza de operação [6]. A Figura 8 apresenta o esquema do relé
diferencial percentual.

27
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

Figura 8 – Esquema da proteção diferencial percentual [10]

As zonas de operação e restrição da proteção diferencial percentual podem ser vistas


em um plano de correntes, conforme Figura 9, na qual SLP (do inglês, slope) é a inclinação da
reta que compõe a característica, Ipickupmin é o valor da corrente a partir da qual o relé
começa a ser sensibilizado e Iu é a corrente que causa a operação da proteção de forma
irrestrita, ou seja, independente do valor da corrente de restrição. O ajuste de Ipickupmin leva
em consideração os erros de medição dos TCs e de relações de transformação [10].

Figura 9 – Característica da proteção diferencial percentual [10]

Durante a energização do transformador de potência surgem as correntes de inrush.


Estas correntes transitórias apresentam alto grau de assimetria e intensidades elevadas que
podem levar os relés diferenciais a operarem incorretamente. Este problema é solucionado
através da utilização de um esquema denominado restrição por harmônicas, que utiliza as
correntes harmônicas presentes na corrente de inrush, particularmente a de segunda ordem,
para bloquear a operação do relé [6].

28
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

3.3 Funções Associadas aos Geradores

A filosofia de esquemas de proteção de geradores varia entre países e entre os


fabricantes dos relés de proteção.

3.3.1 Proteção Diferencial (87G)

A proteção dos enrolamentos do gerador é feita pelos relés diferenciais, similar em


princípio de funcionamento aos utilizados para a proteção de transformadores de potência,
com diferença nos seguintes aspectos:

 Não haverá a corrente de inrush na energização do gerador;

 Não haverá diferença entre os módulos e os ângulos das correntes secundárias que
entram e saem no relé;

 Os TCs são ligados nas mesmas relações de espiras e apresentam, em geral,


características bem semelhantes (mesmo fabricante).

Os aspectos citados anteriormente possibilitam que os relés diferenciais utilizados em


geradores síncronos possam ser mais sensíveis que os utilizados em transformadores de
potência [6]. A proteção diferencial é muito eficiente para curto-circuito entre fases, sendo que,
para curto-circuito fase-terra, depende muito do tipo de aterramento do gerador.

É comum, em sistemas de geração unitária, a utilização de um esquema de proteção


diferencial abrangendo o conjunto gerador e seu respectivo transformador elevador. Quando
aplicada ao conjunto transformador-gerador, essa proteção é limitada pelos seguintes
motivos:

 Diferenças entre os níveis de tensão entre o primário e o secundário;

 Se o transformador de potência for dotado de mudança de tape automático, o


funcionamento do relé diferencial é mais crítico;

 Relações de transformação de correntes diferentes;

 Surgimento da corrente de magnetização do transformador.

29
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

Os relés diferenciais não protegem os geradores contra os seguintes defeitos [5]:

 Defeitos entre espiras dos enrolamentos;

 Defeitos externos à zona de proteção do relé;

 Rompimento das conexões dos enrolamentos;

 Defeitos monopolares entre enrolamentos e carcaça no caso de geradores isolados da


terra;

3.3.2 Proteção Contra Sobrecorrente (50/51)

A proteção de sobrecorrente de geradores não oferece segurança e confiabilidade,


sendo considerada uma proteção de segunda linha ou de retaguarda. No entanto, se o
gerador não possui neutro acessível e não há transformadores de corrente de proteção
incorporados a ele, não é possível instalar a proteção diferencial. Nesta condição, a proteção
de sobrecorrente assume importância fundamental contra sobrecargas e curtos-circuitos,
sendo considerada proteção de primeira linha. Podem ser utilizados relés de sobrecorrente de
tempo inverso ou de tempo definido [5].

De forma geral, é necessário que se adote uma proteção de sobrecorrente nos


terminais do circuito que conecta o gerador ao conjunto de manobra ou ao transformador
elevador. Essa proteção cobre as falhas das proteções instaladas além do ponto de conexão
do gerador e, além disso, protege os condutores contra as correntes de curto-circuito
fornecidas pelo gerador para defeitos externos.

Normalmente são utilizados relés de sobrecorrente temporizados com restrição de


tensão (51V) ou com controle por tensão (51C) que devem ser coordenados com os relés de
sobrecorrente instalados, por exemplo, nos transformadores elevadores. Normalmente
funcionam como proteção de retaguarda de outros tipos de proteção, principalmente da
proteção diferencial, função 87G. Dada a sua dependência da tensão, tem como característica
fundamental não atuar para condições normais de sobrecarga. Isto significa que pode ser
ajustado para baixas correntes de defeito, mas somente opera se a tensão cair para um
determinado valor ajustado. Como nas sobrecargas consentidas não há afundamento da
tensão, como ocorre nos processos de curtos-circuitos, o relé não opera [5].

30
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

Os relés de sobrecorrente temporizados dependentes da tensão podem ser utilizados


com duas diferentes formas operacionais, como mostrado a seguir:

 Relés de sobrecorrente temporizados de fase controlados por tensão (51C)

Neste caso, a unidade de sobrecorrente somente é ativada quando a tensão cair para
um valor igual ou inferior ao valor ajustado no relé. Assim, pode-se ajustar o relé para um
determinado valor de corrente e fixar o seu tempo de atuação. A tensão é ajustada para o
nível que se deseja garantir que não haverá operação indevida.

 Relés de sobrecorrente temporizados e restringidos por tensão (51V)

Neste caso, a unidade de sobrecorrente está sempre ativada, variando continuamente


com a tensão. O ajuste normalmente utilizado no relé com restrição por tensão é de 80% da
corrente nominal.

3.3.3 Proteção Contra Sobrecarga (49)

Os enrolamentos do estator podem ser afetados por sobrecargas não administradas


do gerador. Essas sobrecargas aquecem os enrolamentos, levando-se a atingir valores de
temperatura superiores à elevação de temperatura admitida pelo fabricante, reduzindo a vida
útil da máquina. Para proteger os enrolamentos de possíveis sobrecargas nos geradores
podem ser utilizados relés de sobrecorrente temporizados, como já foi mencionado, porém
não oferecem uma proteção satisfatória. A solução mais adequada é o uso de relés de
imagem térmica.

O relé de imagem térmica, largamente empregado na proteção térmica dos


transformadores, geradores e motores funciona com base em um software que simula as
características térmicas dessas máquinas, em operação a quente e a frio, protegendo contra
anormalidades da rede de alimentação e de sobrecargas. A proteção por meio de imagem
térmica atua calculando a temperatura interna dos enrolamentos pela somatória contínua das
perdas Joule e da dissipação térmica do gerador. Este processo gera dentro do relé uma
grandeza proporcional à temperatura interna do gerador. Isso significa que a unidade térmica
do relé estima o estado térmico do gerador, e quando este atinge o nível equivalente ao obtido
pela circulação permanente da corrente máxima admitida para aquela máquina em particular,
o relé envia um sinal de atuação para o disjuntor [5].

31
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

3.3.4 Proteção Contra Cargas Assimétricas (46)

Correntes desequilibradas no gerador causam a circulação de correntes de sequência


negativa pelos seus enrolamentos. Os fluxos gerados por estas correntes induzem correntes
de frequência dupla na superfície do rotor e nas suas ranhuras provocando sobreaquecimento
no rotor acompanhado de intensa vibração. Destes dois fenômenos, o primeiro é o mais
preocupante, pois caso o gerador não seja desligado poderá causar até o derretimento do
núcleo e danificar a estrutura do rotor [6].

De acordo com as normas, o tempo máximo que um gerador pode operar sob
condições desequilibradas, sem que o rotor sofra um aquecimento excessivo, pode ser
expresso pela seguinte equação [6]:

𝑇
∫0 𝑖𝐴22 𝑑𝑡 = 𝐾 (3)

Sendo:

iA2 − corrente instantânea de sequência negativa no estator;

𝐾 − constante que depende do tipo de acionamento do gerador.

Os valores de 𝐾 que deverão ser utilizados são:

 30 – para geradores acionados por turbinas a vapor;

 40 – para geradores acionados por grupos de combustão interna;

 40 – para geradores acionados por turbinas hidráulicas.

3.3.5 Proteção Contra Perda de Excitação (40)

Esta função é utilizada para proteger um gerador contra danos devido à perda de
excitação. A perda ou a redução severa da excitação pode causar aquecimento e
funcionamento instável do gerador. Em casos graves, pode ocorrer a perda de sincronismo
[12].

Quando um gerador síncrono perde a excitação, ele acelera ligeiramente e passa a


operar como um gerador de indução. Os geradores com rotor de polos lisos não se

32
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

acomodam a este tipo de situação, pois não possuem enrolamentos amortecedores que
poderiam conduzir correntes induzidas no rotor. A circulação de corrente induzida na parte
metálica do rotor irá causar um sobreaquecimento que dependendo do escorregamento
poderá alcançar um valor perigoso em 2 a 3 minutos. Como os geradores síncronos de polos
salientes invariavelmente possuem enrolamentos amortecedores, os seus rotores não estão
sujeitos ao sobreaquecimento [6].

O estator de qualquer tipo de gerador síncrono pode sobreaquecer devido à


sobrecorrentes nos seus enrolamentos, enquanto estiver operando como gerador de indução.
Dependendo do escorregamento a corrente no estator pode atingir 2 a 4 vezes o seu valor
nominal, mas o sobreaquecimento não ocorre tão rapidamente como no rotor.

Na situação em que um gerador perca a excitação um esquema de proteção de ação


rápida deve desligar o disjuntor principal e o disjuntor de campo do gerador. Relés de
subcorrente conectados ao circuito de campo foram utilizados extensivamente, porém o tipo
de relé mais seletivo é o direcional de distância alimentado pelas tensões e correntes do
gerador [6].

3.3.6 Proteção Contra Motorização (32)

O fenômeno de motorização de um gerador tem como causa principal a falha de


acionamento da máquina primária. Estabelecida a ausência de suprimento do energético da
máquina primária, sem a intervenção da proteção, o gerador passa a funcionar como um
motor síncrono, acionando agora a máquina primária. Além do aquecimento do gerador, os
danos podem ser maiores na máquina primária. O fabricante deve informar o seu tempo
máximo de suportabilidade [5].

A proteção contra motorização do gerador, também conhecida como proteção


antimotorização, é extremamente importante em turbinas hidráulicas quando em
funcionamento com baixo fluxo de água, devido ao processo de cativação dessa máquina.

A proteção indicada para essa situação operacional é o relé direcional de potência,


suficientemente sensível à reversão de potência verificada durante a motorização.

33
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

3.3.7 Proteção Contra Sub e Sobretensão (27 / 59)

Em geradores acionados por turbinas hidráulicas podem ocorrer sobretensões


perigosas, durante a rejeição de carga, devido à sobrevelocidade e a corrente capacitiva da
linha de transmissão. Este fato pode se agravar ainda mais, se o gerador estiver com o
sistema de excitação em manual ou não operar adequadamente [11].

A reação contra as sobretensões normalmente é oferecida pelo regulador de tensão do


gerador. Adicionalmente, utiliza-se um relé de sobretensão de ação temporizada geralmente
ajustado para um valor de 110% da tensão nominal. Já a unidade instantânea desse relé pode
ser ajustada para 130 a 150% da tensão nominal, sem retardo de tempo.

O relé de sobretensão deve ser ligado a uma fonte diferente da fonte utilizada para
alimentar o regulador de tensão, já que o relé de sobretensão funciona como proteção de
retaguarda do regulador de tensão [5].

3.3.8 Proteção Contra Faltas à Terra no Estator (64S)

O defeito que ocorre com maior frequência nos geradores elétricos é o defeito
monopolar, que normalmente tem origem na falha da isolação dos enrolamentos em contato
direto com o núcleo do estator. Assim, um defeito a terra no estator provoca um deslocamento
da tensão que pode ser detectada no aterramento ou nos terminais do gerador, cujo módulo
depende do ponto onde ocorreu a falta. Se o defeito ocorreu na parte interna do gerador o
valor da tensão é inversamente proporcional ao comprimento da bobina afetada a contar dos
terminais do gerador ao ponto de defeito, atingindo o valor nulo no ponto de conexão da
estrela das três bobinas. Se o defeito ocorreu entre os terminais do gerador e a conexão com
o transformador, obtém-se o maior valor da tensão.

A proteção para defeitos do enrolamento estatórico à terra é feita por um relé de


sobretensão alimentado por um TP inserido no neutro do gerador. Assim, ocorrendo um
defeito monopolar nos terminais do gerador aparecerá uma tensão entre este ponto e o ponto
neutro no valor de 𝑉𝑛 / √3, em que 𝑉𝑛 é a tensão nominal trifásica do gerador. Por outro lado,
se o defeito ocorrer num ponto da bobina a 90% do terminal do gerador, ou seja, 10% do
ponto de conexão do neutro, a tensão no transformador de aterramento, TP, será igual a 10%
do valor da tensão nominal trifásica, impossibilitando a atuação do relé de sobretensão.

34
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

Como a proteção do gerador entre o ponto neutro e até 10% do enrolamento através
da função 59 não oferece segurança de operação, é necessário que se introduza mais um
elemento que atenda a essa condição. No caso de geradores que geram mais de 1% de
tensão de 3ª harmônica para qualquer condição de funcionamento, pode-se empregar uma
proteção com relé sensível a essa tensão. Outra possibilidade é empregar um dispositivo de
proteção que meça a capacitância do enrolamento do gerador quando uma tensão de baixa
frequência é aplicada por meio do transformador de aterramento. Para condições normais de
funcionamento, o valor dessa capacitância é muito pequeno, crescendo de magnitude durante
os eventos de falha monopolar [5].

3.3.9 Proteção Contra Faltas à Terra no Rotor (64R)

Se ocorrer um defeito nos enrolamentos do estator ou do rotor, a máquina, do ponto de


vista operacional, está avariada, necessitando ser retirada de operação para substituir o
enrolamento danificado. A intervenção da proteção tem o objetivo de evitar dano significativo
nas demais partes da máquina, como, por exemplo, um superaquecimento do núcleo, cujo
resultado afetaria as condições dos dipolos das chapas de ferro acarretando elevadas perdas
estatóricas ou rotóricas após o reparo dos enrolamentos. No caso específico do rotor, um
defeito monopolar à terra que não fosse prontamente eliminado pela proteção e que evoluísse
para um segundo defeito, geraria uma corrente rotórica elevada e um forte desbalanceamento
magnético do rotor, o que resultaria em uma avaria mecânica, além dos danos magnéticos já
mencionados.

Deve-se atentar para o fato de que o circuito rotórico é isolado da terra, gerando
correntes de baixo valor para defeitos monopolares em um só ponto.

Para proteger o rotor do gerador contra os defeitos aqui mencionados, é injetado um


sinal de tensão de baixa frequência no circuito rotórico, gerando uma corrente de pequena
magnitude que pode ganhar valor quando da ocorrência de um defeito monopolar sendo,
neste momento, detectado pelo relé de proteção [5].

Neste trabalho, as funções de proteção implementadas nas simulações são as funções


de proteção diferencial (87T) para proteção do transformador elevador, de sobrecorrente
temporizada controlada por tensão (51C) como retaguarda para faltas entre fases no trecho
que envolve os geradores e o transformador elevador, de sobrecorrente com tempo definido

35
CAPÍTULO 3 - Funções de Proteção

(50) para proteção de retaguarda do transformador elevador e de distância (21) para proteção
da linha de transmissão.

Não foram simuladas funções de proteção, tais como 87G, 32, 40, 46 entre outras,
devido a limitações dos modelos disponíveis no ATP/ATPDraw.

36
CAPÍTULO 4 - APRESENTAÇÃO DO SISTEMA
SIMULADO

4.1 Introdução

Os sistemas de proteção elétrica das PCHs, usualmente são constituídos por um


número reduzido de relés de proteção e, consequentemente, com uma arquitetura
extremamente simplificada. Tal fato se justifica pela adoção de arranjos e soluções que
possibilitem menores custos de implantação.

Sobre a topologia, nota-se que a tendência é a utilização de transformadores


elevadores compartilhados por duas ou, em casos extremos, três unidades geradoras. Vale
ressaltar que esta topologia acarreta, em caso de indisponibilidade do transformador elevador,
a paralisação de toda a geração da planta. Todavia, há uma redução significativa nos
investimentos iniciais, pois são evitadas as aquisições de um ou mais transformadores
elevadores e de outros equipamentos tais como, disjuntores, seccionadoras, TCs, sistemas de
proteção, entre outros.

Sobre o sistema de proteção, é utilizado um número pequeno de relés que, ainda que
possuam diversas funções de proteção disponíveis, não permitem a utilização de uma
arquitetura mais elaborada para a proteção da planta em função da posição em que os TCs
que alimentam estes relés são instalados. Outra limitação é o número de entradas de corrente
que os atuais relés de proteção de transformadores e geradores possuem.

4.2 Topologia da PCH

A topologia da PCH utilizada para as simulações neste trabalho é apresentada na


Figura 10. Nesta topologia, conforme apresentado no item 2.2.1, as unidades geradoras são
interligadas entre elas por meio de disjuntores no circuito de baixa tensão, ou seja, antes da
conexão com o transformador elevador. Nesta PCH foi utilizado apenas um transformador
elevador para a conexão das duas unidades geradoras ao sistema de transmissão.

37
CAPÍTULO 4 - Apresentação do Sistema Simulado

Figura 10 – Diagrama unifilar simplificado

38
CAPÍTULO 4 - Apresentação do Sistema Simulado

4.3 Dados dos Componentes Principais da PCH

A PCH cujo diagrama unifilar é apresentado na Figura 10, é simulada no software


ATP/ATPDraw, e seu sistema de proteção é modelado na MODELS, conforme apresentado
no CAPÍTULO 5. Relativamente a equipamentos principais, esta PCH consiste de dois
geradores de 10,92 MVA e 6,9 kV que se conectam ao SIN através de um transformador
elevador de 23,5 MVA e uma linha de transmissão de 23 MVA em 69 kV.

Na Tabela 4, são apresentados os dados dos geradores.

Tabela 4 – Dados dos geradores


Geradores
Fabricante GE
Potência aparente nominal 10,92 MVA
Fator de potência nominal 0,90
Tensão nominal 6,9 kV
Frequência nominal 60 Hz
Corrente de excitação em vazio 407,2 A
Corrente de excitação em carga 686,5 A
Efeito de inércia (GD2) 229,8 t.m2
Resistência do estator 0,00626 pu
Resistência do rotor 0,00069 pu
Reatância síncrona de eixo direto (Xd) 0,932 pu
Reatância síncrona de eixo em quadratura (Xd) 0,6569 pu
Reatância transitória de eixo direto (X’d) 0,3479 pu
Reatância subtransitória de eixo direto (X’’d) 0,2388 pu
Reatância subtrans. de eixo em quadratura (X’’q) 0,3241 pu
Const. de tempo trans. de eixo direto vazio (T’do) 3,481 s
Const. de tempo trans. de eixo direto CC (T’d) 1,299 s
Const. de tempo estator (Ta) 0,1178 s
Relação de transformação dos TCs – Lado fase 200
Relação de transformação dos TCs – Lado neutro 200
Relação de transformação dos TPs 60
Transformador de aterramento 6900-120 V
Resistor de aterramento 0,07808 Ω

39
CAPÍTULO 4 - Apresentação do Sistema Simulado

A Tabela 5 apresenta os parâmetros do transformador elevador.

Tabela 5 - Dados do transformador elevador


Transformador Elevador
Fabricante WEG
Potência aparente nominal 23,5 MVA
Relação de transformação 69 ± 2x2,5 % - 6,9 kV
Estrela aterrada – delta
Conexão
(Yn d1)
Corrente nominal: 196,63 – 1966,34 A
Reatância (XT): 8%
Relação de transformação dos transformadores
50
de corrente para proteção, do lado de 69 kV:
Relação de transformação dos transformadores
40
de corrente para proteção, no neutro da estrela:
Relação de transformação dos transformadores
400
de corrente para proteção, do lado de 6,9 kV:
Perda a vazio 19 kW
Corrente de excitação (Base 31,5 MVA) 0,35 %
Perdas em curto-circuito 125 kW

Na Tabela 6 e na

Tabela 7 são apresentados, respectivamente, os dados da linha de transmissão e do


equivalente Thevenin do SIN no ponto de conexão da PCH.

Tabela 6 - Dados da linha de transmissão


Linha de Transmissão
Comprimento 17,21 km
Impedância de seq. (+) e (-) 3,69 + j 8,64 Ω
Impedância de seq. (0) 6,74 + j 14,92 Ω
Potência de operação 23 MVA
Relação de transformação dos
50
transformadores de corrente
Relação de transformação dos 600

40
CAPÍTULO 4 - Apresentação do Sistema Simulado

transformadores de potencial para proteção

Tabela 7 - Dados do SIN


Equivalente Thevenin do SIN no ponto de conexão da PCH
Tensão 69 kV
Impedância de seq. (+) e (-) 7,12 + j19,96 Ω
Impedância de seq. (0) 11,52 + j42,25 Ω

A Figura 11 apresenta os diagramas de impedâncias de sequência positiva e zero, em


valores percentuais, na base 100 MVA da PCH em questão.

Figura 11 – Diagramas de impedâncias do sistema

4.4 Sistema de Proteção Elétrica da PCH

O sistema de proteção elétrica da PCH utilizada para as simulações possui uma


arquitetura muito simplificada, com apenas quatro relés de proteção, sendo: um para cada
unidade geradora, um para o transformador elevador e um para a proteção da linha de
transmissão.

41
CAPÍTULO 4 - Apresentação do Sistema Simulado

Neste caso, como não há relés de proteção de retaguarda, verifica-se que toda a
geração da planta está atrelada à disponibilidade e correta operação de cada um destes relés
de proteção.

Em todos os relés, ainda que possuam outras funções, estão habilitadas as funções de
proteção apresentadas na Figura 10. Neste caso, a definição de quais funções devem ser
habilitadas bem como o ajuste das mesmas são definidos pelo estudo de seletividade da
PCH.

Para a proteção dos geradores estão habilitadas as funções apresentadas abaixo:

 87G → Proteção principal para faltas internas aos geradores;

 51C → Proteção retaguarda para faltas entre fases. A proteção de retaguarda para
faltas envolvendo terra é efetuada pelo relé de sobrecorrente de neutro do
transformador elevador;

 24 → Proteção para sobreexcitação do gerador e transformador;

 27 → Função ajustada e habilitada apenas para alarme e supervisão;

 32 → Proteção contra “motorização” da unidade geradora;

 40 → Proteção contra subexcitação da unidade geradora;

 46 → Proteção contra cargas desequilibradas (sequência negativa);

 64S → Proteção contra faltas a terra no estator do gerador;

 59, 78 e 81 → Estas são funções de proteção associadas ao sistema interligado


nacional, cujos ajustes devem atender às necessidades das unidades geradoras e aos
requisitos estabelecidos pelo ONS nos procedimentos de rede [13].

No caso de transformadores de unidades geradoras, a proteção para faltas externas


entre fases através de funções de sobrecorrente temporizada convencional (51) não é
adequada, já que no tempo necessário para coordenação com os demais dispositivos de
proteção, a reatância que governa a contribuição do gerador já variou de subtransitória de
eixo direto (X’’d) para reatância síncrona de eixo direto (Xd). Nesta condição, a corrente de
contribuição para o defeito é próxima da nominal do gerador, tornando o ajuste de pick-up
bastante restritivo [14]. Para contornar esta situação, as funções utilizadas como backup para

42
CAPÍTULO 4 - Apresentação do Sistema Simulado

faltas externas entre fases são a de distância de fase (21), ou a de sobrecorrente com
restrição (51V) ou controle por tensão (51C).

Assim, para o transformador elevador estão habilitadas as funções apresentadas a


seguir:

 87T → Proteção principal para faltas internas ao transformador;

 50P → Proteção de retaguarda para faltas internas e externas (backup). Ajustada para
operar para curtos-circuitos de valor elevado, internos ao transformador. Função
ajustada para proteção tanto do lado de baixa quanto do lado de alta tensão do
transformador;

 51Q → Proteção de sobrecorrente de sequência negativa de tempo inverso. Habilitada


para proteção apenas do enrolamento em delta (baixa tensão);

 51N → Proteção de retaguarda para faltas internas de valor elevado de sobrecorrente


de terra de tempo inverso. Habilitada para proteção do lado estrela através da corrente
de neutro deste enrolamento.

Nos relés de proteção dos geradores e no relé de proteção do transformador elevador


está habilitada a função 50BF (proteção contra falha de disjuntor). No caso dos relés dos
geradores, esta função se destina a proteção contra falha dos disjuntores dos geradores
(52G1 e 52G2) apresentados na Figura 10. A proteção contra falha do disjuntor 52L é
realizada pelo relé de proteção do transformador elevador.

Para a proteção da linha de transmissão estão habilitadas as seguintes funções:

 21 → Proteção principal para faltas entre fases;

 21N → Proteção principal para faltas fase-neutro;

As funções 21 e 21N estão configuradas para atuarem no esquema de teleproteção


DCB (Bloqueio por Comparação Direcional) com backup por escalonamento de zona.

 50P, 50N, 51P, 51N e 51Q → Proteções de retaguarda;

 27, 59, e 81 → Estas são funções de proteção associadas ao sistema interligado


nacional, cujos ajustes devem atender às necessidades da planta e aos requisitos
estabelecidos pelo ONS nos procedimentos de rede [13].

43
CAPÍTULO 4 - Apresentação do Sistema Simulado

Após a definição do sistema a ser estudado e das proteções a serem implementadas


faz-se no próximo capítulo as simulações computacionais necessárias à realização deste
trabalho.

44
CAPÍTULO 5 - IMPLEMENTAÇÕES
COMPUTACIONAIS

A simulação computacional é uma ferramenta muito útil para analisar o projeto e a


operação de sistemas complexos. Normalmente, a simulação de sistemas é utilizada quando
não é possível fazer experimentações no sistema real. Isso se justifica pelo longo tempo
necessário para realizar o experimento, aos altos custos envolvidos ou, ainda, à dificuldade de
tratar fisicamente o experimento.

No caso de pequenas centrais hidrelétricas, o conceito se aplica tal qual apresentado


acima, ou seja, ainda que uma série de ensaios sejam realizados para a validação do projeto
e disponibilização da planta para operação comercial, alguns ensaios não podem ser
efetuados por uma série de limitações que envolvem elevados custos e, até mesmo, risco de
danos aos equipamentos.

Neste sentido, a possibilidade de simular a operação de uma PCH sobre as mais


diversas condições de cargas e faltas, possibilita uma compreensão mais detalhada das
características de operação dos diversos componentes da planta, seja de forma individual ou
interligados (em malha fechada).

O software ATP/ATPDraw se apresenta como uma ferramenta muito útil para a


simulação de uma PCH e seu sistema de proteção, pois dispõe de vários blocos para a
representação dos componentes do sistema elétrico. Além disso permite a implementação de
novos modelos.

Neste capítulo são descritos os detalhes da modelagem de alguns relés que compõem
o sistema de proteção de uma PCH e da implementação e simulação da operação de uma
PCH, com seu respectivo sistema de proteção, no software ATP/ATPDraw.

5.1 O ATP/ATPDraw

O Alternative Transients Program (ATP) é um dos programas mais utilizados para


simulação digital de fenômenos transitórios de natureza eletromagnética em sistemas
elétricos de potência. Com ele, redes complexas e sistemas de controle podem ser simulados.

45
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

O ATPDraw é uma interface para a utilização do ATP. No ATPDraw se pode efetuar a


entrada de dados através de uma interface gráfica, bem elaborada e que permite uma
visualização do esquema elétrico da rede que se pretende simular. Também pode- se acessar
os programas auxiliares e analisar os resultados ou apresentá-los em formato gráfico. A
utilização do ATPDraw é uma ferramenta recomendada na utilização do ATP, posto que o
usuário se concentra na rede a simular e nos dados de cada componente a ser modelado
[15].

Conforme apresentado na Figura 12, os componentes existentes no ATP estão


disponíveis no menu do ATPDraw, assim como algumas TACS pré-definidas. Porém, o
usuário também possui a facilidade de criar novos componentes utilizando MODELS e DATA
BASE MODULE diretamente na interface, aumentando ainda mais a gama de possibilidades
de simulação.

Figura 12 – Janela do ATPDraw.

46
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

5.2 A Linguagem MODELS

O ATPDraw permite apenas a utilização da linguagem MODELS para que o usuário


possa escrever um modelo, no entanto fica o ATPDraw encarregado da inserção das variáveis
de entrada e saída no arquivo ATP.

A MODELS é uma linguagem de programação orientada para simulações no domínio


do tempo, e é utilizada como uma ferramenta para descrever o comportamento dinâmico de
sistemas físicos complexos. Sua estrutura é simples e semelhante à estrutura de outras
linguagens de programação, por exemplo, a Pascal. Tem um número pequeno de palavras-
chave que podem ser lembradas com facilidade e não há regras de formatação que
compliquem sua utilização [16].

A MODELS provê o monitoramento e controle dos modelos de sistemas de potência no


ATP. As tensões nos nós, correntes nos ramos e estados das chaves do sistema no ATP são
sinais e variáveis que podem ser enviadas para a MODELS, que pode fornecer sinais de
saída a serem enviados para o ATP, provocando alterações no seu estado de operação
mediante operação de suas chaves ou mudança nos valores de suas impedâncias e fontes.
Assim, o estado do modelo do sistema elétrico no ATP pode ser dinamicamente modificado
em resposta às saídas da MODELS. Esse processo é chamado de simulação em malha
fechada, por meio do qual é possível a simulação da interação entre o sistema de potência e
seus sistemas de medição, proteção e controle [17].

A MODELS é, às vezes, chamada de nova TACS, sendo que a primeira já possui


algumas ferramentas de controle importantes que precisavam ser adicionadas à segunda,
como: repetição, seleção de caminho condicional e funções definidas pelo usuário. Mesmo
possuindo essas importantes ferramentas para a programação, a MODELS, no entanto,
possui uma desvantagem em que a atribuição de memória é limitada nas suas dimensões
para matrizes de dados [18].

A estrutura básica da programação em MODELS está representada na Figura 13.

47
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

Figura 13 – Estrutura básica da linguagem MODELS

Um componente criado na MODELS recebe sinais de corrente e tensão do


ATP/ATPDraw, que podem ser manipulados de tal forma a gerar uma resposta a ser
novamente enviada ao sistema como, por exemplo, um relé de proteção envia um sinal para
abertura de um disjuntor.

5.3 Blocos Existentes no ATP/ATPDraw Utilizados nas Simulações

A PCH apresentada na Figura 10 é modelada utilizando-se a interface ATPDraw e


blocos existentes no software para simular os componentes de interesse. São utilizadas
chaves de tempo controlado SWITCHTC para simulação de curtos-circuitos, o bloco
ACSOURCE em série com uma impedância LINESY_3 para representação do equivalente do
sistema elétrico e transformadores do tipo TRAFO_I3 para modelar os TPs (transformadores
de potencial).

A parametrização de todos os blocos utilizados é efetuada a partir de dados reais dos


equipamentos e sistemas da PCH. No caso do transformador elevador são utilizados os

48
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

dados dos ensaios de curto-circuito e a vazio fornecidos pelo fabricante. Os blocos utilizados
para simulação dos geradores síncronos, do transformador elevador, da linha de transmissão
e dos TCs estão detalhados nos itens a seguir.

5.3.1 Geradores Síncronos

Os geradores utilizados na modelagem da PCH são representados por uma máquina


síncrona denominada SM59_NC. Sua janela de parametrização é apresentada na Figura 14.

Trata-se de um modelo de máquina síncrona balanceada em regime permanente e


sem saturação, que incorpora uma representação detalhada das partes eletromecânicas, cuja
resolução das equações elétricas é baseada na Transformada de Park, empregando uma
sofisticada interface com a rede elétrica. Este modelo considera as equações de tensão
diferencial nos eixos direto e em quadratura e representa a dinâmica da máquina em regime
transitório e subtransitório [19].

Figura 14 - Janela de parametrização no ATPDraw do bloco SM59_NC.

49
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

5.3.2 Transformador Elevador

O transformador elevador é modelado considerando sua característica de saturação, a


qual tem influência nas sobretensões resultantes. O modelo utilizado neste trabalho considera
as impedâncias de dispersão dos enrolamentos e as suas conexões, além da curva de
saturação cuja característica é muito importante nos estudos das correntes inrush no
transformador.

A Figura 15 apresenta a janela de parametrização do modelo BCTRAN, o qual é


utilizado nas simulações efetuadas. Os dados dos ensaios a vazio e em curto-circuito são
inseridos para que o ATP efetue o cálculo dos parâmetros do transformador.

Figura 15 - Entrada de dados no ATPDraw do modelo BCTRAN

50
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

5.3.3 Linha de Transmissão

A linha de transmissão, por se tratar de uma linha relativamente curta


(aproximadamente 18 km) é modelada através do bloco LINESY_3, onde se desprezam as
capacitâncias. Este bloco utiliza as impedâncias série de sequência positiva e zero da linha e
sua janela de parametrização é apresentada na Figura 16.

Figura 16 - Janela de parametrização no ATPDraw do modelo LINESY_3

5.3.4 Transformador de Corrente (TC)

Os transformadores de corrente são simulados com a utilização do bloco TRAFO_S,


cuja janela de parametrização é apresentada na Figura 17. As relações de transformação e o
local de instalação dos diversos TCs seguem rigorosamente o diagrama unifilar da planta
simulada, apresentado na Figura 10.

51
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

Figura 17 – Janela de parametrização do bloco TRAFO_S

Para avaliação do comportamento dos relés de proteção frente a saturação dos TCs,
são inseridas as características de saturação dos TCs conforme apresentado na Figura 18.
Os dados das curvas características dos TCs são obtidos a partir dos manuais de fabricantes
destes equipamentos.

A relação de transformação dos TCs está adequadamente dimensionada para as


correntes nominal e de curto-circuito dos trechos nos quais estão instalados. Assim, para a
simulação da saturação destes TCs é necessário inserir uma carga suficientemente alta no
circuito de seus secundários.

52
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

Figura 18 – Janela de parametrização da saturação do bloco TRAFO_S

Os demais componentes, tais como TPs, chaves, fontes ideais, etc. não são
detalhados e representadas suas janelas de parametrização por serem componentes simples
e amplamente conhecidos.

5.4 Blocos Elaborados para Utilização nas Simulações dos Relés de


Proteção

Para a modelagem dos relés de proteção, dos disjuntores dos geradores e do disjuntor
da linha de transmissão são desenvolvidos, através da programação em MODELS, novos
blocos no ATP/ATPDraw.

A modelagem dos disjuntores é realizada a partir do algoritmo desenvolvido e


apresentado em [15] como pode ser visto na Figura 19.

53
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

Figura 19 – Bloco utilizado para simulação dos disjuntores [15]

Este modelo recebe os comandos de fechamento e abertura e seus contatos principais


são simulados abertos/fechados através da variação do valor das resistências apresentadas
na Figura 19.

Este bloco é parametrizado através da janela apresentada na Figura 20.

Figura 20 – Janela de parametrização do bloco DisjArc

A modelagem dos relés de proteção é efetuada a partir dos algoritmos apresentados


em [15]. Neste algoritmo os blocos recebem os sinais das correntes e tensões provenientes,
respectivamente, dos TCs e TPs, estima os fasores associados a estas grandezas, realiza a
lógica da função de proteção desejada e, finalmente, efetua o comando de abertura dos
disjuntores quando necessário.

54
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

5.4.1 Aquisição dos Sinais das Correntes e Tensões dos Circuitos

Como pode ser visto na Figura 21, a aquisição dos sinais é efetuada diretamente
através da conexão das entradas dos blocos desenvolvidos aos TCs e TPs inseridos no
circuito.

Figura 21 – Representação de parte do circuito simulado

Para que o bloco interprete corretamente os sinais é necessário que, no


desenvolvimento do bloco, sejam corretamente informados a posição e o tipo de sinal que
deverá ser aquisitado. Para tal é utilizada a aba “Nodes” na janela de edição do bloco,
conforme apresentado na Figura 22.

Após estas definições, o bloco se encontra preparado para que estes sinais sejam
declarados como variáveis de entrada no processo de programação em MODELS.

55
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

Figura 22 – Exemplo de janela de edição de blocos desenvolvidos em MODELS

Os códigos completos das MODELS relativas a cada um dos relés modelados são
apresentados no Apêndice. Nestes códigos podem ser observados como é efetuada a
declaração das variáveis. No caso do relé 51C, como pode ser observado na Figura 22, estas
variáveis são “Vent” e “Cor”.

5.4.2 Estimação dos Fasores

Um algoritmo baseado na análise de Fourier possui implementação de certa forma


simples, e ainda apresenta grande eficiência na filtragem e na rejeição dos componentes
harmônicas. No entanto, é sensível aos componentes não harmônicos e quando utilizado com
janela de dados com um ciclo necessita de pelo menos um ciclo da fundamental para atingir o
regime [19].

O modelo de algoritmo de Fourier utilizado neste trabalho para a estimação dos


fasores relativos às correntes e tensões aquisitadas pelos blocos desenvolvidos, é a
transformada discreta de Fourier de ciclo completo com frequência de aquisição de 32 pontos
por ciclo.

Este é o algoritmo mais conhecido e implementado por fabricantes ou


desenvolvimentos acadêmicos. A técnica desenvolvida pela transformada discreta de Fourier,
também conhecida por DFT (Discrete Fourier Transformer) possibilita a determinação do

56
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

conteúdo espectral de um sinal periódico. Os componentes fasoriais podem ser dados pelas
seguintes expressões [19]:

2 2𝜋
𝑌𝑐 = 𝑁 ∑𝑁−1
𝑘=0 𝑦(𝑘)𝐶𝑂𝑆 (𝑘 𝑁
) (4)

2 2𝜋
𝑌𝑠 = 𝑁 ∑𝑁−1
𝑘=0 𝑦(𝑘)𝑆𝐸𝑁 (𝑘 𝑁
) (5)

Onde:

𝑦(𝑘) - uma amostra do sinal.

𝑁 - o número de amostras da janela de dados.

𝑌𝑠 𝑒 𝑌𝑐 - os coeficientes seno e cosseno da série de Fourier.

A Figura 23 apresenta o resultado obtido com a implementação do algoritmo de


Fourier para estimação dos fasores na linguagem MODELS. O código utilizado está
integralmente apresentado no Apêndice.

10
^

5
C o r re n te (k A )

-5
0 20 40 60 80 100 120 140
T e m p o (m s)

C o rre n te - T e m p o C o rre n te - F a so r
E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 23 – Representação do fasor estimado pelo algoritmo de Fourier

Com os fasores das correntes e tensões estimados, é necessário inserir as equações


e lógicas associadas a cada uma das funções de proteção simuladas.

57
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

5.4.3 Função 51C

A função 51C, conforme apresentado no item 3.3.2, é constituída pela função de


sobrecorrente temporizada e se limita a atuar apenas quando a tensão estiver abaixo de um
valor pré-estabelecido.

O algoritmo de operação deste relé é programado a partir de uma sequência lógica


onde a primeira etapa consiste da verificação se o valor eficaz da tensão se encontra abaixo
do valor pré-estabelecido nos ajustes do relé. Satisfeita esta condição, é avaliado se a
corrente lida pelo relé está acima do valor de pick-up ajustado. Estando estas duas condições
satisfeitas, ou seja, tensão abaixo e corrente acima dos respectivos ajustes, é calculado o
retardo da atuação da função de sobrecorrente. O cálculo do referido retardo é efetuado
segundo as equações das curvas normatizadas pela IEC e IEEE apresentadas no item 3.1.1.

A definição da curva que deverá ser utilizada no cálculo do retardo de operação é


realizada pelo usuário durante a parametrização do bloco. O algoritmo implementado neste
trabalho para a função 51C permite que o usuário escolha a atuação do relé segundo as
curvas IEC (inversa, muito inversa, extremamente inversa e longtime) e IEEE (extremamente
inversa, inversa, moderadamente inversa e muito inversa). Neste trabalho é utilizada a curva
IEC muito inversa para a operação do relé 51C.

A parametrização do bloco é realizada pela janela apresentada na Figura 24. Nesta


janela é possível ajustar os seguintes parâmetros:

 freq. - Frequência [Hz];

 p51C - Pick-up [A];

 td51C - Retardo [s] (para o caso de atuação com tempo definido);

 c51C – Seleção da curva que será utilizada;

 tm51C - Multiplicador da escala de tempo;

 vc51C - Tensão de controle [V];

 RTC - Relação transformação TC;

 RTP - Relação transformação TP.

58
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

Figura 24 – Janela de parametrização do bloco 51C

5.4.4 Função 87T

A lógica programada neste bloco é implementada de tal forma que o relé atue tanto
para faltas monofásicas, bifásicas e trifásicas. Na Figura 25 tem-se a janela de
parametrização do bloco 87T, onde é possível ajustar os seguintes parâmetros:

 freq. - Frequência [Hz];

 Def - Defasagem [°];

 DladoH - Corrige entrada lado H para conexão delta nesse enrolamento;

 DladoL - Corrige entrada lado L para conexão delta nesse enrolamento;

 slope – Slope que será adotado;

 Ipcpmin - Corrente mínima para operação;

 TPop - Temporização operação [s].

59
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

A variável “TPop” é utilizada para possibilitar a parametrização de uma temporização


intencional na atuação do relé uma vez que não são inseridas em sua programação funções
de bloqueio por segundo e quinto harmônicos.

Figura 25 – Janela de parametrização do bloco 87T

5.4.5 Função 50

A lógica programada no bloco da função 50 é implementada de tal forma que o relé


atue para faltas entre fases. Na Figura 26 tem-se a janela de parametrização deste bloco,
onde é possível ajustar os seguintes parâmetros:

 freq. - Frequência [Hz];

 p50 - Pick-up [A];

 td50 - Retardo [s];

 RTC - Relação transformação TC;

60
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

Figura 26 – Janela de parametrização do bloco 50

5.4.6 Função 21/21N

O relé de proteção de distância modelado é a unidade tipo MHO, tanto para as faltas
fase-fase quanto para as faltas de fase-neutro.

A parametrização do bloco é realizada pela janela apresentada na Figura 27. Nesta


janela é possível ajustar os seguintes parâmetros:

 freq. - Frequência [Hz];

 AJZ1 - Ajuste Zona 1 [pu];

 AJZ2 - Ajuste Zona 2 [pu];

 TPZ1 - Temporização zona 1 [s];

 TPZ2 - Temporização zona 2 [s];

 ReZL0 - Impedância sequência zero da LT [ohm] - parte real;

61
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

 ImZL0 - Impedância sequência zero da LT [ohm] - parte imaginária;

 ReZL1 - Impedância sequência positiva da LT [ohm] - parte real;

 ImZL1 - Impedância sequência positiva da LT [ohm] - parte imaginária;

 ZF - Impedância da LT [ohm/fase];

 AZF - Ângulo da LT [rad.];

 RTC - Relação transformação TC;

 RTP - Relação transformação TP.

Figura 27 – Janela de parametrização do bloco 21

Não há neste trabalho o objetivo de observar e avaliar a interação entre as proteções


de distância de ambos os lados da LT, sendo modeladas apenas duas zonas de atuação do
relé de distância. Neste caso a intenção é observar a interação e seletividade apenas entre os
relés de proteção instalados nos geradores, no transformador elevador e na saída da LT de
69 kV.

62
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

5.5 Sistema Elétrico e Relés no ATPDraw

Todo o sistema elétrico da PCH interligado ao SIN, está modelado no ATPDraw como
pode ser visto na Figura 28. Esta interface gráfica permite que o usuário elabore novos
componentes com janelas de dados editáveis, como é o caso dos disjuntores e dos relés de
proteção 51C, 87T, 50 e 21.

63
CAPÍTULO 5 - Implementações Computacionais

Figura 28 – Sistema no ATPDraw

64
CAPÍTULO 6 - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE
DOS RESULTADOS

Através do circuito apresentado na Figura 28, é possível realizar uma série de


simulações com as mais diversas condições de operação em regime permanente ou
transitório e de falta.

Neste capítulo são apresentados os resultados e as análises dos diversos casos de


falta simulados. Os casos simulados são faltas nas saídas dos geradores, dentro e fora da
zona de proteção delimitada pelos TCs do primário e do secundário do transformador
elevador e em alguns pontos da linha de transmissão.

6.1 Ajustes das Funções de Proteção

As proteções em estudo neste trabalho foram ajustadas conforme indicado na Tabela


8.
Tabela 8 – Parametrização dos Relés
RELÉ 50 Lado
RELÉ 21/21N RELÉ 51C RELÉ 87
Baixa Tensão
freq 60 Hz Freq 60 Hz Freq 60 Hz freq 60 Hz
AJZ1 0,8 pu p51C 365 A p50 6500 A Def 30 °
AJZ2 1,3 pu td51C 0,05 td50 0,0333 DladoH 0
TPZ1 0,016 s c51C 2 RTC 400 DladoL 1
TPZ2 0,1 s tm51C 0,1 slope 0,25
ReZL0 6,74 Ω vc51C 5520 V RELÉ 50 Lado Ipcpmin 0,3 A
ImZL0 14,92 Ω RTC 200 Alta Tensão TPop 0s
ReZL1 3,69 Ω RTP 60 Freq 60 Hz
ImZL1 8,64 Ω p50 1076 A
ZF 9Ω td50 0,0333
AZF 1,167 rad. RTC 40
RTC 40
RTP 600

65
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

Os ajustes adotados são aqueles presentes nos relés existentes na planta utilizada
para simulação ou estão de acordo com os tipicamente encontrados na literatura.

6.2 Resultados das Simulações

Todos os resultados apresentados são obtidos através de simulações de curtos-


circuitos em diversos pontos da planta, conforme apresentado na Tabela 9. As simulações
são realizadas no software ATP através de sua interface ATPDraw versão 5.6p6.

Para apresentação dos resultados são utilizados os softwares MATLAB versão


R2010a e TOP - The Output Processor® de propriedade da Electrotek Concepts que é uma
das ferramentas disponíveis no ATPDraw. Apresentam-se a seguir os diversos casos de
curtos-circuitos simulados.

Tabela 9 – Casos de curtos-circuitos simulados


Caso Descrição
1 Curto-circuito trifásico na barra de 6,9 kV que interliga os geradores
2 Curto-circuito fase-terra na barra de 6,9 kV que interliga os geradores
3 Curto-circuito bifásico na zona da proteção do relé 87T
4 Curto-circuito trifásico-terra na zona da proteção do relé 87T
5 Curto-circuito trifásico-terra na LT - zona 1 do relé 21
6 Curto-circuito bifásico-terra na LT - zona 2 do relé 21
7 Curto-circuito trifásico na LT - zona 2 do relé 21

Em todos os casos simulados o fechamento da chave que gera o curto-circuito é


realizado no tempo de 80 ms. A abertura dos disjuntores é em função da atuação dos relés e,
como esperado, ocorre nos mais diversos tempos, conforme pode ser observado nas figuras
apresentadas nos itens abaixo.

6.2.1 Caso 1: Curto-circuito 3Ф na Barra de 6,9 kV que Interliga os Geradores

Este primeiro caso simula um curto-circuito trifásico na barra de 6,9 kV, no ponto
indicado na Figura 29.

66
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

Falta 3Ф

Figura 29 – Curto-circuito 3Ф - Indicação do ponto de falta caso 1

A Figura 30 apresenta as correntes medidas pelo relé 51C, instalado em um dos


geradores, bem como o pick-up e saída de trip deste relé.

12
^

-4

-8

-1 2
50 100 150 200 250 300
T e m p o (m s)

IA [kA ] IB [kA ] IC [kA ] T R IP P IC K -U P


E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 30 – Curto-circuito 3Ф - Correntes medidas e atuação do relé 51C

67
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

Observa-se, neste caso, que o relé ajustado conforme apresentado na Tabela 8, opera
dentro de um tempo de, aproximadamente, 180 ms. Para verificação se houve a atuação do
relé no tempo adequado, insere-se os parâmetros na equação da curva utilizada, neste caso a
curva IEC Muito Inversa, apresentada no item 3.1.1, e calcula-se o tempo esperado para
atuação do relé conforme apresentado a seguir.

 Equação da curva:

13,5
𝑡= 𝐷𝑇
𝐼−1

 Cálculo do múltiplo da corrente de ajuste: A corrente de curto-circuito vista pelo relé no


instante que ocorre o pick-up do relé é de aproximadamente 3,3 kA. Assim:

3300
𝐼= = 9,04
365

 Cálculo do tempo de atuação do relé:

13,5
𝑡= 0,1 = 168 𝑚𝑠
9,04 − 1

Observa-se que os tempos esperado para atuação do relé e em que houve


efetivamente a atuação do mesmo são muito próximos, demonstrando assim um bom
desempenho do algoritmo utilizado.

A Figura 31 apresenta o módulo dos fasores das correntes apresentadas na Figura 30.
Tais fasores foram estimados conforme detalhado no item 5.4.2 e representam os valores
eficazes das correntes medidas pelo relé.

68
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

5
^

0
50 100 150 200 250 300
T e m p o (m s)

IA [kA ] IB [kA ] IC [kA ] T R IP P IC K -U P


E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 31 – Curto-circuito 3Ф – Módulo fasores das correntes medidas e atuação 51C

A Figura 32 apresenta o plano operacional do relé 87T. Observa-se que, como a falta
ocorreu fora da zona de atuação deste relé, não há a operação do mesmo.
4

3.5

3 IA
IB
Corrente de Operação (A)

IC
2.5

1.5

0.5

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Corrente de Restrição (A)

Figura 32 – Curto-circuito 3Ф - Plano operacional relé 87T

Ao inserir valores significativos de impedância nos circuitos dos secundários dos TCs
associados ao relé 51C verifica-se, conforme apresentado na Figura 33, que ocorre a
saturação, neste caso, dos TCs das fases A e C.

69
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

12
^

-4

-8

-1 2
50 100 150 200 250 300
T e m p o (m s)

IA [kA ] IB [kA ] IC [kA ] T R IP P IC K -U P


E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 33 – Curto-circuito 3Ф – Saturação dos TCs – Correntes medidas e atuação 51C

Na Figura 34 observa-se que, devido à saturação dos TCs, o módulo dos fasores das
correntes das fases A e C não representam adequadamente os módulos das correntes lidas,
demonstrando, portanto, que o algoritmo implementado necessida de médodos auxiliares para
a detecção da saturação dos TCs.

5
^

0
50 100 150 200 250 300
T e m p o (m s)

IA [kA ] IB [kA ] IC [kA ] T R IP P IC K -U P


E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 34 – Curto-circuito 3Ф – Saturação dos TCs – Módulo fasores e atuação 51C

70
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

Observa-se que, mesmo com a saturação dos TCs, houve a operação do relé 51C em
um tempo semelhante ao caso em que os TCs não saturaram. Tal fato pode ser explicado
devido ao TC da fase B não ter saturado, garantindo assim a operação adequada do relé.

6.2.2 Caso 2: Curto-circuito Fase-terra na Barra de 6,9 kV que Interliga os Geradores

O curto-circuito simulado neste caso está indicado na Figura 35. Como pode ser
observado é um curto-circuito a terra envolvendo apenas a fase A.

Falta ФA-terra

Figura 35 – Curto-circuito ФA-terra - Indicação do ponto de falta caso 2

Este caso mostra que, conforme esperado, não há corrente de curto-circuito para falta
fase-terra no trecho entre os geradores e o lado de baixa tensão do transformador elevador.
Isso ocorre porque os geradores não possuem o neutro aterrado e o transformador elevador
possui o enrolamento de baixa tensão conectado em delta. Tais conexões não permitem a
circulação de correntes de sequência zero. Todavia, como pode ser observado na Figura 36,
há sobretensão nas fases que não estão envolvidas na falta.

71
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

12
^

-4

-8

-1 2
50 100 150 200 250 300
T e m p o (m s)

T R IP V A [kA ] V B [kA ] V C [kA ]


E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 36 – Curto-circuito ФA-terra - Tensões medidas pelo relé 51C

A Figura 37 apresenta as correntes medidas pelo relé 51C. Nesta figura observa-se
que não há sobrecorrente na fase A, porém, como visto na figura anterior há sobretensão nas
fases B e C.

2
^

-1

-2
50 100 150 200 250 300
T e m p o (m s)

IA [kA ] IB [kA ] IC [kA ] T R IP


E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 37 – Curto-circuito ФA-terra - Correntes medidas pelo relé 51C

Também pode ser observado que, como não há sobrecorrente, o relé 51C não atua
para faltas desta natureza.

72
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

6.2.3 Caso 3: Curto-circuito Bifásico na Zona de Proteção do Relé 87T

A Figura 38 indica o ponto onde é simulado o curto-circuito entre as fases A e B. Como


pode ser observado é um curto-circuito dentro da zona de operação do relé 87T.

Falta ФA-ФB

Figura 38 – Curto-circuito ФA-ФB - Indicação do ponto de falta caso 3

A Figura 39 apresenta as correntes medidas pelo relé 87T, valores secundários,


durante uma falta entre as fases A e B dentro da zona de atuação da proteção diferencial.

20
^ ^
20

10
10

-1 0

-1 0
-2 0

-3 0 -2 0
50 60 70 80 90 100 50 60 70 80 90 100
T e m p o (m s) T e m p o (m s)

IA - L a d o A lta [A ] IA - L a d o B a ixa [A ] ^ IB - L a d o A lta [A ] IB - L a d o B a ixa [A ]


E le ctro te k C o n ce p ts® 15 T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®

-5

-1 5
50 60 70 80 90 100
T e m p o (m s)

IC - L a d o A lta [A ] IC - L a d o B a ixa [A ]
E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®

Figura 39 – Curto-circuito ФA-ФB - Correntes medidas pelo relé 87T

73
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

A Figura 40 apresenta o módulo dos fasores das correntes medidas pelo relé 87T.
Verifica-se nesta figura que o relé de proteção diferencial do transformador elevador atua
corretamente para uma falta entre as fases A e B dentro da zona de atuação deste relé.

5
^

4
C u rre n t ( A )

0
70 80 90 100 110 120
T e m p o (m s)

IA - A lta [A ] IA - B a ixa [A ] IB - A lta [A ] IB - B a ixa [A ]

IC - A lta [A ] IC - B a ixa [A ] T R IP
E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 40 – Curto-circuito ФA-ФB - Módulo dos fasores das correntes medidas 87T

Na Figura 41 é apresentado o plano operacional do relé 87T. Nesta figura observa-se


que as duas fases envolvidas no curto-circuito entram na região de operação do relé
diferencial.
3

2.5 IA
IB
IC
Corrente de Operação (A)

1.5

0.5

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
Corrente de Restrição (A)

Figura 41 – Curto-circuito ФA-ФB - Plano operacional relé 87T

74
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

A relação entre as correntes de operação e de restrição (BIAS) está apresentada na


Figura 42. Observa-se que o relé diferencial detecta o curto-circuito em um intervalo de tempo
muito pequeno. Desta forma, pode-se afirmar que houve uma operação adequada deste relé
frente a um curto-circuito em sua zona de proteção.

2
IA
1.8 IB
IC
1.6

1.4

1.2
BIAS

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08 0.09
Tempo [s])

Figura 42 – Curto-circuito ФA-ФB – relação entre as correntes de operação e restrição 87T

Neste trabalho não foram implementadas as funções de bloqueio de atuação da


função diferencial por segundo e quinto harmônicos.

Para avaliação da operação da função de sobrecorrente de fase com tempo definido


(50) do lado de baixa tensão do transformador elevador é bloqueada a operação da função
87T. Observa-se na Figura 43 que o relé opera corretamente e conforme os ajustes pré-
estabelecidos.

75
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

20
^

10

-1 0

-2 0
50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
T e m p o (m s)

IA [kA ] IB [kA ] IC [kA ] T R IP P IC K -U P


E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 43 – Curto-circuito ФA-ФB – Correntes medidas e atuação do relé 50

6.2.4 Caso 4: Curto-circuito 3Ф-terra na Zona de Proteção do Relé 87T

Neste caso é simulado um curto-circuito 3Ф-terra no ponto indicado pela Figura 44.
Verifica-se que este curto-circuito é simulado no lado de alta tensão do transformador
elevador, dentro da zona de proteção do relé diferencial.

Falta 3Ф-terra

Figura 44 – Curto-circuito 3Ф-terra - Indicação do ponto de falta caso 4

A Figura 45 apresenta as correntes medidas pelo relé 87T, valores secundários,


durante uma falta trifásica envolvendo a terra dentro da zona de atuação da proteção
diferencial.

76
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

10
^ ^
30

5
20

10
-5

-1 0
0

-1 5

-1 0
-2 0

-2 5 -2 0
50 60 70 80 90 100 50 60 70 80 90 100
T e m p o (m s) T e m p o (m s)

IA - L a d o A lta [A ] IA - L a d o B a ixa [A ] IB - L a d o A lta [A ] IB - L a d o B a ixa [A ]


E le ctro te k C o n ce p ts® 15 T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®^E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®

-5

-1 5
50 60 70 80 90 100
T e m p o (m s)

IC - L a d o A lta [A ] IC - L a d o B a ixa [A ]
E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®

Figura 45 – Curto-circuito 3Ф-terra - Correntes medidas pelo relé 87T

A Figura 46 apresenta o módulo dos fasores das correntes medidas pelo relé 87T.
Como pode ser observado nesta figura, a função 87T é uma proteção de atuação rápida.

4
^

0
70 80 90 100 110 120
T e m p o (m s)

IA - A lta [A ] IA - B a ixa [A ] IB - A lta [A ] IB - B a ixa [A ]

IC - A lta [A ] IC - B a ixa [A ] T R IP
E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 46 – Curto-circuito 3Ф-terra - Módulo dos fasores das correntes e atuação do relé 87T

77
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

Observa-se na Figura 47 que as três fases entram na região de operação do relé


diferencial. Esta resposta do relé está conforme esperado por se tratar de um curto-circuito
envolvendo as três fases.

2.5

IA
2 IB
IC
Corrente de Operação (A)

1.5

0.5

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
Corrente de Restrição (A)

Figura 47 – Curto-circuito 3Ф-terra - Plano operacional relé 87T

Verifica-se na Figura 48 que o relé diferencial detecta rapidamente o curto-circuito nas


três fases e opera adequadamente uma vez que o curto-circuito é em sua zona de proteção.

78
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

1.6
IA
IB
1.4
IC

1.2

1
BIAS

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08 0.09
Tempo [s])

Figura 48 – Curto-circuito 3Ф-terra - relação entre as correntes de operação e restrição 87T

A Figura 49 apresenta as correntes medidas e a operação do relé 50 do lado de alta


tensão do transformador elevador quando bloqueada a operação da função 87T.

3
^

-1

-2

-3
50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
T e m p o (m s)

IA [kA ] IB [kA ] IC [kA ] T R IP P IC K -U P


E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 49 – Curto-circuito 3Ф-terra – Correntes medidas e atuação do relé 50

79
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

6.2.5 Caso 5: Curto-circuito 3Ф-terra na LT - Zona 1 do Relé 21

Na Figura 44 está indicado o ponto onde é simulado um curto-circuito 3Ф-terra.


Verifica-se que este curto-circuito está na zona 1 do relé de distância.

Falta 3Ф-terra

Figura 50 – Curto-circuito 3Ф-terra - Indicação do ponto de falta caso 5

A Figura 51 apresenta as correntes fase-terra medidas e a saída de trip do relé de


distância durante a ocorrência da falta.

80
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

2
^

-1

-2
50 60 70 80 90 100 110 120
T e m p o (m s)

IA N [kA ] IB N [kA ] IC N [kA ] T R IP


E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 51 – Curto-circuito 3Ф-terra - Correntes medidas e atuação do relé 21

Na Figura 52 podem ser observados os módulos dos fasores das correntes fase-fase
medidas pelo relé 21 durante a ocorrência de um curto-circuito trifásico envolvendo a terra.
Nesta figura também se observa a operação do relé, bem como a abertura do disjuntor da
linha de transmissão.

Verifica-se que o algoritmo proposto demora aproximadamente um ciclo para detecção


da falta e o relé opera, conforme ajustado, um ciclo após a detecção da falta.

1 ,2
^

1 ,0

0 ,8

0 ,6

0 ,4

0 ,2

0 ,0
70 80 90 100 110 120 130 140
T e m p o (m s)

IA B [kA ] IB C [kA ] IC A [kA ] P IC K -U P T R IP


E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 52 – Curto-circuito 3Ф-terra - Módulo dos fasores das correntes e atuação do relé 21

81
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

Os módulos e os ângulos das impedâncias entre fases medidas pelo relé são
apresentados na Figura 53 e na Figura 54 respectivamente.

400
^

300

200

100

0
70 80 90 100 110
T e m p o (m s)

Z A B [o h m s] Z B C [o h m s] Z C A [o h m s]
E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 53 – Curto-circuito 3Ф-terra - Módulo das impedâncias lidas pelo relé 21

4
^

-2

-4
70 80 90 100 110
T e m p o (m s)

 n g u lo Z A B [ra d ]  n g u lo Z B C [ra d ]  n g u lo Z C A [ra d ]


E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 54 – Curto-circuito 3Ф-terra - Ângulo das impedâncias lidas pelo relé 21

Na Figura 55 é apresentada a curva mho do relé 21. Observa-se que a falta é corretamente
detectada por todas as unidades.

82
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

Unidade AT Unidade BT Unidade CT

10 10 10

0 0 0
X

X
-10 -10 -10

-10 0 10 -10 0 10 -10 0 10


R R R
Unidade AB Unidade BC Unidade CA

10 10 10

0 0 0
X

X
-10 -10 -10

-10 0 10 -10 0 10 -10 0 10


R R R

Figura 55 – Curto-circuito 3Ф-terra - Curva mho do relé 21

6.2.6 Caso 6: Curto-circuito 2Ф-terra na LT - Zona 2 do Relé 21

A Figura 56 apresenta o local onde é simulado um curto-circuito 2Ф-terra. Nesta figura


se observa que o curto-circuito está na zona 2 do relé de distância.

83
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

Falta 2Ф -terra

Figura 56 – Curto-circuito 2Ф-terra - Indicação do ponto de falta caso 6

A Figura 57 apresenta as correntes fase-terra medidas e a saída de trip do relé de


distância durante a ocorrência da falta entre as fases A e B para a terra.

84
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

2
^

-1

-2
50 70 90 110 130 150 170 190 210 230
T e m p o (m s)

IA N [kA ] IB N [kA ] IC N [kA ] T R IP


E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 57 – Curto-circuito 2Ф-terra - Correntes medidas e atuação do relé 21

Como pode ser observado na Figura 58, ocorrem a atuação da zona 2 de proteção do
relé e o comando de abertura do disjuntor em conformidade com os ajustes apresentados na
Tabela 8.

1 ,2
^

1 ,0

0 ,8

0 ,6

0 ,4

0 ,2

0 ,0
50 70 90 110 130 150 170 190 210 230
T e m p o (m s)

IA N [kA ] IB N [kA ] IC N [kA ] P IC K -U P T R IP


E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 58 – Curto-circuito 2Ф-terra - Módulo dos fasores das correntes e atuação do relé 21

Na Figura 59 é apresentada a curva mho do relé 21. Observa-se que o curto-circuito é


corretamente detectado pelas unidades cujas fases estão envolvidas na falta.

85
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

Unidade AT Unidade BT Unidade CT

10 10 10

0 0 0

X
-10 -10 -10

-10 0 10 -10 0 10 -10 0 10


R R R
Unidade AB Unidade BC Unidade CA

10 10 10

0 0 0
X

X
-10 -10 -10

-10 0 10 -10 0 10 -10 0 10


R R R

Figura 59 – Curto-circuito 2Ф-terra - Curva mho do relé 21

6.2.7 Caso 7: Curto-circuito 3Ф na LT - Zona 2 do Relé 21

Neste último caso simulado, são avaliados o comportamento e o tempo de atuação do


relé 21 frente a uma falta trifásica.

A Figura 60 apresenta o local onde é simulado um curto-circuito trifásico. Nesta figura


se observa que o curto-circuito está na zona 2 do relé de distância.

86
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

Falta 3Ф

Figura 60 – Curto-circuito 3Ф - Indicação do ponto de falta caso 7

A Figura 61 apresenta as correntes fase-terra medidas e a saída de trip do relé de


distância durante a ocorrência da falta trifásica sem envolver a terra.

87
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

1 ,5
^

1 ,0

0 ,5

0 ,0

-0 ,5

-1 ,0

-1 ,5
50 70 90 110 130 150 170 190 210 230
T e m p o (m s)

IA N [kA ] IB N [kA ] IC N [kA ] T R IP


E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 61 – Curto-circuito 3Ф - Correntes medidas e atuação do relé 21

A Figura 62 apresenta o módulo dos fasores das correntes medidas pelo relé. Nesta
figura observa-se que há sobrecorrente em todas as fases.

^
1 ,0

0 ,8

0 ,6

0 ,4

0 ,2

0 ,0
50 70 90 110 130 150 170 190 210 230
T e m p o (m s)

IA N [kA ] IB N [kA ] IC N [kA ] P IC K -U P T R IP


E le ctro te k C o n ce p ts® T O P , T h e O u tp u t P ro ce sso r®
Figura 62 – Curto-circuito 3Ф - Módulo dos fasores das correntes e atuação do relé 21

Na Figura 63 é apresentada a curva mho do relé 21. Observa-se que o curto-circuito é


corretamente detectado pelas unidades fase-fase e não há operação das unidades fase-terra.

88
CAPÍTULO 6 – Apresentação e Análise dos Resultados

Unidade AT Unidade BT Unidade CT

10 10 10

0 0 0

X
-10 -10 -10

-10 0 10 -10 0 10 -10 0 10


R R R
Unidade AB Unidade BC Unidade CA

10 10 10

0 0 0
X

X
-10 -10 -10

-10 0 10 -10 0 10 -10 0 10


R R R

Figura 63 – Curto-circuito 3Ф - Curva mho do relé 21

89
CAPÍTULO 7 - CONCLUSÕES E PROPOSTAS
DE CONTINUIDADE

Neste trabalho são apresentadas a modelagem e a avaliação da operação de algumas


funções de proteção empregadas nos sistemas de proteção elétrica de PCHs. São utilizados
dados de ajustes e de equipamentos de uma planta real. Como ferramenta de
desenvolvimento e simulação é utilizado o software ATP/ATPDraw e sua linguagem de
programação MODELS, para possibilitar a simulação em malha fechada do sistema elétrico e
seu sistema de proteção.

O circuito adotado nas simulações é de uma PCH real e interligada ao sistema elétrico
brasileiro. Para representação dos equipamentos principais desta PCH são utilizados blocos
existentes no ATP/ATPDraw e nestes, inseridos os dados dos referidos equipamentos.

Os blocos desenvolvidos para simulação dos relés de proteção elétrica são elaborados
através da programação em MODELS e os algoritmos implementados estão presentes na
literatura, consolidados e amplamente utilizados por fabricantes de relés de proteção.

Diversos casos de ocorrências de curtos-circuitos são simulados nas mais variadas


posições do sistema utilizado como modelo para análise. Os resultados obtidos mostram que
as lógicas de proteção implementadas são eficientes e atuam adequadamente em todos os
casos analisados. Também são evidenciadas pelos resultados obtidos, as vantagens da
utilização desse tipo de modelagem para a avaliação do desempenho dos sistemas de
proteção elétrica de PCHs, por meio da qual é possível verificar a resposta dos componentes
principais da planta frente à operação da sua proteção, bem como o da proteção frente às
mais diversas situações de operação às quais pode ser submetida.

Verifica-se que, apesar da limitação da modelagem de alguns componentes da planta,


os resultados obtidos são satisfatórios e mostram o potencial de utilização do ATP/ATPDraw
na análise e compreensão de fenômenos transitórios que ocorrem nas plantas reais através
de simulações em malha fechada.

90
CAPÍTULO 7 – Conclusões e Propostas de Continuidade

7.1 Propostas de Continuidade

Como propostas de trabalhos futuros, sugere-se:

 Desenvolver novas funções de proteção, tais como 51N, 59, 27 entre outras, de forma
a possibilitar uma avaliação da operação de todo o sistema de proteção elétrica da
planta;

 Aprimorar os algoritmos desenvolvidos, por exemplo, inserir lógica de detecção e


bloqueio de atuação do relé 87T por segundo e quinto harmônicos;

 Desenvolver algoritmos para detecção da saturação dos TCs;

 Desenvolver circuitos de simulação onde se tenha acesso aos terminais de neutro dos
geradores, viabilizando o desenvolvimento e utilização de relés diferenciais para os
geradores;

 Realizar simulações utilizando modelos de geradores que possuam módulos para


controle de tensão e velocidade, possibilitando o desenvolvimento e avaliação de
novos relés de proteção tais como o relé de perda de excitação e sobreexcitação.

91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] CENTRO NACIONAL DE REFERÊNCIA DE PEQUENAS CENTRAIS


HIDRELÉTRICAS. “Micro e Mini Centrais Hidrelétricas: Soluções para Comunidades
Isoladas da Região Amazônia”. 1ª Edição, 2008.

[2] PORTAL PCH, http://www.portalpch.com.br. Acessado em 25/09/2015.

[3] LIMA, R. S. “Padronização de projetos elétricos de pequenas centrais hidrelétricas”.


Dissertação de Mestrado, UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ, Dezembro de
2002.

[4] ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica, http://www.aneel.gov.br. Acessado em


25/09/2015.

[5] MAMEDE FILHO, J. “Proteção de sistemas elétricos de potência”. LTC / 2011.

[6] SATO, F. and FREITAS, W. “Análise de Curto-Circuito e Princípios de Proteção em


Sistemas de Energia Elétrica – Fundamentos e Prática”. 1ª Edição, Rio de Janeiro:
Elservier, 2015.

[7] KINDERMANN, Geraldo “Proteção de Sistemas Elétricos de Potência”. Volume 1.


Edição do autor / 2012.

[8] LIMA, M. M. M. “Alguns Fatores Afetando o Desempenho de Relés de Distância”.


Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) - Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.

[9] SIEMENS. “SIPROTEC 4 - 7SD610 - Catalog SIP 5.4 - Universal Differential


Protection Relay for Two Line Ends”. Disponível em:
http://www.siemens.com.tr/i/assets/content/ogs/korumatek/7sd61_katalog.pdf%20(1.689kb).pdf

[10] TAVARES, K. A. “Modelagem e Simulação da Proteção Diferencial de


Transformadores de Potência no ATP”. Dissertação de Mestrado em Engenharia
Elétrica, Publicação PPGEE.DM - 545/2013, Departamento de Engenharia Elétrica,
Universidade de Brasília, Brasília, DF, 91p.

[11] LIMA, J. M. “Usinas Hidrelétricas: diretrizes básicas para proteção e controle”. Rio de
Janeiro. Editora Synergia / 2009.

92
Referências Bibliográficas

[12] IEEE- The Institute of Electrical and Electronics Engineers. “Std 242-2001: IEEE
Recommended Practice for Protection and Coordination of Industrial and Commercial
Power Systems”. 2001.

[13] O.N.S. – Operador Nacional do Sistema. “Submódulo 23.3 - Diretrizes e critérios para
estudos elétricos”. Revisão 2.0, 2010. Disponível em:
http://www.ons.org.br/procedimentos/index.aspx

[14] IEEE Power & Energy Society. Power System Relaying Committee. “IEEE Guide for
Protective Relay – Applications to Power System Buses”. New York, 2009.

[15] MIGUEL, P. M. “Introdução à Simulação de Relés de Proteção Usando a Linguagem


“MODELS” do ATP”. 1ª Edição, Ciência Moderna, 2011.

[16] DUBÉ, L. “Users Guide to Models in ATP”. Abril, 1996.

[17] VIANNA, P. L. “Modelagem e simulação da proteção diferencial de baixa impedância


de barramentos no software ATP”. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) -
Universidade de Brasília, Brasília, 2013.

[18] KIM, C.; LEE, M.; AGGARWAL, R. K.; JOHNS, A. T. J. “Educational Use of EMTP
MODELS for Study of a Distance Relaying Algorithm for Protecting Transmission
Lines”. IEEE Transactions on Power Delivery, vol. 15, n. 1, February 2000.

[19] SANTOS, L. F. “Avaliação de algoritmos numéricos de proteção para linhas com


compensação série”. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) - Universidade
Federal de Itajubá, Itajubá, 2006.

93
APENDICE - MODELS DESENVOLVIDAS
A seguir são apresentadas todas as MODELS desenvolvidas para representação dos
relés de proteção utilizados.

AP1 - Algoritmo relé 51C


MODEL Rele51C

COMMENT
Modelo que simula função 51C
ENDCOMMENT

INPUT
Vent[1..3] -- Tensão [V]
Cor[1..3] -- Corrente [A]

OUTPUT
trp51c

DATA
freq -- frequencia [Hz]
p51C -- pick-up [A]------------------------- Ajuste de pickup em 40% da corrente nominal
td51C -- retardo [s]------------------------- 0.05 segundo
c51C -- curva------------------------------- Curva IEC "very inverse" (Crv2)
tm51C -- multiplicador da escala de tempo---- Multiplicador de tempo 0,10
vc51C -- tensao de controle [V]-------------- 80% da tensão nominal
RTC -- relação transformação TC
RTP -- relação transformação TP
rlig -- liga o Rele (Evita atuação no transitorio inicial do ATP)

VAR
-- correntes de entrada
Ia, Ib, Ic
-- tensões de entrada
Va, Vb, Vc
----- Fasores -------------------------------------------

-- Correntes
IfdA, AngIa -- componente na frequencia fundamental
IfdB, AngIb -- componente na frequencia fundamental
IfdC, AngIc -- componente na frequencia fundamental

-- Tensões
VfdA, AngVa -- componente na frequencia fundamental
VfdB, AngVb -- componente na frequencia fundamental
VfdC, AngVc -- componente na frequencia fundamental
---------------------------------------------------
-- Variaveis para Cálculo dos Fasores
---------------------------------------------------
-- Ia
A60x -- componente real
B60x -- componente imaginaria
SomAx, SomBx
IfsA[0..31]
-- Ib
A60y -- componente real
B60y -- componente imaginaria
SomAy, SomBy
IfsB[0..31]
-- Ic
A60z -- componente real
B60z -- componente imaginaria
SomAz, SomBz

94
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

IfsC[0..31]
-- Va
A60Vx -- componente real
B60Vx -- componente imaginaria
SomAVx, SomBVx
VfsA[0..31]
-- Vb
A60Vy -- componente real
B60Vy -- componente imaginaria
SomAVy, SomBVy
VfsB[0..31]
-- Vc
A60Vz -- componente real
B60Vz -- componente imaginaria
SomAVz, SomBVz
VfsC[0..31]
-----------------------------------------------
Xk, Yk
cos1, sin1
Teta
-----------------------------------------------
Per -- período
auxT -- tempo inicial do ciclo
dt -- intervalo de amostragem
dtaux -- erro admissível na amostragem
np -- número de pontos por ciclo
k -- ordem do ponto no ciclo
ik -- ponto aquisitado
-----------------------------------------------
tpu51a
tpu51b
tpu51c
RET51a
RET51b
RET51c
--- Variáveis trip ----------------------------
trp51c
tripA
tripB
tripC
trip51

INIT
Ia:=Cor[3]*RTC
Ib:=Cor[2]*RTC
Ic:=Cor[1]*RTC
Va:=Vent[1]*RTP
Vb:=Vent[2]*RTP
Vc:=Vent[3]*RTP
---------------------------------------------
IfdA:=0
IfdB:=0
IfdC:=0
AngIa:=0
AngIb:=0
AngIc:=0
VfdA:=0
VfdB:=0
VfdC:=0
AngVa:=0
AngVb:=0
AngVc:=0
-----------------------------------------------
auxT:=0
np:=32
k:=0

95
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

Per:=1/freq
dt:=Per/np
dtaux:=timestep/dt
ik:=-1
-----------------------------------------------
SomAx:=0
SomBx:=0
A60x:=0
B60x:=0
IfsA[0..31]:=0
SomAVx:=0
SomBVx:=0
A60Vx:=0
B60Vx:=0
VfsA[0..31]:=0

SomAy:=0
SomBy:=0
A60y:=0
B60y:=0
IfsB[0..31]:=0
SomAVy:=0
SomBVy:=0
A60Vy:=0
B60Vy:=0
VfsB[0..31]:=0

SomAz:=0
SomBz:=0
A60z:=0
B60z:=0
IfsC[0..31]:=0
SomAVz:=0
SomBVz:=0
A60Vz:=0
B60Vz:=0
VfsC[0..31]:=0
-----------------------------------------------
tpu51a:=999
tpu51b:=999
tpu51c:=999
RET51a:=td51C
RET51b:=td51C
RET51c:=td51C
--- Variáveis trip ----------------------------
trp51c:=0
tripA:=0
tripB:=0
tripC:=0
trip51:=0

ENDINIT

Function Crv1(x,y,z):=z*0.14/(exp(0.02*ln(x/y))-1) -- IEC A inversa


Function Crv2(x,y,z):=z*13.5/(x/y-1) -- IEC B muito inversa
Function Crv3(x,y,z):=z*80/(exp(2*ln(x/y))-1) -- IEC C Extrem Inversa
Function Crv4(x,y,z):=z*120/(x/y-1) -- IEC D Longtime
Function Crv5(x,y,z):=z*(5.64/(exp(2*ln(x/y))-1)+0.02434) -- IEEE Ext. inversa
Function Crv6(x,y,z):=z*(8.9341/(exp(2.0938*ln(x/y))-1)+0.17966) -- IEEE Inversa
Function Crv7(x,y,z):=z*(0.0103/(exp(0.02*ln(x/y))-1)+0.0228) -- IEEE Moderadamente Inversa
Function Crv8(x,y,z):=z*(3.992/(exp(2*ln(x/y))-1)+0.0962) -- IEEE Muito Inversa

EXEC
-----------------
Ia:=Cor[3]*RTC

96
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

Ib:=Cor[2]*RTC
Ic:=Cor[1]*RTC

Va:=Vent[1]*RTP
Vb:=Vent[2]*RTP
Vc:=Vent[3]*RTP
------- Determina o ponto a ser armazenado
k:=Abs((t-auxT)/dt)
if Abs(k-ik)<0.99 then
k:=-1
endif
-------------------------------
if (k>=0) and (k<Np-0.9) then
ik:=Round(k)
cos1:=cos(ik*2*pi/np)
sin1:=sin(ik*2*pi/np)

-- efetua somatorios
SomAx:=SomAx+(Ia-IfsA[ik])*cos1
SomBx:=SomBx+(Ia-IfsA[ik])*sin1

SomAy:=SomAy+(Ib-IfsB[ik])*cos1
SomBy:=SomBy+(Ib-IfsB[ik])*sin1

SomAz:=SomAz+(Ic-IfsC[ik])*cos1
SomBz:=SomBz+(Ic-IfsC[ik])*sin1

SomAVx:=SomAVx+(Va-VfsA[ik])*cos1
SomBVx:=SomBVx+(Va-VfsA[ik])*sin1

SomAVy:=SomAVy+(Vb-VfsB[ik])*cos1
SomBVy:=SomBVy+(Vb-VfsB[ik])*sin1

SomAVz:=SomAVz+(Vc-VfsC[ik])*cos1
SomBVz:=SomBVz+(Vc-VfsC[ik])*sin1

-- armazena para retirar no proximo


IfsA[ik]:=Ia
IfsB[ik]:=Ib
IfsC[ik]:=Ic
VfsA[ik]:=Va
VfsB[ik]:=Vb
VfsC[ik]:=Vc
endif
if (k>=NP-0.01) then
auxT:=t --reinicia novo ciclo de aquisições
endif
-------------- Fase-Neutro ------------------
---------------------------------------------
-- Modulo x ---------------------------------
A60x:=2*SomAx/Np
B60x:=2*SomBx/Np
IfdA:=sqrt(A60x**2+B60x**2)/sqrt(2)
A60Vx:=2*SomAVx/Np
B60Vx:=2*SomBVx/Np
VfdA:=sqrt(A60Vx**2+B60Vx**2)/sqrt(2)
--------------------------------------------
-- Angulo x ---------------------------------
Xk:=A60X
Yk:=B60X
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do

97
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngIa:=Teta
---------------------------
Xk:=A60Vx
Yk:=B60Vx
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngVa:=Teta
---------------------------------------------
-- Modulo y ---------------------------------
A60y:=2*SomAy/Np
B60y:=2*SomBy/Np
IfdB:=sqrt(A60y**2+B60y**2)/sqrt(2)

A60Vy:=2*SomAVy/Np
B60Vy:=2*SomBVy/Np
VfdB:=sqrt(A60Vy**2+B60Vy**2)/sqrt(2)
---------------------------------------------
-- Angulo y ---------------------------------
Xk:=A60Y
Yk:=B60Y
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngIb:=Teta
---------------------------
Xk:=A60Vy
Yk:=B60Vy
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngVb:=Teta
---------------------------------------------
-- Modulo z ---------------------------------
A60z:=2*SomAz/Np
B60z:=2*SomBz/Np
IfdC:=sqrt(A60z**2+B60z**2)/sqrt(2)

98
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

A60Vz:=2*SomAVz/Np
B60Vz:=2*SomBVz/Np
VfdC:=sqrt(A60Vz**2+B60Vz**2)/sqrt(2)
---------------------------------------------
-- Angulo z ---------------------------------
Xk:=A60Z
Yk:=B60Z
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngIc:=Teta
---------------------------
Xk:=A60Vz
Yk:=B60Vz
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngVc:=Teta
---------------------------------------------
----- Verifica TRIP -----------------
if (t>rlig) then
if (VfdA<vc51C) then
if (IfdA>p51C) then
if tpu51a=999 then
tpu51a:=t
endif
else
tpu51a:=999
endif
endif
if (VfdB<vc51C) then
if (IfdB>p51C) then
if tpu51b=999 then
tpu51b:=t
endif
else
tpu51b:=999
endif
endif
if (VfdC<vc51C) then
if (IfdC>p51C) then
if tpu51c=999 then
tpu51c:=t
endif
else
tpu51c:=999
endif
endif
endif

99
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

-- calculo do retardo da função 51 fase A


if (tpu51a<999) then
if c51C=0 then
RET51a:=td51C
endif
if c51C=1 then -- curva IEC tipo A
RET51a:=Crv1(IfdA,p51C,tm51C)
endif
if c51C=2 then -- curva IEC tipo B
RET51a:=Crv2(IfdA,p51C,tm51C)
endif
if c51C=3 then -- curva IEC tipo C
RET51a:=Crv3(IfdA,p51C,tm51C)
endif
if c51C=4 then -- curva IEC tipo D
RET51a:=Crv4(IfdA,p51C,tm51C)
endif
if c51C=5 then -- curva IEEE Ext Inversa
RET51a:=Crv5(IfdA,p51C,tm51C)
endif
if c51C=6 then -- curva IEEE Inversa
RET51a:=Crv6(IfdA,p51C,tm51C)
endif
if c51C=7 then -- curva IEEE Moderadamente Inversa
RET51a:=Crv7(IfdA,p51C,tm51C)
endif
if c51C=8 then -- curva IEEE Muito Inversa
RET51a:=Crv8(IfdA,p51C,tm51C)
endif
--- verifica disparo da função 51A
if t-tpu51a>RET51a then
tripA:=1
endif
endif
-- calculo do retardo da função 51 fase B
if (tpu51b<999) then
if c51C=0 then
RET51b:=td51C
endif
if c51C=1 then -- curva IEC tipo A
RET51b:=Crv1(IfdB,p51C,tm51C)
endif
if c51C=2 then -- curva IEC tipo B
RET51b:=Crv2(IfdB,p51C,tm51C)
endif
if c51C=3 then -- curva IEC tipo C
RET51b:=Crv3(IfdB,p51C,tm51C)
endif
if c51C=4 then -- curva IEC tipo D
RET51b:=Crv4(IfdB,p51C,tm51C)
endif
if c51C=5 then -- curva IEEE Ext Inversa
RET51b:=Crv5(IfdB,p51C,tm51C)
endif
if c51C=6 then -- curva IEEE Inversa
RET51b:=Crv6(IfdB,p51C,tm51C)
endif
if c51C=7 then -- curva IEEE Moderadamente Inversa
RET51b:=Crv7(IfdB,p51C,tm51C)
endif
if c51C=8 then -- curva IEEE Muito Inversa
RET51b:=Crv8(IfdB,p51C,tm51C)
endif
--- verifica disparo da função 51B
if t-tpu51b>RET51b then
tripB:=1

100
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

endif
endif
-- calculo do retardo da função 51 fase C
if (tpu51c<999) then
if c51C=0 then
RET51c:=td51C
endif
if c51C=1 then -- curva IEC tipo A
RET51c:=Crv1(IfdC,p51C,tm51C)
endif
if c51C=2 then -- curva IEC tipo B
RET51c:=Crv2(IfdC,p51C,tm51C)
endif
if c51C=3 then -- curva IEC tipo C
RET51c:=Crv3(IfdC,p51C,tm51C)
endif
if c51C=4 then -- curva IEC tipo D
RET51c:=Crv4(IfdC,p51C,tm51C)
endif
if c51C=5 then -- curva IEEE Ext Inversa
RET51c:=Crv5(IfdC,p51C,tm51C)
endif
if c51C=6 then -- curva IEEE Inversa
RET51c:=Crv6(IfdC,p51C,tm51C)
endif
if c51C=7 then -- curva IEEE Moderadamente Inversa
RET51c:=Crv7(IfdC,p51C,tm51C)
endif
if c51C=8 then -- curva IEEE Muito Inversa
RET51c:=Crv8(IfdC,p51C,tm51C)
endif
--- verifica disparo da função 51C
if t-tpu51c>RET51c then
tripC:=1
endif
endif
ENDEXEC
ENDMODEL

AP2 - Algoritmo relé 87T


MODEL Rele87
COMMENT
Modelo que simula relé 87 utilizando
32 pontos por ciclo.
ENDCOMMENT

INPUT
CorH[1..3] -- Corrente Enrol H [A]
CorL[1..3] -- Corrente Enrol L [A]

OUTPUT
Trp87

DATA
freq -- frequencia [Hz]
Def -- Defasagem [°]
DladoH -- corrige entrada lado H para conexão Delta nesse enrolamento
DladoL -- corrige entrada lado L para conexão Delta nesse enrolamento
slope --
Ipcpmin -- Corrente mínima para operação
TPop -- Temporização operação [s]
rlig -- liga o Rele (Evita atuação no transitorio inicial do ATP) [s]

VAR

101
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

-- correntes de entrada - Lado L


IaL, IbL, IcL
-- correntes de entrada - Lado H
IaH, IbH, IcH
----- Fasores -------------------------------------------
-- Correntes - Lado L
IfdAL, AngIAL -- componente na frequencia fundamental
IfdBL, AngIBL -- componente na frequencia fundamental
IfdCL, AngICL -- componente na frequencia fundamental
-- Correntes - Lado H
IfdAH, AngIAH -- componente na frequencia fundamental
IfdBH, AngIBH -- componente na frequencia fundamental
IfdCH, AngICH -- componente na frequencia fundamental
-- Remoção da componente de sequencia zero ----
Iq0L, IaLf, IbLf, IcLf
Iq0H, IaHf, IbHf, IcHf
-- Correção da defasagem angular --------------
defr
IfdALre
IfdBLre
IfdCLre
IfdALim
IfdBLim
IfdCLim
--------------------------------------
-- Variaveis para Cálculo dos Fasores
--------------------------------------
-- IAL
A60x -- componente real
B60x -- componente imaginaria
SomAx, SomBx
IfsAL[0..31]
-- IBL
A60y -- componente real
B60y -- componente imaginaria
SomAy, SomBy
IfsBL[0..31]
-- ICL
A60z -- componente real
B60z -- componente imaginaria
SomAz, SomBz
IfsCL[0..31]
-- IAH
A60Vx -- componente real
B60Vx -- componente imaginaria
SomAVx, SomBVx
IfsAH[0..31]
-- IBH
A60Vy -- componente real
B60Vy -- componente imaginaria
SomAVy, SomBVy
IfsBH[0..31]
-- ICH
A60Vz -- componente real
B60Vz -- componente imaginaria
SomAVz, SomBVz
IfsCH[0..31]
-----------------------------------------------
Xk, Yk
cos1, sin1
Teta
-----------------------------------------------
Per -- período
auxT -- tempo inicial do ciclo
dt -- intervalo de amostragem

102
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

dtaux -- erro admissível na amostragem


np -- número de pontos por ciclo
k -- ordem do ponto no ciclo
ik -- ponto aquisitado
-- Correntes de comparação
IcompA
IcompB
IcompC
-----------------------------------------------
-- Corrente de operação
reIopA
reIopB
reIopC
imIopA
imIopB
imIopC
IopA
IopB
IopC
-- Corrente de restrição
reIResA
reIResB
reIResC
imIResA
imIResB
imIResC
IResA
IResB
IResC
--- Variáveis trip ----------------------------
tripTA
tripTB
tripTC
Trp87
TPopx

INIT

IaL:=CorL[3]
IbL:=CorL[2]
IcL:=CorL[1]
IaH:=CorH[3]
IbH:=CorH[2]
IcH:=CorH[1]
---------------------------------------------
IfdAL:=0
IfdBL:=0
IfdCL:=0
AngIAL:=0
AngIBL:=0
AngICL:=0
IfdAH:=0
IfdBH:=0
IfdCH:=0
AngIAH:=0
AngIBH:=0
AngICH:=0
-----------------------------------------------
auxT:=0
np:=32
k:=0
Per:=1/freq
dt:=Per/np
dtaux:=timestep/dt
ik:=-1

103
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

-----------------------------------------------
SomAx:=0
SomBx:=0
A60x:=0
B60x:=0
IfsAL[0..31]:=0
SomAVx:=0
SomBVx:=0
A60Vx:=0
B60Vx:=0
IfsAH[0..31]:=0
SomAy:=0
SomBy:=0
A60y:=0
B60y:=0
IfsBL[0..31]:=0
SomAVy:=0
SomBVy:=0
A60Vy:=0
B60Vy:=0
IfsBH[0..31]:=0
SomAz:=0
SomBz:=0
A60z:=0
B60z:=0
IfsCL[0..31]:=0
SomAVz:=0
SomBVz:=0
A60Vz:=0
B60Vz:=0
IfsCH[0..31]:=0
-- Remoção da componente de sequencia zero ----
Iq0L:=(IaL+IbL+IcL)/3
IaLf:=IaL-Iq0L
IbLf:=IbL-Iq0L
IcLf:=IcL-Iq0L
Iq0H:=(IaH+IbH+IcH)/3
IaHf:=IaH-Iq0H
IbHf:=IbH-Iq0H
IcHf:=IcH-Iq0H

-- Correção da defasagem angular --------------


defr:= def*pi/180
IfdALre:=0
IfdBLre:=0
IfdCLre:=0
IfdALim:=0
IfdBLim:=0
IfdCLim:=0
-- Correntes de comparação
IcompA:=0
IcompB:=0
IcompC:=0
-----------------------------------------------
-- Corrente de operação
reIopA:=0
reIopB:=0
reIopC:=0
imIopA:=0
imIopB:=0
imIopC:=0
IopA:=0
IopB:=0
IopC:=0

-- Corrente de restrição

104
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

reIResA:=0
reIResB:=0
reIResC:=0
imIResA:=0
imIResB:=0
imIResC:=0
IResA:=0
IResB:=0
IResC:=0

--- Variáveis trip ----------------------------


Trp87:=0
tripTA:=0
tripTB:=0
tripTC:=0
TPopx:=999

ENDINIT

EXEC
-----------------
IaL:=CorL[3]
IbL:=CorL[2]
IcL:=CorL[1]
IaH:=CorH[3]
IbH:=CorH[2]
IcH:=CorH[1]
-----------------------------------------------
-- Remoção da componente de sequencia zero
IaLf:=IaL
IbLf:=IbL
IcLf:=IcL
IaHf:=IaH
IbHf:=IbH
IcHf:=IcH
if (DladoH<>0) or (DladoL<>0) then
-- remove I0 das correntes medidas no enrolamento L
Iq0L:=(IaL+IbL+IcL)/3
IaLf:=IaL-Iq0L
IbLf:=IbL-Iq0L
IcLf:=IcL-Iq0L
-- remove I0 das correntes medidas no enrolamento H
Iq0H:=(IaH+IbH+IcH)/3
IaHf:=IaH-Iq0H
IbHf:=IbH-Iq0H
IcHf:=IcH-Iq0H
endif
-- Correção da defasagem angular --------------
defr := def*pi/180
------- Determina o ponto a ser armazenado
k:=Abs((t-auxT)/dt)
if Abs(k-ik)<0.99 then
k:=-1
endif
-------------------------------
if (k>=0) and (k<Np-0.9) then
ik:=Round(k)
cos1:=cos(ik*2*pi/np)
sin1:=sin(ik*2*pi/np)
-- efetua somatorios
SomAx:=SomAx+(IaLf-IfsAL[ik])*cos1
SomBx:=SomBx+(IaLf-IfsAL[ik])*sin1
SomAy:=SomAy+(IbLf-IfsBL[ik])*cos1
SomBy:=SomBy+(IbLf-IfsBL[ik])*sin1

105
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

SomAz:=SomAz+(IcLf-IfsCL[ik])*cos1
SomBz:=SomBz+(IcLf-IfsCL[ik])*sin1
SomAVx:=SomAVx+(IaHf-IfsAH[ik])*cos1
SomBVx:=SomBVx+(IaHf-IfsAH[ik])*sin1
SomAVy:=SomAVy+(IbHf-IfsBH[ik])*cos1
SomBVy:=SomBVy+(IbHf-IfsBH[ik])*sin1
SomAVz:=SomAVz+(IcHf-IfsCH[ik])*cos1
SomBVz:=SomBVz+(IcHf-IfsCH[ik])*sin1
-- armazena para retirar no proximo
IfsAL[ik]:=IaLf
IfsBL[ik]:=IbLf
IfsCL[ik]:=IcLf
IfsAH[ik]:=IaHf
IfsBH[ik]:=IbHf
IfsCH[ik]:=IcHf
endif
if (k>=NP-0.01) then
auxT:=t --reinicia novo ciclo de aquisições
endif

-------------- Fase-Neutro ------------------


---------------------------------------------
-- Modulo x ---------------------------------

A60x:=2*SomAx/Np
B60x:=-2*SomBx/Np
IfdAL:=sqrt(A60x**2+B60x**2)/sqrt(2)
A60Vx:=2*SomAVx/Np
B60Vx:=-2*SomBVx/Np
IfdAH:=sqrt(A60Vx**2+B60Vx**2)/sqrt(2)

---------------------------------------------
-- Angulo x ---------------------------------
Xk:=A60X
Yk:=B60X
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngIAL:=Teta
---------------------------
Xk:=A60Vx
Yk:=B60Vx
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngIAH:=Teta--+defr
---------------------------------------------
-- Modulo y ---------------------------------
A60y:=2*SomAy/Np
B60y:=-2*SomBy/Np

106
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

IfdBL:=sqrt(A60y**2+B60y**2)/sqrt(2)
A60Vy:=2*SomAVy/Np
B60Vy:=-2*SomBVy/Np
IfdBH:=sqrt(A60Vy**2+B60Vy**2)/sqrt(2)
---------------------------------------------
-- Angulo y ---------------------------------
Xk:=A60Y
Yk:=B60Y
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngIBL:=Teta
---------------------------
Xk:=A60Vy
Yk:=B60Vy
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngIBH:=Teta--+defr
---------------------------------------------
-- Modulo z ---------------------------------
A60z:=2*SomAz/Np
B60z:=-2*SomBz/Np
IfdCL:=sqrt(A60z**2+B60z**2)/sqrt(2)

A60Vz:=2*SomAVz/Np
B60Vz:=-2*SomBVz/Np
IfdCH:=sqrt(A60Vz**2+B60Vz**2)/sqrt(2)
---------------------------------------------
-- Angulo z ---------------------------------
Xk:=A60Z
Yk:=B60Z
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngICL:=Teta
---------------------------
Xk:=A60Vz
Yk:=B60Vz
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else

107
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngICH:=Teta--+defr
-- Correção da defasagem angular --------------
IfdALre:= (2*cos(defr)*IfdAL*cos(AngIAL) + 2*cos(defr+120*pi/180)*IfdBL*cos(AngIBL) + 2*cos(defr-
120*pi/180)*IfdCL*cos(AngICL))/3
IfdALim:= (2*cos(defr)*IfdAL*sin(AngIAL) + 2*cos(defr+120*pi/180)*IfdBL*sin(AngIBL) + 2*cos(defr-
120*pi/180)*IfdCL*sin(AngICL))/3
IfdBLre:= (2*cos(defr-120*pi/180)*IfdAL*cos(AngIAL) + 2*cos(defr)*IfdBL*cos(AngIBL) +
2*cos(defr+120*pi/180)*IfdCL*cos(AngICL))/3
IfdBLim:= (2*cos(defr-120*pi/180)*IfdAL*sin(AngIAL) + 2*cos(defr)*IfdBL*sin(AngIBL) +
2*cos(defr+120*pi/180)*IfdCL*sin(AngICL))/3
IfdCLre:= (2*cos(defr+120*pi/180)*IfdAL*cos(AngIAL) + 2*cos(defr-120*pi/180)*IfdBL*cos(AngIBL) +
2*cos(defr)*IfdCL*cos(AngICL))/3
IfdCLim:= (2*cos(defr+120*pi/180)*IfdAL*sin(AngIAL) + 2*cos(defr-120*pi/180)*IfdBL*sin(AngIBL) +
2*cos(defr)*IfdCL*sin(AngICL))/3

-- Calculando as correntes de operação:


reIopA:=IfdALre-IfdAH*cos(AngIAH)
reIopB:=IfdBLre-IfdBH*cos(AngIBH)
reIopC:=IfdCLre-IfdCH*cos(AngICH)
imIopA:=IfdALim-IfdAH*sin(AngIAH)
imIopB:=IfdBLim-IfdBH*sin(AngIBH)
imIopC:=IfdCLim-IfdCH*sin(AngICH)
IopA:=sqrt(reIopA**2+imIopA**2)
IopB:=sqrt(reIopB**2+imIopB**2)
IopC:=sqrt(reIopC**2+imIopC**2)

-- Calculando as correntes de restrição:

reIResA:=(IfdALre+IfdAH*cos(AngIAH))/2
reIResB:=(IfdBLre+IfdBH*cos(AngIBH))/2
reIResC:=(IfdCLre+IfdCH*cos(AngICH))/2
imIResA:=(IfdALim+IfdAH*sin(AngIAH))/2
imIResB:=(IfdBLim+IfdBH*sin(AngIBH))/2
imIResC:=(IfdCLim+IfdCH*sin(AngICH))/2
IResA:=sqrt(reIResA**2+imIResA**2)
IResB:=sqrt(reIResB**2+imIResB**2)
IResC:=sqrt(reIResC**2+imIResC**2)

-- Calculando as correntes de comparação


IcompA:=slope*IResA
IcompB:=slope*IResB
IcompC:=slope*IResC

IF t > rlig THEN


IF (IopA>IcompA) AND (IopA>Ipcpmin)
THEN tripTA:=1
ELSE tripTA:=0
ENDIF
IF (IopB>IcompB) AND (IopB>Ipcpmin)
THEN tripTB:=1
ELSE tripTB:=0
ENDIF
IF (IopC>IcompC) AND (IopC>Ipcpmin)
THEN tripTC:=1
ELSE tripTC:=0
ENDIF
IF (tripTA=1) OR (tripTB=1) OR (tripTC=1) THEN
IF TPopx=999 THEN

108
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

TPopx:=t
ENDIF
ELSE
TPopx:=999
ENDIF

IF (TPopx<999) THEN

IF t-TPopx>TPop THEN
Trp87:=1
ENDIF
ENDIF
ENDIF

ENDEXEC

ENDMODEL

AP3 - Algoritmo relé 21/21N


MODEL Rele21

COMMENT
Modelo que simula relé 21 utilizando
32 pontos por ciclo.
ENDCOMMENT

INPUT
Vent[1..3] -- Tensão [V]
Cor[1..3] -- Corrente [A]

OUTPUT
Trp21

DATA
freq -- frequencia [Hz]
AJZ1 -- Ajuste Zona 1 [pu]
AJZ2 -- Ajuste Zona 2 [pu]
TPZ1 -- Temporização zona 1 [s]
TPZ2 -- Temporização zona 2 [s]
ReZL0 -- impedancia sequencia zero da LT [ohm] - Parte Real
ImZL0 -- impedancia sequencia zero da LT [ohm] - Parte Imag
ReZL1 -- impedancia sequencia positiva da LT [ohm] - Parte Real
ImZL1 -- impedancia sequencia positiva da LT [ohm] - Parte Imag
ZF -- Impedancia da LT [ohm/fase]
AZF -- Angulo da LT [rad]
RTC -- relação transformação TC
RTP -- relação transformação TP
rlig -- liga o Rele (Evita atuação no transitorio inicial do ATP) [s]

VAR

-- correntes de entrada
Ian, Ibn, Icn
Iab, Ibc, Ica

-- tensões de entrada
Van, Vbn, Vcn
Vab, Vbc, Vca

----- Fasores -------------------------------------------

-- Correntes
IfdAN, AngIAN -- componente na frequencia fundamental
IfdBN, AngIBN -- componente na frequencia fundamental

109
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

IfdCN, AngICN -- componente na frequencia fundamental


IfdAB, AngIAB -- componente na frequencia fundamental
IfdBC, AngIBC -- componente na frequencia fundamental
IfdCA, AngICA -- componente na frequencia fundamental

-- Tensões
VfdAN, AngVAN -- componente na frequencia fundamental
VfdBN, AngVBN -- componente na frequencia fundamental
VfdCN, AngVCN -- componente na frequencia fundamental
VfdAB, AngVAB -- componente na frequencia fundamental
VfdBC, AngVBC -- componente na frequencia fundamental
VfdCA, AngVCA -- componente na frequencia fundamental

-- impedâncias
ZAN, AngZAN
ZBN, AngZBN
ZCN, AngZCN
ZAB, AngZAB
ZBC, AngZBC
ZCA, AngZCA
---------------------------------------------------
-- Variaveis para Cálculo dos Fasores - Fase-Neutro
---------------------------------------------------
-- IAN
A60x -- componente real
B60x -- componente imaginaria
SomAx, SomBx
IfsA[0..31]

-- IBN
A60y -- componente real
B60y -- componente imaginaria
SomAy, SomBy
IfsB[0..31]

-- ICN
A60z -- componente real
B60z -- componente imaginaria
SomAz, SomBz
IfsC[0..31]

-- VAN
A60Vx -- componente real
B60Vx -- componente imaginaria
SomAVx, SomBVx
VfsA[0..31]

-- VBN
A60Vy -- componente real
B60Vy -- componente imaginaria
SomAVy, SomBVy
VfsB[0..31]

-- VCN
A60Vz -- componente real
B60Vz -- componente imaginaria
SomAVz, SomBVz
VfsC[0..31]
---------------------------------------------------
-- Variaveis para Cálculo dos Fasores - Fase-Fase
---------------------------------------------------
-- IAB
A60xy -- componente real
B60xy -- componente imaginaria
SomAxy, SomBxy
IfsAB[0..31]

110
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

-- IBC
A60yz -- componente real
B60yz -- componente imaginaria
SomAyz, SomByz
IfsBC[0..31]

-- ICA
A60zx -- componente real
B60zx -- componente imaginaria
SomAzx, SomBzx
IfsCA[0..31]

-- VAB
A60Vxy -- componente real
B60Vxy -- componente imaginaria
SomAVxy, SomBVxy
VfsAB[0..31]

-- VBC
A60Vyz -- componente real
B60Vyz -- componente imaginaria
SomAVyz, SomBVyz
VfsBC[0..31]

-- VCA
A60Vzx -- componente real
B60Vzx -- componente imaginaria
SomAVzx, SomBVzx
VfsCA[0..31]

--- Fator de compensacao de sequencia zero-----


ModK0
AngK0
ModIr
AngIr

-----------------------------------------------
Xk, Yk
cos1, sin1
Teta
-----------------------------------------------
Per -- período
auxT -- tempo inicial do ciclo
dt -- intervalo de amostragem
dtaux -- erro admissível na amostragem
np -- número de pontos por ciclo
k -- ordem do ponto no ciclo
ik -- ponto aquisitado

--- Variáveis trip ----------------------------

TPanz1, TPanz2
TPbnz1, TPbnz2
TPcnz1, TPcnz2
TPabz1, TPabz2
TPbcz1, TPbcz2
TPcaz1, TPcaz2
TPZ1x
TPZ2x
Trp21

INIT

Ian:=Cor[3]*RTC
Ibn:=Cor[2]*RTC

111
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

Icn:=Cor[1]*RTC

Iab:=Ian-Ibn
Ibc:=Ibn-Icn
Ica:=Icn-Ian

Van:=Vent[1]*RTP
Vbn:=Vent[2]*RTP
Vcn:=Vent[3]*RTP

Vab:=Van-Vbn
Vbc:=Vbn-Vcn
Vca:=Vcn-Van

---------------------------------------------

IfdAN:=0
IfdBN:=0
IfdCN:=0
AngIAN:=0
AngIBN:=0
AngICN:=0

IfdAB:=0
IfdBC:=0
IfdCA:=0
AngIAB:=0
AngIBC:=0
AngICA:=0

VfdAN:=0
VfdBN:=0
VfdCN:=0
AngVAN:=0
AngVBN:=0
AngVCN:=0

VfdAB:=0
VfdBC:=0
VfdCA:=0
AngVAB:=0
AngVBC:=0
AngVCA:=0

ZAN:=0
ZBN:=0
ZCN:=0
AngZAN:=0
AngZBN:=0
AngZCN:=0

ZAB:=0
ZBC:=0
ZCA:=0
AngZAB:=0
AngZBC:=0
AngZCA:=0

-----------------------------------------------

auxT:=0
np:=32
k:=0

Per:=1/freq
dt:=Per/np

112
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

dtaux:=timestep/dt
ik:=-1

-----------------------------------------------
SomAx:=0
SomBx:=0
A60x:=0
B60x:=0
IfsA[0..31]:=0
SomAVx:=0
SomBVx:=0
A60Vx:=0
B60Vx:=0
VfsA[0..31]:=0

SomAy:=0
SomBy:=0
A60y:=0
B60y:=0
IfsB[0..31]:=0
SomAVy:=0
SomBVy:=0
A60Vy:=0
B60Vy:=0
VfsB[0..31]:=0

SomAz:=0
SomBz:=0
A60z:=0
B60z:=0
IfsC[0..31]:=0
SomAVz:=0
SomBVz:=0
A60Vz:=0
B60Vz:=0
VfsC[0..31]:=0

-------------------------------------------------
SomAxy:=0
SomBxy:=0
A60xy:=0
B60xy:=0
IfsAB[0..31]:=0
SomAVxy:=0
SomBVxy:=0
A60Vxy:=0
B60Vxy:=0
VfsAB[0..31]:=0

SomAyz:=0
SomByz:=0
A60yz:=0
B60yz:=0
IfsBC[0..31]:=0
SomAVyz:=0
SomBVyz:=0
A60Vyz:=0
B60Vyz:=0
VfsBC[0..31]:=0

SomAzx:=0
SomBzx:=0
A60zx:=0
B60zx:=0
IfsCA[0..31]:=0
SomAVzx:=0

113
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

SomBVzx:=0
A60Vzx:=0
B60Vzx:=0
VfsCA[0..31]:=0

--- Fator de compensacao de sequencia zero----- K0 = (ZL0 - ZL1) / 3 * ZL1

ModK0:= sqrt((ReZL0-ReZL1)**2+(ImZL0-ImZL1)**2) / 3* sqrt((ReZL1)**2+(ImZL1)**2)


AngK0:= atan2((ImZL0-ImZL1),(ReZL0-ReZL1)) - atan2((ImZL1),(ReZL1))
ModIr:=0
AngIr:=0
-----------------------------------------------
--- Variáveis trip ----------------------------
TPanz1:=0
TPanz2:=0
TPbnz1:=0
TPbnz2:=0
TPcnz1:=0
TPcnz2:=0
TPabz1:=0
TPabz2:=0
TPbcz1:=0
TPbcz2:=0
TPcaz1:=0
TPcaz2:=0
TPZ1x:=999
TPZ2x:=999
Trp21:=0

ENDINIT

EXEC
-----------------
Ian:=Cor[3]*RTC
Ibn:=Cor[2]*RTC
Icn:=Cor[1]*RTC

Iab:=Ian-Ibn
Ibc:=Ibn-Icn
Ica:=Icn-Ian

Van:=Vent[1]*RTP
Vbn:=Vent[2]*RTP
Vcn:=Vent[3]*RTP

Vab:=Van-Vbn
Vbc:=Vbn-Vcn
Vca:=Vcn-Van

------- Determina o ponto a ser armazenado


k:=Abs((t-auxT)/dt)
if Abs(k-ik)<0.99 then
k:=-1
endif
-------------------------------
if (k>=0) and (k<Np-0.9) then
ik:=Round(k)
cos1:=cos(ik*2*pi/np)
sin1:=sin(ik*2*pi/np)

-- efetua somatorios

SomAx:=SomAx+(Ian-IfsA[ik])*cos1
SomBx:=SomBx+(Ian-IfsA[ik])*sin1

SomAy:=SomAy+(Ibn-IfsB[ik])*cos1

114
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

SomBy:=SomBy+(Ibn-IfsB[ik])*sin1

SomAz:=SomAz+(Icn-IfsC[ik])*cos1
SomBz:=SomBz+(Icn-IfsC[ik])*sin1

SomAVx:=SomAVx+(Van-VfsA[ik])*cos1
SomBVx:=SomBVx+(Van-VfsA[ik])*sin1

SomAVy:=SomAVy+(Vbn-VfsB[ik])*cos1
SomBVy:=SomBVy+(Vbn-VfsB[ik])*sin1

SomAVz:=SomAVz+(Vcn-VfsC[ik])*cos1
SomBVz:=SomBVz+(Vcn-VfsC[ik])*sin1

SomAxy:=SomAxy+(Iab-IfsAB[ik])*cos1
SomBxy:=SomBxy+(Iab-IfsAB[ik])*sin1

SomAyz:=SomAyz+(Ibc-IfsBC[ik])*cos1
SomByz:=SomByz+(Ibc-IfsBC[ik])*sin1

SomAzx:=SomAzx+(Ica-IfsCA[ik])*cos1
SomBzx:=SomBzx+(Ica-IfsCA[ik])*sin1

SomAVxy:=SomAVxy+(Vab-VfsAB[ik])*cos1
SomBVxy:=SomBVxy+(Vab-VfsAB[ik])*sin1

SomAVyz:=SomAVyz+(Vbc-VfsBC[ik])*cos1
SomBVyz:=SomBVyz+(Vbc-VfsBC[ik])*sin1

SomAVzx:=SomAVzx+(Vca-VfsCA[ik])*cos1
SomBVzx:=SomBVzx+(Vca-VfsCA[ik])*sin1

-- armazena para retirar no proximo


IfsA[ik]:=Ian
IfsB[ik]:=Ibn
IfsC[ik]:=Icn
VfsA[ik]:=Van
VfsB[ik]:=Vbn
VfsC[ik]:=Vcn

IfsAB[ik]:=Iab
IfsBC[ik]:=Ibc
IfsCA[ik]:=Ica
VfsAB[ik]:=Vab
VfsBC[ik]:=Vbc
VfsCA[ik]:=Vca
endif

if (k>=NP-0.01) then
auxT:=t --reinicia novo ciclo de aquisições
endif

-------------- Fase-Neutro ------------------


---------------------------------------------
-- Modulo x ---------------------------------

A60x:=2*SomAx/Np
B60x:=-2*SomBx/Np
IfdAN:=sqrt(A60x**2+B60x**2)/sqrt(2)

A60Vx:=2*SomAVx/Np
B60Vx:=-2*SomBVx/Np
VfdAN:=sqrt(A60Vx**2+B60Vx**2)/sqrt(2)

---------------------------------------------
-- Angulo x ---------------------------------

115
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

Xk:=A60X
Yk:=B60X
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngIAN:=Teta
---------------------------
Xk:=A60Vx
Yk:=B60Vx
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngVAN:=Teta

---------------------------------------------
-- Modulo y ---------------------------------
A60y:=2*SomAy/Np
B60y:=-2*SomBy/Np
IfdBN:=sqrt(A60y**2+B60y**2)/sqrt(2)

A60Vy:=2*SomAVy/Np
B60Vy:=-2*SomBVy/Np
VfdBN:=sqrt(A60Vy**2+B60Vy**2)/sqrt(2)

---------------------------------------------
-- Angulo y ---------------------------------
Xk:=A60Y
Yk:=B60Y
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngIBN:=Teta
---------------------------
Xk:=A60Vy
Yk:=B60Vy
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi

116
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngVBN:=Teta

---------------------------------------------
-- Modulo z ---------------------------------
A60z:=2*SomAz/Np
B60z:=-2*SomBz/Np
IfdCN:=sqrt(A60z**2+B60z**2)/sqrt(2)

A60Vz:=2*SomAVz/Np
B60Vz:=-2*SomBVz/Np
VfdCN:=sqrt(A60Vz**2+B60Vz**2)/sqrt(2)

---------------------------------------------
-- Angulo z ---------------------------------
Xk:=A60Z
Yk:=B60Z
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngICN:=Teta
---------------------------
Xk:=A60Vz
Yk:=B60Vz
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngVCN:=Teta

-------------- Fase-Fase --------------------


---------------------------------------------
-- Modulo xy --------------------------------
A60xy:=2*SomAxy/Np
B60xy:=-2*SomBxy/Np
IfdAB:=sqrt(A60xy**2+B60xy**2)/sqrt(2)

A60Vxy:=2*SomAVxy/Np
B60Vxy:=-2*SomBVxy/Np
VfdAB:=sqrt(A60Vxy**2+B60Vxy**2)/sqrt(2)

---------------------------------------------
-- Angulo - xy -----------------------------
Xk:=A60xy
Yk:=B60xy
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else

117
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngIAB:=Teta
---------------------------
Xk:=A60Vxy
Yk:=B60Vxy
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngVAB:=Teta

---------------------------------------------
-- Modulo yz --------------------------------
A60yz:=2*SomAyz/Np
B60yz:=-2*SomByz/Np
IfdBC:=sqrt(A60yz**2+B60yz**2)/sqrt(2)

A60Vyz:=2*SomAVyz/Np
B60Vyz:=-2*SomBVyz/Np
VfdBC:=sqrt(A60Vyz**2+B60Vyz**2)/sqrt(2)

---------------------------------------------
-- Angulo - yz ------------------------------
Xk:=A60yz
Yk:=B60yz
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngIBC:=Teta
---------------------------
Xk:=A60Vyz
Yk:=B60Vyz
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngVBC:=Teta

118
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

-- Modulo zx --------------------------------
A60zx:=2*SomAzx/Np
B60zx:=-2*SomBzx/Np
IfdCA:=sqrt(A60zx**2+B60zx**2)/sqrt(2)

A60Vzx:=2*SomAVzx/Np
B60Vzx:=-2*SomBVzx/Np
VfdCA:=sqrt(A60Vzx**2+B60Vzx**2)/sqrt(2)

-- Angulo - xy ------------------------------
Xk:=A60zx
Yk:=B60zx
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngICA:=Teta
---------------------------
Xk:=A60Vzx
Yk:=B60Vzx
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngVCA:=Teta

---------- Calculo das impedancias -----------


IF t > rlig THEN

--- Fator de compensacao de sequencia zero---

ModIr:=sqrt((IfdAN*cos(AngIAN)+IfdBN*cos(AngIBN)+IfdCN*cos(AngICN))**2+(IfdAN*sin(AngIAN)+IfdBN*
sin(AngIBN)+IfdCN*sin(AngICN))**2)*ModK0

AngIr:=atan2((IfdAN*sin(AngIAN)+IfdBN*sin(AngIBN)+IfdCN*sin(AngICN)),(IfdAN*cos(AngIAN)+IfdBN*cos(
AngIBN)+IfdCN*cos(AngICN)))+AngK0

--- Impedancias

ZAN:=(sqrt((VfdAN*cos(AngVAN))**2+(VfdAN*sin(AngVAN))**2))/(sqrt((IfdAN*cos(AngIAN)+ModIr*cos(An
gIr))**2 + (IfdAN*sin(AngIAN)+ModIr*sin(AngIr))**2))
AngZAN:=atan2((VfdAN*sin(AngVAN))-(IfdAN*sin(AngIAN)+ModIr*sin(AngIr)),(VfdAN*cos(AngVAN))-
(IfdAN*cos(AngIAN)+ModIr*cos(AngIr)))

ZBN:=(sqrt((VfdBN*cos(AngVBN))**2+(VfdBN*sin(AngVBN))**2))/(sqrt((IfdBN*cos(AngIBN)+ModIr*cos(An
gIr))**2 + (IfdBN*sin(AngIBN)+ModIr*sin(AngIr))**2))

119
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

AngZBN:=atan2((VfdBN*sin(AngVBN))-(IfdBN*sin(AngIBN)+ModIr*sin(AngIr)),(VfdBN*cos(AngVBN))-
(IfdBN*cos(AngIBN)+ModIr*cos(AngIr)))

ZCN:=(sqrt((VfdCN*cos(AngVCN))**2+(VfdCN*sin(AngVCN))**2))/(sqrt((IfdCN*cos(AngICN)+ModIr*cos(An
gIr))**2 + (IfdCN*sin(AngICN)+ModIr*sin(AngIr))**2))

AngZCN:=atan2((VfdCN*sin(AngVCN))-(IfdCN*sin(AngICN)+ModIr*sin(AngIr)),(VfdCN*cos(AngVCN))-
(IfdCN*cos(AngICN)+ModIr*cos(AngIr)))

ZAB:=sqrt((VfdAB*cos(AngVAB))**2+(VfdAB*sin(AngVAB))**2)/(sqrt((IfdAB*cos(AngIAB))**2 +
(IfdAB*sin(AngIAB))**2))
AngZAB:=atan2((VfdAB*sin(AngVAB))-(IfdAB*sin(AngIAB)),(VfdAB*cos(AngVAB))-(IfdAB*cos(AngIAB)))

ZBC:= sqrt((VfdBC*cos(AngVBC))**2+(VfdBC*sin(AngVBC))**2)/(sqrt((IfdBC*cos(AngIBC))**2 +
(IfdBC*sin(AngIBC))**2))
AngZBC:=atan2((VfdBC*sin(AngVBC))-(IfdBC*sin(AngIBC)),(VfdBC*cos(AngVBC))-(IfdBC*cos(AngIBC)))

ZCA:= sqrt((VfdCA*cos(AngVCA))**2+(VfdCA*sin(AngVCA))**2)/(sqrt((IfdCA*cos(AngICA))**2 +
(IfdCA*sin(AngICA))**2))
AngZCA:=atan2((VfdCA*sin(AngVCA))-(IfdCA*sin(AngICA)),(VfdCA*cos(AngVCA))-(IfdCA*cos(AngICA)))

-- Verificação trip --- |zmed| < ajst * |zLT| * cos(âng zmed - âng LT)

------------------------------------
-- Zona 1 --------------------------
IF ZAN < AJZ1 * ZF * cos(AngZAN-AZF)
THEN TPanz1:=1
ENDIF
------------------------------------
IF ZBN < AJZ1 * ZF * cos(AngZBN-AZF)
THEN TPbnz1:=1
ENDIF
------------------------------------
IF ZCN < AJZ1 * ZF * cos(AngZCN-AZF)
THEN TPcnz1:=1
ENDIF

IF ZAB < AJZ1 * ZF * cos(AngZAB-AZF)


THEN TPabz1:=1
ENDIF
------------------------------------
IF ZBC < AJZ1 * ZF * cos(AngZBC-AZF)
THEN TPbcz1:=1
ENDIF
------------------------------------
IF ZCA < AJZ1 * ZF * cos(AngZCA-AZF)
THEN TPcaz1:=1
ENDIF

----- Verifica TRIP Z1 --------------

IF (TPanz1>0 or TPbnz1>0 or TPcnz1>0 or TPabz1>0 or TPbcz1>0 or TPcaz1>0) THEN


IF TPZ1x=999 THEN
TPZ1x:=t
ENDIF
ELSE
TPZ1x:=999
ENDIF

IF (TPZ1x<999) THEN
if t-TPZ1x>TPZ1 THEN
Trp21:=1
ENDIF
ENDIF

120
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

------------------------------------

-- Zona 2 --------------------------

IF ZAN < AJZ2 * ZF * cos(AngZAN-AZF)


THEN TPanz2:=1
ENDIF

------------------------------------
IF ZBN < AJZ2 * ZF * cos(AngZBN-AZF)
THEN TPbnz2:=1
ENDIF

------------------------------------
IF ZCN < AJZ2 * ZF * cos(AngZCN-AZF)
THEN TPcnz2:=1
ENDIF

IF ZAB < AJZ2 * ZF * cos(AngZAB-AZF)


THEN TPabz2:=1
ENDIF

------------------------------------
IF ZBC < AJZ2 * ZF * cos(AngZBC-AZF)
THEN TPbcz2:=1
ENDIF

------------------------------------
IF ZCA < AJZ2 * ZF * cos(AngZCA-AZF)
THEN TPcaz2:=1
ENDIF

----- Verifica TRIP Z2 --------------


IF (TPanz2>0 or TPbnz2>0 or TPcnz2>0 or TPabz2>0 or TPbcz2>0 or TPcaz2>0) THEN
IF TPZ2x=999 THEN
TPZ2x:=t
ENDIF
ELSE
TPZ2x:=999
ENDIF
IF (TPZ2x<999) THEN
if t-TPZ2x>TPZ2 THEN
Trp21:=1
ENDIF
ENDIF
ENDIF
ENDEXEC
ENDMODEL

AP4 - Algoritmo relé 50


MODEL Rele50

COMMENT
Modelo que simula função 50

ENDCOMMENT

INPUT
Cor[1..3] -- Corrente [A]

OUTPUT
trp50

DATA

121
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

freq -- frequencia [Hz]


p50 -- pick-up [A]------------------------- Ajuste de pickup em 40% da corrente nominal
td50 -- retardo [s]------------------------- 0.05 segundo
RTC -- relação transformação TC

VAR

-- correntes de entrada
Ia, Ib, Ic

----- Fasores -------------------------------------------

IfdA, AngIa -- componente na frequencia fundamental

IfdB, AngIb -- componente na frequencia fundamental

IfdC, AngIc -- componente na frequencia fundamental

---------------------------------------------------
-- Variaveis para Cálculo dos Fasores
---------------------------------------------------
-- Ia
A60x -- componente real
B60x -- componente imaginaria
SomAx, SomBx
IfsA[0..31]

-- Ib
A60y -- componente real
B60y -- componente imaginaria
SomAy, SomBy
IfsB[0..31]

-- Ic
A60z -- componente real
B60z -- componente imaginaria
SomAz, SomBz
IfsC[0..31]

-----------------------------------------------
Xk, Yk
cos1, sin1
Teta
-----------------------------------------------

Per -- período
auxT -- tempo inicial do ciclo
dt -- intervalo de amostragem
dtaux -- erro admissível na amostragem
np -- número de pontos por ciclo
k -- ordem do ponto no ciclo
ik -- ponto aquisitado

-----------------------------------------------
tpu50a
tpu50b
tpu50c

--- Variáveis trip ----------------------------

trp50
trp50a
trp50b
trpx
trip50

122
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

tripA
tripB
tripC

INIT

Ia:=Cor[3]*RTC
Ib:=Cor[2]*RTC
Ic:=Cor[1]*RTC

---------------------------------------------

IfdA:=0
IfdB:=0
IfdC:=0
AngIa:=0
AngIb:=0
AngIc:=0

-----------------------------------------------

auxT:=0
np:=32
k:=0

Per:=1/freq
dt:=Per/np
dtaux:=timestep/dt
ik:=-1

-----------------------------------------------
SomAx:=0
SomBx:=0
A60x:=0
B60x:=0
IfsA[0..31]:=0

SomAy:=0
SomBy:=0
A60y:=0
B60y:=0
IfsB[0..31]:=0

SomAz:=0
SomBz:=0
A60z:=0
B60z:=0
IfsC[0..31]:=0

-----------------------------------------------
tpu50a:=999
tpu50b:=999
tpu50c:=999

--- Variáveis trip ----------------------------

trp50:=0
trp50a:=0
trp50b:=0
trpx:=0
trip50:=0
tripA:=0
tripB:=0
tripC:=0

123
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

ENDINIT

EXEC
-----------------
Ia:=Cor[3]*RTC
Ib:=Cor[2]*RTC
Ic:=Cor[1]*RTC

------- Determina o ponto a ser armazenado


k:=Abs((t-auxT)/dt)
if Abs(k-ik)<0.99 then
k:=-1
endif
-------------------------------
if (k>=0) and (k<Np-0.9) then
ik:=Round(k)
cos1:=cos(ik*2*pi/np)
sin1:=sin(ik*2*pi/np)

-- efetua somatorios

SomAx:=SomAx+(Ia-IfsA[ik])*cos1
SomBx:=SomBx+(Ia-IfsA[ik])*sin1

SomAy:=SomAy+(Ib-IfsB[ik])*cos1
SomBy:=SomBy+(Ib-IfsB[ik])*sin1

SomAz:=SomAz+(Ic-IfsC[ik])*cos1
SomBz:=SomBz+(Ic-IfsC[ik])*sin1

-- armazena para retirar no proximo


IfsA[ik]:=Ia
IfsB[ik]:=Ib
IfsC[ik]:=Ic

endif

if (k>=NP-0.01) then
auxT:=t --reinicia novo ciclo de aquisições

endif

-------------- Fase-Neutro ------------------


---------------------------------------------
-- Modulo x ---------------------------------

A60x:=2*SomAx/Np
B60x:=2*SomBx/Np
IfdA:=sqrt(A60x**2+B60x**2)/sqrt(2)

---------------------------------------------
-- Angulo x ---------------------------------
Xk:=A60X
Yk:=B60X
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile

124
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

AngIa:=Teta

---------------------------------------------
-- Modulo y ---------------------------------
A60y:=2*SomAy/Np
B60y:=2*SomBy/Np
IfdB:=sqrt(A60y**2+B60y**2)/sqrt(2)

---------------------------------------------
-- Angulo y ---------------------------------
Xk:=A60Y
Yk:=B60Y
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngIb:=Teta

---------------------------------------------
-- Modulo z ---------------------------------
A60z:=2*SomAz/Np
B60z:=2*SomBz/Np
IfdC:=sqrt(A60z**2+B60z**2)/sqrt(2)

---------------------------------------------
-- Angulo z ---------------------------------
Xk:=A60Z
Yk:=B60Z
if (Xk=0) and (Yk=0) then
Teta:=0
else
Teta:=atan2(Yk,Xk)
endif
while Teta>pi do
Teta:=Teta-2*pi
endwhile
while Teta<-pi do
Teta:=Teta+2*pi
endwhile
AngIc:=Teta

---------------------------------------------

----- Verifica TRIP -----------------

if (IfdA>p50) then
if tpu50a=999 then
tpu50a:=t
endif
else
tpu50a:=999
endif

if (IfdB>p50) then
if tpu50b=999 then
tpu50b:=t
endif
else
tpu50b:=999

125
Apêndice - MODELS Desenvolvidas

endif

if (IfdC>p50) then
if tpu50c=999 then
tpu50c:=t
endif
else
tpu50c:=999
endif

trpx:=1

--- verifica disparo da função 50A

if t-tpu50a>td50 then
tripA:=1
endif
endif

trpx:=1

--- verifica disparo da função 50B

if t-tpu50b>td50 then
tripB:=1
endif
endif

trpx:=1

--- verifica disparo da função 50C

if t-tpu50c>td50 then
tripC:=1
endif
endif

trip50:=tripA or tripB or tripC


trp50:=(trip50>0)

ENDEXEC

ENDMODEL

126

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