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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

FÁBIO SALES DE MENEZES

OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE ANÁLISE DE PROJETOS PARA UNIDADES


CONSUMIDORAS ATENDIDAS EM TENSÃO PRIMÁRIA DE DISTRIBUIÇÃO
(13,8 kV) COMPOSTAS DE GERAÇÃO PARTICULAR COM SISTEMA DE
TRANSFERÊNCIA DE CARGA EM RAMPA

FORTALEZA
2013
FÁBIO SALES DE MENEZES

OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE ANÁLISE DE PROJETOS PARA UNIDADES


CONSUMIDORAS ATENDIDAS EM TENSÃO PRIMÁRIA DE DISTRIBUIÇÃO
(13,8 kV) COMPOSTAS DE GERAÇÃO PARTICULAR COM SISTEMA DE
TRANSFERÊNCIA DE CARGA EM RAMPA

Monografia submetida ao Curso de


Engenharia Elétrica da Universidade Federal
do Ceará como parte dos requisitos para
obtenção do grau de Graduado em Engenharia
Elétrica.

Área de concentração: Instalações Elétricas


Industriais.

Orientador: Prof. MsC. Carlos Gustavo


Castelo Branco.

FORTALEZA
2013
A Deus.
A meus pais, Fábio e Lenice.
A todos os meus amigos e familiares que de
alguma forma fizeram parte dessa caminhada.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, que me deu ânimo, força, saúde e sabedoria para
atravessar esse caminho e transpor barreiras extremamente difíceis que, sem Ele, seria impossível.
Ao meu pai José Fábio que, apesar de ter nos deixado muito cedo, deixou toda a base
necessária para a continuação dos meus estudos e que com certeza ficaria muito orgulhoso com
essa conquista, à minha mãe, Lenice Sales, e ao meu padrasto, Germano Dourado, que se
empenharam e trabalharam ao máximo para prover esse meu sonho de cursar o ensino superior.
À minha namorada Kamila Farias que, mesmo estando há pouco tempo comigo, deu-
me o apoio e a força necessários à conclusão do curso de Engenharia e, além disso, teve a
sensibilidade para compreender meus momentos de ausência.
A todo corpo docente da Universidade Federal do Ceará que com muita paciência e
seriedade ministrou as disciplinas necessárias à minha formação acadêmica, em especial a
Professora Dra. Ruth Pastora Saraiva Leão, a qual me deu a primeira oportunidade de trabalho
dentro da Universidade através de uma bolsa de estudos e ao Professor Msc. Carlos Gustavo
Castelo Branco, pelo qual tenho grande admiração e que se dispôs a me orientar e auxiliar na
elaboração desta monografia e também ao Professor Dr. Francisco Kléber de Araújo Lima que se
dispôs a fazer parte da banca examinadora deste trabalho.
À Companhia Energética do Ceará – COELCE que me deu a oportunidade de estagiar
em duas áreas magníficas da empresa, a Área de Análise de Projetos de SE’s Particulares
Atendidas em 13,8 kV e a Área de Planejamento e Controle da Manutenção de Linhas AT/MT e
SED; experiência com qual foi possível a elaboração deste trabalho. Em especial, um
agradecimento ao Eng. Roberto Sampaio Júnior que se dispôs a me auxiliar como coorientador
neste trabalho e sem o qual seria inviável elaborá-lo.
Por fim, a todos os meus colegas e amigos que juntamente comigo atravessaram esses
longos anos de formação acadêmica, em especial ao Rafael Barbosa Estevão de Oliveira que
muito ensinou quando estagiava junto comigo na COELCE na Área de Análise de Projetos, ao
Artur de Almeida Evangelista e ao Thiago Souza Costa que por diversas vezes fizeram parceira
comigo nos trabalhos da Universidade e com quais muito aprendi e ao Daniel Silva de
Albuquerque que me ensinou, com suas avaliações críticas, como proceder diante das
adversidades da Universidade; no mais, tenho certeza que ao longo de todo esse tempo foi
construída, com todos com os quais tive contato, uma grande amizade que se perpetuará pelo resto
das nossas vidas.
“A persistência é o menor caminho do êxito.”
(Charles Chaplin)

“É a engenharia que transforma o mundo.”


(Isaac Asimov)
RESUMO

Tendo em vista a crescente demanda de projetos de geração particular em rampa nas últimas
décadas e a natural dificuldade de análise desse tipo de projeto por parte das concessionárias
de energia é que este trabalho se propõe a apresentar uma nova metodologia, voltada para a
Companhia Energética do Ceará – COELCE, capaz de otimizar o processo de análise com o
uso do software ETAP e consequentemente desafogar a fila de projetos quando das eventuais
grandes demandas. O estudo se inicia com o porquê dessa crescente demanda por projetos de
geração particular, os detalhes técnicos desse tipo de instalação e algumas definições
pertinentes ao tema. Para embasar completamente o leitor sobre o assunto, são apresentadas a
estrutura organizacional de um projeto de geração particular em rampa e a sua atual
metodologia de análise por parte da COELCE; em seguida, é lançada formalmente a proposta
de otimização. A fim de validar a proposta é feito um estudo de caso que se estende por três
etapas bem definidas: a análise de um projeto da forma como é hoje, com o uso da proposta
de otimização e a avaliação pormenorizada das duas metodologias. Os resultados são
extremamente favoráveis ao uso do software ETAP, quando da comparação, os erros
encontrados para os níveis de falta nas barras do sistema não superam 1,2% e para os tempos
de atuação da proteção não superam 1,6%, salvo o caso do fusível posto na derivação do
cliente, o qual os pontos da curva de atuação são tomados de fabricantes diferentes (esse
detalhe será explicado no correspondente momento); o ganho de velocidade no tempo de
análise com o ETAP chega a 146%, ou seja, menos da metade do tempo gasto com o uso da
metodologia atual. Com isso, pode-se notar que tecnicamente o uso do ETAP é
completamente viável e sem dúvida traria grandes melhoras ao setor de análise de projetos da
COELCE e, possivelmente, também a outras áreas, pois é uma ferramenta extremamente
completa e que atende perfeitamente as demandas da área de planejamento e operação de
qualquer concessionária de energia.

Palavras-Chave: Geração em Rampa, ETAP, Curto-Circuito, Proteção.


ABSTRACT

In view of the growing demand for power generation projects in particular ramp in recent
decades and natural difficulty in analyzing this type of project by the power utilities is that
this work aims to present a new methodology aimed at Energy Company of Ceará - COELCE,
able to optimize the analysis process with the use of ETAP software and thus relieve the
queue when projects of any major demands. The study begins with why this growing demand
for private generation projects, the technical details of this type of installation and some
definitions relevant to the topic. To support fully the reader on the subject, are presented the
organizational structure of a particular generation project ramp and its current methodology
for analysis by the COELCE, then, is formally launched the proposal optimization. In order to
validate the proposal is made a case study that spans three well-defined stages: the analysis of
a project the way it is today, with the use of the proposed optimization and detailed evaluation
of the two methodologies. The results are extremely favorable to the use of ETAP software,
when comparing the errors found for the fault levels in the system buses do not exceed 1,2%
and the activation time protection does not exceed 1,6%, except for if fuse put in the
derivation of the client, which the curve points of focus are taken from different
manufacturers (this will be explained in detail in the corresponding time), the speed gain in
analysis time with ETAP reaches 146%, i.e. , less than half the time spent using the current
methodology. With this, it can be noted that technically the use of ETAP is completely viable
and no doubt would bring great improvements to the sector analysis projects COELCE and
possibly also to other areas, it is an extremely complete and perfectly meets the demands in
the area of planning and operation of any power utility.

Keywords: Generation Ramp, ETAP, Short-Circuit, Protection.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1.1 – Quantitativo de Projetos com Geração Própria - COELCE - Últimos 8 Anos .... 23
Figura 1.2 – Esquema Unifilar de Geração com Interrupção na Transferência de Carga ........ 25
Figura 1.3 – Esquema Unifilar de Geração em Rampa ............................................................ 26

Figura 4.1 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 3ϕ em B-00 (Caso I)................... 41
Figura 4.2 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em B-00 (Caso I)................... 42
Figura 4.3 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 3ϕ em B-01 (Caso I)................... 43
Figura 4.4 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em B-01 (Caso I)................... 44
Figura 4.5 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 3ϕ em B-02 (Caso I)................... 44
Figura 4.6 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em B-02 (Caso I)................... 45
Figura 4.7 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 3ϕ em B-03 (Caso II) ................. 47
Figura 4.8 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em B-03 (Caso II) ................. 48
Figura 4.9 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em B-00 (Caso III) ................ 50
Figura 4.10 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em B-00 (Caso III) .............. 51
Figura 4.11 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 3ϕ em B-01 (Caso III) .............. 52
Figura 4.12 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em B-01 (Caso III) .............. 54
Figura 4.13 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 3ϕ em B-02 (Caso III) .............. 56
Figura 4.14 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em B-02 (Caso III) .............. 57
Figura 4.15 – Coordenograma de Fase - Manual ..................................................................... 78
Figura 4.16 – Coordenograma de Neutro - Manual ................................................................. 79

Figura 5.1 – Tela Inicial ETAP para Montagem de Sistemas .................................................. 81


Figura 5.2 – Sistema Industrial Montado no ETAP ................................................................. 82
Figura 5.3 – Tela de Edição dos Parâmetros do Transformador da SE CLIENTE .................. 83
Figura 5.4 – Sistema Montado no ETAP para Análise do Caso I ............................................ 84
Figura 5.5 – Resultado da Análise para Falta 3ϕ - Níveis de Falta (Caso I) - ETAP ............... 85
Figura 5.6 – Resultado da Análise para Falta 1ϕ - Níveis de Falta (Caso I) - ETAP ............... 85
Figura 5.7 – Sistema Montado no ETAP para Análise do Caso II ........................................... 86
Figura 5.8 – Resultado da Análise para Falta 3ϕ - Níveis de Falta (Caso II) - ETAP.............. 87
Figura 5.9 – Resultado da Análise para Falta 1ϕ - Níveis de Falta (Caso II) - ETAP.............. 87
Figura 5.10 – Sistema Montado no ETAP para Análise do Caso III ....................................... 88
Figura 5.11 – Resultado da Análise para Falta 3ϕ - Níveis de Falta (Caso III) - ETAP .......... 89
Figura 5.12 – Resultado da Análise para Falta 1ϕ - Níveis de Falta (Caso III) - ETAP .......... 89
Figura 5.13 – Resultado da Análise para Falta 3ϕ em B-00 - Seq. de Operação - ETAP ........ 91
Figura 5.14 – Resultado da Análise para Falta 1ϕ em B-00 - Seq. de Operação - ETAP ........ 91
Figura 5.15 – Resultado da Análise para Falta 3ϕ em B-01 - Seq. de Operação - ETAP ........ 92
Figura 5.16 – Resultado da Análise para Falta 1ϕ em B-01 - Seq. de Operação - ETAP ........ 92
Figura 5.17 – Resultado da Análise para Falta 3ϕ em B-02 - Seq. de Operação - ETAP ........ 93
Figura 5.18 – Resultado da Análise para Falta 1ϕ em B-02 - Seq. de Operação - ETAP ........ 94
Figura 5.19 – Resultado da Análise para Falta 3ϕ em B-03 - Seq. de Operação - ETAP ........ 95
Figura 5.20 – Resultado da Análise para Falta 1ϕ em B-03 - Seq. de Operação - ETAP ........ 95
Figura 5.21 – Resultado da Análise para Falta 3ϕ em B-04 - Seq. de Operação - ETAP ........ 95
Figura 5.22 – Resultado da Análise para Falta 1ϕ em B-04 - Seq. de Operação - ETAP ........ 95
Figura 5.23 – Coordenograma de Fase - ETAP ....................................................................... 97
Figura 5.24 – Coordenograma de Neutro - ETAP .................................................................... 98
LISTA DE TABELAS

Tabela 4.1 – Resumo dos Níveis de Falta - Caso I - Manual ................................................... 46


Tabela 4.2 – Resumo dos Níveis de Falta - Caso II - Manual .................................................. 49
Tabela 4.3 – Resumo dos Níveis de Falta - Caso III - Manual................................................. 59
Tabela 4.4 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-00 - Manual................ 63
Tabela 4.5 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-00 - Manual................ 66
Tabela 4.6 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-01 - Manual................ 68
Tabela 4.7 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-01 - Manual................ 70
Tabela 4.8 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-02 - Manual................ 73
Tabela 4.9 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-02 - Manual................ 75
Tabela 4.10 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-03 - Manual.............. 75
Tabela 4.11 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-03 - Manual.............. 76
Tabela 4.12 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-04 - Manual.............. 76
Tabela 4.13 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-04 - Manual.............. 76

Tabela 5.1 – Resumo dos Níveis de Falta - Caso I - ETAP ..................................................... 86


Tabela 5.2 – Resumo dos Níveis de Falta - Caso II - ETAP .................................................... 88
Tabela 5.3 – Resumo dos Níveis de Falta - Caso III - ETAP ................................................... 90
Tabela 5.4 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-00 - ETAP .................. 91
Tabela 5.5 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-00 - ETAP .................. 92
Tabela 5.6 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-01 - ETAP .................. 93
Tabela 5.7 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-01 - ETAP .................. 93
Tabela 5.8 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-02 - ETAP .................. 94
Tabela 5.9 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-02 - ETAP .................. 94
Tabela 5.10 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-03 - ETAP ................ 96
Tabela 5.11 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-03 - ETAP ................ 96
Tabela 5.12 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-04 - ETAP ................ 96
Tabela 5.13 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-04 - ETAP ................ 96

Tabela 6.1 – Comparação Manual/ETAP - Níveis de Falta no Sistema - Caso I ................... 101
Tabela 6.2 – Comparação Manual/ETAP - Níveis de Falta no Sistema - Caso II.................. 102
Tabela 6.3 – Comparação Manual/ETAP - Níveis de Falta 3ϕ no Sistema - Caso III ........... 102
Tabela 6.4 – Comparação Manual/ETAP - Níveis de Falta 1ϕ no Sistema - Caso III ........... 102
Tabela 6.5 – Comparação Manual/ETAP - Atuação da Proteção - Falta 3ϕ - B-00............... 103
Tabela 6.6 – Comparação Manual/ETAP - Atuação da Proteção - Falta 1ϕ - B-00............... 103
Tabela 6.7 – Comparação Manual/ETAP - Atuação da Proteção - Falta 3ϕ - B-01............... 103
Tabela 6.8 – Comparação Manual/ETAP - Atuação da Proteção - Falta 1ϕ - B-01............... 103
Tabela 6.9 – Comp. Manual/ETAP - Atuação da Proteção - Falta 3ϕ - B-02/B-03/B-04 ...... 104
Tabela 6.10 – Comp. Manual/ETAP - Atuação da Proteção - Falta 1ϕ - B-02/B-03/B-04 .... 104
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
ANSI American National Standards Institute
ART Anotação de Responsabildiade Técnica
CEPEL Centro de Pesquisas de Energia Elétrica
COELCE Companhia Energética do Ceará
CREA Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Ceará
DT Decisão Técnica – Documento da Companhia Energética do Ceará
IEC International Electrotechnical Commission
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
NR Norma Regulamentadora
NT Norma Técnica – Documento da Companhia Energética do Ceará
OAP Ordem de Ajuste da Proteção
OTI Operation Technology Inc
SE Subestação de Energia Elétrica
TC Transformador de Corrente
TP Transformador de Potencial
USCA Unidade de Supervisão de Corrente Alternada
LISTA DE SÍMBOLOS

Sb Potência de Base Adotada


Vb Tensão de Base Adotada
Vb(MT) Tensão de Base no Nível da Média Tensão (13,8 kV)
Vb(BT) Tensão de Base no Nível da Baixa Tensão (0,38 kV)
RT Relação de Transformação do Transformador da SE CLIENTE
Zb(MT) Impedância de Base no Nível da Média Tensão (13,8 kV)
Zb(BT) Impedância de Base no Nível da Baixa Tensão (0,38 kV)
Ib(MT) Corrente de Base no Nível da Média Tensão (13,8 kV)
Ib(BT) Corrente de Base no Nível da Baixa Tensão (0,38 kV)
Zus Impedância de Sequência Positiva Reduzida na Barra B-00
Zu0s Impedância de Sequência Zero Reduzida na Barra B-00
Zuct1 Impedância de Sequência Positiva Correspondente ao Circuito do Trecho 1
d Comprimento do Trecho
Z1(Ω/km) Impedância de Seq. Positiva do Condutor que Compõe o Trecho (Ω/km)
Zu0ct1 Impedância de Sequência Zero Correspondente ao Circuito do Trecho 1
Z0(Ω/km) Impedância de Seq. Zero do Condutor que Compõe o Trecho (Ω/km)
Zuct2 Impedância de Sequência Positiva Correspondente ao Circuito do Trecho 2
Zu0ct2 Impedância de Sequência Zero Correspondente ao Circuito do Trecho 2
Zuct3 Impedância de Sequência Positiva Correspondente ao Circuito do Trecho 3
Zu0ct3 Impedância de Sequência Zero Correspondente ao Circuito do Trecho 3
Zut Impedância de Sequência Positiva do Transformador da SE CLIENTE
Xt Reatância Percentual do Transformador da SE CLIENTE
Vt(PRIM) Tensão Nominal Primária do Transformador da SE CLIENTE
St Potência Aparente Nominal do Transformador da SE CLIENTE
Zu0t Impedância de Sequência Zero do Transformador da SE CLIENTE
Zug Impedância de Sequência Positiva do Gerador do Cliente
X’’d Reatância Subtransitória de Eixo Direto do Gerador do Cliente
Vg Tensão Nominal do Gerador do Cliente
Zu0g Impedância de Sequência Zero do Gerador do Cliente
X0 Reatância de Sequência Zero do Gerador do Cliente
Sg Potência Aparente Nominal do Gerador do Cliente
Zu(B-00) Impedância Equivalente de Sequência Positiva Vista da Barra B-00
Icc3ϕ(B-00) Corrente de Curto-Circuito Trifásico na Barra B-00
Zu0(B-00) Impedância Equivalente de Sequência Zero Vista da Barra B-00
Icc1ϕ(B-00) Corrente de Curto-Circuito Monofásico na Barra B-00
Zu(B-01) Impedância Equivalente de Sequência Positiva Vista da Barra B-01
Icc3ϕ(B-01) Corrente de Curto-Circuito Trifásico na Barra B-01
Zu0(B-01) Impedância Equivalente de Sequência Zero Vista da Barra B-01
Icc1ϕ(B-01) Corrente de Curto-Circuito Monofásico na Barra B-01
Zu(B-02) Impedância Equivalente de Sequência Positiva Vista da Barra B-02
Icc3ϕ(B-02) Corrente de Curto-Circuito Trifásico na Barra B-02
Zu0(B-02) Impedância Equivalente de Sequência Zero Vista da Barra B-02
Icc1ϕ(B-02) Corrente de Curto-Circuito Monofásico na Barra B-02
Icc3ϕ(B-03) Corrente de Curto-Circuito Trifásico na Barra B-03
Icc1ϕ(B-03) Corrente de Curto-Circuito Monofásico na Barra B-03
Zu(B-03) Impedância Equivalente de Sequência Positiva Vista da Barra B-03
Zu0(B-03) Impedância Equivalente de Sequência Zero Vista da Barra B-03
Icc3ϕ(B-04) Corrente de Curto-Circuito Trifásico na Barra B-04
Icc1ϕ(B-04) Corrente de Curto-Circuito Monofásico na Barra B-04
Zu(B-00)-M Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Montante da Barra B-00
Zu(B-00)-J Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Jusante da Barra B-00
Icc3ϕ(B-00)/COELCE Contribuição da Fonte COELCE para a Falta Trifásica na Barra B-00
Icc3ϕ(B-00)/CLIENTE Contribuição da Fonte CLIENTE para a Falta Trifásica na Barra B-00
Zu0(B-00)-M Impedância Equivalente de Sequência Zero a Montante da Barra B-00
Zu0(B-00)-J Impedância Equivalente de Sequência Zero a Jusante da Barra B-00
Icc1ϕ(B-00)/COELCE Contribuição da Fonte COELCE para a Falta Monofásica na Barra B-00
Icc1ϕ(B-00)/CLIENTE Contribuição da Fonte CLIENTE para a Falta Monofásica na Barra B-00
Zu(B-01)-M Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Montante da Barra B-01
Zu(B-01)-J Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Jusante da Barra B-01
Icc3ϕ(B-01)/COELCE Contribuição da Fonte COELCE para a Falta Trifásica na Barra B-01
Icc3ϕ(B-01)/CLIENTE Contribuição da Fonte CLIENTE para a Falta Trifásica na Barra B-01
Zu0(B-01)-M Impedância Equivalente de Sequência Zero a Montante da Barra B-01
Zu0(B-01)-J Impedância Equivalente de Sequência Zero a Jusante da Barra B-01
Icc1ϕ(B-01)/COELCE Contribuição da Fonte COELCE para a Falta Monofásica na Barra B-01
Icc1ϕ(B-01)/CLIENTE Contribuição da Fonte CLIENTE para a Falta Monofásica na Barra B-01
Zu(B-02)-M Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Montante da Barra B-02
Zu(B-02)-J Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Jusante da Barra B-02
Icc3ϕ(B-02)/COELCE Contribuição da Fonte COELCE para a Falta Trifásica na Barra B-02
Icc3ϕ(B-02)/CLIENTE Contribuição da Fonte CLIENTE para a Falta Trifásica na Barra B-02
Zu0(B-02)-M Impedância Equivalente de Sequência Zero a Montante da Barra B-02
Zu0(B-02)-J Impedância Equivalente de Sequência Zero a Jusante da Barra B-02
Icc1ϕ(B-02)/COELCE Contribuição da Fonte COELCE para a Falta Monofásica na Barra B-02
Icc1ϕ(B-02)/CLIENTE Contribuição da Fonte CLIENTE para a Falta Monofásica na Barra B-02
Icc3ϕ(B-03)/COELCE Contribuição da Fonte COELCE para a Falta Trifásica na Barra B-03
Icc3ϕ(B-03)/CLIENTE Contribuição da Fonte CLIENTE para a Falta Trifásica na Barra B-03
Icc1ϕ(B-03)/COELCE Contribuição da Fonte COELCE para a Falta Monofásica na Barra B-03
Icc1ϕ(B-03)/CLIENTE Contribuição da Fonte CLIENTE para a Falta Monofásica na Barra B-03
Icc3ϕ(B-04)/COELCE Contribuição da Fonte COELCE para a Falta Trifásica na Barra B-04
Icc3ϕ(B-04)/CLIENTE Contribuição da Fonte CLIENTE para a Falta Trifásica na Barra B-04
Icc1ϕ(B-04)/COELCE Contribuição da Fonte COELCE para a Falta Monofásica na Barra B-04
Icc1ϕ(B-04)/CLIENTE Contribuição da Fonte CLIENTE para a Falta Monofásica na Barra B-04
ISensibilização Corrente de Sensibilização do Dispositivo de Proteção
tRelé COELCE (50) Tempo de Atuação do Relé COELCE (Função 50)
tFusível (mín) Tempo Mínimo de Atuação do Fusível Derivação
tFusível (máx) Tempo Máximo de Atuação do Fusível Derivação
tFusível Tempo de Atuação do Fusível Derivação
MF Múltiplo de Corrente de Fase do Relé
IPickup(Fase) Corrente de Pickup de Fase do Relé
tRelé CLIENTE (51) Tempo de Atuação do Relé CLIENTE (Função 51)
k Constante para Determinação do Tempo de Atuação do Relé
dt Dial de Tempo de Fase do Relé
α Constante para Determinação do Tempo de Atuação do Relé
tRelé COELCE (50N) Tempo de Atuação do Relé COELCE (Função 50N)
tRelé CLIENTE (50) Tempo de Atuação do Relé CLIENTE (Função 50)
tRelé CLIENTE (50N) Tempo de Atuação do Relé CLIENTE (Função 50N)
E% Erro Relativo Percentual
X Valor Real da Grandeza
X’ Valor Medido da Grandeza
tmanual Tempo Total de Análise pelo Método Manual
tETAP Tempo Total de Análise com o Uso do ETAP
Gv Tempo Total de Análise pelo Método Manual
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 22
1.1 A Crise do “Apagão” e Seus Reflexos no Setor Industrial ................................. 22
1.2 Os Objetivos da Geração Própria e a Conexão à Rede ...................................... 23
1.3 A Transferência de Carga entre Concessionária e Geração Própria ................ 24
1.3.1 A Transferência de Carga com Desconexão da Fonte .......................................... 24
1.3.2 A Transferência de Carga em Rampa .................................................................... 25
1.4 Justificativa do Tema Selecionado........................................................................ 26
1.5 Objetivo do Trabalho............................................................................................. 27
1.6 Composição do Trabalho....................................................................................... 27

2 O PROJETO DE GERAÇÃO EM RAMPA E SUA METODOLOGIA ATUAL


DE ANÁLISE ......................................................................................................... 29
2.1 Estrutura Básica de um Projeto de Geração em Rampa ................................... 29
2.1.1 ART .......................................................................................................................... 29
2.1.2 Memorial Descritivo ................................................................................................ 29
2.1.3 Memorial de Cálculo ............................................................................................... 30
2.1.4 Desenhos Técnicos .................................................................................................. 31
2.2 Referências Normativas ......................................................................................... 32
2.3 Metodologia Atual de Análise por Parte da COELCE ....................................... 33

3 A PROPOSTA DE OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE ANÁLISE .............. 34


3.1 A Proposta .............................................................................................................. 34
3.2 Principais Softwares Disponíveis no Mercado .................................................... 34
3.3 A Escolha do Software ........................................................................................... 35

4 ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE


ANÁLISE ................................................................................................................ 37
4.1 O Sistema a ser Estudado ...................................................................................... 37
4.2 Determinação dos Níveis de Curto-Circuito ........................................................ 37
4.2.1 Definições e Cálculos Introdutórios ....................................................................... 38
4.2.2 Análise do Caso I .................................................................................................... 40
4.2.2.1 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-00 ............................................................................. 41
4.2.2.1.1 Cálculo do Curto-Circuito Trifásico ................................................................................... 41
4.2.2.1.2 Cálculo do Curto-Circuito Monofásico .............................................................................. 41
4.2.2.2 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-01 ............................................................................. 42
4.2.2.2.1 Cálculo do Curto-Circuito Trifásico ................................................................................... 42
4.2.2.2.2 Cálculo do Curto-Circuito Monofásico .............................................................................. 43
4.2.2.3 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-02 ............................................................................. 43
4.2.2.3.1 Cálculo do Curto-Circuito Trifásico ................................................................................... 44
4.2.2.3.2 Cálculo do Curto-Circuito Monofásico .............................................................................. 45
4.2.2.4 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-03 ............................................................................. 45
4.2.2.5 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-04 ............................................................................. 46
4.2.2.6 Resumo dos Níveis de Curto-Circuito para o Caso I .......................................................... 46
4.2.3 Análise do Caso II ................................................................................................... 46
4.2.3.1 Níveis de Curto-Circuito nas Barras B-00, B-01 e B-02 ..................................................... 46
4.2.3.2 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-03 ............................................................................. 47
4.2.3.2.1 Cálculo do Curto-Circuito Trifásico ................................................................................... 47
4.2.3.2.2 Cálculo do Curto-Circuito Monofásico .............................................................................. 47
4.2.3.3 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-04 ............................................................................. 48
4.2.3.4 Resumo dos Níveis de Curto-Circuito para o Caso II ......................................................... 49
4.2.4 Análise do Caso III ................................................................................................. 49
4.2.4.1 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-00 ............................................................................. 49
4.2.4.1.1 Cálculo do Curto-Circuito Trifásico ................................................................................... 49
4.2.4.1.2 Cálculo do Curto-Circuito Monofásico .............................................................................. 51
4.2.4.2 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-01 ............................................................................. 52
4.2.4.2.1 Cálculo do Curto-Circuito Trifásico ................................................................................... 52
4.2.4.2.2 Cálculo do Curto-Circuito Monofásico .............................................................................. 53
4.2.4.3 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-02 ............................................................................. 55
4.2.4.3.1 Cálculo do Curto-Circuito Trifásico ................................................................................... 55
4.2.4.3.2 Cálculo do Curto-Circuito Monofásico .............................................................................. 56
4.2.4.4 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-03 ............................................................................. 58
4.2.4.5 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-04 ............................................................................. 59
4.2.4.6 Resumo dos Níveis de Curto-Circuito para o Caso III ........................................................ 59
4.3 Estudo da Proteção do Sistema ............................................................................. 60
4.3.1 Faltas e Unidades de Atuação dos Relés ................................................................ 61
4.3.2 Análise para Faltas em B-00 .................................................................................. 61
4.3.2.1 Falta Trifásica...................................................................................................................... 61
4.3.2.1.1 Atuação do Relé COELCE .................................................................................................. 61
4.3.2.1.2 Atuação do Fusível Derivação ............................................................................................ 62
4.3.2.1.3 Atuação do Relé CLIENTE ................................................................................................. 62
4.3.2.1.4 Sequência de Operação....................................................................................................... 63
4.3.2.2 Falta Monofásica ................................................................................................................. 63
4.3.2.2.1 Atuação do Relé COELCE .................................................................................................. 64
4.3.2.2.2 Atuação do Fusível Derivação ............................................................................................ 64
4.3.2.2.3 Atuação do Relé CLIENTE ................................................................................................. 65
4.3.2.2.4 Sequência de Operação....................................................................................................... 66
4.3.3 Análise para Faltas em B-01 .................................................................................. 66
4.3.3.1 Falta Trifásica...................................................................................................................... 66
4.3.3.1.1 Atuação do Relé COELCE .................................................................................................. 66
4.3.3.1.2 Atuação do Fusível Derivação ............................................................................................ 67
4.3.3.1.3 Atuação do Relé CLIENTE ................................................................................................. 67
4.3.3.1.4 Sequência de Operação....................................................................................................... 68
4.3.3.2 Falta Monofásica ................................................................................................................. 68
4.3.3.2.1 Atuação do Relé COELCE .................................................................................................. 68
4.3.3.2.2 Atuação do Fusível Derivação ............................................................................................ 69
4.3.3.2.3 Atuação do Relé CLIENTE ................................................................................................. 69
4.3.3.2.4 Sequência de Operação....................................................................................................... 70
4.3.4 Análise para Faltas em B-02 .................................................................................. 71
4.3.4.1 Falta Trifásica...................................................................................................................... 71
4.3.4.1.1 Atuação do Relé COELCE .................................................................................................. 71
4.3.4.1.2 Atuação do Fusível Derivação ............................................................................................ 72
4.3.4.1.3 Atuação do Relé CLIENTE ................................................................................................. 72
4.3.4.1.4 Sequência de Operação....................................................................................................... 73
4.3.4.2 Falta Monofásica ................................................................................................................. 73
4.3.4.2.1 Atuação do Relé COELCE .................................................................................................. 73
4.3.4.2.2 Atuação do Fusível Derivação ............................................................................................ 74
4.3.4.2.3 Atuação do Relé CLIENTE ................................................................................................. 74
4.3.4.2.4 Sequência de Operação....................................................................................................... 75
4.3.5 Análise para Faltas em B-03 e B-04 ...................................................................... 75
4.3.6 Coordenogramas ..................................................................................................... 76
4.3.6.1 Coordenograma de Fase ...................................................................................................... 77
4.3.6.2 Coordenograma de Neutro .................................................................................................. 78
4.4 Considerações Finais.............................................................................................. 79
5 ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLGIA DE OTIMIZAÇÃO
PROPOSTA ............................................................................................................ 80
5.1 O Sistema a ser Estudado ...................................................................................... 80
5.2 Um Pouco Mais Sobre o ETAP ............................................................................. 80
5.2.1 A Versão Utilizada nesta Monografia .................................................................... 81
5.2.2 Configurações Específicas para o Estudo de Caso ................................................ 81
5.3 A Planta Industrial Montada no ETAP ............................................................... 82
5.4 Determinação dos Níveis de Curto-Circuito ........................................................ 83
5.4.1 Análise do Caso I .................................................................................................... 84
5.4.2 Análise do Caso II ................................................................................................... 86
5.4.3 Análise do Caso III ................................................................................................. 88
5.5 Estudo da Proteção do Sistema ............................................................................. 90
5.5.1 Análise para Faltas em B-00 .................................................................................. 90
5.5.2 Análise para Faltas em B-01 .................................................................................. 92
5.5.3 Análise para Faltas em B-02 .................................................................................. 93
5.5.4 Análise para Faltas em B-03 e B-04 ...................................................................... 94
5.5.5 Coordenogramas ..................................................................................................... 97
5.6 Considerações Finais.............................................................................................. 99

6 CONFRONTAÇÃO DAS METODOLOGIAS ................................................. 100


6.1 Considerações Iniciais.......................................................................................... 100
6.1.1 Erro Relativo Percentual (E%) .............................................................................. 101
6.2 Comparação #1 – Níveis de Falta nas Barras do Sistema ................................ 101
6.3 Comparação #2 – Atuação da Proteção ............................................................. 103
6.4 Comparação #3 – Coordenogramas ................................................................... 105
6.5 Comparação #4 – Tempos de Análise ................................................................ 105
6.5.1 Avaliação Qualitativa ............................................................................................ 106
6.5.2 Avaliação Quantitativa ......................................................................................... 106

7 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 108

8 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 110

APÊNDICE A – O SISTEMA INDUSTRIAL UTILIZADO NO ESTUDO DE


CASO..................................................................................................................... 114
A.1 Descrição Básica Geral ............................................................................... 114
A.2 Dados Fornecidos pela Concessionária .................................................... 117
A.3 Dados Próprios do Sistema Industrial ...................................................... 118
A.4 Níveis de Curto-Circuito ............................................................................ 119
A.5 Coordenação dos Dispositivos de Proteção .............................................. 119
A.6 Considerações Finais .................................................................................. 122

ANEXO A – PRINCIPAIS FUNÇÕES ANSI ................................................... 123

ANEXO B – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-


CIRCUITO (CASO I) .......................................................................................... 127

ANEXO C – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-


CIRCUITO (CASO II) ........................................................................................ 132

ANEXO D – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-


CIRCUITO (CASO III) ....................................................................................... 135
22

CAPÍTULO 1
1 INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

Este capítulo tem por objetivo primordial apresentar o assunto a ser tratado nesta
monografia. Através de um rápido histórico e da apresentação de alguns conceitos básicos de
uma planta industrial com geração particular, o intuito é ambientar e embasar o leitor para os
assuntos a serem tratados nos capítulos subsequentes. Além do mencionado, será apresentada,
também, a justificativa da escolha do tema, o objetivo a ser atingido com a elaboração desta
monografia e a estrutura organizacional do trabalho.

1.1 A Crise do “Apagão” e Seus Reflexos no Setor Industrial


No início deste século, deflagrou-se uma das piores crises do setor energético
brasileiro que ficou conhecida como a crise do “apagão”; à época do ocorrido, muito se falou
que a crise se estabeleceu em virtude da falta de chuvas naquele ano, que corroborou para a
escassez de água nos reservatórios nacionais, impossibilitando a geração de energia elétrica
no país. Hoje se sabe que a causa não foi bem essa, mas sim a falta de planejamento e
investimento no setor energético brasileiro em anos de governos anteriores.
Um dos setores mais prejudicados com o cenário que se estabeleceu após a
eclosão da crise supracitada foi o setor industrial. Sob o risco de sofrerem sanções energéticas
caso o racionamento não atingisse o patamar estipulado pelo governo e com os preços da
energia no mercado livre alcançando níveis assustadores, as indústrias se viram obrigadas a
pensar em uma solução que barateasse o custo da energia elétrica, geralmente o segundo
maior custo das grandes indústrias, perdendo apenas para a matéria-prima do
empreendimento. A solução encontrada foi a instalação de usinas de geração termelétricas que
pudessem atender, sem limitações, a demanda de carga da indústria, ou seja, a solução foi se
utilizar da chamada geração distribuída. O conceito não era novo, como se sabe, antes da
implantação das grandes usinas hidrelétricas no país, na década de 1960, a geração distribuída
já era utilizada pelos consumidores de maior porte, visando suprir suas necessidades
energéticas e cedendo os excedentes de energia ao município em que se localizavam.
O fato é que a crise do “apagão” despertou nas indústrias e até mesmo no
comércio o sentimento de temor pela perda da energia elétrica tão essencial ao processo
produtivo dos empreendimentos. Aliado a esse temor, a alternativa de utilizar uma geração
própria no momento de ponta de carga do sistema, instante em que o preço da energia elétrica

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
23

é absurdamente elevado, culminou no que ocorre nos dias de hoje: grande parte dos
empreendimentos de médio e/ou grande porte possui um sistema de geração próprio. O
gráfico abaixo, criado a partir de dados fornecidos pela Companhia Energética do Ceará
(COELCE) comprova essa afirmação. É fácil notar o grande crescimento, ao longo dos
últimos anos, da quantidade de projetos envolvendo geração particular submetidos à
concessionária; só no último ano, 2012, foram entregues à COELCE 68 projetos envolvendo
geração particular.

Figura 1.1 – Quantitativo de Projetos com Geração Própria - COELCE - Últimos 8 Anos

Fonte: Ilustração própria. Dados fornecidos por [1].

1.2 Os Objetivos da Geração Própria e a Conexão à Rede


As quatro principais metas de um sistema de geração de energia elétrica próprio
são [2]:

a) Substituir a energia elétrica da concessionária nos momentos de falta da rede


comercial;
b) Substituir a energia elétrica da concessionária nos momentos de ponta de
carga;
c) Substituir a energia elétrica da concessionária de forma permanente
(autoprodutor);
d) Desenvolver um sistema de cogeração.

Independentemente do objetivo do empreendimento com a implantação do


sistema próprio de geração, a fim de elevar os índices de continuidade e confiabilidade da

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
24

instalação elétrica como um todo, faz-se necessário a conexão com a rede da concessionária.
Essa conexão, no entanto, é regulada pela legislação em vigor e não pode ser assim realizada
de qualquer modo. O cliente possuidor de um sistema próprio de geração que deseja se
conectar ao sistema elétrico da concessionária local deverá satisfazer os requisitos exigidos
por ela quanto aos pormenores daquele ponto do sistema ao qual o cliente deseja se conectar.
Assim sendo, o solicitante deve obrigatoriamente realizar alguns estudos elétricos e submetê-
los, sob a forma de projeto, à concessionária, a fim de receber a autorização da conexão com a
rede pública. A concessionária fica na obrigação de avaliar o projeto entregue e determinar se
as instalações do cliente, da forma como foram projetadas, estão, ou não, aptas a se
conectarem à rede pública no ponto em questão.

1.3 A Transferência de Carga entre Concessionária e Geração Própria


Uma questão fundamental a ser analisada pelos projetistas de sistemas de geração
independentes que estão conectados à rede pública de eletricidade é forma como será
realizada a transferência de carga de um sistema para o outro (da fonte concessionária para a
geração particular e vice-versa). O projeto a ser elaborado depende fundamentalmente dessa
forma de transferência. Basicamente e usualmente, essa transferência, hoje, dá-se de duas
maneiras: transferência de carga com desconexão da fonte e transferência de carga em rampa.

1.3.1 A Transferência de Carga com Desconexão da Fonte


A transferência de carga com desconexão da fonte, ou ainda, geração com
interrupção na transferência de carga, é a mais simples e se caracteriza por não haver, em
nenhum momento, paralelismo entre a fonte concessionária e a fonte de geração própria. Na
prática, existe uma chave de intertravamento mecânico (ou eletromecânico) que impede as
duas fontes de atuarem em paralelo sobre as cargas do cliente. Na Figura 1.2 é apresentado
um esquema unifilar que exemplifica esse tipo de instalação.

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
25

Figura 1.2 – Esquema Unifilar de Geração com Interrupção na Transferência de Carga

Fonte: DT-104/2010 R-03 (COELCE)

1.3.2 A Transferência de Carga em Rampa


A transferência de carga em rampa, ou ainda, geração sem interrupção na
transferência de carga, é um sistema um pouco mais complexo que o explanado
anteriormente. Ele se caracteriza por, em um determinado instante programado, as cargas que
estão sendo atendidas pela concessionária local vão, gradativamente, sendo assumidas pela
geração própria do cliente e, após a total transferência da carga, o suprimento de energia por
parte da concessionária é cessado pelo uso de algum equipamento de seccionamento; um
disjuntor, pro exemplo. Para esse caso, como se pode perceber, existe um intervalo em que as
fontes concessionária e geração própria ficam em paralelo. Na Figura 1.3 é exibido um
esquema unifilar que exemplifica esse tipo de instalação.

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
26

Figura 1.3 – Esquema Unifilar de Geração em Rampa

Fonte: DT-104/2010 R-03 (COELCE)

1.4 Justificativa do Tema Selecionado


Conforme comentado anteriormente, o cliente que deseja possuir uma geração
particular e conectar-se à rede pública de eletricidade precisa elaborar um projeto elétrico e
submetê-lo à concessionária para que ela o analise. Se a geração possui transferência de carga
em rampa, o projeto a ser elaborado pelo cliente, quando comparado a um projeto de geração
com interrupção na transferência de carga, é bem mais complexo e demanda, por parte dos
analistas da concessionária, maior atenção e cuidados em virtude dos maiores riscos contidos
numa instalação com esse tipo de geração (esses detalhes de complexidade e segurança serão
abordados nos capítulos posteriores).
Outro ponto comentado anteriormente foi a crescente demanda, nos últimos anos,
de projetos de geração própria submetidos à COELCE. Vê-se claramente que, a cada ano, a
quantidade de clientes que deseja possuir uma geração particular cresce de forma bastante
significativa.
Um detalhe fundamental para caracterizar o estudo a ser realizado nesta
monografia é que, hoje, o tipo de cliente que está apto a possuir uma geração particular em
rampa, de acordo com as normas e a legislação em vigor, é aquele atendido em tensão

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
27

primária de distribuição, ou seja, aquele cliente que possui uma subestação abaixadora de
tensão própria. Assim sendo, a elaboração do projeto de geração particular vai muito além do
escopo de um projeto de geração em si, ele deve levar em consideração esse item fundamental
na instalação do cliente que é a subestação.
Tendo em vista toda essa demanda de projetos e as exigências de velocidade de
análise cada vez maiores, tanto por partes dos clientes que submetem os projetos à
concessionária, quanto dos órgãos reguladores que atuam sobre as concessionárias, e até
mesmo por parte da própria concessionária que deseja elevar seus índices de desempenho, é
que este trabalho sugere uma alternativa diferenciada de análise desse tipo de projeto.

1.5 Objetivo do Trabalho


Apresentar uma forma otimizada de análise de projetos de geração particular com
sistema de transferência de carga em rampa por parte da concessionária de energia elétrica
COELCE através do uso do software ETAP.

1.6 Composição do Trabalho


Esta monografia está estruturada em oito capítulos, um apêndice e quatro anexos.
Neste capítulo, como foi observado, é feita uma explanação geral sobre os princípios
históricos do porquê de, ao longo das últimas décadas, a demanda por usinas própria de
geração de energia elétrica aumentou consideravelmente para, logo em seguida, serem
apresentados os objetivos de uma unidade consumidora quando opta pela aquisição de uma
usina própria de geração de energia, a ligação que há entre a geração própria e a conexão com
rede pública de energia elétrica e os conceitos básicos de transferência de carga entre cliente e
concessionária. Por fim, são mostrados o objetivo da monografia e sua estrutura
organizacional.
No Capítulo 2, é apresentada pormenorizadamente a estrutura de um projeto de
geração particular em rampa, comentando a documentação que deve ser exibida e o que cada
documentação dessa deve conter, logo em seguida, é feita uma explanação sobre as
referências normativas que os projetistas devem tomar. Por fim, faz-se um comentário sobre a
atual metodologia de análise de projetos de geração em rampa por parte da COELCE,
explorando as vantagens e desvantagens dessa metodologia.
O Capítulo 3 lança a proposta de otimização do processo de análise a partir de
uma ferramenta computacional; para isso é feita uma varredura entre softwares de grande

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
28

renome mundial, para enfim escolher aquele que mais se adequa às necessidades exploradas
nessa monografia. No fim, é feito um detalhamento do porquê da escolha do ETAP.
Os capítulos 4, 5 e 6 fazem um estudo de caso para validar a proposta de
otimização lançada no capítulo anterior. O Capítulo 4 faz a análise de um projeto de geração
particular em rampa da forma como é hoje na COELCE, é um capítulos deveras extenso e
detalhado, mas que engloba os mais importantes e complexos itens abordados e analisados
pela concessionária local. O Capítulo 5 faz a análise do mesmo projeto lançado no Capítulo 4,
no entanto com o uso do software ETAP. Por fim, no Capítulo 6, é feita uma avaliação
quantitativa e qualitativa das metodologias empregadas nos dois capítulos anteriores.
O Capítulo 7 apresenta a reflexão conclusiva do trabalho e recapitula
sinteticamente os resultados obtidos.
O encerramento da monografia se dá no Capítulo 8 com a apresentação das
referências bibliográficas utilizadas no decorrer do trabalho.
O único apêndice desta monografia apresenta a planta industrial fictícia utilizada
nos capítulos 4 e 5 para elaboração das análises. É uma descrição detalhada que abrange os
pontos mais importantes quando de uma análise de geração particular em rampa.
O Anexo A, para evitar quaisquer dúvidas sobre as funções de proteção
comentadas no decorrer do trabalho, mostra as principais funções da American National
Standards Institute (ANSI) de proteção. Os anexos B, C e D exibem os relatórios do software
ETAP para os níveis de curto-circuito nas barras do sistema analisado nos capítulos 4 e 5.

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
29

CAPÍTULO 2
2 O PROJETO DE GERAÇÃO EM RAMPA E SUA METODOLOGIA ATUAL DE ANÁLISE

O PROJETO DE GERAÇÃO EM RAMPA E SUA METODOLOGIA


ATUAL DE ANÁLISE

Além de apresentar a estrutura básica de um projeto de geração própria em rampa


e os documentos normativos que regem a elaboração de projetos desse tipo, este capítulo
possui ainda o intuito de comentar a respeito do atual método de análise por parte da
concessionária COELCE para projetos com geração sem interrupção na transferência de
carga, abordando suas vantagens e desvantagens.

2.1 Estrutura Básica de um Projeto de Geração em Rampa


Um bom projeto de geração em rampa deve ser dividido, basicamente, em quatro
grandes partes: Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), Memorial Descritivo,
Memorial de Cálculo e Desenhos Técnicos.

2.1.1 ART
Não diferente de outros projetos de engenharia, os projetos de geração particular
em rampa precisam possuir uma ART emitida pelo Conselho Regional de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia (CREA), a qual indica o responsável técnico pelo projeto.

2.1.2 Memorial Descritivo


Esse documento possuiu o objetivo de descrever, com a maior riqueza de detalhes
possível, o projeto de geração particular. Nele deve constar [3]:

a) Caracterização da unidade consumidora e da atividade nela exercida;


b) Descrição das cargas a serem atendidas pelo grupo gerador;
c) Descrição do sistema de força da geração particular;
d) Descrição do tanque de contenção do óleo combustível segundo NR-20;
e) Características gerais do gerador elétrico, tais como: potência, tensão,
frequência e impedância;
f) Descrição da montagem do sistema de geração;
g) Características da cabine na qual será instalado o grupo gerador;

CAPÍTULO 2 – O PROJETO DE GERAÇÃO EM RAMPA E SUA METODOLOGIA ATUAL DE


ANÁLISE
30

h) Especificação do tipo de transferência de carga do sistema de geração;


i) Descrição do funcionamento do grupo gerador em condição de falha da rede
elétrica local e em horário de ponta de carga;
j) Caracterização completa do sistema de comando, controle e proteção do grupo
gerador;
k) Descrição detalhada do dispositivo responsável pela transferência de carga –
Unidade de Supervisão de Corrente Alternada (USCA).

Junto com o Memorial Descritivo, deve ser anexada uma cópia do manual do
gerador a fim de elucidar quaisquer dúvidas que alguém venha a ter a respeito do gerador.

2.1.3 Memorial de Cálculo


Esse documento fundamenta e justifica, através de cálculos de engenharia, todas
as especificações do projeto de geração particular. Nele deve constar:

a) Determinação da demanda máxima presumível para o gerador particular:


 A partir da relação de cargas a serem atendidas pelo grupo gerador exibida
no Memorial Descritivo, faz-se uma estimativa da máxima demanda de
energia elétrica dessas cargas e se estabelece a potência do gerador. Essa
estimativa pode ser feita de diversas formas, desde que coerentes e
devidamente justificadas pelo projetista. A própria COELCE sugere na sua
Norma Técnica NT-002/2011 R-03 uma fórmula para a determinação da
demanda máxima de energia de um conjunto de cargas;
b) Determinação dos níveis de curto-circuito nos principais pontos da instalação:
 Esse é um passo intermediário do projeto: intermediário porque as correntes
de curto-circuito são necessárias para a especificação dos ajustes da
proteção, que é o alvo final do Memorial de Cálculo. As correntes de curto-
circuito devem ser determinadas em três situações bem definidas: com a
instalação do cliente sendo atendida somente pela rede local, com a
instalação do cliente sendo atendida somente pelo gerador particular e,
finalmente, com a instalação do cliente sendo atendida por ambas as fontes
(momento de paralelismo); essa é a seção do projeto que costuma possuir o
maior índice de erros por parte dos projetistas;

CAPÍTULO 2 – O PROJETO DE GERAÇÃO EM RAMPA E SUA METODOLOGIA ATUAL DE


ANÁLISE
31

c) Estudo de coordenação e seletividade da proteção:


 De posse dos níveis de curto-circuito da instalação, faz-se o ajuste da
proteção do sistema respeitando-se a coordenação e seletividade dos
dispositivos de proteção. Feito os ajustes, deve-se avaliar, para cada nível de
falta e em cada barra do sistema, a atuação da proteção a fim de detectar se
os dispositivos de proteção foram realmente bem ajustados. Uma etapa
importante que não deve ser esquecida é o dimensionamento dos
transformadores de corrente (TC) da proteção: deve ser avaliado se, para
algum dos níveis de curto-circuito, ocorre saturação; caso ocorra, deve-se
reavaliar o dimensionamento. No final do estudo, devem ser apresentados
coordenogramas que mostram a seletividade e a coordenação da proteção
através dos ajustes adotados.

2.1.4 Desenhos Técnicos


Por fim, devem ser apresentados alguns desenhos de fundamental importância
para o projeto:

a) Planta de situação:
 A fim de localizar o empreendimento. Deve ser indicado onde ficarão a
subestação e a sala de geração;
b) Detalhe da subestação;
c) Planta baixa da sala do gerador com cortes e detalhes;
d) Detalhe do sistema de aterramento;
e) Diagrama unifilar elétrico contendo detalhes da proteção e do intertravamento
entre geração particular e concessionária.

Como se pode notar, basicamente, um projeto de geração particular em rampa


precisa possuir, além dos tópicos de um projeto de geração particular comum, uma atenção
especial à proteção do sistema: esse item é de fundamental importância em qualquer projeto
de instalação elétrica, pois é ele que garante a segurança da instalação como um todo atuando
nos momentos de condição anormal de serviço, contudo, nos projetos de geração em rampa, a
proteção do sistema fica ainda mais importante, se é que se pode expressar dessa forma,
porque, nesse tipo de projeto, ocorre o paralelismo momentâneo entre cliente e concessionária

CAPÍTULO 2 – O PROJETO DE GERAÇÃO EM RAMPA E SUA METODOLOGIA ATUAL DE


ANÁLISE
32

e essa condição aumenta ainda mais os riscos caso haja algum problema no momento da
transferência de carga. Dessa forma, a proteção do sistema deve estar bem afinada com o
restante da instalação.

2.2 Referências Normativas


Em âmbito nacional, não há uma norma específica para projetos de geração
própria, muito menos de geração em rampa. No geral, cada concessionária estabelece, para
sua área de concessão, normas próprias a serem seguidas pelos projetistas para elaboração de
projetos desse tipo, no entanto, existem alguns documentos que devem ser tomados como
referência independentemente de normas próprias de concessionárias.
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) possui diversas normas
regulamentadoras voltadas à segurança e saúde de trabalhadores sob diversos aspectos,
entretanto existem duas muito ligadas a instalações elétricas com geração em rampa: [4] e [5].
A [4] objetiva traçar medidas de controle e sistemas de prevenção a fim de promover a
segurança das pessoas que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas; a [5]
trata dos líquidos combustíveis dos geradores termelétricos que são os tipos de geradores
usados para projetos de geração particular.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) possui a [6]. É uma norma
deveras abrangente e, como o próprio nome sugere, dita as condições gerais de energia
elétrica no país; deve ser observada tanto pelos consumidores, quanto pelas distribuidoras de
energia elétrica.
Por fim, outras duas normas extremamente importante são da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): a [7] e a [8]. A primeira trata das diretrizes para as
instalações elétricas em baixa tensão, ou seja, circuitos elétricos atendidos com tensão igual
ou inferior a 1.000 V em corrente alternada ou 1.500 V em corrente contínua, já a segunda
estabelece as diretrizes para os projetos e execuções de instalações elétricas em média tensão,
ou seja, circuitos elétricos atendidos com tensão nominal de 1,0 kV a 36,2 kV.
No caso da COELCE, a norma que estabelece as diretrizes dos projetos de
geração particular é a [3]. Ela apresenta uma série instruções para os clientes que desejam
possuir em sua instalação uma geração particular e enquadrada essa respectiva geração em
dois tipos bem definidos: a geração com interrupção na transferência de carga e a geração sem
interrupção na transferência de carga (rampa); que são justamente os tipos comentados no
capítulo anterior.

CAPÍTULO 2 – O PROJETO DE GERAÇÃO EM RAMPA E SUA METODOLOGIA ATUAL DE


ANÁLISE
33

2.3 Metodologia Atual de Análise por Parte da COELCE


Para os projetos de geração em rampa, a COELCE faz a análise pelo chamado
método tradicional, mais precisamente, de forma manual.
A vantagem de analisar um projeto desse tipo de forma manual é deter todos os
passos de cálculo do projeto (que não são poucos) e determinar exatamente onde o projetista
pode ter errado. Conforme será visto mais adiante, a seção da determinação dos níveis de
curto-circuito, por exemplo, possui uma gama extremamente grande de cálculos e a COELCE,
quando da sua análise, ao detectar um erro, pode informar ao responsável técnico exatamente
onde ele errou.
A grande desvantagem incide no fato do grande intervalo de tempo gasto ao se
analisar um projeto desse tipo. Enquanto um projeto de subestação (ligação nova ou
acréscimo de capacidade) pode levar até dois dias para ser analisado, contando a partir do
momento em que o analista inicia a análise do projeto, um projeto de geração em rampa pode
estender esse prazo para até cinco ou mesmo seis dias. Vale salientar que dentro desses prazos
mencionado estão as outras atribuições do analista: atendimento a projetistas, telefonemas,
reuniões, visitas técnicas, entre outras atividades; logicamente que o profissional não fica dias
sentado apenas analisando um projeto, ele possui muitas outras atividades além da simples
análise.

CAPÍTULO 2 – O PROJETO DE GERAÇÃO EM RAMPA E SUA METODOLOGIA ATUAL DE


ANÁLISE
34

CAPÍTULO 3
3 A PROPOSTA DE OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE ANÁLISE

A PROPOSTA DE OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE ANÁLISE

Este capítulo tem como objetivo apresentar de forma completa, juntamente com
suas peculiaridades, a proposta de otimização do processo de análise de projetos de geração
em rampa por parte da COELCE. Após a consolidação da proposta, serão apresentados alguns
dos principais softwares disponibilizados no mercado que possam colocar em prática os ideais
da proposta oferecida. O capítulo se encerra com a escolha da ferramenta computacional que
mais se adequa às necessidades indicadas e a explicação do porquê dessa escolha.

3.1 A Proposta
É lógico que alguns itens de qualquer projeto, seja ele civil, elétrico, hidráulico ou
outro qualquer, só podem ser analisados de forma manual; um exemplo, é a Planta de
Situação: um desenho desse tipo só pode ser verificado por um profissional e dispensa o uso
de qualquer outra ferramenta. No entanto, os projetos de geração em rampa possuem dois
pontos que podem, sem problema nenhum, ser analisados de forma computacional,
diminuindo de forma extremamente significativa o tempo de análise por parte da
concessionária, são eles: a determinação dos níveis de curto-circuito e o estudo da proteção.
A proposição desta monografia é utilizar uma ferramenta computacional para
desenvolver o estudo dos níveis de curto-circuito e da proteção do sistema eliminando o
método passo-a-passo utilizado pela COELCE. A ideia é montar um sistema qualquer,
informando todos os parâmetros necessários aos cálculos, e a partir disso o software fornecer
os níveis de curto-circuito nos pontos de interesse da instalação, fazer o estudo da proteção e
apresentar os coordenogramas.

3.2 Principais Softwares Disponíveis no Mercado


Seguem abaixo alguns dos softwares disponibilizados no mercado que possuem
relação com o tema em questão. Essa seção não possui o intuito de apresentar todos os
softwares disponíveis, nem descrevê-los e muito menos comentar se um é melhor que outro,
mas sim apresentar ao leitor um conjunto de possibilidades que poderiam ser estudadas e
avaliadas a fim de detectar se ocorre, ou não, atendimento às necessidades do estudo aqui
desenvolvido.

CAPÍTULO 3 – A PROPOSTA DE OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE ANÁLISE


35

a) CYME;
b) EasyPower;
c) ETAP;
d) PowerWorld;
e) PSS®E;

Como se pode notar, a lista apresentada, apesar de bem sucinta, é bastante


considerável, possuindo ferramentas computacionais poderosas e de renome mundial. Com
isso, é fácil perceber que muitos dos softwares apresentados acima poderiam, sem problemas,
atender aos requisitos da proposta de otimização lançada nesta monografia.

3.3 A Escolha do Software


A fim de determinar qual das ferramentas disponíveis no mercado mais se adequa
às necessidades do estudo, uma análise pormenorizada deve ser realizada, levantando-se os
prós e contras de cada software, haja vista ser bastante diferente querer escolher um software
simplesmente para realizar um estudo qualquer e um software que irá ser usado por uma
concessionária de energia como a COELCE, por exemplo. Essa seleção vai muito além do
que a ferramenta faz e como ela faz, passa pela questão financeira, suporte técnico,
disponibilidade do fornecedor para treinamentos, idioma, modularidade, entre outros fatores.
Tendo em vista tudo isso que foi mencionado, além do intuito de apresentar uma ferramenta
poderosa e não tão difundida nos meios acadêmicos, é que se optou pelo ETAP.
O ETAP é uma ferramenta de análise de sistemas elétricos de potência lançada
pela Operation Technology Inc (OTI), empresa fundada em 1986 e que possui sede na
Califórnia, Estados Unidos [9]. Hoje, ele é uma ferramenta computacional extremamente
completa, composta por vários módulos de cálculo: fluxo de carga, fluxo de carga
desbalanceado, curto-circuito, análise de qualidade de energia (harmônicos), estabilidade,
coordenação da proteção, fluxo de carga ótimo, fluxo de carga cc, curto-circuito cc e muitas
outras funcionalidades, das quais uma que se destaca é a análise em tempo real. Além de tudo
isso, ele ainda permite a interação entre seus módulos de cálculo, por exemplo: é possível
utilizar os resultados do fluxo de carga para a determinação dos níveis de falta no sistema.
Mesmo sendo muito completo, o ETAP é uma ferramenta de fácil manipulação e que efetua
os cálculos de forma rápida e prática.
Mais especificamente para o caso estudado nessa monografia, os módulos mais
importantes seriam os de curto-circuito e coordenação da proteção. Enquanto o módulo de

CAPÍTULO 3 – A PROPOSTA DE OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE ANÁLISE


36

curto-circuito dispõe de duas metodologias para a determinação dos níveis de falta em


sistemas elétricos: a metodologia proposta em [10] e [11] pelo ANSI e à proposta em [12]
pelo International Electrotechnical Commission (IEC), o módulo de coordenação da proteção
possui uma série de bibliotecas com os principais fabricantes de relés, fusíveis e disjuntores
nas quais estão incorporadas as equações das curvas mais usadas em estudos de proteção, com
isso o ETAP consegue montar os coordenogramas (fase e neutro) do estudo coordenação e
seletividade; também existe a possibilidade de adicionar à biblioteca novos equipamentos que
porventura lá não estejam contemplados.
A partir do explanado, é fácil notar que o ETAP pode perfeitamente atender às
demandas do estudo aqui desenvolvido e, além disso, por ser bastante completo, pode vir a ser
muito útil dentro de uma concessionária de energia elétrica, uma vez que ele pode ser
utilizado em outras áreas da empresa, diferentes da área de análise de projetos; atrelado a isso,
a possibilidade de interação dos estudos desenvolvidos pelas distintas áreas da concessionária
poderia trazer benefícios inestimáveis ao fluxo operacional da empresa.

CAPÍTULO 3 – A PROPOSTA DE OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE ANÁLISE


37

CAPÍTULO 4
4 ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE

ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE


ANÁLISE

É neste capítulo que se inicia um estudo de caso a fim de validar a proposta de


otimização lançada neste trabalho. O capítulo se inicia com um tópico dedicado a apresentar
ao leitor que tipo de sistema será estudado e onde é possível encontrar toda a descrição e
principais características pertinentes a ele, para, posteriormente, de fato, iniciar-se a análise,
passando pela determinação dos níveis de falta no respectivo sistema e pela avaliação da
proteção, tudo isso de forma manual, assim como é a análise hoje por parte da COELCE. No
fim do capítulo, são apresentadas algumas considerações sobre todo o processo desenvolvido.

4.1 O Sistema a ser Estudado


O sistema utilizado no estudo de caso deste e do próximo capítulo consta de uma
planta industrial fictícia, mas com todos os parâmetros de uma indústria real; ela se encontra
descrita e caracterizada no Apêndice A desta monografia. É aconselhável, portanto, antes de
iniciar a leitura deste capítulo, ler o respectivo apêndice por completo para evitar enlear-se no
momento dos cálculos.

4.2 Determinação dos Níveis de Curto-Circuito


Nesta seção são apresentados todos os cálculos inerentes à determinação das
correntes de curto-circuito (trifásico e monofásico) nos principais pontos da planta industrial.
Além das faltas trifásica e monofásica, existem outros tipos (bifásica e monofásica mínima)
que devem estar presentes em um projeto de geração em rampa, no entanto, para a proposição
deste trabalho, a determinação somente das faltas trifásica e monofásica é extremamente
aceitável; se para esses tipos de falta a comparação entre o método manual e o método
computacional for admissível, há de se esperar que para os demais tipos também o seja. A
escolha desses dois tipos de curto-circuito advém dos seguintes motivos: a trifásica em
virtude de, geralmente, possuir a maior magnitude e a monofásica por ser a de maior
ocorrência nos sistemas elétricos [13]. O método adotado neste capítulo para a determinação
das correntes de curto-circuito é o mesmo presente em [13].

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


38

4.2.1 Definições e Cálculos Introdutórios


Antes de iniciar a determinação dos níveis de falta, faz-se necessário definir
algumas condições, apresentar alguns dados e determinar alguns parâmetros que serão
utilizados no decorrer dos cálculos.

1) Condições de Operação
O cálculo aqui efetuado leva em consideração três condições de operação bem
definidas, assim como descrito no item 2.1.3 desta monografia:

a) Caso I – Fonte COELCE ativada e fonte CLIENTE desativada;


b) Caso II – Fonte COELCE desativada e fonte CLIENTE ativada;
c) Caso III – Fonte COELCE e fonte CLIENTE ativadas (paralelismo).

Deve-se tomar cuidado com essa nomenclatura de “fonte desativada”. O que


acontece na verdade é que, para se conseguir as condições de operação supracitadas, abrem-se
e/ou fecham-se, de forma conveniente, os dispositivos de seccionamento que interligam as
fontes geradoras à barra de sincronismo do sistema; por exemplo, a Figura 1.3 mostra a
situação para a condição de operação definida pelo Caso I: a chave do lado esquerdo
permanece fechada (atuação da fonte COELCE sobre o sistema) e a chave do lado direito
permanece aberta (fonte CLIENTE sem atuação sobre o sistema), daí dizer que a fonte
CLIENTE está “desativada” mesmo com o gerador estando ou não em funcionamento. Ainda
na Figura 1.3, invertendo-se a posição das chaves, a da esquerda aberta e a da direita fechada,
tem-se a condição de operação definida pelo Caso II; o mesmo raciocínio se estende para o
Caso III.

2) Tensão de Referência para as Correntes Determinadas


As correntes de falta determinadas neste capítulo são apresentadas no nível de
tensão da barra na qual ocorre a falta, por exemplo, se a barra em análise está na baixa tensão,
a corrente de curto-circuito exibida nos cálculos está referida à tensão de 0,38 kV.

3) Potência de Base Adotada


Sb Potência de Base Adotada

Sb  100 MVA (1)

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


39

4) Tensão de Base Adotada


Vb Tensão de Base Adotada

Vb  13, 8 kV (no nível de tensão de 13,8 kV) (2)

Com isso, têm-se os seguintes valores de base para a tensão nos níveis de tensão
do sistema industrial:
Vb(MT) Tensão de Base no Nível da Média Tensão (13,8 kV)
Vb(BT) Tensão de Base no Nível da Baixa Tensão (0,38 kV)

Vb MT   Vb  Vb MT   13, 8 kV


Vb MT  13, 8 (3)
Vb BT     Vb BT   0, 38 kV
RT
RT Relação de Transformação do Transformador da SE CLIENTE
36 , 3158

5) Impedância de Base

V     13, 8  10 
Zb(MT) Impedância de Base no Nível da Média Tensão (13,8 kV)

2
3 2
b MT
Z b MT    Z b MT   1, 9044 
Sb 100  106
(4)
   0, 38  10 
2
3 2
Vb BT 
Z b BT    Z b BT   0, 0014 
Sb 100  106
Zb(BT) Impedância de Base no Nível da Baixa Tensão (0,38 kV)

6) Corrente de Base
Ib(MT) Corrente de Base no Nível da Média Tensão (13,8 kV)

Sb 100  106
I b MT     I b MT   4.183, 6976 A
3 Vb MT  3  13, 8  10 3 
(5)
Sb 100  106
I b BT     I b BT   151.934, 2814 A
3 Vb BT  3   0, 38  10 3 
Ib(BT) Corrente de Base no Nível da Baixa Tensão (0,38 kV)

7) Impedâncias de Sequência Negativa


Para a planta industrial tomada como estudo de caso nesta monografia, todas as
impedâncias de sequência negativa serão consideradas numericamente iguais às
correspondentes impedâncias de sequência positiva. Segundo [1], essa consideração não traz
nenhum prejuízo considerável aos cálculos.

8) Impedância Reduzida na Barra de Saída da SE COELCE (B-00)


Zus Impedância de Sequência Positiva Reduzida na Barra B-00

Zus  0, 0163  j0, 4521 pu


(6)
Zu0 s  0, 0000  j0, 3647 pu
Zu0s Impedância de Sequência Zero Reduzida na Barra B-00

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


40

9) Impedância Correspondente ao Circuito do Trecho 1


Zuct1 Impedância de Sequência Positiva Correspondente ao Circuito do Trecho 1
d Comprimento do Trecho
Impedância de Seq. Positiva do Condutor que Compõe o Trecho (Ω/km)

1, 67   0, 2231  j0, 4040 


Z1(Ω/km)

d  Z1  / km
Z uct1    Z uct1  0, 1956  j0, 3543 pu
Zb MT  1, 9044
(7)
d  Z0  / km 1, 67   0, 3991  j1, 9282 
Z u0ct1    Zu0ct1  0, 3500  j1, 6909 pu
Z b MT  1, 9044
Zu0ct1 Impedância de Sequência Zero Correspondente ao Circuito d o Trecho 1
Z0(Ω/km) Impedância de Seq. Zero do Condutor que Compõe o Trecho (Ω/km)

10) Impedância Correspondente ao Circuito do Trecho 2

0, 131   0, 8880  j0, 4605 


Zuct2 Impedância de Sequência Positiva Correspondente ao Circuito do Trecho 2

d  Z1  / km
Z uct 2    Z uct 2  0, 0611  j0, 0317 pu
Z b MT  1, 9044
(8)
d  Z0  / km 0, 131   1, 0658  j1, 9847 
Z u0ct 2    Zu0ct 2  0, 0733  j0, 1365 pu
Zb MT  1, 9044
Zu0ct2 Impedância de Sequência Zero Correspondente ao Circuito d o Trecho 2

11) Impedância Correspondente ao Circuito do Trecho 3

0, 05   1, 5835  j0, 4972 


Zuct3 Impedância de Sequência Positiva Correspondente ao Circuito do Trecho 3

d  Z1  / km
Z uct 3    Z uct 3  0, 0416  j0, 0131 pu
Z b MT  1, 9044
(9)
d  Z0  / km 0, 05   1,7613  j2, 0214 
Z u0ct 3    Zu0ct 3  0, 0462  j0, 0531 pu
Zb MT  1, 9044
Zu0ct3 Impedância de Sequência Zero Correspondente ao Circuito d o Trecho 3

12) Impedância do Transformador da SE CLIENTE


Zut Impedância de Sequência Positiva do Transformador da SE CLIENTE
Xt Reatância Percentual do Transformador da SE CLIENTE

Vt(PRIM) Tensão Nominal Primária do Transformador da SE CLIENTE

2
 Vt  PRIM   S 2
 13, 8  10 3  100  106
Z ut  jX t      j0, 050  
b
3 
  Z ut  j16 , 67 pu
 Vb MT   St  13, 8  10  300  10
3
(10)
 
Z u0t  Zut  Zu0t  j16 , 67 pu
St Potência Aparente Nominal do Transformador da SE CLIENTE
Zu0t Impedância de Sequência Zero do Transformador da SE CLIENTE

13) Impedância do Gerador do Cliente


Zug Impedância de Sequência Positiva do Gerador do Cliente
X’’d Reatância Subtransitória de Eixo Direto do Gerador do Clien te
Vg Tensão Nominal do Gerador do Cliente

2
 Vg  S 2
 0, 38  10 3  100  106
Z ug  jX d  
''
  b
 j0, 14   3 
  Z ug  j28, 00 pu
 Vb BT   S g  0 , 38  10  500  10 3
 
2
(11)
 Vg  S 2
 0, 38  10 3  100  106
Z u0 g  jX 0     b
 j0, 11   3 
  Z u0 g  j22, 00 pu
 Vb BT   S g  0, 38  10  500  10
3

Zu0g
 
Impedância de Sequência Zero do Gerador do Cliente
X0 Reatância de Sequência Zero do Gerador do Clien te
Sg Potência Aparente Nominal do Gerador do Cliente

4.2.2 Análise do Caso I


Conforme definido no item 1) da seção anterior, o Caso I caracteriza-se por
possuir a fonte COELCE ativada e a fonte CLIENTE desativada; é a circunstância em que o

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


41

gerador particular não provoca nenhuma influencia sobre o sistema. O intuito aqui é visualizar
a magnitude das correntes de curto-circuito sem a interferência do gerador particular.

4.2.2.1 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-00


Esta é a seção em que são calculadas as magnitudes das correntes de curto-circuito
(trifásica e monofásica) na barra B-00 (Barra de Saída da SE COELCE) para o Caso I.

4.2.2.1.1 Cálculo do Curto-Circuito Trifásico


A figura abaixo representa o circuito equivalente de sequências para um curto-
circuito trifásico na barra B-00:

Figura 4.1 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta


3ϕ em B-00 (Caso I)
B-00(+)
Zus

1s 0º pu

Fonte: Ilustração própria.

1) Impedância Equivalente de Sequência Positiva


Zu(B-00) Impedância Equivalente de Sequência Positiva Vista da Barra B-00

Zu B00   Zus  Zu B00   0, 0163  j0, 4521 pu (12)

2) Curto-Circuito Trifásico
Icc3ϕ(B-00) Corrente de Curto- Circuito Tr ifásico na Barra B-00

I b MT  4.183, 6976
I cc3  B 00     I cc3  B 00   9, 248 kA (13)
Zu  B 00  0, 0163  j0, 4521

4.2.2.1.2 Cálculo do Curto-Circuito Monofásico


A partir da Figura 4.2, que representa o circuito equivalente de sequências para
um curto-circuito monofásico na barra B-00 (sinal negativo ao lado da impedância indica que
essa é uma impedância de sequência negativa), tem-se que:

1) Impedância Equivalente de Sequência Zero


Zu0(B-00) Impedância Equivalente de Sequência Zero Vista da Barra B-00

Zu0 B00   Zu0s  Zu0 B00   0, 0000  j0, 3647 pu (14)

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


42

2) Curto-Circuito Monofásico
Icc1ϕ(B-00) Corrente de Curto- Circuito Monofásico na Barra B-00

3  I b MT  3  4.183, 6976
I cc1  B 00   
2  Z u  B 00   Z u0 B 00  2   0, 0163  j0, 4521   0, 0000  j0, 3647 
(15)
I cc1  B 00   9, 888 kA

Figura 4.2 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta


1ϕ em B-00 (Caso I)
B-00(+)
Zus

1s 0º pu

B-00(-)
Zus(-)

B-00(0)
Zu0s

Fonte: Ilustração própria.

4.2.2.2 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-01


Esta é a seção em que são calculadas as magnitudes das correntes de curto-circuito
(trifásica e monofásica) na barra B-01 (Barra do Ponto de Entrega) para o Caso I.

4.2.2.2.1 Cálculo do Curto-Circuito Trifásico


A partir da Figura 4.3, que representa o circuito equivalente de sequências para
um curto-circuito trifásico na barra B-01, tem-se que:

1) Impedância Equivalente de Sequência Positiva


Zu(B-01) Impedância Equivalente de Sequência Positiva Vista da Barra B-01

Zu B01  Zu B00   Zuct1  Zuct 2  Zuct 3


Zu B01  0, 0163  j0, 4521  0, 1956  j0, 3543  0, 0611  j0, 0317   0, 0416  j0, 0131 (16)
Zu B 01  0, 3146  j0, 8512 pu

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


43

2) Curto-Circuito Trifásico
Icc3ϕ(B-01) Corrente de Curto- Circuito Tr ifásico na Barra B-01

I b MT  4.183, 6976
I cc3  B 01    I cc3  B 01  4, 610 kA (17)
Zu  B 01 0, 3146  j0, 8512

Figura 4.3 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta


3ϕ em B-01 (Caso I)
B-01(+)
Zu(B-00) Zuct1 Zuct2 Zuct3

1s 0º pu

Fonte: Ilustração própria.

4.2.2.2.2 Cálculo do Curto-Circuito Monofásico


A partir da Figura 4.4 (página 44), que representa o circuito equivalente de
sequências para um curto-circuito monofásico na barra B-01 (o sinal negativo ao lado da
impedância indica que essa é uma impedância de sequência negativa), tem-se que:

1) Impedância Equivalente de Sequência Zero


Zu0(B-01) Impedância Equivalente de Sequência Zero Vista da Barra B-01
Zu0 B01  Zu0 B00   Zu0ct1  Zu0ct 2  Zu0ct 3
Zu0 B01  0, 0000  j0, 3647   0, 3500  j1, 6909   0, 0733  j0, 1365   0, 0462  j0, 0531 (18)
Zu0 B 01  0, 4695  j2, 2452 pu

2) Curto-Circuito Monofásico
Icc1ϕ(B-01) Corrente de Curto-Circuito Monofásico na Barra B-01
3  I b MT  3  4.183, 6976
I cc1  B 01  
2  Z u  B 01  Z u0 B 01 2   0, 3146  j0, 8512    0, 4695  j2, 2452 
(19)
I cc1  B 01  3, 063 kA

4.2.2.3 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-02


Esta é a seção em que são calculadas as magnitudes das correntes de curto-circuito
(trifásica e monofásica) na barra B-02 (Barra de BT do Trafo da SE CLIENTE) para o Caso I.

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


44

Figura 4.4 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta


1ϕ em B-01 (Caso I)
B-01(+)
Zu(B-00) Zuct1 Zuct2 Zuct3

1s 0º pu

B-01(-)
Zu(B-00)(-) Zuct1(-) Zuct2(-) Zuct3(-)

B-01(0)
Zu0(B-00) Zu0ct1 Zu0ct2 Zu0ct3

Fonte: Ilustração própria.

4.2.2.3.1 Cálculo do Curto-Circuito Trifásico


A figura abaixo representa o circuito equivalente de sequências para um curto-
circuito trifásico na barra B-02:

Figura 4.5 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta


3ϕ em B-02 (Caso I)

B-02(+)
Zu(B-01) Zut

1s 0º pu

Fonte: Ilustração própria.

1) Impedância Equivalente de Sequência Positiva

Zu  B 02   Zu  B 01  Zut  0, 3146  j0, 8512    j16 , 67 


Zu(B-02) Impedância Equivalente de Sequência Positiva Vista da Barra B-02

(20)
Zu  B 02   0, 3146  j17 , 5212 pu

2) Curto-Circuito Trifásico
Icc3ϕ(B-02) Corrente de Curto- Circuito Tr ifásico na Barra B-02

I b BT  151.934, 2814
I cc3  B 02     I cc3  B 02   8, 670 kA (21)
Zu  B 02  0, 3146  j17 , 5212

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


45

4.2.2.3.2 Cálculo do Curto-Circuito Monofásico


A figura abaixo representa o circuito equivalente de sequências para um curto-
circuito monofásico na barra B-02. O sinal negativo ao lado da impedância indica que essa é
uma impedância de sequência negativa.

Figura 4.6 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta


1ϕ em B-02 (Caso I)
B-02(+)
Zu(B-01) Zut

1s 0º pu

B-02(-)
Zu(B-01)(-) Zut(-)

B-02(0)
Zu0(B-01) Zu0t

Fonte: Ilustração própria.

1) Impedância Equivalente de Sequência Zero


Zu0(B-02) Impedância Equivalente de Sequência Zero Vista da Barra B-02

Zu0 B 02  Zu0t  Zu0 B 02  j16 , 67 pu (22)

2) Curto-Circuito Monofásico
Icc1ϕ(B-02) Corrente de Curto- Circuito Monofásico na Barra B-02

3  I b BT  3  151.934, 2814
I cc1  B 02   
2  Z u  B 02   Z u0 B 02  2   0, 3146  j17 , 5212    j16 , 67  (23)
I cc1  B 02   8, 814 kA

4.2.2.4 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-03


Esta é a seção em que são determinadas as magnitudes das correntes de curto-
circuito (trifásica e monofásica) na barra B-03 (Barra de Sincronismo) para o Caso I.
A impedância intrínseca dos condutores com extensão de aproximadamente 2,0 m
entre as barras B-02 e B-03 pode ser desconsiderada para efeito de alteração das correntes de

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


46

falta em B-03. Assim sendo, as correntes de curto-circuito na barra B-03 são equivalentes às
correntes de falta presentes na Barra B-02:
Icc3ϕ(B-03) Corrente de Curto- Circuito Tr ifásico na Barra B-03

I cc3  B 03  8, 670 kA


(24)
I cc1  B 02   8, 814 kA
Icc1ϕ(B-03) Corrente de Curto- Circuito Monofásico na Barra B-03

4.2.2.5 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-04


Tendo em vista que no Caso I a fonte CLIENTE está desativada e não entra em
operação em hipótese alguma, não faz sentido calcular níveis de curto-circuito para a barra
B-04 (Barra do Gerador).

4.2.2.6 Resumo dos Níveis de Curto-Circuito para o Caso I


Segue abaixo a Tabela 4.1 com o resumo dos níveis de corrente de falta
calculados nesta seção; é importante observar como a tabela abaixo é idêntica à Tabela AP.9
presente no Apêndice A.

Tabela 4.1 – Resumo dos Níveis de Falta - Caso I - Manual


Tipo de Falta
Barra
Trifásica (kA) Monofásica (kA)
B-00 - Barra de Saída da SE COELCE 9,248 9,888
B-01 - Barra do Ponto de Entrega 4,610 3,063
B-02 - Barra do Secundário do Trafo da SE CLIENTE 8,670 8,814
B-03 - Barra de Sincronismo 8,670 8,814
B-04 - Barra do Gerador - -
Fonte: Tabela própria.

4.2.3 Análise do Caso II


Conforme definido no item 1) da seção 4.2.1, o Caso II caracteriza-se por possuir
a fonte COELCE desativada e a fonte CLIENTE ativada; é a circunstância em que a
concessionária de energia não provoca nenhuma influencia sobre o sistema. O intuito aqui é
visualizar a magnitude das correntes de curto-circuito sem a influência da rede pública de
energia elétrica.

4.2.3.1 Níveis de Curto-Circuito nas Barras B-00, B-01 e B-02


Tendo em vista que no Caso II a fonte COELCE está desativada e não influencia a
instalação do cliente em hipótese alguma, não faz sentido calcular níveis de curto-circuito

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


47

para as barras B-00 (Barra de Saída da SE COELCE), B-01 (Barra do Ponto de Entrega) nem
B-02 (Barra de BT do Trafo da SE CLIENTE).

4.2.3.2 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-03


Esta é a seção em que são calculadas as magnitudes das correntes de curto-circuito
(trifásica e monofásica) na barra B-03 (Barra de BT do Trafo da SE CLIENTE) para o Caso
II.

4.2.3.2.1 Cálculo do Curto-Circuito Trifásico


A figura abaixo representa o circuito equivalente de sequências para um curto-
circuito trifásico na barra B-03:

Figura 4.7 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta


3ϕ em B-03 (Caso II)
B-03(+)
Zug

1s 0º pu

Fonte: Ilustração própria.

1) Impedância Equivalente de Sequência Positiva


Zu(B-03) Impedância Equivalente de Sequência Positiva Vista da Barra B-03

Zu B 03  Zug  Zu B 03  j28, 00 pu (25)

2) Curto-Circuito Trifásico
I b BT  151.934, 2814
I cc3  B 03    I cc3  B 03  5, 426 kA (26)
Zu  B 03 j28, 000

4.2.3.2.2 Cálculo do Curto-Circuito Monofásico


A partir da Figura 4.8, que representa o circuito equivalente de sequências para
um curto-circuito monofásico na barra B-03 (o sinal negativo ao lado da impedância indica
que essa é uma impedância de sequência negativa), tem-se que:

1) Impedância Equivalente de Sequência Zero


Zu0(B-03) Impedância Equivalente de Sequência Zero Vista da Barra B-03

Zu0 B03  Zu0 g  Zu0 B 03  j22, 00 pu (27)

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


48

2) Curto-Circuito Monofásico
3  I b BT  3  151.934, 2814
I cc1  B 03  
2  Z u  B 03  Z u0 B 03 2   j28, 00    j22, 00 
(28)
I cc1  B 03  5, 844 kA

Figura 4.8 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta


1ϕ em B-03 (Caso II)
B-03(+)
Zug

1s 0º pu

B-03(-)
Zug(-)

B-03(0)
Zu0g

Fonte: Ilustração própria.

4.2.3.3 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-04


Esta é a seção em que são determinadas as magnitudes das correntes de curto-
circuito (trifásica e monofásica) na barra B-04 (Barra do Gerador) para o Caso II.
A impedância intrínseca dos condutores com extensão de aproximadamente 4,0 m
entre as barras B-03 e B-04 pode ser desconsiderada para efeito de alteração das correntes de
falta na B-04. Assim sendo, as correntes de curto-circuito na barra B-04 são equivalentes às
correntes de falta presentes na Barra B-03:
Icc3ϕ(B-04) Corrente de Curto- Circuito Tr ifásico na Barra B-04

I cc3  B 04   5, 426 kA


(29)
I cc1  B 04   5, 844 kA
Icc1ϕ(B-04) Corrente de Curto- Circuito Monofásico na Barra B-04

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


49

4.2.3.4 Resumo dos Níveis de Curto-Circuito para o Caso II


Segue abaixo a Tabela 4.2 com o resumo dos níveis de corrente de falta
calculados nesta seção; é importante observar como a tabela abaixo é idêntica à Tabela AP.10
presente no Apêndice A.

Tabela 4.2 – Resumo dos Níveis de Falta - Caso II - Manual


Tipo de Falta
Barra
Trifásica (kA) Monofásica (kA)
B-00 - Barra de Saída da SE COELCE - -
B-01 - Barra do Ponto de Entrega - -
B-02 - Barra do Secundário do Trafo da SE CLIENTE - -
B-03 - Barra de Sincronismo 5,426 5,844
B-04 - Barra do Gerador 5,426 5,844
Fonte: Tabela própria.

4.2.4 Análise do Caso III


Conforme definido no item 1) da seção 4.2.1, o Caso III caracteriza-se por possuir
a fonte COELCE ativada e a fonte CLIENTE também ativada; é a circunstância em que as
fontes incidem ao mesmo tempo sobre a instalação do cliente, em paralelo, e o momento em
que, pelo princípio da superposição, ocorrem os maiores níveis de curto-circuito. O intuito
aqui é visualizar a magnitude das correntes de curto-circuito com a operação conjunta das
duas fontes (COELCE e CLIENTE).

4.2.4.1 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-00


Esta é a seção em que são determinadas as magnitudes das correntes de curto-
circuito (trifásica e monofásica) na barra B-00 (Barra de Saída da SE COELCE) para o Caso
III.

4.2.4.1.1 Cálculo do Curto-Circuito Trifásico


A partir da Figura 4.9, que representa o circuito equivalente de sequências para
um curto-circuito trifásico na barra B-00, tem-se que:

1) Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Montante da Barra de Falta


Zu(B-00)-M Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Mo ntante da Barra B-00

Zu B 00 M  Zus  Zu B00 M  0, 0163  j0, 4521 pu (30)

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


50

Figura 4.9 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ


em B-00 (Caso III)
B-00(+) B-01(+) B-02(+)
Zus Zuct1 Zuct2 Zuct3 Zut Zug

1s 0º pu

Fonte: Ilustração própria.

2) Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Jusante da Barra de Falta


Zu(B-00)-J Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Jusan te da Barra B-00

Zu B00  J  Zuct1  Zuct 2  Zuct 3  Zut  Zug


Zu B00  J  0, 1956  j0, 3543  0, 0611  j0, 0317   0, 0416  j0, 0131   j16 , 67    j28, 00  (31)
Zu B00  J  0, 2983  j45, 0691 pu

3) Impedância Equivalente de Sequência Positiva Vista da Barra de Falta


Zu  B 00   Zu  B 00  M / / Zu  B 00  J  0, 0163  j0, 4521 / / 0, 2983  j45, 0691
(32)
Zu  B 00   0, 0160  j0, 4476 pu

4) Curto-Circuito Trifásico
I b MT  4.183, 6976
I cc3  B 00     I cc3  B 00   9, 341 kA (33)
Zu  B 00  0, 0160  j0, 4476

5) Contribuição da Fonte COELCE para a Falta


Icc3ϕ(B-00)/COELCE Contrib uição da Fo nte COEL CE para a Falta Trifásica na Barra B-00

Z u  B 00  J
I cc3  B 00  / COELCE   I cc3  B 00 
Zu  B 00  M  Zu  B 00  J

I cc3  B 00  / COELCE 


0, 2983  j45, 0691   9, 341
(34)
0, 0163  j0, 4521  0, 2983  j45, 0691
I cc3  B 00  / COELCE  9, 248 kA

6) Contribuição da Fonte CLIENTE para a Falta


Icc3ϕ(B-00)/CLIENTE Contrib uição da Fo nte CLIENTE para a Falta Trifásica na Barra B-00

Z u  B 00  M
I cc3  B 00  / CLIENTE   I cc3  B 00 
Z u  B 00  M  Z u  B 00  J

I cc3  B 00  / CLIENTE 


0, 0163  j0, 4521   9, 341
(35)
0, 0163  j0, 4521  0, 2983  j45, 0691
I cc3  B 00  / CLIENTE  0, 093 kA

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


51

4.2.4.1.2 Cálculo do Curto-Circuito Monofásico


A figura abaixo representa o circuito equivalente de sequências para um curto-
circuito monofásico na barra B-00. O sinal negativo ao lado da impedância indica que essa é
uma impedância de sequência negativa.

Figura 4.10 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta


1ϕ em B-00 (Caso III)
B-01(+) B-02(+)
Zus Zuct1 Zuct2 Zuct3 Zut Zug

B-00(+)
1s 0º pu

B-01(-) B-02(-)
Zus(-) Zuct1(-) Zuct2(-) Zuct3(-) Zut(-) Zug(-)

B-00(-)

B-01(0) B-02(0)
Zu0s Zu0ct1 Zu0ct2 Zu0ct3 Zu0t Zu0g

B-00(0)

Fonte: Ilustração própria.

1) Impedância Equivalente de Sequência Zero a Montante da Barra de Falta


Zu0(B-00)-M Impedância Equivalente de Sequência Zero a Montante da Barra B-00

Zu0 B00  M  Zu0s  Zu0 B00  M  j0, 3647 pu (36)

2) Impedância Equivalente de Sequência Zero a Jusante da Barra de Falta


Zu0(B-00)-J Impedância Equivalente de Sequência Zero a Jusante da Barra B-00

Zu0 B 00  J  Zu0ct1  Zu0ct 2  Zu0ct 3    Zu0 B 00  J   (37)

3) Impedância Equivalente de Sequência Zero Vista da Barra de Falta


Zu0 B 00   Zu0 B 00  M / / Zu0 B 00  J   j0, 3647  / /   
(38)
Zu0 B 00   j0, 3647 pu

4) Curto-Circuito Monofásico
3  I b MT  3  4.183, 6976
I cc1  B 00   
2  Z u  B 00   Z u0 B 00  2   0, 0161  j0, 4476    j0, 3647 
(39)
I cc1  B 00   9, 959 kA

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


52

5) Contribuição da Fonte COELCE para a Falta


Icc1ϕ(B-00)/COELCE Contrib uição da Fo nte COEL CE para a Falta M onofásica na Barra B-00

 Zu  B 00  J I cc1  B 00    Zu0 B 00  J I cc1  B 00  


I cc1  B 00 / COELCE  2     . 
 Zu  B 00  M  Zu  B 00  J 3   Zu0 B 00 M  Zu0 B 00  J 3 
   

I cc1  B 00  / COELCE  2  
0, 2983  j45, 0691 
 9, 959      
 9, 959   (40)
  
  0, 0163  j0, 4521   0, 2983  j45, 0691 3    j0, 3647      3 

I cc1  B 00  / COELCE  9, 893 kA

6) Contribuição da Fonte CLIENTE para a Falta


Icc1ϕ(B-00)/CLIENTE Contrib uição da Fo nte CLIENTE para a Falta Monofásica na Barra B-00

 Zu  B 00  M I cc1  B 00    Zu0 B 00 M I cc1  B 00  


I cc1  B 00  / CLIENTE  2     . 
 Zu  B 00  M  Zu  B 00  J 3   Zu0 B 00  M  Zu0 B 00  J 3 
   


I cc1  B 00  / CLIENTE  2  
0, 0163  j0, 4521 
 9, 959      j0, 3647    9, 959   (41)
  
  0, 0163  j0, 4521   0, 2983  j45, 0691 3    j0, 3647      3 

I cc1  B 00 / CLIENTE  0, 066 kA

4.2.4.2 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-01


Esta é a seção em que são determinadas as magnitudes das correntes de curto-
circuito (trifásica e monofásica) na barra B-01 (Barra do Ponto de Entrega) para o Caso III.

4.2.4.2.1 Cálculo do Curto-Circuito Trifásico


A figura abaixo representa o circuito equivalente de sequências para um curto-
circuito trifásico na barra B-01:

Figura 4.11 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta


3ϕ em B-01 (Caso III)
B-00(+) B-01(+) B-02(+)
Zus Zuct1 Zuct2 Zuct3 Zut Zug

1s 0º pu

Fonte: Ilustração própria.

1) Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Montante da Barra de Falta


Zu(B-01)-M Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Mo ntante da Barra B-01

Zu B01M  Zus  Zuct1  Zuct 2  Zuct 3


Zu B01M  0, 0163  j0, 4521  0, 1956  j0, 3543  0, 0611  j0, 0317   0, 0416  j0, 0131 (42)
Zu B01M  0, 3146  j0, 8512 pu

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


53

2) Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Jusante da Barra de Falta

Zu  B 01 J  Zut  Zug   j16 , 67    j28, 00 


Zu(B-01)-J Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Jusan te da Barra B-01

(43)
Zu  B 01 J  j44, 67 pu

3) Impedância Equivalente de Sequência Positiva Vista da Barra de Falta


Zu  B 01  Zu  B 01 M / / Zu  B 01 J  0, 3146  j0, 8512  / /  j44, 67 
(44)
Zu  B 01  0, 3029  j0, 8374 pu

4) Curto-Circuito Trifásico
I b MT  4.183, 6976
I cc3  B 01    I cc3  B 01  4, 698 kA (45)
Zu  B 01 0, 3029  j0, 8374

5) Contribuição da Fonte COELCE para a Falta


Icc3ϕ(B-01)/COELCE Contrib uição da Fo nte COEL CE para a Falta Trifásica na Barra B-01

Z u  B 01 J
I cc3  B 01 / COELCE   I cc3  B 01
Z u  B 01 M  Zu  B 01 J

I cc3  B 01 / COELCE 


 j44, 67    4, 698 
(46)
0, 3146  j0, 8512    j44, 67 
I cc3  B 01 / COELCE  4, 610 kA

6) Contribuição da Fonte CLIENTE para a Falta


Icc3ϕ(B-01)/CLIENTE Contrib uição da Fo nte CLIENTE para a Falta Trifásica na Barra B-01

Z u  B 01 M
I cc3  B 01 / CLIENTE   I cc3  B 01
Z u  B 01 M  Zu  B 01 J

I cc3  B 01 / CLIENTE 


0, 3146  j0, 8512    4, 698 
(47)
0, 3146  j0, 8512    j44, 67 
I cc3  B 01 / CLIENTE  0, 094 kA

4.2.4.2.2 Cálculo do Curto-Circuito Monofásico


A figura abaixo representa o circuito equivalente de sequências para um curto-
circuito monofásico na barra B-01. O sinal negativo ao lado da impedância indica que essa é
uma impedância de sequência negativa.

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


54

Figura 4.12 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta


1ϕ em B-01 (Caso III)
B-00(+) B-02(+)
Zus Zuct1 Zuct2 Zuct3 Zut Zug

B-01(+)
1s 0º pu

B-00(-) B-02(-)
Zus(-) Zuct1(-) Zuct2(-) Zuct3(-) Zut(-) Zug(-)

B-01(-)

B-00(0) B-02(0)
Zu0s Zu0ct1 Zu0ct2 Zu0ct3 Zu0t Zu0g

B-01(0)

Fonte: Ilustração própria.

1) Impedância Equivalente de Sequência Zero a Montante da Barra de Falta


Zu0(B-01)-M Impedância Equivalente de Sequência Zero a Montante da Barra B-01

Zu0 B01M  Zu0 s  Zu0ct1  Zu0ct 2  Zu0ct 3


Zu0 B01M  0, 0000  j0, 3647   0, 3500  j1, 6909    0, 0733  j0, 1365    0, 0462  j0, 0531 (48)
Zu0 B01M  0, 4695  j2, 2452 pu

2) Impedância Equivalente de Sequência Zero a Jusante da Barra de Falta


Zu0(B-01)-J Impedância Equivalente de Sequência Zero a Jusante da Barra B-01

Zu0 B 01 J   (49)

3) Impedância Equivalente de Sequência Zero Vista da Barra de Falta


Zu0 B 01  Zu0 B 01M / / Zu0 B 01 J   0, 4695  j2, 2452  / /   
(50)
Zu0 B 01  0, 4695  j2, 2452 pu

4) Curto-Circuito Monofásico
3  I b MT  3  4.183, 6976
I cc1  B 01  
2  Z u  B 01  Z u0 B 01 2   0, 3029  j0, 8374    0, 4695  j2, 2452 
(51)
I cc1  B 01  3, 088 kA

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


55

5) Contribuição da Fonte COELCE para a Falta


Icc1ϕ(B-01)/COELCE Contrib uição da Fo nte COEL CE para a Falta M onofásica na Barra B-01

 Zu B 01 J I cc1  B 01   Zu0 B 01 J I cc1  B 01 


I cc1  B 01/ COELCE  2     . 
 Zu B 01 M  Zu  B 01 J 3   Zu0 B 01 M  Zu0 B 01 J 3 
   

I cc1  B 01 / COELCE  2  
 j44, 67  
 3, 088      
 3, 088   (52)
  
  0, 3146  j0, 8512    j44, 67  3   0, 4695  j2, 2452      3 

I cc1  B 00  / COELCE  3, 049 kA

6) Contribuição da Fonte CLIENTE para a Falta


Icc1ϕ(B-01)/CLIENTE Contrib uição da Fo nte CLIENTE para a Falta Monofásica na Barra B-01

 Zu  B 01 M I cc1  B 01   Zu0 B 01 M I cc1  B 01 


I cc1  B 01 / CLIENTE  2     . 
 Zu  B 01 M  Zu  B 01 J 3   Zu0 B 01M  Zu0  B 01 J 3 
   

I cc1  B 01 / CLIENTE  2  
0, 3146  j0, 8512  
 3, 088     0, 4695  j2, 2452    3, 088   (53)
  
  0, 3146  j0, 8512    j44, 67  3   0, 4695  j2, 2452      3 

I cc1  B 01 / CLIENTE  0, 041 kA

4.2.4.3 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-02


Esta é a seção em que são determinadas as magnitudes das correntes de curto-
circuito (trifásica e monofásica) na barra B-02 (Barra de BT do Trafo da SE CLIENTE) para
o Caso III.

4.2.4.3.1 Cálculo do Curto-Circuito Trifásico


A partir da Figura 4.13, que representa o circuito equivalente de sequências para
um curto-circuito trifásico na barra B-02, tem-se que:

1) Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Montante da Barra de Falta


Zu(B-02)-M Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Mo ntante da Barra B-02

Zu B02M  Zus  Zuct1  Zuct 2  Zuct 3  Zut


Zu B02M  0, 0163  j0, 4521  0, 1956  j0, 3543  0, 0611  j0, 0317   0, 0416  j0, 0131   j16 , 67  (54)
Zu B02M  0, 3146  j17, 5212 pu

2) Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Jusante da Barra de Falta


Zu(B-02)-J Impedância Equivalente de Sequência Positiva a Jusan te da Barra B-02

Zu B 02 J  Zug  Zu B 02  J  j28, 00 pu (55)

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


56

Figura 4.13 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta


3ϕ em B-02 (Caso III)
B-00(+) B-01(+) B-02(+)
Zus Zuct1 Zuct2 Zuct3 Zut Zug

1s 0º pu

Fonte: Ilustração própria.

3) Impedância Equivalente de Sequência Positiva Vista da Barra de Falta


Zu  B 02   Zu  B 02  M / / Zu  B 02  J  0, 3146  j17 , 5212  / /  j28, 00 
(56)
Zu  B 02   0, 1190  j10,7781 pu

4) Curto-Circuito Trifásico
I b BT  151.934, 2814
I cc3  B 02     I cc3  B 02   14, 096 kA (57)
Zu B 02  0, 1190  j10,7781

5) Contribuição da Fonte COELCE para a Falta


Icc3ϕ(B-02)/COELCE Contrib uição da Fo nte COEL CE para a Falta Trifásica na Barra B-02

Z u  B 02  J
I cc3  B 02  / COELCE   I cc3  B 02 
Z u  B 02  M  Zu  B 02  J

I cc3  B 02  / COELCE 


 j28, 00    14, 096 
(58)
0, 3146  j17 , 5212    j28, 00 
I cc3  B 02  / COELCE  8, 670 kA

6) Contribuição da Fonte CLIENTE para a Falta


Icc3ϕ(B-02)/CLIENTE Contrib uição da Fo nte CLIENTE para a Falta Trifásica na Barra B-02

Z u  B 02  M
I cc3  B 02  / CLIENTE   I cc3  B 02 
Z u  B 02  M  Zu  B 02  J

I cc3  B 02  / CLIENTE 


0, 3146  j17 , 5212    14, 096 
(59)
0, 3146  j17 , 5212    j28, 00 
I cc3  B 02  / CLIENTE  5, 426 kA

4.2.4.3.2 Cálculo do Curto-Circuito Monofásico


A partir da Figura 4.14, que representa o circuito equivalente de sequências para
um curto-circuito monofásico na barra B-02 (o sinal negativo ao lado da impedância indica
que essa é uma impedância de sequência negativa), tem-se que:

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


57

Figura 4.14 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta


1ϕ em B-02 (Caso III)
B-00(+) B-01(+)
Zus Zuct1 Zuct2 Zuct3 Zut Zug

B-02(+)
1s 0º pu

B-00(-) B-01(-)
Zus(-) Zuct1(-) Zuct2(-) Zuct3(-) Zut(-) Zug(-)

B-02(-)

B-00(0) B-01(0)
Zu0s Zu0ct1 Zu0ct2 Zu0ct3 Zu0t Zu0g

B-02(0)

Fonte: Ilustração própria.

1) Impedância Equivalente de Sequência Zero a Montante da Barra de Falta


Zu0(B-02)-M Impedância Equivalente de Sequência Zero a Montante da Barra B-02

Zu0 B02M  Zu0t  Zu0 B02M  16 , 67 pu (60)

2) Impedância Equivalente de Sequência Zero a Jusante da Barra de Falta


Zu0(B-02)-J Impedância Equivalente de Sequência Zero a Jusante da Barra B-02

Zu0 B02 J  Zu0 g  Zu0 B 02 J  j22, 00 pu (61)

3) Impedância Equivalente de Sequência Zero Vista da Barra de Falta


Zu0 B 02   Zu0 B 02 M / / Zu0 B 02  J   j16 , 67  / /  j22, 00 
(62)
Zu0 B 02   j9, 4838 pu

4) Curto-Circuito Monofásico
3  I b BT  3  151.934, 2814
I cc1  B 02   
2  Z u  B 02   Z u0 B 02  2   0, 1190  j10,7781   j9, 4838 
(63)
I cc1  B 02   14, 684 kA

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


58

5) Contribuição da Fonte COELCE para a Falta


Icc1ϕ(B-02)/COELCE Contrib uição da Fo nte COEL CE para a Falta M onofásica na Barra B-02

 Zu  B 02  J I cc1  B 02    Zu0 B 02  J I cc1  B 02  


I cc1  B 02  / COELCE  2    
 Zu B 02  M  Zu  B 02  J 3   Zu0 B 02  M  Zu0 B 02  J 3 
   

I cc1  B 02 / COELCE  2  
 j28, 00  
14, 684      j22, 00  
14, 684   (64)
  
  0, 3146  j17 , 5212    j28, 00  3    j16 , 67    j22, 00  3 
I cc1  B 02  /COELCE  8, 806 kA

6) Contribuição da Fonte CLIENTE para a Falta


Icc1ϕ(B-02)/CLIENTE Contrib uição da Fo nte CLIENTE para a Falta Monofásica na Barra B-02

 Zu B 02 M I cc1  B 02    Zu0 B 02 M I cc1  B 02  


I cc1  B 02/ CLIENTE  2    
 Zu B 02 M  Zu  B 02  J 3   Zu0 B 02  M  Zu0 B 02  J 3 
   


I cc1  B 02 / CLIENTE  2  
0, 3146  j17, 5212  
14, 684      j16 , 67  
14, 684   (65)
  
  0, 3146  j17 , 5212    j28, 00  3    j16 , 67    j22, 00  3 

I cc1  B 02  /CLIENTE  5, 878 kA

4.2.4.4 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-03


Esta é a seção em que são determinadas as magnitudes das correntes de curto-
circuito (trifásica e monofásica) na barra B-03 (Barra de Sincronismo) para o Caso III.
A impedância intrínseca dos condutores com extensão de aproximadamente 2,0 m
entre as barras B-02 e B-03 pode ser desconsiderada para efeito de alteração das correntes de
falta na B-03. Assim sendo, as correntes de curto-circuito na barra B-03 são equivalentes às
correntes de falta presentes na Barra B-02:
Icc3ϕ(B-03)/COELCE Contrib uição da Fo nte COEL CE para a Falta Trifásica na Barra B-03
Icc3ϕ(B-03)/CLIENTE Contrib uição da Fo nte CLIENTE para a Falta Trifásica na Barra B-03

I cc3  B 03  14, 096 kA

I cc3  B 03/ COELCE  8, 670 kA (66)


I cc3  B 03/ CLIENTE  5, 426 kA

Icc1ϕ(B-03)/COELCE Contrib uição da Fo nte COEL CE para a Falta M onofásica na Barra B-03
Icc1ϕ(B-03)/CLIENTE Contrib uição da Fo nte CLIENTE para a Falta Monofásica na Barra B-03

I cc1  B 03  14, 684 kA

I cc1  B 03/ COELCE  8, 806 kA (67)


I cc1  B 03/ CLIENTE  5, 878 kA

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


59

4.2.4.5 Níveis de Curto-Circuito na Barra B-04


Esta é a seção em que são determinadas as magnitudes das correntes de curto-
circuito (trifásica e monofásica) na barra B-04 (Barra do Gerador) para o Caso III.
A impedância intrínseca dos condutores com extensão de aproximadamente 4,0 m
entre as barras B-03 e B-04 pode ser desconsiderada para efeito de alteração das correntes de
falta na B-04. Assim sendo, as correntes de curto-circuito na barra B-04 são equivalentes às
correntes de falta presentes na Barra B-03:
Icc3ϕ(B-04)/COELCE Contrib uição da Fo nte COEL CE para a Falta Trifásica na Barra B-04
Icc3ϕ(B-04)/CLIENTE Contrib uição da Fo nte CLIENTE para a Falta Trifásica na Barra B-04

I cc3  B 04   14, 096 kA

I cc3  B 04 / COELCE  8, 670 kA (68)


I cc3  B 04 / CLIENTE  5, 426 kA

Icc1ϕ(B-04)/COELCE Contrib uição da Fo nte COEL CE para a Falta M onofásica na Barra B-04
Icc1ϕ(B-04)/CLIENTE Contrib uição da Fo nte CLIENTE para a Falta Monofásica na Barra B-04

I cc1  B 04   14, 684 kA

I cc1  B 04 / COELCE  8, 806 kA (69)


I cc1  B 04 / CLIENTE  5, 878 kA

4.2.4.6 Resumo dos Níveis de Curto-Circuito para o Caso III


Segue abaixo a Tabela 4.3 com o resumo dos níveis de corrente de falta
calculados nesta seção; é importante observar como a tabela abaixo é idêntica à Tabela AP.11
presente no Apêndice A.

Tabela 4.3 – Resumo dos Níveis de Falta - Caso III - Manual


Tipo de Falta
Trifásica (kA) Monofásica (kA)
Barra
Contribuição Contribuição Contribuição Contribuição
Total Total
COELCE CLIENTE COELCE CLIENTE
B-00 - Barra de Saída da SE COELCE 9,248 0,093 9,341 9,893 0,066 9,959
B-01 - Barra do Ponto de Entrega 4,610 0,094 4,698 3,049 0,041 3,088
B-02 - Barra de BT do Trafo da SE CLIENTE 8,670 5,426 14,096 8,806 5,878 14,684
B-03 - Barra de Sincronismo 8,670 5,426 14,096 8,806 5,878 14,684
B-04 - Barra do Gerador 8,670 5,426 14,096 8,806 5,878 14,684
Fonte: Tabela própria.

Como era de se esperar, pelo princípio da superposição, as correntes de curto-


circuito para o Caso III superam as correntes de falta para os casos I e II; a comparação entre
as tabelas que resumem os níveis de falta para cada caso (Tabela 4.1, Tabela 4.2 e Tabela 4.3)
prova essa afirmação feita no início do tópico 4.2.4.

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


60

4.3 Estudo da Proteção do Sistema


De posse dos níveis de falta presentes no sistema em estudo, o próximo passo é
verificar o comportamento dos dispositivos de proteção diante dessas possíveis falhas no
sistema.
A partir da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que o sistema
em estudo possui três dispositivos de proteção bem definidos: Relé COELCE, Fusível
Derivação e Relé CLIENTE. É muito provável que desde a SE COELCE até o ponto de
ligação (a definição de ponto de ligação pode ser verificada em [14]) da planta industrial haja,
por parte da concessionária, outros dispositivos de proteção ligados à rede, no entanto, para
projetos de geração em rampa, hoje, somente esses três elementos de proteção necessitam ser
verificados; é possível que essa realidade mude em futuro não muito distante [1].
Outra característica importante da análise aqui efetuada é no que diz respeito às
funções de atuação dos relés de proteção: para a COELCE, em projetos de geração em rampa,
todas as funções ANSI de proteção definidas em [3] precisam ser configuradas e apresentadas
no projeto, no entanto, somente as funções 50/51 (sobrecorrente temporizada de fase e
sobrecorrente instantânea de fase) e 50N/51N (sobrecorrente temporizada de neutro e
sobrecorrente instantânea de neutro) precisam ser, além de apresentadas, calculadas e
detalhadas. Tendo isso em vista, a análise deste tópico restringe-se às atuações pelas funções
de proteção 50/51 e 50N/51N dos relés; para mais detalhes sobre as funções ANSI, ver o
Anexo A.
Além do supracitado, ainda há outro ponto importante na análise feita neste
tópico: seria mais completo avaliar a atuação dos dispositivos de proteção para os três casos
estudados no item 4.2, no entanto, tendo em vista que o Caso III é a situação mais delicada
para o sistema elétrico quando comparado com os demais, é suficiente verificar a atuação dos
equipamentos de proteção somente para esse caso, momento em que ambas as fontes
(COELCE e CLIENTE) atuam sobre a planta industrial [1].
Os preceitos da coordenação e da seletividade dos sistemas de proteção devem ser
respeitados e, quando isso não for possível, deve-se esclarecer ao analista de projetos da
concessionária o porquê dessa impossibilidade e determinar, dentre as infinitas soluções,
aquela que seja a mais eficaz possível; é por esse motivo que muitos profissionais da área
dizem que a proteção de sistemas elétricos chega a ser mais que uma simples tarefa da
Engenharia Elétrica, chega a ser uma arte, na qual o Engenheiro manipula os parâmetros de
tal forma a deixar o sistema de proteção o mais seletivo e coordenado possível.

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


61

4.3.1 Faltas e Unidades de Atuação dos Relés


Antes de iniciar as análises propostas neste tópico, vale salientar um ponto de
extrema importância e muito mal compreendido pela grande maioria dos projetistas: quem
sensibiliza a unidade de fase dos relés são as componentes de sequência positiva, negativa e
zero da corrente de falta em análise, pois elas compõem a corrente que circula na(s) fase(s) do
sistema, já quem sensibiliza a unidade de neutro dos relés é somente a componente de
sequência zero da corrente de falta em análise, pois ela compõe a corrente que circula pelo
neutro do sistema; assim sendo, mesmo havendo um curto-circuito monofásico em uma barra
qualquer, existe a possibilidade de a unidade de fase do relé atuar e a de neutro não, haja vista
haver componentes de sequência positiva e negativa circulando pelo ponto no qual está
instalado o relé e componente de sequência zero nula para esse mesmo ponto. Para mais
detalhes quanto às componentes de sequência e sistemas de proteção, sugere-se ver [13] e
[15].

4.3.2 Análise para Faltas em B-00


Esta é a seção em que são verificados os tempos de atuação dos dispositivos de
proteção para faltas na barra B-00 (Barra de Saída da SE COELCE).

4.3.2.1 Falta Trifásica


Os níveis de curto-circuito trifásico na barra B-00 para o Caso III podem ser
verificados na Tabela 4.3 e são aqui reproduzidos a fim de facilitar a visualização por parte do
leitor:

I cc3  B 00   9, 341 kA

I cc3  B 00 / COELCE  9, 248 kA (70)


I cc3  B 00 / CLIENTE  0, 093 kA

4.3.2.1.1 Atuação do Relé COELCE


Analisando a Figura 4.9 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em B-
00 (Caso III) e detectando em que ponto do circuito está instalado o Relé COELCE, visto
através da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta trifásica
em B-00, o Relé COELCE é sensibilizado pela corrente de contribuição da fonte COELCE:
ISensibilização Corrente de Sensib ilização do Dis positivo de Proteção

I Sensibilização  I cc3  B00 /COELCE  I Sensibilização  9, 248 kA (71)

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


62

Assim sendo, consultando a Tabela AP.3 – Ordem de Ajuste da Proteção do Relé


COELCE, é fácil ver que para esse nível de corrente o relé tende a atuar pela função de
sobrecorrente instantânea de fase (50). Através dos parâmetros contidos na respectiva tabela,
chega-se ao tempo de atuação do relé:
tRelé COE LCE (50) Tempo de Atuação do Relé COEL CE (Função 50)

tRelé COELCE  50   100 ms (72)

4.3.2.1.2 Atuação do Fusível Derivação


Analisando a Figura 4.9 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em B-
00 (Caso III) e detectando em que ponto do circuito está instalado o Fusível Derivação, visto
através da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta trifásica
em B-00, o elo fusível é sensibilizado pela corrente de contribuição da fonte CLIENTE:

I Sensibilização  I cc3  B00 /CLIENTE  I Sensibilização  0, 093 kA (73)

Assim sendo, para esse nível de corrente, segundo [16], têm-se os seguintes
limites de tempo para a atuação do elo fusível:
tFusível (mín) Tempo Mínimo de Atuação do Fusível Derivação

t Fusível  mín   1.300 ms


(74)
t Fusível  máx   1.600 ms
tFusível (máx) Tempo Máximo de Atuação do Fus ível Derivação

Considerando o pior caso, tem-se que:


tFusível Tempo de Atuação do Fusível Derivação

tFusível  1.600 ms (75)

4.3.2.1.3 Atuação do Relé CLIENTE


Analisando a Figura 4.9 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em B-
00 (Caso III) e detectando em que ponto do circuito está instalado o Relé CLIENTE, visto
através da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta trifásica
em B-00, o Relé CLIENTE é sensibilizado pela corrente de contribuição da fonte CLIENTE:
I Sensibilização  I cc3  B00 /CLIENTE  I Sensibilização  0, 093 kA (76)

Assim sendo, consultando a Tabela AP.8 – Ordem de Ajuste da Proteção do Relé


CLIENTE, é fácil ver que para esse nível de corrente o relé tende a atuar pela função de
sobrecorrente temporizada de fase (51). Através dos parâmetros contidos na respectiva tabela,
chega-se ao tempo de atuação do relé:

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


63

1) Cálculo do Múltiplo de Corrente do Relé

0, 093  10   M
MF Múltiplo de Corrente de Fase do Relé

3
I Sensibilização
MF    3, 10 (77)
I Pickup Fase  30  F

IPickup(Fase) Corrente de Pickup de Fase do Relé

2) Cálculo do Tempo de Atuação

13,5   0,067   t
tRelé CLIE NTE (51) Tempo de Atuação do Relé CLIENTE (Função 51)
k Constan te para Determinação do Tempo de Atuação do Relé

k  dt
tRelé CLIENTE  51   Relé CLIENTE  51
 431 ms (78)
M F  1  3,10   1
1

dt Dial de Tempo de Fase do Relé


α Constan te para Determinação do Tempo de Atuação do Relé

A determinação das constantes k e α depende do tipo de temporização adotada e pode


ser vista em [17].

4.3.2.1.4 Sequência de Operação


De acordo com os itens anteriores, tem-se a seguinte sequência de operação dos
dispositivos de proteção para uma falta trifásica em B-00 nas condições do Caso III:

Tabela 4.4 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-00 - Manual


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé COELCE 9,248 100 50
2º Relé CLIENTE 0,093 431 51
3º Fusível Derivação 0,093 1.600 -
Fonte: Tabela própria.

É importante observar que a tabela acima é idêntica à Tabela AP.12 presente no


Apêndice A.

4.3.2.2 Falta Monofásica


Os níveis de curto-circuito monofásico na barra B-00 para o Caso III podem ser
verificados na Tabela 4.3 e são aqui reproduzidos a fim de facilitar a visualização por parte do
leitor:
I cc1  B 00   9, 959 kA

I cc1  B 00  / COELCE  9, 893 kA (79)


I cc1  B 00 / CLIENTE  0, 066 kA

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


64

4.3.2.2.1 Atuação do Relé COELCE


Analisando a Figura 4.10 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em
B-00 (Caso III) e detectando em que ponto do circuito está instalado o Relé COELCE, visto
através da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta
monofásica em B-00, o Relé COELCE é sensibilizado tanto pela corrente de contribuição da
fonte COELCE, conforme pode ser visualizado pelos circuitos de sequência positiva, negativa
e zero, quanto pela corrente total de curto-circuito na barra em questão, como pode ser
verificado através do circuito de sequência zero; a corrente que circula a montante da barra de
falta pelos três circuitos de sequência acionam a unidade de fase do relé, pois elas compõem a
corrente que circula na fase em curto, já a corrente que circula a montante da barra de falta
pelo circuito de sequência zero aciona a unidade de neutro do relé, pois ela compõe a corrente
que circula pelo neutro do sistema. Dessa forma, as duas unidades do relé são sensibilizadas:

1) Corrente de Sensibilização da Unidade de Fase

I Sensibilização  I cc1  B00 /COELCE  I Sensibilização  9, 893 kA (80)

2) Corrente de Sensibilização da Unidade de Neutro

I Sensibilização  I cc1  B00   I Sensibilização  9, 959 kA (81)

Assim sendo, consultando a Tabela AP.3 – Ordem de Ajuste da Proteção do Relé


COELCE, é fácil ver que para esses níveis de corrente o relé tende a atuar por duas funções:
sobrecorrente instantânea de fase (50) e sobrecorrente instantânea de neutro (50N). Através
dos parâmetros contidos na respectiva tabela, chega-se ao tempo de atuação do relé:
tRelé COE LCE (50 N) Tempo de Atuação do Relé COEL CE (Função 50N)

t Relé COELCE  50   100 ms


(82)
t Relé COELCE  50 N   150 ms

4.3.2.2.2 Atuação do Fusível Derivação


Analisando a Figura 4.10 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em
B-00 (Caso III) e detectando o ponto em que está instalado o Fusível Derivação, visto através
da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta monofásica em
B-00, o elo fusível é sensibilizado pela corrente de contribuição da fonte CLIENTE:

I Sensibilização  I cc1  B00 /CLIENTE  I Sensibilização  0, 066 kA (83)

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


65

Assim sendo, para esse nível de corrente, segundo [16], têm-se os seguintes
limites de tempo para a atuação do elo fusível:

t Fusível  mín   3.000 ms


(84)
t Fusível  máx   6.000 ms

Considerando o pior caso, tem-se que:


t Fusível  6.000 ms (85)

4.3.2.2.3 Atuação do Relé CLIENTE


Analisando a Figura 4.10 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em
B-00 (Caso III) e detectando em que ponto do circuito está instalado o Relé CLIENTE, visto
através da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta
monofásica em B-00, o Relé CLIENTE é sensibilizado somente pela corrente de contribuição
da fonte CLIENTE:

I Sensibilização  I cc1  B00 /CLIENTE  I Sensibilização  0, 066 kA (86)

Assim sendo, consultando a Tabela AP.8 – Ordem de Ajuste da Proteção do Relé


CLIENTE, é fácil ver que para esse nível de corrente o relé tende a atuar pela função de
sobrecorrente temporizada de fase (51). Através dos parâmetros contidos na respectiva tabela,
chega-se ao tempo de atuação do relé:

1) Cálculo do Múltiplo de Corrente do Relé

MF 
I Sensibilização

0, 066  10   M
3

 2, 20 (87)
I Pickup Fase  30  F

2) Cálculo do Tempo de Atuação

tRelé CLIENTE  51 


k  dt

13,5   0,067   t  754 ms
Relé CLIENTE  51 (88)
M F  1  2,20   1
1

Conforme já mencionado, a determinação das constantes k e α depende do tipo de


temporização adotada e pode ser vista em [17].

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


66

4.3.2.2.4 Sequência de Operação


De acordo com os itens anteriores, montou-se a Tabela 4.5 que resume a
sequência de operação dos dispositivos de proteção para uma falta monofásica em B-00 nas
condições do Caso III; é importante observar que a tabela montada é idêntica à Tabela AP.13
presente no Apêndice A.

Tabela 4.5 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-00 - Manual

Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé COELCE 9,893 100 50
2º Relé COELCE 9,959 150 50N
3º Relé CLIENTE 0,066 754 51
4º Fusível Derivação 0,066 6.000 -
Fonte: Tabela própria.

4.3.3 Análise para Faltas em B-01


Esta é a seção em que são verificados os tempos de atuação dos dispositivos de
proteção para faltas na barra B-01 (Barra do Ponto de Entrega).

4.3.3.1 Falta Trifásica


Os níveis de curto-circuito trifásico na barra B-01 para o Caso III podem ser
verificados na Tabela 4.3 e são aqui reproduzidos a fim de facilitar a visualização por parte do
leitor:

I cc3  B 01  4, 698 kA

I cc3  B 01 / COELCE  4, 610 kA (89)


I cc3  B 01 / CLIENTE  0, 094 kA

4.3.3.1.1 Atuação do Relé COELCE


Analisando a Figura 4.11 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 3ϕ em
B-01 (Caso III) e detectando o ponto em que está instalado o Relé COELCE, visto através da
Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta trifásica em B-01, o
Relé COELCE é sensibilizado pela corrente de contribuição da fonte COELCE:

I Sensibilização  I cc3  B01/COELCE  I Sensibilização  4, 610 kA (90)

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


67

Assim sendo, consultando a Tabela AP.3 – Ordem de Ajuste da Proteção do Relé


COELCE, é fácil ver que para esse nível de corrente o relé tende a atuar pela função de
sobrecorrente instantânea de fase (50). Através dos parâmetros contidos na respectiva tabela,
chega-se ao tempo de atuação do relé:

tRelé COELCE  50   100 ms (91)

4.3.3.1.2 Atuação do Fusível Derivação


Analisando a Figura 4.11 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 3ϕ em
B-01 (Caso III) e detectando em que ponto do circuito está instalado o Fusível Derivação,
visto através da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta
trifásica em B-01, o elo fusível é sensibilizado pela corrente de contribuição da fonte
COELCE:
I Sensibilização  I cc3  B01/COELCE  I Sensibilização  4, 610 kA (92)

Assim sendo, para esse nível de corrente, segundo [16], tem-se o seguinte tempo
para a atuação do elo fusível:
t Fusível  15 ms (93)

4.3.3.1.3 Atuação do Relé CLIENTE


Analisando a Figura 4.11 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 3ϕ em
B-01 (Caso III) e detectando em que ponto do circuito está instalado o Relé CLIENTE, visto
através da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta trifásica
em B-01, o Relé CLIENTE será sensibilizado pela corrente de contribuição da fonte
COELCE:
I Sensibilização  I cc3  B01/COELCE  I Sensibilização  4, 610 kA (94)

Assim sendo, consultando a Tabela AP.8 – Ordem de Ajuste da Proteção do Relé


CLIENTE, é fácil ver que para esse nível de corrente o relé tende a atuar pela função de
sobrecorrente instantânea de fase (50). Através dos parâmetros contidos na respectiva tabela,
chega-se ao tempo de atuação do relé:
tRelé CLIE NTE (50) Tempo de Atuação do Relé CLIENTE (Função 50)

tRelé CLIENTE  50   0 ms (95)

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


68

4.3.3.1.4 Sequência de Operação


De acordo com os itens anteriores, montou-se a Tabela 4.6 que resume a
sequência de operação dos dispositivos de proteção para uma falta trifásica em B-01 nas
condições do Caso III; é importante observar que a tabela montada é idêntica à Tabela AP.14
presente no Apêndice A.

Tabela 4.6 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-01 - Manual


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 4,610 0 50
2º Fusível Derivação 4,610 15 -
3º Relé COELCE 4,610 100 50
Fonte: Tabela própria.

4.3.3.2 Falta Monofásica


Os níveis de curto-circuito monofásico na barra B-01 para o Caso III podem ser
verificados na Tabela 4.3 e são aqui reproduzidos a fim de facilitar a visualização por parte do
leitor:

I cc1  B 01  3, 088 kA

I cc1  B 01 / COELCE  3, 049 kA (96)


I cc1  B 01 / CLIENTE  0, 041 kA

4.3.3.2.1 Atuação do Relé COELCE


Analisando a Figura 4.12 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em
B-01 (Caso III) e detectando em que ponto do circuito está instalado o Relé COELCE, visto
através da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta
monofásica em B-01, o Relé COELCE é sensibilizado tanto pela corrente de contribuição da
fonte COELCE, conforme pode ser visualizado pelos circuitos de sequência positiva, negativa
e zero, quanto pela corrente total de curto-circuito na barra em questão, como pode ser
verificado através do circuito de sequência zero; a corrente que circula a montante da barra de
falta pelos três circuitos de sequência acionam a unidade de fase do relé, pois elas compõem a
corrente que circula na fase em curto, já a corrente que circula a montante da barra de falta
pelo circuito de sequência zero aciona a unidade de neutro do relé, pois ela compõe a corrente
que circula pelo neutro do sistema. Dessa forma, as duas unidades do relé são sensibilizadas:

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


69

1) Corrente de Sensibilização da Unidade de Fase

I Sensibilização  I cc1  B00 /COELCE  I Sensibilização  3, 049 kA (97)

2) Corrente de Sensibilização da Unidade de Neutro

I Sensibilização  I cc1  B00   I Sensibilização  3, 088 kA (98)

Assim sendo, consultando a Tabela AP.3 – Ordem de Ajuste da Proteção do Relé


COELCE, é fácil ver que para esses níveis de corrente o relé tende a atuar por duas funções:
sobrecorrente instantânea de fase (50) e sobrecorrente instantânea de neutro (50N). Através
dos parâmetros contidos na respectiva tabela, chega-se ao tempo de atuação do relé:

t Relé COELCE  50   100 ms


(99)
t Relé COELCE  50 N   150 ms

4.3.3.2.2 Atuação do Fusível Derivação


Analisando a Figura 4.12 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em
B-01 (Caso III) e detectando em que ponto do circuito está instalado o Fusível Derivação,
visto através da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta
monofásica em B-01, o elo fusível é sensibilizado pela corrente de contribuição da fonte
COELCE:

I Sensibilização  I cc1  B01/COELCE  I Sensibilização  3, 049 kA (100)

Assim sendo, para esse nível de corrente, segundo [16], tem-se o seguinte tempo
para a atuação do elo fusível:
t Fusível  15 ms (101)

4.3.3.2.3 Atuação do Relé CLIENTE


Analisando a Figura 4.12 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em
B-01 (Caso III) e detectando em que ponto do circuito está instalado o Relé CLIENTE, visto
através da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta
monofásica em B-01, o Relé CLIENTE é sensibilizado tanto pela corrente de contribuição da
fonte COELCE, conforme pode ser visualizado pelos circuitos de sequência positiva, negativa
e zero, quanto pela corrente total de curto-circuito na barra em questão, como pode ser
verificado através do circuito de sequência zero; a corrente que circula a montante da barra de

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


70

falta pelos três circuitos de sequência acionam a unidade de fase do relé, pois elas compõem a
corrente que circula na fase em curto, já a corrente que circula a montante da barra de falta
pelo circuito de sequência zero aciona a unidade de neutro do relé, pois ela compõe a corrente
que circula pelo neutro do sistema. Dessa forma, as duas unidades do relé são sensibilizadas:

1) Corrente de Sensibilização da Unidade de Fase

I Sensibilização  I cc1  B00 /COELCE  I Sensibilização  3, 049 kA (102)

2) Corrente de Sensibilização da Unidade de Neutro


I Sensibilização  I cc1  B00   I Sensibilização  3, 088 kA (103)

Assim sendo, consultando a Tabela AP.8 – Ordem de Ajuste da Proteção do Relé


CLIENTE, é fácil ver que para esses níveis de corrente o relé tende a atuar por duas funções:
sobrecorrente instantânea de fase (50) e sobrecorrente instantânea de neutro (50N). Através
dos parâmetros contidos na respectiva tabela, chega-se ao tempo de atuação do relé:
tRelé CLIE NTE (50N) Tempo de Atuação do Relé CLIENTE (Função 50N)

t Relé CLIENTE  50   0 ms
(104)
t Relé CLIENTE  50 N   0 ms

4.3.3.2.4 Sequência de Operação


De acordo com os itens anteriores, tem-se a seguinte sequência de operação dos
dispositivos de proteção para uma falta monofásica em B-01 nas condições do Caso III:

Tabela 4.7 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-01 - Manual


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 3,049 0 50
2º Relé CLIENTE 3,088 0 50N
3º Fusível Derivação 3,049 15 -
4º Relé COELCE 3,049 100 50
5º Relé COELCE 3,088 150 50N
Fonte: Tabela própria.

É importante observar que a Tabela 4.7 é idêntica à Tabela AP.15 presente no


Apêndice A.

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


71

4.3.4 Análise para Faltas em B-02


Esta é a seção em que são verificados os tempos de atuação dos dispositivos de
proteção para faltas na barra B-02 (Barra de BT do Trafo da SE CLIENTE).

4.3.4.1 Falta Trifásica


Os níveis de curto-circuito trifásico na barra B-02 para o Caso III podem ser
verificados na Tabela 4.3 e são aqui reproduzidos a fim de facilitar a visualização por parte do
leitor:

I cc3  B 02   14, 096 kA

I cc3  B 02  / COELCE  8, 670 kA (105)


I cc3  B 02  / CLIENTE  5, 426 kA

4.3.4.1.1 Atuação do Relé COELCE


Analisando a Figura 4.13 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 3ϕ em
B-02 (Caso III) e detectando em que ponto do circuito está instalado o Relé COELCE, visto
através da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta trifásica
em B-02, o Relé COELCE é sensibilizado pela corrente de contribuição da fonte COELCE no
nível de tensão de 13,8 kV:

I Sensibilização 
I cc3  B 02 / COELCE

 8, 670  10   I
3

 0, 239 kA (106)
RT  36 , 3158  Sensibilização

Assim sendo, consultando a Tabela AP.3 – Ordem de Ajuste da Proteção do Relé


COELCE, é fácil ver que para esse nível de corrente o relé tende a atuar pela função de
sobrecorrente temporizada de fase (51). Através dos parâmetros contidos na respectiva tabela,
chega-se ao tempo de atuação do relé:

MF 
I Sensibilização

0,239  10   M 3

 0,43 (107)
I Pickup Fase  552  F

A partir das características do relé exibidas abaixo da Tabela AP.3, para múltiplos
de fase inferiores a 1,1, o relé não atua.

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


72

4.3.4.1.2 Atuação do Fusível Derivação


Analisando a Figura 4.13 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 3ϕ em
B-02 (Caso III) e detectando em que ponto do circuito está instalado o Fusível Derivação,
visto através da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta
trifásica em B-02, o elo fusível será sensibilizado pela corrente de contribuição da fonte
COELCE no nível de tensão de 13,8 kV:

I Sensibilização 
I cc3  B 02 / COELCE

 8, 670  10   I
3

 0, 239 kA (108)
RT  36 , 3158  Sensibilização

Assim sendo, para esse nível de corrente, segundo [16], têm-se os seguintes
limites de tempo para a atuação do elo fusível:

t Fusível  mín   150 ms


(109)
t Fusível  máx   190 ms

Considerando o pior caso, tem-se que:


tFusível  190 ms (110)

4.3.4.1.3 Atuação do Relé CLIENTE


Analisando a Figura 4.13 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 3ϕ em
B-02 (Caso III) e detectando em que ponto do circuito está instalado o Relé CLIENTE, visto
através da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta trifásica
em B-02, o Relé CLIENTE será sensibilizado pela corrente de contribuição da fonte
COELCE no nível de tensão de 13,8 kV:

I Sensibilização 
I cc3  B 02 / COELCE

 8, 670  10   I
3

 0, 239 kA (111)
RT  36 , 3158  Sensibilização

Assim sendo, consultando a Tabela AP.8 – Ordem de Ajuste da Proteção do Relé


CLIENTE, é fácil ver que para esse nível de corrente o relé tende a atuar pela função de
sobrecorrente instantânea de fase (50). Através dos parâmetros contidos na respectiva tabela,
chega-se ao tempo de atuação do relé:

tRelé CLIENTE  50   0 ms (112)

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


73

4.3.4.1.4 Sequência de Operação


De acordo com os itens anteriores, montou-se a Tabela 4.8 que resume a
sequência de operação dos dispositivos de proteção para uma falta trifásica em B-02 nas
condições do Caso III; é importante observar que a tabela montada é idêntica à Tabela AP.16
presente no Apêndice A.

Tabela 4.8 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-02 - Manual


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,239 0 50
2º Fusível Derivação 0,239 190 -
Fonte: Tabela própria.

4.3.4.2 Falta Monofásica


Os níveis de curto-circuito monofásico na barra B-02 para o Caso III podem ser
verificados na Tabela 4.3 e são aqui reproduzidos a fim de facilitar a visualização por parte do
leitor:

I cc1  B 02   14, 684 kA

I cc1  B 02  / COELCE  8, 806 kA (113)


I cc1  B 02  / CLIENTE  5, 878 kA

4.3.4.2.1 Atuação do Relé COELCE


Analisando a Figura 4.14 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em
B-02 (Caso III) e detectando em que ponto do circuito está instalado o Relé COELCE, visto
através da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta
monofásica em B-02, o Relé COELCE é sensibilizado somente pela corrente de contribuição
da fonte COELCE no nível de tensão de 13,8 kV:

I Sensibilização 
I cc1  B 02 / COELCE

 8, 806  10 
3

 I Sensibilização  0, 140 kA (114)


3  RT 3   36 , 3158 

Assim sendo, consultando a Tabela AP.3 – Ordem de Ajuste da Proteção do Relé


COELCE, é fácil ver que para esse nível de corrente o relé tende a atuar pela função de
sobrecorrente temporizada de fase (51). Através dos parâmetros contidos na respectiva tabela,
chega-se ao tempo de atuação do relé:

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


74

MF 
I Sensibilização

0,140  10   M 3

 0,2536 (115)
I Pickup Fase  552  F

A partir das características do relé exibidas abaixo da Tabela AP.3, para múltiplos
de fase inferiores a 1,1, o relé não atua.

4.3.4.2.2 Atuação do Fusível Derivação


Analisando a Figura 4.14 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em
B-02 (Caso III) e detectando em que ponto do circuito está instalado o Fusível Derivação,
visto através da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta
monofásica em B-02, o elo fusível é sensibilizado pela corrente de contribuição da fonte
COELCE no nível de tensão de 13,8 kV:

I Sensibilização 
I cc1  B 02 / COELCE

 8, 806  10 
3

 I Sensibilização  0, 140 kA (116)


3  RT 3   36 , 3158 

Assim sendo, para esse nível de corrente, segundo [16], têm-se os seguintes
limites de tempo para a atuação do elo fusível:

t Fusível  mín   500 ms


(117)
t Fusível  máx   600 ms

Considerando o pior caso, tem-se que:


tFusível  600 ms (118)

4.3.4.2.3 Atuação do Relé CLIENTE


Analisando a Figura 4.14 – Modelo Equivalente de Sequências para Falta 1ϕ em
B-02 (Caso III) e detectando em que ponto do circuito está instalado o Relé CLIENTE, visto
através da Figura A.1 presente no Apêndice A, pode-se perceber que, para uma falta
monofásica em B-02, o Relé CLIENTE é sensibilizado somente pela corrente de contribuição
da fonte COELCE no nível de tensão de 13,8 kV:

I Sensibilização 
I cc1  B 02 / COELCE

 8, 806  10 
3

 I Sensibilização  0, 140 kA (119)


3  RT 3   36 , 3158 

Assim sendo, consultando a Tabela AP.8 – Ordem de Ajuste da Proteção do Relé


CLIENTE, é fácil ver que para esse nível de corrente o relé tende a atuar pela função de

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


75

sobrecorrente instantânea de fase (50). Através dos parâmetros contidos na respectiva tabela,
chega-se ao tempo de atuação do relé:

tRelé CLIENTE  50   0 ms (120)

4.3.4.2.4 Sequência de Operação


De acordo com os itens anteriores, tem-se a seguinte sequência de operação dos
dispositivos de proteção para uma falta monofásica em B-02 nas condições do Caso III:

Tabela 4.9 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-02 - Manual


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,140 0 50
2º Fusível Derivação 0,140 600 -
Fonte: Tabela própria.

É importante observar que a tabela acima é idêntica à Tabela AP.17 presente no


Apêndice A.

4.3.5 Análise para Faltas em B-03 e B-04


Como visto no item 4.2 – Determinação dos Níveis de Curto-Circuito, as
correntes de falta nas barras B-03 e B-04, para o Caso III, podem ser consideradas
numericamente iguais às correntes presentes na barra B-02, assim sendo, levando-se ainda em
consideração o posicionamento das barras B-03 e B-04 com relação aos dispositivos de
proteção, a atuação destes não difere da atuação prevista para a barra B-02:

Tabela 4.10 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-03 - Manual


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,239 0 50
2º Fusível Derivação 0,239 190 -
Fonte: Tabela própria. Idêntica à Tabela AP.18 do Apêndice A.

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


76

Tabela 4.11 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-03 - Manual

Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,140 0 50
2º Fusível Derivação 0,140 600 -
Fonte: Tabela própria. Idêntica à Tabela AP.19 do Apêndice A.

Tabela 4.12 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-04 - Manual

Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,239 0 50
2º Fusível Derivação 0,239 190 -
Fonte: Tabela própria. Idêntica à Tabela AP.20 do Apêndice A.

Tabela 4.13 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-04 - Manual

Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,140 0 50
2º Fusível Derivação 0,140 600 -
Fonte: Tabela própria. Idêntica à Tabela AP.21 do Apêndice A.

4.3.6 Coordenogramas
Finalmente, após a determinação dos níveis de curto-circuito e a avaliação da
sequência de operação dos dispositivos de proteção, chega-se ao último item do Memorial de
Cálculo exigido pela concessionária COELCE para projetos de geração em rampa: os
coordenogramas (fase e neutro). Vale salientar que, além dos pontos mencionados, o
projetista ainda precisa apresentar um estudo de avaliação dos TC’s de proteção escolhidos;
esse item não foi, nem será apresentando neste capítulo, pois foge ao escopo da monografia.
O coordenograma, ou ainda folha de seletividade, nada mais é que um gráfico, em
escala logarítmica, com a grandeza corrente elétrica no eixo das abscissas e a grandeza tempo
de atuação no eixo das ordenadas. A lógica de montagem é bastante simples: considerando
um dispositivo de proteção qualquer, para uma determinada corrente que circula por esse
dispositivo, quanto tempo ele leva para abrir o circuito. A grande vantagem dos
coordenogramas está no fato de, com uma simples inspeção visual, ser possível ter uma noção
bastante significativa da coordenação e seletividade da proteção implantada no sistema.

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


77

De uma forma geral, um coordenograma de fase contém muito mais informações


que um coordenograma de neutro, isso porque é no coordenograma de fase que se podem
representar curvas de suportabilidade térmica de equipamentos, correntes de magnetização de
transformadores e motores, além das curvas de atuação dos dispositivos de proteção, enquanto
que no coordenograma de neutro, basicamente, só há as curvas dos dispositivos de proteção
que possuem unidades de atuação monofásicas; um elo fusível, por exemplo, não possui
unidade de neutro para atuar. Para a planta industrial em estudo, segue abaixo o que, no
mínimo, cada coordenograma deve conter segundo [1]:

a) Coordenograma de fase:
 Curvas da unidade de fase temporizada e instantânea dos relés de
proteção (Relé COELCE e Relé CLIENTE);
 Ponto representativo da corrente de magnetização do transformador da
SE CLIENTE;
 Curva ANSI do transformador da SE CLIENTE;
 Curvas (mínima e máxima) de fusão do Fusível Derivação.
b) Coordenograma de neutro:
 Curvas da unidade de neutro temporizada e instantânea dos relés de
proteção (Relé COELCE e Relé CLIENTE).

4.3.6.1 Coordenograma de Fase


Com o auxílio do aplicativo Microsoft Excel 2010, montou-se o coordenograma
de fase resultante do estudo da proteção da planta industrial em análise. A Figura 4.15
apresenta o coordenograma obtido. Os elementos Curva ANSI, Inom e Imag estão
relacionados com o transformador da unidade consumidora.
É fácil ver como os dispositivos de proteção não atuam para a corrente nominal,
nem para a corrente de magnetização do transformador da SE CLIENTE e que, além disso, a
suportabilidade térmica do respectivo transformador, representada pela sua curva ANSI, está
protegida pelo Relé CLIENTE e pelo elo fusível instalado na derivação, ou seja, antes que o
transformador atue nessa região de risco, a proteção tende a interromper o fluxo de corrente a
fim de garantir sua integridade.
A fim de verificar a coordenação e a seletividade da proteção, pode-se supor a
seguinte situação: uma corrente de 7 kA, por alguma falha qualquer, circula pelo sistema, da
fonte COELCE para a fonte CLIENTE, quando não há geração particular. Para esse nível de

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


78

corrente, o primeiro elemento a tentar abrir o circuito é o Relé CLIENTE, em segundo, vem o
Fusível Derivação para, por fim, chegar a atuação por parte do Relé COELCE: isso prova que
o sistema de proteção proposto encontra-se coordenado e seletivo!

Figura 4.15 – Coordenograma de Fase - Manual

Fonte: Ilustração própria.

4.3.6.2 Coordenograma de Neutro


Também com o auxílio do Microsoft Excel 2010, montou-se o coordenograma de
neutro resultante do estudo da proteção da planta industrial em análise. A Figura 4.16, exposta
na página 79, exibe o coordenograma obtido.
Como se pode observar, a carga de informações contidas no coordenograma de
neutro é bem inferior à que existe no coordenograma de fase, no entanto, ele é fundamental
para validar a coordenação do sistema de proteção: é fácil ver o quão a curva do Relé
CLIENTE está afastada da curva do Relé COELCE e, além disso, que aquela está abaixo
desta, ou seja, numa situação de anomalia, o Relé CLIENTE tende a atuar bem antes do Relé
COELCE, como deve ser.

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


79

Figura 4.16 – Coordenograma de Neutro - Manual

Fonte: Ilustração própria.

4.4 Considerações Finais


Analisando todos os capítulos desta monografia, anteriores a este e os
subsequentes, é fácil notar que o volume de informações deste supera qualquer outro
facilmente. A carga e a complexidade de informações numa análise, ou mesmo elaboração, de
um projeto com geração em rampa é deveras acentuada, o que justifica facilmente, a nível de
concessionária, o uso de uma ferramenta que traga mais celeridade a esse processo tão
corriqueiro para ela; é fácil entender agora o porquê de uma análise de projeto com geração
em rampa levar até seis dias, contando a partir do momento em que o analista inicia a
verificação, para ser finalizada: o nível de análise é bem mais elevado, quando comparado a
outros tipos de projeto analisados pela concessionária, além de envolver um delicado estudo
de proteção que deve assegurar a instalação principalmente no momento crítico da
transferência de carga, que é o momento de paralelismo entre COELCE e CLIENTE, o qual,
como foi visto, não é tão simples.
43

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A ATUAL METODOLOGIA DE ANÁLISE


80

CAPÍTULO 5
5 ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLGIA DE OTIMIZAÇÃO PROPOSTA

ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE


OTIMIZAÇÃO PROPOSTA

Continuando o estudo de caso iniciado no capítulo anterior, aqui se propõe


elaborar, mais uma vez, toda a análise desenvolvida no Capítulo 4, no entanto sob uma nova
ótica: utilizando o software ETAP. De início, será apresentado, de maneira formal, o sistema a
ser estudado. Logo após, tem-se uma seção dedicada ao ETAP, explicando de forma mais
objetiva suas ferramentas e sua forma de operação, além disso, ainda nessa seção, são
apresentadas a versão utilizada do software e algumas configurações específicas para o estudo
de caso. A seguir, é apresentada a montagem da planta industrial no ETAP e, logo em
seguida, inicia-se a análise propriamente dita: determinação dos níveis de falta e estudo da
proteção. No fim, são feitas algumas considerações com relação à imensa diferença da
abordagem feita neste e no capítulo anterior.

5.1 O Sistema a ser Estudado


Como já mencionado no capítulo anterior, o sistema utilizado no estudo de caso
deste capítulo, como não poderia deixar de ser, consta da mesma planta industrial utilizada no
Capítulo 4. Tal sistema se encontra descrito e caracterizado no Apêndice A desta monografia.

5.2 Um Pouco Mais Sobre o ETAP


No Capítulo 3 já foi feita uma descrição do ETAP, entretanto bastante sucinta e
muito abrangente, deixando de lado características da utilização prática do respectivo
software, diferente do que se pretende fazer nesta seção.
Após uma certa familiarização com o ETAP, é fácil perceber que ele, apesar de
ser muito completo no que tange a estudos elétricos de sistemas de pequeno a grande porte, é
bem simples e fácil de manipular. A Figura 5.1 exibe a tela na qual o usuário monta o sistema
a ser analisado. A parte esquerda da tela apresenta algumas abas que levam o usuário a alguns
setores importantes do ETAP: diagrama unifilar, coordenograma, malha de aterramento,
sistema em tempo real, entre outros, no entanto, é no setor One-Line Diagrams, que se monta
o sistema, sob a forma de diagrama unifilar, e se realizam os estudos de fluxo de carga, curto-
circuito, harmônicos e coordenação da proteção; na Figura 5.1, consta habilitado o respectivo

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
81

setor: é possível ver, na parte superior, ao lado do nome “Normal”, as diversas abas dos
estudos citados, já na parte direita da tela, constam as diversas ferramentas para a montagem
dos sistemas.

Figura 5.1 – Tela Inicial ETAP para Montagem de Sistemas

Fonte: Ilustração própria obtida com uso do software ETAP.

De forma mais específica, para a análise realizada neste capítulo, somente duas
seções do ETAP são utilizadas: a One-Line Diagrams e a Star Systems; na primeira são
realizados os estudos de curto-circuito através da aba Short-Circuit Analysis e de seletividade
da proteção através da aba Star – Protective Device Coordination, já na segunda são
montados os coordenogramas de fase e neutro.

5.2.1 A Versão Utilizada nesta Monografia


O fabricante do ETAP, a OTI, disponibiliza em seu site, em caráter gratuito, após
um simples cadastro, uma versão Demo da ferramenta para demonstração e apreciação. Essa
foi a versão utilizada neste trabalho para o desenvolvimento do estudo de caso.

5.2.2 Configurações Específicas para o Estudo de Caso


Conforme foi mencionado no Capítulo 3, o ETAP dispõe de duas metodologias
para a determinação dos níveis de curto-circuito: a metodologia apresentada em [10] e [11]

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
82

pela ANSI e a metodologia apresentada em [12] pela IEC. Nesse trabalho, por uma razão
completamente heurística, optou-se pela metodologia apresentada em [11].
Voltando-se para o estudo de proteção, a configuração apresentada no Apêndice A
inclui dois relés (um para a COELCE e outro para o CLIENTE) e um fusível posto no ponto
de entrega da unidade consumidora. O Relé COELCE e o Fusível Derivação constam nas
bibliotecas do ETAP, no entanto o Relé CLIENTE, o Schneider SEPAM S-42, não. Assim
sendo, foi necessário inserir esse dispositivo na biblioteca do software, uma atividade bastante
simples e prática que não requer mais que vinte minutos de trabalho.

5.3 A Planta Industrial Montada no ETAP


Antes de qualquer análise, faz-se necessário, logicamente, montar a planta
industrial no software. A partir de todas as características exibidas no Apêndice A e das
ferramentas do ETAP, montou-se diagrama unifilar representativo da planta industrial em
estudo. O resultado é apresentado na Figura 5.2; como se pode notar, o diagrama unifilar
montado no ETAP muito se assemelha ao apresentado na Figura A.1 – Esquema Unifilar
Elétrico Simplificado do Sistema Industrial exibido no Apêndice A.

Figura 5.2 – Sistema Industrial Montado no ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida com uso do software ETAP.

As especificações de cada equipamento são visualizadas dando-se um duplo


clique com o botão esquerdo do mouse sobre o equipamento o qual se deseja ver, ou mesmo
alterar, as especificações. A Figura 5.3 mostra um exemplo para o transformador da SE

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
83

CLIENTE; como se pode perceber, há uma série de abas na parte superior para a
especificação de diversos parâmetros do equipamento; isso se repete para todos os demais
dispositivos, cada qual com as suas características. Isso dá uma ideia do quão completo é o
ETAP.

Figura 5.3 – Tela de Edição dos Parâmetros do Transformador da SE CLIENTE

Fonte: Ilustração própria obtida com uso do software ETAP.

5.4 Determinação dos Níveis de Curto-Circuito


Assim como realizado no capítulo anterior, a análise aqui é efetuada para os três
casos definidos na seção 1) do tópico 4.2.1: Caso I, Caso II e Caso III.
O ETAP traz uma facilidade de colocar qualquer equipamento do sistema fora de
operação, é a função Out of Service, que se encontra nas propriedades de cada equipamento;
esse é recurso aqui utilizado para a simulação de cada forma de funcionamento mencionada
no parágrafo anterior: coloca-se a chave contatora que interliga a barra B-04 à barra B-03 fora
de operação para simular o Caso I, a chave contatora que interliga a barra B-02 à B-03 fora de
operação para simular o Caso II e, finalmente, coloca-se ambas as chaves contatoras
mencionadas em operação para simular o Caso III (para relembrar a disposição das barras e
das chaves contatoras, sugere-se rever a Figura 5.2).

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
84

Há duas formas básicas de obter os níveis de falta em um sistema montado no


ETAP: uma é através da própria tela na qual está montado o diagrama unifilar e a outra é
através de um relatório emitido pelo próprio software; a primeira é uma forma mais dinâmica
e prática de obter as correntes, no entanto menos precisa, já a segunda é a maneira mais
formal, distinta e pormenorizada.
A metodologia de apresentação dos níveis de curto-circuito empregada neste
tópico é a de exibir o sistema montado no ETAP para cada forma de funcionamento (Casos I,
II e III), o resultado apresentado pelo ETAP através do próprio diagrama unifilar (faltas
trifásica e monofásica) e por fim mostrar uma tabela com o resumo dos valores encontrados
retirados do relatório emitido pelo ETAP; os relatórios para cada situação de funcionamento
podem ser visualizados nos Anexos B, C e D.

5.4.1 Análise do Caso I


Segue abaixo a Figura 5.4 que exibe o diagrama unifilar da planta industrial no
ETAP estrategicamente montado para simular o Caso I:

Figura 5.4 – Sistema Montado no ETAP para Análise do Caso I

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
85

Logo abaixo são exibidas a Figura 5.5 e a Figura 5.6; na primeira é possível
observar o resultado da análise para curto-circuito trifásico, já na segunda o resultado da
análise para curto-circuito monofásico:

Figura 5.5 – Resultado da Análise para Falta 3ϕ - Níveis de Falta (Caso I) - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

Figura 5.6 – Resultado da Análise para Falta 1ϕ - Níveis de Falta (Caso I) - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
86

Finalmente, a partir do Anexo B, montou-se a Tabela 5.1 com o resumo dos níveis
de curto-circuito obtidos:

Tabela 5.1 – Resumo dos Níveis de Falta - Caso I - ETAP


Tipo de Falta
Barra
Trifásica (kA) Monofásica (kA)
B-00 - Barra de Saída da SE COELCE 9,248 9,888
B-01 - Barra do Ponto de Entrega 4,611 3,063
B-02 - Barra do Secundário do Trafo da SE CLIENTE 8,646 8,797
B-03 - Barra de Sincronismo 8,646 8,797
B-04 - Barra do Gerador - -
Fonte: Tabela própria.

5.4.2 Análise do Caso II


Segue abaixo a Figura 5.7 que exibe o diagrama unifilar da planta industrial no
ETAP estrategicamente montado para simular o Caso II:

Figura 5.7 – Sistema Montado no ETAP para Análise do Caso II

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

Logo abaixo são exibidas a Figura 5.8 e a Figura 5.9; na primeira é possível
observar o resultado da análise para curto-circuito trifásico, já na segunda o resultado da
análise para curto-circuito monofásico:

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
87

Figura 5.8 – Resultado da Análise para Falta 3ϕ - Níveis de Falta (Caso II) - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

Figura 5.9 – Resultado da Análise para Falta 1ϕ - Níveis de Falta (Caso II) - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

Finalmente, a partir do Anexo C, montou-se a Tabela 5.2 com o resumo dos níveis
de curto-circuito obtidos:

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
88

Tabela 5.2 – Resumo dos Níveis de Falta - Caso II - ETAP


Tipo de Falta
Barra
Trifásica (kA) Monofásica (kA)
B-00 - Barra de Saída da SE COELCE - -
B-01 - Barra do Ponto de Entrega - -
B-02 - Barra do Secundário do Trafo da SE CLIENTE - -
B-03 - Barra de Sincronismo 5,425 5,842
B-04 - Barra do Gerador 5,425 5,842
Fonte: Tabela própria.

5.4.3 Análise do Caso III


Segue abaixo a Figura 5.10 que exibe o diagrama unifilar da planta industrial no
ETAP estrategicamente montado para simular o Caso III:

Figura 5.10 – Sistema Montado no ETAP para Análise do Caso III

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

Logo abaixo são exibidas a Figura 5.11 e a Figura 5.12; na primeira é possível
observar o resultado da análise para curto-circuito trifásico, já na segunda o resultado da
análise para curto-circuito monofásico:

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
89

Figura 5.11 – Resultado da Análise para Falta 3ϕ - Níveis de Falta (Caso III) - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

Figura 5.12 – Resultado da Análise para Falta 1ϕ - Níveis de Falta (Caso III) - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

Finalmente, a partir do Anexo D, montou-se a Tabela 5.3 com o resumo dos


níveis de curto-circuito obtidos:

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
90

Tabela 5.3 – Resumo dos Níveis de Falta - Caso III - ETAP


Tipo de Falta
Trifásica (kA) Monofásica (kA)
Barra
Contribuição Contribuição Contribuição Contribuição
Total Total
COELCE CLIENTE COELCE CLIENTE
B-00 - Barra de Saída da SE COELCE 9,248 0,094 9,341 9,893 0,067 9,959
B-01 - Barra do Ponto de Entrega 4,611 0,095 4,703 3,049 0,041 3,089
B-02 - Barra de BT do Trafo da SE CLIENTE 8,646 5,425 13,927 8,789 5,877 14,515
B-03 - Barra de Sincronismo 8,646 5,425 13,927 8,789 5,877 14,515
B-04 - Barra do Gerador 8,646 5,425 13,927 8,789 5,877 14,515
Fonte: Tabela própria.

5.5 Estudo da Proteção do Sistema


Assim como realizado no capítulo anterior, o estudo da proteção aqui efetuado se
resume basicamente em verificar a sequência de operação dos dispositivos de proteção para as
faltas (trifásica e monofásica) em cada barra do sistema nas condições de operação definidas
para o Caso III e posteriormente apresentar os coordenogramas de fase e neutro; conforme já
mencionado no item 5.2, para tal intento, usa-se no ETAP a aba Star – Protective Device
Coordination, presente na seção One-Line Diagrams, para a verificação da sequência de
operação da proteção, e a seção Star Systems para a montagem dos coordenogramas.
A obtenção da sequência de operação da proteção é bastante simples: já estando
na aba Star – Protective Device Coordination, escolhe-se o tipo de curto-circuito desejado
(nas configurações) e posteriormente, com o botão Fault Insertion (situado na parte direita da
tela) selecionado, clica-se na barra sobre a qual se deseja efetuar a análise, com isso o ETAP
retorna uma janela com a sequência de operação dos dispositivos. Já para a obtenção dos
coordenogramas, ainda na aba supracitada, seleciona-se todo o diagrama unifilar e clica-se no
botão Create Star View, situado na parte direita da tela, com isso o ETAP leva o usuário à
seção Star Systems já com os coordenogramas montados.
A metodologia de apresentação da sequência de operação da proteção empregada
neste tópico é a de exibir o resultado dado pelo ETAP em forma de janela (para as faltas
trifásica e monofásica) e logo em seguida uma tabela com o resumo dos resultados obtidos;
findada essa parte, são apresentados os coordenogramas (fase e neutro) obtidos com o ETAP.

5.5.1 Análise para Faltas em B-00


Abaixo são apresentadas as figuras que exprimem o resultado da análise do ETAP
para a sequência de operação da proteção quando de uma falta na barra B-00: a Figura 5.13

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
91

apresenta o resultado para uma falta trifásica e a Figura 5.14 o resultado para uma falta
monofásica:

Figura 5.13 – Resultado da Análise para Falta 3ϕ em B-00 - Seq. de Operação - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

Figura 5.14 – Resultado da Análise para Falta 1ϕ em B-00 - Seq. de Operação - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

Finalmente, a partir dos resultados apresentados, montaram-se as tabelas abaixo


com o resumo da análise efetuada:

Tabela 5.4 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-00 - ETAP


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé COELCE 9,248 100 50
2º Relé CLIENTE 0,094 426 51
3º Fusível Derivação 0,094 1.667 -
Fonte: Tabela própria.

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
92

Tabela 5.5 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-00 - ETAP


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé COELCE 9,893 100 50
2º Relé COELCE 9,959 150 50N
3º Relé CLIENTE 0,067 742 51
4º Fusível Derivação 0,067 7.556 -
Fonte: Tabela própria.

5.5.2 Análise para Faltas em B-01


Abaixo são apresentadas as figuras que exprimem o resultado da análise do ETAP
para a sequência de operação da proteção quando de uma falta na barra B-01: a Figura 5.15
apresenta o resultado para uma falta trifásica e a Figura 5.16 o resultado para uma falta
monofásica:

Figura 5.15 – Resultado da Análise para Falta 3ϕ em B-01 - Seq. de Operação - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

Figura 5.16 – Resultado da Análise para Falta 1ϕ em B-01 - Seq. de Operação - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
93

Finalmente, a partir dos resultados apresentados, montaram-se as tabelas abaixo


com o resumo da análise efetuada:

Tabela 5.6 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-01 - ETAP


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 4,611 0 50
2º Fusível Derivação 4,611 13,3 -
3º Relé COELCE 4,611 100 50
Fonte: Tabela própria.

Tabela 5.7 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-01 - ETAP


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 3,049 0 50
2º Relé CLIENTE 3,089 0 50N
3º Fusível Derivação 3,049 14,7 -
4º Relé COELCE 3,049 100 50
5º Relé COELCE 3,089 150 50N
Fonte: Tabela própria.

5.5.3 Análise para Faltas em B-02


Abaixo são apresentadas as figuras que exprimem o resultado da análise do ETAP
para a sequência de operação da proteção quando de uma falta na barra B-02: a Figura 5.17
apresenta o resultado para uma falta trifásica e a Figura 5.18 o resultado para uma falta
monofásica:

Figura 5.17 – Resultado da Análise para Falta 3ϕ em B-02 - Seq. de Operação - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
94

Figura 5.18 – Resultado da Análise para Falta 1ϕ em B-02 - Seq. de Operação - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

Finalmente, a partir dos resultados apresentados, montaram-se as tabelas abaixo


com o resumo da análise efetuada:

Tabela 5.8 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-02 - ETAP


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,238 0 50
2º Fusível Derivação 0,238 201 -
Fonte: Tabela própria.

Tabela 5.9 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-02 - ETAP


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,143 0 50
2º Fusível Derivação 0,143 544 -
Fonte: Tabela própria.

5.5.4 Análise para Faltas em B-03 e B-04


O raciocínio aqui não difere do efetuado no capítulo anterior quando da análise
dessa mesma circunstância: levando-se em consideração o posicionamento das barras B-03 e
B-04 com relação aos dispositivos de proteção e que os níveis de curto-circuito para elas
podem ser considerados numericamente iguais (ver Tabela 5.3), há de se esperar que a
atuação dos dispositivos de proteção para as respectivas barras não seja diferente da atuação
prevista para a barra B-02:

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
95

Figura 5.19 – Resultado da Análise para Falta 3ϕ em B-03 - Seq. de Operação - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

Figura 5.20 – Resultado da Análise para Falta 1ϕ em B-03 - Seq. de Operação - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

Figura 5.21 – Resultado da Análise para Falta 3ϕ em B-04 - Seq. de Operação - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

Figura 5.22 – Resultado da Análise para Falta 1ϕ em B-04 - Seq. de Operação - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
96

Finalmente, a partir dos resultados apresentados, montaram-se as tabelas abaixo


com o resumo da análise efetuada:

Tabela 5.10 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-03 - ETAP


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,238 0 50
2º Fusível Derivação 0,238 201 -
Fonte: Tabela própria.

Tabela 5.11 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-03 - ETAP


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,143 0 50
2º Fusível Derivação 0,143 544 -
Fonte: Tabela própria.

Tabela 5.12 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-04 - ETAP


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,238 0 50
2º Fusível Derivação 0,238 201 -
Fonte: Tabela própria.

Tabela 5.13 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-04 - ETAP


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,143 0 50
2º Fusível Derivação 0,143 544 -
Fonte: Tabela própria.

Como mencionado no início deste tópico, a forma de operação da proteção é


idêntica para as barras B-02, B-03 e B-04, basta comparar as tabelas-resumo deste tópico com
as tabelas-resumo do tópico anterior para ratificar essa afirmação.

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
97

5.5.5 Coordenogramas
Feito os procedimentos mencionados no início do estudo da proteção deste
capítulo (página 90), obtiveram-se os coordenogramas de fase e neutro na seção Star Systems
do ETAP:

Figura 5.23 – Coordenograma de Fase - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
98

Figura 5.24 – Coordenograma de Neutro - ETAP

Fonte: Ilustração própria obtida a partir do software ETAP.

A partir das figuras acima, é possível observar que:

a) No coordenograma de fase, os dispositivos de proteção não atuam para a


corrente nominal, nem para a corrente de magnetização do transformador da
SE CLIENTE, além disso, a suportabilidade térmica do respectivo
transformador, representada pela sua curva ANSI, está protegida pelo Relé
CLIENTE e pelo elo fusível instalado na derivação;
CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO
PROPOSTA
99

b) No coordenograma de neutro, a quantidade de informações apresentadas é bem


inferior à que existe no coordenograma de fase, mas o importante é verificar
que para condições de anomalia a curva do Relé CLIENTE está abaixo da
curva do Relé COELCE, ou seja, aquela tende a atuar antes desta, como
realmente deve ser.

Como se pode notar, a montagem dos coordenogramas no ETAP segue os


mesmos preceitos descritos no item 4.3.6 do Capítulo 4. Uma característica bem interessante
dos gráficos montados pelo ETAP é essa sucinta descrição que ele faz para cada curva
apresentada: apesar de ser bastante pequena, traz as principais informações do dispositivo ao
qual a curva pertence.

5.6 Considerações Finais


A partir do observado no decorrer deste capítulo, é fácil notar a heterogeneidade
do perfil das análises realizadas: enquanto no capítulo anterior foram necessárias 43 páginas
para desenvolver todo o estudo, aqui foram usadas apenas 20. A carga e a complexidade das
análises são as mesmas, no entanto, aqui, o analista fica à parte dos cálculos internos e
enxerga apenas o resultado final, detectando se o projetista acertou ou errou.

CAPÍTULO 5 – ESTUDO DE CASO EMPREGANDO A METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO


PROPOSTA
100

CAPÍTULO 6
6 CONFRONTAÇÃO DAS METODOLOGIAS

CONFRONTAÇÃO DAS METODOLOGIAS

Para finalmente finalizar o estudo de caso, é feita neste capítulo uma avaliação
pormenorizada das duas metodologias de análise estudadas. Sob duas óticas bem distintas, a
qualitativa e a quantitativa, alguns dos resultados obtidos com ambos os métodos são postos
lado-a-lado a fim de detectar o quão próximos estão um do outro; outra grandeza de
fundamental importância que não é resultado direto das metodologias também é comparada:
os tempos de análise. No início, são feitas algumas considerações a respeito dos parâmetros
que são avaliados e comparados ao longo de todo o capítulo e, além disso, é apresentada a
definição da ferramenta matemática que é utilizada para as avaliações quantitativas, logo em
seguida, têm-se os tópicos com as comparações propriamente ditas; ao fim de cada tópico
dedicado à comparação, são tecidos alguns comentários a respeito dos resultados obtidos.

6.1 Considerações Iniciais


A fim de avaliar da melhor maneira possível as metodologias de análise
desenvolvidas nos dois capítulos anteriores, serão comparadas aqui quatro categorias assim
definidas:

a) Os níveis de curto-circuito nas barras do sistema;


b) Atuação dos dispositivos de proteção;
c) Os coordenogramas de fase e neutro;
d) Os tempos de análise.

Os níveis de curto-circuito e a atuação da proteção serão avaliados de forma


quantitativa, com o uso da ferramenta matemática Erro Relativo Percentual (%), observando
o quão distante do valor calculado estão os valores obtidos com o ETAP.
Os coordenogramas serão medidos de forma qualitativa, comparando de forma
visual o quão os gráficos obtidos de forma manual estão ou não semelhantes aos gráficos
gerados pelo ETAP.
Os tempos de análise serão medidos tanto de forma qualitativa, quanto de forma
quantitativa; de forma qualitativa, pois será apanhada a opinião de uma analista da própria
COELCE para uma experiência de análise de projeto com e sem o uso da ferramenta

CAPÍTULO 6 – CONFRONTAÇÃO DAS METODOLOGIAS


101

computacional e de forma quantitativa, pois serão medidos os tempos das respectivas análises
para a experiência citada determinando qual análise foi mais rápida e de quanto foi essa
melhora na velocidade.
Antes de iniciar as comparações entre as metodologias, apresenta-se agora, com o
objetivo de dirimir quaisquer dúvidas, a formal definição do Erro Relativo Percentual.

6.1.1 Erro Relativo Percentual (E%)


O Erro Relativo Percentual (E%) pode ser definido da seguinte forma:
E% Erro Relativo Percentual
X Valor Real da Grandeza

X X'
E%   100% (121)
X’
X Valor Medido da Grandeza

em que X representa o valor real de uma determinada grandeza e X’ representa o valor medido
da mesma grandeza.
Para o caso em questão, X representa os valores calculados no Capítulo 4 e X’ os
valores determinados com ETAP no Capítulo 5; com isso, é possível medir o quão distante os
valores encontrados com a ferramenta computacional estão distantes dos valores calculados.

6.2 Comparação #1 – Níveis de Falta nas Barras do Sistema


Nesta seção são comparados os níveis de curto-circuito em todas as barras do
sistema para as três formas de operação definidas no item 1) da seção 4.2.1.
A partir dos dados obtidos nos dois capítulos anteriores e utilizando-se da
definição de E%, montaram-se as seguintes tabelas que condensam as informações mais
importantes para a análise comparativa:

Tabela 6.1 – Comparação Manual/ETAP - Níveis de Falta no Sistema - Caso I


Tipo de Falta
Falta 3ϕ Falta 1ϕ
Barra
Manual ETAP Manual ETAP
E% E%
(kA) (kA) (kA) (kA)
B-00 - Barra de Saída da SE COELCE 9,248 9,248 0,000% 9,888 9,888 0,000%
B-01 - Barra do Ponto de Entrega 4,610 4,611 0,022% 3,063 3,063 0,000%
B-02 - Barra de BT do Trafo da SE CLIENTE 8,670 8,646 0,277% 8,814 8,797 0,193%
B-03 - Barra de Sincronismo 8,670 8,646 0,277% 8,814 8,797 0,193%
B-04 - Barra do Gerador - - - - - -
Fonte: Tabela própria.

CAPÍTULO 6 – CONFRONTAÇÃO DAS METODOLOGIAS


102

Tabela 6.2 – Comparação Manual/ETAP - Níveis de Falta no Sistema - Caso II


Tipo de Falta
Falta 3ϕ Falta 1ϕ
Barra
Manual ETAP Manual ETAP
E% E%
(kA) (kA) (kA) (kA)
B-00 - Barra de Saída da SE COELCE - - - - - -
B-01 - Barra do Ponto de Entrega - - - - - -
B-02 - Barra de BT do Trafo da SE CLIENTE - - - - - -
B-03 - Barra de Sincronismo 5,426 5,425 0,018% 5,844 5,842 0,034%
B-04 - Barra do Gerador 5,426 5,425 0,018% 5,844 5,842 0,034%
Fonte: Tabela própria.

Tabela 6.3 – Comparação Manual/ETAP - Níveis de Falta 3ϕ no Sistema - Caso III


Contribuição COELCE Contribuição CLIENTE Total
Barra Manual ETAP Manual ETAP Manual ETAP
E% E% E%
(kA) (kA) (kA) (kA) (kA) (kA)
B-00 - Barra de Saída da SE COELCE 9,248 9,248 0,000% 0,093 0,094 1,075% 9,341 9,341 0,000%
B-01 - Barra do Ponto de Entrega 4,610 4,611 0,022% 0,094 0,095 1,064% 4,698 4,703 0,106%
B-02 - Barra de BT do Trafo da SE CLIENTE 8,670 8,646 0,277% 5,426 5,425 0,018% 14,096 13,927 1,199%
B-03 - Barra de Sincronismo 8,670 8,646 0,277% 5,426 5,425 0,018% 14,096 13,927 1,199%
B-04 - Barra do Gerador 8,670 8,646 0,277% 5,426 5,425 0,018% 14,096 13,927 1,199%
Fonte: Tabela própria.

Tabela 6.4 – Comparação Manual/ETAP - Níveis de Falta 1ϕ no Sistema - Caso III


Contribuição COELCE Contribuição CLIENTE Total
Barra Manual ETAP Manual ETAP Manual ETAP
E% E% E%
(kA) (kA) (kA) (kA) (kA) (kA)
B-00 - Barra de Saída da SE COELCE 9,893 9,893 0,000% 0,066 0,067 1,515% 9,959 9,959 0,000%
B-01 - Barra do Ponto de Entrega 3,049 3,049 0,000% 0,041 0,041 0,000% 3,088 3,089 0,032%
B-02 - Barra de BT do Trafo da SE CLIENTE 8,806 8,789 0,193% 5,878 5,877 0,017% 14,684 14,515 1,151%
B-03 - Barra de Sincronismo 8,806 8,789 0,193% 5,878 5,877 0,017% 14,684 14,515 1,151%
B-04 - Barra do Gerador 8,806 8,789 0,193% 5,878 5,877 0,017% 14,684 14,515 1,151%
Fonte: Tabela própria.

Como é possível observar nas tabelas acima, os erros relativos calculados podem
ser considerados desprezíveis; muito dos valores encontrados foram de 0% e nenhum erro
atingiu a marca de 1,6%. O maior erro cometido encontra-se no cálculo da Contribuição
CLIENTE para falta monofásica em B-00 que, como se pode ver na Tabela 6.4, fica em torno
de 1,52%. Esses erros, além de desprezíveis, também são esperados, haja vista a utilização de
duas metodologias para obtenção do mesmo parâmetro: como foi visto, no Capítulo 4
utilizou-se a metodologia tradicional apresentada em [15], já no Capítulo 5, com o ETAP,
utilizou-se a metodologia apresentada em [11]. Isso prova que, para esse parâmetro de
comparação (níveis de falta), o ETAP satisfaz completamente as expectativas e pode ser
usado sem problemas para análise de projetos.

CAPÍTULO 6 – CONFRONTAÇÃO DAS METODOLOGIAS


103

6.3 Comparação #2 – Atuação da Proteção


Mais uma vez, com base nos dados dos dois anteriores e utilizando-se da
definição de E%, montaram-se as seguintes tabelas que condensam as informações mais
importantes para a análise comparativa:

Tabela 6.5 – Comparação Manual/ETAP - Atuação da Proteção - Falta 3ϕ - B-00

Corrente de Função
Sequência de Dispositivo Tempo de Atuação (ms)
Sensiblização (kA) Acionada
Operação
Manual ETAP Manual ETAP E% Manual ETAP E% Manual ETAP
1º Relé COELCE Relé COELCE 9,248 9,248 0,000% 100 100 0,000% 50 50
2º Relé CLIENTE Relé CLIENTE 0,093 0,094 1,075% 431 426 1,160% 51 51
3º Fusível Derivação Fusível Derivação 0,093 0,094 1,075% 1.600 1.667 4,188% - -
Fonte: Tabela própria.

Tabela 6.6 – Comparação Manual/ETAP - Atuação da Proteção - Falta 1ϕ - B-00

Corrente de Função
Sequência de Dispositivo Tempo de Atuação (ms)
Sensiblização (kA) Acionada
Operação
Manual ETAP Manual ETAP E% Manual ETAP E% Manual ETAP
1º Relé COELCE Relé COELCE 9,893 9,893 0,000% 100 100 0,000% 50 50
2º Relé COELCE Relé COELCE 9,959 9,959 0,000% 150 150 0,000% 50N 50N
3º Relé CLIENTE Relé CLIENTE 0,066 0,067 1,515% 754 742 1,592% 51 51
4º Fusível Derivação Fusível Derivação 0,066 0,067 1,515% 6.000 7.556 25,933% - -
Fonte: Tabela própria.

Tabela 6.7 – Comparação Manual/ETAP - Atuação da Proteção - Falta 3ϕ - B-01

Corrente de Função
Sequência de Dispositivo Tempo de Atuação (ms)
Sensiblização (kA) Acionada
Operação
Manual ETAP Manual ETAP E% Manual ETAP E% Manual ETAP
1º Relé CLIENTE Relé CLIENTE 4,610 4,611 0,022% 0 0 0,000% 50 50
2º Fusível Derivação Fusível Derivação 4,610 4,611 0,022% 15 13,3 11,333% - -
3º Relé COELCE Relé COELCE 4,610 4,611 0,022% 100 100 0,000% 50 50
Fonte: Tabela própria.

Tabela 6.8 – Comparação Manual/ETAP - Atuação da Proteção - Falta 1ϕ - B-01

Corrente de Função
Sequência de Dispositivo Tempo de Atuação (ms)
Sensiblização (kA) Acionada
Operação
Manual ETAP Manual ETAP E% Manual ETAP E% Manual ETAP
1º Relé CLIENTE Relé CLIENTE 3,049 3,049 0,000% 0 0 0,000% 50 50
2º Relé CLIENTE Relé CLIENTE 3,088 3,089 0,032% 0 0 0,000% 50N 50N
3º Fusível Derivação Fusível Derivação 3,049 3,049 0,000% 15 14,7 2,000% - -
4º Relé COELCE Relé COELCE 3,049 3,049 0,000% 100 100 0,000% 50 50
5º Relé COELCE Relé COELCE 3,088 3,089 0,032% 150 150 0,000% 50N 50N
Fonte: Tabela própria.

CAPÍTULO 6 – CONFRONTAÇÃO DAS METODOLOGIAS


104

Tabela 6.9 – Comp. Manual/ETAP - Atuação da Proteção - Falta 3ϕ - B-02/B-03/B-04

Corrente de Função
Sequência de Dispositivo Tempo de Atuação (ms)
Sensiblização (kA) Acionada
Operação
Manual ETAP Manual ETAP E% Manual ETAP E% Manual ETAP
1º Relé CLIENTE Relé CLIENTE 0,239 0,238 0,418% 0 0 0,000% 50 50
2º Fusível Derivação Fusível Derivação 0,239 0,238 0,418% 190 201 5,789% - -
Fonte: Tabela própria.

Tabela 6.10 – Comp. Manual/ETAP - Atuação da Proteção - Falta 1ϕ - B-02/B-03/B-04

Corrente de Função
Sequência de Dispositivo Tempo de Atuação (ms)
Sensiblização (kA) Acionada
Operação
Manual ETAP Manual ETAP E% Manual ETAP E% Manual ETAP
1º Relé CLIENTE Relé CLIENTE 0,140 0,143 2,143% 0 0 0,000% 50 50
2º Fusível Derivação Fusível Derivação 0,140 0,143 2,143% 600 544 9,333% - -
Fonte: Tabela própria.

A primeira característica a ser observada com essas tabelas é que a sequência de


operação da proteção é a mesma, tanto na metodologia Manual, quanto na metodologia
ETAP.
O outro ponto a ser observado é a respeito das correntes de sensibilização dos
dispositivos de proteção: o erro relativo cometido é inferior a 2,2%, ou seja, permanece
insignificante. Muito dos erros encontrados também foram nulos, indicando que as
metodologias chegaram ao mesmo valor. O maior erro encontrado para a corrente de
sensibilização ficou em torno de 2,14%, que corresponde à falta monofásica em B-02/B-03/B-
04 (ver Tabela 6.10). Mais uma vez, vale relembrar que, apesar de ínfimos, os erros
encontrados para os níveis de falta são perfeitamente esperados, haja vista a utilização de duas
metodologias diferentes para a obtenção do mesmo parâmetro, método clássico no Capítulo 4
e o método apresentado em [11] no Capítulo 5.
A respeito dos tempos de atuação, a maioria dos erros encontrados foi nula e os
outros, que possuem uma pequena fração de erro, advêm do erro cometido na determinação
dos níveis de falta nas barras do sistema, entretanto há um ponto que chama a atenção: os
tempos de atuação do dispositivo Fusível Derivação. Os erros encontrados para esse
parâmetro são bem elevados, chegando ao ponto de superar 24% (ver Tabela 6.6). No entanto,
isso não é preocupante e muito menos invalida a análise pelo ETAP, o que acontece é que, o
método manual utiliza-se do coordenograma de um determinado fabricante para a obtenção
do tempo de atuação (para essa monografia, foi utilizado [16]) e o ETAP, para a obtenção
desse mesmo tempo de atuação, toma como referência curvas de outros fabricantes, por isso a

CAPÍTULO 6 – CONFRONTAÇÃO DAS METODOLOGIAS


105

discrepância, entretanto, apesar da distância entre os valores, faz-se necessário dizer que eles
possuem a mesma ordem de grandeza e não desestabilizam a sequência de operação da
proteção obtida de forma manual e através do ETAP, conforme mencionado acima, a
sequência de operação é a mesma para ambas as metodologias.

6.4 Comparação #3 – Coordenogramas


Não há muito o que comentar sobre os coordenogramas (fase/neutro) obtidos
através da metodologia manual e dos obtidos com o ETAP, a não ser que são extremamente
semelhantes a menos pelo design, o que se justifica perfeitamente por terem sido gerados em
ambientes computacionais completamente diferentes (Microsoft Excel e ETAP). Para
comprovar essa afirmação, basta fazer a comparação visual entre a Figura 4.15 e a Figura 5.23
para os coordenogramas de fase e entre a Figura 4.16 e a Figura 5.24 para os coordenogramas
de neutro.
Verificando os coordenogramas de fase, vê-se claramente que a disposição dos
dispositivos de proteção é a mesma, além disso, os pontos de todas as curvas são praticamente
idênticos, exceto pelos do Fusível Derivação que, conforme mencionado na seção anterior,
são obtido de fontes diferentes. Nos coordenogramas de neutro, mais uma vez se verifica que
a disposição dos dispositivos é a mesma e que os pontos das curvas também são praticamente
os mesmos.
Um detalhe positivo para o ETAP é a geração das informações de cada curva
exibida nos coordenogramas, isso, além de facilitar a identificação de cada curva exibida,
proporciona uma visão geral de cada dispositivo; para os relés, por exemplo, é possível
visualizar de forma rápida a faixa de graduação de cada unidade de proteção (temporizada e
instantânea) de fase e de neutro. O desenvolvimento desse recurso pelo Microsoft Excel
também é possível, no entanto seria deveras trabalhoso para o projetista catalogar todos essas
informações e incluí-las nos gráficos manualmente.

6.5 Comparação #4 – Tempos de Análise


Conforme já adiantado no início deste capítulo, esse parâmetro foi analisado tanto
pela vertente qualitativa, quanto pela vertente quantitativa. Foi solicitado à Área de Análise de
Projetos de SE’s Particulares Atendidas em 13,8 kV da COELCE a análise da planta
industrial fictícia apresentada no Apêndice A; vale salientar que a análise solicitada limita-se
ao abordado neste trabalho: níveis de falta nas barras do sistema, atuação da proteção e
coordenogramas.
CAPÍTULO 6 – CONFRONTAÇÃO DAS METODOLOGIAS
106

6.5.1 Avaliação Qualitativa


Segundo a Área de Análise de Projetos, o ETAP proporciona, para a determinação
dos níveis de curto-circuito, verificação da atuação da proteção e geração dos
coordenogramas, que são, talvez, os pontos mais importantes e complexos de um projeto de
geração em rampa, uma agilidade extremamente significativa, podendo-se dizer que é até uma
covardia tentar comparar as duas metodologias, pois a velocidade da obtenção dos resultados
com o ETAP é muito maior que a obtenção pela metodologia tradicional. Entretanto, utilizar o
ETAP significa obter a resposta final de imediato, negligenciado todos os passos que o
projetista fez até a chegada aos resultados finais e isso, para a COELCE, não é interessante,
pois ela tem a perspectiva de orientar os projetista e indicar a eles onde exatamente
encontram-se as pendências do projeto, porém isso não invalida o uso da ferramenta
computacional, pois seria perfeitamente viável analisar primeiramente os projetos com o
ETAP e detectar se o projetista errou ou não; caso sim, partir-se-ia para uma averiguação mais
pormenorizada, caso não, continuar-se-ia a análise normalmente.
No mais, para a Área de Análise de Projetos de SE’s Particulares Atendidas em
13,8 kV da COELCE, a utilização de um software dessa magnitude para a análise dos projetos
seria deveras salutar e com certeza elevaria bastante a velocidade das análises, além disso,
seria ótimo para outras áreas da empresa, tais como a área de planejamento e operação, pois o
ETAP, pelo pouco que foi visto, parece ser uma ferramenta computacional muito poderosa e
possui muitas outras aplicações além da explorada.

6.5.2 Avaliação Quantitativa


Basicamente, o intuito aqui é averiguar qual análise foi mais rápida e quanto mais
célere foi essa análise. O tempo levado em consideração é aquele restrito à análise, ou seja,
não se leva em consideração qualquer interferência que possa ter tirado a atenção do analista,
por exemplo, o analista teve de parar a análise para atender a um telefonema, esse tempo
gasto com a atividade não relacionada à análise foi descontado do tempo total.

1) Tempos de Análise
tmanual Tempo Total de Análise pelo Método Manual

tmanual  7 , 58 h
(122)
t ETAP  3, 08 h
tETAP Tempo Total de Análise com o Uso do ETAP

CAPÍTULO 6 – CONFRONTAÇÃO DAS METODOLOGIAS


107

2) Ganho de Velocidade no Tempo de Análise


Gv Tempo Total de Análise pelo Método Manual

tmanual 7 , 58
GV  1   1  GV  146 % (123)
t ETAP 3, 08

Como se pode notar, o método que levou menos tempo para analisar a planta
industrial foi o que utiliza a ferramenta computacional ETAP e esse aumento na velocidade
ficou em torno de 146%, ou seja, utilizando o ETAP, o tempo gasto com a análise foi muito
menos que a metade do tempo gasto com o método manual. Nesse quesito, é fácil ver como a
metodologia utilizando o ETAP é significativamente mais eficiente que a metodologia
tradicional.

CAPÍTULO 6 – CONFRONTAÇÃO DAS METODOLOGIAS


108

CAPÍTULO 7
7 CONCLUSÃO

CONCLUSÃO

Ao longo das últimas décadas, a demanda de projetos de geração particular


cresceu assustadoramente no Brasil, muito disso se deve à crise energética pela qual o país
passou no início dos anos 2000, que fez com que as grandes e médias indústrias ficassem
alerta para o fato de que a falta de energia elétrica poderia trazer prejuízos inestimáveis à
produção. No entanto, uma instalação com geração particular só vai ser técnico-
economicamente viável se houver a interligação com a rede pública de energia, a qual
promove mais confiabilidade ao sistema próprio. Para essa interligação, entretanto, devem ser
feitos inúmeros estudos elétricos a fim de avaliar a segurança e o resguardo tanto da rede
pública, quanto da instalação privada. Essa avaliação é elaborada por um profissional
habilitado e analisada pela concessionária de energia elétrica local, responsável pela rede
pública de energia. Existem diversos tipos de transferência de carga entre a instalação privada
e a rede pública, no entanto, uma das mais complexas e difíceis de avaliar, é a transferência de
carga do tipo rampa, em que ocorre um intervalo de paralelismo entre a concessionária e a
geração particular.
Para projetos de geração particular em rampa, a COELCE faz, hoje, uma análise
do tipo tradicional, ou seja, manual. Isso é bom pelo fato dela conseguir deter todos os passos
dos cálculos e determinar exatamente onde o projetista por acaso tenha errado, no entanto, o
lado ruim é que a velocidade de análise fica deveras comprometida; hoje, um projeto de
geração em rampa pode levar, a partir do início da análise propriamente dita, cinco ou mesmo
seis dias para ser finalizado.
Uma forma de otimizar essa análise é dispor de uma ferramenta computacional
que faça, pelos analistas, as seções que demandem mais tempo. O ETAP é software
extremamente poderoso que pode, sem problemas, fazer essas análises em um tempo
extremamente rápido, liberando os projetistas para a análise de outros projetos com mais
rapidez e, logicamente, desafogando a fila de projetos.
Como foi visto nessa monografia, o estudo de caso realizado nos capítulos 4, 5 e 6
prova que o ETAP é uma solução tecnicamente viável. Quando da análise feita manualmente
(Capítulo 4), é notória a quantidade e a complexidade das informações que o analista deve
avaliar para um simples projeto de geração em rampa; fala-se “simples”, pois a planta
industrial fictícia estudada é bastante pequena, possui apenas um transformador e um gerador,

CAPÍTULO 7 – CONCLUSÃO
109

alterando isso, o projeto pode ficar ainda maior e mais complexo. Já a análise com o ETAP
(Capítulo 5), levou menos da metade da quantidade de páginas gastas na análise manual, é
uma diferença espantosa. No Capítulo 6, a avaliação pormenorizada das metodologias mostra
claramente as vantagens do ETAP sobre a metodologia manual: os níveis de falta nas barras
do sistema e os tempos de atuação da proteção são praticamente os mesmos, os erros medidos
são insignificantes, os coordenogramas, salvo o design, haja vista terem sido elaborados em
softwares distintos, são idênticos e o ganho de velocidade na análise com o ETAP supera
145%. A única barreira que pode impedir a implantação do ETAP na metodologia de análise
da COELCE é a sua própria filosofia de trabalho: ela tem como princípio detectar onde
exatamente o projetista porventura tenha errado e isso é impossível através do ETAP, pois ele
traz apenas a resposta final. Entretanto, como foi dito, apenas pode impedir, pois é possível
utilizar a ferramenta computacional para detectar se o projetista errou; caso sim, inicia-se uma
varredura para encontrar o erro, caso não, a análise encerra-se. Outro fator importante é que o
ETAP pode ser usado por outras áreas da empresa, tais como a área de planejamento e a área
de operação, pois, como foi visto, ele possui uma infinidade de ferramentas que não se
limitam ao exposto nesse trabalho.
Em um futuro não muito distante, o conceito de geração ganhará nova forma e
tende a revolucionar definitivamente o sistema energético do país: a ideia de que um
determinado consumidor de energia elétrica pode possuir sua geração independente para
atender suas demandas de carga e ainda comercializar o excedente de energia em um sistema
interligado, como é o sistema elétrico brasileiro, é objeto de muito estudo por parte dos
técnicos da área de energia elétrica e de muita discussão por parte da política do país. Quando
essa tendência realmente se consolidar e entrar em operação, a demanda de projetos de
geração própria, que já é grande, tende a aumentar e é possível que a atual metodologia de
análise desse tipo de projeto fique insustentável e a adoção de ferramentas computacionais
torne-se imperativa.

CAPÍTULO 7 – CONCLUSÃO
110

8 REFERÊNCIAS

[1] COMPANHIA ENERGÉTICA DO CEARÁ (COELCE). Área de Análise de Projetos


de SE Particulares Classe 15 kV. Fortaleza. 2012.

[2] FILHO, J. M. Instalações Elétricas Industriais. 8ª. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2010.

[3] COMPANHIA ENERGÉTICA DO CEARÁ (COELCE). Decisão Técnica DT-


104/2010 R-03 - Instruções para Instalação de Geradores Particulares. Normas e
Procedimentos. Fortaleza, p. 17. 2010.

[4] MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE). NR-10: Segurança em


Instalações e Serviços em Eletricidade. [S.l.].

[5] MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE). NR-20: Líquidos


Combustíveis e Inflamáveis. Secretaria de Inspeção do Trabalho. [S.l.].

[6] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Resolução Normativa


Nº 414/2010: Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica. Brasília. 2012.

[7] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5410/2004:


Instalações Elétricas de Baixa Tensão. [S.l.]. 2004.

[8] ASSOCIÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14039/2005:


Instalações Elétricas de Média Tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. [S.l.]. 2005.

[9] ETAP® Celebrates Its 25th Anniversary as the World Leading Power System Design,
Analysis, Operation, Optimization, and Automation Software. Business Wire.
Disponível em: <http://www.businesswire.com/news/home/20110512005594/en/ETAP
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2013.

[10] AMERICAN NATIONAL STANDARS INSTITUDE. ANSI/IEEE C37.13: IEEE


Standard for Low-Voltage AC Power Circuit Breakers Used in Enclosures. [S.l.].
1981.

[11] AMERICAN NATIONAL STANDARS INSTITUTE. ANSI/IEEE C37.010: IEEE


Application Guide for AC High-Voltage Circuit Breakers Rated on a Symmtrical
Current Basis. [S.l.]. 1979.

[12] INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMMISSION. IEC 60909: Short-


circuit currents in three-phase a.c. systems. [S.l.]. 2001.

[13] KINDERMANN, G. Curto-Circuito. 4ª. ed. Florianópolis: do autor, 2007.

REFERÊNCIAS
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[14] COMPANHIA ENERGÉTICA DO CEARÁ (COELCE). Norma Técnica NT-002/2011


R-03 - Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Primária de Distribuição.
Normas e Procedimentos. Fortaleza, p. 67. 2011.

[15] KINDERMANN, G. Proteção de Sistemas Elétricos de Potência. 2ª. ed.


Florianópolis: do autor, v. 1, 2005.

[16] INDEL Bauru. Curvas Características de Fusão Tempo X Corrente. Disponível em:
<http://www.indelbauru.com.br/upload/indel/pt/curvastcc/curvas_portugues_ef_k.pdf>.
Acesso em: 10 Abril 2013.

[17] JÚNIOR, C. A. D. O. Estudo de Proteção - Metodologia de Cálculo. Disponível em:


<http://www.eletrotecnica.ufc.br/Estudo%20de%20Protecao%20-
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[18] COMPANHIA ENERGÉTICA DO CEARÁ (COELCE). Área de Planejamento


AT/MT. Fortaleza. 2013.

[19] DELMAR - HUBBEL. Chave Fusível Distribuição "DHC". Disponível em:


<http://www.delmar.com.br/PDF/DHC.PDF>. Acesso em: 22 Maio 2013.

[20] DELMAR - HUBBEL. Para-Raios Modelo "NLZ-P" - 10 kA. Disponível em:


<http://www.delmar.com.br/pdf/NLZ-P.pdf>. Acesso em: 22 Maio 2013.

[21] SCHNEIDER ELECTRIC. Sepam Série 40. Disponível em: <http://www.global-


download.schneider-electric.com/852575770039EC5E/all/8364C7E03F0170EC852576
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[22] CARMEHIL. Disjuntor a Vácuo de Média Tensão. Disponível em:


<http://www.carmehil.com.br/index.php?option=com_k2&view=item&id=7:disjuntor-
a-v%C3%A1cuo-de-m%C3%A9dia-tens%C3%A3o&Itemid=103>. Acesso em: 22
Maio 2013.

[23] GODOY, M. V. D. Escola Politécnica de Pernambuco. Transformadores de Potência.


Disponível em: <http://www.poli.br/~carlosfd/arquivos/Material%20Did%E1tico_prof.
%20Carlos%20Frederico%20Diniz_POLI_UPE/Combate%20ao%20Desperdicio%20de
%20Energia%20POLI_UPE%202009/2.Apostilas%20Teoricas/Transformador%20de%
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[24] GE ENERGY MANAGEMENT. TJK, THJK. Disponível em:


<http://www.geindustrial.com.br/produtos/disjuntores/industriais/tjk/>. Acesso em: 22
Maio 2013.

REFERÊNCIAS
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[25] FRANCAL DISTRIBUIDORA LTDA. Contator de Potência CJX2-F800. Disponível


em: <http://www.francaldistribuidora.com/contator/cjx2/contator-cjx2-F800?sort=p.pric
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[26] CUMMINS POWER GENERATION. PowerCommand® Digital MasterControl™


DMC1000. Disponível em: <http://www.cumminspower.com.br/pdf/sistemas/DMC100
0.pdf>. Acesso em: 22 Maio 2013.

[27] CUMMINS GENERATOR TECHNOLOGIES. STAMFORD® RANGE. Disponível


em: <https://www.cumminsgeneratortechnologies.com/en/products/stamford/>. Acesso
em: 22 Maio 2013.

[28] CUMMINS POWER GENERATOR. Power Solutions. Disponível em:


<http://www.onpower.com/pdf/f-1186-onsite-power-fullline.pdf>. Acesso em: 22 Maio
2013.

[29] TABELA ANSI. SEL - Schweitzer Engineering Laboratories. Disponível em:


<http://www.selinc.com.br/Tabela_ANSI_SEL.pdf>. Acesso em: 20 Abril 2013.

[30] FILHO, R. N. D. C. Comparação dos Programas Anarede e PowerWorld Aplicados


a Casos de Fluxo de Carga. Universidade Federal do Maranhão (UFMA). [S.l.], p. 2.

[31] ALVES, F. R. M. et al. Incorporação do Programa de Análise de Faltas Simultâneas


(ANAFAS) a um Ambiente Integrado de Interface Gráfica e Banco de Dados.
Congresso de Inovação Tecnológica em Energia Elétrica (CITENEL). Florianópolis.
2005.

[32] DECOURT, P. C. K. Facilidades do Programa ANAFAS para Estudos de Curto-


Circuito e Proteção de Sistemas de Energia Elétrica. Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ). Rio de Janeiro. 2007.

[33] DIGSILENT. Disponível em: <http://www.digsilent.de/index.php/company.html>.


Acesso em: 04 Abril 2013.

[34] SANTOS, V. M. Estudo de Caso de Curto-Circuito em um Sitema Elétrico


Industrial. Universidade de São Paulo (USP). São Carlos. 2009.

[35] BARROS, J. V. C. Estudo de Viabilidade Econômica e das Proteções da Subestação


de 69-13,8 kV do Campus do Pici da Universidade do Ceará. Universidade Federal
do Ceará (UFC). Fortaleza. 2010.

[36] POWER Systems Analysis Software. OpenElectrical, 2012. Disponível em:


<http://www.openelectrical.org/wiki/index.php?title=Power_Systems_Analysis_Softwar
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REFERÊNCIAS
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[37] USKI, S. et al. Adjoint wind turbine modeling with ADAMS, Simulink and
PSCAD/EMTDC. Chalmers University of Technology. Finlândia, p. 5. 2004.

[38] NASCIMENTO, G. M. G. Interface MATLAB - PSCAD para Simulação Integrada.


Universidade Federal do Ceará (UFC). Fortaleza. 2011.

[39] SimPowerSystems User's Guide. [S.l.]. 2003. Versão 3.

[40] PEQUENO, L. E. B. Novas Facilidades de Operação do Programa ANAREDE.


Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Rio de Janeiro. 2010.

REFERÊNCIAS
114

A APÊNDICE A
APÊNDICE A – O SISTEMA INDUSTRIAL UTILIZADO NO ESTUDO DE CASO

O SISTEMA INSDUSTRIAL UTILIZADO NO ESTUDO DE CASO

Este apêndice consolida as principais características do sistema industrial


utilizado nos capítulos 4 e 5 desta monografia. Inicialmente é feita uma descrição geral da
planta industrial, com a apresentação de um esquema unifilar simplificado, para em seguida
apresentar os dados de responsabilidade da concessionária e os dados próprios do sistema
industrial. No fim do apêndice, são apresentados tópicos intimamente relacionados com o
estudo de geração em rampa: os níveis de curto-circuito e a coordenação da proteção.

A.1 Descrição Básica Geral


A planta industrial tomada como base para os estudos realizados nesta monografia
é composta por uma subestação abrigada, com um transformador trifásico de 300 kVA, a óleo
mineral, com proteção geral de média tensão realizada por um disjuntor acionado por relé
secundário. A instalação conta ainda com um grupo gerador de 500 kVA, operando em
rampa, instalado em baixa tensão, para suprir todas as cargas da planta industrial tanto em
momentos de falta da rede elétrica local, quanto em horário de ponta; o grupo gerador foi
adquirido com folga de potência de 67% pois há previsão de expansão de carga. A sala em
que o gerador está instalado fica vizinha à subestação, sendo ambas fisicamente isoladas. Um
esquema unifilar elétrico simplificado da planta industrial pode ser visto na Figura A.1 e a
legenda dos itens apresentados no respectivo diagrama pode ser visualizada logo em seguida
na Figura A.2.
Os dados do circuito elétrico desde a subestação da concessionária que irá
alimentar o empreendimento até o ponto de ligação (a definição de ponto de ligação pode ser
visualizada em [14]) da unidade consumidora são entregues pela própria concessionária após
uma solicitação por parte do projetista. Outro dado importante que também é entregue pela
concessionária é a Ordem de Ajuste da Proteção (OAP), nela é possível obter os ajustes do
religador que protege o alimentador que serve à planta industrial; isso é necessário para a
elaboração do estudo de proteção.
No sistema aqui estudado, o ramal de ligação possui um comprimento desprezível
para os efeitos de cálculos de curto-circuito e, assim sendo, o ponto de entrega da unidade
consumidora é o próprio ponto de ligação. As definições de ramal de ligação e ponto de
entrega também podem ser vistas em [14].

APÊNDICE A – O SISTEMA INDUSTRIAL UTILIZADO NO ESTUDO DE CASO


115

Figura A.1 – Esquema Unifilar Elétrico Simplificado do Sistema Industrial

COELCE
13,8 kV - 60 Hz

ALSTOM
P142
2
52.0

B-00
SE COELCE

M
POSTE DE
MEDIÇÃO

PONTO DE ENTREGA

SE CLIENTE
8 15 G QCCA 16

SCHNEIDER 17
9
SEPAM S-42

10 52.1
12
B-01

11
B-04

GERAÇÃO
12 PARTICULAR

B-02
14

13 USCA 13
B-03

CARGAS DA INDÚSTRIA
Fonte: Ilustração própria.

APÊNDICE A – O SISTEMA INDUSTRIAL UTILIZADO NO ESTUDO DE CASO


116

Figura A.2 – Legenda do Esquema Unifilar


LEGENDA - ESQUEMA UNIFILAR

ITEM ESPECIFICAÇÃO

1 TC COELCE; RELAÇÃO 600/5

2 RELIGADOR COELCE COM RELÉ DE PROTEÇÃO ALSTOM P 142 INCORPORADO

3 IMPEDÂNCIA CORRESPONDENTE AO TRECHO #1 DE MT DA COELCE; CONDUTOR DE COBRE 95 mm²; EXTENSÃO 1.670 m

4 IMPEDÂNCIA CORRESPONDENTE AO TRECHO #2 DE MT DA COELCE; CONDUTOR DE COBRE 25 mm²; EXTENSÃO 131 m

5 IMPEDÂNCIA CORRESPONDENTE AO TRECHO #3 DE MT DA COELCE; CONDUTOR CAA 4 AWG; EXTENSÃO 50 m

CHAVE INDICADORA FUSÍVEL UNIPOLAR; CLASSE DE TENSÃO 15 kV; CORRENTE NOMINAL 300 A; CAPACIDADE DE RUPTURA
6
SIMÉTRICA 10 kA; NBI 110 kV; ELO 20K

7 PARA-RAIOS TIPO ÓXIDO DE ZINCO; CLASSE DE TENSÃO 12 kV; CAPACIDADE MÍNIMA DE RUPTURA 10 kA; NBI 95 kV

8 TC CLIENTE; RELAÇÃO 300/5

9 RELÉ SECUNDÁRIO DE AÇÃO INDIRETA; DIGITAL; FABRICANTE SCHNEIDER ELECTRIC; MODELO SEPAM S-42

DISJUNTOR DE MÉDIA TENSÃO, TRIPOLAR; A VÁCUO; ACIONAMENTO FRONTAL; COMANDO MOTORIZADO; TENSÃO NOMINAL
10 17,5 kV; CORRENTE NOMINAL 800 A; TENSÃO SUPORTÁVEL DE IMPULSO 95 kV; CAPACIDADE DE INTERRUPÇÃO SIMÉTRICA
350 MVA
TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA TRIFÁSICO; 13,8/0,38 kV; REFRIGERAÇÃO A ÓLEO; LIGAÇÃO DELTA-ESTRELA ATERRADO;
11
POTÊNCIA NOMINAL 300 kVA; IMPEDÂNCIA PERCENTUAL 5%; FREQUÊNCIA NOMINAL 60 Hz
DISJUNTOR DE BAIXA TENSÃO; TRIPOLAR; TERMOMAGNÉTICO; CORRENTE NOMINAL 500 A; TENSÃO NOMINAL 380 V; CAPACIDADE
12
DE INTERRUPÇÃO SIMÉTRICA 34 kA; FREQUÊNCIA NOMINAL 60 Hz

13 CHAVE CONTATORA TRIPOLAR; TENSÃO NOMINAL 380 V; CORRENTE NOMINAL 800 A; FREQUÊNCIA NOMINAL 60 Hz

14 UNIDADE DE SUPERVISÃO DE CORRENTE ALTERNADA (USCA); MODELO MCM 3320; CONTROLE MICROPROCESSADO

GRUPO GERADOR; POTÊNCIA NOMINAL 500 kVA (STANDBY)/456 kVA (PRIME); TENSÃO NOMINAL 380 V; IMPEDÂNCIA 14%;
15
MONTAGEM OPEN SET; MOTOR DIESEL CUMMINS; GERADOR CUMMINS NEWAGE
QUADRO DE COMANDO E CONTROLE AUTOMÁTICO (QCCA); MARCA CUMMINS; MODELO PCC 3.100; CONTROLE DE PROTEÇÃO
16
AMP SENTRY
17 TC PARA OBTEÇÃO DOS DADOS DO GRUPO GERADOR POR PARTE DO QCCA

Fonte: Ilustração própria. Dados obtidos de diversas fontes. Do item 2 ao 5: [18]; item 6: [19]; item 7: [20]; item
9: [21]; item 10: [22]; item 11: [23]; item 12: [24]; item 13: [25]; item 14: [26]; item 15: [1], [13] e [27]; item 16:
[28].

Vale salientar que o sistema industrial aqui utilizado não existe na prática e é
completamente fictício, sendo qualquer semelhança com algum sistema real mera
coincidência. Isso, no entanto, não invalida de forma alguma o estudo aqui realizado, pois,
apesar da planta industrial não existir na prática, os dados utilizados para sua montagem são
completamente verdadeiros e coerentes com a realidade.

APÊNDICE A – O SISTEMA INDUSTRIAL UTILIZADO NO ESTUDO DE CASO


117

A.2 Dados Fornecidos pela Concessionária


Conforme mencionado acima, a concessionária é responsável pela entrega de
alguns dados de suma importância para elaboração do projeto; sem eles é inviável determinar
os níveis de curto-circuito e realizar o estudo de proteção.
Seguem abaixo algumas tabelas que condensam todas essas informações:

Tabela AP.1 – Impedância Reduzida na Barra de Saída da


SE COELCE (B-00)
Impedância em pu
Sequência Positiva Sequência Zero
R1 X1 R0 X0
0,0163 0,4521 0,0000 0,3647
Fonte: Tabela própria. Dados obtidos a partir de [18].

Os valores de base adotados pela COELCE são 100 MVA para a potência e
13,8 kV para a tensão [18].

Tabela AP.2 – Topologia e Parâmetros da Rede de MT até o Ponto de Conexão da Unidade


Consumidora
Impedância do Condutor em Ω/km
Extensão
Trecho Condutor Sequência Positiva Sequência Zero
(km)
R1 X1 R0 X0
1 Cobre 95 mm² 1,670 0,2231 0,4040 0,3991 1,9282
2 Cobre 25 mm² 0,131 0,8880 0,4605 1,0658 1,9847
3 CAA 4 AWG 0,050 1,5835 0,4972 1,7613 2,0214
Fonte: Tabela própria. Dados obtidos a partir de [18].

Tabela AP.3 – Ordem de Ajuste da Proteção do Relé COELCE


Ajuste da Proteção
Tensão Relação TC Código Corrente de Graduação do Relé
Proteção Relé Tipo de
(kV) (RTC) ANSI Pickup (A) TAPE Curva
Inst. (A) Temporização
(A) (s)
600-5 Alstom 25,00
13,8 Fase 50/51 552 4,60 0,225 IEC - V.I.
600-5 (No Relé) P142 (t=0,10 s)
600-5 Alstom 8,35
13,8 Neutro 50N/51N 24 0,20 0,425 IEC - V.I.
120-1 (No Relé) P142 (t=0,15 s)
Fonte: Tabela própria. Dados obtidos a partir de [18].

Para o relé Alstom P142, o múltiplo mínimo de atuação é 1,1 e o máximo


(saturação) é 20 [18].

APÊNDICE A – O SISTEMA INDUSTRIAL UTILIZADO NO ESTUDO DE CASO


118

A.3 Dados Próprios do Sistema Industrial


Seguem algumas tabelas que contêm determinados dados da planta industrial de
suma importância para a elaboração/análise do projeto de geração:

Tabela AP.4 – Dados Básicos do Transformador da SE CLIENTE


Potência Nominal Tensão Nominal Esquema de Impedância Percentual
X/R
(kVA) (kV) Ligação (%)
300 13,8/0,38 Dyn1 5,0 3,09
Fonte: Tabela própria. Dados obtidos a partir de [23].

Tabela AP.5 – Dados Básicos do Gerador do Cliente


Potência Nominal Tensão Nominal Fator de Eficiência Nº Velocidade Reatância Subtransitória Reatância de Sequência
(kVA) (kV) Potência (%) (%) Polos (RPM) de Eixo Direto (%) Zero (%)
500 0,38 85 95 4 1800 14,0 11,0
Fonte: Tabela própria. Dados obtidos a partir de [1], [13] e [27].

Tabela AP.6 – Nomenclatura das Barras do Sistema Estudado


Barra Denominação
B-00 Barra de Saída da SE COELCE
B-01 Barra do Ponto de Entrega
B-02 Barra de BT do Trafo da SE CLIENTE
B-03 Barra de Sincronismo
B-04 Barra do Gerador
Fonte: Tabela própria.

Tabela AP.7 – Distâncias Físicas entre as Barras de BT


Da Barra Para Barra Distância (m)
B-02 B-03 2,0
B-03 B-04 4,0
Fonte: Tabela própria.

Tabela AP.8 – Ordem de Ajuste da Proteção do Relé CLIENTE


Ajuste da Proteção
Tensão Relação TC Código Corrente de Graduação do Relé
Proteção Relé Tipo de
(kV) (RTC) ANSI Pickup (A) TAPE Curva
Inst. (A) Temporização
(A) (s)
300-5 Schneider 2,00
13,8 Fase 50/51 30 0,50 0,067 IEC - V.I.
60-1 (No Relé) SEPAM S-42 (t=0,00 s)
300-5 Schneider 1,20
13,8 Neutro 50N/51N 6 0,10 0,140 IEC - V.I.
60-1 (No Relé) SEPAM S-42 (t=0,00 s)
Fonte: Tabela própria. Dados obtidos a partir de [1] e [21].

Para o relé Schneider SEPAM S-42, o múltiplo mínimo de atuação é 1,1 e o


máximo (saturação) é 20 [1].
APÊNDICE A – O SISTEMA INDUSTRIAL UTILIZADO NO ESTUDO DE CASO
119

A.4 Níveis de Curto-Circuito


De acordo com as três situações de operação definidas no item 1) da seção 4.2.1,
seguem as tabelas com a magnitude das correntes de curto-circuito nas barras da planta
industrial para cada caso:

Tabela AP.9 – Resumo dos Níveis de Falta - Caso I


Tipo de Falta
Barra
Trifásica (kA) Monofásica (kA)
B-00 - Barra de Saída da SE COELCE 9,248 9,888
B-01 - Barra do Ponto de Entrega 4,610 3,063
B-02 - Barra do Secundário do Trafo da SE CLIENTE 8,670 8,814
B-03 - Barra de Sincronismo 8,670 8,814
B-04 - Barra do Gerador - -
Fonte: Tabela própria.

Tabela AP.10 – Resumo dos Níveis de Falta - Caso II


Tipo de Falta
Barra
Trifásica (kA) Monofásica (kA)
B-00 - Barra de Saída da SE COELCE - -
B-01 - Barra do Ponto de Entrega - -
B-02 - Barra do Secundário do Trafo da SE CLIENTE - -
B-03 - Barra de Sincronismo 5,426 5,844
B-04 - Barra do Gerador 5,426 5,844
Fonte: Tabela própria.

Tabela AP.11 – Resumo dos Níveis de Falta - Caso III


Tipo de Falta
Trifásica (kA) Monofásica (kA)
Barra
Contribuição Contribuição Contribuição Contribuição
Total Total
COELCE CLIENTE COELCE CLIENTE
B-00 - Barra de Saída da SE COELCE 9,248 0,093 9,341 9,893 0,066 9,959
B-01 - Barra do Ponto de Entrega 4,610 0,094 4,698 3,049 0,041 3,088
B-02 - Barra de BT do Trafo da SE CLIENTE 8,670 5,426 14,096 8,806 5,878 14,684
B-03 - Barra de Sincronismo 8,670 5,426 14,096 8,806 5,878 14,684
B-04 - Barra do Gerador 8,670 5,426 14,096 8,806 5,878 14,684
Fonte: Tabela própria.

A.5 Coordenação dos Dispositivos de Proteção


Nesta seção será apresenta a sequência de operação dos dispositivos de proteção
para faltas (trifásica e monofásica) em cada barra do sistema. Vale salientar que são levados
em consideração apenas três dispositivos: Relé COELCE, Fusível Derivação e Relé
CLIENTE; para os relés somente é analisada as funções de sobrecorrente instantânea de fase e

APÊNDICE A – O SISTEMA INDUSTRIAL UTILIZADO NO ESTUDO DE CASO


120

neutro (50/50N) e sobrecorrente temporizada de fase e neutro (51/51N). Ademais, todas as


tabelas abaixo estão referenciadas à situação de operação em que a geração COELCE e a
geração CLIENTE incidem sobre o sistema (Caso III, conforme seção 4.2.1).
Outro fato importante a ser mencionado é que os ajustes da proteção aqui
apresentados para a planta industrial estão bem dimensionados e respeitam os princípios da
coordenação e da seletividade dos sistemas de proteção, ou seja, o intuito do estudo de caso
elaborado neste trabalho não é analisar a proteção para consertá-la, mas sim analisá-la para
contemplar como realmente ela atende aos requisitos mencionados.

Tabela AP.12 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-00


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé COELCE 9,248 100 50
2º Relé CLIENTE 0,093 431 51
3º Fusível Derivação 0,093 1.600 -
Fonte: Tabela própria. Tempo de atuação do elo fusível obtido a partir de [16]
considerando o pior caso.

Tabela AP.13 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-00


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé COELCE 9,893 100 50
2º Relé COELCE 9,959 150 50N
3º Relé CLIENTE 0,066 754 51
4º Fusível Derivação 0,066 6.000 -
Fonte: Tabela própria. Tempo de atuação do elo fusível obtido a partir de [16]
considerando o pior caso.

Tabela AP.14 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-01


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 4,610 0 50
2º Fusível Derivação 4,610 15 -
3º Relé COELCE 4,610 100 50
Fonte: Tabela própria. Tempo de atuação do elo fusível obtido a partir de [16]
considerando o pior caso.

APÊNDICE A – O SISTEMA INDUSTRIAL UTILIZADO NO ESTUDO DE CASO


121

Tabela AP.15 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-01


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 3,049 0 50
2º Relé CLIENTE 3,088 0 50N
3º Fusível Derivação 3,049 15 -
4º Relé COELCE 3,049 100 50
5º Relé COELCE 3,088 150 50N
Fonte: Tabela própria. Tempo de atuação do elo fusível obtido a partir de [16]
considerando o pior caso.

Tabela AP.16 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-02


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,239 0 50
2º Fusível Derivação 0,239 190 -
Fonte: Tabela própria. Tempo de atuação do elo fusível obtido a partir de [16]
considerando o pior caso.

Tabela AP.17 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-02


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,140 0 50
2º Fusível Derivação 0,140 600 -
Fonte: Tabela própria. Tempo de atuação do elo fusível obtido a partir de [16]
considerando o pior caso.

Tabela AP.18 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-03


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,239 0 50
2º Fusível Derivação 0,239 190 -
Fonte: Tabela própria. Tempo de atuação do elo fusível obtido a partir de [16]
considerando o pior caso.

APÊNDICE A – O SISTEMA INDUSTRIAL UTILIZADO NO ESTUDO DE CASO


122

Tabela AP.19 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-03


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,140 0 50
2º Fusível Derivação 0,140 600 -
Fonte: Tabela própria. Tempo de atuação do elo fusível obtido a partir de [16]
considerando o pior caso.

Tabela AP.20 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 3ϕ em B-04


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,239 0 50
2º Fusível Derivação 0,239 190 -
Fonte: Tabela própria. Tempo de atuação do elo fusível obtido a partir de [16]
considerando o pior caso.

Tabela AP.21 – Sequência de Operação da Proteção para Falta 1ϕ em B-04


Corrente de
Sequência de Tempo de Função
Dispositivo Sensiblização
Operação Atuação (ms) Acionada
(kA)
1º Relé CLIENTE 0,140 0 50
2º Fusível Derivação 0,140 600 -
Fonte: Tabela própria. Tempo de atuação do elo fusível obtido a partir de [16]
considerando o pior caso.

A.6 Considerações Finais


Os dados apresentados nos itens A.4 e A.5 advêm do projeto de geração particular
com transferência de carga em rampa elaborado da forma tradicional, ou seja, manual, sem o
uso de ferramentas computacionais. Os cálculos que chegam aos resultados exibidos estão no
Capítulo 4 desta monografia; quaisquer dúvidas que possam ter surgido após a leitura deste
apêndice, muito provavelmente podem ser eliminadas com a apreciação do capítulo
supracitado, pois o objetivo aqui é apenas apresentar a planta industrial em linhas gerais, sem
entrar em muitos detalhes, diferente da abordagem feita no Capítulo 4.

APÊNDICE A – O SISTEMA INDUSTRIAL UTILIZADO NO ESTUDO DE CASO


123

A ANEXO A
ANEXO A – PRINCIPAIS FUNÇÕES ANSI

PRINCIPAIS FUNÇÕES ANSI

ANEXO A – PRINCIPAIS FUNÇÕES ANSI


124

Tabela AN.1 – Funções da Tabela ANSI (continua)


Função Descrição
1 Elemento principal
2 Relé de partida / fechamento temporizado
3 Relé de verificação ou intertravamento
4 Contator principal ou relé mestre
5 Dispositivo de desligamento
6 Disjuntor de partida
7 Relé de taxa de variação
8 Dispositivo de desconexão de controle de energia
9 Dispositivo de reversão
10 Chave de sequência unitária
11 Dispositivo multifunção
12 Dispositivo de sobrevelocidade
13 Dispositivo de rotação síncrona
14 Dispositivo de subvelocidade
15 Dispositivo de ajuste ou comparação de velocidade ou frequência
16 Dispositivo de controle de carga para bateria
17 Chave de derivação ou descarga
18 Dispositivo de aceleração ou desaceleração
19 Contator de transição partida-marcha
20 Válvula operada eletricamente
21 Relé de distância
22 Disjuntor equalizador
23 Dispositivo de controle de temperatura
24 Relé de sobreexcitação ou volts por hertz
25 Relé de verificação de sincronismo ou sincronização
26 Dispositivo térmico do equipamento
27 Relé de subtensão
28 Detetor de chama
29 Contator de isolamento ou seccionadora
30 Relé anunciador
31 Dispositivo de excitação separada
32 Relé direcional de potência
33 Chave de posicionamento
34 Dispositivo master de sequência
35 Dispositivo para operação das escovas ou curto-circuitar anéis coletores
36 Dispositivo de polaridade de tensão
37 Relé de subcorrente ou subpotência
38 Dispositivo de proteção de mancal
39 Monitor de condições mecânicas
40 Relé de perda de excitação ou relé de perda de campo
41 Disjuntor ou chave de campo
42 Disjuntor / chave de operação normal

ANEXO A – PRINCIPAIS FUNÇÕES ANSI


125

Tabela AN.1 – Funções da Tabela ANSI (continuação)


Função Descrição
43 Dispositivo de transferência ou seleção manual
44 Relé de sequência de partida
45 Monitor de condições atmosféricas
46 Relé de reversão ou desbalanceamento de corrente
47 Relé de reversão ou desbalanceamento de tensão
48 Relé de sequência incompleta/ partida longa
49 Relé térmico
50 Relé de sobrecorrente instantâneo
51 Relé de sobrecorrente temporizado
52 Disjuntor de corrente alternada
53 Relé para excitatriz ou gerador CC
54 Dispositivo de acoplamento
55 Relé de fator de potência
56 Relé de aplicação de campo
57 Dispositivo de aterramento ou curto-circuito
58 Relé de falha de retificação
59 Relé de sobretensão
60 Relé de balanço de corrente ou tensão
61 Sensor de densidade
62 Relé temporizador
63 Relé de pressão de gás (Buchholz)
64 Relé detetor de terra ou relé de carcaça
65 Regulador
66 Relé de supervisão do número de partidas
67 Relé direcional de sobrecorrente
68 Relé de bloqueio por oscilação de potência
69 Dispositivo de controle permissivo
70 Reostato
71 Dispositivo de detecção de nível
72 Disjuntor de corrente contínua
73 Contator de resistência de carga
74 Relé de alarme
75 Mecanismo de mudança de posição
76 Relé de sobrecorrente CC
77 Dispositivo de telemedição
78 Relé de medição de ângulo de fase / proteção contra falta de sincronismo
79 Relé de religamento
80 Chave de fluxo
81 Relé de frequência (sub ou sobre)
82 Relé de religamento de carga de CC
83 Relé de seleção / transferência automática
84 Mecanismo de operação

ANEXO A – PRINCIPAIS FUNÇÕES ANSI


126

Tabela AN.1 – Funções da Tabela ANSI (conclusão)


Função Descrição
85 Relé receptor de sinal de telecomunicação (teleproteção)
86 Relé auxiliar de bloqueio
87 Relé de proteção diferencial
88 Motor auxiliar ou motor gerador
89 Chave seccionadora
90 Dispositivo de regulação (regulador de tensão)
91 Relé direcional de tensão
92 Relé direcional de tensão e potência
93 Contator de variação de campo
94 Relé de desligamento
95 a 99 Usado para aplicações específicas
Fonte: Tabela própria. Dados retirados de [29].

Tabela AN.2 – Complementação da Tabela ANSI


Função Descrição
50N Sobrecorrente instantânea de neutro
51N Sobrecorrente temporizada de neutro
50G Sobrecorrente instantânea de terra (comumente chamado 50GS)
51G Sobrecorrente temporizada de terra (comumente chamado 51GS)
50BF Proteção contra falha de disjuntor (também chamado de 50/62 BF)
51Q Sobrecorrente temporizada de sequência negativa
51V Sobrecorrente com restrição de tensão
51C Sobrecorrente com controle de torque
50AFD Proteção contra arco voltaico
59Q Sobretensão de sequência negativa
59N Sobretensão residual ou sobretensão de neutro (também chamada de 64G)
Proteção de terra que pode ser por corrente ou por tensão. Para que se possa fazer a
definição corretamente, os diagramas unifilares devem indicar se o elemento é
alimentado por TC ou por TP. Se for alimentado por TC, também pode ser utilizado
64 como uma unidade 51 ou 61. Se for alimentado por TP, pode-se utilizar uma
unidade 59N ou 64G. A função 64 também pode ser encontrada como proteção de
carcaça, massa-cuba ou tanque, sendo aplicada em transformadores de força até
5 MVA.
67N Sobrecorrente direcional de neutro (instantâneo ou temporizado)
67G Sobrecorrente direcional de terra (instantâneo ou temporizado)
67Q Sobrecorrente direcional de sequência negativa
Fonte: Tabela própria. Dados retirados de [29].

ANEXO A – PRINCIPAIS FUNÇÕES ANSI


127

B ANEXO B
ANEXO B – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO I)

RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO


(CASO I)

ANEXO B – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO I)


128

ANEXO B – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO I)


129

ANEXO B – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO I)


130

ANEXO B – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO I)


131

ANEXO B – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO I)


132

C ANEXO C
ANEXO C – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO II)

RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO


(CASO II)

ANEXO C – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO II)


133

ANEXO C – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO II)


134

ANEXO C – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO II)


135

D ANEXO D
ANEXO D – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO III)

RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO


(CASO III)

ANEXO D – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO III)


136

ANEXO D – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO III)


137

ANEXO D – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO III)


138

ANEXO D – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO III)


139

ANEXO D – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO III)


140

ANEXO D – RELATÓRIO DO ETAP PARA OS NÍVEIS DE CURTO-CIRCUITO (CASO III)

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