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A ARTE COMO BASE EPISTEMOLOGICA PARA UMA PEDAGOGIA DA INFANCIA. Ana Angélica Albano No descomego ero 0 verbo. 56 depois & que veio 0 deliio do verbo. O delirio do verbo estava no camece, Ié onde 9 Crianga diz: Ev escuto 0 cor dos passarinhos. ‘A ctianga no sobe que 0 verbo esculer née funciona para cor, mas pore som. nao, se 0 erianga muda fungao de um verbo, ele doi E pois. Em poesia, que ¢ 0 voz do posta, que & a vor de fazer nascimentos, O verbo tem que pegar deli. Comego propondo que escutemos a cor dos passarinhos Pois é © tom que quero dar 6 esta conversa, Faiar de orte por meio de arte, Vou tentar, se néo for muita pretensao, fozer © verbo pegar delirio. Mes, como pretenstio e égua benta cada um toma 0 quanto agienta... vamos ver 6 quanto agientamos. POR QUE PENSARMOS A ARTE COMO BASE EPISTEMOLOGICA PARA UMA PEDAGOGIA DA INFANCIA? Porque @ arte reclama @ homem intciro, diria 0 alquimista. E Manoel de Barros acrescentaria: paraue A cincia pode classificar e nomear (08 6rg6os de um sabia mas nde pode madir seus encantos. A ciéncio nao pode calcular quantes cavalos de forca 43 Exisiem nos cantos do sabid. Quem acumula muita informagdo perde o condao de Advinhor: divinare. (Os sabids divinam, Proponho, entio, que comecemos divinando... pensondo a arte como um modo de ver @ dizer de sie do mundo. Um modo de pensar por imagens. Que & 0 modo de pensar da Infancia, quando pensomento-sentimento-sensacdo-percepcdo ainda operam integrados. O rio que Faria uma volta atts de nossa caso era imagem de um vidro mole que fazio uma volta airs de cosa. Passow um homem depois e disse: Esse volta que 0 rio faz por tris de sua cosa se chamo enseado No era mais a imagem de uma cobra de vidio que fazic ume volte alrés de caso. Ero uma enseade. Ache que @ nome empobreceu @ imagem. Trazendo a poesia como eo para minha fola, estou tentando trozer_o mundo das imagens pora © centro da discusséo. Fstou trazendo pare © mesa a experiéncia estética que 6 um tipo de experiéncie que envolve rade € emacéo, onde © sujeito participa de corpo Mos, ontes, & necessério primeiro precisar os conceitos. De que lugar estou falando, quais so os meus interlocuiores? Menoel de Borros, Jung, Fernando Pessoa, James Hillman, Thomas Moore, Paul Klee, Picasso, Matisse E importonte sempre precisar que © pedagogia de Infancia vai estor sempre condicionada 6 de inféncia de cade suisito Por que pensarmos, enldio, na arte como base epistemolégica para uma pedagogia da inféncia? Porle parecer estinnha, principalmenta pomue, quande procuram um curse de aris, os professoros estéio, em geval, buscando técnicas € receilas que os ausiiem na planejamento dos avlas. Buscom novidades como se a Escole fosse um espaco de consumo ¢ néo de produgéo de conhecimento, Como as aulas de arte esitio, quase sempre, associodas ou & decoracéo de festas ou o um tempo ocioso ocupado com brincadeiros com Iépis © papel, parece-ihes perfeitamene natural a expeciativa por novas modas paro enireter os alunos. Porém, junio com 0 idéic de eniretenimento, vem a sensacéo de supérive Confesso que co ler 0 médulo de Arte, imagine: tai um item que dispensaria... Pensondo que Educagio Artistico fosse um mero uso de brincadeiras com pinceis € tintas e papéis & canetinhos, para passar o tempo de forma agradével _ como se arte fosse umo coisa banal, invesponsével,ivelevonte sie comentério aparece, com freqiéncic, no inicio dos cursos, sendo que, a0 final, os avaliagdes apontam pore uma mudanga: Meu trabalho com as crianges teve um acréscimo, pois © curso me fer refleir. Gostei de nde ter tid formas prontos, embora eu tenia ido atrés disso ao me inscrever, procurendo novas técnicas e receitas para melhorar o trabalho, Ajudou-me a ver de forma mais ample € com outros olhos as atividades des criangas, a identificar © nivel de code uma, © mudor os otividades em todos os aspecios © principalmente 0 respeitor¢ resultado de cada um. © curso foi proveiioso, pois possibiliou ume revise em relagée @ nosse postura diante da Arte © do Educacéo Aristica na Escolo. Ainda sentimos uma grande dificuldede em propor atividades aos alunos, mas ao menos possuimos ume outta visao do universo artistico, antes rmisterioso. O QUE POSSIBILITOU ESTA REVISAQ? Quando algo & considerado mistrioso, significa que € impossivel de ser afingido, portanto, reservade poro aqueles portadares de um dom especial. Como conciliar, enti, © inatingivel com © banal, 0 misiério com © superiiin? No auséncia de resposias, as escolas, em geral, optam pela exclusdo: 0 que nao pode ser compreendido deve ser banido do curriculo. AAinda que possamos concordar com Mério de Andrade que orle no se ensina,” a linguagem das imagens 6 elgo que pode ser aprendido. & esle aprendizado no pode ser considerado baral nem irralovante, muito menos irresponsével. Penso que este descoberto leva a uma redefinicdo de alguns preconceitas em relacao 4 arte 4s Tendo como apoio depoimentos recolhidos nos cursos, procurarei sublinhar aspecios que se apresenraram mais relevantes para uma maior compreensao de drea. Em primeiro lugar, considera importante 0 reconhecimento do arte como linguagem, como uma forma de representacéo © expresso, que opera por meio de cores, formas, linhas & volumes, gestos ¢ sons pora crior imagens. Uma forma de comunicaco que serve para dizer © que os palavras néo dizer Nao deve, portanto, ser trateds como simples entretenimento, mas, sim, como uma érea do conhecimento, com conteddos préprios, que precisam ser oprendides para que nos tomemos sujeitos folontes no desenho, no pinturo, ne consirucéo, na modelagem Como qualquer aprendizado, requer um tempo, um espaco © © respeito ao nivel de desenvolvimento intelectual e emocional de cada oluno pare que tenhamos ume nocdo clara do tipo de trabalho que podemos propor em cade estégio. Isto pode, também, evitar que caiames na armadilhe de julgar seus trabalhos a patir de criérios estéticos totalmente incompreensiveis pora uma crianca, sto € umo tarefa que néo depende de um dom ou tolento especial, mas que requer conhecimento, planejamento adequade e consténcie. Néo pode, portanto, ficar confinada & dias de feste ov pare quando sabra um lempo. Pora poder expressar suas idéios © emocées com tragos, cores formas, as criancas precisam ter experiéncias com materiais variados para que adquiram habilidades no uso de diferentes meios de comunicagéo. Pora isto, precisom de muito tempo e muitos oportunidades para desenharem, pintarem, modelarem, consituirem objetos, conquistando, assim, um dominio sempre crescente sobre os instrumentos de criacdo Necessitam também de vivéncias significotivas, que serGo 0 conteido de suas expressoes. ‘A riqueza das imagens expressas nos desenhos @ pinturas depende do quentidade e da qualidade dos experiéncias @ que as criangas séo submetides. Reg Butler diz que as oportunidodes de criacéo de um estudonie de arte serdo proporcionais © riqueza, @ variedade e @ intensidade dos experiéncias © que ele & submetido. Porém, afirma: também que © importante néo é openas 0 diversidade, mas o seqiéncia das experiéncias? © nue & verdadeiin para estidantes de arte tamhém & verdadeire para criangas: elas precisam nao 26 de um grande espectro de experiéneias, mes tombém de uma seqiéncia cozrente de atividades, de forma a possibiltor 0 oprofundemento do suc compreensio sobre © contetde @ ser aprendide. Se © professor estiver preocupada em oferecer sempre uma novidade, sem se preocupar fem relacionar os atividades, © resukado poderd ser superficial © fragmenrado. Mats importante do que o variedade das informagdes € a possibilidade de construir um conhecimento significative, Por exemolo: umo visita a um porque pode desencadear uma série de otividades relacionadas. O ponto de partide deve ser a observacée, seguide ov nde, da coleto dos espécimes que encontrarem. Esse moterial, quando levado pare closse, pode resultar na classficagio e seriagdo dos abjelos observados ov colelados, possibilitar «@ discusso de suas funcdes e etributos, pesquisas em lives, leitura de poemas, historias © vidos sobre © assunio. Os desenhos, pintures e construcdes que resultorem desto série de alividedes, com certeze traduziréo a riqueza das experiéncias vividas. Se, num segundo momento, tiverem a oportunidade de observar como artisias expressaram fos mesmos temas, em diversos esfilos © épocas, telvex possom estor mais ctentos & comporagéo dos diferentes modos de representocdo, desenvolvendo, assim, um vacabulério visual mais omplo. Porque © fazer aristico nao se restringe © pintar um quadro, compor ume musica, encenar ume peca de tealro © assim por dionte. Q fazer aristico € também se deter numa pintura/desenha/colagem; & ouvir ou dangar uma misica; é assislir ume encenacde teatral ‘assim por dante. Tada essa relacéio de fruigéo € tombém fazer arte. E também exercicio de criagBo, De praducao de conhecimento.* Estomes falondo, partante, de um processo de alfabetizacdo, que tem come objetivo tomar os alunos aptos @ produzir © ler producées visuals, céricas @ musicais. Quando possibiliamos © acesso a uma multiplicidade de formas de registro, por meio de diferentes instrumentos ~ desde o lpis, o pincel, a cémera fotogrdtico até © computador € 0 video podemos faciltar sua copacidade de interlocugéo com 0 mundo. Qualguer assunto de interesse do closse pode geror uma seauéncia de atividedes que omplie © reperério dos alunos. Visites 0 museus, poraues, a0 bairro ov mesmo ao patio do escola podem ser desencadeadares de muilas experiéncias, desde que 0 professor desenvolva uma observacdo € ume escula extremamente alenciosos 00s diferentes clhores & desnjos dos alunos Quanta mais vivéncias signifirativns, maine seré a riqueza de imagens produzidas pelas criangas © desenho, assim como a poesia, serd, entao, 0 resullado de um certo olhar do suieito sobre as coisas. aT Em minhas aulas, nosso atelier € a natureza, ume horta medicinal oo lado de um porar fem formacao, lodeado por uma colméia de abelhas jatai (superinofensivas © delicodas), dentro de um porque florestal maravilhoso. Ai, coda um vai fazer 0 seu vaso, escolher sua planta, planté-lo no seu vas0, enfeité-le com o papel colorido que quiser... Durante 0 trabalho, vou orientande que © que estamos fazendo € pottico, que a poesia néo é a palovra escrtc ou folada, que isso sd0 grificos & simbolos pare representarnos a postica ue existe no fato verdadeiro. F que a poesia & vida, & prazer, & toda relagdo vivide desde que ela saiu de casa E importante esto consciéncia de que as palovras, como es cores, so apenas insirumentos que usamos para expressar © que seatimos © pensamos, Quando conseguimos perceber o analogia enite falar com as palavros ou com os cores, gostos ov sons, fica mais facil pensar porque © arte apresento-se como uma érea privlegiade, « parir da qual podemos comegar 0 repensar as bases epistemolégicas para uma pedagogie do inféncia Repito: porque a arte reciama o homem inteiro, porque opere @ partir de ima: envolvendo © pensamento, senfimento sensacéo e percepcio em igual proporcdo. Quando ampliamos © conceito de allabetizagae pora além do verbol, ¢ eniondemos que €s criangas devem ser incentivadas a se expressor também com linhas, cores, geslos © sons, estomos ompliando, ao mesmo tempo, sua copacidade de leitura do mundo. Alfabetizacdo no cédigo visual ndo ter, conseqtientemente, nenhuma relagéo com atividades decoratives, nem com entretenimento, mas com 2 ampliacdo de capacidade de expresséo pessoal ¢ de leitura do mundo. € atividade da maior seriedade, mesmo que aconteca, e deva acontecer, dentro de um contexio lidico. Isto, porém, s6 seré compreendido pelo suieito que possou pela experiéncia, Requer, acima de tudo, disponibilidade pare se entregar & experiéncia, pois © fungdo permanente da arte & recriar pora a experiéncia de cada individuc o plenitude doquilo que ele néo 6, isto & a experiéncia de toda a humanidade em geral. A magio da arte esI6 em que, nesse processo de recriogdo, ele mostra o realidade como passivel de ser tronsformada, dominado e tormada brinquedo.* Mos aqui comeca realmente o probiema: qual é 0 universe imagético do professor? Qual 6 sun exnerincia com a arte enquania receptor 2 Qual & sua experiancia com a crinchio® Se @ capacidede de crior é © que distingue © espécie humana das outras espécies nimois, este condigéo, que nos distingue na condi 10 de espécie, ndo nos concilio com um cotidiano em que ropetimos, incessantemente, as mesmas préticas pedagégicas esquacidos do emacdo de produzir um canhecimento novo. 48 ‘As obras de arte contam histérios de outras condicdes de vida, de outras cultures, possibiltando-nos refleti, conftomtar e ultrapassar os limites do nosso cotidiano ©, quem sabe..., comecor a recrié-lo? E aqui se coloca o quesiéo central: Como foi a educagio estétice do educador® Qual € 0 reperiério do professor referente é lieratura, miisice, pintura, cinema, poesia? Qual €.0 possibilidace do professor folar ¢ entender ouiras linguagens? A rozG0 pelo quol a arte pode ser a bose pare repensarmos uma pedagogia da inféincia es16 justomente na inleireze, ne modo como constdi conhecimentos. Porque née comportimenta © sujeito, nom a forme de conhecer. Porque possibilita nos conector com ume Kradicéo, com 0 passade &, ao mesmo tempo, abrir-nos para o desconhecide, Thomas Moore propée que uma tela & um campo no qual podemos trabalhar nossa ol. A alma néo pode viver openas da vida pessoal, necessita um contexte muito mais amplo. Freciso estor conectods com uma trodigéo, com 0 passado. A familia prové um pouco do etemidade que a alma necessite Ficino, na Renascenca, dizia que a alma necessito férios regularmente, Podemos pensar em férias supericialmente, mas ¢ de cigo muito mais profundo ave ele fola. Ele diz que pore a talme se deservolver necessla sair fora desta vida, reqularmente, todos os dias. Sair fora do mundo. Necessita ir para algum lugar que néo € aqui. Uma coiso que 0 are far porque captura nossa atengéo. Nos far parar e porar o mundo por alguns minutos, Qualquer forma de orte que nos capture © nos convide o sair estoré nos orestando um grande servico. Estaré nos dando ume ocasido para & contemplacéo, Nés perdemos o copacidede de recl contemplagéo, enquanto cultura, Nés nao contemplamos faciimente porque porece-nos que 1néo realizamas nada quando contemalamos Um outro ponto sobre ane alma pare mim é que @ almo prospera no mistério, Gabriel Marcel mostiou, muitos anos aris, diferenca entre problema © mistério. Hoje parece que lidamos com todos os ossuntos de nossa vide cultural como problema © no como misté Um problema esté ai para ser resolvido, 0 mistério esta af para que nos iniciemos nele, para que eniremos nele inteiramente. Neste sentido, mistéio nao significa um bureco negro. As criancas conectam se fncilmente com 0 mistérin: se nfo of pare ri, nia dé pam cham, ido dé para fer medo... ndo tem grage o estore, Chamondo 9 ore para auxiliarnos © repensor uma pedagogio da inféincia, estou chamando eres pare conversar com logos. Estou chamando « pedagogic pare diclogar com @ psicologio proposta por James Hillman: Tenho fentado ha décados estender o 49 psicologia aié 0 reino de orte, reconhecer @ psicologia como uma forma de arte em vez de ciéncio, medicina au educacoo porque o alma é totalmente imaginativa. A fungao priméria do ser humano & imaginar, néo ficar de pé, nao & fazer ferramentas ov fogo, néo & consiruir comunidades ou cagar ov plantor ou domesiicar, mas imoginar todes estas possibilidades. Estou trabalhando em diregéo @ uma psicologia da imagem, estou sugerindo uma psicologio {ue tenho como ponto de partida os processos da imaginacéo. Penso que a educacéo infantil s6 voi mudar quando os educadores se permitirem imaginar utras formes de trabalhar com as criancas, quando se permitirem imaginar outras formas, de se relacionar com © conhecimenio e portanto com o mundo. £, nesse quesito, penso que o orte pode ser de grande valia por ser, por natureze, revolugéo permanente. Fernando Pessoa escreveu que: © valor essencial da arte esté em ela sero indicio da passagem do homem pelo mundo, 0 resumo de sua experiéncia emoiiva, e como & pelo emosdo e pelo pensamenio que o temogéo provoce que o homem mais realmente vive na lero © sua verdadeira experiéncio, rogisra-a ele nos fastos das suas emogoes e nao na crénica do sev pensomento cienifico, ou dos seus regentes e dos seus donos. Penso que a arte pode nos ejudar a rellelir, com emogéo, sobre nossas préticas, ajudor- nos a rever posicées, observar melhor a nés mesmos ¢ aos alunos. Porque a corte é 0 espelho onde nos vemos relletidos, ao mesmo tempo que amplifica ¢ rele o mundo pare que 0 observemos melhor. © mesire disse: 0 escrita no pode expressar os palavras fotcimente. As polavras nao podem expressar os pensomentos totalmente. Estamos, entiéo, impossiblitados de ver os pensomentos dos sanios dos sabios? © meste disse: Os sontos @ os sébios estabeleceram as imagens para dor completa expressdo 0 seus pensomentos. * ANDRADE, M. Baile dos Quato Aes. 50. Liwario Marin Fontes Edtora, Sae Poul, 1983, pp V1 " Brearley, M. The Teaching of Young Chile, Schocken Books. Nova loraue, 1975, pg. 40. FREIRE, P. Pesci. In Diadema Centro Cubvra Diademe, 19%, pg 145, “FISCHER, E. A nacessdade do ome. Zohar. Rie de Janeiro, 1967, a9. 252. PARA REFLETIR COM A COMUNIDADE EDUCATIVA |. Come possibilitar 0 “didlogo” da infancia de cada sujeito presente ne suo prolica pedagdgica tendo em visto @ Unidade Educacional come lugar de producéo de cultura e a arte como modo de ver e dizer de si e do mundo? 2. Qual 0 tratamento dado arte no curiculo ou Projeto Politico-Pedagagico da Unidode Educacional? 3. Que tipo de vivéncios com arte sdo oferecidas és criangas no espace do Unidade Educacional? Quais as experiéncias em arte vividas pelos educadores? 4. Quois os moteriais disponiveis pare as criangas © fim de olimentar o seu processe de criagGo? Em quais locais isso ocorre? 5. Come estamos vivende e sentindo a arte em nossas vidas? Que importancie damos a elo? sl

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