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Venho por aqui responder ao convite para escrever um diário de quarentena.

Este desafio foi-


me proposto pelo presidente do clube, Miguel Dias, e tem como objetivo o diálogo, a reflexão
e a partilha de ideias sobre o momento que estamos a passar.

Devo confessar que, tal como para a toda a gente, esta adaptação não tem sido fácil para mim.
Sinto falta de jogar e praticar o desporto que tanto adoro, ténis. Sinto falta daqueles treinos à
noite onde, independentemente do cansaço ou do stress do dia, podia divertir-me, exercitar e,
acima de tudo, desanuviar e esquecer tudo o resto.

Tenho saudades daqueles momentos de competição individual, a pares ou em representação


do clube por equipas, daquela adrenalina que só o jogo proporciona, daquela garra e
sentimento de entrega, mas também daquela amargura de sentir que poderia ter feito melhor.
Sinto falta também de uma outra componente importantíssima, o convívio. Como não ter
saudades das amizades, conversas e brincadeiras associadas à prática de qualquer desporto?
Do contacto e convívio entre atletas, jogadores, espectadores, treinadores ou dirigentes, todos
unidos pelo gosto a este desporto…

Mas, a verdade é que durante um tempo, provavelmente largo, estas saudades vão ter de se
aguentar até que estejam reunidas as condições necessárias. Por isso, tenho feito um esforço
para me manter o mais saudável e ativo possível, dentro daquilo que as restrições permitem,
para que, assim que puder, entrar nos courts a 100%.

Para terminar gostava de relembrar uma expressão muito utilizada no ténis e que, neste
contexto, considero ter uma importância especial - “ponto-a-ponto”.

Qual o jogador que nunca ouviu estas palavras de treinadores ou colegas? Dentro do mundo
do ténis esta expressão significa jogar cada ponto como se fosse o último, esquecer o
resultado e focar-se na necessidade prioritária, superar obstáculo a obstáculo até fazer jogo,
set e encontro.

Penso que esta analogia pode ser aplicada à situação atual e que pode ser utilizada para
reflexão. Em último caso, não é de mais lembrar que, só a ajuda de todos, esta situação,
“ponto-a-ponto”, irá ser ultrapassada e que, pouco a pouco, vamos TODOS voltar a fazer
aquilo que mais gostamos, no meu caso, ténis.

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