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Coesão

textual

• O texto resulta de um conjunto de


palavras organizadas de forma a
produzir um todo com sentido
lógico.
• Para isso, as frases, os períodos e os
parágrafos que o constituem devem
ser articulados e sequencializados.
• A coesão de um texto, oral ou
escrito, é assegurada por
mecanismos linguísticos que
estabelecem as ligações lógicas na
frase, entre frases e entre
sequências.
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Coesão textual

Coesão lexical Reiteração lexical (repetição)


Substituição lexical: hiperonímia / hiponímia,
holonímia / meronímia, sinonímia

Coesão referencial Pronominalização


– Anáfora
– Catáfora

Coesão frásica Concordância: sujeito / predicado


Concordância: núcleo nominal / respetivos
determinantes, quantificadores, adjetivos
Adequação dos conectores
Adequação da regência verbal

Coesão interfrásica Coordenação


Subordinação
Articulação (conectores)

Coesão temporal Expressões com valor temporal: advérbios,


conjunções, preposições, (datas)
Sequencialização temporal
Ordenação correlativa dos tempos verbais
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I – Coesão lexical

Mecanismos lexicais que asseguram


a coesão textual
1. Reiteração lexical: repetição (ou reiteração) de palavras
ou de unidades lexicais, necessárias ao estabelecimento
de uma rede de sentido, que confere unidade ao texto.
Ex.: Dizem que um homem vendado, se lhe pedirem para caminhar
em linha reta, anda em círculos. Porque é que o homem anda
em círculos quando fecha os olhos? É um mistério, dizem, mas
o homem de olhos fechados caminha para dentro. E o tempo
também se dobra, também não anda a direito. O tempo é
como um homem de olhos fechados. No fundo anda tudo aos
círculos, desde as recordações às histórias. Tudo acaba por se
dobrar, um dia.
Afonso Cruz, O pintor debaixo do lava-loiças

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Coesão lexical

2. Substituição lexical: substituição de palavras ou de ex-


pressões, por outras unidades lexicais, que com elas
mantêm relações semânticas de natureza:
– hierárquica
hiponímia, hiperonímia
hiponímia, meronímia
– não hierárquica
sinonímia.

Ex.: Gostava de passear na vinha. As uvas maduras pendiam das


latadas e ele colheu um cacho. Adorava aquela fruta trans-
lúcida, adorava os bagos suculentos.

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II – Coesão referencial

Uso anafórico dos pronomes que assegura


a coesão textual
1. Pronominalização: é uma forma de substituição de um
nome por um pronome (pessoal, possessivo, demons-
trativo).

Ex.: Ele está adormecido em cima do muro. É um gato grande,


amarelo. Despertou-o uma borboleta em voo incerto sobre a
sua cabeça. Ele abriu os olhos, mas permaneceu em estátua,
atento. Depois de muitos voos rasantes, só quando ela se
aproximou perigosamente, é que ele lhe lançou as patas
rápidas. Apanhou-a e comeu-a. Aquela não voltava a voar!
Os nomes gato e borboleta são substituídos por pronomes.

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Coesão referencial

Duas formas de pronominalização


2. A anáfora gramatical: é a substituição de um nome por
um pronome, que surge depois dele e para ele remete.
Ex.: É um gato grande, amarelo. Despertou-o uma borboleta em
voo incerto sobre a sua cabeça. Ele abriu os olhos, mas
permaneceu em estátua, atento.

3. A catáfora: é o recurso a um pronome que ocorre antes


do nome para o qual remete.
Ex.: Ele está adormecido em cima do muro. É um gato grande,
amarelo.

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III – Coesão frásica

Coesão da frase para assegurar


a coesão do texto

A coesão frásica é um dos processos


linguísticos mais importantes para
garantir a coesão textual e consiste na
interligação dos elementos dentro da
frase, considerada como um todo.

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Coesão frásica

Os mecanismos de coesão frásica são vários:


1. Concordância entre o sujeito e o verbo do predicado.
Ex.: A Maria e a Pilar saíram.
(sujeito plural, verbo no plural)

2. Concordância, em género e número, entre o núcleo no-


minal (nome ou pronome) e os respetivos determinan-
tes, quantificadores e adjetivos.
Ex.: A Maria e a Pilar, duas raparigas bonitas, saíram muito felizes.
O mais importante escritor realista português é Eça de
Queirós.

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Coesão frásica

3. Adequação dos conectores que ligam as diversas


orações de uma frase complexa.
Ex.: Os gatos têm personalidade e são muito independentes.
(frase complexa constituída por 2 orações ligadas pelo
conector aditivo)
4. Adequação da preposição exigida pelo verbo (regência
verbal), ligando-o ao complemento por ela introduzido.
Ex.: Os gatos gostam de apanhar borboletas. Brincam com elas.
Discordo de todos os que dizem que os gatos só apreciam o
conforto e concordo com aqueles que lhes reconhecem
capacidade de afeto.

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IV – Coesão interfrásica

Coesão interfrásica para assegurar


a coesão do texto

Tal como a coesão frásica, a coesão


interfrásica é um processo linguístico
importantíssimo para garantir a coesão
textual e consiste na interligação das
partes do texto, que deve constituir
um todo articulado e lógico.

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Coesão interfrásica

Os mecanismos de coesão interfrásica são vários:


1. Coordenação entre frases.
Ex.: Gosto de ler na esplanada, mas prefiro uma boa conversa.
2. Subordinação entre frases.
Ex.: Gosto de ler na esplanada, porque a conversa não me basta.
3. Articulação feita por outros marcadores discursivos e
conectores, como os advérbios conectivos.
Ex.: Fomos passear a Bragança. Afinal, é uma cidade tão bonita e
de mim tão desconhecida. Assim que chegámos, sentimos a
força do granito e o apelo da História. Também nos encantou
aquele ar fresco, leve, transparente. Além disso, a simpatia das
pessoas é extraordinária. De facto, Bragança é única!
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V – Coesão temporal

Coesão temporal para assegurar


a coesão do texto

A coesão temporal é um processo lin-


guístico fundamental para garantir a
coesão do texto e advém da sequencia-
lização das informações, segundo uma
lógica de tempo.

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Coesão temporal
Os dispositivos que asseguram a coesão temporal são:
1. Expressões com valor temporal: advérbios ou locuções
adverbiais, conjunções, preposições.
Ex.: Ontem fomos ao teatro, hoje discutimos a peça.
Ofereceram-lhe o relógio quando fez anos.
Li o livro depois de ti.
2. Expressões indicadoras de sequencialização temporal.
Ex.: Em primeiro lugar, treinámos durante quatro meses; em
segundo lugar, no dia 24 de fevereiro, distribuímos as tarefas;
em terceiro lugar, no dia 4 de abril, trabalhámos em equipa e
ganhámos.

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Coesão temporal
4. Ordenação correlativa dos tempos verbais.
Ex.: O Padre António Vieira pregara várias vezes em São Luís do
Maranhão e esperava a presença de muitos colonos naquela
pregação. Começou o sermão com toda a sua criativa energia
verbal e, do púlpito, lançou palavras de crítica feroz.
Passa uma onda de silêncio entre o auditório. A pregação
prossegue até ao fim. Os colonos saem, atordoados e furiosos.
O pretérito mais-que-perfeito do indicativo (pregara) situa o
facto narrado num tempo anterior ao pretérito imperfeito do
indicativo (esperava) que, por sua vez, corresponde a um
tempo anterior e prolongado, relativamente aos factos
narrados pelo pretérito perfeito do indicativo (começou,
lançou), que circunscreve a ação a um momento preciso; o
presente do indicativo (passa, prossegue, saem) aproxima a
ação do momento narrado.
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